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Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa
de Oliveira De Azeméis
5º Curso da Licenciatura em Enfermagem
3º Ano - 1º Semestre
Dossier Terapêutico
Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica
Trabalho Realizado por:
Bárbara Andrade, N.º 311
Bruno Moreira, N.º 293
Joana Almeida, N.º 306
Mara Lestre, N.º 298
Pedro Ferreira, N.º 315
Tânia Ferreira, N.º 300
Arnes, Março de 2008
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Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa
de Oliveira De Azeméis
5º Curso da Licenciatura em Enfermagem
3º Ano - 1º Semestre
Dossier Terapêutico
Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica
Trabalho realizado no âmbito da Unidade
Curricular Ensino Clínico IV, do 3º ano do 1º
Semestre do 5º Curso de Licenciatura em
Enfermagem.
Trabalho Realizado por:
Bárbara Andrade, N.º 311
Bruno Moreira, N.º 293
Joana Almeida, N.º 306
Mara Lestre, N.º 298
Pedro Ferreira, N.º 315
Tânia Ferreira, N.º 300
Arnes, Março de 2008
Dossier Terapêutico
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RESUMO
O presente projecto surge no âmbito da Unidade Curricular Ensino Clínico IV, do 1º
semestre, 3º Ano do 5º Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de
Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de Azeméis.
Durante a nossa integração, sentimos uma necessidade crescente em conhecer a farmacologia
psiquiátrica, por essa razão, um dos nossos objectivos iniciais era a realização de um dossier
terapêutico, que conteria os fármacos mais utilizados neste serviço.
Com a realização deste dossier pretendemos ir mais além na identificação e conhecimento
destes fármacos, bem como facilitar a procura da informação destes fármacos, aos restantes
colegas estagiários que futuramente estarão nesta instituição, bem como aos profissionais de
saúde, caso necessitarem.
Dossier Terapêutico
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . 7
2. ADMINISTRAÇÃO DE UM FÁRMACO . . . . 8
2.1.Princípios Gerais . . . . . . . . 8
2.2.Fármacos . . . . . . . . . 10
ACAMPROSATO . . . . . . . 10 ACETILCISTEÍNA . . . . . . . 12 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO . . . . . 14 ÁCIDO FÓLICO . . . . . . . 16 ALFUZOSINA . . . . . . . . 18 ALOPURINOL . . . . . . . . 20 ALPRAZOLAM . . . . . . . . 22 AMINOFILINA . . . . . . . . 24 AMOXICILINA . . . . . . . 26 AMOXICILINA + ÁCIDO CLAVULÂNICO . . . 28 ATENOLOL . . . . . . . . 30 BUTILESCOPOLAMINA . . . . . . 32 CAPTOPRIL . . . . . . . . 34 CARVEDILOL . . . . . . . . 36 CIPROFLOXACINA . . . . . . . 38 DIGOXINA . . . . . . . . 41 DILTIAZEM . . . . . . . . 43 DOMPERIDONA . . . . . . . 45 DUTASTERIDA . . . . . . . 47 ENALAPRIL . . . . . . . . 48 ESPIRONOLACTONA . . . . . . 49 FINASTERIDA . . . . . . . . 51 FLUCONAZOL . . . . . . . . 53 FLURAZEPAM . . . . . . . . 55 FUROSEMIDA . . . . . . . . 57 HIDROXIZINA . . . . . . . . 59 IBUPROFENO . . . . . . . . 61 LACTULOSE . . . . . . . . 63 LISINOPRIL . . . . . . . . 65 LOSARTAN . . . . . . . . 67 METILDIGOXINA . . . . . . . 69 METOCLOPRAMIDA . . . . . . 71 NIFEDIPINA . . . . . . . . 72 NITROGLICERINA . . . . . . . 73 OMEPRAZOL . . . . . . . . 74 PANCREATINA + DIMETICONE . . . . . 76
Dossier Terapêutico
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PANTAPRAZOL . . . . . . . 78 PARACETAMOL . . . . . . . 80 PENTOXIFILINA . . . . . . . 82 PERINDOPRIL . . . . . . . . 83 PROPANOLOL . . . . . . . . 84 POLIVITAMINICO . . . . . . . . 86 RANITIDINA . . . . . . . . 87 SERENOA REPENS . . . . . . . 89 SINVASTATINA . . . . . . . 90 TANSULOSINA . . . . . . . 91 TICLODIPINA . . . . . . . . 93 TRAMADOL . . . . . . . . 95 TRIMETAZIDINA . . . . . . . 97
3. SISTEMA NERVOSO CENTRAL . . . . . . 98
3.1 Antiparkinsónicos . . . . . . . . 98
3.1.1 Anticolinérgicos . . . . . . . . 98
BIPERIDENO . . . . . . . . . 99 SELEGILINA . . . . . . . . . 101 TRIHEXIFENIDILO . . . . . . . . 102
3.1.2 Dopaminomiméticos . . . . . . . 104
CARVIDOPA/LEVODOPA . . . . . . . 104
3.2 Antiepilépticos e anticonvulsivantes . . . . . 107
3.2.1 Barbitúricos . . . . . . . . 107
ÀCIDO VALPRÓICO . . . . . . . 107 CARBAMAZEPINA . . . . . . . . 109 FENOBARBITAL . . . . . . . . 111
3.2.2 Benzodiapezinas . . . . . . . . 113
BUSPIRONA . . . . . . . . . 113 CLONAZEPAM . . . . . . . . 116 DIAZEPAM . . . . . . . . . 118 LORAZEPAM . . . . . . . . . 120 VALPROATO DE SÓDIO . . . . . . . 122
3.2.3 Fenitoína . . . . . . . . . 124
FENITOÍNA . . . . . . . . . 124
3.3 Antipsicóticos . . . . . . . . 126
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AMISULPRIDE . . . . . . . . 126 CIAMEMAZINA . . . . . . . . 128 CLORPROMAZINA . . . . . . . . 130 CLOZAPINA . . . . . . . . . 132 HALOPERIDOL . . . . . . . . 134 HALOPERIDOL DECANOATO . . . . . . 136 LEVOMEPROMAZINA . . . . . . . 139 OLANZAPINA . . . . . . . . 141 QUETIAPINA . . . . . . . . 143 RISPERIDONA . . . . . . . . 145 RISPERIDONA DECANOATO . . . . . 147 SULPIRIDA . . . . . . . . 148 TIAPRIDA . . . . . . . . 150 ZIPRAZIDONA . . . . . . . . 152
3.4 Antidepressores . . . . . . . 154
MIRTAZEPINA . . . . . . . . 155 SERTRALINA . . . . . . . . 156 TRAZADONA . . . . . . . . 158
4. CONCLUSÃO . . . . . . . . 160
5. BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . 161
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1. INTRODUÇÃO
“Dossier Terapêutico é um instrumento pessoal, que denota uma extrema importância no
dia-a-dia de qualquer profissional de saúde.” (RIOPELLE)
Este Dossier Terapêutico tem como objectivo primordial a clarificação e esclarecimento de
dúvidas relativas à terapêutica administrada diariamente na prática de Enfermagem, bem
como numa aquisição de conhecimentos que serão a base da nossa actividade, enquanto
alunos de Enfermagem e futuros profissionais de saúde..
Com este, pretendemos realçar indicações farmacológicas, bem como as possíveis reacções
adversas que o fármaco pode causar e ao modo como deve de ser administrada.
Denota-se assim, uma extrema importância, que o enfermeiro saiba todos estes parâmetros, já
que lhe compete a ele avaliar o estado do utente antes, durante e após a toma.
Ao longo deste trabalho, irão ser descritos pormenorizadamente todos os medicamentos
administrados, abrangendo as suas propriedades farmacológicas, as situações para as quais
está indicado, os efeitos secundários, as vias de administração e os cuidados de enfermagem
característicos a ter, na administração desse fármaco.
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2. ADMINISTRAÇÃO DE UM FÁRMACO
2.1. Princípios gerais:
Existem diversos princípios a ter em consideração aquando a administração de um fármaco, já
que só atendendo a todos eles, se pode ter a certeza de que o medicamento foi correctamente
administrado e não vai comprometer o estado de saúde do utente em causa.
Para potenciar ou não interferir com a acção esperada do fármaco, temos que:
• Conhecer as características do fármaco a administrar:
- Dose terapêutica;
- Acção terapêutica;
- Efeitos adversos;
- Contra-indicações;
- Via de administração preferencial;
- Cuidados de Enfermagem específicos desse fármaco.
• Saber como calcular a dose a administrar e, no caso de Endovenosos, a velocidade de
perfusão:
- Comparar a folha terapêutica com a medicação a ser preparada e, se estiver
correcta, colocar um visto nessa mesma folha.
• Verificar as cinco regras básicas de administração de terapêutica:
- Doente certo;
- Droga certa;
- Horário certo;
- Dose certa;
- Via de administração certa.
Para despistar/evitar o aparecimento de efeitos secundários:
• Verificar a validade da medicação;
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• Atender à consistência, cor e cheiro dos fármacos a administrar, recusando-os se
alterados;
• Não administrar terapêutica preparada por outra pessoa;
• Esclarecer todas as dúvidas do utente antes da administração da medicação, referindo
sempre o nome e a finalidade do fármaco;
• Verificar a existência de alergias ao princípio activo do fármaco;
• Explicar ao doente possíveis reacções adversas que podem ocorrer e a importância de
serem comunicadas;
• Aguardar junto do utente até que este tome a medicação;
• Verificar a presença de reacções anormais durante e após a administração de
medicação.
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2.2. Fármacos:
ACAMPROSATO
Nome comercial:
• Campral ®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Tratamento de intoxicações por álcool.
Situações em que está indicado:
• Manutenção da abstinência na dependência do álcool.
Contra-indicações:
• Continuação de consumo de álcool;
• Insuficiência hepática;
• Insuficiência renal grave;
• Gravidez e aleitamento.
Efeitos Secundários:
• Diarreia;
• Náuseas;
• Vómitos;
• Dor abdominal;
• Prurido;
• Ocasionalmente rash macupapular;
• Raramente reacções cutâneas bolhosas;
• Flutuação da líbido.
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Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar o grau e as manifestações de ansiedade antes e periodicamente durante a
terapêutica;
• O Acamprosato não parece causar dependência ou tolerância física ou psicológica.
Contudo, os utentes com história de abuso de medicamentos devem ser avaliados
quanto à tolerância e à dependência, devendo ter acesso restrito aos medicamentos.
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ACETILCISTEÍNA
Nome comercial:
• Fluimucil ®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antitússico e expectorante;
• Tratamento de intoxicações iatrogénicas.
Situações em que está indicado:
• O Fluimucil está indicado no tratamento de processos patológicos do aparelho
respiratório, agudos ou crónicos, que evoluem com hipersecreção e mucoestase tais
como bronquite aguda, enfisema, bronquite crónica, bronquite asmática,
bronquiectasia;
• Também está indicado como fluidificante das secreções mucosas e mucopurulentas
em casos de otites catarrais, catarros tubáricos, sinusites, rinofaringites,
laringotraqueítes.
• Profilaxia e tratamento das complicações obstrutivas e infecciosas por traqueotomia,
preparação para broncoscopias, broncografias e broncoaspirações. Pelas suas
características, atenua o esforço de expectoração e facilita manobras de
broncoaspiração em anestesia e no pós-operatório.
Contra-indicações:
• A utentes que sejam alérgicos a este composto, ou no caso da úlcera gastroduodenal.
Efeitos Secundários:
• Alterações digestivas (náuseas, vómitos e diarreias);
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• Raramente apresentam-se reacções de hipersensibilidade, como urticária e
broncoespasmos;
• Sobretudo nos asmáticos existe a possibilidade de se produzir broncoconstrição.
Nestes casos deve interromper-se o tratamento e consultar um médico.
Cuidados de Enfermagem:
• O Fluimucil, solução oral não contém sacarose, pelo que pode ser administrado a
diabéticos;
• A administração de acetilcisteína com medicamentos contendo sais de ouro, cálcio ou
ferro deve ser realizada a horas diferentes, devido a uma possível interacção;
• A acetilcisteína pode também interagir (diminuindo a biodisponibilidade) com
antibióticos do grupo das cefalosporinas, pelo que a administração deve ser efectuada
a horas diferentes;
• O Fluimucil solução oral, não interactua com antibióticos tais como a amoxicilina,
eritromicina, doxiciclina ou bacampicilina, assim como a associação Amoxicilina +
Ácido Clavulânico.
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ÁCIDO ACETILSALICILICO (A.A.S.)
Nome Comercial:
• Aspirina®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Analgésicos / anti-inflamatórios não esteróides;
• Antipirético;
• Anti-inflamatório;
• Inibidor da agregação plaquetária.
Situações em que está indicado:
• Angina do peito instável;
• Enfarte agudo do miocárdio;
• Profilaxia do reenfarte;
• Após cirurgia vascular ou intervenções cirúrgicas;
• Profilaxia de acidente vascular cerebral, embolia pulmonar;
• Profilaxia de tromboses dos vasos sanguíneos coronários em utentes com factores de
risco;
• Síndrome de Kawasaki.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade à substância activa do AAS;
• Em presença de diátese hemorrágica;
• Em presença de úlceras gástricas ou intestinais;
• No último trimestre da gravidez.
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Efeitos secundários:
• Perturbações gástricas (náuseas, vómitos, diarreia, ligeiras hemorragias
gastrointestinais);
• Reacções de hipersensibilidade (dispneia, erupções cutâneas);
• Alterações da função renal e hepática;
• Tonturas e zumbidos como sintomas de sobredosagem sobretudo em crianças e idosos.
Cuidados de Enfermagem:
• Monitorizar as taxas de extensão e de eliminação, o peso, bem como a existência de
edemas;
• Os doentes que tenham asma, alergias, pólipos nasais ou que sejam alérgicos à
tartrazina, estão em maior risco de desenvolverem reacções de hipersensibilidade;
• Monitorizar os sinais vitais frequentemente aquando o inicio da terapêutica;
• Avaliar a localização da dor, assim como as suas características e a sua intensidade;
• Monitorizar a febre, como potencial infecção no cateter epidural;
• Monitorizar os sinais e os sintomas de privação.
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ÁCIDO FÓLICO
Nome Comercial:
• Folicil®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antianémico. Importante coenzima para o metabolismo celular;
• Utiliza-se este fármaco para evitar ou tratar as deficiências desta vitamina que podem
ocorrer em diversas patologias.
Situações em que está indicado:
• Gravidez e lactação;
• Profilaxia de malformações do tubo neural;
• Anemias macrociticas e megaloblásticas;
• Anemia hemolítica congénita e sideroblástica;
• Esprue, esteatorreia idiopática;
• Doença celíaca;
• Algumas dermatoses;
• Carências fólicas iatrogénicas;
• Alcoolismo.
Contra-indicações:
• Não se conhecem. Mas não deve administrar-se em casos de anemia cuja a sua
etiologia se desconhece, a fim de se evitar o risco de mascarar o diagnóstico de uma
anemia perniciosa.
Efeitos Secundários:
• Hipersensibilidade que se traduz por, eritema, febre, prurido e broncoespasmo.
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Cuidados de Enfermagem:
• Verificar o utente, o fármaco, a dose, via de administração e por último o horário;
• Vigiar o aparecimento de efeitos colaterais;
• Explicar ao utente que sinais e sintomas anormais poderão eventualmente surgir e a
necessidade de os comunicar ao enfermeiro.
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ALFUZOSINA
Nome Comercial:
• Benestan®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antagonista adrenérgico alfa-1;
• A alfuzosina usa-se no tratamento das manifestações da hiperplasia benigna da
próstata, em particular nos sintomas relacionados com a obstrução do fluxo de urina
da bexiga para a uretra.
Situações em que está indicado:
• Utiliza-se em utentes com hiperplasia benigna da próstata com sintomas de obstrução
da uretra, nomeadamente urgência e aumento da frequência da micção (polaquiúria),
com redução da quantidade de cada micção e redução do jacto urinário.
Contra-indicações:
• Não deve ser utilizado em indivíduos que tenham apresentado hipersensibilidade aos
bloqueadores alfa-1;
• Redução da posologia em caso de Insuficiência hepática, insuficiência renal e nos
idosos.
Efeitos Secundários:
• Hipotensão;
• Congestão nasal;
• Sedação;
• Cansaço;
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• Tonturas;
• Prurido;
• Boca seca;
• Edema periférico.
Cuidados de Enfermagem:
• Interage com fármacos anti-hipertensores (adição de efeitos);
• O risco de hipotensão nas primeiras tomas, pode ser minorado, se o utente tomar a
medicação antes de se deitar;
• O utente deve ser avisado para se manter deitado enquanto sentir tonturas, sudação e
cansaço.
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ALOPURINOL
Nome Comercial:
• Alopurinol®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Diminui a formação de ácido úrico, reduzindo os seus níveis no sangue e urina,
prevenindo a deposição de cristais de ácido úrico nas articulações e evitando a
formação de cálculos de ácido úrico nos rins.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da gota;
• Tratamento das hiperuricémias primárias assim como secundárias, devido a
insuficiência renal, doenças neoplásicas ou seu tratamento;
• Profilaxia e tratamento da litíase renal cálcica em utentes com hiperuricémia e/ou
uricosúria;
• Tratamento da nefropatia por ácido úrico.
Contra-indicações:
• Utentes em crise aguda de gota, devendo-se esperar a remissão completa antes de
instaurar o tratamento profiláctico;
• Hipersensibilidade ao fármaco.
