six seconds #7

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Sétima edição da revista virtual Six Seconds com entrevistas com Behemoth, Dark Fortress, Astafix e muito mais.. Confira!

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Page 1: Six Seconds #7
Page 2: Six Seconds #7
Page 3: Six Seconds #7

ÍNDICE[06] UGANGA

[08] DEVENTTER

[11] LIV KRISTINNE

[12] SOUNDS OF THE UNDERGROUND

[14] BEHEMOTH

[18] DROWN IN ASHES

[20] STAY BRUTAL

[22] DEAD POETIC

[24] DARK FORTRESS

[26] ASTAFIX

Page 4: Six Seconds #7

six seconds news:

Eu devo muito ao Blink 182 pelo Unwriten Law, Dan-ce Hall Crashers e The Aquabats. Mas acredite ou não minha dívida maior é com a Avril Lavigne. Pois é, eu pensei a mesma coisa quando me dei conta. Não sei se as tardes em frente a TV assistindo X-Games na ESPN tiveram alguma influência, mas é fato: em 2002 eu era uma quase adolescente muito “feliz”(se é que você me entende), então quando eu vi a garota andando de skate, cantando uma músi-ca rápida com dois doidões tocando ao lado dela eu gamei.

Gamei no primeiro doidão na verdade, e foi aí que começou a era Underground. Undergrund Opera-

tions. É uma gravadora que hoje é filiada a Univer-sal Music Canada e foi fundada por Mark Spicoluk, o primeiro doidão. Tudo começou quando eu descobri que o baixista da Avril Lavigne, Mark, e o guitarrista de cabelo azul, Jesse, tocavam juntos em uma ban-da de punk rock, a Closet Monster e que eles tinham um site muito legal. MUITO legal. Quando fiquei sa-bendo que o Mark “Já tinha juntado dinheiro sufi-ciente pra gravar o CD do Closet Monster, por isso sai(u) da banda(da Avril)” eu quase explodi porque já tinha caído de amores pelo CM vendo o site de-les.

E lá eu passei muito tempo. Revirei ele várias ve-zes. Li as letras das músicas, viajava nas fotos em preto e branco, adorava os desenhos dos membros da banda e principalmente o do carinha com uma caixa de TNT que explodia o McDonald’s atrás dele quando você passava o mouse por cima. O site tinha

manifestos e muitos links pra movimentos e ONGs, eles não se contentavam apenas com as letras meio anarcho-punk. Pouco depois do disco de 2002 ser lançado o site foi interditado por uns tempos por ter “conteúdo ofensivo”. Linkado a esse site estava o da Underground Operations, que foi onde eu ouvi a primeira música do Closet Monster. A essa altura eu já era praticamente fã do CM e só tinha ouvido uma música de 1:06. Pateta! Mas depois cada mú-sica que eu ouvia era melhor que a anterior. Foi aí a primeira vez que eu ouvi algo parecido com punk rock bem arranjado(sim, isso existe).

Na época as únicas bandas assinadas a UO eram Closet Monster, Marilyn’s Vitamins(que infelizmente já tinha acabado), Bombs Over Providence e Pro-test the Hero. Pouco depois chegou Hostage Life e ai Dead Letter Dept. E eu adorava todas elas. Marilyn’s Vitamins era do caralho. Uma das melhores ban-

das de punk rock que eu já ouvi. É aquele som que todo mundo já conhece, bem parecido com bandas que você acha que o CD todo é uma única música gigante, mas ainda sim tinha alguma característica diferente que faz soar bem melhor que isso. As le-tras tinham assuntos batidos como sociedade e polí-tica, mas também tinha tudo o que dava na telha de quem escrevia elas. E escrevia muito bem.

“Though you’re wrong I’ll defend your right to speak and shout your fucking twisted mind.”

O baixista do Marilyn’s Vitamins, Adam, virou vo-calista e baixista da Bombs Over Providence. Eles eram uma evolução do som do MV, fugindo da mú-sica gigante, acrescentando características que eu nunca ouvi em nenhuma outra banda e as letras também não deixam a desejar.

DarkthroneCircle The Wagons

Kalmah12 Gauge

Serj Tankian (ft . APO)Elect the Dead Symphony

Baterista do Lamb of God produz novo álbum do This Or The ApocalypseChris Adler, baterista do Lamb of God, juntamente com Josh Wilbur (Atreyu, Avenged Sevenfold) produzirão o novo álbum do This Or The Apocalypse. O álbum sairá pelo selo Good Fight Music.

Mike Portnoy termina as gravações com Avenged SevenfoldO baterista do Dream Theater, Mike Portnoy, já gravou a bateria para o novo álbum do Avenged Sevenfold. Portnoy revelou que se sentia “na defensiva” com relação a reação que os fãs do Avenged Sevenfold teriam, porém disse que os fãs o apoiaram e deu tudo certo. Para celebrar esse evento, Portnoy fez, juntamente com o guitarrista Zacky Vengeance, uma tatuagem do “Death Bat”, símbolo da banda.

Portnoy assumiu o lugar deixado por Jimmy “The Rev” Sullivan, que faleceu no passado dia 28 de Dezem-bro.

Nova música do The Dillinger Esca-pe PlanFoi disponibilizado no myspace da banda a nova música, “Farewell, Mona Lisa”.

A seguir também pode ver um teaser do vídeo que foi gravado para essa faixa. O álbum “Option Pa-ralysis” será lançado dia 23 de Março pela Season of Mist.

http://www.youtube.com/watch?v=wmi57ogzReg

Artwork do documentário do DownA banda Down irá lançar dentro de alguns meses, pela E1 Music, o DVD/CD “Diary of a Mad Band”.

É um documentário sobre a primeira turnê européia da banda. Trará 130 minutos de de material ao vivo e um show completo ao vivo nunca visto.

Confira a seguir o artwork.

As I Lay Dying mixando o novo ál-bum“The Powerless Rise”, o novo álbum do As I Lay Dying, já está em processo de mixagem, sob a co-ordenação de Colin Richardson (Machine Head, Sli-pknot).

O álbum deve sair em Maio pela Metal Blade.

Unlife em EstúdioApesar do status definido como “Ausente” nos úl-timos meses, a banda Unlife estava trabalhando pesado. Enfurnada no Mr. Sound em São Paulo os caras estiveram ralando na produção e gravação do seu próximo trabalho. Com a direção de Marcello Pompeu e Heros Trench, vocalista e guitarrista da banda de Thrash Metal Korzus, a banda está produ-zindo seu primeiro “full-lenght” intitulado “Christian Democracy”. O baixista da banda, Bruno, revela que “trabalhar com que já é experiente no assunto é outra história. O Marcello e o Heros já tem 25 anos de bagagem musical, fora os 2 recentes grammys. Estamos confiantes na dedicação deles e no resul-tado final”.

Angra começa as gravaçõesNo passado dia 17 de Fevereiro, o Angra entrou no es-túdio Norcal em São Paulo, para começar as gravações do seu sétimo álbum que será lançado no segundo se-mestre de 2010.

O álbum ainda não tem nome, porém será um registro conceitual com 10 músicas com produção da própria banda.

Eminence no Abril Pro Rock 2010O Eminence confirma seu primeiro show no Brasil com a nova formação após ultima turnê na Europa e Japão.

Quem confere essa nova fase da banda será a galera que estiver presente no festival Abril Pro Rock 2010 na cidade de Recife/PE.

A banda se apresentou pela primeira vez em Recife na edição do festival em 2004.

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das de punk rock que eu já ouvi. É aquele som que todo mundo já conhece, bem parecido com bandas que você acha que o CD todo é uma única música gigante, mas ainda sim tinha alguma característica diferente que faz soar bem melhor que isso. As le-tras tinham assuntos batidos como sociedade e polí-tica, mas também tinha tudo o que dava na telha de quem escrevia elas. E escrevia muito bem.

“Though you’re wrong I’ll defend your right to speak and shout your fucking twisted mind.”

O baixista do Marilyn’s Vitamins, Adam, virou vo-calista e baixista da Bombs Over Providence. Eles eram uma evolução do som do MV, fugindo da mú-sica gigante, acrescentando características que eu nunca ouvi em nenhuma outra banda e as letras também não deixam a desejar.

“I’m sharpening my tongue now”

Quando vi a primeira foto do Hostage Life falei: epa, conheço esse cara. Era o Colin, vocalista do Marilyn’s Vitamins. Cantando mais devagar, entrando com tudo no punk rock bem feito e letras cínicas que doem(se vê já nos títulos como “Fuck, I hope you’re not pregnant”) o Hostage Life chegou pra quebrar.O Dead Letter Dept. era uma mistura de power-pop com alt rock e mais alguma coisa ou como diz a des-crição do purevolume “Wilco encontra Green Day. Beatles encontra Ramones. Clash encontra Weezer. Jawbreaker encontra Billy Bragg.”

Demorei pra descobrir que o vocalista, Rob, também fez parte do Marilyn’s Vitamins, era um dos guitar-ristas. Agora que acabaram os ex integrantes de al-guma banda já citada aqui vou pro Protest the Hero. Essa sempre foi uma banda que eu precisei ouvir

algumas vezes antes de pegar o espírito da coisa, mas depois que eu entendia ouvia até enjoar.

Lá de volta em 2002, 2003 pra mim o Protest the Hero era um filhote de cruz-credo. Não que seja ruim, ao contrário, mas é que até hoje acho que não existe nada parecido com aquilo e na época a coisa mais pesada que eu ouvia era Pennywise.E engana-se quem pensa que eles sempre tocaram metal, eles começaram a fazer isso só no Kezia.

Antes o som deles era diferente mesmo, não sei com o que comparar, era bem pesado e tinha uma certa influência de hardcore, afinal dá pra ver pe-las próprias bandas da Underground Operations que o que predominava na cena era isso mesmo. Hoje pelo que se percebe lá predomina o metal.Das letras pode se dizer a mesma coisa, a maioria era sobre política, mas a escrita sempre foi o forte

deles.

“How sweet and filling is it to die for one man’s gre-ed”

Eles já disseram em entrevistas que não gostam das músicas antigas, mas na minha opinião elas são boas sim.

Depois de tantos anos a UO mudou bastante e de quem passou por lá também vale a pena citar Chad Michael Stewart (perfeição sonora) e The Holy Sprin-gs Disaster.

Esse site me abriu as portas pra várias coisas, arte em primeiro lugar. A era Underground já acabou há muito tempo e nunca mais vai voltar(nem com a volta do Closet Monster), mas foi bem divertido.

Profissionalização no Underground

As bandas iniciantes atuais estão cada vez mais se dando conta (e aceitando) da importância que a imagem bem enquadrada no contexto em que es-tão inseridas e a venda do trabalho é um fator im-portante para a banda se destacar no cenário mu-sical. Uma boa produção e divulgação nos meios de comunicação certos, aliados a razoável talento são com certeza facilitadores no processo de cres-cimento da banda.

Com tantos meios de comunicação disponíveis como o orkut, myspace, purevolume e outros, os músicos conseguem fazer seus trabalhos chegarem a pessoas que antes não seria possível, ou pelo menos não tão rapidamente, o intercambio entre bandas rola fácil e as mini-tours são freqüentes.

Com este clima de crescimento um outro segmen-to está se destacando cada vez mais, são os profis-sionais por trás da musica.

Aspirantes a fotógrafos, designers, produtores, as-sessores etc.

Hoje é comum entrar em fotologs e ver fotos da banda assinada pelo seu fotografo, outros veículos de comunicação também ganham atenção especial, com uma pessoa responsável pelas atualizações, contatos com outras bandas e publico.

E assim, aproveitando esta fase de valorização eles estão cada dia mais se especializando, se dedican-do, investindo em bons equipamentos e cursos es-pecíficos.

Quem percebe logo as oportunidades se da bem, já temos alguns nomes marcantes e alguns meios es-pecializados que destacam os melhores profissio-nais do ano, o que deixa estes profissionais ainda mais ansiosos para aprender e se destacar, mes-mo porque com tanta concorrência não adianta só ter vontade, tem que saber o que esta fazendo, te bons equipamentos e iniciativa, assim enquanto se destacam conferem a banda um ar de “futuro pro-missor”.

Então, que assim seja!

por Catarina Vallim

Fãs feridos em show do AlexisonfireDezenove pessoas se feriram e nove foram hospitalizadas depois que a grade que separa o público do palco caiu durante o show do Alexisonfire em Vancouver no Canadá.

A banda foi forçada a cancelar o restante do show devido as condições.

Jesper Stromblad deixa o In Fla-mes

O guitarrista Jesper Stromblad resolveu deixar a banda sueca In Flames.

Após sair da banda por algum tempo para tratar do seu alcoolismo, Jesper retornou, entretanto agora, após 17 anos de In Flames, resolveu sair da banda permanentemente.

Linkin Park faz vídeo para vítimas do terremoto no Haiti

O Linkin Park lançou o vídeo de “Not Alone”, música composta para a campanha “Download To Donate For Haiti”, aonde os fundos serão revertidos para as vítimas do terremoto no Haiti.

Max Cavalera põe à venda sua casa em Phoenix

O frontman do Soulfly/Cavalera Conspiracy, Max Cavalera, colocou à venda sua casa em Phoenix (EUA) por 1,475 milhões de dólares.

Casa foi construída em 1988, tem cinco quartos, cinco bannheiros e aproximadamente 900 metros quadrados.

Iron Maiden termina as gravações do novo álbum

A lendária banda de Heavy Metal, Iron Maiden, ter-minou as gravações do seu 15º álbum de estú-dio nas Bahamas com o produtor Kevin Shirley. o produtor disse que ainda tem trabalho pela frente, mas que a banda já fez a sua parte.

Musicbox Superhero Prepara Novo CD Para MarçoO Musicbox Superhero já iniciou a produção do novo álbum da banda. “Blackpool” será o terceiro re-gistro do grupo e o mais pesado da carreira – lembrando, também, que será o primeiro com a nova formação, recém estabilizada como quarteto.

A previsão de lançamento é para o final de Março e conta com a seguinte tracklist: “Churches and Ice-bergs”, “Hearts = Hands”, “Juliette”, “Nocturnal”, “The Man and the Rain” e “Werewolf”.

Nova música do Bleeding Through“Anti-Hero” é a nova música do Bleeding Through, que pode ser ouvida aqui. Essa faixa faz parte do ál-bum “Bleeding Through” que será lançado dia 13 de Abril pela Rise Records.

Confira a seguir a capa do álbum.

Novo álbum do Nonpoint em AbrilO Nonpoint agendou para 27 de Abril o lançamento de “Miracle”, o seu novo álbum pelo selo 954 Re-cords.

O álbum foi produzido por Chad Gray e Greg Trib-bett (Mudvayne/Hellyeah).

Puya com novo EP e DVDA reunião da banda portoriquenha Puya já começa a render.

O EP “Areyto” com 4 músicas inéditas e 3 ao vivo será lançado em Maio, e ainda esse ano lançam o DVD “Pa’ Ti”.

Detalhes do novo álbum do The OceanOs alemães do The Ocean pretende lançar 2 ál-buns em 2010. “Heliocentric” e “Anthropocentric”. O primeiro será lançado em Abril e o segundo em Outubro, ambos pela Metal Blade. Com sempre, os álbuns serão temáticos. Como os nomes indicam, “Heliocentric” abordará o heliocentrismo, que é a teoria que consida o sol como o centro do univer-so. Já “Anthropocentric” diz respeito ao fundamen-taslismo moderno, onde o homem e a Terra são o centro das atenções.

01. Shamayim02. Firmament03. The First Commandment of the Luminaries04. Ptolemy Was Wrong05. Metaphysics of the Hangman06. Catharsis of a Heretic07. Swallowed by the Earth08. Epiphany09. The Origin of Species

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O lá, como vão?

Manu: Saudações camarada!

Antes de mais nada, se apresentem a falem o que vocês tocam no Uganga.

Marco: Marco Henriques, baterista, também in-tegrante do Páginas Vazias Zine e Incêndio Dis-cos.

Manu: Manu “Joker”, vocal do Uganga e tam-bém parte da equipe do Páginas Vazias.

As letras se referem a reflexões filosóficas, autoconhecimento e dilemas humanos, como na faixa “O Primeiro Inquilino” que em mais de sete minutos descreve fatos de um assassinato. Nos conte de onde sai tan-ta inspiração.

Marco: Opa...tudo certo e aí?Marco: Cabelo não sai dessa cabeça do Manu, mas letras boas saem de monte. Gosto muito das letras dele.

Manu: (Risos) Cara comecei a escrever letras muito novo, em minhas primeiras bandas ainda nos anos 80, e sempre procurei focar temas que me tragam algum tipo de reflexão sobre as coisas que acredito. Porém em momento al-gum tento soar dono da verdade, apenas jogo algumas posições sobre minha maneira de ver a vida, me relacionar com as pessoas, criticar o que acho errado e valorizar o que acho certo.

“O Primeiro Inquilino” foge um pouco da temá-tica geral do cd novo pois é algo mais voltado a ficção. Essa letra veio de maneira muito clara, diria até espiritual.. No começo seria só mais uma faixa, mas depois com o desenrolar da “tra-ma” resolvi que só uma música seria pouco pra contar toda a história, ao menos pro Uganga...

Se fossemos uma banda de progressivo talvez desse certo (risos). Terão mais duas partes sen-do que a próxima sairá somente em formato di-gital no nosso myspace, e a terceira estará no próximo cd.

Quinze anos na estrada devem ter levado a banda a bastante amadurecimento e au-mentado o conhecimento musical..

Manu: Com certeza, desde o começo foram vá-rias mudanças de formação e as mesmas influen-ciaram o direcionamento do nosso som nesses anos todos. Outro fator importante é que hoje no Uganga todos são amigos e se respeitam... E no passado a coisas não eram bem assim (ri-sos).

Musicalmente eu diria que estamos cada vez mais próximos da idéia inicial que sempre foi unir o peso do metal e do hardcore com um tem-pero mais groove.

Carregadas de reflexões acerca do respeito à mãe-natureza, livre arbítrio, dilemas cotidia-nos e auto-conhecimento, Uganga traz o seu novo álbum “Vol. 3: Caos, Carma, Conceito”. A Six Seconds conversa com o baterista Marco e o vocalista Manu, que nos dá mais detalhes

sobre tudo que está rolando na banda.

Page 7: Six Seconds #7

Nos fale um pouco sobre o significado do título do álbum, por quê “Caos, Carma e Conceito”?

Manu: 3 palavras fortes que levam a uma refle-xão sobre os dias atuais. As três começam com “c”, que é a terceira letra do alfabeto, e esse é nosso terceiro cd. A banda foi formada em 93 por 3 pessoas e sempre unimos 3 estilos bási-cos em nossa música que são o thrash metal , o hardcore e o dub jamaicano. Na verdade tem muito mais coisa nas entrelinhas mas basica-mente o título trata de merecimento, ou falta dele...

