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1 São malformações cardíacas onde há mistura de sangue venoso, pouco oxigenado, com o sangue arterial, oxigenado. Clinicamente se manifestam com coloração arroxeada de extremidades e lábios (cianose). Podemos encontrar essas cardiopatias com: hipofluxo pulmonar (Tetralofia de Fallot); com hiperfluxo pulmonar (Tronco arterial comum); e com normofluxo - circulação em paralelo (Transposição das Grandes Artérias c/ CIA). Em torno de 25% dos bebês com cardiopatia congênita (CC) tem uma CC crítica- cianogênica. Geralmente esses bebês necessitam de cirurgia ou outro procedimento invasivo, no primeiro ano de vida. A oximetria de pulso, utilizada para medir a percentagem de hemoglobina no sangue que está saturado com oxigênio, quando realizada em posição pré e pós-ductal (mão direita e pé direito ou esquerdo), pode diagnosticar lesões dependentes do canal arterial que causa hipoxemia. O exame por meio deste teste, realizado de 24 a 48 horas do nascimento, ajuda na identificação de alguns bebês com defeitos congênitos graves do coração. Estes defeitos graves representam 25% de todas as cardiopatias congênitas e muitas vezes estão associados com hipoxemia durante o período de recém-nascido e, normalmente, requerem algum tipo de intervenção, geralmente cirúrgica, no início da vida. A saturação de oxigênio aumenta gradualmente em bebês normais nas primeiras horas de vida. Após 24 horas, a maioria deles tem saturação de oxigênio maior do que 95%, com média de 97%. Em caso de oximetria menor do que 95%, em qualquer membro, ou diferença de três pontos percentuais entre os membros superiores e inferiores, deve-se suspeitar de cardiopatia crítica. Com a suspeita, um ecocardiograma deve ser solicitado. TESTE DO CORAÇÃOZINHO Cardiopatias Congênitas Cianogênicas InCor Criança Oximetria de pulso

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Page 1: Teste do coraçãozinho › wp-content › uploads › 2016 › 05 › Teste... · 2016-10-11 · Linha de cuidadoFigura 8 - Fluxograma do teste do coraçãozinho pós-natal / maternidade

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São malformações cardíacas onde há

m is tu ra de sangue venoso , pouco

oxigenado, com o sangue arterial, oxigenado.

Clinicamente se manifestam com coloração

arroxeada de extremidades e lábios

(cianose).

Podemos encontrar essas cardiopatias com:

hipofluxo pulmonar (Tetralofia de Fallot); com

hiperfluxo pulmonar (Tronco arterial comum);

e com normofluxo - circulação em paralelo

(Transposição das Grandes Artérias c/ CIA).

Em torno de 25% dos bebês com cardiopatia

congênita (CC) tem uma CC crít ica-

cianogênica. Geralmente esses bebês

necessitam de cirurgia ou outro procedimento

invasivo, no primeiro ano de vida.

A oximetria de pulso, utilizada para medir a percentagem de hemoglobina no sangue que está

saturado com oxigênio, quando realizada em posição pré e pós-ductal (mão direita e pé direito ou esquerdo), pode diagnosticar lesões dependentes do canal arterial que causa hipoxemia.

O exame por meio deste teste, realizado de 24 a 48 horas do nascimento, ajuda na identificação de

alguns bebês com defeitos congênitos graves do coração. Estes defeitos graves representam 25% de

todas as cardiopatias congênitas e muitas vezes estão associados com hipoxemia durante o período de

recém-nascido e, normalmente, requerem algum tipo de intervenção, geralmente cirúrgica, no início da

vida.

A saturação de oxigênio aumenta gradualmente em bebês normais nas primeiras horas de vida.

Após 24 horas, a maioria deles tem saturação de oxigênio maior do que 95%, com média de 97%.

Em caso de oximetria menor do que 95%, em qualquer membro, ou diferença de três pontos

percentuais entre os membros superiores e inferiores, deve-se suspeitar de cardiopatia crítica. Com a suspeita, um ecocardiograma deve ser solicitado.

