revista borra!

23

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O formato da revista é na horizontal, fugindo um pouco do padrão, infelizmente aqui não tem a opção de apresentalá em seu formato original.

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ED

ITO

RIA

LÉ im

pres

sion

ante

com

o a

cida

de d

e São

Pau

lo é

ric

a em

ter

mos

cul

tura

is. N

ão

impo

rta

se e

stam

os fal

ando

de

sua

arqu

itet

ura,

sua

art

e ou

mes

mo

sobr

e as

pe

ssoa

s qu

e a

habi

tam

. A

criaç

ão d

a Rev

ista

Bor

ra p

ropo

rcio

nou

que

nós

conh

e-cê

ssem

os m

ais

sobr

e o

luga

r on

de v

ivem

os. C

omo

diss

e o

entr

evis

tado

Jos

é N

eto

Faria

nes

ta e

diçã

o: “

São

Pau

lo tem

um

a ef

erve

scên

cia

cultu

ral,

é um

sis

tem

a vi

vo”.

E

é ex

atam

ente

isso

, tem

os ta

nta

gent

e di

fere

nte

com

pen

sam

ento

s di

fere

ntes

que

ac

abam

por

tor

nar São

Pau

lo a

cid

ade

que

é ho

je.

Ago

ra im

agin

e tu

do is

so q

ue é

São

Pau

lo c

omo

sede

dos

jogo

s da

Cop

a de

201

4.

É um

a gr

ande

opo

rtun

idad

e pa

ra q

ue tod

os v

ejam

o q

ue é

ess

a ca

pita

l Fra

nks

tein

--c

ult

ura

l, e

mai

s, q

ue tod

os faç

am p

arte

da

cida

de q

ue n

unca

dor

me.

Nes

sa e

diçã

o en

trev

ista

mos

o d

esig

ner g

ráfic

o e

tipóg

rafo

Cla

udio

Roc

ha, e

foi u

ma

expe

riênc

ia ú

nica

, um

a au

la e

, alé

m d

isso

, um

a liç

ão d

e vi

da. E

le n

os c

onto

u de

sde

seu

mét

odo

de c

riaçã

o at

é su

as fi

loso

fias,

refe

rênc

ias

e go

stos

pes

soai

s. N

ossa

vis

ita

à O

ficin

a Ti

pogr

áfic

a São

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lo, s

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úvid

as fic

ará

mar

cada

em

nos

sas

mem

ória

s.Ta

mbé

m d

isse

cam

os u

m tra

balh

o do

s gê

meo

s G

abriel

e Fá

bio

Moo

n, q

ue s

ão

os c

riado

res

de u

ma

das

HQ

s m

ais

bem

suc

edid

as d

os ú

ltim

os tem

pos,

Day

Tryp

er.

A e

diçã

o nú

mer

o um

da

Rev

ista

Bor

ra é

um

ars

enal

de

idéi

as e

info

rmaç

ões

que

dial

ogam

e c

olab

oram

com

a c

idad

e de

São

Pau

lo d

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gum

a fo

rma,

sen

do c

apaz

de

apre

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ar u

m re

cort

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cot

idia

no P

aulis

ta, m

ostr

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sua

cul

tura

, que

eng

loba

o

seu

mod

o de

vid

a at

é a

próp

ria c

idad

e de

São

Pau

lo.

Nós

da

Rev

ista

Bor

ra tem

os a

dmira

ção

por tr

abal

ho, d

edic

ação

e c

ompe

tênc

ia.

colaboradores

José

Net

o Fa

ria,

mes

tre

em D

esig

n pel

a U

ni. A

nhem

bi

Mor

umbi

, ond

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ua

com

o pr

ofes

sor e

co-

orde

nado

r do

cur

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de D

esig

n G

ráfico

.

Tade

u C

osta

,m

estr

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rofe

ssor

uni

-ve

rsitár

io e

pro

fiss

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nal n

a ár

ea d

e D

esig

n,

escr

itor

teó

rico

s da

ár

ea e

gan

hado

r do

pr

êmio

do

Min

uto.

Mar

cos

Mel

lo, u

m

dos

fun

dado

res

da

Ofici

na

Tip

ográ

fica

São

Pau

lo e

da

revi

s-ta

Tup

igra

fia.

Atu

al-

men

te e

nvol

vido

no

proj

eto

Lett

er P

ress

.

Cla

udio

Roc

ha, u

m

reco

nhec

ido

tipo

gra-

fo, f

unda

dor d

a O

fici-

na

Tip

ográ

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São

Pa

ulo

e u

m d

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ria-

dore

s das

rev

ista

s Ti

poitá

lia e

Tupi

graf

ia

Mar

laje

ane

Cru

z, e

s-tu

dant

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so d

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esig

n G

ráfico

, en

-vo

lvid

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um

trab

a-lh

o e

ditori

al

div

ul-

gand

o po

rtifól

ios

de

artis

tas e

ilust

rado

res.

Edua

rdo

Vill

egas

, es

-tu

dan

te d

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esig

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ráfi

co a

tuan

te n

a ár

ea, é

prof

esso

r de

W

eb D

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n e

atua

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ente

coo

rden

ador

do N

úcl

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te

sequ

enci

al

Ana

Fla

via

Bar

bosa

, te

cnic

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estu

dant

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Des

ign G

ráfi

co

está

con

stan

tem

ente

de

dica

da a

os e

stud

os.

Thi

ago

Gib

son,

est

u-da

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de D

esig

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igi-

tal.

Atu

alm

ente

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á de

senv

olve

ndo

sua

te

cnic

a de

pin

tura

di

gita

l em

um

cur

so

em S

ão P

aulo

.

Fern

anda

Lha

cer,

ooooh s

hit

, i don’t

kn

ow h

er.

Cai

o C

ésar

ca

io@

borr

a.co

m.b

r @

ilust

raca

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Níc

hola

s H

annu

d nh

@bo

rra.

com

.br

@ni

kodr

ade

Vic

tor Vas

sim

on

vict

orv@

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a.co

m.b

r @

vass

ivito

Luis

Sev

ilio

sevi

lio@

borr

a.co

m.b

r @

lsev

ilio

Faria

Tadeu

Rocha

Mello

Marla

Tupã

Ana

Gibs

Lhacer

Ed

ito

res

e D

iret

ore

s R

esp

on

sáv

eis:

Cai

o C

esar

, Lui

s Sev

ilio,

Nic

hola

s H

annu

d e

Vic

tor Vas

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onD

iret

or

Ex

ecu

tiv

o: N

icho

las

Han

nud

Dir

eto

r E

dit

ori

al: C

aio

Ces

ar

Red

ação

:D

ireto

r de

reda

ção:

Cai

o C

esar

Red

ação

: Cai

o C

esar

, Lui

s Sev

ilio,

Nic

ho-

las

Han

nud

e V

icto

r Vas

sim

onEd

itor de

Art

e: N

icho

las

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nud

Rev

isão

de

Text

o: L

uis

Sev

ilio

Col

abor

aram

nes

sa e

diçã

o: J

osé

Faria

; Ta-

deu

Cos

ta; C

laud

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ocha

; Mar

cos

Mel

lo;

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la C

ruz;

Edu

ardo

Tup

ã; A

na F

lavi

a;

Thi

ago

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e Fe

rnan

da L

hace

r.

Inte

rnet

:w

ww

.rev

ista

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a.br

Vic

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on (C

oord

enad

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Lo

gís

tica

:Ed

uard

o Tu

pã (C

oord

enad

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CE

NT

RO

C

AP

ITA

L

RU

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CO

PA

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ÉM

DA

LE

TR

A

A D

OC

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IDA

PIx

EL

P

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PIx

EL

SA

NG

UE

NO

VO

OB

JET

OS

DE

L

Ux

UR

IA

sum

ário

projetar observarilustrar

3927

199 137

A id

entid

ade

visu

al d

a m

arca

ital

iana

Dile

tto

Um

a vi

sita

ao

cent

ro

de S

ão P

aulo

Entr

evis

ta e

xclu

siva

com

Clá

udio

Roc

ha

Art

e pa

trio

ta n

os

asfla

tos

bras

ilier

os

Livr

o ”C

egue

ira,

U

m E

nsai

o”

por

José

Net

o Fa

ria

Des

cont

ruin

do u

ma

ilust

raçã

o de

Fab

io M

oon

e ga

brie

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As

arte

s do

s m

ais

novo

s ilu

stra

dore

s

Tudo

que

voc

êm

ais

quer

UM

OL

HA

R

ES

PE

CIA

L

O Q

UE

TE

IN

SP

IRA

?

inspirar

41

45

23

rev

ista

Bo

rra!

Ilu

stra

r | n

ov

as p

ersp

ecti

vas

Um

dos

pro

jeto

s m

ais

inte

ress

ante

s qu

e su

rgira

m n

o m

undo

da

ilus

traç

ão b

rasi

leira

nos

últim

os tem

pos

teve

iníc

io n

a lo

ja

de c

amis

etas

El C

abrit

on, co

m p

arce

ria d

a C

OPA

G, em

pres

a pi

onei

ra n

a pr

oduç

ão d

e ca

rtas

e b

aral

hos

no m

erca

do b

rasi

-le

iro, co

m a

brilh

ante

idéi

a de

con

voca

r ci

nqüe

nta

e qu

atro

ilu

stra

dore

s e

desi

gner

s di

fere

ntes

par

a ilu

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rem

, cad

a um

, um

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de b

aral

ho c

om tot

al li

berd

ade

cria

tiva

e au

tora

l. O

re

sultad

o é

o Pr

ojet

o 54, qu

e te

ve o

lanç

amen

to d

e su

a pr

i-m

eira

edi

ção

em N

ovem

bro

do a

no p

assa

do e

est

á es

trea

ndo

uma

nova

edi

ção

esse

ano

com

a p

artic

ipaç

ão d

e no

vos

artis

-ta

s co

mo

os ra

paze

s do

est

údio

Pia

nofu

zz, a

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trad

ora

Bab

y C

, Ric

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Don

ato,

ent

re d

iver

sos

outr

os e

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á à

vend

a no

bl

og d

a El

Cab

rito

n - co

m lo

ja fís

ica

na R

ua A

ugus

ta, 2008,

esqu

ina

com

a A

lam

eda

Jaú

em S

ão P

aulo

- pe

lo p

reço

sug

es-

tivo

de

R$ 4

0 re

ais.

O c

amis

eter

ia, f

unda

do e

m 2

005 p

or F

abio

Sei

xas

é um

a da

s m

aior

es lo

jas

de c

amis

etas

do

Bra

sil,

onde

voc

ê po

de e

nvia

r su

a ilu

stra

ção

para

o c

oncu

rso

e, s

e vo

tada

por

out

ros

mem

-br

os d

o bl

og, é

esc

olhi

da p

ara

se tra

nsfo

rmar

em

est

ampa

em

al

ta q

ualid

ade

e ac

abam

ento

. É

poss

ível

gan

har cr

édito

s do

si

te - q

ue p

oder

ão s

er tro

cado

s po

r pr

odut

os - e

um

prê

mio

em

din

heiro

alé

m d

a di

vulg

ação

de

seu

trab

alho

. N

o si

te d

o ca

mis

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ia v

ocê

enco

ntra

vár

ias

esta

mpa

s de

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-tr

ador

es c

omo

Brun

o M

ota,

Will

Mur

ai, D

raco

, Ala

n M

aia,

den

-tr

e ou

tros

em

cam

iset

as e

mol

eton

s co

m p

reço

s va

riado

s en

-tr

e R$ 5

5,0

0 e

R$ 1

20,0

0.P

roje

to 5

4b

aral

ho

Cam

iset

eria

dic

as d

e o

bje

tos

des

ejad

os

po

r d

esig

ner

s e

ilu

stra

do

res!

ww

w.c

amis

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om.b

r

ww

w.e

lcab

riton

.com

on

de

en

con

trar

on

de

enco

ntr

ar

7

rev

ista

Bo

rra!

