rronline - edição 995

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Rudge Ramos Escola de Esportes da Metodista já ajudou na formação de 15 mil crianças www.rronline.com.br [email protected] SÃO BERNARDO DO CAMPO 4 DE 15 A 27 DE MARÇO DE 2013 4 ANO 32 4 995 JORNAL DA CIDADE 420 ANOS Projeto integra trabalhos de inclusão social com atividades esportivas de handebol e basquete, além de estimular a visitação de museus e ao zoológico. Pág. 15 4RADICAL Banda faz show em São Bernardo no domingo (24) 4MÊS DA MULHER Pág. 14 DIVULGAÇÃO Taxista pode negociar taxa de 30% com cliente 4 ENTRE CIDADES Pág. 3 Produção de doces artesanais eleva o orçamento familiar 4 ECONOMIA Págs. 4 e 5 Cidade estimula a pratica de atividades esportivas como skate, wakeboard (foto) e rapel. Págs. 10 e 11 THIAGO PASSARO/RRJ DIVULGAÇÃO PAULA MAIQUEZ/RRJ

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Page 1: RROnline - Edição 995

Rudge Ramos

Escola de Esportesda Metodista já ajudou na formaçãode 15 mil crianças

[email protected] São Bernardo do Campo 4 de 15 a 27 de março de 2013 4 ano 32 4 Nº 995

JORNALDA CIDADE

420 ANOS

Projeto integra trabalhos de inclusão social com atividades esportivas de handebol e basquete, além de estimular a visitação de museus e ao zoológico. Pág. 15

4RADICAL

Banda faz show em São Bernardo no domingo (24)

4MÊS DA MULHER

Pág. 14

DIV

ULG

ÃO

Taxista podenegociar taxa de 30% com cliente

4 ENTRE CIDADES

Pág. 3

Produção de doces artesanais eleva oorçamento familiar

4 ECONOMIA

Págs. 4 e 5

Cidade estimula a pratica de atividades esportivas como skate, wakeboard (foto) e rapel. Págs. 10 e 11

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DIVULGAÇÃO

PAULA MAIQUEZ/RRJ

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De 15 a 27 de Março de 2013POLÍTICA2 - Rudge Ramos Jornal

CONSELHO DIRETOR - Stanley da Silva Moraes - Presidente, Nel-son Custodio Ferr

– Vice - Presidente, Osvaldo Elias de Almeida- Se-cretário, Aureo Lidio Moreira Ribeiro, Kátia Santos, Augusto Campos de Rezende, Marcos Sptizer, Ade-mir Aires Clavel, Paulo Roberto Lima Bruhn, Oscar Francisco Alves, Regina Magna Araujo - Suplente, Valdecir Barreros - Suplente.

REITORIA - Reitor - Marcio de Moraes, Pró--Reitora de Graduação - Vera Lúcia G. Stivaletti, Pró-Reitor de Pós-Grad. e Pesquisa - Fábio Botelho

JosgrilbergDIRETORES - Sérgio Roschel (Diretor de Finan-

ças e Controladoria), Daví Nelson Betts (Diretor de Tecnologia e Informação), Paulo Roberto Salles Garcia (Diretor de Comunicação e Marketing), Débora Castanha (Diretora do Ensino Básico), Carlos Eduardo Santi (Faculdade de Exatas e Tecnologia), Jung Mo Sung (Faculdade de Huma-nidades e Direito), Fulvio Cristofoli (Faculdade de Gestão e Serviços), Luiz Silvério Silva (Faculdade de Administração e Economia), Paulo Rogério Tarsitano (Faculdade de Comunicação), Rogério Gentil Bellot (Faculdade de Saúde) e Paulo Rober-to Garcia (Faculdade de Teologia).

COMUNICAÇÃO - Paulo Salles (Diretor).

EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); Assistente de Fotografia - Mariste-la Caretta (MTb 64.183).

Equipe de Redação: Caio dos Reis, Christiane Oliveira, Deise Almeida, Felipe Calbo, Fernanda Ferreira, Gabriela Brito, Guilherme Monfardini, Maria Paula Vieira, Mariana Matos, Natália Petrosky, Nicole Ongarato, Raíssa Mokarzel, Raphael Andrade, Renato Fontes, Vitor Jaqueto, Yara Ferraz e alunos do 5º e 6º semestres de Jornalismo.

Produção de Fotolito e Impressão:

DIRETOR - Paulo Rogério Tarsitano COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707);

[email protected]

JORNAL

Rudge RamosRua do Sacramento, 230 - Ed. Delta - Sala 141 - Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos - São Bernardo - CEP: 09640-000

RUDGE RAMOS JORNAL - PUBLICAÇÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA FAC

FERNANDA FERREIRATHIAGO PÁSSARO

q A Câmara de São Bernar-do aprovou nesta quarta-feira (13) a lei que regulamenta os procedimentos que serão ado-tados pela prefeitura para a retomada das unidades habita-cionais que estão sendo comer-cializadas de forma irregular. Parte dos beneficiários do pro-grama está locando, vendendo ou cedendo o imóvel que é de propriedade da prefeitura.

O cadastro de relação fami-liar realizado pela Secretaria de Habitação de São Bernardo aponta que 50 moradias, das 3.280 entregues pela Admi-nistração, desde 2009, estão irregulares. Os munícipes que forem suspeitos da fraude serão notificados e vão ter prazo para comprovar a condição legal. Os que não conseguirem com-provar deverão sair do imóvel e, caso resistam, serão deso-cupados pela prefeitura. Os moradores podem ainda sofrer processo criminal.

Outra consequência para quem comercializar a moradia é não ser mais atendido nos pro-gramas habitacionais públicos, tanto municipais, estaduais, como federais. Os imóveis reto-mados serão devolvidos à pre-feitura e destinados às famílias atendidas pelo Renda Abrigo (programa de aluguel social do município), que estão em áreas de risco ou em moradias precárias.

“A gente tem que proteger essas habitações que são de interesse social, pois são cons-truídas com o dinheiro da popu-

Vereadores aprovamretomada de moradiaspúblicas em S. Bernardo

3 NOVA CÂMARA

As sessões da Câmara voltaram a ser realizadas no Paço Municipal. O documento de aprovação que autoriza as sessões no local saiu nesta terça (12), por meio da prefeitura, com base nas vistorias feitas pelo Corpo de Bombeiros no prédio. O alvará é provisório e tem dura-ção de um ano. Confira mais informações em: http://migre.me/dFTha

lação, destinadas para pessoas que realmente necessitam, e não para comércio. Senão, não teria sentido o esforço do município de tirar pessoas de área de risco para levá-los a esses imóveis.

Esperamos que a população entenda que o nosso objetivo é a proteção das pessoas em mo-radias irregulares”, disse o ve-reador Antônio Cabrera (PSB).

Durante o processo de vo-

tação da lei, foram adicionadas duas emendas para compor o regulamento, de autoria do vereador José Cloves (PT). “Acrescentamos que, além do permissionário, a família tam-bém faz parte do apartamento”, disse o parlamentar.

A segunda emenda pede ao Executivo que seja divulgado à população os documentos que fazem parte da lei, como termos de permissão de uso e contra-tos. “Hoje, já é feito assim, mas queremos que faça parte da lei para ficar mais completo possí-vel”, contou Cloves.

As famílias beneficiadas pelo programa de habitação participam de reuniões com técnicos da prefeitu-ra, que explicam as regras de não comercialização. Além disso, os morado-res assinam um Termo de Permissão de Uso das unidades antes de entrar no apartamento.

“Esse projeto de lei é para dar suporte ao pre-feito, porque ele inclui as secretarias responsáveis para tratar do assunto, que são as de Assistên-cia Social, a de Serviço Urbano, a própria de Ha-bitação e a de Segurança Urbana. Dessa forma, você cria um instrumento jurídico para você agir”, disse o líder do governo, Zé Ferreira (PT).

Nenhum munícipe ou associação de moradores compareceram a Câmara para reivindicar. g

Rudge RamosOnline

ENTRETENIMENTO

Receitas criativas ajudam a evitar desperdício de alimentos http://migre.me/dFOUJ CIDADES

Santo André vai construir Estação de Tratamento de Águahttp://migre.me/dFOZn

EDUCAÇÃO

Munícipes de São Bernar-do reivindicam melhorias na educaçãohttp://migre.me/dFPk5

ESPORTE

Ailton Silva é o novo técni-co do Azulãohttp://migre.me/dFPIb

SAÚDE

Entenda os riscos e com-bata o sedentarismohttp://migre.me/dFPp0

COMPORTAMENTO

Popularidade do tênis cai com o passar dos anoshttp://migre.me/dFP5n

ACESSE

PAULA MAIQUEZ/RRJ

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De 15 a 27 de Março de 2013 REGIÃO Rudge Ramos Jornal - 3

FOTOS: THIAGO PÁSSARO/RRJDEISE ALMEIDATHIAGO PÁSSARO

q A taxa que o taxista acrescenta no valor da corrida quando leva um passageiro de uma cidade para a outra, no ABC, não é obrigatória. O valor de 30% que é cobrado na região pode ser negociado com o taxista, ou mesmo não ser cobrado. Na prática, o usuário pode “pechinchar” o valor da corrida.