Marco: Acho que cada pessoa acaba tendo uma idéia própria do que isso significa. Pra mim é algo como causa e conseqüência, ação e reação, aqui se faz, aqui (ou depois) se paga.

Manu: Vivemos tempos de CAOS, fruto do CAR-MA que nós (humanidade) desenvolvemos. Esse é o CONCEITO do CD.

Que tipo de evolução a banda teve durante o último álbum e o recem lançado?

Marco: Tivemos a mudança de integrante em uma das guitarras mas o restante da banda fi-cou intacto e já estávamos tocando juntos há um bom tempo. Isso foi primordial! Aquela pa-rada do entrosamento, de a banda estar mais coesa, sabendo usar as diferenças de estilos de cada um. Isso se mostrou claramente nas com-posições. A identidade que conseguimos firmar com nosso som.

Manu: Concordo. Também deixamos de ter um dj fixo na formação, voltando a banda a ser quinteto. Com a saída do Nenê (antigo dj) resol-vemos ficar somente em 5 e contar com a ajuda do nosso grande amigo Vouglas “Eremita” que participou do cd novo e está com a gente na es-trada.

A capa parece algo um tanto “selvagem”. Como surgiu a idéia?

Manu: Eu que faço a parte de arte da banda e fiz tanto a capa anterior quanto a do novo cd. Foi uma experiência bem massa e conjunta. Lembro que a primeira idéia que levei pra banda tinha um conceito bem diferente da que ficou mas tinha alguns elementos em comum. Daí co-meçamos a trocar idéia, mostrar pra algumas pessoas envolvidas com a banda e chegamos à esse resultado. O Manu principalmente, tro-camos muita idéia sobre isso, mandamos refe-

rências um pro outro, foi algo bem coletivo. E fiquei muito feliz com o resultado. Foi algo bem diferente do estilo que costumo ter em meus trabalhos, curti demais! Sobre o selvagem, era essa a intenção mesmo. Não queríamos ser mais uma banda que faria uma capa nos “padrões” de capas de bandas de som pesado, queríamos algo mais diferente, mais inesperado e acho que conseguimos. A questão é? O cara foi enterrar alguém ou plantar uma árvore?

Manu: Prefiro pensar na segunda opção, mas vai saber (risos). Achei essa capa muito foda e totalmente fora do que tenho visto na cena pe-sada atual.

A banda tem vários apoios como a Incêndio Discos, Freemind Records, Goma Discos e até mesmo o Metal Soldiers na Europa. Isso é realmente algo de se admirar.

Marco: É correria! Fazemos o máximo que po-demos pela banda, não esperamos cair nada em nosso colo.

E isso acaba sendo visto pelo meio, por quem está envolvido na cena. Claro que o fato ter-mos nossos trampos pessoais acaba tomando um pouco de tempo. Mas o que sobra é focado nas correrias da banda.

E como diz o ditado, quem planta colhe. Esta-mos colhendo aos poucos...mas “mesmo que você saiba que não irá colher, nunca deixe de plantar”.

Manu: Pra falar a verdade as vezes até deixa-mos de lado nossos corres pessoais, trabalho, namoro etc, em função da banda. Não é fácil mas acreditamos no Uganga e por isso vamos em frente sem nos abater.

Os selos assim como o Eliton Tomasi (nosso ma-nager) tem ajudado as coisas ficarem mais fá-ceis, em especial na parte de divulgação.

De onde vem o nome Uganga?

Manu: Inicialmente a banda se chamava Ganga Zumba (um Rei africano que veio escravo para o Brasil, fugiu, e se tornou líder do Quilombo dos Palmares), que é uma figura muito interessan-te, controversa e meio esquecida na história do país.

Por volta de 99 ficamos sabendo da existência de outra banda com esse nome e como já tí-

nhamos uma boa estrada optamos por Uganga pra ficar tudo em casa. É uma palavra que não significa nada em específico mas mantém a co-nexão com nosso passado.

Quando demos uma parada devido a tretas, mu-dança do nome e integrantes, o pessoal sempre perguntava: “Quando é que o Ganga vai tocar de novo?”. Aí pegamos esse pronúncia mas mu-damos a letra “o” pela letra “u” de união, algo que faltava na banda naquela época.

Ganga também é o nome da Deusa hindu do rio Ganges na Índia. Acaba sendo uma mistura de África, Índia e Brasil (risos).

Como está a agenda de vocês? Algum pla-nejando para tocar Brasil afora?

Marco: No momento temos marcado um show em Cuiabá, no Grito Rock de lá, dia 16/02. Daí no outro fim de semana, dia 20/02 fazemos Ara-guari (MG) e em março temos um show em São Gotardo e um rolê pelo interior de Sp que esta-mos acabando de fechar.

Fora isso nós vamos pra Europa em setembro fazer nossa primeira tour na gringa e já temos alguns shows fechados por lá. Pra ficar por den-tro de nossa agenda é só acessar algum de nos-so links:

Myspace: www.myspace.com/ugangaFotolog: www.fotolog.net/u_gangaTwitter: www.twitter.com/uganga Manu: Além dessas apresentações faremos o lançamento do cd no Goma em Uberlândia (MG) junto com o Mugo (GO) e tocaremos em Ubera-ba (MG) no festival “União 6” com Mugo e John No Arms (DF), tudo em Março.

Também estamos fechando um festival foda em Brasília, mas ainda não tá 100% confirmado.

Obrigado pela entrevista.

Marco: Nós que agradecemos a oportunidade! Grande abraço!

Manu: Obrigado pelo espaço, um salve pra quem nos apoia e vamo que vamo! OM SHANTI! IAN K. MENEZES

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O Status de “banda madura” vem bem a calhar com os rapazes do Deventter: muita ousadia e criatividade aliadas a uma técnica de dar inveja no meio do metal. Esses são alguns dos fatores que nos fizeram querer saber muito mais sobre o Deventter. E o favo-recido é você! Confira agora, uma entrevista exclusiva com a banda e conheça um pouco mais sobre eles.

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Primeiro, vamos às formalidades: Porquê Deventter, e

Metal como definidor da música desenvolvida pela ban-da?

André Marengo: Deventter foi um nome escolhido mais por sua sonoridade do que por seu significado. A título de curiosidade, há uma cidade chamada Deventer (com um “t” só) na Holanda. E quanto ao termo Prog Metal, não temos nada contra, até gos-tamos de muitas bandas que tocam esse estilo, mas o que não concordamos é com esse rótulo. Acredito que nosso som seja voltado para o Rock em geral, e nos permitimos ter a liberda-de de passear por suas diversas vertentes na hora de compor, visando sempre à música em si, e não qualquer estilo. E, além disso, o rótulo pode gerar preconceitos e fazer com que pessoas deixem de escutar a banda por não gostarem de um determina-do estilo.

Estamos num momento de crescimento intenso da cena metálica brasileira, junto com esse crescimento, a diversi-dade dentro dela se torna cada vez maior. Vocês conside-rariam essa diversidade toda, uma válvula de escape pra um reconhecimento maior, em alguns segmentos (estilos) do metal nacional?

Leonardo Milani: Na verdade não sei se a cena do metal brasi-leiro está realmente em expansão, ou pelo menos não de forma tão acentuada. Os tempos em que bandas nacionais do gênero faziam sucesso de maneira estrondosa, como o Angra e o Se-pultura há alguns anos, já passou, e não surgiu nenhuma banda nestas proporções para dar continuidade. Mas de fato, existem bandas por aqui com grande qualidade e que realmente estão inovando e se diferenciando das demais, e não apenas repetindo fórmulas de grupos famosos de décadas passadas. E, infelizmen-te, o acesso à mídia brasileira não-especializada é muito limitado para o rock em geral, ou um “rock mais pesado”.

André Marengo: A diversidade conta como uma válvula de es-cape para um reconhecimento maior, mas só ser diversificado, pode não fazer diferença. No final, é uma soma de diversos fato-res que levam uma banda ao sucesso ou ao desconhecimento.

“Lead... On” é o segundo álbum da banda. O amadureci-mento da banda como um todo é muito notável. Em quais pontos vocês destacariam maior crescimento?

André Marengo: Apontaríamos esse amadurecimento em pra-ticamente tudo o que envolveu o processo da criação e concep-ção do Lead...On, desde sua composição, pré-produção, até a produção como um todo. Cada membro evoluiu como pessoa e músico, e isso colaborou muito para o resultado, além da expe-riência que tivemos com o The 7th Dimension, que nos ensinou a ter uma visão mais ampla de como funciona uma gravação, a mixagem e masterização. Um ponto em que tivemos muito crescimento foi o de desenvolver nosso “mobile studio”, que nos permitiu, através da experiência do Hugo Bertolaccini como en-genheiro de som, enxergar mais nossas músicas e gravar alguns instrumentos no álbum também.

Nota-se uma revolta bem clássica com o destino tomado pela sociedade, em suas letras. Qual o objetivo principal das suas letras?

Danilo Pilla Assumpção: Realmente, Lead...On é uma crítica à sociedade e seus segmentos, porém ele faz parte de um conceito que vai além disso. É uma forma de tentar acordar as pessoas para o que está acontecendo, ou seja: “você é o líder ou está sendo liderado?”. Tudo isso levando em conta “a essência do ser humano”.

Leonardo Milani: Também acho que, como todo artista, nós buscamos expressar algumas coisas que pensamos, tentando deixar alguma marca em quem escuta as nossas músicas. E nós estamos fazendo isso por meio da história que estamos desen-volvendo. Lembro uma vez o que o Trent Reznor, do Nine Inch Nails, disse sobre a elaboração da história do álbum Year Zero. Ele estava descontente sobre os caminhos que os Estados Uni-dos estavam trilhando, mas sabia que fazer músicas sobre exa-tamente isso era muito batido, beirando a infantilidade. Seria muito melhor criar uma história, um contexto próprio, e jogar as idéias e críticas no meio. Acho que fizemos exatamente isso. Obviamente não achamos que vamos mudar o mundo com as nossas músicas ou letras - não somos tão ingênuos assim -, mas queremos passar esse nosso sentimento de que algumas coisas estão ligeiramente erradas. Se conseguirmos que meia dúzia de pessoas reflita sobre qualquer coisa do gênero, já estaríamos satisfeitos.

É notável que a música desenvolvida pelo Deventter não sofre influência unilateral. Quais são as principais influên-cias da banda em termos musicais?

Caio Teixeira: Acho que falo por todos quando digo que as ban-das que mais nos influenciam são aquelas que demonstram mais sentimento em suas músicas, como Gov’t Mule, Grand Funk Rail-road, Pink Floyd, Led Zeppelin, Black Sabbath, etc. Mas também somos muito antenados em bandas mais recentes e que também fazem um ótimo trabalho nessa mesma linha, como o Katato-nia, Porcupine Tree, Spock’s Beard, Muse, Chevelle, Black Stone Cherry, etc. Em resumo, gostamos do bom e velho Rock ‘n’ Roll tocado com sentimento e competência.

O ano de 2009 foi um ano bem favorável à vocês em ter-mos profissionais: tiveram o lançamento de “Lead... On” e, junto com ele vieram a cair nas graças da mídia nacio-nal. Quais as suas análises pessoais a respeito do ano que passou e quais as perspectivas da banda para 2010?

Danilo Pilla Assumpção: O ano de 2009 foi excelente, ape-sar da preocupação, no bom sentido, com relação em ter a me-lhor qualidade possível na produção do Lead...On, o que envolve composição, gravação, mixagem, masterização, arte gráfica, di-vulgação, etc. Mas, no final das contas, saímos com a sensação

quais os motivos para não gostarem do termo Prog de dever cumprido e muito satisfeitos com o álbum. Agora, para 2010, o foco é atingirmos cada vez mais pessoas com a nossa música, fazer show importantes e já começar a compor nova-mente.

As partes atmosféricas, características do Prog Metal, são tratadas de um jeito bem diferente em “Lead... On”: ao invés de termos minutos e mais minutos de uma viagem incessante por uma nota aguda soada demoradamente, temos o peso como característica desses momentos. Esse talvez seja um grande diferencial da banda em termos de composição. Em que momentos, o Deventter se considera diferente das demais bandas no estilo?

Leonardo Milani: Não sabemos nem se nos encaixamos em Prog Metal mais exatamente por isso. A música que mais se aproxima do gênero é a “This Grace”. Todas as outras têm uma pegada diferente. Acho que dessa vez fizemos um rock mais pe-sado e “swingado”, jogando algumas pegadas eletrônicas e deta-lhes industriais, e não tivemos medo algum de fazer músicas que podem ser consideradas como alienígenas no mundo do prog ou mesmo do metal.

Reflected e All Rights Removed são duas das minhas fai-xas preferidas do disco. A junção da bateria marcada com o teclado me fez lembrar grandes baladas do começo dos anos 90, herdadas dos anos 80, principalmente a segunda, que me lembrou muito o Depeche Mode. Sem contar que são duas baladas digníssimas de aplausos. Nos fale um pouco sobre o processo de composição da banda. Há algo diferente do convencional na hora de compôr, ou houve em algum momento!?

André Marengo: Obrigado pelos aplausos! Geralmente a com-posição tem início quando alguém traz uma idéia embrionária para uma música. A partir disso, todos os 6 membros começam a trabalhar nessa idéia e a inserir sua musicalidade, seja bus-cando novos caminhos para a composição ou somente acrescen-tando algo a ela, seja uma linha melódica, harmônica ou rítmica. Após esse processo inicial, gravamos o ensaio e compartilhamos o arquivo para que cada um, individualmente, e em seu tempo, possa pensar na música e trabalhá-la mais ainda. E continuamos a refinar a música nos ensaios, até que todos estejam satisfeitos com a versão final. Mas o que realmente dá o tempero “Devent-ter” é a participação democrática dos 6 envolvidos na banda. Digamos que as cotas sejam igualmente divididas e não há briga de egos. Isso já é um grande começo. Em 2008, vocês tiveram uma oportunidade que muitos músicos queriam: abrir um show do Dream Theater. Como foi essa experiência para a banda? E como foi feita a es-colha de vocês?

Danilo Pilla Assumpção: Foi a realização de um sonho. Afi-nal, somos grandes fãs do Dream Theater e a experiência que tivemos de presenciar toda a produção de um grande show, co-nhecer os caras e ainda tocar para um grande público, foi incrí-vel. O processo de seleção aconteceu da seguinte forma: nós já estávamos antenados com a possibilidade de o Dream Theater fazer uma turnê com bandas locais de abertura e, no final de Ja-neiro, o Mike Portnoy confirmou nossas suspeitas soltando uma nota em seu blog, avisando que bandas interessadas em abrir os shows deles na turnê sulamericana teriam de enviar um e-mail com o myspace/site e escolher uma cidade da turnê. Umas duas semanas depois de termos enviado nosso myspace por e-mail, recebemos uma resposta do Portnoy dizendo havíamos sido se-lecionados para tocar em Belo Horizonte, a cidade que tínhamos escolhido. Não precisamos nem dizer que somos eternamente gratos ao Dream Theater.

Após a gravação de “The 7th Dimension” (2007), tivemos a saída do baixista André Gabriotti, um dos idealizadores do projeto Deventter. Como se deu essa saída? E como foi, para a banda, “perder” um dos idealizadores?

Danilo Pilla Assumpção: O André Gabriotti é um excelente mú-sico e grande amigo da banda. Mas estava complicado para ele conciliar sua vida particular com o Deventter. Sua saída acabou sendo inevitável, o que nos deixou bastante chateados. Mas não podíamos desistir, afinal de contas, estávamos com um Cd em mãos e loucos para sair tocando. Então fizemos vários anúncios pela internet à procura de uma baixista que tivesse a mesma ca-beça, disponibilidade e gosto musical que nós. Como o Leonardo Milani já era conhecido do Caio e tudo isso que queríamos, ele foi, naturalmente, o escolhido. Temos certeza que escolhemos bem.

André Marengo: Realmente não foi fácil “perder” um dos idea-lizadores deste projeto, mas no final, tivemos a oportunidade de conhecer e conviver com uma grande pessoa e músico talento-so, que é o Leonardo Milani, e ainda somos grandes amigos do André, que foi e continua sendo muito importante para a história do Deventter.

Seus dois discos saíram de forma independente, certo!? O lançamento de “Lead… On” vem sendo coroado com uma ótima divulgação na mídia, principalmente na internet. Como se deu essa parceria com a Som do Darma e como está sendo trabalhar com a mesma?

André Marengo: Essa parceria teve início uma semana antes de recebermos a notícia de que iríamos abrir o show do Dream The-ater em BH, no início do ano de 2008. Foi uma feliz coincidência, pois precisávamos desse suporte para divulgação e comunicação, e a Som do Darma nos ofereceu justamente isso. Conhecemos o Eliton Tomasi através de um amigo em comum, o Amyr Cantusio Jr., que indicou a banda a ele e foi uma das primeiras pessoas a resenhar o The 7th Dimension, resenha essa que saiu na revista Rock Hard/Valhalla. E desde então, o Eliton se tornou não só um parceiro, mas um grande amigo.

Poucos temas de cunho espiritual e religioso figuram en-tre suas letras, prevalecendo o lado sócio-cultural como

alvo das principais críticas da banda. Quais os principais motivos dessa escolha?

Danilo Pilla Assumpção: Na verdade temos uma história como pano de fundo para desenvolver nossas letras, e o Lead...on é um álbum conceitual que continua a história desenvolvida no The 7th Dimension. Com o lançamento dos próximos CDs, todo o enredo será compreendido. Resumidamente, Lead...On começa com uma discussão entre Deus e o seu contraponto, na qual eles analisam o ser humano e a sociedade e se perguntam se vale a pena continuar com a vida na Terra. A partir daí, eles identificam uma sociedade em função dos lideres e suas lideranças, tanto pelo lado religioso e espiritual como pelo lado político-econômi-co.

Na faixa Lead… Off: “You are responsible for your own re-ality”. Há uma ideia bem Sartreana nessa frase, nos lem-brando a clássica “eu sou o que faço de mim”. Você diria que uma possível postura ideológica da banda seria exis-tencialista?