Efeitos Secundários:
• Diarreia;
• Náuseas;
• Vómitos;
• Reacções cutâneas (comichão, rash);
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• Cefaleias;
• Vertigens.
Cuidados de Enfermagem:
• A utilização de alopurinol não dispensa a adequada ingestão de líquidos e uma dieta
adequada, que pode em certos casos ser suficiente para corrigir a situação;
• Pode ocorrer um aumento da incidência de episódios agudos de gota durante os
primeiros meses de tratamento (para minimizar este fenómeno, recomenda-se começar
com doses pequenas);
• Se os sintomas não melhoram, ou se surge algum tipo de reacção alérgica, deve parar
o medicamento e consultar o médico assistente imediatamente.
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ALPRAZOLAM
Nome Comercial:
• Pazolam®.
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Sedativo/Hipnótico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da ansiedade;
• Tratamento de crises de pânico.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco;
• Uso simultâneo de benzodiazepinas;
• Depressão do SNC;
• Dores graves não controladas;
• Glaucoma de ângulo estreito;
• Gravidez e lactação.
Efeitos Secundários:
• Tonturas;
• Sonolência;
• Letargia;
• Ressaca;
• Excitação Paradoxal;
• Confusão;
• Depressão mental;
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• Cefaleias;
• Visão Turva;
• Náuseas;
• Vómitos;
• Diarreia;
• Obstipação;
• Erupção cutânea;
• Dependência psicológica;
• Dependência física.
Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar o grau e as manifestações de ansiedade antes e periodicamente durante a
terapêutica;
• Avaliar a sonolência, tonturas e a sensação de cabeça leve;
• Terapêutica prolongada com doses elevadas podem provocar dependência psicológica
e física.
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AMINOFILINA
Nome Comercial:
• Aminofilina.
Vias de Administração:
• PO;
• EV.
Propriedades do Fármaco:
• Antiasmático e broncodilatador.
Situações em que está indicado:
• Asma brônquica;
• Estados asmáticos.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade às xantinas;
• Enfarte do miocárdio recente;
• Arritmias cardíacas;
• Úlceras gastrointestinais;
• Epilepsia.
Efeitos Secundários:
• Palpitações;
• Taquicardia;
• Arritmias;
• Tremor;
• Vómitos;
• Diarreia;
• Hemorragia intestinal;
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• Convulsões.
Cuidados de Enfermagem:
• A aminofilina tem uma margem terapêutica estreita, isto é, a diferença entre a dose
terapêutica e a dose tóxica é muito pequena, pelo que impõe monitorização dos níveis
sanguíneos. Quando aumentam os níveis (sanguíneos) plasmáticos do fármaco surgem
os efeitos indesejáveis.
• A eliminação pelo organismo é influenciada por alimentos, hábitos tabágicos, várias
situações fisiológicas (idade) e patológicas (doenças hepáticas, insuficiência cardíaca,
doença pulmonar obstrutiva crónica) e por fármacos. Neste contexto, é imperioso levar
em linha de conta todos estes factores quando se administra este fármaco.
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AMOXICILINA
Nome Comercial:
• Clamoxyl.
Vias de Administração:
• PO;
• EV.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-infeccioso (aminopenicilina)
Situações em que está indicado:
• Infecção da pele e estruturas ósseas;
• Otite média, sinusite, infecções respiratórias;
• Infecções genito-urinárias;
• Meningite;
• Septicemia;
• Profilaxia da endocardite;
• Tratamento de úlceras devida a Elictobacter Pyloris.
Contra-indicações:
• Reacções de hipersensibilidade às penocilinas.
Efeitos Secundários:
• Convulsões;
• Náuseas;
• Vómitos;
• Diarreia;
• Colite Pseudomembranosa;
• Erupções cutâneas;
Dossier Terapêutico
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• Discrasias sanguíneas.
Cuidados de Enfermagem:
• Não administrar em indivíduos com hipersensibilidade às penicilinas, em indivíduos
com leucemia linfóide, com mononucleose infecciosa e em indivíduos aos quais está a
ser administrado Alopurinol;
• Avaliar presença de infecções (SV, expecturação, urina, fezes) no inicio e durante a
terapêutica;
• Monitorizar sinais e sintomas de anafilaxia (prurido, erupção, edema da laringe,
respiração ruidosa);
• Monitorizar função intestinal.
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AMOXICILINA + ÁCIDO CLAVULÂNICO
Nome Comercial:
• Augmentin.
Vias de Administração:
• PO;
• EV.
Propriedades do Fármaco:
• Antibiótico pertencente ao grupo das penicilinas.
Situações em que está indicado:
• Infecções do tracto respiratório superior (incluindo ORL), como por exemplo,
amigdalite recorrente, sinusite, otite média, tipicamente causadas por Streptococcus
pneumoniae, Haemphilus influenzae, Moraxella catarrhalis e Streptococcus pyogenes;
• Infecções do tracto respiratório inferior, por exemplo, agudização da bronquite
crónica, pneumonia lobar e broncopneumonia, tipicamente causadas por Streptococcus
pneumoniae, Haemophilos influenzae e Moraxella catarrhali;
• Infecções genito-urinárias, nomeadamente, cistite, uretrite, pielonefrite, infecções
ginecológicas, tipicamente causadas por Enterobacteriacea (principalmente Escheria
coli), Staphilococcus saprophyticus e Enterococcus species e gonorreia causada por
Neisseria gonorrhoeae. Infecções da pele e dos tecidos moles, tipicamente causadas
por Staphilococcus aureus, Streptococcus pyogenes e Bacteroides specie;
• Infecções ósseas e articulares, por exemplo, osteomielite, tipicamente causadas por
Staphilococcus aureus, em que uma terapêutica mais prolongada possa ser apropriada;
• Outras infecções, incluindo aborto séptico, sepsis puerperal, sepsis intraabdominal.
Contra-indicações:
• Reacções de hipersensibilidade;
• Edema angioneurótico;
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• Anafilaxia;
• Síndrome de Stevens-Johnson, epidermólise tóxica;
• Raramente, têm sido referidos, casos de candidíase mucocutânea e de colite associada
a antibióticos (incluindo colite pseudomembranosa e colite hemorrágica);
• As náuseas são mais usualmente associadas a doses elevadas por via oral. No caso das
reacções gastrointestinais serem evidentes, podem ser reduzidas tomando-se
augmentin no inicio das refeições;
• Hepatite.
Efeitos Secundários:
• Erupção cutânea prurido, urticária;
• Eritema multiforme;
• Diarreia;
• Náuseas, vómitos;
• Dificuldade de digestão;
• Icterícia colestática;
• Leucopenia reversível (incluindo neutropenia ou agranulocitose);
• Trombocitopenia reversível e anemia hemolítica;
• Hiperactividade reversível;
• Cefaleias e convulsões;
• Tonturas.
Cuidados de Enfermagem:
• Não administrar em indivíduos com hipersensibilidade às penicilinas, em indivíduos
com leucemia linfóide, com mononucleose infecciosa e em indivíduos aos quais está a
ser administrado Alopurinol;
• Avaliar presença de infecções (SV, expectoração, urina, fezes), no início e durante a
terapêutica;
• Monitorizar sinais e sintomas de anafilaxia (prurido, erupção, edema da laringe,
respitação ruidosa);
• Monitorizar função intestinal.
Dossier Terapêutico
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ATENOLOL
Nome Comercial:
• Atenolol.
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-hipertensor.
Situações em que está indicado:
• Utilizado para controlar os níveis tensionais em utentes hipertensos;
• Utilizado como fármaco anti-isquémico, na presença de doença das artérias
coronárias;
• Acção anti-arritmica.
Contra-indicações:
• Não deve ser utilizado na presença de bradicardia elevada, bem como em doenças de
condução, nomeadamente bloqueios auriculoventriculares de 2º e 3º graus;
• Insuficiência cardíaca congestiva;
• Situações de asma brônquica.
Efeitos Secundários:
• Hipotensão, bradicardia;
• Crises de asma brônquica;
• Agravamento de situações de insuficiência cardíaca;
• Aumento dos trigliceridos;
• Redução dos níveis de HDL e colesterol;
• Hiperglicemia;
• Tonturas;
Dossier Terapêutico
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• Obstipação;
• Náuseas.
Cuidados de Enfermagem:
• O atenolol, como fármaco para controlar a tensão arterial elevada, produz descida dos
níveis tensionais, pelo que deve ser feita a respectiva monitorização.
• Dado que os beta-bloqueantes produzem redução da frequência cardíaca, esta também
deve ser observada regularmente, para evitar bradicardias excessivas. Em utentes cuja
função cardíaca esteja já comprometida podem precipitar quadros de insuficiência
cardíaca. Os beta-bloqueadores podem provocar broncoconstricção, podendo levar a
quadros de asma (sobretudo em utentes predispostos).
Dossier Terapêutico
32
BUTILESCOPOLAMINA
Nome Comercial:
• Buscopan.
Vias de Administração:
• PO;
• IM;
• IV.
Propriedades do Fármaco:
• Antiespasmódico.
Situações em que está indicado:
• Espasmo GI;
• Espasmo e discinésia biliar;
• Espasmo do tracto genito-urinário.
Contra-indicações:
• Miastenia Gravis;
• Megacolón;
• Glaucoma descompensado;
• Hipertrofia prostática com retenção urinária;
• Estenoses mecânicas do tracto GI;
• Hipersensibilidade ao fármaco.
Efeitos Secundários:
• Boca seca;
• Desconforto abdominal;
• Constipação;
• Confusão mental;
Dossier Terapêutico
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• Sonolência;
• Cefaleias;
• Inquietação, tonturas;
• Palpitação, taquicardia;
• Hipotensão ortostática.
Cuidados de Enfermagem:
• Devido ao risco potencial de complicações anticolinérgicas, deve-se tomar precaução
especial com os utentes propensos a glaucoma, assim como com utentes susceptíveis a
obstruções intestinais ou urinárias e com utentes propensos a taquiarritmias;
• Buscopan pode intensificar a acção anticolinérgica dos antidepressivos tricíclicos,
antihistamínicos, quinidina, amantadina e disopiramida. O uso concomitante de
antagonistas da dopamina, como, por exemplo, metoclopramida, pode resultar numa
diminuição da actividade de ambos os fármacos no nível do tracto gastrointestinal. O
Buscopan pode aumentar a acção taquicárdica dos agentes beta-adrenérgicos.
Dossier Terapêutico
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CAPTOPRIL
Nome Comercial:
• Capoten®.
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-hipertensor, inibidor da enzima de conversão da angiotensina.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da hipertensão arterial e da insuficiência cardíaca congestiva;
• No tratamento da nefropatia diabética;
• No pós enfarte do miocárdio.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco, pode ocorrer sensibilidade cruzada entre os IECA’s;
• Angioedema (hereditário).
Efeitos Secundários:
• Dermatológicos:
- Rash, muitas vezes com prurido e por vezes com febre;
- Artralgia e eosinofilia;
- Pode ocorrer prurido sem rash;
- Rubor, palidez, fotossensibilidade;
- Lesão semelhante a penfigóide, reversível.
• Imunológicos: angioedema.
• Respiratórios: tosse.
Dossier Terapêutico
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• Gastrointestinais:
- Disgeusia.
• Cardiovasculares:
- Hipotensão; - Taquicardia;
- Dor no tórax; - Palpitações;
- Angor; - Enfarte do miocárdio;
- Síndrome de Raynaud; - Insuficiência cardíaca congestiva.
• Renais:
- Insuficiência renal; - Falência renal;
- Síndrome nefrótico; - Poliúria;
- Oligúria; - Proteinúria;
- Micção frequente.
• Hematológicos:
- Anemia; - Trombocitopenia;
- Pancitopenia; - Agranulocitose.
Tal como todos os IECA, foi referido um síndrome que pode incluir: febre, mialgia,
artralgia, nefrite intestinal, vasculite, rash, eosinofilia, e velocidade de sedimentação
aumentada.
Cuidados de Enfermagem:
• O captopril, como medicamento anti-hipertensor, produz uma descida dos níveis da
tensão arterial, pelo que esta deverá ser vigiada.
Dossier Terapêutico
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CARVEDILOL
Nome Comercial:
• Carvedilol.
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-hipertensor;
• Anti-isquémico.
Situações em que está indicado:
• Utilizado para controlar os níveis tensionais em utentes hipertensos;
• Utilizado como fármaco anti-isquémico, na presença de doença das artérias
coronárias;
• Acção anti-arritmica.
Contra-indicações:
• Não deve ser utilizado na presença de bradicardia elevada, bem como em doenças de
condução, nomeadamente bloqueios auriculoventriculares de 2º e 3º graus;
• Insuficiência cardíaca congestiva;
• Situações de asma brônquica.
Efeitos Secundários:
• Hipotensão;
• Bradicardia;
• Crises de asma brônquica;
• Agravamento de situações de insuficiência cardíaca;
• Aumento dos trigliceridos;
• Redução dos níveis de HDL e colesterol;
Dossier Terapêutico
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• Hiperglicemia;
• Tonturas;
• Obstipação;
• Náuseas.
Cuidados de Enfermagem:
• O atenolol, como fármaco para controlar a tensão arterial elevada, produz descida dos
níveis tensionais, pelo que deve ser feita a respectiva monitorização.
• Dado que os beta-bloqueantes produzem redução da frequência cardíaca, esta também
deve ser observada regularmente, para evitar bradicardias excessivas. Em utentes cuja
função cardíaca esteja já comprometida podem precipitar quadros de insuficiência
cardíaca. Os beta-bloqueadores podem provocar broncoconstricção, podendo levar a
quadros de asma (sobretudo em utentes predispostos).
Dossier Terapêutico
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CIPROFLOXACINA
Nome Comercial:
• Ciproxina®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antibacteriano de largo espectro do grupo das quilononas;
• Possui uma elevada acção bacteriana contra um amplo espectro de bactérias.
Impede a transcrição cromossómica das informações necessárias ao metabolismo
normal da bactéria, provocando uma rápida redução da sua capacidade de
proliferação;
• Não possui resistência paralela genética em relação a todos os outros antibióticos
não incluídos no grupo dos inibidores da girase. É também altamente eficaz contra
as bactérias que são resistentes aos aminoglicosidos, penicilinas, cafalosporinas,
tetraciclinas e a outros antibióticos;
• A sua biodisponibilidade é de 70-80%, e as suas concentrações são elevadas no
local de infecção, nomeadamente, nos líquidos e tecidos orgânicos, sendo apenas
necessárias duas doses diárias, de manhã e à noite.
Situações em que está indicado:
• Infecções do tracto respiratório. A Ciprofloxacina não deve ser usada como
medicamento de primeira escolha para o tratamento em regime ambulatório das
pneumonias por pneumococos. Pode ser considerada uma terapêutica adequada nas
pneumonias causadas por Klebsiela, Enterobacter, Proteus, E. Colli, Pseudomonas,
Haemophilus Branhamella, Legionella e Staphylococcus;
• Infecções do ouvido médio (otite média), dos seios perinasais (sinusite), especialmente
causadas por bactérias Gram negativas;
• Infecções oftalmológicas;
• Infecções dos rins ou tracto urinário eferente (cistites e pielonefrites);
Dossier Terapêutico
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• Infecções dos órgãos genitais, incluindo anexite, gonorreia e prostatite;
• Infecções da cavidade abdominal (gastrointestinais ou das vias biliares);
• Infecções da pele e tecidos moles;
• Infecções ósseas e articulares;
• Infecções ou risco eminente de infecção (profilaxia em utentes com
imunodeficiência);
• Na descontaminação intestinal selectiva em utentes com imunodepressão.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco;
• Pode ocorrer sensibilidade cruzada entre substâncias incluindo à cinoxacina e o ácido
naldixico;
• Pessoas menores de 18 anos;
• Gravidez;
• Exposição à luz solar intensa;
• Sparfloxina;
• Uso simultâneo de amiodarona, bepril, cisapride, disotiazida, eritomicina;
• Prolongamento QT conhecido ou uso simultâneo de fármacos que provoquem esse
prolongamento.
Efeitos Secundários:
• Pele e anexos: erupções cutâneas, prurido, urticária, reacções de fotossensibilidade e
ptéquias;
• Organismo como um todo: dores abdominais, monilíase, astenia (sensação geral de
fraqueza, fadiga);
• Sistema sanguíneo e linfático: eosinofilia, pancitopenia, leucocitose, alteração dos
valores de protrombina;
• Alterações metabólicas e nutricionais: aumento da creatinina, aumento da ureia,
edema (periférico, vascular, facial), hiperglicemia;
• Sistema músculo-esquelético: artralgia, mialgia, edema das articulações, tendinite,
ruptura parcial ou completa do tendão (predominantemente o tendão de Aquiles);
Dossier Terapêutico
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• Sistema nervoso central: cefaleias, tonturas, insónias, agitação, confusão, alucinações,
sudorese, parestesias, ansiedade, sonhos estranhos, depressão, tremor, convulsão,
psicose, hipertensão intracraniana;
• Hipersensibilidade: reacção alérgica, febre iatrogénica, reacção anafilática;
• Sistema respiratório: dispneia, edema da laringe;
• Órgãos dos sentidos: zumbidos, surdez transitória, alteração da visão, diplopia, visão
cromática, perda do paladar (alterações do paladar);
• Sistema urogenital: insuficiência renal aguda, alteração da função renal, monoilíase
vaginal, hematúria, cristalúria, nefrite intersticial;
• Sistema digestivo: náuseas, vómitos, aumento da fosfatase alcalina, anorexia,
flatulência, bilirrubinémia, icterícia colestática, necrose hepática, colite pseudo-
membranosa potencialmente fatal e com possível desfecho mortal.