O presidente do Sinditaxi da região, Odemar Ferreira, explica o motivo da cobrança dessa taxa. “A tarifa que você cobra no táxi é municipal. Ela vale para você fazer o serviço dentro da cidade. A obrigação do motorista é explicar para o cliente que, se leva a outra cidade, ele vai ter que voltar vazio. Essa taxa é chamada de taxa de retorno, mas no ABC é uso e costume, não é lei.”

Para o taxista de São Ber-nardo Valdenício Pereira, a taxa de 30% é justa, mas pode ser negociada. Isso depende do local onde o cliente pega o táxi. Alguns bairros ficam mais distantes do centro, do que do município vizinho, por exemplo. “O próprio usuário do táxi sabe que é um absurdo cobrar uma tarifa só porque vai percorrer uma distância curta. Isso varia de taxista para taxista”, afirmou. “Se você está na divisa, é diferente de você querer atravessar a cidade. Tudo isso é combinado, porque é uma tarifa que não está na lei”, finalizou.

Na cidade de São Paulo, a taxa, que é de 50%, é prevista por lei, e deve ser cobrada mesmo que a distância entre um município e outro seja pequena.

Além dessa diferença, os usuários de táxis das cidades do ABC encontram uma tarifa menor do que a cobrada nos veículos na capital. Na região, todas as cidades possuem a mesma tarifa. A bandeirada (valor que o taxista cobra quan-

do chega ao local de embarque do passageiro) é de R$ 4. A ban-deira 1, que vai das 6h às 18h, fica em R$ 2,25 por quilômetro rodado. Já na bandeira 2, das 18h às 6h, o valor é de R$ 2,75 a cada quilômetro.

Na cidade de São Paulo, desde janeiro de 2011, a tarifa é mais alta do que no ABC. Na capital, a bandeirada é de R$ 4,10, e as bandeiras 1 e 2 nos valores de R$ 2,50 e R$ 3,25, respectivamente. Os horários das bandeiras também são di-ferentes, já que no município o

horário da bandeira 1 é das 6h às 20h, de segunda a sábado. No domingo é cobrado o preço da bandeira 2 o dia todo.

REAJUSTE DA TARIFASegundo o presidente do

sindicato, a região e a capital têm diferentes formas de rea-juste da tarifa do táxi. “No ABC, por exemplo, nos últimos dois, três anos, o reajuste da tarifa sempre tem seguido a inflação”, explicou Pereira.

Já no caso de São Paulo, de acordo com o presidente,

a cidade conta com uma planilha que calcula os gastos e uma média de corridas. A partir disso, o preço é reajustado.

COOPERADO X

PARTICULAROs taxistas podem traba-

lhar independentemente ou por meio de uma cooperativa. Pereira presta serviços para a ABC Rádio Táxi e acredita que faz mais corridas do que um profissional autônomo.

“O táxi particular pode ficar parado no ponto entre uma hora e uma hora e meia. Como eu dependo da chamada, a cada 30, 20 ou até 15 minutos eu saio. O cooperado leva mais cliente, por causa da central, principalmente”, declarou.

O taxista explicou que paga, mensalmente, cerca de R$ 900 à cooperativa, devido ao rateio de gastos, mas que o valor das corridas ficam todas para ele.

Além do benefício de fazer mais corridas por conta da central, Pereira acredita que fazer parte de uma coopera-tiva é melhor para o profis-sional.

“O taxista cooperado tem vantagem pelo plano de saú-de. Eu, por exemplo, tenho 63 anos. Eu não encontro um plano por menos de R$ 1.000. Na cooperativa, eu pago R$ 525 e minha mulher ainda é dependente. A grande vanta-gem está nos benefícios”.

Alzemiro Morgado atua há 43 anos como taxista. O profis-sional já prefere trabalhar de forma independente. “Eu não gosto de ficar esquentando a cabeça de ficar ouvindo rádio.

Se eu tenho que ir no ban-co, por exemplo, eu vou. Eu não tenho mais idade para ter complicação. Nem a maquinha de cobrar eu não quero”. g

Taxa adicionalcobrada por taxista pode ser negociada

DIADEMA

17024 PONTOS DE TÁXI

TAXISTAS EM NÚMEROS

MAUÁ

13319 PONTOS DE TÁXI

SÃO BERNARDO

35868 PONTOS DE TÁXI

SÃO CAETANO

31234 PONTOS DE TÁXI

Fonte: Prefeituras de cada cidade

Alzemiro Morgado acredita que tra-balhar de forma independente, sem estar ligado a uma cooperativa, é mais vantajoso para o taxista

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De 15 a 27 de Março de 2013REGIÃO4 - Rudge Ramos Jornal

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Sonho da casa própria pode CHRISTIANE OLIVEIRA

q Comprar um imóvel na planta exige cuidado e atenção para evitar que o sonho da casa própria se transforme em pesa-delo. No último levantamento do Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consu-midor) houve um aumento de 35,4% nas reclamações dos novos empreendimentos nos últimos dois anos. Dentre as 5.100 queixas, 125 referiam--se a rescisão de contrato por atraso na entrega de imóvel e 1.811, por não cumprimento das cláusulas do contrato.

De acordo com dados da Tapai Advogados Associados, escritório especializado em li-dar com problemas de atraso de obras, houve um aumento de 487% em quebras de contrato por atraso na entrega de imóvel em dois anos.

Segundo Marcelo Tapai, 43, atualmente o escritório move 1.100 ações contra construto-ras. “De dois anos para cá as pessoas têm desistido mais do

imóvel, basicamente por conta de atrasos.”

A administradora, Lirica Paula Vieira, 25, comprou um imóvel na planta em Santo André, em 2011. No contrato, a entrega do apartamento es-tava marcada para outubro do ano passado.

Já se passaram quatro me-ses de atraso e Lirica e o noivo tiveram que adiar um dos momentos mais importantes da vida deles: o casamento. “A nossa intenção era ter casado no final do ano passado, mas como a gente começou a ver que as obras estavam atrasadas, a gente decidiu esperar a entre-ga”, comentou.

Por conta disso, Lirica tam-bém deixou para pensar na mobília agora, quando as obras estão quase terminadas. “Eu deixei de comprar tudo porque eu não tinha onde guardar, na

casa dos meus pais não tem possibilidade alguma.”

Lirica não tentou nenhum acordo com a construtora e nem pretende entrar na Jus-tiça, mas afirmou que não confia mais nesse tipo de ne-gócio. “É muito difícil comprar um imóvel na planta, porque você não sabe o que você está comprando.”

Outro caso de atraso na entrega é o da manicure Thaísa Prado, 42. Ela esperou um ano para receber o imóvel que com-prou em Santo André. “Tivemos que ficar mais um ano pagando aluguel. E não tínhamos a cer-teza de quando poderíamos nos mudar. Cada hora eles falavam uma data”, disse Thaísa.

“E, ainda por cima, só de-pois de oito meses é que a construtora começou a pagar a multa”, relatou a manicure.

“O que as construtoras

apostam muito é que poucas pessoas vão buscar os seus direitos”, afirmou Tapai. De acordo com ele, de 100% das pessoas prejudicadas, de 3% a 4% vão buscar algum tipo de indenização. “Os outros 96% acabam deixando para lá. As pessoas ainda têm medo de procurar o Judiciário por-que acham que vão lidar com grandes grupos, e a briga vai ser desigual.”

Segundo Tapai, os princi-pais argumentos das constru-toras para justificar os atrasos são a falta de mão de obra e de matéria prima.

Para Milton Bigucci, presi-dente da ACIGABC (Associação de Construtoras, Imobiliárias e Administradoras) e diretor regional do Secovi-SP (Sindica-to das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administra-ção de Imóveis Residenciais

HOUVE UM AUMENTO DE

487% NA QUEBRA DE CONTRATO POR

ATRASO DE ENTREGA DE

IMÓVEL EM DOIS ANOS E

5.100QUEIXAS FORAM

REGISTRADAS NO PROCON

CONTRA CONSTRUTORAS

EM 2012

e Comerciais de São Paulo), a situação da mão de obra já está resolvida.

“No ano passado a situação era pior”, disse Bigucci ao co-mentar a escassez de trabalha-dores em razão do aquecimento do setor da construção civil.

Ele também atribui esse atraso pela falta preparação das empreendedoras. “As cons-trutoras tiveram dificuldade lá atrás realmente, mas era por-que o mercado não estava apto ainda para enfrentar todo esse volume de vendas.”

Bigucci acredita que, da-qui para a frente, esses atra-sos tendem a diminuir. “Eu não tenho dúvidas disso. O mercado está muito mais es-tável hoje”, completou.