Leonardo Milani: Embora não exista uma referência direta ao existencialismo sartreano, de fato podemos dizer que a nossa postura é similar. Diga-se de passagem, essa noção também es-tava presente no primeiro álbum da banda. Acreditamos que, da mesma forma que essa linha filosófica defende, as pessoas são aptas para tomar suas decisões e construir a realidade ao seu redor, e que isso, apesar de trazer certa melancolia para a nossa visão de mundo e um grande peso para cada ato que praticamos, é uma das maiores liberdades do ser humano. Tentamos deixar isso bem presente em alguns questionamentos sobre a noção de liderança do Lead... On. Entretanto, não podemos ignorar que essa não pode ser uma crença absoluta, uma vez que seria muita ingenuidade dizer que todas as pessoas do mundo têm as mesmas oportunidades ou condições de maximizar seus atos, o ambiente é um fator muito forte e é impossível negar seus efei-tos. Acho também que falar mais sobre isso é perder o foco da entrevista, então vou parar por aqui! Rs...

Ainda em Lead... Off: Aonde, no nosso cotidiano, vocês en-caixariam a frase “(...) hear the sounds of change (...)”?

Caio Teixeira: Em todo gesto com o intuito de mudar o caos em que vivemos. Seja esse gesto uma atitude benevolente ou mesmo uma omissão bem intencionada. O que todos precisamos fazer é aplaudir e dar suporte a todos que tentam melhorar nos-sa condição de seres humanos. Obviamente, os grandes lideres têm mais visibilidade nesse aspecto, mas existem diversos ou-tros “pequenos lideres” que fazem muito mais que os grandes. Lembrando que “com grandes poderes, vêm grandes responsa-bilidades”. Acho que está mais que na hora de avisar isso para algumas pessoas que são cegamente idolatradas.

Mudando um pouco o foco: Como estão os planos para as turnês nacionais? Como a banda tem encarado a constan-te evolução da cena nacional?

André Marengo: Já estamos agendando shows, a maioria no estado de São Paulo por enquanto, e a participação em alguns festivais está em andamento. Pretendemos tocar em outros es-tados. Conhecemos e temos amigos em bandas pelo Brasil afora, de diferentes estados, e conversamos a respeito de organizar shows, para que uma possa ir à cidade da outra, e sendo assim, fazer esse “intercâmbio” e atingir um público totalmente diferen-te.

A identidade é peça fundamental em qualquer projeto musical, seja em que estilo for. O que vocês nos aponta-riam como marca principal do Deventter?

André Marengo: Para mim, é difícil apontar uma característica sonora como marca, tal trecho da música, ou o que os instru-mentos, incluindo a voz, estão fazendo em dado momento da obra em si, em harmonia ou individualmente. Talvez a marca principal do Deventter esteja em enxergar as bandas que tanto admiramos e que nos influenciaram como referência, e não em pretender soar semelhante ou simplesmente copiá-las. Por isso é importante encarar a banda como uma unidade, uma soma das pessoas envolvidas, de suas influências e visões.

Há planos para um futuro vídeo-clipe da banda? E, caso haja, quais faixas sairiam na frente para que esse vídeo-clipe fosse feito?

Danilo Pilla Assumpção: Há planos sim. Já estamos desenvol-vendo o formato e roteiro. A música escolhida foi Lead...Off. Mas pretendemos fazer vídeo-clipes de outras musicas também. Em breve teremos novidades.

Pra finalizar, gostaria de agradecer a oportunidade dada a nós da Six Seconds e a todo o nosso público de saber um pouco mais sobre a Deventter. O espaço é de vocês, usem sem moderação.

André Marengo: Nós que agradecemos! Obrigado Six Seconds pelas ótimas perguntas. Às vezes deixamos de nos aprofundar na entrevista justamente por falta de profundidade nas pergun-tas. Certamente, não foi o que aconteceu aqui. Aproveitando a oportunidade, gostaríamos de deixar uma mensagem para todas as bandas nacionais: somos nós todos que fazemos a cena acon-tecer; bandas, músicos, profissionais da indústria musical e cul-tural, apreciadores da boa música e fãs. É preciso ter união, dire-cionamento a longo prazo, muito esforço e parceria para acabar com certos vícios desse meio, que prejudicam o crescimento da cena como um todo. Precisamos nos unir mais, trocar informa-ções e desenvolver mais ainda o rock, independente da vertente, em todo o Brasil. Acredito que só assim realmente faremos acon-tecer. Existe um grande público e um grande e eficaz canal de comunicação, que é a internet. Mãos à obra. BRUNO THOMPIS

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QGosto mais de pintar artes para capas de discos mes-mo, pois normalmente tenho maior liberdade de cria-ção, e o formato quadrado costuma servir bem pra emoldurar a imagem.

Você tem algum ritual antes de começar o traba-lho?

Não especificamente, costumo faz uma boa pesquisa de referências antes de começar de fato a fazer o layout, mas isso já considero parte do trabalho. Em seguida faço uma série de rabiscos pra definir um caminho q possa servir de guia para o tema, e aí sim começo a pintar e definir os detalhes, cores etc.

Você tem algum ilustrador que te inspira?

Tem vários: HR Giger, Trevor Brown, Wes Benscoter, JP Fournier, Vince Locke, Jon Zig, são artistas que con-sidero como referência. E também quadrinistas como Tim Bradstreet, Simon Bisley, Marko Djurdjevic, etc.

ual tipo de trabalho você prefere fazer? (car-tazes, artworks, layouts, etc)

Nos conte como nasceu essa paixão por ilustra-ção?

Desde muito novo sempre gostei muito de histórias em quadrinhos, sempre desenhei e tinha o sonho de me tornar um ilustrador. Acho que é algo comum entre ilustradores terem essa familiaridade com arte desde pequeno. Como eu não tinha muitas possibilidades pra fazer cursos, sempre praticava por conta própria, es-tudava muito sobre cores, anatomia, composição, etc. Com o tempo, prática e convívio com outros artistas meu trabalho foi melhorando até chegar em um ponto que percebi que poderia começar a viver disso, fazen-do o que eu gosto com uma temática que me atrai.

O pouco interesse e investimento em música pe-sada no Brasil tem reflexo no seu trabalho?

De certa forma sim. Algumas pessoas de bandas ou gravadoras, não tem muito interesse em investir nes-sa parte visual da coisa e trabalho acaba sendo bem desvalorizado.

O Nu Metal, também conhecido como New Metal ou Nü Metal (em português Novo Metal), é um gênero musical desenvolvido em me-ados da década de 1990. Segundo o Korn, pioneiros do estilo, o Nu Metal foi “o novo Rock Alternativo”. Desde sua incepção esse gênero têm tido imenso apelo popular, apesar de criticamente controverso.

Algumas características do gênero.

* Afinação grave nos instrumentos de corda, bem abaixo do padrão (E); varia entre 2 tons abaixo ©, 2 ½ tons abaixo (cool.gif ou 3 ½ tons abaixo (A). A técnica do Drop D é também bastante explorada, sendo transposta para afinações mais graves (no caso do Slipknot, p. ex).

* Ausência marcada de solos de guitarra e outros resquícios de virtuose tí-picas do Heavy metal.

* Riqueza de timbres de guitarra, adquirida do uso de vários pedais de efei-to raros e antigos (típica dos trabalhos do produtor Ross Robinson).

* Um forte senso de groove, fruto da influência do Funk americano e do Hip-hop.

* Fórmula “verso-calmo-refrão-explosivo” (herança do Grunge).

* Constante variação entre vocal “choroso” (Korn, Limp Bizkit) ou suspirado (Deftones) e vocal “gritado”, raivoso ou as vezes Melódico (Incubus, Seven-dust e Linkin Park).

* Alguma influência da Música eletrônica, adquirida do Metal industrial e variações britânicas do Breakbeat, como é o caso do Jungle e do Drum n’ Bass.

* Uso de DJ, principalmente para acionar os samples e para efeitos de “scratch e Turntables”.

* Algumas bandas usam guitarras de 7 cordas e baixo de 5 cordas.

* Influência de outros estilos além dos supracitados. Exemplos: MPB (Soul-fly), Música latina (Ill Niño), Synthpop (Linkin Park), e música popular Ar-mena (System of a Down).* Uso variado de instrumentos diferentes tornando cada banda única por seus diferenciais.

Levando a vida como ilustrador, Rafael Tavares vem ilustrando várias capas de discos da cena undeground. A Six Seconds bate um papo com

ele sobre tudo que ele vem fazendo até agora. Confira

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Liv KristinneVocê nasceu na Noruega, certo? O que fascinou você na Alemanha para se mudar para lá?

Eu nasci e cresci (20 anos) na Noruega, Stavanger, e me mudei para Alemanha quando eu tiha 20 anos para viver com meu marido, Alexander. A Alemanha é o melhor lugar para mim agora, tanto relacionado a miha música quanto a os meus hobbys e eu vivo disso. Alemanha tem um aces-so fácil para outros paises Europeus e muitas gravadoras boas. Mas eu ainda tenho meu passaporte norueguês e eu sempre terei a Noruega no meu coração. Eu vou levar mi-nha familha para morar na Noruega algum dia. A sauda-de da minha terra natal é um dos temas que eu levo nas letras. Paixão e amor pela miha amilia e a natureza, meu grande interesse na historia Vikings é a também uma das fontes das minhas letras. “Take The Devil In Me” – é uma música que fala sobre o cristianismo contra o paganismo e também fala da vida de um Viking.

O que você acha de ter o seu marido na mesma ban-da?

O time perfeito. É importante que nós temos as mesmas metas e os mesmos objetivos. Algumas vezes nós distuimos assuntos da banda, noentanto eu acho que isso é nescessá-rio. Apesar de nos estarmos casados, isso não significados que nós sempre compartilhamos a mesma opinião. Ambos

de nós somos perfeccionistas e temos fortes opiniões sobre várias coisas. Eu posso dizer, que nós nunca nos intedia-mos! Meu maridoo mais talentoso produtor e técnico que eu já trabalhei na minha carreira e seu senso de audição é fenomenal!

Você fez participação em várias bandas como, Delain, Cradle of Filth, Atrocity etc. Como você se sentiu can-tando ao lado dessas bandas?

Eu escolhi cooperar com outros artistas e outras bandas, se eu gostar da música, então está ótimo. Este é meu úni-co critério. “Cradle Of Filth” chamou Tori Amos e Christi-na Scabbia (Lacuna Coil) para cantar com eles, noentanto isso não acoteceu. Assim que eu ouvi ‘Nymphetamine’, eu sabia exatamente o que fazer. Depois das gravações, eu falei com Dani e ele me falou que estava absolutamente perfeito, exatamente o que ele tinha em mente. Algumas semanas depois, nós fomos nomeados para um Grammy em Los Angeles. Essa foi sem dúvida um destaque. Eu aju-dei Atrocity sempre que eu pude – isso e certeza. Eu amo trabalhar com eles. Eu também cantei ao vivo com Delain, o que acabou sendo muito bom.

O que levou você a mudar da Roadrunner Records para a Napalm Records (no seu projeto solo, no caso)

Eu decidi em fazer um álbum com a Roadrunner. Ela e real-mente uma boa gravadora, sem dúvida. No entanto, estar com a Napalm Records ambos dos meus albuns solos e com Leaves’ Eyes deixam as coisas muito mais faceis para mim, quando o assunto é turnê e organizar meu tempo. Meu ter-ceiro álbum solo, irá sair agora em março, por falar nisso. Ele está quase pronto!

Você sempre quis ter uma banda gótica?

Eu cresci com Black Sabbath, Deep Purple e vários outros clássicos da música. Era meu objetivo na adolescencia com-binar esses gêneros e ter um vocal feminino para guia-los. Essa éa razão de nos termos criado Threatre of Tragedy em 1994-1995. Agora, meu sonho continua com Leaves’ Eyes!

Você tem algum tipo de ritual antes dos shows?

Beber chá de gengibre! Eu não esquento minha voz, na verdade. Até agora, eu nunca tomei aulas de canto. Eu realmente posso confiar nas minhas cordas vocais – elas aguentam muito! Eu sei que eu sou realmente sortuda nes-se caso, cantar simplesmente é algo natural para mim. Eu preciso de uns 17 minutos para me vestir, meus sapatos, por algum baton e pegar uma xicará de chá.. e então nós vamos para o palco e o show pode começar. IAN K. MENEZES

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GOIANIA ROCK CITY

Olá, caríssimos leitores.

Nessa edição venho escrever sobre o rock da cidade em que eu nasci e fui criada, que foi Goiânia. Como uma verdadeira goiana do pé rachado, precisava aproveitar esse espaçinho para poder falar de lá.

Quando eu cheguei à São Paulo, ouvi inúmeras piadas relacionadas a minha cidade: “Você chega em Goiânia e vê uma vaca pastando.”; “Nossa, eu não sabia que havia chegado internet lá.”. Não chega a tanto também. Goiânia é um lugar maravilhoso, principalmente para qualquer rockeiro e já digo o motivo.

Goiânia fica longe de praias, lugares paradisíacos, parece que não te-mos muitas opções por lá. Porém, na cidade existem vários lugares ba-canas que você possa ir e se divertir ouvindo um rockezinho, como: Bar do Kuka, o ilustre Martim Cererê, Capim Pub, DCE da PUC, Metrópoles, Esconderijo Cervejaria, Bar do Zanguief, Bolshoi Pub e por ai vai.

A cidade nunca pára, nem em feriados, dias da semana, em eventos que a cidade promove. Que Brasília o que, o lugar do rock é em Goiâ-nia.

Durante o decorrer do ano, há sempre os festivais que já estão presen-tes no calendário da cidade. O festivais promovidos pela Fósforo, que sempre são de ótima qualidades, são: Grito Rock Goiânia, Máxxxima, Prom Night, Vaca Amarela, Release Alternativo, Low Amp Especial.

Já a Monstro promove o Goiânia Noise e o Bananada.

Ao decorrer dos anos, muitas bandas já passaram no território goiano, como:

Los HermanosRatos de PorãoMóveis Coloniais de AcajúSepulturaVaselinesPatu FuCrazy LegsVivendo do ÓcioThink About LifeZumbi do MatoMotosierraBattles, PerroskySick Sick SinnersBlack LipsBlack MountainLoop B,

entre outros. Sem falar, nas bandas goianas que já mostraram seu po-tencial, como: Black Drawing Chalks, Johnny Suxxx and Fucking boys, Mechanics, Diego de Moraes e o Sindicato e mais.

Tenho um orgulho de dizer, que além das bandas goianas estarem por ai fazendo sucesso, são as mesmas que estão curtindo com a galera no meio do show.

E eu te pergunto, do que adianta ter inúmeros lugares diferentes sem saber como o pessoal é? O povo goiano é muito receptivo, muito aten-cioso, as mulheres são bonitas e os rapazes são simpáticos, muita cer-veja barata e gelada. Tudo gira em torno de uma ótima diversão.

Para quem busca novos lugares para conhecer, Goiânia não deve sair do seu roteiro. Inclusive, os seus festivais.Vale muito a pena conhecer.

http://www.youtube.com/watch?v=kkLIEF7PFCM

Quase NadaDiego de Moraes e o Sindicato + Astronauta Pinguim

My Favorite Way Black Drawing Chalks

http://www.youtube.com/watch?v=aqBveUYEEwQ

POR ANAYARA FRAGA

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Assista ao video do Behemoth “At the left hand ov God”: http://www.youtube.com/watch?v=tHhZ2LThpv4

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Assista ao video do Behemoth “At the left hand ov God”: http://www.youtube.com/watch?v=tHhZ2LThpv4

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Evangelion é o nono álbum da banda de black/death metal polonesa, Behemoth. Durante uma conversa, o vocalista Nergal revela que esse foi o melhor álbum já produzido pela ban-da e sobre mais detalhes novo esse novo trabalho. Confira.

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Evangelion é o nono álbum da banda de black/death metal polonesa, Behemoth. Durante uma conversa, o vocalista Nergal revela que esse foi o melhor álbum já produzido pela ban-da e sobre mais detalhes novo esse novo trabalho. Confira.

Você acha que as coisas estão come-

Vocês estão em tudo que é canto.

Sim, haha, eu acho que sim, eu sinto que sim. Em primeiro lugar, estamos perfeita-mente cientes que estamos oferecendo o melhor álbum do Behemoth. Evangelion é o mais significante album, que define a nossa carreira. Segundo, nós temos o apoio de duas das maiores gravadoras do ramo do metal: Metal Blade nos EUA e Nuclear Blast na Eu-ropa. Esses caras são super determinados e são ótimas pessoas para se trabalhar; eles realmente se esforçam para nos ajudar.

Só pra você ter uma idéia, eu tenho dado en-trevista em quatro, talvez cinco semanas e eu ja fiz centenas de entrevistas para esse álbum, que foram mais do que quando o The Apostasy e Demigod sairam. São os recursos, a distribuição e o interesse, uma coisa puxa a outra. E o álbum é mais do que supreenden-te, eu estou pasmo.

Eu estou tão feliz, parece que os fãs e as gra-vadoras tiveram a mesma impressão do que eu, o que é o ponto de tudo. Você pode ver definitivamente uma tendência a crescer para Behemoth em um futuro próximo.

Há um grande interesse e paixão nas gra-vadoras e como consequencia, o apoio. É muito dificil não estar interessado em Behemoth.

Eu vou levar isso como um elogio. Eu não sei o que dizer, tudo que eu posso dizer é que estamos completamente comprometidos com o que fazemos. Nós somos tão dedica-dos, motivados e apaixonados por Behemoth e pela música que fazemos. É isso, ta ligado? E se as pessoas também gostam, é melhor ainda, e se não eu ainda tenho a consciên-cia tranquilo, porquê tudo que eu faço é por amor própio.

Mas o importante, é que há uma energia que nos cerca. Nós estamos cheios de energia, seja no palco ou no estúdio ou em vídeos. Essa energia está presente. ... E eu estou apenas supondo, mas talvez essa energia seja cati-vante. As pessoas mantêm o seu interesse em Behemoth e desfrutram da nossa música, dos shows e assim por diante.

Essa é a minha teoria, eu não sei se é a rea-lidade.

Behemoth tende a causar uma certa po-lemica no jornalismo. E até mesmo sua vida pessoal está sendo exposta um pou-co, como você sente sobre isso?

As coisas são assim, eu não sou muito in-trovertido. Eu não tenho nenhum problema em falar com a mídia ou com as pessoas. Eu sou sempre muito sociável, pelo menos é isso que eu tento passar. Eu adoro conversar e realmente isso faz parte da minha vida e faz parte da banda.

Nós com certeza não teriamos chegado até aqui se nós não tivessemos nos esforçado,

çando a melhorar para Behemoth? tanto com as pessoas quanto com a mídia. Eu não iria dizer que é um “preço”, porque nós não estamos sacrificando nada..

Sobre o novo álbum. O quanto animado você está? Os fãs estão bastantes.

