The Price of Community. Grundlegung zur Metaphysik der Sitten and Naturrecht

Feyerabend in Comparison

Alberto Pirni

Scuola Superiore Sant’Anna

The distinction – and the dialectic – between price (Preis) and dignity (Würde) are introduced

in famous pages of the Grundlegung zur Metaphysik der Sitten. As it is known, in the same

period of preparation of that work, Kant held regularly lectures on natural law. In

particular, the course named Naturrecht Feyerabend (Wintersemester 1784) offers some

conceptual clarifications and additions of great interest with respect to that distinction.

They contribute thus to better define the conceptual outcome of the entire discussion on

the categorical imperative developed in the Grundlegung: the moral community of all reasonable

beings.

Can mere intuitions represent objects?

Andrea Faggion

Universidade Estadual de Londrina

In the first Critique, Kant says: "if I take all thinking (through categories) away from an

empirical cognition, then no cognition of any object at all remains; for through mere

intuition nothing at all is thought, and that this affection of sensibility is in me does not

constitute any relation of such representation to any object at all" (KrV, A 253/B 309). On

the other hand, one can read on Kant's published lectures on logic, the Jäsche-Logik, that the

savage's sight of a house is a cognition of an object and, at the same time, it is a… mere

intuition (see AA 09: 33). I am not willing to handle this apparent conflict of assertions by

appealing to the authority of the Critique over and above any lecture, even a published one.

Instead, I intend to show that the savage's sight is not properly described as a "mere

intuition", because it cannot lack categories, but only those empirical concepts possessed

by "someone else who is acquainted with it [the object] determinately as a dwelling

established for men" (idem, ibidem). I will base my point on the Kantian concept of

"object", arguing that the thesis according to which a mere intuition could represent an

object presupposes the concept of an "object" as a thing in itself.

Zum Entwicklungsstand der Rationaltheologie Kants in seiner Vorlesung im

Wintersemester 1783/84

Bernd Dörflinger

Universität Trier

Die Ethikotheologie Kants, deren abgeschlossene Gestalt in der Methodenlehre der „Kritik

der Urteilskraft“ vorliegt, hat Entwicklungsstufen durchlaufen und Modifikationen

erfahren. Zum Beispiel der für diese Theologie zentralen Idee des höchsten Guts und der

darin enthaltenen Gottesidee wurden noch in der 1. Kritik eine konstitutive und

motivierende Rolle in Hinsicht auf moralisches Handeln zugeschrieben. Im Zuge der

Ausbildung des Konzepts der Autonomie der Moral konnte das nicht aufrecht erhalten

werden. Der Beitrag wird bestimmen, welchen Status Kant den genannten Ideen in seiner

Vorlesung zur Rationaltheologie in der ersten Hälfte der 1780er Jahre zugewiesen hat.

Kant, Cicerón y la "popularidad" como perfección cognitiva en las Lecciones de

lógica.

Catalina González Quintero

Universidad de Los Andes

A pesar de su evaluación negativa de la retórica –especialmente la de cuño ciceroniano- en

la tercera Crítica, a lo largo de su obra Kant muestra una constante preocupación por el

concepto de "popularidad". Kant lamenta, por ejemplo, en ambos Prólogos a la primera

Crítica, no haber podido dotar a su filosofía de un estilo más popular (Axviii, Bxliv).

También expresa su profunda admiración por el balance alcanzado por Mendelssohn entre

profundidad de pensamiento y elegancia expresiva (Prolegomenos, 262), y elogia sobretodo a

Hume y a Shaftesbury por su “habilidad para descender a la capacidad de comprensión de

su público” (Lógica de Jäsche, 48). Finalmente, con el fin de obtener un estilo popular, Kant

recomienda la lectura de los clásicos, especialmente de Cicerón y de Homero (Lógica de

Jäsche, 47).

