revista business portugal | setembro '15

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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EDITORIAL

Editorial

De norte a sul

ALGARVE DE EXCELÊNCIA24 - Município de Vila do Bispo30 - Comissão Vitivinícola do Algarve44 - Quinta do Morgado

CIDADE DO FUNDÃO54 - Junta de Freguesia de Alcaide62 - Misericórdia de Alpedrinha

Percorremos Portugal de ‘fio a pavio’ para trazermos às nossas páginas um país exemplar, um país empenhado e,

acima de tudo, um país no qual temos orgulho. Procuramos abordar temáticas que mostram o quão bons somos

naquilo que fazemos.

Sabia que Portugal é o 12º produtor de vinho a nível mundial e que ocupa o 9º lugar no ranking do comércio

internacional de vinhos? E que 45 por cento é a percentagem de produção de vinho exportada? Baseados nestes

números, e também nos aromas e sabores que nos proporcionam, nesta edição apresentamos-lhe alguns dos

melhores produtores nacionais da Beira Interior e também do Algarve.

E porque falamos no Algarve, sabia que a região esteve em destaque nos World Travel Awards e conquistou o

galardão de melhor destino de praia da Europa pelo terceiro ano consecutivo? O prémio conquistado é fruto dos

votos de milhões de turistas e profissionais do sector espalhados por todo o mundo.

Um pouco mais a norte encontramos a vila de Arouca. Reconhecida há muito pela sua gastronomia e doces

conventuais, Arouca renasceu no país com os já mundialmente conhecidos Passadiços do Paiva, a “natureza em

estado puro”, como aclama o seu slogan. Falamos de um passadiço na margem esquerda do Rio Paiva, que

proporcionam um passeio único, de uma beleza sem igual, junto a descidas de águas bravas, cristais de quartzo

e espécies em extinção na Europa. Diria mesmo que é um passeio magistral e nesta edição trazemos-lhe já um

pouco daquilo que por lá poderá encontrar na sua visita.

A cidade do Fundão também merece destaque nesta edição da Revista Business Portugal. Famosa pela sua

cereja, o coração da Cova da Beira, entre a Serra da Estrela e a Serra da Gardunha, é uma das regiões mais

históricas de Portugal.

Não, não nos ficamos por aqui. A propósito do Dia Mundial da Visão, falamos com os principais players desta área

e revelamos-lhe como está a visão dos portugueses e quais os principais avanços que se têm notado nesta área.

A inovação sob as cores nacionais continuam a figurar as nossas páginas e o design e a decoração de interiores

vêm trazer um novo colorido à edição deste mês.

Finalmente, falamos da administração e gestão de condomínios, uma temática sempre actual e que a todos

interessa. Conheça algumas empresas da área que se mostram verdadeiras mais-valias para que sejam cada vez

mais fácil viver em harmonia e comodidade.

Estas são apenas algumas das razões pelas quais o convidamos a folhear a nova edição da Revista Business

Portugal.Diana Ferreira não segue o novo acordo ortográfico

FICHA TÉCNICA

Diretor

Fernando Silva

EDITORA

Diana Ferreira

([email protected])

REDAÇÃO

Elisabete Teixeira

Francisca Paiva

Kathleen Araújo

Rita Carreira

Sílvia Pinto Correia

Vera Pinho

Ana Miguel Lopes

Marta Caeiro

Rita Burmester

Rui Roque

Sílvia Martins

([email protected])

PROJETO GRÁFICO, PAGINAÇÃO E DESIGN

Tiago Rodrigues

SECRETARIADO

Paula Assunção

([email protected])

GESTÃO DE COMUNICAÇÃO

Cátia Fernandes

Fernando Lopes

Filipe Amorim

Isabel Brandão

José Machado

José Alberto

Luís Branco

Luís Silva

Manuel Fernando

Paulo Padilha

Pedro Duarte

Rui Diogo

EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE

Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15 6ºandar sala 6.1/6.2

4400-134 - Mafamude

([email protected])

CONTACTOS

Tlf: 223 754 806 (Geral)

A REVISTA BUSINESS PORTUGAL NAS REDES SOCIAS

DISTRIBUIÇÃO

Gratuita no Jornal i - Dec. Regulamentar 8/99-9/6 Artº 12º nº. ID

Depósito Legal: 374969/14

Edição de setembro

Por Diana Ferreira

alguns destaques da edição de setembro

10 - OpHtec

MUNICÍPIOS EM DESTAQUE78 - Município de S. João da Pesqueira82 - Junta de Freguesia do Vimeiro

ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS88 - Apegac91 - Raquel Silva - Gestão de Condomínios44 - Apuramnento Home

INOVAR PARA CRESCER106 - BP Portugal112 - BabeliUM

04 - Microsegur

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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TEMA DE CAPA

A MICROSEGUR é uma empresa aeronáutica que fechou contrato com os aeroportos de Portugal, com o fornecimento de 74 detetores

de vestígios de explosivos. Além das questões de inspeção, também oferecem soluções de engenharia ao nível da segurança, que

podem ser aplicadas em diferentes tipos de infraestruturas públicas de grande dimensão, com o principal intuito zelar pela segurança

pública. A Revista Business Portugal tentou conhecer melhor a empresa, que já conta com 18 anos de experiência, através do seu CEO

Arménio Santos.

microsegur

“Dream the future, we protect the present”

Para que possamos contextualizar os nossos

leitores, começava a entrevista por lhe pedir

que partilhasse connosco como surgiu a

MICROSEGUR e, também, o seu percurso até

então.

A Microsegur –Soluções de Engenharia, Lda. iniciou

a sua atividade em 1997, e surgiu como resultado

da capacidade empreendedora e visão do seu sócio

fundador, focando-se desde logo em nichos de

mercado, muito embora a atividade fosse abrangente,

de Sistemas de Segurança Electrónica.

O Sistemas de Inspeção de pessoas, objetos, correio

e carga, quer no âmbito da aviação civil, quer fora,

em portos, ministérios, prisões, entre outros, foram

áreas fulcrais para o desenvolvimento da atividade, que

tiveram um forte crescimento desde 2001. A par do

fornecimento e instalação das Soluções de Segurança,

ainda desenvolvemos, complementarmente, a formação

técnica especializada, para os operadores de Raio-X.

As últimas décadas extremamente marcadas por

eventos no campo das altas tecnologias de segurança,

vigilância e proteção pessoal, têm impulsionado a

MICROSEGUR, enquanto grupo, a inovar, o que explica

a constante atualização da informação no que se

refere às novas tecnologias, com o objetivo prioritário

de estar preparada para apresentar aos seus clientes,

as melhores e mais adequadas soluções em Sistemas

de Segurança. Uma das apostas da MICROSEGUR foi

a sua internacionalização, desde 2003, nos PALOP’s,

nomeadamente em Angola. A nova realidade estratégica

com que o grupo MICROSEGUR se posiciona, faz-nos

surgir como uma empresa diferenciadora, com um

conjunto distinto de especialidades, permitindo-nos

continuar a alargar a oferta dos nossos serviços.

Sendo especialistas em segurança eletrónica,

Arménio santosCEO

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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TEMA DE CAPA

quais são as soluções de engenharia de

segurança que oferecem e qual é o vosso

público alvo?

Juntando as soluções de engenharia, instalação

e manutenção de sistemas de segurança, somos

especialistas em adequar as novas tecnologias,

aplicando-as à segurança, formação, projeto e

consultoria, nomeadamente nas áreas:

* Sistemas de Inspecção (Detecção de Metais, Raio-X,

Detecção de Explosivos, Deteção de radioatividade,

Deteção de substancias químicas e deteção de

narcóticos);

* Sistemas de Segurança Electrónica (Detecção

Automática de Incêndios, Gás, Intrusão, Controlo de

Acessos e Sistemas de Videovigilância);

* Integração de Sistemas;

Quais as condições reunidas pela Microsegur

que visam a prestação de um serviço de

excelência?

A aposta na inovação, em contato próximo com os

últimos desenvolvimentos tecnológicos, reduzindo os

custos e os níveis de risco dos clientes. A confiança,

oferecida aos clientes, colaboradores e parceiros através

dos valores da nossa empresa. A responsabilização,

sendo que confiamos plenamente nos nossos

colaboradores, a sua vocação e serviço são a chave

para garantir a solução mais adequada às necessidades

de cada cliente.

Os dois pilares que sustentam a nossa filosofia,

proximidade com o cliente e a especialização, estão

intimamente relacionados. Esta aproximação contínua

com os nossos clientes, permite uma fluidez na prestação

dos nossos serviços, bem como, facilita a comunicação

entre ambos. A proximidade e especialização são termos

bem conhecidos pelos nossos colaboradores, que com

base numa adequada formação, experiência ativa e

coesa, permite-nos avançar na procura das melhores

soluções para satisfazer as necessidades dos nossos

Clientes.

Qual é a estratégia com a qual a Microsegur

se posiciona no mercado? Como caracteriza

o mercado português nestas tecnologias

certificadas, confiáveis e rápidas?

A Microsegur aposta na inovação tecnológica e na

integração de Sistemas de Segurança, e nos Sistemas

de Inspeção (Homeland Security), habitualmente

utilizados para o controlo e verificação de pessoas,

bagagem, correio e carga, em termos de ameaças,

como explosivos, radiação, agentes químicos e

narcóticos.

O mercado português, em termos de instalações de

risco ou críticas, procura soluções tecnologicamente

evoluídas e fiáveis, tem respondido bem às potenciais

ameaças, no entanto ainda existe um grande espaço

para crescer.

Tendo a Microsegur fornecido sistemas de

deteção de vestígios de explosivos nos 5

aeroportos portugueses, de que forma a

Microsegur pode ser um contributo fulcral na

prevenção de ameaças à segurança nacional?

A decisão de compra, face aos diversos critérios e

exigências muito rigorosas da parte foi do cliente, que

após uma análise técnica muito criteriosa aos quatro

fabricantes mundiais, optou pela Microsegur e o

equipamento MorphoDetection.

Certamente vai haver um incremento na segurança da

aviação civil, e o nosso contributo será o de manter

sempre operacionais e com um nível de prontidão

elevado, na manutenção dos equipamentos.

Qual é o impacto a nível de segurança pública

nacional e global com a implementação desta

tecnologia de ponta?

Os aeroportos têm um nível de segurança igual ou

superior a qualquer aeroporto na Europa e cumprem

criteriosamente a regulamentação europeia. A nossa

função é acompanhar os requisitos e solicitações dos

clientes e dar respostas as necessidades, como foi o

caso. Mas, certamente o impacto é positivo e a imagem

e segurança nacional muito boa.

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Qual é a grande inovação que o produto

Itemiser 4 DX, desenvolvido pela líder mundial,

Morpho Detection, em sistemas de segurança e

representado e distribuído pela Microsegur em

Portugal, traz a nível logístico?

A grande inovação, está no facto de o equipamento não

possuir fonte de radioatividade para operar e no software

certificado pela entidade Europeia, ECAC.

Este produto é fruto de aperfeiçoamentos ao longo dos

últimos quase 30 anos.

Permite além da inspeção de passageiros e bagagem

de mão, a inspecção de carga e também de narcóticos.

Os resultados da delegação da Microsegur em

Angola e Moçambique estão a corresponder aos

esperados? Futuramente, pretendem expandir-

se para outros pontos estratégicos?

Este mercados, como é do conhecimento público,

têm um enquadramento económico e político, de

altos e baixos, assim como a nossa atividade, já

teve os mesmos momentos. Têm de ser muito bem

acompanhados. Estamos a planear outros marcados

africanos, francófonos.

Uma vez que os vossos produtos de última

geração podem definir o sucesso ou fracasso

nos aeroportos, contribuindo para a segurança

pública, sentem uma responsabilidade acrescida

na defesa dos interesses nacionais?

Uma vez que a nossa visão é estar cada vez mais junto

dos decisores que necessitam de ajuda nas soluções

tecnológicas, que contribuem para o incremento

da segurança pública, em certa medida a nossa

responsabilidade como fornecedores e prestadores de

serviços é muito grande, obrigando-nos a prestações de

serviços e níveis de SLA, muito elevados. Tal como já

sentimos em várias decisões no passado, dentro e fora

do âmbito da aviação civil, como sendo o fornecimento

de equipamentos para deteção de líquidos Explosivos,

equipamento para inspeção de carga e correio aéreo,

deteção de explosivos no correio, equipamento para a

Inspecção de bagagem e pessoas nos portos.

Quais são as metas que a Microsegur tenciona

atingir no futuro? Estão a desenvolver algum

projeto?

Tornarmo-nos líderes em termos de Sistemas de

Inspecção e sermos uma referência a nível nacional.

Aumentar o leque de oferta neste âmbito de soluções,

a par da formação dos operadores dos sistemas. Em

termos de internacionalização, tencionamos não estar tão

dependentes de mercados como Angola e diversificar.

TEMA DE CAPA

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dia

mun

dial

da

visã

o

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Quando se fala de saúde associamos, naturalmente, à medicina e normalmente, à medicina curativa.

Mas esta vai muito para além do significado que, muitas vezes, o senso comum lhe atribui. A

medicina é, todavia, bem mais do que isso, pois a sua preocupação maior é a prevenção de

doenças.

Quem acha que os olhos não merecem uma atenção especial estão muito enganados, pois afinal de contas

é uma região sensível, onde podem acontecer diversos tipos de problemas e surgir diversas doenças. Assim,

é necessário que, cada vez mais, sejam realizadas ações de sensibilização com divulgação e rastreios de

problemas oftalmológicos.

No próximo dia 8 de outubro celebra-se o Dia Mundial da Visão que foca, principalmente, a atenção em

relação à cegueira global, pois a cada cinco segundos uma pessoa fica cega no mundo. Números que

podiam diminuir, visto que uma elevada percentagem da cegueira resulta de causas previsíveis ou tratáveis.

Nesta data, médicos, pacientes, autoridades e comunidades realizam ações em busca de respostas para

diminuir o número de cegos por causas que poderiam ser evitadas.

Deverá, por isso, emergir um novo paradigma, onde a promoção da saúde e de atitudes mais assertivas por

parte das pessoas permitam prevenir a doença, com enormes benefícios para a sua saúde, conseguindo

melhorar a qualidade de vida e o bem-estar.

Outra importante intervenção é a realização de rastreios, tendo em vista a deteção precoce e prevenção de

doenças ou lesões, de modo a levar os indivíduos a viver mais saudáveis. Para o efeito é necessário que as

pessoas se consciencializem da importância da visita regular ao médico, ainda que se sintam saudáveis.

E, não devemos confundir rastreio com prevenção. Ambos se destinam a pessoas que não apresentam

sintomas, podendo-se integrar, assim, na promoção da saúde, tendo em vista uma vida saudável. Grande parte

das doenças oculares, tanto em crianças como em adultos, pode ser reversível se detetada precocemente e

aplicado o devido tratamento.

A organizar a Semana da Visão, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) vai celebrar o Dia Mundial da

Visão com iniciativas que alertam para os problemas visuais dos portugueses. Pretendem com estas iniciativas

consciencializar e incentivar a população para a prevenção.

Nesta edição de setembro, a Revista Business Portugal dá destaque também à Ophtec Portugal, empresa

líder mundial de lentes intra-oculares e uma referência no universo da oftalmologia devido aos seus produtos

inovadores e aos seus significativos avanços nesta área, incluindo a prevenção de doenças oculares.

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OPHTEC BV Schweitzerlaan 15, 9728 NR Groningen The NetherlandsT: +31 50 525 1944 ••• F: +31 50 525 4386 ••• E: [email protected]

••• Trauma Surgery

••• Cataract Surgery

••• Refract ive Surgery

> Unique Iris Fix Concept> Long Clinical Experience

> Micro Incision Surgery> Unique Toric IOL Surfaces

> Unique Solutions> Patient Design

OPHTEC

www.ophtec.com

I n t r a o c u l a r L e n s e s

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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DIA MUNDIAL DA VISÃO

É notável o vasto portefólio de produtos inovadores, desde do âmbito da catarata até à cirurgia refrativa, que a OPHTEC PORTUGAL

tem ao dispor dos seus clientes. Para percebermos a importância dos significativos avanços no universo da oftalmologia, incluindo a

prevenção de doenças oculares, falamos com Sandra Bayan, general manager da Ophtec Portugal.

Ophtec Portugal

LÍDER MUNDIAL DE LENTES INTRA-OCULARES

Sendo já reconhecida mundialmente pela sua

vertente inovadora, a OPHTEC já lançou novos

produtos para 2015. Quais são e quais as suas

mais-valias?

Apresentamos este ano uma nova plataforma

que combina três produtos do nosso portefólio;

‘Comprehensive platform for management of

astigmatism’, isto é, uma plataforma que permite uma

melhor gestão do astigmatismo (imagens distorcidas ou

desfocadas).

Trata-se de uma solução dirigida principalmente

para os médicos oftalmologistas que se dedicam

maioritariamente às áreas de cirurgia de catarata e

refrativa, e que implantam lentes premium.

As lentes premium são lentes intra-oculares que

permitem em simultâneo tratar a catarata e corrigir

astigmatismos.

A cirurgia de catarata (substituição do cristalino ou

lente natural do olho por opacificação) é um dos

procedimentos cirúrgicos mais frequentes em todo o

mundo, sendo talvez um dos mais seguros e satisfatórios.

É também um dos que apresenta maior crescimento

a nível mundial, devido ao envelhecimento geral da

população (faixa etária acima dos 65 anos), bem como

à procura por parte de pacientes de faixas etárias mais

jovens, entre os 45-55 anos que desejam submeter-se

a cirurgia de catarata/refrativa para se libertarem do uso

de óculos ou lentes de contacto, pois começam a sentir

dificuldade na visão de perto.

A expectativa destes pacientes é elevada, pois

dependendo da sua profissão ou atividades diárias,

privilegiam soluções cirúrgicas que lhes tragam uma

visão quase perfeita, e é a este segmento específico

que se adequam as lentes premium.

Como referi, são pacientes com um grau elevado de

exigência, pelo que o diagnóstico e escolha de qual a

lente intra-ocular que melhor se adequa a cada um, tem

de ser feita de forma extremamente cuidadosa.

A nossa plataforma, dispõe de tecnologia inovadora, que

permite ao cirurgião aferir qual a melhor solução que

conduzirá a um resultado pós cirúrgico quase perfeito.

Sobre a 7th International Conference on Ocular

Infections (ICOI 2015) que decorreu em Barcelona

(Espanha) no dia 3 e 4 de setembro deste ano, e

tendo em conta a presença de especialistas de

todo o mundo, a fim de fornecer a mais recente

pesquisa clínica para ajudar a enfrentar os

desafios da infeções oculares, que benefícios é

que este evento trouxe para a OPHTEC?

O ESCRS tem vindo a tornar-se num dos congressos

com maior relevância a nível internacional no mundo

da oftalmologia. Este ano, contou com cerca de 9 mil

médicos inscritos dos quais cerca de 200 portugueses.

Este evento destaca-se no panorama internacional, pela

qualidade das sessões científicas que têm lugar durante

4 dias.

Portugal tem uma presença muito forte que se comprova

pela quantidade e qualidade de trabalhos apresentados

por médicos nacionais.

Ao nível das empresas, estão aqui representadas

todas as grandes marcas e empresas que operam no

mercado da oftalmologia. É normalmente no decorrer

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DIA MUNDIAL DA VISÃO

deste evento, que são apresentados novos produtos, desde novas lentes intra-oculares,

novos dispositivos para as diversas sub-especialidades da oftalmologia, bem como

novos equipamentos de tratamento e diagnóstico.

A Ophtec aposta bastante neste congresso, e deu continuidade a uma iniciativa

que iniciou no ano passado no congresso de Londres, o Speakers corner no nosso

stand. Trata-se de uma área reservada para a apresentação de trabalhos científicos

desenvolvidos com os nossos produtos, por médicos de diversos países. Estes

trabalhos ficam disponíveis para visualização, após o Congresso, no YouTube, Canal

Ophtec.

Apresentámos também uma nova plataforma para o diagnóstico e tratamento da

catarata e refrativa, da qual falei anteriormente.

A Ophtec esteve também presente no 33º congresso da Sociedade Europeia de

Cirurgia de Catarata e Refrativa que decorreu em Barcelona (ESCRS), entre 5 e 9 de

setembro.

Relativamente ao projeto pioneiro sobre a “Rastreabilidade e Identificação

Única dos Dispositivos Médicos” que a OPHTEC estava a desenvolver para

implementar no mercado nacional, em que ponto da situação se encontra

esta iniciativa?

Continuamos empenhados neste ambicioso e atrativo projeto. Trata-se de facto, de

uma iniciativa pioneira em Portugal, pelo que temos dedicado muito do nosso tempo

na seleção dos melhores parceiros, uma vez que para a execução deste projeto, é

necessário reunir uma série de empresas, com valências diversas.

Precisamente porque se trata de algo novo, deparámo-nos no início com alguns

contratempos que temos vindo a contornar, e contamos para breve, anunciar o início

do primeiro projeto.

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DIA MUNDIAL DA VISÃO

A que se deve o atual sucesso da empresa e

quais os valores que vos definem?

A inovação e a oferta de soluções diferenciadas é, e

foi desde sempre, a principal preocupação da Ophtec,

e o motor que nos tem levado a investir em todos os

projetos nos quais temos apostado.

Todos os produtos que desenvolvemos, têm como

finalidade, por um lado, colmatar lacunas detetadas nos

produtos já existentes no mercado, por outro, poder

servir segmentos para os quais poucas ou nenhumas

soluções existem.

A Ophtec surge precisamente, nesta sequência. Há

mais de 30 anos, o Prof. Worst (médico oftalmologista

e cientista Holandês) apercebeu-se de que as soluções/

técnicas existentes à época, para resolver algumas

cataratas e miopias, não eram satisfatórios nem

previsíveis. Desenvolveu então uma lente intra-ocular

que apresentava características distintivas das demais,

a lente Artisan®. Estas lentes são fixadas na iris através

dos seus claws ou sistema ‘pata de lagosta’ como

inicialmente foram designadas pelo seu criador, Jan

Worst.

O sucesso que obteve nas primeiras cirurgias que realizou,

motivou os seus pares a reconhecerem o sucesso da

sua criação e a incentivarem o desenvolvimento de

outros produtos baseados no mesmo princípio.

Privilegiamos a colaboração com os principais KOLs

mundiais, especialistas nas diversas sub-especialidades

da oftalmologia, no estudo e desenvolvimento de novas

soluções/produtos, pois ninguém melhor do que eles,

nos podem indicar em quais devemos apostar.

Ao longo do tempo, foram-se desenvolvendo, sempre

mantendo a plataforma original, novas aplicações para a

lente Artisan® e dispomos hoje de nove modelos, entre

versões rígidas e flexíveis, que permitem a correção

de todos os erros refrativos (miopia, hipermetropia e

astigmatismo).

Continuaremos a desenvolver novas soluções com

base nesta plataforma, que após 30 anos e milhares

de implantes em todo o mundo, já deu provas da sua

eficácia e segurança.

São estas as palavras de ordem que regem a nossa

atividade.

A contribuição para a melhoria da qualidade de vida

da população em geral, é para nós motivo de grande

satisfação.

Para o futuro, a OPHTEC já tem projetos

inovadores em desenvolvimento?

Estamos a trabalhar ativamente na extensão da nossa

linha de produtos nas duas áreas core da nossa

empresa: refrativa e catarata.

Temos uma série de produtos em fase final de registo

nas entidades competentes e outros em fase final de

estudos clínicos, pelo que no curto e médio prazo,

estaremos em condições de apresentar algumas

novidades, que certamente trarão benefícios acrescidos

para os cirurgiões e seus pacientes.

Uma outra área onde a empresa se destaca é na oferta

de produtos para cirurgia traumática e de reconstrução.

Dispomos atualmente para este segmento, de um

conjunto de soluções que podem ser customizadas

atendendo à especificidade dos casos, de acordo com

as necessidades de cada paciente.

Para que ser mais específica, estamos a falar de

próteses coloridas, que permitem a reconstrução total

ou parcial da íris - parte colorida do olho - que pode

estar danificada devido a acidentes vários (trauma) ou

problemas congénitos.

Estas próteses possibilitam ao cirurgião e ao paciente

obter excelentes resultados quer a nível estético quer a

nível funcional.

No entanto, queremos que estas reconstruções sejam

o mais fidedignas possível, e o mais próximo do real,

pelo que estamos a estudar várias hipóteses que nos

permitirão oferecer em termos de cor, uma solução

única para cada paciente.

Em breve, complementaremos a nossa plataforma para

astigmatismo, com um novo equipamento, que deverá

ser apresentado ao mercado português no primeiro

trimestre de 2016.

Page 15: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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DIA MUNDIAL DA VISÃO

Sendo uma referência científica na área ocular em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) tem mantido um padrão de

qualidade supremo no que toca aos avanços e inovações das técnicas oftalmológicas médicas e cirúrgicas. Em entrevista a Maria João

Quadrado, presidente da SPO, exploramos a posição da Sociedade no panorama nacional.

Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

EXCELÊNCIA OCULAR ALIADA AOS ÚLTIMOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

(SPO) tem como objetivo contribuir para o

desenvolvimento da Oftalmologia nos seus

diferentes aspetos. Nesse sentido, como

analisam os avanços nas cirurgias oculares nos

últimos anos?

Estamos numa era tecnológica em que muitos

problemas passaram a ter correção cirúrgica com

LASER e outras tecnologias, mas simultaneamente

os avanços no conhecimento e diagnóstico permitem

agora que graves perdas de visão possam ser evitadas.

Gostaríamos de realçar que nas últimas décadas, a

Oftalmologia portuguesa tem mantido um nível de

excelência, com cuidados assistenciais de elevada

qualidade. Realizam-se em Portugal todas as técnicas

oftalmológicas médicas e cirúrgicas mais avançadas.

Na investigação científica, a Oftalmologia portuguesa

atingiu nível internacional, com centros de investigação

oftalmológica multidisciplinar com íntima colaboração

entre ciência básica, laboratorial e ciência clínica.

Qual o(s) problema(s) ocular(es) mais frequente

nos portugueses?

A grande maioria das deficiências visuais podem ser

evitadas e/ou tratadas. Os problemas oculares mais

frequentes, como a miopia, hipermetropia, astigmatismo

e presbiopia, podem ser corrigidos com óculos, lentes

de contacto ou cirurgia refrativa. Outros problemas

como a catarata, a degenerescência macular da idade,

a retinopatia diabética e o glaucoma merecem cuidados

mais específicos e atempados.

Como pensam assinalar o Dia Mundial da Visão

no próximo dia 8 de outubro?

O Dia Mundial da Visão serve para lembrar que as

principais causas de cegueira no mundo poderiam ser

prevenidas e/ou tratadas se as populações tivessem

acesso a cuidados de saúde adequados. A cada cinco

segundos uma pessoa fica cega no mundo e uma

criança a cada minuto. O Programa da Visão 2020

pretende a prevenção das doenças evitáveis até 2020,

de forma a oferecer a todos o direito à visão. Enquadrado

no Dia Mundial da Visão, que este ano se celebra a 8

de outubro, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

organiza a ‘Semana da Visão’ com iniciativas que alertam

para os problemas visuais dos portugueses. O principal

objetivo é a consciencialização sobre causas de cegueira

preveníveis e o incentivo a esta prevenção.

Nesta semana da Visão, a SPO irá organizar rastreios no

Porto, Coimbra e Lisboa, acompanhados pela distribuição

de folhetos informativos sobre patologias como o

glaucoma, a ambliopia, as cataratas, a degenerescência

macular da idade (DMI), a retinopatia diabética e o olho

seco. Serão também distribuídos cartazes pelos centros

de saúde, alertando para a possibilidade de evitar a

cegueira através da prevenção.

A população será também sensibilizada para importância

de vigiar a saúde dos olhos através um suplemento

que vamos divulgar, bem como de uma campanha de

esclarecimento na rádio e televisão.

Que projetos a Sociedade Portuguesa de

Oftalmologia tem delineados para melhorar a

saúde ocular dos portugueses?

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, como

Sociedade Científica, tem o objetivo de promover e

contribuir para o desenvolvimento da Oftalmologia nos

seus diferentes aspetos: comunitário e profiláctico,

assistencial e curativo, científico, pedagógico e de

investigação. Múltiplos projetos surgem anualmente para

a informação ao público geral, a realização de programas

de rastreio, a formação médica, o intercâmbio científico

e o incentivo a investigação.

O Dia do Glaucoma, a Semana da Visão, o Dia da

Diabetes, etc, são exemplos destes projetos. Todas estas

medidas visam, em última análise, melhorar a saúde

ocular dos portugueses.

maria joão quadradoPresidente

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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DIA MUNDIAL DA VISÃO

A Proóptica posiciona-se como uma empresa de soluções integradas e são pioneiros na prestação de serviços, que fazem todo o

sentido quando aliados, no mercado oftalmológico. Com um papel tão ativo e empenhados na qualidade e excelência, desenvolvendo

produtos personalizados, como a decoração de espaços, são um importante protagonista na sensibilização para o Dia Mundial da Visão,

a comemorar em breve. Foi neste contexto que explicaram o que os move, em conversa com a Revista Business Portugal, assumindo:

“Queremos fazer mais, somos empreendedores compulsivos! Inovamos!”

proóptica

Uma empresa na vanguarda do mercado ótico

Como e quando surgiu a ideia de aliar à venda de produtos oculares, o design

e a remodelação de interiores de óticas?

A ideia de desenvolver uma nova área de negócios, Design + Arquitetura surgiu em

2013, para assinalar o 20º aniversário da empresa, com o objetivo primordial de

posicionar a Proóptica como uma empresa de soluções integradas.

A área Design + Arquitectura é especializada em remodelação de interiores de óticas,

sendo uma alternativa credível na decoração e complementos. Esta nova área nasceu

conciliando a experiência de uma equipa de profissionais dedicada, com a credibilidade

da Proóptica nos mercados onde atua, procurando satisfazer a necessidade latente da

empresa em inovar e adaptar-se ao mercado ótico com uma oferta mais alargada de

produtos e serviços.

Acreditamos que nesta área, o conhecimento que temos do mercado e do negócio

dos nossos parceiros é fundamental para traduzir ideias em soluções ideais, criando

valor com propostas chave na mão. Esta área é sinónimo de qualidade e criatividade

no desenvolvimento de designs notáveis com soluções inteligentes que otimizam a

estética e a funcionalidade.

Também têm o serviço de consultoria para ajudar o cliente a encontrar

equipamentos que otimizem o seu trabalho. Como funciona esse processo e

o com que é que o cliente pode esperar?

Outra área da nossa empresa são os acessórios de oficina e complementos de

consumo, que reforçam o nosso posicionamento de integração. O serviço de

consultoria que disponibilizamos nesta área consiste na realização de um diagnóstico

real das necessidades do cliente através de uma visita ao ponto de venda, permitindo

a identificação de soluções para melhorar o seu trabalho em oficina.

Com esta análise pormenorizada, desenvolvemos e viabilizamos um projeto de

otimização da oficina do cliente, com oferta de melhores ferramentas, formações sobre

equipamentos e dicas de como incrementar a performance no seu dia-a-dia.

No momento em que um cliente pretende abrir um novo espaço, também são

desenvolvidos projetos precisos e customizados, com a disponibilização de um leque

de equipamentos que necessita para as atividades do dia-a-dia em oficina.

luís justinoDiretor Geral

Page 17: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

17

DIA MUNDIAL DA VISÃO

Para estes projetos de consultoria de equipamentos,

apresentamos um catálogo completo, de fácil utilização,

com uma qualidade de produtos exemplar, garantida

pela marca alemã Breitfeld & Schiekert.

De que forma é visto, atualmente, o dia Mundial da

Visão comparativamente há 17 anos atrás?

O 17º aniversário do Dia Mundial da Visão começa a

produzir os seus resultados, o consumidor revela uma

preocupação crescente para a necessidade de realizar

exames de prevenção e de diagnóstico. A visão é um

dos sentidos mais importantes e requer muitos cuidados,

com ações preventivas, as principais doenças da visão

podem ser evitadas.

Campanhas como a do Dia Mundial da Visão são muito

relevantes para consciencializar a população sobre a

necessidade de um acompanhamento especializado

e rigoroso, para evitar que os problemas dos olhos

se agravem e acabem em cegueira, que poderia ser

evitada em cerca de 80% dos casos.

Muitas doenças relacionadas com a visão não

apresentam sintomas, quando são descobertas, já estão

em estados bastante avançados e de difícil regressão.

É o caso do glaucoma, a maior causa de cegueira no

mundo.

Ao longo destes anos, notamos que o consumidor

está mais atento à qualidade do produto e das lentes

oftálmicas e é mais exigente com a sua Saúde Visual!

Enquanto empresa ligada ao ramo há duas

décadas, como vêm o Dia Mundial da Visão?

O Dia Mundial da Visão tem extrema relevância para a

Proóptica, é um dia de sensibilização da população para

os problemas visuais, alertando que as principais causas

de cegueira a nível mundial são possíveis de prevenir, e

por isso, deve-se vigiar a saúde dos olhos para manter

a qualidade da visão. Procuramos assinalar a data com

comunicações de sensibilização à realização de exames

periódicos.

Em Portugal, como noutros países do Mundo Ocidental,

as principais causas de baixa visão e/ou cegueira são

a degenerescência macular associada à idade (DMI), a

retinopatia diabética e o glaucoma. As visitas periódicas

a um especialista são fundamentais, assim como a

observação dos olhos nas várias fase da vida, como

por exemplo nas crianças para despiste da ambliopia,

vulgo “olho preguiçoso”, das mulheres grávidas ou

em menopausa, cujas alterações hormonais possam

provocar doença ocular, de todos os indivíduos na faixa

etária dos 40 aos 50 anos em que surge a presbiopia,

vulgo “vista cansada” e nas faixas etárias mais avançadas

para despiste de catarata e DMI.

Que tipos de retorno têm tido com este modelo de

fornecimento de serviço integrado?

O balanço que fazemos destes 2 anos de integração

é bastante positivo, conseguimos atuar no mercado

contrariando a crise económica, mantendo os

clientes fidelizados através de um relacionamento de

proximidade e conquistando novos clientes. O feedback

sentido dos nossos clientes tem sido bastante positivo e

entusiasta, valorizam as propostas de valor acrescentado

e as soluções inovadoras com base na integração das 4

áreas: Armações e Óculos de Sol, Acessórios de oficina,

Lentes e Arquitetura e Design.

Os nossos clientes sabem que podem contar com uma

empresa madura, de confiança, séria, comprometida,

proativa, dinâmica e com uma equipa dedicada nas

quatro áreas de negócio que desenvolvemos.

Quais são as mais valias para o cliente ao optar

pela vossa marca?

A Proóptica é uma empresa com maturidade, que

se afirma como parceiro de soluções completas e

integradas, através da oferta de um portefólio bem

estruturado e diferenciado de marcas e serviços.

A integração de 4 áreas de negócio diferentes mas

complementares é uma das principais vantagens

competitivas e permite responder às necessidades dos

nossos clientes de uma forma completa e integrada,

com preços justos, qualidade irrepreensível e focada no

serviço e na relação de proximidade.

A Proóptica actua no mercado tendo sempre em

mente o cliente, somos efetivamente preocupados

com os nossos parceiros, dialogamos, encontramos

soluções conjuntas, melhoramos o sell out em loja.

Procuramos o vínculo com os nossos clientes, somos

leais e procuramos desenvolver relações profundas

e duradouras. Cooperamos com os nossos clientes,

ajudando-os no desenvolvimento do seu negócio.

Há algum projeto para o futuro breve ou a longo

prazo? Pretendem expandir-se para território

internacional?

Hoje a internalização já representa uma quota

importante nas vendas da empresa e continuará a ser

o focus da nossa estratégia integrada. Desenvolvemos

a internacionalização de uma forma sustentada e

comprometida com os mercados onde atuamos

preferencialmente: Espanha, Marrocos, Angola, Cabo

Verde e Moçambique.

A Proóptica inova constantemente na forma como

atua no mercado. Queremos ser percebidos como

uma empresa que disponibiliza soluções integradas,

comprometida em encontrar soluções e novas

oportunidades para os seus parceiros. Nos próximos

tempos, continuaremos a apostar na sustentação

do mercado nacional com o lançamento de marcas

e produtos de relevo e na conquista de mercados

internacionais emergentes.

Queremos fazer mais, somos empreendedores

compulsivos! Inovamos! Da aposta na Moda Portuguesa,

às lentes Nikon, à Tag Heuer, aos Acessórios, à

internalização em Marrocos, Espanha, Angola, Cabo

Verde e com a nova área de Arquitetura.

Somos ativos e queremos fazer a diferença!

