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LUCIANO BONETTI
TELEFONE CELULAR:
A nova mídia de massa a serviço
da publicidade segmentada.
Universidade Metodista de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
São Bernardo do Campo, 2005
LUCIANO BONETTI
TELEFONE CELULAR:
A nova mídia de massa a serviço
da publicidade segmentada.
Dissertação apresentada em cumprimento
parcial às exigências do Programa de Pós-
Graduação em Comunicação Social da
UMESP – Universidade Metodista de São
Paulo, para obtenção do grau de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Rogério Tarsitano.
Universidade Metodista de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
São Bernardo do Campo, 2005
FOLHA DE APROVAÇÃO
A dissertação “ Telefone Celular: a nova mídia de massa a serviço da
publicidade segmentada”, elaborada por Luciano Bonetti, foi defendida no dia ____ de
_________________ de 2005, tendo sido:
Reprovada
Aprovada, mas deve incorporar nos exemplares definitivos modificações
sugeridas pela banca examinadora, até 60 (sessenta) dias a contar da data da
defesa
Aprovada
Aprovada com louvor
Banca Examinadora:
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
Área de concentração: Processos Comunicacionais
Linha de Pesquisa: Publicidade Segmentada
Projeto Temático: Novas Mídias
Aos meus pais, Cleópatra e Júlio
A minha tia Eliene
“Estamos no limiar de uma nova era tecnológica, que vai
transforma a natureza da existência humana, mudando para sempre a
maneira de trabalhar, estudar, comprar, escolher e relacionar-se com o
mundo e as pessoas em geral”.
Tese de Bill Gates, criador da Microsoft defendida
no livro A estrada do Futuro
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho somente foi possível graças ao apoio, amizade,
paciência e contribuição de várias pessoas, a quem agradeço do fundo do coração.
Ao mestre e orientador, mas acima de tudo amigo, Professor Doutor Paulo
Rogério Tarsitano.
Ao diretor de negócios corporativos da Vola Brasil Gianluca Notarianni.
Ao diretor comercial da Vola Brasil Rodrigo Leal.
Ao diretor de marketing da WBI Brasil Paulo Kendzerski.
Ao amigo e consultor Rubens Yoshio Yoshida.
Ao Professor José Antônio Daniello pela orientação no processo de pesquisa.
Ao Professor Doutor Adolpho Queiroz, pelas orientações durante o exame de
qualificação.
À Professora Elizabete Gonçalves, também pelas orientações durante o exame
de qualificação.
Ao corpo docente da Pós-Graduação em Comunicação da UMESP.
Aos colegas mestrandos e doutorandos da UMESP.
Ao colega Kleber Nogueira Carrilho dedico um agradecimento especial por ser
um amigo e um orientador nas horas mais difíceis da realização deste projeto.
Aos colegas professores e coordenadores da Faculdade de Publicidade,
Propaganda e Turismo.
Aos alunos dos cursos de Publicidade e Propaganda e Comunicação
Mercadológica da UMESP.
LISTA DE FIGURAS
Fig. 1 – Pirâmide de Maslow – Teoria das Necessidades...............................................35
Fig. 2 – Sistema WAP.....................................................................................................76
Fig. 3 – Sistema SMS......................................................................................................77
Fig. 4 – CRM e o novo canal de comunicação.............................................................78
Fig. 5 – Esquema Projeto Kaiser..................................................................................85
Fig. 6 – Cadeia de valor em uma campanha de sms marketing...................................86
Fig. 7 – Exemplo de sistema de envio disponibilizado em site de uma operadora de
telefonia móvel.............................................................................................................91
Fig. 8 – Exemplo de uso correto de SMS Marketing...................................................97
Fig. 9 – Exemplo de uso incorreto de SMS Marketing................................................97
Fig. 10 – Exemplo de funcionamento do envio de SMS..............................................98
Fig. 11 – Case CIEE tela celular...............................................................................104
Fig. 12 – Tela de Cadastro CIEE Opt in......................................................................105
Fig. 13 – Ação SMS Marketing....................................................................................106
LISTA DE GRÁFICOS
Graf. 1 – Investimento nas ferramentas de comunicação................................................64
Graf. 2 – Taxa de resposta segundo as mídias.................................................................99
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Número de Internautas...................................................................................26
Tabela 2 – Evolução de celulares no Brasil.....................................................................47
Tabela 3 – Operadora Oi.................................................................................................50
Tabela 4 – Operadora Vivo.............................................................................................51
Tabela 5 – Operadora Tim...............................................................................................52
Tabela 6 – Operadora Claro............................................................................................53
Tabela 7 – Sistemas futuros.............................................................................................56
Tabela 8 – Origem do sistema GSM...............................................................................56
Tabela 9 – Tecnologias....................................................................................................57
Tabela 10 – Evolução da tecnologia CDMA...................................................................58
Tabela 11 – Sistema Vivo................................................................................................58
Tabela 12 – Participação por mídia.................................................................................79
Tabela 13 – Perfil da amostra da pesquisa segundo cargo ocupado na empresa.............87
Tabela 14 – Perfil da amostra da pesquisa segundo ramo de atividade da empresa.......88
Tabela 15 – Perfil da amostra da pesquisa segundo o número de funcionários da
empresa............................................................................................................................88
Tabela 16 – Perfil da amostra da pesquisa segundo o estado em que as empresas estão
instaladas.........................................................................................................................89
Tabela 17 – Utilização de SMS.......................................................................................90
Tabela 18 – Envio de SMS..............................................................................................90
Tabela 19 – Clientes com celulares.................................................................................92
Tabela 20 – Coleta de celulares.......................................................................................92
Tabela 21 – Ofertas em comunicação..............................................................................94
Tabela 22 – Assinaturas de serviço.................................................................................95
Tabela 23 – Autorização de SMS..................................................................................102
Tabela 24 – Informações...............................................................................................102
LISTA DE SIGLAS
AMPS – Advanced Mobile Phone Service (Serviço Avançado de Telefone Móvel)
ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações
EMBRATEL – Empresa Brasileira de Telecomunicações S. A
CONTEL – Conselho Nacional de Telecomunicações
CRM – Customer Relationship Management
CTB – Companhia Telefônica Brasileira
DDD – Discagem Direta à Distância
DDI – Discagem Direta Internacional
MCS – Mobile Communication System
MMS – Multimedia Message Service ( Serviços de Mensagens Multimídia)
NMT – Nordiska Mobile Telefongruppen
SMS – Short Message Service (Serviços de mensagens curtas)
TACS – Total Access Communication System
TELEBRAS – Telecomunicações Brasileiras S. A
WAP – Wireless Application Protocol (Protocolo de navegação sem fio)
WBI – Web Business Inteligence
GLOSSÁRIO
AMPS – Advanced Mobile Phone System. Sistema analógico de telefonia celular,
adotado primeiro nos Estados Unidos, e depois em mais de 55 países, entre eles o
Brasil.
ÁREA DE COBERTURA DO CELULAR – Extensão territorial atingida pelos sinais
de uma Estação Rádio Base.
ÁREA DE MOBILIDADE DE UM CELULAR – É aquela na qual você se locomove
livremente, pagando um único valor de comunicação local celular, sem a incidência de
custos adicionais por chamada ou deslocamento.
ÁREA DE REGISTRO DO CELULAR – Região na qual um telefone celular foi
registrado.
ÁREA DE SOMBRA – Locais, dentro de uma área de serviço, onde obstáculos - como
paredes, edifícios, viadutos, montanhas ou vegetação densa - bloqueiam a propagação
das ondas de rádio, impedindo a comunicação entre as estações rádio base e os
aparelhos celulares.
BANDA (A ou B) – Concessão de faixa de freqüência de rádio para operação do
Serviço Móvel Celular, atribuída a uma empresa de telefonia estatal ou particular. O
Serviço Móvel Celular da Telesp Celular opera na Banda A.
CAIXA POSTAL – Local onde ficam armazenados os recados gravados pelo Correio
de Voz do Serviço Móvel Celular.
CÉLULA – Área geográfica abrangida por uma Estação Rádio Base (ERB).
CELULAR PORTÁTIL – Aparelho mais usado, por ser o mais prático já que cabe na
palma da mão e permite maior mobilidade.
CELULAR TRANSPORTÁVEL – Aparelhos maiores e mais pesados do que o
portátil, com potência maior que resulta em melhor alcance e maior tempo de operação
com bateria.
CELULAR VEICULAR – Aparelho instalado no console do carro, cuja fonte de
energia elétrica é sempre a bateria do automóvel. Possuem cinco vezes mais potência
que os celulares portáteis.
CEMI – Cadastro Nacional de Estações Móveis Impedidas - Cadastro de números de
série de aparelhos perdidos ou roubados. Em caso de roubo, furto ou extravio você
deverá providenciar um boletim de ocorrência e entregá-lo nas Lojas Telesp Celular
para impedir que o seu aparelho seja indevidamente utilizado.
CENTRAL DE COMUTAÇÃO E CONTROLE (CCC) – Equipamento responsável
pelo controle da recepção e transmissão das chamadas efetuadas pelos celulares.
CCC – Central de Comutação e Controle. É uma central telefônica celular. Sua função é
controlar as ERBs de uma região. Ela autoriza telefones celulares a falar, controla o uso
dos canais, armazena as medições feitas por ERBs e por celulares, etc.
CLUSTER – Agrupamento de células utilizado no planejamento dos sistemas celulares
AMPS, TDMA e GSM, normalmente de 7 ou 21 células, com a finalidade de permitir a
reutilização de freqüências, minimizando os problemas de interferência.
CRM (Costumer Relationship Management) – Gerenciamento de relacionamento
com o cliente.
COMUTAÇÃO – Estabelecimentos temporários de caminhos entre dois pontos. Em
telefonia estes caminhos são os circuitos necessários à interligação entre dois assinantes.
Terminada a conversa, os circuitos são liberados para outros assinantes.
CORREIO DE VOZ – Serviço que funciona como uma secretária eletrônica no
Serviço Móvel Celular.
DEVICES – dispositivos e/ou aparelhos.
DISPLAY – Visor do aparelho celular que mostra todas as informações relacionadas ao
funcionamento do aparelho e ainda mostra todos os comandos efetuados.
E-BUSINESS – negócios eletrônicos realizados na internet.
E-COMMERCE - comércio eletrônico realiazado na internet através de websites de
compra e venda.
ERB – Estação rádio-base. São os equipamentos que fazem conexão, por ondas de
rádio, com os telefones celulares. As informações transmitidas pelos telefones celulares
são enviadas, pela ERB, para a CCC, onde esta a “ inteligência” do sistema celular. A
ERB não tem capacidade de comutação.
ESTAÇÃO MÓVEL (EM) – Equipamentos (veiculares, transportáveis ou portáteis)
que permite ao seu usuário a interligação com a rede telefônica pública ou com outra
estação móvel.
ESTAÇÃO RÁDIO BASE (ERB) – Torres que contêm equipamentos de recepção e
transmissão dos sinais ( ondas radioelétricas) emitidos pelos celulares.
HABILITAÇÃO – Compreende os procedimentos relativos à programação do número
telefônico designado para o cliente, para ativação de seu celular e início da prestação do
serviço móvel.
HANDHELDS – computador de mão.
HANDOFF – Passagem. Em telefonia celular, é a passagem do controle de um
assinante de uma ERB para outra, conforme ele se movimenta. Associado ao handoff,
há a troca do canal pelo qual o assinante vai continuar sua conversa. Quando ocorre a
troca de freqüências, o handoff é conhecido como hard handoff.
HOME – No aparelho Celular, significa que você está na área onde o seu celular foi
registrado.
INTERFACE AÉREA – Padrão pelo qual duas máquinas se comunicam por meio de
ondas de rádio. Este padrão é também chamado de protocolo
M-BUSINESS – negócios movéis realizados através de dispositivos móveis como
aparelhos celulares e computador de bolso através da Internet sem fio.
MICROCÉLULAS – São micro antenas que amplificam a condição de recepção de
sinal celular destinadas ao atendimento de locais com alta densidade de tráfego, como
aeroportos, shoppings, centros de convenções e cruzamentos de grandes avenidas.
NO SERVICE – Informação que aparece no display do celular sempre que o usuário se
encontrar em local com nível de sinal fraco (garagens, montanhas, etc.).
PCM – Pulse Code Modulation, ou modulação por códigos associados a pulsos. É um
método de modulação em que o sinal elétrico análogo à voz humana é amostrado e
digitalizado em 256 patamares pré-definidos. A cada patamar é associado um código de
8 bits. Como a voz humana nos sistemas de telecomunicações é amostrada 8000 vezes
por segundo, cada amostra PCM resulta em 64000 bits. Digitalizadores PCM produzem
sinais digitais de 64 kbps.
PORTADORA – Também freqüência portadora. Onda de rádio modulada por algum
tipo de informação, segundo um método especifico. Conhecendo o método, é possível
retirar a informação desta onda de rádio, cuja característica principal é sua freqüência.
REDE DE DISTRIBUIDORES – Lojas do comércio varejista ou revendedores de
aparelhos celulares em todo o Estado de São Paulo, autorizados a vender, habilitar e
trocar aparelhos celulares, inclusive nos casos de roubo, furto ou extravio.
REPETIDORES DE SINAL – Pequenas antenas que garantem sinal para ligações de
telefones celulares e oferecem melhor qualidade em áreas que apresentam dificuldade
na propagação do sinal. São instaladas em túneis, restaurantes e hotéis.
ROAM – Informação que aparece no display do celular sempre que o usuário estiver
fora da área de registro.
ROAMING – Sistema que permite ao usuário fazer ou receber chamadas fora da área
onde o celular foi registrado.
ROAMING AUTOMÁTICO – Registro automático de um assinante que esteja fora de
sua área de registro na Central de Comutação e Controle (CCC) da área que está sendo
visitada.
SERVIÇOS SUPLEMENTARES – Serviços adicionais que dinamizam ainda mais as
suas comunicações.
SISTEMA MÓVEL CELULAR ANALÓGICO – É o sistema em que a voz do
usuário é transformada pelo aparelho celular em sinais elétricos contínuos e transmitida
desta forma pelas ondas de rádio.
SISTEMA MÓVEL CELULAR DIGITAL – É o sistema em que a voz do usuário é
transformada pelo aparelho celular em bits (zeros e uns - código binário usado por
computadores) e transmitida desta forma pelas ondas de rádio.
SISTEMA MÓVEL CELULAR DIGITAL – CDMA – (Acesso Múltiplo por Divisão
de Código) - É o sistema em que várias conversações são transmitidas simultaneamente
no mesmo canal de rádio freqüência e no mesmo intervalo de tempo; entretanto, cada
conversação recebe um código de identificação que a diferencia das demais.
SISTEMA MÓVEL CELULAR DIGITAL – TDMA – (Acesso Múltiplo por Divisão
de Tempo) - É o sistema em que várias conversações são transmitidas simultaneamente
no mesmo canal de rádio freqüência; entretanto, cada conversação é transmitida em
intervalos de tempos distintos. Neste sistema as conversações não são codificadas, pois
os canais de rádio freqüência são diferenciados pelos intervalos de tempo.
T-BUSINESS – Television Business, define os negócios realizados através da televisão
digital e interativa.
WIRELESS – sem fio.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................22
CAPÍTULO I – A TECNOLOGIA E O HOMEM MODERNO..................24
1.1 – O cibermundo e a s influencia no estilo de vida do homem moderno........24
1.2 – A globalização e a nova configuração das empresas e dos novos
empregos..............................................................................................................33
CAPÍTULO II – A EVOLUÇÃO DA TELEFONIA NO BRASIL...............38
2.1 – A chegada do telefone no Brasil.................................................................38
2.2 – Do telefone fixo ao telefone celular............................................................44
2.3 – As tecnologias do telefone celular..............................................................47
CAPÍTULO III – A PUBLICIDADE E A SUA NOVA
CONFIGURAÇÃO............................................................................................59
CAPÍTULO IV – PUBLICIDADE MÓVEL...................................................73
4.1 – O que é a publicidade móvel.......................................................................73
4.2 – On line e Off Line.Como funciona? Os services SMS e MMS..................74
4.3 – O papel dos players no processo – Fabricante, Operadora, Anunciante e
Consumidor..........................................................................................................82
4.4 – A percepção do consumidor e do anunciante.............................................86
4.5 – A promoção e a publicidade móvel............................................................95
4.6 –A chegada da TV ao celular.........................................................................99
4.7 – Publicidade móvel – Comodidade ou Invasão de privacidade?...............101
CAPÍTULO V – CASES – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE......................104
5.1 – Case Toque CIEE......................................................................................104
5.2 – Case Coliseu.............................................................................................106
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................107
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................109
ANEXOS..........................................................................................................112
RESUMO
Ao final do ano de 2004 o Brasil atingiu o número de mais de 50 milhões de aparelhos
celulares, ultrapassando inclusive o número de telefones fixos. No mesmo período, as
operadoras de telefonia móvel lançaram o sinal de televisão para serem recebidos nestes
aparelhos, que são pessoais e portáteis. O objetivo deste trabalho é verificar se em
virtude deste crescimento na base de usuários e da alta tecnologia o aparelho de telefone
celular tem potencial como mídia publicitária, sendo capaz de segmentar suas
mensagens de acordo com o perfil dos clientes.
Palavras-chave: publicidade, propaganda, celular, mídia, marketing móvel.
ABSTRACT
In the end of the year 2004, the Brasil got the numbers of more than 50 million celular
phones, passing the numbers of home telephones. In the same period, the companies of
móbile phone service put on the market the tv sinal to be recept in those mobile devices,
those are portable and personal. The issue of this job is to know, if because of this
increase on the user members and with the high tecnology, the celular phone has a
potencial like advertising media, being capable to share its messages taking the client
profile as a base.
Word-key: publicity, advertising, celular, media, mobile marketing
INTRODUÇÃO
A publicidade sempre chamou a atenção dos consumidores por seus comerciais
divertidos e que marcaram época. Em virtude disso, todo um glamour sempre envolveu
o mundo da publicidade e da propaganda. Desde a década de 70 a publicidade era
considerada a toda poderosa da comunicação, pois utilizando-se dela, vendia-se mais e
apareceria-se mais para o consumidor ao ponto de a frase “A boa propaganda é a alma
do negócio” virar regra nas principais empresas dos mais diversos níveis e segmentos.
Mas o mundo evoluiu, assim como as empresas evoluíram, e apenas a
propaganda não bastava mais para atingir os objetivos mercadológicos e fazer a
comunicação com os potenciais consumidores. Os profissionais de comunicação e
marketing passaram a se utilizar das mais diversas ferramentas de comunicação para
poder passar sua mensagem, e por isso tiveram que acompanhar o surgimento e o
crescimento de novas mídias como a Internet, a tv digital, entre outras.
Neste trabalho procuramos estudar o crescimento de uma nova mídia, o aparelho
de telefonia celular, e analisar se esta mídia tem potencial como mídia publicitária para
a emissão de mensagens comerciais e informativas.
Para tanto coletamos materiais junto às principais empresas do setor, estudo
bibliográfico dentro do segmento, apesar de termos poucas publicações em virtude de
ser um assunto novo e portanto ainda pouco explorado, análise de notícias publicadas
em periódicos e websites, além do acesso a uma pesquisa realizada pela empresa WBI,
que foi de muito valia para a elaboração deste trabalho. Além disso, foram realizadas
entrevistas em profundidade com profissionais do mercado como um apoio a
interpretação ao estudo documental.
No capítulo I abordamos a evolução do homem moderno, sua preocupação com
tempo, espaço e lugar. Procuramos analisar como o homem moderno vive ao lado da
tecnologia e como ele a utiliza em seu benefício. As mudanças de comportamento
social, de trabalho, de relacionamento e de consumo, para desta forma entendermos
como devemos fazer a comunicação com este novo consumidor, chamado agora de
ciberconsumidor. Analisamos também como os novos empregos influenciaram na vida
social desses consumidores.
Como este estudo tem por objeto a mídia telefone celular, no capítulo II
abordamos a chegada do telefone ao Brasil e sua evolução. Além disso exploramos o
nascimento e crescimento da telefonia celular, em seus aspectos de mercado e
tecnológico e sua evolução de uma mídia de telecomunicações para um dispositivo
multimídia convergente.
Para que pudéssemos verificar o potencial do celular como mídia publicitária,
precisávamos primeiro analisar o cenário da comunicação e do marketing nos dias
atuais, por isso no capítulo III abordamos o novo papel da propaganda e da
comunicação, analisando quais são as ferramentas mais utilizadas e como elas se
interagem dentro da comunicação integrada e qual o papel de cada uma delas e como o
celular poderia ocupar o seu papel.
No capítulo IV abordamos todo um estudo sobre a publicidade móvel, ou seja, a
publicidade no celular, como ela deve ser feita, o que as empresas anunciantes e os
consumidores pensam sobre receber em seu aparelho portátil e pessoal mensagens
publicitárias, estudo este que só foi possível com o acesso à pesquisa realizada pela
empresa WBI, que tinha como objeto de estudo a percepção do anunciante e do
consumidor sobre o assunto.
No capítulo V apresentamos dois casos de mercado na qual a publicidade móvel
foi aplicada e fazemos uma análise de seu uso e taxa de resposta.
Os anexos trazem as principais notícias do mercado que foram a fonte do
interesse sobre o estudo deste tema e a pesquisa na integra realizada pela empresa WBI.
