sumário de... · 2019. 10. 31. · 2 1 – introduÇÃo o presente tópico consiste da análise de...
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Sumário
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 2
2. ESTRUTURA TARIFÁRIA E ESTIMATIVA DE RECEITA ....................................................... 5
3. AVALIAÇÃO E MODELAGEM ECONÔMICO FINANCEIRA PRODUTO ............................. 10
4 – PLANO DE NEGÓCIOS ....................................................................................................... 24
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1 – INTRODUÇÃO
O presente tópico consiste da análise de viabilidade técnica econômico-
financeira objetivando a consolidação de um novo processo de gestão e de prestação
dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário do município de
Granja.
Esta análise objetiva quantificar e demonstrar os resultados da implementação dos
projetos, programas e ações da proposta para o estabelecimento de uma parceria
voltada para a prestação dos serviços dos sistemas em regime de concessão ou parceria
pública privada, na perspectiva da sociedade, mediante a comparação, em valores
presentes, dos custos com os benefícios econômicos, sociais e ambientais dele
decorrentes.
Embora o objetivo principal da consecução dos projetos, programas e ações,
inclusive as obras, seja dinamizar o fornecimento de água para consumo humano e a
coleta e tratamento dos esgotos sanitários na sede e distritos do município de Granja, a
percepção do impacto é imediata, como se verá na sequência, nas populações rural e
urbana residentes nas zonas de influência desses sistemas e também no setor produtivo
e de serviços.
A análise financeira de um projeto investiga o retorno sobre os investimentos,
valorando os custos e os benefícios a preços de mercado. Consideram-se, assim, todos
os custos (investimentos e operacionais) e receitas, avaliados com base nos preços de
mercado, incluindo impostos ou subsídios. Como se trata de uma análise de
investimento envolvendo um horizonte temporal os preços devem ser expressos em
termos reais, isto é, em relação a um determinado ponto no tempo. Todos os valores
dos custos e benefícios são expressos em reais de abril de 2019.
A rigor, a análise financeira de um projeto ou empreendimento estima o impacto que a
sua implementação exercerá sobre a situação atual da prestadora de serviços ou
mercado. A mensuração deste impacto é feita através da ótica incremental. Segundo
esta ótica, o impacto do projeto é expresso pela diferença entre a situação com o projeto
e a situação sem o projeto.
Gera-se, portanto, um fluxo incremental que expressa o impacto do projeto. Desta
forma, se o objetivo for mensurar o retorno sobre os investimentos do projeto, cria-
se um fluxo de caixa incremental, a partir do qual calculam-se os indicadores de
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rentabilidade desejados (taxa interna de retorno, relação benefício/custo, valor
presente líquido, entre outros). Isto, naturalmente, requer a quantificação de várias
variáveis para as situações sem e com o projeto. A análise de viabilidade financeira do
SAAE de Granja - CE foi desenvolvida nos moldes de um investimento do setor
privado, como apresentado abaixo, calculando-se o fluxo de caixa incremental com
base nos dados do sistema que atualmente abastece a sede e distritos do Município de
G r a n j a e os valores estimados para o novo Sistema.
Os benefícios sociais decorrentes da implantação de um projeto de
abastecimento de água potável e coleta e tratamento de esgotos sanitários tornam o
processo decisório de natureza social, pois, em geral, espera-se que esses projetos
possam proporcionar os seguintes benefícios:
Redução das taxas de morbidade e mortalidade provocada por enfermidades de
veiculação hídrica;
Melhorias dos hábitos e atitudes da população beneficiária, com respeito ao uso
da água e disposição final;
Promoção do desenvolvimento econômico, social e intelectual das comunidades
através de melhorias das condições sanitárias.
Modelagem da Análise Financeira
Fonte: Raimundo Eduardo Silveira Fontenele e Otávio Nunes de Vasconcelos
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No entanto, em face ao reconhecido problema econômico de escassez de
recursos frente às necessidades ilimitadas, a decisão sobre a implantação desses
projetos exige a aplicação de critérios econômicos, tendo em vista os objetivos de
alocação eficiente dos recursos, de crescimento econômico e de distribuição de renda.
É dentro desse contexto do problema econômico que se insere a avaliação
econômica de projetos, com o intuito de demonstrar para a sociedade em quanto a
implantação de um projeto aumenta o seu bem-estar. Em um país em desenvolvimento,
uma boa medida dessa variação de bem-estar coletivo é o incremento de riqueza gerado
pelo projeto. É ainda nesse último ponto que aparece uma primeira diferença entre a
avaliação financeira e econômica de um projeto. A primeira se preocupa apenas com os
empreendedores ou financiadores, enquanto que a última envolve todos os agentes
econômicos: consumidores, produtores e governos.
Nesse estudo de viabilidade econômica foi utilizado um modelo que calcula os
benefícios do projeto com base na máxima disposição a pagar dos usuários por unidades
de água e de esgoto.
No cálculo dos benefícios econômicos, estimados através do modelo adotado, são
consideradas, além do valor relativo à disponibilidade de água e coleta de esgotos
para os usuários, as economias de recursos resultantes do abandono dos sistemas
alternativos de água e de esgoto pelos usuários. Além dos benefícios, o modelo estima
também os custos, considerando diferentes variações nos diversos parâmetros do
projeto.
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Modelagem da Análise Custo-Benefício
Fonte: Raimundo Eduardo Silveira Fontenele e Otávio Nunes de Vasconcelos
2 – ESTRUTURA TARIFÁRIA E ESTIMATIVA DE RECEITA
Estrutura Tarifária e Estimativa de Receitas
No presente estudo de viabilidade econômico-financeira a estrutura tarifária
proposta foi desenvolvida com o objetivo de dar sustentabilidade econômico-
financeira ao Projeto, levando em conta a situação socioeconômica do
Município e priorizando o princípio da modicidade tarifária.
Cumpre destacar que através da análise das informações constantes do
Sistema Nacional de Informações de Saneamento – SNIS, do Ministério das
Cidades, em conjunto com todas as informações disponibilizadas pela
Prefeitura Municipal de Granja para este estudo, chegou-se à conclusão que as
tarifas cobradas atualmente pela Prefeitura não são suficientes para fazer
frente aos custos e despesas de Pessoal, Materiais e Equipamentos, Energia
Elétrica, Produtos Químicos e Outros, de tal maneira que os custos anuais da
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operação são maiores do que a Receita Bruta alcançada com base na
estrutura tarifária vigente no Município, sem incluir aqui os valores dos
investimentos necessários para expansão e manutenção dos sistemas.
