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THE OVERLOOK HOTEL ARTBOOK

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Este é um trabalho de ilustração com texturas baseadas no Hotel Overlook de O Iluminado, obra de Stephen King adaptada para os cinemas por Stanley Kubrick. This is an illustration work based on The Overlook Hotel from The Shining by Stephen King, which was adapted for screenplay by Stanley Kubrick.

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Page 1: The Overlook Hotel Artbook

THE OVERLOOK HOTELARTBOOK

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Universidade Federal de Pelotas - UFPELCurso de Design Gráf icoDisciplina de Ilustração

Profa. Mônica Faria

Lucas Quaresma Lopes

“Lembre-se do que o Sr. Hallorann disse. São como f iguras em um livro, Danny. Não é real.”

Tony

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Este não é um livro de f iguras, mas de sensações.

Este trabalho é inspirado no Hotel Overlook, onde se desenvolve a trama de O Iluminado, escrita por Stephen King e adaptada para o cinema por Stanley Kubrick.

Construído no século XIX, o Overlook Hotel é um local esplêndido, cheio de cores e texturas que misturam a inf luência ameríndia com o design moderno.

Um hotel, um labirinto, uma família, uma maldição. O Overlook é o local perfeito para o isolamento. O isolamento é a condição perfeita para a loucura.

Este livro traz O Iluminado em texturas e, desta vez, o Hotel Overlook é o nosso personagem principal.

apREsEnTaçãO

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A família chega ao hotel e o primeiro passo é conhecer tudo. O Salão Colorado tem gigantes vitrais com motivos Navajo e Apache, tribos ameríndias que habitaram a região do das Montanhas Rochosas.

As janelas são imensas e permitem a vista da rua, além da passagem intensa de luz colorida pelos vidros na parte de cima. Wendy, impressionada, solta exclamações e pergunta sobre os vidros: “Estes desenhos indígenas são autênticos?”. “Acredito que sim”, responde o gerente. Mais exclamações.

Jack já conhece o hotel, parece-lhe que já esteve lá antes. Ouviu as histórias sobre Delbert Grady, o zelador que matou a própria família e a síndrome da cabana. O grande espaço logo vira local de trabalho para Jack. Nas horas vagas de sua rotina de zelador, senta-se à mesa para escrever uma nova história na qual está trabalhando, sempre só. Gosta de comentar que está trabalhando em algo bom, mas nunca conta detalhes da história. Odeia ser incomodado enquanto escreve. E fica cada vez pior. Cada vez mais intenso, cada vez mais em transe, cada vez mais diabólico.

as janELas naVajO

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O saLãO DE OURORecentemente revitalizado por um designer de Chicago, o Salão Dourado é um salão de festas capaz de abrigar até trezentos convidados muito confor tavelmente. Fica abastecido durante a alta temporada com bebidas e sempre foi um local bastante frequentado pelos hóspedes do hotel.

Durante a temporada de inverno a visão é outra. Todas as bebidas são retiradas, reduz o valor do seguro a ser pago. Não importa, a família Torrance não bebe, não mais.

Entretanto, o isolamento não é fácil de ser superado. Aos poucos Jack volta a beber, à medida que Lloyd lhe serve os drinks. Lloyd é um garçom objetivo e silencioso, Jack o trata como a um velho amigo. Jack tem dinheiro, mas seu dinheiro não vale lá, diz Lloyd. Tudo sai por conta da casa.

“Deus! Daria qualquer coisa por um drinque. Daria até mesmo a droga da minha alma por um copo de cerveja”, diz Jack. O Overlook não perderia uma proposta tão generosa.

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O LabiRinTO“É diver tido, mas eu não entraria lá a menos que tivesse pelo menos uma hora livre para encontrar a saída” diz o gerente do hotel, apresentando o local aos recém chegados.

O labirinto de sebes é quase tão antigo quanto o próprio hotel. De fora mal se pode perceber a grandiosidade do emaranhado de saídas, mal se podem perceber saídas neste emaranhado. Em pouco tempo vira brincadeira para Wendy e Danny. Jack, absor to em seus próprios pensamentos, apenas observa, mas desconhece o que se passa por dentro das muralhas de vegetação.

Paredes para todos os lados. Para a frente, somente o caminho. O caminho não é início e nem mesmo f im. Não há maneira de se guiar. De mapa, apenas o céu acima, recor tado pelas altas paredes do labirinto. A imagem dos imensos corredores é impressionante, chega a ser ver tiginosa. Entrar é estar perdido.

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O qUaRTO 237Não havia nada para ser visto naquele quar to, Dick Hallorann deixou avisado. Não importa o que aconteça, é um lugar para não ser visitado.

Entretanto, parece que o quar to está na melhor zona do hotel. O melhor percurso de triciclo passa por ali, o carpete daquele lugar é, possivelmente, o melhor para as brincadeiras de carrinhos, pelo menos Danny concordaria.