Page 18: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

18

DIA MUNDIAL DA VISÃO

A Carl Zeiss Vision é uma marca centenária que cresceu e acompanhou todos os desenvolvimentos tecnológicos impostos pela evolução

natural do mercado oftalmológico. Uma coisa é cerca, sempre manteve o posicionamento firme baseado na excelência. Começaram por

produzir todo o tipo de lentes, como as microscópias. Hoje, fabricam produtos como lentes de alta qualidade que aumentam a transmissão

da luz para uma melhor nitidez visual. A inovação e o progresso e a responsabilidade social são as premissas da multinacional. Aliás, um

dos lemas da Zeiss é: “o momento em que a sua visão não tem limites, este é o momento para que trabalhamos”.

carl zeiss

Um Grupo com o foco no Progresso

O Dia Mundial da Visão é assinalado a 13 de outubro e procura sensibilizar

a sociedade para as causas da cegueira global e para os fatores que podem

provocar problemas de baixa visão. Sendo a ZEISS um grupo tecnológico

internacional do setor da óptica e optoeletrônica, quais as soluções que tem

no mercado que podem contribuir para facilitar a vida daqueles que sofrem

de distúrbios visuais?

Os aparelhos de grande precisão ZEISS OCT (Tomografia de Coerência Óptica) ajudam

diariamente os oftalmologistas a prevenirem a cegueira a milhares de pessoas em todo

o Mundo.

ZEISS apresenta soluções para Retinopatias Diabéticas e alguns casos de DMI através

dos seus sistemas de sub-Visão, Galileu e Kepler e ainda, Retinopatias Pigmentosas

através de filtros especiais que através de comprimentos de onda específicos,

permitem obter um melhor contraste em pacientes com Deuteranopatia, Protanopia

ou Acromasia.

Apresentam várias soluções ao nível dos cuidados visuais, através de uma

aposta muito forte em produtos inovadores de base tecnológica. Como é

desenvolvido este trabalho de investigação e pesquisa?

Com uma forte e estreita colaboração com Universidades e Institutos da Visão, médicos

Oftalmologistas e naturalmente, com uma empreendedora equipa de pesquisa e

investigação da Carl Zeiss onde anualmente são gastos cerca de 370 milhões de

euros somente para esta finalidade.

A ZEISS está organizada em seis grupos de negócios: Metrologia Industrial,

Microscopia, Tecnologia Médica, Vision Care, Óptica para o Consumidor e

Tecnologia de Produção de Semicondutores. Para além das soluções já

apresentadas, que outros produtos comercializam?

Comercializamos Máscaras de Neve, e acessórios de limpeza para as lentes - toalhetes

e spray.

As lentes das Máscaras de Neve possuem tecnologia ZEISS e existe a possibilidade de

serem colocados adaptadores ópticos com lentes graduadas.

Os acessórios de limpeza – toalhetes e spray - foram submetidos a diversos testes de

qualidade para existir a certeza que estes produtos seriam um reflexo da marca ZEISS,

produtos de qualidade e premium.

Falando especificamente do mercado português, como é desenvolvido o

trabalho da empresa em território nacional? Onde podemos encontrar os

produtos ZEISS?

Em território nacional, o trabalho da marca ZEISS varia consoante a área de negócio.

Por exemplo, o Vision Care é desenvolvido através dos seus clientes, as Ópticas. Por

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

19

DIA MUNDIAL DA VISÃO

isso, qualquer consumidor final poderá adquirir umas

lentes oftálmicas ZEISS, recorrendo a uma Óptica.

A ZEISS é líder mundial do mercado, para

contextualizar os nossos leitores, importa

perceber como surgiu a empresa e como se

posiciona atualmente no contexto global, já que

está presente em mais de 40 países?

A ZEISS tal como hoje é reconhecida pelo seu nível

de qualidade, foi fundada por Carl Zeiss em 1846 na

cidade de Jena na Alemanha, inicialmente através do

fabrico de microscópios, os quais desde logo marcaram

a diferença dos que existiam até essa altura, devido á

sua excelente qualidade óptica.

Mais tarde Carl Zeiss convidou o Dr. Ernst Abbe e o Dr.

Otto Schott para o fabrico de lentes oftálmicas, o que

deu origem de 1912 ao lançamento da primeira lente

oftálmica de alta qualidade construída ponto a ponto o

que lhe conferia um maior campo visual para o utilizador

de lentes graduadas.

Ao longo de mais de 100 anos, a Carl Zeiss Vision

continua empenhada em continuar a oferecer a melhor

qualidade em lentes oftálmicas quer sejam lentes

monofocais, como sobretudo em lentes progressivas

dirigindo-as para as mais diversas necessidades do

dia a dia do utilizador, desde as lentes ZEISS DIGITAL,

apropriadas para quem utiliza durantes várias horas por

dia o seu smartphones evitando o cansaço visual, ou

as lentes ZEISS DriveSafe para evitar o stress visual de

quem conduz, sobretudo á noite ou em condições de

forte ou de fraca iluminação, sempre acompanhadas

por capas anti-reflexo de alta qualidade que evitam

os reflexos parasitas nas superfícies das lentes, e que

aumentam a transmissão da luz para uma melhor nitidez

visual.

Ainda sobre o futuro, mas no aspeto empresarial,

a ZEISS pretende expandir-se para novos países

e crescer ou consolidar a posição nos mercados

onde está atualmente?

A ZEISS pretende crescer e em simultâneo consolidar

a posição nos mercados onde está actualmente. A

consolidação da posição nos mercados pretende-se

que seja em aumento de vendas e de notoriedade junto

dos consumidores.

Page 20: Revista Business Portugal | Setembro '15

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MEDICAMENTOS GENÉRICOS

Paulo Lilaia, Presidente da Direção da APOGEN, falou com a Revista Business Portugal sobre a responsabilidade ativa da Associação

Portuguesa de Medicamentes Genéricos e Biossimilares, e faz um balanço acerca deste setor em Portugal.

apogen

O mercado dos genéricos em território português

A APOGEN orgulha-se do trabalho realizado ao longo destes 12 anos,

começa por nos dizer. “Consideramos que só o diálogo regular e o trabalho

conjunto de todos os intervenientes do setor permite encontrar as melhores

soluções para o Sistema de Saúde.”

Como tal, a APOGEN funciona nos moldes de uma organização de âmbito nacional

e independente, sem fins lucrativos, constituída por 17 empresas da indústria

farmacêutica dedicadas à produção e comercialização de medicamentos genéricos

e biossimilares, mas não só. O seu trabalho debruça-se, também, na monitorização,

estudo e análise de todos os aspetos científicos, legais, técnicos e económicos que

tenham impacto na atividade comum dos seus associados. A APOGEN tem como

missão divulgar os conceitos de medicamento genérico e biossimilar, contribuindo para

o desenvolvimento deste mercado em Portugal.

Neste sentido, desenvolve esforços perante os organismos oficiais competentes, para

melhorar a produção e comercialização assim como a distribuição e venda destes

medicamentos, ao mesmo tempo que representa as empresas associadas diante da

opinião pública. Em 2014, a APOGEN passou também a representar as empresas

que comercializam medicamentos biossimilares, o que reforçou o apoio social dado à

política da saúde.

Paulo Lilaia explica-nos a evolução dos medicamentos genéricos, globalmente e no

caso específico de Portugal, na última década, começando por dizer que este mercado

cresceu de forma acentuada. Porém, “a quota de mercado dos medicamentos

genéricos em território nacional, que é hoje de cerca de 47% no setor ambulatório,

está ainda muito longe das quotas de mercado de outros países europeus como

os nórdicos e a Alemanha, em que mais de 60% dos medicamentos utilizados são

medicamentos genéricos.”

De acordo com Paulo Lilaia, é preocupante depararmo-nos com uma tendência

decrescente no setor ambulatório, não só em valor mas também em volume de

medicamentos genéricos, o que não coincide com o objetivo do Estado para a sua

quota de mercado, para o final de 2014, que são os 60 %. Perante esta realidade,

a APOGEN prevê que “há ainda muito caminho a percorrer”, partilha o Presidente da

Associação, ainda que acreditem que grande parte da população “está consciente de

que os medicamentos genéricos são equivalentes terapêuticos dos medicamentos de

referência, com a mesma qualidade, segurança e eficácia”.

Este esclarecimento é muito positivo. A população já sabe que a única diferença entre

os medicamentos de referência e os genéricos é “o fator preço, uma vez que os

medicamentos genéricos são disponibilizados a um preço mais acessível”, explica

Paulo Lilaia.

Tentámos perceber que medidas podem ser tomadas para incrementar a utilização

dos medicamentos genéricos para que esta se implemente como um contributo para

paulo lilaiaPresidente

Page 21: Revista Business Portugal | Setembro '15

Fazemos história...na Saúde em todo o mundo

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Page 22: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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economia nacional. A APOGEN considera que “seria

positivo que novas campanhas de divulgação fossem

realizadas, como meio de incentivar a utilização de

medicamentos genéricos e contrariar a tendência de

estagnação”, observa Paulo Lilaia.

Quando questionado sobre as vantagens da aposta nos

genéricos na gestão da economia familiar, Paulo Lilaia

afirma perentoriamente que sim, há vantagens e é uma

mais valia no orçamento.

Também o Sistema Nacional de Saúde beneficia com

os genéricos. Paulo Lilaia esclarece-nos quanto a

estes números. “Relativamente ao SNS, o setor dos

medicamentos genéricos e biossimilares, é hoje o maior

fornecedor em unidades (cerca de 47% em ambulatório

e superior a 67% no setor hospitalar). No entanto,

representa apenas cerca de 24,3 % dos encargos

do SNS com medicamentos no sector ambulatório e

22,5% dos encargos do SNS com medicamentos no

sector hospitalar.”

Apesar de os Medicamente Genéricos serem os que

entram em maior número, as despesas do Sistema

Nacional de Saúde não se coadunam com esses

valores. São muito maiores as despesas noutro

tipo de medicamentos ou tratamentos. Paulo Lilaia

acrescenta que “numa altura em que as exigências

face aos cuidados de saúde são cada vez maiores, os

medicamentos genéricos e biossimilares representam

um importante benefício para os doentes, ao garantir um

acesso mais alargado e numa fase mais precoce das

suas doenças.”

A par disso, este setor da indústria farmacêutica é, hoje

em dia, parte da solução para a contenção e diminuição

da despesa do Estado com medicamentos, contribuindo

já, de forma significativa, através das poupanças que

permitem gerar ao Estado, para a sustentabilidade

e preservação do Sistema Nacional de Saúde e para

o controlo orçamental. Só resta colmatar a, ainda

existente, falta de divulgação para a sensibilização ao uso

de genéricos, “para que o Estado possa libertar verbas

tão necessárias para o financiamento de tratamentos

com medicamentos inovadores, como por exemplo

a Hepatite C, e o principal beneficiário seja o utente”,

explica Paulo Lilaia. É necessário investir ainda mais na

promoção dos medicamentos genéricos e biossimilares.

Por outro lado, o Presidente da Direção da APOGEN

alerta para o facto de que “estar num mercado

pequeno, com preços muito baixos, cria grandes

desafios e dificuldades às empresas que comercializam

Medicamentos Genéricos.”

Com o intuito de que os genéricos sejam cada vez

mais um crucial contributo ao acesso à saúde por

parte de doentes em estado precoce de doença, “os

preços dos medicamentos genéricos não podem

nem devem, ser tão baixos ao ponto de, contribuírem

para que as empresas não sejam financeiramente

viáveis e se retirem do mercado, ou contribuírem para

que determinados produtos não sejam lançados ou

deixem de ser comercializados, até porque, grande

parte das alternativas de marca desses medicamentos

genéricos retirados do mercado, têm um preço muito

mais elevado. É opinião da APOGEN que o Governo

se tem esforçado muito para defender os interesses e

necessidades do Estado e dos utentes, mas a ‘fatura’

tem sido pesada para a indústria de medicamentos

genéricos e biossimilares, que, não esqueçamos, é

um dos pilares da sustentabilidade do SNS, pela sua

já significativa contribuição, através das poupanças que

permite gerar ao Estado”, conclui Paulo Lilaia.

MEDICAMENTOS GENÉRICOS

Page 23: Revista Business Portugal | Setembro '15

A Aurovitas é uma companhia global que apostano desenvolvimento, produção e comercialização de medicamentos genéricos.

Através de uma rede comercial alargada a Aurovitas marca presença em Portugal com um portefólio de produtos genéricos, marcas e OTC proporcionando soluções acessíveis e de qualidade nas mais impor-tantes áreas terapêuticas.

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Page 24: Revista Business Portugal | Setembro '15

24

alga

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elên

cia

Não é de todo despropositado falar sobre um Algarve que, cada vez mais, é considerado de

excelência, quando no próximo dia 27 de setembro se comemora o dia mundial do Turismo. Ainda

menos despropositado o é, quando o ano de 2015 foi muito forte para a região algarvia no que

diz respeito ao retorno económico da oferta turística que a região tem para oferecer, sobretudo na

época alta, assim como no que concerne aos prémios de honra que foi acarretando.

O Algarve é cada vez mais reconhecido a nível internacional. Naquela que foi a 22ª edição dos “óscares do

turismo”, o World Travel Awards, a região conquistou o 1º lugar na categoria Melhor Destino de Praia Europeu.

Também no mês de setembro, no evento equivalente no panorama nacional, o Portugal Travel Awards, o

Algarve foi distinguido, entre outros galardões, com o melhor hotel 5 estrelas.

Aquele que para muitos já é considerado o “segredo mais famoso da europa”, tem além das praias paradisíacas

de quilómetros, um património vitivinícola que tem alcançado, a par disso, um enorme prestígio internacional.

O Algarve, além da oferta hoteleira e turística que tem, como o Golfe, a Ria Formosa, o Mercado de Olhão ou

a possibilidade de fazer birdwatching em Sagres, e que é declaradamente incentivada, com o apoio da Região

do Turismo do Algarve, tem outros pontos de interesse. Uma das apostas mais recentemente contempladas

no plano de marketing estratégico são as rotas de vinhos da região.

A cultura vitivinícola no Algarve é muito forte e o clima mediterrânico muito favorável à produção. Com estas

particularidades, como é o exemplo da proteção assegurada pela barreira montanhosa de Monchique e a

própria localização meridional de toda a região, faz com que os vinhos sejam aclamados com denominação de

origem protegida, sendo um selo de qualidade. Como não há iguais, os vinhos das várias adegas cooperativas

que pertencem ao DOP Lagos, DOP Lagoa, DOP Portimão e DOP Tavira, são outro produto de ouro que a

região do Algarve tem para brilhar perante os olhos e paladar dos turistas.

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Page 26: Revista Business Portugal | Setembro '15

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Vila do Bispo – O município do ano

O concelho de Vila do Bispo, localizado no Algarve, na ponta mais extrema da Europa continetal, foi distinguido com o prémio UM

Cidades - Município do Ano de Portugal 2015, entre 36 nomeados escrutinados de 80 candidaturas representativas das regiões Norte,

Centro, Alentejo, Área Metropolitana do Porto, Área Metropolitana de Lisboa, região do Algarve e regiões autónomas.

festival de observação de aves

A UM Cidades define-se como uma plataforma

que, além de premiar o melhor município do

ano, propõe uma academia de formação

destinada aos executivos municipais,

desenvolvida na Universidade do Minho, com a missão

de promover a troca de conhecimentos de gestão e

estratégia entre cidades e regiões.

Ao premiar e destacar as cidades que desenvolveram um

trabalho assinalável a nível territorial, social e económico,

através de um evento com impacto nacional, o projeto

UM Cidades também produz uma ação de sensibilização

para as boas práticas no desenvolvimento sustentável,

materializadas e avaliadas nas candidaturas a concurso.

Na segunda edição dos Prémios Município do Ano, que

decorreu no passado dia 9 de setembro, numa gala no

Teatro Circo em Braga, foi Vila do Bispo que arrecadou

a distinção na categoria regional, mas também o 1.º

prémio a nível nacional - município do ano 2015 -, com

a aclamação do projeto ‘Festival de Observação de Aves

de Sagres & Atividades de Natureza’. Trata-se de uma

projeto iniciado em 2010 e que este ano decorrerá

entre 1 a 4 de outubro.

De facto, além de anualmente reconhecer o empenho

e sucesso em projetos desenvolvidos pelos municípios,

um dos principais objetivos da plataforma UM Cidades é

colmatar lacunas existentes e incentivar a apresentação

de algo inovador, quer seja um produto, um serviço,

um programa, uma infraestrutura, um equipamento ou

uma ação de sensibilização que tenha impacto territorial

a diversos níveis. E também dar visibilidade, tanto às

grandes cidades, como às regiões de baixa densidade.

No caso da Vila do Bispo, os resultados advindos da

boa gestão, valorização, comunicação e divulgação dos

pontos de interesse turísticos da região estão à vista!

N sua 6.ª edição, o ‘Festival de Observação de Aves

& Atividades de Natureza’ é promovido pela Câmara

Municipal de Vila do Bispo, sendo a Almargem

(Associação de Defesa do Património Cultural e

Ambiental do Algarve) e a SPEA (Sociedade Portuguesa

para o Estudo das Aves) os copromotores. O evento vai

mais uma vez acontecer na freguesia de Sagres, não

esquecendo outros pontos de interesse no território

concelhio, e tem um programa muito alargado – mais

de 200 atividades programadas.

Ao longo do festival é possível participar em atividades

na sua grande maioria gratuitas, requerendo, contudo,

inscrição prévia. Desde vivenciar experiências como a

observação de aves numa viagem de Jeep ou de barco,

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Page 27: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

27

ALGARVE DE EXCELÊNCIA

à observação de aves marinhas e golfinhos, passeios

a pé ou de cavalo, tudo em plena costa vicentina, da

qual Vila do Bispo faz parte. Mas não só de natureza

se faz a oferta programática. Também se pode

apreciar, conhecer e desfrutar das paisagens chamadas

‘partilhadas’, uma vez que se envolve, num só espaço, o

contato com a biodiversidade, a geologia, a arqueologia,

a história, a etnografia. Outro exemplo de atividade

estabelecida no programa do evento é a observação

das flores do outono, típicas da região. Também à noite

o programa oferece saídas para experienciar a audição

de aves migratórias ou observar as inscrições simbólicas

dos menires de Vila do Bispo.

O conselho de Vila do Bispo, pela sua especial

localização geográfica, é o único do país que possui

dois tipos de costa separadas pelo cabo de São Vicente:

a meridional e a ocidental. A norte do cabo, imponentes

arribas rochosas, a sul, praias mais mediterrânicas de

águas mais calmas. Essas características fazem com

que o património natural seja de uma diversidade e de

incontestável interesse. Ao longo de toda a nossa costa

podem ser visitadas 19 praias. A gastronomia, por sua

vez, também é caracterizadora do concelho, pois baseia-

se no que o mar tem para oferecer, designadamente o

marisco e o peixe.

Uma boa oportunidade para conhecer de uma forma

mais detalhada o concelho algarvio de Vila do Bispo

é associar a visita ao “Festival de Observação de Aves

& Atividades da Natureza” com os grandes trilhos que

atravessam todo o Algarve, como por exemplo, a Ecovia,

uma ciclovia desde Vila do Bispo até Vila Real de Santo

António, com uma extensão total de 214 km. Aqui

pode-se encontrar zonas de pinhais, planaltos e falésias

rodeadas de uma extraordinária vegetação e de rocha

escura, as dunas e a costa selvagem de área protegida,

vales encaixados, ribeiros de água límpida, montados

e prados. Existe, aliás, o projeto “Rota Vicentina”, uma

grande roto entre o Cabo de São Vicente e Santiago do

Cacém que tem vindo a ser amplamente reconhecido

como uma mais-valia para a Região do Algarve,

contando já com seis prémios desde que foi planeado,

em 2012. Ao longo da costa Algarvia também se

estende a grande Via Algarviana, entre o Cabo de São

Vicente e Vila Real de Santo António.

No último trimestre de 2015, Vila do Bispo conta com

a passagem de muitos turistas pelas freguesias do

conselho. Ainda que não coincida com a tradicional

época alta do turismo, a alternativa oferta cultural e

natural é de uma grande dimensão e diversidade,

com iniciativas para os mais velhos e os mais novos,

interessados pela fauna, pela flora e pela beleza costeira,

neste que é um território cercado, a ocidente pelo grande

Oceano, e a sul pelo desaguadoiro do Mediterrâneo.

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Page 28: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

28

ALGARVE DE EXCELÊNCIA

A região esteve em destaque nos World Travel Awards 2015 onde arrecadou o galardão de melhor destino de praia da Europa. É a

terceira vez que o Algarve vence nesta categoria, os votos de milhões de turistas e de profissionais do setor, de todo o mundo, valeram

ainda mais quatro prémios à região. No ano em que a Região de Turismo do Algarve comemora 45 anos, entrevistámos Desidério Silva,

presidente da instituição responsável pela zona mais importante do turismo nacional.

turismo do algarve

Algarve: Muito mais do que praia e golfe

Reconhecido internacionalmente como um

destino de férias por excelência, onde as

praias e o golfe são a principal atração, o

Algarve tem vindo a consolidar a sua posição

mundialmente e, exemplo disso, são os prémios que

tem vindo a arrecadar. Os últimos foram na cerimónia

dos World Travel Awards, os óscares da indústria do

turismo, que se realizaram, na Sardenha, Itália. Para

além de ter sido eleito o Melhor Destino de Praia da

Europa, o Algarve contou com mais distinções: o Conrad

foi considerado o Europe’s Leading Luxury Resort &

Spa, pelo 3º ano consecutivo; o Vila Joya foi eleito o

Melhor Boutique Hotel; o Hotel Quinta do Lago recebeu

a distinção de Melhor Resort de Praia, o Monte Santo

Resort ganhou o prémio de Resort Mais Romântico e a

Marina de Vilamoura foi escolhida como a Melhor Marina

Internacional 2015. Prémios que colocam a região e o

país no topo do turismo mundial e que são o reflexo

do trabalho de diversos agentes ligados a esta indústria. desidério silvaPresidente

Page 29: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

29

ALGARVE DE EXCELÊNCIA

Questionado sobre a importância dos prémios e aquilo

que representam para o Algarve, Desidério Silva,

presidente da Região de Turismo do Algarve destaca

que “procurámos alavancar a região porque ela tem sido

importante no contexto da economia e do turismo, em

Portugal. Estes prémios têm muito a ver com o esforço

e o papel dos empresários, dos municípios e do Turismo

do Algarve, naquilo que representa a promoção e a

valorização da região. Neste ano dos 45 anos do Turismo

do Algarve, há um conjunto de iniciativas e de prémios

que vêm confirmar o estatuto da região do Algarve

como a mais importante do turismo nacional, aquela

que mais contribui para o orçamento geral do Estado,

aquela que cria mais riqueza, aquela, que no fundo,

acaba por alavancar a economia e tem sido fundamental

até para um país que teve este tempo todo em processo

de ajustamento”. A nível nacional, o Algarve também

foi palco, em setembro, dos Portugal Travel Awards,

organizados em parceria com o Turismo do Algarve,

onde esteve em destaque o que de melhor se faz no

país, nesta área. No discurso de abertura Desidério

Silva fez questão de destacar o desenvolvimento e o

crescimento do turismo da região, “depois de em 2014

terem sido batidos alguns recordes, em termos de

resultados, a título de exemplo, refira-se que passámos

por larga margem os 16 milhões de dormidas, tivémos

quase 4 milhões de hóspedes e foram movimentados

mais de 6 milhões de passageiros no Aeroporto de

Faro e, em 2015, felizmente, este processo evolutivo

segue uma curva ascendente com o verão a encerrar

de uma forma muito positiva”, o que leva a crer que os

resultados deste ano vão superar os de 2014. O turismo

no Algarve está a consolidar a sua posição de excelência

internacionalmente e para tal foi muito importante “o

trabalho de todos os parceiros, procuramos trabalhar

em conjunto, uma coisa que antes não acontecia muito

na região”, refere o responsável pela Região de Turismo

do Algarve, referindo ainda que “é um processo natural

para a consolidação de uma região que é claramente

diferenciadora, onde os prémios que têm sido atribuídos

à região, não são prémios comprados, são prémios

entregues em função das votações de milhões de

pessoas, de todo o mundo, e concretamente, sobre

destinos que são concorrentes connosco, o que faz toda

a diferença para a marca Algarve no exterior”, conclui.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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ALGARVE DE EXCELÊNCIA

Principal desafio: Combater a sazonalidade

O turismo da região continua a registar grandes

diferenças entre o verão e o inverno, “a questão da

sazonalidade é difícil de esbater, temos uma época

muito forte e portanto há que procurar que os outros

meses do ano sejam potenciados e subam naquilo que

é a sua capacidade de ocupação. Quando registamos

mais de 4 milhões de dormidas em agosto e depois

temos 350 mil em janeiro há que procurar saber as

razões e os motivos para intervir no território”, explica

o presidente da Região de Turismo do Algarve. Neste

contexto, há uma série de soluções que estão a ser

pensadas e colocadas em prática e que passam por

diversificar a oferta em termos de atividades, que não

contemplem apenas o sol e o golfe, determinantes para

o verão algarvio. Os meses de outono e inverno têm

outras atrações “em fevereiro e março ninguém faz

praia, mas temos o turismo de natureza, a observação

das aves, as caminhadas, passeios de bicicleta, o

turismo desportivo, o turismo de saúde, a gastronomia,

a rota dos vinhos, o património e a cultura, produtos que

podem marcar a diferença e que se podem interligar”,

explica Desidério Silva, mostrando “um Algarve tranquilo”

e diferente. No que toca ao turismo de saúde, existem

já uma série de protocolos entre as unidades hoteleiras

e unidades de saúde públicas e privadas envolvendo os

mercados alemão, holandês e inglês, numa oferta que

contempla cuidados e tratamentos, “associado a isso há

um conjunto de spas e ginásios, ofertas diferenciadoras

e de qualidade que estão a aparecer cada vez mais

na região, um mercado que tem muito interesse, até

porque, em termos de custos, atinge um nível médio alto

o que é importante para o desenvolvimento do Algarve”,

explica o presidente da Região de Turismo algarvia. O

turismo de natureza, o desporto, as atividades náuticas

e o enoturismo são as apostas para elevar e potenciar o

destino Algarve, enquanto região de excelência durante

todo o ano.

Futuro: Mais certezas para o setor

Os números são muito favoráveis para o turismo algarvio

e Desidério Silva considera que no futuro é necessário

“tudo fazer para que haja uma grande interligação

entre todos os agentes do público e do privado, um

trabalhar em rede onde os investimentos sejam feitos

naquilo que é a requalificação, a inovação, a formação,

para que o nosso destino marque a diferença pela

qualidade, oferecendo emoções e experiências, uma

ação diferenciadora que não encontram noutros sítios,

o turismo é isso, as pessoas levarem na memória o

que experienciaram”, destaca o interlocutor. Em 2016,

pretendem consolidar posições e para tal o futuro é de

muito trabalho “em 2016, seremos destino convidado

na BTL e queremos aproveitar essa montra do turismo

em Portugal para mostrar diversidade concentrada que

nos caracteriza, mas que muitos ainda desconhecem.

Os projetos que temos estado a trabalhar em parceria

com públicos e privados no âmbito do turismo de

natureza, turismo desportivo, turismo náutico, turismo

de saúde, para além da valorização de recursos

patrimoniais e culturais e a nossa rica gastronomia. É

também em 2016, que vamos retomar o conceito do

Algarve Convida, uma feira e uma mostra dedicada

inteiramente à oferta turística algarvia que terá lugar em

Lisboa”, destaca o presidente da Região de Turismo do

Algarve, concluindo que compete também ao Estado

apoiar e “atribuir ao Algarve aquilo que ele merece em

termos da importância que tem no turismo nacional

dando mais certezas para o setor”.

festival de observação de aves

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32

ALGARVE DE EXCELÊNCIA

Os vinhos do Algarve estão a afirmar-se no panorama nacional e internacional. A aposta de várias entidades privadas no setor valeram

à região o surgimento de vinhos distintos de qualidade superior. A Comissão Vitivinícola do Algarve está empenhada na promoção e,

prova disso, são os prémios que têm reconhecido a excelência do produto tanto em Portugal, como no exterior. Para ficarmos a conhecer

um pouco mais este setor, que também se quer afirmar como uma opção turística na região, entrevistámos o presidente da Comissão

Vitivinícola do Algarve, Carlos Gracias.

Comissão Vitivinícola do Algarve

Vinhos de excelência do Algarve para o Mundo

Os vinhos do Algarve são reconhecidos, quer

pela qualidade, quer pelo desenvolvimento e

crescimento do setor na região. Neste contexto,

qual o papel desempenhado pela Comissão

Vitivinícola do Algarve (CVA)?

A CVA entrou numa nova fase, em 2010, com a

entrada no processo de certificação pelo IPAC - Instituto

Português de Acreditação. A nova direção tentou criar

uma nova dinâmica, incentivando a produção no

setor privado. Registámos um crescimento brutal das

adegas privadas. De 2010 até ao presente, duplicaram

praticamente os agentes económicos, agora temos

cerca de 30 produtores a certificar, apesar da produção

total de volume certificado não ter aumentado, manteve-

se com um ligeiro crescimento. Houve uma transferência

da produção do setor cooperativo para o setor privado.

Importa salientar que a região não se pretende assumir

pela quantidade mas sim pela qualidade dos seus vinhos.

Produzimos vinhos de autor, onde existe o incremento

do produtor o que lhe confere alguma diferenciação.

Produzimos cerca de 1 milhão de garrafas por ano, o

que implica um trabalho acrescido de mostrar que os

nosso vinhos têm qualidade. Nos últimos quatro anos

arrecadámos entre 40 a 50 de medalhas de ouro, prata

carlos graciasPresidente

Page 33: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

33

ALGARVE DE EXCELÊNCIA

e bronze, em concursos nacionais e internacionais.

Convém salientar que nos concursos internacionais são

seguidas as normas da OIV - Organização Internacional

da Vinha e do Vinho, através da prova cega. Se os vinhos

do Algarve estão entre os melhores neste concurso é

um sinal de qualidade.

A partir de 2010 existe então uma aposta forte

na qualidade, quais os vinhos que importa

destacar?

A região está com uma aposta muito forte nos vinhos

brancos, temos vindo a aconselhar os nossos agentes a

apostar nesta produção, pois a região tem boas condições

edafo-climáticas, conferindo um bom equilíbrio entre os

açucares e a acidez, assim como na parte aromática.

Contudo, os vinhos de uva branca representam apenas

30% da produção da região, mas tem vindo a ser feito

um esforço com vista ao seu incremento, há produtores

a reconverter parte das uvas tintas em uvas brancas e

o surgimento de novas plantações. A CVA está a fazer

também algum trabalho de dinamização da casta Negra

Mole, um pouco esquecida. Penso que com o trabalho

dos produtores e enólogos e com as novas técnicas

de vinificação poderemos obter bons vinhos através da

Negra Mole, diferenciadores e muito característicos da

região.

Estamos na fase das vindimas, como está a

decorrer a colheita na região e quais são as

expectativas de região em termos de produção?

As vindimas começaram no início de agosto com as uvas

brancas, correram bem. Ainda em agosto e princípio de

setembro decorreram as vindimas para os vinhos tintos.

Este ano a qualidade da uva é boa, com um grau muito

interessante o que perspetiva um ano com vinhos de

grande qualidade com um aumento da produção de

vinho para certificar o que é muito importante para a

região.

A Rota dos Vinhos do Algarve veio dar mais

visibilidade às adegas e uma nova dinamização

ao setor?

A Rota dos Vinhos é um projeto muito interessante

com uma grande mais valia para a região. A CVA

envolveu-se nesse processo com alguma determinação

e em parceria com o Turismo do Algarve e a empresa

Darquefalar de Loulé realizámos um plano de

comunicação da Rota dos Vinhos. Inicialmente o projeto

contou com sete adegas, que reuniam as condições

mínimas essenciais para pertencer à Rota: instalações

sanitárias, sala de provas, loja com vendas dos produtos

e espaço suficiente para acolher um autocarro. De

momento há mais adegas a aderir à Rota e irá ser

produzido um novo passaporte. A CVA empenhou-se no

lançamento da Rota e deixou posteriormente o processo

com a recém criada Associação da Rota dos Vinhos do

Algarve. A CVA continua a colaborar, mas a gestão está a

cargo da associação. A Rota é importante porque quem

nos visita procura este tipo de produto. A oferta deve

ser organizada em parceria com os grupos hoteleiros

e agências de viagens. Esta ligação é fundamental na

promoção de um produto complementar que ajuda a

“combater” a sazonalidade.

Em breves palavras, por onde passa o futuro dos

vinhos do Algarve?

A aposta deve continuar a ser na qualidade e num

incremento da produção a curto e médio prazo,

visando atingir a produção certificada de 2 a 3 milhões

de garrafas de Vinho Regional Algarve por ano. Há

capacidade para crescer e há até interesse de grandes

produtores nacionais em instalarem-se, demonstrando

que o Algarve tem potencial.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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ALGARVE DE EXCELÊNCIA

Algarve é sinónimo de sol e praia mas é muito mais que isso. É uma região pautada por tradições e atividades económicas que a

dinamizaram ao longo de séculos e que se mantêm até aos dias de hoje. Um desses setores, pouco conhecido entre os portugueses, é

a produção vitivinícola.

Adega Cooperativa do Algarve - única

A única Adega Cooperativa do Algarve

AAdega Cooperativa do Algarve (Única),

criada em 2009, resultou da junção das

Adegas Cooperativas de Lagoa e Lagos

numa única unidade produtora, tendo

como objectivo a rentabilização dos vários serviços,

meios e equipamentos disponibilizados aos viticultores,

melhoramento dos sistemas de gestão e controlo,

quer do ponto de vista financeiro, quer em relação ao

produto. Aumentar a eficiência comercial dentro e fora

da região e, consequentemente, renascer a fama que já

teve em tempos passados.

Uma tradição secular

Antigamente, começa por explicar Fernando Leitão,

presidente da Adega Cooperativa do Algarve, o que se

pretendia no vinho era grau em deterioramento do vinho

de mesa. Os vinhos no Algarve adquiriam um volume

alcoólico elevado derivado à exposição das suas uvas

ao sol quente. Era assim o suporte da falta de vinho

altamente graduado que não existia no Douro para o

vinho do Porto dado que não havia nesta região uvas

com a graduação pretendida.

“As adegas cooperativas foram criadas para a produção

em massa e a Única não foi exceção, contribuindo com

quase 70 por cento do vinho que seguia em navios

para alimentar as ex-colónias. Nos anos 50, foi criada a

nossa adega mas nos anos 60 houve a necessidade de

ampliá-la para uma capacidade de armazenamento de

12.000.000 litros. Infelizmente o escoamento do vinho

começou a tornar-se difícil, não estava a ser rentável e

as pessoas começaram a procurar novas atividades na

construção, no turismo. No setor vitivinícola a qualidade

é o que dá rendimento às pessoas e associamos sempre

qualidade a rendimento. Ninguém produz para ter

prejuízo, quando se tem um negócio ou uma atividade é

necessário adaptar-se”, explica Fernando Leitão.

Trabalho árduo e muita dedicação

Desde 2006 que a Adega Cooperativa do Algarve

atravessa algumas contrariedades financeiras

nomeadamente na falta de pagamento aos sócios.

Dificuldades de tesouraria que rapidamente quiseram

resolver através da venda do edifício da adega.

“Nessa altura foi feita uma avaliação deste imóvel,

tendo em vista a realização da candidatura aos fundos

comunitários do Proder para a construção de uma nova

unidade produtora, mais pequena, moderna e adaptada

à atual realidade. Este era o nosso foco, o nosso objetivo

no fundo, era obter as ajudas comunitárias, bem como

a venda das antigas instalações que resultariam num

encaixe financeiro que permitiria pagarmos a nossa

dívida à banca, aos sócios e claro concretizar o projeto

na nova adega e ainda sobrava dinheiro”, ressalva.

O projeto estava aprovado, mas veio a crise de 2009 e

o não se concretizou.

Posteriormente, em 2010, 2011 a adega teve que

se reorganizar, reduzindo custos em todos os sectores

porque não havia rendimento da sua atividade.

“Começamos a pagar aos sócios que nos iam

entregando as uvas de forma a manter a atividade da

adega e daqueles que estariam a produzir uva. Desde

então, estamos a aguentar a tesouraria desde 2007. Em

2008 entraram dois milhões de quilos de uvas na nossa

Entrega de prémio Concurso de vinhos do Algarve

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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ALGARVE DE EXCELÊNCIA

adega, há dois anos 360 mil e no ano passado não chegou a 200mil quilogramas Isto

deve-se ao facto de ex-associados se terem reorganizado enquanto produtores privados.

Os sócios acharam que a cooperativa era um risco e não quiseram arriscar mais”, revela

Fernando Leitão.

Começaram assim a surgir novos produtores, um ponto positivo e dinamizador de

empreendedorismo do setor na região do aAgarve, segundo o presidente da Única - Adega

Cooperativa do Algarve.

Constrangimentos a contra tempo

Aquando da intenção de venda das instalações, Fernando Leitão descobriu que parte do

edifício ampliado nos anos 70 não estava licenciado e há mais de um ano que espera por

essa licença.

“Estamos à espera que nos regulamentem a parte não licenciada porque ninguém vai

querer comprar uma coisa sem estar tudo em conformidade”.

A Câmara Municipal de Lagoa tem ajudado, dentro das suas possibilidades, mas estes

processos são complicados e demoram o seu tempo.

“Sentimos que temos o apoio da câmara e queremos fazer parte da resolução deste

processo, que é uma parte significativa do centro de Lagoa”, diz Fernando Leitão

reafirmando o seu otimismo.