TESTE DO CORAÇÃOZINHO

Cardiopatias Congênitas Cianogênicas

InC

or

Cri

ança

Oximetria de pulso

Page 2: Teste do coraçãozinho › wp-content › uploads › 2016 › 05 › Teste... · 2016-10-11 · Linha de cuidadoFigura 8 - Fluxograma do teste do coraçãozinho pós-natal / maternidade

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da existência de cardiopatia e caso haja malformação cardíaca seguirá com trata-mento de acordo com o quadro clínico e se a cardiopatia é ou não dependente de canal arterial, devendo então ser trans-ferido a serviço de cardiologia pediátrica. (Figura 8) Para aqueles pacientes de gestação de risco e cujo eco fetal mostrou suspeita de cardiopatia congênita, após o nasci-mento, faz-se necessária a con!rmação do diagnóstico com radiogra!a de tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma. Para os recém-nascidos em que não se con!r-ma a existência de cardiopatia ou para os que são portadores de cardiopatias sem necessidade de cirurgia ainda no período

neonatal, deverão seguir com os cuidados habituais, alta hospitalar, com acompa- nhamento pediátrico preconizado pela rede cegonha até os dois anos de idade, incluindo todos os cuidados com a saúde auditiva, ocular, bucal, mental e escolar. Lembramos que as crianças portadoras de cardiopatias sem necessidade de tratamen-to no período neonatal, deverão também ter seguimento com cardiologista pediátri-co, para posterior avaliação de necessidade de tratamento clínico e/ou cirúrgico. Caso haja con!rmação da existência de car-diopatia, deve-se ainda diferenciá-la em cardiopatia dependente ou não de canal arterial.Em se falando de recém-nascido portador de cardiopatia canal dependente,

Figura 8 - Fluxograma do teste do coraçãozinhoLinha de cuidadopós-natal / maternidade

InC

or

Cri

ança

Recém-nascidos oriundos de gestação sem risco deverão ser submetidos ao teste do coraçãozinho, o

qual ainda tem importância maior para aqueles cuja gestação não teve acompanhamento pré-natal

adequado. Após oximetria de pulso nos quatro

membros, o bebê deverá seguir em avaliação neonatal usual com alta hospitalar e posterior acompanha-

mento de puericultura. Em caso de teste do coraçãozinho anormal, este RN deverá ser submetido a

exames de confirmação da existência de cardiopatia e

caso haja malformação cardíaca seguirá com trata- mento de acordo com o quadro clínico e se a

cardiopatia é ou não dependente de canal arterial, devendo então ser transferido a serviço de cardiologia

pediátrica.

Para aqueles pacientes de gestação de risco e cujo eco fetal mostrou suspeita de cardiopatia congênita,

após o nascimento, faz-se necessária a confirmação do diagnóstico com radiografia de tórax, eletrocardiograma

e ecocardiograma. Para os recém-nascidos em que

não se confirma a existência de cardiopatia ou para os que são portadores de cardiopatias sem necessidade

de cirurgia ainda no período neonatal, deverão seguir com os cuidados habituais, alta hospitalar, com

acompanhamento pediátrico preconizado pela rede

cegonha até os dois anos de idade, incluindo todos os cuidados com a saúde auditiva, ocular, bucal, mental e

escolar. Lembramos que as crianças portadoras de cardiopatias sem necessidade de tratamento no

período neonatal, deverão também ter seguimento com

cardiologista pediátrico, para posterior avaliação de necessidade de tratamento clínico e/ou cirúrgico.

Caso haja confirmação da existência de cardiopatia, deve-se ainda diferenciá-la em cardiopatia dependente

ou não de canal arterial. Em se falando de recém-

nascido portador de cardiopatia canal dependente, este deverá permanecer em UTI neonatal com uso de

prostaglandina contínua, além de avaliação de possíveis distúrbios metabólicos e/ou ventilatórios que necessitem

de tratamento. Após estabilização clínica, o recém-

nascido deverá ser transferido para um serviço de cirurgia cardíaca pediátrica onde deverá ser submetido

à cateterismo e/ou cirurgia cardíaca. Após o tratamento cirúrgico da cardiopatia, a criança

deverá seguir em acompanhamento especializado com

equipe mul t id isc ip l inar composta de médico cardiopediatra, pediatras de outras especialidades,

enfermeira, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista e odontólogo, além do seguimento habitual

de puericultura.