Cuidados de Enfermagem:
• Não administrar ciprofloxacina em utentes que fazem antiácidos e outros fármacos
altamente tamponados (antirretrovíricos), pois a sua administração conjunta diminui a
acção da ciprofloxacina;
• Estimular a ingestão hídrica (pelo menos 1500 ml/dia);
• Avaliar o balanço hídrico;
• Avaliar as náuseas, vómitos e diarreia;
• Explicar ao utente os possíveis sinais e sintomas anormais, que poderão eventualmente
surgir, e a necessidade de os comunicar ao enfermeiro;
• Vigilância de efeitos secundários e tolerância do utente;
• Não administrar em utentes com hipersensibilidade conhecida à ciprofloxacina;
• Não administrar em utentes que fazem tratamento concomitante com corticosteróides;
• Não administrar de forma concomitante ciprofloxacina com teofilina, pois pode
desencadear os efeitos secundários induzidos pela teofilina, podendo alguns desses
efeitos serem fatais;
• Administrar com precaução em utentes que fazem anti-inflamatórios não esteróides,
excepto o ácido acetilsalicílico, pois pode provocar convulsões;
• Não administrar em mulheres grávidas;
• Explicar ao utente a necessidade de restrição do álcool aquando da alta.
Dossier Terapêutico
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DIGOXINA
Nome Comercial:
• Lanoxin®
Vias de Administração:
• PO;
• EV.
Propriedades do Fármaco:
• Cardiotónico (aumenta a contractibilidade do músculo cardíaco), da família dos
digitálicos;
• Acção anti-arritmica.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da Insuficiência cardíaca;
• Fibrilhação;
• Flutter auricular.
Contra-indicações:
• Utentes com hipersensibilidade ao fármaco ou aos seus componentes;
• Em utentes com toxicidade induzida por digitálicos;
• Síndrome de Wolff-Parkinson-White, fibrilhação ventricular, taquicardia ventricular
(excepto quando causada por insuficiência cardíaca);
• Em situações de hipercalcémia (aumento dos níveis de cálcio sanguíneo) e
hipocaliemia (diminuição dos valores de potássio sanguíneo) significativas.
Efeitos Secundários:
• Arritmias;
• Perturbações da visão (visão desfocada, flash de luzes, fotofobia);
• Alterações gastrointestinais (perda de apetite, náuseas, vómitos e diarreia);
Dossier Terapêutico
42
• Fraqueza muscular;
• Cefaleias;
• Tonturas;
• Sensação de mal-estar.
Cuidados de Enfermagem:
• A digoxina deve ser utilizada com precaução nos idosos, pois existe o risco de
acumulação tóxica do medicamento no organismo, já que a função renal diminui com
a idade. Nestes casos, assim como em utentes com insuficiência renal,
independentemente da idade, é necessário ajustar-se a dose;
• Deve ainda tomar-se atenção aos utentes com algumas doenças como hipotiroidismo,
doença pulmonar grave, bloqueios auriculo-ventriculares, enfarte agudo do miocárdio,
cardiomiopatia hipertrófica e pericardite.
Dossier Terapêutico
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DILTIAZEM
Nome Comercial:
• Diltiazem®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-hipertensor;
• Bloqueador dos canais de cálcio.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da HTA;
• Tratamento da angina de peito.
Contra-indicações:
• Não deve ser utilizado quando se identifica intolerância ao fármaco pela ocorrência de
efeitos acessórios;
• Também não deve ser administrado em utentes com de hipersensibilidade aos
antagonistas do cálcio;
• Na presença de perturbações significativas da condução auriculoventricular ou da
função sistólica devem preferir-se outras abordagens terapêuticas.
Efeitos Secundários:
• Cefaleias;
• Edemas maleolares;
• Sensação de fadiga;
• Sonolência;
• Náuseas, vómitos;
• Palpitações, tonturas.
Dossier Terapêutico
44
Cuidados de Enfermagem:
• Dado que interferem com a pressão arterial, em utentes com pressão arterial normal ou
"baixa" deve haver cautela;
• Em utentes com disfunção hepática pode haver prolongamento da semi-vida (tempo
consumido pelo organismo para eliminar o fármaco) do diltiazem, pelo que deve haver
precaução neste tipo de utentes;
• Em utentes com perturbações da condução auriculoventricular ou insuficiência
cardíaca de causa sistólica, pode verificar-se agravamento destas situações obrigando a
ponderar a sua utilização.
Dossier Terapêutico
45
DOMPERIDONA
Nome Comercial:
• Motilium®
Vias de Administração:
• PO;
• Rectal.
Propriedades do Fármaco:
• Modificador da motilidade gástrica;
• É um potente antagonista dos receptores dopaminicos;
• Penetra pouco na barreira hemato-encefálica.
Situações em que está indicado:
• Dispepsia;
• Gastroparesia diabética;
• Náuseas e vómitos;
• Facilita o exame radiológico do tracto digestivo superior e facilita a entubação
nasogástrica e gastroesofagoscopia.
Contra-indicações:
• Pode determinar arritmias ventriculares associadas ao alargamento do intervalo QT,
risco aumentado quando há patologia prévia ou interacções.
Efeitos Secundários:
• Efeito antiemético potente;
• Aumento da pressão do esfíncter esofágico inferior;
• Dilatação pilórica;
• Aumento do peristaltismo gástrico;
• Aceleração do esvaziamento gástrico;
Dossier Terapêutico
46
• Aceleração do peristaltismo do intestino delgado.
Cuidados de Enfermagem:
• Explicar ao utente os sinais e sintomas anormais que poderão, eventualmente, surgir, e
a necessidade de comunicar ao enfermeiro;
• Avaliar as náuseas e os vómitos, distensão abdominal e sons intestinais, antes e após a
administração;
• PO – administrar as doses 15 a 30 minutos antes das refeições;
• Rectal – administrar o supositório 30-60 minutos antes de cada refeição e ao deitar.
Dossier Terapêutico
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DUTASTERIDA
Nome Comercial:
•• Duagen®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Usado na retenção urinária.
Situações em que está indicado:
• Tratamento de sintomas moderados a graves da hiperplasia benigna da próstata (HBP);
• Redução do risco de retenção urinária aguda e cirurgia em utentes com sintomas de
HBP moderados a graves.
Contra-indicações:
• Utentes com hipersensibilidade ao fármaco;
• Utentes com insuficiência hepática grave;
• Mulheres, crianças e adolescentes.
Efeitos Secundários:
•• Impotência e diminuição da libido;
•• Distúrbios da ejaculação e ginecomastia.
Cuidados de Enfermagem:
• Antes de se iniciar a terapêutica com Duagen e depois periodicamente, deverá ser
efectuado o toque rectal bem como outras avaliações do cancro da próstata em utentes
com HBP;
• A Dutasterida é absorvida pela pele, logo se existir contacto deverá ser imediatamente
lavada com água e sabão.
Dossier Terapêutico
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ENALAPRIL
Nome Comercial:
• Enalapril.
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-hipertensor.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da hipertensão;
• Tratamento da insuficiência cardíaca sintomática;
• Prevenção da insuficiência cardíaca sintomática em utentes com disfunção do
ventrículo esquerdo assintomática.
Contra-indicações:
• Estenose da artéria renal, hipersensibilidade; Gravidez.
Efeitos Secundários:
•• Hipotensão arterial, palpitações, taquicardia, tosse e disgeusia;
•• Perturbações hematológicas: neutropenia, anemia e trombocitopenia;
•• Em alguns utentes pode ocorrer proteinúria, hipercaliemia, aumento dos valores da
ureia e da creatinina, especialmente se houver hipoperfusão renal grave, tal como pode
acontecer na IC descompensada, na estenose da artéria renal (bilateral ou unilateral em
doentes com rim único) e na hipotensão marcada. Podem ocorrer ainda manifestações
cutâneas e outras reacções alérgicas, eventualmente na forma de angioedema.
Cuidados de Enfermagem:
• Devem ser usados com precaução na insuficiência hepática e renal.
Dossier Terapêutico
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ESPIRONOLACTONA
Nome Comercial:
• Aldactone®
Vias de Administração:
• PO;
• EV.
Propriedades do Fármaco:
• Diurético poupador de potássio;
• Anti-hipertensor;
• Anti-hipopotassêmico.
Situações em que está indicado:
• Estados edematosos (insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e síndrome
nefrótica);
• Coadjuvante no tratamento da HTA.
Contra-indicações:
• Hiperpotassémia;
• A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de anúria ou disfunção renal,
diabetes mellitus, nefropatia diabética, disfunção hepática, hiponatremia, distúrbios
menstruais, ginecomastia.
Efeitos Secundários:
•• Sinais de hiperpotassémia (arritmias cardíacas);
•• Náuseas, vómitos e diarreia;
•• Ginecomastia;
•• Tonturas;
•• Cefaleias;
Dossier Terapêutico
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•• Erupção cutânea e prurido.
Cuidados de Enfermagem:
• Evitar a ingestão excessiva de alimentos ricos em potássio, o uso de substitutos do sal
e outros suplementos do potássio;
• Nos idosos pode haver um maior risco de desenvolver hipopotassémia.
Dossier Terapêutico
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FINASTERIDA
Nome Comercial:
• Finasterida.
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Medicamento usado na retenção urinária.
Situações em que está indicado:
• Sintomas do tracto urinário inferior associados a HBP.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao cloridrato de tamsulin ou a qualquer dos constituintes do
produto;
• História conhecida de hipotensão ortostática;
• Insuficiência hepática grave.
Efeitos Secundários:
• Tonturas;
• Cefaleias;
• Palpitações;
• Hipotensão postural;
• Obstipação;
• Diarreia;
• Náuseas.
Dossier Terapêutico
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Cuidados de Enfermagem:
• Se ocorrer hipotensão postural, o utente deverá sentar-se ou deitar-se, até ao
desaparecimento dos sintomas.
• Antes do inicio do tratamento e com intervalos regulares, depois do seu inicio, deve
ser feito o toque rectal.
Dossier Terapêutico
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FLUCONAZOL
Nome Comercial:
• Fludocel.
Vias de Administração:
• PO;
• IV.
Propriedades do Fármaco:
• Antifúngico.
Situações em que está indicado:
• Infecções sistémicas graves por cândidas;
• Infecções do tracto urinário;
• Peritonite;
• Meningite por criptococos;
• Prevenção da candidíase nos utentes submetidos a um transplante de medula óssea.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fluconazol ou a outro antifúngico azol;
• Uso simultâneo com cisapride ou pimozida;
• Insuficiência renal;
• Doença hepática subjacente;
• Gravidez, lactação ou crianças (segurança não estabelecida).
Efeitos Secundários:
• A incidência de reacções adversas é maior em utentes com SIDA;
• Fatais: Síndrome Stevens-Johnson, hepatotoxicidade;
• Outros: Cefaleias, náuseas, vómitos, desconforto abdominal, diarreia.
Dossier Terapêutico
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Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar a área infectada e monitorizar os testes de cultura do LCR antes e
periodicamente ao longo da terapêutica;
• Instruir o utente a transmitir ao médico a persistência de dores abdominais, febre ou
diarreia, assim como a ocorrência de sinais ou sintomas de disfunção hepática, ou se
houver ausência de resposta após alguns dias de medicação.
Dossier Terapêutico
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FLURAZEPAM
Nome Comercial:
• Morfex®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Ansiolitico;
• Sedativo/hipnótico (Benzodiazepina).
Situações em que está indicado:
• Tratamento a curto prazo da insónia (< a 4 semanas).
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Depressão do SNC preexistente;
• Dores graves não controladas;
• Glaucoma de ângulo estreito;
• Gravidez ou lactação;
• Disfunção hepática (pode ser necessário reduzir a posologia);
• Doentes com tendências suicidas ou que estiveram dependentes de fármacos;
• Doentes geriátricos ou debilitados.
Efeitos Secundários:
• Tonturas, sonolência diária, letargia, excitação paradoxal, confusão, depressão mental,
cefaleias;
• Visão turva;
• Náuseas, vómitos, diarreia, obstipação;
• Erupção cutânea;
Dossier Terapêutico
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• Ataxia;
• Tolerância, dependência psicológica e/ou física.
Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar o padrão de sono, antes e durante a terapêutica;
• O tratamento prolongado pode levar à dependência psicológica ou física;
• Vigiar o ambulatório e as deslocações dos utentes após a administração. Retirar o
tabaco. As barreiras laterais devem estar sempre levantadas e a campainha sempre ao
alcance do utente;
• A terapêutica pode provocar sonolência durante o dia. Alertar o utente que deve evitar
conduzir ou outras actividades que requeiram vigilância, até que se tenha
conhecimento, da resposta terapêutica.
Dossier Terapêutico
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FUROSEMIDA
Nome Comercial:
• Lasix®.
Vias de Administração:
• PO;
• EV;
• IM.
Propriedades do Fármaco:
• É um diurético da Ansa, exercendo também efeitos vasculares (venodilatação e
redução da resistência vascular renal).
Situações em que está indicado:
• Edemas devidos a cardiopatias e hepatopatias (ascite); edemas de origem renal;
edemas ocasionados por queimaduras;
• Insuficiência cardíaca aguda; em particular no edema pulmonar; nas crises
hipertensivas, conjuntamente com outras medidas terapêuticas;
• Apoio à diurese forçada no caso de intoxicações.
Contra-indicações:
• Os diuréticos da Ansa devem ser usados com precaução em utentes com hiperplasia da
próstata (risco de retenção urinária aguda), durante a gravidez (pelo aumento de
excreção de cálcio e riscos de descalcificação), em prematuros (pelo risco de
atrasarem o encerramento do ductus arteriosus). Estão contra-indicados em caso de
anúria ou falência renal, causada por fármacos nefrotóxicos ou hepatotóxicos, e em
casos de IR associada a coma hepático.
Dossier Terapêutico
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Efeitos Secundários:
• Alterações do equilíbrio hidroelectrolitico (hipocalémia, hiponatrémia e alcalose
metabólica);
• No inicio do tratamento e em utentes idosos, a diurese muito intensa pode conduzir a
perturbações circulatórias, tais como, sensação de peso na cabeça, tonturas, secura da
boca, hipotensão ou perturbação da visão como sintomas da hipovolémia que, em
casos extremos, pode conduzir a desidratação, colapso circulatório e trombofilia;
• Pode causar depleção de potássio, especialmente após insuficiência de potássio na
alimentação, vómitos ou diarreia crónica;
• Pode baixar o cálcio sérico (em casos muito graves, têm-se observado tetania);
• A Furosemida, devido em parte, à hipocalémia, pode reduzir a tolerância aos hidratos
de carbono e assim agravar uma diabetes mellitus ou tornar manifesta uma diabetes
latente;
• São raros os transtornos gastrointestinais (náuseas, vómitos e diarreia), as reacções
cutâneas, exantemas, vasculite, febre e nefrite intersticial, as alterações do hemograma
e reacções de hipersensibilidade, como a fotossensibilidade.
Cuidados de Enfermagem:
• Observar o estado de hidratação durante a terapêutica;
• Monitorizar a pressão arterial e pulso, antes e durante, a administração;
• Procurar no utente sujeito a terapêutica com digitálicos, sinais de anorexia, náuseas,
vómitos, cãibras musculares, parestesias e confusão. A hipocalemia aumenta o risco
de intoxicação digitálica.
Dossier Terapêutico
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HIDROXIZINA
Nome Comercial:
• Atarax®
Vias de Administração:
• PO;
• IM.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-histamínico;
• Ansiolítico;
• Sedativo/Hipnótico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da ansiedade;
• Sedação pré-operatória;
• Antiemético;
• Antipruriginoso.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Gravidez.
Efeitos Secundários:
• Sonolência;
• Boca seca;
• Dor.
Dossier Terapêutico
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Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar se a sedação é profunda e estabelecer as medidas de segurança indicadas
(grades laterais, cama em posição baixa, vigiar deambulação e transporte);
• Monitorizar o estado mental, o humor e o comportamento;
• Avaliar a importância das náuseas e a frequência e quantidade dos vómitos;
• Avaliar o prurido e o aspecto da pele envolvente.
Dossier Terapêutico
61
IBUPROFENO
Nome Comercial:
• Brufen®
Vias de Administração:
• PO;
• Rectal.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-inflamatório não esteróide;
• Analgésico;
• Antipirético.
Situações em que está indicado:
• Como anti-reumático:
- Osteoartrose;
- Artrite reumatóide;
- Espondinite anquilosante;
- Periartrite escapulo-humeral;
- Reumatismo extra-articular;
- Lesões dos tecidos moles.
• Como analgésico:
- Dor pós-episiotomia; - Dor pós-extracção dentária;
- Dor pós-parto; - Dismenorreia;
- Odontagias; - Dor pós-cirurgia;
- Traumatismos;
- Dor associada a qualquer processo inflamatório.
Dossier Terapêutico
62
• Como antipirético:
- Febre de diversas etiologias.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Hemorragia activa GI ou doença ulcerosa;
• Não devem ser usados em utentes com fenilcetonúria.