Quando nós gravamos o The Apostasy eu estava muito desgastado, eu me odiava e odiava o álbum. Claro, eu estava orgulhoso dele, era algo fresco, algo novo. Então, eu estava apoioando ele. Eu não poderia dizer não para os jornalistas, obviamente. Eu tirei o melhor do álbum e falei. Mas eu acabei não gostando do álbum. A minha opinião, claro, é diferente agora; agora eu vejo um álbum extremamente bom na carreira do Behemoth - o álbum trouxe a banda para onde estamos agora. The Apostasy foi um álbum muito sig-nificativo e importante. Mas alguns sabem, quando ele foi feito, eu estava tipo: “Caralho, isso está errado, nós deviamos ter feito me-lhor que isso” - e por aí segue.

Já o Evangelion, eu posso ouvir as coisas aqui e ali, se você parar pra ouvir este álbum, ele

Evangelion trouxe a banda para onde estamos agora. (Ner-gal)

é quase perfeito, eu nunca vou ser tão feliz com qualquer álbum do Behemoth, como eu estou sendo agora. Esta é provavelmente a única vez que eu estou deixando o estúdio com um grande sorriso, e não com depres-são.

Isso deve responder sua pergunta.

Podemos falar sobre a mixagem com Co-lin Richardson? Eu acho que Evangelion é um dos melhores álbuns que Behemo-th já lançou!

Muito obrigado, eu vou tratar suas palavras como um orácultasy, agora eu estou feliz que nós não chamamos. Evangelion é um come-ço novo para nós, a forma que o álbum foi produzido é bem melhor do que o antigo, en-começou a re-editar e mexeu com algumas pequenas co Evangelion se tornou.

Se nós usarmos o Black Album do Me-tallica como ponto de referência, o metal descobriu um fio de descobertas comer-ciais. De Tool para Slipknot para System Of A Down.. Na sua opinião, qual a pro-babilidade de Behemoth ser o próximo crossover?

Nós não seremos. Simplesmente porquê nós somos muito extremos e nós nao queremos mudar isso. Nós somos de dar medo e somos perigosos; isso é exatamente o que somos. Nós não queremos ser outra pessoa. Você mencionou Slipknot - eles mudam demais, já Behemoth não. Mas ainda assim, eu acho que nós já passamos dos limites da extremi-dade.

Todos os dias eu encontro pessoas que tocam diferentes gêneros de metal/rock. E elas vi-

vem dizendo que não são fãs de Death Metal e eu acho que há algo na nossa música que definitvamente identifica as pessoas, como se fosse uma energia..

É isso que Behemoth tem em comum com Slayer ou Machine Head. No entanto eles pos-suem algo que nós ainda não temos. Quando eu vejo Slayer ou Machine Head eles deixam o público simplesmente louco, sabe? Eu ado-raria que isso acontecesse conosco. Nesse caso, eu realmente não sei a resposta para sua pergunta. Nós vamos definitivamente continuar do nosso jeito, na esperança que isso um dia aconteça.

Tirando o foco um pouco do novo álbum, você poderia nos atualizar um pouco dos problemas que você tem tido na Polô-nia?

Bem.. nós temos algumas organizações e ins-tituições. Eles são tão mal educados quando o assunto é música extrema. Eles praticamente estão tudo que tem “Satã” e “Morte” no meio. Você pode ver como eles tentam banir Behe-

moth. Ao mesmo tempo, eles também estão tentando banir Rolling Stones por causa da música chamada “Sympathy For The Devil”.

Isso mostra o quão absurdo e surreal essas acusações são, então eu simplesmente igno-ro. Mas é claro, nós tivemos algunas proble-mas com eles.

Eu ouvi dizer que Ryszard Nowak estava tentando te processar..

Bem, ele tentou me levar até tribunal; ele tentou me processar por rasgar a biblia no palco na Polônia em 2007. O caso estava en-cerrado. Ele tentou me processar duas vezes, mas o juiz encerrou o caso. Então,nada acon-teceu.

Então Nowak foi para a mídia falando de mim como se eu fosse um criminoso. Ele deu uma grande entrevista na internet e continuou me chamando de criminoso. Como ele não con-seguiu me processar, ele fala que a lei não é perfeita e por isso eu sou um criminoso, ape-sar de não ter sido condenado.

Para finalizar, o que é que você mais ama no Behemoth?

Bem, a energia. A energia nos shows, eu amo. Eu não sou tipico metaleiro. Quando eu saio na rua, eu não pareço um metaleiro. Mas é a energia. Eu amo tocar ao vivo, estar no palco e amo essa energia.

Metal é vida. É sobre a vida. Música pop, é musica para transar, sabe? Hip-hop é sobre o mundo desabando e como as pessoas são pobres. Metal é tudo isso e mais um pouco. GLAUBER DIAS

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lherme e Eder nas guitarras, Thiago no baixo e Fernando na Bateria

Você faz parte dela desde o começo?

Não, eu conheci a banda no início de 2007 e comecei ajudando a banda como roadie, daí al-guns dias antes de um show, o baixista saiu da banda, então eu toquei pra quebrar um galho, a piazada curtiu e eu fiquei como fixo!

Vocês estavam programados pra abrir o show do Deicide certo?

Sim, em janeiro, mas como o guitarrista fez a triste decisão de encerrar as atividades na ban-da, ficamos desfalcados e não pudemos tocar.

E agora você assumiu o posto dele não é?

Quem assumiu o baixo agora?

É, devido a esses problemas, eu fui o mais ade-quado a tocar guitarra na banda, porque se não perderíamos muito tempo pra ficar testando no-vos guitarristas e passando músicas novas, en-tão convidamos o Thiago, ex-baixista da banda Claustrum Burial e ele topou na hora.

E o processo para a gravação do cd como está indo?

Pois é, é o nosso maior sonho lançar o nosso primeiro cd. No momento já temos 6 músicas, e começamos a compor mais uma, a idéia é compor pelo menos umas dez músicas, daí en-tão se prepara, fazer uma pré ou algo do tipo e então partir pra gravação, mas enquanto não acontece, estamos ensaiando e compondo.

Apesar da banda se apresentar geralmente

Qual a atual formação da banda? A atual formação é: Gabriel nos vocais, Gui-

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Quem assumiu o baixo agora?

É, devido a esses problemas, eu fui o mais ade-quado a tocar guitarra na banda, porque se não perderíamos muito tempo pra ficar testando no-vos guitarristas e passando músicas novas, en-tão convidamos o Thiago, ex-baixista da banda Claustrum Burial e ele topou na hora.

E o processo para a gravação do cd como está indo?

Pois é, é o nosso maior sonho lançar o nosso primeiro cd. No momento já temos 6 músicas, e começamos a compor mais uma, a idéia é compor pelo menos umas dez músicas, daí en-tão se prepara, fazer uma pré ou algo do tipo e então partir pra gravação, mas enquanto não acontece, estamos ensaiando e compondo.

Apesar da banda se apresentar geralmente

entre bandas do cenario Metalcore de Curi-tiba, o som de vocês em muitos aspectos está longe disso. Além de Behemoth, Nile e Cannibal Corpse, quais outras bandas que influenciam vocês na hora de compor?

Então, na verdade, cada um da banda tem in-fluencias diferentes como normalmente toda banda tem. Mas na hora de compor, é sempre meio que uma bagunça ahahaha, mas acho que não temos inspiração direito pra compor, eu por exemplo, faço um riff, se achei legal eu coloco hahahahahahaha! GIOVANNI F. GOMES

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O ano de 2010 já começou meio assustador. Em menos de dois meses, nós, metaleiros, já tivemos a confirmação de incríveis shows no Brasil. Toda a espectativa de todo esse tempo de espera foi superada, fazendo com que os verdadei-ros amantes da brutalidade se tranqüilizassem e já tivessem a certeza de que alguns shows irão se realizar.

Desde os fãs nerds jogadores de RPG até os morcegos da noite, passando pelos vikings barbudos e pelos estupradores de prostitutas aleijadas deformadas em decomposição, o ano de 2010 deixa qualquer osso claramente exposto garan-tindo as maiores bandas do mundo no Brasil. Para alguns pode até soar como exagero, porém, para nós headbangers, o fim da humanidade está próximo mais não importa, afinal, poderemos ver os melhores shows das nossas vidas antes de termos que matar zumbis e correr contra um holocausto canibal.

Boa parte dessa carga incansável de conseqüentes sonhos começou há alguns anos, tendo bandas altamente ilustres passando pelo Brasil, como Rolling Stones, Caliban, An Cafe, Ozzy Osbourne, Walls Of Jericho, Kiss, U2, Oasis, Un-deroath, Sisters Of Mercy, Miyavi, Edguy, Morbid Angel, Evanescence, Deep Purple, As I Lay Dying, In Flames, Amon Amarth, Arch Enemy, Korn, Guns N’ Roses, Dragon Force, Heaven And Hell e até mesmo Beyoncé, Akon, Black Eyed Peas e Madonna, mais como isso tudo basicamente não nos interessa, deixemos de lado. Deixemos de lado assim como fizemos com as colunas da Stay Brutal do ano passo, já que agora a atenção é redobrada e o nosso conteúdo é muito mais levado a sério.

O interessante também, é a forma que alguns fãs agem diante de notícias tão grandes relacionadas a banda que eles idolatram. Indo direto ao ponto, ás vezes é mais ou menos assim: o gordinho cabeludo acordou um certo dia e como faz diariamente, foi primeiramente ao banheiro colocar o seu óculos e passar o seu creme para espinhas e acnes. Tomou o seu sucrilhos em uma recipiente em formato de guitarra, ligou o computador e logou no World Of Warcraft. Depois de jogar por horas, resolveu deixar de lado um pouco seus trolls e foi passar no fórum o qual era administrador e viu um post nomeado como “Iron Maiden confirmado”. Entrou no tópico rindo das brincadeiras idiotas dos seus amigos doma-dores de orcs quando se deparou com a certeza, era verdade. Sem conseguir expressar, correu em direção a parede gritando e beijou o seu pôster de um metro e setenta do Eddie como se fosse a Jennifer Lopes. Rapidamente foi contar para todos os amigos por direct message, quase fazendo o pobre gordinho viciado em Coca-Cola e em se masturbar, ter um infarto.

Como se não bastasse, tivemos a certeza de Eagle-Eye Cherry, Akon, The Cranberries, Metallica, Iced Earth, Coldplay, Beyoncé, Cannibal Corpse, Guns N’ Roses, A-ha, Dream Theater, Benediction, Franz Ferdinand, P.O.D., Epica, Anti-Flag, Paul McCartney, Social Distortion e entre outras bandas indescritíveis como Lamb Of God, Suicide Silence, Deathstars, Marduk, Anberlin, The Devil Wears Prada, Nile e até Brokencyde, para os coloridinhos frescos de plantão.Finalmente, muitos sonhos se realizarão, mais nós, metaleiros, permaneceremos aguardando mais carne fresca para alimentar nossa imensa fome de música. E aqui, nós só falamos de música de alta qualidade.

Throw devil horns in the air!

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1997-2002:A banda primeiro chamou atenção na cena musical após o lançamento do seu primeiro full-length Four Wall Black-mail via Solid State Records, tendo como primeiro single August Winterman. Seu segundo álbum, New Medicines, lançado em 2004 aumentou o perfil da banda considera-velmente. Produzido por Aaron Sprinkle (Emery, Accep-tance), as vendas do álbum estimuladas pela faixa-título, que se tornou um sucesso na MTV2 e TV Fuse. Em relação a estes dois álbuns, críticos de música, tiveram um tempo dificil classificando a música da banda; Gêneros de Emo até Post-Hardcore até o Rock Alternativo foam lançado ao redor com pouco consenso.

2002-Meio de 2004:Após o lançamento de New Meidicnes, Dead Poetic saiu em turnê com o apoio de Demon Hunter no outono de 2004. Desentedimentos pessoais dentro da banda cau-sou a saida do baixista Chad Shellabarger, baterista Josh Shellabarger, e o guitarrista Todd Osborn e Dead Poetic até então se tornou coisa do passado. Os restantes dos mem-bros da banda, Brandon Rike (vocais) e Zach Miles (gui-

tarra) começaram a tocar com o baterista Jesse Sprinkle (ex-Poor Old Lu e Demon Hunter, também irmão de Aaron Sprinkle) e sua paixão pela música reacendeu. Amando os passados álbuns, Dusy Redmon e John Brehm entraram a bordo e assim se completou a nova versão remodelada do Dead Poetic.

Final de 2004-2006:Para seu terceiro álbum, Vices, a banda mais uma vez re-correu a Aaron Sprinkle para produzir o álbum, mas des-ta vez, a banda evitou os berros (o que tinha sido uma das marcas do seu estilo anterior). Em entrevista a CCM Magazine, Brandon Rike falou: “De forma alguma eu irei berrar nas próximas músicas, isso é coisa do passado.” Apesar de inicialmente prevista para 18 de Julho, a data de lançamento do terceiro álbum Vices foi adiado para 31 de Outubro e “Narcotic” foi escolhido como primeiro single. Dead Poetic no tempo estava se progamando para uma turnê com The Red Jumpsuit Apparatus no outono de 2007, mas em meados de 2006. Dia 25 de Nobembro de 2006, o site Absolutepunk.net relatou que Brandon Rike havia deixado a banda e os restante da banda não decidi-ram continua com a banda. Em Dezembro de 2006 a ban-da posta uma mensagem em seu myspace afirmando que ainda estavam em curso, a maioria dos fãs tinham sentido

a falta da banda por causa das turnês. Guitarrista Dusty Redmon confirmou a dissolução da banda no absolute-punk.net em setembro de 2007: “Quando Brandon deixou a banda em outubro (antes do Vices sair) uma série de coisas estavam acontecendo. Nós tinhamos grandes pla-nos para turnê, várias novas faixas que estavam prestes a dar cara nova a banda. Brandon teve alguns problemas pessoais e ele ama mexer com design e é o tipo de mari-do que prefere ficar em casa, o que eu respeito. Tooth & Nail investiu muito dinheiro para o álbum, só para ver a banda desmoronar antes do lançamento. Peço desculpas a aqueles que foram levados a pensar que nós ainda esta-vamos ativos, Jesse está gravando, Brandon trabalhando com design, Josh tatuando, Zach acabou de ter um bebê novo e eu estou tocando no The Almost.

Dezembro 2006-Atualmente:Atualmente, Dead Poetic está planejando continuar a es-crever música e cumprir seu contrato ainda existence com a Tooth & Nail Records. A banda planeja criar uma música, sem qualquer intenção de turnê. Dia 30 de Outubro de 2007, Jesse Sprinkle potou no myspace que os caras da banda de fato ainda estavam juntos. Um álbum com as melhores faixas da banda, intitulado The Finest foi lançado via Tooth & Nail Records dia 20 de Novembro de 2007.

Dead Poetic é uma banda cristã de post-hardcore da cidade de Dayton, Ohio.

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Dark Fortress está se tomando grande espaço no mundo do Black Metal.. Com seu recente lançamento Ylem, nós conversamos com o vocalista Morean sobre esse novo e grandioso trabalho.

E ai, como é que a anda a banda com o novo ál-

Nós esperamos que esse álbum estoure os miolos das pessoas! Apesar do álbum pôder confundir alguns que esperariam outra coisa, mas esse é o caso de todos os nossos álbuns. Além disso, esperamos enviar um sinal de que somos uma entidade que já se representa a si mesmo, que desafia uma simples comparação com outras bandas e que tem muito a oferecer além dos clichês habituais do Black Metal.

Vocês poderiam nos dar um pouco de in-formação sobre a história de Dark For-tress? Exceto os lançamentos antigos e as mudanças da formação. Um pouco mais sobre o objetivo de Dak Fortress, inspira-ções desde dos tempos antigos...?

Eu sei que a banda foi formado por vários garotos que tinham por volta dos 15 anos, e a maior influência principal foi o primeiro ál-bum do Satyricon (e NÃO Dimmu Borgir, que eles nem sequer tinham ouvido falar deles no tempo!). O estilo que temos desenvolvido até agora, veio gradualmente, a banda foi des-cobrindo seu talento pouco a pouco. Eu não acho que houve algum plano desde no inicio, as pessoas cresceram, assim como suas vi-sões e habilidades. Dark Fortress foi formado

bum? Alguma expectativa?por amor ao Black Metal e pela nescessidade de transformar em a música, e esse é o motivo pelo qual ainda estamos aqui. Quanto a nossa arte, nós sempre nos deixamos ser guiados pela nossa intuição, decisões racionais sobre a direção que tomamos nunca iria funcionar.

Vamos falar sobre o novo álbum “Ylem”. Vocês estão 100% satisfeitos com o ál-bum?

100% é muito, e sempre há coisas que po-dem ser melhoradas. O tempo irá mostrar isso. Mas agora, nós estamos extremamente felizes sobre o álbum e considerando o fato de que somos um grupo de indivíduos que nunca podemos concordar completamente no que fazemos, eu acho que nós fizemos algo que todos nós podemos nos orgulhar e que tam-bém pode deixar sua marca no Black Metal.De onde veio o nome do álbum?

Eu sempre fui interessado em cosmologia e na tomada de perspectivas que estão longe da condição humana normal. Eu tropecei na pa-lavra “Ylem” e fiquei imediatamente fascina-do pelo seu significado. Essa palavra tem um poder que invoca um extenso cenário lírico, então eu simplesmente segui esse caminho.

E sobre a artwork do álbum, o que você

pode nos dizer?

O estilo em geral reflete o vazio, a morte (ou falta de vida), a dessecação que resulta quan-do a morte de tudo que existe é invocada. Como isso se extende do plano físico ao espi-ritual e é apresentado como um ato consciente de desejo, era importante para mim que este (na falta de uma palavra melhor) componen-te místico fosse também apresentado no en-carte; isto é o que parte da frente do encarte descreve. Vê-se uma versão estilizada do ri-tual em Redivider, mas cada um é bem-vindo a fazer suas próprias associações com a arte, a música e as letras. Eu particularmente gosto que a arte crie uma vibração morbida e sem esperança sem recorrer aos clichés comuns do black metal como cemitérios ou florestas sob uma lua cheia. Nada contra isso, mas para se sobresair você precisa de algo mais original nos dias de hoje.

Há alguma mudança na estrutura musi-cal de Dark Fortress neste álbum? Seja no aspecto lírico ou no musical.

Desde do Eidolon, Dark Fortress trabalha mais com refrões identificaveis, mais ritmicamen-te, solos, no timing dos vocais e etc. Dada a complexidade geral da música, isso está aju-dando a trazer uma grande vibração. Fizemos

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isso no “Ylem” também, com a diferença que tudo precisa de seu espaço para se desenvol-ver. Nós aumentamos o nosso espectro mu-sical mais uma vez e estamos mais drastícos neste álbum, nós prezamos a liberdade de dar a cada canção o seu próprio mundo, ao invés de apertar em limites pré-definidos de um gê-nero. Sobre as letras, Ylem é completamente niilista; há pouco espaço para a esperança ou salvação uma vez que o assunto é o fato ines-capável de que tudo vai acabar. Eu acho que eu disse tudo que queria dizer sobre isso no Ylem; Acho que o próximo álbum irá apres-netar um ângulo novo. Mas por enquanto eu não faço idéia do que vai ser (nem mesmo em relação a música).Em geral, é normal perguntar sobre as suas bandas e músicas favoritas. No en-tanto, eu gostaria de perguntar de há al-guma banda que você detesta.. Tem al-gum nome para nós?

