TEORIA  DA  CULTURA  DE  

MASSA  

Seminário  Epistemologia  da  Comunicação  

TEORIA  DA  CULTURA  DE  MASSA  

Graduação  em  Direito  Doutorado  em  Letras  ATUALMENTE:  Professor  PUCRS  e  UERJ  EXPERIÊNCIA:  área  de  História  ,  Teoria  e  Filosofia.    ATUA:  Teoria  da  Literatura,  Teoria  da  história,  romances  nos  séculos  XIX  e  XX,  poesia  moderna.    

O  livo  se  diz  uma  reprodução  de  modo  quase  integral  do  curso  de  Sociologia  da  Comunicação  da  PUCRJ  de  1969.  

* Estuda a mimesis * Doze autores/várias áreas - cultura de massa

Seminário  Epistemologia  da  Comunicação  

* Pontos principais dos 12 textos; * Conversa com outros autores; * Interferências; * Minutos para debate.

PESQUISAS  EM  COMUNICAÇÃO  Inicialmente:  DADOS  ISOLADOS  Depois:  ANÁLISE  DO  TODO  (SISTÊMICA)  

LUIZ  COSTA  LIMA  

Conforme vimos... ...construir o objeto empírico por meio de uma processualidade; ...campo formado por diversas áreas.

Pesquisadores necessitavam compreender!

Quebra do universo das expectativas culturais conhecidas

Reorganização das oposições culturais inconscientes

• Rede comercial • Adequação objeto ao consumidor

LUIZ  COSTA  LIMA  

LUIZ  COSTA  LIMA  

CF/CS CM/CS

TRABALHO

PATRIMÔNIO

VIDA

BUSCA: aprovação do meio MEDO: não possuir certo bem de consumo COBRANÇA: sucesso financeiro

* Lógica do trabalhador:

Filosofia de acumulação do capital

LUIZ  COSTA  LIMA  

*  PESQUISADORES  QUERIAM  SABER:  Importância  e  consequências  sócio-­‐culturais  das  mensagens  dos  MC;  *  PRIMEIROS  ESTUDOS  EM  COMUNICAÇÃO:  arte  –  veículos  de  comunicação  *  Mas,  com  o  passar  do  tempo...  

LUIZ  COSTA  LIMA  

Diferenças de níveis entre produtores e consumidores de seus produtos!

mercado

poder

tipos de audiência

Autor novela/filme “consumidor” encara como arte Repertório particular/entreter o

público

Forma de apresentação de um determinado produto artístico, ideia de estética, técnica.

Ligada ao efeito, ao consumo, ou seja, ao valor da obra de arte que se transformou num bem de consumo.

LUIZ  COSTA  LIMA  

VALORIZAÇÃO INCONSCIENTE VALORIZAÇÃO CONSCIENTE

“A quantidade, no nosso caso, as mídias de massa, pressionam inconscientemente as pessoas, estabelecendo expectativas de regularidade que se exprimem por esta

espécie de lei natural, a modalidade cultural.”

LUIZ  COSTA  LIMA  

Pontos reconhecidos

Instrumentos reconhecidos

Mediação Social

- Base Tecnológica - Sistema social que a utiliza (sociedade de consumo) - Cultura de Massa

A mediação permitiu: •  Acumulação de capital •  Potencialização Tecnológica •  Democratização do consumo

LUIZ  COSTA  LIMA  

LUIZ  COSTA  LIMA  

Abraham A. Moles

- Aplicou a teoria no campo da informação no campo das Artes; - Tenta desenvolver teoria geral da cultura no mundo presente mediante meios modernos de mensuração informativa e catalogação.

QUESTIONA: a produção da cultura pelas mídias •  Poder da cultura nas mãos dos donos das MM; •  Propõe correções a partir da técnica.

CULTURA HUMANISTA

CULTURA MOSAICO

É uma rede de conhecimentos já estruturados - educação como organizadora da cosmovisão social generalizada.

Emerge da desconexão entre temas, conteúdos e mensagens veiculadas pelos mass media que provoca a gênese de novos marcos de pensamento.

Público - consumidor

Criadores

Abraham A. Moles

Definem conteúdos a serem difundidos.

Alimentada pelos MCM

camadas sociais

A  parer  de  um  estudo  das  cadeias  de  radiodifusão:  várias  doutrinas  

1.  Demagógica dos Publicistas 2.  Dogmática 3.  Culturalista 4.  Sociodinâmica

PASSIVIDADE DO RECEPTOR!

