secretaria de estado da educaÇÃo · livro é um convite à imaginação de todo aquele que se...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL/PDE
VILMA HIDEKO SUMIGAWA
A CONSTRUÇÃO DO TRIDIMENSIONAL PELO ORIGAMI
LONDRINA – 2012
VILMA HIDEKO SUMIGAWA
A CONSTRUÇÃO DO TRIDIMENSIONAL PELO ORIGAMI
Artigo do Programa Desenvolvimento
Educacional da Secretaria de Educação do
Estado do Paraná/Universidade Estadual de
Londrina.
Orientadora: Profa.Dra. Roberta Puccetti.
LONDRINA
2012
ARTIGO PDE 2010
A CONTRUÇÃO DO TRIDIMENSIONAL PELO ORIGAMI
Autora: Vilma Hideko Sumigawa1
Orientadora: RobertaPuccetti2
Resumo
Apresentamos as possibilidades do emprego didático na construção de objetos
tridimensionais pelo origami. A construção do tridimensional de forma lúdica e artística,
possibilita a exploração e desenvolvimento do movimento, espaço, equilíbrio e harmonia do
objeto a ser construído, as proporções dos papéis, os passos dos módulos de encaixe dos
origamis nas construções básicas. Levando ao conhecimento conceitos de representação
espacial, em arte, geometria, matemática, etc. Interagindo e compartilhando, experiências
ao explorar os movimentos, utilizando-se dos multimeios para divulgação das produções na
comunidade escolar.
Palavra chave: Origami, tridimensional, construção, proporção, movimento.
1 INTRODUÇÃO
O uso do origami para a compreensão do tridimensional permite explorar os
elementos visuais das imagens em suas diversas formas de composição. Assim, a 1 Docente do Colégio Estadual Antonio de Moraes Barros
2 Docente da Universidade Estadual de Londrina
produção artistica explorando os materiais, as formas e os espaços com
composições criativas através da técnica de dobradura “origami”, relevos e recortes
no papel “kirigami”, facilitará a compreensão dos padrões estéticos e artísticos das
diferentes culturas e etnias. Além disso, esta proposta contribuirá para a composição
das próprias produções dos alunos de forma lúdica e artística.
O sistema de ensino Fundamental nas séries iniciais apresenta dificuldades
principalmente da rede municipal por não oferecer as aulas de Arte e é realizado
inadequadamente em algumas escolas de Londrina. Quando ingressam no
Fundamental 5a a 8a (séries finais), não apresentam pré-requisitos básicos em Arte
e ao chegarem no Ensino Médio os alunos apresentam dificuldades de percepção
espacial, e de noções do bi e do tridimensional e ainda não usam corretamente os
instrumentos de desenho (régua, compasso, transferidor, esquadros). Resultando
em suas composições, a falta de proporção e profundidade, contribuindo no
desinteresse dos alunos por trabalhos práticos de artes visuais. O projeto
possilbilitará ao aluno a apropriação prática e teórica dos modos de composição das
artes visuais, visando a atuação do aluno em seu ambiente escolar.
A construção do tridimensional pelo origami tem por objetivo o
desenvolvimento e a exploração do movimento das formas no objeto a ser
construído.
Propomos o estudo do contexto histórico dos origamis; a importância da
compreensão do espaço tridimensional para o desenvolvimento da percepção e do
pensamento visual; a manipulação das formas e proporções: a construção,
visualização e exploração de objetos tridimensionais pelo origami.
Possibilidades de explorar as formas, proporção e movimento: a
possibilidades de criação e manipulação das novas figuras; a transformação de suas
produções; a apropriação e significação das figuras com recursos diversos.
Neste sentido a importância de explorar e manusear corretamente os
instrumentos, as formas de linguagens, movimentos e períodos na melhoria da
qualidade estética e artística de suas produções de Arte se faz necessário.
