revista o dirigente cristão

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O Dirigente Cristão Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa do Rio Grande do Sul - ADCE Nº 174 - Ano XIX - Outubro/ 2010 Impresso fechado. Pode ser aberto pela ECT. Comemoração: ADCE- Serra completa 25 anos de história O selo da campanha de Natal “Acima de tudo Natal é Cristo!” foi tranformado em banner. Por ser ecumênico vem sem assinatura, sem marca. Encomende o banner e exponha em sua empresa, em sua co- munidade, distribua aos seus clientes, amigos e parentes. Participe e ajude a divugar a Campanha de Natal. Pedidos pelo fones (51)3225.0112, c/ Luiza; 32245011, c/ Dª Vera, com custo de R$30,00 a unidade. Fotos: Wagner Cecatto

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Revista O Dirigente Cristão da ADCE-RS.

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Page 1: Revista O Dirigente Cristão

O DirigenteCristão

Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa do Rio Grande do Sul - ADCENº 174 - Ano XIX - Outubro/ 2010

Impresso fechado. Pode ser aberto pela ECT.

Comemoração: ADCE-Serra completa 25 anos de história

O selo da campanha de Natal “Acima de tudo Natal é Cristo!” foi tranformado em banner.

Por ser ecumênico vem sem assinatura, sem marca.

Encomende o banner e exponha em sua empresa, em sua co-munidade, distribua aos seus clientes, amigos e parentes.

Participe e ajude a divugar a Campanha de Natal.

Pedidos pelo fones (51)3225.0112, c/ Luiza; 32245011, c/ Dª Vera, com custo de R$30,00 a unidade.

Fotos: Wagner Cecatto

Page 2: Revista O Dirigente Cristão

O Dirigente CristãoÓrgão Informativo da Associação de Dirigentes Cristãos

de Empresa do Rio Grande do Sul (ADCE-RS)Filiada à ADCE/UNIAPAC/Brasil

PresidenteAntonio D’AmicoVice Presidente

Antonio PiresClodoaldo Silveira

Assessoria DoutrináriaPe. Federico Juarez - Pastor Carlos Dreher

Monsenhor Urbano ZillesEditor In Memoriam

Fulvio de Silveira BastosRenato Cardoso

SedeCentro Arquidiocesano de Pastoral

Praça Monsenhor Emílio Lotterman 96, conj 12Bairro Floresta CEP 90560-050 Porto Alegre/RS

Fones (51) 3332.0811Fax: (51) 3222.8997

e-mail: [email protected] Diretor

José Antonio Célia (Porto Alegre)Carlos Egídio Lehnen (Porto Alegre)

Luceval Delazzeri - Serra (Caxias do Sul)Fátima de Carvalho - Serra (Caxias do Sul)

Sergio Ricci - Planalto Médio (Passo Fundo)Ubiratan Oro - Planalto Médio (P. Fundo)

Vicente Borin (Santa Maria)Luiz Fernandes da R. Pohlmann (Santa Maria)

Gilmar V. Lazzari - Vale do Rio Pardo (Sta. C. do Sul)Paulo Bohn - Vale do Rio Pardo (Sta. C. do Sul)

ComissõesAlecio Ughini - Baptista Celiberto

Carlos Egídio Lehnen - Cláudio O. KoehlerFrancisco Moesch - Gilberto Lehnen

José Antonio Célia - José Juarez Pereira Luiz Arthur Giacobbo - Ricardo Jakubowski

Rita Campos Daudt - Sergio Kaminski

Edição:

Rua Jerusalém, 415 - CEP 91420-440 - Porto Alegre/RSFone: (51) 3392.0055Editor: Carlos Damo

Reportagem e Diagramação: Cíntia Machado DRT/RS 14080

[email protected]

Tiragem 3500 exemplaresCirculação Bimestral - Distribuição Gratuita

É permitida a reprodução total ou parcial das matérias aqui publicadas, desde que conservada a forma e

citados a fonte e o autor. As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores.