Abraham A. Moles

16  

1.  Demagógica dos Publicistas

* Sistema de difusão de massa era atrelado ao: sucesso de certas produções + correspondência ouvintes + reação anunciantes

* Regras para prender atenção do ouvinte: DIMINUIR nível intelectual; * Não solicitar esforço de memória.

Abraham A. Moles

2. Dogmática

* Sistema de comunicação nas mãos de alguns; * Imposição de doutrinas (política, religiosa); * mensagens subliminares .

3. Culturalista * Circulação de educação/conhecimento/cultura; * Mídias como canais de distribuição; * Circuito dinâmico de conteúdos culturais.

Abraham A. Moles

4. Sociodinâmica

* Oriunda das outras 3 doutrinas; * Converte as mídias de massa no próprio meio de elaboração de novos textos e formas culturais.

* MCM - mesclam estas doutrinas; * Doutrinas: levam em conta valores culturais; * ciclo: criação e recepção.

Paul F. Lazarsfeld, Robert K. Merton

* Mídia como mais um órgão da sociedade; * Tenta desmistificar a onipotência dos MC e afirmar uma onipresença.

“...a  mera  presença  desses  meios  não  afeta  a  sociedade  de  modo  tão  profundo  como  em  geral  se  

supõe...”    

“...tem  sido  superestimado  o  papel  social  desempenhado  pela  mera  existência  dos  meios  de  

comunicação...”  

Paul F. Lazarsfeld, Robert K. Merton

FUNÇÕES SOCIAS DOS MASS MEDIA

* Atribuição de status (aparecer na mídia - significação/importância);

* Execução de normas sociais (revelam situações de “quebra” de normas);

* Disfunção narcotizante (pessoas não agem, aceitam tudo, são passivas);

* Monopolização; (poucos dominam, sem oposição crítica);

* Canalização; (valores vêm da propaganda);

* Contato pessoal suplementar; (influência recíproca entre MC e pessoas).

21  

Paul F. Lazarsfeld, Robert K. Merton

TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO

Elite Intelectual

MCM - levam formas artísticas ao “povo; CM seria uma disfunção da CS.

David Riesman

Fala das modificações simbólicas sociais pelos MCM. • Alimentação • Sexo

Característica das classes superiores

Ensaísta social

TIPOS ALTERODIRIGIDOS

-  Falar em alimentos (receitas, calorias, vitaminas, fim da formalidade...);

-  Apreciação dos alimentos (valor, cultura, hobbie);

-  Diferenças de significados da boa alimentação ANTES: saúde; responsabilidade; condição social. HOJE: gosto pessoal; entretenimento; decoração.

“Surgimento de um sistema social embrionário onde os critérios de status são inconsciente junto ao sistema mais

tradicional de classes”

David Riesman

ANTES: satisfação ligada ao homem “gente baixa” lugar apropriado pessoas apropriadas reprodução

HOJE: importância maior que a consolidação dos bens status de ‘ordem do dia’ encarado como um bem de consumo entretenimento, saúde defesa da apatia total perda da subversão da vergonha moral perda da inibição mulheres pioneiras e independentes

David Riesman

Discute MCM e a sua atuação na sociedade.

Livro: “destrói” cultura manuscrita; Estudante solitário; Interpretação particular.

Única forma de cultura?

SOCIEDADE ATUAL - Excesso de informação; - Tudo comunica; - “Sala de aula” sem paredes; - Empacotamento da informação!

Marshall McLuhan

- Retorno à discussão - Mesas redondas

- Imagem X realidade - Fornece a visualidade

- “livro popular diário” -  diversão universal

LER MUITOS LIVROS: Sabedoria ou capacidade de prender a atenção e/ou decodificação?

(TICs, por exemplo) • Compreensão; • Modo de agir; • Modo de apreender as coisas.

Marshall McLuhan

EXPERIMENTAÇÃO: 4 grupos estudantes

- Ler um texto - Escutar um texto - Escutar ao rádio - Ver TV

Compreensão do assunto

Meios de comunicação de massa seriam apenas canais de diversão popular?

Possível o desenvolvimento de uma consciência crítica? Cegam, manipulam sociedades?

IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS EM COMUNICAÇÃO

Marshall McLuhan

Max Horkheimer, Theodor W. Adorno

* Sociedades em massa são =;

* Falsa identidade do “particular” (únicas pelas suas particularidades, mas iguais pelos seus desejos);

* ARTE como MERCADORIA

CM - Filme e rádio deixam de ser arte!