Efeitos Secundários:
• Náuseas;
• Vómitos;
• Epigastralgias;
• Hemorragias digestivas (raras);
• Erupções cutâneas;
• Trombocitopenia;
• Broncospasmo.
Cuidados de Enfermagem:
• Os utentes que tem asma, alergia induzida pela aspirina e pólipos nasais, possuem
maior risco de desenvolver reacções de hipersensibilidade. Avaliar a existência de
rinite, asma e urticária.
Dossier Terapêutico
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LACTULOSE
Nome Comercial:
• Laevolac®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Laxante osmótico.
Situações em que está indicado:
• Obstipação crónica;
• Disbioses em casos de: alterações da flora intestinal após tratamento com antibióticos
de largo espectro, lactentes com alimentação artificial, colecistopatia, colite,
diverticulos, megacólon.
Contra-indicações:
• Perfuração ou obstrução intestinal, devidas a perturbações estruturais ou funcionais da
parede intestinal, ileus e situações inflamatórias graves do tracto intestinal, como
doença de Cronh;
• Hipersensibilidade conhecida a qualquer principio activo ou excipientes.
Efeitos Secundários:
• Dor e distensão abdominal;
• Gargolejo;
• Náuseas;
• Diarreia;
• Astenia;
• Dispneia;
• Cefaleias;
Dossier Terapêutico
64
• Edemas maleolares.
Cuidados de Enfermagem:
• A dose deve de ser ajustada gradual e individualmente, e de acordo com a idade, de
modo a originar 2-3 dejecções moles por dia;
• Se a obstipação persistir após alguns dias de tratamento ou voltar a ocorrer após o
tratamento, deve de consultar o médico.
Dossier Terapêutico
65
LISINOPRIL
Nome Comercial:
• Lisinopril®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-hipertensor.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da hipertensão arterial;
• Tratamento da insuficiência cardíaca congestiva;
• Enfarte agudo do miocárdio;
• Complicações renais e retinianas da Diabetes Mellitus.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco;
• História prévia de angioedema associado com terapêutica prévia com inibidores da
ECA;
• Angioedema hereditário ou idiopático.
Efeitos Secundários:
• Tonturas;
• Cefaleias;
• Alterações do humor;
• Parestesias, vertigens;
• Efeitos ortostáticos;
• Tosse;
• Diarreia;
Dossier Terapêutico
66
• Vómitos;
• Exantema;
• Prurido;
• Disfunção renal;
• Impotência.
Cuidados de Enfermagem:
• Em utentes com risco acrescido de hipotensão sintomática, o início da terapêutica e o
ajuste posológico devem ser cuidadosamente monitorizados;
• Se ocorrer hipotensão, o utente deve ser colocado na posição supina e, se necessário,
deverá administrar-se soro fisiológico em perfusão intravenosa.
Dossier Terapêutico
67
LOSARTAN
Nome Comercial:
• Cozaar®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antagonista dos receptores da angiotensina;
• Anti-hipertensor (O losartan actua bloqueando os receptores AT1 da angiotensina,
causando vasodilatação directa e diminuição da síntese e produção de aldosterona,
entre outros efeitos, que em conjunto levam à diminuição da pressão arterial).
Situações em que está indicado:
• Tratamento da HTA.
Contra-indicações:
• Gravidez ou lactação;
• Depleção de volume;
• Cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva;
• Estenose aórtica;
• Estenose mitral;
• Estenose da artéria renal;
• Insuficiência renal.
Efeitos Secundários:
• Cefaleias;
• Tonturas;
• Astenia;
• Dores musculares;
Dossier Terapêutico
68
• Hipercaliémia.
Cuidados de Enfermagem:
• O risco de hipercaliémia que acompanha o uso do losartan é agravado pelo uso
concomitante de fármacos que condicionem poupança de potássio, ou de suplementos
de potássio. Os valores séricos de potássio e creatinina devem em especial ser
monitorizados em pacientes com insuficiência renal;
• A utilização de AINEs em conjunto com o losartan reduz o efeito antihipertensor
deste, e pode favorecer a ocorrência de insuficiência renal aguda.
Dossier Terapêutico
69
METILDIGOXINA
Nome Comercial:
• Lanitop®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Cardiotónico (aumenta a contractibilidade do músculo cardíaco), da família dos
digitálicos;
• Acção anti-arritmica.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da Insuficiência cardíaca;
• Fibrilhação;
• Flutter auricular.
Contra-indicações:
• Utentes com hipersensibilidade ao fármaco ou aos seus componentes;
• Em utentes com toxicidade induzida por digitálicos;
• Síndrome de Wolff-Parkinson-White, fibrilhação ventricular, taquicardia ventricular
(excepto quando causada por insuficiência cardíaca);
• Em situações de hipercalcémia (aumento dos níveis de cálcio sanguíneo) e
hipocaliemia (diminuição dos valores de potássio sanguíneo) significativas.
Efeitos Secundários:
• Arritmias;
• Perturbações da visão (visão desfocada, flash de luzes, fotofobia);
• Alterações gastrointestinais (perda de apetite, náuseas, vómitos e diarreia);
• Fraqueza muscular;
Dossier Terapêutico
70
• Cefaleias;
• Tonturas;
• Sensação de mal-estar.
Cuidados de Enfermagem:
• A metildigoxina deve ser utilizada com precaução nos idosos, pois existe o risco de
acumulação tóxica do medicamento no organismo, já que a função renal diminui com
a idade. Nestes casos, assim como em utentes com insuficiência renal,
independentemente da idade, é necessário ajustar-se a dose;
• Deve ainda tomar-se atenção aos utentes com algumas doenças como hipotiroidismo,
doença pulmonar grave, bloqueios auriculo-ventriculares, enfarte agudo do miocárdio,
cardiomiopatia hipertrófica e pericardite.
Dossier Terapêutico
71
METOCLOPRAMIDA
Nome Comercial:
• Primperam®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Modificadores da motilidade gastrointestinal.
Situações em que está indicado:
• Antiemético;
• Gastroparesia diabética;
• Para fins diagnósticos na preparação de exames digestivos.
Contra-indicações:
• Deve evitar-se o seu emprego em utentes epilépticos e grávidas no primeiro trimestre
da gestação;
• Hipersensibilidade.
Efeitos Secundários:
• Normalmente transitórias e reversíveis, com a suspensão da terapêutica. São mais
frequentes e intensas nas crianças.
Cuidados de Enfermagem:
• Aconselhar o utente e a família a usar as medidas gerais para diminuir as náuseas
(começar com goles de líquidos e pequenas refeições sem gorduras, manter uma boa
higiene oral e retirar os cheiros desagradáveis do ambiente);
• Podem causar sonolência.
Dossier Terapêutico
72
NIFEDIPINA
Nome Comercial:
• Adalat®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-hipertensor (bloqueador dos canais de cálcio).
Situações em que está indicado:
• Tratamento da HTA;
• Tratamento da angina do peito.
Contra-indicações:
• Não deve ser utilizado quando se identifica intolerância ao fármaco pela ocorrência de
efeitos acessórios;
• Na presença de hipersensibilidade às dihidropiridinas também não deve ser utilizada.
Efeitos Secundários:
• Cefaleias, edemas maleolares, sensação de fadiga, sonolência, náuseas, dores
abdominais, palpitações, rubor e tonturas.
Cuidados de Enfermagem:
• Dado que interfere com a pressão arterial, em utentes com pressão arterial normal ou
"baixa" deve haver cautela;
• Em utentes com disfunção hepática pode haver prolongamento da semi-vida (tempo
consumido pelo organismo para eliminar o fármaco) da nifedipina, pelo que deve
haver precaução neste tipo de utentes.
Dossier Terapêutico
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NITROGLICERINA
Nome Comercial:
• Nitromint®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Vasodilatadores antianginosos.
Situações em que está indicado:
• Casos de angina pectoris, angiospasmos;
• Arterioesclerose; asma brônquica e hipertonia.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade a um principio activo ou classe de princípios activos;
• Pressão Intra-ocular aumentada, hipertensão intracraniana;
• Anemia grave, insuficiência do miocárdio.
Efeitos Secundários:
• Cefaleia, taquicardia reflexa, síncope, reacções de hipersensibilidade incluindo
reacções anafilacticas;
• Angina pectoris agravada; Parestesia, prurido, rash maculopapular e eritematoso,
urticária; Hipotensão, sensação de desmaio, rubor;
• Náuseas, vómitos e dermatites.
Cuidados de Enfermagem:
• Em utentes em terapêutica com Nitromint, não deve ser utilizado Citrato de Sildenafil
(Viagra comprimidos) devido às graves interacções que podem ocorrer na terapêutica
concomitante.
Dossier Terapêutico
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OMEPRAZOL
Nome Comercial:
• Losec®
Vias de Administração:
• PO;
• EV.
Propriedades do Fármaco:
• Antiácido e antiulceroso;
• Inibidor da bomba de protões.
Situações em que está indicado:
• Úlcera duodenal ou gástrica;
• Esofagite de refluxo;
• Patologias características da hipercloridria (Síndrome de Zollinger-Ellison);
• Úlcera péptica, associada às infecções por Helicobacter pylori;
• Profilaxia de úlceras ou erosões gástricas e duodenais, associadas ao tratamento com
AINE’s;
• Profilaxia de aspiração do conteúdo gástrico.
Contra-indicações:
• Terapêutica de combinação com claritromicina, não deve ser prescrita em doentes com
Insuficiência hepática.
Efeitos Secundários:
• Distúrbios GI (náuseas, vómitos, diarreia, obstipação, flatulência e dor abdominal);
• Distúrbios hepáto-biliares (elevação das enzimas hepáticas, encefalopatia, hepatite);
• Distúrbios endócrinos;
• Distúrbios musculo-esqueléticos (mialgias, artralgias e citopania);
Dossier Terapêutico
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• Distúrbios do SNC (sonolência, insónia, vertigens e cefaleias, confusão mental e
alucinações);
• Distúrbios cutâneos (prurido, erupções cutâneas, alopécia, eritema e aumento da
sudorese).
Cuidados de Enfermagem:
• Monitorizar a pressão arterial e a frequência cardíaca, durante a terapêutica;
• Monitorizar o peso e avaliar regularmente a sobrecarga de líquidos.
Dossier Terapêutico
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PANCREATINA + DIMETICONE
Nome Comercial:
• Pankreoflat®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antiflatulencia.
Situações em que está indicado:
• Distúrbios digestivos de problemas decorrentes do pâncreas, particularmente quando
estes problemas estão associados à formação excessiva de gases no intestino e
produção insuficiente de enzimas digestivas;
• Dor devido a distensão abdominal;
• Enfartamento;
• Preparação dos utentes para diagnóstico radiológico abdominal, renal e ósseo e para
várias endoscopias digestivas.
Contra-indicações:
• Pancreatite aguda;
• Agudizações da pacreatite crónica;
• Hipersensibilidade ao fármaco.
Efeitos Secundários:
• Ardor bocal e/ou anal;
• Lacrimejo;
• Alergias da pele.
Dossier Terapêutico
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Cuidados de Enfermagem:
• Este medicamente contém parabenos pelo que pode causar reacções alérgicas
(possivelmente retardadas);
• Utentes com problemas hereditários graves de intolerância à galactose, deficiência de
lactase Lapp ou mal-absorção a glucose-galactose, não devem tomar este fármaco;
• Este fármaco tem enzimas activas, as quais, em caso de libertação na boca, podem
causar ulceração da mucosa oral.
Dossier Terapêutico
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PANTOPRAZOLE
Nome Comercial:
• Pantoc®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antiácido;
• Antiulceroso.
Situações em que está indicado:
• Em associação com dois antibióticos adequados: na erradicação de Helicobacter pylori
em utentes com úlceras pépticas, com a finalidade de redução da recorrência de úlcera
duodenal e gástrica causadas por este microrganismo;
• Úlcera duodenal;
• Úlcera gástrica;
• Esofagite de refluxo, moderada a grave;
• Síndrome de Zollinger-Ellison e outras situações de hipersecreção patológica.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco;
• Utentes com disfunção renal ou hepática moderada a grave.
Efeitos Secundários:
• Dor abdominal superior;
• Diarreia;
• Obstipação, flatulência;
• Cefaleias;
• Prurido, erupção cutânea;
Dossier Terapêutico
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• Aumento das enzimas hepáticas.
Cuidados de Enfermagem:
• Antes do tratamento, deve-se excluir a possibilidade de malignidade da úlcera gástrica
ou doença maligna e originar desta forma, um atraso no diagnóstico;
• O diagnóstico de esofagite de refluxo deve ser confirmado por endoscopia.
Dossier Terapêutico
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PARACETAMOL
Nome Comercial:
• Ben-U-Ron®
Vias de Administração:
• PO;
• EV.
Propriedades do Fármaco:
• Analgésico;
• Antipirético;
• Inibe a síntese das prostaglandinas que podem servir como mediadores da dor e da
febre, primariamente no SNC.
Situações em que está indicado:
• Cirurgia, principalmente no pós-operatório em Oncologia;
• Tratamento sintomático de situações clínicas que requerem um antipirético e/ou
analgésico, tais como:
- Estados febris; - Estados dolorosos;
- Hipertermia infecciosa; - Cefaleias;
- Otalgias; - Nevralgias;
- Entre outras.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao Paracetamol ou a qualquer um dos excipientes deste
medicamento;
• Insuficiência renal severa;
• Doença hepática grave.
Dossier Terapêutico
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Efeitos Secundários:
• Reacções de hipersensibilidade, manifestadas por:
- Rash cutâneo;
- Eritema;
- Urticária.
• Casos muito raros:
- Trombocitopenia; - Hemorragias;
- Mal-estar; - Anemia hemolítica;
- Hipotensão postural; - Neutropenia;
- Disúria; - Febre;
- Oligúria; - Hipoglicémia;
- Hemoglobinúria; - Icterícia.
Cuidados de Enfermagem:
• Não usar doses maiores que as recomendadas, nem durante mais de 3 dias, nem em
crianças com menos de 12 anos, a não ser por expressa indicação do médico;
• A fim de evitar eventuais interacções entre diferentes medicamentos é necessário
assinalar sistematicamente qualquer outro tratamento em curso, ao seu médico.
Dossier Terapêutico
82
PENTOXIFILINA
Nome Comercial:
• Trental®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Vasodilatador.
Situações em que está indicado:
• Doenças oclusivas arteriais periféricas e distúrbios artério-venosos de natureza
aterosclerótica ou diabética, distúrbios tróficos (úlceras nas pernas e gangrena);
• Alterações circulatórias cerebrais, estados isquêmicos e pós-apopléticos;
• Distúrbios circulatórios do olho ou ouvido interno, associados a processos vasculares
degenerativos e a comprometimento da visão ou audição.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco, hemorragias maciças, hemorragia retiniana extensa.
Efeitos Secundários:
• Rubor facial com sensação de calor, sensação de pressão gástrica;
• Náuseas, vómitos, diarreia, taquicardia, cefaleias, distúrbios do sono.
Cuidados de Enfermagem:
• É necessária uma cuidadosa monitorização médica em utentes com: arritmia cardíaca
severa; enfarte agudo do miocárdio; pressão sanguínea baixa (hipotensão);
comprometimento da função renal, comprometimento severo da função hepática e
tendência aumentada a hemorragias devido, por exemplo, ao uso de medicamento
anticoagulantes ou distúrbios na coagulação.
Dossier Terapêutico
83
PERINDOPRIL
Nome Comercial:
• Coversyl®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-hipertensor.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da HTA;
• Tratamento da Insuficiência cardíaca congestiva.
Contra-indicações:
• Estenose da artéria renal;
• Gravidez;
• Hipersensibilidade.
Efeitos Secundários:
• Hipotensão arterial;
• Palpitações, taquicardia;
• Tosse;
• Reacções alérgicas.
Cuidados de Enfermagem:
• Devem ser usados com precaução na Insuficiência hepática (especialmente os pró-
farmacos) e na Insuficiência renal;
• O seu uso deve ser evitado na lactação.
Dossier Terapêutico
84
PROPANOLOL
Nome Comercial:
• Propanolol®
Vias de Administração:
• PO;
• IV.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-hipertensor.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da HTA:
• Na angina pectoris;
• Arritmias cardíacas;
• Feocromocitose.
Contra-indicações:
• Choque cardiogénico;
• Bradicardia sinusal;
• Asma brônquica;
• Insuficiência Cardíaca Congestiva;
• Diabetes;
• Gravidez e lactação.
Efeitos Secundários:
• Cardiovasculares: bradicardia, insuficiência cardíaca congestiva, intensificação do
bloqueio atrioventricular, hipotensão, parestesias de mãos, púrpura trombocitopénica;
Dossier Terapêutico
85
• Sistema Nervoso Central: depressão mental manifestada por insónia, lassidão,
fraqueza, fadiga, depressão mental reversível progredindo para catatonia, distúrbios
visuais, sonhos vividos;
• Gastrointestinais: náusea, vómito dor epigástrica, cólica abdominal, diarreia,
constipação, trombose arterial mesentérica, colite isquémica;
• Alérgicas: faringite, agranulocitose, erupção cutânea, febre associada a dor inflamação
na garganta;
• Respiratória: broncoespasmo e dificuldade em respirar;
• Hematológicas: agranulocitose, púrpura não trombocitopenica;
• Auto-imune: em casos extremamente raros, lúpus eritematoso.
