síndromes respiratórias pl 03

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UNIFENAS Profa Vera Ângelo

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Aula Pratica Laboratorial Profa Dra Vera Lúcia Ângelo Andrade

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Page 1: Síndromes Respiratórias PL 03

UNIFENAS

Profa Vera Ângelo

Page 2: Síndromes Respiratórias PL 03

Objetivos

OE: Reconhece as principais alterações patológicas, macro e microscópicas do carcinoma epidermóide.

oReconhecer as principais alterações patológicas, macro e microscópicas do adenocarcinoma.oReconhecer as principais alterações patológicas, macro e microscópicas do carcinoma de grande células.oReconhecer as principais alterações patológicas, macro e microscópicas do carcinoma de pequenas células.oReconhecer as principais alterações patológicas, macro e

• microscópicas dos carcinóides e tumores metastáticos

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Carcinomas pulmonares

É o tumor maligno com a maior taxa de mortalidade mundial no homem e o segundo na mulher, só perdendo para o câncer de mama.

Nos Estados Unidos são notificados 170.000 novos casos por ano

No Brasil, a estimativa para o ano de 2008, válida também para 2009, é de que 27 mil pessoas serão atingidas, sendo 18 mil homens e 9 mil mulheres

Apesar de mais freqüente entre indivíduos do sexo masculino, sua incidência no homem se estabilizou ou diminuiu, enquanto nas mulheres vem aumentando drasticamente nas últimas décadas.

Apenas 20% dos casos são diagnosticados em fases iniciais.

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Classificação : Carcinomas pulmonares

Classificação da Organização Mundial de Saúde publicada em 1999:

- carcinoma de células escamosas,- carcinoma de pequenas células, - adenocarcinoma, - carcinoma de grandes células (neuroendócrino e não neuroendócrino), - carcinoma adenoescamoso, -carcinoma pleomórfico - sarcomatóide, - e tumor carcinóide.

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Classificação : Carcinomas pulmonares O câncer de pulmão,, é classificado em dois tipos principais:

1) Pequenas células2) Não-pequenas células (85%)

O tumor de células não-pequenas corresponde a um grupo heterogêneo composto de três tipos histológicos principais e distintos:

- carcinoma epidermóide, - adenocarcinoma - carcinoma de grandes células, ocorrendo em cerca de 75% dos

pacientes diagnosticados com câncer de pulmão.

Dentre os tipos celulares restantes, destaca-se: - carcinoma indiferenciado de células pequenas, com os três subtipos

celulares: linfocitóide (oat cell), intermediário e combinado (células pequenas mais carcinoma epidermóide ou adenocarcinoma).

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Carcinomas pulmonaresDe janeiro de 2000 a janeiro de 2006, foram acompanhados 240 pacientes.

Destes 64% do sexo masculino.

Entre os homens, a média de idade foi 64 anos e, entre as mulheres, 59 anos, e 77 (32%) estavam acima de 70 anos.

O tabagismo foi evidenciado em 89,4% dos casos avaliados, com carga tabágica média de 47,02 anos-maço.

O padrão histológico de maior incidência foi o carcinoma espinocelular, seguido pelo adenocarcinoma

J. bras. pneumol. vol.34 no.8 São Paulo Aug. 2008

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J. bras. pneumol. vol.34 no.8 São Paulo Aug. 2008

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Classificação do estadiamento TNM (T=tumor; N=gânglios linfáticos e M=metástases).

1. A letra “T” equivale ao TUMOR:

-Extensão do tumor avaliada pela tomografia do tórax e uma endoscopia respiratória. -Avaliar se existe ou não invasão de estruturas vizinhas ao tumor. -Estadiamento “T” que varia desde o “Tx” até o “T4”. Quanto maior o número maior é o comprometimento.

2- A letra “N” equivale aos LINFONODOS: Os linfonodos podem ser avaliados através do estadiamento clínico (usando métodos não invasivos) ou do estadiamento cirúrgico (usando métodos mais invasivos).

-

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Classificação do estadiamento TNM (T=tumor; N=gânglios linfáticos e M=metástases).

3. A letra “M” equivale a presença de METÁSTASES:

-As metástases devem ser pesquisadas no fígado e suprarrenais por meio de tomografia ou ecografia abdominal.- Quando o paciente apresenta sintomatologia óssea deve-se pesquisar a presença de metástases nos ossos com cintilografia. -A pesquisa de metástase em crânio só é realizada quando o paciente apresenta sintomas neurológicos (cefaleia, tonturas, alterações visuais e convulsão). - Ao final dessa análise teremos o estadiamento “M”, que varia desde o “M0” até o “M1”. Quanto maior o número, maior é o comprometimento.

-

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- tabagismo.

- asbesto

- radicais livres

Estudos mostram a associação do fumo com a expressão do oncogene ras, que não se expressa em não fumantes.