CAPÍTULO I – A TECNOLOGIA E O HOMEM MODERNO
1.1 O cibermundo e sua influência no estilo de vida do homem moderno
Cibermundo, ciberespaço, cibercomunicação. O tão sonhado mundo virtual chegou
para todos nós. A expectativa de vivermos em uma era repleta de modernidades,
inovações tecnológicas, na qual tudo pode acontecer em um simples toque de botão,
com uma ampla conectividade e com presença em todos os lugares do mundo parece
cada vez mais próxima de acontecer. O mundo virtual e a vida digital chegam para
mudar todos os conceitos existentes, seja na comunicação, na economia, nos modelos de
trabalho, entre tantos outros setores. As modificações acontecem de modo tão rápido,
que acabam trazendo conseqüências não para o futuro, mas para o momento em que
vivemos atualmente, pois a informação, que é a principal impulsionadora das
modificações está disponível a todas pessoas em todos os lugares do mundo. Nicholas
Negroponte aponta:
“No contexto da vida digital, o que a maioria dos executivos dos meios de comunicação pensa e discute é a transmissão melhor e mais eficiente do que já existe. Tal e qual o cavalo de Tróia, porém, as conseqüências desse presente são espantosas. Um conteúdo inteiramente diverso emergirá dessa digitalização, assim como novos jogadores, novos modelos econômicos e, provavelmente, uma indústria caseira da informação e do entretenimento.” (Negroponte, 1995, p.23)
O mundo parece não ter mais fronteiras, havendo uma conexão, mesmo que virtual,
entre todos os países e todos os povos, fazendo com que países da América do Sul
comercializem seus produtos com países da Ásia como se estivesse em cidades
vizinhas. A mesma coisa acontece com as pessoas que se comunicam através de
programas de conversas online, fazendo com que a distância entre continentes pareça
ser a mesma distância de bairros vizinhos.
“O estabelecimento de conexão telefônica entre terminais e memórias
informatizadas e a extensão das redes digitais de transmissão ampliam, a cada dia, um
ciberespaço mundial no qual todo elemento de informação encontra-se em contato
virtual com todos e com cada um.” (Levy, 2000, p.11).
Isso traz mudanças no mundo real em que as pessoas vivem, elas mudam seus
conceitos, pensamentos, modos de vestir, de comprar, de se relacionar etc. Mesmo
diminuindo a distância entre todos os países e a forma de viver das pessoas ao redor do
mundo, muitos países vivem outra realidade.
Países como o Brasil, vivem em dois mundos, ou até poderíamos dizer três mundos,
o mundo real onde poucas pessoas, que tem a possibilidade de ter mais recursos
financeiros, tem acesso ao conhecimento e a informação de forma imediata, pois
possuem computadores de última geração, acesso em banda larga à Internet e dominam
outras línguas como inglês e espanhol. O segundo mundo que se apresenta é um mundo
que ainda luta para acabar com a fome e como o analfabetismo, não o analfabetismo
virtual ou tecnológico e sim o analfabetismo primário-básico, no qual vemos o país
tentando educar suas crianças e dentro do contexto do novo mundo já trazer para perto
delas o conhecimento necessário para viver o mundo futuro e a vida digital. O terceiro
mundo é um mundo virtual totalmente conectado e plugado com tudo que gira ao seu
redor, mas que ainda não sabem como posicionar e acompanhar a evolução que
acontece em todo mundo, pois se por um lado o Brasil é um país ainda em
desenvolvimento no mundo real, por outro lado se apresenta como um forte país no
mundo virtual. Em virtude da sua potencialidade e capacidade de consumo e mercado,
ainda que restringida a poucas pessoas, o Brasil é o décimo país do mundo em acesso à
Internet e fechou o ano de 2004 com mais de cinqüenta milhões de telefones móveis. E
assim acontece em tantos outros países do chamado terceiro mundo.
Outro mercado que se destaca é a China com uma população imensa de novos
consumidores em busca de tudo que o cibermundo pode oferecer, influenciado pelos
países vizinhos Japão e Coréia. Os chineses no seu mundo virtual podem agora ter
acesso aos produtos mais recentes lançados nos Estados Unidos, Inglaterra e no Brasil.
A Coréia do Sul, um dos países mais a frente no que diz respeito a tecnologia e
Internet, busca de forma incessante fazer com que haja convergência entre todos os
meios de comunicação, pois o estilo de vida das pessoas neste país mudou e exige tal
cenário em seu dia-a-dia.
No Brasil, em matéria publicada na revista Isto É, de 23 de abril de 2003, apenas
12,46% da população tem computador em casa e desses apenas 8,31% estão na Internet,
ou seja, são 149,4 milhões de brasileiros excluídos do mundo digital. Estamos falando,
então, de cerca de 17 milhões de usuários de microcomputadores, e apenas 12 milhões
de internautas, dos quais a grande maioria está conectada de forma primária e porque
não dizer precária, com modems de 52k através da linha discada do telefone fixo
comum. Falar em banda larga, ou seja, conexão de alta capacidade de tráfego de dados e
de alta velocidade, em um país como o Brasil é muito difícil, pois é um país que tem
dimensões continentais e a estrutura necessária para se disponibilizar tal serviço ainda
está longe de existir. Apesar dessas dificuldades, chegamos ao final de 2004 com cerca
de vinte milhões de internautas.
Data da Pesquisa
População total IBGE
Internautas (milhões)
% da População Brasileira
Nº de Meses (base=jan/96)
Crescimento Acumulado (base=jul/97)
Fontes de pesquisa Internautas
2004 /jan 178,4 20,05 11,5% 95 1.686% Nielsen NetRatings
2003 /jan 176,0 14,32 8,1% 83 1.143% Nielsen NetRatings
2002/ago 175,0 13,98 7.9% 78 1.115% Nielsen NetRatings
2001/set 172,3 12,04 7.0% 67 947% Nielsen NetRatings
2000/nov 169,7 9,84 5.8% 59 756% Nielsen NetRatings
1999/dez 166,4 6,79 7.1% 48 490% Computer Ind. Almanac
1998/dez 163,2 2,35 1.4% 36 104% IDC 1997/dez 160,1 1,30 0.8% 24 13% Brazilian ISC 1997/jul 160,1 1,15 0.7% 18 - Brazilian ISC Tabela 1: Número de Internautas.Compilado por www.e-commerce.org.br / fonte: pesquisas diversas / população: variações anuais estimadas
Outros países com dimensões um tanto quanto menores como a Coréia do Sul citada
acima, podem se dar ao luxo de disponibilizar um link de 20 megabites para cada
residência, fazendo com que o cidadão possa ver e ouvir de tudo através do computador
e da Internet. Alex Yoo, CEO da empresa inIT Solutions, empresa coreana que traz para
o Brasil os últimos avanços tecnológicos daquele país declara as mudanças que tais
serviços traz ao cotidiano das pessoas: “Na Coréia cada pessoa pode montar sua própria
rádio na Internet. Já existem mais de quatro mil rádios pessoais e as pessoas acessam as
rádios dos colegas e se juntam em virtude dos estilos musicais. Com isso pessoas
passam mais de trinta e seis horas na frente do computador.” Além disso muitas pessoas
começaram a encontrar na Internet, não apenas na Coréia, mas em outros países também
o seu trabalho, aliando diversão com responsabilidade.
Mas como explicar o grande sucesso da Internet, dos aparelhos celulares, das novas
tecnologias no Brasil e no mundo? Como explicar a cibercomunicação? E como
podemos prever o crescimento deste mundo e dos serviços que ele pode nos oferecer? A
palavra-chave para essas respostas é a mobilidade. O ser humano aqui no Brasil ou em
qualquer lugar do mundo fica fascinado com o mundo virtual, com o ciberespaço, mas
mais do que isso fica fascinado com que ele oferece de serviços e a possibilidade de
viver esse mundo e o seu real em qualquer hora e lugar com mais tempo para outras
coisas importantes na vida de uma pessoa.
Segundo Pierre Levy “a Internet tornou-se hoje o símbolo do grande meio
heterogêneo e transfronteiriço que aqui designamos como ciberespaço.” (Levy, 2000,
p.12). E a Internet não está simplesmente presente nos computadores pessoais. Está
presente também na televisão, no aparelho celular, no computador de bolso, etc.
Mas antes de mais nada é preciso dizer que a Internet não teve o sucesso que se
esperava no Brasil e no mundo, no que diz respeito a negócios e convergência. Seu
crescimento em relação ao número de usuários foi fenomenal. Segundo matéria
publicada na revista Veja em 29 de julho de 1998, a Internet levou cerca de quatro anos
para atingir cinqüenta milhões de pessoas em todo o mundo, contra treze anos do
telefone celular, dezesseis anos do computador pessoal e vinte e seis anos da televisão.
A Internet era vista por alguns como a grande revolução industrial moderna, que
mudaria completamente o estilo de vida das pessoas, do hábito de consumo, da forma de
comunicar, etc. Tudo deveria estar na Internet, pois era ali que tudo ocorreria daquele
momento em diante. Empresas de Internet surgiam no mundo inteiro, com novos
modelos de administração, e fazendo com que seus funcionários vivessem um mundo
diferente, influenciando no seu dia-a-dia.
“A fusão das telecomunicações, da informática, da imprensa, da edição da televisão,
do cinema e dos jogos eletrônicos em uma indústria unificada da multimídia é o aspecto
da revolução digital que os jornalistas mais enfatizam”. (Levy, 2000,p.13)
As pessoas ao redor do mundo achavam que tinham que de um momento para outro
viver em um mundo digital amplamente conectado. A economia parecia viver em
função das empresas de Internet. Formou-se a famosa “bolha”, ou seja, um crescimento
de empresas sem conteúdo e sem razão de existir e que nos últimos anos acabou
estourando, e fazendo com que muitas dessas empresas quebrassem e muitas pessoas
duvidassem do potencial da Internet e da vida digital. Sem dúvida alguma todo esse
avanço proporcionou grandes crescimentos na área da informática e da tecnologia,
vários produtos foram desenvolvidos buscando atender a demanda das empresas virtuais
e dos consumidores modernos e high-techs. A comunicação passou por uma grande
mudança também com o surgimento do hipertexto, ou da hipermídia, que possibilitou a
melhora na qualidade do ensino, da educação, do jornalismo e do acesso a informação
como um todo.
“A hipermídia é um desenvolvimento do hipertexto, designando a narrativa com
alto grau de interconexão, a informação vinculada” (Negroponte, 1995, p.71)
Com a hipermídia é possível vincular em uma única palavra ou objeto de pesquisa
diversas informações sobre a questão pesquisada, não apenas em forma de texto, mas
também na forma de fotos, imagens, vídeos, gráficos, etc., o que fazia com que as
pessoas pensassem na Internet como a única fonte rica de informações e que trazia ainda
consigo um acesso rápido e com mais facilidade. Mas era preciso entender o que era a
multimídia e como ela poderia “trabalhar” em favor das pessoas e do novo estilo de vida
do homem moderno.
“É importante perceber que multimídia é mais do que uma feira mundial particular
ou um espetáculo de luz e som de informação, mesclando tão-somente punhados fixos
de vídeo, áudio e dados. A livre tradução desses elementos de um para outro meio é, na
verdade, para onde caminha o campo da multimídia.” (Negroponte, 1995, p.73)
O crescimento não da Internet, mas das empresas que viviam no âmbito da Internet
foi paulatino. Isso se deu porque muitas pessoas no mundo ainda não tinham sequer
acesso ao computador, quanto mais a Internet como já citado anteriormente. Outras
tantas pessoas não queriam viver apenas no mundo virtual ou no ciberespaço. O que
poucas empresas virtuais ou digitais entendiam é que muitas pessoas não tinham a
cultura da vida digital, e isso requeria mudança, e como toda mudança, ela gera
insegurança e em muitos casos até medo.
Utilizar os serviços bancários via Internet, fazer compras no supermercado virtual,
comprar presentes como livros, cds, eletrônicos, etc., em sites virtuais, pagar com cartão
de crédito ou transferência bancária pelo computador da minha casa, utilizar o telefone
celular vinte e quatro horas por dia e com isso ser achado em qualquer momento do dia,
eram coisas muito novas para diversas pessoas.
No mundo inteiro pessoas que ao mesmo tempo tinham vontade de ter toda essa
tecnologia a mão, também tinham medo de usá-la, ou por não saber como utilizar a
tecnologia ou pela falta de segurança que o ambiente em si trazia para o individuo. A
desconfiança da tecnologia era tão grande que era comum ver pessoas enviando fax ou
e-mail para outras pessoas e depois de alguns minutos ligar para a mesma pessoa para
saber se a mensagem em questão tinha chegado.
O ciberespaço poderia igualmente anunciar, já encarna às vezes, o futuro aterrador ou inumano que nos é apresentado em certos romances de ficção científica: fichamento de pessoas, tratamento de dados sem local definido, poderes anônimos, impérios tecnofinanceiros implacáveis, implosões sociais, apagamentos de memórias, guerras de clones enlouquecidos em meio a incontroláveis interações em tempo real... No entanto, um mundo virtual para a inteligência coletiva pode ser igualmente portador de cultura, de beleza, de espírito e de saber como um templo grego, uma catedral gótica, um palácio florentino, a Encyclopédie de Diderot e d´Alembert ou a Constituição dos Estados Unidos. Pode desvendar inéditas galáxias de linguagem, fazer vir à tona temporalidades sociais desconhecidas, reinventar o laço social, aperfeiçoar a democracia, abrir entre os homens trilhas de saber desconhecidas. (Lévy, 2000, p.103)
Com o passar do tempo e com a mudança no habito do uso da Internet e das novas
tecnologias, as pessoas começaram não apenas a “depender” de certo modo dessa
tecnologia como fazer exigências, pois elas queriam encontrar no mundo virtual
facilidades para seu dia-a-dia no mundo real, como por exemplo, buscar dados e
informações de forma mais rápida e em todo o lugar que ela estiver disponível, seja em
um site de uma escola no Brasil ou em um site de um museu em Paris, ir ao banco sem
pegar filas, ou seja, ter um banco em sua casa, poder ver os resultados dos seus exames
na Internet, poder se comunicar através de som, imagem, vídeos com outras pessoas em
qualquer lugar do mundo, entre tantas outras coisas.
Quem passou a ganhar dinheiro e fazer a Internet e o cibermundo crescer de forma
correta e estruturada foram as empresas que enxergaram que a Internet era mais um
canal de comunicação, de venda e de distribuição de seus produtos e serviços e quem
procurava trazer lazer, entretenimento com muita informação em anexo. As pessoas
então passaram a utilizar cada vez com mais freqüência o cibermundo e a conectividade,
muitas vezes até sem saber que estavam usando tais tecnologias e o mundo virtual.
Voltamos a ser nômades, mas o nomadismo desta época, segundo Pierre Lévy,
“refere-se principalmente à transformação contínua e rápida das paisagens científica,
técnica, econômica, profissional, mental... mesmo que não nos movêssemos, o mundo
mudaria à nossa volta”. O mesmo autor complementa:
O espaço do novo nomadismo não é o território geográfico, nem o das instituições ou o dos Estados, mas um espaço invisível de conhecimentos, saberes, potencias de pensamento em que brotam e se transformam qualidades do ser, maneiras de constituir sociedade. Não os organogramas do poder, nem as fronteiras das disciplinas, tampouco as estatísticas dos comerciantes, mas o espaço qualitativo, dinâmico, vivo da humanidade em vias de se auto-inventar, produzindo seu mundo. (Lévy, 2000, p.15).
Toda essa tecnologia a favor do homem moderno, disponibilizando todo o tipo de
informação e serviço em qualquer hora e lugar gerou alterações sociais no modo de
viver, de trabalhar e de se relacionar das pessoas. As pessoas começaram a se
enclausurar dentro de suas casas, pois poderiam daquele local, através do seu
computador, ter contato com todo o mundo exterior, e dessa forma viver com mais
segurança e ter acesso a um maior número de informações.
De casa é possível comprar um livro, um cd, alugar um filme, pedir uma pizza,
encontrar amigos em uma sala de bate-papo, namorar.. Namorar? Sim, namorar.
Namoro e sexo virtual são um dos maiores sucessos da Internet. As pessoas cultivam
relacionamentos virtuais com pessoas ao redor do mundo inteiro, realizam sexo virtual,
mandam presentes para a pessoa amada sem mesmo nunca ter ido a casa daquela
pessoa, tudo acontece no mundo virtual. Isso começou a gerar conflitos na sociedade, as
pessoas passaram a viver isoladas, sozinhas em seu mundo real, passando horas em
frente ao seu computador para poder viver o seu mundo virtual. As relações humanas, o
toque, ficaram em segundo plano.
Na Coréia do Sul começaram a surgir os primeiros problemas sociais gerados pela
Internet. Adolescentes que utilizam salas de bate-papo com recursos de áudio e vídeo
despiam-se e faziam sexo virtual em grupo. Os jovens chegavam a ficar mais de oito
horas ininterruptas na frente do computador. Isso gerou problemas psicológicos nesses
jovens com relação a sua aceitação, a sua auto-estima, o saber se relacionar apenas no
mundo virtual. Outro problema são os jogos online, os jovens ficam tão aficcionados
por seu personagem dentro do jogo virtual que encarnam traços da sua personalidade na
vida real e chegam a passar quatro dias sem dormir apenas para jogar e dar continuidade
a sua participação no game.
Muitas pessoas, agora no seu papel de cliente, começaram a perceber que não
tinham mais contato com as pessoas das empresas, falavam apenas com máquinas e
computadores, e dessa forma começaram a sentir falta do calor humano e do contato
real e diário com as pessoas. A situação chegou em um ponto tão crítico que os bancos,
principais empresas na utilização das mais diversas tecnologias, tiveram que fazer
publicidade informando aos seus clientes que eles ainda eram bem vindos em suas
agencias e mesmo que não fossem utilizar o serviço do banco, por já fazer isso via
Internet, poderia passar para tomar um cafezinho e conversar com o gerente. Era a
tentativa de humanizar o atendimento.
Que a tecnologia é importante, ninguém contesta, mas as pessoas não querem viver
apenas em contato com máquinas e computadores. Elas querem que ambos trabalhem
para ela, sejam ferramentas de melhoria em seu dia-a-dia.
Passada a fase da “bolha” e a achada então a forma correta de fazer o
desenvolvimento da Internet, entendendo que a Internet tem uma forma peculiar e
distinta de ser trabalhada e integrar a vida das pessoas, e da comunicação para os
internautas, que neste momento já tinham se tornado ciberconsumidores, consumidores
virtuais, voltamos para a busca do crescimento. Como fazer para que a Internet pudesse
crescer e atingir um número maior de pessoas? Como fazer para a Internet estar presente
em diversos dispositivos? Porque dessa forma as pessoas poderiam ter acesso ao mundo
virtual e viver sua vida digital em conjunto com sua vida real.
Uma das principais barreiras encontradas era o acesso aos microcomputadores e a
estrutura necessária à utilização da Internet. Muitas pessoas não tinham computadores
pessoais em casa, tinham acesso através do trabalho ou da escola e com isso não
poderiam desfrutar por inteiro do que o ciberespaço poderia oferecer. Independente
disso, a Internet crescia e sua tecnologia avançava. Hoje é possível acessar a rede de
computadores através da linha telefônica, do cabo, das ondas de rádio, de links diretos,
etc.
Em meio a todo esse crescimento um novo “aparelhinho” começa a tomar conta do
mercado e ser objeto de desejo de todas as pessoas, de todas as classes. O aparelho de
telefonia celular – que tem essa denominação porque o sinal é transmitido, via rádio, por
uma rede de comunicação constituída de células, que representam a área de cobertura de
cada estação rádio-base.
Este aparelho veio mudar a vida das pessoas, não criando uma necessidade, mas sim
atendendo uma das necessidades existentes mais importantes: a necessidade de se
comunicar. Agora é possível ligar para qualquer pessoa do mundo de qualquer lugar que
você esteja, seja no carro, no banheiro, na rua, etc. Você leva seu telefone pessoal com
você para qualquer lugar e pode ficar vinte quatro horas por dia online, ou seja, a
disposição para ser encontrada. Falar com as pessoas ficou mais fácil, o acesso agora é
ilimitado.
Com o surgimento do telefone celular as relações interpessoais mudaram, diversos
empregos mudaram, principalmente os vendedores que ficam trabalhando nas ruas, os
entregadores, e assim por diante. E como o aparelho é um aparelho telefônico, ele
permite acesso a Internet e ao uso das mais diversas tecnologias. Devido ao seu grande
sucesso mercadológico, só no Brasil são cerca de cinqüenta milhões de usuários, e então
abriu-se a oportunidade para o crescimento da Internet e do ciberespaço, e portanto da
vida digital.
O celular tornou-se a forma mais rápida e fácil para que pessoas de classes menos
favorecidas vivessem um mundo digital e o acesso a Internet, pois o telefone celular
possui um preço de mais fácil aquisição por essas pessoas.
O futuro da Internet é ser “onipresente” como a energia elétrica, onde quer que
esteja e a qualquer hora ela estará lá, basta um click no relógio, no aparelho celular, no
seu computador de mão e você estará conectado ao mundo virtual.
A cibercomunicação terá que ser móvel. Estar à disposição das pessoas. O mundo
virtual transmite não apenas informações e conhecimentos, mas também sensações. A
cibercomunicação tem que estar a serviço das necessidades e desejos do homem
moderno.
1.2 A globalização e a nova configuração das empresas e dos novos empregos
Empresas virtuais, que são empresas reais. Empresas reais que terão que ser
empresas virtuais. Como ficam as empresas neste novo mundo virtual? Como lidar com
o ciberconsumidor ou consumidor virtual? Como as empresas evoluíram ou foram
obrigadas a evoluir com a velocidade da era da informação?
Antes de mais nada, precisamos entender qual o cenário em que essas empresas
estão envolvidas, entender a configuração do mercado e a própria evolução do tipo de
trabalho e de produção das empresas no mundo, em particular das chamadas empresas
virtuais ou que oferecem produtos da era da informação.
Antigamente, no início do século XX, existiam poucas empresas no mercado e
também poucos produtos, o que fazia com que os consumidores não tivessem muitas
opções de compra. Os consumidores tinham que comprar não o que eles queriam ou
demandavam e sim o que as empresas queriam oferecer e produzir. Henry Ford,
fundador da empresa Ford Motors, chegou a dizer que qualquer pessoa podia comprar
um de seus carros desde que fosse preto, uma alusão a produção da Ford que só
fabricava carros pretos na época.
