tese - federal rural university of rio de...
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SlGNIFICÂNCIA DAS INFECÇÕES CAUSADAS POR Plasmodium
(Novyella) juxtanucleare VERSIANI & GOMES, 1941
(HAEMOSPORIDIDEA: PLASMODIIDAE) EM Gallus gallus L..
DE CRIAÇÃO INDUSTRIAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
TESE
APRESENTADA AO DECANATO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS
CARLOS LUIZ MASSARD
OUTUBRO
1979
DEDICATÓRIA
A meus pais pela abnegação a minha formação,
a minha esposa Claudete e a
nossos filhos Ana Paula e Rodrigo.
ii
HOMENAGEM PROFISSIONAL
(IN MEMORIAM)
Ao Professor Dr. WILHELM OTTO DANIEL MARTIN NEITZ,
pelo muito que fez em prol da ciência especialmen-
te no Brasil.
iii
BIOGRAFIA
CARLOS LUIZ MASSARD, filho de JOÃO MASSARD MAIA e
ANTONIETA MANHAMBUSQUE MAIA, nasceu a 11 de outubro de 1947 em
Vila do Café, município de Alegre, Estado do Espírito Santo.
Realizou o curso primário na Escola Singular do Ca-
fé, Alegre, no Estado do Espírito Santo. Concluiu o ginasial
na mesma cidade e curso científico no Colégio Campo Grande, Rio
de Janeiro.
Ingressou na Universidade Federal Rural do Rio de Ja-
neiro em 1969, graduando-se em Medicina Veterinária em dezembro
de 1972. Durante o período universitário foi bolsista do Conse-
lho Nacional de Pesquisa (CNPq). Iniciou o curso de pós-gradua-
ção em Parasitologia Veterinária em 1973 na mesma Universidade
onde graduou-se defendendo tese sobre "ASPECTOS BIOLÓGICOS DO
Plasmodium (N.) juxtanucleare EM AVES NO BRASIL" em julho de
1976. Ingressou no curso de Doutorado a partir de 1977, rece-
bendo ainda auxilio do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e orientação do professor
W.O.D.M. NEITZ.
IV
Foi aprovado em concurso público para as vagas de
Professor Assistente da Escola de Saúde Pública da
Fundação Oswaldo Cruz e da Área de Parasitologia do Instituto
de Biologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Co-
labora na lecionação das disciplinas de Parasitologia do curso
de Graduação em Medicina Veterinária, Protozoologia para o cur-
so de Pós-Graduação em Parasitologia Veterinária e na discipli-
na de Problemas de Doenças Parasitárias dos cursos de Patologia
Animal e Patologia Clínica da Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro.
Durante o curso de Pós-Graduação publicou 10 traba-
lhos sobre ácaros e doenças transmitidas por carrapatos, apre-
sentando ainda 18 observações originais em Congressos Nacio-
nais. Colabora na orientação de teses desenvolvidas a nível de
mestrado no curso de Parasitologia Veterinária, tendo par-
ticipado de cinco (5) Bancas Examinadoras.
AGRADECIMENTOS
O autor apresenta seus agradecimentos:
ao Professor W.O.D.M. NEITZ, pela orientação objetiva e
constante estímulo, tão necessários à formação científica no campo
da biologia;
aos Professores Michael Robin Honer, Gonzalo Efrain Moya
Borja, João Luiz Horácio Faccini, Jerome Langenegger e Hugo Edison
Barboza de Rezende, pelas sugestões e auxílio durante a elaboração
deste trabalho;
ao Professor José Luiz de Barros Araújo, pelas primei-
ras palavras de estímulo à pesquisa;
aos Técnicos e Pesquisadores da Estação Experimental de
Itaguaí, da PESAGRO-RIO, em especial ao Dr. Paulo Genaro Oliveira
Dias e Dr. Oswaldo de Almeida Resende, pelas facilidades proporcio-
nadas e ao Professor Dr. Carlos Hipólito Romero Mercado, pela rea-
lização dos exames sorológicos para vírus da leucose aviária;
à Dra Maria Wanda dos Santos e Dr. Mauro Ribeiro de Car-
valho, pelo estímulo e auxílio durante a realização desta pesquisa;
à Dra. Daisy Wilwerth da Cunha e minha esposa Dra. Clau-
dete de Araújo Massard, pelas sugestões na organização dos textos;
à Sra. Sueli de Andrade Borret, pelo serviço datilográ-
fico;
vi
aos Srs. Waldir Jacintho da Silva e Walter Flausino,
pelos auxílios laboratoriais;
aos colegas do curso de Pós-Graduação em Parasitolo-
gia pelo ambiente de amizade;
ao Professor Oswaldo Duarte Gonçalves, pela revisão
literária e normativa do manuscrito;
ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e à Universidade Federal Rural do Rio de Ja-
sas.
neiro pelo apoio dispensado desde o início das nossas pesqui-
vii
ÍNDICE GERAL
Introdução
Revisão da Literatura
Material e Métodos
- procedência das aves estudadas
- manutenção e alimentação das aves estudadas
- pesquisa do parasitismo sangüineo por P. juxtanucleare
- pesquisa das formas exoeritrocíticas do P. juxtanucleare
- evidenciação de transmissão vertical do P. juxtanucleate
- caracterização morfológica do P. juxtanuoleare
- pesquisa de aves portadoras do vírus da leucose aviária
- produção de ovos em aves positivas para P. juxtanucleare
e para o vírus da leuc ose aviá ria
Resultados e Discussão
- transmissão vertical do P. juxtanucleare
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- infecção por P. juxtanucleare em G. gallus, com menos
de três meses de idade
- infecção por P. juxtanucleare em G. gallus, em início
de produção
- infecção por P. juxtanucleare em G. gallus, em fase de
reprodução
- caracterização das formas sangüineas do P. juxtanu-
cleare
- evidência e caracterização das formas teciduais do
P. juxtanucleare
- caracterização do quadro clínico e anátomo patológico
de aves positivas para P. juxtanucleare
- pesquisa da infecção por P. juxtanucleare em G. gal-
lus positivos e negativos ao vírus da leucose aviária
Conclusões
Resumo
Summary
Resumé
Referências Bibliográficas
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ÍNDICE DAS FIGURAS Pág.