O quar to chama. Por mais que Hallorann tenha dito, alguma coisa existe lá. E chama Danny. Incessantemente.

É o local onde Danny não deveria entrar, é o lugar onde Jack tem mais alucinações, é o local onde há uma mulher. A mulher que tentou estrangular Danny, uma presença que amedronta Wendy. Mais uma das presenças invisíveis em um hotel deser to.

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O banHEiRONo Salão Dourado há banheiros que só serão conhecidos graças a um pequeno acidente. Em uma de suas alucinações, Jack esbarra em um garçom, que lhe derrama um drink na roupa. Os dois vão ao banheiro para resolver a mancha na roupa de Jack antes que seque.

É a opor tunidade perfeita para um encontro especial. No banheiro, de interior intenso, em branco e vermelho, Jack e o garçom conversam. O garçom é Delber t Grady. O zelador que matou a prórpia família antes de se matar. Jack sabe. Grady diz a Jack o que deverá ser feito a seguir. Os planos de Jack estão sendo atrapalhados por Danny, “um garoto muito obstinado”. Ele sabe o que deve ser feito.

Jack sai do banheiro determinado. Wendy planeja sair do hotel? Uma heresia. Ela e o menino merecem ser castigados. Danny, em transe, tenta avisar: REDRUM! REDRUM! REDRUM!

Mas não é Danny que fala, é Tony que se dirige à Sra. Torrance. Danny não está mais lá. Danny não está sonhando, ele não pode acordar.

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Os ELEVaDOREsDuas por tas de elevador organizadas simetricamente ao f inal de um saguão. Há motivos indígenas encravados em madeira no entorno das por tas. Um exemplo perfeito da mescla entre a inf luência ameríndia com a tecnologia e a caracterização moderna. O saguão, com paredes em branco e madeira, tem alguns poucos móveis localizados ao longo de sua extensão, e um grande lustre posicionado no meio do caminho.

Os elevadores signif icam pânico. As por tas se abrem para um derramamento de sangue. A visão dos elevadores é um mau presságio. Tony já avisara Danny antes de saírem de casa. Não queria ir morar no hotel. Coisas ruins existiam lá. Mostrou a Danny em uma visão: as por tas se abrindo, um rio de sangue correndo pelo saguão, arrastando tudo o que havia pela frente.

Danny já sabe agora que algo ruim está acontecendo, não é a primeira vez que tem esta mesma visão. Ela só pode signifcar uma coisa: Assassinato.

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a nEVEA neve é onde tudo começa e onde tudo termina. O hotel fecha por causa da alta incidência de neve, por isso precisa de um zelador para os meses de inverno. É a neve que esvazia o hotel, é a neve que aumenta o isolamento.

Mas a neve que isola é também a neve que salva. Acuados por Jack no banheiro do quar to onde estão hospedados, Wendy consegue colocar Danny para a rua graças à grande cama de neve que se forma ao lado do hotel. Danny sai pela janela por um grande escorregador de um branco azulado, em mais uma noite de intenso frio nas Montanhas Rochosas.

Logo mais, perseguido por Jack no labirinto, Danny é traído pelas pegadas que deixa, na neve, mas consegue apagá-las. É um menino esper tíssimo, despista Jack, seu pai alucinado, e consegue voltar para fora. A perseguição termina. Jack não é mais capaz de encontrar Danny, e não tem forças para procurar o caminho de volta.

Jack congela no labirinto, não conseguiu cumprir sua missão como zelador do Overlook: matar sua família.

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Este roteiro visual tinha por objetivo apresentar uma ótica diferente sobre O Iluminado, uma ótica que passa pelo Hotel Overlook como personagem principal, como protagonista da história, e não somente como cenário dos acontecimentos.

Existem diversas teorias sobre a história de O Iluminado que argumentam que este é, justamente, o verdadeiro sentido do f ilme. O Hotel Overlook é o verdadeiro personagem principal. O hotel que aprisiona almas, um hotel que revive seus tempos de glória, um hotel que reconta histórias. É como diz Dick Hallorann em uma de suas conversas com Danny Torrance: “Sabe, velhinho, quando uma coisa acontece pode deixar traços atrás de si. É como quando alguém queima uma torrada. Talvez as coisas que acontecem deixem outros tipos de rastros. Não são rastros que qualquer um possa ver, mas que apenas as pessoas iluminadas podem ver”

A maior par te, se não todas as ilustrações par tem muito mais da abstração do que da f iguração. O enfoque do trabalho é nas sensações, na intensidade, no toque, no vulto, na ver tigem. São texturas para serem não somente vistas, mas sentidas, gravadas. Como se pudéssemos guardar o Overlook Hotel.

COnsiDERaçõEs Finais

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“[...] sabe, alguns lugares são como pessoas. Alguns brilham e outros não. Acho que você pode dizer que o Hotel Overlook tem algo de iluminado”

Dick Hallorann

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