Cuidados de Enfermagem:
• Propranolol deve ser utilizado com cuidado em utentes com diminuição da função do
fígado e dos rins;
• Como a maioria dos medicamentos, o cloridrato de propranolol pode ser excretado no
leite materno, portanto, deve ser utilizado somente sob orientação médica por
mulheres que estejam a amamentar.
Dossier Terapêutico
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POLIVITAMINICO
Nome Comercial:
• Varimine®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Complexo vitamínico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da deficiência vitamínica.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade.
Efeitos Secundários:
• Agitação;
• Astenia;
• Dificuldade respiratória;
• Colapso vascular;
• Hipotensão.
Cuidados de Enfermagem:
• Monitorizar os sinais e sintomas de deficiência vitamínica;
• Monitorizar o estado nutritivo do utente.
Dossier Terapêutico
87
RANITIDINA
Nome Comercial:
• Ranitidina®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antiulceroso;
• Inibidor da secreção gástrica de ácido.
Situações em que está indicado:
• Tratamento de pequena duração de úlceras duodenais activas e úlceras gástricas
benignas;
• Profilaxia de úlceras duodenais (com doses baixas);
• Tratamento da doença de refluxo gastroesofágico;
• Tratamento de estados de hipersecreção gástrica (Síndrome Zollinger-Ellison);
• Prevenção e tratamento de hemorragias gastrointestinais superiores, induzidas pelo
stress em utentes em estado critico.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Pode ocorrer sensibilidade cruzada;
• Algumas soluções orais contêm álcool e deverão ser evitados em utentes com
intolerância conhecida;
• Gravidez ou lactação.
Efeitos Secundários:
• SNC: confusão, tonturas, cefaleias, sonolência e alucinações;
• Sistema cardiovascular: arritmias;
Dossier Terapêutico
88
• Sistema GI: alterações do paladar, obstipação, fezes escuras, diarreia, náuseas;
• Sistema Genito-Urinário: impotência, diminuição da contagem de espermatozóides;
• Sistema Endócrino: ginecomastia;
• Sistema Hematológico: agranulocitose, anemia aplástica, neutropenia,
trombocitopenia, anemia;
• Local: dor no local de administração IM.
Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar a dor abdominal ou epigástrica e sangue oculto nas fezes, eméses, ou
aspiração gástrica;
• Avaliar rotineiramente o estado de confusão nos idosos e nos doentes debilitados.
Dossier Terapêutico
89
SERENOA REPENS
Nome Comercial:
• Permixon®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Medicamento usado na retenção urinária.
Situações em que está indicado:
• Tratamento dos transtornos funcionais da hiperplasia benigna da próstata (noctúria,
sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, diminuição da força de jacto
urinário).
Contra-indicações:
• Desordens epigástricas graves pré-existentes.
Efeitos Secundários:
• Epigastralgia, diarreia, alterações do paladar (gosto amargo), urticária e náuseas.
Cuidados de Enfermagem:
• Recomenda-se não ingerir o fármaco com o estômago vazio.
Dossier Terapêutico
90
SINVASTATINA
Nome Comercial:
• Lipaz®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antidislipidémicos.
Situações em que está indicado:
• Hipercolesterolémia e prevenção cardiovascular.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade à sinvastatina ou a qualquer um dos excipientes, doença hepática
activa ou elevações persistentes e sem explicação das transaminases séricas e
administração concomitante de inibidores potentes do CYP3A4.
Efeitos Secundários:
• Raros: anemia, cefaleia, parestesias, tonturas, neuropatia periférica, obstipação, dor
abdominal, flatulência, dispepsia, diarreia, náuseas, vómitos, pacreatite,
hepatite/icterícia, exantema, prurido, alopécia, miopatia, cãibras e astenia.
Cuidados de Enfermagem:
• Informe seu médico sobre quaisquer problemas de saúde que tenha, inclusive alergias;
• Informe seu médico se consumir quantidades consideráveis de bebidas alcoólicas ou já
teve doença(s) do fígado;
• Este medicamento contém corantes que podem eventualmente, causar reacções
alérgicas.
Dossier Terapêutico
91
TANSULOSINA
Nome Comercial:
• Omnic®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Medicamento usado na retenção urinária (reduz a tensão da musculatura da próstata e
da uretra, e desse modo, promove o aumento do fluxo urinário).
Situações em que está indicado:
• HBP.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade a um princípio activo ou a uma classe de princípios activos.
Efeitos Secundários:
• Tonturas, fraqueza, cefaleias;
• Ejaculação anormal;
• Palpitações;
• Rinite;
• Náuseas, vómitos, obstipação;
• Reacções alérgicas.
Cuidados de Enfermagem:
• Este fármaco pode provocar a diminuição da pressão arterial que, em casos raros, pode
levar a falha da circulação. Utentes que já apresentaram pressão baixa ao se levantar
podem ser mais propensos a terem falha da circulação. Aos primeiros sinais de pressão
Dossier Terapêutico
92
baixa ao se levantar como tontura e fraqueza, deverá sentar-se ou deitar-se até o
desaparecimento dos sintomas;
• Utentes com insuficiência renal ou hepática grave devem ser tratados com cautela;
• Muito raramente pode ocorrer priapismo que é a erecção persistente e dolorosa do
pénis não relacionada à actividade sexual. Contactar o médico se tais reacções
ocorrerem.
Dossier Terapêutico
93
TICLOPIDINA
Nome Comercial:
• Ticlodix®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-agregante plaquetário.
Situações em que está indicado:
• Redução do risco de ocorrência e recorrência de um acidente vascular cerebral;
• Prevenção dos acidentes isquémicos, em especial coronários, em utentes com
arteriopatia dos membros inferiores no estádio de claudicação intermitente;
• Prevenção e correcção das alterações da função plaquetária induzidas pelos circuitos
extracorporais;
• Prevenção das oclusões subagudas após implante de STENT coronário.
Contra-indicações:
• Diátese hemorrágica;
• Lesões orgânicas com potencial hemorrágico;
• Hemopatias envolvendo um aumento do tempo de hemorragia;
• Antecedentes de manifestações alérgicas à ticlopidina;
• Antecedentes de leucopénia, trombocitopénia ou agranulocitose;
• Existência de alterações hematopoiéticas tais como neutropénia e trombocitopénia ou
antecedentes de púrpura trombocitopénica trombótica.
Dossier Terapêutico
94
Efeitos Secundários:
• Náuseas, anorexia, vómitos, dor epigástrica e diarreia;
• Exantema do tipo maculopapular ou urticariforme;
• Hepatite;
• Reacções alérgicas, anafilaxia;
• Neutropénia e trombocitopénia.
Cuidados de Enfermagem:
• Não sendo possível prever com segurança o aparecimento de reacções adversas
hematológicas, é necessário uma monitorização hematológica e clínica durante os
primeiros três meses de tratamento para PTT;
• A terapêutica com Ticlopidina deve ser imediatamente interrompida assim que seja
observada qualquer evidência de discrasia sanguínea.
Dossier Terapêutico
95
TRAMADOL
Nome Comercial:
• Tramal®
Vias de Administração:
• PO;
• EV;
• SC.
Propriedades do Fármaco:
• Analgésico de acção central.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da dor moderada e intensa.
Contra-indicações:
• Intoxicações agudas pelo álcool, hipnóticos, analgésicos e outros fármacos activos
sobre o SNC;
• Utentes com antecedentes de epilepsia devem ser cuidadosamente vigiados durante o
tratamento com Tramadol;
• Tramadol, não deve ser utilizado na síndrome de abstinência dos narcóticos.
Efeitos Secundários:
- Boca seca; - Tonturas;
- Vertigens; - Vómitos;
- Cefaleias; - Dor abdominal;
- Sonolência; - Prurido;
- Náuseas; - Sudorese;
- Obstipação.
Dossier Terapêutico
96
Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar o tipo, a localização e a intensidade da dor, antes e 2-3h após a administração;
• Monitorizar a pressão sanguínea e a frequência respiratória;
• Monitorizar frequentemente a função intestinal;
• Avaliar os antecedentes sobre o uso de analgésicos;
• O uso prolongado pode levar a dependência física e psicológica.
Dossier Terapêutico
97
TRIMETAZIDINA
Nome Comercial:
• Trimetazidina®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antianginoso.
Situações em que está indicado:
• Tratamento profiláctico da crise de angina de peito;
• Afecções vasculares corio-retinianas;
• Vertigens de origem vascular, vertigens de Menière e acúfenos.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes;
Efeitos Secundários:
• Alterações gastrointestinais leves, náuseas e vómitos.
Cuidados de Enfermagem:
• Deve-se ter em atenção que podem existir reacções alérgicas associadas aos
componentes deste medicamento.
Dossier Terapêutico
98
3. SISTEMA NERVOSO CENTRAL
3.1 Antiparkinsónicos
O Parkinsonismo é a síndrome que pode ser determinado pela doença de Parkinson idiopática
ou por outros distúrbios cuja caracterização transcende o âmbito deste dossier. É importante
salientar que a grande diferença entre a doença de Parkinson e outros parkinsonismos é a
possibilidade de naquela os sintomas poderem ser razoavelmente controlados com
medicamentos e no caso dos parkinsonismos os sintomas serem total ou parcialmente
resistentes à medicação. A resposta dos sintomas de parkinsonismo à terapêutica
dopaminomimética constitui mesmo uma prova diagnóstica, isto é, se há uma resposta
positiva com a levodopa o diagnóstico de doença de Parkinson idiopática é mais provável.
Tradicionalmente, de acordo com uma visão simplista mas útil da fisiopatologia da doença de
Parkinson, dividiam-se os medicamentos utilizados no seu tratamento em anticolinérgicos e
dopaminomiméticos.
3.1.1 Anticolinérgicos
Actualmente a sua utilização é limitada mas pertinente nalguns casos (por exemplo, quando
há predomínio de tremor). As limitações resultam essencialmente do perfil de segurança
destes medicamentos determinar uma má tolerabilidade, quer pela interferência a nível dos
processos mnésicos, quer pela capacidade de induzir quadros confusionais, quer por outros
sintomas e sinais, previsíveis pela interferência no sistema nervoso autónomo.
Ainda se verifica a prática desadequada de prescrever profilaticamente um anticolinérgico
quando se prescreve um antipsicótico antagonista da dopamina (neuroléptico). Este uso é
vivamente desaconselhado por aumentar o risco de reacções adversas e não permitir a melhor
titulação do antipsicótico mais adequado para o doente individual.
Ocasionalmente estes medicamentos são utilizados por toxicodependentes para indução de
euforia e experiências psicadélicas.
Dossier Terapêutico
99
BIPERIDENO
Nome Comercial:
• Akineton®.
Vias de Administração:
• PO;
• IM;
• EV.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-parkinsónico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento complementar de todas as formas de doença de Parkinson, incluindo os
efeitos extra-piramidais induzidos por fármacos e reacções distónicas graves.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco;
• Glaucoma de ângulo estreito;
• Obstrução intestinal;
• Megacólon;
• Discinésia tardia.
Efeitos Secundários:
• Confusão, alucinações;
• Fraqueza;
• Cefaleias, depressão;
• Tonturas;
• Olhos secos, visão turva;
• Midríase;
Dossier Terapêutico
100
• Taquicardia;
• Arritmias, palpitações;
• Obstipação, retenção urinária;
• Náuseas e boca seca.
Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar os sintomas parkinsónicos e extra-piramidais;
• Avaliar a função intestinal diariamente. Verificar a existência de obstipação, dores
abdominais, distensão ou ausência de sons intestinais;
• Monitorizar as taxas de ingestão e de eliminação e avaliar a existência de retenção
urinária;
• Após a administração parentérica, monitorizar cuidadosamente o pulso e a pressão
arterial;
• O utente deve permanecer deitado, uma hora após a administração do fármaco;
• Os utentes mentais estão em risco de desenvolver sintomas exagerados das suas
perturbações durante o início da terapêutica. Suspender o fármaco e avisar o médico se
ocorrerem alterações significativas do comportamento.
Dossier Terapêutico
101
SELEGILINA
Nome Comercial:
• Selegilina®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antiparkinsónico.
Situações em que está indicado:
• Doença de Parkinson em monoterapia ou em combinação com outros fármacos.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Utentes que recebem meperidina ou outros opióides.
Efeitos Secundários:
• Náuseas, enjoos;
• Fraqueza, dor abdominal;
• Confusão e alucinação;
• Boca seca e discinésias.
Cuidados de Enfermagem:
• Depois do início do tratamento observa-se aumento dos efeitos adversos da levodopa,
o que obriga a redução da dose dessa última. Recomenda-se não superar a dose diária
de 10mg para evitar o risco da aparição de efeitos decorrentes da inibição da MAO;
• O risco/benefício deve ser avaliado durante a gravidez. O aleitamento deve ser
suspenso. A segurança e a eficácia em crianças não foram ainda estabelecidas.
Dossier Terapêutico
102
TRIHEXIFENIDILO
Nome Comercial:
• Artane®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antiparkinsónico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento coadjuvante na síndrome parkinsónico devido a causas diversas, incluindo
parkinsonismo induzido por fármacos.
Contra-indicações:
• Recomenda-se uma vigilância médica frequente a todos os utentes com dificuldades
na micção, aumento do volume da próstata, glaucoma e hipersensibilidade aos
anticolinérgicos.
Efeitos Secundários:
- Tonturas; - Midriase;
- Nervosismo; - Boca seca;
- Sonolência; - Náuseas;
- Astenia; - Disuria;
- Visão turva; - Retenção urinária.
Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar os sintomas extrapiramidais e de parkinsonismo (incapacidade de permanecer
imóvel, rigidez, tremores, movimentos do tipo “fazer rolar um comprimido entre os
dedos”, mascara facial, postura abatida, espasmos musculares, perda do equilíbrio);
Dossier Terapêutico
103
• Monitorizar o balanço hídrico e aparecimento de retenção urinária (disuria, distensão
abdominal, evacuação pouco frequente e em pequenas quantidades);
• Os utentes que sofrem de doença mental estão em risco de desenvolver sintomas
excessivos da própria doença no início da terapêutica;
• Deve ser administrado antes ou depois das refeições, de acordo com a reacção do
utente.
Dossier Terapêutico
104
3.1.2 Dopaminomiméticos
A revolução no tratamento da doença de Parkinson aconteceu com a introdução da levodopa,
que ainda hoje é o medicamento mais eficaz no controlo dos sintomas de Parkinsonismo.
Inicialmente a utilidade da levodopa estava limitada pelo espectro florido de reacções
adversas periféricas que induzia, mas a associação da levodopa a um inibidor da
descarboxilase dos aminoácidos (carbidopa ou benzerazida) praticamente abole esse tipo de
reacções adversas.
Apesar de ser o medicamento mais
eficaz no tratamento dos sintomas, a utilização crónica da levodopa no contexto da doença de
Parkinson está associada ao desenvolvimento de flutuações motoras e movimentos
involuntários, o que tem determinado a defesa de várias estratégias para minimizar a
exposição dos utentes a estes inconvenientes.
CARVIDOPA/LEVODOPA
Nome Comercial:
• Sinemet®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antiparkinsónico.
Situações em que está indicado:
• Doença de Parkinson idiopática;
• Parkinsonismo pós-encefalítico;
• Parkinsonismo sintomático (intoxicação por monóxido de carbono ou manganésio);
Dossier Terapêutico
105
• Utente com doença de Parkinson ou Parkinsonismo que estejam a tomar preparados
vitamínicos que contenham piridoxina.
Contra-indicações:
- Asma brônquica; - Enfisema;
- Hipersensibilidade a qualquer um dos componentes;
- Glaucoma de ângulo fechado; - Melanoma maligno;
- Falência renal ou hepática grave; - Úlcera péptica;
- Patologia psiquiátrica; - Enfarte do miocárdio com arritmias associadas;
- Doenças endócrinas.
Efeitos Secundários:
- Movimentos involuntários coreiformes ou distónicos;
- Alterações psiquiátricas; - Ansiedade;
- Sonhos perturbantes; - Euforia;
- Fadiga; - Depressão;
- Hipotensão Ortostática; - Arritmias cardíacas;
- Flebites; - Blefarospasmo;
- Visão turva; - Diplopia;
- Midríase ou miose; - Crises oculogiras;
- Salivação excessiva; - Xerostomia;
- Náuseas; - Vómitos;
- Alteração do gosto; - Perda de peso;
- Diarreia; - Dores abdominais;
- Frequência ou retenção urinária; - Incontinência urinária;
- Priapismo; - Anemia hemolítica;
- Trombocitopenia; - Leucopenia;
- Agranulocitose; - Hepatotoxicidade.
Cuidados de Enfermagem:
Dossier Terapêutico
106
• Monitorizar os sintomas parkinsónicos e extrapiramidais (acinésia, rigidez, tremores,
máscara facial, alterações da marcha, espasmos musculares, movimentos torcionais,
salivação) antes e durante a terapêutica;
• Monitorizar frequentemente a TA, no decorrer da terapêutica;
• Informar o utente que deve permanecer deitado durante umas horas devido à
hipotensão que pode causar;
• Avisar o utente para informar o profissional de saúde dos seguintes sintomas:
confusão, erupção cutânea, retenção urinária, obstipação grave, alterações visuais ou
agravamento dos sintomas da doença de Parkinson;
• Avisar o utente que a terapêutica pode causar sonolência e tonturas e aconselhá-lo a
evitar conduzir ou outras actividades que requeiram vigilância até que a resposta do
fármaco seja conhecida;
• Avisar o utente para mudar de posição lentamente para minimizar o risco de
hipotensão ortostática;
• Ensinar o utente a fazer uma boa higiene oral, para aliviar a secura da boca e fazer
exercício físico para prevenir e diminuir a obstipação.