Pero, ¿qué entiende Kant por "popularidad"? En sus Lecciones de Lógica, Kant define la

popularidad como una “perfección cognitiva” (Lógica de Jäsche, 48). Afirma que la

popularidad constituye una prueba de la “extensión externa” de los juicios, esto es, de su

validez práctica universal, si bien no pura. Como "perfección cognitiva", la popularidad es

una especie de piedra de toque de la verdad. Ella proporciona a los juicios un tipo de

plausibilidad, que podemos llamar plausibilidad práctica, y que, si bien, no es trascendental o

lógica, tampoco es una plausibilidad irracional, pues no está basada en simples inclinaciones

patológicas. Más bien, esta plausibilidad es el resultado del reconocimiento de la razón de

su necesidad de involucrarse en la práctica para fundamentar la acción humana.

En esta ponencia, entonces, exploro la relación entre la noción de kantiana de popularidad

en las Lecciones de lógica y su valoración de la retórica ciceroniana, en la tercera Crítica.

Direito inato e justiça no Naturrecht Feyerabend

Clélia Aparecida Martins

Universidade Estadual Paulista

Na Vorlesung de direito natural (1784) o conceito de direito inato concerne à: direito de

liberdade ilimitada da pessoa, ius aequalitatis, ius libertatis, direito ao bom nome, direito de

aquisição das coisas externas a mim e ius de declaratione mentis (Feyerabend 27, 2.2: 1338-39). A

noção de justiça, por sua vez, remete à justiça distributiva e justiça comutativa, a primeira

como princípio coram foro externo e a segunda, princípio coram foro interno (Feyerabend 27, 2.2:

1359-1370). Procuraremos analisar a interseção do direito inato nos dois sentidos de

justiça nesse texto e, num segundo momento, a fim de tecer alguns apontamentos sobre

seu alcance ou influência, balizar essas acepções diante da noção de direito inato constante

na Doutrina do direito, bem como perante a diferenciação da noção de justiça constante no

“Apêndice à Introdução” e nos §§ 36-41 dessa Doutrina.

«Zum Erfinden wird Witz erfordert». Sobre a evolução do conceito de «Witz» nas

Lições de Antropologia de Kant

Fernando Silva

Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa

O objectivo do presente ensaio é duplo: numa primeira instância, investigar tão brevemente

quanto possível o percurso do conceito de «Witz» desde a sua origem até ao momento da

sua mais intensa problematização, no fim do século XVIII, início do século XIX, tentando

demonstrar, através dos próprios contornos da sua singular evolução, o porquê de «Witz»

ser não só um conceito de grande pregnância filosófica, mas também um conceito de difícil

compreensão, e até de quase impossível tradução (duas questões que nunca deixaram de

povoar as preocupações de todos quantos procuram compreender o espírito do

movimento romântico, como Fr. Schlegel, Novalis ou Jean Paul). Numa segunda instância,

observar as leituras que dele faz Kant nas suas Vorlesungen zur Anthropologie, averiguando os

contornos do seu conceito de «Witz» e discernindo até que ponto a sua concepção deste

pode ser considerada consentânea ou disruptiva em relação à linha de evolução do

conceito.

Em primeiro lugar, cumpre mostrar, pois, que o «Witz» é um conceito que, ao contrário de

muito outros, percorreu um caminho atípico – e até completamente inverso – em relação

ao normal conceito. Não que ele não tenha nascido impregnado da mais vital força

metafórica. No entanto, apesar do seu nascimento pulsante, ele percorreu um caminho

contrário ao de desgaste e esmorecimento da força dos restantes, antes ganhando em

significação e carga metafórica ao longo dos tempos, progredindo cumulativamente até

hoje, o que explica as referidas dificuldades na sua compreensão e tradução. Já

originariamente, o conceito significa uma faculdade intelectual: entendimento, saber,

intelecção, sentido, sabedoria, virtude, espírito. Com o tempo, porém, diz Oskar Schade, a

palavra antiga para «Witz» passaria a designar algo mais, a saber, «ver algo, observar, prestar

atenção, guardar vigília», de tal maneira que o «Witz», nascido do radical de «saber»