Para tentar diminuir o problema, o Procon criou uma cartilha que esclarece as principais dúvidas dos compradores durante todo o processo, desde o início até o fim da aquisição do imóvel. “O objetivo é dar todo o suporte ao comprador, assim dimi-nuímos os problemas com as reclamações”, afirmou Renata Reis, especialista em defesa do consumidor do Procon SP. g

Aquecimento imobiliário pode ser notado na região com a construção de novos empreendimentos

CÁSSIA ARBULU/RRJ

VIRAR DRAMA

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De 15 a 27 de Março de 2013 REGIÃO Rudge Ramos Jornal - 5

ARTHUR MORENO

q No ano de 2012, o setor imobiliário no ABC cresceu cerca de 29%, segundo dados da ACIGABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC). Mas a indústria mo-veleira tem ido à contramão desses dados.

De acordo com o presidente do SIMABC (Sindicato das In-dústrias Moveleiras do ABC), Hermes Soncini, houve uma queda de 30% nos números de vendas em geral. “Nossa característica é de móveis per-sonalizados. Portanto, nossos consumidores são das classes C e B, segmento que mais está sentindo as dificuldades eco-nômicas”, disse Soncini.

Para o presidente ainda existem formas de recupera-ção, uma vez que o ano de 2011 foi bom e os estoques das lojas estão cheios. “O boom ainda não nos atingiu de forma consistente, porque as empre-sas ainda têm algumas unida-des guardadas”, falou Soncini.

Dentre os móveis persona-lizados, aqueles que são feitos sob medida, o setor de cozi-nha teve melhor rendimento do que os móveis feitos para sala de estar e de jantar. De acordo com dados IEMI (Ins-tituto de Estudos e Marke-ting Industrial), a produção moveleira para este cômodo totaliza 40% da produção nas fábricas, contra 28% das salas de jantar e estar.

Os lojistas da rua Jurubatu-

ba, principal centro moveleiro do ABC, também estão receo-sos com a queda nas vendas.

“O ano de 2011 foi muito bom. Já 2012 sentimos uma queda de, aproximadamente, 3% nas vendas”, falou Regina

Dos móveis planejados, os projetos de cozinhas foram destaque nas vendas

Designer dá dicas paramobiliar apartamentode baixa metragemCÁSSIA ARBULU

q A procura por aparta-mentos com metragens menores aumentou nos últimos anos. Segundo uma pesquisa do Secovi-SP (Sindicato de Habita-ção) referente ao ano de 2012, o segmento de dois dormitórios destacou-se com 13.371 uni-dades vendidas durante o ano passado, correspondendo a 49,6% do total de apartamentos comercializados.

No ABC a situação não foi diferente. Segundo a última pes-quisa da ACIGABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), no mesmo período, os apartamentos mais vendidos fo-ram os de dois dormitórios, que representam 57% das vendas e possuem uma metragem que varia entre 43m² e 68m².

Os apartamentos com me-tragem baixa ganharam espaço no setor imobiliário que vinha apostando mais na vida fami-

liar e nos imóveis maiores. Um lugar mais prático e com um custo menor foi o que chamou a atenção do propagandista Ra-fael Maskovik, 27, que comprou um apartamento de 65m², em São Bernardo.

Agora, ele vem enfrentando um problema para mobiliar o apartamento. “Os dormitórios são muito pequenos, só cabe uma cama e o armário, não sei como aproveitar melhor o espa-ço”, afirmou Maskovic.

Para casos como esse há especialistas que podem ajudar a compor um imóvel, mesmo pequeno, tornando-o aconche-gante e sem mexer muito no bolso. O design de interiores, que inclusive já tem curso em nível superior, é esse profis-sional.

Daniella Couto é designer de interiores e acredita que o prin-cipal problema para mobiliar é o padrão de móveis grandes existente na sociedade, que não acompanhou o formato dos

Imóveis de 43m² a 68m² são os mais vendidos da região

Setor moveleirotem queda de30% no ABC

Zanon, gestora de vendas.Segundo o Instituto de

Estudos e Marketing Indus-trial, a produção moveleira da Grande São Paulo cresceu, aproximadamente, 6% no pe-ríodo de 4 anos.

O ABC é o quarto maior polo moveleiro do país, com produção de 28, 7 bilhões de peças, ficando atrás de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, pelo interior de São Paulo e por Arapongas, no Paraná. g

ambientes atuais. “Esse padrão se enquadraria até os anos 90 quando as pessoas moravam em casas e os apartamentos eram maiores, mas hoje é di-ferente, as peças têm que ser multifuncionais, por exemplo, uma cama tem que ser cama,

baú e gaveteiro”, afirmou Da-niella.

Muitas vezes esse tipo de móvel não é encontrado nas lojas e a designer aconselha que os clientes procurem um marceneiro, para que possam fazer móveis especializados

e de acordo com as medidas exigidas pelo comprador, sem sair muito de seus orça-mentos.

Daniella afirma que a primeira coisa que tem que se pensar é que a função não é das peças, a função é do espaço, as pessoas têm que ter um lugar para sentar, um lugar para comer, não precisa ser um sofá, ou uma mesa, esses objetos podem ser substituí-dos por outros seme-lhantes.

A designer ressalta que o cliente tem que

ver o que ele realmente preci-sa, e dá dicas para ampliar o espaço e deixa-lo mais aconche-gante. “Cores claras, espelho, objetos transparentes, vidros e boa iluminação são essenciais para uma maior sensação de amplitude.” g

CÁSSIA ARBULU/RRJ

DIVULGAÇÃO

Page 6: RROnline - Edição 995

FOTO: ADRIANO PANISSO/RRJ

De 15 a 27 de Março de 20136 - Rudge Ramos Jornal MÊS DA MULHER

Mulheres conquistam espaço em áreas

antes masculinas

ADRIANO PANISSORENATA AMBRÓSIO

q O Dia Internacional da Mulher é comemorado em 8 de março. Mais do que uma data comemorativa, é o momento em que especialistas se dedicam a estudar o espaço que as mulhe-res ocupam na sociedade.

Segundo estudiosos, há um aumento no número de mulhe-res em áreas antes ocupadas tradicionalmente por homens. Desde a produção das indús-trias, empresas de transporte e até mesmo na construção civil.

MULHER NO VOLANTEDelzeni Ebert, 38, é um

exemplo dessa conquista. Ca-sada e com três filhos, há quatro anos dirige uma empi-lhadeira na Mercedes Benz do Brasil no Bairro Paulicéia. “Eu comecei na Mercedes na área de caminhões, como terceirizada. Resolvi fazer o curso de logís-tica do Senai e o preparatório de empilhadeira aqui. Depois consegui a vaga”, disse.

A atração que Delzeni sente por trabalhar com veículos já tem mais de 15 anos. “Meu ma-rido comprou uma van e gostei muito de dirigir. Só que o trans-porte de passageiros não era legalizado e eu não queria ficar na ilegalidade. Falei que tenta-ria entrar em uma empresa de ônibus. Meu marido deu risada, mas fui para ver se me davam uma oportunidade. Fiz um teste e passei. Trabalhei sete anos nessa empresa”, contou.

As escolhas de trabalho feitas por Delzeni já foram questionadas por muitos. Seu marido chegou a perguntar algumas vezes se ela só gos-tava de ‘serviço de homem’.“A mulher quando quer alguma coisa tem que decidir e não ficar esperando alguém dar o aval.”

Já no trabalho, as dúvidas eram em relação à sua capaci-dade. “Quando eu trabalhava na empresa de ônibus os pas-sageiros sempre perguntavam se eu era a motorista mesmo. Depois eles acostumavam e até preferiam porque falavam que a mulher é mais cuidado-sa”, relembrou.

Para Ana Nice Martins de Carvalho, coordenadora da Comissão de Mulheres Meta-lúrgicas do ABC, é esse cuidado que tem feito empresas não só contratarem mais mulheres, como também dar cargos com mais responsabilidades. “A mulher é mais atenciosa. É bem cuidadosa, tem mais zelo.

22,7%. “Um dos fatores que influenciou esse número é a automação na área produtiva, já que antes o trabalho era muito pesado”. Outro fator apontado por Ana é “uma maior cobrança dos movi-

Isso a capacita para exercer atividades que requer mais atenção”, falou.

Segundo dados do Sin-dicato dos Metalúrgicos do ABC, em 2012 o número de mulheres na indústria nacio-nal correspondia a 31,1%. Já no ABC o número caiu para

mentos sociais da mulher e do movimento sindical, pela busca da mulher na base trabalhista”.

Ainda segundo a coordena-dora, a maior dificuldade das mulheres que trabalham em

empregos que necessitam de mais esforço físico é o acumulo de tarefas. “A mulher entrou no mercado de trabalho, mas não se libertou das outras deman-das que tem. Além das tarefas domésticas, do cuidado com a família, ela tem que fazer cur-sos de capacitação”, explicou.