Heh heh.. Eu amo essa pergunta. É meio dificil de responder, tem tantas! Para mim pessoal-mente, Antony and the Johnsons é o anti-cris-to, apesar da música nem ser tão ruim. Mas a voz faz alguma coisa que o ouvido humano não deve suportar. Os Pet Shop Boys também estão no topo da minha lista, mas eu poderia falar o dia todo..

O que inspira vocês a tocar Black Metal?

Toda podridão emocional que fermenta no abismo do meu subconsciente pelo qual não há espaço no mundo civilizado, e que preci-sa ser expressada numa psicose agúda ou ser transformada num pandemônio sônico. Am-bas alternativas foram testadas e aprovadas; e neste ponto da minha vida, eu vou pela op-ção B.

Qual a importância do estilo lírico em Dark Fortress? Você usa as letras como algo que fortalece a banda ou são apenas letras?

Não, eu realmente me esforço nas letras e elas de fato significam alguma coisa. As le-tras na banda sempre foi um assunto muito sério e eu trabalho duro nelas. Eu tenho uma relação significativa com o ocultismo e quero expor isso ao público, que de alguma forma, nós somos parecidos. Eu uso imagens e vo-cabulários bastantes complexas, já o que eu estou expressando muitas vezes é pessoal e visões espirituais desafiam a verbalização em primeiro lugar. Mas mesmo que você não acre-dite nessas coisas, se você tomar um pouco de tempo e deixar as palavras afetarem você, você vai encontrar essa dimensão da nossa arte. É como poesia, nesse sentido.

Por quê o resto da banda escolheu você para ser o vocalista do Dark Fortress? Al-gumas pessoas acham que você foi esco-lhido pela sua amizade com V. Santura e pelo fato de você ter tocado no Noneuclid com ele.

O fato de Santura, Seraph e eu termos traba-lhado juntos por anos, me deu o impulso de tentar, é claro, mas eu tive que convencer os caras com minha voz com todo mundo, por-quê isso era a única coisa que importava no final das contas.

Santura sugeriu para que você fizesse o teste nos vocais ou isso foi idéia sua?

Santura queria que eu fizesse o teste. Ele sa-bia claramente o que ele queria e esse foi o melhor caminho para saber se eu poderia dar conta. Então, o resto da banda viu o resul-tado, todos gostaram e eu tinha passado no teste. Bem simples, na verdade.

Você já tomou algum tipo de aulas para berrar do jeito que você berra?

Não, nunca; no entanto, algo que me ajudou

a desenvolver meus vocais foi uma técnica de canto tibetana, a qual eu amo e andei pra-ticando uns anos atrás. É uma técnica rela-cionada aos berro, porém mais controlada, eu uso para ficar em forma antes e entre os shows, já que eu não posso praticar em casa sem que a policia pergunte que porra é que ta havendo.

Por quê manter seu nome real em segre-do?

Não é bem um segredo, é que meu nome completo é muito grande e eu prefiro algo mais conciso para um artista de metal. Isso serve para todos nós; nós não temos nada a esconder, já que nós não pretendemos ser algo que não somos.

Vocês pensam em vim ao Brasil algum dia?

Eu realmente espero que sim! Eu mal posso esperar para ir até a America do Sul, eu te-nho muitos amigos de lá e alguns dizem ter a melhor audiência do mundo. Eu também ado-raria viajar por á, minha irmã está no Brasil agora e eu estou começando a babar das fo-tos que ela me manda. O problema, como a maioria das vezes, é dinheiro; assim que nós encontrarmos alguem para nos levar até lá, nos iremos, pode ter certeza! Mas já que ne-nhum de nós tem um centavo a mais do que necessitam para a so-brevivência imediata, estamos, infelizmente, incapazes de suportar tal viagem de nossos próprios bolsos. Mas estamos sempre abertos para as ofertas, por isso, se aparece alguma coisa, não deixe de nos contactar!

Obrigado pela entrevista, cara!

Obrigado e obrigado a todos aí que estão ou-vindo o nossosom! Continuem apodrecidos e espero ver vocês aí algum dia. IAN K. MENEZES

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Com a mistura de CPM22, Chipset Zer0 e Almah, surge uma nova banda, Astafix. Com o seu novo clipe Red Streets, a Six Seconds conversa com o guitarrista Wally e o baixista Ayka sobre tudo

que está rrolando na banda

S alve Salve, Astafix, é um prazer

Valeu...

Astafix é uma banda com membros de diferentes bandas, como CPM22, Almah e Chipset ZerO, certo? Nos conte um pouco como vocês se co-nheceram e como acabaram forman-do a banda?

Wally: Conheci o Ayka gravando no Nor-cal Studios e convidei ele pra participar do trampo...mais tarde conheci o Paulo Schroeber tomando todas num boteco e depois o Paulo trouxe o Thiago pra com-pletar o time.

O som de vocês é realmente bom, pra ser sincero, eu fiquei surpreendido em ver a mudança do Wally (CPM22) para um estilo tão.. pesado.

Wally: É, a galera tem gostado...isso e muito positivo.

Vocês que vieram de bandas diferen-tes, devem ter influências diferen-tes, como funciona na hora de fazer a música? Cada um chega com um arranjo ou como é?

ter vocês nessa edição! Wally: Normalmente cada um chega com a sua idéia e fazemos uma pré produção... Os melhores riffs ficam, e começamos a traba-lhar em cima deles.

Vocês acham que por cantarem em in-glês, tem mais chances de receber uma proposta para assinar um contrato com alguma gravadora?

Wally: Sim, a opção que fizemos em cantar em inglês, foi pra levar o som para o mun-do inteiro, se alguma gravadora se interessar vai ser do caralho!

Recentemente, vocês gravaram o cli-pe para a música, Red Streets! Qual é o grande significado por trás do clipe?

Wally: Recentemente, vocês gravaram o clipe para a música, Red Streets! Qual é o grande significado por trás do clipe?

Qual foi o critério que vocês deram pra escolher a música para o clipe?

Ayka: Desde o final da produção do End Ever, percebemos que esse era o som pra come-çar.

Hoje em dia a cena musica está cheia de rotulos. Muita gente vem rotulando as

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bandas, o que vocês acham desses rotulos que envolve a música hoje em dia?

Ayka: Gostamos de música! não de ró-tulos...

O título do álbum, End Ever e tam-bém a artwork, tem a ver com o fim do mundo ou algo relacionado?

Ayka: Sim quisemos passar um clima de fim de mundo usando um cenário urbano.

Como andam a agenda de vocês? Vocês tem uma turnê planejada ou vão se focar em um novas compo-sições?

Ayka: Vamos fazer a tour do End Ever esse ano e so depois vamos parar pra compor. Você pode acompanhar nossa agenda pelo myspace.com/astafix

Até agora a reação do público pa-rece ter sido muito boa sobre o vi-deo “Red Streets”...

Ayka: Também achamos que a recep-ção esta legal. Em poucos dias tivemos um numero significativo de visualiza-ções no youtube.

Com a medida que vocês vão tocan-do juntos, a experiência da banda vai aumentando. Já que cada um vem de bandas diferentes, poderia

dizer até famosas na cena nacional, devem saber isso mais que qualquer um.. O que vocês acham da evolu-ção que a banda fez até agora?

Wally: Podemos dizer que já evoluímos muito tocando juntos. O End Ever toca-do ao vivo esta muito foda

Uma pergunta pro Wally.. Como é que ocorreu essa mudança do CPM22 para um estilo completa-mente diferente?

Wally: Eu sempre quis montar uma banda pesada como o Astafix, demorou um pouco pra encontrar a sonoridade exata , e os músicos certos.

Pra finalizar, o que vocês tem a di-zer aos fãs de Astafix?

Wally: Obrigado a todos, valeu a for-ça!

Pra finalizar, o que vocês tem a di-zer aos fãs de Astafix?

Wally: Obrigado a todos, valeu a for-ça!

Obrigado pela entrevista!

Wally: Valeu IAN K. MENEZES

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7A Hero A FakeLet Oceans LieVictory Records

A Hero A Fake começou recentemente a chamar atenção com seu novo estilo mais definido como melodic metalcore misturado com uns estilos progressivos. O que foi mostrado através de pro-pagandas, o sexteto da Carolina do Norte jogam limpo e utilizam vários aspectos do seus gêneros para criar algo criatvo. Seu segundo álbum “Let The Oceans Lie” foi lançado e supostamente soa bem melhor que o seu debut álbum “Volatile”; de alguma forma, três guitarristas e três voca-listas foram capazes de desenvolver um produto de alta qualidade. No geral, as coisas soam mui-to bem. Instrumentalmente a banda está sólida e vigorosa. Estruturas musicalmente progressiva e variada constituem a maioria do álbum - uma ênfase a ser colocada sobre estruturas progres-sivas e o grupo de jovens têm melhorado e apri-morado o seu gênero. É certo que com três gui-tarristas, a banda tem muito a trabalhar na área de criações de riffs. Por exemplo, na segunda faixa, “Swallowed By The Sea”, a faixa é um su-cesso, não por causa dos vocais, mas por causa

da levada impressionante que habita ao longa da música. Da mesma forma que a longa faixa “Dear” que é capaz de sustentar graças a as es-capadas de Eric Morgan, Patrick Jeffers e Dan.. durante toda a faixa não há um único momento previsível. E não mais importante, “Impart Yuour Loss”, uma faixa que riffs familiares iniciando de uma forma completamente diferente por todas as partes, Dan e Justin são apazes de se mistu-rarem os clean com os harsh vocals e retransmi-tir sua mensagem de auto-revelação. Como tem sido o caso no passado, o fato de uma banda usar três guitarristas pode rapidamente tornar-se uma inclusão desnecessária, porém A Hero A Fake pisa cuidadosamente na tentativa de utili-zar suas opções sem interferir no seu produto. O problema principal de “Let Oceans Lie” é a qua-lidade dos vocais. Considerando que os berros são brutais, e o mais importante ainda, crível, mas quando o assunto é clean vocals a banda pena um pouco. Bandas como Protest The Hero aperfeiçoaram a arte de transição de um berro

até uma parte limpa perfeitamente, no entanto, A Hero A Fake simplesmente ainda não chegou lá. Embora os clean vocals são obviamente o pro-blema, a inclusão de algumas melodias cativan-tes destraem os ouvintes um pouco - faixas como “Our Summit, This World” e “Let The Oceans Lie” são inclusões cativantes que beneficiam as par-celas de refrões melódicos. Então, indo direto ao ponto, o sexteto é um ato heroico ou um ato falso? Para ser sincero, ainda é cedo para dizer “A Year In Passing” finaliza o album e contém elementos que os ouvintes podem esperar ao ouvir o álbum: de clean para o harsh, mudanças de tempo, me-lodias maravilhosas e letras progressivas. Essas características estão posicionadas corretamente no álbum, elas só precisam de um pouco mais de aperfeiçoamento características. De fato, a esco-lha de ter três guitarras e três vocalistas em uma banda foi uma jogada perigosa, mas excluindo as questões mencionadas nos vocais, a banda é ca-paz de reunir tudo decentemente sem uma catás-trofe. IAN K. MENEZES

7Vampire WeekendContraXLProdução as vezes toma controle, mas, na sua maior parte, Vampire Weekend com-põe ótimas músicas. Em termos de músi-ca, “Contra” é principalmente o que você esperaria, considerando sua estréia: com a estética de muitas bandas do indie mo-derno, o álbum tem um foco considerável na produção, com músicas em faixa, rítmos Africanos e sintetizadores. Para muitos o que se destaca na banda, foi a visibilidade das influências e isso também é visto no segundo álbum da banda. “Horchata” ini-cia o álbum com uma mistura de percussão afro-pop com arranjos de cordas clássicas e aproximação da banda de música tropical atravésde marimba. O melhor de tudo, são as melodias cativantes, sua produção reco-nhecidamente exagerada, que aliás não se compara com muitas coisas lá fora, faz do álbum um tanto...especial. Nem tudo é tão exótico, porém algumas faixas se adequa a música de dança moderna, incluindo “Cali-fornia English”. Esse tipo de abertura para diferentes inclinações “hip”, da a Vampi-re Weekend ou não um apelo em massa, tornando o tipo de banda indie que rompe com o mainstream sem perder sua frieza. Se há uma reclamação sobre esse álbum, é que às vezes a produção tem uma tendên-cia a ofuscar as músicas própias, levando alguns ouvintes a chegar à conclusão que Vampire Weekend é o tipo de banda indie que segue a moda. No entanto, na maior parte, Contra é um lançamento extrema-mente agradável, críticado da melhor ma-neiro possível: com uma série de músicas ótimas. EUA parece concordar com isso, após o seu lançamento o álbum atingiu o topo das paradas. IAN K. MENEZES

8The Wonder YearsThe UpsidesNo Sleep

Feliz, triste, agitado e novo - deem boas vindas para The Wonder Years. Bandas como essas, mexem com minha cabeça, uma obsessão lírica com a angústica ado-lescente, problemas da juventude, hoje em dia atua como principais temas para ban-das de pop-punk. Essa banda no entanto pode emitir vibrações de felicidades, ape-sar do seu som hardcore - sem falar nos back-vocals que parece é de ter medo. É tão irônico a maneira que o humor da banda se desprende à unidade da música. Honestamente, eu desejaria que as letras fossem mais violentas, algo com sangue e vulgaridade e também mexendo com ou-

9OverkillIronboundNucler Blast

O rumor sobre esse álbum é verdadeiro. Overkill deve a melhor banda de Thrash Metal dos últimos tempos e esse álbum é a prova disso. “Ironbound” é provavelmen-

te o álbum mais consistente lançado desde de “Horrorscope” e isso não diz muito. Ál-buns como Bloodletting e Killbox 13 foram definitivamente bons mas esse lançamen-to simplesmente prova que eles podem se superar cada vez mais.. Eu sinto um certo nível de pena de Metallica ou Megadeth em relação a seus últimos lançamentos, diante deste álbum. A maior surpresa de ser en-contrado por aqui é a remoção da maioria dos elementos groove que havia se torna-do um ingrediente no som da banda após Horrorscope. Aqui, a música deve muito as coisas dos anos oitenta, com bastante idéias novas para tornar a experiência au-ditiva mais agradável. Blitz continua com seus gritos de alta frequência, como sem-pre foi ao longo dos anos. E o que pode ser dito sobre o duo de guitarra entre Dave Linsk e Derek Tailer? Esses caras são ma-ravilhosos, a guitarra é totalmente pura as-sim como seus riffs e solos, é basicamente uma combinação de thrash com harmonias tradicionais. Eles são de longe os melho-res substitutos para Gent e Cannavino que brilharam em Horrorscope. DD Verni, mais uma vez prova por que ele é um dos me-lhores baixistas de metal. A bateria des-te álbum é de chamar muita atenção, Ron Lipnicki é um dos melhores bateristas de Thrash Metal que eu já ouvi nos últimos tempos. A maioria das faixas são muito rá-pidas e eu não estou exagerando.. O as-pecto mais interessante desse álbum é que algumas faixas se deriva do groove metal durante a sua maior parte da sua carreira nos anos 90. Por outro lado, os solos de guitarra também são muito elegantes fei-to com todas as harmonias de guitarra du-pla e uso de escalas de blues. Com quase 30 anos de existência, Overkill continua a balançar a bandeira do Thrash Metal, com seu entusiasmo, energia e vontade de agi-tar. Seria uma vergonha se esse álbum não fosse notado no ano de 2010. IAN K. MENEZES

tras coisas.. tudo para misturar diversão e criar um ambiente mais adequado. Eu já poderia até ver: death pop-punk, o novo sub-gênero para arregaçar você. Não seria demais? Bem, é apenas uma idéia. ’I’m not sad anymore / I’m just tired of this place’, é o começo da faixa inicial “My Last Se-mester”. A partir daí a velocidade e funcio-na muito bem, eu acho que o álbum The Upsides está definido para executar nesse rítimo. The Wonder Years descobriu o seu própio jeito de demostrar o seu som, além do hardcore/pop-punk, e a banda certa-mente quis se certificar que todos ficassem cientes ao ouvir o álbum. As guitarras e a bateria parece ter uma harmonia perfeita com os vocais em quase todas as faixas deste álbum. Em relação ao vocalista, po-de-se dizer que o vocal de Campbell será uma marca eterna no The Wonder Years. Seu desempenho se familiariza muito com o crescimento do pop-punk. Se você gos-ta do Jordan Pundik do New Found Glory, você vai adorar esse cara, caso contrário, não há motivo para você se incomodar com esta banda. Um dos meus favoritos aspectos de bandas como essa, é como as músicas são, você realmente gosta do que ouve e quer ouvir denovo e felizmente The Wonder Years continuam capazes de incluir essa característica no The Upsides. Algu-mas faixas onde a banda pode desviar a fórmula do pop-punk pode ser encontrada em “Hey Thanks” e “All My Friends Are In A Bar”. Um bom álbum para começar 2010. IAN K. MENEZES

