tecnologia na educação e novas tendência
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Tecnologias na Educação e
as Novas Tendências
Prof. Daniel Caixeta, Esp.
http://dfcaixeta.tumblr.com
http://goo.gl/w7d6N0
• Conceito de Tecnologia;
• Um breve histórico [...];
• Principais Concepções de Ensino Aprendizagem relacionados com as
Tecnologias Educacionais;
– Concepções Empírica, Racionalista e Construtivista.
– Aprendizagem Colaborativa e Aprendizagem Significativa.
• Tipos de Tecnologias Educacionais;
• Objetos de Aprendizagem;
• Recursos Educacionais Aberto (REA);
• Sistemas de Autoria de Multimídia e Hipermídia;
• Ambientes de conversação;
• MOOCS
• Considerações Finais;
• Referência bibliográfica.
Programa
• A tecnologia no ambiente educacional tem contribuído de
forma significativa no processo de formação de
professores e alunos.
• Em síntese esse conjunto de ferramentas (computadores,
softwares, bibliotecas digitais, cursos via web etc.), têm
oferecido uma nova visão, mais contemporânea da
Educação.
• Novos conceitos, tais como REA, OpenCourseWare,
MOOCS, OA, Programação Lógica, Blogsfera etc., tem
fornecidos fontes ilimitadas para a descoberta de novas
fronteiras do conhecimento.
Resumo
Segundo Cysneiros [2000] apud Ihde [1993], três aspectos
são essenciais para a definição do que é tecnologia:
Primeiro, uma tecnologia precisa ter um componente
tangível, palpável, um elemento material;
Segundo, o elemento material, condição de base, deve
fazer parte de algum conjunto de ações humanas;
Terceiro, deve haver uma relação entre o objeto material e
as pessoas que as usam, idealizam, concebem,
constroem, modificam etc.
Então, definamos Tecnologia?
• Tecnologia na Educação
Ferramentas, dispositivos, equipamentos etc.
No entanto, inserindo a Tecnologia no contexto Educacional,
surgem novos conceitos, tais como:
A evolução do homem associado ao seu desenvolvimento
socioeconômico, político, cultural e tecnológico, estão
diretamente relacionados ao advento da escrita.
É nesse momento que se inicia os registros dos fatos e
acontecimentos, e consequentemente, as trocas de
informações.
Surge então, o conceito mesmo que primitivo de
comunicação.
Um breve histórico […]
Segundo Oliveira [2001], a palavra comunicação pode ser
compreendida em dois sentidos:
1º - A partir de sua origem, oriunda do latim comunicare, que
quer dizer comunhão, estar com, partilha de alguma coisa, e;
2º - Embora também derivada da mesma raiz etimológica, é
entendida na perspectiva de dar conhecimento, informar.
No entanto, torna-se evidente que a caracterização desse
processo não se resume apenas na transferências de
informações, mas sim da partilha de conhecimento.
Yamada [2012] informa que essa evolução culminou com
surgimento de novas tecnologias (informação e
comunicação), alterando assim a aquisição do
conhecimento.
Esse processo se deve em grande parte à descoberta do
computador e sua entrada em ambientes educacionais, o
que obrigou aos profissionais da área de ensino, uma nova
concepção, incluindo além de softwares educativos, a
internet como modelo de comunicação.
A internet é sem sombra de dúvidas, um dos maiores
adventos tecnológicos de todos os tempos, pois em
nenhum outro momento da história, observou-se tanta
troca de informações em tempo cada vez menor.
Já na área da educação, a contribuição tem sido de
grande relevância, mesmo com os recursos já existentes,
considerando que na era do conhecimento, o fluxo de
informações é substancial na geração de riquezas.
Segundo Moreira et.al. [2001], são três as principais
concepções de ensino-aprendizagem que orientam a
prática pedagógica na tecnologia educacional:
Concepção empirista
Concepção racionalista
Concepção construtivista
Experiência imediata
Observar, compreender (razão)
Construir
Concepção Empirista
Paulo Freire [1979] denominou esse processo de
“Educação Bancária”, pois se baseava em “depósitos de
conhecimentos” realizados no “banco” do aluno. Portanto,
Aluno = Tábua rasa ou disco virgem.