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Fig. 1
Fig. 2
Fig. 3
Fig. 4
Fig. 5
Fig. 6
Fig. 7
Fig. 8
Fig. 9
Fig. 10
X
ÍNDICE DOS QUADROS
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Quadro 1
Quadro 2
Quadro 3
Quadro 4
I. INTRODUÇÃO
A malária aviária causada por Plasmodium Juxtanuclea-
re Versiani e Gomes, 1941 é uma infecção de Gallus gallus (L.)
responsável por alto Índice de morbidade e mortalidade em aves.
P. juxtanucleare foi descrito por VERSIANI & GOMES
(1941) em G. gallus de criações rústicas, procedentes da zona
oeste do Estado de Minas Gerais. Outras espécies membros da or-
dem Galliformes foram posteriormente relacionadas como hospe-
deiros deste parasito: Meleagris gallopavo L. no Brasil (VERSIA-
NI & GOMES, 1941) e no México (BELTRÁN, 1941); Gallus lafayet-
tei Lesson, no Ceilão (DISSANAIKE, 1963); Bambusicola thoraxica
sonorivox Gould, em Taiwan, (MANWELL, 1966); um faisão não
identificado na Malásia (BENNETT, WARREN & CHEONG, 1966); Fran-
colinnus sp. na Tanzânia (MOHAN & MANWELL, 1966); Crysolophus
pictus (L.), C. amerhstiae Leadbeater, Lophura nyctemera nycte-
mera (L.) e Phasianus colchicus Brand no Brasil (MASSARD, 1976).
GARNHAM (1966) considerou que, apesar de ter o parasi-
tismo por P. juxtanucleare ação fatal sobre pintos, a doença
não tem importância veterinária, visto que sua transmissão de
fontes selvagens para o meio doméstico não é comum e, quando
ocorre, os mosquitos domésticos não são vetores adequados para
possibilitar o aparecímento de epizootias. Também LEVINE (1973)
considerou esta protozoose como de pouca importância veteriná-
ria.
O objetivo da presente pesquisa foi estudar a impor-
tância da malária aviária por P. juxtanucleare em galinhas da
raça Leghorn branca, exploradas industrialmente, destacando-se
aspectos relacionados com o agente etiológico, a patogenia, os
sinais clínicos e os achados anátomo e citológicos, bem
como demonstrar a possível interação dessa infecção com o ví-
rus da leucose aviária.
II. REVISÃO DA LITERATURA
Em agosto de 1940, PERES & GOMES, realizando uma pes-
quisa sistemática de espiroquetose aviária, causada pelo Borre-
lía anserina Sakaroff, 1891 (Spirochaeta gallinarum Stephens &
Christopher, 1904), no mercado municipal de Belo Horizonte, en-
contratam no sangue de duas aves G. gallus um hemoparasito de
pequenas dimensões identificado como pertencente ao gênero
Plasmodium Marchiafava & Celli, 1880. A procedência das aves
não foi estabelecida, concluindo-se apenas que procediam da zo-
na oeste do Estado de Minas Gerais. O parasito foi mantido em
condições laboratoriais através de subinoculações sangüíneas
em aves da mesma espécie. O estudo e a identificação do parasi-
to foram realizados por VERSIANI & GOMES (1941), que concluí-
ram tratar-se de uma nova espécie do gênero Plasmodium, desig-
nando-a P. juxtanucleare, em virtude da freqüente justaposição
do parasito em relação ao núcleo eritrocítico das células para-
sitadas, das pequenas dimensões das formas sangüíneas e da al-
ta espeficidade para G. gallus. Até aquela data, a única espé-
cie de Plasmodium encontrada em G. gallus referia-se a Plasmo-
dium (Haemamoeba) gallinaceum Brumpt, 1935, restrito à Indo-
china, Sumatra, Ceilão e Filipinas.
Durante um estudo de Onchocercoses, BELTRÁN, em 1941,
reportou o achado de P. juxtanucleare em uma galinha, G.gallus,
no Estado de Chiapas, no México. Sugeriu a possibilidade de
ter a espécie ampla distribuição geográfica e a necessidade de
novos estudos a fim de avaliar a importância desta protozoose
para a indústria avícola do México.
Em 1943, VERSIANI & GOMES reportaram a patogenicida-
de para aves experimentalmente inoculadas. Aventaram ainda que
aves adultas podiam resistir muito tempo à infecção, visto que
uma das aves naturalmente infectadas sobreviveu por 20 meses.
Experimentalmente a mortalidade observada foi superior a 96%,
variando a sobrevivência de 15 dias a 9 meses. A mortalidade
foi predominante nos dois primeiros meses, elevando-se a 75%.
As aves estudadas eram em maioria mestiças comuns, havendo tam-
bém alguns exemplares das raças Leghorn, Japonesa e Combaten-
te; não foram observadas diferenças no curso de infecção entre
as raças estudadas. Em 5 aves estudadas da raça japonesa a mor-
te ocorreu após 1 a 3 meses, sendo mencionada a infecção expe-
rimental de um espécime de M. gallopavo, que sobreviveu por
105 dias. Dentre os sintomas observados, foram relacionados
emagrecimento progressivo, por vezes acentuado, anemia inten-
sa, acentuada hipocromia eritrocítica, manifestações diarréi-
cas, tristeza, abatimento e dificuldade de locomoção. A doença
foi considerada afebril. No exame post-mortem, as lesões mais
características foram o derrame pericárdico e a deposição de
pigmento férrico em diversos órgãos. O parasitismo em hemá-
cias jovens não foi observado e o poliparasitismo em eritrocí-
tos maduros foi pouco freqüente. O exame de 10 diferentes espé-
cies de aves domésticas e silvestres e de mosquitos resultaram
negativos.
Ao estudar 150 aves G. gallus no Estado de Chiapas,
México, BELTRÁN (1943) referiu um índice de prevalência de
13%. Seus estudos mostraram que, semelhantemente à cepa brasi-
leira, foi possível estabelecer a infecção experimental em M.
gallopavo. Outras espécies de aves bem como algumas espécies
de mosquitos da região não foram infectadas. A evolução da
doença ocorreu sem sintomas aparentes, observando-se abatimen-
to e palidez da crista no dia precedente ao da morte. Febre
não foi observada. A mortalidade foi superior a 96% em G. gal-
lus, ao fim de 8 meses, sendo predominante nos dois primeiros
meses com 67%. Em uma ave naturalmente infectada observou so-
brevivência por 8,5 meses. As lesões macroscópicas mais aparen-
tes foram alterações hepáticas e esplênicas, deposição de pig-
mento férrico, hipertrofia cardíaca e derrame seroso no peri-
cárdio. O parasito foi considerado morfologicamente idêntico
à cepa brasileira.