8In VainMantraIndie Recordings

Mantra é o tipo de álbum que deixa você pen-sando coisas. Como sucessor do The Latter Rain, lançado em 2007, o álbum está em um nível muito alto, especialmente quando a banda, relativamente falando, ainda está “fresca”. Entre numerosas bandas de dea-th metal progressivo lá fora, muitas pesso-as imaginariam In Vain, como uma banda comum que não consegue se defender de bandas maiores. Ao invés disso, a banda tem permanecido nas sombras, produzindo um tipo de música que além de ser bem feita é meticulosamente executada. Agora, você se pergunta por quê Mantra não re-cebeu um grande destaque como deveria. Pena, realmente pena, porquê o jeito que o está entrou arregaçando em 2010, ele sem dúvida já está pronto para cair pra dentro com tudo que ainda está por vir. A mudan-ça constante de riff que ocorre ao longo de cada música ajuda a derreter oito ou nove minutos que a faixa possui com relativa fa-cilidade, enquanto a enorme quantidade de melodias continuam a amontar-se na parte

traseira da sua cabeça. O rítmo de “Ain’t No Lovin” progide para um tempo atmos-férico que complementa um conjunto de tanto cleans como harsh vocals. A atmos-fera da faixa “Manefall” fornece um forte contraste, para uma espécie de hino como “Dark Prophets, Black Hearts”. A composi-ção é tão incrivelmente diversa, que cada faixa puxa influências de várias diferentes fontes. A quantidade de variedade para os vocais, que abrigam pelo menos seis dife-rentes estilos, acrescenta enormes quanti-dades de variância e valor que também é vital para o álbum. O ritmo do álbum pode ser executado a partir do death metal para uma moagem apoioado por violao, baixo e piano. Muitas vezes, as músicas possuem maravilhosos interlúdios acústicos, assim como solos de guitarra junto com os re-frões, que certamente ficará na sua cabeça muito depois do álbum ter terminado. No entanto, apesar da diversade prevalente que o álbum oferece, ele não vai ser sur-presa em relação as influências apresenta-das. O mais óbvio desses temas é os nati-vos americanos que permanecem na faixa “Wayakin (The Guardian Spirit of the Nez Perce)”. O fato da banda ser norueguesa e escolher temas como estes, é um mistério, mas se na prática a banda teria aplicado habilmente, então talvez essa decisão não tenha importância. No entanto, a faixa é descardamente terrível, e deixa mais que uma cicatriz no álbum. Além disso, o álbum sofre ligeiros momentos de repetição em que nem a criatividade de algumas outras faixas salvam. Pondo de lado o deslizamen-to relativo de algumas faixas, Manta mos-tra realmente que tipo de banda In Vain, é. As composições meticulosa, as impressio-nante técnicas, a diversidade assustadora e a produção com todos os complementos. IAN K. MENEZES

8Light This CityThe Hero Cycle (re-issue)Prosthetic Records

A Bay Area foi um grande local para várias bandas de Thrash Metal, a um tempo atrás um grupo de amigos que ainda estavam na escola se juntatam para formar Light This City. Influenciados pelas bandas de thrash metal da sua região como Exodus e Testa-ment, mas também por bandas de melodic death metal como At The Gates e Carcass, eles criam seu própio metal híbrido. Inicia-dos pela por uma gravadodora indepen-dente, Light This City cresceu e só agora decidiu re-lançar o seu primeiro trabalho The Hero Cycle via Prosthetic Records, de-pois da banda ter acabado a mais de um ano atrás. Começando pelo óbvio: eles tem uma vocalista. A primeira que eu ouvi essa banda foi quando Laura Nichol apareceu na matéria da revista Revolver como “A mais

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gata do Metal” e Laura estava usando uma camisa do Carcass! O que mais me cha-mou atenção foi que a banda foi inspirada em At The Gates e principal influência dos vocais de Laura era Tomas Lindberg. In-felizmente pelo fato dela ser uma mulher, Laura ouviu que estava sendo comparada com Angela Gossow (Arch Enemy) durante toda a fase do Light This City, o que acabou sendo uma comparação riducula, já que a única coisa que elas tem em comum, é que ambas são vocalistas em bandas de Me-tal, sem falar que o vocal de Angela é bem mais profundo e soa bem mais masculino. A faixa inicial que abri o album: “Apostate” se destaca bastante durante todo o álbum, a sua introdução lembra bastante “Blinded By Fear” do At The Gates (o que não é uma coincidência, eu tenho certeza). As letras podem ser um pouco confusas, mas faça um favor a si mesmo e tente entender o va-lor pessoal e emocional delas. É fascinante quando você percebe que uma adolescente criou tudo isso, pois parece surpreendente-mente maduro, como se tivesse sido feito por pessoas muito mais velhas. Os vocais de Laura que mais parece uma mistura de Trevor Strnad (The Black Dahlia Murder) com Tomas Lindberg (At The Gates), é uma qualidade incrivel para a banda. Em ponto algum os vocais são ruins, mas com o pas-sar do tempo eles começam a ficar ente-diantes e enfim entra um vocal masculino, deixando Laura Nichol apenas com os clean vocals. Essa banda tem um talento e tanto e o baterista Ben Murray mostra habilida-des impressionantes, a bateria guia o ál-bum, enquanto as guitarras fazem o resto. Em pouco mais de 30 minutos de música, Light This City certamente não ultrapassam o seu estilo e sua re-estréia é recebida de braços abertos capaz de tornar uma expe-riência memorável na história do Metal. IAN K. MENEZES

10Blackwood CreekBlackwood CreekPhantom Sound & VisionDesde a infância o menino prodígio Kip to-cava ao lado de seu irmão Nate e de seu amigo Pete Fletcher numa banda de fun-do de quintal chamada Blackwood Creek. O sobrenome dos irmãos? Winger! Kip Win-ger retoma este belo projeto voltado às ra-ízes do rock, da época em que cantava e praticava baixo ao som de Cream, James Gang, Rush e outros monstros sagrados do rock’n’roll anos 60/70. Inspirados nes-ses power trios, eis finalmente o álbum dos três amigos. Out In Outer Space abre o CD já convidando o ouvinte a abrir a primei-ra cerveja. Rápida e rasteira, sem frescu-ra, tem um refrão memorável. Nothing But The Sun combina guitarras e violões com um solinho de baixo em sua entrada. Um rock mid-tempo de primeira, cujo refrão es-boça uma qualidade tamanha que deveria estar estourada em qualquer rádio de rock clássico. Assim como Your Revolution. Com ares setentistas e instrumental impecável, mesmo assim mantém um certo despoja-mento que garante a crueza necessária a uma bela canção. Vocais rasgadíssimos de Kip mandando ver nos agudos. Dead Stung tem uma roupagem sensacional e lá pe-las tantas dá uma virada em que remete à banda “principal” de Kip. After Your Heart é “a” balada. Albatross traz (apenas na in-trodução) vocais do baterista Nate Winger, outra canção mais leve. O peso cru volta em Jimmy And Georgia quando Kip canta sobre a bateria de Fletcher. Rack Of Greed volta à rapidez, com muitos acordes gor-dos que lembram algo de AC/DC. Um arro-to prenuncia Love Inspector, cujos vocais couberam a Fletcher. Com uma voz ainda mais rasgada que a de Kip (porém, menos técnica), é a típica canção pra bêbado ne-nhum botar defeito. A letra é pura gozação e pergunta onde anda aquela garotinha ou-

trora tão inocente e hoje uma... Guitarras sujas em Joy Ride lembram os anos dou-rados de James Gang, todavia, impossí-vel não compará-la ao Winger, assim que Kip mostra suas melodias vocais. Pra fe-char a lindíssima baladona Wooden Shoe. Nela, Kip toca um órgão hammond, além do baixo. Vocalizações de todos os três se dividem nos versos, cada qual em um lado das caixas. Um solo com muito feeling de Fletcher completa essa pérola e nos faz perguntar: por que demorou tanto pra sair esta relíquia? DIEGO N. VIANNA

8SighScenes From HellThe End RecordsNos últimos 20 anos não houve uma ban-da tão eclética e enigmática como Sigh. Na sua relatividade, eles começaram surpreen-dentemente humilde, o som que Sigh toca pode ser descrito como a mistura do antigo e do novo black metal; uma continuidade relativamente linear com som do Venom. Eu digo relativamente porque, mesmo em sua infância, havia algo diferente sobre Sigh. Considerando ‘Scorn Defeat’ o pri-meiro álbum da banda, o álbum é completo em refêrencia que você acabou de ler. Sigh empregava um senso palpável em tocar guitarra, com algumas influências de blues de uma forma que não era tecnicamente competente e ao mesmo tempo intrigante, porém original suficiente para separá-los da multidão de clones derivados que saem da Europa na época. Conforme o tempo passava, black metal começou a existir apenas em vestígios ao longo da música, e como ele se dissipou a banda continuava se intensificando ainda mais em um mundo caracterizando palavras como ‘psychedelic’ e ‘avant-garde’. Para a década seguinte, Sigh continuou a expandir o seu som, libe-rando cada vez mais álbuns desafiadores. Iniciando uma nova década, ‘Scenes From Hell’ inaugura a nova era, reiniciando o ci-clo como melhor álbum da banda, talvez ainda não. Esse álbum se resume a tudo que Sigh é sempre foi, aproximadamente. A maneira de descrever o novo trabalho desses japoneses, é como se ‘Scenes from Hell’ fosse rum álbum de grandes suces-sos. Isso quer dizer que, embora de algum modo, uma compilação, e exclusivamente novas músicas da banda que transporta uma insinuação do seu completo trabalho. É uma redefinição dos seus maiores hits, que serve como lembre de que eles fize-rem para que possam se superar. Se você ainda não ouviu ‘Scenes from Hell’, eu vou te dizer uma coisa, é algo surpreenden-te: com o lançamento Scenes from Hell e Hangman’s Hymn se encontra, uma retros-pectiva, como pouco mais que uma planta, sempre crescendo.. IAN K. MENEZES

9MegadethEndgameRoadrunner Records

Depois da saída de Dave Ellefson, Marty Friedman e Nick Menza, o Megadeth pa-rece corrimão de zona: o cara entra, pas-sa a mão e cai fora. Dave Mustane, líder, vocalista e guitarrista compôs Endgame e trouxe músicos como Chris Broderick (ex-Nevermore, guitarra), James LoMenzo (ex-

White Lion e Pride And Glory, baixo) e Sha-wn Drover (Eidolon, bateria) para voltar à época de glória da banda. Com o lado comercial completamente abandonado, o álbum abre com uma faixa instrumen-tal (Dialetic Chaos) colada à This Day We Fight, um speed metal nervoso pra head-banger nenhum botar defeito. 44 Minutes, sobre um grande assalto à banco nos EUA, traz um baixo furioso e guitarras dobradas. A voz de Mustaine continua igual a do Pato Donald fazendo exame de próstata, mas sempre muito bem usada com todas suas limitações. 1,320 é rápida como sua temá-tica: carros turbinados. Bite The Hand, ou-tra porrada no pé da orelha, traz aquela temática pseudo-política que Mustaine tan-to gosta, sobre a economia dos EUA… Sem perder fôlego, emenda em Bodies, sem pausa para introdução. A faixa-título traz um vocal mais falado que cantado, comum ao Megadeth. Lembra de leve Captive Ho-nour, de Countdown To Extinction (1992). Violões dão as caras em The Hardest Part Of Letting Go (composta ao lado de Brode-rick), mas perto dos dois minutos o speed metal volta com torque máximo. Arranjos de corda também se fazem presente. He-adcrusher (co-escrita por Drover), single do álbum, já conhecida a mais tempo, é peso puro, com refrão pra fã se esgoelar com os punhos no alto. Mais riffs psicóti-cos em How The Story Ends, com o refrão mais comercial do álbum. Uma mescla en-tre Rust In Peace (1991) e Cryptic Writings (1997), possivelmente uma das melhores de Endgame. Pra fechar, The Right To Go Insane, com direito a duelos de guitarras no mais puro saudosismo da década de ouro do thrash metal, os anos 80. Produ-zido pelo experiente Andy Sneap (Exodus, Kreator, Cathedral, entre tantos outros), Engame estreou na nona posição da para-da da Billboard e logo depois despencou. Mesmo assim, trata-se do melhor álbum do Megadeth desde Youthanasia (1994). Ago-ra só o tempo se encarregará de torná-lo clássico. DIEGO N. VIANNA

9StryperMurder By PrideBig 3 Records

Pra não encher linguiça, vamos direto à conclusão: Murder By Pride é o melhor álbum do Stryper de todos os tempos. A energética faixa de abertura, Eclipse Of The Son, cujo trocadilho já entrega que estamos falando da banda de white metal, mostra todo o talento do vocalista e compo-sitor Michael Sweet e do guitarrista Oz Fox. No final uma grande saideira na cozinha. 4 Leaf Clover traz riffs de puro heavy metal, com Tracy Ferrie espancando seu baixo, logo descamba para uma vocalização à la Bon Jovi, porém, nada que estrague outra bela canção com uma ponte setentista e refrão marcante. Peace Of Mind é um cover da banda clássica Boston, que hoje traz o próprio Sweet como vocalista, único cantor capaz de reproduzir as notas altíssimas que antes foram do falecido Brian Delp. As gui-tarras ficaram a cargo do próprio líder da banda, Tom Scholz. Uma balada ao piano traz toda a categoria de Sweet, responsá-vel por todas as composições do álbum (ex-ceto pela supracitada versão): tons altos, melodias vocais de bom gosto e uma letra melancólica que foge um pouco da temá-tica cristã. The Plan se destaca mais uma vez pelo riff hard rock de Fox. Esta poderia estar em qualquer rádio, tamanho o poten-cial comercial. Guitarras dobradas na faixa-título dão mais uma vez um toque anos 80 ao som da banda. Outra balada, desta vez bem mais alegre, I Believe mantém o pi-que. Embora a letra seja aquela pregação pé-no-saco, “eu acredito n’Ele e Ele acre-dita em mim”, passa despercebida, sendo mais um destaque. O vocal anasalado de Sweet mais uma impressiona. Run In You

cai no andamento, mas não na qualidade, fazendo bom uso de piano e violão. Love Is Why, apesar de voltar aos riffs oitentistas, é simplesmente irmã-gêmea da canção ante-rior, se difere por ser mais uptempo. Mercy Over Blame traz belos solos de guitarra e um refrão muito legal, com backings lá no alto. Nela Sweet solta agudos de apertar os bagos em seu final. Everything remete à própria 4 Leaf Clover, riff, baixo e vocal, deixando um clima tenso até a entrada da bateria de Kenny Aronoff. Pra fechar a pe-sada, mas midtempo, My Love (I’ll Always Show), uma canção de arena. Embora as letras sofram daquela síndrome de reba-nho característica do white metal, Murder By Pride é um álbum de hard/heavy com altas doses de anos 80 sem soar datado. A técnica dos músicos é também algo a se enfatizar. A capa, que mais parece de uma banda de thrash metal oitentista, foi feita por um brasileiro que venceu um concurso promovido pelo próprio Stryper. Esqueça a indumentária “amarelo e preto” e dê uma chance aos caras, afinal, não é isso que eles pregam? DIEGO N. VIANNA

8Native WindowNative WindowRed

Enquanto o Kansas se mantém na ativa ape-nas nos palcos, os membros de sua banda (exceto o vocalista Steve Walsh) brincam em estúdio com o projeto Native Window. O resultado é este álbum auto-intitulado, voltado às raízes country da banda (corte-sia do violinista David Ragsdale) e livre do elemento progressivo. Faixas como Money, Still (We Will Go On) e Surrender cairiam como uma luva em todas as rádios pop rock e country. O apelo comercial é extremo, as letras simples e as melodias altamente as-soviáveis. Blood In The Water possui uma abordagem mais blues, onde se destacam as guitarras de Richard Williams. A voz su-ave e afinadíssima do baixista Billy Greer - que durante as folgas do Kansas também comanda a banda de AOR Seventh Key - faz este álbum brilhar, tanto que até empres-tou a faixa An Ocean Away daquele proje-to; obviamente ficaria impossível superar a versão original, um suprassumo do AOR, pois a introdução aqui refeita lembra muito aquela coisa ridícula “êêê, Macarena”! Miss Me é mais densa, uma semi-balada com mais violinos à frente. The Moment fecha o álbum com alegria total, destacando o ecle-tismo do baterista Phil Ehart. Enfim, Nati-ve Window representa as férias do Kansas, sendo menos sisudo, mais descontraído e sem compromisso algum. Ótimo para curtir no verão. DIEGO N. VIANNA

8MarillionLess Is MoreEagleUtilizando-se da máxima de que “menos é mais”, a lendária banda de prog rock britâ-nica Marillion lança um álbum com versões “nuas” de sua fase pós-Fish. Totalmente li-vre de arranjos complexos e tecnológicos, o tratamento acústico e despojado - uma contradição ao estilo do grupo - apenas re-força a capacidade do Marillion de ainda se reiventar. Interior Lulu, por exemplo, traz nuances ainda mais dramáticas. O trabalho

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do subestimado guitarrista Steve Rothery é de tamanha sensibilidade que nos faz pensar por que diabos nunca foi citado nas famigeradas listas de “melhores guitarris-tas”. Embora odiado pelas viúvas de Fish, Steve Hogarth (ou apenas H para os ínti-mos) canta muito, vide a esquisitona If My Heart Were A Ball e a emocionante This Is The 21st Century. Os pianos de Mark Kelly também dão o apelo dramático necessário às letras introspectivas de H. A cozinha nas mãos de Pete Trewawas e Ian Mosley me-rece menção honrosa, sempre em ótimo desempenho. A clássica Out Of This World, de Seasons End, nem parece que foi com-posta há exatos vinte anos! It’s Not Your Fault é o único tema inédito e não menos brilhante. Pra resumir, são canções que os fãs já estavam há muito tempo familiariza-dos, porém, com uma nova roupagem. Um clichê estético, sim, mas que agradará pelo menos aos menos radicais. DIEGO N. VIANNA

6CinderellaLive At The Mohegan SunFrontiers

Mais uma banda norte-americana de glam metal que viveu os louros da fama nos anos 80 assina com o selo italiano Frontiers. Para inaugurar a parceria, o Cinderella (re) lança o ao vivo Live At The Mohegan Sun, nada mais do que o Extended Versions lançado em 2005, porém, na íntegra e com um tra-balho gráfico melhor. O grupo se diferencia por adicionar elementos de blues e country em suas canções. Neste álbum a voz ou-trora potente do vocalista Tom Kiefer (um clone de Steven Tyler do Aerosmith) soa mais rouca que o normal, mesmo assim o cara aguenta o tranco. Hits que fizeram a alegria da MTV como Somebody Save Me, Coming Home, Gypsy Road e a balada que levaria ao estrelato Don’t Know What You Got (Till It’s Gone) fazem parte deste re-pertório um tanto previsível, cuja única e grata surpresa é a adição de Still Climbing do trabalho de mesmo nome (e o melhor), de 1994. Indicado apenas aos fãs. DIEGO N. VIANNA

10Mr. BigBack To BudokanFrontiers

As viúvas do Mr. Big só podem comemorar! Após o anúncio da volta ano passado depois de sete anos parada, a banda não perdeu tempo e já gravou o duplo ao vivo Back To Budokan no Japão, país onde nunca deixou de ser grande (big!). Em que pese a argu-mentação de que por trás de toda reunião o dinheiro é que fala mais alto, o que se vê neste álbum são quatro músicos estelares ávidos por tocar com tesão. Em meio a te-mas hard rock da melhor qualidade, ainda sobra espaço para improvisações dos ta-lentosos Eric Martin (vocais), Billy Sheehan (baixo), Paul Gilbert (guitarra) e Pat Tor-pey (bateria). Destaques? O álbum todo! Citarei, como fã, apenas aquelas canções de gosto mais pessoal: Take Cover, Gre-en-Tinted Sixties Mind, Alive And Kickin’, a nova Next Time Around, Promise Her The Moon, o mega-hit To Be With You, além das duas faixas inéditas de estúdio (a já citada Next Time Around e Hold Your Head Up). De ruim apenas o desnecessário co-

ver de Smoke On The Water do Deep Pur-ple, mas com tantas outras canções, nada que ofusque este documento histórico (que também saiu em DVD). DIEGO N. VIANNA