Dossier Terapêutico
107
3.2 Antiepilépticos e anticonvulsivantes
A epilepsia é uma doença polimórfica que se caracteriza pela recorrência periódica de códica
de crises epilépticas com ou sem convulsões.
Os mecanismos fisiológicos das crises epilépticas ainda não foram completamente
esclarecidos. No entanto, sabe-se que a génese das crises epilépticas está relacionada com a
instabilidade eléctrica das membranas celulares de um ou mais neurónios. A causa do
aumento da condutividade da membrana tem sido atribuída a diferentes mecanismos
moleculares, todos passíveis de modificação farmacológica, nomeadamente: alterações da
condutividade do potássio, defeito nos canais de cálcio dependentes da voltagem ou uma
deficiência nas ATPases membranares necessárias ao transporte iónico.
Existem vários grupos de medicamentos eficazes no controlo de diferentes formas de
epilepsia. A eficácia da terapêutica antiepiléptica depende em parte do tipo de crises. Alguns
medicamentos estão indicados apenas num tipo de crise e não noutros, podendo mesmo
agravá-los.
Os mecanismos de acção dos medicamentos antiepilépticos podem ser sistematizados em 3
categorias principais. Os medicamentos eficazes no controlo das crises mais comuns, isto é, as
parciais e as generalizadas tónico-clónicas, actuam quer por promover o estado inactivado dos
canais de sódio, quer por potenciar a transmissão inibitória mediada pelo ácido gama-
aminobutírico (GABA). Os medicamentos úteis no controlo das crises menos frequentes,
como é o caso das ausências, interferem com os canais de cálcio dependentes da voltagem, de
tipo T.
O conjunto dos medicamentos antiepilépticos divide-se nos seguintes grupos:
3.2.1 Barbitúricos
ÁCIDO VALPRÓICO
Nome Comercial:
• Depakine®
Vias de Administração:
Dossier Terapêutico
108
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antiepiléptico;
• Anticonvulsivante.
Situações em que está indicado:
• Na epilepsia: em monoterapia ou como terapêutica adjuvante no tratamento de crises
parciais complexas, ausências ou crises de tipo misto.
• Acção sobre o humor nas psicoses maníaco-depressivas;
• Pode ser útil na profilaxia da enxaqueca.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco;
• Doença hepática ou disfunção hepática significativa.
Efeitos Secundários:
• Hepatotoxicidade;
• Náuseas;
• Vómitos;
• Trombocitopenia.
Cuidados de Enfermagem:
• O álcool e outros depressores do SNC potenciam os efeitos depressores; outros
anticonvulsivantes e os barbitúricos sofrem aumento dos seus níveis plasmáticos com
risco de toxicidade;
• Com o ácido acetilsalicílico, dipiridamol e varfina há risco de hemorragia; com
clonazepam podem precipitar-se crises de ausências;
• Os salicilatos e a cimetidina podem aumentar os níveis de ácido valpróico; a
colestiramina reduz a absorção.
Dossier Terapêutico
109
CARBAMAZEPINA
Nome Comercial:
• Tegretol®.
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-convulsivo;
• Anti-epiléptico;
• Anti-espasmódico.
Situações em que está indicado:
• Epilepsia;
• Co-adjuvante de fármacos destinados ao tratamento do pequeno mal;
• Nevralgias do nervo trigémio (V par craniano), e do glossofaríngeo (IX par craniano);
• Convulsões.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco;
• Depressão da medula óssea;
• Gravidez;
• Doença cardíaca;
• Doença hepática.
Efeitos Secundários:
• Diplopia e cefaleias contínuas;
• Aumento da frequência das crises convulsivas;
• Sonolência e debilidade;
• Náuseas, vómitos e ataxia;
Dossier Terapêutico
110
• Estimula a libertação da hormona anti-diurética;
• Acção anti-colinérgica; anti-depressiva e inibidora da transmissão neuromuscular e
anti-arritmica;
• Leucopenia, púrpura, anemia aplástica, agranulocitose e trombocitopenia (podem
originar maior incidência de infecções bacterianas, hemorragias gengivais e aumento
do tempo de sangria);
• Reacção alérgica e síndrome de Stevens-Johnson;
• Dermatite esfoliativa, fotossensibilidade, alteração da pigmentação cutânea e lúpus
eritematoso sistémico.
Cuidados de Enfermagem:
• Explicação ao utente que sinais e sintomas poderão eventualmente surgir e a
necessidade de os comunicar aos enfermeiros;
• Vigilância do aparecimento de efeitos secundários;
• Vigilância dos sinais vitais;
• Realizar exames hematológicos, frequentemente durante e pelo menos dois anos
depois de suspender a terapia;
• Não administrar a indivíduos com: hipersensibilidade à carbamazepina, bloqueio
aurículo ventricular e antecedentes de depressão da medula óssea;
• Deve-se avaliar a relação risco-beneficio em caso de: diabetes mellitus, glaucoma,
disfunção hepática e renal, gravidez e amamentação;
• Suspender o uso e consultar o médico em caso de aparecimento de erupções cutâneas,
febre ou dor de garganta:
• A sua associação com o Paracetamol pode aumentar o risco de hepatotoxicidade,
diminuindo os seus efeitos terapêuticos;
• Usado em simultâneo com antidepressivos tricíclicos, haloperidol, loxapina,
fenotiazidas ou tioxantenas, potencia os efeitos de depressores do sistema nervoso
central.
Dossier Terapêutico
111
FENOBARBITAL
Nome Comercial:
• Hidantina®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antiepilético.
Situações em que está indicado:
• Epilepsia;
• Anti-hiperbilirrubinémico;
• Sedativo/hipnótico.
Contra-indicações:
• Utentes que sofram de doença renal ou hepática grave, doenças hematológicas
hereditárias; depressão respiratória grave;
• Hipersensibilidade ao fármaco.
• Intolerância ao álcool (injectável e em solução oral);
• Bradicardia sinusal, bloqueio sinoauricular, bloqueio cardíaco do 2º e 3º grau ou
síndrome de Stokes-Adams.
Efeitos Secundários:
• Sonolência;
• Depressão respiratória (respiração lenta e superficial);
• Excitação;
• Confusão;
• Alterações hematológicas (do sangue);
• Hiperactividade;
Dossier Terapêutico
112
• Alterações do comportamento;
• Ataxia (movimentos descoordenados e tremores);
• Nistagmo (movimento rápido involuntário e conjugado dos olhos);
• Humor deprimido;
• Reacções alérgicas cutâneas (da pele).
Cuidados de Enfermagem:
•• O fenobarbital não deve ser descontinuado bruscamente pois tal pode resultar em
insónia, ansiedade, tonturas, náuseas, delírio e convulsões;
•• Deve evitar-se o consumo de bebidas alcoólicas simultaneamente com este
medicamento. Pode causar sonolência pelo que deve evitar conduzir ou operar com
máquinas até saber qual o efeito que tem em si.
•• Deve ser usado com precaução em: crianças, idosos, insuficiência renal, insuficiência
hepática, diabetes mellitus, asma, anemia grave, depressão respiratória,
hiperactividade, história de abuso de álcool ou drogas.
Dossier Terapêutico
113
3.2.2 Benzodiazepinas
As benzodiazepinas actuam selectivamente em vias polissinápticas do SNC. Os mecanismos e
os locais de acção precisos não estão ainda totalmente esclarecidos. O receptor das
benzodiazepinas, situado na estrutura de um dos receptores do GABA designado por GABA
A, está bem caracterizado e sabe-se que as benzodiazepinas modulam a acção do próprio
GABA, promovendo a hiperpolarização das células onde actuam, por favorecer a abertura do
canal de cloro.
As benzodiazepinas distinguem-se entre si, essencialmente, pelas suas propriedades
farmacocinéticas. Do ponto de vista farmacodinâmico ainda não é possível fazer distinções
sistemáticas, embora só para algumas esteja comprovada a acção antiepiléptica. Deve-se
notar, no entanto, que numa perspectiva pragmática as benzodiazepinas distinguem-se entre
hipnóticas e ansiolíticas. Esta distinção é de alguma forma artificial na medida em que todas
são ansiolíticas e que todas podem modificar o sono desde que se atinjam doses eficazes. O
que as distingue, contudo, é que as benzodiazepinas ditas hipnóticas são fármacos potentes
que podem por isso modificar as condições do sono em doses relativamente baixas, enquanto
que as benzodiazepinas ditas ansiolíticas são menos potentes, o que permite a existência de
uma "janela terapêutica" em que é possível obter uma acção ansiolítica sem interferir
significativamente com o sono.
É importante notar que todas as benzodiazepinas podem induzir tolerância, dependência física
e psíquica. As benzodiazepinas de curta duração de acção são as que têm maior potencial de
induzir dependência. Por outro lado, a tolerância para os efeitos hipnóticos das
benzodiazepinas desenvolve-se rapidamente, pelo que os tratamentos que têm como objectivo
o tratamento da insónia devem ser de curta duração.
BUSPIRONA
Nome Comercial:
• Ansiten®;
• Busansil®;
• Buscalma®;
Dossier Terapêutico
114
• Buspar®.
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Ansiolitico;
• Sedativo/Hipnótico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da ansiedade.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco;
• Utente com insuficiência hepática;
• Utente com insuficiência renal grave.
Efeitos Secundários:
• Sistema Nervoso Central:
- Tonturas; - Parestesias;
- Insónias; - Sonolência;
- Nervosismo; - Fadiga e fraqueza;
- Excitação; - Diminuição da concentração;
- Alterações do humor; - Cefaleias;
- Alteração da personalidade.
• Sistema Gastrointestinal:
- Garganta dorida; - Diarreia;
- Alteração do paladar; - Obstipação;
- Boca seca; - Vómitos;
- Náuseas ligeiras; - Dores abdominais;
- Afrontamentos.
Dossier Terapêutico
115
• Sistema Urinário:
- Frequência urinária;
- Disúria;
- Alterações da libido.
• Dermatológicas:
- Erupções; - Hematomas;
- Prurido; - Queda do cabelo;
- Edema; - Pele seca;
- Ruborizações; - Rash cutâneo.
• Sistema Cardiovascular:
- Taquicardia;
- Palpitações;
- Hiperventilação.
Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar o grau e as manifestações de ansiedade antes e periodicamente durante a
terapêutica;
• A Buspirona não parece causar dependência ou tolerância física ou psicológica.
Contudo, os utentes com história de abuso de medicamentos devem ser avaliados
quanto à tolerância e à dependência, devendo ter acesso restrito aos fármacos.
Dossier Terapêutico
116
CLONAZEPAM
Nome Comercial:
• Rivotril®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anticonvulsivante;
• Ansiolitico.
Situações em que está indicado:
• Está indicado isoladamente ou como adjuvante no tratamento das crises epilépticas
mioclônicas, acinéticas, ausências típicas, ausências atípicas (síndrome de Lennox-
Gastaut);
• Espasmos infantis (síndrome de West);
• Em crises epilépticas clônicas (grande mal), parciais simples, parciais complexas e
tonicoclônica generalizadas secundárias;
• Tratamento do distúrbio do pânico com ou sem agorafobia;
• Psicoses agudas e crónicas, particularmente quando acompanhadas por aumento da
actividade psicomotora.
Contra-indicações:
• Não deve ser usado por utentes com história de sensibilidade às benzodiazepinas, nem
em utentes com evidência significativa clínica ou bioquímica de doenças hepáticas.
Pode ser usado em utentes com glaucoma de ângulo aberto quando estão recebendo
terapia apropriada, mas é contra-indicado em glaucoma agudo de ângulo fechado.
Efeitos Secundários:
Dossier Terapêutico
117
• SNC: sonolência, ataxia, movimentos anormais dos olhos, afonia, movimentos
coreiformes, coma, diplopia, disartria, disdiadococinesia, aparência de olho-vítreo,
enxaqueca, hemiparesia, hipotonia, nistagmo, depressão respiratória, fala mal
articulada, tremor, vertigem. Psiquiátrico: Confusão, depressão, amnésia, alucinações,
histeria, libido aumentada, insónia, psicose, tentativa de suicídio;
• Sistema Respiratório: congestão pulmonar, rinorreia, respiração ofegante,
hipersecreção nas vias respiratórias superiores;
• Sistema Cardiovascular: palpitações;
• Dermatológico: perda de cabelo, hirsutismo, erupção cutânea, edema facial e do
tornozelo;
• Sistema Gastrointestinal: anorexia, língua saburrosa, constipação, diarreia, boca seca,
encoprese, gastrite, hepatomegalia, apetite aumentado, náusea, gengivas doloridas;
• Tracto genito-urinário: disúria, enurese, noctúria, retenção urinária;
• Sistema Musculo-esquelético: fraqueza muscular, dores.
• Diversos: desidratação, deterioração geral, febre, linfadenopatia, ganho ou perda de
peso;
• Hematopoético: anemia, leucopenia, trombocitopenia, eosinofilia;
• Hepático: elevações temporárias das transaminases séricas e da fosfatase alcalina.
Cuidados de Enfermagem:
• Considerando que Rivotril® causa depressão do SNC, os utentes que estão recebendo
este fármaco devem ser advertidos quanto a não realizarem ocupações perigosas que
requerem agilidade mental, como operar máquinas ou dirigir veículos;
• Também devem ser advertidos sobre o uso concomitante de álcool ou outras drogas
depressoras do SNC durante a terapia com Rivotril®.
Dossier Terapêutico
118
DIAZEPAM
Nome Comercial:
• Valium®
Vias de Administração:
• PO;
• IV;
• IM;
• Rectal.
Propriedades do Fármaco:
• Anticonvulsivante (benzodiazepina);
• Ansiolítico, sedativo/hipnótico (benzodiazepina);
• Relaxante musculo-esquelético (acção central).
Situações em que está indicado:
• Complemento no tratamento de ansiedade;
• Sedação;
• Tratamento de estados epilépticos;
• Relaxante musculo-esquelético;
• Tratamento dos sintomas da síndrome de privação alcoólica.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Utentes comatosos;
• Preexistência de depressão do SNC;
• Dor grave não controlada;
• Glaucoma de ângulo estreito;
• Gravidez e lactação;
Dossier Terapêutico
119
• Intolerância conhecida ao álcool ou ao propilenoglicol ou tartrazina (apenas
injecções);
• Disfunção hepática;
• Insuficiência renal grave;
• Utentes com tendências suicidas ou dependentes de drogas;
• Utentes idosos ou debilitados (necessária a redução de posologia).
Efeitos Secundários:
• Frequentes: Sonolência, tontura e letargia.
• Outros: Incoordenação motora, alterações gastrointestinais (obstipação, diarreia,
vómitos, e alteração do apetite); depressão; alterações visuais e irregularidades
cardiovasculares; alteração da memória, confusão, depressão e vertigem.
Cuidados de Enfermagem:
• O Diazepam tem interacção com o álcool, anti-depressivos, anti-histaminicos, o uso
concomitante com estes fármacos provoca depressão aditiva do SNC. A cimetidina,
contraceptivos orais, fluoxetina, cetoconazol, propanolol ou ácido valpróico podem
diminuir o metabolismo do diazepam, potenciando as suas acções;
• Durante a administração do fármaco por via endovenosa, deve-se monitorizar a
pressão arterial, a frequência cardíaca e respiratória;
• O utente só deve ter acesso às doses necessárias porque a terapêutica prolongada com
doses elevadas, provoca dependência física e/ou psicológica;
• Avaliar as tendências suicidas, o estado depressivo e o nível de sedação, antes e
durante o tratamento;
• Quando usado como anticonvulsivante deve-se observar e anotar a intensidade e
duração da crise convulsiva;
• Quando se utilizar a via IM, deve-se introduzir a agulha na totalidade no músculo,
para se atingir o máximo de absorção, visto que a absorção nesta via é irregular;
• Aconselhar o utente a não conduzir, nem manusear máquinas porque o fármaco
provoca sonolência, movimentos descoordenados ou falta de estabilidade;
• Prevenir/informar o utente que não deve ingerir bebidas alcoólicas, nem outros
depressores do SNC.
Dossier Terapêutico
120
LORAZEPAM
Nome Comercial:
• Lorenin®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Sedativo/hipnótico;
• Ansiolitico;
• Anticonvulsivante.
Situações em que está indicado:
• Adjuvante no tratamento da ansiedade ou de insónias;
• Produz sedação pré-operatória;
• Alivia a ansiedade pré-operatória e proporciona amnésia.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Pode acontecer sensibilidade cruzada com outras benzodiazepinas;
• Utentes comatosos ou aqueles com depressão do SNC pré-existente;
• Dor grave incontrolável;
• Glaucoma de ângulo estreito;
• Gravidez e lactação.
Efeitos Secundários:
• Tonturas;
• Sonolência;
• Letargia;
• Depressão respiratória;
Dossier Terapêutico
121
• Náuseas;
• Vómitos;
• Diarreia;
• Obstipação;
• Erupções.
Cuidados de Enfermagem:
• A terapêutica prolongada com doses elevadas pode levar à dependência física ou
psicológica. O utente só deve de ter à sua disposição quantidades pequenas de
fármacos;
• Avaliar a localização, duração, características e frequência das convulsões;
• Avaliar o grau e manifestação de ansiedade, antes e durante a terapêutica.