Veja-se ainda que o baixo índice de hidrometração atual, constante no
diagnóstico, impede uma alta precisão da distribuição das faixas de
consumo/tarifa e, consequentemente, no cálculo de volumes médios medidos e
faturados, bem como da tarifa média praticada. Para estimativa e projeção
dessas premissas utilizamos informações do SNIS e do Estado do Ceará,
observando ainda o perfil de consumo/tarifa das ligações que atualmente são
hidrometradas no Município de Granja.
Apenas a título de comparação a análise da Estrutura Tarifária proposta
demonstra claramente que a situação socioeconômica do Município e o
princípio da modicidade tarifária estão de fato sendo levados em conta e
priorizados no presente estudo, tendo em vista que:
A Tarifa Referencial de Água (TRA) proposta é igual a cobrada pela
Companhia Estadual de Saneamento (CAGECE), aplicável para
municípios do interior situados na mesma região;
A Conta Mínima, que está projetada para atingir ao menos cerca de 80%
da população de Granja, representará o mesmo valor da que é cobrada
pela Companhia Estadual de Saneamento (CAGECE), aplicável para
municípios do interior situados na mesma região;
Todas as tarifas propostas, em todas as faixas e categorias, são iguais
as cobradas pela Companhia Estadual de Saneamento (CAGECE),
aplicável para municípios do interior; em sua maioria são do mesmo
porte ou menores;
Associado ao exposto acima, haverá ainda o desconto que será ofertado
pelos Licitantes sobre a Estrutura Tarifária proposta.
Estrutura Tarifária Proposta
A Estrutura Tarifária proposta está apresentada abaixo e tem data base de
Março/2019, cabendo ainda destacar que para que o projeto apresente a
viabilidade econômico-financeira desejada estão previstos 2 (dois)
realinhamentos tarifários anuais, iguais e consecutivos de 3,00% cada, a serem
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aplicados sobre a Tarifa Referencial de Água (TRA) cumulativamente aos
reajustes inflacionários anuais.
TARIFAS DE ÁGUA E ESGOTO
TRA 4,03
Serviços Complementares
Os valores referentes aos serviços prestados pela Concessionária serão
cobrados conforme a Tabela de Serviços abaixo:
O preço é o resultado do valor de um índice multiplicado pela TRA
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Descrição do Serviço Características Preço (R$)
Ligação de água interior / padrão básico Capacidade do hidrômetro de 3,0m3/h 98,51
Ligação de água interior maior que 02 economias Capacidade do hidrômetro de 3,0m3/h 138,97
Ligação de água Capacidade do hidrômetro de 7,0m3/h 476,71
Ligação de água Capacidade do hidrômetro de 10,0m3/h 596,33
Ligação de água Capacidade do hidrômetro de 20,0m3/h 705,39
Ligação de água capacidade do hidrômetro de 30,0m3/h 1.134,61
Ligação de água Capacidade do hidrômetro de 50,0m3/h 2.091,55
Ligação de esgoto Diâmetro de 100mm 362,37
Ligação de esgoto Diâmetro de 150mm 448,57
Emissão de segunda via de fatura - 1,76
Certidão Negativa - 1,76
Entrega de fatura em endereço alternativo - 5,28
Religação para corte – Interior e Padrão Básico Por Débito 10,55
Por corte solicitado 10,55
Destamponamento de ligação de esgoto - 93,23
Reativação de faturamento de esgoto - 12,31
Instalação de hidrômetro – Interior e padrão básico – capacidade de 3,0m3/h
Clientes que ainda não possuem hidrômetro 61,57
Instalação de hidrômetro – Interior – capacidade de 3,0m3/h – maior que 02 economias
Clientes que ainda não possuem hidrômetro 91,47
Instalação de hidrômetro – Interior e padrão básico Cliente que teve seu hidrômetro perdi- 61,57
(100% do valor do hidrômetro) – capacidade de 3,0m3/h
do/roubado/extraviado e/ou danificado
Substituição e transferência de ligações de água – Capacidade do hidrômetro de 3,0m3/h e sem 98,51
padrão básico e cliente tarifa social pavimento e/ou pedra tosca
Substituição e transferência de ligações de água – Capacidade do hidrômetro de 3,0m3/h e com 98,51
padrão básico e cliente tarifa social pavimento asfáltico
Substituição e transferência de ligações de água – Capacidade do hidrômetro de 3,0m3/h e sem 98,51
Interior – até 01 economia pavimento e/ou pedra tosca
Substituição e transferência de ligações de água – Capacidade do hidrômetro de 3,0m3/h e com 98,51
Interior – até 01 economia pavimento asfáltico
Substituição e transferência de ligações de água – Capacidade do hidrômetro de 3,0m3/h e sem 138,97
Interior pavimento e/ou pedra tosca – maior que 02
economias
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Descrição do Serviço Características Preço (R$)
Substituição e transferência de ligações de água –
Interior
Capacidade do hidrômetro de 3,0m3/h e com
pavimento asfáltico – maior que 02 economi- as
138,97
Suspensão de faturamento de esgoto - 12,31
Deslocamento de kit cavalete (mesma direção) sem
caixa de proteção
- 44,52
Deslocamento de kit cavalete (mesma direção) com caixa de proteção
- 108,12
Verificação de consumo elevado (improcedente) Para clientes de Padrão Básico 8,80
Verificação de consumo elevado (improcedente) Para as demais categorias 8,80
Corte solicitado Para clientes de Padrão Básico 15,83
Corte solicitado Para as demais categorias 15,83
Religação por corte solicitado - 10,55
Religação por débito - 10,55
Despejo de esgoto doméstico (carrada) - 13,39
Verificação eventual de hidrômetro - 44,52
Manutenção de hidrômetro de terceiros Utilizados direta ou indiretamente para medi- ção e/ou faturamento de serviços
69,96
Verificação inicial de hidrômetro 84,80
Religação urgente para corte simples - 40,46
Religação urgente para corte agravado ou chibágua - 52,77
Medição de vazão de água - 805,61
Medição de vazão de esgoto - 1.568,82
Verificação de Retirada de Vazamento Oculto Em caso de visita improdutiva 8,80
Aprovação de Modelo - Hidrômetro - 10.600,11
Substituição de registro c/ volante / borboleta de 3/4” - 29,90
Substituição de registro c/ volante de 1” - 42,22
Substituição de registro c/ volante de 2” - 103,79
Supressão de ramal por solicitação – sem pavimenta- ção
sem pavimentação 47,50
Supressão de ramal por solicitação – pedra tosca pedra tosca 93,23
Supressão de ramal por solicitação – asfalto asfalto 105,54
Instalação de eliminador de ar - 187,71
Estudo de viabilidade técnica de projetos - Água - 503,10
Estudo de viabilidade técnica de projetos - Esgoto - 1.007,95
Retirada de eliminador de ar - 187,71
Análise e aprovação de projeto de esgoto até 200 unidades
- 1.208,49
Análise e aprovação de projeto de esgoto de 200 até
500 unidades
- 1.511,05
Análise e aprovação de projeto de esgoto acima de 500 unidades
- 2.015,90
Análise e aprovação de projeto de água até 200 uni- dades
- 756,40
Análise e aprovação de projeto de água de 200 até 500 unidades
- 1.007,95
Análise e aprovação de projeto de esgoto água de 500 unidades
- 1.511,05
Venda de água à granel – carro pipa – usuário normal – de 01 até 10 m3
- 15,83
Venda de água à granel – carro pipa – usuário normal – de 10 até 20 m3
- 33,42
Venda de água à granel – carro pipa – usuário normal – 01 m3
- 1,67
Venda de água à granel – carro pipa – Prefeitura e defesa civil – por m3
- 0,55
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3 – AVALIAÇÃO E MODELAGEM ECONÔMICO FINANCEIRA
Preparação do Modelo de Negócios
Este item aborda os aspectos econômico-financeiros do Projeto. Ao ser
implantado, espera-se atingir o objetivo da Prefeitura Municipal de Granja, que
visa alcançar as metas que contemplem a universalização, adequação e
melhorias dos serviços de tratamento e distribuição de água e coleta e
tratamento de esgotamento sanitário, através das soluções socialmente,
ambientalmente e economicamente viáveis para o Município.