(«wissen») viria a significar um saber observável, sim, mas um saber lato, um saber que

alcança a distância e a liga com o que nos é próximo, estabelecendo entre ambas uma

conexão racional e saudável, sensata, prudente. Com o crescimento da família lexical da

palavra, surgem significados até então inexistentes, mas já prenunciáveis, como os de

«Vorwitze», que significava agora «praesscientia», deliberação do pensamento, ao passo que,

por outro lado, haviam surgido «Wanwitz» (vazio de entendimento, insensato, absurdo),

«Aberwitze» (senex decrepitus) ou «Unwitze», denotando não só insensatez, mas até

mesmo loucura, de tal modo que «sich unwitze verstân» significava algo como ter

pensamentos loucos ou ensanecidos. Numa palavra, o «Witz» não só não perdera a sua

múltipla acepção de visão, de visão do pensamento na sua relação com a distância e, como

tal, com acepções mais longínquas do pensamento, como lhe associara a característica de

uma certa preclaridade, e, por outro lado, da latência da loucura do todo, como se a

associação entre pensamentos longínquos quisesse demonstrar um acesso – uma

manifestação súbita – de uma possibilidade outra para além do racional. Dir-se-ia, pois, que a

partir de certa altura na sua evolução, o conceito de «Witz» começa a abarcar em si os

diferentes contornos por que ainda hoje reconhecemos a sua quase inultrapassável

dificuldade: ele reune em si os contrários da engenhosidade da razão e da espontaneidade

da fantasia; e, mais do que isso, isto significa que, de um modo singular, durante o processo

de autonomização da palavra unem-se as pontas que formam o paradoxo «Witz», e, no

processo, já de si estranhamente tardio e paradoxal, o «Witz» arroga-se o direito de trazer

até si as duas raízes significacionais que sempre lhe haviam dado o seu ser, forçando-as,

porém, a coexistirem. O século XIX, dir-se-ia mesmo, uniu o que nos primórdios da língua

alemã o «Witz» tinha de racionalidade, prudência, presciência ou saber para o unir à

evolução mais tardia da palavra, conotada com uma certa ludicidade e engenhosidade de

espírito – daí que ele seja, ainda hoje, um conceito de difícil compreensão, e de ainda mais

difícil tradução.

Ora, seria este o estado aparentemente contraditório do conceito de «Witz» que chegaria

até à época dos seus maiores e reconhecidos teorizadores. A voz destes a este respeito é

consabida. Mas, reitero, o objectivo do presente ensaio é inquirir pela voz de um outro

autor, uma voz não menos insigne, mas mais esquecida pelo tempo, ou, pelo menos,

esquecida em detrimento de outras vozes do próprio autor. Durante os seus cursos de

Antropologia em Königsberg, várias foram as ocasiões em que Kant se debruçaria sobre o

tema do «Witz», em versões claramente preparatórias do que seriam as breves palavras que

o filósofo dedica ao assunto na Antropologia, de 1800. É meu intento ver qual a evolução do

conceito de «Witz» através de todas estas – e de que forma é tratada a oposição razão /

fantasia, que também Kant percebe no «Witz»; e, a partir do resultado desta evolução

particular, discernir qual a posição do pensamento kantiano sobre o «Witz» no seio das

Lições, pensar de que modo o «Witz» kantiano vai para além da noção de «Witz» da sua

época, e até como o pensamento kantiano do jogo entre razão e fantasia no «Witz» abre

para os futuros (imediatamente subsequentes) teorizadores românticos do conceito. É

minha intenção demonstrar que o faz; e que o faz justamente mediante o pensamento do

cerne teórico do «Witz», onde ele é mais fértil e filosoficamente pungente: no seu

irreconstituível, infinitamente transpositivo momento de pura metaforicidade, no seu auge

de genialidade (ingenium), de criação e mais-pensar linguístico, de poesia viva.