Maximiano aponta que naquele momento, a ênfase da administração estava na
produção eficiente de bens, para atender um mercado sempre crescente, aparentemente
inesgotável. Havia poucos concorrentes fazendo automóveis, pneus, lâmpadas elétricas
e telefones. A tônica era fazer sempre mais, de maneira eficiente.
Com o tempo, devido aos avanços tecnológicos na área industrial, as empresas
passaram a fabricar mais produtos em menos tempo, buscando atender cada vez mais
um número maior de consumidores. Para se ter uma idéia de tal evolução, em 1904 a
construção de um automóvel levava cerca de mil e trezentas horas, já em 1932 a mesma
fabricação de um carro levava cerca de 19 horas e nos dias atuais, em cerca de uma hora
dezenas de carros são produzidos.
Modelos administrativos, financeiros e de produção eram criados à medida que
empresas iam surgindo e crescendo. Buscava-se melhorar cada passo da produção e da
administração dos negócios, e principalmente dos funcionários da empresa e dos
consumidores.
A dinâmica do processo produtivo era simples, quanto mais se produzia, mais
consumo era gerado, o que automaticamente seria igual a um maior lucro, que geraria
mais investimentos por parte das empresas.
Passamos então a ter uma mudança da economia de produção para a economia do
consumo. O ditado nos anos 20 era “A chave é a criação organizada da insatisfação”.
Houve então uma evolução dos então chamados prossumidores, que tinham como
característica a busca particularizada pela satisfação das necessidades e a polivalência
de produção e do conhecimento e que tinha como principal objetivo atender a
subsistência do senhor feudal para os consumidores que tinham como característica a
busca coletiva de uma necessidade pessoal e davam as empresas um direcionamento
para uma produção mais especializada, mas que ao mesmo tempo criava uma distância
entre o consumidor e o produtor.
O objetivo então era criar um consumidor insatisfeito, o que levaria depois a criação
organizada da insatisfação, fazendo com que esses consumidores buscassem sempre ser
moderno, estar na moda e principalmente buscassem status e reconhecimento, teoria
fundamenta por Maslow em sua pirâmide das necessidades humanas. É importante
ressaltar que o marketing não cria necessidades, mas cria sim desejos; desejos estes que
são demandados pelas pessoas em virtude da sua busca por uma ascensão na vida
material e social. Tanto que nos dias de hoje uma das principais linhas de estudo é a
psicologia do consumidor, que busca entender como age a mente do consumidor diante
de um novo produto, uma nova empresa ou uma nova marca.
O consumidor insatisfeito é o consumidor ideal para as empresas, pois ele busca por
um produto para atender a sua necessidade e assim que o adquire sua satisfação é
momentânea e logo fica novamente insatisfeito desejando por algo novo que atenda
essa sua nova necessidade.
Figura 1 - pirâmide de Maslow – Teoria das Necessidades
Com essa insatisfação e porque não dizer até inveja, os consumidores buscariam
atender suas necessidades através de produtos criados pelas empresas, os quais em
pouco tempo transformam-se em objeto de desejo para a grande maioria desses
consumidores.
Não existiria o fascínio se a inveja social dos seres humanos não fosse uma emoção comum generalizada. A sociedade industria, que se deslocava para a democracia, parando depois no meio do caminho, é ideal para gerar essa emoção. A busca da felicidade pessoal foi reconhecida como direito universal. No entanto, nas condições sociais reinantes, o indivíduo sente-se impotente. Vive uma contradição entre o que é e o que gostaria de ser. Então, ou ele adquire perfeita consciência dessa contradição e de suas causas, passando assim a participar da luta política por uma democracia plena, o que implica, entre outras coisas, a democracia do capitalismo, ou vive constantemente escravo de uma inveja que, em combinação com o sentido de impotência, se dissolve em sucessivos devaneios. (Berger, 1972, p.148).
Podemos entender então, que as empresas queriam criar um grupo de consumidores
insatisfeitos e que todos buscassem atender suas necessidades, o que levou ao consumo
de massa, que se por um lado cria uma maior produtividade, por outro também gera um
maior desemprego quando as vendas das empresas não são atingidas, pois necessita de
uma produção de massa e de uma mão-de-obra especializada.
Com isso a busca por um emprego nas grandes empresas, para que se conseguisse
uma remuneração para que então pudesse ser considerado um consumidor se tornava o
grande objetivo de cada ser humano. Era preciso trabalhar para ser digno e para ter
poder de compra.
Os anunciantes passaram a desviar rapidamente seus
apelos de venda dos argumentos utilitários e
informações descritivas do produto para apelos
emocionais por status e diferenciação social. O homem
e a mulher comuns eram estimulados a seguir o
exemplo dois ricos, a adotar a aparência de riqueza e
prosperidade, até então restrita à aristocracia
empresarial e à elite social. “Moda” tornou-se o lema
da época, a medida que as empresas e industrias
procuravam identificar seus produtos com a voga e o
chique. ( Rifkin, 2001, p.21)
Acontece que como um dos ditados da administração é baixar custos, as empresas
buscavam aumentar sua produção e seus lucros, mas ao mesmo tempo reduzir a mão-de-
obra, chegando muitas vezes a substituí-la por máquinas mais precisas e que trabalham
o dia inteiro sem cansar e não tem férias durante o ano. Rifkin (2001, p.53) aponta que a
eficiência passou a dominar o ambiente de trabalho e a vida da sociedade moderna, em
grande parte por causa de sua adaptabilidade a cultura tanto da maquina quanto humana.
Por mais de um século, a sabedoria econômica convencional tem ditado que novas tecnologias fomentam a produtividade, reduzem custos de produção e aumentam a oferta de produtos baratos, que por sua vez aumentam o poder aquisitivo, expandem mercados e geram empregos. Essa proposta fundamental tem sido a base racional da política econômica em cada nação industrializada do mundo. Atualmente essa lógica esta levando a níveis sem precedentes o desemprego na área tecnológica, acentuando o declínio do poder aquisitivo do consumidor, e acenando com o espectro de uma depressão mundial de magnitude e duração incalculáveis. (Rifkin, 2001, p.15)
Entendemos que o ser humano busca no seu emprego mais do que se tornar um
consumidor, uma dignidade enquanto homem; fato este não levado em consideração
pelas empresas e pelos novos modelos de administração. Empresas no mundo inteiro,
cada vez mais reduzem sua força de trabalho, e mesmo assim conseguem aumentar os
seus lucros. Uma saída encontrada pelos executivos foi criar os chamados novos
empregos, nos quais o funcionário passa a ter um vinculo com a empresa como um
prestador de serviço, diminuindo assim os encargos trabalhistas; estes novos
“funcionários”, devido ao avanço da tecnologia, trabalham em casa tendo como
ferramenta principal seu computador e a conexão a Internet.
“David Birch, pesquisador no MIT, estava entre os primeiros a sugerir que o novo
crescimento econômico na era da alta tecnologia está sendo liderado por empresas
muito pequenas – empresas com menos de cem funcionários. Birch opinou que mais de
88% de todos os novos empregos estavam sendo criados por pequenos negócios, muitos
dos quais na fronteira da nova revolução tecnológica”.(Rifkin, 2001, p.10).
A afirmação acima comprova que não apenas os empregos mudaram como também
as próprias empresas. Isso mostra que as grandes empresas fazem parte de pequenos
mega grupos e deixam espaço para as empresas de médio e pequeno porte tomarem o
seu lugar neste novo mercado.
CAPÍTULO II – A EVOLUÇÃO DA TELEFONIA NO BRASIL
2.1 A chegada do telefone no Brasil
Com o surgimento do ser humano nasce com ele as necessidades para sua
satisfação como comer, beber, dormir, entre tantas outras. Sem dúvida uma das mais
importantes é a de se comunicar. A comunicação é o que possibilita a interatividade e o
entendimento entre as pessoas.
O nascimento do telefone possibilitou encurtar as distâncias e o tempo que
existiam separando as pessoas. O telefone surgiu fundamentalmente como um meio de
comunicação interpessoal.
Historicamente o telefone representa um degrau seguinte ao telégrafo, numa
escada que se sucedem, em seguida, a telegrafia sem fio, o rádio e a televisão.
Poderíamos colocar numa ordem o telégrafo elétrico permitindo a transmissão de sinais
por meio de um fio e o telefone permitindo a transmissão de sons complexos como a
voz humana e a música por meio de um fio.
Dois homens nos Estados Unidos estavam às voltas com a invenção do telefone:
o engenheiro Elisha Gray (1835-1901) e o escocês Alexandre Graham Bell (1847-
1922), que era radicado em Boston. De acordo com a história ambos depositaram seus
pedidos de patentes no dia 14 de fevereiro de 1876 no “Patent Office” norte-americano,
mas o pedido de Gray chegou ao mesmo guichê algumas horas depois do apresentado
por Bell (COSTELLA, 1999, pg. 134).
O interesse de Bell pelo telefone surgiu justamente porque Bell era professor de
surdos-mudos e tudo que era envolto a fala e seus problemas faziam parte do seu dia-a-
dia. O telefone surgiu meio por acaso, na noite de 2 de junho de 1875 quando Bell fazia
experiências com um telégrafo harmônico quando seu ajudante, Thomas Watson, puxou
a corda do transmissor e emitiu um som diferente, que foi ouvido por Bell do outro lado
da linha.
Mas a grande data que entrou para a história da telefonia foi 10 de março de
1876 quando foi feita a transmissão elétrica da primeira mensagem completa pelo
aparelho recém-inventado. Bell e Watson se encontravam em salas separadas e Bell
utilizando o telefone disse: “Senhor Watson, venha cá. Preciso de você.”
Em 1876 o telefone foi para na Exposição Centenária da Filadélfia, nos Estados
Unidos. O produto de Bell ficou em um canto isolado onde pouca gente passava e não
fazia nenhum sucesso. Ficou por lá seis semanas sem que lhe dessem atenção.
D. Pedro II, Imperador do Brasil, visitava a feira foi avistado por Bell que já o
conhecia por D. Pedro ter visitado a escola que Bell lecionava. Bell então se ofereceu
para fazer uma demonstração ao monarca. Colocando D. Pedro no outro canto da sala e
dirigiu o transmissor e disse a frase: “Ser ou não ser, eis a questão”. A frase foi ouvida
claramente por D. Pedro no outro canto da sala que exclamou: “Meu Deus, isso fala!”.
Todos ficaram aficcionados por tal invento que foi notícia nos jornais do dia seguinte.
Podemos dizer que o principal agente publicitário do telefone foi nosso imperador.
A partir desse momento o sucesso e reconhecimento vieram rápido. A primeira
linha de telefonia interurbana foi inaugurada em 26 de novembro de 1876, com vinte e
cinco quilômetros que ligaram Boston a Salem, no estado americano de Massachusetts.
Bell criou juntamente com Watson e seu sogro Hubbard a empresa “American
Bell Telephone Company” com a finalidade de explorar comercialmente a telefonia.
Mesmo com a limitação em virtude os obstáculos técnicos que emperravam o
aprimoramento e o progresso da telefonia Bell conseguira já em 1877 instalar cerca de
3.000 aparelhos.
A telefonia não parava de crescer e em 1915 foi inaugurada a primeira linha
transcontinental de Nova York a São Francisco. Essa ligação entre os dois pontos foi
uma grande prova de maturidade para a telefonia e principalmente mostrou que nada
poderia impedi-la de cobrir toda a terra. Em 1927 foi montado o primeiro serviço
telefônico transatlântico com uma conversa entre Nova York e Londres. Para se ter uma
idéia do crescimento da telefonia em menos de cinqüenta anos, desde a invenção do
telefone, em 1935, as empresas telefônicas empregavam nos Estados Unidos cerca de
300.000 pessoas.
O Brasil, no papel de nosso imperador, teve grande importância no crescimento
do telefone e do sistema de telefonia. Por esse motivo o telefone não demorou a chegar
no país, sendo de forma praticamente imediata a sua invenção. Sua chegada se deu em
1877 quando foram instalados no Rio de Janeiro os primeiros aparelhos, sendo um na
residência imperial e na casa comercial “Ao Rei dos Mágicos” que tinha uma ligação do
seu estabelecimento com o corpo de bombeiros e em seguida a polícia e depois ao
“Jornal do Comércio”. Já podia se notar o uso que as pessoas vislumbravam para o
telefone, ajudando na comunicação interpessoal como também nos avisos de mais
urgência que deveriam ser emitidos.
Tínhamos na época várias firmas interessadas em estender linhas e redes, pois
acreditava-se que o tráfego criado compensaria os investimentos.
Dois anos mais tarde, em 15 de novembro de 1879 foi feita a primeira concessão
para estabelecimento de uma rede telefônica no Brasil. Quem ganhou a concessão foi
Charles Paul Mackie. No mesmo ano a repartição de telégrafos organizou no Rio de
Janeiro um sistema de linhas telefônicas ligadas a Estação Central dos Bombeiros para
aviso de incêndios.
A partir daí tivemos um grande crescimento com a formação das companhias
telefônicas. As principais companhias telefônicas da época foram a “Companhia
Telefônica do Brasil”, a “Empreza Telephonica Campineira”, a “Companhia
Telephonica do Estado de São Paulo”, a “Companhia RedeTelephonica Bragantina”, a
“Brasilianische Elektricitats Gesellschaft”, a “The Interurban Telephone Company of
Brazil” e a “Companhia de Telefones Interestadoaes”. Em 1889, as estatísticas
apontavam um total aproximado de 160 mil telefones em todo o país, um crescimento
significativo em um curto espaço de tempo.
Todas essas empresas acabaram sendo absorvidas por um grupo canadense, a
“Brazilian Traction, Light and Power Company Ltd.”, que criou em 1916 uma empresa
controladora única, a “Rio de Janeiro e São Paulo Telephone Company”, que mudou de
nome em 1923, passando denominar-se “Brazilian Telephone Company”, que depois foi
traduzido para “Companhia Telefônica Brasileira” que controlava 75% dos aparelhos
existentes do país. Em 1925 a CTB operava cerca de 100.000 telefones.
Durante essa época tivemos grande avanços nos aparelhos telefônicos como a
criação do telefone a magneto em 1889, no qual os telefones eram ligados à central por
um fio, na caixa do aparelho havia uma manivela que o assinante movia para chamar a
telefonista central que fazia a ligação. Em 1906 surge o telefone a bateria central que
vinha substituir os telefones a magnetos que tinham acabado em virtude de um incêndio
nas instalações da Brasilianische. O telefone tinha um sistema de bateria, sem manivela,
bastava tirar do gancho para falar com a telefonista.
A Segunda Guerra Mundial trouxe dificuldades para todo o mundo e no Brasil
não foi diferente. O país mergulhou numa série de dificuldades, o que provocou a
estagnação do setor de telefonia. Mas mesmo assim a CTB conseguia instalar mais
telefones pelo país.
Em 1956 o presidente Juscelino Kubitchek assinava o Decreto 40.439 que
nacionalizava a CTB.
O serviço de Telecomunicações tornava-se cada vez mais amplo e por
conseqüência mais complexo. Buscava-se então uma centralização para o serviço afim
de melhorá-lo e também modernizá-lo, e quem tomou a frente neste ponto foi o
Governo Federal. A aprovação do Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei 4.117)
em 27 de agosto de 1962, a instalação do CONTEL – Conselho Nacional de
Telecomunicações e mais adiante a criação do Ministério das Comunicações, em 25 de
fevereiro de 1967, foram os pontos que marcaram fim do marasmo e da letargia e deram
inicio a centralização do setor pelo Governo Federal.
Para demonstrar sua presença no setor a União criou em 1965 a empresa estatal
“EMBRATEL – Empresa Brasileira de Telecomunicações S. A” que tinha como
objetivo claro instalar e explorar os grandes troncos nacionais de microondas, que
integravam o Sistema Nacional de Telecomunicações e suas conexões com o exterior.
No mesmo ano o primeiro sistema de microondas da América Latina foi inaugurado
entre Rio – São Paulo e Campinas.
As diversidades dos equipamentos das concessionárias geravam problemas para
uma boa integração do serviço e por isso tudo apontava como dissemos acima para uma
solução unitária, e que esta solução deveria ser implantada pelo Estado, para que não
houvesse uma dependência da iniciativa privada, o que poderia até não acontecer.
Em 1966, a Embratel assumiu o controle acionário da Companhia Telefônica
Brasileira. Nesse ano o governo brasileiro negociou não só a compra da CTB, mas
também o de suas empresas associadas. Essas empresas eram responsáveis por 62% dos
telefones no país e abrangiam 45% da população brasileira. Para direcionar e gerir este
conjunto de empresas foi criada em 11 de junho de 1972 a “Telebrás –
Telecomunicações Brasileiras S. A”, que passava a funcionar como uma empresa
“holding”, das 28 empresas estatais de telecomunicações criadas uma para cada estado.
Novo dono, novas regras, nova administração. Com isso o serviço de telefonia
melhorou muito no país tornando-se mais eficiente e confiável e com tecnologia
semelhante aos países de primeiro mundo. Já em 1983 eram mais de 10 milhões de
telefones em uso no Brasil. E com toda essa tecnologia os serviços passaram a crescer,
além das ligações automáticas, sem necessidade da telefonista, com as cidades
brasileiras através do DDD (Discagem Direta à Distância) e internacionais com o DDI
(Discagem Direta Internacional), os serviços passaram a incluir telex, transmissão de
fac-símile, telecard e vários outros serviços.
O Brasil mantinha ligações transatlânticas com cabos submarinos para telefonia
que começaram a existir em maio de 1970.
Mas a tecnologia não parava de crescer, o próximo passo do setor foi a
digitalização da rede telefônica que existia, com a introdução de equipamentos que
transformavam os sinais de voz em pulsos elétricos digitais. O sistema digital permite
aumentar o número de transmissões e com melhor qualidade. Em 1985 surge a fibra
óptica que transmitia um raio laser que veio substituir os cabos convencionais. Para se
ter uma idéia um só cabo reunindo 36 fibras ópticas pode realizar 600.000 ligações
simultâneas, com melhor qualidade e um custo mais barato.
Em 1999 já eram mais de 26 milhões de telefones fixos instalados no país. Nessa
mesma década surge a telefonia móvel, o telefone celular, que começou a funcionar em
1990. O Rio de Janeiro foi a primeira cidade do Brasil a contar com o Sistema Móvel
Celular. No início o serviço era muito caro e o celular só começou a se expandir depois
de 1992, mas iremos abordar com mais propriedade no tópico que apresenta a história
do celular no Brasil.
O sistema de telefonia crescia a passos cada vez mais largos e o ponto que
devemos abordar agora é o de sua privatização. As idéias neoliberais, que acreditavam
na eficácia auto-reguladora de mercado, começaram a surgir na década de 80 por todo o
mundo. A idéia é que o Estado teria um melhor serviço e menos gastos passando alguns
de seus setores para a iniciativa privada, exercendo um controle sobre ela. A esse
processo deram o nome de privatização, e que passou a ocorrer no mundo inteiro tendo
como país pioneiro a Inglaterra, a qual foi seguida por grandes países importantes do
cenário e mercado mundial.
No Brasil essa onda teve início nos anos 90, mais precisamente em 1995 com a
emenda constitucional que quebrou o monopólio das estatais. Essa emenda abriu
caminho para que a Lei número 9.472, Lei Geral das Telecomunicações, autorizasse o
governo a privatizar todas as empresas do sistema Telebrás. Surge a ANATEL, Agência
Nacional de Telecomunicações, órgão que foi criado para fiscalizar o setor.
Em 1997 a Telebrás foi dividida em 12 empresas (9 de telefonia fixa e 3 de
telefonia celular), as quais foram privatizadas no ano seguinte. As empresas foram
vendidas para oito grandes empresas, sendo quatro de maior porte: Telemar, Embratel,
Telefonica e Tele Centro Sul.
Para garantir a concorrência do mercado foram criadas as chamadas empresas
“espelho” que receberam em 1999 as mesmas concessões das pioneiras. Isso fez com
que o serviço tivesse cada vez mais qualidade e os números aumentassem mais, em
2001 já são cerca de 40 milhões de linhas fixas e 25 milhões de celulares.
O invento de Bell fechou o ano de 2000, o século vinte, com um bilhão e
seiscentos milhões de telefones fixos em operação no mundo, dos quais 650 milhões são
celulares.
Hoje a telefonia é muito importante para toda a humanidade, não apenas para as
relações interpessoais, mas também para as relações comerciais, culturais, de
informação, entre tantas outras, sem falar que a telefonia é a base da internet, veículo de
comunicação em grande expansão no mundo inteiro e que possibilita a integração de
todas as pessoas ao redor do mundo.
2.2 Do telefone fixo ao telefone celular
A história da telefonia celular se confunde com a história do telefone que
apresentamos no item anterior. O celular nada mais é do que uma evolução, um degrau
a mais no sistema de telefonia, que vive em constante busca por mais tecnologia e
versatilidade para gerar melhor qualidade e mais serviços para seus usuários.
Na telefonia celular várias estações de rádio base (torres com transmissores e
receptores) são estrategicamente distribuídas na área que se pretende cobrir. Elas
formam células semelhantes a uma colméia (por isso, o nome celular) de modo a
diminuir as áreas de sombra provocadas pelos obstáculos. A potência dos transmissores
em cada célula pode ser menor, mas, afinal de contas, os telefones móveis não precisam
ter potência elevada, nem estão instalados em veículos. Suas dimensões foram reduzidas
até aparecerem os telefones miniaturas. Como o número de canais disponíveis é bem
menor as células podem ser continuamente adicionadas ao sistema, até o limite físico da
central de comunicação e controle. Com isso temos como resultado o aumento da área
de cobertura celular. A tecnologia digital foi outro grande avanço, permitindo a
transmissão de dados e imagens pelo celular, além da voz.