Ilu

stra

r | n

ov

as p

ersp

ecti

vas

9

Em u

m u

nive

rso

de r

o-bô

s, n

inja

s, e

lfos

avi

ado-

res

e tu

do m

ais

que

faça

pa

rte

do u

nive

rso

dos

jo-

gos.

Com

22 a

nos,

Gib

s,

com

o é

cham

ado,

est

uda

Des

ign

de G

ames

e e

stá

cada

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mai

s ap

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iço-

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tra

ço, p

rocu

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do u

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úni

co e

ao

mes

mo

tem

po r

ealis

ta.

Para

con

hece

r seu

s ou

tros

tr

abal

hos

aces

se:

thia

gogi

bs.d

evia

ntar

t.co

m

Thiago Gibson

Mor

ador

de

São

Pau

lo, B

rasi

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tua

com

o D

esig

ner e

ilust

rado

rPa

ra c

onta

to, t

hiag

oagi

bson

@ho

tmai

l.com

Po

rtfó

lio

do

s q

uem

est

á en

tran

do

no

mer

cad

o

0102

Ou

torg

amo

sTr

evo

r

Fernanda Lhacer

Fern

anda

é

estu

dan-

de d

e de

sign

grá

fico

na

Anh

embi

Mor

umbi

, tem

se

us 2

4 a

nos.

Seu

s de

-se

nhos

são

insp

irado

res

e al

guns

car

rega

m u

m a

r ca

ract

erís

tico

de

tatt

oo.

Ente

nda

um p

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da

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te d

e Fe

rnan

da e

m

seu

flic

kr:

ww

w.f

lickr

.com

/f.lh

acer

Mor

ador

a de

São

Pau

lo, B

rasi

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tua

com

o D

esig

ner e

ilust

rado

raPa

ra c

onta

to, l

hace

r@gm

ail.c

om

03

04

Hea

rt

Dig

ital

Pai

nt

Bu

sco

mu

itas

ref

erên

cias

fo

tgrá

fica

s e

crio

em

cim

a d

o

qu

e m

e ag

rad

a.

”“

11

rev

ista

Bo

rra!

Ilu

stra

r | n

ov

as p

ersp

ecti

vas

Mor

ador

a de

São

Pau

lo, B

rasi

l

Atu

a co

mo

Des

igne

r e

ilust

rado

ra

Para

con

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mah

_oth

ep@

hotm

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om05 Pass

aro

s

Marla CruzMar

la é

est

udan

de d

e de

sign

grá

fi-

co n

a A

nhem

bi M

orum

bi, te

m 1

9

anos

e u

ma

arte

mui

to o

rigin

al, c

a-

ract

erís

tica.

Seu

s tr

abal

hos

sem

pre

apre

sent

am m

uita

s co

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qui-

líbrio,

alia

das

a um

tra

ço s

impl

es,

mas

com

plet

o. V

ocê

pode

con

hece

r

mel

hor se

u tr

abal

ho e

m s

eu flic

kr:

ww

w.c

argo

colle

ctiv

e.co

m/m

arla

crz

Go

sto

de

exp

lora

r o

un

iver

so fe

min

ino

e

suas

ltip

las

core

s.

”“

13

rev

ista

Bo

rra!

Pro

jeta

r |

do

co

nce

ito

a c

riaç

ão

rev

ista

Bo

rra!

Pro

jeta

r |

do

co

nce

ito

a c

riaç

ão

15

17

rev

ista

Bo

rra!

Pro

jeta

r |

do

co

nce

ito

a c

riaç

ão

Red

ação

de

Níc

hola

s H

annu

d

rev

ista

Bo

rra!

Pro

jeta

r |

do

co

nce

ito

a c

riaç

ão

19

É c

om

ess

a si

mp

les

fras

e q

ue

No

nn

o V

itto

rio

S

cab

in r

esu

mia

o c

on

ceit

o d

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ma

das

mar

-ca

s m

ais

fam

osa

s e

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ced

idas

de

sorv

ete

no

Bra

sil e

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e p

erm

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oje

. Co

m u

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iden

tid

ade

visu

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imp

les

e m

uit

o b

em r

eso

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da

a D

ilett

o (“

del

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”, em

ital

ian

o) c

on

seg

uiu

se

des

taca

r, n

ão s

ó n

o m

un

do

das

mar

cas

e d

o

bra

nd

ing

nac

ion

al, m

as ta

mb

ém –

e p

rin

cip

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te -

pelo

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rese

rva

a pr

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cup

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e o

cu

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om

o p

er-

fecc

ion

ism

o a

rtes

anal

co

mo

p

arte

do

un

iver

so D

ilett

o.

La f

elic

itá é

un g

elato

.

O le

gado

da

Dile

tto

com

eçou

em

1922,

aind

a na

Itá

lia,

no p

eque

no v

ilare

jo d

e Sap

pa-

da, o

nde

Vitt

orio

Men

eghi

ni S

ca-

bin

teve

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éia

de m

istu

rar su

co

de fru

tas

à ne

ve e

, com

efic

iênc

ia,

tran

sfor

má-

los

em s

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te. O

cui

da-

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o pr

epar

o do

pic

olé

com

ingr

e-di

ente

s na

tura

is fez

com

que

o D

ilet-

to s

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ansf

orm

asse

em

um

pro

duto

go

stos

o e

saud

ável

, con

trib

uind

o co

m

o su

cess

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sor

vete

, que

cre

sceu

na

Itál

ia a

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iníc

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a Seg

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Gue

r-ra

Mun

dial

, qu

ando

o N

onno

Vitto

-rio

Sca

bin

viu-

se o

brig

ado

a m

udar

de

paí

s, c

hega

ndo

ao o

Bra

sil a

inda

du

rant

e a

guer

ra. D

écad

as m

ais

tar-

de s

eus

neto

s Le

andr

o Sca

bin

e Fá

-

bio

Men

eghi

ni re

cupe

rara

m a

s re

ceita

s da

fam

ília

e, ju

n-to

com

Fáb

io P

inhe

iro, i

nves

tiram

cer

ca d

e R$3 m

ilhõe

s em

um

a fá

bric

a co

m o

intu

ito d

e re

ativ

ar a

mar

ca it

alia

-na

, ago

ra s

ob s

olo

naci

onal

. H

oje,

com

sed

e m

undi

al e

m S

ão P

aulo

, a D

ilett

o é

com

-

post

a po

r 12 s

abor

es

e é

com

erci

aliz

ada

em

mai

s de

mil

pont

os d

e ve

nda

em d

ezes

seis

es-

tado

s br

asile

iros,

fatu

ran-

do c

erca

de

R$25 m

ilhõe

s.

A m

arca

tam

bém

dis

põe

da

linha

“fo

od s

ervi

ce”,

que

ofe

-re

ce o

ito

sabo

res

(lim

ão, m

o-ra

ngo,

pis

tach

e, v

anill

a, p

anac

ota

com

cho

cola

te b

elga

, io

gurt

e, c

ho-

cola

te it

alia

no, ch

ocol

ate

com

70%

ca

cau

e pi

stac

he) em

pot

es d

e 7 li

-tr

os, di

spon

ívei

s ta

mbé

m e

m e

mpó

-rio

s e

pada

rias

pelo

Bra

sil.

Atu

alm

en-

te a

em

pres

a se

pre

para

par

a en

trar

no

mer

cado

inte

rnac

iona

l, ex

pand

in-

do p

ara

Aus

trál

ia e

Ingl

ater

ra.

Fab

io M

eneg

hin

i fo

i em

b

usc

a d

o p

alit

o p

erfe

ito

, q

ue

não

in

flu

enci

asse

no

g

ost

o n

em n

o c

hei

ro d

e se

u p

ico

lé. A

bu

sca

o le

vou

at

é a

Eu

rop

a, o

nd

e ac

ho

u

a m

adei

ra 1

00%

cer

tifi

cad

a d

e u

ma

flo

rest

a n

a re

pu

bli-

ca T

chec

a e

pro

du

zid

o e

m

um

a fá

bri

ca fa

nce

sa.

rev

ista

Bo

rra!

Pro

jeta

r |

do

co

nce

ito

a c

riaç

ão

21

A M

AR

CA

E O

DESIG

N

Atr

avés

do

slo-

gan

“Lá

felic

itá

é un

ge

lato

.” a

em

pres

a cr

iou

um u

nive

rso

part

icul

ar e

m tor

-no

da

mar

ca, qu

e se

ref

lete

em

su

a id

entid

ade

visu

al a

com

eçar

pel

a m

asco

te, o

urso

pol

ar q

ue e

stá

pre-

sent

e co

mo

sím

bolo

no

logo

e e

m

qual

quer

out

door

com

sua

lam

bret

a,

e pe

la c

riaç

ão d

e no

mes

esp

ecífic

os

para

cad

a sa

bor co

mo

“Exc

elso

Pic

o-lé

de

Fram

boes

a; “

Cel

estia

l Pic

olé

de

Mor

ango

” (s

orbe

t ex

trem

amen

te ri

co,

com

40%

de

frut

a em

sua

com

posi

-çã

o); “F

aisc

ante

Pic

olé

Sab

or L

imão

Sic

ilian

o”; “O

límpi

co P

icol

é de

Pis

ta-

che”

(pr

oduz

ido

com

pis

tach

e da

fa-

zend

a Po

dere

di B

ront

e, p

róxi

mo

ao v

i-la

rejo

de

Bro

nte,

aos

pés

do

vulc

ão

Etna

, o m

elho

r so

lo d

o m

undo

par

a se

u cu

ltiv

o), “

Pom

-po

so P

icol

é Sab

or T

iram

isu”

(fe

ito

com

mas

carp

one,

ca

fé e

um

toq

ue d

e vi

nho

Mar

sala

, re

prod

uzin

do fie

l-m

ente

a tra

dici

onal

sob

rem

esa

italia

na);

o “

Esfu

zian

te

Pico

lé d

e C

hoco

late

Ital

iano

”; o

“Sun

tuos

o Pi

colé

de

Coc

o da

Mal

ásia

”, e

ntre

out

ros.

A D

ilett

o tr

iunf

a no

des

ign

por a

dota

r um

vis

ual r

etrô

e,

ao

mes

mo

tem

po, to

talm

ente

sim

plis

ta n

ão s

ó na

id

entid

ade

com

o em

sua

s em

bala

gens

, ond

e se

us d

oze

sabo

res

são

repr

esen

tado

s at

ravé

s de

um

sis

tem

a de

co

res

dife

rent

es e

ntre

si.