Orientação Cristã para a Eleição 2010

A ADCE/RS - Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa e o

GEELPA – Grupo de Empreendedores Evangélico Luteranos de Porto

Alegre convocam aos cidadãos responsáveis da sociedade para que

valorizem seu voto, escolhendo e votando em candidatos firmemen-

te comprometidos com a defesa dos princípios éticos e cristãos, de

acordo com critérios de escolha e discernimento comprometidos

com o Evangelho, como são:

1. O primeiro critério para votar em um candidato é que ele

propugne pela defesa da dignidade da Pessoa Humana e da Vida

em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu

fim natural com a morte. Que rejeitem veementemente toda forma

de violência, de exploração e mercado de menores, de eutanásia e

de manipulação genética indevida, que se oponham ao aborto e que

busquem superar a “miopia egocêntrica” imperante na sociedade,

que impede uma justa distribuição do progresso e da renda a todos

os seus membros.

2. O segundo critério é o da defesa da Família na qual a pes-

soa cresce e se realiza. Devem ser votados aqueles candidatos que

incentivam, com propostas concretas, o desenvolvimento da família

segundo o plano de Deus. Opõem-se, assim, à legalização da prosti-

tuição, das drogas e ao tráfico de mulheres e de crianças.

3. O terceiro critério é o da liberdade de Educação, pela qual

os pais têm o direito de educar os filhos segundo a visão de vida

que eles julguem mais adequada. Isso comporta uma luta pela

qualidade da escola pública e pela defesa da escola particular, de-

fendendo o ensino religioso confessional e plural, de acordo com o

princípio constitucional da liberdade religiosa.

4. O quarto critério é o princípio da solidariedade, segundo o

qual o Estado e as famílias devem ter uma particular atenção prefe-

rencial pelos pobres, àqueles que são excluídos e marginalizados.

5. O quinto critério é o princípio de subsidiariedade, ou seja,

que haja autonomia e ação direta participativa dos grupos, associa-

ções e famílias fazendo o que podem realizar, sem interferências ou

intromissões indevidas do Estado.

6. Enfim, diante de uma situação de agressividade e violência

generalizados, os candidatos devem, de forma concreta e decidida,

comprometer-se na construção de uma Cultura da Paz e da Tolerân-

cia. Como entidades cristãs que são, expressam com veemência sua

inconformidade com a violação dos princípios éticos e de dignidade

humana. E ética será sempre uma questão de prudência, de bom

senso, e de sabedoria.

Porto Alegre, 24 de setembro de 2010

Antônio D’Amico Pres. ADCE/RS

Tito Livio GoronPres. GEELPA

Page 3: Revista O Dirigente Cristão

Novas relações de trabalhoErmes Pedrassani fala sobre a necessidade de mudanças na constituição trabalhista

[O Dirigente Cristão] [3]

O ex-ministro Ermes Pedro Pedrassani, presidente do Supe-rior Tribunal do Trabalho (TST) entre 1996 e 1998, fez sua pales-tra de modo um pouco diferente do convencional quando partici-pou do Papo Amigo ADCE em 15 de setembro. A conversa aconte-ceu a partir de perguntas elabora-das pelos adeceanos. O tema prin-cipal do encontro foi as atuais formas de relações existentes no mercado de trabalho no Brasil.

“O Brasil é muito limitado nesse sentido, precisamos flexi-bilizar as relações de trabalho. Precisamos nos atualizar sempre porque o trabalho se dá na produ-ção e o processo de produção não

é estático, é dinâmico. É graças à flexibilidade das relações que é possível a adaptação às ferramen-tas modernas”, defende.

Sobre a legislação trabalhista vigente no país, o ex-ministro concorda com a corrente que a considera ultrapassada e cita o exemplo da União Européia, que está realizando estudos para no-vas atualizações de sua legislação de trabalho buscando prever, até

“Não esperem modificações que possam contribuir posi-tivamente para a legislação trabalhista brasileira”

mesmo, as necessidades futuras, para daqui a 10, 20 anos.

Atualmente é comum que funcionários precisem registrar firma e emitir nota para as em-presas às quais trabalham, invés de serem contratados conforme os parâmetros definidos pela CLT. Pedrassani explica que o Congresso Brasileiro já votou lei legitimando esse tipo de procedi-mento, mas a mesma foi vetada. Sobre a tendência a terceirização, lembra que os dirigentes sindicais são contrários. O ex-ministro aponta ainda outros aspectos deficientes como a grande quan-tidade de sindicatos trabalhistas existentes que são mantidos pela contribuição sindical e a destina-ção de recursos do INSS a pesso-as que nunca contribuíram com o mesmo. Dessa forma, Pedrassani não vê grandes possibilidades de mudanças positivas na legislação

trabalhista. Para ele, mais urgente ainda é a reforma tributária.

Ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Er-mes Pedrassani

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[4] [O Dirigente Cristão]

Jubileu de prataA ADCE-Serra comemorou seus 25 anos de existência em jantar

Há duas décadas e meia foi fundada a ADCE-Serra. De ani-versário em outubro, a regional organizou uma programação co-memorativa para o ano de 2010. O evento principal foi o jantar realizado em 11 de setembro, na

Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul.

As comemorações tiveram início com uma missa de Ação de Graças, celebrada na igreja do Seminário Nossa Senhora Apa-recida. A seguir, os convidados

foram recepcionados no restau-rante SICA, na CIC-Caxias.

Alguns personagens impor-tantes da história da ADCE rece-beram homenagens nessa noite: oito religiosos e 31 adeceanos. Dentre eles: Antônio D'Amico,

Abaixo: presidente da ADCE-RS, Antônio

D’Amico, recebe home-nagem da presidente da

ADCE-Serra, Fátima de Carvalho, nos 25 anos da

regional. À direita: religio-sos são homenageados. À

direita, abaixo: adeceanos recebem homenagem no

aniversário de 25 anos da ADCE-Serra

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[O Dirigente Cristão] [5]

grande incentivador e apoiador da fundação da entidade.

A presidente da ADCE-Serra, Fátima de Carvalho, cita como uma das maiores conquistas da regional, a parceria estabelecida entre ADCE e UCS, desde 2008, para oferecer aos universitários e à comunidade em geral a discipli-na Empreendedorismo Cristão.

Em torno de 300 pessoas com-pareceram ao evento, que contou com a presença de importantes autoridades, como o prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori, o ex-governador do RS, Germano Rigotto, o presidente da ADCE-RS, Antônio D´Amico e o pre-sidente da ADCE-Passo Fundo, Ubiratan Oro.

Celebração da Missa de Ação de Graças no Seminário Nossa Senhora Aparecida

Frei Aldo Colombo, Diretor Espiritual Olivir Hilário Viezzer, fundador

Fátima com Germano Rigotto

“A presença do público abrilhantou o evento e re-forçou o reconhecimento aos homenageados”, Fáti-ma de Carvalho

Fátima de Carvalho com o prefeito José Ivo Sartori e a primeira dama de Caxias do Sul

Page 6: Revista O Dirigente Cristão

[6] [O Dirigente Cristão]

Ambiente em equilíbrioA gestão ambiental é uma necessidade do ponto de vista econômico e social

No estágio em que o desenvol-vimento do planeta está, surge a demanda por um gerenciamento do uso dos recursos naturais e da influência da ação humana nos mesmos. O vereador e Ex-Secretário do Meio Ambiente de Porto Alegre, Beto Moesch, faz um alerta para a necessidade da gestão ambiental como forma de viabilizar o crescimento econômi-co e a justiça social tanto no setor público, quanto no privado.

Moesch lembra que 70% da água que abastece a população brasileira vêm da Mata Atlântica, entretanto, a maior parte dela foi destruída. No RS restam apenas 7%, o que indica a necessidade de preservação. Um hectare de Mata Atlântica produz mais de um milhão de litros de água por ano. É uma questão de sobrevi-vência.

“Com a gestão ambiental nós temos solução. Sem a gestão am-biental, não”, declara. A gestão ambiental, conforme explica Moesch, não altera a economia, mas agrega. Na área de constru-ção, por exemplo, se invés de os envolvidos deixarem os resíduos jogados no meio ambiente, reci-clarem os mesmos, os métodos do trabalho continuarão iguais, mas a reciclagem trará benefícios: em-pregará mais pessoas e não preju-dicará o meio ambiente.

Sem gestãoDe acordo com dados da Uni-

versidade de São Paulo (USP), a poluição do ar custa R$ 14,00 por segundo em gastos com saúde e causa a morte de, em média, 31 pessoas acima dos 40 anos, por dia, nas principais capitais brasi-leiras.

O crescimento desordenado das cidades e a falta de planeja-mento ambiental no desenvolvi-

mento econômico têm causado, nos últimos anos, catástrofes que tiraram a vida de grande número de pessoas. É o caso, por exem-plo, dos deslizamentos de terras em Santa Catarina, em 2008 e no Rio de Janeiro, em 2010.

