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INDÚSTRIAS DE GALVANOPLASTIA
PROCESSO INDUSTRIAL
O tratamento superficial eletroquímico de peças metálicas na produção de bijuterias promove a
deposição de metais em camadas, com o objetivo de conferir às peças uma proteção especial contra
corrosão e um acabamento decorativo.
Um fluxograma básico do processo de tratamento de superfície na produção de bijuterias e as
principais emissões de poluentes em cada etapa são apresentadas na Figura 1.
PEÇAS BRUTASDESENGRAXEELETROLÍTICO
ATIVAÇÃOLAVAGEM LAVAGEM
BANHO DECOBRE ALCALINO
LAVAGEMATIVAÇÃOLAVAGEMBANHO DECOBRE ÁCIDO
LAVAGEMBANHO DE
NÍQUEL LAVAGEMBANHO DEPRÉ-OURO
LAVAGEMIMERSÃO
LAVAGEM
SECAGEME
PESAGEMBANHO DEOUROBANHO DECOR FINAL
SECAGEMPOR
CENTRÍFUGAPEÇAS
ACABADAS
LAVAGEMIMERSÃO LAVAGEMIMERSÃOLAVAGEM
Efluentes Ácidoscontínuos
Efluentes Ácidosperiódicos
Efluentes Alcalinoscontínuos
Efluentes Alcalinosperiódicos
Emissõesatmosféricas
Emissõesatmosféricas
LEGENDA
TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE DE PEÇAS DE BIJUTERIAS
Figura 1. Fluxograma do processo de tratamento de superfícies de peças de bijuterias
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• Montagem das peças brutas em gancheiras e carretéis
A peças são montadas em suportes metálicos que tem a função de facilitar a passagem de corrente
elétrica durante a eletrodeposição, além de permitir sua manipulação sem que sejam tocadas
diretamente pelo operador. Geralmente utilizam-se dois tipos de suporte metálico:
- gancheiras de aço inox: estrutura de metal, provida de pequenos ganhos onde peças de pequeno porte,como brincos e pingentes são pendurados, facilitando a sua imersão nos banhos de eletrodeposição.
- carretéis: estrutura cilíndrica, onde um cordão formado por uma fileira de peças amarradas
manualmente, uma à outra, com fios de cobre, é pendurado. Esta estrutura, conhecida como carretel,
ao girar, faz com que as peças entrem e saiam do banho continuamente, enquanto recebem a
eletrodeposição.
• Desengraxe eletrolíticoEste banho promove a limpeza fina da superfície metálica das peças, garantindo a eletrodeposição
adequada de metais e a obtenção de uma peça isenta de manchas. Geralmente utiliza-se neste banho,
uma solução à base de compostos de cianeto ou sais de sódio.
• Lavagem em água corrente
Esta lavagem visa remover o excesso da solução aderida às peças para garantir uma boa aderência dos
metais e evitar a contaminação dos banhos subseqüentes. Neste processo são utilizados chuveiros fixosou manuais, com orifícios e bocais de tamanho variável.
• Ativação
Consiste de uma solução diluída de ácido sulfúrico, que neutraliza os resíduos oriundos do banho
anterior, preparando as peças para o processo de revestimento no banho seguinte, garantindo assim,
uma melhor aderência do metal a ser depositado.
• Banho de Cobre Alcalino
Promove o depósito de uma fina camada de cobre nas peças, denominado de flash, com o objetivo de
melhorar a aderência dos metais presentes nos banhos subseqüentes, além de conferir às peças uma
proteção contra corrosão. Apresenta compostos à base de cianeto e sulfato de cobre, como principais
constituintes.
• Banho de Cobre Ácido
Promove a deposição de uma camada mais espessa de cobre, conferindo melhor nivelamento da
superfície, maior dureza e mais brilho às peças.
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• Banho de níquel
È utilizado para as peças que não necessitam de um acabamento muito esmerado, uma vez que não
exige uma camada muito espessa de ouro sobre a mesma. O banho de níquel é constituído por uma
solução contendo sulfato de níquel, cloreto de níquel, ácido bórico e um abrilhantador.
• Banho de pré-ouro
O banho de pré-ouro, ou douração strike, consiste na eletrodeposição de uma camada de ouro com
espessura de até 0,2 µm, com a finalidade de preparar a superfície da peça para o banho de folheação
ou cor final.