“Sou uma pessoa positiva e espero que até ao final do ano esta casa tenha uma solução”.

Uma nova realidade de futuro

Um dos principais objetivos da Única adega cooperativa do Algarve centra-se na procura

de novos parceiros de modo a continuar a funcionar de forma minimalista, mantendo a

sua história, isto é, uma entidade que queira investir em outros negócios nas instalações

da adega. Outro dos objetivos passa por continuar a ser um suporte aos vinicultores e que

todo o seu espaço envolvente seja valorizado.

“O nosso objetivo foi libertar espaços para fazer exposições de arte, de fotografia,

dinamizando-o e trazendo pessoas à adega para conhecerem a nossa realidade porque

muita gente não a conhece. Apesar dos muitos constrangimentos que enfrentamos,

aumentamos a nossa qualidade (mérito do nosso enólogo João do Ó Marques) e

continuamos a ter vinhos medalhados, no entanto o nosso objetivo passa por valorizar o

nosso espaço”, diz Fernando Leitão ressalvando a importância da revitalização da adega

até para a própria região porque o Algarve é a montra onde se vende mais vinho no país.

Para além de exposições de fotografia e arte, a adega disponibiliza igualmente visitas

guiadas e está inserida na Rota da Vinha e do Vinho.

“Não queremos desistir e queremos cada vez mais potenciar a nossa adega como ‘única’

da região. Agora, só precisamos de criar rendimento”, finaliza Fernando Leitão.

Em 2015, a Única já foi galardoada

LAGOA DOP RESERVA TINTO 2013

Medalha de Prata no Concurso Internacional Selezione Del Sindaco 2015 e

Medalha de Prata no VIII Concurso de Vinhos do Algarve 2015

PORCHES IGP TINTO 2013

Medalha de Ouro VIII no Concurso de Vinhos do Algarve 2015

CONDE DE LIPPE SELEÇÃO 2013

Medalha de Prata no Concurso Wine Masters Challenge 2015 e Medalha de Vinho

Recomendado no Iinternational Wine Challenge 2015

LAGOA DOP RESERVA BRANCO 2014

Medalha de Bronze no VIII Concurso de Vinhos do Algarve 2015

LICOROSO ALGARDOCE

Medalha de Ouro no Concurso Internacional Selezione Del Sindaco 2014 e

Medalha de Bronze no Concurso de Vinhos 7ª Grande Amostra de Vinhos de

Portugal - Confraria BACCHUS 2015

LICOROSO ALGARMOSCATEL

Medalha de Prata no Concurso Internacional Selezione Del Sindaco 2014

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Com 162 hectares, a exploração agrícola localizada no Sítio da Penina, em Alvor, tem uma história vinícola que remonta a meados do

século XX. Contudo, a vinha esteve relegada para segundo plano, durante várias décadas, mas desde o final dos anos 90, a Quinta do

Morgado da Torre expandiu a produção de vinho, contando atualmente com 17 hectares.

Quinta do Morgado da Torre

Vinhos algarvios com paixão

Inserida na Região Demarcada do Algarve, zona

vitivinícola de Portimão, a vinha administrada por

João Mendes, trabalha na produção própria de

vinho, desde 1999, através da criação da Adega

do Morgado da Torre. No passado, os vinhos eram

produzidos na Adega Cooperativa de Portimão, criada

em julho de 1955, com capacidade para um milhão

de litros, tendo atingido a produção máxima, em

1980, com cerca de 459 mil litros de vinho. Nos

anos 80, o envelhecimento das vinhas, os subsídios

da União Europeia para o redimensionamento do

setor e a elevada procura de terrenos para o turismo,

levaram ao abandono de muitas vinhas, diminuindo

significativamente a produção. Desde 1999, a Quinta do

Morgado da Torre tomou um novo rumo e foi “a primeira

adega a certificar vinho de quinta no Algarve”, revela

João Mendes, administrador da Quinta do Morgado da

Torre. Segundo o proprietário, a região apresenta uma

ALGARVE DE EXCELÊNCIA

série de vantagens que propiciam o cultivo da vinha,

“acreditamos que o Algarve, com os seus terrenos, a

exposição solar e o mercado turístico tem razões para

fazer vinhos diferentes, por isso, implementámos novas

castas portuguesas e internacionais. Começámos a fazer

vinhos diferentes, através de novas tecnologias, utilizadas

tanto na vinha como na adega, passámos a ter produtos

diferentes e a conquistar algum mercado”. A Quinta do

Morgado da Torre segue o lema ‘vinhos com paixão’ e

tem no mercado os seguintes produtos: Alvor Branco

Singular, Alvor Rose Selection, Alvor Tinto Colheita

Selecionada, Alvor Reserva Tinto, Tapada da Torre

Reserva Branco, Tapada da Torre Reserva Tinto, Alcalar

Premium Tinto. Para além do vinho, importa também

referir que nos 162 hectares de terreno são cultivados

citrinos, cortiça, cereais e frutos secos, no passado, eram

produzidos maioritariamente figos, amêndoa e alfarroba.

Em Portugal, o Algarve é a região turística de excelência,

o surgimento de novas adegas, com produção própria

de vinho, também está a ser realizada pelos estrangeiros

que elegem a região para usufruírem do tempo

disponível, sobretudo reformados “neste momento estão

a aparecer novos produtores, a comprar propriedades

para a produção de vinho, especialmente, suíços,

belgas, norugueses, finlandeses e alemães. Há pessoas

reformadas com poder de compra a investir na vinha do

Algarve, investidores de classe alta que se reformaram

mais cedo, adquirem uma quinta, constroem uma casa

e fazem quatro ou cinco hectares de vinha com adega

própria, o que faz com que 30 por cento dos produtores

de vinho do Algarve sejam estrangeiros”, revela o

responável pela Quinta do Morgado da Torre. Os vinhos

do Algarve são comercializados, sobretudo, no mercado

nacional, neste momento, cerca de 15 por cento destes

produtos são para exportação, “que tem aparecido por

intermédio do turista”. À semelhança do que se passa

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ALGARVE DE EXCELÊNCIA

na região, “também a Quinta do Morgado da Torre

produz vinhos de grande qualidade, replantou vinha, nos

últimos anos, a região tornou-se mais homogénea, entre

os produtores não há muitas diferenças e estão todos

a um nível médio alto, as vinhas não têm ainda idade

suficiente para produzirem grandes vinhos, embora se

esteja num bom caminho e com excelentes vinhos”,

explica João Mendes, acrescentando que, na sua adega

há a aposta numa nova vertente, devido ao aumento da

“procura de brancos e rosés, temos novas plantações

de castas de uva branca, podendo assim surgir

monocastas internacionais de branco”. O interlocutor

ressalva que, neste momento, “os custos de produção

do vinho do Algarve são os mais elevados de Portugal”.

Os produtores estão direcionados para a qualidade,

resultante das novas vinhas, os vinhos são vendidos e

divulgados através da restauração e da venda na grande

distribuição.

Enoturismo no Algarve

Na Quinta do Morgado da Torre “as provas de vinhos

e as visitas guiadas para pequenos grupos” são uma

realidade, no local, para além dos vinhos, existem à

venda os produtos regionais, como o mel, compotas,

licores, conservas, olaria, entre outros. O sol, a praia e

o cultivo da vinha, devem resultar no entender de João

Mendes, num novo tipo de turismo, é por isso, que em

setembro a Quinta do Morgado da Torre vai iniciar um

“projeto de enoturismo, para criar alojamento, através de

pequenas vivendas, com piscina, os visitantes podem

depois fazer as provas de vinhos, visitar a adega e

outras adegas da região, trazer a família e estarem num

ambiente diferente”. Através destes complementos,

passam a atrair outros turistas para o Algarve, fora do

verão, quebrando a sazonalidade, criando novos pontos

de interesse, para além do sol e praia que tão bem

caracterizam a região sul do país.

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TEMA

vinh

os d

a be

ira

inte

rior T

Tendo em conta a entrevista facultada por Rodolfo Queirós, presidente da Comissão Vitivinícola da

Região Beira Interior, vimos dar a conhecer as peculiaridades e conquistas destes vinhos que são

já uma referência em Portugal.

Nesse sentido, importa frisar que este ano foram a concurso 75 vinhos de 29 produtores da Beira

Interior, tendo sido atribuídas 12 medalhas de prata e 10 de Ouro, sendo que o melhor vinho deste concurso

foi o Casas do Côro Family Harvested 2011 Tinto DOC Beira Interior.

E entre os vários propósitos do Concurso de Vinhos da Beira Interior, pode-se salientar a importante promoção

regional e nacional dos vinhos, e a saudável competição entre os diferentes operadores da região, que faz

com que a qualidade geral dos vinhos produzidos na Beira Interior esteja, ano após ano, a crescer a distintos

patamares.

Prova disso são as vendas que se registaram a nível nacional no último ano apontando para os 3 milhões

de garrafas, e as exportações que têm vindo gradualmente a crescer registando um aumento de 8,6% em

2014. Neste momento as exportações representam cerca de 22 por cento dos vinhos certificados na Região

como DOC Beira Interior ou Vinhos Regionais Terras da Beira.

Sabendo da importância das várias feiras dedicadas ao setor, a Comissão Vitivinícola da Região Beira Interior

já marcou presença no SISAB 2015, um evento dedicado exclusivamente à exportação. Para além deste,

também garantem a sua participação no Encontro com o Vinho 2015 em Lisboa, que é o maior certame de

vinhos realizado em Portugal.

Posto isto, o futuro dos vinhos da Beira Interior passará por uma maior implantação dos mesmos no mercado

nacional e, por outro lado, um maior reforço no que toca às exportações. Hoje em dia, apesar da qualidade

destes vinhos ser uma evidência, ainda falta percorrer um caminho de reconhecimento dos consumidores

para com os vinhos da Beira Interior, tendo em conta que são vinhos de altitude mais frescos e aromáticos e

com grande vocação gastronómica, que não deixam ninguém indiferente.

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VINHOS DA BEIRA INTERIOR

beira serra

um vinho definidor da região

Bem no interior do país, no distrito da Guarda, podemos encontrar uma

Adega Cooperativa, de seu nome Beira Serra, como gostam somente

e carinhosamente de designar os seus sócios, que produz vinhos com

“características muito bem definidas”. Em conversa com a Revista Business

Portugal, o diretor Joaquim Gamboa confidenciou que a adega, que se localiza em

Vila Franca das Naves tem cerca de 1.060 sócios inscritos, dos quais 600 ativos.

Com um peso significativo na economia local e na dignificação do território, as 4,5

toneladas de uvas que se prevê virem a ser entregues nos lagares da Adega Beira

Serra, dão origem a vinhos que se distinguem pela influência de diversos fatores, tais

como as caracteristicas próprias da região da Beira Interior: solos graníticos, altitude,

invernos frios e verões muito quentes, em suma : um microclima que permite obter

vinhos brancos jovens, aromáticos, muito frescos e frutados, com predomínio da casta

regional síria. Os tintos são também aromáticos , corpo médio, com taninos firmes e

macios. Não é por acaso que o vinho ‘Fora de Jogo’ foi premiado com uma Medalha

de Prata na categoria de Branco 2014, no concurso de vinhos da Beira Interior. Mas

é o vinho Beira Serra, o rosto da adega que é o que mais se vende, embora logo de

seguida venha o ‘Fora de Jogo’, tanto o branco como o tinto, que também já tinha

sido medalhado. De acordo com Joaquim Gamboa, a relação qualidade-preço dos

vinhos produzidos na Beira Serra, espumante ‘Sou do Alto’, ‘Óptima Pergunta’, ‘Boa

Pergunta’, ‘Maria Moura’ e ‘Fora de Jogo’, assim como os frisantes, branco e rosé,

são uma mais valia que enaltece a Beira Interior e o próprio país. “Dentro das nossas

possibilidades temos feito um grande esforço para ir modernizando e equipando a

nossa adega”. Porém, Joaquim Gamboa esclarece que “tem sido a nossa intenção ter

sempre bons vinhos, mesmo que seja o corrente”.

Outro investimento da adega é a formação direcionada aos associados e aos

trabalhadores, para que através do conhecimento, seja elevada a qualidade do produto.

No que diz respeito à equipa que constitui a adega, a Beira Serra conta também com

enólogos de valor altamente reconhecido e contam com a colaboração da Vines &

Wines radicada no Dão para consultoria técnica na “feitura do vinho”.

O Vinho Beira Serra

O vinho mais produzido é o Beira Serra, o vinho corrente que o cliente comum

pode encontrar quer na plataforma online, que tem funcionado muito bem, quer em

minimercados ou restaurantes. O vinho pode ser comprado no sistema de box ou

engarrafado. “Mas a grande novidade é o ‘Beira Serra Seleção dos Sócios’, que tem

uma qualidade um pouco acima do normal”. vinho este , comercializado em garrafa

e em box de 3 litros.

Colocar o vinho mais longe

Relativamente aos desafios que se avizinham, a Beira Serra perspetiva chegar

mais longe. Embora a exportação tenha um peso considerável, uma vez que estão

presentes em mercados externos, é importante que a divulgação e comercialização

em Portugal se alargue, abrangendo todo o território nacional. Todos os elementos

da direção acreditam que a divulgação dos vinhos da Beira Interior não é tão grande

quanto a do Douro e do Alentejo, porque em tempos, esses estavam mais expostos

à oportunidade de serem conhecidos pelo grande público. Desta forma, “estamos a

apostar em comissionistas para venderem o nosso vinho e dá-lo a conhecer. No norte

do país, temos agentes através dos quais o nosso vinho é comercializado. Temos

um vendedor que presta assistencia a estes agentes e promove os nossos vinhos

em novos mercados internos”. Apesar destas medidas, Joaquim Gamboa acredita

que é importante frisar que o ministério da agricultura não conhece a província e as

dificuldades no terreno. “Ninguém nos reconhece, estamos a trabalhar numa atividade

social, estamos a trabalhar para 600 famílias”, alerta a direção da Beira Serra. Na

opinião de Joaquim Gamboa, o país desenvolvia-se de uma forma mais uniforme e sem

criar disparidades entre as pessoas, se houvesse mais apoios ao sector cooperativo.

Eventos promovidos pela Beira Serra

No dia 25 de outubro realizar-se à nas instalações da Beira Serra a primeira festa das

vindimas de Vila Franca das Naves. O evento irá decorrer no pátio da Adega, com

pequenos setores de expositores de produtos regionais e o vinho da cooperativa

e enquadra-se numa iniciativa cultural da qual fazem parte o Rancho Folclorico de

Vila Franca das Naves, a Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves e a Câmara

Municipal de Trancoso. Nesta festa, a Beira Serra irá proceder ao lançamento do novo

vinho ‘Beira Serra Seleção dos Sócios’ branco e Tinto. “Convidamos todos os nossos

amigos, clientes e consumidores a visitarem a adega, oferecendo uma pequena

atenção/desconto no preço tabelado dos vinhos, além da simpatia da receção”.

Joaquim gamboaAdministrador

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VINHOS DA BEIRA INTERIOR

No coração da Cova da Beira são produzidos, desde os finais dos anos 90, vinhos de excelente qualidade merecedores de vários

prémios. O nome Quinta dos Currais e a produção vitivinícola da região está a afirmar-se em Portugal e além frontreiras. A vinha

administrada por Maria de Fátima Tomás, é um excelente exemplo de como a região da Cova da Beira pode vingar no setor.

Quinta dos Currais

“Apostamos sempre na qualidade”

Alocalidade da Capinha, no concelho do

Fundão, viu nascer de raiz, há quase 20

anos, a Quinta dos Currais, “um projeto

familiar, que nasceu do zero. Os terrenos não

eram originariamente de vinha, mas de cereais”, revela

Maria de Fátima Tomás. A Quinta está distribuída por

uma área de 130 hectares, dos quais 30 são dedicados

à vinha, 30 ao olival e os restantes à floresta. A produção

vitivinícola assume a maior expressão neste projeto. A

vinha, resguardada entre a Serra da Gardunha e a Serra

da Estrela, produz vinhos de referência, através de uma

“aposta nas castas regionais”, como explica Maria de

Fátima Tomás.

Para a produção de vinho branco, as castas

selecionadas foram Arinto, Síria e Fonte-Cal; quanto ao

vinho tinto, a escolha recaiu sobre o Castelão, Touriga

Nacional, Tinta Roriz, Jaen e Rufete. Os 30 hectares de

vinha foram plantados para tirarem o máximo partido

da exposição solar norte-sul e do solo xistoso, com

afloramentos de quartzo. “Temos, por enquanto, uma

só referência de vinho que é a Quinta dos Currais”,

explica a administradora, “com quatro vinhos disponíveis

nas variedades, Branco, Tinto, Tinto Reserva e Branco

Síria”. O projeto Quinta dos Currais cedo começou a

dar frutos e o primeiro caso de sucesso, reconhecido

internacionalmente, foi atribuído ao Quinta dos Currais

Tinto Reserva 2002, eleito por Jamie Goode como um

dos “50 Melhores Vinhos Portugueses para Inglaterra”,

decorria o ano de 2008. Em 2010, foi a vez de Sarah

Ahmed premiar no mesmo concurso o Branco Colheita

Selecionada 2007, bem como, o Quinta dos Currais

Tinto Reserva 2003. Para além destas distinções, há

ainda a destacar “a duas medalhas de ouro no Concurso

Internacional de Bruxelas” atribuídas ao Quinta dos

Currais Tinto, a primeira em 2012 e a mais recente

este ano, relativas às colheitas de 2010 e 2013,

respectivamente. Os prémios sublinham a excelência e a

qualidade com que são produzidos os vinhos.

Questionada sobre o segredo do sucesso, a interlocutora

esclarece que “apostámos desde o início na qualidade,

o que exige um rigor muito grande na produção, que

começa com o tratamento das vinhas ao longo do ano,

mantendo assim a qualidade das videiras. Procuramos,

igualmente, o apoio de técnicos especializados na

área da enologia e para tal contamos com a preciosa

maria de fátima tomásAdministradora

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VINHOS DA BEIRA INTERIOR

colaboração da equipa da ‘Vines and Wines, Lda’ de

Viseu”. A responsável, conclui que “para se produzir um

bom vinho tem de haver uma boa qualidade de uva”.

Promoção da Beira Interior

A Quinta dos Currais está presente no mercado

português, mas a exportação já representa uma fatia

importante do negócio: “vendemos parte da nossa

produção em Portugal, entre 40 a 50 por cento,

dependendo dos anos, vendemos muito para os países

da União Europeia: Inglaterra, França, Bélgica, Holanda,

Alemanha e Luxemburgo, entre outros. Temos ainda

clientes no Brasil, Angola e Estados Unidos”, esclarece

a nossa entrevistada, revelando que a presença em

feiras e certames, dedicados ao setor, em Portugal e no

estrangeiro, dão visibilidade e fazem prosperar o negócio.

Neste ponto, destaca também o excelente trabalho que

está a ser feito pela Comissão Vitivinícola Regional da

Beira Interior (CVRBI), com o presidente João Carvalho,

através da aposta na divulgação dos vinhos produzidos

na região. A Quinta dos Currais tem marcado presença

na ExpoVinis, em São Paulo, na London Wine Fair, em

Inglaterra e em Nova Iorque, com a ViniPortugal, bem

como em diversos eventos a nível nacional. Maria de

Fátima Tomás esclarece que o objetivo da participação

nestes certames é “estabelecer novos contactos com

potenciais clientes, dando a conhecer o vinho e a

região”, mostrando as potencialidades da Cova da Beira

em termos de gastronomia, património e natureza,

captando, desta forma, novos públicos e turistas para

a Beira Interior.

Futuro promissor

A Quinta dos Currais está a preparar para este ano o

lançamento de um novo vinho, ‘Talabara’, que pretende

ser um topo de gama. Este deve ficar disponível no

mercado a partir de outubro.

Atualmente, a vinha está a ser alvo de um trabalho de

reestruturação, e o futuro da Quinta dos Currais passa

por novos produtos, como o azeite. “Vamos renovar

a nossa área de olival, uma vez que o azeite da Beira

Interior também é um produto de excelência e por isso

muito procurado no mercado nacional e internacional”.

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A Região da Beira Interior tem uma história vitivinícola que remonta à fundação da nacionalidade portuguesa, uma região de solos

graníticos e de grande amplitude térmica, características muitos específicas que se traduzem em vinhos de grande personalidade e um

carácter muito vincado e diferenciador.

SABE-Sociedade Agrícola da Beira

Perceber o vinho

José Almeida Garrett, que dirige a SABE-

Sociedade Agrícola da Beira SA, um dos

produtores de referência desta região, tem

nos seus vinhos a prova de que a Beira Interior

tem todas as condições para se afirmar como uma

região vitivinícola de excelência. Está lá a singularidade

do terroir e a qualidade dos vinhos, falta uma maior

divulgação e um reconhecimento mais alargado,

especialmente em Portugal.

O nosso interlocutor faz o ponto da situação.“A afirmação

da Região da Beira Interior no mercado nacional tem

sido difícil. É um mercado pequeno, muito competitivo

e com uma oferta muito grande, o que por vezes faz

com que o consumidor adopte um comportamento

mais conservador no momento da decisão e opte

pelas regiões que melhor conhece, que são o Douro, o

Alentejo e os Vinhos Verdes”. Por contraste, continua o

produtor, “temos tido uma aceitação fantástica lá fora”.

Cá dentro, o administrador identifica alguns dos

obstáculos que os produtores têm encontrado na

divulgação da região. “Desde logo, a diminuição do

poder de compra e depois as margens praticadas

pela grande distribuição e, especialmente, pelo canal

Horeca, margens que tornam os preços proibitivos para

o consumidor”. Apontando ao canal Horeca, a metáfora

utilizada pelo nosso entrevistado é esclarecedora: “o

consumidor quando pede uma garrafa de vinho num

restaurante, é mais uma pessoa que se senta à mesa”.

Os vinhos Almeida Garrett

Os vinhos produzidos pela Sociedade Agrícola da Beira,

se os quisermos enquadrar em segmentos de mercado,

começam com o Entre Serras, branco e tinto, uma gama

de entrada com uma excelente relação qualidade/preço.

Para segmentos mais altos, os vinhos apresentam rótulo

em nome próprio, Almeida Garrett, com castas regionais

na gama média e um blend com castas internacionais

para os vinhos de topo.

“Temos uma gama média elaborada com castas

regionais, muito centrada na Touriga Nacional, na Tinta

Roriz, na Trincadeira e na Tinta Barroca e depois, nos

vinhos de topo, apostamos num blend com castas

internacionais, desde o Merlot, o Cabernet, a Syrah e a

Alicante Bouschet”, explica o produtor.

No que diz respeito às castas, importa destacar a

Chardonnay, “a nossa casta branca de eleição”, refere

José Almeida Garrett, uma casta que se confunde

com a história da família do produtor. “Aquando da

implementação da 1ª República, a família emigrou para

o sul de França e quando regressou trouxe as primeiras

varas de Chardonnay, enxertadas depois em Portugal e

que já estão nas nossas vinhas há mais de cem anos”.

Só este ano, os vinhos Almeida Garrett já conquistaram

duas medalhas de ouro no Mundial de Bruxelas, duas

de prata no Mundus Vini e várias medalhas de bronze,

tanto no Decanter como no International Wine Challenge.

Um reconhecimento internacional que, refere o nosso

entrevistado “nos catapultou para outros mercados

e outros níveis de comercialização, o que nos dá

excelentes perspectivas de desenvolvimento.”

Perceber o vinho

“As pessoas têm que perceber o vinho, saber prová-

lo, perceber que o vinho é um produto especial, de

momentos, de associação à gastronomia”. A afirmação

de José Almeida Garrett reflecte a importância que a

educação do consumidor tem para o desenvolvimento

do mercado dos vinhos, uma realidade que, de resto, tem

norteado algumas ações que têm sido desenvolvidas

junto do público.

“Temos realizado algumas formações de introdução à

prova e à identificação das características do vinho, para

que o público saiba como diferenciar o vinho e quais são

as harmonizações perfeitas para cada vinho. São ações

que temos feito aqui na região, que tem tido uma boa

aceitação e que queremos promover mais no futuro”,

VINHOS DA BEIRA INTERIOR

josé almeida garrettAdministrador

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VINHOS DA BEIRA INTERIOR

esclarece o nosso entrevistado.

Outro dos fatores que se tem revelado essencial para

a divulgação dos vinhos é o Enoturismo, uma aposta

recente do administrador, com uma unidade de turismo

rural a funcionar em harmonia com a adega. “As pessoas

que nos têm visitado gostam muito de experimentar

os vinhos com os vários tipos de gastronomia que

lhes apresentamos. E quando as pessoas conhecem

a fundo os vinhos de um produtor, fica a curiosidade

de descobrir outros produtores e é a região que sai a

ganhar”.

E é aqui que poderá estar o essencial da divulgação dos

vinhos da Beira Interior, quando a ação de um produtor

não é pensada isoladamente e sim no contexto geral

da região. Para rematar, fica o repto de José Almeida

Garrett: “Só faz sentido promover a região se for em

conjunto.”

O espumante

Do portefólio de vinhos da Sociedade Agrícola das Beiras, o espumante tem sido uma das estrelas da

companhia. Um Bruto Natural branco, produzido com uvas da casta Chardonnay, um espumante obtido

através do método champanhês, resultando num espumante de grande qualidade, que tem obtido

excelentes resultados no mercado internacional.

No início de todo este processo está sempre uma vindima muito bem controlada e um

acompanhamento muito próximo da maturação da uva, para que a vindima se faça no preciso momento

em que se pode tirar o maior partido da qualidade das uvas.

Segue-se a fermentação em barricas de carvalho francês usadas, onde o vinho estagia durante 12 a 14

meses. Faz-se então a tiragem para a garrafa, com novo estágio de três a quatro anos. E depois é no

copo que se comprova o resultado de todo este processo.

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VINHOS DA BEIRA INTERIOR

Os vinhos das Casas Altas são vinhos de autor. É este o ponto de partida. Está lá o terroir distintivo da Beira Interior, os solos de origem

granítica, a elevada altitude e a grande amplitude térmica. Está lá a matriz da região a servir de base à visão do produtor. Está lá o cunho

pessoal de José Madeira Afonso. E é aqui que os vinhos se tornam únicos.

casas altas

Vinhos com identidade

O conceito é simples. José Madeira Afonso

faz os vinhos que gosta e por isso não

se estranha que de Souropires, em Pinhel,

saiam brancos das castas Riesling e

Chardonnay, moldados pela paixão do produtor pelos

vinhos alemães e pela região francesa da Borgonha.

“Eu gosto muito da vinha e dos vinhos e uma região

que gosto particularmente é a Borgonha e essa é uma

influência que transporto para os vinhos das Casas

Altas”, refere o produtor.

A escolha das castas segue a mesma lógica. A Riesling

e Chardonnay, já vimos, são um gosto pessoal e dão

origem a dois brancos monovarietais, dois vinhos

com uma excelente acidez e um grande potencial de

envelhecimento em garrafa. Ainda nos brancos, os

vinhos das Casas Altas trazem também o cunho das

castas portuguesas – Síria, Arinto e Malvasia – castas

mais típicas da região da Beira Interior, sem esquecer

o Verdelho, a aposta do produtor para a criação de um

colheita tardia.

Em relação aos tintos, as castas variam consoante o

tipo de vinha, como nos explica José Madeira Afonso.

“Neste momento temos dois tipos de vinhas – vinhas

mais modernas, em que optámos pelas castas Touriga

Nacional, Tinta Roriz e Rufete, e depois temos entre 8 a 9

hectares de vinhas centenárias, onde existe uma mistura

de várias castas. Nestas vinhas, num levantamento que

fizemos, cepa a cepa, constatámos que as castas mais

predominantes são a Baga, Rufete e Folha Figueira, que

são castas tintas muito próprias desta região”.

Os brancos e os tintos estão apresentados, falta trazer

para a mesa os espumantes. Um branco e um rosé,

este último elaborado a partir da casta Rufete e depois

voltamos ao Chardonnay, a casta rainha do champanhe

e que dá vida ao espumante branco produzido pelas

Casas Altas.

As vindimas: dois meses de festa

“Uma festa de dois meses”, é desta forma que o nosso

entrevistado caracteriza o período das vindimas e que,

de resto, reflete a paixão do produtor pela vinha e por

todo o processo que depois culmina no prazer de

saborear o vinho.

“As vindimas começam no princípio de Setembro, para

o Chardonnay, que é uma casta em que a maturação

é mais precoce, e só acabam em Outubro, já com os

tintos”. Dois meses de vindima, conforme esclarece o

produtor, uma vindima que termina bastante tarde, facto

que tem a ver com a altitude das vinhas, entre os 600 e

os 700 metros, onde a maturação das uvas é mais lenta.

“Nós estamos a fazer vinho no limite daquilo que é

possível”, realça José Madeira Afonso, esclarecendo que

“no Inverno temos o perigo das geadas e nas vindimas

temos o perigo da chuva, porque terminamos muito

tarde”. São estas condições, é a aparente fragilidade

deste equilíbrio que dá aos vinhos da Beira Interior uma

personalidade que não encontramos em nenhuma outra

região.

“Nós conseguimos vinhos muito gastronómicos, muito

equilibrados e com uma excelente acidez. São vinhos

que envelhecem muito bem”, destaca José Madeira

Afonso, ao mesmo tempo que sublinha a potencialidade

da região da Beira Interior na produção de vinhos de

grande qualidade. Há, no entanto, um senão - “falta na

região a capacidade de se promover, especialmente

dentro do país”. A solução, remata o produtor, passa

por “uma maior união dos produtores e o delinear de

uma estratégia comum”. O essencial já lá está, que é a

qualidade dos vinhos.

josé madeira afonsoAdministrador e produtor

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VINHOS DA BEIRA INTERIOR

É com vista para um cenário esplêndido do vale do Zêzere, que encontramos em Caria, concelho de Belmonte, a sociedade 2.5 Vinhos

de Belmonte Lda. Tudo começou pela força e vontade de cinco sócios, viticultores na região há vários anos, que tendo por base o lema

«a união faz a força», não perderam tempo e rapidamente se uniram em torno de um projeto comum.

2.5 Vinhos de Belmonte

Vinhos 2.5 galardoados com distinção

Desta feita, de forma a ganhar escala, os

viticultores agregaram as suas produções

para que a transformação e comercialização

pudesse ser uma mais-valia e traduzir um

produto comercialmente capaz e com grande potencial

para o mercado.

Assim, a empresa arrancou em 2009, com a edificação

da adega e a implementação de todo o processo

produtivo. Atualmente, com uma capacidade de

produção anual de 1.000.000 garrafas, a 2.5 Vinhos

de Belmonte Lda desenvolve os seus vinhos sob a

orientação dos enólogos Anselmo Mendes e Patricia

Santos.

Importante é ainda referir que a área de produção vitícola

desta sociedade é de 60 hectares de solos arenosos

e está distribuída por duas freguesias do concelho de

Belmonte.

E de onde surge o nome do vinho ‘2.5’? O que

representa este numerário? Foi esta a questão que

colocamos a Isabel Paiva, que nos explicou que 2.5 diz

respeito às duas freguesias do concelho de Belmonte

onde se localizam as vinhas dos cinco sócios “e assenta

no facto de o numérico ser mais facilmente memorizável

que o alfabético, ser legível internacionalmente (o nome

está inscrito no rotulo em cinco línguas, incluindo Braille),

bem como na simbologia do número dois (harmonia,

convívio) e do número cinco (aventura, mudança),

inscrita na cápsula da garrafa”, refere Isabel Paiva.

Relativamente à natureza dos 2.5 vinhos de Belmonte, a

administradora revela que estes são fiéis à região, com

características minerais e de altitude, que se conseguem

distinguir pela sua harmonia e elegância e que, por sua

vez, conferem uma qualidade acima da média.

Quanto às variedades regionais Isabel Paiva destaca nos

tintos: a Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen, Trincadeira,

Alfrocheiro, Syrah e com destaque para o Rufete.

Esta última variedade apresenta um potencial elevado

produzindo vinhos muito peculiares.

Já nos brancos produzem essencialmente o Arinto,

Cabernet Sauvignon e a Síria, variedade muito usada

nos brancos da Beira Interior produz vinhos frescos de

altitude e muito minerais. “Ainda nos brancos temos o

nosso monovarietal Fonte Cal, variedade exclusiva da

região”, salienta a interlocutora.

Deste modo, os vinhos ‘dois ponto cinco’, todos DOC,

abrangem os vinhos correntes, Tinto, Branco e Rose, os

vinhos especiais como o Tinto Touriga Nacional, o Tinto

Alfrogeiro/Sirah e o Branco Síria e os vinhos topo como

é o caso do ‘Reserva Tinto’ o ‘Branco Fonte Cal’ e o

‘Tinto Rufete Vinhas Velhas’.

Neste sentido, Isabel Paiva faz questão de salientar: “os

vinhos produzidos nas nossas vinhas foram galardoados

na década de 40 e 50 com sucessivos prémios, entre

os quais uma taça de prata atribuída pela Junta Nacional

de Vinhos ao melhor vinho tinto de 1947”.

As vendas da empresa quer no mercado nacional quer

internacional, apresentam um crescimento de cerca de

20 por cento ao ano, o que constitui um forte argumento

para a continuação da estratégia comercial e de produto.

Entre os mercados internacionais para onde os vinhos

2.5 são exportados, pode-se evidenciar: França, Suíça,

Angola e China.

De acordo com a administradora, o futuro próximo passa

por mais trabalho e promoção: “Temos que trabalhar

muito a todos os níveis, e um dos nossos objetivos

futuros é promover mais os nossos vinhos, uma vez que

é através da excelência continuada dos mesmos que a

Beira Interior tem vindo a ser reconhecida como região

vitivinícola preferencial”, finaliza.

Este ano a empresa viu, uma vez

mais, os seus produtos premiados,

tendo o Tinto Alfrojeiro/Syrah 2011

recebido a medalha de ouro no

8º Concurso da Beira Interior e o

Tinto Rufete Vinhas Velhas 2011

a medalha de ouro no Concurso

Internacional Arribe 2015.

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VINHOS DA BEIRA INTERIOR

Sendo o ex-líbris da Cova da Beira por ter dos melhores vinhos produzidos no país, a Quinta de São Tiago situada em Dominguiso,

Covilhã, possui 75 hectares de vinha e 25 hectares de cerejeiras selecionadas entre as melhores variedades

Quinta de São Tiago

Quando adquirida, a aposta seria transformá-

la num campo de golfe mas por razões

meramente políticas o projeto não avançou.

Em forma de plano b construiu-se aquela

que é a principal referência da região em qualidade de

serviços e de produtos. Na Quinta de São Tiago cada

pormenor foi pensado no sentido de se tornar único e

diferenciador. “Temos um conjunto de sinergias que dão

um valor acrescentado à própria quinta que passa pela

produção de cereja, em maio e junho e pela envolvente

de enoturismo que neste momento está numa fase de

desenvolvimento”, começa por nos contar José Costa

Pais, administrador da Quinta de São Tiago.

A quinta dispõe também de um restaurante, onde o

requinte e o bom gosto imperam e em que o preço

médio é de 40€, e uma loja para venda ao público com

todos os produtos que são comercializados pela Quinta

de São Tiago como azeite, fumeiro, queijo e compotas.

“Temos três quintas, uma na Covilhã, que produz vinho e

cereja, temos uma segunda quinta em Penamacor onde

produzimos queijo e azeite e temos uma outra quinta na

região de Figueira de Castelo Rodrigo onde produzimos

vinho branco e espumante. Produzimos cerca de 400 mil

garrafas e uma grande parte é colocada na distribuição

moderna, concretamente no Pingo Doce e Recheio,

onde é vendida a marca Tranca na Barriga”, explica o

empresário que começou por abrir um supermercado

nos anos 90, abrindo posteriormente cerca de 40 com

a insígnia Monteverde.

Com toda a produção vendida, o objetivo passa por

todos os pormenores para criar momentos inesquecíveis

decrescer a produção aumentando a qualidade e o

preço médio do produto.

“Não vamos a concurso nacionais e internacionais

porque toda a nossa produção esta consumada e

realizada em termos de vendas. Todos os dias recebo

20 telefonemas de pessoas a questionarem onde

podem adquirir as nossas marcas, que são a Tranca na

Barriga, o Quinta de São Tiago e o Tapada da Cereja”,

revela.

A internacionalização foi o passo seguinte e hoje os seus

produtos pode ser adquiridos em 14 países: Espanha,

França, Itália, Suíça, Suécia, Luxemburgo, Angola,

Polónia, entre outros.

“Eu não quero vender mais, quero mais qualidade e

para isso estamos a apostar no enoturismo e não na

produção. Temos três salas, uma com capacidade

para 70 pessoas, outra para 150 e outra para 510.

Mensalmente recebemos na nossa loja cerca de 5

mil pessoas”, explica o administrador destacando a

dimensão da Quinta de São Tiago.

“Temos das melhores cerejas do mundo e só nesta

quinta trabalham 20 pessoas. Estamos numa maratona e

falta-nos um terço para terminar. Não estou preocupado

em colocar o nosso vinho no mercado porque ele já

lá está”.

Segundo o empresário, no que diz respeito à distribuição

dos produtos, hoje o consumidor goza de um estatuto

que até aqui não tinha.