Para tanto, optou-se pela avaliação de modelagem na qual o equilíbrio
econômico-financeiro do Projeto é atingido pela assunção de diferentes
informações e premissas de investimento, operacionais, financeiras,
macroeconômicas, legais e contábeis. Com isso, é possível construir projeções
dos resultados da expansão, operação e manutenção do Projeto, através do
esforço do parceiro privado a ser escolhido por meio de uma futura Licitação
Pública, conforme previsto no item dedicado a modelagem jurídica.
Tais informações permitem a identificação, dentre outras coisas, da definição
do montante de investimentos a utilizar ao longo do período de implantação do
Projeto e da sua respectiva taxa de retorno ao investidor privado.
Metodologia da Modelagem Financeira e Indicadores de Desempenho
Financeiro
Para a avaliação de resultado da viabilidade econômico-financeira de um
Projeto, são determinantes os indicadores denominados Taxa Interna de
Retorno (TIR) e Valor Presente Líquido (VPL). Ambos são calculados pelo
método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD), a partir das projeções anuais de
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e Demonstração do Fluxo de
Caixa (FC). Todos estes indicadores e métodos estão contidos na modelagem,
ou Modelo.
Além disso, indicadores financeiros amplamente utilizados pelo mercado
também serão incluídos no presente estudo, tais como: EBITDA e Margem
EBITDA, Lucro Líquido, e Margem Líquida entre outros que se mostrarem
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relevantes, que serão demonstrados, após a verificação dos resultados do
modelo, em respectivo Quadro de Indicadores de Desempenho Financeiro para
posterior avaliação das atividades atribuídas à concessionária pelo Município,
conforme determinação do Edital de PMI.
A abordagem pelo Método de Fluxo de Caixa Livre Descontado (FCD) é
amplamente utilizada por analistas de mercado para estimar a atratividade de
um determinado investimento. Este método consiste em estimar os benefícios
econômicos futuros decorrente do investimento e o caixa disponível ao
investidor, e descontar esses fluxos de caixa livres a uma taxa de desconto que
reflita os riscos inerentes ao investimento. O FCD é calculado conforme
apresentado abaixo:
Onde:
FCD = valor presente líquido dos fluxos de caixa projetados;
FCi = fluxo de caixa projetado do ano i;
r = taxa de desconto que reflete o risco da oportunidade de
investimento; e
n = último período em que são realizadas as projeções.
A TIR representa a taxa mínima de desconto que, aplicada aos fluxos de caixa
projetados, resulta em um FCD maior ou igual a zero. Logo, a oportunidade de
investimento é considerada atrativa caso a TIR seja maior ou igual ao custo do
capital empregado no investimento.
O custo do capital pode ser estimado por diferentes metodologias, sendo a
mais comum o Capital Asset Pricing Model (CAPM), o qual utiliza referências
de mercado para estimar o custo de oportunidade do capital empregado em um
determinado setor. Considerando a hipótese de aversão ao risco dos
investidores, espera-se que quanto mais arriscada a oportunidade de
investimento, maior será o retorno exigido deste.
Ressalta-se que todas as projeções financeiras apresentadas neste estudo são
expressas em termos reais, ou seja, sem considerar os efeitos decorrentes da
inflação, em moeda constante na data-base determinada pela data da entrega
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do PMI. Ademais, as projeções financeiras não contemplam o serviço da dívida
decorrente do possível financiamento do Projeto. Logo, trata-se de um Fluxo de
Caixa Livre do Projeto, o qual destina-se a remunerar o Capital Próprio do
concessionário e o Capital de Terceiros (dívidas). Logo, a TIR do Projeto será
comparada ao Custo Médio Ponderado de Capital (Weighted Average Cost of
Capital – WACC) aplicável ao setor de saneamento, expresso em termos reais.
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de juros que zera o Valor Presente Líquido
(VPL), do empreendimento. É a taxa de desconto que iguala o valor presente das
receitas (benefícios) aos valores presentes dos custos de investimento e operação do
projeto. É um método amplamente recomendável para analisar a viabilidade econômica
de um projeto isolado (por si mesmo), sem comparação com alternativas excludentes.
Para a avaliação da TIR fizemos um comparativo com a Taxa Mínima de
Atratividade (TMA). A TMA é a expectativa mínima de lucratividade em termos de taxas
de juros, que se espera de um investimento. Na prática a TMA pode ser considerada
como a taxa de juros equivalente à maior rentabilidade das aplicações correntes de
pouco risco.
A TIR resultante d e v e s e r maior do que a TMA o que aponta para um resultado
atrativo.
O fluxo de caixa é o resultado operacional obtido pela subtração das receitas anuais
de água e esgoto e dos custos operacionais anuais.