• Lavagem por imersão
A lavagem por imersão, também conhecida como tanque de recuperação ou tanque de drag-out
consiste de um tanque preenchido com água que visa remover a solução arrastada, propiciar a
recuperação de metais e evitar a contaminação do banho subseqüente. A solução deste tanque também
é utilizada para reposição das perdas, que ocorrem por evaporação, nos banhos quentes de douração.
• Secagem e pesagem
A secagem das peças é realizada em uma centrífuga, provida de aquecimento elétrico e sistemasadequados para a drenagem dos efluentes. Esta etapa normalmente antecede a pesagem. A pesagem,
realizada em balança semi-analítica, é efetuada em três fases do processo: no início (pesagem das
peças brutas), após o banho de pré-ouro e após o banho de cor final, com a finalidade de se calcular a
quantidade de ouro depositada nas peças. Este valor, normalmente, é pré-determinado pelo cliente.
• Banho de ouro
Proporciona a deposição de uma camada com espessura maior do que 0,2 µm de ouro. Esterevestimento, normalmente, recebe o nome de folheação e confere resistência e beleza às peças.
• Banho de cor final
Este banho tem as características básicas do banho de pré-ouro, sendo que a espessura da camada de
ouro a ser depositada, geralmente superior à 0,2 µm, tem a função de conferir cor às peças. As
tonalidades também são pré-determinadas pelos cliente e podem ser: amarela, verde ou rose.
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POLUENTES GERADOS
O setor galvânico é um dos principais responsáveis pela geração de efluentes líquidos e emissões
gasosas na indústria de bijuterias. A geração de efluentes líquidos no setor pode ser do tipo contínua ou
periódica.Os efluentes contínuos têm como principais contribuintes, as etapas de lavagem em água corrente, das
peças retiradas dos banhos; secagem e lavagem das gancheiras em água corrente, após a sua
decapagem.
Dentre as operações citadas a que mais contribui para a geração de efluentes contínuos é a lavagem de
peças em água corrente. Como exemplo, pode-se citar que em uma das empresas participantes foi
estimada uma geração de aproximadamente 3.500 litros de efluentes contínuos/dia, considerando um
consumo médio de água igual a 100 m
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/mês. Os efluentes gerados são encaminhados, por tubulaçãoespecífica, para os tanques de armazenamento de efluentes.
Os efluentes periódicos são aqueles gerados em conseqüência do descarte esporádicos de banhos
eletrolíticos, após a perda de sua eficiência, ou mesmo após a verificação de contaminação dos
mesmos, pois a sua recuperação, em muitos casos, torna-se inviável.
Outra fonte de efluentes periódicos são as águas das lavagem do piso das indústrias, com a finalidade
de remover os respingos das soluções, que foram arrastadas pelas peças durante a transferência de um
banho para outro. A origem dos efluentes periódicos ácidos e alcalinos são apresentados como
exemplo na Tabela 1 e 2.
Tabela 1: Origem, freqüência de descarte dos efluentes periódicos ácidos.
ORIGEM FREQÜÊNCIA DE DESCARTE
Ativação Quinzenal
Solução de ácido nítrico 45 dias
Tabela 2: Origem, freqüência de descarte dos efluentes periódicos alcalinos.
ORIGEM FREQÜÊNCIA DE DESCARTE
Desengraxante Quinzenal
Lavagem por imersão após o banho de pré-ouro Mensal
Lavagem por imersão após o banho de ouro Mensal
Lavagem por imersão após o banho de cor final MensalLavagem por imersão das gancheiras decapadas 30 a 40 dias
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A freqüência de descarte dos efluentes periódicos varia de um banho para outro e em geral, ocorre
quinzenal ou mensalmente. Estes efluentes são bem mais concentrados do que os efluentes contínuos,
exigindo cuidados especiais na sua coleta e tratamento.
Os efluentes dos banhos de desengraxe e ativação são descartados nos tanques de lavagem do setor
galvânico conectados às tubulações que os encaminha até o tanque de coleta de efluentes.As soluções dos tanques de imersão dos banhos de pré-ouro, ouro e cor final são armazenados em um
único tanque para posterior recuperação do ouro. Após a remoção do ouro, os efluentes são
encaminhados para a ETE.
Outra fonte de poluentes existente neste setor são as emissões gasosas oriundas dos banhos de níquel,
pré-ouro, ouro e cor final que operam à temperatura de 60oC. Estes banhos apresentam uma perda
significativa de água e matérias-primas, além da emissão de gases contendo compostos cianídricos. A
reposição das perdas é efetuada com a adição periódica de água e das matérias-primas que ascompõem. Com relação aos gases, são utilizados sistemas de ventilação local exaustora, além de
equipamentos de proteção individual