Dossier Terapêutico
122
VALPROATO DE SÓDIO
Nome Comercial:
• Diplexil®
Vias de Administração:
• PO;
• IV.
Propriedades do Fármaco:
• Anticonvulsivante.
Situações em que está indicado:
• Tratamento de convulsões amnésicas simples e complexas;
• Tratamento de convulsões parciais com sintomatologia complexa;
• Tratamento de episódios maníacos associados a problemas bipolares (doença maníaco
depressiva);
• Prevenção de enxaquecas.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Insuficiência hepática;
• Doença orgânica cerebral;
• Depressão da medula óssea;
• Insuficiência renal.
Efeitos Secundários:
• Mais frequentes: Náuseas, vómitos, indigestão;
• Fatais: Hepatotoxicidade;
Dossier Terapêutico
123
• Outros: Sedação, cefaleias, tonturas, ataxia, confusão, distúrbios visuais, pancreatite,
hipersalivação, anorexia, aumento do apetite, diarreia, obstipação, erupções, tempo de
hemorragia prolongado, leucopenia, trombocitopenia, hiperamonemia, parestesias.
Cuidados de Enfermagem:
• As doses únicas diárias são normalmente administradas ao deitar por causa da
sedação;
• PO – administrar às refeições ou imediatamente depois, para minimizar a irritação GI;
• Avisar o utente que deve transportar sempre consigo um cartão com identificação do
regime terapêutico;
• Enfatizar a importância da realização dos exames de vigilância para monitorização dos
progressos da terapêutica.
Dossier Terapêutico
124
3.2.3 Fenitoína
FENITOÍNA
Nome Comercial:
• Hidantina.
Vias de Administração:
• PO;
• EV.
Propriedades do Fármaco:
• Anticonvulsivante.
Situações em que está indicado:
• Tratamento e prevenção das convulsões tónico-clónicas (grande mal) e das convulsões
parciais complexas.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Hipersensibilidade ao propilenoglicol (apenas no injectável);
• Intolerância ao álcool (injectável e em solução oral);
• Bradicardia sinusal, bloqueio sinoauricular, bloqueio cardíaco do 2º e 3º grau ou
síndrome de Stokes-Adams.
Efeitos Secundários:
- Ataxia; - Diplopia;
- Nistagmo; - Hipotensão;
- Hiperplasia gengival; - Náuseas;
- Erupção cutânea.
Cuidados de Enfermagem:
Dossier Terapêutico
125
• Avaliar a higiene oral;
• Avaliar o síndrome de hipersensibilidade à fenitoína (febre, erupção cutânea,
linfodenopatia);
• Avaliar a localização, duração, frequência e as características da actividade
convulsiva;
• Avaliar a dor;
• Monitorizar a pressão arterial e a função respiratória continuamente durante a
administração.
Dossier Terapêutico
126
3.3 Antipsicóticos
Neste grupo incluem-se os fármacos que revolucionaram a prática da psiquiatria, a partir da
década de 50, e que na época se designavam por tranquilizantes major. Actualmente a
designação correcta é a de antipsicóticos. Até há poucos anos atrás, todos os antipsicóticos
eram antagonistas dos receptores D2 da dopamina. Nenhum dos medicamentos disponíveis
interactua selectivamente com um único receptor, todos eles têm várias acções farmacológicas
e por isso a maioria das reacções adversas associadas a estes medicamentos são previsíveis.
Recentemente desenvolveu-se um subgrupo de antipsicóticos que são simultaneamente
antagonistas dos receptores da dopamina e dos da serotonina. Neste subgrupo incluem-se as
seguintes moléculas: risperidona, olanzapina, clozapina.
Os antipsicóticos, além de serem eficazes no controlo dos sintomas das psicoses, possuem
outros efeitos farmacológicos que podem ser utilizados com vantagens terapêuticas, por
exemplo são antieméticos, antivertiginosos e ansiolíticos. É óbvio que a relação risco-
benefício da sua utilização com estas finalidades é muito diferente da relação risco-benefício
no tratamento da psicose. A relação risco-benefício em cada uma das potenciais indicações
terá que ser ponderada.
AMISULPRIDE
Nome Comercial:
• Amitrex®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento das perturbações esquizofrénicas agudas e crónicas.
Dossier Terapêutico
127
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes;
• Tumores prolactino-dependentes associados, como por exemplo, tumores da hipófise e
cancro da mama;
• Associação com levodopa.
Efeitos Secundários:
• Frequentes: insónia, agitação e ansiedade;
• Pouco frequentes: sonolência, tonturas, perturbações GI (obstipação, náuseas,
vómitos, boca seca);
• Tal como para outros neurolépticos: Aumenta os níveis plasmáticos de prolactina
(galactorreia, amenorreia ou perturbações menstruais, ginecomastia, impotência),
distonia aguda, sintomas extrapiramidais.
Cuidados de Enfermagem:
• Como para todos os neurolépticos, pode ocorrer o Síndrome maligno dos
neurolépticos caracterizado por, hipertermia, rigidez muscular, sintomatologia neuro-
vegetativa, alteração do estado de consciência e elevação do CPK. No caso de
hipertermia, particularmente quando se administram doses diárias elevadas, todos os
fármacos antipsicóticos, devem ser descontinuados;
• Amisulpride pode baixar o limiar epileptogénico. Assim, os utentes com antecedentes
de epilepsia deverão ser rigorosamente monitorizados durante o tratamento com este
fármaco;
• Amisulpride provoca prolongamento do intervalo QT, este efeito, conhecido por
aumentar o risco de arritmia ventricular tal como torsades de pointes é potenciado pela
preexistência de bradicardia, hipocaliémia, ou intervalo QT longo congénito ou
adquirido.
Dossier Terapêutico
128
CIAMEMAZINA
Nome Comercial:
• Tercian®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Esquizofrenia;
• Outras psicoses;
• Náuseas e vómitos;
• Ansiedade;
• Alterações do comportamento;
• Tétano;
• Soluços intratáveis;
• Dor neurológica.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco;
• Patologia cardíaca;
• Glaucoma.
Efeitos Secundários:
• Sinais e sintomas extrapiramidais;
• Síndromes parkinsónicos;
• Distonia aguda;
• Síndrome maligno dos neurolépticos;
Dossier Terapêutico
129
• Sedação;
• Hipotensão;
• Arritmias;
• Náuseas;
• Vómitos;
• Dores abdominais;
• Irritação gástrica;
• Crises convulsivas;
• Alterações endócrinas;
• Alterações hepáticas;
• Erupções cutâneas.
Cuidados de Enfermagem:
• Monitorizar o estado mental e afectivo. Avaliar a frequência do comportamento
obsessivo-compulsivo. Avaliar o grau de interferência deste comportamento no
funcionamento diário;
• Monitorizar os sinais vitais antes e após o inicio da toma terapêutica;
• Observar o desenvolvimento de reacções extrapiramidais parkinsónicas;
• Monitorizar o hemograma durante a terapêutica prolongada. Pode, raramente, causar
depressão da medula óssea;
• Na terapêutica prolongada, monitorizar periodicamente as funções renais e hepáticas.
Dossier Terapêutico
130
CLORPROMAZINA
Nome Comercial:
• Lagarctil®
Vias de Administração:
• PO;
• IM;
• EV;
• Rectal.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico;
• Antiemético.
Situações em que está indicado:
• Psicoses agudas e crónicas, particularmente quando acompanhadas por aumento da
actividade psicomotora;
• Náuseas e vómitos;
• Soluços intratáveis;
• Sedação pré-operatória;
• Tratamento da porfiria aguda intermitente.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Hipersensibilidade aos sulfitos ou álcool benzilico;
• Sensibilidade cruzada com outras fenotiazinas;
• Glaucoma do ângulo estreito;
• Depressão da medula óssea;
• Doença hepática grave;
• Doença cardiovascular grave.
Dossier Terapêutico
131
Efeitos Secundários:
• Sedação;
• Secura ocular;
• Visão turva;
• Hipotensão;
• Obstipação;
• Boca seca;
• Fotossensibilidade.
Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar o estado mental (orientação, disposição, comportamento);
• Monitorizar a pressão arterial, o pulso e a frequência respiratória;
• Observar atentamente o utente durante a administração, para assegurar que o fármaco
está realmente a ser tomado e não desperdiçado;
• Avaliar a ingestão de líquidos e a função intestinal.
Dossier Terapêutico
132
CLOZAPINA
Nome Comercial:
• Clozapina®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Utentes esquizofrénicos resistentes ao tratamento;
• Utentes esquizofrénicos que apresentem reacções adversas neurológicas graves e
refractárias à terapêutica a outros agentes antipsicóticos, incluindo antipsicóticos
atípicos;
• Perturbações do foro psiquiátrico que ocorrem durante o curso da doença de
Parkinson, nos casos em que o tratamento convencional falhou.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco;
• Patologias hemáticas;
• Psicoses;
• Estados de choque;
• Coma;
• Colapso cardio-respiratório;
• Insuficiência cardíaca, hepática ou renal grave.
Efeitos Secundários:
• Agranulocitose mortal;
• Sedação, sonolência;
Dossier Terapêutico
133
• Cefaleia;
• Tonturas;
• Alteração do ECG;
• Visão turva, secura da boca;
• Taquicardia, hipotensão;
• Náuseas, vómitos;
• Febre.
Cuidados de Enfermagem:
•• Administrar somente em utentes com doença severa ou refractária devido ao risco de
agranulocitose;
•• Controlar semanalmente os parâmetros hematológicos antes e durante o tratamento. Se
o tratamento for suspenso, controle hematológico deve continuar durante quatro
semanas após a suspensão. O tratamento prolongado aumenta o risco de convulsões
(5%);
•• Em algumas ocasiões registraram-se taquicardia, hipotensão ortostática com ou sem
síncope, parada cardíaca e parada respiratória. Como com outros neurolépticos, o
utente pode desenvolver um quadro de discinesia tardia, potencialmente irreversível,
que é de maior risco em idosos; além disso, pode ocorrer uma síndrome neuroléptica
maligna, potencialmente mortal, com hipertermia, rigidez muscular, instabilidade
autonômica e estado mental alterado;
•• Utilizar com extrema precaução em utentes afectados por glaucoma de ângulo agudo e
hipertrofia prostática devido a sua actividade anticolinérgica. Utilizar com precaução
em utentes com insuficiência renal, hepática ou cardíaca.
Dossier Terapêutico
134
HALOPERIDOL
Nome Comercial:
• Serenelfi®
Vias de Administração:
• PO;
• EV;
• IM.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Agitação psicomotora de situações psicóticas;
• Psicoses tóxicas (delirium tremens) e psicoses epilépticas.
Contra-indicações:
• Depressões tóxicas graves do Sistema Nervoso Central ou em estados comatosos,
provocados por qualquer causa;
• Hipersensibilidade à droga;
• Doença de Parkinson;
• Lesões cardíacas;
• Lesões renais graves.
Efeitos Secundários:
• Reacções extrapiramidais;
• Discinésias tardias (movimentos involuntários rítmicos da língua, face, boca ou
maxilares);
• Síndrome maligno neuroléptico (ocorrência de febre alta e rigidez muscular);
• Efeitos colinérgicos (incluem boca seca, obstipação e retenção urinária);
Dossier Terapêutico
135
• Efeitos cardiovasculares: desregulação ortostática e hipotensão;
• Efeitos hematológicos: leucopenia ténue e geralmente transitória e leucocitose;
• Efeitos endócrinos e metabólicos: galactorreia, mastalgia, ginecomastia, libido
aumentada, impotência, hiper e hipoglicémia;
• Reacções alérgicas.
Cuidados de Enfermagem:
• Observar o estado mental do utente, antes e periodicamente durante a terapêutica;
• Monitorizar a pressão arterial e o pulso;
• Monitorizar o balanço hidroelectrolitico e o peso diário;
• Verificar a ingestão de líquidos e o funcionamento intestinal;
• Observar o utente relativamente a sintomas extrapiramidais (babar, tremores, rigidez,
passo arrastado), discinésia tardia e síndrome maligno dos neurolépticos.
Dossier Terapêutico
136
HALOPERIDOL DECANOATO
Nome Comercial:
• Haldol decanoato.
Vias de Administração:
• IM.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Agitação psicomotora de situações psicóticas crónicas estabilizadas.
Contra-indicações:
• Afecções neurológicas acompanhadas de sintomas piramidais ou extrapiramidais;
• Estados comatosos e depressivos tóxicos graves do sistema nervoso central;
• Mal de Parkinson;
• Encefalopatia orgânica grave;
• Formas graves de nefro e cardiopatia;
• Depressão endógena;
• Hipersensibilidade à droga.
Efeitos Secundários:
• Reacções extrapiramidais: sintomas do tipo parkinsoniano, sendo de intensidade leve e
moderada e habitualmente reversíveis. Outros fenómenos extrapiramidais, incluindo
distonias, acatisia e discinesias foram observados bem mais raramente, porém quando
surgem mostram-se, em geral, de grau mais intenso do que os sintomas de
parkinsonismo;
Dossier Terapêutico
137
• Raramente ocorre discinésia tardia, movimentos involuntários e rítmicos da face, boca,
língua ou mandíbula, às vezes acompanhados de movimentos involuntários das
extremidades;
• Efeitos sobre o SNC: insónia, inquietação, ansiedade, euforia, agitação, sonolência,
depressão, cefaleia, confusão, vertigem, crises tipo grande mal, exacerbação de
sintomas psicóticos incluindo alucinações e comportamento de tipo catatônico:
• Gerais: febre, raramente relacionada com rabdomiólise e insuficiência renal aguda;
• Efeitos cardiovasculares: taquicardia e hipotensão;
• Efeitos hematológicos: leve e transitória leucopenia ou leucocitose, diminuição
mínima dos eritrócitos ou tendência para linfomonocitose; a agranulocitose é rara;
• Efeitos hepáticos: alteração funcional e icterícia;
• Efeitos dermatológicos: reacções acneiformes e maculopapulares; casos isolados de
fotossensibilidade e perda de cabelo;
• Efeitos endócrinos: lactação, ingurgitamento mamário, mastalgia, irregularidades
menstruais, ginecomastia, impotência, aumento da libido, hiperglicemia e
hipoglicemia;
• Efeitos autonómicos: boca seca, visão indistinta, retenção urinária e diaforese;
• Efeitos gastrointestinais: anorexia, constipação, diarreia, hipersalivação, dispepsia,
náusea e vómitos;
• Efeitos respiratórios: laringospasmo, broncospasmo e respiração mais profunda;
Reacções extrapiramidais: discinésias tardias;
• Síndrome maligno neuroléptico (ocorrência de febre alta e rigidez muscular).
Cuidados de Enfermagem:
•• Deve-se administrar Haldol Decanoato, com prudência a utentes que façam uso
regular de analgésicos potentes (derivados narcóticos) ou hipnóticos (barbitúricos),
devido ao risco eventual de potencialização;
•• Como os utentes idosos são sensíveis aos efeitos de Haldol Decanoato, recomenda-se
prudência na posologia, a fim de se evitar efeitos secundários extrapiramidais e
possíveis alterações de apetite e do sono;
•• Há possibilidade de aumento de pressão intra-ocular quando Haldol Decanoato é
prescrito junto com drogas anticolinérgicas, incluindo agentes antiparkinsonianos,
Dossier Terapêutico
138
bem como o aparecimento de manifestações neurotóxicas em utentes com
tireotoxicose;
•• A administração deve ser também cautelosa em utentes com distúrbios
cardiovasculares graves, com história de reacção alérgica a drogas ou em uso de
anticoagulantes ou anticonvulsivantes;
•• Observar o estado mental do utente, antes e periodicamente durante a terapêutica;
•• Observar o utente relativamente a sintomas extrapiramidais (babar, tremores, rigidez,
passo arrastado), discinésia tardia e síndrome maligno dos neurolépticos.
Dossier Terapêutico
139
LEVOMEPROMAZINA
Nome Comercial:
• Nozinan®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Psicofármaco;
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Esquizofrenia e outras psicoses;
• Náuseas e vómitos;
• Ansiedade em casos particulares;
• Alteração do comportamento;
• Tétano.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade ao fármaco;
• Patologia cardíaca;
• Glaucoma.
Efeitos Secundários:
• Sinais e sintomas extrapiramidais;
• Síndrome parkinsónico;
• Distonia aguda;
• Síndrome maligno dos neurolépticos;
• Sedação;
• Hipotensão;
Dossier Terapêutico
140
• Arritmias;
• Náuseas, vómitos;
• Dores abdominais;
• Irritação gástrica;
• Crises convulsivas;
• Alterações endócrinas e hepáticas;
• Erupções cutâneas.
Cuidados de Enfermagem:
• Monitorizar o estado mental e afectivo. Avaliar a frequência do comportamento
obsessivo-compulsivo. Avaliar o grau de interferência deste comportamento no
funcionamento diário;
• Monitorizar sinais vitais e após o inicio da toma terapêutica;
• Observar o desenvolvimento de reacções extrapiramidais parkinsónicas;
• Monitorizar o hemograma durante a terapêutica prolongada. Pode, raramente, causar
depressão da medula óssea;
• Na terapêutica prolongada, monitorizar periodicamente as funções renais e hepáticas.
Dossier Terapêutico
141
OLANZAPINA
Nome Comercial:
• Zyprexa®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento sintomático das psicoses.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade a um principio activo ou classe de princípios activos;
• Precaução em utentes com patologia cardíaca e em todas as situações que possam ser
agravadas pelos efeitos anticolinérgicos;
• A terapêutica não deve ser interrompida subitamente.