O Valor Presente Líquido (VPL), geralmente aplicado quando se deseja comparar
várias alternativas de projeto mutuamente excludentes. Todos os benefícios e custos
envolvidos no projeto, ao longo de seu alcance, são transformados em valores
presentes (instante zero). Dentro do critério de maximização dos benefícios, a
alternativa que oferecer o maior VPL (benefícios menos os custos envolvidos) será a
mais atrativa. Quando as alternativas de projeto possuem os mesmos benefícios, aquela
que proporcionar o menor VPL dos custos envolvidos será a mais atrativa. A expressão
geral para a determinação do VPL pode ser definida pela seguinte fórmula:
VPL = Benefícios (valor presente) – Investimentos – Custos (valor presente).
Para a avaliação do VPL (exclusivamente financeira), tem-se que se o VPL > 0, ele é
considerado atrativo.
O índice de lucratividade é considerado aceitável quando ele for maior ou igual a um.
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No estudo apresentado consideramos a definição e cálculo dos payback simples e
descontado, demonstrando o retorno dos investimentos.
A Relação Benefício/Custo (B/C), é a relação entre todos os benefícios e custos
envolvidos no projeto, contabilizados numa mesma referência de tempo (valores
presentes ou anuidades). Para determinação da relação B/C, para um determinado fluxo
de caixa, basta dividir o valor presente dos benefícios pelo valor presente dos custos.
Estudo de Viabilidade Econômico Financeira
O estudo da viabilidade econômico-financeira da prestação dos serviços de
Gestão, Estruturação de Projetos de Implantação, Expansão, Restauração e
Operação do Sistema de Abastecimento de Água e Coleta e Tratamento de
Esgoto do município de Granja visa demonstrar a sustentabilidade econômico-
financeira do projeto durante o prazo de concessão, conforme determinado
pelo art. 11, inciso II, da Lei Federal 11.445/07. A análise da viabilidade
econômico-financeira do projeto será apresentada por meio da aplicação das
principais técnicas de análise de investimentos utilizadas pelo mercado no fluxo
de caixa projetado do negócio. As técnicas de análise de investimentos
utilizadas no trabalho são a Taxa Interna de Retorno (TIR), Valor Presente
Líquido (VPL) e Payback.
Modelo Operacional: Modelo de Negócios e de Serviços a serem
prestados
O modelo proposto será o de Concessão Plena de Prestação dos Serviços de
Gestão, Estruturação de Projetos de Implantação, Expansão, Restauração e
Operação do Sistema de Abastecimento de Água e Coleta e Tratamento de
Esgoto do Município de Granja pelo prazo de 30 anos e será composto pelo
presente relatório e por uma planilha eletrônica em MS Excel e contemplará os
seguintes aspectos:
Projeção do FC para a concessão, considerando-se as premissas
operacionais e financeiras (volumes, receitas, despesas, custos
operacionais e investimentos, dentre outras) definidas ao longo deste
trabalho;
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Desenvolvimento do Modelo considerando-se as práticas contábeis
vigentes na elaboração das demonstrações financeiras da concessão,
sendo:
Critérios de reconhecimento de receita;
Critérios de reconhecimento de custos, despesas operacionais
(Opex) e eventuais constituições de provisões para manutenção
(se aplicável);
Critérios de reconhecimento dos gastos com ativos fixos (Capex);
Critério de reconhecimento de eventuais passivos derivados de
obrigações contratuais (Outorga);
Critérios de reconhecimento de apuração de impostos indiretos
sobre as receitas;
Critérios de reconhecimento de créditos de impostos indiretos
sobre Capex;
Critérios de apuração de IR e CSLL; e
Critérios de reconhecimento de incentivos fiscais, se aplicável.
Os resultados destas análises serão apresentados, bem como as informações
necessárias para que possa ser tomada a melhor decisão sobre a estrutura do
projeto e os resultados da análise de viabilidade.
Modelo de Receitas e Estimativa Detalhada de Despesas
As receitas tarifárias de água e esgoto e receitas de serviços constituem a
remuneração da concessionária pelos investimentos a serem realizados e pela
prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. As
projeções das receitas serão alimentadas pelas premissas de volumetria por
tipo de economia, potencial de expansão dos serviços, crescimento vegetativo
da cidade, tarifa por tipo de economia (se aplicável), dentre outras, as quais
serão obtidas dos resultados dos estudos técnicos. A projeção da arrecadação
considera ainda as premissas de prazo médio de recebimento e nível de
inadimplência dos consumidores.
Os custos de operação e manutenção (O&M) dos serviços de abastecimento
de água e esgotamento sanitário são compostos majoritariamente por gastos
com Mão de Obra, Energia, Produtos Químicos e Serviços de Terceiros. A
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projeção dos custos de O&M serão feitas a partir das informações provenientes
do Projeto Básico responsável por determinar a quantidade de instalações
físicas (estações de tratamentos, estações elevatórias, redes de coleta e
distribuição e etc.) e as características dos processos de operação. Diante das
informações do Projeto Básico, serão estimadas as quantidades de mão de
obra, o consumo de energia elétrica, a quantidade de produtos químicos e a
necessidade de demais insumos para a operação e manutenção do
empreendimento ao longo do prazo de concessão. Além dos custos diretos,
também serão projetadas as despesas indiretas que incorporam as atividades
administrativas e de suporte, bem como eventuais despesas financeiras.
Período projetivo
Considerou-se o prazo de 30 anos de Projeto, prazo permitido por lei.
Data base
As projeções estão expressas em moeda constante, sendo a data base do
estudo determinada pela data de entrega do PMI.
Os fluxos de caixa anuais foram projetados a partir do Ano 1 até o Ano 30,
ressaltando-se que, apenas para fins de projeção populacional, o Ano 1
corresponde ao ano de 2019.
Premissas e Projeções do Modelo
As premissas da modelagem reúnem as principais informações sobre o projeto
de saneamento na cidade de Granja, com suas particularidades, condições e
necessidades.
Foi analisada a viabilidade e potencialidade do empreendimento, com o
respectivo detalhamento das informações de receitas, despesas, custos,
impostos e investimentos, entre outras informações.
Para modelar os montantes envolvidos no empreendimento, foram utilizadas
como base as premissas apresentadas no Relatório Diagnóstico e
Prognósticos, como: População Urbana, Evolução da Cobertura de
abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto, Evolução das
Ligações Totais e Atendidas com Água e Esgoto.