Pessoas sujeitas ao “mesmo programa”

Max Horkheimer, Theodor W. Adorno

IC - pessoas são ouvintes =

Preços produtos – classificação de pessoas Pessoas “copiam” estilos para serem “diferentes”

Max Horkheimer, Theodor W. Adorno

EXISTE DIFERENÇAS ENTRE AS PESSOAS NA IC?

FILMES confirmam o sistema!

* Atrofia da imaginação e da espontaneidade do consumidor atual;

* “Sempre iguais”; Repetição dos produtos.

Max Horkheimer, Theodor W. Adorno

Pessoas precisam se adaptar;

O sistema finge liberdade;

A indústria se adapta ao poder;

Mito do sucesso (pessoas pensam que vão vencer porque é o que aparece na mídia);

CM – se satisfaz com o igual (coisas novas não vendem: se ninguém fala, o produto é ruim);

Max Horkheimer, Theodor W. Adorno

* “Infelizes são espancados na mídia e o público ri disto”.

* O prazer da violência contra o personagem;

* Rostos tranquilizados;

Max Horkheimer, Theodor W. Adorno

Cria esteriótipos de “perfeição”;

Diversão = sentido no mundo;

Esquecer a dor;

IC - homem como ser substituível;

IC - Propõe sonhos;

Max Horkheimer, Theodor W. Adorno

Walter Benjamin A OBRA DE ARTE NA ÉPOCA DE SUA REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA

* Filósofo, crítico literário, alemão, judeu, Escola de Frankfurt; * Bases no marxismo;

* Analisa arte na época da “cópia”; (reprodução técnica de obras de arte)

NOVAS POTENCIALIDADES ARTÍSTICAS RECORRENTES DA REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA

- dimensão política

Discute...

Walter Benjamin A OBRA DE ARTE NA ÉPOCA DE SUA REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA

ESTÉTICA CLÁSSICA

BELEZA NA ARTE Determina o valor

cultural e o critério de autenticidade

Com os meios de reprodução, a autenticidade perde o sentido: DESTRUIÇÃO DA UNICIDADE

Originalidade, duração material até o poder de testemunho histórico,

autoria

Walter Benjamin A OBRA DE ARTE NA ÉPOCA DE SUA REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA

Obra de arte ANTES: caráter ritualístico

MEIOS REPRODUTORES Atrofia do caráter ritualístico

Caráter político e expositivo

Qual seria a obra autêntica?

- Concentra nas artes sua tese: Sociedade capitalista venceu; - Posição conformista?

- desenvolve a função social da arte na atualidade; -  Propõe modos de descobrir como reagir ao sistema.

ARTE: literatura, música e artes figurativas LINGUAGEM: palavra pela pintura, texto, escultura e música

Herbert Marcuse

Arte como mercadoria Arte como resposta à crise da sociedade

• Crise atual da arte – não comunica • A arte persiste na humanidade • Poder libertador da arte

Herbert Marcuse

ARTE  LIBERTADORA:  • Interrelacionada  com  a  ciência;  • Reorientação  da  vida  social;  • Não  repleta  de  técnica  (senedo  práeco);  • Expressão  do  ser  humano  • Necessidade  de  comunicação  

ARTE “melhora” a realidade (é irreal).

ARTE  COMO  FORMA  DE  LIBERTAÇÃO  DO  SISTEMA!  

Edoardo Sanguineti

• Museu como “morte” da arte; • Museu como mercado; • Prostituição de autores com o mercado e seus produtos artísticos; • Propõe a destruição do museu (neutralização do fato estético das obras de arte);

Produto (escritor)

Consumidor (mercado)

“Poetas adaptam suas obras ao mercado”

Edoardo Sanguineti

A concorrência do mercado contradiz propósitos dos “artistas”

Reconhecimento do público

Definir o valor da obra

Jean Baudrillard

FUNÇÕES Publicidade: - informa características de um produto - objetivo: promover a venda -  PERSUASÃO (função explícita)

Condiciona ser humano a suas “necessidades”!!!

Jean Baudrillard

1. Lógica do “Papai Noel”;

2. Gratificação e repressão: a dupla instância;

3. Presunção coletiva. Transforma o desejo individual em desejo coletivo.

“Veja como a sociedade se adapta aos seus desejos!” Depois da compra - produto passa a ser um bem...essencial?

Discurso temático atua na compra.

Julia Kristeva

SEMIOLOGIA possui EPISTEMOLOGIA Semiologia como a “ciências das ideologias”

A autora: filósofa, crítica literária, feminista, psicanalista, romancista

Julia Kristeva

Semiologia como axiomatização de sistemas! - Modelos matemáticos e lógicos além da linguística

Ciência se alimenta da semiologia; Não há pureza do discurso científico!