Para Souza [2006], o uso de tecnologias segundo essa
concepção seria: • Como uma espécie de “transplante” de conteúdos e
instruções programada para o ambiente tecnológico;
• É considerada a estratégia mais pobre, pois não há
grandes mudanças paradigmáticas e pouco
aproveitamento em termos de educação para o
desenvolvimento humano.
Concepção Racionalista
Segundo essa concepção, o processo de aprendizagem
era regulado pelo amadurecimento orgânico das estruturas
racionais pré-formadas no aluno [Souza, 2006]. Para que
esse amadurecimento ocorresse, todas as atividades
deveriam estar centradas no aluno, que dependia
exclusivamente do seu potencial cognitivo para alcançar a
aprendizagem [Moreira; Costa; Oliveira, 2001].
O uso de ferramentas tecnológicas são acessórios usados
apenas para a mensuração dos estágios de
desenvolvimento cognitivo.
Por exemplo: Testes de QI, jogos ou atividades com
fases.
Os principais defensores das escolas Gestalt, acreditavam
que o processo de amadurecimento concedia ao aluno
sucessivos insights que permitiam compreender os
fenômenos no meio social.
Por isso é considerada uma concepção de cunho
preconceitual, pois quem não aprende é considerado
incapaz, e quem aprende é porque tem um bom quociente
intelectual (Q.I).
Concepção Construtivista
Foi fortemente influenciada pelas teorias
sociointeracionistas, que procurou superar o antagonismo
entre as concepções empíricas e gestálticas.
O enfoque construtivista enfatiza a construção de novos
conhecimento e maneiras de pensar mediante a exploração
e a manipulação ativa de objetos e ideias, tanto abstratas
como concretas, e explicam a aprendizagem através da
interação do indivíduo com o meio.
Sociointeracionismo de Vygostsky
Essa abordagem construtivista é a que melhor se aplica
aos recursos tecnológicos na educação.
Fornecendo assim a base epistemológica para algumas
teorias posteriores, como a Aprendizagem Colaborativa
(AC) e o Aprendizado Significativo (AS).
Aprendizagem Colaborativa
Do ponto de vista construtivista, o resultado mais
importante do processo não é o modelo de aprendizagem,
mas a apreciação e a experiência que se obtêm ao
perseguir a articulação, organização e avaliação críticas do
modelo durante o seu desenvolvimento [Cañas; Ford, 1992;
Cañas, 1998].
Oferecem atividades nas quais os estudantes expõem
qualquer parte do seu modelo (discussão).
As ferramentas desenvolvidas para esses ambientes
ajudam os alunos e professores a expressar, elaborar,
compartilhar, melhorar e entender as suas criações.
Comparação entre Aprendizagem
Tradicional & Aprendizagem Colaborativa
Aprendizagem Tradicional Aprendizagem Colaborativa
Sala de aula Ambiente de aprendizagem
Professor-autoridade Professor-orientador
Centrada no professor Centrada no aluno(a)
Aluno(a) – “Uma garrafa a encher” Aluno(a) – “Uma lâmpada a iluminar”
Reativa, passiva Proativa, investigativa
Ênfase no produto Ênfase no processo
Aprendizagem em solidão Aprendizagem em grupo
Memorização Transformação
Aprendizado Significativo
Baseia-se em um modelo construtivista dos processos
cognitivos humanos.
A Teoria da Assimilação descreve como o estudante
adquire conceitos e como se organiza a sua estrutura
cognitiva.
Segundo Ausubel; Novak; Hanesian [1978, p.159]:
O aprendizado significativo acontece quando
uma nova informação é adquirida mediante um
esforço deliberado por parte do aprendiz em
ligar a informação nova com conceitos ou
proposições relevantes preexistentes na
estrutura cognitiva.