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Projeção das Receitas
As receitas tarifárias de água e esgoto e as receitas de serviços constituem a
remuneração da concessionária pelos investimentos a serem realizados e pela
operação e manutenção dos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário. A projeção das receitas é alimentada pelas premissas
de volume faturado, potencial de expansão dos serviços, população e
economias atendidas do município e tarifas médias. A projeção da arrecadação
considera ainda as premissas de prazo médio de recebimento e nível de
inadimplência dos consumidores. As premissas citadas acima constam do
Relatório de Diagnóstico e Prognósticos.
Receita Bruta
A Receita Bruta é a soma das Receitas de Água, Esgoto e Serviços e é
calculada pela multiplicação do número de Economias Atendidas de água /
esgoto pelo Volume Faturado de água / esgoto por economia/mês e pelo valor
da Tarifa Média de água / esgoto. A Receita de Serviço é calculada como 3%
do total de receitas de água e esgoto.
Deduções da Receita Bruta
Há a incidência de PIS (Programa de Integração Social) e COFINS
(Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) sobre a receita bruta.
As alíquotas vigentes de PIS e COFINS são, respectivamente, 1,65% e 7,60%,
totalizando 9,25% sobre a receita bruta.
No presente estudo, devido a não-cumulatividade desses tributos sobre
insumos produtivos, que geram créditos para posterior abatimento no momento
do recolhimento desses impostos, a taxa efetiva de PIS/COFINS resultante
variou entre 7,70% e 8,20% da receita bruta, sendo em média 8,01% da receita
bruta.
Inadimplência
Foi considerado sobre o faturamento bruto, uma inadimplência de 15% no Ano
1, esse percentual foi calculado com base em cálculos internos.
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Custos e Despesas
O Modelo de Custos tem como objetivo definir o escopo dos serviços que
entrarão na futura concessão, projeções de custos para cada etapa e análise
dos possíveis ganhos de escala operacionais.
Cabe mencionar que o modelo de custos foi alimentado com premissas de
custos e despesas operacionais, despesas gerais e administrativas, dentre
outras.
Os principais itens de custos operacionais projetados para o Modelo são:
Energia, Produtos Químicos, Pessoal, Serviços de Terceiros, Custos com
Materiais, Equipamentos e Veículos e Despesas Gerais e Administrativas.
Todos estimados e demonstrados no Relatório de Diagnóstico e Prognósticos.
Outorga e Taxa de Regulação
Além dos custos mencionados anteriormente, é importante destacar outros
custos normalmente presentes em concessões de saneamento ambiental:
A partir do Ano 1, considerou-se a cobrança de Outorga, com custo equivalente
a 0,5% da arrecadação efetiva.
A partir do Ano 1, considerou-se a cobrança de Taxa de Regulação, com custo
equivalente a 0,5% da arrecadação efetiva.
Depreciação e Amortização
O modelo considera a depreciação e amortização dos investimentos,
imobilizado e intangível, pelo prazo da concessão. Os benefícios fiscais da
depreciação e amortização foram calculados com base nas regras vigentes de
contabilidade fiscal, com reflexos no Fluxo de Caixa.
Tributos sobre o Lucro
Adotou-se neste trabalho o regime tributário de lucro real.
Para o cálculo da Contribuição Social considerou-se a alíquota vigente na
legislação brasileira atual (Lei nº. 10.637 de 30 de dezembro de 2002), a saber,
9% sobre o Lucro Antes dos Impostos.
Para o cálculo do Imposto de Renda adotou-se a previsão legal brasileira (Lei
nº. 9.430 de 27 de dezembro de 1996), a saber, incidência de 15% sobre o
Lucro Antes dos Impostos e 10% sobre a parcela do lucro excedente a R$ 240
mil por ano.
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Plano de Investimentos e Reinvestimentos
Os investimentos e reinvestimentos contemplam os gastos necessários para
alcançar a universalização dos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, bem como a melhoria contínua e manutenção dos
serviços oferecidos à população. O Plano de Investimentos e Reinvestimentos
comtemplará seu cronograma e suas estratégias de implantação e
comunicação. Os valores dos investimentos serão determinados atribuindo-se
valores unitários para os quantitativos de instalações físicas, equipamentos,
materiais e serviços necessários definidos nos estudos técnicos. Os valores
unitários serão estimados com base nas referências praticadas pelo mercado.
Os reinvestimentos serão estimados detalhadamente em função da vida útil e
do cronograma de manutenção dos equipamentos e das instalações físicas da
concessionária. O orçamento dos investimentos definido neste projeto,
apresentados no Relatório de Diagnóstico e Prognósticos.
Ressalta-se que não foram considerados os custos de desapropriação de
terrenos para implantações como reservatórios, estações de tratamento de
água e esgoto.
Como resultado da soma dos investimentos apresentado anteriormente, prevê-
se um total de R$ 111,41 milhões ao longo dos 30 anos da concessão.
Análise da Viabilidade da Concessão Comum
Estudo Demonstrativo de Viabilidade Econômica do Negócio – Plano de
Negócios
Para a avaliação de resultado da viabilidade econômico-financeira de um
Projeto, são determinantes os indicadores denominados Taxa Interna de
Retorno (TIR) e Valor Presente Líquido (VPL). Ambos são calculados pelo
método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD), a partir das projeções anuais de
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e Demonstração do Fluxo de
Caixa (FC). Todos estes indicadores e métodos estão contidos na modelagem,
ou Modelo.
19
A abordagem pelo Método de Fluxo de Caixa Livre Descontado (FCD) é
amplamente utilizada por analistas de mercado para estimar a atratividade de
um determinado investimento. Este método consiste em estimar os benefícios
econômicos futuros decorrente do investimento e o caixa disponível ao
investidor, e descontar esses fluxos de caixa livres a uma taxa de desconto que
reflita os riscos inerentes ao investimento. O FCD é calculado conforme
apresentado abaixo:
Onde:
FCD = valor presente líquido dos fluxos de caixa projetados;
FCi = fluxo de caixa projetado do ano i;
r = taxa de desconto que reflete o risco da oportunidade de investimento;
e
n = último período em que são realizadas as projeções.
A TIR representa a taxa mínima de desconto que, aplicada aos fluxos de caixa
projetados, resulta em um FCD maior ou igual a zero. Logo, a oportunidade de
investimento é considerada atrativa caso a TIR seja maior ou igual ao custo do
capital empregado no investimento.