Mutações no p53 também já foram descritas.

Etiopatogênese

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EtiopatogeniaAgressão

ambiental

Acúmulo progressivo de anormalidade genéticas

Epitélio brônquico benigno tecido neoplásico

- Principal: tabaco

- Poluentes industriais

- poluição do ar

10 a 20 mutações genéticas: tumor clinicamente aparente

Ocongenes: C-MYC, EGFR e HER-2

Genes supressores deletados: p53, RB

Pequenas células

Não pequenas células

Ocongenes: K-RAS, EGFR e HER-2

Genes supressores deletados: p53, p16.

Genes mais afetados

HUSAIN, Aliya N., KUMAR, Vinay. O pulmão. In: KUMAR, Vinay; ABBAS, Abulk; FAUSTO, Nelson. Robbins e Cotran- Bases da Patología das doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. cap. 15, p. 796-798.

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1- Tabagismo.

Existem evidências estatísticas (há correlação entre a freqüência do câncer do pulmão e a quantidade de cigarros consumidos por dia, o hábito de

"tragar" e a duração do hábito),

Experimentais do seu papel (existem mais de 1200 substâncias químicas na fumaça do cigarro, muitas delas comprovadamente carcinogênicas)

Evidências clínicas: (são comuns as alterações histológicas no epitélio do trato respiratório dos fumantes ).

Carcinomas pulmonares: etiologia

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2- Riscos industriais: a exposição a determinadas substâncias usadas na industria (asbestos, urânio, radiação, niquel,

cromatos) está associada com maior risco de câncer do pulmão.

3- Poluição do ar: não há provas inquestionáveis do seu papel na gênese do câncer do pulmão.

4- Cicatrizes pulmonares: alguns cânceres do pulmão assestam-se sobre cicatrizes de infartos, corpos estranhos, tuberculose.

Carcinomas pulmonares: etiologia

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Tumor de Pancoast:

- localizado no ápice pulmonar.

- geralmente compromete o oitavo nervo cervical e os primeiros nervos torácicos

- Síndrome de Pancoast, corresponde à presença de tumor no sulco superior de um dos pulmões e dor no ombro correspondente, que se irradia para o braço.

Carcinomas broncogênicos

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SintomasOs tumores de localização central provocam sintomas como tosse, sibilos, estridor, dor torácica, escarros hemópticos e dispnéia.

Os de localização periférica são geralmente assintomáticos. Quando eles invadem a pleura ou a parede torácica, causam dor, tosse e dispnéia do tipo restritivo.

Carcinomas broncogênicos

http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=340

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Carcinoma epidermóide:

- É o tipo histológico mais frequente

- Tipo mais associado ao tabagismo.

- É mais comum em homens.

- É o menos heterogêneo do ponto de vista morfológico

- localização usualmente central, tendendo a aparecer nos grandes brônquios.

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- desde um pequena tumoração endobrônquica até grandes massas.-massas cavitárias, - massas hemorrágicas, - necrose

Macroscopia

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Carcinoma epidermóide: Microscopia

- é formado por células epiteliais com pontes intercelulares e queratinização individual ou sob a forma de pérolas córneas.

- A mucosa adjacente, em geral, exibe áreas de metaplasia escamosa, displasia ou carcinoma in situ.

-Quanto ao grau de diferenciação o tumor pode ser classificado em: bem diferenciado,

moderadamente diferenciado e

pouco diferenciado.

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Carcinoma tipo “oat cell”

http://www.mediglyphics.com/public/img/Demo/pathology___lung_cancers.png

•Ou CA de pequenas células

•Predomínio: 70-80 anos.

•Sexo masculino.

•Tabagismo.

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Características clínicas

-Localização central.-Pior prognóstico.-Metástases.-Síndromes paraneoplásicas.

ACTH.Serotonina.Hormônio antidiurético.Calcitonina.Estrógenos.Hormônio do crescimento.

http://www.netterimages.com/images/vtn/000/000/001/1092-150x150.jpg

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Características macroscópicas

http://www.binglixue.com/image/images/pul/LUNG074.jpg

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Características histopatológicas

Pequenas células uniformes.Núcleo denso, oval ou redondo,

cromatina difusa, nucléolo inconspícuo.

Citoplasma escasso.Estroma.Pseudo-rosetas.Necrose: massas

hematoxilínicas na parede dos vasos.

http://www.pathguy.com/~tdemark/0080.jpg

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Adenocarcinoma:

Terceiro tipo mais comum.

Localização mais freqüente na periferia do pulmão, associação com cicatrizes pulmonares.

É mais freqüente em mulheres e o tipo cuja associação com o tabagismo é menos evidente.

A maioria origina-se nas vias aéreas periféricas, a partir de células epiteliais colunares não ciliadas ou dos pneumócitos II.