8HIMScreamworks: Love In Theory And Practi-ceSire“Eu estou morrendo de medo de me apai-xonar” - admite o vocalista Ville Valo na faixa ‘Scared To Death’. Para entender a ironia dessa declaração, você conhecer HIM e ter ouvido alguns álbuns da banda. Ao longo da sua carreira, HIM vem criando álbuns que giram em torno de temas líricos como trevas, vampiros e amor.Com cada álbum que eles lançam, eles se aproximam difernentemente da música. Com “Screa-mworks: Love In Theory And Practice” eles recuam do som mais distorcido e agressivo que foi o seu último lançamento em 2007, Venus Doom. No lugar disso, a banda op-tou por descer em uma rota comercial, que faz lembrar os albuns da banda nos anos 90. A primeira coisa que os ouvintes vão ver ao ouvir esse álbum ou todos os álbuns do HIM, é o distindo jeito de Ville Valo de conduzir as músicas; em muitas partes, o álbum soa pop, punk e lamentavelmente, o vocal masculino soa realmente estranho quando colocado sobre esse tipo de músi-ca. Tome como exemplo a faixa “Heartkil-ler”: após os riffs de guitarra, segue um refrão razoavelmente cativante, Ville Valo inicia: ‘Baby, baby, I’ll be a flatliner for a heart killer’. Em essência, a banda soa como se eles estivessem tentando chegar em áreas que bandas tipo We The Kings e All Time Low chegam. Instrumentalmen-te, HIM é excelente, isso é indiscutivel. Os riffs de guitarrs de Mikko Lindstrom e Mi-kko Paanenan conseguem fazer um ótimo trabalho e em seguida a dupla entra com dignos solos em alguns faixas. O foco está definitivamente em Ville Valo, no entanto não podemos deixar de notar a fantástica batéria que enche o seu ouvido enquanto você ouve “Screamworks: Love In Theory And Practice”. A melhor parte do álbum é definitvamente quando o vocal solta um poderoso uivo em faixas como ‘Ode To So-litude’ ou ‘Like St. Valentine’. Ville tem uma voz fantástica e é razoavel concluir que o cantor finlandês poderia ter tido uma exce-lente carreira em qualquer banda do metal extremo. IAN K. MENEZES

8.5Judas PriestA Touch Of Evil LiveSony

Depois de quatro álbuns ao vivo, os vete-ranos deuses do heavy metal Judas Priest resolveram soltar A Touch Of Evil Live, com um repertório arriscado e menos óbvio do que seus registros antecessores. Ponto pra banda! Abrangendo as turnês de An-gel Of Vengeance (2005) a Nostradamus (2008/2009), de cara as pedradas Judas Rising e Hellrider, ambas de Angel Of Retri-bution (2005), trabalho que marcou a volta de Rob Halford ao posto de frontman. Due-los insanos da dupla de guitarristas Glen Tipton e KK Downing, bumbos duplos de Scott Travis, baixo pesado do discreto Ian Hill e os vocais agudíssimos de Halford. Be-tween The Hammer And The Anvil, da obra-prima Painkiller (1990), mantém o torque máximo como uma Harley Davidson literal-mente correndo ao vento como em Riding On The Wind, do Screaming For Vengeance (1982). (Messenger Of) Death, do recente trabalho conceitual Nostradamus, tem ares de doom metal, mesmo assim em nada acaba com o ânimo do público. O dedilhado soturno e a voz melódica de Halford na ba-ladona pesada Beyond The Realms Of De-ath chega a fazer lembrar o maravilhoso show no Rock In Rio II aqui no Brasil em 1991, grata surpresa! Dissident Aggressor, do clássico Sin After Sin, de longínquos 1977, mostra que o poder de fogo da ban-da vem de muito longe, sendo coverizada,

7Acacia AvenueAcacia AvenueLion Music

Acacia Avenue, metáfora britânica para su-búrbio, é o novo projeto do guitarrista di-namarquês Torben Enevoldsen (Section A, Fatal Force) que traz uma miríade de vo-calistas como o conhecido Tony Mills (TNT, Shy) e os nem tanto Geir Rönning (Radio-active, Prisoner), Torben Lysholm (Pangea, Mysterell) e Lars Säfsund (W.O.A.). Ene-voldsen, além de tocar guitarra, compôs, produziu, fez os backing vocals, cantou duas faixas e ainda tocou baixo e teclados. Carsten Neumann (Savage Affair) também deu uma mãozinha no baixo e a bateria fi-cou a cargo de Thomas Heintzelmann (Sec-tion A). O álbum abre com Don’t Call Me

9.5Bruce KulickBK3Twenty4 Records

Como o próprio press release define, Bruce Kulick está para o KISS assim como Ron Wood está para os Rolling Stones. O gui-tarrista inicia o ano de 2010 com um ál-bum vigoroso e estelar. Estelar no senti-do de que se uniu a grandes estrelas do rock’n’roll como seus comparsas dos tem-pos de KISS, Gene Simmons e Eric Singer, o virtuoso Steve Lukather (Toto) e outras feras. Pra começar, a rápida Fate, um hard rock com levada quase punk, remetendo aos tempos de Union. Kulick, que não é bobo nem nada, adiciona alguns efeitos em sua limitada voz, mantendo-se num lugar seguro e debulhando sua guitarra. A faixa seguinte, Ain’t Gonna Die é o ponto alto de BK3. Os vocais couberam a nada menos que Gene Simmons. A letra, de Simmons, chega a ser autobiográfica ao afirmar que jamais morrerá, deixando um legado imor-tal. Poderia muito bem figurar a obra-prima Revenge (1992)! O nível se mantém intac-to em No Friend Of Mine, que já havia saído no EP australiano ano passado. Nela, John Corabi (ex-Mötley Crüe), parceiro de Union e ESP, adiciona seus vocais rasgados nesta semi-balada fodona. Muito bom gosto nos arranjos, principalmente nestes violões. Em Hand Of The King, Nick Simmons (sim, filho do “hômi”), assume o vocal. Uma can-ção moderna cotejada com toques seten-tistas à la Sabbath. Refrão memorável e uma voz com um estilo híbrido que lembra tanto o “Demon” quanto um Jim Morrison endiabrado. Sabiamente primeiro single do álbum. I’ll Survive cai um pouco e traz vo-cais de Kulick. Nota-se que sua assumida timidez se extende a sua voz. Porém, Kulick está cantando muito melhor hoje. Alegria total na radiofônica Dirty Girl, com vocais de Doug Fieger (The Knack). O riff gruda de imediato. Muito boa! Kulick solta o gogó outra vez na balada Final Mile, cujo baixo coube ao amigo Dan Lavery. O peso volta em I’m The Animal, um hard rock com a voz de Tobias Sammet (Edguy, Avantasia) e bateria de Eric Singer. Um dos destaques de BK3. A melhor faixa cantada por Bruce (em toda sua carreira) é And I Know. Uma

Tonight, co-escrita por Mills. Solos virtu-osos de guitarra, uma bateria enjoativa e vocais altíssimos permeiam esta faixa, um hard rock melódico cheio de clichês. Uma péssima maneira de abrir um CD. A coisa melhora em Hold On no que tange aos vo-cais de Rönning, mais contido, mas com al-guns trejeitos à la Glenn Hughes/Joe Lynn Turner. O refrão é bom e as guitarras mais sujas. Porém, a melhor canção de todas é a próxima: An Illusion. Uma introdução com teclados e vocais de Säfsund, vocalista que se saiu melhor de todos, mas que curiosa-mente cantou apenas esta! Feeling total, uma letra sobre desilusão amorosa sem soar brega e refrão totalmente Toto fase Isolation. O hardão vanhaleniano (cortesia dos riffs e tappings) de Jamie’s In Love traz os vocais do próprio mentor da empreitada. O cara se sai tão bem que poderia ter dado conta de todo o trabalho, fato que deixaria este álbum sem essa cara de balaio de ga-tos. Can’t Make You Stay é aquela canção mid-tempo AOR nos moldes do Journey. Os vocais ficaram com Lysholm, bem encaixa-dos. Mad Antenna põe tudo a perder, pois trata-se de um tema instrumental onde so-bra espaço para Enevoldsen solar à vonta-de. Mills volta em Wait No More, um light metal xarope que em nada acrescenta. No Looking Back, outra parceria com Rönning, melhora. Um dedilhado limpo muito inte-ressante caracteriza esta bela canção. As influências de Eddie Van Halen voltam em Just Wanna Be With You, com as letras e vo-cais a cargo de Lysholm outra vez. Mais um refrão empolgante e totalmente oitentista. Let Go traz uma introdução completamente à la Deep Purple, segunda canção em que o dono da bola canta. Pra fechar Digging, outra boa faixa calcada no piano, com vo-cais de Rönning e um solo virtuosíssimo de guitarra. Acacia Avenue peca pela irregula-ridade do estilo e pela “promiscuidade” no quesito vocal. Se mantivesse apenas uma das vozes e uma eventual participação es-pecial, tudo bem, mas cinco cantores di-ferentes em onze faixas parece coletânea! Porém, vale a pena conferir exclusivamen-te An Illusion, Jamie’s In Love, Can’t Make You Stay, No Looking Back, Just Wanna Be With You, Digging e ignorar o resto. Só leva 7 porque An Illusion é demais! DIEGO N. VIAN-NA

inclusive, pelo Slayer em South Of Heaven, em 1988. A Touch Of Evil, faixa que mere-cidamente dá nome a este álbum, volta ou-tra vez à época de Painkiller. A letra, para os mais distraídos, versa sobre magia ne-gra, possessão ou outras balelas, porém, metaforicamente trata-se da obsessividade que ocorre numa relação amorosa doentia. Um belo solo de Tipton também se desta-ca. A próxima é Eat Me Alive, ressuscitada pérola de Defenders Of The Faith (1984), tema que rendeu muita controvérsia na época dos censores da PMRC, tendo sido “eleita” terceira canção das Filthy Fifteen (lista “moralizante” que citava “as quinze mais sujas”), por causa de seu conteúdo supostamente lascivo. Puro metal oiten-tista! Prophecy, também de Nostradamus, traz mais doom metal com direito a tecla-dos e narrações, ou melhor, “previsões” do visionário Nostradamus. Apesar de ótima, é a partir do riff de bateria da próxima que os fãs explodem: Painkiller. Impressiona a energia que os tiozinhos emanam mes-mo quase vinte anos depois. Encerra o CD nesta canção. Todavia, a versão japonesa ainda traz dois bônus: Worth Fighting For, de Angel Of Retribution, cuja abertura traz a cozinha robusta de Travis e Hill somada aos dedilhados distorcidos de Tipton e Do-wning. Mais tranquila, cabe a Halford soltar sua voz de forma limpa; em seguida, Deal With The Devil (co-escrita pelo produtor Roy Z), mais uma de Angel Of Retribution, derradeira canção que só nos faz concluir que este álbum deveria ser duplo. DIEGO N. VIANNA

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pequena bela canção cuja simplicidade só soma. Uma ponte bem Union surge lá pelas tantas. O solo é tipicamente Kulick, unindo técnica e feeling. Between The Lines é um instrumental suingado que unem riffs, li-cks, solos de Kulick e Steve Lukather, além da bateria à cargo de numa aula de bom gosto pra guitarrista ou aspirante nenhum botar defeito. A psicodélica Life, com Bruce à frente dos vocais e com direito a violinos, tamborins e flautas em seu final, encerra este que pode ser considerado o Reven-ge de Bruce Kulick pela tamanha coesão e coerência das canções. O cara conseguiu unir um monte de cantores dos mais va-riados estilos sem fazer o álbum soar como um balaio de gatos. A versão europeia ain-da traz de bônus a pesada instrumental Skydome (que havia figurado seu primeiro trabalho pós-KISS Audiodog). Quem diria! O subestimado guitarrista e compositor de mão cheia que teve a árdua tarefa de pre-encher a lacuna de Ace Frehley, Vinnie Vin-cent e Mark St. John, solta um álbum que faz frente à Sonic Boom (KISS) e dá um vareio em Anomaly (Ace Frehley). É cedo, mas dá para arriscar em afirmar que BK - produzido por Kulick e Jeremy Rubolino - será sério candidato a melhor álbum de 2010. DIEGO N. VIANNA

7Angels & AirwavesLOVEIndependente

Angels & Airwaves. Um dos produtos do fim de Blink 182, conhecido pelas suas bate-rias, sintetizadores e o uso de equipamen-tos eletrônicos; o sonho de Tom DeLonge de criar um som maturo. Enquanto de suas aspirações, não foram totalmente reconhe-cidas (antes do lançamento do AVA) ele passou a gravar o seu som, dizendo que iria mudar a cara do rock n’ roll e que ti-nha uma profundidade emocional com Pink Floyd e U2, contudo mantendo o lado ca-tivante do Blink 182. É difícil não respeitar o crescimento, o álbum “We Don’t Need To Whisper”, foi um sucesso e a single ‘The Adventure’ fez um sucesso e tanto nas ra-dios.. Já não se pode dizer a mesma coisa o próximo álbum que eles lançaram “I-Em-pire”. I-Empire foi um fracasso comercial e fizeram muito pouco para diferenciar-se do primeiro álbum. Já faz quase um ano, des-de que Blink 182 anunciou o seu fim, e ago-ra nós temos em mãos o terceiro álbum do Angels & Airwaves, simplesmente intitula-do “LOVE”, e eles lançaram para download gratuito, um dia antes dos dias dos namo-rados, quanta generosidade.. mas esse é um presente genuinamente sincero ou De-Longe está apenas querendo se livrar de 11 faixas para voltar a se concentrar no Blink 182? Talvez nós nunca saibamos, mas com base no que se ouve nesse álbum, parece mais provável uma combinaçao de ambos.O álbum inicia da forma de se esperar de AVA, pianos e guitarras e lentamente, dan-do lugar a um contratempo eletrônico e sintetizadores. Assim, nos obtemos uma introdução de 2 minutos e meia, antes que uma esmagadora sondagem da atmosfera possar chegar até você. Tom DeLonge can-ta , fazendo quase uma espécie de serenata para aos ouvintes, que de certa forma lem-bra o inicio de ‘Valkeryie Mísseis’ do seu pri-meiro álbum “We Don’t Need To Whisper”. Em seguida ele faz (ou não) uma confissão sobre suas própias ambições com a ban-da, Então, de repente é evidente que não é o mesmo Angels & Airwaves, a coisa mais próxima de breakdown em toda sua carrei-ra, ‘The Flight of the Apollo’ entra com um riff, cativamente elétrico, que parece ex-pressar a evolução da banda, obviamente. A música também tem um refrão memorá-vel e assim define claramente o que está por vir.. ‘Young London’ consegue manter o fluxo e a paixão de Apollo por 5 minutos,

e ainda mais impressionante, riffs robus-tos e um refrão cativante. Infelizmente, a qualidade e intensidade, muitas vezes não é acaompanhada a partir desse ponto. Não se torna óbvio que o álbum está começando a “escorregar” até a faixa ‘Epic Holiday’ que parece ser a definição do preenchimento de um álbum que realmente está se tornando um álbum de antemão. O problema com esta faixa decorre da ausência de qual-quer propósito central, que parece ser uma miscelânea de idéias espalhadas dentro de um uso abundante de confronto de sons. Vendo pelo lado positivo, DeLonge soa tão concentrado e determinado do que nun-ca quando ele berra repetidamente “Let’s start a riot!”, durante o último minuto. A tendência de descida continua ao longo do meio vasto 5-6 faixas... As músicas são bem produzidas e tem um som glorioso. No entanto, a maioria simplesmente não são memoráveis. Todas começam a soar iguais depois de um tempo, o que é o mesmo erro cometido em I-Empire. Tudo começa a se resumir ao mesmo efeito usado pela banda Dashboard Confessional, cada músi-ca soa tão emocionalmente climática, que após passar várias faixas, o ouvinte apenas para de se importar.. Teria provavelmente beneficiado AVA usar mais contenção nas suas composições e nas letras, o que tor-naria seus momentos mais épicos. Ao invés disso, cada música parece uma tentativa de obter o ouvinte para sentir o que eles estão sentindo. E depois de um tempo, só fica cansativo. IAN K. MENEZES

8FairDisappearing WorldTooth & Nail Records

Aaron Sprinkle é um grande produtor da gravadora Tooth & Nail Records. Durante a última década, o produtor colocou seu nome em vários lançamentos de cerca de 45 bandas. Com todo esse trabalho, leva-se a pensar que o produtor de Seattle não tenha muito tempo livre, mas de alguma forma, para a banda Fair, ele tem.. o com-positor é capaz de operar em um quarteto. O que é ainda mais interessante, é que Fair é melhor do que 80% das bandas que Sr. Sprinkle ajuda em estúdio. O segundo ál-bum, “Disappearing World”, começa a fai-xa título e provavelmente uma single. Há sempre um pouco de perigo ao apresentar aos ouvintes a primeira música do álbum; a acessibilidade natural do álbum pode fa-cilmente enganar alguns, principalmente quando se trata de álbuns de pop alternati-vo como este do Fair. No entanto, eu estou feliz em dizer que este, não será um pro-blema nesse álbum. ‘Wayside’ e ‘Walking In My Sleep’ segue a estruta cativante da faixa inicial e adicionam alguns detalhes a mais nas músicas. O tema lírico fala sobre uma garota que perde sua sorte, e ao mes-mo tempo, sim, nós ja ouvimos isso antes, o todo poderoso vocal de Aaron Sprinkle é capaz de manter tudo isso tranquilo. De longe, dá pra perceber que a voz do voca-lista e produtor é a principal força da banda. Tomando intensidade em partes iguais de Stephen Christian do Anberlin e a sensação suave e sonhadora de Aaron March do Co-peland, o compositor é capaz de retrans-mitir suas letras e voz de uma forma que é capaz de chamar atenção dos ouvintes. A faixa destaque vai para ‘One Last Time’, que leva Fair para um novo nível a faixa é mais atraente, mais enegética. Logo em seguida, sob o orquestrado de piano-balada de ‘Take Some Risks’, Fair traz uma música um pouco melodramática, mas na prática, com certeza, mostra também o outro lado da banda, é até melhor que eles não sigam o álbum todo de uma forma só, isso torna o álbum bastante enjoativo depois de um tempo. ‘It’s Doubtful’ é uma tentativa de mexer com o coração das garotas, enquan-

to a atenção do álbum é predominante das composições e voz de Aaron, não quer di-zer que o resto da banda esteja esquecida.. por exemplo, o guitarrista Erick Newbill, mostra um surpreendente solo de guitarra que preenche o final da música que de cer-to levanta a bola dos ouvintes. Da mesma forma, solos e rifs de guitarras podem ser surpreendetemente encontrados em todas as partes do álbum, eu na verdade estou surpreso que esas inclusões funcionem tão bem. É bom Fair colocar o melhor em si e criar um álbum mais consistente do que o anterior. IAN K. MENEZES