Delzeni concorda. “O tra-balho influencia porque é can-sativo, mas a família tem que ajudar, tem que ser tudo divi-dido.” Em seguida, dá a receita. “Em casa a gente divide tudo. Eu criei três filhos, mas sempre trabalhei”, concluiu.

PELAS RUAS DO ABCFrancisca Ferreira, 54, é

mais uma que ganha a vida em um emprego em que pouco se vê mulheres. Chiquinha, como é chamada por seus clientes e companheiros de profissão, conseguiu o emprego por in-fluência de seu marido, que na época era taxista. Em 21 anos de experiência na profissão, os maiores contratempos foram o “trânsito e o calor”.

Ela conta que o precon-ceito existe na profissão, mas não se assusta. “Não abaixo a cabeça por ser mulher, sigo em frente”, disse. Em mais de duas décadas trabalhan-do pelas ruas do ABC, ela se recorda apenas de alguns casos de preconceito que vi-veu. Em um deles, o cliente ameaçou sair do carro quando viu que a motorista era uma mulher. “Quase bati o carro de tão nervosa que fiquei”, relembrou. Apesar do precon-ceito, a taxista disse ter uma relação de respeito com seus colegas de profissão.

Francisca acredita que “não tem mais mulheres na área por se tratar de uma pro-fissão perigosa, traiçoeira”. Na ABC Rádio Táxi, cooperativa em que trabalha atualmente, existem apenas duas mulhe-res entre 300 profissionais. A taxista disse que teve sorte por nunca ter sido assaltada, apesar de contar que seus colegas já passaram por isso no ponto onde trabalha. Ela afirma ainda que já viu “mui-tos acidentes, bate boca no trânsito e assaltos”.

Para Chiquinha, no en-tanto, o trabalho não é ruim. “O que mais gosto na minha profissão é a liberdade que eu tenho pra trabalhar. Vou para todos os lugares com pessoas diferentes”.

DIVULGAÇÃO

Delzeni Ebert, 38, há quatro anos trabalha como empilhadora na Mercedes Benz do Brasil

Ana Nice acredita que o preconceito

dentro da indústria diminuiu

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ADRIANO PANISSO/RRJ

Page 7: RROnline - Edição 995

De 15 a 27 de Março de 2013 MÊS DA MULHER Rudge Ramos Jornal - 7

A Prefeitura de São Bernardo do Campo preparou uma pro-gramação especial voltada para as mulheres. Uma série de campanhas e exposições têm como objetivo aproximar da população questões como saúde da mulher e o papel da mu-lher na sociedade. Sabendo da importância dessa conscien-tização, algumas das campanhas iniciadas no mês de março serão prolongadas durante o ano. Confira a programação:

4 SAÚDE DA MULHER: CICLO DE PALESTRAS PARA CAPACITAÇÃO DE MULTIPLICADORES DA COMUNIDADE Profissionais do Hospital Municipal Universitário darão orienta-ções sobre a prevenção do câncer de mama e do câncer de colo uterino, além da importância do pré-natal e do aleita-mento materno.Data: 26 de março, 2, 9, 16 e 23 de abrilHorário: 19h30Local: Auditório do Hospital Municipal UniversitárioAv. Bispo César Dacorso Filho, 161 - Rudge RamosMais informações pelo telefone 4126-4316.

4 EXPOSIÇÃO: ‘UM OLHAR SOBRE SÃO BERNARDO’ A mostra retrata a história da cidade, desde a década de 1920 até os dias atuais. Além de 11 quadros de autoria de Lúcia Cris-tovão Melges, ex-professora da EEPSG Maria Iracema Munhoz, no Centro, a exposição possui fotografias e textos com mais informações históricas sobre os retratos.Data: De 06/03 a 27/04Horário: De segunda a sexta das 8h às 18h e sábado das 8h às 17h.Local: Câmara de Cultura Antonino Assumpção. Rua Marechal Deodoro, 1325, Centro. Tel.: 4125-0054.

4 EXPOSIÇÃO: “O OLHAR FEMININO NA ARTE BRASILEIRA” A exposição contará com um recorte do Olhar Feminino dentro do conjunto de obras pertencentes ao acervo da Pinacoteca de São Bernardo do Campo. Serão expostas obras de artistas como Regina Silveira, Maria Bonomi, Carla Beltrão, Maria dos Anjos, Nanete e Odilla Mestriner.Data: 23/03 a 13/07Endereços e horários de visitação: Pinacoteca de São Bernardo do Campo - Rua Kara, 105 - Jar-dim do MarDe terça a sábado, das 9h às 17h (quintas até 20h30). Câmara de Cultura Antonino Assumpção - Rua Marechal Deo-doro, 1325 - CentroDe segunda a sexta, das 9h às 19h e sábado das 9h às 14h. Teatro Lauro Gomes - Rua Helena Jacquey, 171 - Rudge RamosDe quarta a domingo, das 9h às 17h.Teatro Elis Regina - Av. João Firmino, 900 - Bairro AssunçãoDe quarta a domingo, das 9h às 17h.

4 LITERATURA: LANÇAMENTO DO LIVRO “A IMAGEM DA MULHER NA MÍDIA”Debate com a presença da autora Rachel MorenoData: 19/03Horário : 18h30Local: Centro de Referência do Idoso – CRI Av. Redenção, 271 – Jardim do Mar

4 MÚSICA: TOCA VIOLA - MÚSICA TOCADA POR MULHERESLeyde e Laura, e Raízes do Sertão. Data: 24/03Horário: 17hLocal: Parque Municipal Engenheiro Salvador Arena - Av. Cami-nho do Mar, 2980, Rudge Ramos. Tel.: 4368-1246.

4 MÚSICA: SHOWS EM HOMENAGEM A MULHERAtrações: “Negative Control”, “Érika Martins”, e “A Banda mais Bonita da Cidade”Data: 24/03Horário: 15hLocal: Parque Municipal Engenheiro Salvador Arena - Av. Cami-nho do Mar, 2980, Rudge Ramos. Tel.: 4368-1246.

São Bernardo tem agenda especial

Francisca, 54, é taxista

há 20 anos e não perde uma corrida mesmo em

áreas perigosas

FOTOS: ADRIANO PANISSO/RRJ

Daniela, 28, pretende trabalhar em uma construtora

MÃO NA MASSADaniela da Silva Pacheco,

28, também está seguindo os passos do marido e se matri-culou no curso de capacitação para construção civil oferecido pela Emep (Escola Madre Ce-lina Polci), em São Bernardo. A estudante descobriu o curso pelo jornal da cidade e decidiu se informar.

Com três filhos e um em-prego como operadora de call center, Daniela não tinha perspectiva de ascender na vida profissional. “Como eu não tive oportunidade de estu-dar antes, também não tenho como bancar uma faculdade agora”, explicou.

A estudante contou que ainda não sofreu nenhum tipo de preconceito desde que co-meçou a estudar, mas que se irrita com o excesso de preocu-pação dos outros. “Para quem fala que eu não vou aguentar o peso, eu respondo que já tive três partos naturais”, disse.

Daniela ainda contou que vê um futuro na profissão, e que a oportunidade para as mulheres existe sim. “Às vezes a oportunidade aparece, mas deixamos passar com medo de nos arriscar. É claro que o nosso corpo é diferente dos homens, mas a necessidade e a vontade nos ajudam”, falou.

Segundo Cristina Lopes, diretora da Emep, o mercado está aberto para as alunas que querem se formar no curso.

“Algumas sofrem com a ti-midez, mas as que procuram emprego conseguem”, disse. Ainda de acordo com Cristina, as mulheres possuem algu-mas vantagens em relação aos homens na procura por trabalho. “Algumas constru-toras já me contaram que preferem contratar mulheres, pois se preocupam em deixar o ambiente limpo, e às vezes nem precisam das faxineiras”.

Sobre a questão do pre-

conceito, a diretora deixa claro que “a sociedade ainda é machista, mas as mulheres que estão no mercado têm um relacionamento respeitoso com os outros funcionários”. Cristina disse ainda que nem sempre o público feminino perde vaga por discrimina-ção. “Algumas construtoras precisam se adequar para contratar funcionárias porque não possuem vestiários nem banheiros”, explicou. g

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De 15 a 27 de Março de 20138 - Rudge Ramos Jornal ECONOMIA

Doce Artesanal ajuda no orçamento familiar

Na cozinha de casa, o casal Jonas e Maraisa prepara os brigadeiros que vende no bairroAssunção e feiras

BÁRBARA FERRAREZE

q Quem mora no bairro Assunção já deve ter experimentado os doces que Maraisa Quei-roga, 28, faz. Ela e seu marido, Jonas Sousa de Queiroga, 32, pais de três filhos pequenos, encontraram na venda de doces uma forma de reforçar o orçamento familiar. Jonas é re-presentante de vendas de uma empresa e, nas horas vagas, vendedor de doces artesanais.