Bem como desenvolvimento e a exploração do movimento das formas no
objeto a ser construído, a apropriação e o desenvolvimento das proporções no
contexto histórico do origami nas diversas culturas por meio de atividades de
exploração da proporção (tamanhos) dos papéis, na construção, confecção de
formas básicas e a criação de novas estruturas.
O objetivo da proposta está na expressão, por meios de composições
próprias e leituras tridimensionais; na relação das formas e composições com os
movimentos, períodos e produções. Na interação com as variedades de materiais e
artístas na construção e exploração da tridimensionalidade, levando ao
conhecimento de conceitos de representação espacial em Arte de forma
interdisciplinar, caracterizando elementos básicos em Matemática e
Geometria.Neste
formas básicas e a criação de novas estruturas em origami na apresentação
das produções tridimensionais artísticos.
O Origami (dobraduras) é a arte japonesa que consiste na dobradura artística
do papel, permite a confecção de inúmeras figuras e animais. Proporciona
entretenimento instrutivo, não exige aptidão especial, prende a atenção da criança e
contexto proporcionar a compreensão da Arte como fato histórico e contextualizado
nas diversas culturas, conhecendo, respeitando a existência de diferenças nos
padrões artísticos e estéticos de diferentes culturas e etnias. A proposta explora o
desenvolvimento e movimento das formas no objeto manipulando as do adulto,
diverte, distrai e instrui. Exigindo paciência, começando com figuras mais simples e
progredir aos poucos para adquirir prática e executar cada etapa devagar, com
cuidado prestando muita atenção nas instruções.
Hoje com o crescimento da cultura de apertar botões, controlada por
computador, a arte de transformação de um simples pedaço de papel em um modelo
de origami é um tipo de magia agradável e envolvente.
A história do origami é bastante obscura, mas é claro que não pode ser
anterior à invenção do papel há dois mil anos atrás na China. O mundo do “origami”
não é Chinês e sim Japonês e é utilizado no mundo inteiro com o respeito de
ancestral da arte caseira. Quando a China foi invadida pelo Japão em 610 DC, o
segredo do papel viajou com eles e foi imediatamente assimilado dentro da cultura
japonesa, não somente como origami, mas também como biombos, esteiras, bolsas,
guarda-chuvas, roupas e muitos outros objetos.
Como uma indicação da importância do papel para os japoneses, a palavra
“origami” é formada por “ori” (dobrar) e “kami” que significa papel ou também Deus
(“kami” tornou-se “gami”, quando combinado com “ori”). Na verdade, os primeiros
modelos de origami foram criados com propostas simbólicas ou religiosas, não para
recreação.
O crescimento do origami criativo no Ocidente iniciou-se na década de 50,
embora fosse uma tradição espanhola sem importância e praticada pela criatividade
individual ocasionalmente antes daquela época. Curiosamente, desde aquela
década, esta arte também passou por uma evolução criativa no Japão, tanto que há
hoje várias centenas de livros impressos na língua Japonesa, a maioria contendo
novos trabalhos criativos. Uma grande quantidade de novos trabalhos também está
vindo do Ocidente, toda arte de estilos dispondo da encantadora simplicidade à
espantosa complexidade e da expressividade à geometria.
O origami é a arte de dobrar papéis, que a muito tempo esteve relacionada as
festas japonesas, mas seu reconhecimento mundial, fizeram com que surgissem
outras faces dessa arte, com algumas transformações, culturais e estéticas.
“As dobraduras tradicionais eram feitas sem o auxilio de cola ou tesoura, também sem o uso de pintura ou adornos, hoje já permitidos em uma espécie de Origami denominado de vanguarda, difundido em todo o mundo. Os temas antes essencialmente orientais, abrem espaço para o trabalho de profissionais dedicados ao estudo dessa arte: os origamistas que desenvolvem figuras regionais com a utilização de materiais diferentes, abrangendo hoje públicos e objetivos dos mais diversos. Esse livro é um convite à imaginação de todo aquele que se encantar pela magia de transformar uma folha de papel em uma figura e criar, criar, criar...” (Lombardi, 1997:p.3).