7Rotting ChristAealoSeason Of Mist

Rotting Christ é uma daquelas bandas que teve excelentes lançamentos em 20 anos de banda. O seu último álbum, lançado em 2007, Theogonia, foi seu maior destaque mesclando black e death metal e experimen-tando várias influências da musica grega e outros gêneros no metal. Isso refrescou os ouvintes, virou uma paixão e eles continu-aram excelentes. Em Aealo, a banda tenta manter este curso, mas apenas tem êxito em algumas coisas. Após a primeira escur-ta, Aealo soa muito mais simples do que o último álbum, mas com o tempo, você pode distuingir pequenos pedaços escondi-dos no mais profundos dos instrumentos.. alguns instrumentos são frequentementes utilizados, para acrescentar uma atmosfera para as músicas, soando assim simples ou apenas servem como uma cama extra para se fundir com o resto da música. Embora elas não sejam tão boas quanto no The-ogonia, o álbum conta com algumas sur-presas interessantes escondidas, o ouvinte irá encontrar vários pontos altos do último no Aealo. O álbum está repleto de riffs de guitarra variados que parecem ter peque-nas influências de todo o lugar. De vez em quando a banda adiciona alguns instrumen-tos tradicionais gregos, como o tsabouna para complementar a outros instrumentos, mas acabam usando pouco mais de 5% do instrumento.. algumas músicas dão até um sentimento de orgulho nacional que só é acentuada pelas letras gregas. Alguns vo-cais femininos também são usados e eles se familiarizam muito com Rotting Christ, essa incorporação faz a banda crescer.. Apesar do Aealo não ser tão bom quanto o último álbum da banda, é um forte álbum na carreira do Rotting Christ! IAN K. MENEZES

8.5CreedFull CircleWind Up

Oito anos depois de lançar o que pode ser considerado seu maior disco, o Creed volta a lançar um tabalho de músicas inéditas, intitulado “Full Circle” que tenta trazer de volta o Creed de “Weathered”, disco que colocou a banda no topo da cena músical com sucessos como “My Sacrifice”, “One Last Breath” e “Don’t Stop Dancing”. A pri-meira faixa tem um tom mais agressivo, mostra que a banda parece ter voltado pra ficar. A segunda faixa segue a mesma linha da primeira, porém um pouco mais frace

que essa. “A Thousand Faces”, terceira fai-xa, parece ser a mais sugestiva para uma música de trabalho, belas linhas de guitar-ra, uma boa levada na bateria, um refrão contagiante, tudo o que é preciso para um bom single. A quarta faixa pode ser consi-derada apenas mais uma faixa que com-pleta o disco, nada demais pra ela. A partir da quinta faixa o disco começa a mostrar seu ponto fraco: A redundância. Um violão ou guitarra limpa começam a dedilhar e a música vai subindo progressivamente. Essa sequência é levada durante duas faixas, depois “Fear” parece quebrá-la, e volta a ter uma temática parecida com o início do disco, e será a última música agressiva do CD. Daí pra frente a repetitividade volta a reinar, e todas as músicas parecem iguais.O disco é repleto de pegadas fortes, re-frões empolgantes e solos animadores, um timbre com muito médio e uma boa distor-ção embala as guitarras, o ponto fraco fica por conta da redundância nas músicas, e depois de um certo tempo você consegue prever como será a próxima faixa. O des-taque do disco fica por contas das músicas “A Thousand Faces” e “Overcome”! Não tão bom quanto o último trabalho da banda, mas “Full Circle” merece um lugar na sua prateleira. RAFAEL FEHER

9Orphaned LandThe Never Ending Way of ORwarriORCentury Media

Se fóssemos delimitar um divisor de águas no Orphaned Land, tranquilamente, o ál-bum “Mabool: The Story of Tree Sons of Seven” seria o cajado de Moisés da banda. Com esse novo lançamento a banda che-ga a um patamar nunca antes alcançado por bandas do Oriente Médio, o status de “Banda Grande” e o de criadora e modifi-cadora do que convencionou-se chamar de Oriental Metal. Deixando rótulos de lado, “The Never Ending Way of ORwarriOR” é, definitivamente, mais um disco que vai en-trar pra história da banda. Mais uma vez os israelenses apostam em um disco concei-tual tratando da parte religiosa, hipócrita, positiva e espiritual da humanidade. Lon-ge de ser considerada uma banda de White Metal, os israelenses fazem do tango entre Deus e o Diabo, uma característica única entre as bandas de metal no mundo. Ape-sar das muitas misturas existentes na mú-sica dos israelenses, eles não conseguem perder o rumo, acertando na dose certa de cada composição. O exemplo maior disso, nesse novo disco é a faixa “The Warrior”, que consegue mesclar muito bem o senti-mentalismo proposto na letra com a atmos-fera da música oriental, sem perder o foco no Doom Metal, raiz da banda. O álbum é composto por 15 faixas que nos fazem questionar como seria o mundo se as religi-ões e as “não-religiões” conseguissem viver em perfeita harmonia e nos remete à um mundo onde a tolerância seria peça-chave no que desejamos e idolatramos como paz mundial. Musicalmente falando, é um dis-co muito experimental, principalmente pe-las mudanças de compasso presentes com muito mais freqüência do que nos discos anteriores. Como se as qualidades do dis-co, por si só não bastassem, a produção de Steven Wilson (Porcupine Tree, Opeth, den-tre outras) não deixa a desejar em nenhum momento do disco e faz com que tudo seja percebido mais nitidamente no que tange o lado instrumental do disco. Se em “Ma-bool” a bateria foi um grande problema na edição final, em “The Never Ending Way of ORwarriOR”, todos os empecilhos criados foram resolvidos e aperfeiçoados. Fica difí-cil destacar faixas pelo fato de ser um disco conceitual e as faixas estarem interligadas intrinsecamente. Porém, as que mais mos-tram a cara do trabalho dos israelenses são bem vistas: “Sapari”, “From Broken Vas-

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sels”, “The Warrior”, “Codeword: Uprising”. As de difícil aceitação por parte do público novo (sim, esse disco e a divulgação feita em cima dele, vai render muitos novos fãs aos rapazes de Israel) ficam por conta da Saga “The Path” (dividida em duas partes). Vai soar estranha a mudança excessiva de compassos, fazendo com que a música se embaralhe na cabeça do ouvinte em alguns momentos. E esse é talvez o único proble-ma do disco. No mais, como era de se es-perar, mais um disco maravilhoso dos isra-elenses. BRUNO THOMPIS

8Arch EnemyThe Root of All EvilCentury Media

O Arch Enemy, desde meados da última década, dispensa comentários, sem contar o fato de que a banda trouxe à tona todo o desejo feminino de tomar um espaço maior e mais abrangente dentro do metal, que antes estava restrito à lirismo e vozes melodiosas. Mesmo não sendo a primeira mulher a se arriscar com vozes guturais, Angela Gossow tomou o posto de Metal-Woman para si, desmistificou essa coisa da fragilidade feminina na música e expandiu os horizontes musicais ao mostrar ao mun-do o poderio agressivo de sua voz, mes-clado ao som enfurecido e por volta melo-dioso do Arch Enemy. Partindo daí, com a banda tendo emplacado diversos sucessos, uma compilação é sempre complicada de se fazer, principalmente pelo fato de ter que agradar os fãs, e essa é a tarefa crucial deste tipo de disco. Dado isso, o disco pode ser considerado como ótimo, haja vista que somente faixas dos três primeiros discos da banda foram incluídas, contrário do que aconteceu com o disco lançado também em 2009 “Manifesto of Arch Enemy”, que incluía somente as faixas da “nova fase” da banda. Não há muito o que acrescentar so-bre uma compilação se você for fã. Para os que não são fãs e gostariam de conhecer o trabalho antigo do Arch Enemy, esse é um ótimo bonde para se pegar. Clássicos como Bury Me An Angel, Bridge of Destiny, The Immortal e Beast of a Man, foram incluídos com muita sabedoria. É, é uma compila-ção. Pro ano de 2009 não passar batido pra gravadora e nem pra banda, foram duas ótimas ideias. BRUNO THOMPIS

7Dark TranquillityWe Are The VoidCentury Media

Característico. Esta é a palavra que melhor define o novo lançamento dos suecos do Dark Tranquillity. Uma das grandes ver-dades é que o sucessor do disco Damage Done (2005), que tirou muito da pegada “leve” da banda, ainda não apareceu. Mes-mo com as reviravoltas dadas no disco Fic-tion (2007) com o contexto lírico mudan-do de foco, a banda ainda não conseguiu emplacar um disco que seja digno de um “ohhh”, vindo por parte dos fãs. O que não significa que os álbuns posteriores ao dis-co citado anteriormente sejam ruins. Muito pelo contrário, todas as características que fazem o DT ser o que é hoje e ter o nome respeitado na cena metálica mundial são

encontradas em todos os álbuns e o que é mais interessante: sem se repetirem in-cansavelmente, fazendo assim com que a banda não tenha dois discos “iguais”, no contexto sonoro. Em se tratando de “We Are The Void”, posso afirmar com convicção que o disco merece a alcunha de, numa es-cala que varia de péssimo a ótimo, regular. A audição é bem cansativa em comparação aos outros, salvos alguns casos, que por coincidência são seqüências: Dream Obli-vion seguida de The Fatalist e The Gran-dest Accusation seguida de At The Point of Ignition. Essas duas últimas, tomando o lu-gar maior de destaque dentro do disco. No mais, o que se segue é uma aula de como se fazer Melodic Death Metal como sempre é mostrado nos discos do Dark Tranquillity. E não passa disso. BRUNO THOMPIS

9DeventterLead... OnIndependente

Faixas longas e bastante experimentais são duas das principais características deste novo trabalho do “Deventter”. Essas duas características poderiam ser dois pontos negativos para a banda. Quem aposta nis-so, queima a língua” logo nas primeiras fai-xas do disco: “O.M.T”, “6000” e “Bunkers And Bankers”. A escolha de pôr essas três músicas na seqüência não poderia ter sido mais perfeita, pois as mesmas alternam en-tre momentos de mais solidez (peso) mes-clados com ótimas passagens melodiosas. O destaque maior para essas três faixas é o teclado que cai como uma luva em to-das as três, fazendo com que as três soem modernas e ao mesmo tempo remetam a estilos bem clássicos dentro do metal e do rock em geral, como a música progressi-va, o jazz e passagens do blues. Seguindo essas três faixas temos duas baladas que poderiam receber a alcunha de digníssi-mas! “Reflected” e “All Rights Removed” cumprem muito bem o papel e o que se espera delas: são duas músicas mais leves e com diversos momentos em que se no-tam até influências diferentes das citadas anteriormente, encaixando nessa segunda citada uma pegada bem característica das bandas de Synth-Pop da década de 80, em especial o Depeche Mode. “All Rights Re-moved”, como não poderia deixar de ser, reflete bastante a proposta eclética da ban-da e mostra, a cada passagem, que não po-demos fechar o cerco e darmos um rótulo que a defina única e exclusivamente. O úl-timo destaque que quero fazer é a respeito da faixa “Lead... Off” que encerra o disco e que, com toda certeza é extremamente responsável por essa guinada rumo ao re-conhecimento da banda. Atentem-se à este mais novo lançamento da música nacional, não foi à toa que “Lead... On” recebeu di-versos votos como melhor álbum nacional de 2009. BRUNO THOMPIS

7.5EchidnaInsidious AwakeningRastilho Records

Bandas como o Soilwork, Scar Simme-try, In Flames, Dark Tranquillity, fize-ram com o que o Death Metal Melódico

se propagasse entre os fãs de metal de todo o mundo. Hoje em dia, as quatro bandas andam num patamar bem equi-valente que faz com que o mesmo públi-co de uma, seja o público fiel da outra. Ou seja, este quarteto vem dominando o Melodic Death, há mais de 8 anos, e a entrada de uma possível 5ª banda, deixa os fãs do estilo mais apreensivos. O que se extrai dessas premissas acima é que o Melodic Death Metal, vem angariando uma grande percentagem das bandas novas da atualidade, perdendo somente para estilos como o Metalcore e o Hea-vy Metal Tradicional. A banda Echidna, nascida em Portugal, teve por caminho a ser tomado, esse mesmo melodic death metal citado acima. Desde o lançamen-to da Demo “Tearing The Cloth”, a ban-da vem abrindo espaço e cravando seu nome na cena metálica portuguesa. Com o lançamento do Full-Lenght Insidious Awakening a banda almeja mais do que a cena portuguesa e isso fica bem claro na primeira audição do disco: a banda super bem introsada, pegada melódica contrastando-se com a pegada mais ex-trema (e, que pegada extrema, hein?), os instrumentos bem audíveis e o vocal bem marcante, remetendo inclusive, aos momentos áureos do Death Metal. O dis-co se abre com uma intro bem à altura do estilo e logo na segunda faixa, vê-se a pegada característica que faz com que a banda tenha uma identidade mais diver-sificada dentro do estilo. “To The Tombo of Kings”, “Anger is My Drug” e a última faixa do disco, “No Lenience in The Final Judgement”, elevam o patamar da banda e fazem com que se veja um futuro bem mais promissor para a banda. Os pontos negativos do disco, remetem às caracte-rísticas pesadas da banda se mesclarem à uma demasia que não dá espaços à uma nova abertura dentro dos horizon-tes musicais da banda. Às vezes é bom, tirar o pé do acelerador e fazer a curva sem bater no muro de segurança. A ban-da, fundada em 2001, tem plena idéia do que fazer para evoluir cada vez mais. Portanto, é aguardar um novo disco que trará novamente a cara da Echidna para o mundo ver. Bom disco! BRUNO THOMPIS

8GorgorothQuantos Possunt ad Satanitatem TrahuntRegain Records

Musicalmente falando, 2009 foi um ano cheio de surpresas, lançamentos monu-mentais, e voltas insanas e sem dúvida Gorgoroth não é uma exceção. Todo ser que gosta Black Metal, em todo lugar do mundo, esteve esperando por esse lançamento, e finalmente ele está aqui. Esse álbum provou ser o maior desa-pontamento de 2009 para mim. Ué, mas por que? Porque eu sou um idiota. No momento que Infernus anunciou a nova formação, eu pensei “pô, agora que eles vão superar o álbum “Under The Sign Of Hell”, e devido a esse pensamento eu sentei para ouvir esse álbum. A primeira sensação que eu tive foi como se tivesse tido o coração atravessado por alguém querido. Sério. Por um momento eu me senti tão traído e enjoado que, eu pensei que Gorgoroth estaria melhor, se estives-se morto. Claro, você deve ter percebido a nota que eu vou dar da para essa rese-nha, então vamos passar para o lado in-teressante da história. Poucos dias após esse incidente, eu percebi que é como acontece com muitos outros álbuns que eu ouço, antes de dar o veredito final.

Puta que pariu, eu odiei álbuns como Ordo Ad Chao (Marduk), Blood Inside (Ulver), Rebel Extravaganza (Satyricon) quando os ouvi pela primeira vez, e hoje eu vejo que são álbuns excelentes.Então foi exatamente isso que eu fiz, eu sentei mais uma vez e ouvi o “Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt” novamente. E ouvi de novo, e de novo, e de novo, e enquanto eu estava triste de achar que estava ouvindo o segundo “Under The Sign Of Hell”, eu percebi que esse álbum tinha algo mais valioso, mesmo não indo com minhas expectativas: O que nós te-mos aqui, em essência, é o seguimento o irmão perdido do Pentagrama (HAHAHA). Agora nós podemos discutir os detalhes do álbum. A questão mais importante, a questão que me fez descartar este ál-bum completamente a primeira vez que ouvi-lo, é o som. É muito estéril, mui-to mecanizada, é o que fecha a alma, especialmene o som horrível da bateria artificial. Tomas Asklund é um baterista brutal, sem dúvida sobre isso, por que eles fizeram isso conosco? Tudo bem, ele preenche sua parte muito bem, dando a impassibilidade quando necessário, man-tendo o ritmo mais lento. Finalmente, a guitarra, o som é agradável, embora também parecer faltar energia e raiva. Só poderia ser eu, lembrando de músi-cas como “Revelation Of Doom” e “Krig” e se sentir decepcionado. Na medida que você ouve o álbum, você nota que falta coisa, mas apenas marginalmente, o que torna ainda mais doloroso para mim, já que eles estavam perto de realmente fa-zer esse som de álbuns como o coro da essência do inferno. Até o ponto que eu tinha re-escutado o álbum várias vezes, percebi que ele estava crescendo como uma fome enlouquecedora dentro de mim. IAN K. MENEZES

8Unlit FaceMy SeasonsIndependente

Inovador e com um pé em dois estilos dis-tintos: de um lado o Death Metal Melódico que nos mostra uma banda bem melodio-sa e firme quando o assunto é pancadaria e do outro, uma banda que carrega todas as influências vocais de Rafael Basso, um típico vocalista de Doom Metal. Essa mis-tura teria tudo pra soar no mínimo estra-nha (e realmente soa), mas ai entra o fato interessante da musicalidade do Unlit Face que se traduz nas palavras de Rick Bona-dio: “Quanto mais sua música se parecer com algo que já existe menores serão suas chances de sucesso”. Não que o saudoso Rick Bonadio seja “o produtor musical tupi-niquim” a ser respeitado, afinal de contas, ele nos “presenteou” com Fresno e NxZero em menos de um ano.Voltando ao disco, o que notamos nisso tudo é a diferença gri-tante existente entre as partes mais pe-sadas do disco que tendem sempre a soar como um Death/Doom Metal, e as partes convencionais do Death Metal Melódico.My Seasons e Wrong Enemies demonstram isso muito bem! O único ponto negativo é que eu esperava bem mais do vocal de nosso amigo Rafael Basso. Mas o que po-demos ver é que há uma adaptação de um segmento ao outro dentro do metal, seg-mentos estes que exigem técnicas diferen-tes. É questão de tempo (muito pouco) até Rafael encaixar seu melhor vocal. Espero ver a Unlit Face em breve, com seu debut lançado! Potencial pra isso eles tem: ainda bem que na Suécia não é costume desco-brir NxZero e Fresnos! BRUNO THOMPIS

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