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MACROSCOPIA- Lesão com superfície homogênea, sólida e de coloração

marfim- Associa-se a lesões destrutivas e/ou cicatrizes do

parênquima pulmonar

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- sintomas apenas em fases mais avançadas (difícil detecção precoce)

- é comum a disseminação por via linfática, sanguínea e aerógena

- acometimento da pleura visceral- locais de metastização mais frequentes: cérebro,

osso, supra-renais e fígado

LOCALIZAÇÃO

PERIFÉRICA

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Presença de massa esbranquiçada localizada perifericamente no parênquima pulmonar.

A localização periférica do tumor fala a favor do subtipo adenocarcinoma

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Microscopia:

é uma neoplasia com diferenciação glandular e produção de mucina.

Pode ser classificado em: - bem diferenciado, - moderadamente diferenciado - pouco diferenciado.

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MICROSCOPIA

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Adenocarcinoma: PADRÕES

1 – Acinar 2 - Papilífero

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PADRÕES

3 – Carcinoma sólido com produção de muco

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PADRÕES

4 – Carcinoma bronquíolo-alveolar

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Carcinoma de grandes células:

-comportamento altamente agressivo.-evolução rápida para o óbito.

MacroscopiaLesão predominantemente periférica, subpleural, com tendência a formar grandes massas com áreas de necrose e de hemorragias.

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Carcinoma de grandes células:

Microscopia.

Presença de células com citoplasma abundante, grandes núcleos centrais, com nucléolo evidente e alta relação núcleo citoplasma.

Pode apresentar as seguintes variantes: carcinoma de células claras e carcinoma de células gigantes.

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Carcinoma de grandes células

Célula neoplásica gigante com núcleo grande e nucléolos prominentes (HE, x 500)

Nódulo neoplásico de células grandes, de abundante citoplasma eosinófilo(HE, x 80)

http://escuela.med.puc.cl/paginas/cursos/tercero/anatomiapatologica/imagenes_ap/patologia358-366.html.

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http://www.pneumoatual.com.br/>.

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Complicações

Síndromes paraneoplásicas associadas, ligadas aos seguintes fatores hormonais:1

- Hormônio antidiurético: hiponatremia- Hormônio adrenocorticotrófico: Síndrome de Cushing- Paratôrmonio, peptídeo relacionado com hormônio

tireoideano, prostaglandina E e algumas citocinas: hipercalcemia

- Calcitonina: hipocalcemia- Gonadotrofinas: ginecomastia- Serotonina e bradicinina: síndrome carcinóide

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-Não tem relação com o tabagismo.

-Cresce lentamente, podendo ser curado cirurgicamente.

-Pode dar metástases.

- Ocorre com a mesma freqüência em homens e mulheres. A maior parte dos pacientes tem menos de 40 anos de idade.

- Geralmente forma massas arredondadas intrabrônquicas, sem ulceração.

Tumor carcinóide:

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Tumor carcinóideTumor carcinóide

Podem ser classificados em: Podem ser classificados em:

- Típicos: 69-87% dos casos. Costumam ser menos Típicos: 69-87% dos casos. Costumam ser menos agressivos, mas invadem estruturas vizinhas. Geralmente, agressivos, mas invadem estruturas vizinhas. Geralmente, ocorrem na região central do pulmão.ocorrem na região central do pulmão.

- Atípicos: 13-31% dos casos. Evoluem com invasão de vasos Atípicos: 13-31% dos casos. Evoluem com invasão de vasos sangüíneos e gânglios linfáticos Podem apresentar sangüíneos e gânglios linfáticos Podem apresentar metástases.metástases.

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Adenocarcinoma Metastático

É uma neoplasia maligna com diferenciação glandular e produção de mucina.

No adenocarcinoma metastático pulmonar podem ter como foco primário mama, cólon, próstata, rins, tireóide, estômago.

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Metástase pulmonar de melanomaMetástase pulmonar de melanoma

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CASO CLÍNICO

DESCRIÇÃO

Homem com tosse produtiva e expectoração mucóide há 6 meses, febre não aferida e emagrecimento. No último mês passou a apresentar dispnéia progressiva. Tabagista 40 anos/maço.

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CASO CLÍNICOA radiografia de tórax em PA mostra opacidades alveolares bilaterais, em alguns locais de aspecto alveolar. As imagens apresentam áreas de confluência, sobretudo a esquerda. Não se observa o seio costo-frênico esquerdo, sugerindo a presença de derrame pleural.

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CASO CLÍNICOA TC de tórax mostra com mais detalhes as lesões, caracterizando a presença de nódulos bilateralmente, bem como áreas com opacidades alveolares.

A biópsia pulmonar a céu aberto evidenciou carcinoma bronquíolo alveolar.

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Anatomia Patológica