The contribution of Kant’s Lectures to the foundation of the Architectonic

Gualtiero Lorini

Università Cattolica del Sacro Cuore

The main goal of the paper is to assess the impact of the Lectures on metaphysics and

philosophical encyclopaedia on the relationship between critique of pure reason (as an

activity of reason itself) and transcendental philosophy, as it is presented in the chapter

devoted by Kant to the Architectonic of pure reason within the Doctrine of Method of the Critique

of pure reason. Such a relationship can be regarded as the critical side of the confrontation

between metaphysics and ontology, Kant has carried on since his first Lectures on

metaphysics, and seems to come to a significance turning point within the course on the

philosophical encyclopaedia held by him at the end of the Seventies. In this course Kant

seems to consider critique of pure reason and transcendental philosophy as the same, on

the contrary, in the Critic, he places a strong distinction between them, in order to underline

that the critique should be placed before transcendental philosophy, even though both play

a preliminary role towards metaphysics. Such a situation may perhaps be clarified through

the Kantian identification between ontology and transcendental philosophy, emerging from

the Lectures on metaphysics, and can be better understood by interpreting the whole

problem into an architectonic perspective.

"extra rempublicam nulla salus".

Kant on Political Freedom in the Naturrecht Feyerabend

Günter Zöller

University of Munich

The talk presents and assesses Kant's proto-republican account of civil society in the only

preserved transcript of his lectures on natural law based on Achenwall's Iuris naturae, the

Nachschrift Feyerabend from 1784. The focus is on Kant's moral grounding of private and

public law in human freedom and on his original identification of civil or political society

with republican or self-rule.

Der Begriff der Freiheit in den Nachschriften von Kants Kolleg über Anthropologie

(1772-1785)

Heiner F. Klemme

Universität Mainz

In seinen zuerst im Wintersemester 1772/73 gehaltenen Vorlesungen über Anthropologie

setzt Kant mit der Behauptung ein, dass wir unsere Freiheit durch eine Analyse unseres Ich

erkennen können. Ab dem Ende der siebziger Jahre ist diese substantielle Konzeption des

Ich jedoch nicht mehr nachweisbar. In meinem Vortrag soll gefragt werden, welche

Begriffe von Freiheit Kant im Zeitraum zwischen 1772 und 1785 in den Vorlesungen über

Anthropologie thematisiert und vertreten hat und in welchem systematischen

Zusammenhang diese Begriffe stehen zu seinen in der Kritik der reinen Vernunft (1781) und

in der Grundlegung zur Metaphysik der Sitten (1785) erörterten Freiheitsbegriffen. Der Vortrag

verfolgt also eine zugleich entwicklungsgeschichtliche und systematische Absicht.

Die objektive Erkenntnis der Welt in den Vorlesungen Kants über Metaphysik nach

der Kritik der reinen Vernunft

Jacinto Rivera de Rosales

Universidad Nacional de Educación a Distancia

Mein Beitrag will die transzendentalen Elemente, Formen und Begriffen (Raum und Zeit,

Schemata, Kategorien, Ich denke und Prinzipien), die die objektive Erkenntnis der Welt

möglich machen, in den kantischen Vorlesungen über Metaphysik nach der Kritik der reinen

Vernunft (1781), d.i. in der kritischen Zeit forschen. Diese Elemente wurden durch Kant in

seinen Werken Kritik der reinen Vernunft (1781 und 1787; in ihrer transzendentalen Äthetik

und transzendentalen Analytik), Prolegomena (1783) und Über eine Entdeckung (1790) dargelegt

und erklärt. Ich möchte das neue herausstellen, das in diesen Vorlesungen zu finden wäre.

Die genannten Vorlesungen sind die folgenden:

Metaphysik Volckamnn (1784-5) (AA XXVIII.1, S 351-460)

Metaphysik v. Schön (Ontologia) (1789-1791?) (AA XXVIII.1, S 461-524)

Metapysik L2 (1789?, 1790-1?) (AA XXVIII.2.1, S. 525-610)

Metaphysik Dona (Anfang der 90 Jahre) (AA XXVIII.2.1, S 611-704)

Metaphysik K2 (zwischen 1791 und 1794) (AA XXVIII.2.1, S 707-750)

Metaphysik K3 (1794-5) (AA XXVIII.2.1, S. 817-838)