A história do celular está dividida pelas gerações de sistemas móveis, mas o
conceito do celular foi desenvolvido em 1947 pelos laboratórios Bell, da AT&T. Em
1970 a própria AT&T propôs a construção do primeira sistema telefônico celular de alta
capacidade que ficou conhecido pela sigla AMPS, ou seja, Advanced Mobile Phone
Service, (Serviço Avançado de Telefone Móvel). Nos EUA o primeiro sistema celular
entrava em operação comercial em Chicago em 13 de outubro de 1983. No Japão, na
cidade de Tóquio, um sistema semelhante ao AMPS foi colocado em operação em 1979.
Na Europa a primeira geração de sistemas celulares era composta de diversos sistemas
semelhantes entre si.
Essa primeira geração de sistemas celulares caracterizava-se basicamente por ser
analógica.
A história do telefone celular no Brasil começa em 1990. Na época, segundo
dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o país contava com 667
aparelhos, número que passou para 6.700 unidades no ano seguinte, ultrapassaram os 30
mil em 1992 e chegou a 47.865.593 telefones celulares em fevereiro de 2004.
A trajetória de crescimento teve como fator determinante a privatização da
telefonia móvel no Brasil, que até 1997 era um serviço estatal. A abertura do mercado
para o capital privado obrigou as antigas estatais e as novas empresas que se instalavam
a um grande investimento no setor. Com isto, houve um aumento significativo na escala
de produção de aparelhos e no oferecimento de novos serviços atrelados a menores
preços, numa ampla disputa pelo interesse dos consumidores.
Ao longo dos anos, modelos mais sofisticados foram surgindo, fazendo com que
os celulares mais básicos começassem a ficar mais baratos, o que possibilitou a criação
de um novo mercado voltado para as classes de renda mais baixa.
Pré-pagos são maioria - Outra mudança ocorrida após a privatização foi o
lançamento no país dos celulares pré-pagos, que hoje representam mais de 77% do
mercado. "A entrada deste tipo de serviço viabilizou a formação de novos nichos de
mercado, fortalecendo a onda de crescimento", avaliou Marcelo Almeida, diretor de
varejo da empresa Oi, destacando que não houve retração no mercado de pós-pagos,
"acontece que o crescimento do setor de pré-pagos é vertiginoso enquanto a venda de
celulares com conta a pagar é mais suave, o que aumenta esta distância em números
proporcionais".
País tem mais celulares do que fixos - A expansão do celular no Brasil tem
superado as expectativas mais otimistas, tanto que as previsões de que o número de
celulares no país atingiria a mesma quantidade de telefones fixos em 2005 foi
facilmente ultrapassada. De acordo com a Anatel, enquanto a telefonia móvel já passou
de 47 milhões de unidades, o número de telefones fixos está no patamar de 39,2 milhões
de linhas. Em 1997, antes da privatização, esta relação era de 18,8 milhões de telefones
fixos para 4,5 milhões de celulares no Brasil.Um indício do fácil crescimento em
relação às linhas tradicionais é o fato de que o celular é individual, fazendo com que as
pessoas de uma mesma família possam partilhar do mesmo telefone fixo, mas
dificilmente consigam dividir o uso de um telefone móvel, o que leva a aquisição de
vários aparelhos para uma mesma unidade residencial.
"O ritmo da vida moderna faz com que as pessoas precisem de um mecanismo
que garanta a convergência das funções do dia-a-dia em um único elemento, nada mais
natural que este dispositivo seja o celular, que está sempre com a pessoa, conectando-a
ao mundo a qualquer hora", ressaltou Paulo Roberto Assis de Souza, gerente de
marketing da TIM Bahia, Sergipe e Minas Gerais.
Mobilidade atinge 1,8 milhão de baianos
A Bahia, segundo a Anatel, em fevereiro deste ano, contava com 1.822.790
celulares, distribuídos em quatro operadoras: a Vivo (Telebahia Celular), primeira a
atuar no estado e que hoje detém cerca de 45% do mercado nacional; a TIM Maxitel,
que passou a explorar a banda B após a privatização e representa 18% do setor no país;
a Oi, empresa do grupo Telemar, que foi lançada há aproximadamente dois anos,
atuando na banda D e atingindo hoje pouco mais de 8% do mercado brasileiro; e, mais
recentemente, a Claro, segunda maior empresa do segmento no Brasil, com cerca de
20% do setor, mas que só se instalou na Bahia em dezembro de 2003.
"O mercado na Bahia ainda possui espaço para uma maior competitividade, o
que trará benefícios para os clientes em geral com a entrada de uma nova marca no
cenário", afirmou o gerente de Desenvolvimento de Produtos e Marketing da Claro,
Marco Quatorze, destacando que a entrada da Claro no estado faz parte da estratégia de
crescimento da empresa. "Pretendemos atingir 30% do mercado brasileiro até 2005",
anunciou.
Evolução anual do número de celulares no Brasil*
Ano Banda A Banda B Banda D Banda E Total 2003 26.448.765 13.501.057 5.673.057 749.741 46.373.266 2002 22.181.473 11.006.739 1.609.102 83.653 34.880.964
2001 19.277.861 9.467.908 - - 28.745.769
2000 15.652.880 7.535.291 - - 23.188.171
1999 10.756.771 4.275.927 - - 15.032.698
1998 6.099.553 1.268.665 - - 7.368.218
1997 4.534.491 15.684 - - 4.550.175
1996 2.744.549 - - - 2.744.549
1995 1.416.500 - - - 1.416.500
1994 755.224 - - - 755.224
1993 191.402 - - - 191.402
1992 31.726 - - - 31.726
1991 6.700 - - - 6.700
1990 667 - - - 667
Tabela 2 - Evolução de Celulares no Brasil – Fonte: Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações * Em fevereiro de 2004, a Anatel registrou a existência de 47.865.593 aparelhos.
2.3 As tecnologias do telefone celular
Há tempos o Brasil vive a febre da telefonia celular, dado as facilidades
oferecidas pela tecnologia móvel de comunicação.Mas antes de entender as tecnologias
existentes atualmente no mercado brasileiro, vale lembrar que nem sempre foi assim.
Em 1999 a telefonia celular passava de sistemas analógicos para sistema digital.
Qual diferença entre as duas tecnologias?
A primeira serviu de plataforma de testes e viabilidade econômica para um novo
dispositivo de comunicação pessoal, esta tecnologia estava baseada no padrão
conhecido com o sistema AMPS (Advanced Mobile Phone System ou na tradução,
Sistema de telefonia móvel avançado). Este sistema ganhou outras versões: Japão MCS
(Mobile Communication System); nos paises nórdicos NMT (Nordiska Mobile
Telefongruppen); no Reino Unido TACS (Total Access Communication System). No
Brasil a telefonia móvel foi introduzida em 1972, com um sistema precário e de baixa
capacidade diferente do sistema AMPS. A primeira empresa a instalar e utilizar o
sistema AMPS foi a Telerj em 1990, no Rio de Janeiro. Esta plataforma sérvia de base
para teste e implantação da telefonia celular no Brasil e representou a primeira geração
de telefonia celular em mercado teste.
O sistema analógico não apresentava fidelidade som e captação de sinais, onde
qualquer anteparo na captação dos sinais telefônicos apresentava “quedas” na ligação.
No final de 1999 começou a troca da tecnologia, o que ocasionava a troca
gradativa de aparelhos. O sistema digital de telefonia apresentava maior alcance de
sinais, fidelidade no áudio, e era possível incorporar outras funções como identificador
de chamadas.
Atualmente o mercado brasileiro trabalha com 3 tecnologias para celulares, são
elas:
CDMA
O que significa CDMA?
A sigla deriva do inglês Code Division Multiple Access, que traduzido significa
"Acesso Múltiplo por Divisão de Código".
O que faz o sistema digital CDMA?
A característica marcante deste sistema é a transformação da áudio (voz) em
dados (como arquivos ou informações digitalizadas) utilizando um sinal de rádio
codificado. Nesta operação o que trafega no “ar” são dados e não voz, sendo assim o
receptor consegue também decodificar os dados e transformar em áudio.
Esta tecnologia é base para as novas aplicações desenvolvidas pela União
Internacional de Telecomunicações, pois esta “plataforma” tecnológica permitiria a
migração para uma versão mais avançada que possibilitaria a transmissão de imagens,
vídeos com alta qualidade. O mercado já disponibiliza algumas destas evoluções como
CDMA2000 e W-CDMA, esta ultima abrindo o acesso do celular a Internet de forma
rápida.
TDMA
O que significa TDMA?
A sigla TDMA proveniente do inglês representa o sistema Time Division
Multiple Access ou na tradução, "Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo".
O que o sistema digital TDMA faz?
Este sistema divide um canal de freqüência em até seis intervalos de tempo
distintos. Proporcionando assim que cada usuário ocupe um espaço de tempo específico
na transmissão, eliminando assim problemas de interferências. Esta tecnologia esta
espalhada pelo Mundo sendo uma das mais utilizadas. Para se ter uma idéia, são mais de
120 milhões de usuários utilizando esta tecnologia no mundo, segundo a organização do
3G Américas.
Esta tecnologia cobre 100% dos telefones celulares nos Estados Unidos foi à
única adotada na Colômbia, Equador, Nicarágua, México e Panamá.
O número impressiona, são mais de 90 operadoras em 35 países.
GSM
O que significa GSM?
Global System for Móbile ou Sistema Global Móvel
O que o sistema digital GSM faz?
Assim como o sistema TDMA o GSM esta baseada na divisão de tempo, e é
considerada a evolução deste tipo de sistema, permitindo troca de dados entre telefones,
utilizando um Sim-Card (chip de identificação) com acesso rápido a serviços WAP e
Internet móvel.
Esta tecnologia se tornou padrão na Europa a partir de 1992.
Segue abaixo as principais operadoras existentes no Brasil com sua cobertura e
tecnologias usadas:
Operadora Estados Tecnologias
OI RJ GSM
OI ES GSM
OI MG GSM
OI SE GSM
OI BA GSM
OI AL GSM
OI PE GSM
OI PB GSM
OI RN GSM
OI CE GSM
OI MA GSM
OI PA GSM
OI AP GSM
OI AM GSM
OI RR GSM
OI PI GSM
Tabela 3 – Operadora Oi.
Operadora Estados Tecnologias
VIVO SP AMPS/CDMA
VIVO RJ AMPS/CDMA
VIVO ES AMPS/CDMA
VIVO RS AMPS/CDMA/TDMA
VIVO AC AMPS/CDMA/TDMA
VIVO DF AMPS/CDMA/TDMA
VIVO GO AMPS/CDMA/TDMA
VIVO TO AMPS/CDMA/TDMA
VIVO MT AMPS/CDMA/TDMA
VIVO MS AMPS/CDMA/TDMA
VIVO RO AMPS/CDMA/TDMA
VIVO BA AMPS/CDMA
VIVO SE AMPS/CDMA
VIVO PR CDMA
VIVO SC CDMA
VIVO AM TDMA/CDMA
VIVO RR TDMA/CDMA
VIVO PA TDMA/CDMA
VIVO AP TDMA/CDMA
VIVO MA TDMA/CDMA
Tabela 4: Operadora Vivo.
Operadora Estados Tecnologias
TIM PR AMPS/TDMA/GSM
TIM SC AMPS/TDMA/GSM
TIM RS AMPS/TDMA/GSM
TIM AL AMPS/TDMA/GSM
TIM CE AMPS/TDMA/GSM
TIM PI AMPS/TDMA/GSM
TIM RN AMPS/TDMA/GSM
TIM PA AMPS/TDMA/GSM
TIM PE AMPS/TDMA/GSM
TIM NG TDMA/GSM
TIM BA TDMA/GSM
TIM SE TDMA/GSM
TIM AC GSM
TIM RO GSM
TIM MT GSM
TIM MS GSM
TIM GO GSM
TIM TO GSM
TIM DF GSM
TIM PR GSM
TIM RS GSM
TIM SP GSM
TIM RJ GSM
TIM ES GSM
TIM MA GSM
TIM AP GSM
TIM AM GSM TIM RR GSM
Tabela 5: Operadora Tim
Operadora Estados Tecnologias
CLARO BA GSM
CLARO SE GSM
CLARO SP TDMA/GSM
CLARO CE TDMA/GSM
CLARO PE TDMA/GSM
CLARO RN TDMA/GSM
CLARO PI TDMA/GSM
CLARO AL TDMA/GSM
CLARO PB TDMA/GSM
CLARO ES TDMA/GSM
CLARO RJ TDMA/GSM
CLARO AC TDMA/GSM
CLARO RO TDMA/GSM
CLARO MT TDMA/GSM
CLARO MS TDMA/GSM
CLARO GO TDMA/GSM
CLARO TO TDMA/GSM
CLARO DF TDMA/GSM
CLARO RS TDMA/GSM
CLARO PR TDMA/GSM
CLARO SC TDMA/GSM
Tabela 6: Operadora Claro.
Tabelas baseadas em informações da Anatel
As características de cada tecnologia
Com tanta tecnologia para se conhecer e fazer a telefonia móvel funcionar, vale
destacar os pros e contras de cada uma delas. A comparação de duas tecnologias CDMA
e GSM (não vamos tratar da tecnologia TDMA pois esta tem praticamente as mesmas
características que o sistema GSM).
No Brasil o sistema CDMA tem uma vantagem baseada na cobertura, maior que
a GSM, isto se deve a ser uma das primeiras tecnologias digitais utilizadas em território
nacional. O sistema GSM chegou ao Brasil há cerca de 4 anos, e ainda encontra-se em
faze de expansão, porem dentro de alguns anos devera ultrapassar as tecnologias
existentes. Deve se lembrar que boa parte da estrutura TDMA existente foram
compradas por operadores GSM, o caso da BCP que foi comprado pela Claro em São
Paulo.
No sistema GSM a diferença mais visível para o usuário, consiste na utilização
de um chip de identificação da conta, podendo este ser utilizado em outros aparelhos
sem previa programação, esta tecnologia facilita na hora de trocar o aparelho por um
outro mais avançado, não obrigando que os nomes e fones arquivados nos chips tenham
a necessidade de nova digitação.
O sistema GSM prima por uma qualidade de áudio transmitido. Quando se trata
de informações de dados as diferenças são maiores e favoráveis ao sistema CDMA, que
já mostrou maior capacidade de transmissão e recepção em aparelhos na Coréia do Sul.
Conhecendo o Sistema de Celular CDMA
Este sistema foi desenvolvido para uso militar para sistema de telecomunicações
via rádio por se tratar de uma tecnologia que não permitia escutas e de difícil
decodificação. Tal sistema foi elaborado e desenvolvido para gastar pouca energia,
utilizar freqüências disponíveis de forma eficiente, permitindo que todos os dispositivos
de comunicação móvel possam receber e transmitir na mesma freqüência, tem um
exclusivo sistema de códigos permitindo o envio e recebimento de sinais mesmo em
condições adversas.
Neste sistema fica muito difícil interferir numa transmissão via rádio que use
CDMA, e também, tentar rastrear e ouvir de forma clandestina esta transmissão.
A tecnologia CDMA foi liberada pelos militares americanos em 1989 para
aplicações comerciais. Desde então as empresas como: Lucente; Motorola; Nec;
Sansung e outras vêm investindo nesta tecnologia.
Este sistema difere tanto dos sistemas convencionais, que se torna difícil
estabelecer comparações.
No celular analógico AMPS (Advanced Mobile Phone System) em uso ainda no
Brasil, cada telefone usa um par de freqüências de rádio (canal) quando se quer falar,
sendo um para transmitir informações e outro para recebê-las.
Para exemplificar: Esses canais são semelhantes aos de TV a cabo, cada um
deles está numa freqüência exclusiva , específica, e não se mistura com os outros. Para
ver uma emissora é preciso sintonizar seu canal (suas freqüências).
Na tecnologia CDMA, todos transmitem e recebem informações usando o
mesmo canal, ao mesmo tempo.
Então como diferenciar um do outro?
A cada aparelho é atribuído em código de identificação exclusivo. Então para
receber as informações de um assinante ou aparelho específico, só conhecendo seu
código. Seria como se todas as emissoras de TV fossem transmitidas no mesmo canal,
ao mesmo tempo. Sua TV teria uma profusão de imagens recebidas de forma
embaralhada que não seria possível identificar o que o aparelho estaria recepcionando
ficaria uma bagunça completa. Porem, se antes da transmissão fosse associado um
código a cada emissora, bastaria informar ao aparelho de TV o código desejado, e a
imagem da TV ficaria nítida.
No sistema analógico AMPS, funciona da seguinte maneira: Imagine duas
pessoas conversando numa sala, para poder falar com alguém o sistema utiliza uma
espécie de canal privado.
No sistema CDMA funciona da seguinte forma: Imagine agora uma sala com
muitas pessoas falando a sua volta ao mesmos tempo, inclusive em outros idiomas, você
porem consegue conversar com alguém pois o seu cérebro pode separar as
características de voz e diferenciá-la das demais. À medida que a festa fica maior, cada
pessoa tem que falar mais alto e o tamanho da distancia entre as pessoas ficam menores
para poderem ser entendidas.
Gerações de Sistemas de Celulares
Pergunta: O que vem agora?
1G Sistemas analógicos como o AMPS.
2G Sistemas digitais como o GSM, CDMA (IS-95-A) ou TDMA IS-136.
2,5G
Sistemas celulares que oferecem serviços de dados por pacotes e sem necessidade de estabelecimento de uma conexão (conexão permanente) a taxas de até 144 kbps. São um passo internmediário na evolução para 3G. Os principais sistemas são o GPRS e extensões do CDMA.
3G Sistemas celulares que oferecem serviços de dados por pacotes e taxas de até 2 Mbps. Os principais sistemas são o WCDMA e o CDMA 1xEV.
Tabela 7:Sistemas Futuros. Fonte: teleco.com.br
Segue um sumário das opções de evolução para as operadoras de acordo com as
tecnologias que adotam atualmente.
Evolução da Tecnologia GSM
Espectro Atual:900 e 1800 MHz (Europa)
1900 MHz (EUA)
Novo:
1900/2100 MHz
Geração 2 G 2,5 G 2,5/3 G 3 G
Tecnologia GSM GPRS EDGE WCDMA
(UMTS)
HSDPA
(WCDMA)
Taxa de dados
máx. teórica
(kbit/s)
14,4 171,2 473.6 2.000 14.000
Taxa de dados
média (kbit/s) - 30-40 100-130 220-320 550-1100
Canalização (kHz) 200 200 200 5.000 5.000
Tabela 8: Origem do Sistema GSM: Europa.
A implantação do EDGE tecnologia de 3ª geração para celulares e do GPRS em
sistemas GSM é feita com pequenas modificações nas redes existentes. Já a migração
para WCDMA exige que as operadoras adquiram licenças para novas freqüências.
Estas tecnologias exigem novos terminais multimodo
(GSM/GPRS/EDGE/WCDMA), conforme as tecnologias disponíveis na rede.
A Oi, TIM, Claro, Brasil Telecom GSM, CTBC, Amazônia e Telemig Celular
estão em operação no Brasil com sistemas GSM/GPRS. A Claro, TIM, Amazônia e
Telemig Celular estão também com o EDGE em operação.
Através deste avanços a comunicação via celular será explorada de tal maneira a
se personalizar um filme comercial de um produto ou serviço para cada assinante, a
ser visto quando o mesmo quiser acessar ou simplesmente descartá-lo.
Tecnologias
GPRS General Packet Radio Service
• Taxa máxima encontrada na prática: 26 a 40 kbit/s. • Disputa os mesmos slots de tempo já existentes que com o tráfego de voz, o que é
um limitante para as operadoras oferecerem taxas maiores.
EDGE Enhanced Data rates for Global Evolution
• Pode aumentar em 3 vezes a taxa de transmissão pela utilização de um novo esquema de modulação.
• Taxa máxima encontrada na prática de 384Kbps e uma média de 110 a 120 kbps em uma rede carregada.
• A classificação do EDGE como 2,5 ou 3G é controversa.
WCDMA
Wideband CDMA
• Também conhecido como CDMA DS (Direct Sequence) • É uma das tecnologias de acesso (ULTRA FDD) do UMTS (Universal Mobile
Telecommunications System) • High Speed Downlink Packet Access (HSDPA) é um serviço de pacotes de dados
para o enlace de descida do W-CDMA.
Tabela 9: Tecnologias. Fonte: teleco.com.br
Evolução da Tecnologia CDMA
Espectro Atual: 800 MHz e 1900 MHz
Geração 2 G 2,5 G 3 G 3G
Tecnologia cdmaOne
(IS-95-A)
CDMA2000 1X*
CDMA
1xEV-DO
CDMA
1xEV-DV
Taxa de dados
máx. teórica
(kbit/s)
14,4 153,6 2.400 4.800
Taxa de dados
média (kbit/s) - 40-70 300-500 -
Canalização 1,25 MHz 1,25 MHz 1,25 MHz 1,25 MHz
Tabela 10: Evolução da Tecnologia CDMA: US.Fonte: teleco.com.br
A Vivo está em operação no Brasil com sistemas CDMA2000 1X e a Vésper
com 1xEV-DO.
CDMA2000 1X Também conhecida como CDMA/IS-95-C, CDMA 1xRTT ou cdma2000 1x.
1xEV-DO
1xEV-DO (Data Only)
• Uma portadora de 1,25 MHZ é dedicada apenas para dados. • Taxa média efetiva de 700 kbps.
1xEV-DV
1xEV-DV (Data and Voice)
• Uma portadora de 1,25 MHz poderá ser utilizada para voz e dados. • Será capaz de atingir taxas de até 3,09 Mbit/s segundo o CDG.
Tabela 11: Sistema Vivo. Fonte: teleco.com.br
Com tudo que vimos podemos afirmar que o celular evolui de um simples meio
de telecomunicações para um aparelho multimídia que possibilita diversos tipos usos e
para as mais variadas funções seja para comunicação quanto para a compra como um
meio que pode fazer o usuário relacionar-se em qualquer cenário mercadológico.