Durante um experimento com aves jovens G. gallus, BAR-
RETO (1943) isolou formas exoeritrocíticas de P. juxtanucleare.
As aves foram sacrificadas em diferentes fases de evolução da
doença, sendo encontradas raras formas apigmentadas do parasi-
to em células endoteliais dos capilares cerebrais, em duas das
aves estudadas. Tais formas foram caracterizadas por possuírem
citoplasma fortemente basófilo e até 19 massas cromatínicas.
No Uruguai, CASSAMAGNAGHI (1947) isolou uma amostra
de P. juxtanucleare em G. gallus, considerando-a idêntica àque-
las anteriormente isoladas.
PARAENSE (1947) realizou um estudo com P. juxtanuclea-
re isolados de G. gallus na localidade de Japão de Oliveira, oes-
te de Minas Gerais. Em estudos laboratoriais envolvendo pintos
Light Sussex, Rhode Island e Leghorn, pesando 40-60g, submetidos
ao cloridrato de quinino, observou larga freqüência de formas
exoeritrocíticas em células endoteliais do baço, medula óssea,
fígado, pulmão e cérebro. A intensidade máxima destas formas
ocorreu em torno do 20º dia, sendo capaz de causar a morte dos
hospedeiros.
Realizando um inquérito epidemiológico sobre P. juxta-
nucleare no município de Bambuí, Estado de Minas Gerais, PARAEN-
SE (1949) examinou 300 aves adultas G. gallus e 100 aves jovens
da mesma espécie com idade variando entre 1 e 3 meses. Observou
entre as aves adultas o índice de prevalência de 21,3%, enquan-
to as aves jovens resultaram negativas, relacionando este fato
à possibilidade de ausência dos vetores nos três meses preceden-
tes. Outras aves, incluindo quatro espécies domésticas e 31 sil-
vestres, resultaram negativas para P. juxtanucleare.
Em 1950, PARAENSE assinalou diferenças no comportamen-
to de diferentes amostras de P. juxtanucleare isoladas na re-
gião oeste do Estado de Minas Gerais, referindo-se principalmen-
te à capacidade de produzir formas exoeritrocíticas.
No total de 299 aves G. gallus procedentes dos muni-
cípios de Cordeiro, Laranjal e Santo Antônio de Pádua dos Esta-
dos do Rio de Janeiro, e de Caratinga, Minas Gerais, abatidas
no mercado municipal do Rio de Janeiro, FERRAZ FRANCO, VAISTMÁN
e MOUSSATCHÉ (1954) referiram o encontro de P. juxtanucleare em
7 galinhas (2,3%). Em outras aves estudadas os resultados foram
negativos.
Uma nova espécie do gênero Plasmodium em G. gallus
foi descrita por ISHIGURO (1957), ao estudar leucose aviária no
Japão; o autor designou-a P. japonicum, considerando-a respon-
sável por um tipo de anemia caracterizada por eritroblastose. O
parasito foi observado no sangue de pintinhos, galinhas domésti-
cas, galinhas nativas e ainda em células vermelhas de embriões
de pintos com 12 a 20 dias de idade: faisões, Phasianus versi-
color Veillot e galinha-d'angola, Numida meleagris L., foram
sensíveis ao parasito. As formas trofozoíticas de P. japonicum
foram caracterizadas pela localização perinuclear e polar, ocor-
rendo freqüentemente a invasão múltipla de células maduras, sen-
do encontrados também eritroblastos parasitados. Não foram ob-
servadas alterações de forma e tamanho das células parasitadas.
O número máximo de merozoítas por esquizonte foi seis e os game-
tócitos apresentavam acentuada refração. Experimentalmente foi
observada idêntica sensibilidade pelos pintos das raças Le-
ghorn, Rhode Island Red, Plymouth Rock e da variedade Nagoya.
Canários, pombos e Emberiza elegans foram considerados refra-
tários. Nenhuma referência foi feita aos trabalhos americanos
com P. juxtanucleare.
AKIBA (1959) estudou no Japão a espécie descrita por
P. japonicum e considerou-a idêntica à P. juxtanucleare.
AL DABAGH (1961a) afirmou que a infecção por coccí-
deos Eimeria acervulina Tyzzer, 1929 e Eimeria mitis Tyzzer,
1929 favoreceram a recrudescência em pintos, com infecções crô-
nicas de P. juxtanucleare e P. gallinaceum. Observou que a in-
fecção por E. acervulina favoreceu o aparecimento de altos ní-
veis de parasitemia em pintos infectados com P. juxtanucleare,
quando a infecção pelos coccídeos foi produzida durante o pe-
ríodo prepatente da malária: Não foi observado nenhum efeito
sobre apatência, prepatência ou na taxa de mortalidade dos
pintos infectados.
AL DABAGH (1961b) observou uma sintomática paralisia
parcial em 10 dentre 148 pintos infectados com a cepa brasilei-
ra de P. juxtanucleare. Atribuiu esta forma de paralisia às se-
veras lesões de natureza inflamatória e necrótica observadas
no cérebro e medula espinhal das aves infectadas sendo estas
lesões provavelmente causadas pelo efeito do parasito malári-
co e/ou por produtos de seu metabolismo sobre o sistema nervo-
so central.
Em investigações sobre a presença de P. gallinaceum,
realizada por DHANAPALA (1962) no Ceilão foi diagnosticado P.
juxtanucleare em G. gallus. Foram pesquisadas aves das raças
Leghorn, Light Sussex, Rhode Island Red, Australorp, Nagoya e
Indígenas, não indicando de que raça estudada foi diagnosticada
a infecção malárica. A descrição do parasito, os estádios exo-
eritrocíticos, macro e microesquizontes e o curso da infecção
em pintos experimentalmente inoculados foram apresentados. O
provável modo de introdução de P. juxtanucleare no Ceilão foi
discutido, sugerindo que as galinhas são importadas como pintos
de 1 dia dos Estados Unidos da América, Grã-Bretanha, Holanda,
Dinamarca, Israel e Austrália, onde P. juxtanucleare não ocor-
re, sendo possível que o parasito tenha sido introduzido inadi-
vertidamente do Japão, caso P. japonicum seja realmente sinoní-
mia de P. juxtanucleare. A patogenicidade da cepa do ceilão
foi considerada inferior à referida para as cepas do novo mun-
do.