Segundo Horiuchi, o origami é um importante auxiliar no ensino básico da
geometria além de desenvolver a capacidade motora e criativa do indivíduo, a qual
desde a invenção do papel, ainda alguns origamis remanescentes daquela época
são usados ainda hoje como recurso didático.
“Com a invenção do papel há cerca de 2.000 anos possibilitou aos japoneses criarem a fascinante arte de dobradura – origami – que reúne ricas simbologias, retratando a história e o folclore do Japão. Segundo os historiadores, durante a antiguidade “Kodai”, era que antecede a Medieval japonesa, Estado e religião eram unos e o origami era empregado, então, somente em ocasiões como coroação, casamento, funeral e festivais. O origami se tornou mais popular a partir da era Heian (7941-1192) e atingiu o auge durante o período Muromachi (1338-1392), quando foram criados cerca de 70 tipos de dobraduras. São remanescentes dessa época, as dobraduras do sapo, garça, navio, cesto, balão, homem e lírio. Como recurso didático, o origami teve seu valor reconhecido na era Meiji (1868), quando foi introduzido no jardim de infância e nos primeiros anos do curso primário. A partir da era Taisho (1912-1926), começaram a surgir os papéis
colorido e quadrados de aproximadamente 15 cm, difundindo ainda mais os origamis recreativos e educativos”. (Horiuchi, 1995:p.11).
O Origami e a tridimensão modular é uma arte, que se caracteriza por
confeccionar figuras fazendo dobras no papel. A construção de um origami, na sua
forma mais habitual, não envolve o uso de cortes nem colagem, partindo, na maioria
das vezes, de um pedaço de papel quadrado com uma de suas faces colorida. O
resultado final depende do corte do papel utilizado e da confecção de dobras
perfeitas, exigindo paciência e concentração do executor ao seguir os passos
indicados para cada figura.
O origami modular distingue-se pela quantia de peças de papel utilizadas em sua confecção. O tradicional utiliza apenas uma peça de papel, e o modular se baseia na construção de módulos ou unidades (quase sempre iguais), formando figuras aos seres encaixados. É nos poliedros que se tem a principal fonte de inspiração do origami modular”. BUSKE e MURARI (2006:p.3).
Os conhecimentos referentes ao origami foram aprofundados, com base nas
obras de autores como IMENES (1988), HORIUCHI (1995), MATTOS (2001),
KASAHARA (2005), nas quais encontramos subsídios para realizar todas as
construções, assim como o embasamento matemático necessário para justificar tais
construções.
Exemplos de módulos de encaixe do origami:
A proporção áurea, número de ouro, número áureo ou proporção de ouro é
uma constante real algébrica irracional denotada pela letra grega (PHI) (em
homenagem ao escultor Phideas, que a teria utilizado para conceber o Parthenon) e
com o valor arredondado a três casas decimais de 1,618. Também é chamada de
seção áurea ( do latim sectio áurea), razão áurea, razão de ouro, divina proporção,
divina seção(do latim sectio divina), proporção em extrema razão ou áurea
excelência. O número de ouro é ainda frequentemente chamado razão de Phidias.
Desde a Antiguidade, a proporção áurea é empregada na arte. É freqüente a
sua utilização em pinturas renascentistas, como as do mestre giotto. Este número
está envolvido com a natureza do crescimento. O número de ouro, pode ser
encontrado na proporção das conchas (o nautilus, por exemplo), dos seres humanos
(o tamanho das falanges, ossos dos dedos, por exemplo) e nas colméias, entre
inúmeros outros exemplos que envolvem a ordem do crescimento.
Essa sequência aparece na natureza, no DNA, no comportamento da refração
da luz, dos átomos, nas vibrações sonoras, no crescimento das plantas, nas espirais
das galáxias, dos marfins de elefantes, nas ondas no oceano, furacões, etc.
