segurito 115

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    om a diminuição do número de vagas deempregos, voltei a escutar as lamúrias sobrecrise e a injustiça das empresas que sócontratam por peixada ou com vários anos deexperiência.Como assim, professor? Não são lamúrias. Sourecém-formado e o negócio está feio.Realmente tem empresa que não dá chance.Como vamos ter experiência se não nos deixammostrar a nossa capacidade? É realmenteinjusto!Vamos por partes, meu filho. Primeiro euqueria lhe fazer uma pergunta: desde quandoas empresas nasceram para serem justas?Além disso, qual é a injustiça de darpreferência para alguém que já trabalha há dezanos na área ao invés de alguém com meses

    de experiência?Não concordo, professor! Posso ter poucaexperiência, mas mereço uma chance de provar a minha competência.Ok, meu filho! Mas como você sabe que serámais capaz do que aquele que tem mais tempona área?Mas a empresa também não tem como saber. Além disso, duvido que ele vá se empenhar,com eu me empenharei, professor.É verdade, a empresa não tem como saber.Mas, posso ser sincero, na média, tempo detrabalho pode fazer muita diferença. Pois oconhecimento sobre determinado assuntopode ser melhorado e desenvolvido comestudo. Mas alguns fatores dependem deexperiência prática. Só quem tentou , errou,caiu e levantou terá desenvolvidodeterminadas habilidades. Imagine alguémque saboreia a Segurança do Trabalho faz dezanos e o tanto de conhecimento adquirido.Para com isso, professor. Como eu fico nessa?Desempregado, em um looping de precisarexperiência para trabalhar, mas precisartrabalhar para ter experiência? Tô ferrado !!!Sei que você deve já estar chateado comigo,mas para amenizar a minha barra vou lhe

    contar um segredo de ouro. Sabe qual deve sero seu diferencial?Tô chateado, mesmo. Mas fala aí!Apenas alguns meses de estudo emconhecimento teórico.Como assim ! Não entendo mais nada, osenhor acabou de falar que experiência éimportante e blá, blá, blá... e agora está

    Melhorar para pior

    ocê já ouviu falar em master mind?Não, professor!!!Nada mais é do que a reunião de profissionaisque têm como objetivo ajudar uns aos outros.E o colega prevencionista Nelson Beuter Júniorresolveu arregaçar as mangas e fazer algosimilar. Está organizando reuniões no RioGrande do Sul. Um Grupo Técnico de HigieneOcupacional, justamente com este objetivo detroca de informações e de aumentar onetworking. Os interessados devem entrar emcontato pelo [email protected] E sugiro que você pense em participar ou emcriar um grupo na sua cidade. Já estoupensando em fazer algo na minha!

    título deste texto nos faz pensar em algocontraditório. Pois se vai melhorar, como vaiser para algo pior?Mas já explico. Pensei nisso lembrando desituações que já passei em algumas empresas.Por exemplo, na implantação de um Sistema deGestão de Saúde e Segurança do Trabalho.No projeto de implantação os objetivos sãoclaros, facilitar a identificação dos riscos,possibilitar acesso à legislação atualizada,distribuir informações.Resumindo, organizar a casa para padronizarações saudáveis e seguras.Porém tem muita empresa que melhora parapior.Por que, professor?

    Porque acredita que o foco são osprocedimentos, começa a estabelecer rotinasque não eram realizadas e que pouco ou nadaagregam à Saúde e Segurança do Trabalho.Por exemplo, vamos estabelecer análisesergonômicas colaborativas, mas não teremostempo de capacitar os colaboradores, vamoselaborar procedimentos para todas asatividades de risco da empresa, mas ficarão naanálise apenas para a visita dos auditores,vamos passar a fazer análise de todos osincidentes, mas não temos pessoas suficientespara analisar os dados e fazer rodar um planode ação.

    Qualquer modelo para tentar organizar o setorde segurança ou mesmo o processo produtivosempre é bem-vindo, como gestão pelo ModeloToyota, OHSAS 18001 ou SegurançaComportamental. Porém, temos que tomarcuidado para avaliar se estes modelos copiadose não ajustados à nossa realidade estão apenasfuncionando como modelos de “piorização” . Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro deSegurança do Trabalho

    Master Mind

    Pare de reclamar e comece a agir desde ontem

    JORNAL SEGURITO

    O C

    Piadinhas- Sr. João, tenho notícias más e piores.- Qual são as más notícias, doutor?”