CAPÍTULO III – A PUBLICIDADE E A SUA NOVA
CONFIGURAÇÃO
“A propaganda é a alma do negócio”. Este antigo ditado sempre foi usado como
forma de atrair as empresas para investir na propaganda, pois ela seria a única forma de
fazer com que as informações sobre os produtos chegassem até o consumidor final e o
conseqüente aumento das vendas acontecesse. Mas é preciso entender que antigamente
vivíamos um outro cenário mercadológico e uma outra era de informação. Como
exemplo podemos citar que a cerca de quarenta anos tínhamos poucas empresas e
produtos para cada segmento de atuação. Falávamos em dois, no máximo, três tipos de
chocolate; hoje eles são centenas. Nos supermercados podemos encontrar nos dias de
hoje mais de trezentos tipos de cereais para nosso sortido café da manhã. Mas o que isso
tem a ver como novo papel ou novo formato da propaganda? Simples. Antigamente
bastava comunicar a existência de um produto que ele por si só vendia, pois a demanda
por produtos era muito grande e os consumidores sempre buscavam conhecer os novos
produtos que apareciam no mercado, além de possuirmos poucos meios e veículos de
comunicação ficando assim fácil de achar o público-alvo, pois este não tinha muita
opção a não ser assistir ou ler aquilo que lhe era imposto. Utilizar a propaganda em
massa trazia um enorme retorno, pois era a forma ideal para fazer com que um grande
número de pessoas ficassem sabendo da existência do seu produto. Com isso a
propaganda ganhou um status de “rainha” da comunicação, sendo considerada a toda
poderosa da comunicação. Para vender mais, para informar mais, era preciso apenas
investir em propaganda, pois ela faria com que seus números no mercado aumentassem,
era a solução dos problemas mercadológicos das empresas.
Com o passar dos anos as empresas e os produtos evoluíram, surgiram novos
tipos de produtos e novas marcas de produto e o principal de tudo: o consumidor
também evoluiu e passou a exigir mais qualidade nos produtos e na comunicação que
era feita para eles. Não bastava um simples filme publicitário engraçado para fazer com
que as pessoas já quisessem o produto, era preciso mais. Os meios de comunicação
obtiveram um grande avanço tecnológico e diversos veículos surgiram em cada um dos
meios. Em paralelo a isso tivemos o surgimento da tv a cabo, da internet, do celular e de
novas opções e formatos de mídia. Mais do que nunca o profissional de comunicação
tinha que profissionalizar-se ainda mais e buscar encontrar o público-alvo pretendido
pelo cliente neste novo cenário.
Os profissionais de marketing também evoluíram e começaram a se perguntar
porque deveriam investir tanto em propaganda? Por que ela custava tão caro? E mais do
que isso que real retorno ela trazia para a empresa. Foi a partir daí que as empresas
começaram a exigir das agências de publicidade e propaganda uma responsabilidade
maior sobre o retorno do que era investido. Os diretores de marketing queriam saber
qual era o retorno de cada centavo investido. Qual a diferença em veicular nove
comerciais ao invés de dez? O que um comercial a mais ou a menos realmente traria de
retorno? Quando falamos de retorno falamos de venda, de números e principalmente de
conquistar as metas pré-estabelecidas pela empresa.
Desde então as agências procuraram estudar não apenas o processo de
comunicação, mas também o processo mercadológico e processo de compra do
consumidor. O que fazia com que aquele consumidor comprasse da marca A e não da
marca B? Percebeu-se então que muitos outros fatores influenciavam na construção e
imagem da marca de cada empresa e cada produto na mente do consumidor. Como
aquele consumidor era atendido no ponto-de-venda? Que notícias sobre a empresa e o
produto o consumidor assistia no jornal ao chegar em casa do trabalho? Que estímulos
extras ele tinha para poder influenciar-se por aquela marca?
Phillip Kotler em sua palestra ministrada na HSM Expo Management 2000,
evento que reúne os principais homens de comunicação, administração e marketing do
mundo, deu o nome a essas ações de Comunicação Integrada de Marketing. Kotler em
sua palestra aborda que em qualquer momento que você tenha contato com seu
consumidor, ele irá juntar aquela experiência vivida com a marca para formar uma idéia
do que é o produto, a empresa e a marca, seja em um simples contato com o vendedor,
seja no ponto-de-venda, seja na propaganda, no tipo de caminhão usado pela empresa e
assim por diante.
Ficou claro então para os profissionais de marketing e por conseqüência para
suas as agências que mais do que comunicar era preciso fechar todo o processo de
comunicação e marketing que o cliente estava envolvido. Era preciso compreender
como o consumidor agia desde o recebimento da mensagem, que poderia ser feito via
propaganda ou outra ferramenta de comunicação, até o momento de efetuar a compra no
ponto-de-venda. Foi a partir de então que pode entender-se que cada uma das
ferramentas da comunicação tinha um papel e uma missão. É preciso ressaltar que a
comunicação integrada de marketing acontece quando as empresas e as agências
utilizam todas as ferramentas disponíveis e ideais para sua estratégia de forma
integrada, como um mesmo objetivo e conceito. Apenas usar as ferramentas de qualquer
forma, sem nenhuma direção, conceito ou planejamento não significa que a empresa
está realizando comunicação integrada de marketing. A melhor forma para elaborar um
projeto como este é desenvolver um planejamento de campanha chamado planejamento
360º, no qual coloca-se todas as ações de comunicação e marketing que a empresa
desenvolverá naquele ano a fim de atingir seus objetivos. Mas será que a propaganda
perdeu tanta força assim? Muitas vezes ela atinge seu objetivo, mas isso não é traduzido
no objetivo maior da empresa, que é o aumento do número de vendas do seu produto ou
serviço.
Como exemplo podemos citar o seguinte caso. Vamos imaginar que o
consumidor está em sua casa e assiste pela televisão um comercial sobre o novo carro
da Ford. Ele gosta do comercial, se interessa pelo carro e procura saber mais sobre o
produto através de revistas especializadas, fica em contato com outras formas de
comunicação que mantém o interesse dele pelo carro. Passados três meses o consumidor
decide então ira até uma concessionária para realizar o seu desejo e comprar o carro que
durante tanto tempo ele ficou “namorando” e adorando nos comerciais que assistia. Ao
chegar no ponto-de-venda este consumidor sequer é notado e não é atendido, ele é
simplesmente ignorado pelos vendedores. Ele decide então desistir da compra e vai até
uma outra concessionária de uma marca concorrente. Lá ele é super bem atendido,
quase como um rei, recebe todo o auxílio do vendedor que se preocupa em tirar todas as
dúvidas e mostrar todos os benefícios que o carro pode trazer a ele. O consumidor então
decide levar o carro. Vamos então analisar o processo. Poderíamos dizer que a
propaganda não fez o seu papel? De forma alguma, pois a propaganda informou,
despertou interesse, mostrou os benefícios do produto e mais do que isso manteve o
interesse do consumidor durante três meses, mesmo o consumidor sendo bombardeado
por uma série de outras comunicações de empresas concorrentes, e ainda fez com que o
consumidor fosse até o ponto-de-venda com a intenção real de compra do produto. Mas
ao chegar lá não foi atendido de forma adequada. E mais uma venda não foi realizada.
Os diretores da agência se não conhecerem todo o processo deve estar se perguntando:
Se a campanha é tão boa; se a campanha é a primeira em recall e em top p mind, por
que as vendas não aumentam? Não aumentam não em virtude da propaganda pois ela
fez o seu papel. A estratégia de merchandising não foi bem elaborada no processo.
Por isso precisamos entender que cada uma das ferramentas tem a sua
importância e colaboram de alguma forma neste processo de compra e de comunicação.
Profissionais da área dizem que chegamos na era da Propaganda de resultado, mas
podemos dizer que chegamos na era da Comunicação de resultados. Al Ries escreveu
em seu livro “A queda da propaganda. Da mídia paga à mídia espontânea.” que a
propaganda estava em declínio, fadada á morte. Não podemos radicalizar dessa forma,
precisamos saber que a propaganda é importante dentro do processo de comunicação,
mas passou a ter uma nova função, uma função mais institucional, mais “soft”,
deixando o papel de “hard sales", de vendas, ou do processo de fechamento das vendas
para outras ferramentas como a promoção de vendas e merchandising, por exemplo. A
propaganda tem hoje, portanto, uma nova configuração e mais que isso uma nova
função, ou poderíamos dizer, que ela tem as mesmas funções, deixou só com que
algumas delas não ficassem a seu encargo, não ficando com todo o peso e
responsabilidade nas suas costas.
É preciso entender que o meio publicitário também ajudou e muito a gerar
descrédito para a propaganda. Agências de publicidade tinham verbas publicitárias
altíssimas e esbanjavam em prédios que pareciam verdadeiros palecetes. A busca por
prêmios em festivais prostituiu o mercado, pois agências criavam os chamados anúncios
fantasmas apenas para ganhar prêmios e com isso ter um maior destaque no mercado,
pois tais prêmios seriam sinônimo de competência, e por conseqüência de mais clientes.
Anúncios estes que sequer chegavam a ser veiculados. Com isso os festivais e alguns
publicitários perderam o crédito, parecia que as agências preocupavam-se apenas com o
seu lucro e resultado e em ganhar festivais a qualquer custo. Com isso abriu-se espaço
para outros profissionais vindo de outras áreas da comunicação, como por exemplo da
promoção, que buscavam e traziam melhores resultados para os clientes. Exemplo disso
que as agências de publicidade não realizavam promoção de vendas, pois esta ação
exigia um objetivo quantificável e por isso mensurável e os publicitários não queriam
ter tal responsabilidade. Contas de varejo como Casas Bahia e Lojas Marabrás, que hoje
são disputadas a ferro e fogo pelas agências, eram antigamente esnobadas pela agência
que podia ser mal vista no mercado por fazer campanhas varejistas. Hoje tais empresas
são os maiores anunciantes do país e toda agência tem como objetivo ter uma conta
como essa em seu portifólio.
Mas se falamos no descrédito da propaganda também devemos nos perguntar
quem tem crédito? As relações públicas ganham espaço devido ao seu próprio conteúdo
editorial, mas quantos jornalistas e jornais são bem vistos e tem crédito no mercado?
Muito poucos. Muitos canais de televisão e muitos jornalistas também não dispõem
mais de tanto crédito, pois viraram empresas meramente comerciais que buscam seu
lucro a qualquer custo. O que fazer então?
Em novembro de 2003 a revista Exame trouxe como matéria de capa uma
reportagem chamada “Bem vindo a propaganda de resultados”. Nesta reportagem o
jornalista Nelson Blecher aborda os novos tempos da propaganda, mostrando que
muitos publicitários mudaram sua forma de pensar o cliente e agora fazem questão de
preocupar-se com o resultado do cliente. As principais agências chegaram ao ponto de
não inscrever mais trabalhos em festivais para mostrar que o maior prêmio é atingir o
resultado mercadológico esperado pelo cliente.
Além disso o jornalista mostra de forma concreta o crescimento das outras
ferramentas que estão ganhando importância e estão cada dia mais recebendo mais
investimentos por parte dos anunciantes, fazendo com que desta forma as empresas de
comunicação trabalhem em conjunto com todas as ferramentas. Investimento este que
está dividido da seguinte forma, segundo estudo realizado pelo instituo de pesquisa
Intersciense e publicado na mesma matéria:
Gráfico 1: Investimentos nas ferramentas da comunicação. Fonte: Revista Exame.
]
Podemos notar que a propaganda ainda é a ferramenta que mais recebe
investimentos por parte dos anunciantes, mas as outras ferramentas possuem grande
participação, com um especial destaque para a promoção de vendas, eventos e
merchandising que juntos somam 30,3%.
Notamos, portanto que temos a nossa disposição diversas ferramentas para
realizar nossa comunicação com o mercado cabe ao novo profissional de comunicação e
marketing saber trabalhar com cada uma delas e em que momento utilizá-las. Veremos a
seguir as principais delas com suas características e funções.
Propaganda. A propaganda poderia ser definida como a divulgação de um
produto ou serviço com o objetivo de informar e despertar o interesse de compra nos
consumidores. Al Ries define como comunicação persuasiva de cunho comercial que
visa, prioritariamente, à venda de algum produto ou serviço, ou ao reforço de lembrança
de alguma marca (um anúncio em uma revista, um comercial de televisão etc.).
Publicidade. Muitas vezes confundida com a propaganda. Al Ries define
publicidade da seguinte forma: divulgação orientada, mas sem argumentação
diretamente comercial (o trabalho de assessoria de imprensa na divulgação de um
produto, o resultado das relações com os públicos-alvos de uma determinada marca etc.
Promoção. É qualquer esforço feito para comunicar e promover empresas ou
produtos sem utilizar a mídia convencional. Quando falamos da promoção de vendas
podemos definir como qualquer esforço promocional como o objetivo de promover
16,1
480,5
5,3
4,5
6
3,1
6,7
7,5 2,3 PromoçãoPropagandaOutrosPesquisa de MercadoPatrocínioMarkteting DiretoInternetMerchandisingEventosMarketing Social
vendas. Suas principais características são oferecer um benefício extra e temporário ao
consumidor para incentivar o ato da compra. Tem como função acelerar as vendas e
ficar mais próximo ao consumidor.
Merchandising. É qualquer técnica, ação ou material promocional usado no
ponto-de-venda que proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas
ou serviços, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos
consumidores. Atualmente o merchandising é o considerado a mídia mais rápida,
completa e eficaz no ponto-de-venda pois ela é a única capaz de reunir o consumidor, o
produto e o dinheiro, elementos indispensáveis para que o processo de compra ocorra.
Eventos. Segundo o dicionário Aurélio evento pode ser definido como
“acontecimento” ou “sucesso” e tem como característica principal propiciar uma
ocasião extraordinária ao encontro de pessoas, com finalidade específica, a qual
constitui o “tema” principal do evento e justifica sua realização. Mas como estamos
falando de comunicação e mercado devemos buscar uma definição mais mercadológica
que seria: Evento é a ação profissional através da pesquisa, do planejamento, da
organização, da coordenação, do controle e da implantação de um projeto visando
atingir seu público-alvo com medidas concretas e resultados projetados.
Outras ferramentas são a venda pessoal, o marketing social e cultural, a internet,
o patrocínio, o marketing direto, entre outros.
Outro fator importante para a nova configuração da propaganda e da
comunicação foi o crescimento da utilização de pesquisas para embasamento de cada
ação que será realizada. Antigamente dizia que alguns profissionais de propaganda
criavam suas campanhas baseadas em seus feelings, mas com o passar do tempo os
sentimentos e anseios dos publicitários não eram o bastante para sustentar e defender
uma campanha, era preciso algo concreto e real. A partir de então a pesquisa passou a
ter grande valia e presença nos projetos das empresas e das agências.
Mas o que as empresas esperam do novo profissional de comunicação e
marketing? Em primeiro lugar devemos traçar o perfil do novo profissional de
comunicação. Nos dias de hoje o profissional de comunicação deve conhecer muito de
muita coisa, deve estar antenado com o mundo que o cerca. Entender o seu mundo e o
mundo e momento empresarial do cliente. Para tanto deve ter conhecimentos suficientes
para conversar e discutir com qualquer especialista de qualquer área, ficando assim em
uma função mais estratégica, deixando o tático e operacional para os especialistas de
cada área.
O novo profissional tem que ter e sempre buscar conhecimentos sobre relações
humanas, psicologia, sociologia, marketing, publicidade, propaganda, promoção de
vendas, merchandising, eventos, relações públicas, marketing direto, marketing social,
marketing cultural, mídia, marketing de incentivo, criação, produção gráfica e
eletrônica, tecnologia, economia de mercados, política, pesquisa, lógica, ética, logística,
administração, artes e cultura geral. Podemos dizer que o profissional torna-se um
profissional de comunicação mercadológica entendendo o papel do cliente, da agência e
dos veículos dentro do processo.
Já as empresas esperam que as agências possam oferecer todo esse leque de
opções a ela. Tanto que as agências criaram novos departamentos para trabalhar com
cada uma dessas ferramentas ou mesmo abriram novas empresas ou fizeram associações
para poder oferecer o que eles chamam hoje de conceito “full service”, no qual a
agência trabalha com tudo relacionado a comunicação e marketing para cuidar da conta
do cliente. As empresas não querem apenas criatividade, elas querem criatividade
associada a novas formas de conquistar o coração e a mente dos consumidores, querem
idéias novas e soluções ousadas, não apenas o convencional jornal-rádio-televisão-
outdoor. Prova disso é um investimento em entretenimento e novas tecnologias. A
empresa Nokia para aproximar do seu público-alvo, que é o jovem, criou o evento
Nokia Trends, uma espécie de balada ao ar livre, reunindo mais de oitenta mil pessoas
na praia do Rio de Janeiro. Toda estratégia para o evento foi baseada em propaganda,
assessoria de imprensa, ação promocional, relacionamento através dos aparelhos e
celulares e ações de incentivo, fazendo com que esta plataforma de marketing torna-se
referência para o público-alvo fazendo assim com que a empresa atingisse seus
objetivos.
Isso mostra que não só a propaganda, mas a comunicação como todo está
mudando e em constante movimento exigindo dos profissionais e das empresas uma
constante evolução e busca por informação e novidades que sempre possam atender um
público-consumidor cada vez mais exigente.
A tecnologia criando novas mídias
Em paralelo a toda essa transformação do mercado publicitário na busca pelos
resultados e no uso adequado das ferramentas do mix de marketing um outro segmento
vem crescendo assustadoramente. O segmento da tecnologia. E quando falamos do
crescimento da tecnologia falamos em todas as áreas de atuação como engenharia,
telecomunicações, comunicação, etc.
A tecnologia em um espaço muito curto de tempo possibilitou a criação de novas
mídias como o telefone celular, a televisão digital, o sistema dvb box, entre outros.
Talvez os profissionais técnicos das áreas de tecnologia nem tivessem pensado
que cada uma dessas novas tecnologias viria para ajudar e muito o setor da
comunicação, da propaganda e do marketing. Na busca pelo avanço de cada uma dessas
inovações foram sendo desenvolvidos aparelhos que possibilitavam inúmeros recursos e
que os profissionais de comunicação souberam como aproveitar em seu favor.
Hoje em dia a tecnologia nos permite realizar campanhas e anúncios dirigidos e
personalizados e o principal interagir com nosso consumidor, esperando uma resposta
direta, a qual pode por sua vez ser mensurada e dessa forma avaliar o retorno da ação
realizada.
Um fator importante é que não basta a tecnologia fornecer subsídios para a
comunicação se o profissional não souber como utilizar essa tecnologia, não apenas na
sua linguagem, como também em que momento e de que forma utilizar. Não podemos
esquecer que nos dias de hoje todos os meios se interagem, conversam-se entre si, pois
temos que entender que a qualquer momento e lugar nosso consumidor poderá estar em
contato com nossa marca ou produto e essas informações de experiências vividas com a
marca tem que ser integralizadas para podermos entender o relacionamento empresa-
cliente. Isso se deve a convergência dos meios.
A convergência dos meios
O que vivemos hoje convencionou-se a chamar de era da Informação, a era
Digital, na qual a informação e os aparatos tecnológicos são considerados a coisa mais
importante para a vida das pessoas e para a vida das empresas.
Com toda essa inovação um novo vocabulário surgiu com palavras que uma vez
um tanto esquisitas hoje se tornaram parte integrante até do nosso dicionário, como por
exemplo: deletar, escanear, internet, link, entre outras.
No meio dessa “sopa de letrinhas” surgem algumas palavras importantes como o
e-business, m-business e o t-business, que formarão o conceito dos novos negócios e
direcionarão os novos hábitos de consumo e porque não dizer de vida das pessoas,
determinando o que fazer, o que comprar, de que forma, com qual tipo de pagamento,
etc.
Uma das palavras mais usadas pelas pessoas que formam esse novo “mercado” é
a convergência. Mas o que seria “convergência”? Se formos procurar o significado da
palavra encontraremos em nosso dicionário a seguinte definição: “Ato ou efeito de
convergir. Direção comum para o mesmo ponto”. Já o ato de convergir poderíamos
definir da seguinte forma: ”Dirigir-se, tender para um ponto comum. Afluir ao mesmo
lugar”.
Tendo por base essa definição podemos concluir que a convergência seria uma
integração geral de todas essas informações, aparelhos tecnológicos e da tecnologia em
si para um mesmo lugar. Lugar este que visa propiciar melhores condições para nós
seres humanos, quanto pessoas, quanto consumidores, quanto trabalhadores, enfim
trazer uma melhor “qualidade de vida” e um melhor aproveitamento do nosso tempo.
Com o surgimento da internet nos anos 90 muitas pessoas passaram a afirmar
que este seria o grande marco para o surgimento da então sonhada “nova economia”,
seria o surgimento da era e da vida digital, o mundo dos Jeksons finalmente chegaria até
nós, teríamos aparelhos e robôs fazendo tudo para nós num simples comando de novos,
a internet seria a convergência dos principais meios, principalmente da televisão, que
até então figurava como a toda poderosa, sendo considerada o meio de comunicação
mais forte e eficaz. Veríamos televisão através da internet, seria uma coisa só, o
computador seria um eletrodoméstico como um outro qualquer, mas que teria o
principal meio de todos: a rede de computadores.
Com o passar do tempo viu-se que as coisas não aconteceriam bem assim, a
chamada “nova economia” não deu certo, as empresas de internet foram por água
abaixo e quem realmente se deu bem foram as empresas da “velha economia” que
passaram a usar a internet como mais um canal de comunicação e distribuição de seus
produtos. Por sua vez o consumidor passou a usar a internet como mais um canal de
comunicação e mais uma forma de adquirir seus bens e realizar suas compras e buscar
divertimento e entretenimento. Outro ponto importante foi que a tecnologia cresceu
muito trazendo inovações até pouco tempo inimagináveis, mas talvez não tenha crescido
na velocidade e na forma como muitas pessoas sonharam e esqueceram também que
para que ela possa existir é preciso estruturar e muitas países não tinham e ainda não
tem para que possa usufruir de todos esses benefícios.