Proporção áurea em retângulos:
Tridimensional é uma superfície plana tem duas dimensões: altura e largura,
por isso se chama bidimensional. Sobre esta superfície podemos traçar linhas, fazer
figuras ou manchar com cores. Quando um objeto com volume tem três dimensões:
altura, largura e profundidade é um objeto tridimensional. Sobre este objeto
podemos acrescentar ou retirar elementos em qualquer lado e não só em um plano.
Forma tridimensional – Escultura,são esculturas ou as obras tridimensionais ocupam
um lugar no espaço e podem ser observadas em toda sua volta. Tem peso, massa,
volume e espessura. São criadas pela retirada, agregação ou modelagem de
matéria. Para sua elaboração são usados materiais que lhe dão consistência, peso e
dimensão. As pedras, como o granito, mármore, madeira ou metal, são os materiais
tradicionais, mas há obras executadas ainda com o barro (cerâmica) ou resinas. Há
ainda os móbiles, que são esculturas que se movimentam sem auxílio mecânico
suas peças são dispostas de maneira que parecem soltas e deslocam-se com a
vibração do ar ou do vento. Os escultores utilizam diversos materiais que permitem
usar forma tridimensional, o ferro, o vidro,o marfim, o papel, o plástico, a madeira
etc. É na arte da escultura onde vemos, a materialização da forma e a idéia da obra.
Geralmente, o escultor segue algumas etapas para a realização de sua criação: o
projeto (esboço no papel ou construção de uma maquete); a estrutura (esqueleto do
objeto em metal, madeira ou outro material) e a finalização (acabamento). Essas
etapas visam o equilíbrio harmonioso da peça, que apresenta as características
próprias do escultor, independente dos materiais utilizados, a qual denominamos
estilo. O mundo em que vivemos é dimensional, e o tom é um dos melhores
instrumentos de que dispõe o visualizador para indicar e expressar essa dimensão.
A perspectiva é o método para a criação de muitos dos efeitos visuais especiais de
nosso ambiente natural, e para a representação do modo tridimensional que vemos
em uma forma gráfica bidimensional. Recorremos a muitos artifícios para simular a
distância, a massa, o ponto de vista, o ponto de fuga, a linha do horizonte, etc. No
entanto, mesmo com a ajuda da perspectiva, a linha não criará, por si só, uma ilusão
convincente da realidade, para tanto, precisa recorrer ao tom. O acréscimo de um
fundo tonal reforça a aparência de realidade através da sensação de luz refletida e
sombras projetadas. Esse efeito é ainda mais extraordinário nas formas simples e
básicas como o círculo, que, sem informação tonal, não pareceria ter dimensão.
“Essa liberdade de construção favorece o rompimento com a forma estática das esculturas tradicionais. Assim, são criadas outras esculturas que expressam movimentos e também esculturas movidas pela ação da água, de motores ou do ar, como os móbiles” (Coll e Teberosky,2000:p.47).
Nas instalações podemos fazer combinações de várias linguagens como
vídeos, filmes, esculturas, perfomances, computação gráfica, e outros. O público
passa de simples expectador a ser parte da obra, sem ele a obra está incompleta.
“O origami é uma forma de representação visual/escultural, definida principalmente pela dobradura do meio (usualmente papel). De uma ou mais folhas simples de papel, emerge um universo de formas. Em uma determinada época acreditava-se que não é bem assim, porque não é possível captar a essência de um objeto se antes não conhecemos o objeto a ser reproduzido com a dobradura.”(LEMOS e BAIRRAL, 2ed,2008)
Segundo RICHTER (2005), dobradura (origami), de “origem japonesa,
percebemos o quanto esta arte está presente em sua cultura.
2 PROCEDIMENTOS
Em primeiro lugar os alunos das 2ª e 3ª séries do Ensino Médio do Colégio
Estadual Antonio de Moraes Barros realizaram pesquisa sobre o histórico do
Origami e Origem do papel nas diversas culturas.
Relacionaram e compreenderam o contexto histórico dos origamis nas
diversas culturas para explorarem e manusearem corretamente os instrumentos e as
formas de linguagem de suas produções.