    - Você tem só mais 24 horas para viver.- Isso é terrível. Como pode haver notíciaspiores?- Desde ontem tento lhe dar esta notícia.

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    falando em alguns meses de estudo.Pois é, infelizmente para o mercado efelizmente para você, temos muito profissionalcom anos de trabalho, mas que na médiapouco estuda e não se recicla. Comoconsequência não tem os anos de vantagemsobre os recém-formados.Quando vejo um profissional que estácomeçando, acredito que a forma mais fácil dese diferenciar é tornar-se uma máquina deaprender.E como eu faço isto, professor?

    Quantos livros você tem lido ao mês?Exatamente, eu falei livros, no plural. Vocêsabia que na média o brasileiro não lê nemquatro livros no ano. Agora imagine se você lerpelo menos dois livros técnicos no mês (leiamais se possível).Além disso, imagine se você fizer cursos (hágratuitos), escrever materiais técnicos (nãoprecisa publicar, basta escrever paracoordenar as ideias), conversar sobre assuntostécnicos com colegas de trabalho, ao invés dediscutir apenas abobrinhas pelo whatsapp,tirar dúvidas, ver vídeos sobre o assunto,complementar as informações técnicas comtemas sobre liderança, gestão de projetos,informática etc. E se, além disso, você aindadesenvolve habilidades de gestão, criatividade,relação interpessoal etc....Ok, professor, posso tentar fazer isto tudo, masvou continuar sendo recém-formado!Meu filho, este perfil é tão raro que naprimeira oportunidade você será contratado.Na verdade, quando lhe descobrirem você será

    disputado.A crise e a falta de experiência atingemprimeiro aos de menor preparo. Não adiantaficar esperando e reclamando. Faça pormerecer, construa uma trajetória, mas comecedesde ontem. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro deSegurança do Trabalho

    Dois palitos estão andando pela ruaquando se deparam com um porco-

    espinho. Nesse momento um palito diz aooutro:- Puxa vida, eu nem lembrei quepodíamos ter vindo de coletivo.

    V

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]

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    lguns podem responder que têm medo defantasmas, de determinado inseto ou de umapossível notícia ruim.Que besteira, professor! Como vamos ter medode algo que não estamos nem vendo?

    Na verdade, para a maioria das situações podeser uma grande bobagem. Porém, em algumassituações é fator crucial. Por exemplo, no casodos riscos biológicos, o micro organismo estácirculando, às vezes até fazendo pouco caso, enós não tomamos o devido cuidado.Agora imagine o profissional que trabalhadiretamente com o setor de saúde. Se esteprofissional subestimar este risco podeadoecer ou mesmo vir a óbito.É lógico que o maior ou menor risco vaidepender de diversos fatores como umidade,

    renovação do ar ambiente, número de pessoas

    no local, dentre outros fatores.Mas como evitar estes riscos, professor?Na teoria não é tão difícil, pois depende deseguir determinados procedimentos, como osindicados na própria NR 32. Veja abaixo:32.2.4.5 O empregador deve vedar:a) a utilização de pias de trabalho para finsdiversos dos previstos;b) o ato de fumar, o uso de adornos e omanuseio de lentes de contato nos postos detrabalho;c) o consumo de alimentos e bebidas nospostos de trabalho;d) a guarda de alimentos em locais nãodestinados para este fim;e) o uso de calçados abertos.Além da NR 32, devemos disponibilizar EPIsapropriados, produtos bactericidas, utilizartécnicas de desinfecção dos instrumentosutilizados e procedimentos no uso de seringas.O problema é que estes procedimentos exigemque todos sejam extremamente disciplinados,algo bem complicado de conseguir,principalmente se não estamos conscientesdas consequências. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de

    Segurança do Trabalho

    m dia desses olhando para a janela davizinha...Como assim, professor?Não pense besteira menino. Ela deve ter maisde 80 anos e estava conversando, ou melhordando um ralho no neto (talvez bisneto).Sim professor! Mas ao invés de ficarbisbilhotando a vizinhança é melhor começar aescrever sobre Segurança do Trabalho, senãovou embora.Não precisa ameaçar e espera que tem tudo aver com Segurança, pois o que vi me fezdespertar para o nosso famoso DDS (DiálogoDiário de Segurança).Qual a relação, professor?Infelizmente, apesar do primeiro D da siglasignificar diálogo, acho que este D parou lá porpuro acidente, pois diálogo significa uma viade mão dupla onde a informação deveria fluirnos dois sentidos. Porém o que temos, emgeral, é uma espécie de mini palestra, onde ostrabalhadores só escutam, como o bisnetodanado da vizinha (deve ser bisneto, mesmo).Mas, professor. É tão pouco tempo, já não dá para falar quase nada.O primeiro ponto é pensar no seguinte: quem