Outros acidentes que tiraram vidas e marcaram a história fo-ram o vazamento de gases letais, em Bophal, na Índia, em 1984 e o desabamento de um shopping em Osasco, em 1996. Esse último foi causado pelo gás, proveniente de lixões desativados, acumulado entre o solo e o piso.

“Finalmente está se fazendo algo, pois em função das catás-trofes, estamos nos dando conta de que o desequilíbrio coloca em risco também o ser humano. A gestão ambiental serve para evi-tar tudo isso”, alerta Moesch.

Com gestãoMoesch indica alguns exem-

plos de resultados da gestão am-biental no RS. Conta que Porto Alegre é a única cidade do país que não tem nenhum passivo

“Não há crescimento eco-nômico sem cuidar do meio ambiente e não tem como cuidar do meio ambiente sem crescimento econômico.”

Beto MoeschAdvogado, ambientalista e vereador, Moesch já ocupou o cargo de Secretário Muni-cipal do Meio Ambiente em Porto Alegre.

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com energia elétrica e da venda de material reciclável; também a otimização de energia e a destina-ção adequada dos resíduos contri-buem com o equilíbrio ambiental e, além disso, há o benefício social, pois com essas medidas o salário dos funcionários aumenta.

“A gestão ambiental traz lucros, além de beneficiar o am-biente. Os métodos sustentáveis deveriam ser ensinados a socieda-de, da mesma forma como temos de aprender a dirigir”, defende.

[O Dirigente Cristão] [7]

ambiental nos postos de gasolina. Segundo, o vereador, apenas um posto chegou a retirar duas mil toneladas de solo contaminado debaixo de sua estrutura.

Em Cachoeirinha encontra-se outro projeto exemplar, o Shop-ping do Vale. O prédio possui automação do sistema de refrige-ração, resfriamento da cobertura e gerenciamento de resíduos. Essas medidas trazem benefício econômico para o empreendimen-to através de gastos mais baixos

“Devastamos mais da me-tade de nosso País pensando

que era preciso deixar a natureza para entrar na história: mas eis que esta

última, com sua costumeira predileção pela ironia, exige-

nos agora como passaporte justamente a natureza.”

Eduardo Viveiros de Castro, Antropólogo

Instituto Socioambiental

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[8] [O Dirigente Cristão]

O bem comum e os tributosJosé Nosvitz apresenta sua visão do Sistema Tributário a partir do bem comum

O estado apropria-se da ri-queza gerada pela sociedade para viabilizar o bem comum. Essa deveria ser a finalidade da tribu-tação, na visão do professor José Nosvitz. Ele lembra alguns aspec-tos da boa tributação citados por Adam Smith, o pai da economia, em sua obra clássica, A riqueza das nações, de 1776: justiça, sim-plicidade e neutralidade.

“A busca do bem comum é exatamente isso: justa, quando todos, do mais pobre ao mais rico contribuem em proporção direta ao que tem condições, entretan-

to, hoje não é assim, porque as pessoas mais pobres são propor-cionalmente mais tributadas”, coloca.

Um sistema mais claroO professor explica que mais

de 60% da arrecadação é feita no momento em que um cidadão adquire um bem. Cerca de 40% do preço final de um refrigerador, por exemplo, é tributo. No que diz respeito a remédios, boa parte do valor é composta por impostos também. “Quando o cidadão não tem como comprar remédio, o

estado dá. Bondade? Não preci-samos de bondade, precisamos de justiça. Na maior parte dos casos não sabemos quanto do percentu-al é tributo”, defende Nosvitz.

A simplicidade num sistema tributário faz com que fique mais fácil e barato para o contribuinte calcular e pagar quanto deve e,

“No momento em que o es-tado tributa, ele tira de nós a capacidade de escolher o que posso fazer com aquele dinheiro.”

José NosvitzGraduado em direito e em eco-nomia, além de mestre, também em economia, pela Universi-dade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Nosvitz atua na Faculdade Salesiana Dom Bosco, onde é Coordenador do Curso de Direito e Professor do Curso de Administração. Leciona também na Faculdade Decision - Fundação Getúlio Vargas, de Porto Alegre.