Metaphysik Mrongovius: 1782-3 (AA XXIX.2.1, S 743-940)

Metaphysik Arnoldt (K3): 1794-5 (AA XXIX.2.1, S 941-1040)

The degrees of merit and moral imputation and the degrees of rewards and

punishments in the Vorlesungen über Ethik

Jean-Christophe Merle

Université de Nancy

In the Lectures on Ethics, an important issue is the existence of degrees of merit and demerit,

as well as of imputation, on the one hand, and of rewards and punishments, on the other

hand. This paper will inquire into the presuppositions and implications of this assertion for

Kant’s conception of duty in the Lectures on Ethics. This inquiry will not only entail some

comparison and contrast with his later moral theory, but it also point out the remaining

influence exercised by the assertion of such degrees on Kant’s theory of punishment.

Sobre as análises kantianas da formação de conceitos e de suas condições de uso

João Carlos Brum Torres

Universidade de Caxias do Sul

A doutrina de Kant sobre a formação de conceitos é bem conhecida, as análises

dedicadas ao ponto na Lógica de Jäsche contendo a exposição por assim dizer canâonica

dos principais momentos dessa análise, especialmente do que é ali denominado de atos

lógicos do entendimento. No entanto, tanto nas Lições de Lógica quanto nas Lições de

Metafísica há elementos que permitem entender melhor a posição de Kant tanto com

relação aos ditos atos do entendimento, quanto com relação ao modo que se deve

kantianamente distinguir as propriedades lógicas dos conceitos das propriedades lógicas de

seu uso, como se vê do contraste entre a nautreza necessariamente universal dos conceitos

e de seu uso no pensamento de objetos singulares. Associadamente com isso, a leitura das

lições em questão permite tornar mais claro o alcance da distinção entre formar um

conceito distinto e tornar um conceito distinto, ponto decisivo para uma compreensão

adequada do modo como Kant estabelece a distinção entre os conceitos de análise e de

síntese. A comunicação tratará de mostrar como a devida consideração das lições de lógica

e metafísicas contidas nos corpos textuais recolhidos nas Volesungen que tratam desses

temas permite uma reconstituição mais precisa da doutrina de Kant sobre os conceitos e,

por extensão, sobre as condições de conhecimento do entendimento finito.

Sobre a relevância do estudo das Vorlesungen de Kant

Joãosinho Beckenkamp

Universidade Federal de Minas Gerais

Uma experiência importante que se pode fazer no estudo da obra de Kant é que o essencial

de suas ideias foi efetivamente publicado ao longo dos anos de sua vida produtiva. O

estudo do legado póstumo em geral adquire assim uma função suplementar, o que vale

inclusive para as assim chamadas “reflexões”, apesar de terem sido escritas pelo filósofo.

Ao se avançar para o estudo dos apontamentos de aula dos alunos, poder-se-ia perguntar se

ainda resta algo de novo a descobrir, e que justifique o imenso trabalho que um tal estudo

costuma exigir. Pretendo mostrar com um exemplo bem delimitado (a saber, a

proveniência da noção de imaginação produtiva do contexto da recepção alemã do ensaio

de A. Gerard sobre o gênio) que em certos casos o estudo das Vorlesungen não só vale a

pena, mas é mesmo indispensável para se avançar a pesquisa.

Kant ´s conception of miracles in his Vorlesungen

Juan A. Bonaccini

Universidade Federal de Pernambuco

Evidence in Kant´s Lectures on rational theology as well as in some Reflexionen seems to show

that Kant considered miracles as not being possible at all. Thus, some authors defend that

Kant rejected miracles and gave a Humean account thereof. However, several passages in

Kant´s Lectures on Metaphysics (for instance, in Metaphysics L1, Mrongovius, K2 and Dohna)

seem to point towards a different conclusion, in so far as Kant aknowledges in those

courses the possibility of miracles. Moreover, it has been argued that Kant does not deny

the possibility of miracles in his Religion. My main concern in the present paper is to explore

this issue in the context of the Kantian Lectures and Notes and present an interpretation

concerning Kant´s stance on miracles. I intend to show that Kant accepted the possibility

of miracles and hold his own ground between Baumgarten and Hume.