Mas se por um lado não tínhamos uma estrutura adequada, as empresas
passaram a buscar o crescimento tecnológico nas mais diversas áreas como internet,
celular, televisão interativa, sistemas de atendimento a clientes, telecomunicações, entre
outros de forma gradativa e cada vez mais crescente, buscando levar estrutura e
serviços. Dessa forma foram se criando padrões de utilização, buscando uma
padronização, que foi o que aconteceu com a internet. A internet só existe da forma que
é hoje em virtude da padronização feita no início de sua história. Imaginem o caos que
ia ser se tivéssemos duas internetes?
Os padrões da telefonia móvel, da televisão e dos outros sistemas que citamos
acima foram criados de forma a conversarem entre si, convergirem, de forma tal que a
informação (moeda mais importante nos dias de hoje) possa passar por qualquer um
desses meios da mesma forma, partindo de um para o outro, ou seja, buscando um
mesmo lugar, o mesmo ponto comum, que é fazer a informação chegar onde ela precisa,
no tempo certo, em qualquer hora e lugar não importando de onde ela foi emitida e de
onde ela será recebida.
A grande tecnologia que possibilitou isso, sem dúvida alguma, foi a internet.
Mas quando falamos dessa internet não devemos pensar na internet apenas de
computadores, sejam eles desktops, notebooks ou laptops, mas sim numa rede de
conexão de diversos aparelhos como telefone celular, handhelds, televisão, entre outros.
Devemos imaginar a internet como um elemento onipresente, ou seja, presente
em todos os lugares, como a energia elétrica. Em qualquer lugar que uma pessoa estiver
a internet estará presente, basta um clique no seu relógio, ou no seu celular, no seu palm
e pronto, você estará conectado na rede utilizando os mais diversos serviços que toda
ela dispõe.
Por isso quando falamos em convergência devemos falar da integração desses
“devices” que possibilitarão a utilização da internet no sentido mais amplo da palavra.
Quem procura se utilizar bem disso são as empresas que tem seu foco no cliente,
buscando uma integração em todos os seus sistemas de atendimento e comunicação com
este, pois cada vez mais ele está mais exigente e querendo uma melhor atenção. Este
cliente não quer mais receber a oferta de um produto que ela já comprou, ele não quer
ver de novo uma noticia que ele já viu e assim por diante. Por este motivo as empresas
buscam fazer a convergência entre os meios computador, celular/telefone e televisão
tendo como elo de convergência a internet. Ou seja, se acabei de fazer uma compra
através do meu celular, quando eu chegar em casa e ligar meu computador e abrir o site
da empresa, já receberei uma oferta que combine com o produto que acabei de comprar.
Se desligo meu computador e vou para a televisão, ao “baixar” os programas que quero
assistir, este, desde que permitidos, já virão com os comercias do meu gosto, os quais
levam em conta tudo o que eu consumi até então, seja pelo computador ou pelo celular.
Dessa forma todo e qualquer tipo de informação e de contato que eu tenho com a
empresa/cliente irá apenas para um lugar, um “servidor único”, o qual também levará as
informações para todos esses meios, determinando assim minha estratégia de contado
com o cliente.
O grande segredo da convergência é levar as informações para um mesmo lugar
e fazer com dali partam as respostas corretas e personalizadas para cada pessoa. Claro
que nos dias de hoje ainda estamos muito aquém de chegar a esse ponto magistral, mas
temos vários exemplos de que chegaremos lá. Um bom exemplo é troca de mensagens
textos (SMS) entre celulares das diversas operadoras, todos eles “falam” entre si. Hoje é
possível mandar um email de um celular para um computador e vice-versa. Posso
navegar pelo computador da mesma forma que estarei navegando por um handheld de
comunicação sem fio (wireless). Ou ainda, posso fazer uma movimentação financeira
num banco 24 horas e receber segundos depois uma confirmação da minha transação
em meu celular.
Outro exemplo a ser citado é a da inserção da televisão interativa, que hoje já
permite acesso à bancos, envio de emails para computadores e mensagens para
celulares. Ou seja, começamos a identificar a convergência dos meios, a informação
trafegando livremente em qualquer tempo e lugar.
Se falamos de qualquer tempo e lugar, em uma onipresença da internet a grande
chave para tudo isso é a mobilidade. Mobilidade de a pessoa estar em qualquer local a
qualquer hora e conseguir obter acesso a qualquer uma das informações e serviços que
ela necessitar. Surge então um grande negócio que é o m-business (mobile
business/negócios móveis), que possibilitará a realização de qualquer uma dessas
atividades em qualquer lugar uma vez que essa tecnologia é móvel.
O m-business é formado pela junção da internet+comunicação sem fio+e-
business. Os negócios móveis são gerados por devices móveis como aparelhos celulares
e handhelds, atualmente já encontramos até os dois aparelhos em um só, os quais
permitem acesso a rede (internet), através de uma comunicação sem fio (wireless),
permitindo a pessoas realizar qualquer atividade que ela estivesse fazendo se estivesse
na frente de um computador.
As pessoas poderão pagar suas contas, realizar compras, buscar informações,
pesquisar, trocar mensagens através desses aparelhos com qualquer outro conectado,
seja ele um outro aparelho móvel ou um desktop ou uma televisão.
Isso torna-se importante uma vez que mexemos com o hábito de compra e de
atividades do consumidor, da pessoa, que passa dessa forma a mudar seu estilo de vida,
a sua forma de se comunicar e de conviver com as outras pessoas.
Essa mobilidade deixa a pessoa mais “solta” para fazer o que quiser, para ter
mais tempo para passar com sua família, para se divertir mais, enfim para que tenha
mais tempo para ela mesma.
Tudo isso é possível em virtude da convergência dois meios. Para entendermos
melhor analisaremos o seguinte exemplo: como fazer compras no supermercado, na
vida digital. O consumidor entra no site de seu supermarcado favorito na internet, faz
sua lista de compras, efetua sua compra e paga com cartão de crédito. Recebe suas
mercadorias em casa em quarenta e oito horas. Essa lista de compras fica armazenada
no servidor do supermercado, que sabe o que este consumidor tem o hábito de comprar,
o quanto ele gasta e com que freqüência.
Este mesmo consumidor ao assistir seu programa de televisão predileto vê um
comercial desse mesmo supermercado anunciando um novo produto que é de seu
interesse. Com apenas um clique no controle remoto o consumidor adiciona esse
produto na sua lista de compras.
O supermercado ao notar que já está na hora desse consumidor realizar uma
nova compra, envia uma mensagem para o celular dessa pessoa, dizendo por exemplo:
“O sr. gostaria de realizar a mesma compra do mês passado?” Com simples toque no
botão “send” do celular o consumidor autoriza a nova compra, que será cobrada da
mesma forma e enviada dentro do mesmo prazo que a anterior. Os itens que formaram
esse nova compra são os que constam na lista de compras armazenadas desse
consumidor, a qual foi formada por informações via computador/web, via televisão
interativa e via celular.
Com este exemplo podemos identificar como deve ser a convergência num
futuro bem próximo, trazendo cada vez mais facilidades e benefícios para as pessoas nas
mais diversas áreas e segmentos.
A tecnologia existe não para competir com o homem. Não é uma luta máquina
versus ser humano, ela existe em benefício do homem.
CAPÍTULO IV – PUBLICIDADE MÓVEL
4. 1 O que é a Publicidade Móvel?
A publicidade móvel é a publicidade feita para dispositivos ou aparelhos móveis
como aparelhos celulares, computadores de bolso, notebooks, laptops, etc.
É uma comunicação feita de forma dirigida e personalizada, pois cada um dos
aparelhos citados acima permite com que o usuário seja identificado e dessa forma o
anunciante pode escolher o que e como comunicar para cada um desses usuários.
Para que essa comunicação seja mais eficaz é preciso ter um banco de dados no
qual serão guardados dos dados psicodemográficos sobre cada um dos clientes, para
tanto muitas empresas se utilizam de uma ferramenta chamada CRM (Customer
Relationship Management), ou Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente, é
importante ressaltar que o CRM não é um software e sim um conceito de
relacionamento utilizado a favor da comunicação e do marketing,
Através desse sistema cruzam-se os dados de cada cliente e podem ser formados
pequenos grupos com gostos e perfis semelhantes, ou seja, posso por exemplo colocar
em um determinado grupo apenas torcedores de um determinado time. Após esta
segmentação posso enviar de forma personalizada uma oferta ou um anúncio digital
para este grupo com a oferta da camisa desse time. Dessa forma o anunciante não correr
riscos de oferecer uma camisa do Palmeiras para torcedores do Corinthians por
exemplo.
Mas mais do que ter um banco de dados recheado de informações é preciso
saber como utilizá-lo. Como cruzar as informações de forma correta e tirar proveito a
partir de então para a realização de uma comunicação pessoal e personalizada.
Quando falamos em publicidade móvel não podemos esquecer que a principal
característica dessa ferramenta é a mobilidade que o receptor da mensagem tem, ou seja,
ele poderá receber essa mensagem em qualquer hora, tempo e lugar, pois estará sempre
conectado ao mundo através de um desses aparelhos, principalmente o telefone celular,
o que faz com que possamos realizar a qualquer momento a comunicação e sabermos se
a mensagem foi ou não recebida e até analisar um eventual retorno que a mesma pode
solicitar.
4. 2 On line e Off line. Como funciona? Os serviços SMS e MMS
No último ano as operadoras de telefonia móvel celular começaram a oferecer
novos serviços. Dentre eles destacaram-se o WAP ( Wireless Application
Protocol/Protocolo de navegação sem fio - navegação on line) e o SMS (serviços de
mensagens curtas).
Para se ter uma noção do mercado, 100% dos aparelhos móveis podem trabalhar
com SMS, contra apenas 30% que podem fazer conexão WAP.
Estes novos serviços, tanto o WAP quanto o SMS trazem ao usuário uma gama
cada vez maior de outros serviços como compras, reservas, notícias troca de
informações entre outras. Abordaremos a seguir cada um desses serviços e o que eles
possibilitam de novidades para o usuário.
Mas quando falamos em mobilidade, ou seja, móvel, precisamos entender e
classificar o online e o offline, dentro deste cenário, uma vez que móvel subentende
portabilidade: um aparelho como o PalmPilot, que viaja com você por qualquer lugar.
Móvel também é comumente usado para indicar que o aparelho tem uma conexão
“sempre ligada” com a Internet, ou pelo menos, que me permite me conectar com a
Internet quando eu quiser. Por isso, usaremos o termo “móvel” em duas situações
diferentes apresentados por KALAKOTA e ROBINSON, 2002, o offline e o online.
Móvel subentende portabilidade; um aparelho como o PalmPilot, que viaja com você. Móvel também é comumente usado para indicar que o aparelho tem uma conexão “sempre ligada” com a Internet. Por isso, o termo “móvel” está sendo usado para designar duas situações diferentes: offline e online.
• Móvel, mas offline, significa que você pode usar o aparelho para executar programas independentes enquanto você não está
conectado à Internet. Você pode “sincronizar” com um PC para transferir software, mensagens de e-mail e outro conteúdo para seu assistente digital pessoal (PDA – Personal Digital Assistant) para leitura portátil ou consulta offline. Os dados coletados na estrada podem ser sincronizados com um PC quando você voltar ao escritório, ou transferidos através de uma conexão ao vivo com a Internet.
• Móvel, mas online, é comumente chamado sem fio. Isso subentende que a experiência se baseia em uma conexão ao vivo com a Internet em tempo real via satélite, celular ou radiotransmissores. Um aparelho online estará “sempre ligado” na presença de qualquer rede de dados sem fio – diretamente conectado com a Internet para poder trocar mensagens de e-mail e instantâneas, além de recuperar conteúdo da Web. (Kalakota, Robinson, 2002, pg.21)
WAP
O WAP surgiu como um dos grandes serviços, pois possibilita estar on line
através do telefone. Estar on line significa neste caso estar em contato com a internet,
uma vez em contato com ela o usuário através do seu aparelho celular pode ter acesso a
tudo que a rede oferece.
Em virtude de ser um grande serviço, o qual era desejado pelos usuários
apresentou uma grande ascensão no mercado, pois o usuário podia juntar em uma coisa
só sua mobilidade com os serviços da internet. Em termos de serviço seria um item
desejado por todos os consumidores.
Mas pouco tempo depois começou a apresentar uma queda vertiginosa, pois sua
tarifação é muito alta, fazendo com que o serviço se torne muito caro. Além disso os
aparelhos existentes não possibilitavam fazer uma navegação fácil, ou seja não tinham
uma interface de fácil manuseio, fazendo com que os serviços de internet não tivessem
o mesmo desempenho.
Atualmente essa situação vem mudando e deve melhorar cada dia mais. A
tecnologia wireless, sem fio, possibilitará aos novos aparelhos de celular e hand helds
serem conectados cada vez mais com velocidade maior e desfrutar de todos os serviços
que a internet oferece.
Podemos vislumbrar a seguinte situação: o consumidor irá receber o novo
comercial de seu tênis favorito em seu celular e através dele poderá também comprá-lo.
Figura 2 : Sistema WAP
Quando falamos em WAP falamos em internet móvel, de acordo com um estudo
recente do Intermarket Group até 2005 deveremos ter cerca de 729.000.000 de usuários
de internet móvel. A Europa será a região que concentrará a maior quantidade de
assinantes seguida da América do Norte e da América Latina, esta última dando um
salto de 100.000 usuários para 52.000.000 de assinantes deste serviço.
SMS e MMS
SMS significa Short Message Service (Serviço de Mensagens Curtas) com até
160 (cento e sessenta) caracteres de texto. Com a queda do WAP em virtude da sua alta
tarifação o que passou a crescer muito foi o serviço de SMS, o qual funciona baseado no
envio e recebimento de pacotes fechados, não necessitando que o usuário esteja on line
e com uma tarifação condizente com a realidade do mercado.
Figura 3: Sistema SMS
Esses pacotes trazem mensagens curtas com os mais diversos conteúdos como:
notícias, promoções, entre outras. Segundo uma pesquisa realizada pela HPI Research
Group publicado pela Nokia indica que os usuários de telefonia móvel não se
incomodam em receber publicidade via SMS em seus aparelhos celulares,
principalmente se conseguirem algo em troca como um cupom de desconto ou uma
promoção de um determinado serviço. A pesquisa foi realizada em 11 países, incluindo
EUA, Brasil, Reino Unido, Suécia, Alemanha, Japão e Coréia. (Anexo I)
O marketing pelo celular, feito através do serviço SMS apresenta taxas de
resposta das propagandas 5 vezes maiores que as conquistadas através de marketing
direto, como indica a pesquisa realizada pela Forrester Research. O SMS pode ser
usado para estreitar relacionamento com clientes e colaboradores, uma vez que as
companhias tenham um banco de dados com os dados de seus consumidores, desta
forma o SMS cria um novo canal de comunicação através do telefone celular. Através
deste novo canal de comunicação ações de aquisição desenvolvimento e fidelização
podem ser desenvolvidas junto ao cliente.
Figura 4: CRM e o novo canal de comunicação.
O SMS ainda é pouco explorado pelas empresas no Brasil como canal de
relacionamento com o cliente. Os grandes usuários deste serviço são as operadoras de
telefonia celular. Na Europa este cenário é bem diferente. Uma pesquisa do Forrester
Group (SMS Marketing: Still Two Years Away From Its Peak), em conjunto com a
Federação Européia de Marketing Direto, descobriu que metade das empresas de
Marketing Direto européias já utilizam SMS.
A tendência do aumento do uso de SMS Marketing no Brasil deve-se às
empresas de marketing direto, que começam a explorar o potencial do serviço para
lançamento e sustentação das campanhas de seus clientes. Por conseqüência, com o
aumento do tráfego de dados, as operadoras passam a ter um faturamento e uma
rentabilidade maior, mas a receita das operadoras com dados ainda representa somente
4% do seu total, enquanto somente a empresa japonesa NTTDoCoMo tem em seu
faturamento 25% representados pela receita com dados.
Já as companhias de propaganda informam ainda que irão dedicar uma média de
7% de seus orçamentos para marketing via SMS no mundo, um grande percentual se
compararmos com os investimentos feitos em mídias mais tradicionais como o rádio,
jornal, tv e outros.
1998 1999 2000 2001 2002 %Exterior 108 91 117 87 83 2,5%Jornal 1.444 1.034 1.154 844 664 20,0%Outdoor 172 127 161 98 85 2,6%Rádio 258 206 263 189 152 4,6%Revista 603 429 566 415 314 9,5%TV Aberta 3.782 2.423 3.017 2.274 1.953 59,0%TV por Assinatura 50 44 88 60 61 1,8%Total 6.417 4.354 5.366 3.967 3.312 100,0%PIB (US$ Milhões) 787.499 529.398 595.393 510.360 450.882
Fonte: Projeto Inter-Meios (Anuário de Mídia 2004 Meio & Mensagem)
Participação por Mídia (US$ Milhões)
Tabela 12: Participação por mídia.
Tendo por base que a definição de mídia é um veículo que leva uma mensagem
do emissor para o receptor, podemos então desta forma, classificar o celular como
mídia. Atualmente uma mídia muito forte nas telecomunicações e nos serviços, mas
com um grande potencial de crescimento como mídia publicitária.
As principais características dessa mídia, apontadas pela empresa Vola Brasil,
principal integradora do país nos serviços de SMS Marketing, são:
• Comunicação em tempo real: a mensagem aparece na tela do celular
poucos instantes após o envio.
• Agilidade: o canal de voz é ineficiente quando uma mesma informação
precisa ser transmitida para mais de uma pessoa.
• Comunicação personalizada e segmentada: o celular é uma mídia
pessoal.
• Menos intrusivo: não é necessário interromper uma reunião para ler um
SMS.
• Economia: um SMS é mais barato que uma ligação para celular,
principalmente se for interurbana.
• Permite a interatividade
• Automatização: automatização do envio das mensagens através da
integração com os sistemas CRM, e-Mail Marketing e Marketing Direto.
Fazendo uma análise sobre essas características podemos notar que essa mídia
permite uma agilidade muito grande na comunicação de uma campanha, pois permite
ser realizada com baixo custo e com o tempo de produção muito curto, bastando criar
um texto e uma imagem e enviar para os números cadastrados.
Existem três tipos de SMS
• MT (Móbile Terminated) – Mensagem SMS que é enviada a um celular
por uma empresa ou companhia através de um sistema.
• MO (Móbile Originated) – Mensagem SMS que e é originada e um outro
aparelho celular
• MO ou MT com Interação – Mensagens trocadas através de aparelhos
celulares e uma estação de computador.
Segundo Gianlunca Notarianni, diretor de negócios corporativos da empresa
Vola Brasil o celular tem grandes chances de tornar-se uma mídia publicitária:
“O Brasil é bem aberto as inovações e tem potencial de
crescimento igual ao mercado europeu e asiático, e a base de
clientes não para de crescer... no Brasil temos diversas classes
sócias, que são bem diferentes, e o sms, pode substituir o
email para atingir os públicos da classe C e D, a qual tem
menor poder aquisitivo, uma vez que a maioria das pessoas
que tem acesso a um computador ou possuem um computador
em casa vem da classe A e B.” Gianluca Notarianni, em
entrevista.
Outro dado importante é que no Brasil temos cerca de 20 milhões de internautas
contra cerca 60 milhões de aparelhos celulares, o que aumenta o poder de comunicação,
uma vez que cinco mil tipos diferentes de mensagens podem ser enviadas para cinco mil
pessoas diferentes cada uma delas por segundo. Além disso o marketing via SMS tem
um grande diferencial ao usar o celular como mídia, pois é uma mídia instantânea e
pessoal e pode ser uma campanha de relacionamento pode ser feita em tempo real. O
SMS é a única mídia que cria um canal de comunicação direto, personalizado, interativo
e que está junto ao cliente onde quer que ele vá, até porque é muito mais fácil para as
pessoas transportarem seu telefone móvel pessoal, do que seu computador.
No final de 2002, nove milhões dos 34,8 milhões de aparelhos celulares em
operação no Brasil eram capazes de enviar e receber mensagens. O tráfego de SMS
rendeu US$ 150 milhões e estima-se que foram transmitidas 450 milhões de
mensagens/mês.
No Brasil, o marketing via mensagens curtas ainda não foi regulamentado,
embora algumas operadoras já tenham iniciado teste dos serviços, e algumas delas já
colocaram o serviço em prática.
Já o serviço MMS significa Multimedia Message Service, ou simplesmente,
Serviços de Mensagens Multimídia, ou seja, mensagens que reúnam áudio, imagem e
texto. Dessa forma é possível, por exemplo, enviar um filme publicitário, um comercial,
para os telefones dos consumidores.
O último lançamento da montadora Mercedes-benz na Europa foi realizado
através do telefone celular. Clientes considerados Vips, e que possuíam seu cadastrado
junto à empresa, receberam em seu celular um vídeo no qual era apresentado o
comercial do carro mais novo lançado pela companhia e permitia que o cliente efetuasse
sua compra ou reserva na mesma mensagem com uma simples resposta através do
sistema SMS ou MMS.
O serviço de SMS tende a crescer cada vez mais no Brasil em virtude do seu alto
retorno, capacidade de personalização e baixo custo. Outro fator importante é que no
Brasil, nos dias de hoje, como já dissemos acima 100% dos celulares podem receber
mensagens via SMS contra apenas 30% que podem fazer navegação via WAP.
Convergência
Com o crescimento do serviço WAP e de SMS teremos uma convergência com a
internet e com os servidores que estarão ligados a gigantescos bancos de dados
delineando o perfil do usuário.
O mais importante de tudo isso é que o consumidor terá cada vez mais
benefícios, facilitando o seu dia a dia, utilizando sua mobilidade.
No Brasil desde junho de 2002, na região de Brasília, já é possível realizar
pagamentos de conta de água, luz e telefones diretamente no aparelho celular sem a
necessidade de boletos de cobrança ou a presença em uma agência bancária. Serviços
como estes em breve estarão disponíveis em breve em todo o país.