A a

usên

cia

do e

xces

so d

e in

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ação

é c

ham

ativ

a e

atra

ente

, va

loriza

ndo

os e

lem

ento

s qu

e es

tão

pres

en-

tes.

o qu

e é

nece

ssár

io e

stá

lá: o

nom

e do

sab

or, o

pe

so lí

quid

o e

o lo

go. To

dos

esse

s el

emen

tos

à fr

ente

da

cor

que

sim

boliz

a o

sabo

r em

que

stão

. Es

se tra

balh

o co

m a

s co

res

está

pre

sent

e em

tod

a a

iden

tida

de, ta

nto

nas

emba

lage

ns c

omo

no s

ite,

sem

-pr

e at

ravé

s de

fai

xas

rela

cion

adas

a c

or d

e ca

da s

abor

.

No

logo

ti-

po, u

ma

únic

a ti-

pogr

afia

dis

play

ro-

deia

o u

rso,

cen

tral

izad

o,

e ou

tros

doi

s el

emen

tos

nas

late

rais

com

o s

ímbo

los

gráf

icos

: o

floc

o de

nev

e, q

ue rep

rese

nta

o us

o da

nev

e na

pre

para

ção

do p

icol

é,

que

tam

bém

est

á al

i. A

dis

posi

ção

des-

ses

elem

ento

s é

refe

rênc

ia a

o de

sign

de

rót

ulos

e e

mba

lage

ns re

trô

que

es-

tava

m p

rese

ntes

no

mer

cado

apa

rtir

da

déca

da 2

0, da

ndo

form

a ao

logo

de

uma

man

eira

sim

ples

e e

lega

nte.

Ou-

tros

ele

men

tos

da e

stét

ica

retr

ô ta

m-

bém

est

ão p

rese

ntes

nas

em

bala

gens

co

mo

a fa

ixa,

que

tem

a fu

nção

de

ser-

vir c

omo

disp

lay

para

a in

form

ação

, no

caso

dos

pic

olés

o n

ome

dos

sabo

res.

BA

SE

E A

RO

MA

Mos

tran

do q

ue n

ão

é so

um

jogo

de

ima-

gem

, um

sel

o na

par

te

da fr

ente

indi

ca q

ue

part

e da

fabr

icaç

ão

é fe

ita n

a Itál

ia.

SIS

TEM

A D

E

CO

RES

Alé

m d

e re

met

er a

o sa

boro

so p

icol

é em

cad

a em

bala

gem

, a id

entifica

ção

de c

ada

sabo

r por

um

a de

ter-

min

ada

cor é

um

dos

mai

ores

de

staq

ues

nest

a m

arca

, qu

e el

eva

a co

r com

o o

prin

cipa

l ele

men

to e

m

sua

iden

tida

de

visu

al.

LO

GO

Alé

m d

o lo

gotipo

e

o si

mbo

lo g

ráfico

, a

área

de

prot

eção

, que

no

s le

mbr

a um

ant

igo

ades

ivo,

car

rega

um

floc

o de

nev

e e

o pi

ctog

ram

a de

um

pic

olé,

repr

e-se

ntad

o um

a pa

rte

da h

istó

ria d

a m

arca

.

SA

BO

REm

todo

s os

sab

o-re

s, o

nom

e se

mpr

e ve

m p

rote

gido

a u

ma

fita

, rem

eten

do

à em

bala

gens

re

trôs

.

INFO

RM

ÕES

De

man

eira

mui

to in

telig

en-

te, a

s in

form

açõe

s ob

riga-

tória

s fo

ram

col

ocad

as to

das

na p

arte

de

trás

do

prod

uto,

se

mpr

e de

man

eira

org

aniz

a-da

sem

sob

repo

r nen

hum

a im

agem

, em

um

box

de

cora

do d

e m

anei

ra

sim

ples

.

CR

IAD

OR

Um

a br

eve

apre

-se

ntaç

ão d

a hi

stó-

ria e

do

cria

dor e

m

conj

unto

de

sua

caric

atur

a.

Ob

serv

ar |

mu

ito

alé

m d

o o

lhar

rev

ista

Bo

rra!

terr

a da

gar

oa,

do c

afé

e de

múl

tipl

as

cultu

ras.

Um

a ci

dade

mov

ida

pela

cor

reria

da

rotin

a e

pelo

rit-

mo

puls

ante

das

pes

soas

. A

ndar

pe

lo c

entr

o de

São

Pau

lo é

sem

pre

uma

expe

riên

cia

inte

ress

ante

, po

is c

ada

vez

que

pass

amos

pe

las

ruas

, pe

rceb

emos

co

isas

dife

rent

es.

Lar

go

de

São

Ben

to

São

Pau

lo

Com

eçam

os o

dia

ced

o, n

ove

e m

eia

nos

en-

cont

ram

os n

o m

etro

e a

s de

z sa

ímos

na

esta

-çã

o São

Ben

to e

já n

os d

epar

amos

com

mos

tei-

ro h

omôn

imo.

Mes

mo

em u

m fer

iado

, o c

entr

o ai

nda

tem

alg

um m

ovim

ento

. Ven

dedo

res

am-

bula

ntes

, tra

balh

ador

es e

pes

soas

pas

sean

do fa

-ze

m p

arte

da

pais

agem

do

luga

r. M

oste

iro d

e S. Ben

to, um

dos

mai

s im

port

an-

tes

edifí

cios

his

tóric

os d

e São

Pau

lo, c

omeç

ou a

ser

co

nstr

uído

em

191

0, e

foi

inau

gura

do q

uatr

o an

os d

e-po

is, f

oi n

esse

mos

teiro

que

o P

apa

Ben

to X

VI s

e ho

sped

ou

em m

aio

de 2

007 (s

ua p

rimei

ra v

isita

ao

Bra

sil).

Con

tinu

amos

pel

o vi

adut

o San

ta If

igên

ia e

obs

erva

mos

a c

idad

e a

noss

a vo

lta. A

o fu

ndo

da p

aisa

gem

, avi

stam

os u

ma

cont

ribui

ção

para

a c

idad

e do

s ar

tista

s O

s G

êmeo

s. O

s G

êmeo

s - O

távi

o e

Gus

-ta

vo P

ando

lfo, na

scid

os n

o ba

irro

do C

ambu

ci, co

meç

aram

a

faze

r gra

fite

em 1

987. O

s tr

abal

hos

dele

s já

est

ão e

m v

ário

s ca

ntos

do

mun

do, j

á pi

ntar

am tam

bém

a fac

hada

da

Tate

M

oder

n (n

a In

glat

erra

). O

s do

is s

ão u

m d

os re

spon

sáve

is

por le

var o

graf

ite

para

as

gale

rias

de tod

o m

undo

.N

o m

esm

o vi

adut

o pa

ssam

por

nós

um

a pe

dala

da

(gru

po g

rand

e de

cic

lista

s qu

e se

enc

ontr

am

para

and

ar d

e bi

cicl

eta

por São

Pau

lo,

com

eçou

por

vol

ta d

e 2002).

2

3

Red

ação

de

Vic

tor Va

ssim

on

Mos

teiro

de

São

Ben

to

Via

duto

San

ta If

igên

ia

Vis

ão d

o V

iadu

to S

anta

Ifig

ênia

Ob

serv

ar |

mu

ito

alé

m d

o o

lhar

rev

ista

Bo

rra!

A ú

ltim

a pa

rada

foi o

Bai

r-ro

da

Libe

rdad

e. É

o lo

cal o

nde

con-

cent

ra m

aior

num

ero

de ja

pone

ses

do m

undo

, tir

ando

o J

apão

. A p

rese

nça

dos

imig

rant

es ja

pone

ses

co-

meç

ou e

m 1

912, p

ois

era

um b

airr

o ce

ntra

l e e

ra fác

il se

loco

mov

er a

os lo

cais

de

tra

balh

o a

part

ir de

le. A

os p

ouco

s as

ativ

idad

es c

omer

ciai

s su

rgira

m, c

omo

uma

hosp

edar

ia lo

cal e

um

a ca

sa q

ue fa

zia

tofu

. Nos

ano

s 30 já

con

tava

m

por vo

lta d

e do

is m

il ja

pone

ses

na c

idad

e de

São

Pau

lo.

A for

te p

rese

nça

cultur

al o

rient

al n

os tra

nspo

rta

para

o p

aís

de

orig

em, a

li é

poss

ível

exp

erim

enta

r est

ar n

o Ja

pão.

Um

a ca

-ra

cter

ístic

a m

arca

nte

do lu

gar s

ão o

s m

erca

dinh

os q

ue

vend

em p

rodu

tos

e co

mid

as tí

pica

s or

ient

ais

e as

lo

jas

de a

nim

es q

ue o

Sog

o Pl

aza

poss

ui.

Todo

dom

ingo

o re

aliz

adas

as

fam

osas

fei

ras

da L

iber

-da

de e

todo

ano

con

tam

com

qua

-tr

o fe

stas

típ

icas

seg

undo

o c

alen

dário

Jap

onês

.Itál

ia, Fr

ança

, In

glat

erra

, Es

panh

a, E

stad

os U

ni-

dos,

Jap

ão, e

nfim

, São

Pau

lo é

um

a m

istu

ra d

e um

a in

finid

ade

de c

ultu

ras.

Nes

sa m

atér

ia a

pena

s an

da-

mos

pel

a re

gião

cen

tral

, mas

São

Pau

lo é

mui

to m

ais

que

isso

. Tem

os a

Ave

nida

Pau

lista

, o b

airr

o do

Be-

xiga

, a E

staç

ão d

a Lu

z e

uma

infin

idad

e lu

gare

s. T

o-do

s el

es c

ontr

ibuí

ram

com

a c

ultu

ra p

aulis

ta e

tive

ram

seu

luga

r na

his

tória

da

cida

de.

Na

praç

a on

de p

ossu

i a

imen

sa c

ated

ral, h

á vá

-rias

rod

as d

e ap

rese

nta-

ções

de

artist

as d

e ru

a,

entr

e el

es m

úsic

os, es

tá-

tuas

móv

eis,

mal

abar

ista

s e

algu

ns p

asto

res

expr

es-

sand

o su

a fé

tam

bém

faz

em

part

e de

ssa

mis

celâ

nea.

Mas

a

tem

alg

o de

mis

terios

o, c

omo

por

exem

plo,

des

enho

s qu

e fica

m n

as p

al-

mei

ras

que

leva

m p

ara

a en

trad

a da

ca

tedr

al, qu

e ce

rtam

ente

não

é

arte

de

graf

ite.

Lar

go

do

Caf

éP

raça

da

Lib

erd

ade

São

Pau

lo é

is

so,

uma

mis

tura

he

tero

gêne

a de

cul

tura

s qu

e, a

pesa

r de

sua

s di

fe-

renç

as v

iram

um

a so

luçã

o,

porq

ue e

las

func

iona

m

entr

e si

de

form

a in

igua

láve

l.