“Hoje, o consumidor tem produtos de alta qualidade a

preços nunca vistos, isto deve-se não só à qualidade

dos nossos vinhos mas também à estratégia comercial

dos distribuidores do nosso país, nomeadamente o

Grupo Jerónimo Martins que é de longe uma estrutura

que merece ser acompanhada porque há pouca gente

com a capacidade de ver os problemas e o país deve

muito à Jerónimo Martins, que é um exemplo”,realça,

deixando um convite.

“Quem quiser vir conhecer a quinta tem que vir de

carro ou comboio porque estamos no centro geodésico

entre a Serra da Estrela e da Gardunha. Quem quiser

vir passar um fim de semana, quem quiser saborear o

cabrito dos nossos pastos, aconselho a ligarem pelo

caminho porque podem encontrar a sala lotada”, finaliza.

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Pacheca The Wine House Hotel ****Cambres, 5100-424 Lamego, Portugal / +351 254 331 229 [email protected] www.quintadapacheca.com

2015

A WEEK IN PARADISEcome enjoy every minute

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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ENOTURISMO

A Quinta da Pacheca é um espaço paradisíaco nas margens do rio Douro entre a Régua e Lamego. Para além dos bons vinhos a aposta

passa também pelo enoturismo. Este ano, o hotel integrado na propriedade venceu o prémio de “Melhor Enoturismo 2015” atribuído

pelo guia Boa Cama Boa Mesa.

quinta da pacheca

Quinta da Pacheca, o paraíso na terra

Numa propriedade rodeada de vinhas, o

edifício principal do The Wine House Hotel foi

construído no século XVIII. Recentemente, foi

requalificado mantendo a arquitetura original.

É composto de 15 quartos, todos eles diferentes, com

pormenores decorativos onde impera o bom gosto e o

conforto, num ambiente sóbrio e romântico. A qualidade

do empreendimento tem vindo a ser alvo de distinções,

a mais recente foi o prémio de “Melhor Enoturismo

2015”, do guia Boa Cama Boa Mesa. Em janeiro deste

ano, foi também eleito como o melhor “Alojamento” no

concurso mundial “Best of Wine Tourism”. A Quinta é

administrada por Maria do Céu Gonçalves e Paulo

Pereira, empresários portugueses radicados em França.

Numa visita pela propriedade, Paulo Pereira revelou

todos os encantos e potencialidades de uma das mais

emblemáticas quintas do Douro. Os vinhos, a vinha, o

restaurante e o hotel estão instalados ao longo de 54

hectares de terreno, proporcionando várias experiências,

como as “visitas guiadas finalizadas com provas de

vinhos de diferentes tipologias. Na wineshop estão

disponíveis vinho, azeite e compotas. Oferecemos

experiências gastronómicas indissociáveis dos vinhos,

nomeadamente workshops de gastronomia regional

e piqueniques no meio da vinha. Durante a época

das vindimas, proporcionamos todo um conjunto de

experiências genuínas relacionadas com o corte e a

pisa das uvas”, esclarece o proprietário, destacando

que, para além “de apostar na qualidade dos vinhos, há

que destacar a gastronomia, porque temos de vender

os nossos regionalismos e tradições. Os estrangeiros

querem descobrir a nossa gastronomia, gostam da

cozinha típicamente portuguesa”. E podem encontrá-la

no restaurante da Quinta da Pacheca. Neste momento,

a quinta tem três cozinhas, para poder dar resposta aos

vários eventos que aqui acontecem e que vão desde

casamentos, festas privadas ou empresariais, etc.

O alojamento tem uma taxa de ocupação média

bastante elevada e, olhando para o futuro, a Quinta da

Pacheca conta com reservas já para 2016. “Este ano

temos estado quase sempre lotados, o que é bastante

significativo. Depois das vindimas, vamos começar

obras criando mais 20 quartos, mantendo sempre

o mesmo espírito, não queremos desvirtuar”, realça

o proprietário Paulo Pereira. Mantendo a tradição e a

vertente pioneira que tão bem caracteriza a Quinta da

Pacheca, pretende-se criar “quartos em pipos de vinho,

em cima da vinha, estamos a ultimar o projeto com os

arquitetos, o primeiro protótipo estará pronto no final do

ano”. A Quinta da Pacheca foi uma das pioneiras no

enoturismo e, neste contexto, “queremos continuar a ser

os primeiros, queremos sempre fazer melhor”, esclarece

o nosso interlocutor. O vinho produzido na Pacheca

está a ter um grande sucesso a nível internacional, o

que se reflete no aumento do volume de vendas. No

sentido de acompanhar esta procura “comprámos mais

45 hectares de vinha aqui ao lado para aumentar a

produção e assim conseguir responder às necessidades

do mercado”, revelou o administrador Paulo Pereira. Em

breve, a wineshop também vai ser ampliada, as cozinhas

remodeladas e a Quinta da Pacheca vai ter também uma

piscina, aumentando o leque de experiências e ofertas,

dotando o espaço de uma nova infraestrutura. O melhor

do Douro está à sua espera na Quinta da Pacheca. paulo pereiraProprietário

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TEMA

51

cida

de d

o fu

ndão

Localizada no sopé da Serra da Gardunha, no planalto da Cova da Beira, o Fundão é uma cidade, sede

de concelho, a cerca de 500 metros de altitude. Com cerca de 30.000 habitantes, o concelho do

Fundão é uma região de terrenos férteis, sabiamente explorados ao longo dos séculos, onde grandes

produções de fruta são famosas, como a cereja do Fundão.

A Gastronomia desta região beirã é rica, destacando-se a perdiz de escabeche, o cabrito estonado, os

biscoitos de azeite, e os vegetais e frutas de grande qualidade, produzidos nesta zona.

A região, onde o produto ex-libris é a cereja, tem como principal atividade económica o comércio: com zonas

rurais, vocacionadas para as explorações agrícola, pastorícia e florestal, para a produção de fruta, azeite e

vinho, e ainda, para a existência de um importante foco de atividade mineira, designadamente na exploração

de volfrâmio.

Quem ali vai, depara-se com o elemento natural principal do concelho, a Serra da Gardunha. Para além da

paisagem singular que desperta, está no coração de uma oferta turística variada que combina a história, as

tradições e a identidade do concelho com programas para visitar os ativos patrimoniais mais relevantes do

mesmo.

Para complementar esta oferta foram criados percursos pedestres, cerca de 12, de pequena dimensão, que

podem ser percorridos a pé em apenas um dia.

São traçados ao longo de vários caminhos e trilhos da Serra da Gardunha, proporcionando a observação da

fauna e da flora existentes na serra e a observação da paisagem.

Junto ao Parque de Campismo do Fundão está localizado um centro de BTT no coração de um Parque

Aventura onde é possível percorrer um circuito de manutenção, praticar arborismo, entre outros.

As aldeias de xisto são a marca desta região. Com cerca de 27 aldeias de xisto distribuídas pela região,

estas destacam-se pela apresentação de produtos, serviços e profissionais de excelência, na produção

gastronómica, no artesanato, no alojamento singular e na animação cultural. Aí encontram-se produtos da

terra, pistas de canoagem, circuitos de BTT e trekking, praias fluviais de água pura, monumentos, castelos e

museus para ver.

Mas continuemos à descoberta do que melhor podemos encontrar no concelho de Fundão. A Rede de Casas

da Floresta, todas elas temáticas, pedagógicas e turísticas, foram criadas para preservar tradições e modos

de produzir artesanais de elevada qualidade.

Da Festa da Cereja aos Chocalhos, passando pela Quadragésima, a Festa do Queijo, os Míscaros, e a Maúnça,

o concelho oferece uma programação cultural diversa com a realização de grandes eventos anuais, fatores de

atração turística e que constituem um cartão-de-visita do concelho. Venha conhecer algumas das freguesias

da região de excelência da cerejeira.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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CIDADE DO FUNDÃO

Quando chegou ao cargo de Presidente, José Manuel Gravito já conhecia bem a realidade da freguesia de Lavacolhos e o que esta

necessitava, isto porque já havia sido tesoureiro da mesma em dois mandatos anteriores. Porém, tinha ideias diferentes para Lavacolhos

de acordo com o potencial da freguesia.

junta de freguesia de lavacolhos

Lavacolhos: a Casa do Bombo

Com todas as infraestruturas básicas

necessárias como o saneamento, água ao

domicílio e a pavimentação de todas as ruas

era altura de novos projetos, “infraestruturas

apetecíveis e que trazem alguma economia para a

freguesia”, explica José Manuel Gravito. Assim, a

freguesia dispõe de uma praia fluvial, “um espaço de

lazer aprazível, que prima pela qualidade, afirmando-se

cada vez mais no contexto regional”, afirma o presidente.

O espaço é constituído por balneários, um bar, um

relvado, e uma área com potencial, para no futuro, se

converter num pequeno espaço para campismo.

Mas, é pelos bombos que Lavacolhos é conhecida. Na

freguesia encontramos a Casa do Bombo a funcionar na

antiga escola primária, um local que foi de aprendizagem

para muitas gerações “por isso pretendemos que esse

espaço continue a ser um espaço de aprendizagem”,

diz-nos José Manuel Gravito. O presidente pretende que

a Casa do Bombo se apoie em dois pilares: por um lado,

o da aprendizagem musical “para não se perder este

saber tradicional que tem sido transmitido de geração

em geração e cativar os mais jovens a entrarem para

aprenderem a música do bombo”; e, por outro lado, ser

uma escola de artesanato, isto porque, em Lavacolhos

fabricam-se os próprios bombos. Por isso, adiantou-nos

José Manuel Gravito, a freguesia está a candidatar-se

para a elevação dos bombos de Lavacolhos a Património

Cultural e Imaterial de Portugal. A par desta coletividade,

há ainda a Associação Recreativa de Lavacolhos que

todos os anos organiza uma ceia de Natal, conhecida

como a ‘Couvada de Natal’, uma ceia para quem quiser

juntar-se naquela noite aos sócios. Promovem também,

há cerca de 17 anos, uma caminhada pelas serras de

Lavacolhos, a 10 de junho.

Tradição

Na noite de quinta-feira Santa, por volta da meia-noite,

sai da igreja Matriz uma procissão com os ‘penitentes’.

A iluminação pública é previamente desligada e os

participantes com um lençol branco, descalços, de rosto

encoberto, saem de forma ordeira e sob a vigilância

dos guardas (agasalhados e com um varapau para

manter a ordem e o silêncio dos espetadores). Cada

‘penitente’ tem uma função na procissão, havendo

um par responsável pela ladainha a que outros devem

responder. Esta é uma tradição secular, estudada por

antropólogos, que pretende dramatizar o percurso

de Cristo até ao Calvário acompanhado do seu povo

sofredor.

A par desta tradição, Lavacolhos tem como festa principal

a festa de Santo Amaro, o padroeiro da freguesia, que

se comemora a 15 de Janeiro. Há, ainda, a festa do

Divino Espírito Santo realizado no sétimo domingo após

a Páscoa com a duração de dois dias. Por fim, a festa

do Senhor da Saúde e Mártir São Sebastião, a festa dos

emigrantes, que se realiza no terceiro fim de semana do

mês de agosto durante três dias.

Futuro

Em mãos, o presidente já tem alguns projectos

pensados para a freguesia, que pretende candidatar.

Pretende remodelar a Casa do Bombo para tornar o

espaço num museu onde possa estar exposto todo o

espólio relacionado com os bombos, visto que estes são

um instrumento musical e um elemento estruturante de

identidade local do território.

Adquiriram um espaço para ser uma ‘Casa Memória’

alusiva às personalidades ilustres de Lavacolhos. Uma

casa com salas temáticas dedicadas a cada uma dessas

personagens. Como é o caso do Padre Joaquim Guerra,

um dos maiores sinólogos de sempre, autor de um

dicionário de Português-Chinês e Chinês-Português;

Carlos Gravito, um etnomusicólogo que fez um estudo

sobre os bombos de Lavacolhos e Helena Frade, uma

arqueóloga com créditos firmados em Portugal e nos

estrangeiro.

josé manuel gravitoPresidente

Page 53: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

53

CIDADE DO FUNDÃO

No âmbito da reforma administrativa nacional, Janeiro de Cima e Bogas de Baixo uniram-se, e hoje são uma freguesia portuguesa do

concelho de Fundão com 46,36 km² de área e 500 habitantes. Esta é uma das 24 aldeias incluídas na rede das Aldeias de Xisto e situa-

se nas margens do rio Zêzere. Para conhecermos melhor a freguesia contamos com a entrevista de Ilídio Martins, atual presidente da

União de Freguesias de Janeiro de Cima e Bogas de Baixo.

União de freguesias Janeiro de Cima e Bogas de baixo

UMA FREGUESIA A DESCOBRIR NAS MARGENS DO RIO ZÊZERE

Inicialmente, incidindo na área do turismo, Ilídio Martins

salienta que a sua freguesia é rica em paisagens e

em turismo rural, e dispõe de atividades desportivas,

contando com rotas pedestres para os amantes da

natureza ou para aqueles que preferem um programa

mais relaxante, podem usufruir das piscinas públicas (em

Bogas de Baixo) e praia Fluvial de Janeiro de Cima.

Neste contexto, o presidente revela que todas as

infraestruturas contam com o trabalho das várias

associações.

E quando falamos em festas e eventos, a freguesia

de Janeiro de Cima e Bogas de Baixo tem muito para

apresentar.

Para além destas festas religiosas, os membros da Junta

de Freguesia também organizam atividades a fim de

dotar a freguesia de eventos culturais que sirvam de

mais-valia à população local.

Desde que está à frente da Junta, Ilídio Martins diz que a

sua prioridade foi dar apoio ao Centro de Dia de Janeiro

de Cima e o Lar de Bogas de Baixo, para criar melhores

condições ao nível de instalações. De seguida o

presidente relata que teve a necessidade de pavimentar

algumas ruas da freguesia, que estavam danificadas.

Para finalizar, Ilídio Martins não esconde o amor que

sente pela terra que o viu crescer e nesse sentido

garante que tudo fará para criar valor à freguesia “estou

agora a tentar usufruir do quadro 2020 para avançar

com alguns projetos.”

União de Freguesias de Janeiro de

Cima e Bogas de Baixo

Rua da Liberdade nº 11

6185-120 Janeiro de Cima

Telef.: 272 745 234

Telemovel: 932 813 025

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Page 54: Revista Business Portugal | Setembro '15

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54

CIDADE DO FUNDÃO

Inserida na zona do Pinhal do concelho do Fundão, a freguesia Bogas de Cima é composta por cinco aldeias, Bogas de Cima, Boxinos,

Malhada Velha, Bogas do Meio e Descoberto, e reúne mais de 300 habitantes residentes. Numa entrevista com Filipe Gonçalves,

presidente da Junta de Freguesia, a Revista Business Portugal foi conhecer as valências da região e as suas potencialidades turísticas.

junta de freguesia de bogas de cima

UMA FREGUESIA COM HISTÓRIA E TRADIÇÃO

Tradicionalmente, Bogas de Cima destaca-se

pelo linho e pela sua tecelagem que estão

intimamente ligados à história da freguesia,

havendo documentação desta atividade

datada de 1892. Para além disso, ainda no universo

do artesanato, esta aldeia marca história nas mantas de

retalhos, tapeçaria, rendas e bordados regionais.

Estando composta por várias casas de xisto, sendo a

Casa Redonda um emblema da freguesia, motivo de

orgulho para o presidente e para toda a população, uma

vez que é uma das suas imagens de marca.

E apesar da crescente desertificação das aldeias rurais,

o presidente revela-nos que, felizmente, ainda há

emprego em Bogas de Cima, “sendo a freguesia de

Bogas de Cima composta quase totalmente por floresta,

esse sector é o que mais gera emprego tendo um papel

fundamental no desenvolvimento da nossa freguesia sem

esquecer as empresas de construção civil, empresas

de serviços, lar, uma associação local, que empregam

muita gente sendo insuficiente a população residente”

salienta o presidente, acrescentando alguns dos ramos

de atividade que predominam na freguesia: agricultura,

construção civil, serralharia, pequeno comércio, indústria

de transformação de madeiras, apicultura e turismo.

Relativamente à gastronomia, Filipe Gonçalves indica-

nos que esta é bastante apreciada por quem visita,

sendo o prato típico o chamado “coelho no azeite”.

Mas para além deste, há outros pratos regionais como

maranhos, cabrito estufado, caldo verde, filhós, chanfana,

entre outros, que podem ser degustados com qualidade.

E porque a gastronomia desempenha um papel

importante na freguesia, o presidente fez questão de

mencionar a ‘Feira Sabores de Bogas’, que decorre de

dois em dois anos, em que as várias associações locais

participam expondo e fazendo-se valer daqueles que

são os seus produtos regionais.

Do património arquitetónico, o presidente identifica

a Igreja Matriz, a Capela de São Sebastião, a Casa

Redonda, as emblemáticas Casas de Xisto e as casas

temáticas do mel e do cogumelo. Para quem visita, Filipe

Gonçalves também sugere alguns locais de interesse,

como a Ribeira de Bogas. No entanto adianta que “toda

a freguesia é composta por uma património paisagístico

digno de ser admirado”.

Deste modo, o presidente também avivou que as

associações culturais e desportivas têm um papel

fundamental para dinamizar a freguesia e mantê-

la viva, distinguindo, a Pinus Verde associação de

desenvolvimento, o Clube Desportivo Boguense, a

Associação Cultural e Recreativa da Malhada Velha, a

Associação de Bogas do Meio, a Associação de apoio a

Jovens e Idosos de Bogas de Cima e o Clube Boxinos -

Associação Cultural, Recreativa e Desportiva.

Para o futuro Filipe Gonçalves avança que tudo fará para

melhorar a freguesia e as condições da população.

Filipe gonçalvesPresidente

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CIDADE DO FUNDÃO

Geograficamente bem situada, a freguesia de Souto da Casa encontra-se a 5km do Fundão, numa inigualável paisagem natural, na

encosta norte da Serra da Gardunha de frente para Serra da Estrela.

Junta de Freguesia Souto da Casa

PReSERVAR A HISTÓRIA E A TRADIÇÃO

Atualmente com cerca de 1200 habitantes

e com 29,37 km² de área, a presidente

da Junta de Freguesia, Maria das Dores

Ladeira, começa por realçar a riqueza da sua

freguesia no que toca ao património religioso e cultural

da mesma. Começando pela Casa Museu, que retrata

os antigos ofícios das gentes da aldeia, nomeadamente,

o trabalho do sapateiro, do latoeiro, da tecedeira, do

ferreiro, do carpinteiro, do ganhão e da Azenha.

Quanto às festividades locais, a presidente assinala a

Festa do Senhor da Saúde, que decorre sempre no

4º fim de semana de agosto, e que conta com uma

procissão de grande ato de fé, onde participam muitos

maria das dores ladeiraPresidente

emigrantes e peregrinos de toda a região. Para além

desta festa religiosa, Maria das Dores fala-nos de um

evento organizado pela Junta de freguesia e pela Câmara

Municipal do Fundão, chamado ‘Serões N’Aldeia’, Festa

do Pão e da Àgua, que decorre no 2º fim de semana

de julho. Neste evento pode encontrar-se pratos típicos,

com especial atenção ao pão, à água e ao tradicional

feijão no forno, além dos produtos regionais. A par

disso, os Serões N’Aldeia, são o reviver das conversas

com os vizinhos ou em família, das noites de Verão, as

tasquinhas, a animação de rua, o toque dos bombos

sendo este um dos principais meios de dinamização da

economia local, “passando por este evento cerca de 8

mil a 10 mil pessoas”.

Neste sentido, acrescenta a presidente da Junta, que em

colaboração com a Câmara Municipal do Fundão, estão

a desenvolver esforços de forma a criar nesta freguesia

o Centro Interpretativo do Ciclo da Água.

Da carteira de projetos em prol da freguesia, a presidente

faz questão de frisar a continuação da construção

do Parque de Lazer, um projeto a decorrer que visa

potenciar o turismo e criar melhores condições de

espaços de lazer. para fixação dos jovens principalmente

em tempo de férias.

Sobre as suas ambições atuais, Maria das Dores

revela que a Junta de Freguesia está, de momento,

concentrada em apostar em ações de formação que

permitam não só ocupar as pessoas da terceira idade,

mas também que sirvam de complemento pedagógico

para os mais jovens, conhecerem as profissões antigas

e tradicionais. Destacou ainda que durante o ano

corrente, estão a decorrer as Comemorações dos 125

anos da Tomada do Carvalhal, fazendo um resumo dos

mesmos acontecimentos:

Na quarta-feira de 12 de fevereiro de 1890, o

Povo do Souto da Casa, juntou-se pela manhã no

Carvalhal (Serra da Gardunha). Depois do regedor dar

o costumeiro tiro para o ar, houve a correria habitual

onde cada participante com uma enxada nas mãos

baliza com cavadelas a parcela de terreno que pretendia

amanhar. Porém, neste ano de 1890, o ritual coletivo

de marcação das terras de cultivo (glevas) teve a frontal

oposição do Dr Garrett, o qual deu ordem ao seu feitor,

Aquém, para impedir esta ocupação. Pretensão esta que

foi ignorada pela população.

Não satisfeito com esta atitude, o representante dos

interesses do Dr. Garrett regressou ao Carvalhal alguns

dias depois, na quarta-feira do dia 26 do mesmo mês,

acompanhado por testemunhas intimidando os que ali

se encontravam a trabalhar a terra.

Como consequência deste toque de alarme, alguns

populares armados, avançaram serra acima para agarrar

o infeliz feitor e com gestos e gritos ameaçadores

abriram uma cova, supostamente para aí o enterrarem.

Só quando, depois de muito cansado, rodeado de toda

a população, cedeu finalmente e deu a resposta tão

desejada de: «– É nosso!... », logo repetido pelo clamor

de todos: – «O Carvalhal é nosso»!

Afinal, o Carvalhal não era nem jamais poderia vir a ser

propriedade de uma só pessoa. Mas sim, de todo o

Povo do Souto da Casa.

Sempre atenta às necessidades da sua população,

a presidente explica: “A nossa política tem que ser

de proximidade para com o povo, porque só assim

conseguimos atingir os nossos objetivos e melhorar as

freguesias”.

Page 56: Revista Business Portugal | Setembro '15

56

REVISTA BUSINESS PORTUGALCIDADE DO FUNDÃO

Alcaide é uma freguesia do município do Fundão que se destaca pela sua história e pela dinâmica da sua contemporaneidade social

e cultural. De acordo com Daniel Cruz, presidente da Junta, para além da oferta gastronómica e da aposta nos seus produtos de ouro,

o Alcaide conta com diversos eventos anuais de grande relevância e desenvolve o apoio necessário às diferentes faixas etárias da

população, com projetos concretizados e em desenvolvimento que têm em vista a dinamização e a projeção da freguesia, bem como a

salvaguarda da vivência local, em todas as suas contingências.

junta de freguesia de alcaide

um exemplo de dinamismo

Como caracteriza, em termos populacionais,

geográficos/territoriais e económicos a

freguesia?

A Freguesia de Alcaide tem uma área de 16,72 km2

e está localizada num contraforte da vertente norte da

Serra da Gardunha com uma vista privilegiada para a

Serra da Estrela. Tem aproximadamente 650 habitantes

e a sua força económica concentra-se essencialmente

na agricultura, em que predomina a produção de cereja.

É das terras do Alcaide que sai grande parte da cereja

produzida na Cova da Beira.

Ao nível da ação social que tipo de apoios e

programas têm desenvolvido?

Na área da saúde, temos vindo a investir na prevenção:

de três em três meses, na sede da Junta de Freguesia,

todos os alcaidenses podem gratuitamente fazer um

rastreio à Glicémia, Colesterol e Avaliação da Pressão

Arterial. Pelo segundo ano consecutivo, vamos oferecer

os manuais escolares a todos os alunos que frequentam

o 1.º Ciclo no Alcaide. Pretendemos contribuir para uma

poupança significativa que poderá ser aplicada noutras

necessidades da vida familiar e ajudar a fixar alguma

população. Além destes investimentos, temos vindo a

organizar uma viagem anual para todos os maiores de

60 anos.

O que de melhor tem esta freguesia para

oferecer quer aos que a visitem, assim como

quem gostaria de cá viver?

Num pequeno passeio pelo Alcaide, além da

deslumbrante paisagem, poderão apreciar-se a

arquitetura de vários monumentos, residências de

algumas personalidades, parques, jardins, fontes e

chafarizes. Quem gosta de desporto poderá fazer

uma caminhada pela Rota da Portela ou usar o recinto

desportivo da Liga dos Amigos do Alcaide… Os mais

radicais poderão aventurar-se num percurso de BTT

na Serra da Gardunha com paisagens magníficas...

Estes serão aspetos turísticos permanentes. Saliente-

se, porém, que, ao longo do ano, se desenvolvem

atividades diversas, de índole gastronómica, cultural,

etnográfica e religiosa, que se constituem como fortes

fatores atrativos. O Alcaide é uma aldeia que, nos últimos

tempos, tem vindo a ser descoberta para o turismo.

Alguns investidores têm-no visitado com interesse em

instalarem-se na freguesia. Atualmente, encontra-se em

obras um empreendimento turístico para alojamento

numa das maiores casas agrícolas da região que

pertencia a D. Fernando de Almeida.

Que eventos marcam, anualmente, a freguesia?

As festas populares acontecem no terceiro fim de

semana a seguir à Pascoa em honra a São Macário e

em junho para celebração do São Pedro, padroeiro do

Alcaide. Estes festejos são tradicionais e são organizados

pelas respetivas comissões de festas, com algum apoio

financeiro e logístico da Junta de Freguesia.

Na organização de atividades e eventos, saliento o

trabalho que tem vindo a ser realizado pela coletividade

Liga dos Amigos do Alcaide, uma mistura de juventude

com experiência, que tem dinamizado imenso o Alcaide.

A título de exemplo, salientaria o Dia da Mulher, Prova de

Vinhos, já com sete edições, Raid Fotográfico, atividades

culturais e desportivas no verão para os mais novos,

Agosto no Alcaide com música ao vivo e teatro ao ar

daniel cruzPresidente

Page 57: Revista Business Portugal | Setembro '15

57

REVISTA BUSINESS PORTUGALCIDADE DO FUNDÃO

livre e, claro, os Míscaros, uma marca do Alcaide desde

há seis anos.

Como caracteriza a gastronomia?

Este ano vamos para a sétima edição do festival Miscaros

– Festival do Cogumelo que decorre de 11 a 15 de

novembro e que é único no país. Este é organizado

pela Liga dos Amigos do Alcaide, Junta de Freguesia

de Alcaide e Câmara Municipal do Fundão. É nesta

altura que os habitantes do Alcaide abrem as portas

das suas casas a cerca de 40.000 visitantes nacionais

e internacionais. Os visitantes poderão participar em

passeios micológicos pela Serra da Gardunha, degustar

diferentes formas da confeção de cogumelos e outros

produtos agroalimentares da região nas tasquinhas

típicas, especialmente preparadas na aldeia.

Com este festival, pretendemos explorar e valorizar o

forte património fúngico que existe na Serra da Gardunha

assim como toda a paisagem protegida. Estamos

confiantes de que este recurso endógeno poderá abrir

portas a uma nova economia nesta freguesia e no

concelho.

Ainda este ano vai ser inaugurado no antigo edifício da

cantina escolar um Centro de Recolha de Cogumelo,

de modo a ser possível escoar este produto de um

modo seguro e para outros mercados. É nossa intenção

apostar na formação para que o risco da apanha de

cogumelos venenosos seja nulo.

Quais os projetos que estão previstos a medio

prazo?

Na área social, temos como grande objetivo dotar o

Alcaide com um lar de idosos, uma vez que, com a

população a envelhecer, é primordial que os alcaidenses

consigam passar o resto dos seus dias na sua terra-

natal, perto dos seus familiares e amigos. O sucesso

deste projeto depende da atribuição de algumas

verbas comunitárias e da boa vontade das instituições

envolvidas. Uma certeza já temos: a Junta de Freguesia

e Câmara Municipal querem que esta obra seja uma

realidade.

Na área cultural, gostaríamos que fosse reativado o

Rancho Folclórico e o Grupo de Bombos. Lanço aqui o

desafio a todos os que gostam de participar neste tipo

de atividades culturais. O apoio da Junta de Freguesia

estará garantido.

Outra das nossas prioridades é manutenção e valorização

dos nossos recursos naturais. Nesta área, vamos iniciar

ainda em setembro a limpeza da Ribeira do Alcaide e

estamos a trabalhar numa candidatura para a limpeza

na nossa área florestal em cerca de 190 hectares. O

objetivo é diminuir o risco de incêndios, preservando

assim as nossas paisagens, rotas e recursos micológicos.

rota da portela

Page 58: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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CIDADE DO FUNDÃO

A cumprir o primeiro mandato como presidente da Junta de Freguesia de Pêro Viseu, Pedro Mesquita, garante ser “um vendedor da

freguesia”. Com vários projetos para a freguesia, o autarca deu a conhecer à Revista Business Portugal um pouco mais desta região e

das suas potencialidades.

Junta de Freguesia de Pêro Viseu

Uma freguesia em transformação

Inserida no concelho do Fundão, distrito de Castelo

Branco, Pêro Viseu é uma freguesia portuguesa

com cerca de 728 habitantes e cerca de dezanove

quilómetros quadrados de área.

A freguesia é constituída por um conjunto de paisagens

rurais que lhe dão uma dinâmica única. A 12 quilómetros

do Fundão e a 16 quilómetros da Covilhã, na estrada

que liga a Penamacor a aldeia de Pêro Viseu em termos

geográficos “é a freguesia que está mais bem localizada

no concelho do Fundão, o que também nos traz algumas

vantagens”, salienta o presidente.

A Junta dispõe de diversos equipamentos públicos

de teor social, desportivo e de serviço à população,

tais como uma extensão de saúde; serviço de

correios; um centro escolar com ensino primário e

jardim-de-infância; polidesportivo; serviço de entrega

medicamentos ao domicílio ou na junta “onde está a

técnica de farmácia que explica como é que a pessoa

deve tomar o medicamento, para além disso também

fazemos, uma vez por semana, as triagens básicas

de glicemia, colesterol, tensão arterial”. A par destes

equipamentos, a população de Pêro Viseu tem acesso

a uma rede de intervenção social; zona de lazer com

circuito de manutenção – campo de basquetebol,

voleibol, ténis e circuito para caminhadas; aulas de

manutenção física nas instalações da Junta freguesia;

academia de taekwondo, Grupo de Dança e, quatro

coletividades – Banda Filarmónica, Clube de Caça,

Associação Desportiva e Associação de São Bartolomeu

- que ajudam a tornar mais eclética a própria resposta

cultural, recreativa e desportiva da freguesia, “esta é uma

freguesia que qualifica a vida de quem cá reside”.

Atualmente, tem como principais atividades económicas

a agricultura, a indústria e o comércio de carnes, bem

como o pequeno comércio, essencialmente artesanal,

um hotel rural e um restaurante.

Relativamente a locais de interesse histórico, património

edificado e natural da freguesia podemos visitar a Ponte

Romana que liga Pêro Viseu a Valverde, o miradouro

“com uma vista fantástica para toda a Cova da Beira”

e algum património religioso, como a igreja matriz e

capelas.

Em termos de gastronomia a freguesia tem alguma

tradição no fabrico artesanal de enchidos.

Já no que toca à ação social a aldeia tem uma assistente

social nas instalações da junta de freguesia e, ainda um

centro de dia.

Festividades

Numa política de valorização das tradições e costumes

da freguesia, realizam-se alguns certames com algum

impacto local.

O São Bartolomeu no dia 24 e 25 de agosto, a

caminhada da primavera que em duas edições já reuniu

mais de 400 pessoas e o mercado natal.

Este ano, realizar-se-á a festa dos 125 anos da Banda

Filarmónica, em novembro.

E ainda, ‘Pêro Viseu na Rua’, nos dias 29 e 30 de agosto,

uma iniciativa da Junta de Freguesia de Pêro Viseu, com

o objetivo de promover a freguesia, os seus espaços,

as suas gentes, os seus costumes, o seu património,

os produtos tradicionais artesanais, agroalimentares,

restauração e bebidas.

“Com o objetivo de promover Pêro Viseu, dar a conhecer

Pêro Viseu, perceber Pêro Viseu enquanto freguesia

atrativa, moderna e ambiciosa”.

Projetos futuros

Relativamente a projetos futuros pretendem constituir

uma IPSS na freguesia, devido ao grande número de

idosos que a freguesia possui. Sendo que a questão

de apoio domiciliário é fundamental, pois têm um

grande número de habitantes descentralizados. E ainda,

pedro mesquitaPresidente

Page 59: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

59

CIDADE DO FUNDÃO

aproveitar o edifício de uma antiga escola, de momento

inativa, para construir ‘uma casa da comunidade’.

Balanço do mandato

Até ao dia de hoje, o edil faz um balanço positivo deste

mandato. “Requalificamos e melhoramos as condições

a sede da junta de freguesia que estava bastante

degradada; criamos uma zona de lazer, o Parque de

Lazer do Cerrado; requalificamos vários espaços na

freguesia; fizemos uma pequena requalificação tanto no

jardim-de-infância como na escola primária; realizamos

a pavimentação do caminho da Sancha que além de

pertencer ao perímetro urbano, faz com que a freguesia

esteja ligada sem que se tenha de usar a estrada

nacional; reparamos o caminho do Rolo, fundamental

para o acesso de veículos pesados”. Acrescenta

ainda que foram melhorados os caminhos rurais, a

as ruas devidamente sinalizadas através da sinalética.

“hoje temos uma freguesia devidamente sinalizada e

ordenada, com disponibilização de internet gratuita e

vencemos outra das nossas grandes batalhas ao nível da

limpeza urbana, com colocação de papeleiras, reforço

de zonas de recolha de resíduos e criação do serviço

interno de recolha de monstros” Atualmente temos uma

freguesia limpa e digna para habitantes e visitantes”,

enumera o presidente.

“Se o meu mandato terminasse agora, sentir-me-ia

realizado e com sentimento de dever cumprido, em

menos de dois anos, realizamos várias obras, incutimos

dinâmica na freguesia, mas principalmente, cumprimos

todos os dias o fundamental da causa e do serviço

público, os valores da proximidade” conclui.

Page 60: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

60

CIDADE DO FUNDÃO

A estação de medição de ar está na freguesia de Três Povos e no ano de 2014, em todo o Portugal, foi a região com a melhor qualidade

do ar, por isso é provado cientificamente este slogan, pelo que é sob esta máxima, de terem o ar mais puro de Portugal, que a freguesia

de Três Povos, na cidade do Fundão, se apresenta ao mundo. Luís Manuel Cerdeira é o presidente desta Junta de Freguesia e em

conversa com a Revista Business Portugal explicou o porquê deste ser um lugar de passagem obrigatória para quem vem até à Beira

Baixa.

junta de freguesia de três povos

Três Povos, A freguesia com o ar mais puro de Portugal

Eporquê Três Povos?”, começamos por

questionar. Há que recuar um pouco na

história para o perceber. Constituída pelas

aldeias de Escarigo, Salgueiro e Quintãs, e

pela proximidade entre as três, desde sempre que um

qualquer natural daqui, quando questionado sobre a sua

naturalidade, limita-se a responder ser dos Três Povos

daí que, aquando da última reforma administrativa das

freguesias, e por vontade própria das populações o

executivo tenha adotado esta toponímia. “No Fundão

e em todo o distrito de Castelo Branco fomos sempre

conhecidos como os Três Povos pelo que atualmente

são três povoações numa única freguesia, a freguesia

de Três Povos”, começa por nos elucidar Luís Manuel

Cerdeira, acrescentando que aqui é também o coração

do regadio da Cova da Beira, “foi aqui que nasceu”.

Com cerca de 1.300 habitantes e 77 km2 de área, Três

Povos é um lugar privilegiado pela sua proximidade das

sedes de concelho Fundão, Covilhã, Belmonte, Sabugal

e Penamacor.

Questionado sobre o que motivou a agarrar o desafio

de ser presidente da Junta de Freguesia de Três Povos,

Luís Manuel Cerdeira afirma adorar a sua aldeia e ser

um orgulho que dá muito de si à sua terra e que, por

isso mesmo, age sempre de modo a conseguir o melhor

para a sua população. O edil conta já três mandatos com

a antiga freguesia do Salgueiro e cumpre atualmente o

seu primeiro mandato em Três Povos.

Terra de ar puro, mas também de sabores

A agricultura continua a ser um dos principais da

fatores económicos de Três Povos, ou não fosse

este o coração do regadio da Cova da Beira. Além

da chamada agricultura de subsistência que grande

parte da população pratica, é em Três Povos que se

localizam alguns dos maiores produtores de fruticultura

da região, mas também do país. “Existe aqui uma grande

empresa que se dedica à produção de frutas num

terreno com um total de 180 hectares, onde não falta

a cereja, característica da região”, diz-nos o edil. “Mais

recentemente, uma grande empresa de fruticultura, com

sede em Moimenta da Beira, alugou uma grande quinta

em Três Povos e já avançaram com o tratamento das

terras para a nova plantação, sendo que o seu fruto de

excelência é a maçã”, acrescenta. “Temos muita área

ainda para plantar, terra de uma qualidade excelente,

assim como muita água, ou seja, reunimos as condições

necessárias para criar grandes plantações. Faltam-nos

as empresas e os empreendedores que aproveitem

estas terras e que tragam novos postos de trabalho, não

só para Três Povos, mas para toda a região”, afirma Luís

Manuel Cerdeira. A fábrica BIOFUN de concentrados

de fruta, principalmente maçã está sediada na área da

freguesia.