    disse que o principal é você conseguir falartudo. Já pensou que também é muito importante ouvir os argumentos dotrabalhador?Porém vou lhe dar uma sugestão: estabeleçauma rotina de DDS que em alguns dias você vainão com o objetivo de informar, mas sim como intuito de ouvir. Tenho certeza de que vocêirá se surpreender com as inúmerasinformações úteis (terão também inúteis, masreleve) que farão você conhecer a empresa edesenvolver melhor suas atividades.Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro deSegurança do Trabalho

    Na sacada doapartamento

    A

    JORNAL SEGURITO

    incrível como boa parte dos problemas dequalquer empresas, e dentro deste pacoteincluo os de Segurança do Trabalho, nãodependem exclusivamente de problemastécnicos. No nosso caso, posso citar aErgonomia, a Higiene Ocupacional ou oSistema de Combate a Incêndio.

    Lógico que estes fatores são parte dosingredientes, mas talvez o principal fator seja orelacionamento, ou melhor, a dificuldade nosrelacionamentos.É o gerente de produção que não gosta docoordenador da manutenção, e este tem rixa

    com o chefe do RH, que não concorda com agestão do SESMT.É um contínuo embate político, uma eternadisputa de forças entre setores que criam asfamosas “panelinhas”. Como consequência os

    Piadinha

    U

    Você tem medo do que não está vendo ou do que nem aconteceu?

    Qual é a diferença entre uma mulhercom TPM e um terrorista?R: Com um terrorista pode-se negociar.

    Como é que os canibais chamam ascompetições de atletismo?R: Fast food.

    O que é que come um canibalvegetariano?R: Jardineiros.

    É

    3

    O problema é muita ou pouca D setores esquecem que estão em um mesmotime, em uma mesma empresa e acabamcriando, no mínimo, objetivos divergentes.Como já tenho mais de 15 anos atuando naSegurança do Trabalho, já passei por diversasempresas e fazendo uma retrospectiva, ficoimpressionado ao constatar que as empresasem que consegui maior investimento para osetor não foram necessariamente as empresasmais ricas, mas sim aquelas em que é comumfalarmos o seguinte: aqui a gente ganhapouco, mas se diverte.Ou seja, são as empresas em que temosmelhores relacionamentos e neste tipo deempresa tudo flui mais fácil. Porém não vá seesquecer de que os relacionamentos têm mãodupla e que assim como um casal precisadiscutir a relação, respeitar e deixar fazer, nósprecisamos de muita inteligência emocionalpara conseguir o equilíbrio.Então continue estudando, mas lembre de que

    uma das principais armas do profissional deSegurança do Trabalho sempre será ainteligência emocional. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro deSegurança do Trabalho

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    Não viva deilusionismo scutei uma frase um dia desses que achei

    sensacional: Só temos duas possibilidades, ou

    acertamos ou aprendemos.Mas porque o senhor está falando sobre isto?Infelizmente, há uma ideia meio generalizadade que errar faz mal, que só erra genteincompetente, que o erro precisa serescondido sob o tapete.Não estou entendendo, professor? O senhorestá falando que devemos errar.

    Não exatamente, me deixa contar umahistorinha que acho que ficará mais fácil deentender.Logo que comecei a atuar na área deSegurança do Trabalho trabalhei em umaempresa que era certificada na OHSAS 18000 elembro que o auditor solicitou o PPRA daempresa, o laudo de Insalubridade, a planilhade perigos e riscos e o mapa de riscos daempresa e por amostragem foi verificando osriscos presentes em um documento e semprecomparando se os riscos estavam presentes

    JORNAL SEGURITO

    Eo mês passado fui em uma festa infantil em

    que a atração era um mágico, do tipotradicional, de cartola e com coelho.E não é que no meio da apresentação comeceia relacionar o mágico com o profissional deSegurança do Trabalho.