O Sumo Bem como Praemium Remunerans das Ações Morais

Julio Esteves

Universidade Estadual do Norte Fluminense

Na Vorlesung über Ethik publicada por Paul Menzer e na Vorlesung sobre filosofia moral

publicada com base em anotações feitas por Georg Ludwig Collins, vemos Kant traçando

uma distinção entre recompensas que servem como incentivos ou motivos para a ação, as

“praemia auctorantia”, de um lado, e, de outro lado, as “praemia remunerantia”, ou seja,

recompensas que resultariam “de ações que acontecem simplesmente por uma boa

disposição (aus guter Gesinnung), pela moralidade pura, e nas quais a recompensa não é o

motivo” (uma distinção paralela é feita no que tange às punições). As primeiras são

também denominadas “praemia pragmatica”, enquanto as segundas são também denominadas

“praemia moralia”. É interessante observar que, apesar de negar que “praemia moralia” sejam o

incentivo ou motivo para ações morais, Kant concede que se possa esperar esse tipo de

recompensas como resultado de tais ações. É que tais recompensas não são concebidas

como algo extrínseco à lei moral e posto como motivo para agir de acordo com ela. Pelo

contrário, as “praemia remunerantia” ou “praemia moralia” estão interna e imediatamente

ligadas à consciência da autoridade da lei moral. Em suma, Kant não está afirmando que

ações virtuosas são feitas por amor à recompensa esperada, mas que a esperança de que a

virtude terá sua recompensa é algo inserido na própria consciência de estar agindo

virtuosamente. Em meu paper, buscarei mostrar que encontramos nesse conceito

introduzido nas Vorlesungen mencionadas um elemento fundamental para a compreensão da

doutrina do sumo bem tal como aparece pela primeira vez formulada no Cânon da Crítica

da Razão Pura e depois plenamente desenvolvida na Dialética da Crítica da Razão Prática,

mais exatamente, que o sumo bem é justamente concebido por Kant como um praemium

remunerans por ações feitas pelo puro respeito à lei moral.

Economy and Teleology of Evil in Kant’s Anthropology

Leonel Ribeiro dos Santos

Universidade de Lisboa

If we read Kant’s Lectures on Anthropology [Vorlesungen über Anthropologie] from 1775/6

onwards, in coming to the section «On the character of humanity» or «On the character of

the human species» we may well be scandalized by its insistence on the theme of evil in

human nature, expressed by the terms Bösartigkeit, Unvertragsamkeit, Ungeselligkeit and

engraved in recurring explicit declarations stating that «evil radicates in the nature of men»

[Diese Bösartigkeit liegt allen Menschen in der Natur], or that «man is by nature not good»

[Der Mensch ist von Natur nicht gutartig]. But, at the same time, we are surprised by the –

also insistent – thesis according to which all good attained by man, be it in society, in

culture or in morals, derives from that original evil in his nature, which constitutes

something as the sting that provokes and stirs him to develop his talents (also posited in

him by nature), and, therefore, to individually produce all the good he may earn and enjoy

[Die Wurtzel des guten liegt in dem Uebel denn das Uebel ist die Ursache der

Entwickelung der Talente, wodurch hernach alles gute entsprungen ist.]

Our first objective is to sketch a topographic of the theme in the Vorlesungen über

Anthropologie, as well as to identify not only its correlation with other topics, but also Kant’s

possible interlocutors concerning such a pessimistic conception of the human species.

Secondly, we aim to search whether this theme is present in other Kantian writings, be it

posthumous or published in life (particularly relevant is the essay «On radical evil in human

nature», published in April 1792 in the Berlinische Monatsschrift and then integrated as the

First Part of Die Religion innerhalb der Grenzen der blossen Vernunft, 1793). In order to do so, we

shall develop a comparative study of the different approaches and try to realize the

persistence (or not) of these theses, or any possible evolution in Kant’s perspective. Finally,

the objective is to interpret the relevance of this topic in understanding a crucial point in

Kant’s thought: a point intertwining anthropology, political philosophy, moral philosophy

and philosophy of religion.