Para miúdos e graúdos

Como acontece na grande maioria das regiões do

interior do país, a freguesia de Três Povos também

tem sofrido com o fenómeno da desertificação. Desde

2001, e de acordo com o nosso interlocutor, esta

freguesia do Fundão perdeu entre 12 a 15 por cento da

sua população; “os jovens vão à procura de alternativas

e os mais idosos partem, é a lei da vida”.

Contudo, a Junta de Freguesia faz questão de

Luís Manuel cerdeiraPresidente

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

61

CIDADE DO FUNDÃO

proporcionar as melhores condições para aqueles que

ainda escolhem Três Povos como a sua casa, sejam

eles miúdos ou graúdos. O Centro de Assistência

Social conta com 31 camas em serviço de lar, acolhe

20 idosos na valência de centro de dia e presta apoio

domiciliário a 18 pessoas.

Para os mais novos, estão ao dispor as valências de

creche, pré-escolar e atividades de tempos livres (ATL).

Mas Luís Manuel Cerdeira deixa o alerta: “Temos 23

alunos a frequentar o primeiro ciclo, pelo que cumprimos

os rácios mínimos para não sermos ameaçados com

encerramento da escola, mas no Centro temos apenas

13 crianças, são muito poucas crianças para as

instalações e condições que oferecemos”. O centro

funciona numas instalações dignas, bem equipadas

e com um quadro de pessoal exigido por lei tendo

em conta o número de utentes. Por isso mesmo, e

também pela questão burocrática e exigências a nível

das entidades competentes, o edil afirma, com alguma

tristeza na voz, não saber o que reserva o futuro ao

centro nas valências dedicadas aos mais novos. “Talvez

passemos a ter apenas uma ou duas valências, mas

ainda não sabemos. Vamos aguardar”, diz.

A visitar

Quem vem a Três Povos encontra uma freguesia dotada

de todos os equipamentos essenciais a uma vida

com qualidade e de sublimidade. Além do Centro de

Assistência Social já referido, Três Povos tem ao dispor

um complexo desportivo com campo de relva sintético

e instalações para as atividades dos mais jovens, uma

extensão de saúde bem equipada, quartel de bombeiros,

posto de farmácia, posto de combustível, entre outros

equipamentos.

Se vem para ficar mais do que um dia, saiba que pode

pernoitar em agroturismo ou turismo rural. Aproveite

essa estadia para visitar a Zona de lazer da Barragem

de Escarigo conhecer o Museu da Pastorícia, que

possui instrumentos musicais e utilitários fruto da criação

no âmbito da arte pastoril ou com ela relacionados,

assim como registos audiovisuais de entrevistas com

os pastores em relação às suas memórias, às suas

práticas e aos percursos de transumância, bem como

levantamentos fotográficos sob a forma de exposição.

O Solar das Quintãs, ou Solar do Conde, também

merecem uma visita mais atenta. Esta construção

datada do século XVIII, apesar de possuir características

arquitetónicas do século anterior, foi casa de habitação de

uma família abastada e foi doada ao povo das Quintãs. A

Junta de Freguesia já conseguiu fazer a recuperação do

exterior do edifício com o apoio da Câmara Municipal,

da associação de desenvolvimento local RUDE, com

uma candidatura no âmbito do PRODER, e está em fase

de projeto a candidatura da recuperação do interior do

futuro Solar da Comunidade. Se o projeto for a avante,

o edil pretende mudar toda a estrutura da Junta de

Freguesia para o 1º piso, nomeadamente a instalação

do Balcão do Cidadão, biblioteca, ludoteca, salas de

exposições permanentes e temporárias. No rés-do-chão

terá lugar a criação de uma incubadora de empresas

no âmbito agrícola com a possibilidade de empresas se

instalarem um auditório e sala de formação, instalações

sanitárias cozinha e refeitório

Conheça ainda a Casa Museu Nuno Miguel Henriques,

também denominada de Pátio das Ideias, as igrejas

matrizes, capelas o Solar do Doutor Albano no Salgueiro

os vários chafarizes de traça antiga que percorrem

toda a freguesia, ainda vários portados quinhentistas e

principalmente “a afabilidade e hospitalidade da nossa

terra e da nossa gente”.

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CIDADE DO FUNDÃO

“Cada habitante merece de nós uma atenção individual. O grande desafio passa por criar as condições necessárias à população,

nunca perdendo naturalmente de vista a continuação do bem público”. Quem o afirma é Carlos Alberto Ventura, em entrevista à Revista

Business Portugal, presidente da Junta de Freguesia de Alpedrinha e responsável pelo comando dos destinos da terra.

junta de freguesia de alpedrinha

Uma freguesia com identidade

Alpedrinha é uma freguesia portuguesa do

concelho do Fundão, distrito de Castelo

Branco, com 16 quilómetros quadrados de

área e cerca de 984 habitantes.

Situada a 556 metros de altitude, a sul da Serra da

Gardunha, é apelidada por “Sintra da Beira” devido à sua

beleza natural – reclinada numa encosta da serra – e ao

seu património monumental.

Atravessada pela EN18 e junto à A23 tem transportes

diários para Castelo Branco, Fundão e Covilhã e ainda,

uma estação de caminho-de-ferro, na linha da Beira

Baixa, a 600 metros da vila.

“Geograficamente estamos muito bem situados, diria

até, que estamos num ponto estratégico, é um local

de passagem para quase tudo, e isso em termos

económicos tem o seu impacto”, comenta o presidente.

Com bastantes equipamentos públicos de teor social e

de serviço à população, tais como posto de correios,

farmácia, centro de saúde, posto de combustível,

banco, estabelecimento de ensino (Colégio Externato

de Santiago de Carvalho), escola de 1º ciclo, jardim-

de-infância, Santa Casa da Misericórdia, Fundação

Gamboa Pina Ferrão “com diversas valências que fazem

um serviço digno à nossa população” e ainda, seis

coletividades - Liga dos Amigos de Alpedrinha, Casa do

Povo, Escuteiros, Clube de Teatro, Associação de Caça e

o Grupo de Bombos – que ajudam a tornar mais eclética

a própria resposta cultural, recreativa e desportiva

da freguesia, esta é uma freguesia com “respostas

fundamentais às necessidades da população”.

Tendo como principal atividade económica a agricultura

e a fruticultura, embora não seja uma zona industrial, tem

também nos seus domínios algumas empresas como a

Beirabaga – Produção e Comercialização de Pequenos

Frutos. “Temos muitos habitantes com pomares de

cereja, maça, pera e pêssego, é basicamente nisso que

se centra a atividade económica local”, conta o Carlos

Alberto Ventura.

Do ponto de vista turístico pode-se visitar as vias

antigas em Alpedrinha como a Capela do Leão e fonte

monumental, o Pelourinho de Alpedrinha, o Teatro de

Alpedrinha, o Centro histórico de Alpedrinha, o Museu

de Arte Sacra, o Museu Etográfico da Liga dos Amigos

de Alpedrinha, o Museu da Música/Casa da Família

Osório, a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia – que

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REVISTA BUSINESS PORTUGALCIDADE DO FUNDÃO

se situa no centro da vila e é contígua ao lar da terceira

idade da Santa Casa da Misericórdia, que outrora foi um

hospital, as várias capelas da freguesia, como a de São

Sebastião; a de Santo António; a Igreja Matriz e a capela

do Anjo da Guarda. E ainda, as várias casas senhoriais:

Casa da Comenda, Palácio do Picadeiro, Casa do Pátio,

Casa do Barreiro, Casa do Cardeal e Casa da Câmara.

“Temos um património religioso muito rico, não só

edificado, como também em termos de paramentos

relativos ao século XVII”, refere.

Quem visita a freguesia tem muito para visitar e vários

sabores para experimentar, tais como a Torta da D. Maria

José as Cristas e empadas da D. Delfina, o Cabrito

Estonado, e muitos outros, “ícones gastronómicos locais

muito apreciados em todo o país”.

Festividades

Numa política de valorização dos produtos endógenos

realizam-se alguns certames com algum impacto local

e até regional. Festejam o Santo Anjo da Guarda no

terceiro fim de semana de agosto, dias 14, 15 e 16

de agosto; no dia 29 de agosto têm a preparação

para a edição da Festa dos Chocalhos; e de 18 a 20

de setembro, realizam o Festival dos Caminhos da

Transumância (Festa dos Chocalhos) que conta com

animação de rua, concertos e diversas tasquinhas

que permitem valorizar e potenciar o artesanato e a

gastronomia local, este ano irá também estar presente

um chefe de cozinha conceituado para preparar a

tradicional chanfana de cabrito e borrego.

Projetos futuros

“Numa perspetiva de fixação de pessoas, que tem de

ser esse um dos objetivos de uma autarquia, sobretudo

do interior, o que nós pretendemos é criar medidas

que permitam que quem cá esteja consiga continuar

por cá, que não saia mais gente do que já saiu e que

tenham uma vida condigna com uma qualidade de vida

acima do que têm neste momento. Para isso, temos em

mente iniciar um projeto para aproveitar as águas da

serra, ou seja pretendemos criar bolsas de água, de

maneira a que estas possam abastecer as barragens.

Novas nascentes para abastecer os depósitos de água

à população. Pretendemos reabilitar o edifício do posto

da GNR. E ainda, temos a decorrer uma parceria com

a Universidade da Beira Interior relativa às termas da

Touca, de maneira a, futuramente, poderem utilizar as

águas das termas”, conclui o presidente. carlos alberto venturaPresidente

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CIDADE DO FUNDÃO

Fundada em 1501, segundo o documento mais antigo a que esta instituição teve acesso, a Santa Casa da Misericórdia de Alpedrinha,

no concelho do Fundão, é uma das mais antigas instituições do país. Com as valências de lar, creche e jardim de infância, a Misericórdia

destaca-se ainda pelo seu apoio à população com uma cantina social, uma comissão de proteção de crianças e jovens, uma rede social

e por uma comissão local de acompanhamento do rendimento mínimo garantido. Carlos Bragança é o provedor desta casa desde 2008

e em entrevista à Revista Business Portugal demonstrou o porquê da crescente importância desta instituição em Alpedrinha.

santa casa da misericórdia de alpedrinha

Cariz social exemplar em Alpedrinha

Na terra onde não há por do sol, onde apenas

há tardes de frescura longas e amenas, ou

então um calor reconfortante do sol nascente

de inverno, podemos encontrar uma

instituição repleta de história e de bastante importância

para a população. A Santa Casa da Misericórdia de

Alpedrinha presta serviço a cerca de 150 utentes nas

suas diversas valências, oriundas de todo o concelho do

Fundão, sendo também a maior empregadora na zona

sul deste concelho.

A creche e o jardim de infância, a funcionarem há

mais de 50 anos, contam com cerca de 80 crianças,

“um número bastante significativo numa região

como a nossa”, refere o provedor. Provindas de

aproximadamente 10 freguesias do Fundão, a sul da

Gardunha, esta valência funciona num solar do século

XVIII, devidamente adaptado para esta função, “mas que

tem mantido as suas características originais, pois trata-

se de um edifício único, um palacete sem igual”.

Já a estrutura residencial para idosos tem lugar no

antigo hospital, edifício pertencente à Santa Casa,

transformado em lar, restando do antigo edifício apenas

as paredes. Este complexo recuperado foi inaugurado

em 2001.

Estrutura Residencial para Idosos

Sob o propósito de garantir aos seus utentes uma

vida confortável e um ambiente humanizado, o Lar

de Terceira Idade da Santa Casa da Misericórdia de

Alpedrinha conta com uma equipa multifacetada, que

integra uma assistente social que é simultaneamente

diretora técnica, uma animadora cultural, um médico,

um enfermeiro e quatro auxiliares de enfermagem, um

fisioterapeutas, uma psicóloga, uma encarregada de

serviços gerais, 18 ajudantes de lar e centro de dia,

duas ajudantes de lavandaria, quatro cozinheiras e uma

ajudante de cozinha, além da equipa administrativa,

composta por três elementos.

Reconhecido pelo seu carácter inovador e como uma

instituição indispensável em Alpedrinha, esta estrutura

residencial recebe atualmente 60 idosos “oriundos de

todo o concelho do Fundão”, diz-nos o provedor. “Aqui,

acolhemos e atendemos pessoas com idade superior a

65 anos e, para além da área residencial, garantimos

os cuidados básicos de saúde, higiene e conforto com

todas as condições facilitadoras de integração e bem

estar”, acrescenta Carlos Bragança.

A título de curiosidade, esta casa tem presentemente

duas centenárias cheias de vida e até janeiro este

número poderá crescer para três.

Património sem igual

A Santa Casa da Misericórdia de Alpedrinha tem uma

das maiores coleções nacionais de móveis embutidos,

“se não a maior”, diz o nosso interlocutor. Arte também

conhecida como marchetaria ou marquetaria, que no

francês significa embutir ou ornamentar móveis com a

aplicação de outros materiais.

São cerca de três dezenas de móveis de pequena

e grande dimensão, “deixados em testamento à

Misericórdia de Alpedrinha pela família de José Santos

Pinto”. Atualmente, os mesmos continuam na casa desta

família, mas que pertence à Misericórdia no denominado

Salão de Arte. Se tudo correr como planeado, no

próximo ano a Santa Casa terá o tão aguardado espaço

para exposição deste mobiliário. “Estamos a trabalhar

para a criação de um núcleo dos móveis embutidos na

antiga Pensão Clara, património da Santa Casa, doada

pela família Caldeira Proença de Alpedrinha”, explica

Carlos Bragança, acrescentando que “este será o maior

núcleo de móveis embutidos no país”.

Cardeal de Alpedrinha imortalizado

No passado mês de julho, a estátua do Cardeal D. Jorge

da Costa, conhecido como Cardeal de Alpedrinha,

deixou o espaço da Santa Casa da Misericórdia e

passou a figurar no Largo da Misericórdia. A cerimónia

teve lugar no dia 5, data em que se celebra o dia da

instituição. “É importante referir que o Cardeal foi mentor

da criação das Misericórdias junto da rainha D. Leonor e,

só por esse feito merece todo o nosso reconhecimento.

Além disso, o Cardeal tem uma importância sem igual na

história de Portugal. Nenhum outro Cardeal é conhecido

e identificado pela sua terra natal, mas sim pelo local de

onde é Cardeal”, refere Carlos Bragança, acrescentando

que esta estátua foi oferta da Câmara Municipal do

Fundão aquando das comemorações dos 500 anos do

falecimento do Cardeal.

Projetos futuros

O dia da instituição não foi apenas marcado pela

inauguração da estátua do Cardeal de Alpedrinha, mas

também pelo anunciar do projeto de alargamento do

atual lar para a antiga Estalagem de S. Jorge. O atual lar

e a estalagem vão ser ligados e surgirão mais quartos,

de modo a receber mais utentes, além de uma sala de

ginástica, sala de fisioterapia, um salão nobre e vários

refeitórios que darão apoios aos eventos realizados

em Alpedrinha, “não apenas da responsabilidade

da Misericórdia, mas de todos os eventos que aqui

aconteçam”, garante o provedor. “Acreditamos que

este projeto trará uma maior qualidade de vida para

os nossos utentes, que poderão desfrutar de uma vista

imensa sobre Alpedrinha e a zona da Raia sem saírem

dos edifícios, o que é excelente”, finaliza.

carlos bragançaProvedor

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TEMA

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Sendo já um concelho conhecido e admirado por muitos, Arouca rege-se, entre muitos outros

aspetos, pelos seus elevados padrões de qualidade turística e pela grande oferta que convida por

um lado, a visita dos mais aficionados pela natureza e por outro, alguns visionários a investir na

região.

Para além dos 14 caminhos pedestres da Serra da Freita, todos eles homologados pela federação de

Montanhismo, Arouca deu um passo em frente inaugurando os “famosos” Passadiços do Rio Paiva, numa

extensão de oito quilómetros localizados na margem esquerda do rio.

São oito quilómetros que proporcionam um passeio inesquecível aos visitantes aventureiros, que se veem

envolvidos de belas e incomparáveis paisagens, num verdadeiro cenário natural, junto a descidas de águas

bravas, cristais de quartzo e espécies em extinção na Europa.

Com uma distância média de 8700m, este percurso inclui uma viagem até à biologia, geologia e arqueologia

que ficará na memória e na lista de experiências dos viajantes apaixonados pela beleza natural.

Mas Arouca não se confina aos belos passeios turísticos. Vai mais além e presenteia-nos com uma saborosa

gastronomia como é o caso da carne arouquesa (vitela), de uma qualidade superior, que por sua vez esgotou

nos restaurantes arouquenses aquando da recente atração de turistas aos Passadiços.

A par disso, os doces conventuais também são um alvo bastante apetecido. São exemplo as morcelas doces,

o pão-de-ló de Arouca, os melindres, as cavacas, também as castanhas e os charutos doces e uma das mais

recentes criações dos doceiros locais: as pedras parideiras.

E porque Arouca também é um concelho rico em património geológico, é possível darmos um salto ao

“Arouca Geopark”, pelo seu excecional património geológico de relevância internacional, com destaque para

as Trilobites gigantes de Canelas, para as Pedras Parideiras da Castanheira e ainda para os Icnofósseis do

Vale do Paiva.

Desta feita, se ainda não conhece Arouca, tem aqui uma boa oportunidade de descobrir um pouco do que

são as suas valências para mais tarde visitar.

VILA

DE A

ROUC

A

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VILA DE AROUCA

Arouca volta a festejar a Feira das Colheitas, que de acordo com Margarida Belém, faz parte do ADN da cidade. A Vice-Presidente

da Câmara fala-nos sobre a importância do renascimento do folclore arouquense e de outras atividades que vão fazer parte das

comemorações. Faz referência ao notável património geológico de Arouca, o Geopark, bem como um balanço do antes e depois dos

passadiços do Paiva, dando a conhecer o que poderá acontecer agora, após o incêndio.

Munícipio de arouca

Feira das Colheitas: “um evento que traduz a dinâmica local”

A 71.ª edição da Feira das Colheitas decorre de 24

a 27 de setembro de 2015. O que representa este

evento para o município de Arouca?

Para compreendermos a dimensão da Feira das

Colheitas, temos de recuar até aos tempos da II

Guerra Mundial. Portugal assumiu uma posição de

neutralidade, mas um conflito à escala europeia tem

sempre repercussões. Arouca sentiu a escassez de bens

alimentares, com impactos sociais muito graves. Foi então

que o Grémio da Lavoura (que viria a dar origem, mais

tarde, à Cooperativa Agrícola), com o apoio da Câmara

Municipal, lançou a ideia de criar a Feira das Colheitas,

como impulso à produção agrícola. Começou com

quatro concursos: Melhor Seara, Melhor Fruta, Melhor

Adega e Melhor Linho. Foi também integrado na Feira o

já criado Concurso da Raça Bovina Arouquesa, passando

estes cinco concursos a ser o fundamento do certame.

O objetivo acabou por ser alcançado plenamente: não

só a produção sofreu um enorme aumento, como

também se criou uma dinâmica de troca de experiências

entre os concorrentes, visitas às searas premiadas e

debates entre produtores para o melhoramento de

técnicas. Ao mesmo tempo, promoveram-se exposições

agrícolas e de artesanato, iniciativas que despertaram

grande interesse, e que, desde então, têm evoluído,

adaptando-se aos tempos que correm. Por outro lado,

e devido à situação social, também as antigas tradições

populares, características dos lugares e das aldeias,

se foram perdendo. Era fundamental recuperar-se as

desfolhadas, as espadeladas e as ceifas, com os seus

cantos e gestos particulares, e ressuscitar o folclore.

Com base no conhecimento dos usos e costumes que

os mais velhos das suas aldeias e lugares possuíam,

cinco grupos, de outras tantas freguesias, deram corpo

à primeira manifestação desta ressurreição do folclore

local. A partir de então, novos grupos foram surgindo um

pouco por todo o concelho, ao ponto de, hoje, haver um

dia inteiro dedicado ao folclore arouquense, oferecendo

o palco aos ranchos locais. Nas primeiras edições, foi

também incluída uma vertente mais religiosa, sobretudo

com a bênção dos campos e do gado e com o famoso

Cortejo dos Açafates, a que temos dado uma dimensão

muito especial. Portanto, a Feira das Colheitas faz parte

da nossa identidade, do nosso ADN. É um evento

que traduz a dinâmica local, outrora mais ligada aos

aspetos rurais (matriz que ainda conservamos), mas

hoje mais vocacionada para a indústria e os serviços.

Este equilíbrio entre passado e futuro está, de resto,

bem patente na nossa estratégia de desenvolvimento

sustentável, corporizada no Arouca Geopark.

O que podem encontrar os arouquenses e

quem visitar a região nesta edição da Feira das

Colheitas?

Podem, sem qualquer dúvida, encontrar um povo

generoso, que irá acolher todos os que nos visitam

de braços abertos. A Feira das Colheitas vive-se

essencialmente na rua. É uma das melhores formas de

nos poderem conhecer. Da gastronomia ao artesanato,

do folclore aos concertos, as forças vivas (associações

e empresas) do concelho estão sempre, de alguma

forma, representados nos espaços do evento. Haverá

exposições temáticas variadas, desde a etnografia, à arte

contemporânea, ao artesanato e aos produtos do campo.

Também a raça arouquesa terá um lugar de destaque,

não só nas tasquinhas gastronómicas, como também no

tradicional concurso de gado. Haverá outros concursos,

nomeadamente para a melhor broa e o melhor vinho.

Os bailes e as desfolhadas voltam a realizar-se, como

antigamente. Depois, há os concertos, desde o mais

popular Augusto Canário, ao Mikkel Solnado e ao Paulo

Gonzo. Teremos as filarmónicas do concelho e os

ranchos folclóricos. E no domingo, queremos encher as

ruas da vila com um grandioso cortejo de açafates e um

desfile etnográfico belíssimo. Mas, mais do que elencar

aqui o que vamos ter no programa, o melhor mesmo é

visitar Arouca e viver, experimentar e sentir todas estas

coisas.

margarida belémVice-Presidente

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VILA DE AROUCA

Arouca sai à rua para comemorar mais uma Feira das Colheitas e nesta edição

da feira uma das novidades é a apresentação do projeto ‘EcoCasa - Sistema

Gomos’. De que se trata este projeto?

O projeto ‘Ecocasa’, também conhecida como ‘Sistema Gomos’ permite, com rapidez

e simplicidade, a montagem de uma habitação, de forma modular, com todos os

acabamentos e infraestruturas necessários, aliados a um design moderno. É, para nós

arouquenses, motivo de enorme orgulho, porque se trata de um projeto que parte

do know-how local, mobiliza o empreendedorismo regional, e terá, certamente, um

impacto nacional.

O Sistema Gomos tem a particularidade de ter sido desenvolvido no seio

da Associação Empresarial de Cambra e Arouca (AECA) e é um dos dez

finalistas da edição 2015 do Prémio Nacional das Indústrias Criativas. Qual a

importância deste feito para o município?

De facto, este projeto suscitou-nos enorme interesse desde o primeiro momento, e

quisemos, desde o início, fazer parte dele, com o todo apoio possível. A questão do

conhecimento local é, aqui, o grande foco. Trata-se de um projeto desenvolvido por

uma equipa multidisciplinar, que desafia empresas de ramos diversos e de escalas

diferentes a trabalharem de forma complementar. É esse o espírito que devemos

fomentar. A Câmara não tem de se substituir à iniciativa privada, mas não pode deixar

de apoiar projetos que potenciem as sinergias, que sejam inovadores e que possam

trazer benefícios à população.

Os conhecidos passadiços do Paiva em Arouca que têm sido uma forte

atração turística do concelho foram atingidos por um incêndio florestal que

deflagrou no passado dia 7 de setembro. Qual o impacto deste acontecimento

para o concelho?

Queiramos ou não, há claramente uma realidade diferente, antes e depois dos

Passadiços do Paiva. O carácter inovador deste equipamento traduziu-se num enorme

sucesso, com impacto enorme na dinâmica económica do território. Durante o período

em que tivemos os Passadiços a funcionar, tivemos visitantes de todo o país, mas

também da Alemanha, de Espanha, França e Inglaterra. O fluxo de turistas no Arouca

Geopark aumentou significativamente, muito por força da oferta organizada que

procuramos sempre promover. Os números apontavam, a determinada altura, para

um crescimento de turistas estrangeiros superior a 50%, e para taxas de ocupação

próximas dos 100%. Houve unidades de alojamento que alargaram o número de

camas, e os estabelecimentos de restauração os lugares à mesa, sempre mantendo

o rigor e a qualidade a que sempre habituámos quem nos visita. Entretanto, sofremos

o revés que todos conhecem, mas será uma questão de pouco tempo. Em breve

voltaremos a ter a oferta turística em pleno, e faremos todos os esforços para que

quem tem curiosidade em conhecer o nosso território possa continuar a fazê-lo,

porque há muito para conhecer para além dos Passadiços do Paiva.

Em termos turísticos, o que está a autarquia pensar fazer até à reconstrução

do troço do passadiço?

No imediato, é imperioso avançarmos com a parte de construção civil. Avaliar o

impacto dos estragos, perceber o que é aproveitável e complementar com o que

é necessário para repormos o funcionamento normal da infraestrutura. Entretanto,

temos dado continuidade à divulgação que fazemos das potencialidades do Arouca

Geopark. Temos uma oferta diversificada e apelativa que nos caracteriza (Rota dos

Geossítios, espaços museológicos, gastronomia, atividades de turismo de natureza,

etc.), que convida a uma estada prolongada, num espaço diferenciador, que marca

pela qualidade e pela dinâmica de sustentabilidade.

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70

REVISTA BUSINESS PORTUGALVILA DE AROUCA

A reforma administrativa levada a cabo pelo governo, após deliberação dos autarcas locais, ditou que duas das maiores e mais populosas

freguesias do concelho de Arouca se unissem. Fernando Brandão Mendes, empresário arouquense com 57 anos, actual presidente

da Junta da União de Freguesias de Arouca e Burgo, com 8.000 habitantes e 5.000 eleitores, após ter cumprido dois mandatos como

presidente da junta de Freguesia do Burgo, deparou-se com uma realidade bem diferente mas sentiu-se com capacidade para “fazer

mais e melhor pela população”.

união de freguesias de arouca e burgo

Uma Aposta Ganha

Seguindo o lema “Trabalho, Trabalho e mais

Trabalho”, Fernando Mendes e a sua equipa

reorganizaram-se burocraticamente e

administrativamente, para lidar com

maiores responsabilidades, um orçamento maior, mais

necessidades por parte da população, e segundo as

palavras do próprio “O início do mandato não foi fácil

devido às imposições legais exigidas pelo processo

da reforma administrativa mas sinto que o Burgo é

hoje uma freguesia mais central, com maior ligação ao

centro de Arouca, que se alargou e também ganhou

muito com este processo. Esta união representa cerca

de um terço dos habitantes do concelho de Arouca”.

A curiosidade aumenta à medida que se ouvem as

palavras de entusiasmo do presidente quando fala da

sua bem amada terra: “Arouca é um privilégio que a

natureza nos proporcionou e que deve ser aproveitado.

Arouca, pela sua riqueza histórica e cultural, natural e

geológica, gastronómica pode ser considerada um local

único em Portugal”. São vários os pontos de interesse

que merecem visita em Arouca, dos quais se destacam

“A Sra. da Mó, que do alto observa, ilumina e abençoa

todo o vale de Arouca, acompanhada pela Serra da Freita

que esconde por detrás do seu manto florestal uma

riqueza geológica e Natural única, onde se destacam

as Pedras parideiras, fenómeno geológico único no

Mundo, a Frecha da Mizarela, a Pena da Forcada, um

miradouro que permite uma perspetiva sobre todo o

vale”. Quando se desce ao vale, o Convento de Arouca,

situado mesmo no centro da vila, chama a atenção pela

sua grandiosidade, sendo considerado inclusive “o ex

libris do nosso concelho, o maior aglomerado granítico

da Europa”. Conhecido por ter sido casa de Rainha

Santa Mafalda, pelo seu cadeiral majestoso, tem ainda o

Museu de Arte Sacra, com inúmeras riquezas do tempo

monárquico, associadas à vida do Mosteiro, da vila e do

país. Nos últimos tempos, sobretudo desde o início do

Verão, Arouca tem sido autenticamente invadida por

turistas de todas as partes do país que pretendem visitar

os “Passadiços do Rio Paiva”, estruturas de madeira que

permitem aos mais interessados por paisagens naturais,

percorrer uma distância de cerca de nove quilómetros

ao longo do rio Paiva. Tem sido muito proveitoso para

a região a nível turístico e económico e o presidente

Fernando Mendes vê com bons olhos esta obra: “É

uma excelente obra assente no aproveitamento de

um dos melhores recursos que existe em Arouca,

que é a água, os rios. O Rio Paiva já foi considerado

há uns anos o rio mais limpo da Europa. É notório no

nosso quotidiano que a dinâmica da nossa terra se

agitou com a construção dos passadiços e a vinda de

tantos turistas diariamente. No entanto, existem ainda

problemas a solucionar para que este fenómeno não

seja sazonal, nomeadamente, construção de estruturas

de apoio, casas de banho, caixotes do lixo, parques de

estacionamento, e criar uma equipa de manutenção

e vigilância para que a multidão mantenha sempre a

regra e o respeito pela natureza e pela obra”.A mesma

alegria não se verifica quando se fala no Rio Marialva,

outra das atrações do centro do vale, rio que percorre

a vila de Arouca e que vive a amargura da poluição.

“É vergonhoso que em pleno século XXI exista um rio

nestas condições, com descargas domésticas contínuas

a poluírem. Há muitos anos que luto pela limpeza do

Rio Marialva e pela construção e alargamento da rede

de saneamento a todo o concelho”. Segundo afirmou

o presidente Fernando Mendes com indignação: “é

uma questão de respeito e de saúde pública!” e vê com

pouca esperança a resolução desta questão ambiental

nos próximos tempos a não ser que, como pretende “o

saneamento seja encarado como uma urgência, que de

facto é”.

Questionado sobre as principais obras realizadas durante

o seu mandato, Fernando Mendes realçou o alargamento

da rede de acessibilidades, com construção de novas

estradas em locais de difícil acesso e alargamento de

estradas pré existentes estreitas, com piso degradado,

bem como a limpeza contínua da freguesia; a distribuição

gratuita dos livros do primeiro ciclo de ensino a uma

grande parte da população; o apoio social prestado

aos habitantes, desde os mais novos aos mais velhos,

sendo que segundo as palavras do presidente, “Arouca

e Burgo tem infraestruturas capazes de prestar um apoio

social de todos os tipos e permanente à população mais

velha, com lares, centros de dia, apoio ao domicílio para

que todos se sintam parte da sociedade 365 dias por

ano”, às quais se junta o Passeio Anual dos Idosos,

que complementa o apoio social prestado pela Junta

de Freguesia.

Para Fernando Mendes “as associações são responsáveis

pela vida das freguesias e tem inclusive uma dinâmica

de excelência, desde as Bandas Musicais de Arouca e

fernando mendesPresidente

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

71

VILA DE AROUCA

Figueiredo, que é inclusive a Banda Musical mais antiga

do país, às associações desportivas, recreativas, que

envolvem a população com actividades constantes e

muito interessantes”. A Junta de freguesia desenvolve o

seu trabalho sempre em articulação com as mesmas e

com proximidade às actividades populares promovidas,

acompanhando de perto o trabalho elaborado por

“pessoas com garra e determinação”, conforme

descreve Fernando Mendes.

No que diz respeito ao futuro, Fernando Mendes apontou

alguns problemas que precisam de ser resolvidos com

rapidez para que Arouca se consiga afirmar como um

território de excelência com a riqueza do interior para

competir com a oferta do litoral: “a construção da

totalidade da rede de saneamento para que sejamos

um território amigo do ambiente; a despoluição do Rio

Marialva e aproveitamento das suas margens para fins

turísticos, à semelhança do Rio Paiva; o desenvolvimento

de um projecto de reabilitação para a Senhora da Mó,

bem como para a zona histórica das minas de Regoufe

e Rio de Frades”. Fernando Mendes salienta ainda a

importância da Agricultura para um concelho do interior

como Arouca, que segundo o próprio “perdeu muito

com o novo sistema de quotas após a entrada na União

Europeia, mas ainda assim, graças à perspicácia dos

nossos agricultores, consegue-se produzir ainda em

Arouca o suficiente para alimentar toda a população,

quer seja leite, legumes, frutos, ou a maravilhosa

raça arouquesa, a melhor do país, que todos estão

convidados a provar”.

Arouca tem perdido população nos últimos tempos

e esse dado é para o presidente Fernando Mendes

um problema “muito preocupante” e que merece

total atenção: “não se pode considerar Arouca um

concelho sustentável porque a população tem vindo

a decrescer. Faltam oportunidades para a juventude,

que contrariamente ao que muitos dizem erradamente,

é a geração melhor preparada para encarar os novos

desafios do futuro. Os nossos filhos deixam a sua terra

aos 18 anos para estudarem nas faculdades e quando

terminam o seu curso superior não pensam em voltar

para Arouca e exercer a sua profissão. Há que criar

condições e incentivos para que os jovens regressem

a Arouca, criem as suas famílias, as suas casas, o seu

património, e contribuam para que Arouca se desenvolva

de forma sustentável e contínua no futuro”.

Existe ainda “a mãe de todas as obras”, a assim

chamada ‘variante’, estrada que ligaria Arouca aos

grandes centros, e que segundo Fernando Mendes

“continua a ser uma prioridade até que seja concluída.

Foi prometida enganosamente pelo antigo primeiro-

ministro, José Sócrates, que fechou a avenida principal

da vila de Arouca, e até hoje, apesar do esforço dos

autarcas, continua no papel. São as empresas que

precisam de levar os seus produtos mais rapidamente,

de deslocarem os seus funcionários para obras fora

do concelho, são os turistas que teriam a sua vida

facilitada para chegar a Arouca, são os arouquenses que

merecem respeito e seriedade. A Variante, muito mais

que uma questão económica, é já uma questão de pura

justiça para com os arouquenses”.

Por último, Fernando Mendes desafia ainda todos

os portugueses a visitarem Arouca já nos próximos

dias 24, 25 e 26 de setembro, fim de semana em

que se realizará a 71ª Feira das Colheitas, com um

programa cultural elaborado ao pormenor, com carácter

histórico, cultural, associativo, gastronómico. “Visitem

Arouca, um magnífico concelho com uma população

tremendamente acolhedora, viva, com oportunidades

para bons momentos entre gerações, de alegria, de

amor”.

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VILA DE AROUCA

Sendo uma das regiões mais visitadas do país nos últimos tempos, a União de Freguesias de Canelas e Espiunca é particularmente

conhecida pelos famosos passadiços do Paiva. Joaquim Cunha, presidente da junta de freguesia, começa por nos apresentar aquela que

é uma “freguesia essencialmente direcionada para a natureza, caracterizada por grandes paisagens e por pessoas de muito trabalho”.

união de freguesias de canelas e espiunca

Um passadiço de história e tradição

Crescimento exponencial

Apesar da forte vaga de emigração que o país atravessa, não sendo a União de Canelas

e Espiunca imune, a freguesia tem crescido de forma exponencial e sustentável devido,

em parte, aos milhares de pessoas que têm visitado a região e que cada vez mais

revelam interesse por um turismo de natureza e aventura.

“O decréscimo de emprego obriga as pessoas a procurarem outras opções fora

do país mas de qualquer forma considero que esta é uma das freguesias que ao

longo dos anos deu cartas e cresceu. Apesar de tudo fixou a população e tem muita

importância para o concelho neste momento”, enaltece o autarca.

Com empresas do ramo de construção civil e de extração de lousa sediadas na

freguesia, os habitantes da União de Freguesia de Canelas e Espiunca trabalham

igualmente nos campos, nas matas e no setor das madeiras, tendo uma série de mão

de obra com alguma qualificação.

“Temos um nível de vida aceitável. Crescemos muito na parte habitacional e em riqueza.

Há uns anos era notório que era uma freguesia muito mais pobre mas disparou e foi

uma das freguesias do concelho que mais cresceu daí termos um polo escolar novo,

fruto desse crescimento”, revela Joaquim Cunha.

Locais de interesse e de paragem obrigatória

Mas a União de Freguesias de Canelas e Espiunca é também uma região pautada

por tradições centenárias e conhecida pelos seus fosséis, as trilobites, que foram o

joaquim cunhaPresidente

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73

VILA DE AROUCA

embrião do GeoPark Arouca, sendo o autarca um dos

seus fundadores.

Na freguesia existem também várias praias fluviais,

das melhores do concelho, nomeadamente a praia do

Areínho e a praia de Espiunca, duas zonas com uma

paisagem ímpar e visitadas todos os anos por milhares

de pessoas e a zona de recreio e lazer do Vau, um local

paradisíaco, que fica mais ou menos a meio do percurso

nos passadiços do Paiva.