Mara i sa s empre gostou de cozinhar e preparar doces para os filhos, e foi no simples brigadeiro, beijinho e na tradicional maçã do amor que conquistou cerca de 300 clientes fixos. Tudo começou a pouco mais de um ano, quando sobraram algu-mas trufas que Maraisa e sua irmã tinham pre-parado. Jonas topou sair e vendê-las na rua. Deu certo: ele voltou para casa com a cesta vazia.

O casal faz parte do que se conhece como economia informal. Que são trabalhadores que, sem registro em carteira, realizam os mais diver-sos tipos de atividade, como forma de sobrevi-vência. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2011 o número de pessoas com mão de obra informal somava 44,2 milhões represen-tando 22% do total da população brasileira.

Como é o caso de Jonas, que sai às ruas do Assunção pelo menos três vezes por semana para distribuir os doces nos comércios da região. Os doces são no formato “sobremesa”. Em média, custam R$ 2,50 cada. Ele explicou que o me-lhor horário para entregá-los

é à tarde, pois as pessoas querem uma sobremesa. O casal também vende os doces na feira da Prestes Maia e da Vila Euclides.

O lucro de cada unidade

é de 30% e no mês em que mais precisavam do retorno e também mais investiram, con-seguiram arrecadar R$ 3.000. “Qualquer um pode encontrar as receitas de nossos doces

na internet. O sucesso das vendas é causado pelas mãos de Deus, esse é o segredo dos nossos doces”, disse Maraisa. Eles já pensaram em ampliar o negócio, mas como 90% de seus clientes são da região comercial, sai mais em conta a produção caseira. Segundo o casal, as pessoas se sentem mais seguras quando conso-

mem um doce caseiro, por não conter conser-vantes e outros produ-tos que podem fazer mal à saúde.

Mas Jonas e Marai-sa também têm concor-rência. A dona de casa Ceonê do Rocio Quei-ros, 59, que também mora no Assunção, já soma 10 anos de ex-periência no ramo dos bolos artesanais, mas também comercializa salgados. Ela chegou a abrir uma loja, em 2008, mas os gastos acabaram sendo maio-res do que os lucros, e a loja não deu certo.

Ceonê conta que fazer os doces em casa tem certo conforto, mas que um local profissionalizado se-ria o ideal. “Certa vez minha filha deixou o cabo da vassoura cair em cima do bolo que já estava pronto”.

A filha de Ceonê, Mariana, 27, ajuda a mãe tanto na produção como na venda das gu-loseimas. Aceitam todo tipo de encomenda. “Houve uma vez em que a mulher perguntou se eu fazia bolo do Urso Pooh. Mariana me aju-dou a encontrar a foto do urso e, juntas, re-solvemos o problema”.

A dona de casa fez cursos para confeitar seus bolos e doces, entre eles o de panifi-cação. Queiroga deixou o recado para quem estiver passando por problemas financeiros ou queira reforçar o or-çamento, como o casal Jonas e Maraisa, que adoçam a vida dos mo-radores do Assunção.

“As pessoas pensam que o pro-duto é industrializado, quando sabem que é caseiro, se sentem mais seguras para consumir, é uma aposta que dá certo”. g

BÁRBARA FERRAREZE/RRJ

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De 15 a 27 de Março de 2013 Rudge Ramos Jornal - 9ECONOMIA

Loja-escola forma confeiteirosq Quem come um doce

artesanal pode ser fisgado pelo sabor. Mas o formato também conta. Existem cursos de curta duração para quem decidir in-gressar no ramo gastronômico. Nas aulas, aprende-se a diver-sificar a produção de bolos, chocolates e doces, criando um diferencial nos produtos.

A Chocolândia, que fica em Santo André, é uma espécie de loja-escola. Especializada em doces, oferece cursos gratuitos e pagos para iniciantes, profis-sionais de confeitaria e demais interessados.

Um dos professores da loja é Cláudio Mechetto, 46, que é técnico em confeitaria. Há mais de 15 anos trabalha com decoração de quitutes. Ele ensina técnicas para fazer um bolo, mas com personagens em terceira dimensão. Os doces ganham formatos de figuras em alto relevo.

Segundo Mechetto, a maio-ria das pessoas começa por hobby, mas visualizam uma boa oportunidade de negócio. “As donas de casa começam com a intenção de complemen-tar o orçamento familiar, mas se tornam as provedoras da residência”, disse o professor de culinária. Aproximadamen-te 50 alunos compareceram ao curso de 3 horas de duração.

ANA CAROLINA RIBEIRO

Estudante vai para a cozinha fazer doces nas horas vagasANA PAULA TREVISAN

q Em 2012, quando cur-sava o último ano do ensino médio, fazer um cupcake em casa para presentear uma amiga foi o pontapé inicial para Amanda Monteiro Fernandes, 17, começar o pequeno negócio de vender doces para os colegas de classe, no Assunção.

Agora, é universitária. Mas o hábito de vender doces aos colegas da turma continua. E ajuda na renda. Segundo ela, os R$ 300,00 que fatura por mês ajudam nas despesas da casa e até para custear a vaidade femi-nina. Já possui alguns clientes fixos. E sempre aparecem novos indicados por quem já experi-mentou seus doces.

Aliás, foi a venda de doces que a fez decidir pelo curso de administração na FEI, justa-mente para aprender como ampliar seu próprio negócio. Para ela o apoio dos amigos e dos pais foi muito importante para decidir a carreira que iria seguir. ”Ainda sonho em um dia conseguir abrir uma lojinha de fabrica”, disse Amanda, em entrevista por e-mail.

Enquanto Amanda segue a área administrativa, Paula Fernanda Reyes Moreto, 20, teve preferência em fazer um curso de gastronomia em que se formou em 2011, para se especializar na culinária. Ela conta que começou a gostar dessa área quando era criança e fazia doces com a mãe. Além disso, participou de cursos rá-pidos, de um dia de duração, em confeitaria.

Hoje em dia, ela trabalha como ajudante de padaria em uma butique gourmet na Vila Nova Conceição, em São Paulo. Ela comenta que é um traba-lho muito puxado “Trabalho aos fins de semana e feriado. Pode não parecer, mas é uma atividade que demanda grande esforço físico”, que também deu entrevista à reportagem por e-mail.

Apesar disso, ela continua fazendo o que gosta e quanto à criação dos doces ela diz que a inspiração dos seus doces vem da união da criatividade e do conhecimento, ou às vezes vêm umas “ideias malucas” que podem ficar maravilho-sas, ou não. g

Cerca de 50 pessoas participaram do curso no horário da manhã

FOTOS: ANA CAROLINA RIBEIRO/RRJ

Amanda, 17, ajuda na renda familiar ao preparar cupcake

ANA PAULA TREVISAN/RRJ

Trabalho informal é uma característica dos brasileiros

com

60 anos ou mais

e na populaçãojovem entre16 e 24 anos

Cláudio Mechetto ensina novas artimanhas na confeitaria de bolos e doces

FONTE: SITE VALOR ECONÔMICO, 28/11/12

É o caso da confeiteira Maria Aparecida Risoto, 42.

Ela trabalha há aproxima-damente 20 anos com doces

artesanais, participou do cur-so e afirmou que a atividade a ajudou a curar uma forte depressão.

Outra aluna, Maria Inês Zanetti, 58, estava em seu pri-meiro dia de aula, mas há dois anos produz bolos, chocolates e ovos de Páscoa para comple-mento de renda. “Meu marido colabora com a produção das guloseimas”, disse Inês.

Mas o curso não é um clube da luluzinha. Homens tam-bém são bem-vindos. Carlos da Silva, 46, trabalha há três anos como confeiteiro em sua própria casa, com ajuda da mulher, e descobriu nesta ocu-pação uma boa possibilidade de renda.

SERVIÇO TEL: (11) 4427-9311. g

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De 15 a 27 de Março de 2013LAZER10 - Rudge Ramos Jornal

São Bernardo oferece alternativas para a prática de ESPORTES RADICAISPAMELA PASSARELLA

q Quando se fala na prá-tica de esportes radicais em São Bernardo, o destaque fica para a maior pista de skate da América Latina, o Parque Cidade- Escola da Juventude Cittá Di Marostica, localizado no centro da cidade.

O parque também é conhe-cido por ser o terceiro maior complexo de esportes radicais do mundo, com 21 mil metros quadrados, abrigando áreas para diferentes atividades, como patins, rapel e tirolesa.

Além disso, o município ofe-rece alternativas para práticas radicais com weakboard, rapel e trilhas. O wakeboard, esporte aquático no qual o esportista usa uma prancha e é puxado por um barco, pode ser realiza-do no Estância Alto da Serra, pelo 2D Cable Park.

Qualquer pessoa que saiba nadar está apta a praticar o esporte. O criador do sistema que opera na 2D, André Fi-gueiredo, conta que uma das principais dificuldades dos iniciantes é a ansiedade para fazer manobras.

No parque, são oferecidas aulas para quem quer aprender o esporte. “É tudo na prática. Você faz, cai na água e aprende nas tentativas e erros”, disse Figueiredo.