Der Begriff der "Gemeinschaft" in Kants Vorlesungsnachschriften

Margit Ruffing

Universität Mainz

Die erfolglose Suche nach der Rede vom ethischen Gemeinwesen oder "ethischen

gemeinen Wesen" in den Vorlesungsnachschriften legt nahe, dass Kant zur Erläuterung des

in der Religionsschrift zentralen Gedankens offensichtlich auf den in der deutschen

Sprache geläufigeren, aber auch unschärferen Begriff der "Gemeinschaft" zurückgegriffen

hat. Der Vortrag macht es sich zur Aufgabe, der Verwendung des Begriffes

"Gemeinschaft" nachzugehen, um zu klären, ob durch ihn möglicherweise die Konzeption

des "ethischen Gemeinwesens" bereits vorbereitet wurde, oder ob Kant vielmehr eine

Umdeutung vorgenommen hat, die auch eine neue, klarere Bezeichnung des

philosophischen Sachverhalts erfordert als die, die durch den Begriff der "Gemeinschaft"

geleistet werden kann.

Por qué son interesantes las Lecciones de Lógica de Kant?

María Xesús Vázquez Lobeiras

Universidade de Santiago de Compostela

La ponencia ofrece en primer lugar una introducción al estudio de las Lecciones de Lógica de Kant, así como una valoración del interés de los Apuntes de Lecciones kantianas en general, junto con reflexiones metodológicas detalladas acerca de las particularidades filológicas de este tipo de fuentes. A continuación se centra en el análisis de las doctrinas más interesantes tanto de la lógica formal como de la lógica práctica de Kant.

The prudence [Klugheit] and the rules for guiding life. The development of the

pragmatic normativity in Kant’s Lectures on Anthropology (Collins, Parow,

Friedländer, Menschenkunde, Busolt)

Nuria Sánchez Madrid

Universidad Complutense de Madrid

Our contribution will aim at covering three main purposes: a) to reconstruct the unity of

Kantian discourse about boredom [Langeweil] and hobby [Kurzweil], contained in various

sections of the Lectures on Anthropology and in the second book of the Anthropology from a

pragmatic point of view; b) to assign to Kantian theory of sociability a place within his notion of

pragmatic Anthropology and c) to make visible under these anthropological materials the

idea of life as a steady struggle for escaping the representations which remove the ground

[Abgrund] of existence. We shall move from the following Kant’s remark, contained in a

Reflexion probably dated between 1776 and 1778, which points out that: “Only pleasure and

displeasure are the absolute, because they are the life itself” [Lust und Unlust machen allein das

absolute aus, weil das Leben selbst sind] (AA 17: 11). The initial assumption that we attempt to

prove supports that the formation of an own pleasure is one of the first tasks that reason

requires from the finite rational being which is man. Actually, this task will provide to

human life a specific structure, made of words, beautiful spectacles and entertaining social

games which make it intelligible and protect the human species from an incognizable

Abgrund. As a corollary of such a hypothesis we will discuss whether pleasure, by depending

of the actions which human beings choose in order to pass the time, offers the first

attempt to recognize what is man in Kant’s philosophy, at least within the aesthetical

boundaries of its existence. We shall also tackle the fact that the experience of pleasure

forces man to face the demand of providing himself not only means to conquest its own

happiness, that is, for achieving the complete satisfaction of its inclinations (KU, § 83, AA

05: 434, footnote), but also those means which give a sense and value to his existence

based on the human character as a being submitted to moral laws, that is, as the unique final

end [Endzweck] of nature (KU, § 86, AA 05: 448). We shall take especially into account,

besides the double volume 25 of the Academy Edition of Kant’s Writings, the Cambridge

Edition of Kant’s Lectures on Anthropology, coordinated by the professors A. Wood and R.

Louden.