No Centro de Interpretação Geológico de Canelas, onde

é possível visualizar as trilobites com 400 milhões de

anos, existe também um Museu diferente e particular,

muito visitado.

As casas tradicionais da freguesia, com telhados em

lousa, são fruto da extração que se ramificou depois

para vários sítios e, em termos turísticos, é igualmente

um ponto de grande procura sendo parte integrante da

identidade e tradição da freguesia.

“O turismo é uma aposta que deve estar no centro das

atenções porque são milhares de pessoas que vão

continuar a passar por aqui e se lhes dermos meios para

cá pararem, eles param, consomem e criam riqueza”,

afirma Joaquim Cunha.

Em termos de hotelaria, existem dois restaurantes: O

Trilobite e o Paiva à Vista, ambos em Canelas. Também

temos duas casas de turismo rural: a “Casa do Pinto” em

Canelas e a “Casa do Paúl” em Espiunca.

“Para uma localidade com 1200 habitantes, ter dois

restaurantes já é algo considerável”, reclama o autarca

acrescentando que, apesar disso, ainda há muito a fazer.

“Neste setor, como o da hotelaria, ainda há muito a fazer

nesta freguesia. Devido ao turismo em massa que temos

recebido, é preciso encarar isto de outra forma, não só

nas vias rodoviárias mas, como por exemplo, caracterizar

o centro da nossa freguesia para que incentivem as

pessoas a parar”, explica.

Uma freguesia para todas as idades

Questionado sobre a população local, Joaquim Cunha

mostra-se redundante e acredita que o futuro será

risonho para os habitantes da freguesia.

“Somos uma das freguesias com maior percentagem

de jovens, tivemos alguma perda mas agora estamos a

recuperar. Este ano vai haver um número significativo de

nascimentos”, diz, confiante.

“A nossa faixa idosa esta acompanhada, temos neste

momento uma IPSS que está a construir um lar para

idosos centro de dia e, apesar de termos pouca

população, a freguesia começa a ter bases para ter um

pouco de tudo, estamos bem equipados”, reafirma o

autarca.

Trabalho árduo por amor à terra

Tendo os presidentes de junta um papel essencial

na comunicação das necessidades da população à

autarquia, Joaquim Cunha iniciou-se na política muito

novo começando por fazer parte da JSD (Juventude

Social Democrata) estando sempre ligado a várias

associações, e concorrendo posteriormente à liderança

da junta da sua freguesia.

“Costumo dizer que os presidentes de junta não são

políticos porque trabalham por gosto. Quando chegou

a altura em que percebi que seria uma mais valia, fui

candidato e mereci o voto de confiança. Em dez anos,

penso que já fiz mais do que o que pensava fazer e

orgulho-me disso. Apesar de nunca ter sido a favor desta

reforma administrativa, porque acho que não veio trazer

nada de especial e nada de novo, apenas mais trabalho

a quem cá está, aceitei o desafio e estou satisfeito”.

O futuro, segundo o autarca, passará pela criação de

parques de estacionamento, pelo melhoramento das vias

de comunicação e essencialmente em criar condições

para que Espiunca possua saneamento básico. A criação

de emprego é também uma realidade bem como o

contínuo apoio à cultura.

“Temos uma fábrica de calçado sediada na freguesia e

se tivessemos mais uma, seria ótimo porque o nosso

objetivo passa por fixar as pessoas na região. Queremos

também, através de várias iniciativas, incentivar a

cultura e para isso apoiamos as várias associações da

freguesia”, finaliza.

Page 74: Revista Business Portugal | Setembro '15

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VILA DE AROUCA

“Viver mais Alvarenga”

AFreguesia de Alvarenga tem cerca de 1230

habitantes distribuídos por 39 km2, o que

faz da região uma das maiores freguesias do

concelho de Arouca. Em termos económicos,

as atividades predominantes são a agricultura, a floresta

e o turismo, “são os três pilares desta freguesia. A

agricultura ainda se pode desenvolver mais, através

da raça arouquesa, carne de excelência que abastece

os talhos e restaurantes da região”, refere Luís Filipe

Teles, presidente da Freguesia de Alvarenga. O bife de

Alvarenga é conhecido pela excelente qualidade sendo

um dos pratos fortes que leva milhares de turistas à

freguesia durante todo o ano. A gastronomia, a beleza

natural da montanha e do Rio Paiva, bem como, a

hospitalidade dos alvarenguenses são fatores que

permitem atrair mais turistas para a região em qualquer

altura do ano. No verão, as praias fluviais são um dos

destinos que mais visitantes tem levado à região a par da

nova infraestrutura, os Passadiços do Paiva, inaugurada

este ano, que se estende por oito quilómetros ao longo

da margem esquerda do Rio Paiva, onde parte do

percurso é feito na freguesia. Alvarenga está dotada

de unidades de turismo rural prontas para acolher e

mostrar aos visitantes a beleza da região. O setor da

floresta também desempenha um papel fundamental no

desenvolvimento da região “temos uma área grande de

floresta, essencialmente eucalipto, que apesar de não ser

das espécies que mais se gosta, tem sido importante na

criação de emprego e no sustento das familias”, explica

o presidente, contribuindo para o crescimento da região.

Neste seguimento, o responsável pela freguesia Luís

Filipe Teles conclui que “estão reunidas as condições

para se dar um grande salto na região”.

Obras e infraestruturas de apoio

O centro de Alvarenga está a ser alvo de obras de

reestruturação e beneficiação, como a intervenção no

entroncamento central. “Vamos melhorar os passeios

até à zona da feira, ficando mais agradável para as

caminhadas. Criámos alguns jardins no sentido de

melhorar a estética. Estamos a trabalhar também no

melhoramento e limpeza dos caminhos. Essencialmente,

o que se tem procurado fazer é tentar manter a

freguesia limpa”, ressalva o presidente da Freguesia

de Alvarenga. Existem duas infraestruturas essenciais

para o desenvolvimento da região, a escola, com alunos

até ao 4º ano e o Lar de Idosos da Casa do Povo de

Santa Cruz de Alvarenga, que dá emprego a pelos

menos 30 pessoas, “dando conforto aos mais idosos

e aos que mais precisam através do apoio domiciliário”,

Conhecida como a capital do bife, Alvarenga tem ainda muito mais para oferecer, a beleza natural da paisagem da Serra de Montemuro,

por onde passa o Rio Paiva, tornam o território um destino de excelência para os amantes do turismo da natureza.

junta de freguesia de alvarenga

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

75

VILA DE AROUCA

refere o interlocutor. Tanto a escola como o lar são

agentes importantes no que à “fixação da população

diz respeito”, afirma o presidente Luís Filipe Teles,

acrescentando também que “a escola não tem muitos

alunos, é uma questão que me preocupa porque, se por

acaso, a escola fecha a freguesia não tem mais por onde

crescer. É fundamental mantermos a escola, e quem

sabe aumentar para o 6º ano”, evidencia o presidente.

Associativismo, festividades e lazer

Na freguesia existem associações que se dedicam à

dança, música e desporto, envolvendo toda a população

em atividades que promovem a cultura e a tradição.

“Temos o Grupo Desportivo de Santa Cruz de Alvarenga,

a Banda Filarmónica de Alvarenga, o Rancho Folclórico

Santa Cruz de Alvarenga. A Banda Filarmónica de

Alvarenga tem uma escola de música e a Casa do Povo

o Rancho Infantil, que tem fomentado atividades junto

das nossas crianças, sendo uma mais-valia na educação

das mesmas, criando um espírito de camaradagem

e ao mesmo tempo proporcionando espetáculos à

freguesia, contribuindo para o bem-estar geral”, refere

Luís Filipe Teles, presidente da Freguesia de Alvarenga.

As coletividades ajudam também na dinamização das

festividades, este ano, no final de julho, a Semana Cultural

de Alvarenga contou com diversas iniciativas como a

“noite de Fados, o dia do teatro e da poesia, o baile à

moda antiga, horas dedicadas ao desporto, culminando

com o Festival de Folclore Sénior e de realçar o I Festival

Infantil do Rancho Folclórico Santa Cruz de Alvarenga.

Ainda ligado à tradição arouquesa decorreu a tradicional

chega de bóis. No recinto existiam ainda as barriquinhas

das associações”, onde a gastronomia da região esteve

em destaque, revela o édil. Outra grande festividade que

importa destacar “é a Senhora do Monte, considerada

a celebração da família, em que as pessoas pegam no

farnel e vão à Senhora do Monte confraternizar”, explica

o presidente da freguesia.

No que toca ao futuro, os objetivos passam por manter

“a escola, o médico e enfermeiro que vão duas vezes

por semana à freguesia. Criar zonas de lazer, mais

emprego, atrair pessoas que possam investir em

Alvarenga. Estamos a contar com os alvarenguenses

que estão fora, queremos desenvolver Alvarenga dentro

da sua ruralidade”, refere Luís Filipe Teles, concluindo

que “a prioridade é dar conforto à população, permitir

que vivam melhor, que vivam felizes, é essa a nossa

missão”.

luís filipe telesPresidente

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

76

VILA DE AROUCA

Um conceito atual e inovador no centro de Arouca

Pratos para todos os gostos

Pizzas, pastas, saladas, kebab e a típica francesinha são

apenas alguns dos pratos que poderá encontrar neste

espaço, pensado ao pormenor e pautado por detalhes

diferenciadores e modernos.

“Em França trabalho com pizzarias e sempre quis abrir

um negócio desse género no meu país. Queria abrir

uma coisa diferente, inovadora, com pratos diferentes

porque não existia um espaço assim em Arouca.

Existiam restaurantes com pizzas mas não existia uma

verdadeira pizzaria”, explica o empresário.

Em termos de sobremesas, a pizza de banana, a

pizza de chocolate ou o crepe com fruta são das

mais procuradas por serem tão diferentes das típicas

sobremesas portuguesas e são a melhor maneira de

terminar a refeição.

Recetividade para além das expetativas

Sem dúvida que o objetivo era ter sempre casa cheia,

mas, como nos revela o empresário, durante as primeiras

semanas desde a abertura do restaurante, que ele e a

sua equipa não tinham mãos a medir. Casa lotada e filas

com uma hora e meia de espera, foram uma enorme

surpresa para Ângelo Paiva.

“As pessoas estão a gostar, foi uma boa ideia que eu tive

e uma boa aposta. Todas as pessoas de Arouca estavam

curiosas sobre o que seria este espaço, sabiam que iria

ser uma pizzaria mas não sabiam em concreto todos os

nossos pratos e serviços e estavam bastante recetivas”.

O espaço em si, em termos de decoração, foi idelizado

pelo empresário, um espaço amplo, com bastantes

mesas e sofás, atual e distinto.

“A nossa vila necessitava de um espaço assim. Devia

ter sido um pouco maior mas não havia espaço para

mais. Fiz uma coisa à minha maneira, sozinho, apesar

da minha arte não ser esta. Muita gente me dizia que

ia mudar das pedras para as pizzas, mas é uma coisa

diferente e que sempre quis experimentar”, conta.

Qualidade é a principal aposta

Os produtos utilizados na confeção dos pratos são de

altíssima qualidade e a maior parte provém de outros

países.

“Nas nossas pizzas começamos a trabalhar com uma

massa fina, típica de Itália. O maior segredo da nossa

massa é mesmo o gosto pelo serviço em si que é

fazer a massa, fina, estaladiça, com bons ingredientes

e isso é o mais importante. Trabalhamos também com

pão de alho, a nossa receita é siciliana. O nosso kebab

trouxe de França, onde é muito usado, porque comi em

Portugal em vários sítios e não tinha nada a ver com o

que comíamos lá e apostei num kebab alemão de perú

e vitela e que no meu entender é o melhor que existe.

Pedreiro de profissão, há 31 anos decidiu emigrar para França na esperança de conseguir melhores condições de vida para si e para a

sua família. Abriu uma empresa, ligada à construção civil, sempre com o objetivo de um dia regressar a Portugal. Assim, Ângelo Paiva,

inaugurou no passado mês de agosto aquele que é o negócio do momento em Arouca, a Aroupizza. No espaço de um mês mais de cinco

mil pessoas já visitaram o restaurante.

aroupizza

cristina coelho, ângelo paiva e sónia coelhoAdministradores e gerente

Page 77: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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VILA DE AROUCA

É difícil encontrar um bom kebab aqui em Portugal, em

Arouca nem sequer existia. Depois, vamos trabalhar

com o de frango e de borrego com alguns picantes para

tentar perceber se os clientes gostam”, diz Ângelo Paiva

revelando que o objetivo passa também pela constante

inovação nos seus pratos e receitas.

O propósito passa assim por trabalhar com o sistema

francês mas há moda italiana, onde se fazem as

melhores pizzas e pastas do mundo.

Objetivos a curto, médio prazo

Com seis pessoas na sua equipa, ainda durante este

mês ou no próximo, o empresário pretende abrir a

parte de churrascaria take away ao lado da pizzaria

para proporcionar ainda mais opções de pratos aos

seus clientes e quiçá se continuar a trabalhar da mesma

forma até então, admite poder abrir outro restaurante

num sítio diferente mas com o mesmo conceito.

“Na parte interior do restaurante temos capacidade para

68 pessoas e na parte exterior capacidade para mais

60. Em termos da restauração local, devido ao enorme

fluxo de pessoas que se deslocam ao nosso restaurante,

outros espaços da vila estão a tentar introduzir a parte de

confeção de pizzas mas penso que as pessoas não irão

deixar de comer uma boa pizza aqui por outras que não

são a mesma coisa”, declara o empresário.

Mas o seu principal objetivo é regressar de vez a

Portugal, talvez daqui a um, no máximo dois anos.

“Já são 31 anos em França e o meu país é o meu país.

Gostaria de um dia passar este negócio aos meus filhos

e eles darem seguimento ao meu trabalho. O negócio

agora esta mais calmo mas com o ínicio do ano escolar,

vamos voltar ao mesmo ritmo. Quando não estou é a

minha esposa e a minha sobrinha que tomam conta do

negócio. Tem sido um desafio e apesar de não gostar de

estar fechado, tem tudo corrido para além das nossas

expetativas, o que é ótimo”, conclui Ângelo Paiva.

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REVISTA BUSINESS PORTUGALTEMA

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mun

icíp

ios e

m d

esta

que

Nesta edição da Revista Business Portugal,

as dinâmicas autárquicas merecem

especial relevo, uma vez que evidenciam

os bons exemplos que se vislumbram

no nosso país e contribuem para a sua afirmação

e valorização.

S. João da Pesqueira apresenta-se como o “Coração

do Douro Vinhateiro”, detendo uma vista privilegiada

para o Património Mundial da Humanidade, por isso

mesmo o turismo assume-se como uma âncora

estratégica para o desenvolvimento do concelho.

Por sua vez, Vila Verde tem também o turismo

como pilar estratégico para o desenvolvimento do

concelho. A projeção dos Lenços dos Namorados

como um ex-libris de Vila Verde tem contribuído

para a atração e fidelização de turistas, nacionais

e estrangeiros. Neste contexto, o projeto ‘Namorar

Portugal’ distingue-se e afirma-se pela sua

estratégia de salvaguarda, revitalização e promoção

do património cultural e é uma porta aberta à cultura

e à defesa de tradições que continuam bem vivas e

com crescente projeção em Vila Verde.

Na freguesia de Vimeiro, as praias e o turismo termal,

de aventura e o religioso, aliados à história e cultura

são os pontos-chave para atrair visitantes a esta que

é a mais antiga freguesia do concelho da Lourinhã.

Em evidência está também a União de Freguesias

de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, cujo

executivo quer potenciar e melhorar a qualidade

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

de vida de todos os habitantes, através da criação

de oportunidades que promovem a empregabilidade

local e dar apoio aos jovens empresários e, para tal o

desiderato é construir uma “incubadora de empresas”.

Esta edição lança ainda um olhar sobre a União de

Freguesias de Gulpilhares e Valadares, concretamente

para os projetos de ampliação dos edifícios sede de

duas coletividades de grande prestígio e notoriedade:

Orfeão de Valadares e Rancho Regional de Gulpilhares,

que permitirão garantir as estratégias das duas

instituições, em termos de futuro.

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REVISTA BUSINESS PORTUGALTEMA

79

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Em todo o Alto Douro Vinhateiro, Património Mundial da Humanidade, S. João da Pesqueira é o concelho que detém maior área

classificada, cerca de 20 por cento, reunindo uma parcela importante da riqueza patrimonial desta região. É por isso que, com toda a

justiça, S. João da Pesqueira surge como o “Coração do Douro Vinhateiro”. Uma expressão que tem ser olhada para além da simples

geografia e que caracteriza também a força e a resiliência das gentes da Pesqueira, que contribuem para o pulsar da região.

município de S. João da Pesqueira

O pulsar do Douro

Com esta vista privilegiada para o Património

Mundial da Humanidade, é natural que o

turismo surja como uma âncora estratégica

para o desenvolvimento do concelho. A cultura

do vinho, o rio Douro e as suas encostas desenhadas em

socalcos, esta é a matéria-prima sobre a qual a autarquia

de S. João da Pesqueira tem vindo a desenvolver um

conjunto de iniciativas e projetos fundamentais para a

promoção do concelho e da região. O recém inaugurado

Museu do Vinho de S. João da Pesqueira é um exemplo

do dinamismo da autarquia e ponto de partida para uma

conversa com José Tulha, presidente da Câmara de S.

João da Pesqueira.

“O Museu do Vinho faz parte de uma rede que tem como

âncora o Museu do Douro, na Régua, é um projeto que

começou a ser idealizado pelo anterior executivo e

que faz todo o sentido estar em S. João da Pesqueira,

sendo este o concelho que reúne o maior número de

produtores de vinho do Porto e do Douro. O projeto foi

implementado e concretizado já pelo atual executivo e

foi inaugurado em Dezembro de 2014, aniversário do

Alto Douro Vinhateiro”.

O Museu do Vinho é uma obra de referência, não só

na Pesqueira mas também na região, é um espaço de

celebração do Douro e que, para além de uma exposição

permanente ligada à cultura do vinho, tem também uma

sala de provas, uma loja de vinhos e um wine bar. O

museu ainda não está a funcionar na sua plenitude,

o objetivo, conforme nos esclarece o presidente da

autarquia, é que isso aconteça de forma sustentada.

“A área de exposição está a funcionar, assim como os

serviços educativos e a loja, faltam dois espaços, a sala

de provas e o wine bar, que estamos a trabalhar para

que abram rapidamente, mas de forma a funcionarem

com continuidade”.

O Museu do Vinho, apesar de recente, foi já distinguido

com uma menção honrosa, atribuída pela Associação

Portuguesa de Museologia, na categoria que distingue o

melhor museu português do ano. Este reconhecimento é

partilhado pelo público que tem visitado o museu e que

tem deixado um feedback bastante positivo.

Este ano, o Museu do Vinho foi também uma peça

central no programa da Vindouro – Festa Pombalina,

um evento que é já uma referência na região e que

se realizou no primeiro fim de semana de setembro. As

atividades relacionadas com o vinho tiveram lugar no

museu, com destaque para as lagaradas tradicionais,

nos lagares existentes na parte adjacente ao museu.

Quanto à Festa Pombalina, que está ligada à figura do

Marquês de Pombal, mentor da região do Douro, as

atividades decorreram na parte antiga da vila.

“A festa fica mais abrangente e mais representativa de

todo o concelho, envolvendo mais a vila, as associações,

a restauração, o comércio e os produtores”, refere

José Tulha, realçando que S. João da Pesqueira “não

se resume ao vinho, há também que destacar os

produtores de amêndoa, de azeite, de castanha e de

maçã”.

Efetivamente, o vinho tem um peso determinante na

economia do concelho, cerca de 80 por cento do tecido

económico está ligado ao vinho, mas importa também

destacar outros setores produtivos que têm tradições

José tulhaPresidente

Page 81: Revista Business Portugal | Setembro '15

81

REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE

no concelho e cuja atividade está em desenvolvimento.

“Está-se a apostar novamente no azeite, quase todos

os produtores de vinho e engarrafadores têm a mesma

marca para o azeite, existindo já três cooperativas de

transformação de azeitona”. Neste momento, continua

o presidente da autarquia, “há também grandes

investimentos em amendoais”.

A produção de maçã é também um sector em

crescimento, principalmente na parte sul do concelho.

A produção, diz-nos José Tulha, “tem estado a deslocar-

se para concelhos vizinhos, nomeadamente Armamar e

Moimenta da Beira, zonas mais propícias à produção por

terem também outras capacidades de armazenamento,

condições que ainda não temos aqui, mas que já

estamos a trabalhar para que se possa construir uma

cooperativa e um espaço onde os produtores possam

acondicionar devidamente a maçã”.

Vinho, azeite, maçã, amêndoa, gastronomia, cultura,

natureza, a simpatia e o bem receber das gentes da

Pesqueira, este é um património inigualável. É mais do

que o coração do Douro Vinhateiro, é o pulsar de toda

uma região. É para visitar, para conhecer, para viver e

para voltar com o Douro no coração.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Conhecida pelo artesanato com os seus distintos Lenços dos Namorados, Vila Verde é uma vila minhota pertencente ao distrito de Braga.

Em entrevista à Revista Business Portugal, António Vilela, presidente da Câmara Municipal, fala-nos da importância da promoção e da

valorização do meio rural.

município de vila verde

“O turismo é um pilar estratégico para o desenvolvimento do concelho”

A VI Rota das Colheitas que está a decorrer

desde agosto terá o seu ponto alto de 9 a 18

de outubro com a Festa das Colheitas 2015 –

XXIV Feira Mostra de Produtos Regionais. O que

podem encontrar os visitantes no certame?

A Festa das Colheitas insere-se numa vasta programação

que decorre de agosto a novembro e destina-se a

promover, de uma forma integrada, a valorização do

mundo rural. Nesta XXIV edição, uma das novidades é a

Festa do Cogumelo, com a participação da cooperativa

recentemente constituída - Real Cooperativa Agrícola

- que envolve os produtores locais. Em matéria de

inovação merece ainda destaque a realização da 1ª

edição do Encontro de Cavaquinhos de âmbito regional,

complementada com a dinamização de uma exposição

com a presença de ‘construtores’ deste instrumento

musical. À semelhança do ano transato, a Festa das

Colheitas terá a duração de dez dias, durante os quais

os Vilaverdenses e todos os nossos visitantes poderão

desfrutar da original e muito atrativa Festa do Caurdo,

assistir ao Encontro de Concertinas, ao Festival de

Folclore, a diversos espetáculos musicais, à recriação

das práticas agrícolas com a realização da pisada de

uvas, da desfolhada de milho e do magusto típico. É

de realçar, ainda, a realização de concursos e a mostra

e venda de produtos do nosso genuíno artesanato,

produtos agrícolas, fumeiro e vinho.

A iniciativa da autarquia conta com o

envolvimento das associações culturais

recreativas e desportivas, grupos de folclore,

instituições e escolas. Como avalia a importância

desta colaboração para a projeção do concelho?

Esta conjugação de sinergias em nome da promoção

de uma imagem positiva de Vila Verde e da melhor

divulgação das excelentes potencialidades do nosso

território, das nossas tradições seculares, do nosso rico e

multifacetado artesanato, do dinamismo, da criatividade

e da grande capacidade de trabalho das nossas gentes

tem sido determinante para a atração de um número

crescente de projetos de investimento, para a fixação de

novas empresas e atração de novos residentes.

antónio vilelaPresidente

Page 83: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

83

MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

O setor ganhou um novo impulso com a marca

‘Namorar Portugal’. No que consiste este

conceito e qual a sua importância?

O turismo é um pilar estratégico para o desenvolvimento

do concelho. A projeção dos Lenços dos Namorados

como um ex-libris de Vila Verde tem contribuído para a

atração e fidelização de turistas, nacionais e estrangeiros.

Assim, o projeto ‘Namorar Portugal’ distingue-se

e afirma-se pela sua estratégia de salvaguarda,

revitalização e promoção do património cultural e é

uma porta aberta à cultura e à defesa de tradições que

continuam bem vivas e com crescente projeção em Vila

Verde.

A marca ‘Namorar Portugal’ está a transformar-se num

dos grandes ícones da promoção turística do concelho

e tem o seu ponto alto na programação do Mês do

Romance.

O mês de fevereiro - Mês do Romance - é um dos

momentos mais importantes do nosso quotidiano pela

forma como o concelho se prepara para atrair os focos

do país e para cativar inúmeros visitantes; pela dinâmica

industrial e comercial direta e indiretamente associada a

um programa intenso e multifacetado; pelo envolvimento

conseguido em redor do Centro de Dinamização

Artesanal, da Aliança Artesanal e pelo forte estímulo que

representa à criatividade e ao empreendedorismo dos

artesãos.

O município de Vila Verde aposta na divulgação

e dinamização da cultura minhota. Que outros

eventos há a destacar ao longo do ano?

Ao longo do ano promovemos importantes iniciativas

de dinamização sociocultural e económica, como a

Bienal Internacional de Arte Jovem; a programação

Vila Verde Vila Criativa, programação multifacetada que

conta com a participação ativa das escolas do concelho

e da comunidade educativa, tendo como parceiros a

Associação D’Arte e o IPDJ, e integra um conjunto de

exposições, workshops, ateliers e outras manifestações

culturais, com destaque para a Bienal na Escola; as

Festas Concelhias em honra de Santo António e o

evento ‘Sá de Miranda por Terras de Vila Verde – Feira

Quinhentista’, uma outra importante parceira com os

estabelecimentos de ensino e que é enriquecida por

uma Ceia Quinhentista, uma Sarau Cultural e uma Feira

Quinhentista e Desfile Histórico.

Quais são os principais desafios da autarquia no

presente e no futuro?

Um dos grandes desafios que temos pela frente é o

reforço da coesão social e o crescimento da economia,

na perspetiva da criação de condições para o aumento

do número de empregos, visando assim tornar o território

mais atrativo e com elevados níveis de competitividade,

tendo em vista a fixação da população e a captação

de novos residentes. O orçamento municipal para o

ano de 2016 deverá, uma vez mais, incluir medidas

amigas das famílias e das empresas, de forma a gerar

condições favoráveis ao investimento económico e

ao crescimento do setor empresarial. Propomo-nos

a implementar medidas que apoiem as famílias mais

numerosas, nomeadamente a redução da Taxa do

Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Estamos ainda a

implementar um tarifário especial nos serviços de água

e saneamento, bem como a isenção do pagamento de

taxas de construção de habitação própria para famílias

carenciadas.

Que mensagem final gostaria de deixar aos seus

munícipes?

Os munícipes sabem que Vila Verde se encontra numa

trajetória de crescimento sustentado e afirma-se cada

vez mais pela positiva, fruto do trabalho de todos. Assim,

além de uma mensagem de confiança de que a Câmara

Municipal vai continuar a trabalhar para a concretização

de projetos estruturantes para o desenvolvimento do

território concelhio, deixo aos Vilaverdenses um repto

no sentido de que continuem a inspirar e a estimular

o nosso trabalho, apresentando-nos sugestões e

propostas que ajudem a irmos ao encontro dos anseios

dos nossos concidadãos que queremos servir sempre

mais e melhor.

Page 84: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Situada no coração do oeste, a freguesia de Vimeiro tem também como mais-valia o seu fácil acesso a Lisboa e a proximidade de prais

de referencia nacional. Tem ainda ofertas de turismo histórico, termal, aventura e religioso, tudo ponto-chave para atrair visitantes ao

Vimeiro.

junta de freguesia de vimeiro

Freguesia do vimeiro – 500 anos de História

Os mais antigos documentos históricos que

aludem ao Vimeiro reportam a uma carta de

foral, datada do séc.XII. A freguesia de Vimeiro

é a mais antiga do concelho da Lourinhã, e

é composta por três aglomerados habitacionais: Vimeiro,

Toledo, Vale Vite e alguns pequenos Casais.

Diz a tradição que esta terra cedo se tornou famosa,

com visitas e hospedagem da Rainha Santa Isabel que

vinha usufruir das águas termais, para seu bem-estar

e saúde.

Na nossa freguesia em 1808 decorreu um episódio

histórico nacional, a Batalha do Vimeiro, onde, com a

ajuda das tropas inglesas, foi colocado um ponto final

à primeira invasão francesa aquando das invasões

napoleónicas. Para assinalar os 100 anos dessa

batalha, o rei Dom Manuel II , Mandou erguer um

obelisco comemorativo do centenário, monumento esse

classificado do interesse publico em 1982.

Há 27 anos um pequeno grupo de pessoas,

entendeu que a freguesia não podia deixar esquecer

tão importante facto histórico e organizou-se, para

anualmente comemorar esta data, o que deu origem

ás grandes comemorações dos 200 anos da batalha.

Nestas comemorações do bicentenário foi inaugurado o

Centro de Interpretação Batalha do Vimeiro e iniciaram-

se as recriações históricas. Este edifício construído junto

ao obelisco, têm-se tornado visita obrigatória tanto

de turistas, como de escolas locais, regionais e até

nacionais.

Também baseado na historia da Freguesia e no ano

dessas comemorações, foi inaugurado o Caminho

Pedestre PR3 “Rota da Batalha do Vimeiro”.

Na Freguesia existem três associações, que proporcionam

actividades culturais, recreativas e desportivas ao longo

do ano, a ultima destas associações a ser criada, foi

precisamente a Associação para a Memória da Batalha

do Vimeiro, onde está integrado um grupo de recreação

histórica que representa o antigo Regimento nº19.

Rui santosPresidente

Page 85: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Atualmente no 3º fim-de-semana de julho, com a

participação do grupo de recreação e da população

local vistida à época, acompanhada por figurantes

militares nacionais, Ingleses, Espanhóis e Franceses é

feita a recriação histórica de dois momentos da Batalha:

a tomada da igreja e a própria batalha junto ao momento.

Para complementar o evento, é feita uma feira oitentista

onde existe animação de rua, com artesões locais e um

conjunto de actividades que tem vindo a despertar cada

vez mais o interesse dos turistas.

Os novos desafios que se colocam, são a tentativa de

melhorar a qualidade de vida das nossas populações,

de forma a sermos atractivos quer do ponto de vista

turístico, quer para a fixação de novos moradores.

Page 86: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

A União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim tem cerca de 50 mil habitantes distribuídos por 26 km2. O atual

executivo quer potenciar e melhorar a qualidade de vida de todos os habitantes, através da criação de oportunidades que promovem

a empregabilidade local e consequentemente o acréscimo de emprego para os habitantes e em particular para os mais jovens onde o

flagelo do desemprego é maior.

União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim

Uma União ao serviço da população

Empregabilidade e ação social em Gondomar

Gondomar é uma terra com forte componente histórica,

os primeiros vestígios de civilização naquela zona

remontam à pré-história. Conhecida a nível nacional por

ser uma região que se dedica fortemente à ourivesaria,

e em pormenor, à nobre arte da filigrana, que resulta

da herança que já vem do tempo dos Romanos que

se dedicavam à exploração de ouro nesta região, deixa

todos gondomarenses orgulhosos. É a arte que faz parte

da sua identidade.

Atualmente, com a reorganização administrativa do

território, a União de Freguesias de Gondomar (São

Cosme), Valbom e Jovim é uma das maiores do país,

agregando três freguesias com características distintivas

das demais, onde a filigrana e o Rio Douro são o

denominador comum.

Em termos económicos, a freguesia “não é um dormitório,

as pessoas trabalham cá, temos bastantes empresas

na área da ourivesaria, somos conhecidos por termos

muitos ourives, principalmente na área da filigrana,

pequenas e médias empresas de cariz familiar, mas que

são responsáveis por muitos postos de trabalho”, revela

o presidente da União de Freguesias de Gondomar (São

Cosme), Valbom e Jovim, José António Macedo.

No entanto, a região também sofreu o flagelo do

desemprego e no sentido de combater esse problema

ou ir ao encontro de soluções efetivas para atenuar

os seus efeitos, esta União de Freguesias tem vindo a

desenvolver um conjunto de medidas especificas para o

efeito e tem-nas feito sempre em parceria com diversas

entidades, entre elas, destacam-se o Cindor - Centro

de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e

Relojoaria, e o projeto Jobtown - projeto europeu do

programa URBACT II.

É um projeto inserido no Programa Europeu de Cooperação

Territorial que decorreu entre 2012 e maio deste ano

com o objetivo de criar oportunidades de emprego para

os jovens nas áreas da ourivesaria e turismo industrial,

visando também o empreendedorismo local. “Tudo isto,

associado à inovação e as características atuais e globais,

como forma de aumentar a empregabilidade na região”.

Este projeto europeu está a dar resultados, na

medida em que já existem duas turmas formadas

na ourivesaria/filigrana no Cindor com conteúdos

programáticos inovadores e que respondem às

exigências da atualidade neste setor específico e para

mercados exteriores.

“Acreditamos que assim é possível trabalhar para

a criação do próprio emprego, e já estão previstas

novas inscrições este ano letivo para este percurso

formativo específico e inovador para o setor”, explicou

o responsável pela União de Freguesias, José António

Macedo.

A par destas medidas, a preocupação com as

dificuldades dos cidadãos levou a esta União de

Freguesias a criar novas infraestruturas de apoio através

da ação social.

Neste sentido, implementaram uma horta de

subsistência, introduziram uma cozinha comunitária,

uma loja social, um refeitório social e ainda, em parceria

com o Banco Alimentar Contra a Fome, a distribuição

de produtos alimentícios a famílias carenciadas,

como explica o interlocutor: “há pouco tempo

criámos uma horta de subsistência onde trabalham

pessoas carenciadas que usufruem dos produtos por

si cultivados. Temos 58 talhões já atribuídos, mas

podemos atribuir até 100 talhões”.

Desde que implementaram, em 2012, uma cozinha

comunitária, as pessoas têm levado a comida para

josé antónio macedoPresidente

Page 87: Revista Business Portugal | Setembro '15

casa, “é um kit refeição composto por sopa, fruta,

iogurtes, neste modelo, apoiamos cerca de 80 famílas”.

Existe também o refeitório semanal que apoia entre

23 a 27 pessoas, sobretudo, as que vivem sozinhas.

“Não gostamos do nome sem-abrigo, mas também não

podemos deixá-los à margem da sociedade”. E é por

isso, que esta União de Freguesias implementou em

parceria, uma Casa de Acolhimento Temporário, onde

alberga, neste momento, seis pessoas.

Através do Banco Alimentar Contra a Fome, apoiam

cerca de 200 famílias, revela o presidente José António

Macedo, rematando que “se existe alguém a passar fome

na freguesia ou é por vergonha ou por desconhecimento

do Executivo, que está sempre disposto a dar a mão aos

mais carenciados, enquanto “não conseguem arranjar

emprego”, ressalva o édil.

Mas fora da ação social, existem outros projetos que

procuram ir de encontro às necessidades da população

e em específico relacionadas com demografia atual. O

que merece especial destaque aqui, por envolver grande

parte da população mais idosa, é a Universidade Sénior

de Gondomar, criada em 2006, “que tem 350 alunos,

50 professores, 51 disciplinas, como música, pintura,

fotografia, inglês, francês, alemão” entre outras, destaca

o autarca José António Macedo.

Festividades, turismo e artesanato em Gondomar

A freguesia vive muito da tradição das festas e romarias

associadas à religião e às manifestações populares. São

inúmeras as festividades que se realizam durante todo

o ano, a principal é a Romaria de Nossa Senhora do

Rosário, São Cosme e São Damião também conhecida

por Festa das Nozes. Este ano realiza-se de 12 de

setembro a 11 de outubro, em Gondomar (S.Cosme).

Na freguesia existem 72 coletividades e associações que

desempenham um papel fundamental na dinamização

da localidade, ao nível cultural e desportivo.

No que toca ao desporto, existem várias coletividades

e associações importantes na região, com especial

destaque às que se dedicam às atividades náuticas

através da prática da canoagem e remo no Rio Douro –

Clube Infante D. Henrique e Clube Náutico de Marecos.

Estas entidades têm contribuído para a formação de

muitos atletas de alta competição reconhecidas nacional

e mundialmente.

Já como principais pontos turísticos existe o Monte

Crasto, com uma vista fabulosa sobre Gondomar e

Porto. No local, no topo, existe uma capela bonita e mais

abaixo na envolvência um restaurante onde quem quiser

pode deliciar-se com a gastronomia local e paisagens

tornando-se num lugar prazível.

Outro ponto de referência é a Casa Branca de Gramido,

em Valbom, imóvel histórico que representa o local que

coloca o fim às guerras entre liberais e absolutistas, é

outro local de interesse na história nacional a visitar.

Já, em Jovim no verão, a Praia de Marecos, à beira do

rio Douro, é uma área de repouso, lazer e de convívio

familiar recomendada a todos.

Futuramente, a principal preocupação do Executivo

continua a ser o combate ao flagelo do desemprego,

para tal, irá surgir com novos projetos europeus

que possibilitem outras formas de aumentar a

empregabilidade no território, ações que permitem dar

apoio aos jovens empresários e ao empreendedorismo.

O presidente da União de Freguesias revela que

pretendem construir uma incubadora de empresas.

Em Gondomar, no presente e no futuro, a “freguesia

trabalha para o bem estar dos cidadãos e para a

melhoria da qualidade de vida”, conclui o presidente.

REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE

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Page 88: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Em entrevista à Revista Business Portugal, Alcino Lopes, presidente da União de Freguesias de Gulpilhares e Valadares, relevou a

importância das colectividades para garantir o futuro das tradições que acompanham a história das freguesias. “A Junta de Freguesia

vai apoiar o Rancho de Gulpilhares e o Orfeão de Valadares, impulsionando os projetos de ampliação dos seus edifícios sede”, avançou

o autarca, mostrando a sua total disponibilidade.

A riqueza cultural em Gulpilhares e Valadares

Alavancar projetos para garantir futuro

Valentina Peres, presidente do Orfeão de

Valares deu a conhecer o percurso da

colectividade que se iniciou em 1927, com

o objectivo de desenvolver a cultura e a

promoção do recreio. Os seus fundadores

tinham como premissa “promover o encontro das

pessoas. Inicialmente,foram criados o grupo coral, um

grupo cénico, um quarteto de jazz, artes circenses e

palestras”.

Ao longo de 88 anos, o Orfeão de Valadares teve os seus

altos e baixos, mas foi crescendo e renovando o seu

espaço à medida das suas necessidades. Actualmente

com 400 sócios, a oferta abrange o grupo coral com 70

elementos, escola de música, escola de dança, equipa

de ténis de mesa, uma sala de estudo e um grupo de

cavaquinhos com 40 elementos.

As instalações atuais são constituídas pela biblioteca,

bar, sala de convívio e salão nobre com palco, com o

projeto de ampliação surge um primeiro piso com cinco

novos espaços. “O investimento vai permitir uma melhor

gestão, melhor resposta aos associados e uma oferta

mais diversificada”, garantiu. O arquiteto responsável

pelo projeto, Adelino Gomes, explicou que a ampliação

contempla um primeiro piso, valoriza a casa da frente

e a sua frontaria e o espaço de esplanada. “Há um

carácterde grande polivalência, que permite quintuplicar

as atividades a serem desenvolvidas”,salientou.

Por seu lado, Carlos Valente, presidente da Associação

Desportiva Recreativa e Cultural do Rancho Regional de

Gulpilhares, aludiu à sua fundação em 27 de Dezembro

de 1936, por “um punhado de homens” que tendo

conseguido recolher e arquivar com a maior fidelidade,

todo o riquíssimo e vasto folclore da freguesia de Santa

Maria de Gulpilhares deram início a uma atividade

profícua em apresentações públicas de alto nível e a um

percurso repleto de êxitos. Dos seus 79 anos de história,

destaca-se a participação, em 1937, no “Grande

Cortejo Folclórico e Etnográfico” organizado pela

Emissora Nacional, em Lisboa, na Exposição do Mundo

Português, em 1939, em Lisboa, e a participação no

filme a Costureirinha da Sé, em 1958.

Desde 1962, a associação organiza o Festival

Internacional de Folclore, que tem a duração de dez dias

e um orçamento de vários milhares de euros. “Há 37

edições que o evento tem o apoio financeiro e logístico

da Câmara de Gaia, como reconhecimento do trabalho

desenvolvido e da projeção dada ao Município, e conta

também com o apoio da Junta”, desvendou o dirigente.

“Este ano decorreu a 51ª edição, com grupos da

Argentina, Holanda e Croácia”, revelou, acrescentando

que o objetivo é chegar aos cinco grupos, de acordo

com as regras do CIOFF (Conselho Internacional

das Organizações de Festivais de Folclore e Artes

Tradicionais).

O Rancho tem cerca de 60 elementos e já efetuou

dezenas de digressões a países estrangeiros, mas a

associação não se esgota no folclore, tem ainda um

grupo de cordas com 30 elementos, aulas de ballet,

fitness, pilates e zumba.

É organizador do “Concurso da Quadra Popular ao

Senhor da Pedra”, que vai já na 40ª edição, tem três

obras editadas e várias gravações das suas músicas.

“A ampliação do edifício sede inclui a criação de

espaços para um arquivo de tratamento fotográfico

e documental, recuperação de trajes, realização de

seminários e espaço de balneários”, referiu Carlos

Valente.

Por sua vez, o arquiteto disse:“Foi projetado o primeiro

andar com espaços polivalentes e de apoio logístico

durante a realização do festival de folclore”.

O Orfeão de Valadares e o Rancho Regional de

Gulpilhares são duas instituições de grande prestígio,

abertas à comunidade, cujas direções demonstram

coragem em abraçar projetos que visam o seu

crescimento.

adelino gomes, carlos valente, valentina peres e alcino lopes

planta do projeto de ampliação da sede do rancho de gulpilhares

projeto de ampliação da sede do orfeão de valadares

Page 89: Revista Business Portugal | Setembro '15

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adm

inis

traç

ão e

gest

ão d

e con

dom

ínio

s

Quando se fala em Gestão e Administração de Condomínios há toda uma informação adjacente a

este assunto. Sabem as pessoas viver em condomínio? Sabem os condóminos o que está por

detrás de uma administração de condomínios? Sabem os administradores gerir conflitos entre

condóminos a par dos aspetos jurídicos, económicos e sociais com que lidam diariamente? Os

condóminos estão a par dos seus direitos e deveres?

Nesta edição de setembro, a Revista Business Portugal leva os nossos leitores até ao mundo de uma atividade

cada vez mais qualificada e formada bem com, dá algumas respostas às questões anteriores.

Quando se vive numa casa integrada num condomínio, diz-nos respeito algo mais do que o espaço que

habitamos: as escadas, os terraços, os elevadores pertencem, conjuntamente, a todos os condóminos. Isso

significa que há direitos e deveres, relativamente a esses espaços, que afetam de igual forma todos os

proprietários. Por outro lado, o simples facto de viverem em condomínio faz com que, mesmo quando se

encontram nas suas próprias casas, tenham de respeitar um certo número de regras indispensáveis a uma

boa convivência.

Quanto à administração de um condomínio, esta pode ser feita por qualquer condómino que tenha,

paralelamente, outra profissão, desde que reconhecido como pessoa idónea e que detenha a aprovação da

maioria dos restantes condóminos em assembleia.

Mas cada vez mais, têm surgido empresas que se dedicam inteiramente a esta área prestando, a par da

administração, os mais diversos serviços.

Neste sentido, a Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios tem

desenvolvido, pontualmente, formações relativas ao setor e apoiado as empresas associadas para que estas

representem uma atividade credível e qualificada.

Venha connosco dar uma espreitadela a algumas empresas de administração de condomínios e ficar a par

dos serviços que as mesmas prestam aos condomínios por elas geridas.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Page 90: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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Criada em 2004, a Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (Apegac) tem como grande

propósito a profissionalização e a credibilização da sua atividade.

Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios

Associação aposta na qualificação dos seus profissionais

Com cerca de 200 associados, a Apegac tem

vindo a desenvolver ações de formação e

workshops para qualificar cada vez mais os

seus profissionais por se entender que é

essencial que estes estejam habilitados a desenvolver a

sua actividade e responder aos vários assuntos que lhe

são colocados, desde questões jurídicas e económicas

até às questões sociais. Tanto mais que uma grande

parte destes profissionais não desempenham as funções

de administrador de condomínio de forma exclusiva,

tendo outras actividades paralelas, de forma a suportar

os custos operacionais.

Vítor Amaral, presidente da direção da Apegac, recebeu

a equipa da Revista Bussiness Portugal para nos falar dos

desafios atuais que esta atividade enfrenta, bem como

as medidas e os projetos que têm vindo a desenvolver

no sentido de terem no mercado profissionais bem

preparados no setor da administração de condomínios.

A pouco tempo do término do seu mandato, Vítor Amaral

explica que há um problema que tem vindo a arrastar-se

desde a criação da associação: a regulamentação da

atividade. “Não há interesse político na aprovação desta

vítor amaralPresidente

ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS

Page 91: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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lei”, comenta Vítor Amaral. “Temos vindo a tentar que a

lei que regulamenta a atividade seja aprovada, inclusive,

a proposta já terá sido apresentada a conselho de

ministros pelo Instituto da Construção e do Imobiliário

(INCI) com a garantia que até Maio deste ano seria

aprovada, mas a resposta que nos foi dada e que já não

seria aprovada nesta legislatura”, explica o presidente.

A autorregulação

Neste sentido, a Apegac decidiu enveredar por outro

caminho: a autorregulação. Para a associação, esta

alternativa é uma mais-valia enquanto não há uma lei

que regulamente a atividade.

Das primeiras preocupações com que a associação

se deparou quando se pensou na regulamentação da

atividade foi o facto de achar imprescindível as empresas

de administração de condomínios estarem obrigada ao

cumprimento de determinados requisitos e formação

para exercerem a atividade, de forma a credibilizá-la.

Para Vítor Amaral, “o facto de o mercado ficar a saber

que há empresas de administração de condomínios que

são membros da associação do setor que se autorregula,

que impõe determinadas regras, que as pune quando

tem de punir, dá mais segurança às pessoas na altura de

escolherem com que empresa querem trabalhar”.

Medidas e objetivos

A Apegac propõe-se a continuar a sua política de levar

a cabo ações de formação pontuais na linha do que já

tem vindo a fazer. Neste sentido, têm já previstas ações

de formação nas diversas áreas de atuação da atividade.

Na área empresarial é importante, nas palavras de Vítor

Amaral, que os administradores saibam primeiramente

gerir os problemas internos das suas empresas para,

consequentemente, prestarem um bom serviço aos

seus clientes. “Ninguém poderá ser um bom gestor

de um condomínio se não for um bom gestor da sua

empresa”, adiantou o presidente da APEGAC.

A par destas formações, a Apegac irá avançar também

duas ações de esclarecimento promovidas pela

Autoridade Tributária para que os administradores

tenham, igualmente, conhecimento das suas obrigações

fiscais. Isto porque, “entendemos que não se pode ser

bom profissional se não se souber minimamente aquilo

que se está a fazer. Formação adequada à atividade,

para se saber como funcionam as assembleias, resolver

os problemas dos condomínios e gerir conflitos entre

condóminos”, salienta o presidente acrescentando que

“as empresas de administração têm mesmo de ter

formação porque esta atividade é transversal a vários

sectores, como jurídico, económico e social”.

Assim, a associação tem, ainda, um protocolo com

uma empresa de formação na área imobiliária que irá

ministrar duas a três ações de formação por ano aos

seus associados, para além dos protocolos com as

Faculdades de Direito e Engenharia da Universidade

do Porto que têm dado alguns seminários e colóquios

relativos à atividade.

Futuro

A credibilização da atividade com a sua regulamentação

irá continuar a ser o principal desafio da Apegac. Para

Vítor Amaral o facto de não existir obrigatoriedade das

empresas possuírem alvará e estas não serem punidas

pela tutela em caso de incumprimento, bem como não

ser obrigatório ter um seguro de responsabilidade civil,

é um dos principais problemas deste setor que urge

mudar, “dependendo do governo porque se continuar

a faltar vontade política, o sector continuará a merecer

a desconfiança dos seus clientes, que são cerca de

cinco milhões de pessoas que vivem sob o regime da

propriedade horizontal”, adiantou.

Contudo, a associação vai apoiar-se no facto das funções

do administrador do condomínio estarem patentes no

código civil e no facto de a Apegac deter um código

deontológico que, de acordo com as declarações do

presidente, vão começar a ser aplicadas com rigor

juntamente com outras medidas e sanções para levar

avante o caminho da autorregulação, da credibilização

da atividade e do aumento da confiança dos condóminos

para com as empresas administradoras.

Outro objetivo da Apegac, segundo o presidente da

associação, é aumentar o número de associados para

conseguirem ter uma representatividade maior junto

do INCI e, assim, terem mais força para que a lei que

regulamenta a atividade seja aprovada.

Balanço positivo

Para concluir, Vítor Amaral fala do número de associados

que considera ser bastante pequeno. Para o presidente

é natural que as empresas que não queiram seguir

os requisitos da associação não se tornem membros

da mesma, “mas esses requisitos serão, com a

autorregulação, um crivo que cada vez deve ser mais

apertado e, quem se associar dá um primeiro sinal de

exercer dignamente a sua actividade”, acrescentou.

Fala ainda da desilusão por terminar o seu mandato no

final deste ano sem conseguir o que se tinha proposto

fazer: a regulamentação da atividade. No entanto, faz

um balanço positivo da Apegac desde a sua criação,

“ao longo destes anos levamos a cabo muitas ações de

formação, contribuímos para a existência de um setor de

atividade com melhor formação e preparação para estar

no mercado. Esse contributo que devia ser do estado foi

nosso” conclui o presidente.

ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS

A exercer atividade há década e meia, a Casacondomínio começou por prestar serviços na área da contabilidade, assumindo a

administração de condomínios pouco tempo depois, quer face às necessidades de mercado, bem como, potenciando as condições já

possuidas. Implementados na área do grande Porto administram já cerca de duas mil frações.

No mercado da gestão de condomínios há 12 anos, a IBA GEST tem registado um crescimento sólido, assente em premissas de

honestidade e transparência, garantindo assim a satisfação dos seus clientes.

casa condomínio

IBA GEST – Administração de Bens Imóveis

“A clareza e a transparência é a nossa forma de estar”

Honestidade e transparência

Aexercer atividade há década e meia,

a Casacondomínio (CC) começou por

prestar serviços na área da contabilidade,

assumindo a administração de condomínios

pouco tempo depois, rentabilizando as condições

já possuídas face às necessidades de mercado.

Implementados na área do Grande Porto administram

cerca de duas mil frações. Para além da administração

de condomínios, a CC disponibiliza serviços de

limpeza, jardinagem e manutenção, paralelamente às

funções de contabilidade e mediação de seguros. Em

conversa com a Revista Business Portugal, Manuel

Freitas, responsável operacional da CC, afirma que

esta atividade tem ainda muito para explorar e serviço

a prestar, estando condicionada pelas dificuldades

que a população vem sentindo, nomeadamente,

económicas. A Casacondomínio vê como vantajoso ser

Associada da APEGAC – Associação Portuguesa de

Empresas de Gestão e Administração de Condomínios

Advogada de profissão, Isaura Bastos decidiu,

em 2003, abraçar também a área de negócio

da gestão e administração de condomínios, e

assim criou a IBA GEST – Administração de

Bens Imóveis, vocacionando-a para a administração, não

só do património mobiliário, mas também imobiliário.

Sedeada em Matosinhos, a IBA GEST assegura a gestão

de 40 prédios, contudo “os serviços necessários no

condomínio são subcontratados, o que nos permite

procurar o melhor serviço e o melhor preço”.

Ciente de que mais do que o património, gere

relações interpessoais, Isaura Bastos acredita que um

administrador de condomínio exerce igualmente um

–, potenciando aquela alguma uniformidade e apoio

orientado aos requisitos legais dos associados e uma

filosofia de trabalho assente na ética, alicerçando a

necessária relação de confiança entre condóminos

e os seus administradores. A empresa, no serviço

que presta, considera-se reflexo da conjuntura atual,

pois quem administra condomínios, diz-nos Manuel

Freitas, sabe que “os condóminos, com necessidades

extremas, optam por deixar de pagar o que consideram

ser menos urgente, como é o caso do condomínio”. A

par dos aspetos jurídicos e económicos com os quais

um administrador lida, há ainda o aspeto humano

a privilegiar. “A administração de um condomínio é

também um conselheiro”, afirma Manuel Freitas. “O mais

difícil de lidar e gerir na atividade é a correlação humana.

A regulamentação da atividade será uma mais-valia para

a atividade, potenciando competências e capacidades

aos administradores para lidar com estes aspetos”,

conclui. Quanto aos valores que a empresa defende,

papel social, assumindo-se como “um psicólogo” dos

seus clientes. A existência desta proximidade com

os clientes, nem sempre é fácil de gerir, segundo a

empresária, contudo considera-a bastante gratificante.

Honestidade e transparência são os valores primordiais

da empresa, que permitiram alargar a sua influência a

Vila Nova de Gaia, Porto e Paredes.

Contudo, Isaura Bastos lamenta a falta de consciência

do que é um condomínio, por isso defende: “Antes de

poderem adquirir um apartamento, as pessoas deveriam

ter uma formação sobre o que significa comprar um

imóvel em mão comum, sobre a sociedade em que

estão a participar, porque depois não a reconhecem,

Manuel Freitas avança que “a clareza e a transparência

são a forma de estar perante os condóminos”.

Explica que todos os anos apresentam, detalhadamente,

aos condóminos todas as despesas relacionadas com

o condomínio que administram. “Nas assembleias

expomos os documentos oficiais para justificar cada

despesa que foi feita, todas as contas são apresentadas.

São elaboradas atas, relatórios pormenorizados

acompanhados de fotografias visando esclarecer

dúvidas, obras e/ou trabalhos realizados ou a efetuar”,

Sabendo-se da morosidade da Justiça, lamenta que os

sucessivos Governos ignorem legislação que imponha

prévio aval das Administrações dos Condomínios nas

transações de imóveis, impedindo a cobrança célere de

eventuais valores em dívida por quem vende, originando

mais despesa e espera na recuperação de tais valores,

remata Manuel Freitas.

nem os deveres que têm para com os outros sócios”.

Num olhar pelo sector, a empresária admite que a

regulamentação da atividade não estará para breve,

até porque “será difícil impor uma lei numa área em

que os dinheiros não são muito fáceis de cobrar e de

reconhecer”.

Com olhos postos no futuro, Isaura Bastos mostra-se

otimista quanto ao crescimento e desenvolvimento da

IBA GEST – Administração de Bens Imóveis, contudo

acredita que chegará o dia em que o negócio da gestão

de condomínios se tornará um monopólio.

Page 93: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

93

ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS

Com novas instalações no coração de Santo Tirso, a Raquel Silva – Gestão de Condomínios, tem como missão garantir o conforto a todos

os seus condóminos através da prestação de um serviço de qualidade e de proximidade, pautado igualmente pela transparência e rigor.

Raquel Silva – Gestão de Condomínios

A excelência e o rigor são a chave do sucesso

Com presença no mercado desde 2007,

a Raquel Silva – Gestão de condomínios

nasceu da admiração que Raquel Silva

sentiu pelo papel do administrador de

condomínios quando participou na sua primeira reunião

de condomínio, após a aquisição de um apartamento. A

admiração deu lugar à vontade de abraçar esta área de

negócio e assim nasceu este projeto.

Os últimos nove anos foram pautados por um

crescimento contínuo, durante os quais a Raquel Silva –

Gestão de Condomínios foi conquistando novos prédios,

sem nunca perder nenhum condomínio, o que constitui

um verdadeiro motivo de orgulho. “O sucesso alcançado

deixa-nos muito orgulhosos, até porque superou todas

as nossas expectativas”, revelou a empresária.

A Raquel Silva – Gestão de Condomínios está

vocacionada exclusivamente para a gestão de

condomínios, por isso o único serviço que salvaguarda

de forma gratuita é a manutenção simples dos edifícios,

designadamente através de uma vistoria semanal, no

sentido de antecipar qualquer eventualidade.

“Os restantes serviços que sejam necessários no

condomínio são subcontratados, o que nos permite

procurar o melhor serviço e o melhor preço para garantir

a satisfação dos nossos clientes”, adiantou.

Para Raquel Silva, administrar condomínios e gerir

condomínios são conceitos bastante distintos, que não

podem, de maneira nenhuma, ser confundidos, por

isso mesmo emprestou o seu nome à empresa, dando

assim a conhecer a sua forma transparente e honesta

de estar no mercado. “O nosso trabalho passa também

por defender os interesses reais dos nossos clientes,

tendo em conta que uma habitação é o bem que mais

representa e pesa no orçamento de qualquer família, de

qualquer estatuto”, esclareceu.

O maior desafio da atividade de gestão de condomínios

é o papel social que o administrador acaba por

personificar e a gestão de conflitos.

Atualmente, a Raquel Silva – Gestão de Condomínios

conta com a dedicação de três colaboradores e tem a

seu cargo a organização de 48 contabilidades distintas,

o que se traduz em cerca de 1700 frações que estão

distribuídas por diversos edifícios na área do Grande

Porto.

A esfera de influência geográfica da empresa há muito

que ultrapassou as barreiras do concelho de Santo Tirso,

chegando a Famalicão, Maia e Trofa, “que constitui neste

momento o nosso maior mercado”.

Raquel Silva entende que é uma vantagem ser

Associada da APEGAC – Associação Portuguesa de

Empresas de Gestão e Administração de Condomínios,

por isso com orgulho desvendou que a sua empresa é

a única associada de Santo Tirso, adiantando que este

organismo faz um trabalho de excelência a nível da

formação e informação neste ramo de atividade.

“As formações são imperativas, porque permitem a

nossa atualização, no que concerne às mais diversas

temáticas que giram em torno da nossa atividade”.

Num olhar pelo sector da gestão de condomínios,

Raquel Silva acredita no potencial desta área de negócio,

por isso lamenta a inexistência de uma regulamentação

da atividade, que permita ‘separar o trigo do joio’, até

porque “cada vez mais ficamos com prédios de pessoas

que os administram a nível amador, sem salvaguardar os

direitos dos condóminos”.

Com os olhos postos no futuro, Raquel Silva que

começou este projeto empresarial sozinha e, que mais

tarde, contou com a colaboração do seu pai, gostaria de

transmitir a paixão que sente pela sua atividade a outra

pessoa e tornar a Raquel Silva – Gestão de Condomínios

num negócio de família.

raquel silvaAdministradora

Page 94: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

94

ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS

A Prado Condomínios nasceu em 2002, no concelho de Mafra, começando por desenvolver atividade na área da mediação imobiliária,

estendendo-se posteriormente para a administração de condomínios. Em 2008, devido à crise no imobiliário, fixou todo o se esforço na

área da administração de condomínios residenciais e empresariais, transferindo a sua sede para o Parque das Nações e alargando a

sua zona de atuação na área da Grande Lisboa.

prado condomínios

Compromisso com a qualidade de serviços prestados

Em 2015 abriu um segundo escritório na zona de Vilamoura, estendendo a sua

atuação a toda a região do Algarve.

Especializou-se no segmento de classe média alta, alta e fundamentalmente

em condomínios de grande dimensão, prestando um serviço completo, na

Gestão de Condomínios, Manutenção e Limpeza das Áreas comuns, jardins e piscinas.

“O nosso tipo de trabalho é mais abrangente, sobretudo diferente porque a exigência

do mercado onde nos fixamos obriga-nos a aumentar a capacidade de resposta

e qualidade dos serviços prestados. Investimos na formação dos nossos recursos

humanos, na nossa área de logística, e nas novas tecnologias, estes fatores tornaram-

nos numa equipa competitiva e muito especializada”, começa por nos contar Francisco

Dias, diretor geral da Prado Condomínios.

O principal objetivo da empresa é criar uma ligação de proximidade com os seus

condóminos para que estes “estejam onde estiverem, sabem que podem contar

connosco”, reconhece o empresário.

Em termos de legislação e profissionalização da atividade prestada por este tipo de

empresa, Francisco Dia é perentório na resposta.

“A legislação está desatualizada e tem que haver a consciência que administração

de um condomínio deve ser uma das poucas atividades que não obriga a uma

contabilidade organizada e por isso existe algum laxismo e muita desigualdade em

quem se obriga a cumprir pagando os seus impostos e outros que não o fazem.

Se olharmos para o código civil, não está minimamente adaptado aquilo que é a

realidade de hoje da administração e gestão de condomínios. A Administração de um

condomínio já não pode ser gerida de forma amadora pelos próprios condóminos que

se reúnem uma vez por ano para acertarem as contas, a falta de tempo e as exigências

cada vez maiores obrigam a uma gestão atenta e profissionalizada. O edifício tem que

ser gerido como se fosse uma pequena empresa. ”, admite.

Estando a começar a implementar-se no Algarve, por ser um mercado apetecível para

a sua atividade, tornando-a mais interessante, a Prado Condomínios possui equipas

locais, que trabalham 24 horas por dia e o empresário reconhece, orgulhoso, “podemos

dizer que não há empresa com resposta mais rápida que a nossa, e o Algarve é o local

onde nos apetece estar e onde estamos a criar as bases para que possamos crescer”.

A Prado Condomínios explica Francisco Dias, é uma empresa que atua 80% do

mercado residencial e 20% de mercado empresarial e o objetivo passa por fixarem-se

em patamares similares nomeadamente nas áreas de apoio às empresas através dos

serviços de limpeza e manutenção, nos serviços de receção e portaria, de jardinagem,

de apoio logístico, entre outros.

“Para além desse equilíbrio que queremos estabelecer estamos também muito atentos

aquilo que se passa no mercado de arrendamento, nomeadamente, no arrendamento

temporário e turístico e algo que queremos fazer é contribuir para que os nossos

condóminos rentabilizem o seu património”, conclui.

francisco diasDiretor Geral

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

95

ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS

A Administradora dos Senhorios Mário Prazeres dedica-se à prestação de serviços na área dos condomínios, desde 1970, oferecendo

um vasto conjunto de soluções que respondam com eficácia às exigências dos seus clientes.

Administradora dos Senhorios Mário Prazeres, Lda.

Qualidade, rigor e exigência

A Administradora dos Senhorios Mário

Prazeres é uma das mais antigas empresas

de administração de condomínios da cidade

de Lisboa. Antes de 1969, dedicava-

se apenas à administração de prédios alheios. “O

proprietário chamava-se Mário Prazeres, e a dada altura,

decidiu criar uma sociedade com os seus colaboradores

mais próximos como é o caso Leopoldo Correia.

Desde 1970, vocacionada para a gestão de

condomínios, a empresa foi crescendo e desenvolvendo

a sua atividade com uma gestão rigorosa, tendo

atualmente, como administradores, Leopoldo Correia e

Ana Cristina Pereira.

A empresa preconiza a administração de prédios

na vertical e na horizontal, detendo a gestão de 300

prédios, mas “gerir condomínios hoje em dia, não é a

mesma coisa que administrar condomínios há 30 ou 40

anos, até porque as exigências são cada vez maiores e

os serviços disponibilizados têm necessariamente que

ser mais abrangentes”, entende Ana Cristina Pereira.

Na Administradora dos Senhorios Mário Prazeres, há uma

contabilidade organizada por cada prédio e, de acordo

com os administradores, toda a informação relevante é

disponibilizada on line. Todos os clientes condóminos

podem entrar na área de clientes do site da empresa

com o código de utilizador e palavra-chave, e acederem

à sua conta corrente ou à situação das contas do seu

condomínio, bem como à comparação da evolução das

mesmas em relação ao orçamento. “A nossa empresa

trabalha de uma forma muito clara e transparente, uma

forma de atuação que se diferencia, num mercado onde

existem muitas empresas de vão de escada”, adiantou

Ana Cristina Pereira, salientando que “os clientes que

nos procuram foram sempre recomendados por outros,

o que para nós constitui um motivo de grande orgulho”.

Com 13 colaboradores, a Administradora dos Senhorios

Mário Prazeres apresenta-se como uma empresa

dinâmica, com um elevado sentido de responsabilidade,

que ambiciona tornar-se um ponto de referência no

sector de administração de condomínios.

Em entrevista à Revista Business Portugal, Ana Cristina

Pereira e Leopoldo Correia consideraram fundamental a

criação de uma legislação adequada e a profissionalização

da atividade. “Não temos legislação para salvaguardar as

empresas, o que permite o aparecimento de empresas

de vão de escada”, adiantou o administrador, lembrando

que os valores que a Administradora dos Senhorios

Mário Prazeres apresenta não podem ser comparáveis

com essas empresas, porque a qualidade e as valências

são completamente diferentes.

Leopoldo Correia e Ana Cristina Pereira consideram

que na prossecução dos objetivos de regulamentação

da atividade, a APEGAC - Associação Portuguesa de

Empresas de Gestão e Administração de Condomínios

deveria ter um papel mais ativo. “É essencial que a

APEGAC tenha uma força maior e uma voz mais

opinante, até porque esta questão da regulamentação

da atividade já se fala há meia dúzia de anos e nada foi

feito”, disseram, relevando a importância da criação de

um estatuto próprio para salvaguardar as empresas que

funcionam bem e oferecem soluções de qualidade.

Ao mesmo tempo, defenderam uma maior

responsabilização das empresas de gestão do

condomínio na prossecução da sua atividade.

Em relação ao futuro, os administradores são categóricos

ao afirmar que os seus objetivos passam por um

crescimento e desenvolvimento sustentável, mantendo

sempre os padrões de qualidade, rigor e exigência.

equipa

Page 96: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

96

ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS

Surgiu há dois anos e tornou-se num ponto de viragem no trabalho já desempenhado pela Apuramento-Contabilidade. Márcio Lopes

juntamente com o seu padrinho, Manuel Lopes, decidiram em 2013 “separar as águas” e criar uma empresa apenas dedicada para a

adimistração e gestão de condomínios, a Apuramento Home. Duas áreas que se complementam, no entender de Márcio Lopes.

apuramento home

“O nosso serviço de proximidade é um fator que nos distingue”

Proximidade com os condóminos

“A nossa empresa surgiu há dois anos, somos uma

empresa recente e surgiu como um complemento

da empresa que já tínhamos que era a Apuramento-

Contabilidade”, começa por explicar o empresário,

acrescentando que a existência de um nicho de

mercado enorme e a sua necessidade de ser potenciado

e melhorado em determinados aspetos, foram fatores

determinantes para criação da sua empresa.

Em termos de valências, a Apuramento Home presta

uma vasta panóplia de serviços, desde a administração

de condomínios e gestão do mesmo, até à a sua

manutenção, limpeza e efetuam ainda alguns pequenos

trabalhos quando os condóminos necessitam.

“Queremos promover um serviço de proximidade com o

cliente e trabalhamos muito no terreno e no escritório. Eu

consigo através do sistema interagir com tudo, ou seja,

há uma anomalia no condomínio, tiro fotografia e trato

logo de tudo e chego aqui à sede com tudo tratado, se

for preciso fazer um recibo, faço no local, pagamentos

também e isso é um fator que reduz diretamente o custo

para os condomínio”, frisa Márcio Lopes .

A Apuramento Home administra cerca de 30

condomínios e atua em Lisboa, Sintra, Amadora, Queluz

e Barreiro e o empresário admite, orgulhoso, que “o

melhor feedback que podemos tirar é o passa a palavra

e se fazemos um bom trabalho vamos ser reconhecidos

por isso mais tarde ou mais cedo”.

Duas empresas, um objetivo em comum: a satisfação

dos seus clientes

Márcio Lopes admite no entanto que já ter uma empresa

ligada à contabilidade foi uma mais valia no que toca à

angariação de novos clientes para a Apuramento Home

mas reconhece que ainda há muitos condóminos que

não reconhecem o trabalho desempenhado por este

tipo de empresa.

“Há muita gente que ainda não entende o nosso trabalho,

não compreendem que existem certos regulamentos e

leis a cumprir, tanto da nossa parte como da constituição

e às vezes torna-se complicado explicar isso em

assembleias de condomínio, onde fazemos um papel de

mediadores”.

Porém, as empresas não legalizadas continuam a existir

e merecem no entender do empresário, mais e melhor

atenção, tendo que ser implementadas novas leis e

regras na regulamentação e profissionalização do setor.

“Continua a existir muita administração de vale de escada,

continuam a existir condomínios com administração

interna e os próprios prédios não evoluem. Um

condómino que é administrador e o mesmo que paga

ou não paga uma quota está desde logo a influenciar o

seu prédio quando há uma obra, por exemplo. Têm que

haver leis que salvaguardam a nossa atividade”.

Futuro promissor

Em relação ao ano passado a Apuramento Home

cresceu e para o próximo ano as perspetivas são

ainda melhores, facto que enaltece o bom trabalho

desempenhado por toda a sua equipa

“Estamos aqui para trabalhar mais e melhor e temos que

trabalhar e aprender uns com os outros mas a evolução

tem sido positiva. Como em todos os setores há maus

e bons profissionais e nós acreditamos que estamos

no lado bom e queremos ser ainda melhores”, conta

Márcio Lopes.

É o contato direto com todos os condóminos e a

segurança transmitida que distinguem esta empresa.

“Os nossos contatos estão afixados em todos os

condomínios que administramos e esperamos

administrar ainda mais condomínios no futuro”, conclui

o empresário.

márcio lopesAdministrador

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Page 99: Revista Business Portugal | Setembro '15

O desafio de desenhar o ambiente interior envolve vários critérios, variáveis e elementos que interligam várias áreas do saber,

desde processos técnicos e científicos até aspetos criativos e individuais. Assim, torna-se decisivo um conhecimento

alargado em diferentes sectores, de onde se destacam: a organização do espaço e da forma, a gestão de áreas e funções,

a escolha de materiais e sistemas de construção, a aplicação de condicionantes legais, as dinâmicas dos estilos, da cor

e da criatividade, o dimensionamento do mobiliário e dos objetos. O design de interiores intervém na criação e caracterização dos

espaços habitados. Interpreta-os e reformula-os, agindo de forma crítica sobre a envolvente edificada. Partilha com a arquitetura

o processo de exploração e desenvolvimento de projeto baseado no desenho, na pesquisa teórica e na construção de soluções

inovadoras e sustentáveis.

O Intercasa é um evento de referência no sector, que aposta na promoção de soluções globais para interiores e exteriores da casa

através de uma oferta diversificada, qualificada e organizada em ambientes e conceitos de decoração de encontro aos vários estilos

de vida. Do tradicional ao contemporâneo, a Intercasa é a montra dinâmica do design e de soluções inovadoras enquanto novas

formas de estar e viver a casa.

Por outro lado, o Lisboa Design Show, enquanto evento multidisciplinar e criativo, tem como objetivo comunicar a identidade dos

designers, empresas, culturas, sociedades, estilos de vida, o prazer, a arte de viver, potenciando uma rede de contactos e negócios,

num único espaço, que colocam o design no centro da discussão e na agenda dos players e promotores do design.

Fique a conhecer algumas das empresas cujo core business se centra no design e na decoração de interiores.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

100

DESIGN E DECORAÇÃO

A Urban-Art é uma empresa de decoração de interiores que se dedica a transportar para espaços fechados, como a casa ou o trabalho,

a arte urbana. Projeto recente mas com uma panóplia de artistas de renome e já com obras internacionais, a Urban-Art tem também

um objetivo social, como não poderia deixar de ser, tendo em conta o próprio conceito que enaltecem, o graffiti como uma expressão

artística.

Urban-Art

Arte moderna em sua casa

Sendo um projeto relativamente recente, que

se iniciou no início de abril deste ano, pedia-lhe

para apresentar o Urban-Art.

A Urban-Art é uma plataforma digital que tem como

principal objetivo levar a arte urbana às casas e aos

escritórios dos seus clientes, mudando o paradigma

da decoração de interiores em Portugal e no mundo.

Para isso, conta com alguns dos melhores artistas

nacionais e internacionais, com obras reconhecidas pelo

público em geral e também no meio artístico de arte

urbana. Na sua plataforma digital, www.urban-art.com, a

Urban-Art inclui uma galeria dos seus artistas, com um

vasto reportório das suas obras, na maior parte murais

interiores e exteriores. Importante ainda salientar a forte

componente social da empresa, com uma percentagem

das suas vendas a reverterem para projetos de cariz

social ligados à arte urbana.

Consiste num site online que compila de certa

forma alguma da melhor arte que se faz, só em

Lisboa ou pelo país?

A Urban-Art é internacional, contando com artistas

nacionais e internacionais que realizam obras em todo

o território português, mas também no estrangeiro. De

destacar que a maior parte dos seus artistas têm um

vasto reportório internacional.

A nível fotográfico, o conteúdo que disponibilizam

é exclusivamente da equipa do Urban-

Art ou são as pessoas que vos enviam?

O conteúdo fotográfico das obras da Urban-

Art é disponibilizado pelos artistas ou pela

própria equipa da Urban-Art.

Quantos artistas, de momento, exibem

o seu trabalho no vosso site e são

necessários alguns requisitos para

o fazer ou qualquer artista se pode

registar?

Urban-Art conta com aproximadamente 30

artistas. O critério de admissão de artistas

é muito exigente, sendo que os mesmos

têm de ter obras reconhecidas pelo público

em geral ou no meio artístico da Urban-Art.

Uma das condições exigidas é o artista ter

no seu curriculum obras de graffiti, ainda

joão falcão, alexandra barbosa e octávio pinhoConsultor e sócios fundadores

que atualmente utilize outras técnicas de pintura, como

o aerossol ou o pincel. A Urban-Art privilegia artistas

com um curriculum internacional. É importante referir

que um dos fundadores da Urban-Art, Octávio Pinho, e

presidente da Associação de Arte Urbana de Portugal é

também um artista conceituado de arte urbana, com o

nome artístico Slap. O seu papel tem sido fundamental

na seleção dos artistas da Urban-Art.

Qual tem sido a recetividade por parte do

público?

A recetividade tem sido excelente. A título de exemplo,

a página de facebook da Urban Art já alcançou mais de

32.000 likes em apenas cinco meses. De referir que

iniciou a sua atividade apenas a 1 de Abril deste ano.

Relativamente a obras, estas têm sido efetuadas por

todo o país e já temos uma encomenda para o Brasil.

Os clientes têm sido tanto do segmento de particulares

como de empresas.

Como foi receber a primeira encomenda e em

que consistia o projeto?