A região do Alto da Ser-ra possui trechos da Mata Atlântica, rios e cachoeiras de acesso restrito ao público, porém a Kamelosserrano, por meio de parceria com o Corpo de Bombeiros e autorização da Prefeitura, organiza grupos para realizar trilhas e técnicas verticais nessas áreas.

O presidente da associação, Saulo Pinheiro, explica que es-ses esportes são acessíveis para a maioria das pessoas acima de 12 anos, já o rapel nas ca-choeiras só pode ser realizado por maiores de 15 anos e as técnicas verticais só quem teve treinamento prévio.

“Enquanto o rapel é apenas a ato de descer, as técnicas ver-ticais são o desenvolvimento de subida, descida e movimenta-ção em desníveis verticais. Por ser uma prática mais comple-xa, o ideal é ser realizada por pessoas que consigam contro-lar um pouco a adrenalina e estejam acostumadas a altu-ra, características que só são adquiridas com treinamento”, falou Pinheiro.

O agente de esportes e in-tegrante da Kamelosserrano, Ciro de Almeida, conta que todos os guias da associação são salva-vidas. “Por já ter-mos habilidade em esportes radicais, não sentimos mais adrenalina ao praticar. Agora, a minha maior empolgação é curtir a adrenalina nos olhos das pessoas e ajudá-las a con-trolar”, disse.

A Kamelosserrano também é responsável pelo circuito de arvorismo e tirolesa do par-que Cidade das Crianças. A atração é um dos meios que a associação utiliza para treinar os interessados em técnicas verticais. Os complementos para o treinamento são reali-zados na parede de escalada do parque Cittá Di Marostica, nas árvores de eucalipto da Rodovia Anchieta e atividades em piscinas.

Almeida diz que as prin-cipais atrações do Alto da Serra são o Rio do Ouro, a Cachoeira das Garças e o Rio das Pedras. “A região é muito vasta, mas nós co-nhecemos tudo na palma da mão, con-seguimos fazer 22 trilhas diferentes para chegar a um rio, o caminho só depende da disposição do grupo”.

Para o presidente da as-sociação, é gratificante poder proporcionar diferentes situ-ações às pessoas. “É muito bom ver a superação de limi-tes e também poder levá-las

[as pessoas] a lugares lindos, que, sem o nosso trabalho, elas nunca iriam. Depois de realizar as atividades, nunca ninguém reclamou, as pes-soas saem maravilhadas”.

O estudante, Vitor Ro-drigues, reside em São Bernardo e pratica frequen-

temente trilha e rapel com a Kamelosserrano. “A como-

didade é um dos fatores que mais facilitam. Poder praticar rapel à 20 minutos de casa, economiza gasolina e possibi-lita aproveitar mais o dias”. g

Cidade oferece rapel na Cachoeira das Garças e Wakeboard no Estância Alto da Serra

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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De 15 a 27 de Março de 2013 LAZER Rudge Ramos Jornal - 11

Fazer exercícios físicos beneficiaa sua saúdeNINA FINCO

q A prática de exercícios físicos é fundamental para a manutenção da saúde. Além de ajudar a manter o peso em dia, as atividades podem auxiliar a regular o funcionamento do co-ração, da respiração e até mes-mo da autoestima. Os esportes radicais não ficam de fora dessa categoria de benefícios, porém, segundo o médico ortopedista do esporte Sérgio Mainine, da clinica COE (Clínica de Orto-pedia Especializada), é preciso tomar cuidado, pois os riscos são grandes.

“Não que eles façam mal à saúde, mas o risco de acidentes [em esportes radicais] é maior”, disse Mainine. Ele afirma que, ao apostar em esportes como trilha, técnicas verticais, skate, entre outras práticas mais ex-tremas, a pessoa está mais pro-pícia a sofrer lesões ligamenta-

res, desenvolver fraturas e até mesmo correr riscos fatais.

O operador de telemarke-ting, morador de São Bernardo e skatista há 15 anos, Eduar-do Alvez Belzunces, 33, é um exemplo dos perigos dos es-portes radicais. Há seis anos, o atleta rompeu o ligamento do joelho esquerdo ao tentar realizar uma manobra e, há um ano, ele ultraesticou a muscu-latura do mesmo joelho.

Essas duas lesões poderiam causar sérios problemas na vida de Belzunces, não apenas para a continuidade das práti-cas, mas também para a sua própria locomoção. Com medo de que isso pudesse acontecer, o skatista recorreu ao médico. Na primeira, ele fez três meses de fisioterapia por conta, pois demorou muito para conseguir fazer uma ressonância pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Da última vez, ele foi ao médico,

que receitou a prática de mus-culação, além de caminhadas, que Belzunces já fazia. “Apren-di a tomar cuidado ao andar de skate, alongar e aquecer mais. Por ser um esporte radical, o skate não avisa a hora em que você vai se machucar. É de

Diego Dantas, 19, realiza manobras arriscadas de BMX

Atenção aos equipamentosde segurança é fundamental

deve ser usado até para uma simples volta com os amigos na rua. Pois os acidentes acontecem geralmente por tombos simples e inesperados, podendo gerar até uma lesão cerebral”, contou. g

Cuidado e atenção com os equipamentos são determinantes para o sucesso da atividade

DIVULGAÇÃO

NINA FINCO/RRJ

KAMELOSSERRANO:

Tel. (11) 2758 5283Trilha - R$30 - Rapel - R$ 60Trilha + Rapel - R$ 90E-mail: [email protected]

2D CABLE PARK ESTÂNCIA:

Estrada Névio Carlone, 3 - Riacho Grande - São BernardoTel. (11) 4101-5000R$ 50/hora wakeboardR$ 25/ três idas e voltas - knewboard

PARQUE CIDADE-ESCOLA DA JU-VENTUDE CITTÀ DI MAROSTICA:

Av. Armando Ítalo Setti, 65 - Cen-tro - São Bernardo - Tel. (11) 4121 2622Cidade das Criançasrua Tasman, 301 Preço Único R$ 35

6 SERVIÇO

repente, você tem que saber o seu limite”, disse.

Segundo Mainine, o ideal é consultar um médico antes mesmo de começar a praticar. “Cada esporte terá um fator de preocupação da segurança dentro do tipo de prática. Mas

é importante visitar um médico especialista que possa orientar a um melhor condicionamento. O objetivo da medicina esportiva é também a prevenção”, falou.

ADRENALINAAo se propor a descer uma

pedra 60 metros pendurado por uma corda, ou ser puxado por uma lancha a 32km/hora, um novato nos esportes radicais expõe-se a um alto nível de estresse, produzindo, em con-sequência, a adrenalina – hor-mônio liberado para aguçar os sentidos e ajudar a se defender do nervosismo. Tal liberação hormonal pode aumentar a pressão e a sudorese, podendo causar até mesmo taquicardia.

Porém, no caso do pratican-te de longa data, o esportista torna-se imune ao estresse. “Por ele fazer o esporte com mais naturalidade, sem ter a alta demanda de adrenalina, ele aprende a controlar melhor o estresse e pode trazer isso para outras áreas da sua vida”, explicou o especilista. g

LUI SPOLADOR

q Para praticar esportes radicais não é necessário ter apenas boa vontade e tempo li-vre. Uma série de equipamentos de segurança é necessária para que a diversão seja garantida sem situações inesperadas.

As práticas consideradas mais comuns, como o skate ou a bicicleta, têm como principais acessórios contra acidentes luvas, cotoveleira e joelheira. Enquanto a trilha e as técnicas verticais utilizam outros tipos de material, tais como mosquetão (espécie de fecho) e cadeirinha. Já no wakeboard, o colete salva--vidas é indispensável. Em to-das as modalidades o capacete é peça fundamental.

O fisioterapeuta e skatista Felipe Reatho Marçon explica que o esportista precisa ser bem orientado para não se ma-chucar, mesmo utilizando os equipamentos. “O capacete é o principal. Deve ser próprio para cada esporte e ter certificado de segurança. No caso do skate,

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COMPORTAMENTO De 15 a 27 de Março de 201312 - Rudge Ramos Jornal

Tuning é um estilo de vida

CAIO KIRDEIKA

q O Corsa ano 97 de Cleiton Oliveira é diferente. Com um preço de mercado em torno de R$ 11 mil, para o líder de carregamento de Logística, seu carro, porém, não tem preço. Cleiton chega a tratar o veículo como “um filho”.

O carro de Cleiton faz parte da família dos tunados, que são veículos modificados. A expressão deriva do inglês “tu-ning”, usada para identificar carros personalizados pelos proprietários.

É uma prática que tem como objetivo dar maior ex-clusividade e personalidade ao veículo, tornando-se um modelo único e diferenciado daqueles de produção em série. Mas é preciso seguir as leis de trânsito (leia texto na página seguinte).