P. juxtanucleare foi isolado de galinhas domésticas G.
gallus na Malásia por BENNETT, EYLES, WARREN & CHEONG (1963), a
partir de esporozoítas oriundos de Culex (Culex) sitiens. Estabe-
leceram que a infecção microscópica das aves ocorre 14 dias após
a inoculação de esporozoítas e que o ciclo esporogônico é rea-
lizado em 13,5 dias em C. sitiens. Estes mesmos autores descre-
veram a existência de oocistos pedunculados típicos para a espé-
cie, considerando-a como o mais evoluíndo dos plasmódios.
BENNETT & WARREN (1966a) realizaram um estudo epizoo-
10
tiológico sobre P. juxtanucleare na Malásia, observando dife-
renças pouco significativas entre as cepas asiáticas e a brasi-
leira. A prevalência foi muito variável (3,5 até 100%), suge-
rindo que esta parasitose seja estacional naquela região.
Relacionando alguns pontos da biologia de P. juxtanu-
cleare na Malásia, BENNETT & WARREN (1966b) consideraram este
parasito assincrônico e com longo período de cronicidade, sendo
freqüentemente encontrado na circulação visceral.
Comparando a patogenicidade de uma amostra de P. jux-
tanucleare isolada de G. gallus no Japão com a cepa brasilei-
ra, ITAGAKI (1970) considerou-a menos patogênica, porém, deter-
minando uma taxa de mortalidade de 66% em pintos. Encontrou
grande número de formas exoeritrocíticas em aves mortas. Repor-
tou que P. juxtanucleare ocorre naturalmente em galinhas no Ja-
pão, e que elas apresentam anemia, depressão, perda de apetite,
fezes esverdeadas e baixa produção de ovos.
KRETTLI (1971) estudou a prevalência de P. juxtanu-
cleare em galinhas adultas de criações rústicas e industriais
nos municípios de Bambuí, Belo Horizonte, Betim, Igarapé, Peça-
nha, Sabinópolis e Governador Valadares, do Estado de Minas Ge-
rais, Brasil. Observou variação de 4 a 33% entre 345 aves estu-
dadas. Reportou certas particularidades das infecções naturais
e aspectos relacionados à biologia de uma cepa mantida em labo-
ratório, por passagens sucessivas, durante 20 anos, e de outra
recém-isolada. Analisou o efeito de irradiações no hospedeiro
em relação à evolução da parasitemia, assim como os efeitos da
esplenectomia e da cortisona na fase crônica da infecção por
P. juxtanucleare. Foram realizadas tentativas para determinar o
ciclo esporogônico em Culex pipiens fatigans e estabelecer o
transmissor em nosso meio, sendo encontrados oocistos peduncu-
lados típicos para a espécie P. juxtanucleare, no estômago de
C. fatigans. Aves jovens com menos de 5 meses e galinhas cria-
das em condições industriais não foram encontradas parasita-
das.
Em 1976, MASSARD registrou o parasitismo natural por
P. juxtanucleare em G.gallus, C. pictus, C. amehrstiae e P.col-
chicus, em criações rústicas, envolvendo o total de 292 aves
examinadas entre 26 espécies diferentes. O índice médio de pre-
valência por propriedade infectada foi de 58,1% variando de 16
a 100%. O parasito foi pesquisado no Estado do Rio de Janeiro
nos municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Barra Mansa, Va-
lença, Rio Bonito e Campos; no Estado do Espírito Santo, no mu-
nicípio de Alegre, e no Estado de Minas Gerais, em Lambari. O
maior índice de prevalênica encontrado foi de 53,0% no muni-
cípio do Rio de Janeiro. O parasito foi também encontrado em
aves jovens com idade variando entre 1,5 e 5 meses, em percen-
tuais de 22,6%, no município do Rio de Janeiro. Ao mesmo tem-
po, foi observada a ocorrência do parasito em aves microscopi-
camente negativas de áreas enzoóticas através de subinocula-
ções de sangue em pintos de um dia, bem como a evidenciação
de esquizogonia exoeritrocítica e Sintomática paralisia par-
12
cial em aves naturalmente parasitadas. Uma série de tabelas so-
bre a distribuição mundial do parasito e as numerosas tentati-
vas realizadas na determinação dos mosquitos vetores foram a-
presentadas.
III. MATERIAL E MÉTODOS
A. PROCEDÊNCIA DAS AVES ESTUDADAS
O parasitismo por P. juxtanucleare foi estudado em
pintos e galinhas da raça Leghorn Branca das linhagens comer-
ciais A,B,C,D,E,F,G,H e I, mantidas na Estação Experimental de
Itaguaí, PESAGRO-RIO, localizada no município de Itaguaí, Esta-
do do Rio de Janeiro. Os dados essenciais, como a identifica-
ção e controle das aves, a produção de ovos e a incubaçäo, aten-
dem plenamente às normas zootécnicas.
A estação experimental encontra-se a 33 metros do ní-
vel do mar, latitude 22º45' sul e longitude 43º41' wgr. Toda
a área possui arborização, sendo o solo coberto em toda exten-
são por vegetação rasteira. O sistema de drenagem é constituí-
do de valas abertas, cobertas de vegetação, o que impede o per-
feito escoamento das águas, favorecendo o aparecimento de mos-
quitos da família Culicidae, reconhecidos como transmissores
das infecções maláricas.
Todas as aves estudadas no total de 350 entre jovens
14
até 7 meses e adultos, foram nascidas na Estação. Periodica-
mente aves improdutivas foram refugadas, sendo colocadas à ven-
da no comércio local. Todos os animais foram vacinados contra
Epitelioma contagioso das aves, Doença de Newcastle e Doença
de Marek.
Os trabalhos zootécnicos realizados na Estação Experi-
mental têm por finalidade o melhoramento genético das diferen-
tes linhagens, avaliando a produtividade sob rígidos métodos de
controle.
B. MANUTENÇÄO E ALIMENTAÇÃO DAS AVES ESTUDADAS
Os animais em produção foram mantidos em sistemas de
gaiolas, recebendo Ração Poedeiras Gaiola (Ração para aves poe-
deiras criadas em sistema de gaiolas - Registrado na DIFISA sob
nº380), cuja composição não inclui coccidiostásticos ou produ-
tos similares. As aves jovens foram alimentadas com ração ba-
lanceada apropriada a cada faixa etária.