O custo do capital pode ser estimado por diferentes metodologias, sendo a
mais comum o Capital Asset Pricing Model (CAPM), o qual utiliza referências
de mercado para estimar o custo de oportunidade do capital empregado em um
determinado setor. Considerando a hipótese de aversão ao risco dos
investidores, espera-se que quanto mais arriscada a oportunidade de
investimento, maior será o retorno exigido deste.
Ressalta-se que todas as projeções financeiras apresentadas neste estudo são
expressas em termos reais, ou seja, sem considerar os efeitos decorrentes da
inflação, em moeda constante na data-base determinada pela data da entrega
do PMI. Ademais, as projeções financeiras não contemplam o serviço da dívida
decorrente do possível financiamento do Projeto. Logo, trata-se de um Fluxo de
Caixa Livre do Projeto, o qual destina-se a remunerar o Capital Próprio do
concessionário e o Capital de Terceiros (dívidas). Logo, a TIR do Projeto será
20
Taxa de Desconto
WACC* = Ke(E/E+D) + Kd(1-tributos)(D/D+E)
CAPM** = rf + β(ERP) + CRP + SRP + SR Notas
Taxa livre de risco (rf) 2,78% (a)
Prêmio de mercado (ERP) 11,50% (b)
Beta (β) 1,29 (c)
Risco País (CRP) 3,31% (d)
(a) Custo do capital próprio nominal (CAPM) - US$ 17,33%
Taxa de Inflação projetada (Americana) 2,04% (e)
Taxa de Inflação projetada (Brasileira) 4,03% (f)
Custo do Capital Próprio nominal (CAPM) - R$ 19,62%
(b) Participação do capital próprio 63,2% (g)
Custo do capital de terceiros nominal - R$ 15,40% (h)
Alíquota de IR 34,00%
Custo do capital de terceiros nominal - Kd 10,16%
Participação do capital de terceiros (D) 36,8% (i)
WACC nominal (em R$) 16,14%
WACC real 11,64%
* Custo Médio Ponderado de Capital
** Modelo de Precificação de Ativos de Capital
comparada ao Custo Médio Ponderado de Capital (Weighted Average Cost of
Capital – WACC) aplicável ao setor de saneamento, expresso em termos reais.
Custo de Capital
O cálculo do custo médio ponderado de capital (“WACC”) foi estimado pela
metodologia Capital Asset Pricing Model (“CAPM”), com referências de
mercado para o setor.
(a) Representa o retorno requerido pelo investidor para investimentos em
títulos conceitualmente sem risco (Risk Free). Foi adotado como parâmetro de
taxa livre de risco a média aritmética histórica dos três últimos anos das taxas
oferecidas pelo governo norte americano (T-Bond norte-americano de 30
anos). Fonte: U.S. Department of Treasury - Daily Treasury Yield Curve Rates.
21
(b) Representa o retorno acima da taxa livre de risco que o investidor exige
para investir (estar exposto ao risco) no mercado de capitais (Equity Risk
Premium), devido a seu risco inerente. Foi adotado o prêmio médio verificado
para as ações (valorização e dividendos pagos) de grandes empresas
americanas desde 1982. Fonte: Damodaran, Implied Equity Risk Premiums.
(c) Representa a medida do risco da Empresa ou do setor em análise. Para
o levantamento, utilizou-se o beta do setor de utilidades – água. Fonte:
Damodaran, Beta for Emerging Market - Utility (Water).
(d) Representa o montante adicional de juros (prêmio) exigido pelo
investidor institucional para investir no Brasil (Country Risk Premium). Foi
adotado como prêmio adicional o índice EMBI+. Fonte: JP Morgan.
(e) Representa a inflação norte-americana dos últimos doze meses, CPI
(Consumer Price Index). Fonte: US Bureau of Labor Statistics.
(f) Inflação brasileira projetada para o longo prazo. Fonte: Banco Central do
Brasil.
(g) A participação do capital próprio foi calculada com base nas
Demonstrações Financeiras do Grupo Águas do Brasil de dezembro de 2016.
(h) O custo do capital de terceiros foi calculado com base nas
Demonstrações Financeiras do Grupo Águas do Brasil de dezembro de 2016.
(i) A participação do capital de terceiros foi calculada com base nas
Demonstrações Financeiras do Grupo Águas do Brasil de dezembro de 2016.
Outras Considerações
Seguros e Garantias de Pagamento
O estudo de viabilidade econômico-financeira leva em consideração todos os
seguros necessários para garantirem a devida gestão e operação do projeto,
quais sejam: Responsabilidade Civil, Risco Operacional, Risco de Engenharia
+ Risco Civil de Obra e Risco Ambiental.
Neste caso, não são aplicáveis garantias de pagamentos tendo em vista o
projeto de concessão plena, não havendo qualquer tipo de contraprestação a
ser paga pelo poder público ao ente privado.
22
Orçamento Geral da Concessão
O orçamento geral da concessão será a composição de todos os custos de
implantação e de operação e manutenção do negócio ao longo do período de
concessão.
a) Análise da Viabilidade da Concessão Comum (Value for Money)
Value For Money é a análise comparativa dos custos e desembolsos de um
projeto, a serem realizados pelo poder público, sob os diferentes tipos de
contratação. Atualmente, o poder público possui diferentes opções de
contratação para fornecer serviços públicos à sociedade. Os serviços públicos
podem ser integralmente administrados pelo próprio estado ou delegados a um
ente privado através de um contrato de concessão comum ou de Parceria
Público-Privada.
A análise Value For Money visa definir o método de contratação mais vantajoso
para o poder público através da análise quantitativa que compara os custos de
construção, operação e manutenção e eventuais custos adicionais em cada um
dos modelos de contratação disponíveis e também mediante a análise
qualitativa que exibe as implicações das diferentes nuances que cada um dos
modelos de contratação. Desta forma, é possível garantir ao poder público uma
análise objetiva da melhor maneira de oferecer os serviços públicos aos
cidadãos.
No trabalho de PMI de Granja, a análise Value For Money comparou os custos
de implantação e operação ao longo do ciclo de vida do projeto sob a ótica de
duas modalidades de aquisição, a contratação direta pelo município de Granja
e a concessão à um parceiro privado. A análise também incluiu o ponto de vista
qualitativo, que é uma avaliação das vantagens e desvantagens de cada
método de contratação.
Os aspectos analisados qualitativamente são aqueles cuja mensuração não
podem ser obtidas facilmente. Abaixo estão relacionados os itens que foram
objeto de análise nas duas modalidades de contratação.