Possui experiência em Di-reito Econômico. Sua atuação nessa área envolve, principal-mente temas como regulação, direito, desenvolvimento e pri-vatização.

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[O Dirigente Cristão] [9]

por outro lado, mais fácil para o estado fiscalizar a arrecadação. Um sistema que não é simples implica em mais custos, conforme explica o professor, pois se torna necessário contratar mais gente para administrar a tributação. Segundo Nosvitz, as empresas gastam mais de 2% do fatura-mento, em média, para manter as obrigações tributárias em dia.

“O sistema tributário não de-veria influenciar na economia, mas isso acontece. As condições atuais para tributação são causa de fatores como a informalidade e a sonegação, ou seja, o estado

acaba incentivando a ilegalida-de”, explica.

Por outro lado, os altos per-centuais arrecadados também estão ligados a interesses. “Quan-to mais dinheiro um governante tiver, mais prestígio ele tem”, lembra Nosvitz, trazendo alguns dados. Em 2009 o estado arreca-dou R$ 1,09 trilhões ou 35,02% do PIB. Segundo cálculos do Ins-tituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), aproximada-mente 30% do que é arrecadado se “perde” com corrupção, obras inacabadas, entre outros.

Como resolver“Falar de reforma tributária é

falar de bem comum. Se o estado só quer arrecadar mais e mais, isso precisa ser mudado. Claro que não devemos acabar com os tributos, o estado precisa deles”,

“Essa obrigação tra-vestida de bem comum hoje, nesse país, é uma falácia.”

esclarece. O professor lembra que esse é um tema que exige reflexão e debate político.

Para Nosvitz, a solução con-siste em dois pontos. O primeiro seria estabelecer limites para a carga tributária total. Sugere uma meta de 25% do PIB para médio prazo. Nos países latino-americanos a média é de 18%, entretanto, no Brasil algumas coi-sas funcionam melhor do que no restante da América Latina.

Uma vez atingida a meta, a segunda medida seria estabelecer uma norma que só permitisse o aumento na carga tributária se esse estivesse vinculado ao cresci-mento real do país. “Essa norma obrigaria os governos a gerir me-lhor a coisa pública e se orientar pelos objetivos da sociedade: crescimento e desenvolvimento”, defende.

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[10] [O Dirigente Cristão]

A força do empreendedorismoA Girando Sol nasceu com uma pessoa e hoje tem mais de 380 funcionários

A empresa de produtos de limpeza Girando Sol teve início de forma casual e inusitada, con-forme o seu proprietário, Gilmar José Borscheid, contou aos adece-anos no Papo Amigo.

Logo após ficar desemprega-do em decorrência da falência da empresa de calçados em que trabalhava, Borscheid inspirou-se

em um amaciante caseiro que sua mãe fazia. O cheiro chamou-lhe muito a atenção e a partir daí en-trou em contato com profissionais da área de química, com os quais tinha contato na fábrica de calça-dos e pediu indicação de alguém que pudesse elaborar a fórmula para um amaciante industrial.

“Comecei fazendo 10 caixi-nhas de amaciante azul por dia e só voltava para casa quando tinha vendido todos”, conta. Nessa época sua esposa ficou doente e, tendo de conciliar o sustento da família, os cuidados com a mu-lher e a administração do novo

negócio, pediu ajuda aos parentes para desenvolver o trabalho. Des-se auxílio, criou-se um sistema de trabalho com os irmãos: um produzia, outro vendia e ele ad-ministrava.

O negócio foi aumentando. “Nos transferimos de um pe-queno galpão para um prédio maior no centro da cidade. Mais parentes foram entrando no ne-gócio. Ampliamos para SC, PR e exportação. Contratamos por de-finitivo um responsável químico e passamos a participar de feiras’”, lembra Borscheid.

Em 1996, a equipe percebeu a necessidade de profissionalização e realizou um treinamento com o SEBRAE, além de aulas com um professor de economia. “Com a implantação do projeto, abrimos a nossa mente e vimos que não bastava ter vontade. O conheci-

mento e a in-formação são tão importan-tes quanto”, declara.

Hoje a em-presa já con-quistou inúme-ros prêmios. No que diz respeito a res-ponsabilidade social, auxilia 29 instituições.