Part

imos

em

direç

ão a

Rua

Boa

Vis

ta, pa

ra d

e-po

is e

ntra

r no

Larg

o do

Caf

é, e

sse

nom

e é

atrib

u-íd

o, p

ois

na é

poca

das

gra

ndes

faze

ndas

de

café

, es

se e

ra o

loca

l de

enco

ntro

par

a co

mpr

a e

vend

a de

caf

é, a

li se

diav

a ta

mbé

m a

bol

sa d

o ca

fé, o

nde

mai

s ta

rde

seria

a B

olsa

Mer

cant

il.

Essa

reg

ião

do c

entr

o te

m u

m v

alor

his

tórico

-cul

-tu

ral a

ltís

sim

o pa

ra S

ão P

aulo

. Tod

a ci

dade

foi

con

s-tr

uída

em

vol

ta d

o Pá

tio

do C

olég

io, S

é, L

argo

de

São

Ben

to e

Lar

go d

o C

afé.

A c

idad

e fo

i cre

scen

do, s

em p

la-

neja

men

to n

enhu

m, de

for

mal

rad

ial,

não

resp

eita

ndo

seus

lim

ites

e d

esaf

iand

o a

esté

tica

. É fác

il de

per

cebe

r is

so, a

pena

s ob

-se

rvan

do u

m p

ouco

a a

rqui

tetu

ra d

o ce

ntro

. Ape

sar do

con

tras

te, i

sso

faz

part

e da

his

tória

de S

ão P

aulo

, en

riqu

ecen

do-a

cad

a ve

z m

ais.

O

inte

ress

ante

des

sa c

idad

e pu

lsan

te é

pod

er fa

zer p

arte

de

um c

on-

junt

o m

isto

de

cultu

ras,

a s

ensa

ção

de e

star

em

vár

ios

luga

res

ao

mes

mo

tem

po.

Alg

o qu

e po

dem

os n

otar

na

popu

laçã

o pa

ulis

-ta

, é u

m g

osto

de

quer

er c

onhe

cer m

ais

a su

a ci

dade

. Vim

os

mui

tas

pess

oas

anda

ndo

pelo

cen

tro,

pas

sean

do e

tira

n-do

var

ias

foto

s. C

onve

rsam

os c

om e

las,

a m

aior

ia d

i-zi

a qu

e po

r se

r um

fer

iado

e q

ue e

les

apen

as q

ue-

riam

sai

r pe

las

ruas

de

São

Pau

lo e

con

hece

r um

pou

co m

ais

de s

ua c

idad

e.

25

Larg

o do C

afé

Cat

reda

l da

Bairro da Liberdade

Jardim Japonês

Larg

o do ca

Ob

serv

ar |

mu

ito

alé

m d

o o

lhar

rev

ista

Bo

rra!

27

Des

igne

r, t

ipóg

rafo

e p

rofe

ssor

, na

scid

o na

cid

ade

de S

ão P

aulo

. H

oje,

um

dos

pro

fiss

iona

is m

ais

bem

su

cedi

dos

no m

erca

do d

a tipo

graf

ia.

Poss

ui d

ois

trab

alho

s re

gist

rado

s na

ITC

, In

tern

atio

nal Ty

pefa

-ce

Cor

pora

tion

. Ta

mbé

m é

rep

rese

ntan

te d

o Bra

sil

na A

Typl

, A

ssoc

iation

Typ

ogra

phiq

ue In

tern

atio

nale

,

e ta

mbé

m é

idea

lizad

or e

edi

tor

da T

upig

rafia

e da

Ti

poita

lia. N

ós d

a re

vist

a Bor

ra fom

os a

o Sen

ai, o

nde

fom

os m

uito

bem

rec

ebid

os n

a O

TSP,

a c

onhe

cida

O

fici

na T

ipog

rafica

São

Pau

lo, po

r na

da m

enos

que

M

arco

s M

elo

e C

laud

io R

ocha

, o ú

ltim

o qu

e no

s ce

deu

uma

entr

evis

ta e

xclu

siva

.

aLÉ

mD

A

LeT

rA

Eu

so

u u

mA

mis

Tu

rA

. D

e um

lado

ital

iano

- m

eu p

ai é

filh

o de

ital

iano

, te

nho

até

cida

dani

a ital

iana

. E

do la

do d

a m

inha

mãe

, in

glês

. E

do la

do d

a m

eu

avô

mat

erno

, por

tugu

ês.

Voc

ê po

ssui

alg

uma

desc

endê

ncia

ou

ligaç

ão im

igra

nte?

Qua

l?

Exis

te a

lgum

a in

fluê

ncia

des

sa d

esce

ndên

cia

ou d

e ou

tra

cultu

ra n

o se

u tr

abal

ho?

Até

alg

uns

anos

atr

ás n

ão. A

gent

e so

freu

um

a in

flue

n-

cia

mui

to g

rand

e pe

lo c

inem

a,

pela

indú

stria

cul

tura

l am

eric

ana

que

era

uma

form

a de

impe

rialis

-

mo.

Mas

sem

pre

gost

ei d

e de

s-

cobr

ir ou

tras

cul

tura

s, o

utra

s fo

r-

mas

de

expr

essã

o, m

esm

o aq

ui

E so

bre

a Tip

oita

lia?

O p

roje

to e

m s

i A Ti

poitá

lia, d

e ce

rta

man

eira

é u

ma

Tupi

graf

ia it

alia

na. C

laro

que

exi

stem

alg

umas

dife

renç

as, o

tem

a só

trat

a d

e ti

po

gra

fia

ital

ian

a,

não

fala

o q

ue a

cont

ece

fora

da

Itál

ia, e

m h

ipót

ese

nenh

uma.

E é

um

a re

vist

a bi

língü

e,

entã

o eu

nun

ca ti

nha

trab

alha

do c

om u

m p

roje

to e

dito

rial q

ue ti

nha

que

acom

odar

text

os

em d

uas

língu

as. Fo

i um

a ex

periê

ncia

nov

a e

pra

mim

foi

mui

to fác

il fa

zer po

rque

eu

tive

a fa

cilid

ade

de ter

um

a am

iga

que

havi

a tr

abal

hand

o co

mig

o em

out

ra e

mpr

esa

na

Ale

man

ha, a

Lyn

otyp

e, q

ue s

e m

udou

pra

Itál

ia. S

aíra

m d

ois

núm

eros

enq

uant

o eu

mor

ei

lá, u

m p

or a

no. E

ago

ra e

u es

tou

trab

alha

ndo

no ter

ceiro

. Que

dev

e sa

ir an

o qu

e ve

m.

no B

rasi

l e n

a A

mér

ica

Latin

a. H

á

três

ano

s e

mei

o ou

qua

tro

eu fu

i

mor

ar n

a Itál

ia, i

sso

influe

ncio

u

dire

tam

ente

no

meu

tra

balh

o.

Mas

as

raíz

es b

ra-

sile

iras

são

mu

i-to

fo

rtes

, es

sa é

min

ha

orig

em.

Ediç

ão u

m e

doi

s da

tip

oita

lia

Ob

serv

ar |

mu

ito

alé

m d

o o

lhar

rev

ista

Bo

rra!

29

De

onde

sur

giu

o in

tere

sse

pela

tip

ogra

fia?D

esde

peq

ueno

eu

gost

o de

des

enha

r as

cois

as q

ue

me

inte

ress

avam

. A c

ada

mom

ento

da

min

ha v

ida.

Qua

ndo

eu e

ra b

em p

eque

no d

esen

hava

os

pers

ona-

gens

do

Wal

t D

isne

y, d

epoi

s

com

ecei

a d

esen

har ca

r-ro

s d

e c

orr

ida

,

band

a de

rock

, dep

ois

mul

her

pela

da,

foi

prog

redi

ndo

de

acor

do c

om a

idad

e. E

qua

ndo

eu c

omec

ei a

des

enha

r car

ros

de c

orrida

, ha

viam

os

patr

o-

cíni

os, o

s lo

gotip

os n

o m

aca-

cão,

nos

car

ros,

no

capa

cete

dos

pilo

tos.

E e

u co

mec

ei a

Eu n

ão c

onsi

go e

nxer

gar.

São

Pau

lo é

um

gra

nde

cent

ro, u

ma

met

rópo

-

le, q

ue tem

ofe

rta

de q

ualq

uer t

ipo

de s

ervi

ço, d

e pr

opos

tas

cultu

rais

,

trib

os

de

tod

os

os

tip

os.

Qua

l a im

port

ânci

a da

tip

ogra

fia e

m S

ão P

aulo

?

Qua

l o in

tuito

orig

inal

da

Ofic

ina

Tipo

gráf

ica

São

Pau

lo a

o id

ealiz

á-la

inic

ialm

ente

?

Pre

serv

ar

a c

ult

ura

grá

fic

a b

rasi

leir

a.

A g

ente

mai

s do

que

um

mus

eu, um

a pr

opos

ta m

useo

lógi

ca d

e pr

eser

var

os e

quip

amen

tos,

é faz

er u

ma

ofic

ina

viva

. Pr

eser

var o

conh

ecim

ento

, os

técn

icos

que

tra

balh

avam

nes

se s

iste

ma,

que

hoj

e em

dia

est

á su

pera

do

tecn

olog

icam

ente

, a g

ente

est

á em

um

a ge

raçã

o al

ém, a

ntes

des

sa d

igita

l,

que

vive

mos

hoj

e, h

ouve

um

a ge

raçã

o fo

togr

áfic

a el

etrô

nica

, dos

fot

olito

s,

da im

pres

são

offs

et e

, ant

es d

ela,

a tip

ográ

fica.

Ent

ão e

stam

os fa

land

o de

dua

s ge

raçõ

es a

nter

iore

s. E

ess

e co

nhec

imen

to e

stá

se p

erde

ndo,

não

tem

mai

s ta

ntos

téc

nico

s, o

s tipó

graf

os e

stão

se

apos

enta

ndo,

alg

uns

já e

stão

mor

rend

o. E

mai

s do

que

pre

serv

ar e

sse

equi

pam

ento

que

est

á

send

o su

cate

ado,

der

retido

par

a ve

nder

por

qui

lo, a

gen

te p

rese

rva

esse

con

heci

men

to. E

ssa

é no

ssa

prin

cipa

l mis

são.

Tip

ogra

fia

é ao

mes

mo

tem

po c

iênc

ia e

art

e, s

e a

gent

e im

agin

ar

que

do m

esm

o je

ito q

ue e

stam

os v

iven

do h

oje

a co

mpu

taçã

o gr

áfic

a;

exis

te a

tip

ogra

fia

digi

tal.

Na

gera

ção

tecn

ológ

ica

ante

rior

a g

ente

tinha

off

set

, o s

iste

ma

elet

rôni

co, e

xist

ia a

fot

ocom

posi

ção,

era

um

proc

esso

fot

ográ

fico

e e

letr

ônic

o. E

ntão

tod

a qu

estã

o té

cnic

a es

alin

hada

ou

está

det

erm

inad

a pe

lo p

adrã

o es

tétic

o. V

ocê

vai c

riar u

ma

cois

a de

aco

rdo

com

a n

eces

sida

de o

u as

pos

sibi

lidad

es d

o si

stem

a.