Passos básicos de dobras do origami, em duplas, foram distribuídos
quadrados recortados:
Fazer dobras no papel:
- uma dobra:- dois triângulos
- dois retângulos
- duas dobras: - quatro quadrados
- quatro retângulos
- quatro triângulos
- três dobras: - oito triângulos
Após os alunos começaram a desenvolver atividades com o papel, onde
fizeram o desenvolvimento das proporções, explorando os tamanhos dos papéis a
utilizados nas etapas dos módulos de encaixe dos origamis, a manipulação e a
confecção de formas básicas e a criação de novas estruturas, construções
tridimensionais.
A Experimentação de materiais para dobraduras seguiu o estudo do retângulo
áureo na construção das medidas proporcionais dos módulos de papel para encaixe
das figuras ou seres produzidos e articulados: na forma, espaço e movimento;
construções tridimensionais básicas; estudo da forma e proporções do material
utilizado.
Exploraram origamis com uma única peça, o que cada um tinham de
conhecimento e aprenderam outros modelos, exploraram as proporções estudadas.
Trabalharam com módulos de encaixe e conexões (proporção áurea) dos
origamis, traçado e recorte de módulos proporcionais.
Em duplas: com ajuda dos instrumentos de desenho, seguiram instruções de
como trabalharem com a proporção áurea (módulos de encaixe do origami),
recortarem e dobrarem corretamente para encaixe e exploração dos módulos na
construção de módulos básicos tridimensionais (poliedros).
3 DISCUSSÃO E RESULTADOS
O origami é um trabalho de extrema habilidade manual e mental, conjulgando
o raciocínio espacial e a descoberta do fazer, na realização das dobras que
permitem o movimento, no encontro com outra cultura que se manifestava através
do prazer lúdico.
Foi na série “Bichos” de Lygia Clark, o qual encontramos a mesma magia do
fazer e do interagir, proporcionou o envolvimento das crianças da escolas da
professora artista Helena Yoko Nishino na realização dos origamis. Criou esculturas
interativas a partir da série “Bichos”, relacionando-as com as dobraduras ou origamis
que haviam produzido anteriormente. Embora essa relação não tenha sido
imaginada pela artista, ela serviu para criar um elo inter-cultural muito expressivo. As
dobraduras representaram uma situação já dada, mais artesanal, chegando à
criação artística proporcionada pelas esculturas, que foram realizadas com
triângulos-retângulos, unidos entre si de forma a criar diferentes possibilidades de
organização. Os elementos formais foram articulados espacialmente, produzindo
efeitos diferenciados, embora a partir de um mesmo elemento formal, ou seja, o
triângulo.
Outro artista que podemos destacar é “MMM, Ascânio, desde 1966 vem
participando do movimento artístico nacional. Onde viu uma exposição de Victor
Pasmorre, artista inglês, com pedaços de madeira dispostos sobre painéis de vidro,
sentiu-se influenciado e declarou mais tarde: “Minhas primeiras peças foram
praticamente uma seqüência das dele”. Trabalhou inicialmente em pintura, sempre
utilizando os princípios do construtivismo, e lentamente evoluindo para o
tridimensional de que se ocupa hoje. De seu trabalho em ripas sobre painéis ou
paredes, numa fase que poderíamos denominar de pictórica, disse Frederico Morais:
“Ritmos rigorosos, que contudo podem chegar a preciosos efeitos óticos. Presas ao
suporte, as ripas podem indicar, à primeira vista, uma composição estática. Porém, o
movimento existe, virtualmente. E isto devido precisamente às ripas que retiram ao
trabalho seu caráter pictórico, melhor, seus relevos resultam numa espécie de
“pintura projetada” para usar uma expressão de Herbert Read, que varia segundo a
luz e o ângulo de visão do espectador. No “campo” previamente estruturado para
recebê-las, as sombras são projetadas pela luz vinda do exterior, em alguns casos
as próprias ripas são “projetadas” para fora da “tela” sobre os painéis ou parede. E
como se o relevo continuasse indefinidamente, virtualmente. (ver site
www.masterarte.com/br/artista).