A primeira encomenda foi para um cliente em

Espinho, numa moradia residencial, e consistia numa

‘Floating Universe’ | artista: Ram | 600cm x 500 cm (empresa no Seixal)

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REVISTA BUSINESS PORTUGALDESIGN E DECORAÇÃO

101

reinterpretação de uma pintura do Picasso numa parede

da sala. Não tivemos muito tempo para celebrar, pois

logo de seguida tivemos várias outras encomendas

quase em simultâneo.

Como os vossos clientes podem encomendar

um mural de um artista específico?

O processo é muito simples, basta contactarem-nos

através do nosso site www.urban-art.com, por e-mail ou

por telefone. Percebemos o tipo de obra que o cliente

deseja, selecionamos um artista, caso o cliente não

tenha nenhuma preferência, e fazemos um orçamento,

no prazo máximo de 48 horas. O passo seguinte é a

marcação da visita do artista para combinar os últimos

detalhes e efetuar a obra.

A Equipa da Urban-Art apoia uma ação social

ligada à arte urbana, o projeto ‘Encontrarte’, que

consiste na produção e lançamento do álbum

‘Desabafo’, do Grupo MC’s, em parceria com a

Associação Cultural do Moinho da Juventude,

em que 1 por cento das vossas vendas reverte

para este projeto. Apoiar este tipo de iniciativa é

uma das vossas prioridades?

Sem dúvida. A ação social faz parte do DNA da arte

urbana, a qual nasceu em bairros desfavorecidos e

que muitas vezes era, e ainda continua a ser, a forma

de fazer chegar a arte, a cor e a esperança às vidas

das pessoas que neles habitavam. Hoje em dia, a arte

urbana já é reconhecida também noutros meios, tendo

já chegado às maiores leiloeiras de arte do mundo,

como a Christie’s, com transações a atingirem os muitos

milhares de euros.

Quais são os vossos grandes projetos de futuro

e qual a dimensão que gostariam que a Urban

Art atingisse?

O nosso grande objetivo de futuro é continuar a inovar,

nomeadamente através da associação destas duas

grandes tendências, a arte urbana e o mundo digital,

tentando criar o máximo valor para os nossos clientes

e marcando a diferença num mercado cada vez mais

global, mas também cada vez mais exigente. A nossa

ambição relativamente à dimensão é também o nosso

lema: ‘uma casa, um mural’.

‘Um Caos com Sentido’ | artista: Exas | 640cm x 275 cm (parede de sala no Estoril)

‘Guernica by Slap’ | artista: Slap | 600cm x 230 cm (parede de sala em Lisboa) ‘Fundo do Mar Nemo’ | artista: Utopia | 400cm x 200 cm (parede de quarto em Lisboa)

‘O Beijo by Slap’ | artista: Slap | 560cm x 240 cm (parede de quarto em Lisboa)

Page 102: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

102

DESIGN E DECORAÇÃO

Odília Peixoto é a líder de um atelier de confeção própria que tem ao dispor do cliente inúmeros tecidos e opções de decoração. Um

trabalho pautado pela exclusividade, rigor, excelência e proximidade, através de um atendimento personalizado ao domicílio, dando

resposta às exigências do cliente.

O Novo Cortinado

Decoração de excelência há mais de 30 anos

Oatelier de Odília Peixoto produz cortinados e

todos os artigos de decoração acessórios,

como tapetes, almofadas, toalhas ou

edredons à medida do cliente. O Novo

Cortinado está situado em Águeda e presta serviços

em todo o país e além-fronteiras. A responsável explica

que veio parar a este negócio por acaso, antes de se

dedicar à confeção era empregada de escritório. Natural

de Vila Real, encontrou o trabalho da sua vida quando

se mudou para Águeda. “Havia uma casa de cortinados

que estava a pedir uma pessoa para o balcão, fui lá e

comecei a trabalhar no dia seguinte. Um ano depois era

encarregada geral. Quando comecei não sabia costurar,

não sabia coser à máquina”, explica a entrevistada, que

meses depois percebeu que tinha finalmente encontrado

a profissão certa e, 30 anos depois, lidera uma equipa de

excelentes profissionais. O Novo Cortinado conta com a

experiência comprovada na arte da decoração, seguindo

sempre as últimas tendências e novidades. A filosofia

seguida pela responsável Odília Peixoto possibilita a

criação de soluções originais e personalizadas garantindo

a criação de um espaço ao gosto de cada um, no qual

as pessoas se sintam confortáveis. “É raro um cliente

entrar nesta porta e não ficar, quando vêm à procura de

algo original encontram aqui, tenho poder de resposta

para todo o tipo de clientes”, explica a interlocutora.

Os artigos confecionados destinam-se a diversas áreas

como a restauração, hotelaria, escolas, autarquias e

habitações. “Todos os produtos são feitos por medida,

o atelier dispõe ainda de outros serviços como o apoio

decorativo, entrega dos artigos ao domicílio e sua

colocação. Tenho sempre o cuidado de não repetir o

mesmo modelo, são pormenores que diferenciam

o trabalho”, explica Odília Peixoto, responsável pelo

atelier O Novo Cortinado. Existem exemplos do trabalho

personalizado, elaborado a partir de Águeda, um pouco

por todo o país, desde o Algarve, passando pelo

Alentejo, Lisboa, Coimbra, Anadia, Aveiro, Vila Real ou

Vila Nova de Gaia. O segredo do sucesso reside no

‘passa a palavra’, através de um trabalho de qualidade

e excelência que fez as confeções de Odília Peixoto

ultrapassarem fronteiras. “Faço muitos trabalhos para

fora do país, mas não vou lá colocar pessoalmente como

faço em Portugal. Confeciono para França, Inglaterra,

Suíça, Alemanha, Brasil, EUA e Espanha. Os espanhóis

vêm cá durante as férias”, o mesmo se passa com os

restantes clientes estrangeiros ou emigrantes, revela a

responsável. Para além dos clientes particulares, O Novo

Cortinado trabalha ainda em parceria com arquitetos

e decoradores de todo o país. Neste momento, Odília

Peixoto revela que está a passar por uma nova fase, uma

vez que, ultimamente “tem recusado alguns trabalhos, as

solicitações estão a aumentar”, mas a preferência pela

excelência e satisfação dos clientes está em primeiro

lugar. Atualmente, também o tipo de cliente está a sofrer

alterações. “Antes tinha pessoas entre os 40 e os 60

anos, agora são mais jovens, acompanho gerações, avós,

mães e netas, são laços de amizade que ficam”, revela,

com entusiasmo, Odília Peixoto, concluindo que “dá um

enorme prazer no final de um trabalho estar concluído

ver a satisfação do cliente, é muito motivante”. O Novo

Cortinado garante um atendimento personalizado ao

gosto de cada um há mais de 30 anos e, no futuro, o

objetivo é para manter, acompanhando sempre as novas

tendências do setor.

odília peixotoAdministradora

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104

REVISTA BUSINESS PORTUGALDESIGN E DECORAÇÃO

O Atelier d’Arquitetura J. A. Lopes da Costa está sediado em Ovar, desde 1989, um projeto iniciado por José António Lopes da Costa.

O gabinete tem uma vasta experiência na elaboração de projectos de arquitectura e urbanismo, bem como de arquitetura de interiores,

recuperações, remodelações e paisagismo.

J.A Lopes da Costa – Atelier D’ Arquitetura

“Arquitetura racionalista, contemporânea mas inconformista”

O arquiteto e responsável pelo atelier é

natural de Ovar, mas completou a formação

enquanto arquiteto em França, “fiz a minha

formação e a minha licenciatura em Bordéus,

os meus pais proporcionaram-me a opção de ir para

fora, foi uma experiência muito interessante. Tinha um

gosto grande pelo desenho que vinha da minha mãe.

Durante o curso fiz um estágio no Brasil e depois voltei

para Portugal, mas estive sempre muito ligado à escola

do Porto. Mesmo longe houve sempre uma curiosidade

da minha parte pelo que estava a ser feito em Portugal”,

esclarece o nosso interlocutor. Questionado sobre

a definição do seu estilo, já que teve contacto com

realidades distintas, José Lopes da Costa entende que

procura seguir “uma arquitetura de base racionalista,

com o rigor do desenho, há uma procura constante

na boa execução e nas boas práticas de exercer. Diria

que é uma arquitetura racionalista, contemporânea

mas inconformista, já que ao mesmo tempo, tentamos

sempre inovar”. Olhando para a realidade do mercado

atual, tendo em conta, a crise que nos últimos anos

afetou o setor da construção em Portugal, o atelier

J.A. Lopes da Costa procurou “ajustar e readptar o

negócio, reduzindo os custos e mantendo sempre a

capacidade de resposta. Procurámos outros mercados,

como o Brasil, onde temos dois projetos, temos também

projetos em Moçambique e estamos ainda com

trabalhos em França, um mercado que penso que possa

progredir. Neste momento, em França, trabalhamos na

remodelação de dois hotéis”, explica o arquiteto José

Lopes da Costa. Uma nova área que está a impulsionar

o desenvolvimento da arquitetura é a reabilitação “neste

momento, essa vertente, está muito focada no Porto e

em Lisboa, devido à procura turística. Mas isto é muito

importante se estivermos a recuperar os centros das

cidades para as pessoas, para os seus habitantes. Neste

momento, estamos com cinco projetos de reabilitação no

Porto”, revela o interlocutor. O mercado português está

mais virado para a requalificação, mas existem também

trabalhos de raiz a serem executados. Neste contexto,

importa perceber se existem alterações na forma de

pensar a habitação em Portugal, o arquiteto José Lopes

da Costa revela que “não mudou tanto assim, a maior

parte dos espaços funcionais mantêm-se. No que se

refere às cidades assiste-se a um retorno das periferias

para os centros, uma vez que a geração mais jovem os

procura porque está tudo mais perto, a forma de viver a

cidade mudou, a vida está muito mais cosmopolita. Há

um paradigma que mudou, agora nem toda a gente tem

de ser proprietário, o mercado de arrendamento está em

expansão, os empregos têm cada vez mais mobilidade e

isso reflete-se na forma de pensar a habitação”, conclui.

Quanto ao futuro do setor, em Portugal, o arquiteto José

Lopes da Costa espera que “a crise comece de facto a

desaparecer, admitindo que há uma maior consciência

dos custos e dos gastos e que a sustentabilidade tem

de prevalecer”. No que toca ao trabalho do gabinete,

sediado em Ovar pretendem continuar a trabalhar nos

“projetos de raiz e de reabilitação tanto na habitação

como na área da industria e comércio. O atelier está à

procura de novos mercados e novos clientes, sempre

numa linha de dar uma resposta mais global, desde os

investimentos à arquitetura de interiores, buscando a

satisfação dos clientes”, conclui o arquiteto José Lopes

da Costa.

josé lopes da costaArquiteto

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REVISTA BUSINESS PORTUGALTEMA

106

inov

ar pa

ra c

resc

er Omote da inovação serve de base para mais uma edição da Revista Business Portugal falou.

A BP combustíveis é pioneira nos segmentos em que opera e contribui para a modernização

de Portugal através das boas práticas ambientais. Um dos últimos lançamentos da marca são

os combustíveis Premium, desenvolvido na Alemanha, que garantem, se sentir na qualidade da

condução e a salvaguarda das peças e remoção de resíduos. Fique a conhecer mais aprofundadamente os

novos investimentos e o que coopera no posicionamento firme ao longo dos anos da marca em Portugal.

Outra entidade que podemos conhecer melhor é a Aritsoma, uma empresa na vanguarda dos serviços de

contabilidade e gestão. Sob o lema de que ‘tudo o que for medido e observado, melhora’, a empresa dotada

de um vasto e reconhecido conhecimento, faz consultoria de gestão e enquadrando-se nas iniciativas para o

desenvolvimento da União Europeia.

Com depoimentos consideravelmente valorativos para a compreensão do que se faz em Portugal para inovar

e crescer, encontra-se também nesta temática, o Centro de Línguas Europeu. Com duas escolas em Lisboa,

o único em Portugal que coleciona reconhecimentos como do Ministério da Educação ou da Universidade

de Cambridge, desenvolvem ações de formação em todo o país. Também com a atribuição de um selo de

qualidade europeu, o centro de línguas fala-nos do que fazem para estar perto dos progressos no ensino de

línguas.

Também com uma preocupação notória no que diz respeito à importância das línguas na vida de um cidadão,

a BabelUM é uma recente escola de línguas, que pertence à Universidade do Minho. Pioneira neste tipo de

serviço no meio académico, acredita numa estratégia de política de internacionalização, nos serviços que

presta.

Por último, fomos conhecer a Vallispack, uma empresa familiar que começou por produzir embalagens de

alumínio para take away. Hoje, a empresa oferece um leque de produtos para a restauração e outros setores

de negócio. Com esta indústria, Portugal cresce economicamente e ressalva-se o que de melhor se faz no

país, sempre com a qualidade como padrão.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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Motores em formachegam mais longe.

Motores limpos dão mais rendimento.*Em testes de consumo de diferentes situações de condução realizados no Centro Técnico BP, BP Ultimate Diesel percorreu até 42 km mais por depósito cheio em comparação com o gasóleo convencional e BP Ultimate Gasolina, conseguiu até 38 km mais por depósito comparando com gasolina sem chumbo simples.

Com BP Ultimate o seu motor chega mesmo mais longe. A sua fórmula avançada limpa e protege ativamente contra a formação de resíduos no coração do seu carro - o motor.E um motor em boa forma pode fazer até mais 42 km*por depósito que um motor menos saudável.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

108

INOVAR PARA CRESCER

Com 17 por cento de quota no mercado dos combustíveis e 345 postos de abastecimento, a BP é a primeira petrolífera multinacional

a operar em Portugal e a segunda maior no mercado. A propósito da sua gama Premuim, a Revista Business Portugal foi conhecer um

pouco melhor esta empresa que está a caminho do seu 87º aniversário em Portugal.

bp portugal

Empresa premium, produtos premium

Quando falamos na BP, falamos de uma empresa

que caminha a largo passo para um século de

existência no país. Que balanço faz deste já longo

percurso da BP em Portugal?

A BP está em Portugal desde janeiro de 1929 com o

nascimento da Companhia Portuguesa dos Petróleos

Atlantic, ou seja, está a caminho de cumprir o seu 87º

aniversário. É um longo percurso que tem acompanhado

a própria evolução de Portugal e onde a empresa tem

marcado presença em vários dos momentos mais

marcantes do país. Naturalmente, o saldo é bastante

positivo. Ao longo deste caminho fomos deixando uma

forte pegada de pioneirismo em matéria de inovação.

São disso exemplo a introdução da gasolina sem

chumbo nos anos 90, e o lançamento dos combustíveis

de 2ª e de 3ª geração.

Quais os vossos elementos distintivos num

mercado tão competitivo como este em que estão

inseridos?

A aposta no segmento Premium e o foco numa agenda

de inovação e de qualidade tem sido e continuará a

ser o posicionamento que distingue a BP em qualquer

mercado onde opera. Portugal obviamente não é

exceção.

Olhando para o passado recente, a BP tem-

se destacado no segmento Premium dos

combustíveis líquidos. Qual tem sido o papel destes

novos combustíveis no vosso posicionamento de

mercado?

É efetivamente um segmento de mercado no qual a BP

tem sido líder e onde sente diariamente o reconhecimento

dos seus clientes. Os combustíveis Premium da BP

presentemente comercializados, concretamente a

gama Ultimate, foram desenhados para dar resposta

às necessidades dos novos motores automóveis e

têm acrescentado valor a todos os clientes que os

têm escolhido. Em termos de propriedades, destacam-

se essencialmente ao nível da limpeza e da proteção

do motor. Se por um lado evidenciam-se na remoção

de resíduos existentes, por outro são particularmente

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

109

INOVAR PARA CRESCER

eficazes contra o desgaste dos principais componentes

do motor e na salvaguarda das peças contra os efeitosde

corrosão. Em termos práticos aumentam a performance

destes motores e a autonomia até 40 quilómetros por

depósito.

Como chegaram a esta nova oferta?

Esta oferta Premium resulta de um trabalho de

investigação que decorreu no Global Fuel Technology

Center da BP, na Alemanha, ao longo de cinco anos.

Concretamente, o combustível de terceira geração

foi desenvolvido e testado por meia centena de

investigadores e comercializado pela primeira vez em

Portugal em 2005 .

Que novidades podemos esperar da BP Portugal

ainda este ano?

A BP Portugal tem vindo a implementar, desde 2015,

uma estratégia de crescimento com vista a aumentar

a sua rede de postos em Portugal. Tendo como meta

chegar aos 400 postos até ao final de 2016, a BP está

focada em melhorar a segurança da sua rede e em

entregar mais e melhor aos seus clientes. Por essa razão

avançou recentemente com a implementação de uma

solução de combate à fuga, que está a ser desenvolvida

em conjunto com o ISEL. Em fase piloto nos últimos

meses, são já seis o número de postos na Grande

Lisboa que têm a solução em teste esperando-se que a

mesma seja rapidamente implementada a nível nacional.

Qual a missão e objetivos da BP, não só em

Portugal, mas no mundo?

O negócio da BP está organizado no sentido de

entregar produtos energéticos de alta qualidade em

todo o mundo. É uma agenda obrigatória num percurso

focado em acrescentar valor aos seus clientes através

de um portefólio sólido, inovador, assente em operações

seguras.

Presentes em mais de 100 países pelos 5

continentes, e com a colaboração de mais de 92

mil pessoas, o que faz, efetivamente, a BP?

A operação do grupo BP divide-se essencialmente

entre os segmentos upstream e downstream. Enquanto

que o segmento upstream é responsável pelas nossas

atividades de exploração e refinação de petróleo e de gás

natural, o nosso segmento de downstream, a atividade

mais visível do grupo, está focado na distribuição

e comercialização de produtos como combustíveis

líquidos, lubrificantes e petroquímicos. Com uma forte

agenda de inovação, a BP tem consistentemente

elevado o valor dos mercados onde marca presença

no segmento do downstream com negócios de alta

qualidade. Esta tem sido uma evidência no mercado

nacional ao longo de todo o seu percurso no país.

Para finalizar: BP é sinónimo de…

...Renovação do futuro

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

110

INOVAR PARA CRESCER

A Aritmosoma é uma empresa que oferece aos seus clientes uma vasta gama de serviços direcionados para as áreas de Contabilidade

e Gestão mas com soluções paralelas para o crescimento sustentável das empresas.

Aritmosoma

Primor em consultoria financeira e fiscal

Presente em Aveiro, Coimbra, Figueira da Foz e

Pombal (Meirinhas), surgiu da vontade de sete

sócias em criar algo verdadeiramente diferente

aliado à experiência profissional de vários anos.

Assim, em 8 de janeiro de 2002 surge a Aritmosoma,

uma empresa consolidada, com o objetivo de crescer

cada vez mais.

A base do sucesso alcançado, no entender de Susana

Velázquez, sócia da Aritmosoma, é a dedicação aos seus

clientes, assim como a rápida resolução das exigências

num mercado cada vez mais exigente e competitivo.

A Aritmosoma em Aveiro, está integrada num espaço

de cowork (FUSIONcowork) e para a empresária esta

junção faz todo o sentido pois a cidade possui um

tecido empresarial empreendedor que em parte se deve

à Universidade de Aveiro, sendo uma grande instituição

de criação de empresas.

“Aguardamos sempre por quem precisa de apoio e este

é o sítio perfeito. Nas outras cidades, (Coimbra, Figueira

da Foz e Meirinhas) temos escritórios próprios, aqui

decidimos que esta seria a melhor opção. O cowork tem

muitos eventos de networking, formações e tem muita

notoriedade em Aveiro, é como se fosse um roteiro da

cidade de Aveiro, uma vez que este foi o quarto espaço

de cowork a ser feito a nível nacional”.

Os clientes com a Aritmosoma têm sempre uma reunião

preliminar, gratuita para ter a certeza se a empresa é

viável, se é um mercado em que vale a pena apostar

e onde são estabelecidas algumas decisões que sejam

necessárias tomar ou algumas mudanças de ideias ou

de estratégia para que tudo esteja de acordo com o

pretendido.

“Cada vez mais as pessoas recorrem a este tipo de

serviço e normalmente não aceitamos clientes sem uma

reunião preliminar. Digo ao cliente como está o mercado,

o que necessita mudar e quais os custos que o negócio

lhe irá trazer, isto porque normalmente as pessoas não

sabem. Depois, numa segunda reunião, os clientes já

vêm com outras estratégias, as quais eu auxilio”, revela

Susana Velázquez.

Com uma equipa de 12 profissionais e com cerca de 40

clientes só na região de Aveiro (160 no total), Susana

equipa aritmosoma

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

111

INOVAR PARA CRESCER

Velázquez garante que conciliar todo o trabalho se deve

a muita entreajuda entre a equipa e a um bom sistema

de CRM (Customer Relationship Management).

“Na nossa área é importante estarmos em constante

atualização, tudo o que sai de novo, notificamos toda a

equipa sobre qual a nova legislação, quais as novidades,

e logo a colega fica alertada para as mudanças e tem

um conhecimento prévio das mesmas. Conseguimos

manter-nos atualizadas, assim como a contabilidade do

cliente, pelo facto de termos os documentos ao mês”,

assegura.

Um dos focos da Aritmosoma são jovens

empreendedores. “Apesar de existirem pessoas

com 60 anos ainda bastante jovens, procuramos

pessoas que sabemos que estão nas conferências de

empreendedorismo porque não querem avançar de

cabeça, sem saberem o mínimo dos negócios e é esse

o nosso público-alvo. Participamos em muitas ações

aqui em Aveiro para apoiar esse público”.

No entanto, admite: “Já perdemos clientes numa primeira

reunião por acharmos que a sua ideia de negócio

não iria ser sustentável, eles desistiram e meses mais

tarde trouxeram novas propostas de negócio e aí sim,

avançaram. É a nossa maneira de mudar mentalidades.

O importante nos negócios é a inovação e estarmos em

constante sintonia com o mercado, diferenciando-o”.

A questão do financiamento por parte da banca não é

na perspetiva de Susana Velázquez o maior entrave à

constituição de novas empresas.

“Os bancos hoje estão impenetráveis mas a verdade

é que se apresentando um bom projeto, bem

fundamentado, eles não dizem que não. Antigamente

disponibilizavam mais dinheiro, mas agora só o fazem se

o plano de negócios for viável e com um bom plano de

ação e de marketing com uma boa estratégia comercial.

Além de existirem muitas outras fontes de financiamento

que não as instituições bancárias. O empreendedorismo

não significa apenas abrir empresas, uma pessoa pode

ser empreendedora dentro de uma empresa que não a

sua, para progredir na carreira. Por vezes penso que às

vezes o problema não é apenas uma crise financeira,

mas também alguma crise de valores”, explica.

Atuando essencialmente em Portugal, a Aritmosoma

abriu fronteiras e hoje já trabalha com alguns clientes

internacionais.

“Temos clientes estrangeiros com uma visão de negócio

totalmente diferente, com objetivos estratégicos bem

delineados e com tudo muito bem planeado”, destaca

a empresária revelando as principais diferenças entre

trabalhar com clientes nacionais e internacionais.

Mas também é de desafios que vive esta equipa e um

dos objetivos futuros passa por contratar mais pessoas

para prestar o melhor serviço possível, serviços que

normalmente outras empresas semelhantes não

prestam.

“Estamos neste momento a desenvolver Vales de

Inovação e Empreendedorismo em várias empresas de

norte a sul do país, onde as queremos apoiar no sentido

de as fazer crescer ainda mais e para outras vertentes

de negócio. Porquê? Porque para nós é um desafio,

queremos ser muito bem sucedidos, e que as empresas

verdadeiramente cresçam. Estamos já certificados

perante o Portugal 2020 como empresa consultora na

área dos Vales e este é apenas um dos nossos grandes

projetos futuros”, finaliza Susana Velázquez.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

112

INOVAR PARA CRESCER

Sediada em Ermesinde, a empresa distribui embalagens, de alumínio, plástico e cartão e ainda produtos e acessórios de higiene e

limpeza essenciais aos ramos da restauração e hotelaria. O próximo passo é alargar ainda mais a oferta.

vallispack - a loja da embalagem

“O importante é a satisfação do cliente”

A empresa familiar fundada em 1992, com

a designação, Mário da Silva Oliveira –

Sistemas de Embalagem, surgiu “após

16 anos de atividade num restaurante.

Terminaram a ligação ao restaurante e começaram esta

aventura, no início focado nas embalagens de alumínio

para take away”, explica Mário Vale Oliveira, filho dos

fundadores e atual diretor comercial da Vallispack.

O interlocutor revela que o pai Mário da Silva Oliveira

sempre foi um excelente “gestor financeiro” mas perante

as contrariedades, inerentes ao ramo empresarial, a

positividade, energia e o apoio da mãe Luisa Vale Oliveira,

fizeram a diferença para a construçao e crescimento do

projecto. A empresa oferece, atualmente um composto

de produtos para a restauração, hotelaria e pastelaria e

diversos sectores de negócio, estando pronta a satisfazer

todas as necessidades do cliente. O crescimento da

Vallispack levou ao desenvolvimento de uma estrutura

mais sólida, “a partir de 2000 apostamos na construção

de uma equipa de profissionais que começou a ganhar

uma forma mais consistente entre 2007/2008. A

qualidade destes vê-se no crescimento verificado. A

partir desta altura a estrutura orgânica ganhou forma,

o meu pai com o departamento financeiro a minha

mãe com o administrativo e eu com o comercial”, a

criação de um departamento de design próprio, que

conta com a colaboração “out sourcing” da minha irmã,

Andreia Oliveira, vem reforçar o nosso posicionamento,

ir ao encontro das expectativas dos clientes. ressalva

o diretor comercial, com formação superior nas áreas

do marketing e gestão. Mais recentemente, em 2010,

adquiriram novas instalações e, em 2013, entraram

no ramo da indústria com a aquisição de uma unidade

industrial em Gândra, Paredes, onde “neste momento

produzimos caixas, brancas, kraft ou personalizadas, e

uma infinidade de produtos à base de cartolina, muito

focadas no sector alimentar”, esclarece o entrevistado.

Com esta aquisição são muitos os desafios que a

empresa tem pela frente estando “a avançar com o novo

projeto de mordernização da fábrica, implementando

uma série de normas que são fundamentais para esta

indústria, o objetivo é ficarmos bem posicionados

entre os melhores, atingindo o nível de exigência de

qualquer cliente Mundial”, ressalva Mário Vale Oliveira,

acrescentando que “com esta modernização o objetivo

é internacionalizar” a Vallispack. Através da inovação, a

empresa pretende um novo posicionamento no mercado,

para tal, estão a ser realizados “vários processos em

simultâneo, como a divulgação para as feiras, a inovação

na fábrica, a melhoria do processo produtivo, dos

serviços de distribuição, dos serviços administrativos

e a implementação do novo software” para a gestão,

esclarece o interlocutor. Futuramente, a Vallispack vai

apostar mais na “formação dos recursos humanos,

na organização da estrutura interna e infraestrutura,

criando mecanismos que permitam ter mais qualidade

no trabalho”, contribuindo para o bem-estar dos

trabalhadores e, consequentemente, para uma maior

satisfação dos clientes, ressalva o diretor comercial,

Mário Oliveira. Uma outra novidade é que muito em

breve, os produtos da Vallispack vão estar disponíveis

na nova loja online, que deve ser lançada no início de

2016, com o intuito de “facilitar o acesso dos clientes

aos nossos produtos. Estamos a aprimorar a logística,

há clientes que podem passar a receber os produtos

no dia seguinte, o nosso serviço online vai permitir

estarmos mais perto do cliente e num horário bastante

mais alargado”, realça o diretor comercial. O futuro

da Vallispack passa pela modernização, lançamento

de novos produtos, internacionalização, crescimento e

desenvolvimento da empresa, tendo sempre como foco

principal “a satisfação do cliente,”, conclui Mário Vale

Oliveira, diretor comercial, continuando o trabalho de

compromisso e confiança em busca da excelência que

vem sendo feito desde 1992.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

113

Fundado pela conhecida especialista em línguas estrangeiras Pilar Pantoja em 1982, o Centro Europeu de Línguas arrancou com o

objetivo de “tentar fazer uma abordagem diferente que pudesse ser usufruída por todos e ir ao encontro de todos” explica John Walker,

diretor pedagógico. E assim surgiu a ideia de ensinar línguas estrangeiras duma forma personalizada e específica, destinada a jovens

e adultos. Atualmente o Centro tem duas escolas em Lisboa (Areeiro e Amoreiras) e desenvolve ações de formação em todo o país.

centro europeu de línguas

Tratamento personalizado no ensino de línguas

Uma vez que as línguas que aprendemos no

ensino regular nem sempre são suficientes

para que as pessoas saiam aptas para

dialogar à vontade numa determinada língua

estrangeira, John Walker considera que é essencial

complementar as bases gerais que temos de uma língua

com um ensino mais aprofundado. Daí ser “urgente que

haja possibilidade das pessoas aprenderem estratégias

de comunicação relevantes no seu quotidiano”.

Relativamente aos alunos, o diretor revela que o Centro

se destina a crianças, jovens e sobretudo a adultos,

proporcionando um percurso que acompanha o aluno

ao longo da vida, incluindo aprendizagem para fins

profissionais. Deste modo, agrega vários trabalhadores e

gestores de empresas e instituições públicas e privadas,

nacionais e multinacionais.

Neste sentido, os trabalhadores sairão preparados

para comunicar com os seus colegas e clientes

estrangeiros através da realização de reuniões, envio

de emails, telefonemas, apresentações, e todo o tipo de

comunicação empresarial.

Mas a importância de aprender línguas não se confina

à necessidade profissional, o diretor pedagógico realça

que os cidadãos têm necessidades específicas no dia-a-

dia porque a comunicação é essencial à vida de qualquer

pessoa: nas viagens, nos hotéis, nos restaurantes, nos

transportes, na farmácia, etc.

Entre as diversas línguas lecionadas no Centro Europeu

de Línguas, John Walker esclarece que o inglês continua

no topo da tabela mas o espanhol também tem tido

um crescimento significativo, seguindo-se do francês,

português, italiano, alemão, holandês, russo, entre outras.

Importa ainda referir que atualmente o Centro reúne

cerca de 1200 alunos.

Os cerca de 60 formadores da equipa do Centro

Europeu de Línguas possuem qualificações próprias

para o ensino de línguas. Para além disso, esta escola é

acreditada oficialmente em Portugal para lecionar cursos

de Formação de Formadores em Línguas: “o professor

é fundamental não só para orientar o processo de

aprendizagem, mas também para motivar as pessoas a

exigirem cada vez mais de si” frisa o diretor pedagógico.

Surgiu, em 1987, a oportunidade de colaborar com

os programas de Educação e Formação da Comissão

Europeia. E nesta matéria John Walker explica que a

escola trabalha em três áreas distintas: mobilidade – uma

preparação específica para a experiência de trabalho na

União Europeia; investigar necessidades de formação

em línguas para fins profissionais; e, finalmente, criar

novas ferramentas de aprendizagem de línguas para

uma determinada área profissional.

Para o futuro, John Walker garante que o grande objetivo

é ajudar as pessoas a aprenderem cada vez mais e

melhor outras línguas. Já que as pessoas têm cada

vez menos tempo para conjugar este tipo de formação

com o seu trabalho e com a vida pessoal, este ano o

Centro já arrancou com um novo projeto, sem restrições

a horários, que se chama “Inglês sem limites”, “em que

vamos ter sempre um professor disponível para receber

o aluno a qualquer hora que este puder ir, dando-lhe

sempre uma aprendizagem individualizada” esclarece o

diretor.

Em forma de conclusão John Walker não deixa de

salientar que a grande diferença da equipa que constitui

o Centro Europeu de Línguas é, sem dúvida alguma, o

tratamento individual que presta porque “cada aluno é

único e a nossa experiência na orientação da escolha

do curso mais aconselhável para cada formando marca

a diferença”.

john walkerDiretor Pedagógico

INOVAR PARA CRESCER

Page 114: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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Criado a 26 de setembro de 2009, dia Europeu das Línguas, o BabeliUM – Centro de Línguas procura responder à crescente necessidade

de aprendizagem de línguas estrangeiras, através de um grande leque de ações de formação na área das línguas, tanto para a

comunidade académica, como para o público em geral.

BabeliUM

Universidade do Minho promove centro de línguas

O nome BabeliUM escolhido pelo professor

Orlando Grossegesse, fundador do

BabeliUM, faz alusão ao mito da torre

de Babel. Porém, em vez de entender a

confusão das línguas como um castigo divino, adota

uma outra interpretação, surgida a partir do Iluminismo,

segundo a qual a diversidade linguística e cultural é vista

como uma dádiva. “E é com esta visão que o BabeliUM

se propõe contribuir para que a Universidade do Minho

seja uma universidade multilingue aberta ao mundo”,

afirma Cristina Álvares, diretora.

Entre as instituições de Ensino Superior em Portugal, a

Universidade do Minho (UM) é pioneira na introdução de

cursos livres de línguas e culturas estrangeiras.

“Criado para dar um enquadramento institucional

coerente à oferta educativa extracurricular do Instituto

de Letras e Ciências Humanas, o BabeliUM é o maior

projeto de interação com a sociedade que esta Escola

da Universidade do Minho possui. Ao mesmo tempo é

o executor prioritário da política de multilinguismo da

universidade”, conta a diretora.

O BabeliUM oferece vários cursos com qualidade,

lecionados por docentes competentes e qualificados,

que têm a língua que ensinam como língua materna, a

preços bastante acessíveis.

Assume-se assim como um centro de difusão de

línguas e culturas, estimulando um ensino de qualidade,

fundamentado na qualificação dos seus recursos

humanos e na prestação de serviços à comunidade.

Política de Multilinguismo

Consiste em dotar a comunidade académica e

a comunidade envolvente de competências de

comunicação em línguas necessárias à vida num mundo

cada vez mais globalizado. “A política do multilinguismo

é um vetor crucial da dinamização da Universidade do

Minho como instituição internacionalizada, aberta à

pluralidade das línguas e das culturas, em consonância

INOVAR PARA CRESCER

cristina álvaresDiretora

Page 115: Revista Business Portugal | Setembro '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

115

com as políticas do Conselho de Europa e da União

Europeia, e como pólo dinamizador de uma região

também ela aberta ao mundo. Através de uma grande

diversidade de ações, eventos e serviços procura dar

ênfase à importância das línguas como ferramentas

de cognição, comunicação e convivência intercultural,

uma vez que o conhecimento de línguas aumenta

competências transversais num mundo multilingue;

promover a convivência intercultural como elemento

essencial da cidadania em democracia, contrariando

tendências xenófobas e de exclusão social; apoiar a

consciência generalizada acerca da importância da

língua portuguesa e das suas valências no contexto

europeu e internacional, nomeadamente através de

programas do ensino e da aprendizagem do português

como língua estrangeira”.

Oferta formativa

A Instituição promove um amplo e diversificado

programa de formação, dinamizando um espaço de

formação multilingue e intercultural e demonstrando

uma enorme flexibilidade em ajustar a oferta formativa

às necessidades do mercado empregador.

Assim o BabeliUM ministra cursos de Inglês, Francês,

Espanhol, Italiano, Japonês, Alemão que nos últimos

anos tem registado muita procura e ainda, Árabe, Turco,

Polaco, Checo, Galego, Russo, Romeno e Linguagem

Gestual Portuguesa, ainda que estas últimas línguas,

ultimamente, não tenham tido muita procura.

No BabeliUM também é possível aprender português

língua não materna (PLE/PL2). O curso contém três

modalidades: o curso anual, que para além das aulas

lecionadas tem um programa de atividades e de visitas

de estudo; o curso semestral, em horário pós- laboral

direcionado sobretudo para os alunos Erasmus e ainda

o curso de verão com 72 horas com um programa

de atividades culturais em paralelo, executadas com a

colaboração da European Student Network que tem na

Universidade do Minho o seu núcleo mais dinâmico.

Outros serviços

Para além de toda a oferta formativa existente o

BabeliUM também presta serviços de tradução,

interpretação, legendagem e revisão de textos, não só

a nível académico como para a comunidade em geral.

Importância do domínio das línguas

“Saber comunicar em outras línguas que não apenas a

língua materna é muito bom e positivo em vários aspetos.

É uma necessidade no mundo global, aliás sabemos que

a possibilidade de emprego e de bom emprego aumenta

com a competência em línguas estrangeiras, mas

também porque as línguas estrangeiras são ferramentas

muito importantes de conhecimento, de comunicação e

de convivência intercultural, portanto eu acho que esse

é um aspeto bastante importante e desejável no mundo

global em que vivemos. Enquanto cidadãos europeus é

suposto falarmos três línguas, a nossa língua materna e

pelo menos mais duas estrangeiras.

Em Portugal as pessoas acham que basta saber inglês,

mas as outras línguas representam uma mais-valia

importantíssima, porque, à medida que as empresas e

as instituições se internacionalizam e têm de comunicar

com clientes e públicos de diferentes países e culturas,

precisam cada vez mais de um quadro multilingue de

recursos humanos. Por isso, tentamos persuadir as

pessoas dessa vantagem”, refere Cristina Álvares.

INOVAR PARA CRESCER

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