C. PESQUISA DO PARASITISMO SANGÜÍNEO POR P. juxtanucleare
Os exames sangüineos foram realizados em aves com 1
dia de idade, jovens com até 7 meses de idade e adultos. O san-
gue foi obtido por punção da veia da asa ou na crista nos ani-
mais jovens e adultos. Após confecção dos esfregaços, estes fo-
ram corados pelo método de Giemsa, utilizando-se Giemsa Merck,
Darmstadt. O exame microscópico foi realizado em microscópio
15
Wild M-20, ocular 10 x objetiva 100, envolvendo pelo menos 100
campos microscópicos.
Em aves comprovadamente positivas ou suspeitas de
leucose aviária, o sangue para confecção dos esfregaços foi ob-
tido por escarificação superficial da ponta da crista com a
mesma lâmina de vidro utilizada na confecção do esfregaço. Em
pintos de 1 dia de idade o sangue foi coletado na extremidade
dos dedos após seccionamento transverso da unha.
D. PESQUISA DE FORMAS EXOERITROCÍTICAS DO P. juxtanucleare
As formas teciduais foram pesquisadas em esfregaços
e impressões de fragmentos de baço, timo, bolsa de Fabrício, fí-
gado, pulmão, ad-renal, cérebro e medula óssea em aves doentes
sacrificadas ou mortas com a infecção natural. Os exames mi-
croscópicos foram realizados pelo método do Giemsa.
E. EVIDENCIAÇÃO DE TRANSMISSÃO VERTICAL DO P. juxtanucleare
Para estudar a transmissão vertical do P. juxtanuclea-
re, ovos procedentes de galinhas portadoras do hemoparasito fo-
ram incubados artificialmente.
Esfregaços sangüíneos de pintos com menos de 1 dia
de idade foram realizados e corados, utilizando-se o método
de Giemsa.
16
F. CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DO P . juxtanucleare
Os parasitos foram identificados segundo os traba-
lhos de VERSIANI & GOMES (1941, 1943) e GARNHAM (1966). Os as-
pectos morfológicos foram registrados através de microfotogra-
fias obtidas em microscópio Wild M 20, utilizando-se objetiva
100 x ocular 10, com filmes Kodak Photomicrography e Vericolor.
G. PESQUISA DE AVES PORTADORAS DO VÍRUS DA LEUCOSE AVIÁRIA
Devido à suspeita de infecção por vírus da leucose
aviária, exames sorológicos para diagnóstico desta doença fo-
ram realizados pelo método de fixação do complemento.
H. PRODUÇÃO DE OVOS EM AVES POSITIVAS PARA P. juxtanucleare E
PARA O VÍRUS DA LEUCOSE AVIÁRIA
O número de ovos produzidos por 24 aves clinicamente
normais, malária e leucose negativas, e de outras 24 malária
positivas e portadoras de vírus da leucose aviária, em infec-
ções concomitantes, foi registrado por um período de 88 dias
após o diagnóstico malárico, analisando-se estatisticamente, pe-
lo teste "t", os dados obtidos.
Em lotes de aves em que não pôde ser realizado o
controle individual da postura, avaliou-se a produção média.
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A. TRANSMISSÃO VERTICAL DO P. juxtanucleare
• O exame microscópico do sangue de pintos G. gallus re-
cém-nascidos revelou a infecção por P. juxtanucleare (Fig.1) em
10 entre 90 aves estudadas, ou seja, 11,1% (Quadro 1). Os ani-
mais infectados apresentavam sinais de anemia, edema de patas
e pescoço, desenvolvimento retardado e fraqueza muscular, sendo
considerados "refugos". A patogenicidade de P. juxtanucleare
não foi avaliada neste grupo de aves em virtude da ocorrência
de infecções concomitantes com o vírus da leucose aviária e ain-
da pela possibilidade de existência de outras doenças congêni-
tas no plantel.
A presença de P. juxtanucleare em pintos recém-nasci-
dos não só confirma a possibilidade de transmissão vertical des-
te tipo de parasitose referido por ISHIGURO (1957), ao descre-
ver P. japonicum em galinhas no Japão, como também pode expli-
car a introdução de P. juxtanucleare em regiões indenes, mesmo
quando se importam ovos ou pintos de 1 dia procedentes de áreas
enzoóticas com o Japão, Ceilão, México e América do Sul. A
18
transmissão vertical somada à transmissão horizontal pode tam-
bém explicar a alta prevalência em áreas enzoóticas, onde a
concentração de aves é alta e a ocorrência de vetores é baixa,
contrariando em parte as sugestões de GARNHAM (1966), que admi-
tiu a impossibilidade de epizootias desta parasitose devido so-
mente à inabilidade das espécies de mosquitos domésticos em
transmitir o agente patogênico.
Os estudos anteriores realizados com P. juxtanuclea-
re, no continente americano por VERSIANI & GOMES (1941,1943);
BELTRÁN (1941, 1943); PARAENSE (1947, 1949, 1950); FERRAZ FRAN-
CO et al. (1954); KRETTLI (1971) e MASSARD (1976), e no conti-
nente asiático por DHANAPALA (1962); BENNETT et al. (1963); BEN-
NETT & WARREN (1966a,b) e ITAGAKI (1970), enfatizaram diferen-
ças na patogenicidade, aspectos biológicos do parasito referen-
tes à evolução endo e exoeritrocítica em aves jovens e adultas
e a transmissão horizontal, sem contudo, nenhum deles refe-
rir-se à possibilidade de transmissão vertical por P. juxtanu-
cleare.
Considerando-se o processo de multiplicação por es-
quizogonia eritrocítica e exoeritrocítica com posterior rompi-
mento das células parasitadas e liberação de produtos metabóli-
cos, ou mesmo pela ação direta do parasito como ocorre em to-
dos os parasitos maláricos, a infecção por P. juxtanucleare se-
guramente interferiu no desenvolvimento normal das aves in-
fectadas durante a fase embrionária.
19
B. INFECÇÃO POR P. juxtanucleare em G. gallus, COM MENOS DE
TRÊS MESES DE IDADE
Aves jovens com 2, 5 a 3 meses de idade, nascidas de
ovos procedentes de galinhas negativas e positivas para leuco-
se aviária, apresentaram prevalência de 42,8% de infecção por
P. juxtanucleare (Quadro 1).
O parasitismo por P. juxtanucleare foi observado em
6 dentre 14 aves examinadas sendo raro em esfregaços sangüi-
neos e comum em aposições de fígado, baço, timo, rim e pulmão
(Fig.2). Outros órgãos examinados, tais como ad-renal, medu-
la óssea e testículos, resultaram negativos. BENNETT & WARREN
(1966b) observaram também que na cepa de P. juxtanucleare da
Malásia o parasitismo é freqüente na circulação visceral apre-
sentando ainda longo período de cronicidade.