Julia Kristeva

Julia Kristeva

Produtos adquirem valores simbólicos; Significação do produto – discurso;

Para a semiologia não existe literatura! - Discurso; -  Prática.

MODELOS SEMIÓTICOS * Elaboração sobre textos

Textos sociais e práticas sociais

Transformações em curso

Roland Barthes

* A fotografia de imprensa é uma mensagem; - fonte emissora: redação do jornal, técnicos - canal de transmissão: jornal – complexo mensagens - meio receptor: público

* Fotografia + texto = nova estrutura (texto: mensagem “parasita” na imagem) * Fotografia: é uma mensagem sem código (reprodução análoga da realidade)

* Mensagem denotam e conotam

* Fotografia deve ser indagada como manipulação de sistemas

NYT aponta crise no fotojornalismo

Roland Barthes

* Denotam e conotam

* Denota – descrição não poderia existir! * Conota – ideologias do meio/ textos

Imagens CM: mensagens sem código, mas repletas de

conotações.

Imposição de sentidos

CONOTAÇÃO

Erwin Panofsky

* Fala dos métodos de se juntar linguagem com as cenas – homem explicando por meio de “legendas”

* Criou-se “padrões” aos filmes Ainda hoje preferimos finais felizes; Sabemos o final dos filmes; Filme deve ter começo, meio e fim.

* Mudanças no cinema Desaparecimento do exagero do cinema mudo.

Ligação do texto com imagem...

Erwin Panofsky

Trabalho contínuo Trabalho descontínuo Trabalho transitório Trabalho permanente Cada apresentação # É sempre = Produção ordenada Produção desordenada

Cinema como ARTE - É necessidade!

* A explicação social a partir de uma visão orgânica; MCM – integram/controlam/informam. (MERTON/LAZARFELD)

* Autores analisam partes estruturais para entender a concatenação da unidade no todo. (BARTHES)

* MCM – como aparelhos ideológicos e alienantes. (ADORNO/MARCUSE/HORKHEIMER)

Realizam crítica aos MCM (organizados sob a perspectiva capitalista);

Visão crítica da sociedade e suas produções;

*  Não  é  de  graça  que  o  paradigma  entra  na  sociedade  de  pesquisa…ele  está  fluindo  por  meio  de  evoluções,  de  respostas  que  ele  gera  (KUHN);  

*  A  ciência,  nessa  caminhada  histórica,  foi  gerada  a  parer  de  discursos  e  teorias  que  foram  desenvolvidas  e  consetuídas  pelos  pesquisadores.  O  discurso  cienmfico  é  um  discurso  misturado,  ou  seja,  ele  tem  marcas  filosóficas,  estruturais,  culturais  em  sua  presença  (KUHN).  

No  desenrolar  do  esforço  cienmficos  sempre  vão  encontrar  insuficiências  metodológicas.  Desse  modo,  chegar-­‐se-­‐á  a  um  momento  onde  o  método  será  insuficiente,  o  que  implica  em  uma  necessidade  de  se  estruturar  

novos  métodos.    

CRÍTICA  AOS  ESTUDOS  EM  COMUNICAÇÃO  *  A  formulação  do  método  vai  definir  a  sistemaecidade,  a  potencialidade,  a  ordem  de  encontrar  conhecimento.  No  entanto,  para  um  mesmo  objeto  teremos  várias  possibilidades  de  perspecevas  metodológicas,  o  que  sugere  uma  ruptura  com  o  método  único  (BACHELARD);      

*  Enriquecer  teorias  com  nossas  pesquisas,  sabendo  que  o  erro  existe  e  deve  ser  aprendido  (POPPER);  

*  Nenhuma  ciência  deve  ser  tratada  como  absoluta!!!  ESTUDO  SISTÊMICO!  

*  Mundo  da  vida  e  ciência:  andam  juntos  (NORRIS  E  GOTARI).  

Filosofia

Arte

Sociologia

Antropologia Literatura

História

Pedagogia

Jornalismo

Publicidade

Economia Política

Psicologia

COMUNICAÇÃO

* Pensamento em constante construção; * “Paradigmas” como fontes de inspiração; * Não usar estes modelos como “fixos”;

TEORIA  DA  CULTURA  DE  

MASSA  LUIZ  COSTA  LIMA  

Seminário  Epistemologia  da  Comunicação  

Obrigada pela atenção.