    Professor, com todo respeito, eu acho que osenhor tem trabalhado muito, ultimamenteseus textos estão beirando a insanidade. Mas,vá lá, conte a história!Não vou nem comentar o seu destempero,meu filho. Mas voltando ao que interessa,deixa eu lhe fazer uma pergunta: Qual afunção do mágico de aniversário?Distrair nos fazendo acreditar que são capazesde mudar as leis da física, ou seja, em bomportuguês conseguir nos enganar. E alguns sãoexcelentes nisso.Professor, o senhor está insinuando que os profissionais de Segurança estão enganando osoutros.Não, meu filho. Estou mais preocupado comaqueles que realizam a auto enganação.Bem sei que nem tudo na vida é só preto oubranco, há muitas áreas cinza e até temosoutras cores. Mas na Segurança do Trabalho,esta variedade de cores é bem restrita, umpouco pela questão legal, mas principalmentedeveria ser pela questão ética.

    Sou um grande defensor das empresas em queeu trabalho, mas sempre temos que nos imporlimites, há situações eticamente indefensáveise em algumas empresas por melhor ilusionistaque você seja há situações que nem HarryPorter ou Houdini poderiam, ou melhor,deveriam resolver.Mas professor, se não é ilegal e vocêtecnicamente consegue fazer a “ ilusão”, qual o problema?O problema é que mesmo que você pense terconseguido se enganar achando que tomouuma decisão correta, no final das contas, osoutros e algum dia, principalmente você,perceberá que nunca foi realmente umamágica, sempre era apenas uma ilusão. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro deSegurança do Trabalho .

    N

    nos demais. Infelizmente os documentos nãofalavam exatamente a mesma língua e como

    consequência a empresa levou uma nãoconformidade.Porém nesta mesma empresa o diretor falavaalgo que apesar de ser o óbvio em geral não éseguido: não escondam nada do auditor, estoupagando muito caro para ele identificar o queestamos fazendo de errado.Nesta empresa não fui demitido e o patrãofalou que pelo menos aquele erro eu não iriamais cometer e eu ainda complemento quetambém nunca mais irei esquecer.Acho que não há dúvidas de que o erro sempreestará presente nas nossas vidas e acreditoque ele não precisa viver nas sombras, comoum sequestrado em um cativeiro, deixe elepegar um sol, deixe que os outros vejam oserros.Mas não vão distorcer minhas palavras, nãoestou dizendo que devemos errar todo dia eque este é o objetivo do verdadeiroprofissional. O coitado do erro nunca será oqueridinho da casa, porém se o tratarmos comalgum respeito pode vir a nos ajudar a evitarnovos problemas e principalmente os mesmosproblemas. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro deSegurança do Trabalho

    Como é bom errar

    Difundir informação não geraconcorrente, gera mercado

    á faz algum tempo que tenho como um dosobjetivos de vida difundir informações sobreSegurança do Trabalho. Faço isto com o JornalSegurito, com os vídeos do SST É O CANAL,com os podcasts do Segurito em Cast, com afanpage do Jornal Segurito, com o site

    www.jornalsegurito.com, além das palestrasgratuitas e aulas no IFAM.Mas algo que me deixa triste é ver pessoascom muito mais conhecimento, retendoinformações por medo de gerar concorrência.O que estes profissionais inseguros nãopercebem é que transmitir informações, fazcom que você receba mais informações. Nãoapenas pela troca de material dos contatosagradecidos com o material enviado, masprincipalmente porque quando você resolveproduzir um material para divulgar, precisaráestudar, planejar e finalmente gerar ainformação e neste processo é natural opróprio desenvolvimento.Mas tem outro motivo que vejo como maisimportante.Qual, professor?

    É o seguinte, meu filho. Quando temos umacategoria com baixo conhecimento, mesmoque você individualmente se destaque, o setoré visto como algo menor. Porém quando todaa categoria é mais qualificada a informaçãoviaja pelo ar alcançando a toda a população e

    faz com que o setor fique cada dia mais forte econsequentemente aumenta o mercado detrabalho.Por isso, espero que todos possamos divulgarmais e mais informações, pois hoje para boaparte da população o profissional deSegurança de Trabalho é visto como alguémque vigia os trabalhadores no uso de EPIs eescreve uns papéis na sala que tem arcondicionado. Porém, espero chegar ao dia que ao perguntarpara qualquer cidadão sobre a importância doprofissional de Segurança do Trabalho vououvir com sinceridade que é um profissionalque cuida do trabalhador e tem importânciaestratégica para a empresa. Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro deSegurança do Trabalho .

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    http://www.jornalsegurito.com/http://www.jornalsegurito.com/