Know-how das companhias privadas
As companhias privadas de saneamento básico geralmente são responsáveis
pelo saneamento básico em mais de um município, obtendo assim larga
23
experiência e conhecimento técnico que pode ser aplicado no município de
Granja através de uma concessão.
Redução do tempo de conclusão do projeto
Os contratos de concessão fixam prazos para a conclusão de obras e
intervenções necessárias para ampliação e melhoria dos serviços delegados,
possibilitando o encurtamento do tempo de obras.
Agilidade na aquisição de produtos e serviços
As companhias privadas possuem capacidade de contratar fornecedores de
produtos e serviços necessários com maior agilidade, uma vez que não estão,
como o setor público, sob a égide de legislações rígidas que tornam os
processos de aquisição morosos.
Redução dos custos de construção, operação e manutenção
A operação em larga escala permite o benefício de ganhos de eficiência nas
aquisições feitas pelas companhias privadas, permitindo a redução dos custos
de aquisição de produtos e serviços necessários para a operação.
Alocação de riscos
O contrato de concessão permite a transferência de determinados riscos para o
ente privado de modo que o poder público não seja onerado em determinadas
circunstâncias.
Redução de gastos públicos
Através dos contratos de concessão todos os custos de construção, operação
e manutenção são de responsabilidade do ente privado. Desta forma, o
município tem seus recursos financeiros preservados para serem usados em
outras áreas prioritárias.
Aumento das receitas do município
O município também poderá ser beneficiado pelo aumento de suas receitas,
uma vez que o contrato de concessão poderá permitir o pagamento de outorga
e taxa de regulação.
Diante do exposto acima foi possível concluir que a opção de delegar os
serviços de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário do
município, de Granja, para um ente privado, através de uma concessão plena,
acarretará em vantagens consideráveis para a população e para o próprio
24
Município de Granja. Nesse cenário, será possível agilizar e de fato atingir a
universalização dos serviços de saneamento básico e executá-los com mais
eficiência. Além disso, as finanças públicas municipais também serão
beneficiadas com a entrada recursos oriundos da futura concessão sem a
oneração advinda da operação própria ou de um projeto de parceria público
privada - PPP.
4 - Plano de Negócios
Plano de Negócios e Resultados da Modelagem
Com base no exposto anteriormente, estão apresentadas a seguir as principais
informações operacionais e o Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE),
bem como o Fluxo de Caixa do Projeto, cuja TIR (Taxa Interna de retorno)
resultou em 6,37%a.a., que compõem o “Caso Base”.
Logo, como a remuneração mínima para o capital que deve ser exigida para o
projeto (WACC) foi estimada em 6,17% a.a., o projeto se mostrou atrativo, uma
vez que a TIR encontrada foi superior ao WACC.
A seguir, estão apresentadas as principais Informações Operacionais do
Projeto (consta no Relatório de Diagnóstico e Prognósticos), de Demonstrativo
de Resultado do Exercício (DRE), bem como de Fluxo de Caixa que compõem
o Plano de Negócios do Projeto, para o Caso Base.
Parâmetros Indicadores
Payback Simples 14 anos
Índice de Lucratividade 1,02
VPL R$ 2.743.882,60
TIR 6,37%
Taxa Minima de Atratividade 0,50% ao mês
Máxima Exposição -R$ 10.011.761,97
Ano de Máxima Exposição Ano 9
Taxa Minima de Atratividade 6,17% ao ano
Fluxo de Caixa Equivalente R$ 114.087.971,48
25
Cenário Base – Demonstração do Resultado do Exercício e Fluxo de Caixa
Resultado Impostos
Calendário Projeto Água Esgoto Serviços Total Operacional Água Esgoto Total IRPJ+CSLL Anual Acumulado
2019 1 8.562.503,91 1.074.381,43 256.875,12 9.893.760,46 8.409.696,39 336.387,86 2.657.383,88 5.415.924,65 5.498.784,31 486.366,51 5.985.150,82 239.449,65 989.376,05 -1.558.602,21 -1.558.602,21
2020 2 9.068.896,34 1.086.726,93 272.066,89 10.427.690,16 8.967.813,54 358.712,54 2.799.050,66 5.810.050,34 4.390.258,49 2.778.385,23 7.168.643,72 478.899,31 1.042.769,02 -2.401.362,40 -3.959.964,62
2021 3 9.658.698,05 1.099.072,43 289.760,94 11.047.531,42 9.611.352,34 384.454,09 2.963.649,02 6.263.249,23 5.533.564,77 2.233.490,15 7.767.054,91 718.348,96 1.104.753,14 -2.608.558,83 -6.568.523,45
2022 4 9.971.669,76 1.241.097,25 299.150,09 11.511.917,11 10.130.487,06 405.219,48 3.120.014,99 6.605.252,58 1.281.194,25 1.967.267,80 3.248.462,05 957.798,61 1.151.191,71 2.205.598,82 -4.362.924,62
2023 5 10.087.525,19 1.473.090,07 403.501,01 11.964.116,27 10.648.063,48 425.922,54 3.272.060,72 6.950.080,22 3.380.440,47 1.967.267,80 5.347.708,27 1.197.248,27 1.196.411,63 405.960,33 -3.956.964,29
2024 6 10.203.380,62 1.709.476,78 408.135,22 12.320.992,62 11.088.893,36 443.555,73 3.426.199,79 7.219.137,84 332.569,43 6.432.855,69 6.765.425,11 1.436.697,92 1.232.099,26 -778.386,54 -4.735.350,83
2025 7 10.319.236,05 2.303.379,11 412.769,44 13.035.384,60 11.731.846,14 469.273,85 3.692.921,07 7.569.651,23 131.656,83 7.459.978,18 7.591.635,02 1.676.147,57 1.303.538,46 -1.325.522,25 -6.060.873,08