Hoj

e em

di

a, a

gent

e co

nseg

ue no

pl

ano

digi

tal, no

op

en

type

, fa

zer

text

os,

font

es c

alig

ráfica

s qu

e te

m c

arac

tere

s co

n-

text

uais

, qu

e va

riam

de

ac

ordo

co

m a

posi

ção

dele

na

pa

-

lavr

a. I

sso

não

dava

pra

faz

er n

em a

ntes

de

ter

um f

orm

a-

to op

en ty

pe!

Tin

ha qu

e fa

zer

na m

ão ou

no

co

mpu

tado

r.

Ho

je e

m d

ia o

s re

cu

rso

s sã

o r

ea

l-m

ente

fan

tást

ico

s. E

ntão

qua

ndo

você

cria

, cria

de

acor

do c

om e

ssas

pos

sibi

lidad

es téc

nica

s qu

e o

sist

ema

te o

fere

ce.

Ao

mes

mo

tem

po, a

com

plex

idad

e do

des

ign

gráf

ico,

hoj

e, e

da

co-

mun

icaç

ão v

isua

l, le

vou

a um

a se

gmen

taçã

o. V

ocê

pode

cria

r um

a

font

e ex

clus

iva

para

jorn

al c

om c

arac

terís

ticas

esp

ecífi

cas;

out

ra p

ara

web

, out

ra p

ara

revi

sta,

out

ra p

ara

com

unic

ação

vis

ual.

Cad

a um

com

cara

cter

ístic

as d

e us

o, q

ue v

ão flu

ir e

dete

rmin

ar a

form

a da

s le

tras

, o

dese

nhar

letr

a. Is

so c

ham

ou a

ten-

ção

porq

ue é

difíc

il de

senh

ar p

er-

feita

men

te. E

logo

dep

ois

eu e

ntre

i

em u

m g

rupo

de

teat

ro n

o co

légi

o,

fiz

o jo

rnal

do

grup

o e

com

ecei

a

diag

ram

ar o

jorn

alzi

nho,

ent

ão n

a-

tura

lmen

te m

e en

caix

ei e

m u

ma

empr

esa

e já

com

ecei

a a

tuar

pro

fis-

sion

alm

ente

, com

17 a

nos.

Dep

ois,

prof

issi

onal

men

te, eu

ent

endi

que

é um

a m

atér

ia-p

rima

fund

amen

tal

para

o d

esig

n gr

áfic

o. E

ntão

com

e-

cei a

pes

quis

ar, es

tuda

r, p

ratica

r,

aplic

ar e

a u

sar d

e fa

to a

tip

ogra

fia.

espa

çam

ento

, a c

onst

ruçã

o, a

est

rutu

ra d

o al

fabe

to. E

ntão

, ess

e é

um

dete

rmin

ante

. Por

out

ro la

do, t

em to

da a

her

ança

cul

tura

l no

ocid

ente

,

da e

volu

ção

da le

tra

no a

lfabe

to la

tino

que

você

pod

e va

riar ba

stan

te

sem

des

cara

cter

izar

aqu

ele

sign

o, p

ara

que

poss

a se

r de

codi

fica

do

e lid

o. M

as a

o m

esm

o te

mpo

, voc

ê te

m u

sos

com

o a

tipo

graf

ia q

ue

a ge

nte

cham

a ic

onoc

last

a, e

xper

imen

talis

ta, qu

e fa

z ab

usos

na

le-

gibi

lidad

e, q

ue q

ualif

icam

e q

ue d

ão u

ma

expr

essi

vida

de p

ara

aque

la

font

e, p

ara

aque

le a

lfabe

to. D

epen

de

do

co

nte

xto

, v

oc

ê p

od

e a

pli

ca

r u

ma

fo

nte

ma

is

exp

erim

enta

l. En

tão

é um

a ev

oluç

ão e

m d

uas

dire

ções

,

tant

o té

cnic

a qu

ando

con

ceitu

al. V

ocê

pode

r ex

plor

ar e

stet

icam

ente

,

tend

o po

ssib

ilida

des

técn

icas

bem

ava

nçad

as.

Alé

m d

os p

adrõ

es téc

nico

s, o

que

é n

e-

cess

ário

par

a co

nstr

uir u

ma

tipog

rafia

?

Mus

tang

dos

ano

s 70

Oficina Tipográfica São Paulo

Cla

udio

Roc

ha

31

Ob

serv

ar |

mu

ito

alé

m d

o o

lhar

rev

ista

Bo

rra!

31

A tipo

graf

ia a

té o

sur

gim

ento

da

publ

icid

ade

ti-

nha

a ob

riga

ção

de s

er n

eutr

a, d

e nã

o ch

amar

aten

ção

para

si. E

la e

ra a

pena

s um

veíc

ulo

de c

onte

údo,

o l

eit

or

tin

ha

q

ue

p

ass

ar

pel

a t

ipo

gra

fia

sem

n

enh

um

tip

o d

e ru

-íd

o. E

ntão

eu

não

cons

igo

ver um

a

alm

a na

tip

ogra

fia, u

ma

tipog

rafia

com

expr

essã

o. E

stá

mui

to li

gado

à t

raje

-

tória

do a

utor

da

font

e. S

e pe

gar, p

or

exem

plo,

as

font

es d

o E

ric

Gil

l, qu

e an

tes

de e

ntra

r no

mun

do d

a tipo

-

graf

ia e

ra u

m e

scul

tor,

um a

rtis

ta m

uito

O q

ue d

efin

e a

alm

a da

tip

ogra

fia?

Na

facu

ldad

e, q

uais

art

ista

s, d

esig

ners

te

insp

irava

m? Ent

ão u

m d

os p

rimei

ros

que

me

cham

ou m

uito

a a

tenç

ão, q

ue fu

i fu

nd

o

pa

ra c

on

he

ce

r a

ob

ra f

oi

o t

rab

alh

o d

e V

icto

r B

rech

eret

, um

esc

ulto

r ital

iano

que

se

inst

alou

em

São

Paul

o e

que

fez

uma

quan

tida

de e

norm

e de

esc

ultu

ras

aqui

na

cida

de, d

e pe

ças

pequ

enas

. Mas

de

man

eira

ger

al e

u go

stav

a m

uito

de

liter

atur

a, m

uito

de

ler.

Eu

dese

nhav

a m

uito

. O M

ilton

Gla

iser

foi

um

dos

prim

eiro

s ar

tista

s gr

áfic

os q

ue m

e

inte

ress

ei. L

ia m

uita

his

tória

em

qua

drin

hos,

aqu

ele

pess

oal d

o M

étal

Hur

lant

, da

Hea

vy M

etal

ver

são

amer

ican

a. m

oeb

ius,

toda

aqu

ela

gera

ção,

incl

usiv

e

o A

lain

Vos

s, q

ue e

ra u

m d

os d

esen

hist

as, f

oi u

m g

rand

e am

igo

meu

, ele

vol

tou

para

o B

rasi

l alg

uns

anos

dep

ois.

Ess

e pe

ssoa

l dos

qua

drin

hos

era

mui

to for

te.

Eu fiz

qua

drin

hos

tam

bém

... E

ntão

, que

eu

me

lem

bre,

for

am e

sses

.

cons

agra

do e

val

oriz

ado

na In

glat

erra

,

ele

escu

lpia

letr

as. E

ntão

um

dire

tor de

um typ

e fo

undr

y o

conv

idou

par

a fa

zer

uma

font

e tip

ográ

fica

- e e

le s

im a

dora

va

desa

fios

, ac

eito

u. E

ntão

tod

a a

visã

o

que

ele

tinha

, a id

eia

dele

a re

spei

to d

o

que

deve

ria s

er u

ma

tipog

rafia

bas

eada

na e

xper

iênc

ia c

omo

calíg

rafo

e c

omo

escu

ltor el

e fo

i ent

ende

ndo,

est

udan

do

e ad

apta

ndo

com

um

a vi

são

artíst

ica

e té

cnic

a ao

mes

mo

tem

po, e

fez

um

conj

unto

de

font

es q

ue tem

per

sona

li-

dade

. En

tão

faz

mai

s se

ntid

o fa

lar em

pers

onal

idad

e da

font

e do

que

em

alm

a.

Trab

alho

de

Dim

itre

Lim

a, p

ara

ediç

ão d

a tu

pigr

afia

Proj

eto

tipo

gráf

ico

de C

laud

io R

ocha

Eric

Gill

Gill

San

s

Art

e de

Moe

bius

Art

e de

Vic

tor Bre

cher

et

Ob

serv

ar |

mu

ito

alé

m d

o o

lhar

rev

ista

Bo

rra!

33

Sob

re s

eu tra

balh

o co

mo

artist

a pl

ástico

, com

o en

-

cara

ess

e m

eio

de e

xpre

ssão

em

rela

ção

ao d

esig

n?O

desi

gner

grá

fico

é u

m t

écni

co.

Eu o

cha

mo

de t

radu

tor vi

sual

,

o qu

e o

mob

iliza

não

é n

enhu

m t

ipo

de in

quie

taçã

o ne

m t

ipo

de v

onta

de

de e

xpre

ssar

alg

uma

cois

a. É

um

a ne

-

cess

idad

e m

erca

doló

gica

do

clie

nte.

Você

est

á lá

, com

prou

seu

Mac

into

sh,

fez

seu

site

zinh

o, c

ai lá

um

clie

nte.

O

cara

que

r qu

e vo

cê faç

a um

neg

ocio

,

você

vai

lá e

faz.

O tra

balh

o nã

o é

teu,

é de

le. V

ocê

é um

téc

nico

, voc

ê nã

o é

um a

rtis

ta. Voc

ê us

a um

a lin

guag

em

visu

al c

omo

um re

dato

r usa

um

a fo

rma

de e

xpre

ssão

pel

o te

xto.

Voc

ê fa

z um

negó

cio

que

você

ach

a o

máx

imo,

o

cara

vai

lá e

põe

o d

edo.

“N

ão, nã

o,

tira

isso

. Põe

ver

mel

ho”,

voc

ê va

i faz

er

o qu

ê? V

ai p

ôr v

erm

elho

! En

tão

que

artist

a é

esse

?

Nas

ar

tes

plás

tica

s o

q

ue

mo

ve

o a

rtis

ta é

a

sua

in

qu

ieta

çã

o,

é a

nece

ssid

ade

de tra

balh

ar c

om a

cria-

Com

o vo

cê e

ncar

a o

expe

rimen

talis

mo

atra

vés

do

trab

alho

man

ual n

a cr

iaçã

o de

font

es e

tam

bém

na il

ustr

ação

e n

ão a

trav

és d

e m

eios

con

ven-

cion

ais

– rég

ua, e

squa

dro,

etc

.?

Rég

ua e

esq

uadr

o es

tão

mei

o su

pera

-

dos

porq

ue, ho

je e

m d

ia c

om o

com

-

puta

dor,

você

não

peg

a m

ais

ness

e tip

o de

ferr

amen

ta, m

as o

tra

balh

o or

gâni

co, tr

a-

balh

o liv

re, o

nde

o ge

stua

l con

ta, e

u go

sto

mui

to, eu

ach

o qu

e é

perf

eito

. D

entr

o da

-

quel

a pe

rspe

ctiv

a, q

ue à

s ve

zes

mov

e os

artist

as d

e m

anei

ra g

eral

em

ser

origi

nal.