ValoresA forte base familiar marca o negócio e a vida em família. Borscheid conta que passou todos os seus natais em fa-mília e que os irmãos sempre trabalharam juntos. A valo-rização da equipe de traba-lho é outra marca forte da empresa, por essa razão, as conquistas atingidas sempre foram comemoradas.

“Temos o quinto amaciante de roupas mais vendido do Brasil, mesmo atuando ape-nas na Região Sul”

Galpão onde a empresa iniciou sua história

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Carta às Comunidades Católicas e Luteranas

De 21 a 23 de setembro de 2010, na Casa Matriz das Diaconisas (São Leopoldo, RS), realizamos em conjunto – a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – o Seminário de Estudos “Por uma Eclesiologia Ecumênica”. À luz deste tema central, refleti-mos sobre: Identidade e mandato das Igrejas; Autocompreensão da Igreja e sua relação com o plu-ralismo social e religioso; A dimensão ecumênica a serviço da missão de Deus; Eclesiologia ecumênica – Possibilidades e limites. O Seminário foi promovido e coordenado pela Comissão de Diálogo Bilate-ral Católico-Luterano.

O evento contou com a presença de 30 participantes, entre pastores, padres, bispos, pastores sinodais, um estudante de teologia e uma representante do Movimento dos Focolares. Em clima de estima e oração, partilhamos momentos de fraterna comunhão, conforme o pedido de Jesus ao Pai por todos nós: “Que sejam um, para que o mundo creia” (Jo 17,22-23). Desta graça somos convictos e dela damos testemunho.

Nosso empenho pela unidade através do diálogo ecumênico é essencial para nossas Igrejas, sinal de graça e responsabilidade que o próprio Cristo nos confia. Num mundo marcado por divisões e sec-tarismos, queremos ser instrumentos de reconciliação para os homens e as mulheres de nosso tem-po, a começar entre nós mesmos, católicos e luteranos.

Cremos que Deus Triúno é fonte e modelo de unidade na diversidade da Igreja, renovando em nós a disposição para o encontro, o diálogo e a mútua edificação.

Cremos que o Batismo nos une como membros vivos do Corpo de Cristo.Cremos que o ecumenismo é dimensão constitutiva do ser e agir de nossas Igrejas. Cremos que o ministério na Igreja é, acima de tudo, serviço de reconciliação e comunhão.Neste Seminário constatamos o quanto a Palavra de Deus articula intimamente a unidade da Igre-

ja e a eficácia da evangelização: a unidade é caminho de missão; a missão é caminho de unidade. É “para que o mundo creia” que o Senhor nos chama “a ser um” (cf. Jo 17,21-23). Lado a lado, unidade e missão constituem nossa vocação enquanto Igreja de Cristo. Quanto mais próximos estivermos, mais eficaz será o nosso testemunho: “Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos” (Jo 13,35).

Com esta esperança e em fidelidade ao Evangelho, nos colocamos a serviço de todos vocês e os incentivamos a intensificar a convivência, a estima e a cooperação, como católicos e luteranos, irmãs e irmãos no Senhor. Propomos algumas perspectivas que resultaram deste nosso Seminário conjunto:

• Fortalecer na convivência das comunidades católicas e luteranas a opção ecumênica que nos-sas Igrejas assumiram oficialmente.

• Aprimorar nossa formação ecumênica, em vista da missão, nos diversos níveis de animação e organização pastoral.

• Apoiar os organismos ecumênicos dos quais nossas Igrejas participam, assumindo com mais firmeza os seus projetos.

• Favorecer a convivência, o conhecimento mútuo e o testemunho comum da fé entre católicos e luteranos, valorizando a rica história de diálogo de nossas Igrejas.

• Incrementar nossa cooperação em projetos comuns, de âmbito nacional, regional e local, como: semana de oração pela unidade dos cristãos, formação de obreiros/agentes de pastoral, cursos bíblicos, semanas teológicas comuns, intercâmbios de professores, espiritualidade, diaconia e outros.

Que o Espírito Santo inflame em nós o desejo pela unidade de todos os cristãos em uma só fé, uma só esperança, uma só missão.

Dom Remídio José Bohn Pastor Sinodal Manfredo SiegleBispo Auxiliar de Porto Alegre Sínodo Norte Catarinense

Coordenadores da Comissão Bilateral de Diálogo Católico-Luterano

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