As customizações se re-ferem à estética, à beleza, à potência e ao desempenho. As peças que podem ser modifi-cadas pelo tuning envolvem a maioria da estrutura dos car-ros, como suspensão, pneus, carroceria, motor, interior,

áudio, escapamento, ilumina-ção, e vidros.

As modificações são caras e muitas vezes chegam a ultra-passar o valor do carro original. Mas os proprietários não se importam com isso. O que vale para eles é o valor sentimental.

Segundo Bruno Costa, 26, funcionário da oficina Rebaixart’s, em Santo André, “a lataria é a peça mais cara de se modificar, só que o mais difícil é agradar o cliente”.

Muitos pedidos são extrava-gantes, de acordo com Costa. Os clientes pedem pinturas e

modificações de forma exclu-siva. “Tivemos clientes que pediram para tirar todos os assentos e cobrir com caixas de som. Até um que cobriu o carro com folha de papelão”.

O tuning virou um estilo

de vida. Po-rém já viu dias

melhores. Hoje em dia faz quem realmente

gosta e está disposto a pagar o triplo do valor do carro. O auge de procura foi na época de lançamento do filme “Velozes e Furiosos”, em 2001.

Com a queda do tuning, surgiu uma nova moda de mo-dificação, o “Dub”. É um estilo de personalizar carros com rodas grandes, suspensões a ar, interior e som. Como não envolve mudar a cor do carro, não há necessidade de mudar a documentação. Mas é menos acessível, um jogo de rodas dub pode chegar a R$ 120 mil. g

No detalhe, Cleiton Oliveira na frente de seu Corsa; O carro (ao alto) tem os faróis alterados; ele ainda tem planos para mudar, o inte-rior e o exterior do veículo

FOTOS: CAIO KIRDEIKA/RRJ

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De 15 a 27 de Março de 2013 Rudge Ramos Jornal - 13COMPORTAMENTO

Willian Bovi, dono da oficina Rebaixart’s, envelopando uma motocicleta

Rebaixamento é um dos principais motivos de multas, além das rodas fora do limite permitido

Envelopamento é a mudançamais pedida nas oficinas

Restrições sobre modificaçõesq Qualquer mudança que

um motorista queira fazer no seu veículo deverá, obrigato-riamente, respeitar as normas do Contran (Conselho Nacio-nal de Trânsito).

Segundo Cleiton Penna, 42, advogado especialista em direi-to penal e no CTB (Código de Trânsito Brasileiro), algumas reformas no tuning são feitas apenas com autorização do Contran e Detran.

É proibido mexer na sus-pensão se isso alterar a regu-lagem da altura de um carro além de um limite. O Contran permite o rebaixamento, porém o aval vem do Inmetro, que irá avaliar se a altura é permitida.

Rebaixamento, que seria a retirada da suspensão e do amortecedor, só pode ser feito até certa altura, especificada por lei, o chamado grau zero, segundo Penna.

De acordo com o advogado, se o rebaixamento ultrapassar esse marco, o veículo pode ser apreendido. “E essa modifica-ção só pode ser com autoriza-ção no Detran”, disse Penna.

As limitações também en-

ANDRÉ DUARTECAIO KIRDEIKA

q O envelopamento é uma forma de decorar e customizar um carro. Foi na América do Norte que esse novo visual se firmou. Os veículos envelopa-dos são caracterizados pela cor preta com acabamento fosco. Aplica-se uma espécie de pelí-cula na lataria.

De acordo com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), mudar completa-mente a cor predominante do carro implica ter que mudar a documentação do veículo. Já alterar apenas o teto ou aplicar faixas ao capô, por exemplo, não acarreta necessidade de novo documento.

Um carro que já é original-mente preto, por exemplo, não precisará ter alteração se for envelopado com o preto fosco.

O mesmo vale para todas as outras cores. Se o tom pre-dominante continuar sendo o original, o documento pode permanecer o mesmo.

É possível envelopar carros de qualquer marca e tamanho. A média de custo para fazer envelopamento é de R$ 1.000 a R$ 3.000, caso seja um au-tomóvel popular.

Há também o envelopamen-to de moto. É mais barato que o de carro, pois não se pode cobrir toda a moto e, com isso, não altera a documentação. O preço para envelopar uma moto varia de R$ 250 a R$ 300.

Segundo Willian Bovi, 34, da Rebaixart’s, apesar de seguir no mercado, caiu o número de interessados no envelopamento.

Os produtos usados são, na maioria, importados dos EUA e China, com mais opções de cores do que os nacionais. g

volvem os pneus. Carros mo-delos hatch, por exemplo, saem de fábrica com aro 13 ou 14, no máximo. Se o proprietário qui-ser trocar, não poderá passar de 15. Mudanças que envolvam mexer no combustível são proi-bidas também.

“Caso esses veículos mo-

dificados com esses materiais sejam pegos em blitz ou denún-cia, são apreendidos e o condu-tor tem a habilitação suspen-sa”, afirmou o advogado.

Outro item que pode dar dor de cabeça são as películas de proteção, mais conhecidas como Insulfilm. No vidro frontal

é permitido o uso de transmis-são luminosa de 75%, na área lateral do motorista e carona o limite é também de 75% e na parte lateral que compreende o banco traseiro do veículo o uso pode ser de 28%.

Para o advogado, se um mo-torista desobedecer essa regra,

poderá ser multado e ganhar cinco pontos na carteira.

Foi o que aconteceu com o encarregado de logística Fre-derico de Paula, 36.

Ele contou que seu carro ti-nha várias modificações, como rodas aro 20, mesmo não sendo permitido pela legislação, ni-tro, rebaixamento indevido e um som de altíssima potência, capaz de ativar alarmes dos carros estacionados.

O nitro, por estragar peças do veículo e por gerar gasto excessivo com manutenção, foi retirado do veículo.

Mas o principal problema com o carro foi uma multa pelo rebaixamento, “Fui parado em uma blitz. Disse que não sabia que rebaixamento era proibi-do. Fui multado, ganhei sete pontos na carteira, além do trabalho de recuperar o carro”, falou de Paula.

Apesar de ter ganhado os pontos, ter gasto R$ 1.800 para colocar o carro no nível correto, recuperar a documen-tação apreendida e rebaixar novamente, Frederico não se arrepende do transtorno ocor-rido pela penalização. (AD) g

ANDRÉ DUARTE/RRJ

CAIO KIRDEIKA/RRJ

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João e Maria

O espetáculo gira em torno de João e Maria que, depois de terem sido aban-donados pelos pais, precisam fugir de uma bruxa que quer transformá-los em biscoitos. A peça tem no elenco Débora Constantin, Cássia Andrade, Lucas Filipi e Nando Britto, que também dirige a produ-ção. Quinta-feira (28), às 14h30. Não recomendado para menores de 3 anos. Teatro Elis Regina – Av. João Firmino, 900 - Bairro Assunção – São Bernardo. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais).

Cinderela

O grupo Bume-rang se apre-senta no Teatro Lauro Gomes com a peça infantil Cindere-la. A adaptação de Eny Oliveira do clássico infantil mostra a menina Cinde-rela que, com ajuda da fada madrinha, vai ao baile no castelo e conhece o príncipe, que se

De 15 a 27 de Março de 2013CULTURA14 - Rudge Ramos Jornal

ROTEIRO6

GABRIELA BRITO

q “A Banda Mais Bonita da Cidade” faz show no Par-que Municipal Engenheiro Salvador Arena em São Ber-nardo, domingo (24). A apre-sentação faz parte de uma homenagem do local ao Mês da Mulher.

Liderada pela vocalis-ta Uyara Torrenti a banda surgiu a partir do interesse em cantar composições do dramaturgo curitibano Feli-pe Leprevost compositor de músicas como “Solitária” e “Se eu corro”. Após algumas apresentações, o guitarrista Rodrigo Lemos, o tecladista Vinícius Nisi, o baixista Die-go Plaça e o baterista Luis Bourscheidt se uniram a cantora.

“Gostamos de coisas bem diferentes e nos deixamos inspirar, basicamente, pelas composições que são trazidas para os ensaios”, explicou o guitarrista Rodrigo Lemos. Para o segundo álbum, que deve ser lançado no segundo semestre, o rock setentista de brasileiros como Rita Lee e Os Mutantes, Caetano Ve-loso, Gilberto Gil e Gal Costa serviu como inspiração.

A banda ficou conhecida após a divulgação na internet do vídeo da música “Oração”. Nele, a banda e amigos can-tam a música em uma filma-

“A Banda Mais Bonita da Cidade” se apresenta em São Bernardo

gem sequencial, sem cortes. Até hoje já são mais de 11,5 milhões de visualizações.

“Após o vídeo, a banda pas-sou a ser, de fato, uma banda. Montamos uma estrutura bási-ca de equipe técnica, produção e fomos para guerra”, contou Lemos. Os jovens são de Curi-tiba e desde 2009 lutam inde-pendentemente para conseguir um espaço na música brasilei-ra. Entre as dificuldades que encontram está a dependência em relação aos donos de bares onde tocam, produtores de shows, meios de comunicação e até mesmo ao ECAD (Escri-tório Central de Arrecadação e

Distribuição).Em São Bernardo, eles

apresentarão novas músi-cas, além de sucessos. A banda de hardcore “Negative Control” e a cantora Érika Martins irão abrir o show.