2026 8 10.435.091,48 2.909.319,82 417.403,66 13.761.814,96 12.385.633,46 495.425,34 3.964.943,04 7.925.265,08 284.391,64 5.950.323,21 6.234.714,84 1.915.597,23 1.376.181,50 314.368,75 -5.746.504,34
2027 9 10.550.946,91 3.527.298,90 422.037,88 14.500.283,68 13.050.255,32 522.010,21 4.242.265,70 8.285.979,41 147.877,17 10.953.331,49 11.101.208,67 2.155.046,88 1.450.028,37 -4.265.257,63 -10.011.761,97
2028 10 10.666.802,34 4.157.316,35 533.340,12 15.357.458,80 13.821.712,92 552.868,52 4.525.849,05 8.742.995,36 93.031,66 6.000.000,00 6.093.031,66 2.394.496,53 1.535.745,88 1.114.217,82 -8.897.544,15
2029 11 10.782.657,76 4.499.411,41 539.132,89 15.821.202,07 14.239.081,86 569.563,27 4.694.682,67 8.974.835,92 810.000,00 2.353.453,65 3.163.453,65 2.633.946,19 1.582.120,21 4.229.262,06 -4.668.282,09
2030 12 10.898.513,19 4.847.525,66 544.925,66 16.290.964,51 14.661.868,06 586.474,72 4.866.166,63 9.209.226,71 858.351,78 2.353.453,65 3.211.805,43 2.873.395,84 1.629.096,45 4.368.324,83 -299.957,26
2031 13 11.014.368,62 5.201.659,10 550.718,43 16.766.746,15 15.090.071,53 603.602,86 5.040.300,94 9.446.167,73 858.351,78 2.353.453,65 3.211.805,43 3.112.845,50 1.676.674,61 4.557.687,69 4.257.730,43
2032 14 11.130.224,05 5.561.811,72 667.813,44 17.359.849,21 15.623.864,29 624.954,57 5.218.087,31 9.780.822,41 301.061,85 2.353.453,65 2.654.515,50 3.352.295,15 1.735.984,92 5.390.321,99 9.648.052,41
2033 15 11.246.079,48 5.927.983,52 674.764,77 17.848.827,77 16.063.944,99 642.557,80 5.397.532,73 10.023.854,47 301.061,85 2.353.453,65 2.654.515,50 3.591.744,80 1.784.882,78 5.584.456,19 15.232.508,60
2034 16 11.361.934,91 5.985.165,79 681.716,09 18.028.816,79 16.225.935,11 649.037,40 5.453.901,80 10.122.995,91 301.061,85 2.353.453,65 2.654.515,50 3.831.194,46 1.802.881,68 5.665.598,73 20.898.107,33
2035 17 11.477.790,33 6.042.348,06 688.667,42 18.208.805,81 16.387.925,23 655.517,01 5.510.270,88 10.222.137,35 705.936,50 1.075.368,02 1.781.304,52 4.070.644,11 1.820.880,58 6.619.952,25 27.518.059,58
2036 18 11.593.645,76 6.099.530,32 695.618,75 18.388.794,83 16.549.915,35 661.996,61 5.566.639,95 10.321.278,79 630.000,00 1.075.368,02 1.705.368,02 4.310.093,76 1.838.879,48 6.777.031,29 34.295.090,87
2037 19 11.709.501,19 6.156.712,59 702.570,07 18.568.783,85 16.711.905,47 668.476,22 5.623.009,02 10.420.420,23 705.936,50 1.075.368,02 1.781.304,52 4.549.543,42 1.856.878,39 6.782.237,33 41.077.328,19
2038 20 11.825.356,62 6.213.894,86 709.521,40 18.748.772,87 16.873.895,59 674.955,82 5.679.378,10 10.519.561,67 195.126,19 1.075.368,02 1.270.494,21 4.788.993,07 1.874.877,29 7.374.190,17 48.451.518,36
2039 21 11.941.212,05 6.271.077,12 716.472,72 18.928.761,89 17.035.885,71 681.435,43 5.735.747,17 10.618.703,11 195.126,19 1.075.368,02 1.270.494,21 5.028.442,72 1.892.876,19 7.455.332,71 55.906.851,07
2040 22 12.057.067,48 6.328.259,39 723.424,05 19.108.750,92 17.197.875,82 687.915,03 5.792.116,24 10.717.844,55 195.126,19 1.075.368,02 1.270.494,21 5.267.892,38 1.910.875,09 7.536.475,25 63.443.326,32
2041 23 12.172.922,90 6.385.441,66 730.375,37 19.288.739,94 17.359.865,94 694.394,64 5.848.485,32 10.816.985,99 108.923,92 2.460.358,89 2.569.282,81 5.507.342,03 1.928.873,99 6.318.829,19 69.762.155,51
2042 24 12.288.778,33 6.442.623,92 737.326,70 19.468.728,96 17.521.856,06 700.874,24 5.904.854,39 10.916.127,43 108.923,92 2.460.358,89 2.569.282,81 5.746.791,68 1.946.872,90 6.399.971,72 76.162.127,23
2043 25 12.404.633,76 6.499.806,19 744.278,03 19.648.717,98 17.683.846,18 707.353,85 5.961.223,47 11.015.268,87 108.923,92 1.898.854,49 2.007.778,40 5.986.241,34 1.964.871,80 7.042.618,66 83.204.745,90
2044 26 12.520.489,19 6.556.988,46 751.229,35 19.828.707,00 17.845.836,30 713.833,45 6.017.592,54 11.114.410,31 215.359,33 1.898.854,49 2.114.213,82 6.225.690,99 1.982.870,70 7.017.325,79 90.222.071,68
2045 27 12.636.344,62 6.614.170,72 758.180,68 20.008.696,02 18.007.826,42 720.313,06 6.073.961,61 11.213.551,75 215.359,33 1.898.854,49 2.114.213,82 6.465.140,64 2.000.869,60 7.098.468,33 97.320.540,01
2046 28 12.752.200,05 6.671.352,99 765.132,00 20.188.685,04 18.169.816,54 726.792,66 6.130.330,69 11.312.693,19 215.359,33 1.898.854,49 2.114.213,82 6.704.590,30 2.018.868,50 7.179.610,86 104.500.150,87
2047 29 12.868.055,48 6.728.535,26 772.083,33 20.368.674,06 18.331.806,65 733.272,27 6.186.699,76 11.411.834,63 48.352,18 1.898.854,49 1.947.206,66 6.944.039,95 2.036.867,41 7.427.760,56 111.927.911,43
2048 30 12.983.910,90 6.785.717,52 779.034,65 20.548.663,08 18.493.796,77 739.751,87 6.243.068,84 11.510.976,07 75.936,50 1.898.854,49 1.974.790,99 7.183.489,60 2.054.866,31 7.481.318,77 119.409.230,20
337.190.437,33 142.401.175,34 17.648.026,17 497.239.638,84 445.922.573,88 17.836.902,96 147.608.387,97 280.477.282,96 28.228.048,11 83.116.040,77 111.344.088,88 111.344.088,88 49.723.963,88 119.409.230,20 -Total
Resultados do projeto - Granja
Ano Faturamento
ArrecadaçãoPis/Cofins
ISS
Despesas
totais
Investimentos
Depreciação
Resultado