Os resultados obtidos permitem também avaliar dife-
renças nos índices de prevalência da infecção por P. juxtanu-
cleare em G. gallus com menos de 3 meses, em relação aos refe-
ridos por PARAENSE (1949) e KRETTLI (1971), os quais não encon-
traram P. juxtanucleare em aves com menos de 3 e 5 meses res-
pectivamente, nas áreas enzoóticas por eles estudadas no Esta-
do de Minas Gerais. Ao contrário, MASSARD (1976) reportou a
prevalência de 22,2% em G. gallus com idade variando entre 1,5
e 5 meses, em criações de fundo de quintal no Estado do Rio de
Janeiro. BENNETT et al. (1966), na Malásia, registraram P. jux-
tanucleare em aves jovens, sem contudo referir a idade delas e
20
o tipo da criação estudada.
O parasitismo por P. juxtanucleare em aves com menos
de 5 meses foi, em parte, explicado por MASSARD (1976), que
considerou a falta de proteção materna como fator predisponen-
te ao aparecimento da infecção, visto que nas regiões mais
quentes os pintos de criações rústicas podem dispensar o calor
materno após as primeiras semanas de vida, como ocorre, no ve-
rão, nas regiões próximas à cidade do Rio de Janeiro. Em aves
de criações industriais, estes aspectos são reforçados pelo fa-
to de que os pintos são privados da proteção materna desde o
primeiro dia de vida, ficando expostos à ação dos vetores.
Quer-nos parecer também que este alto índice de infecção de-
monstrado está diretamente relacionado com a evidenciação de
transmissão vertical e com a alta freqüência de vetores em cer-
tos períodos estacionais, como ocorre na área próxima à Esta-
ção Experimental de Itaguaí, a qual é de baixa altitude e pos-
sui criadouros temporários e permanentes de vetores favorecen-
do assim o aparecimento de surtos de P. juxtanucleare mesmo em
aves jovens.
C. INFECÇÃO POR P. juxtanucleare EM G. gallus, EM INÍCIO
DE PRODUÇÃO
A pesquisa de P. juxtanucleare em um grupo de 32
aves com sinais de anemia e atrofia de crista, bem como ausên-
cia de postura, num plantel de 430 aves de linhagens A - I, de-
monstrou o parasitismo de moderado a acentuado em 20 animais
21
22
23
24
25
26
As formas teciduais observadas na presente pesquisa
apresentam similaridade morfológica com aquelas figuradas por
BARRETO (1943); DHANAPALA (1962); KRETTLI (1971) e MASSARD (1976)
durante estudos experimentais em aves de criações rústicas.
O encontro de formas teciduais em aves com menos de 3 meses de
idade demonstra ser necessário pesquisá-las durante estudos e-
pizootiológicos, uma vez que PARAENSE (1950) e KRETTLI (1971)
consideram que aves jovens, com menos de 3 e 5 meses respecti-
vamente, não foram encontradas parasitadas na região oeste de
Minas Gerais após exames de número considerável de esfregaços
de sangue periférico
A cepa de P. juxtanucleare estudada demonstra ser
patogênica, uma vez que, além do quadro clínico de natureza
anemiante, foi freqüente o encontro de formas exoeritrocíticas.
Estes fatos referidos por PARAENSE (1950) como de grande impor-
tância nos estudos de patogenicidade. Do mesmo modo, KRETTLI
(1971) as observou em aves jovens experimentalmente inoculadas
e MASSARD (1976), em aves adultas naturalmente infectadas.
G. CARACTERIZAÇÃO DO QUADRO CLÍNICO E ANÁTOMO PATOLÓGICO DE
AVES POSITIVAS PARA P. juxtanucleare.
Ao exame clínico de aves positivas para P. juxtanu-
cleare, não examinadas para vírus de leucose aviária, foi pos-
sível observar sinais de intensa anemia, com palidez e atrofia
de crista, emagrecimento acentuado, fezes esverdeadas e semi-
diarréicas, abatimento e tristeza. Icterícia foi observada nos
27
casos mais severos. Em alguns casos pôde ser observada queda da
produção de ovos, a qual variou até a supressão.
Em aves mortas com infecção natural ou doentes sacri-
ficadas, puderam ser observadas gordura de deposição amarelada
e escassa; musculatura flácida e pálida; fragilidade óssea
demonstrando sinais de descalcificação; flacidez da musculatura
cardíaca, acompanhada de edema ou congestão pulmonar; discreta
hepatomegalia com vesícula distendida e repleta de bile; baço
aumentado e de tonalidade escuro; timo acentuadamente aumentado
em aves com 2, 5 a 3 meses de idade; bolsa de Fabrício algumas
vezes aumentada; rim acentuadamente pálido nas infecções se-
veras e amorfo, não demonstrando delimitação entre a cortical
e medular; placa queratinosa do ventrículo suscenturiado fláci-
da e pouco queratinizada; enterite de aspecto mucoíde.
Citologicamente foi observada, em todas as aves com
parasitemia sangüínea, intensa hipocromia com acentuada policro-
masia, principalmente nas infecções com sinais clínicos de ane-
mia intensa.
Dos trabalhos anteriores apenas VERSIANI & GOMES
(1941, 1943), ISHIGURO (1956) e ITAGAKI (1970) reportaram a
existência de sinais clínicos de natureza anemiante em aves
adultas naturalmente infectadas com P. juxtanucleare, os quais
estão de acordo com os oportunamente observados em aves indus-
triais.
28
H. PESQUISA DA INFECÇÃO POR P. juxtanucleare EM G. gallus POSI-
TIVOS E NEGATIVOS AO VÍRUS DA LEUCOSE AVIÁRIA.
Os resultados obtidos em relação ao parasitismo de P.
juxtanucleare em aves positivas e negativas para o vírus da
leucose aviária são mostrados no Quadro 2. A prevalência do
parasitismo por P. juxtanucleare foi muito mais alta em aves
leucose positivas (60,0%) de que nas aves leucose negativas
(16,7%). Foram observados sinais clínicos de anemia, como pali-
dez, cianose e atrofia da crista, emaciação com fezes semidiar-
réicas e esverdeadas. A crista com coloração amarelada foi tam-
bém frequentemente observada, principalmente nos casos mais
acentuados de infecção malárica. Ao microscópico pôde-se obser-
var policromasia, anisocitose e hipocromia em ambos os grupos,
predominando tais alterações no grupo vírus da leucose aviária
e malária positivos (16 casos em 40) se comparados as negati-
vas (4 casos em 30).