Efeitos Secundários:
• Sintomas e sinais extrapiramidais, desde a acatísia no inicio da terapêutica, até a
discinésias tardias, após terapêutica prolongada;
• Risco de síndrome maligno dos neurolépticos (alteração disautónica idiossincrática,
cuja taxa de mortalidade é 30%);
• Produzem em graus variáveis, sedação e efeitos anticolinérgicos, hipotensão
ortostática e arritmias;
• Registam-se também náuseas, vómitos, dores abdominais, irritação gástrica, crises
convulsivas, alterações endócrinas e hematológicas, erupções cutâneas e alterações
idiossincráticas das transaminases e por vezes icterícia colestática.
Dossier Terapêutico
142
Cuidados de Enfermagem:
• Monitorizar os efeitos extrapiramidais e o início da acatísia;
• Monitorizar frequentemente a TA, a FC e a FR, no decorrer da terapêutica;
• Monitorizar o estado mental, antes e periodicamente durante a terapêutica;
• Monitorizar o aparecimento da síndrome maligno dos neurolépticos;
• Administrar a terapêutica com alimentos, leite ou água para minimizar a irritação
gástrica;
• Avisar o utente que a terapêutica pode causar sonolência e tonturas e aconselhá-lo a
evitar conduzir, ou a realizar outras actividades que requeiram vigilância até que a
resposta ao fármaco seja conhecida;
• Avisar o utente para mudar de posição lentamente, para minimizar o risco de
hipotensão ortostática;
• Ensinar o utente a fazer uma boa higiene oral, para aliviar a secura da boca e fazer
exercício físico para prevenir e diminuir a obstipação.
Dossier Terapêutico
143
QUETIAPINA
Nome Comercial:
• Seroquel®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da esquizofrenia;
• Tratamento do episódio maníaco moderado a grave;
• Não demonstrou recorrência de episódios maníacos-depressivos.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes deste
medicamento. A administração concomitante dos inibidores do citocromo P450 3 A4,
tais como inibidores da protease – HIV, fármacos anti-fúngicos azole, eritromicina,
claritromicina e nefazodona, é contra-indicada.
Efeitos Secundários:
• Cardiovasculares: A Quetiapina pode induzir hipotensão ortostática, especialmente
durante o período inicial de titulação da dose, caso tal se verifique, deve ser
reconsiderada uma redução da dose ou uma titulação mais gradual;
• Sintomas extrapiramidais: em ensaios clínicos controlados, a incidência de sintomas
extrapiramidais não foi diferente da observada com o placebo, no intervalo das doses
terapêuticas recomendadas;
• Discinésia tardia: se surgirem sinais ou sintomas de discinésia tardia, deve ser
considerada a redução da dose ou a interrupção do tratamento com Seroquel;
Dossier Terapêutico
144
• Síndrome Maligno dos Neurolépticos: deve ser associado ao tratamento antipsicótico,
incluído Seroquel. As manifestações clínicas incluem hipertermia, estado mental
alterado, rigidez muscular, instabilidade autonómica e aumento dos níveis de creatina
fosfoquinase.
Cuidados de Enfermagem:
• Monitorizar o estado mental do utente (ilusões, alucinações e comportamento);
• Monitorizar as alterações do humor;
• Monitorizar a pressão arterial.
Dossier Terapêutico
145
RISPERIDONA
Nome Comercial:
• Risperidal®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento de sintomas de psicose.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Gravidez ou lactação.
Efeitos Secundários:
• SNC: sedação, reacções extrapiramidais, discinésia tardia, síndrome maligno dos
neurolépticos, temperatura deficiente, fadiga, actividade de sonhos aumentada,
aumento da duração do sono, nervosismo;
• Sistema respiratório: tosse, dispneia e rinite;
• Sistema GI: obstipação, anorexia, secura da boca, náuseas, dores abdominais,
dispepsia, aumento da salivação, vómitos;
• Sistema Genito-urinário: diminuição da libido, dismenorreia/menorragia, dificuldades
urinárias, poliúria;
• Dermatológico: erupções/prurido, fotossensibilidade, aumento da pigmentação,
seborreia, sudação, pele seca;
• Endócrino: galactorreia;
• Sistema musculo-esquelético: artralgia, dores nas costa;
Dossier Terapêutico
146
• Aumento ou diminuição do peso, polidipsia.
Cuidados de Enfermagem:
• Monitorizar o estado mental do utente (delírio, alucinações e o comportamento);
• Monitorizar alterações do humor;
• Monitorizar a pressão da artéria;
• Monitorizar atentamente o utente durante a administração do fármaco, para se
assegurar que este é realmente tomado pelo utente.
Dossier Terapêutico
147
RISPERIDONA DECANOATO
Nome Comercial:
• Risperidal Consta®
Vias de Administração:
• IM.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da esquizofrenia e de perturbações esquizoafectivas.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes.
Efeitos Secundários:
• Comuns: Aumento de peso, depressão, fadiga e sintomas extrapiramidais;
• Pouco comuns: Diminuição do peso, nervosismo, perturbações do sono, apatia, falta
de concentração, discinésia tardia, síndrome maligno dos neurolépticos, convulsões,
visão turva, hipotensão, sincope, erupções cutâneas, prurido, edema periférico,
reacções no local da injecção.
Cuidados de Enfermagem:
• Em utentes que nunca tomaram risperidona, recomenda-se que a sua tolerância seja
estabelecida com a risperidona administrada por via oral, antes de se iniciar o
tratamento com Risperdal Consta;
• Deve ser usada com precaução em utentes com doenças cardiovasculares;
• Monitorizar o estado mental do utente (delírio, alucinações e o comportamento);
• Monitorizar alterações do humor.
Dossier Terapêutico
148
SULPIRIDA
Nome Comercial:
• Dogmatil®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Anti-inflamatório não esteróide.
Situações em que está indicado:
• Estados neuróticos com inibição;
• Componente psicossomático de doenças orgânicas, em particular úlcera e retocolite
hemorrágica;
• Psicoses agudas e crónicas; na terapia desinibidora nos casos de psicoses ou estados
predominantes de inibição, apragmatismo, abulia.
Contra-indicações:
• Utentes com feocromocitoma.
Efeitos Secundários:
• Hiperprolactinemia;
• Amenorreia;
• Galactorreia;
• Ginecomastia;
• Frigidez;
• Discinésias precoces ou tardias;
• Sonolência;
• Síndrome extrapiramidal.
Dossier Terapêutico
149
Cuidados de Enfermagem:
• Suspender o tratamento em caso de hipertermia;
• Ter atenção a casos de insuficiência renal grave, epilepsia, doença de Parkinson;
• Evitar a condução de veículos ou operar máquinas perigosas durante o tratamento;
• Realizar avaliação rigorosa durante a gravidez e a lactação.
Dossier Terapêutico
150
TIAPRIDA
Nome Comercial:
• Tiapridal®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento sintomático das psicoses.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade a um princípio activo ou a uma classe de princípios activos;
• Precaução nos utentes com patologia cardíaca e em todas as situações, que possam ser
agravadas pelos efeitos anticolinérgicos;
• A função hepática deve ser monitorizada;
• A terapêutica não deve ser interrompida subitamente.
Efeitos Secundários:
• Sintomas e sinais extrapiramidais (movimentos distónicos, crises oculogiras,
síndromas parkinsónicos), desde a acatísia no inicio da terapêutica, até a discinésias
tardias, após terapêutica prolongada;
• A distonia aguda ocorre geralmente no inicio da terapêutica ou quando há subida da
dose, nas crianças e nos jovens;
• Risco de síndrome maligno dos neurolépticos;
• Registam-se também, náuseas, vómitos, dores abdominais, irritação gástrica, crises
convulsivas, alterações endócrinas, alterações hematológicas, erupções cutâneas e
alterações idiossincráticas das transaminases e por vezes icterícia colestática.
Dossier Terapêutico
151
Cuidados de Enfermagem:
• Monitorizar os efeitos extrapiramidais e o início de acatísia;
• Monitorizar frequentemente a TA, a FC e a FR, no decorrer da terapêutica;
• Monitorizar o estado mental, antes e periodicamente durante a terapêutica;
• Observar o utente para certificar que toma a medicação;
• Monitorizar o aparecimento de discinésia tardia;
• Monitorizar o aparecimento de SMN (febre, dificuldade respiratória, taquicardia,
convulsões, diaforese, hipertensão, palidez, cansaço, rigidez muscular grave, perda do
controlo da bexiga);
• Administrar a terapêutica com alimentos, leite ou água, para minimizar a irritação
gástrica;
• Avisar o utente que a terapêutica pode causar sonolência e tonturas e aconselhá-lo a
evitar conduzir ou outras actividades que requeiram vigilância até que a resposta ao
fármaco seja conhecida;
• Ensinar o utente a realizar uma boa higiene oral, para aliviar a secura da boca e a fazer
exercício físico para prevenir e diminuir a obstipação.
Dossier Terapêutico
152
ZIPRAZIDONA
Nome Comercial:
• Zeldox®
Vias de Administração:
• PO;
• IM.
Propriedades do Fármaco:
• Antipsicótico.
Situações em que está indicado:
• Tratamento da esquizofrenia e de psicoses.
Contra-indicações:
• Doenças cardíacas, principalmente nas alterações da condução eléctrica.
Efeitos Secundários:
• Sonolência;
• Fadiga;
• Sensação de inquietude;
• Tonturas;
• Boca seca;
• Constipação;
• Cefaleias.
Cuidados de Enfermagem:
• Como para todos os neurolépticos, pode ocorrer o Síndrome maligno dos
neurolépticos caracterizado por, hipertermia, rigidez muscular, sintomatologia neuro-
Dossier Terapêutico
153
vegetativa, alteração do estado de consciência e elevação do CPK. No caso de
hipertermia, particularmente quando se administram doses diárias elevadas, todos os
fármacos antipsicóticos, devem ser descontinuados;
• Monitorizar o estado mental e afectivo. Avaliar a frequência do comportamento
obsessivo-compulsivo. Avaliar o grau de interferência deste comportamento no
funcionamento diário;
• Observar o desenvolvimento de reacções extrapiramidais parkinsónicas;
• Na terapêutica prolongada, monitorizar periodicamente as funções renais e hepáticas.
Dossier Terapêutico
154
3.4 Antidepressores
Os medicamentos antidepressores têm demonstrado eficácia no controlo sintomático das
perturbações depressivas do humor, quer se trate de depressão major ou de alteração
distímica. Na verdade o seu desenvolvimento a partir da década de 50 marcou uma das
revoluções terapêuticas na área da saúde mental.
Os antidepressores de um modo geral interferem com a recaptação sináptica de um ou mais
neurotransmissores. A noradrenalina e a serotonina são os mais relevantes no processo. Os
primeiros antidepressores que foram desenvolvidos foram sintetizados a partir da
cloropromazina, um antipsicótico, apresentando em comum uma estrutura química com 3
anéis de onde deriva a designação de tricíclicos. Estas moléculas, para as quais se demonstrou
inequivocamente eficácia no tratamento da várias perturbações depressivas do humor, inibem
de forma não selectiva a recaptação da noradrenalina e da serotonina, além de interferirem
com receptores para vários outros neurotransmissores.
Posteriormente desenvolveram-se outras moléculas com as mesmas características
farmacológicas mas com diferentes estruturas químicas, surgindo assim o grupo dos
tetraciclícos e grupos com estruturas afins. O conjunto destas moléculas representa
actualmente um grupo heterogéneo com eficácia reconhecida e um amplo espectro de
reacções adversas potenciais associadas. Passaremos a designar este grupo por antidepressores
triciclícos e afins. Os triciclícos e afins partilham o potencial para determinar reacções
adversas várias que diferem contudo na intensidade e na frequência de molécula para
molécula. Assim, de um modo global, os triciclícos e afins provocam sedação, efeitos
anticolinérgicos e hipotensão ortostática. As aminas terciárias são as que possuem um efeito
sedativo mais potente, mas geralmente ao fim de algumas semanas desenvolve-se tolerância
para este efeito.
Em termos gerais podemos dizer que os diferentes antidepressores se distinguem
essencialmente pelo seu perfil de reacções adversas e por propriedades farmacocinéticas, mais
do que pelo padrão de eficácia terapêutica. A discriminação e caracterização dos critérios de
selecção dos antidepressores ficam fora do âmbito deste trabalho.
Dossier Terapêutico
155
MIRTAZEPINA
Nome Comercial:
• Remeron®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antidepressivo (tetraciclico)
Situações em que está indicado:
• Tratamento da depressão (com psicoterapia).
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Terapêutica simultânea com inibidores da MAO;
• Gravidez, latência ou crianças;
• Insuficiência renal ou hepática.
Efeitos Secundários:
• Sonolência, obstipação, boca seca, agranulocitose, hipercolesterolémia, hipotensão,
ansiedade, agitação, tonturas, apatia e fraqueza.
Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar frequentemente o estado mental. Avaliar as tendências suicidas, especialmete
durante o início da terapêutica. Restringir a quantidade de fármaco disponível ao
utente;
• Monitorizar a pressão arterial e o pulso periodicamente durante a terapêutica.
Dossier Terapêutico
156
SERTRALINA
Nome Comercial:
• Zoloft®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antidepressivo.
Situações em que está indicado:
• Depressão;
• Crises de pânico;
• Perturbações obsessivo-compulsivas;
• Stress pós-traumatico.
Contra-indicações:
• Hipersensibilidade;
• Terapêutica simultânea com IMAO’s (pode resultar em reacções graves e
potencialmente fatais).
Efeitos Secundários:
• Cardiovasculares: palpitações e dores torácicas;
• SNC: cefaleias, tonturas, tremores, insónia, sonolência, fadiga, agitação, nervosismo,
ansiedade, bocejos, insuficiência de concentração, confusão e fraqueza;
• ORL: rinite, faringite, alterações visuais, zumbidos;
• GI: boca seca, náuseas, diarreia, obstipação, dispepsia, vómitos, flatulência, anorexia,
dores abdominais, apetite aumentado, paladar alterado;
• Genito-Urinário: disfunção sexual masculina e feminina, perturbações menstruais,
frequência urinária e perturbações urinárias;
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• Neurológicas: tremores e parestesias.
Cuidados de Enfermagem:
• Avaliar o apetite e ingestão de alimentos. Pesar o utente semanalmente. Avisar o
médico ou outro profissional de saúde se ocorreu perda de peso;
• Avaliar as mudanças de humor.
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TRAZODONA
Nome Comercial:
• Triticum®
Vias de Administração:
• PO.
Propriedades do Fármaco:
• Antidepressivo.
Situações em que está indicado:
• Depressão.
Contra-indicações:
• A capacidade para conduzir pode ser afectada;
• Os idosos e as crianças podem manifestar reacções paradoxais e requerem reduções
significativas da dose;
• Os utentes devem ser avisados dos sinais e sintomas que previsivelmente poderão
apresentar e do seu significado.
Efeitos Secundários:
• Hipotensão ortostática;
• Sedação variável com o principio activo;
• Efeitos anticolinérgicos (retenção urinária, quadros confusionais, aumento da pressão
intraocular, mucosas secas, obstipação);
• Alterações do ritmo cardíaco, agravamento de diabetes pré-existente.
Cuidados de Enfermagem:
• Monitorizar frequentemente a TA, no decorrer da terapêutica;
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• Informar o utente que deve permanecer deitado durante umas horas, devido à
hipotensão que pode causar;
• Avisar o utente para mudar de posição lentamente, para minimizar o risco de
hipotensão ortostática;
• Ensinar o utente a fazer uma boa higiene oral, para aliviar a secura da boca, bem como
fazer exercício físico, para prevenir e diminuir a obstipação.
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4. CONCLUSÃO
Inicialmente, a escolha deste trabalho suscitou em nós algumas incertezas, tais como se
conseguiríamos conciliar a elaboração deste dossier com os restantes trabalhos propostos pela
escola, bem como pela instituição. Outra incerteza foi, a relevância que este trabalho teria
para nós, alunos de Enfermagem, bem como para os profissionais de saúde da instituição,
porém no decorrer da elaboração do mesmo, essas mesmas incertezas foram-se dissipando,
contribuindo desta forma como uma fonte enriquecedora de conhecimentos, principalmente
para nós, alunos, que nos torna indivíduos mais aptos para a unidade curricular Ensino Clínico
IV, bem como nos serve de base para a nossa profissão, mas também é importante para os
enfermeiros, na medida que lhes permitem uma fácil procura dos fármacos, aquando a
prestação dos seus cuidados e provavelmente revelar-se-á uma mais valia aos futuros alunos
de Enfermagem que passarão pelo C.H.P.C – U.A.
Em suma, ao longo deste dossier não se pretendeu apenas expor a informação acerca dos
diversos fármacos, mas sim adquirir conhecimentos teóricos para posteriormente aliar-mos à
nossa prática.
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5. BIBLIOGRAFIA
•• Mapa Terapêutico Publicação Anual. Ano 2 – 2005. GuiaDirMed ISBN: 972-
99664-0-0.
•• ÍNDICE NACIONAL TERAPÊUTICO – Publicação Trimestral. Ano XXVIII Nº
94 – Edição de Mesa – Verão/Outono 2005 2º Semestre. ISBN: 972-8782-16-0,
TUPAM Editores.