Um

am

igo

meu

, K

iko

Fa

rka

s,

cham

ou a

ate

nção

par

a is

so. El

e qu

estio-

na:

“o q

ue é

ser

origi

nal?

”, e

o a

rtis

ta é

mov

ido

por is

so. T

em q

ue s

er d

ifer

ente

, ou

Ain

da n

essa

que

stão

dos

exp

erim

enta

lism

os, qu

al

é a

impo

rtân

cia

em u

tiliz

ar s

upor

tes

e fe

rram

enta

s

dife

renc

iada

s na

cria

ção

de u

m p

roje

to ti

pogr

áfic

o –

com

o es

tênc

il, c

anet

as b

ics,

tub

os d

e tin

ta à

mão

livr

e, e

tc.?É um

a po

ssib

ilida

de a

mai

s, n

ão fic

ar p

reso

em

um

a té

cnic

a só

. Com

bina

r té

cnic

a. A

gent

e vi

ve h

oje

em u

ma

era

da c

ombi

naçã

o: tud

o é

poss

ível

, par

ece

que

tudo

já foi

feito

, en

tão

a ge

nte

fica

liga

ndo

os p

onto

s. C

omo

dizi

a Ste

ve J

obs:

“é

prec

iso

cone

ctar

os

pont

os”,

e d

e re

pent

e vo

cê ju

nta

o sa

mba

e o

hip

-hop

, va

i dar

tem

pero

dife

rent

e. P

egar

um

a ca

neta

Bic

co

m a

qu

arel

a...U

ma

artis

ta q

ue tra

balh

a co

m e

lem

ento

s re

cicl

ados

, é o

que

ele

enc

ontr

a, n

aque

le

mom

ento

, ag

ora

aque

le c

ara

que

só tra

balh

a co

m m

ater

ial i

mpo

rtad

o, v

ai ter

um

res

ulta

do p

revi

síve

l den

tro

daqu

ela

técn

ica.

o c

ara

qu

e v

ai

ter

à d

isp

osi

ção

del

e co

isas

imp

rov

ávei

s e

casu

ais,

nem

ele

sab

e.

com

petitivo

, é p

rest

ar

ate

n-

çã

o n

as

sua

s o

rig

en

s.

isso

é s

er

ori

gin

al.

É t

er

uma

refe

rênc

ia p

esso

al e

olh

ar p

ara

ela

e ti-

rar d

essa

s re

ferê

ncia

s a

sua

visã

o. E

u te

nho

mui

to d

isso

: ter

um

a lib

erda

de. E

prin

cipa

l-

men

te tra

balh

ar c

om o

ele

men

to

surp

resa

, se

r su

rpre

ende

nte.

Isso

é um

a co

isa

que

você

tem

que

est

ar c

om a

men

te a

bert

a, e

xpan

dir s

ua c

onsc

iênc

ia p

ara

não

fica

r na

s no

rmas

do

sens

o co

mum

. É

um e

xerc

ício

que

eu

faço

mui

to, nã

o ol

har

as c

oisa

s em

ter

mos

ext

erio

res,

é p

rocu

rar

ente

nder

e e

nxer

gar a

ess

ênci

a. É

um

exe

rcí-

cio

que

me

prop

onho

. Se

você

faz

isso

voc

ê

se m

ovim

enta

com

mui

to m

ais

faci

lidad

e.

ção,

e s

e in

sere

no

mer

cado

com

er-

cial

men

te. O

car

a va

i ter

o m

erch

an

- um

gal

eris

ta - e

vai

ven

der pa

ra u

m

cole

cion

ador

. O a

rtis

ta c

oloc

a um

dad

o

pess

oal m

uito

mai

s pr

ofun

do. E

ntão

eu

não

sou

artis

ta p

lást

ico

ness

e se

ntid

o,

porq

ue p

rofiss

iona

lmen

te e

u nã

o es

-

tou

inse

rido,

não

ten

ho m

erch

an n

em

um c

olec

iona

dor. E

u t

en

ho

u

m t

rab

alh

o g

ráfi

-co

qu

e es

tá li

gad

o à

m

inh

a v

on

tad

e em

ex

pre

ssar

e e

xp

eri-

me

nta

r co

m a

téc

nica

do

de-

senh

o, d

a im

pres

são

e da

gra

vura

. E

eu e

stou

indo

na

dire

ção

de m

e in

serir

no m

erca

do v

ende

ndo

obra

s de

art

e

tipog

ráfic

as, q

ue é

um

a co

isa

que

não

tem

com

mui

ta fre

quên

cia.

O q

ue e

stá

me

mov

imen

tand

o é

a m

inha

vis

ão d

e

mun

do, s

ão m

eus

inte

ress

es e

m re

la-

ção

a es

sa li

ngua

gem

, o re

sulta

do d

ela

é m

uito

circ

unst

anci

al.

Art

e de

Kik

o Fa

rkas

Art

e de

Cla

udio

Roc

ha

Ob

serv

ar |

mu

ito

alé

m d

o o

lhar

rev

ista

Bo

rra!

35

Para

enc

erra

r...

Voc

ê go

sta

de F

eijo

ada

Ligh

t?

Gos

tava

! [ris

os]

Eu p

or m

otiv

os d

e fo

rça

mai

or e

u es

tou

pass

ando

long

e de

car

ne. M

as o

bar

ato

de

faze

r fon

te é

dar

o n

ome m

ais

div

erti

do

inv

enta

r o

no

me

do

qu

e fa

zer

a fo

nte

mes

mo

!

Qua

is a

spec

tos

pess

oais

se

refle

tem

no

seu

trab

alho

?

Ver

de n

ão é

um

a co

r qu

e eu

não

ten

ho m

uita

afini

dade

.

A g

ente

est

á fa

land

o de

gos

to, en

tram

os e

m u

ma

esfe

ra

da q

uest

ão s

ubje

tiva

da a

rte.

Ent

ão e

u di

ria q

ue 1

00

% d

o

meu

trab

alh

o é

pes

soal

. refl

etem

m

inh

as

esco

lha

s. r

eflet

e m

inh

a v

isão

de

mu

nd

o, o

mom

ento

que

est

ou v

iven

do,

meu

est

ado

de e

spíri

to. O

meu

pon

to d

e vi

sta

em re

laçã

o aq

uele

assu

nto.

A li

ngua

gem

que

eu

esco

lho

tem

a h

aver

com

min

ha

perc

epçã

o de

com

o a

com

unic

ação

pod

e ac

onte

cer.

Entã

o é

ori-

gina

l no

sent

ido

que

está

liga

do a

o m

eu tra

balh

o in

divi

dual

. Mas

eu n

ão o

vej

o co

mo

um tra

balh

o pl

ástic

o, e

le é

mai

s gr

áfic

o, q

ue

lida

mui

to m

ais

com

os

proc

esso

s de

impr

essã

o e

repr

oduç

ão.

Entã

o é

raro

eu

pint

ar u

ma

tela

, eu

não

me

sint

o à

vont

ade.

En-

tão

esse

tra

balh

o ar

tístic

o es

tá li

gado

à m

inha

exp

eriê

ncia

com

o

artist

a gr

áfic

o, c

omo

dese

nhis

ta. São

as

duas

áre

as q

ue m

ais

me

reco

nheç

o.

Com

o o

Des

ign

influ

enci

ou a

sua

vid

a?

Bas

tant

e. E

u nã

o fiz

facu

ldad

e de

des

ign

gráf

ico,

por

isso

eu

falo

que

sou

auto

dida

ta. E

a v

anta

gem

de

ter fe

ito e

scol

a é

que

eu fiz

min

has

esco

lhas

,

no s

entido

de

me

inte

ress

ar p

or d

eter

min

ado

mov

imen

to a

rtís

tico

ou

cultur

al.

Entã

o eu

con

segu

i faz

er u

ma

traj

etór

ia q

ue re

flet

e o

está

gio

que

esto

u ho

je, a

q

ual

idad

e q

ue

eu c

on

sig

o p

rod

uzi

r h

oje

es

tá li

gad

a ao

pro

cess

o to

do

de

form

ação

q

ue

eu t

ive.

A q

ualid

ade

da c

arre

ira e

stá

ligad

a à

qual

idad

e do

pro

-

cess

o. A

s et

apas

for

am a

cont

ecen

do n

atur

alm

ente

, ess

e pr

oces

so e

nriq

ueci

do

por ex

periê

ncia

s. E

ntão

sem

pre

proc

urei

olh

ar is

so.

Trab

alho

de

Cla

udio

Roc

ha

Cla

udio

Roc

ha, O

TSP

Feijo

ada

Ligh

t

Ob

serv

ar |

mu

ito

alé

m d

o o

lhar

rev

ista

Bo

rra!

A C

op

a d

o M

un

do

, alé

m d

o fu

teb

ol,

trás

os

con

hec

ido

s d

esen

ho

s e

pin

tura

s fe

itas

em

mu

ros

e em

asf

alto

s p

or

tod

o o

Bra

sil.

Um

a ar

te ú

nic

a d

o p

ovo

bra

sile

iro

em

qu

e a

nac

ion

alid

ade

é ex

pre

ssa

em a

lgu

mas

pin

cela

das

.

São

Pau

lo fo

i esc

olhi

da p

ara

sedi

ar o

jogo

de

aber

tura

da

copa

de

2014

. C

om m

ais

de 1

5 m

il jo

rnal

ista

s, 5

00 m

il tu

rista

s e

o m

undo

de

olho

em

nos

so p

aís,

a c

apita

l pau

lista

, obs

erva

do a

tent

amen

te p

elo

mun

do in

-te

iro, a

dota

téc

nica

s de

sin

aliz

ação

que

aju

darã

o os

tur

ista

s a

che-

gare

m a

o es

tádi

o e

assi

stir

seu

jogo

, ass

im c

omo

tam

bém

os

ajud

arão

a v

er p

onto

s tu

rístic

os, m

as n

ão é

esse

tip

o de

sin

aliz

ação

que

ter

emos

. Ano

de

copa

do

mun

-do

é m

uito

nor

mal

a v

izin

hanç

a fa

zer aq

ue-

le m

utirã

o e

com

prar

tin

tas

para

pin

-ta

r a

rua.