A comparação do número de ovos produzidos durante 88
dias por aves positivas às duas infecções com o número de ovos
produzidos no mesmo período por outro grupo de aves sorologica-
mente negativo ao vírus da leucose aviária e microscopicamente
negativas ao P. juxtanucleare são mostrados no Quadro 3, Fig.9
e 10.
A média de produção do grupo testemunho (negativo) di-
feriu significativamente da média do grupo infectado a nível de
99% de probabilidade (Quadro 4).
29
Considerando-se que em dois grupos anteriormente refe-
ridas de aves jovens, um com anemia e outro aparentemente
normal com 7 meses de idade, os índices de prevalência para
P. juxtanucleare foram também contrastantes ou seja 62,5 e
11,1% respectivamente (Quadro1) pode-se admitir que para as
aves com sinais de anemia estudadas, a infecção por P. juxtanucle-
are associada ou não ao vírus da leucose aviária seguramente de-
terminou as lesões e os sintomas anemiantes nas aves estudadas.
Considerada o oportunismo destas infecções, podemos admitir
tal associação como uma interação infecciosa parasitária de G.
gallus em nosso meio.
Clinicamente, a forma de leucose mais relacionada com
a infecção malárica por P. juxtanucleare denomina-se Eritro-
blastose e pode apresentar-se sob a forma proliferativa e a
anêmica. A forma proliferativa mais comumente observada é mi-
croscopicamente caracterizada pela presença de muitos eritroblas-
tos circulantes, e a segunda, por marcada anemia e poucos eri-
troblastos na circulação. Os sinais iniciais de ambas são le-
targia, fraqueza e cianose de crista. Com o desenvolvimento, a
crista torna-se amarelada na forma anêmica e pálida ou cianóti-
ca na forma proliferativa. Usualmente ocorrem fraqueza, emacia-
ção, diarréia, variando o curso da infecção de poucos dias a
muitos meses (PURCHASE & BURMESTER, 1972).
, Os sinais clínicos observados durante a presente pes-
quisa, especialmente em aves com infecção malárica, coincidi-
30
ram com aqueles referidos por VERSIANI & GOMES (1943), BELTRÁN
(1943) e ITAGAKI (1970) para aves infectadas por P. juxtanuclea-
re bem como para leucose aviária, tipo eritroblastose.
Dos trabalhos anteriores, apenas ISHUGURO (1957), ao
descrever P. japonicum em galinhas japonesas, reportou que o
parasito por ele estudado foi encontrado durante um estudo de
leucose aviária não indicando porém o tipo da criação estudada
e tampouco avaliando a associação desses agentes infecciosos.
Relativamente a outros agentes infecciosos, deve-se
ressaltar o fato de que infecções experimentais com E. emitis
e E. acervulina, realizadas por AL-DABAGH (1961a), recrudesce-
ram em pintos, G. gallus, infecções crônicas por P. juxtanuclea-
re e P. gallinaceum. Na presente pesquisa, embora as aves adul-
tas em produção tenham recebido rações livres de coccidiostáti-
cos, não foi observado nenhum sinal clínico relacionado às
coccidioses.
Deve-se ainda ressaltar, a possibilidade de P. juxtanu-
cleare estar largamente distribuído em muitas granjas avíco-
las do mundo, uma vez que GARNHAM (1966) e MASSARD (1976), re-
conheceram sua ampla distribuição geográfica baseados nas obser-
vações de autores brasileiros, mexicanos e asiáticos, assina-
lando-o em pontos tão distantes na faixa tropical e subtropi-
cal. A possibilidade de aves naturalmente infectadas por P. jux-
tanucleare sobreviveram também por muitos meses VERSIANI &
GOMES (1943) semelhantemente ao referido para a leucose aviá-
ria, é mais um fator, que nenhuma pesquisa anteriormente reali-
31
zada reportou, e que deve ser considerado de relação entre es-
tas infecções. Assim, somente com o diagnóstico laboratorial é
possível estabelecer a etiologia de alterações sangüíneas do
tipo eritoblastose em G. gallus nas áreas enzoóticas para P.
juxtanucleare e vírus da leucose aviária.
32
Fig. 1. Forma eritrocítica de P. juxtanucleare observa-
da no sangue periférico de G. gallus recém-nascido.
33
Fig. 2. Parasitismo sangüineo, trofozoítas e esquizontes
de P. juxtanucleare observados em esfregaços de
fígado de aves jovens com 2,5 a 3 meses de idade.
Fig. 3 e 4. Formas eritrocítlcas do P. juxtanucleare, trofo-
zoíta (acima) e esquizonte com 3 merozoítas (abai-
xo), observados no sangue periférico.
34
35
Fig. 5. Forma assexuada do P. juxtanucleare, justaposta ao
núcleo de uma célula sangüínea da linhagem trombo-
cítica.
36
Fig. 6. Forma sexuada do P. juxtanucleare, macrogametócito,
deslocando o núcleo eritrocítico.
37
Fig. 7. Forma sexuada do P. juxtanucleare, macrogametócito
livre no plasma sangüíneo.
38
Fig. 8. Forma exoeritrocítica do P. juxtanucleare, apresentan-
do citoplasma hialino e ausência de pigmentos hemo-
zoínicos observada em esfregaço cerebral de uma ave
com infecção natural.
39
Fig. 9. Avaliação da produção de ovos registrada durante
88 dias em galinhas microscopicamente positivas
para P. juxtanucleare e sorologia positiva ao
Vírus da leucose aviária.
40
Fig. 10. Avaliação da produção de ovos registrada durante
88 dias em galinhas microscopicamente negativas
para P. juxtanucleare e sorologia negativa ao
Vírus da leucose aviária.
41
Quadro 1: Resultados dos exames sangüineos para P. juxta-
nucleare em aves industriais, G. gallus da ra-
ça Leghorn branca.
42
Quadro 2. Percentuais de infecção por P. juxtanucleare em
aves industriais da raça Leghorn branca (normais
e anêmicas) positivas e negativas para vírus da
leucose aviária (reação de fixação complemento).
43
Quadro 3. Produção de ovos por aves G. gallus comprovadamente
negativas e positivas para P. juxtanucleare e vírus
da leucose aviária no período em que foram observa-
das (88 dias).