Conceito
Subsunçor
Segundo Souza [2006], as etapas da Teoria da Assimilação
acentuam que o aprendizado significativo requeira que a
estrutura cognitiva do aprendiz contenha conceitos base
com os quais as novas ideias possam ser relacionadas.
Por isto Ausubel [1986] argumenta que o fator individual
mais importante que influi na aprendizagem, é aquilo que o
estudante já sabe, ou seja:
Deve-se primeiro determinar quanto sabe, e
depois ensinar-lhe de acordo com este
conhecimento prévio.
Tipos de Aprendizagem Significativa
Representacional Atribuição de significados
a determinados símbolos.
de Conceitos Regularidades em eventos
ou objetos
Proposicional Significados de ideias em
forma de proposições
A aprendizagem ocorre com a organização e integração de
novos conceitos na estrutura cognitiva.
A aprendizagem implica em modificações na estrutura
cognitiva e não só acréscimos.
• Por isso que o processo de aprendizagem ocorre através do
qual uma nova informação é relacionada com um aspecto
relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo.
• Ausubel trata da Estrutura Cognitiva como uma estrutura
hierárquica de conceitos que são representações de
experiências sensoriais do sujeito.
• O processo de ancoragem de nova informação resulta em
crescimento e modificação do conceito de subsunçor.
Alguns pontos importantes na teoria de
Ausubel:
1. Determinar a estrutura conceitual e proposicional da matéria de
ensino.
2. Identificar quais os subsunçores que o aluno deveria ter em sua
estrutura cognitiva para poder aprender significativamente o
conteúdo pretendido.
3. Determinar quais dos subsunçores relevantes já estão
disponíveis na estrutura cognitiva do aluno.
4. Ensinar utilizando recursos e princípios que facilitem a
passagem da estrutura conceitual da matéria de ensino para a
estrutura cognitiva do aluno de uma matéria significativa.
... o fator mais importante influenciando a aprendizagem
é aquilo que o aluno já sabe; determine isso e ensine-o
de acordo” [Ausubel, 1986].
Papel do Professor segundo Ausubel
Segundo Miranda [2011], as tecnologias educacionais se
dividem em:
Tecnologia Material Tecnologia Eletrônica
Blocão
Globo terrestre
Livros
didáticos
Aparelho de DVD
Aparelho de TV Datashow
Tecnologia Cognitivas Tecnologia da Informação e
Comunicação
Internet Redes Sociais
Computador Plataforma
Colaborativa
• Jean Piaget (Construtivismo)
• Lev Vygotsky (Sócio construtivismo)
• Howard Gardner (Inteligências
múltiplas)
• Tony Buzan (Mapas mentais)
• Jerome Bruner (Teoria da descoberta)
• David Ausubel (Teoria da
aprendizagem significativa)
• Paulo Freire (Realidade, criticidade,
diálogo)
• Robert Gagné (Mudança interior)
• Entre outros.
Então levando em consideração o
contexto atual, quais ferramentas
tecnológicas poderiam ser adotadas
para o ensino e aprendizagem ?
Como resultado da convergência de tecnologias recentes
surgiram novos modelos de aprendizagem construtivista com
perspectivas na Aprendizagem Colaborativa e no Aprendizado
Significativo.
Iremos abordar a importância de algumas dessas tecnologias
nesse novo contexto de ensino-aprendizagem.
O que são Objetos de Aprendizagem
(Learning Objects)?
• Objetos de Aprendizagem (Learning Objects - LO’s), são
pequenos “pedaços” de conteúdo voltado para a um objetivo
de aprendizagem específico. Estes objetos podem conter um
ou mais componentes, ou Information Objects (IO’s), os quais
incluem textos, imagens, vídeos, animações, exercícios ou
similares [Passarini, 2003].
• Uma das grandes vantagens é a reutilização dos mesmos
objetos em diferentes aplicações, diminuindo assim os custos
e tempo médio para a finalização de uma produção.