SERVIÇO:Show “A Banda Mais

Bonita da Cidade”Parque Municipal Enge-

nheiro Salvador ArenaAv. Caminho do Mar,

2980 – Rudge Ramos – São Bernardo

Dia: 24 (domingo), a par-tir das 15h

Entrada: Gratuita. g

Uyara é uma das vozes femininas no Mês da Mulher

FOTOS: DIVULGAÇÃOq TEATRO

Vidas Secas

O espetáculo trata sobre a vida de uma família nordestina que tenta escapar da seca que os obrigou a fugir de sua terra natal. Baseado na obra de Gracilia-no Ramos de mesmo nome, a peça é encenada pela companhia teatral Brittos Produções e é dirigida por Nando Britto. Quinta-feira (28), às 10h e 20h. Não recomendado para menores de 12 anos. Teatro Elis Regina – Av. João Firmino, 900 - Bairro Assunção – São Bernardo. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia--entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais).

Putz Grill com Oscar Filho

Humorista do programa CQC se apresenta no Teatro Paulo Machado de Carvalho com o show solo de stand-up “Putz Grill”. O espetáculo, que já foi visto por mais de meio milhão de pessoas, aborda temas cotidianos. Sábado (23), às 21h. Não recomendado para menores de 14 anos. Teatro Paulo Machado de Carva-lho – Alameda Conde de Porto Alegre, 840. Santa Maria – São Caetano. Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais).

Rapunzel

O clássico infantil dos Irmãos Grimm é apresentado pela companhia te-atral Iriarte, no Teatro Elis Regina. A trama conta a história de Rapunzel, uma jovem que é trancafiada no alto de uma torra por uma bruxa e a única maneira de alcançar o quarto em que a menina está presa, é subir a torre pelos cabelos dela. Um diferencial da peça é o fato dos atores alternarem nas interpretações das personagens. Sábado (16), às 16h. Domingo (17), às 19h. Não recomendado para menores de 3 anos. Teatro Elis Re-gina – Av. João Firmino, 900 - Bairro Assunção – São Bernardo. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entra-da para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais)

Urbanus Circus Band

O grupo circense paulista Circo Marambio apresenta o novo show que tem a presença de vários perso-nagens do cotidiano de São Paulo como moradores de rua, ciclistas,

executivos, entre outros. Acrobacias, malabarismo e equilibrismo são ape-nas uma parte do que poderá ser vista na apresentação. Sábado (23), às 16h e 19h. Livre. Teatro Elis Regina – Av. João Firmino, 900 - Bairro Assun-ção – São Bernardo. Grátis. g

SHOWS

apaixona por ela. À meia noite, Cinderela foge, o que faz o príncipe percorrer o reino inteiro em busca de seu amor. Quinta-feira (28), às 20h. Livre. Teatro Lauro Gomes – rua Helena Jacquey, 171 – Rudge Ramos – São Bernardo. Ingressos: R$ 24 (inteira) e R$ 12 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais).

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De 15 a 27 de Março de 2013 ESPORTES Rudge Ramos Jornal - 15

PROJETO REVELOU MAIS DE

16ATLETAS PARA A

SELEÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL

FELIPE CALBORAÍSSA MOKARZEL

q O Programa Social Escola de Esportes da Universidade Metodista completa 20 anos. O projeto integra trabalhos de inclusão social com atividades esportivas de handebol e bas-quete, com objetivo de formar cidadãos e descobrir talentos. A escola já auxiliou na formação de cerca de 15 mil crianças.

Entre as atividades de for-mação cidadã está o ensino de noções de higiene, além de passeios em museus e zoológicos, por exemplo. O criador do programa e gerente de esportes da Metodista, Alberto Rigolo, afirma que “o projeto tem dois objetivos fundamen-tais: o primeiro e mais importante é ocupar o tempo ocioso das crian-ças ensinando noções básicas de cidadania e saúde. O segun-do é a descoberta de talentos para os esportes praticados”.

Atualmente, há 16 unidades do programa em funcionamen-to, sendo 14 em São Bernardo, uma no Jabaquara, em São Paulo, e outra em Diadema. A idade das crianças que parti-cipam varia entre 9 e 15 anos.

No início do programa, em 1993, eram 60 crianças. Atu-almente, são atendidos, em média, 800 alunos por ano. Em 2001, no auge do projeto, cerca de 1.500 jovens foram atendidos. “Nessa época nós tínhamos a Petrobrás como parceira. A quantidade de alu-nos atendidos depende do apoio que nós temos, pois dar aulas para 300 alunos gera um custo, e para mil, outro”, falou Rigolo. O criador do programa afirma que: “a maior prioridade é a qualidade do ensino, e não no número de pessoas atendidas”.

Para a realização das aulas, a Metodista disponibiliza téc-nicos de handebol e basquete, e mão de obra especializada, enquanto a Prefeitura de São Bernardo libera locais para a prática esportiva. A empresa Besni fornece apoio por meio da Lei de Incentivo Fiscal, colocada em vigor para esti-mular empresas a patrocinar e fazer doações para projetos esportivos.

OUTROS ESPORTES O handebol feminino e

masculino é a modalidade que deu início ao programa. Em 2009, surgiu também o bas-quete masculino. “A prefeitura

1993 60 alunos1994 80 alunos1995 80 alunos1996 160 alunos1997 400 alunos1998 800 alunos1999 1000 alunos2000 1100 alunos2001 1500 alunos2002 1200 alunos2003 1200 alunos2004 850 alunos2005 650 alunos2006 987 alunos2007 1046 alunos2008 1106 alunos2009 912 alunos2010 906 alunos2011 800 alunos2012 800

Fonte: Coordenação de Esportes da Universidade Metodista

alunos

HANDEBOL

NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS AO LONGO DOS ANOS

ALVES DIAS – Centro de Convivência - Av. Oswaldo Fregonezzi, 101 - Alves Dias – SBC - Fone: 4109-7469

AMAS – Associação Metodista de Assistência Social - R. Oásis, 275 – Jd Oriental/Jabaquara – São Paulo - Fone: 5011-9347

AREIÃO - Estrada Pedra Branca, 754 – B. Montanhão – SBC – Fone: 4339-9207

BAETÃO – Centro Recreativo Esportivo Humberto de Alencar Castelo Branco - Av. Armando Ítalo Setti, s/nº - Baeta Neves – SBC – Fone: 4332-9816

FERRAZÓPOLIS – Centro de Convivência Mariana Benvinda da Silva - R. Aureliano de Souza, 06 – Bairro Ferrazópolis – SBC – Fone: 4127-0771 JERUSALÉM – Centro Esportivo Municipal - Rua Lazara de Oliveira Leite, 200 – SBC – Fone: 4355-9700

METODISTA – Universidade Metodista de São Paulo - R. do Sacramento, 230 – Rudge Ramos – SBC - Fone: 4366-5539

PAULICÉIA – Centro Recreativo Esportivo e Cultural - Rua Francisco Alves, 469 – SBC - Fone: 4178-9455

RIACHO GRANDE – Ginásio Poliesportivo João Soares “Brasa” do Riacho Grande - R. Marcilio Conrado, 500 Riacho Grande – SBC – Fone: 4397-5009

TERRA NOVA -Rua Pastor Tito Rodrigues Linhares, 03 Terra Nova – SBC – Fone: 4396-4270

LOCAIS DE TREINAMENTO

sempre pede que a gente apoie outros esportes, só que existe uma dificuldade muito grande de ensinar vários esportes com qualidade”.

O projeto revelou mais de 16 atletas para a seleção bra-sileira de handebol. Uma delas é a armadora Thamiris

Duarte, que atua pela equipe da Metodista/São Bernardo. A atleta iniciou sua trajetória na modalida-de aos 6 anos, na Escola de Esportes.

“O projeto me deu educa-ção para respeitar o próximo, entender as diferenças, convi-ver com o sim e com o não e saber ganhar e perder”, disse.

A jogadora passou pela Escola de Esportes, pela ca-tegoria de base até chegar à equipe principal.

“Quando a gente era da base, jogávamos de igual para igual com pessoas da periferia, que muitas vezes não tinham nem tênis. Não havia precon-ceito, e os próprios professo-res mostravam que não tinha diferença alguma.”

A Escola de Esportes ga-nhou o “Prêmio Top Social da ADVB” (Associação dos Diri-gentes de Vendas e Marketing do Brasil) em 2000. g

20 anos20 anosPrograma de Esportes da Metodista completa

Programa de Esportes da Metodista completa

PAULA MAIQUEZ/RRJ

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De 15 a 27 de Março de 201316 - Rudge Ramos Jornal