44
Quadro 4. Produtividade de G. gallus da raça Leghorn parasitadas
com P. juxtanucleare e positivas sorologicamente ao ví-
rus da leucose aviária (Grupo B) comparado a aves mi-
croscopicamente negativas a P. juxtanucleare e sorolo-
gia negativas ao vírus da leueose aviária (Grupo A).
cluir que:
CONCLUSÕES
Com base nos resultados deste trabalho, pode-se con-
1. a infecção por P. juxtanucleare foi pela primeira
vez diagnosticada em galinhas industriais, G. gal-
lus, da raça Leghorn branca de todas as faixas
etárias, mantidas na Estação Experimental de Ita-
guaí, no Município de Itaguaí, Estado do Rio de
Janeiro, Brasil, com prevalência variável de
11,1% em aves recém-nascidas a 76,5% em aves a-
dultas;
2. foi observada a transmissão vertical com uma ce-
pa neotropical de P. juxtanucleare em G. gallus,
naturalmente infectados;
3. formas eritrocíticas de P. juxtanucleare podem
ser constatadas no interior de hemácias jovens,
no plasma sangüineo, especialmente nos casos de
trofozoítas maduros e formas sexuadas respectiva-
mente assim como, em células, da linhagem trombo-
46
cítica;
4. formas sangüíneas e teciduais de P. juxtanucleare
foram observadas na circulação visceral de aves na-
turalmente parasitadas;
5. a infecção por P. juxtanucleare ocorre em associa-
ção ao vírus da leucose aviária em infecções apa-
rentes ou inaparentes em percentuais de até .
Em animais sorologicamente negativos ao vírus da
leucose aviária a infecção por P. juxtanucleare
foi 16,6%;
6. em galinhas poedeiras comprovadamente positivas pa-
ra P. juxtanucleare e para vírus da leucose aviá-
ria foram constatadas alterações anemiantes asso-
ciadas à baixa produtividade, afetando inclusive,
o início da postura.
RE SUMO
A malária aviária, causada por Plasmodium juxtanuclea-
re Versiani & Gomes, 1941 foi estudada em uma criação indus-
trial de Gallus gallus L. no município de Itaguaí, Estado do
Rio de Janeiro, Brasil. As aves estudadas embora criadas em
atendimento das normas zootécnicas e rigoroso controle da produ-
ção para melhoramento genético das linhagens, viviam expostas a
infecções maláricas, uma vez que as condições ambientais da área
favorecem a multiplicação dos mosquitos transmissores.
Foram examinados o sangue e fragmentos de órgãos de
aves jovens, do primeiro dia de vida até adultas, coradas pelo
método de Giemsa. Os exames visaram a identificar o hemoparasi-
to em seus diversos estádios de desenvolvimento tanto em suas
formas sangüíneas quanto teciduais, em aves de diferentes fai-
xas etárias. Entre os animais havia aves portadoras do vírus da
leucose aviária.
No presente estudo são mencionadas as seguintes con-
clusões:
1 - transmissão vertical do P. juxtanucleare demons-
48
trada através esfregaços sangüíneos, nos quais po-
de-se observar formas eritrocíticas da espécie es-
tudada.
2- presença de formas exoeritrocíticas em aves jo-
vens com 2,5 a 3 meses de idade;
3- alta frequência de formas sangüíneas na circula-
ção visceral;
4- presença de formas sexuadas, livres no plasma san-
güíneo e assexuadas em células da linhagem trombo-
cítica;
5- associação de P. juxtanucleare em aves positivas
para vírus da leucose aviária;
6- baixa produtividade das aves parasitadas.
SUMMARY
Avian malaria due to Plasmodium juxtanucleare Versia-
ni & Gomes, 1941 was studied in an industrial flock of G. gal-
lus L. in the municipality of Itaguaí, Rio de Janeiro State,
Brazil. These birds although raised in precautions and a strict
control of production, in selective breeding studies, but were
exposed to malaria infections since the enviromental
conditions of the area favours the multiplication of the
mosquitoes vectors.
Examination were made of blood and tissue smears, co-
loured with Giemsa, from day-old chicks up to and including
adult birds, with a view to identifing the parasite in its va-
rious stages of development in the blood of tissues in birds
of different ages. Among the birds examined some were carriers
of avian leucosis vírus.
In this study the following conclusions are recor-
ded:
]. the vertical transmission of P. juxtanucleare, de-
monstrated in blood smears, in which could be
50
observed endo-erythrocytic forms of this species;
2. the presence of exoerythrocytic forms in young bir-
ds of 2.5 to 3 months of age;
3. the high frequency of blood forms in the visceral
circulation;
4. the presence of sexual forms free in the blood
plasma, and asexual forms in cells in thrombocy-
tic development;
5. the association of P. juxtanucleare in birds posi-
tive for avian leucosis virus;
6. the low productivity of infected birds;
RESUMÉ
La malaria des volailles, causée par Plasmodium juxta-
nucleare Versiani & Gomes, 1941 a été étudiée dans un élevage
industriel de Gallus gallus L. dans la région de Itaguai, État
de Rio de Janeiro, Brésil. Les volailles étudiées, élevées se-
lon les normes zootechniques et selon un contrôle rigoureux de
la production pour l'ammélioration génétique des souches, étai-
ent soumises continuellement aux infection de la malaria d'au-
tant plus que les conditions climatiques de la région favori-
sent la multiplication des moustiques vecteurs.
Le sang et des fragments d'organes de jeunes volailles
après coloration par la méthode de Giemsa, ont été examinés des
leur naissance jusqu'à la phase adulte. Les examers out eu pour
but l'identification de l'hémoparasite sour formes de différen-
tes phases de développement aussi bien sous ses formes eritroci-
tiques qu'exoeritrocitiques, dans des volailles de différents
âges.
On a identifié le virus de 1a leucose aviaire parmis
certains animaux.
52
Ce mémoire mentionne aussi, pour la première fois,
les observations suivantes:
1) transmission verticale de P. juxtanucleare démon-
trée par des frottis Sanguins dans lesquels peuvent être ob-
servées des formes endoeritrocitiques de l'espèce étudiée;
2) présence de formes exoeritrocitiques chez des oi-
sillons de 2,5 à 3 mois dans des cas d'infections naturelles;
3) haute fréquence de formes sanguines dans la circu-
lations viscérale;
4) présence de formes sexuées libres dans le plasme
sanguin et danslles cellules de la serie trombocitique;
5) association de P. juxtanucleare dans les volailles
positive au virus de la leucose aviaire;
6) baisse de productivité des volailles parasitées.
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