Ascanio MMM - Escultura em madeira
Pode-se observar que as atividades com os alunos do Ensino Médio, levou
ao conhecimento conceitos de representação espacial em Arte de forma
interdisciplinar, relacionando com elementos básicos utilizados em Matemática e
Geometria. Procurou desenvolver através destas atividades a percepção visual e a
produção de formas tridimensionais, bem como a representação do objeto
tridimensional no bidimensional. Como compartilhou estudos e pesquisas na
composição de formas tridimensionais com o uso do origami possibilitou ao aluno a
apropriação prática e teórica dos modos em suas composições nas diversas
culturas, relacionadas à produção, divulgação e consumo. Produziu assim, trabalhos
de artes visuais visando a atuação efetiva do aluno em seu ambiente escolar.
A proposta revela a importância da produção do Origami (a dobradura) na
articulação dos elementos que envolvem a tridimensionalidade, como a forma,
espaço e movimento suas relações na composição e representação visual,
propiciando ao educando a construção do conhecimento em Arte. Enfatizando o fato
histórico, as diversas culturas, conhecendo, respeitando a existência de diferenças
nos padrões artísticos, estéticos e culturais. No desenvolvimento e exploração dos
conhecimentos da técnica e formas do origami, utilizando-se dos sistemas de
medidas, proporções, comparando, analizando características da matemática de
uma forma lúdica e artística. Esta forma de linguagem possibilitou a manipulação de
diferentes técnicas e modelos.
Observaram, que ao longo dos tempos, em todas as culturas, a preocupação
de escolher proporções ideais em suas figuras. Para estabelecer essa proporção
ideal, tomou-se como medida uma parte do corpo: a cabeça. Esse estudo teve início
com os gregos e os romanos e chegou até nossos dias.
O modelo grego, a figura humana, como regra empregou-se a medida de oito
cabeças a proporção da figura humana.
A figura humana está dividida de frente, em partes iguais, por um eixo
simétrico, o nosso corpo é uma estrutura simétrica.
A perspectiva é a arte de representar em uma superfície geralmente plana os
objetos em relevo. A perspectiva dá ao objeto a idéia de dimensão e cor e a
sensação de distância e sugere sensação de espaço, e à medida que se afastam do
observador, nos permite representar esta sensação de profundidade.
Os alunos são desafiados a interpretarem e executarem as atividades e
ajustarem ao modelo, apresentando sugestões como melhorá-lo.
O papel colorido, é cortado em forma de um quadrado, após ser dobrado de
acordo com as medidas e proporções a cada modelo, são seguidos os passos
indicados para cada tipo de módulo (triangular, quadrangular, pentagonal...), que
resultaram em polígonos de encaixe.
Os grupos de alunos transformaram, trabalhando o movimento, o espaço, a
harmonia e o equilíbrio nas criações. E trabalharam nas suas construções o
movimento e o espaço com imaginação e criatividade, criando construções c
riativas.
Segundo o relato das alunas: A. P., D. R. e L. G. da 3ª série, “O nosso
trabalho sobre origami foi divertido, pois todas do grupo, ajudaram a dobrar papel
por papel. A intenção era fazer um coração de origami, dragão, cisne e polvo. E
levamos algumas aulas para terminar, a professora ajudou em nosso processo de
construção e também alguns colegas de outros grupos, colaborou para esse incrível
trabalho. Pesquisamos na internet, e na sala de aula trocamos idéias para concluí-
lo.”
Os diferentes olhares de nosso trabalho.
Ao trabalhar o movimento, observação e apreciação das suas produções com
módulos simples, mostraram-se interessados em reproduzir módulos mais difíceis.
Este envolvimento possibilitou a mediação dos conhecimentos de arte e matemática
de uma forma concreta, de forma a proporcionar a apreciação, comparação a outras
áreas da natureza por toda sua vida.
4 REFERÊNCIAS
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