• Devido à forma padronizada na qual estes objetos são
construídos torna-se menos difícil o reaproveitamento e sua
reutilização em outros projetos. (Princípio da Refatoração)
Características dos Objetos de
Aprendizagem
• Segundo Passarini [2001] apud Wiley [2001] os OA possuem
várias características marcantes, as quais justificam sua
importância no desenvolvimento de ambientes de
aprendizagem. Citemos algumas:
Interoperabilidade
Uso em diferentes
aplicações e plataformas.
Granularidade
Tamanho ideal de um OA.
“Pequenos pedaços”.
Acessibilidade
Fácil localização dos
módulos, códigos, OA.
Durabilidade
Tempo indeterminado.
Reusabilidade
Reuso em outros
projetos e plataformas.
Gerenciabilidade
Gerenciamento dos
módulos.
RIVED – É uma Rede Interativa Virtual de Educação, que
produz conteúdos digitais pedagógicos na forma de objetos de
aprendizagem (atividades multimídia interativa).
O que são Recursos Educacionais
Abertos (REA)?
REA são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa, fixados
em qualquer suporte ou mídia, que estejam sob domínio
público ou licenciados de maneira aberta, permitindo que
sejam utilizados ou adaptados por terceiros.
São três os principais elementos do REA: conteúdos de
aprendizado, ferramentas técnicas e recursos para
implementação.
As quatro liberdades mínimas dos REA (“4R’s”) são:
(review/usar, reuse/aprimorar, remix/recombinar e
redistribute/redistribuir).
– Exemplo: Conteúdos utilizados para fins educacionais
(livros, planos de aula, softwares, jogos, resenhas,
trabalhos escolares, vídeos, áudios, imagens etc.).
Riley [1994], informa que embora os termos Multimídias e
Hipermídias sejam usados indiscriminadamente, existe uma
diferença entre os dois:
Multimídia: Refere-se à integração de dois ou mais recursos
em um sistema de computador (e.g., computador + som).
Hipermídia: É a extensão do paradigma do hipertexto, com a
inclusão de outros recursos (e.g., portal web com multimídia).
Para Souza [2006] se adicionarmos a estas vantagens o fato de
que utilizando sistemas de autoria em multimídia, os alunos
podem construir os seus ambientes de interação, podemos
observar então a capacidade que os alunos têm de prover
ambientes de aprendizado “construcionistas”.
• A palavra chat derivada do inglês to chat, significa “conversar de
forma informal ou familiar” [Souza, 2006].
• Para que ocorra a conversação, é necessário que exista conexão
(canal) entre os interlocutores.
• Com as melhorias nas velocidades de conexão e o custos cada
vez menores, pôde-se integrar webcams nos computadores e
criar ambientes de videoconferência.
• Com os ambientes de conversação online, pode-se desenvolver
trabalhos em equipe e estabelecer uma base de cooperação
entre os participantes, além da possibilidade da realização de
entrevistas com convidados.
O que são MOOC ?
• Curso Online Aberto e Massivo/Massive Open Online Course
(MOOC) são Cursos Abertos (gratuitos) oferecidos através da
web (AVA, ferramentas das web 2.0, redes sociais etc.), que
visam oferecer para um grande número de alunos a
oportunidade de ampliar seus conhecimentos num processo
de coprodução.
• Possui raízes no movimento dos Recursos Educacionais
Abertos e do Conectivismo.
• Projetos recentes
Considerações Finais
Para Souza [2006], a despeito de todas as possibilidades
apresentadas, há um entendimento, que o educador é o
principal responsável pela aplicação dos recursos, das
dinâmicas, tecnologias e metodologias que normalmente estão
sobre a égide da informática. O professor ainda é o
responsável por criar modelos construtivistas de ensino-
aprendizagem;
A tecnologia em toda a sua amplitude, ainda não será capaz
de quebrar esse paradigma, pois nenhum sistema ainda será
capaz de assumir o papel humano nessa tarefa.
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