Em

nos

so p

aís

isso

é

norm

al m

esm

o, m

as e

m

outr

os p

aíse

s nã

o ex

iste

ess

e há

bito

. N

ós b

rasi

leiro

s en

tram

os n

o cl

ima

de

copa

com

tud

o, p

inta

mos

no

ssas

rua

s, p

ared

es, pr

eenc

he-

mos

com

ban

deiri

nhas

de

fest

a ju

nina

, só

que

cla

ro n

as c

ores

de

noss

a se

leçã

o, e

s-cr

evem

os m

ensa

gens

e t

emos

um

gos

to p

articu

-la

r po

r de

senh

ar c

erto

s jo

gado

res,

o m

asco

te d

a co

pa e

é

clar

o o

logo

. N

as rua

s ba

irrist

as d

e São

Pau

lo v

erem

os m

ui-

tos

bras

ileiro

s de

senh

ando

o lo

go d

a co

pa c

om o

utra

s ca

ract

erís

ticas

, ca

ract

erís

tica

s pr

ópria

s da

nos

sa c

ultu

ra e

do

cotidi

ano

da rua

, en

tão,

o só

no

com

erci

o e

na tel

evis

ão, m

as e

m tod

as a

s ru

as d

e ba

irro

da

cida

de e

star

á o

logo

da

copa

de

201

4 c

om tra

ços

dife

renc

iado

s. N

ão é

pr

ecis

o sa

ber de

senh

ar o

u te

r al

gum

con

heci

men

to a

rtís

tico

teó

rico

ou

prát

ico,

é pr

ecis

o am

ar o

esp

orte

e tor

cer po

r su

a na

ção

essa

é a

ver

-da

deira

art

e de

rua

. Dur

ante

s os

jogo

s de

ixam

os a

s ru

as m

arca

das

com

nos

sas

expr

essõ

es e

nqua

nto

nos

reun

imos

na

casa

de

al-

gum

viz

inho

, em

alg

um b

ar o

u re

stau

rant

e, d

evid

amen

-te

car

acte

rizad

os c

om o

clá

ssic

o ve

rde

e am

arel

o,

conf

rate

rniz

amos

e to

rcem

os p

or n

ossa

sel

e-çã

o. M

as m

ais

do q

ue is

so p

ense

mos

so

bre

a co

pa e

m n

ossa

cid

ade,

em

nos

so p

aís,

imag

inem

um

gra

nde

num

ero

de

men

tes

e cu

ltur

as

se

mis

tura

n-do

, o

quan

to t

emos

a

apre

nder

e a

bsor

ver (a

mes

mos

ens

inar

) cul

tura

lmen

te s

ó co

m e

ste

gran

de fe

stiv

al. T

emos

que

pen

-sa

r si

m e

m c

omo

fare

mos

par

a cu

idar

de

500

mil

turis

tas,

mas

o p

rinci

pal é

apó

s a

copa

de

201

4,

após

ess

e um

mês

de

com

petiçã

o, q

uand

o to

dos

os tur

is-

tas

volta

rem

par

a se

us p

aíse

s el

es d

eixa

ram

tra

ços

de s

uas

cultu

-ra

s em

nos

sa c

idad

e, a

trav

és d

o co

nvív

io n

esse

cur

to tem

po ir

emos

ab-

sorv

er s

uas

cultu

ras,

con

hece

rem

os m

usic

as, p

intu

ras,

his

tória

s e

dive

rsas

co

isas

, cul

tura

lmen

te fal

ando

, ter

emos

um

gan

ho im

pagá

vel.

O foc

o nã

o é

a fa

ixa!

é a

typ

e.C

om u

ma

altu

ra-x

exa

-ge

rada

men

te a

lta e

sem

bal

anço

alg

um e

m rel

ação

as

acen

dent

es e

com

um

a en

orm

e irr

egul

arid

ade

nas

barras

de

alg

uns

cara

cter

es a

Nik

e ap

rese

nta

o un

iform

e pa

ra a

te

mpo

rada

de

2011

de

noss

a se

leçã

o. P

ara

as o

limpí

adas

de

201

2 a

Nik

e pr

eten

de la

nçar

um

nov

o un

iform

e.

Po

miC

AD

A C

Am

isA

CA

NA

riN

Ho

37

Red

ação

de

Luis

Sev

ilio

39

Um

olh

ar e

spec

ial s

ob

re o

liv

ro “�

Ceg

uei

ra,

Um

En

saio

, do

dir

eto

r Fe

rnan

do

Mei

rell

es.

‘Em

sín

tese

, um

livr

o q

ue

mai

s vi

são

ao

vis

to e

ao n

ão v

isto

.’ S

ão c

om

ess

as p

alav

ras

qu

e S

ilvin

ha

Mei

relle

s, id

ealiz

ador

a e

resp

onsá

vel p

ela

ediç

ão d

o

text

o, n

os

lan

ça p

ara

as p

ágin

as d

e C

egu

eira

, Um

En

saio

, de

Fern

and

o M

eire

lles

pu

blic

ado

pel

a E

di-

tora

Mas

ter B

ooks

, um

pro

jeto

que

do

cum

enta

e re

-

gis

tra,

do

co

meç

o a

o fi

m, o

des

afio

de

tran

sfo

rmar

‘En

saio

So

bre

a C

egu

eira

’, o

bra

lite

rári

a d

e Jo

sé S

a-

ram

ago,

em

cin

ema,

atr

avés

de

belís

sim

as im

agen

s

e re

lato

s d

o d

iret

or

escr

ito

s d

ura

nte

a p

rod

uçã

o.

Red

ação

de

Cai

o C

ésar

39

O f

ilme,

que

con

ta c

om u

m e

len-

co im

pecá

vel e

com

nom

es c

omo

Dan

ny G

love

r, Ju

liann

e M

oore

, Mar

k Ruf

falo

, A

lice

Bra

ga e

Gae

l Gar

cía

Ber

nal, é

um

a co

-pro

duçã

o Bra

sil-

-Jap

ão-C

anad

á e

uma

das

cond

içõe

s de

Mei

relle

s an

tes

do in

ício

das

fil-

mag

ens,

com

o pa

ulis

ta n

ato,

era

qu

e, a

o m

enos

met

ade

do film

e fo

s-se

rod

ada

em S

ão P

aulo

. O

pro

du-

tor ex

ecut

ivo

Niv

Fic

hman

ace

itou

de

imed

iato

. C

onta

ndo

com

qua

se

a m

esm

a eq

uipe

de

Cid

ade

de D

eus

e ju

nto

com

alg

uns

cana

dens

es, F

er-

nand

o M

eire

lles

emba

rcou

em

um

a jo

rnad

a di

fíci

l, m

as n

ão im

poss

ível

: film

ar E

nsai

o Sob

re A

Ceg

ueira.

E

tudo

est

á es

crito

e re

gist

rado

. A

o le

r os

rela

tos

expo

stos

no

livro

é

clar

a a

impr

essã

o de

est

ar p

rese

n-ci

ando

um

diá

rio, e

não

é po

r ac

aso,

to

dos

os tex

tos

da p

ublic

ação

for

am

traz

idos

de

um b

log

(Blo

g de

Blin

dnes

s) q

ue F

erna

ndo

man

teve

dur

ante

as

film

a-ge

ns,

onde

des

crev

ia c

ada

deta

lhe

do q

ue a

cont

eceu

de

sde

o av

al, o

entu

sias

mo

e a

conf

ianç

a de

Sar

amag

o em

rel

ação

à a

dapt

ação

até

o

térm

ino

da m

onta

gem

fin

al

e a

emoc

iona

nte

proj

eção

do

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e ao

aut

or e

ao

públ

ico.

Tudo

isso

aco

ntec

e em

um

pro

jeto

grá

fico

inte

res-

sant

e, s

impl

es e

maj

esto

so.

Rev

er E

nsai

o Sob

re A

Ceg

ueira

atr

avés

dos

olh

os

de M

eire

lles

e en

xerg

ar d

etal

hes

e sa

cada

s pr

ecio

sas

que

só o

dire

tor pô

de ter

ace

sso

é im

pres

sion

ante

, co

mo

a co

ncen

traç

ão d

e Ju

liann

e M

oore

ao

desa

-ba

r em

lágr

imas

fez

com

que

a p

rodu

ção

se a

pres

-sa

sse

para

roda

r um

a ún

ica

cena

e c

omo,

dep

ois

de

mei

a ho

ra e

inúm

eras

ten

tativa

s, a

atu

ação

já n

ão

tem

mai

s fo

rça

porq

ue a

em

oção

já s

e fo

i. O

u o

de-

safio

de tor

nar os

ato

res

e os

fig

uran

tes

em c

egos

na

tura

is e

leve

s, p

rese

rvan

do a

s pe

rcep

ções

indi

vi-

duai

s da

ceg

ueira

sem

mas

sificá

-las,

leva

ndo-

os à

ex

perim

enta

ção

sens

oria

l atr

avés

do

uso

de v

enda

s em

gru

pos

de d

uas

a qu

atro

hor

as.

o L

iV

ro

o d

iret

or,

Fer

nan

do

Mei

relle

s

A s

imp

lici

dad

e é

sem

pre

mai

s to

can

te.

“”

rev

ista

Bo

rra!

Insp

irar

| n

ov

as m

oti

vaç

ões

41

rev

ista

Bo

rra!

Insp

irar

| n

ov

as m

oti

vaç

ões

E fa

zer co

m q

ue e

ssa

mes

ma

natu

ralid

ade

foss

e vi

vida

em

ce

na s

em a

s ve

ndas

. O

utro

s fa

tos

com

o a

reria-

ção

de A

Par

ábol

a do

s C

egos

, de

Bru

eghe

l nas

loca

ções

de

Mon

tevi

déu

e o

hábi

to d

o di

-re

tor

em r

ecriar

imag

ens

de

obra

s-de

-art

e ta

mbé

m e

stão

, as

sim

com

o su

as ref

erên

-

Ass

im c

om

o a

ob

ra d

e S

aram

ago

, o fi

lme

carr

ega

um

tom

ext

rem

amen

te ín

tim

o e

em

oci

on

al q

ue

é

trad

uzi

do

no

livr

o a

trav

és d

as b

elís

sim

as fo

to-

graf

ias

de A

lexa

ndre

Erm

el e

Ken

Wor

oner

,

qu

e ilu

stra

m c

ada

text

o d

e M

eire

lles

evid

enci

and

o a

sec

o p

ágin

as in

tei-

ras

com

cen

as d

o fi

lme

em d

e-

talh

e, o

trab

alh

o d

a p

rod

uçã

o

enqu

anto

man

ejam

as

câm

e-

ras

ou d

iscu

tem

um

a id

éia,

retr

ato

s, im

agen

s d

o c

e-

nár

io e

das

loca

ções

em

Toro

nto

, M

on

tevi

déu

o P

ro

jE

To

cias

a o

utro

s film

es.

É o

mod

o qu

e M

eire

lles

en-

cont

ra p

ara

hom

enag

ear se

us

ídol

os,

seja

m el

es ar

tist

as

plás

tico

s, rot

eirist

as o

u di

re-

tore

s. É

pos

síve

l pre

senc

iar o

raci

ocín

io d

o di

reto

r ao

man

e-ja

r um

a ce

na e

tod

os o

s se

us

elem

ento

s, c

omo

o m

étod

o da

s qu

atro

câm

eras

.

Film

agem

sob

o v

iadu

to d

o Rio

Pin

heiros

raçã

o su

til d

o se

nsor

ial.

Já n

a ca

pa é

pos

síve

l per

ce-

ber

o tí

tulo

em

bra

ile e

m u

ma

peq

uen

a so

bre

cap

a

qu

e si

mu

la o

vis

or

da

po

rta

do

pri

mei

ro c

asal

qu

e

vem

os

no

film

e (o

s at

ore

s Yu

suke

Isey

a e Y

osh

i-

no

Kim

ura

), e

log

o a

bai

xo a

cap

a d

ura

tod

a

em b

ran

co, a

pen

as c

om

o tí

tulo

em

bai

-

xo-r

elev

o, r

epre

sen

tan

do

exa

tam

ente

o q

ue

a im

agem

su

ger

e: q

ue

enxe

r-

gu

emo

s o

qu

e es

tá a

trás

da

po

rta.