Os aparelhos celular e hand held poderão “navegar” através de uma conexão sem
fio, sites de e-commerce poderão utilizar ferramentas para que suas telas sejam
plenamente ajustáveis a tela de cada um desses aparelhos, possibilitando assim a
compra de seus produtos.
A convergência das mídias faz com que o potencial de comunicação e
interatividade tem um auto crescimento, com um detalhe importante, as mídias não
concorrem entre si, ao contrário elas se completam, auxiliando no processo de
comunicação, no processo mercadológico e no processo de compra. O maio exemplo
disso é o surgimento da TV Digital, que possibilitará interativa e realizações de compra.
Essa mesma TV chega ao telefone celular, fazendo com que o mesmo passe a ter um
potencial publicitário, tema que abordaremos com mais profundidade ainda dentro deste
capítulo.
4. 3 O papel dos players no processo
Dentro do processo de comunicação, mercadológico e de compra através do
telefone celular, temos os chamados players, ou seja, as figuras participantes do
processo que são: a operadora de telefonia móvel, a agência de comunicação ou
publicidade e propaganda, uma integradora de serviços móveis, o anunciante e o
consumidor.
Neste capítulo abordaremos qual o papel que cada um deles desempenha e de
que forma. Para que fique mais clara a participação de cada um deles utilizaremos como
exemplo um pré-projeto de campanha móvel desenvolvido pela cervejaria Kaiser em
2001. Vale ressaltar que neste momento as operadoras de telefonia móvel eram outras
em comparação com o momento atual. Por isso analisaremos o projeto tal qual foi
desenvolvido.
O pré-projeto desenvolvido em 2001 tinha como objetivo os seguintes itens:
• Estabelecer rede de relacionamento com consumidores através de
diversos meios
• Dirigir consumidores para pontos de venda
• Estimular consumo espontâneo da marca
• Criar brand awareness através de promoção exclusiva
Participavam as seguintes empresas com suas respectivas funções:
• Passaporte Brasil – empresa que possui site na web com diversos
estabelecimentos que são ponto-de-venda da cervejaria cadastrados para
realização de reservas. Funções:
Sistema integrado WEB
Sistema de Reserva Web
Relacionamento com estabelecimentos
• Sistema integrado Rádio FM – veículo de comunicação via rádio,
responsável por fazer a publicidade do projeto para que o consumidor
opte por fazer o opt in para participar da promoção.
Publicidade Broadcast
Integração da marca
Integração com o ouvinte (usuário e portador do celular)
Awareness da promoção
• Starmedia Network – Empresa integradora responsável pelas soluções
tecnológicas de envio de SMS.
Soluções integradas
Mobile SMS MT/ MO
Resposta direta e rápida
Ofertas individualizadas
Comunicação integrada com a promoção
Web
GuiaSP – Divulgação nos canais Gastronomia e Noite
• Telesp Celular ou BCP – operadoras móveis que tem a base de dados dos
clientes que eram o público-alvo da campanha.
5,500,000 usuários celular em São Paulo – Capital (Telesp)
1,800,000 usuários celular em São Paulo – Capital (BCP)
É possível notar claramente o papel de cada empresa. O projeto consistia em
uma promoção para aumentar a participação da marca Kaiser no mercado. Haveria
então uma comunicação da campanha promocional via rádio na qual o consumidor
escutava e decidia participar ou não da promoção. Caso ele decidisse participar teria que
enviar um SMS para o realizador da promoção, para fazer seu cadastramento, o que
seria seu opt in, ou seja, dessa forma ele estaria autorizado o envio de mensagens para
seu telefone. Após efetivar seu cadastramento o consumidor receberia uma outra
mensagem dizendo em que estabelecimento ele gostaria de fazer sua reserva para
saborear uma cerveja Kaiser. O consumidor enviava a resposta e ao chegar no
estabelecimento e apresentar seu celular ganhava a primeira cerveja grátis.
O projeto para ser executado dependia da comunicação e acordo com
estabelecimentos conveniados e associação de novos estabelecimentos de acordo com
recomendação de Kaiser.
Através da empresa Passaporte Brasil haveria Web Presence da marca:
Presença de marca no menu de seleção e nas páginas dos
estabelecimentos conveniados
Link direto na home page do site Passaporte Brasil para página de menu
de estabelecimentos conveniados
Inclusão de publicidade nos canais Gastronomia e Noite do GuiaSP
Email Marketing para associados Passaporte Brasil na praça
Figura 5: esquema projeto Kaiser
A rádio Transamérica seria responsável pelas inserções comerciais na sua
programação e durante todo o processo de troca de mensagens o logotipo da Kaiser
estaria presente como um tagline.
Dessa forma cria-se um conhecimento maior para marca Kaiser, a operadora
ganha no aumento de tráfego de suas mensagens, a integradora com a venda do seu
serviço e o consumidor com uma campanha personalizada. Esse tipo de campanha é a
única que proporciona ao anunciante um retorno financeiro, pois em média 30% do
volume gerado com a campanha para operadora é repassado ao anunciante/agência
como forma de comissionamento.
SMS M/O
M/T SMS confirmação reserva
Publicidade na Rádio
Cortesia Kaiser
Kaiser Consumer Ring
M/O SMSKaiser 2002
•Escolha do estabelecimento•Reserva data e hora
Figura 6: cadeia de valor em uma campanha de SMS
marketing.
4. 4 A percepção do consumidor e do anunciante
Pretendemos neste capítulo estudar qual seria a percepção do consumidor que
recebe uma mensagem publicitária no seu aparelho pessoal móvel e qual a percepção do
emissor, neste caso um anunciante, uma vez que a comunicação empresarial têm se
modificado em busca de agilidade e eficiência.
Para tanto analisaremos uma pesquisa realizada pela WBI Brasil – Web Business
Inteligence, em parceria com as empresas Focal Pesquisas, Vola Brasil e A2C Internet
publicada no site da ABEMD – Associação Brasileira de Marketing Direto e nos sites
das respectivas empresas envolvidas. Tal pesquisa tinha como objetivo oferecer ao
mercado brasileiro informações de como as empresas estão trabalhando com a
ferramenta de SMS Marketing, quais as expectativas e ações planejadas, além de como
entender como o cliente percebe e reage a este tipo de ação/comunicação.
Esta pesquisa foi realizada no mês de setembro de 2004 e teve como universo
empresas brasileiras dos mais diversos setores da economia e uma amostra de 487
respostas.
A metodologia usada pela empresa foi uma pesquisa formatada com nove
perguntas, divididas em duas partes:
• A primeira relacionada ao uso do SMS Marketing pelas empresas;
• A segunda relacionada à percepção do cliente ao ser contatado pelas
empresas através de mensagens no celular.
Desde modo a pesquisa citada acima foi de suma importância para a análise real
do que está acontecendo com o mercado brasileiro e desta forma possibilitando um
comparativo com o cenário mundial.
Neste ponto é importante analisarmos o perfil da amostra, pois identifica quem
são os decisores para o uso de tal ferramenta no seu plano de marketing e comunicação,
pois são essas pessoas que estão a frente do comando das empresas.
Podemos entender então que estas empresas já são anunciantes e utilizam a
comunicação convencional, se assim podemos chamar, dentro de sua estratégia, o que
as torna um potencial usuário da ferramenta SMS Marketing.
Perfil da Amostra
Cargo No.Cit Freq. Diretor/Sócio/Proprietário 184 38,98%Gerente/Supervisor 85 18,01%Outros 66 13,98%Analista/Consultor 49 10,38%Técnico 34 7,20%Coordenador/Assessor 31 6,57%Auxiliar/Assistente 23 4,87%Total CIT. 472 100%
Tabela 13: perfil da amostra de pesquisa
segundo cargo ocupado na empresa.
Fonte WBI.
Podemos perceber que a maioria dos entrevistados tem alto poder de decisão e
de gerência, o que faz com que os dados futuramente apresentados ganhem
credibilidade e possam traduzir de forma concreta o que irá acontecer com essa nova
mídia, desta forma orientando as respostas às questões deste trabalho.
Como falamos em anunciantes buscamos analisar através da pesquisa qual o
segmento de atuação que mais respondeu a mesma.
Tabela 14: perfil da amostra de pesquisa
segundo ramo de atividade da empresa.
Fonte WBI.
A maioria das empresas que responderam à pesquisa são do ramo de serviço,
ramo este que mais cresce no Brasil hoje, e por conseqüência disso estas empresas
investem muito no setor de comunicação. São empresas de pequeno e médio porte,
como podemos ver na tabela que indica o número de funcionários.
Funcionários No.Cit Freq. Menos de 50 func. 355 73,35%De 51 a 250 func. 70 14,46%251 func. Ou mais 59 12,19%Total CIT. 484 100%
Tabela 15: perfil da amostra de pesquisa
segundo o número de funcionários da
empresa. Fonte WBI.
Sabemos que o mercado concentra suas atividades no eixo Rio-São Paulo,
principalmente quando falamos no volume investido em mídia, e em outras grandes
praças como a região Sul. A região Sul vem crescendo pois muitas empresas de diversos
setores, como automotivo e tecnológico, passaram a instalar-se naquela localidade. Em
virtude disso a pesquisa tomou como base tais regiões.
Ramo de Atividade No.Cit Freq. Indústria 30 6,71%Comércio 64 13,17%Serviço 392 80,66%Total CIT. 486 100%
Estado No.Cit Freq. RS 158 33,62%SP 144 30,64%SC 47 10,00%RJ 31 6,60%
MG 23 4,89% PR 12 2,55%
Outros 55 11,70%Total CIT. 470 100%
Tabela 16: perfil da amostra de pesquisa
segundo o estado em que as empresas
estão instaladas. Fonte WBI.
Definido o perfil da amostra a empresa partiu para a pesquisa fazendo
questionamentos sobre o uso ou não do SMS Marketing. Faremos a partir destes dados
uma análise comparativa e analítica do que encontramos no mercado e nos estudos deste
trabalho.
Dados Obtidos
A primeira pergunta realizada pela pesquisa foi: Sua empresa utiliza o SMS
(mensagens curtas no celular) para se comunicar com os clientes?
Trezentas e cinco empresas, o que corresponde a um percentual de 62,63% da
amostra responderam que não utilizam o SMS, contra 95 empresas (19,51%) que estão
planejando usar e 87 empresas (17,86) que já utilizam o sistema, como podemos ver na
tabela abaixo.
Isso comprova dois estudos que estamos fazendo a cerca deste trabalho. O
primeiro deles como já citado anteriormente que as empresas brasileiras não utilizam o
sistema de SMS Marketing, até pela questão deste tipo de comunicação ainda não estar
regulamentada junto aos principais órgãos do setor. Mas por outro lado nos mostra
também que o SMS Marketing tem um potencial enorme de crescimento, mas que
precisa ser alcançado passo-a-passo, mostrando os benefícios que ele pode trazer para as
empresas.
Empresa utiliza o SMS No.Cit Freq. Não 305 62,63%
Estamos planejando utilizar 95 19,51%
Sim 87 17,86%Total CIT. 487 100%Tabela 17: Utilização de SMS. Obs.
Percentuais calculados com base no
número de citações. Fonte WBI.
O uso do SMS Marketing pode ocorrer de várias maneiras em virtude dos
players que estejam envolvidos no projeto, segundo a pesquisa todos os métodos hoje
disponíveis são utilizados pelos anunciantes. A pergunta colocada em questão foi a
seguinte: Se sim (a pergunta anterior), como sua empresa envia o SMS?
Se sim, como sua empresa envia No.Cit Freq. Através do site/sistema diponibilizado pelas operadoras de telefonia
celular 87 33,33%Através do aparelho celular 87 33,33%
Através de ferramentas/sistemas de um fornecedor especializado 87 33,33%Total CIT. 261 100%Tabela 18: Envio de SMS. Obs. O número de citações é superior ao numero de observações
devido às respostas múltiplas (3 no máximo). Os percentuais são calculados com base no
número de citações.
Figura 7: Exemplo de sistema de envio disponibilizado em site de uma operadora de
telefonia móvel. Fonte: www.claro.com.br
Nos sites das operadoras tanto as empresas, quanto pessoas comuns,
consumidores, podem enviar mensagens curtas de texto para outros celulares. Desta
forma a operadora espalha a cultura do uso do serviço. Para se ter uma idéia a operadora
Vivo, no ano de 2004, chegou a ter em apenas um mês, mais de 100 milhões de
mensagens enviadas pelos seus usuários.
Em paralelo a este sistema outras formas e métodos são utilizados, como por
exemplo através das empresas integradoras como citado acima no projeto na cervejaria
Kaiser. Empresas como CycleLogic e Vola Brasil desenvolvem sistemas próprios e
personalizados para cada anunciante.
Outras formas citadas na pesquisa realizada pela WBI foram:
Aplicação em comunicação com integradores (Vola e CycleLogic)
Através de um sistema desenvolvido em parceria com empresas de
telefonia celular
e-Mail celular por software desenvolvido internamente
e-Mail´s
Ferramentas próprias usando serviços disponibilizado pelas operadoras
Gateway de mensagens
Internet
Possível desenvolvimento de Serviço SMS próprio
Software do celular instalado no micro.
Como dito anteriormente para a realização de uma campanha através do celular,
é necessário que o cliente/consumidor realize um input para que desta forma seu
número de telefone fique cadastrado em um banco de dados e que o mesmo aceite
receber tais informações via aparelho móvel. O principal ponto para que o CRM
funcione é a base de dados, neste caso um item fundamental é ter nesta base o número
do telefone de celular de cada cliente.
Tabela 19: Clientes com celulares. Obs. Os percentuais são calculados com
base no número de citações.
Na pesquisa pudemos identificar que as empresas sabem e reconhecem que o seu
cliente é portador e usuário de um aparelho celular, o que tornaria fácil a comunicação
para relacionamentos com clientes, através do sistema de SMS Marketing.
Percebemos também que agora ao realizarem o cadastro de seus clientes além
das informações tradicionais como nome completo, telefone, endereço, documentos, e-
mail, as empresas também solicitam o número do telefone celular de cada consumidor
como podemos verificar na tabela abaixo.
Empresa coleta o celular? No.Cit Freq.
Sim 335 68,79%Não 77 15,81%
Está planejando coletar 75 15,40%Total CIT. 487 100% Tabela 20: Coleta de Celulares. Obs. Os
percentuais são calculados com base no
número de citações.
Clientes com celular No.Cit Freq. Entre 25% e 50% 35 7,19% Entre 50% e 75% 80 16,43%
Mais que 75% 355 72,90% Menos que 25% 17 3,49%
Total CIT. 487 100%
A pesquisa também buscou identificar uma comparação entre a ferramenta SMS
com as outras utilizadas para fazer contato com o cliente. A pergunta realizada foi:
Comparando com outras formas de contato (voz, e-mail, mala-direta, etc), na sua
opinião, quais são as principais vantagens para a sua empresa usar o SMS para se
comunicar com os clientes?
As respostas mais citadas foram:
• Receptividade
• Agilidade e abrangência
• A certeza de que a mensagem será lida e abordagem diferenciada
(inovação)
• Mobilidade
• A mensagem se torna mais pessoal, mais ainda que o e-mail, pois o
celular é um aparelho de uso exclusivo
• Rapidez, a certeza do recebimento e a facilidade da comunicação
• Acesso imediato
• Personalização
• Alta disponibilidade
• Aumentar a comunicação, aproveitando a facilidade e rapidez deste meio
• Automação na comunicação direta com os meus clientes
• Fortalecimento de campanhas promocionais
• Imagem de modernidade
Notarianni ainda aponta: “O uso de SMS no mercado corporativo aumentou em
2004 quase 400%, pois a comunicação com a comunidade de usuários é mais rápido e
substitui a mala-direta, pois tem o custo baixo, principalmente para ofertas
instantâneas, melhor do que o e-mail, ou mala-direta clássica, impressa”.
Podemos concluir com esta pesquisa que as empresas na sua busca por uma
comunicação empresarial mais ágil e eficiente entende que o uso do aparelho celular
pode ser uma solução, influenciando até em questões administrativas pois reduz os
gastos em comparação com outras campanhas diretas, além de poder realizar mais
campanhas em virtude da rapidez com ela pode ser feita, além de ajudar no
posicionamento de imagem de marca, pois associa o uso dessa ferramenta com
modernidade e inovação, que são excelentes aspectos para serem atrelados à marca.
Percepção do Cliente
Mais do que as empresas entenderem e verem o celular como uma nova mídia
ou mais um canal de comunicação e contato com o seu cliente, é preciso saber com este
consumidor reagirá a este contato. Na administração moderna o foco não esta mais no
produto ou no serviço e sim no cliente, passamos inclusive da fase do foco no cliente,
para o foco do cliente. Os produtos são feitos por, para e pelo cliente. Em virtude disso
as empresas buscam comunicar-se com os clientes da forma mais adequada possível, do
jeito que o cliente quer ser abordado.
Por isso a pesquisa elaborada pela WBI estudou também qual a percepção do
cliente para o uso dessa ferramenta.
A pesquisa indagou aos consumidores se eles já tinham recebido ofertas ou
comunicados da empresa via SMS, e de acordo com os resultados obtidos notamos que
as empresas que mais usam o SMS ainda são as operadoras de telefonia móvel, para
comunicar e oferecer novos serviços, ou em parceria com outras empresas informando
sobre novidades, ou mesmo enviando noticias das mais diversas áreas.
Ofertas de Comunicação No.Cit Freq. Sim. Somente ofertas da minha operadora de telefonia celular 277 57,00%
Sim, da minha operadora de telefonia celular e também de outras empresas 145 29,84%
Nunca recebi 64 13,17%Total CIT. 486 100% Tabela 21: Ofertas de Comunicação. Obs. Os percentuais são calculados com base no
número de citações.
Notariani afirma que no Brasil, por enquanto são as operadoras que usam mais o
serviço de SMS, pois já possuem a base de clientes, para oferecer mais serviços ou
promover uma campanha.
Após o envio da mensagem a tecnologia permite analisar a resposta ou atitude
realizada pelo consumidor, com relação a compra de algum serviço ou produto, acesso à
websites, retorno àquela mensagem específica.
Já assinou serviço No.Cit Freq.
Não 301 61,93%Sim 185 38,07%
Total CIT. 486 100% Tabela 22: Assinatura de Serviço. Obs. Os
percentuais são calculados com base no número
de citações.
Podemos notar que o consumidor em sua grande maioria ainda não é suscetível a
aquisição de um produto ou serviço no celular. Um dado importante é que a pesquisa
indagou sobre a questão do oferecimento de um produto ou serviço nos mesmos moldes
que este é oferecido por outros meios de comunicação e contato. No próximo capítulo
ao falarmos sobre a questão das promoções envolvendo as mensagens curtas de texto, os
números tornam-se mais expressivos a favor do anunciante.
4. 5 A promoção e a publicidade móvel
No capítulo anterior pudemos notar que as empresas estão buscando se preparar
para interagir com maior eficiência junto ao seu consumidor e que o aparelho celular é
um meio importante no processo. Mas do ponto de vista do consumidor pudemos
perceber que estes recebem a mensagem, ou seja, o processo de comunicação ocorre,
mas não acabam realizando a compra ou aquisição do que está sendo oferecido, ou seja,
não acontece o processo mercadológico e de compra.
A questão que fica é: qual a maneira ideal de fazer a comunicação via telefone
celular? Se está é uma comunicação pessoal, direta, personalizada e de fácil resposta,
onde está o erro?
Em primeiro lugar é preciso entender que se esta é uma comunicação direta e
personalizada tenho que buscar oferecer o que meu cliente gosta e está procurando, o
que hoje em dia é perfeitamente possível em virtude dos sistemas de CRM,
anteriormente citados. Cabe ao profissional de marketing e comunicação cruzar de
forma correta as informações e trabalhá-las de forma estratégica.
Outro item importante é que se a empresa tenha a oportunidade de fazer uma
comunicação específica e dirigida porque não oferecer algo a mais ao cliente, uma vez
que sabemos que todos os clientes adoram ser agradados.
Um estudo realizado pelo HPI Research Group e publicado pela empresa Nokia
diz que os usuários de telefonia móvel não se incomodam em receber publicidade via
serviço de mensagens curtas (SMS) em seus aparelhos celulares, principalmente se
conseguirem algo em troca, como um cupom de desconto ou uma promoção de um
determinado serviço.
Nesta pesquisa a empresa entrevistou mais de 3,3 mil usuários de celular com
faixa etária entre 16 e 45 anos de 11 países, incluindo Estados Unidos, Brasil, Reino
Unido, Suécia, Alemanha, Japão e Coréia.
Neste estudo foi possível identificar que os usuários são suscetíveis as
mensagens publicitárias enviadas pelo celular, mas como uma grande diferença, um
item promocional em troca. Dos entrevistados 86% gostariam de obter algum desconto
no próprio serviço da operadora em troca de receber uma mensagem publicitária e 31%
teriam o maior prazer em receber cupons de desconto em seu aparelho.
Isso ratifica o que foi apresentado no capítulo 3 de que todas as ferramentas da
comunicação como publicidade, propaganda, promoção, etc devem trabalhar de forma
integrada e utilizando as mais diversas mídias. Importante ressaltar que assim como no
envio de e-mail os usuários querem poder filtrar as mensagens e decidir se querem ou
não recebê-las, o que vai de encontro com um dos princípios mais importante da
publicidade móvel que é estar autorizada a enviar sua mensagem publicitária ao cliente,
por dois motivos. O primeiro deles por questões legais, pois em todo o mundo para que
a empresa anunciante possa enviar mensagens ela tem que ter uma autorização do
cliente e o segundo motivo por questões de abordagem correta.
Portanto, é necessário que o usuário/assinante faça um optin ou input
autorizando a receber tais mensagens e que ele tenha total de liberdade em qualquer
momento de cancelar o envio das mesmas.
Feito da forma correta o envio de mensagens publicitárias para o celular podem
gerar compras por impulso: 85% das respostas para uma ação SMS acontecem no
primeiro dia.