O q

ue

está

po

r tr

ás d

a p

rod

u-

ção

e s

eus

vín

culo

s, s

uas

ima-

gen

s, s

ua

traj

etó

ria.

E é

irô

ni-

co q

ue,

em

um

livr

o q

ue

tem

e S

ão P

aulo

qu

e, a

liás,

perm

anec

e se

mpr

e m

ui-

to p

rese

nte

dev

asta

do

,

iner

te, a

po

calíp

tico

.

Que

m a

ssin

a a

capa

, o p

ro-

jeto

grá

fico

e a

ed

ição

de

imag

em é

a d

esig

ner

Mik

ha

Sed

dig

Jorg

e, q

ue fa

z um

ótim

o

trab

alho

em

opt

ar p

or u

m fo

rmat

o

que

lhe

dá a

bund

ânci

a de

esp

aço

para

a fo

tog

rafi

a e

par

a o

text

o, o

pta

nd

o s

em-

pre

pel

o b

ran

co c

om

o c

or

pri

nci

pal

. Co

ntu

do

,

o m

ais

inte

ress

ante

no

proj

eto

de M

ikha

é a

exp

lo-

“Ceg

uei

ra, U

m E

nsa

io”

de

Fern

and

o M

eire

lles

Ed

ito

ra M

aste

r B

oo

ks, S

ão P

aulo

, Bra

sil

Loca

ções

no

cent

ro d

e São

Pau

lo

com

o te

ma

prin

cipa

l a fa

lta d

e

visã

o, u

m v

iso

r lh

e es

tam

pe

a

cap

a. O

sen

sori

al s

e en

con

tra

pre

sen

te ta

mb

ém e

m a

lgu

mas

pági

nas,

sem

text

o, a

pena

s fo

to-

grá

fica

s, o

nd

e é

po

ssív

el s

enti

r a

chu

va n

a p

on

ta d

os

ded

os

atra

vés

do

ver

niz

so

b o

pap

el, a

ssim

co

mo

a

águ

a es

par

ram

ada

pel

o c

hão

, o r

io P

i-

nh

eiro

s e

det

alh

es c

om

o ja

nel

as d

e vi

dro

,

som

and

o u

m s

ign

ific

ado

tota

lmen

te n

ovo

às

imag

ens,

po

rém

, dei

xan

do

co

m o

leit

o a

res

po

nsa

-

bili

dad

e d

e se

nti

r n

ovas

inte

rpre

taçõ

es.

Em

oçã

o é

co

isa

viv

a.

Fu

gaz

.“

rev

ista

Bo

rra!

Insp

irar

| n

ov

as m

oti

vaç

ões

A di

vers

idad

e em

São

Pau

lo m

e in

spir

a. A

mis

tura

de

cultu

ras,

co

mp

ort

amen

tos,

cre

do

s, d

iver

sid

ade,

é o

qu

e m

ais

me

insp

ira

em s

ão P

aulo

. En

tão

, den

tro

des

se a

mb

ien

te m

ul-

ticu

ltu

ral d

e en

con

tro

s d

e vá

rias

cu

ltu

ras

você

tem

um

a o

utr

a p

oss

ibili

dad

e d

e tr

abal

ho

, um

a o

utr

a p

oss

ibili

-d

ade

de

com

pre

ensã

o d

a re

alid

ade

e d

e re

pen

sar

incl

usi

ve a

té s

ua

pró

pri

a re

alid

ade.

E

u s

ou

de

um

a ci

dad

e p

equ

ena

de

300

mil

hab

itan

-te

s e

den

tro

des

sa c

idad

e o

qu

e se

tem

a fa

zer?

De-

pen

den

do

da

sua

idad

e n

ão te

m o

qu

e fa

zer.

Vo

l-to

às

veze

s p

ara

Pel

ota

s e

o p

esso

al c

om

30

ano

s n

ão te

m lu

gar

par

a sa

ir d

e n

oit

e, o

má-

xim

o q

ue

faz

é ir

jan

tar.

Não

tem

um

a vi

da

no

turn

a.S

ão P

aulo

tem

um

a vi

da

no

tur-

na,

tem

um

a vi

da

diu

rna,

vo

cê t

em

tud

o p

ara

faze

r em

São

Pau

lo. T

em

um

a ef

erve

scên

cia

cult

ura

l qu

e é

natu

ral d

esse

enc

ontr

o, d

es-

sa p

lura

lidad

e to

da.

En

tão

, é

um

sis

tem

a vi

vo, d

inâ-

mic

o,

enq

uan

to

ou

-tr

os

sist

emas

são

len

tos,

con

serv

ado

res.

Mu

itas

vez

es o

co

nse

rvad

ori

s-m

o tr

ás u

m c

onju

nto

de p

reco

ncei

tos,

ond

e as

pes

so-

as fi

cam

ap

egad

as a

ess

es p

reco

nce

ito

s, q

ue

não

te

per

mite

m a

en

xerg

ar e

en

ten

der

su

as n

eces

sid

ades

, o

qu

e é

um

a n

eces

sid

ade

sua

e o

qu

e é

um

a n

eces

-si

dad

e im

po

sta

pel

a so

cied

ade.

En

tão

, em

São

Pau

-lo

vo

cê p

od

e fa

zer

tud

o, v

ocê

tem

ace

sso

a tu

do

. Se

qu

iser

viv

er u

ma

vid

a so

litár

ia e

m s

eu a

par

tam

en-

to, v

ocê

viv

e u

ma

vid

a so

litár

ia d

entr

o d

o s

eu a

par

-ta

men

to. M

as s

e q

uis

er fi

car

tod

o d

ia n

a ru

a, v

ocê

te

m tu

do

pra

faze

r. I

sso

é m

uit

o le

gal.

Tem

ess

a p

uls

ão e

m S

ão P

aulo

, tem

ess

e m

ovi

-m

ento

, ess

e fl

uxo

. Na

verd

ade,

pra

trab

alh

ar e

m d

e-si

gn

, vo

cê te

m to

do

ess

e re

per

tóri

o, t

od

a es

sa b

aga-

gem

qu

e es

tá c

ircu

lan

do

po

r to

do

s o

s ca

nto

s, s

eja

na

form

a d

e u

m g

raff

itti n

a ru

a, s

eja

na

form

a d

e u

m

imp

ress

o m

ais

bem

ela

bo

rad

o, s

eja

na

form

a d

e u

m

conj

unto

de

ativ

idad

e qu

e um

a en

tidad

e co

m u

m p

o-d

er e

con

ôm

ico

co

nd

izen

te c

om

a d

imen

são

de

São

Pa

ulo

est

á o

fere

cen

do

. En

tão

vo

cê te

m tu

do

co

ns-

pir

and

o p

ara

po

der

dis

cuti

r m

ais

essa

lin

gu

agem

in

ter-

lati

na-

amer

ican

a em

São

Pau

lo d

o q

ue

em o

u-

tras

cid

ades

voc

ê te

m e

sse

fluxo

, ess

a ef

erve

scên

cia.

É u

ma

qu

estã

o

de

sob

revi

vên

-ci

a, te

m e

sse

eco

s-si

stem

a o

nd

e, s

e vo

for b

om, v

ocê

se d

esta

ca.

Lóg

ico

, n

ão é

im

po

rtan

te

som

ente

ser

bo

m, s

e fo

r ar

ti-

cula

do

, res

pei

tar

essa

s d

ifer

en-

ças,

sab

er s

e p

or e

m c

ada

mo

men

-to

dife

rent

e qu

e vi

ve d

entr

o da

cid

ade

de

São

Pau

lo, v

ocê

aca

ba

sob

revi

ven

-d

o e

até

se

des

taca

nd

o. E

ntã

o é

um

sis

te-

ma

mu

ito

mai

s vi

vo e

din

âmic

o, n

o d

esig

n,

qu

e te

test

a n

ão s

ó e

m fa

zer d

esig

n, c

om

o te

sta

sua

cap

acid

ade

em a

rtic

ula

r se

u d

iscu

rso

em

re-

laçã

o à

áre

a d

o d

esig

n. E

ntã

o, a

cab

am te

nd

o p

rofi

s-

43

BA

RB

AR

IDA

DE

!si

on

ais

com

um

dis

cur-

so m

ais

prog

ress

ista

, não

d

e re

pro

du

ção

no

qu

e vê

n

os

livro

s d

e h

isto

ria

de

de-

sig

n, o

s m

od

elo

s d

e en

sin

o,

os

mo

del

os

de

faze

r d

esig

n,

mas

car

as q

ue

estã

o p

ensa

n-

do

, ven

do

qu

ais

são

os

mo

del

os

cont

empo

râne

os e

pro

pond

o um

, o

utr

o m

om

ento

.E

ssa

é a

gra

nd

e co

ntr

ibu

ição

de

São

Pau

lo, d

o R

io d

e Ja

nei

ro, d

e B

H, d

e C

uri

tib

a; d

essa

s g

ran

-d

es m

etró

po

les,

de

tud

o

forç

ar o

su

jeit

o a

não

se

po

r em

um

a si

tuaç

ão

de

com

od

ism

o, m

as

nu

ma

situ

ação

de

elem

ento

at

ivo

d

o s

iste

ma.

Se

José

Neto

de F

ari

a, gr

adua

do e

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esen

ho I

ndus

tria

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roje

to d

o Pr

odut

o pe

la U

nive

rsid

ade

Esta

dual

Pau

lista

Júl

io d

e M

esqu

ita F

ilho

(Une

sp)

e M

estr

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Des

ign

pela

Uni

vers

idad

e Anh

embi

Mor

umbi

, ond

e at

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omo

prof

esso

r. Coo

rden

a do

cur

so d

e D

esig

n G

ráfic

o da

facu

ldad

e Anh

embi

Mor

umbi

de

sde

o se

gund

o se

mes

tre

de 2

010.

você

não

se

pu

ser

com

o e

lem

ento

ati

vo d

o s

is-

tem

a, o

sis

tem

a te

joga

par

a as

bei

rad

as d

ele,

na

tura

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te. V

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ando

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a re

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ando

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o, o

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do

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essa

s at

ivid

ades

mai

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s e

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ctua

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m e

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aço

par

a tu

do

isso

.E

m c

idad

es m

eno

res

você

não

tem

es

paço

par

a tu

do is

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, às

veze

s,

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m u

m e

scri

tóri

o le

gal,

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de

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, mas

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ão

se e

spec

ializ

a no

pen

sar,

na e

stra

tégi

a d

e co

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ação

da

emp

resa

, de

des

en-

volv

er u

ma

lingu

agem

dife

renc

iada

, de

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um c

uida

do o

u um

a el

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ação

mai

s co

nsis

-tê

nci

a, p

orq

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and

a co

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eque

no g

anho

sob

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eu p

rodu

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le p

ensa

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uito

mai

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so

bre

vive

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aqu

ele

sist

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qu

e se

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rast

a, d

o q

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pro

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amen

te d

e vi

ver

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sé N

eto

Far

iare

spo

nd

es

ão

PA

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o