Figura 8: Exemplo do uso correto de SMS Marketing
Para tanto é necessário fazer com que a comunicação seja interativa e possibilite
uma resposta instantânea, ou seja, feita através do próprio celular, para que assim a
resposta seja imediata, ou seja, a ação esperada pelo consumidor pode ocorrer no
minuto seguinte. Não deve-se exigir que a ação do consumidor aconteça em outro meio,
pois isso dispersará sua atenção.
Figura 9: Exemplo do uso incorreto de SMS Marketing
Funcionamento do Envio SMS
Figura 10: Exemplo de funcionamento do envio de sms.
As ações de marketing móvel podem ser classificadas da seguinte forma:
• Push Campaings: campanhas de envio de mensagens a partir de uma
base de opt in. Devem estimular a compra por impulso ou o “marketing
viral”.
• Pull Campaigns: ações que iniciam a partir do celular. Devem ser
combinadas com outras mídias para agilizar o processo de opt in como
no exemplo da Kaiser citado acima.
Os benefícios de uma campanha móvel são:
• Nova e inédita maneira de se comunicar com o público A, B e C, na faixa
dos 15 aos 30 anos
• Grande diferenciação – Meio somente utilizado pelas operadoras
celulares.
• Agrega grandes diferenciais e relação às outras mídias o que o torna
importante no mix total.
• Tem massa crítica para campanhas de grande massa com interatividade “
1 para “.
• Totalmente baseado em permissão do usuário ( opt-in e opt-out).
• Implantação rápida e custo acessível.
Jim Manis, chairman da Mobile Marketing Association em matéria publicada
pelo site IDG Now! Afirma que o mercado de mobile marketing deve movimentar mais
de US$ 8 bilhões em 2005.
Publicidade móvel e resultados. Comparação com as outras mídias
Comparado com as outras mídias a publicidade móvel através do celular
apresenta uma maior taxa de retorno por ser inovador e personalizado como aponta a
pesquisa realizada pelo Gartner Group.
Gráfico 2: Taxa de resposta segundo as mídias. Fonte: Gartner Group
4. 6 A chegada da TV ao celular
Desde o final do ano de 2004 algumas operadoras móveis brasileiras
possibilitaram aos seus usuários o recebimento do sinal de televisão em seus celulares.
A chegada da tv ao celular traz não apenas o conteúdo dos programas exibidos
das emissoras como também dos comerciais que as mesmas já exibem. Essa tecnologia
corrobora a definição do celular como mídia publicitária, uma vez que passa a ter o
mesmo processo de compra de espaço. No futuro próximo ainda teremos o advento da
TV Digital ou TV Interativa que permitira a conexão à Internet, conexão que o aparelho
celular já possui, possibilitando o usuário fazer compras através do controle remoto.
Teremos então uma convergência dos meios e das mídias publicitárias.
“... na tv interativa isso também acontece, nos EUA, por
exemplo, em alguns canais você pode comprar diretamente o
produto pela tv utilizando o controle remoto... com certeza
com a chegada da tv sobre o celular aumentará o seu uso de
propaganda, por causa da convergência, pois o celular é a
mídia mais prática, e assim cono na Europa, o celular será um
aliado na televisão” Gianluca Notarianni, em entrevista.
O celular passa forma a integrar o mix de comunicação como uma das mídias
mais forte para relacionamentos diretos e que precisam ser rápidos e com alta taxa de
resposta.
Em entrevista recente ao The Wall Street Journal, o presidente do grupo WPP
Martin Sorrel, considerado o maior investidor do setor e controlador das agências de
publicidade JW Thompson, Ogilvy, Y&R e Grey, surpreendeu afirmando: “Se quiser
me ver chateado, chame minha empresa de agência de publicidade. O objetivo
estratégico é que dois terços de nossa receita, saiam da publicidade não tradicional em
cinco ou dez anos (...) em vez de nos concentrarmos na televisão, precisamos olhar
para mensagens diretas, relações públicas, rádio, outdoo, satélite e celular”.
Na Europa os usuários conseguem ver a novela através de seus aparelhos móveis
como indica matéria publicada no site PC World, para que dessa forma ninguém corra
risco de perder os capítulos da série. O envio ocorre por meio de MMS.
No Brasil as operadoras estão firmando parcerias com as emissoras de televisão
e integrando e dividindo seus conteúdos, com o objetivo de que a tela do celular seja
uma extensão da tela da televisão tradicional.
4. 7 Publicidade móvel – Comodidade ou invasão de privacidade?
Um dos pontos de debate com relação a publicidade móvel é a questão da
privacidade versus comodidade. Será que os clientes gostariam de receber mensagens
promocionais ou noticias em seu telefone? Por um outro lado quanto não seria melhor
em termos de comodidade pagar suas contas, reservar uma passagem área, reservar uma
mesa para jantar ou encomendar sua lista de supermercado através do celular em
qualquer lugar que a pessoa estiver, além de receber os principais conteúdos de
comunicação e informação diretamente no seu celular.
Podemos dizer que outros meios de comunicação como TV, rádio, entre outros
atingem muito mais a privacidade das pessoas, pois ainda não temos como interagir com
esses veículos a não ser com o poder do controle remoto, mas ainda não chegamos no
ponto de escolher o que queremos receber através destes meios.
Já com o marketing móvel isso será possível, pois as operadoras estarão
enviando as mensagens solicitadas pelo usuário, desta forma ele estará recebendo as
informações, promoções e publicidade que ele realmente quer, ou tem interesse ou faz
parte do seu perfil.
Cada usuário poderá escolher que tipo de noticia deseja receber e em que parte
do dia. Com todos esses recursos não estará sendo invadida a privacidade do assinante e
sim estará sendo levada ao usuário a comodidade de realizar suas compras e
pagamentos e o recebimento de informações em qualquer lugar que ele estiver.
O usuário para participar das campanhas de móbile marketing, terá que realizar
um cadastro prévio autorizando assim o recebimento das mensagens que lhe são
pertinentes.
Caso o usuário se sinta invadido basta ele enviar uma mensagem via SMS ou
voicemail para cancelar o recebimento das mensagens.
Como dissemos acima as pessoas não se sentem invadidas ao receber mensagens
texto, principalmente se ela trouxer algum benefício para o usuário. Veja como o
usuário reagiria caso recebesse um SMS sem autorização:
SMS sem autorização No.Cit Freq. Não se importaria se o assunto fosse do seu interesse 234 48,15%
Consideraria uma invasão de privacidade 80 16,16%Não se importaria 66 13,58%
Encaminharia a denúncia de SPAM para minha operadora de telefonia celular 62 12,76%
Solicitaria a exclusão do meu celular para a empresa que assinou o envio 44 9,05%
Total CIT. 486 100% Tabela 23: Autorização de SMS. Fonte WBI.
Notamos nas respostas dos usuários que mesmo que o assunto não fosse de seu
interesse ele não se importaria em receber tais mensagens. Podemos concluir que há
uma abertura, uma pré-disposição do usuário de utilizar o seu aparelho móvel para o
processo de comunicação. De acordo a tabela abaixo podemos perceber que há diversas
áreas de interesse por parte do usuário.
Informações No.Cit Freq. Promoções com ganhos diretos (descontos, brindes, etc) 486 16,71%
Notícias e novidades da empresa 485 16,67%Cumprimentos por uma data especial 485 16,67%Alerta sobre atrasos de pagamentos 485 16,67%
Oportunidades de emprego 484 16,64%Lembretes de eventos importantes (consulta, exame, revisão de carro,
etc.) 484 16,64%Total CIT. 2909 100% Tabela 24: Informações. Fonte WBI.
Além das informações citadas acima o usuário gostaria de receber informações
como:
• Agenda de compromissos
• Alerta sobre usos do cartão de crédito ou débito
• Atualizações sistêmicas da gestão da empresa.
• Avisos da operadora, mensagem de amigos e clientes e fornecedores.
• Boletins específicos: Direito, Economia, Finanças, etc...
• Convites para eventos, cursos, palestras
• Dicas como assessoria on line de um assunto específico
• Entregas de encomendas
• Resultados de loteria e agendas de eventos rj e sp
• Informações culturais, do tempo, cotação da bolsa
• Notícias esportivas
• Noticias nacionais importantes
• Promoções de informática
• Promoções em boates e pratos do dia em um restaurante que frequento
• Saldo Bancario
• Serviços de Proteção, seguros, (Ex: Proteção 30 Horas)
• Sexo
• Turismo.
CAPÍTULO V – CASES – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE 5. 1 Case CIEE No Case do CIEE houve uma substituição do telemarketing ativo pelo envio de
SMS, uma vez que neste caso o serviço de SMS pode substituir o canal de voz nos
casos em que a informação a ser transmitida precisa ser rápida e precisa. Assim como o
e-mail, o SMS permitir automatizar o processo de comunicação gerando economia e
aumento de produtividade.
O Serviço em questão é o “Toque CIEE” no qual diariamente centenas de
mensagens são enviadas de forma automática para os estudantes informando o código
da vaga disponível. Com esse serviço as taxas de retorno das convocações foram
maiores que 60% e houve para a empresa uma economia com o envio de mala-direta e
do uso do call center ativo.
Figura 11: Case Ciee Tela Celular
Uma boa estratégia para auxiliar no opt in é criar uma identificação para o canal
SMS. Também é importante definir regras claras de opt out.
Figura 12: Tela de Cadastro CIEE Optin
Dessa forma cria-se um relacionamento maior com o usuário, ou seja, o
consumidor do serviço e com isso a marca ganha em valor agregado.
5. 2 CASE COLISEU
O case da empresa coliseu é um exemplo de programas de fidelidade e serviços
de valor agregado. Neste caso o SMS permite estreitar ainda mais relacionamento com
os clientes o que gera uma ação de retenção. Desta forma é possível enviar pontuações,
prêmios conquistados, novos parceiros, agenda de eventos, informações de interesse do
consumidor, etc.
Figura 13: Ação SMS Marketing
Além de trazer uma inovação ao seu consumidor a empresa conquistou
rentabilidade ao conseguir gerar compras por impulso, pois trabalho com uma oferta
personalizada e promocional de acordo com o perfil mercadológico do consumidor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos dados coletados pode-se observar que o mundo como um todo está
mudando e em constante evolução, seja na questão do próprio, seja na cultura
empresarial, seja na forma de comunicar-se.
As pessoas cada vez mais procuram por facilidades em seu dia-a-dia e adoram o
crescimento da tecnologia, e em virtude disso querem levar a tecnologia a tira colo para
qualquer lugar, pois elas sentem a necessidade de estarem conectadas com o mundo em
qualquer hora, tempo e lugar.
Acompanhando toda essa evolução a publicidade não poderia ficar para trás e
teve que começar a se reinventar e se adaptar aos novos tipos de consumidores, que
cada vez estão mais informados e por conseqüência mais exigentes. Ao reiventar-se teve
que conhecer e saber utilizar as novas mídias que vão surgindo devido ao avanço
tecnológico.
Neste aspecto de alta tecnologia pode-se observar que o aparelho de telefonia
celular, ou simplesmente celular, ganhou destaque dentro do país e do mundo, uma vez
que seu crescimento foi muito rápido e hoje praticamente um terço da população
brasileira já possui seu aparelho, ultrapassando até o número de telefones fixos.
Dentro deste cenário as empresas descobriram uma forma de manter-se em
contato com seus clientes para informá-los sobre novas ofertas, estreitar
relacionamentos, fazer sua publicidade, etc. Pudemos notar que as empresas já tem uma
preocupação em obter o acesso a este importante número que torna-se mais um canal de
acesso e contato. Mas observamos também que as empresas ainda não sabe como
devem utilizar esse canal de comunicação e em virtude disso exploram pouco o seu
potencial. Por um outro lado vimos consumidores ávidos por informação, produtos e
principalmente por campanhas personalizadas. Sabendo disso e do potencial que o
sistema de publicidade oferece, analisado neste trabalho, podemos chegar a conclusão
que o aparelho de telefonia móvel tem sim um grande potencial publicitário, desde que
sejam respeitadas as vontades dos consumidores. Notamos também que não basta ser
feita a publicidade via celular. Esta publicidade, ou ferramenta se assim podemos dizer,
deve estar integrada as outras ações de comunicação e marketing da empresa, pois cada
uma delas tem o seu papel e sua importância dentro do processo de comunicação, no
processo mercadológico e no processo de compra.
Importante ressaltar que todo esse potencial na área das telecomunicações que o
Brasil apresenta em comparação ao restante do mundo deve-se a existência de uma
telefonia avançada que só foi possível pela rápida chegada no telefone no país, no qual
até fomos um dos primeiros países a apostar na nova invenção que se apresentava.
Hoje podemos considerar o celular uma mídia de massa porque atinge um
grande número de pessoas assim como a televisão, o rádio, etc. e como uma grande
vantagem: é possível segmentar a mensagem por diversos tipos de público e perfil e
personalizá-la, em virtude de todos os dados que encontram-se na base de dados do
anunciante, basta o profissional de marketing saber utilizá-las e conseguir maior
eficiência de retorno para a empresa.
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ANEXOS
ANEXO I – SUCESSO DA PUBLICIDADE VIA CELULAR ESTÁ
NAS PROMOÇÕES
Sucesso da publicidade via celular está nas promoções
Quarta-feira, 30 janeiro de 2002 - 14:46
IDG Now!
Os usuários de telefonia móvel não se incomodam em receber publicidade via serviço
de mensagens curtas (SMS) em seus aparelhos celulares, principalmente se conseguirem
algo em troca, como um cupom de desconto ou uma promoção de um determinado
serviço. Pelo menos é o que afirma um estudo do HPI Research Group, publicado pela
Nokia.
A empresa entrevistou mais de 3,3 mil usuários de celular com faixa etária entre 16 e 45
anos de 11 países, incluindo Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Suécia, Alemanha,
Japão e Coréia. Do montante, 86% disseram que aceitariam "algum tipo de
publicidade", caso ela ajudasse a diminuir os custos dos serviços de telefonia móvel.
Além disso, 88% afirmaram que não prestariam muita atenção nos cupons de descontos
enviados via SMS e 31% disseram que teriam o maior prazer em receber os cupons pelo
telefone.
Como era de se esperar, a aceitação do serviço também está sujeita a condições, revelou
o estudo. Assim como acontece com o e-mail marketing, os assinantes de celular
querem poder filtrar as mensagens e decidir se querem ou não recebê-las.
Acessado em 15 de dezembro de 2004.
Fonte: www.idgnow.com.br
ANEXO II – MARKETING VIA SMS REPRESENTARÁ 7% DA
VERBA PUBLICITÁRIA.
Marketing via SMS representará 7% da verba publicitária
Quarta-feira, 30 janeiro de 2002 - 10:15
IDG Now!
O marketing pelo celular, feito através do serviço de mensagens curtas (SMS), está
tomando novas proporções no mundo. De acordo com a empresa de pesquisas Forrester
Research, as taxas de resposta das propagandas recebidas por SMS estão cinco vezes
maiores que as conquistadas através de marketing direto.
Segundo a empresa, cada campanha realizada através do marketing via SMS, que custa
em média US$ 20,6 mil, proporciona uma taxa de resposta de cerca de 11%. Das
empresas que fazem marketing direto entrevistadas pela Forrester e pela Federação
Européia de Marketing Direto (FEDMA), 21% utilizam a ferramenta via SMS
ocasionalmente.
Outras 12% delas já fizeram publicidade via SMS em caráter experimental e 56% das
agências planejam lançar campanhas desse tipo no próximo ano. As companhias de
propaganda informaram ainda que irão dedicar uma média de 7% de seus orçamentos
para marketing via SMS.
O instituto de pesquisas acredita que a publicidade via dispositivos móveis chegou para
ficar, justamente por ser um meio rápido, interativo e de grande alcance. As previsões
são bastante otimistas. Só na Europa, por exemplo, dois terços dos cerca de 250 milhões
de usuários de celular utilizam SMS. No Brasil, o marketing via mensagens curtas ainda
não foi regulamentado, embora algumas operadoras já tenham iniciado testes do
serviço.
Acessado em 15 de dezembro de 2004.
Fonte: www.idgnow.com.br
ANEXO III – TIM LANÇA SERVIÇO DE TV NO CELULAR.
Tim lança serviço de TV no celular
Sexta-feira, 22 outubro de 2004 - 12:34
Henrique Martin - PC World
Celular rima com bate-papo, negócios e troca de mensagens de texto. Nos
aparelhinhos, também dá para acessar a internet e mandar e-mails e fotos. Agora, os
telefones móveis ganharam uma nova e inusitada função: receber programas de TV sem
o uso de um receptor, usando apenas a capacidade de transmissão de dados das
operadoras. A tecnologia já existe em outras partes do mundo e está sendo implantada
no Brasil pela Tim, que anunciou nesta sexta-feira (22/10) o lançamento do Tim TV
Access, com conteúdo da TVA e Band News como carro-chefe.
Inicialmente, o serviço está restrito aos aparelhos Nokia 6600 (preço estimado
de 1200 a 1300 reais em planos pós-pagos) e 3650 (999 reais no plano pós-pago).
Outros aparelhos, como o Motorola MPx220, serão compatíveis com o serviço em
breve, de acordo com a operadora. Até o final do ano, o Tim TV Access é gratuito. A
operadora não informou o preço do serviço após esse período, mas prevê que fique em
torno de um real o minuto de uso.
O Tim TV Access - antes conhecido como Tim Mobile TV - utiliza a
plataforma de transmissão de dados GPRS, presente nas 1.800 cidades atendidas pela
Tim no país, para retransmitir as informações das emissoras de TV. Em 2005, aparelhos
compatíveis com a tecnologia EDGE, mais rápida na transmissão de dados, começam
também a receber o vídeo na telinha do celular.
"Não é um canal de TV da Tim, não criamos conteúdo. Utilizamos uma
regulamentação que permite o acesso das emissoras ao nosso serviço", afirmou Mario
Cesar de Araújo, presidente da Tim.
O serviço entra no ar com a programação em tempo real da BandNews e
BandSports, Blomberg, TV Câmara, TV Senado, SAT 2000 (canal do Vaticano) e TVA
no ar - canal com conteúdo produzido pela TVA para demonstrar outros canais da
operadora de televisão a cabo. "Existem outros canais da própria TVA em negociação",
explicou Leila Loria, presidente da TVA. Segundo Araújo, a Tim negocia também a
transmissão de canais da TV aberta. "Depende do acordo comercial e de acertarmos a
regulamentação", disse o presidente da Tim.
Essa não é a primeira experiência envolvendo vídeos no celular. Na seara das
operadoras GSM, a própria Tim permite gravar filmes curtos e enviar a outros telefones.
A Oi oferece downloads de vídeos, em um esquema muito semelhante ao da Vivo, que
atua com a tecnologia CDMA. A diferença é que com o Tim TV Access, a transmissão
é em tempo real, ao vivo, direto da antena da emissora para o telefone. Ou quase isso, já
que a operadora Tim terá de tratar e adaptar as imagens instantes antes de enviá-las aos
aparelhos.
O lançamento do Tim TV Access no Brasil também não é a primeira experiência
de TV ao vivo no celular para a Tim. Inaugurado no final de 2003, na Itália, o serviço já
está disponível para clientes das subsidiárias peruana, venezuelana e chilena, com
apenas uma emissora. Nos Estados Unidos, a operadora Sprint também oferece a
MobiTV, com um serviço similar de transmissão de programação de TV via telefone
móvel.
Em abril, a Tim já prometia o lançamento do serviço de TV para até o final do
primeiro semestre. Na época, PC WORLD acompanhou com exclusividade uma
demonstração, em São Paulo. Na prática, o Mobile TV tem bom áudio, mas deixa a
desejar na parte de vídeo. Como não havia, na época, transmissões de emissoras locais,
o diretor de serviços da empresa, Michael Martin, utilizou dois aparelhos Nokia (3650 e
o 6600).
O acesso ao Tim TV Access é simples e rápido. É só dar um clique no menu do
aparelho e selecionar o RealOne Player. Hoje, há um ícone que leva à transmissão. Na
tela seguinte, já surgem informações sobre os canais disponíveis e a programação das
emissoras. Em 2005 será possível consultar a grade de programação e receber alertas via
SMS quando o programa favorito entrar no ar.
Segundo o executivo da Tim, a tecnologia utilizada para a transmissão de
conteúdo televisivo é a rede de dados GPRS (General Package Radio Services) da
própria operadora, que transmite dados entre 56 Kbps e 114 Kbps. A taxa de
transmissão de TV via GPRS fica entre 12 e 15 quadros por segundo. Por esse motivo, o
som acaba saindo melhor que a imagem, mesmo com o simplificado sistema de áudio
oferecidos pelos telefones celulares. O modelo 3650 tem som monofônico e o 6600,
estéreo, com melhor qualidade.
O jornalista Henrique Martin viajou ao Rio de Janeiro a convite da Tim.
Acessado em 15 de dezembro de 2004.
Fonte: www.idgnow.com.br
ANEXO IV – PUBLICIDADE NO CELULAR SERÁ INEVITÁVEL.
Publicidade no celular será inevitável
Terça-feira, 6 maio de 2003 - 10:02
Não demora muito para a publicidade chegar aos celulares. Assim como já
acontece na Europa e no Japão, especialistas reunidos no forum promovido pela U.S.
Federal Trade Commission acreditam que os anúncios em formato texto serão, em
breve, uma realidade nos Estados Unidos.
O grande problema é que parte dessas mensagens podem ser spams. Enquanto
alguns painelistas dizem que as leis norte-americanas são ineficientes para controlar os
spams, membros da indústria de celular informam que estão trabalhando para evitar a
saturação da internet sem fio.
O mobile marketing, como vem sendo chamado, "ainda não decolou, mas tem
data marcada", diz Jim Manis, chairman da Mobile Marketing Association. Segundo
ele, este deve ser um mercado de US$ 8 bilhões.
Acessado em 15 de dezembro de 2004.
Fonte: www.idgnow.com.br
ANEXO V – PESQUISA WBI/VOLA.