"A unidade do sujeito entre a Psicologia Racional e Empírica nas Lições kantianas

de Metafísica" (The unity of the self: Between Rational and Empirical Psychology

in Kant's Lectures on Metaphysics)

Paulo Renato de Jesus

Universidade Portucalense Infante Dom Henrique

A divisão entre Psicologia Racional e Empírica explora a heterogeneidade epistémica entre

conhecimento a priori ou por conceitos e conhecimento a posteriori ou por experiência.

Assim, enquanto a primeira analisaria o conceito de alma, a segunda sistematizaria auto-

observações sobre as leis dos atos cognitivos reais; donde resultaria a possível polarização

entre Pneumatologia, versão espiritualista da Psicologia Racional, e Antropologia, ponto de

ancoragem da Psicologia Empírica (histórico-descritiva). Ora, Kant pretende evitar esta

disjunção radical, desenvolvendo uma constelação sistémica onde se distingue e articula

"anima", "animus" e "mens".

Morality for Humans: Ethical Theory in Kant’s Vigilantius Lecture

Robert B. Louden

University of Southern Maine

In this essay I use Kant’s Vigilantius lecture notes as a window on his normative ethics,

insofar as they are applied to human beings in particular, as opposed to rational beings as

such, paying particular attention to what these notes reveal about the development of his

ethical theory. The Vigilantius notes are lectures that Kant gave in 1793/94 on the

metaphysics of morals, just a few years before publishing the Metaphysics of Morals (1797),

and they are also contemporaneous with the publication of Religion Within the Boundaries of

Mere Reason (1793). Both of these published works are undoubtedly “impure” in significant

respects. For instance, the major theme in Part One of Religion is the radical evil in human

nature; and the Metaphysics of Morals is an exploration of what morality requires of embodied

beings with specifically human needs, tendencies, and drives. However, because of both the

class lecture format and the audience, the Vigilantius notes provide a fuller account of some

of Kant’s positions than does the Doctrine of Virtue (= the second half of the Metaphysics of

Morals, which essentially contains Kant’s mature moral theory). And, whether because of

the format and audience, or because his ideas were still developing, some of Kant’s

arguments about particular aspects of our moral psychology and ethical obligations differ in

interesting ways between Vigilantius and the later Doctrine of Virtue. I will also consider

several aspects of Kant’s impure normative ethics as revealed in the Vigilantius notes, with

special attention to the questions of what these notes reveal about 1) the evolution of

Kant’s conception of a metaphysics of morals, and 2) the content of the duties that human

beings have to others as well as to themselves.

Entendimento, sentido interno e apercepção

Sílvia Altmann

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

No início da Antropologia, Kant escreve o seguinte: “[o homem] sempre tem o eu no

pensamento, mesmo quando ainda não possa expressá-lo, assim como todas as línguas têm

de pensá-lo quando falam na primeira pessoa, ainda que não exprimam esse eu por meio de

uma palavra especial. Pois essa faculdade (a saber, a de pensar), é o entendimento (Ant. Ak.

VII 127)”. Meu objetivo, neste trabalho, é delinear um quadro geral da relação de

interdependência entre a utilização de conceitos na constituição da experiência, sentido

interno e apercepção. Para tanto, buscarei explorar algumas observações que aparecem em

diversas das chamadas Lições de Kant (em especial nas seções sobre Psicologia nas Lições de

Metafísica) nas quais a peculiaridade da alma humana como capaz de sentido interno e

autoconsciência é contrastada (no que, segundo uma afirmação da Lição de metafísica L1,

seria um jogo de nossos conceitos) com o modo como podemos conceber a por assim

dizer alma de animais irracionais.

Das System der Metaphysik der Sitten in der „Metaphysik der Sitten Vigilantius“

(1793) und in Kants „Metaphysik der Sitten“ (1797)

Werner Ludwig Euler

Universidade Federal de Santa Catarina

Unter den überlieferten Vorlesungsnachschriften zur Ethik Kants nimmt die „Metaphysik

der Sitten Vigilantius“ (abgedruckt in Band XXVII von Kants gesammelten Schriften, hg.

von der Akademie der Wissenschaften zu Göttingen, 1975) einen besonderen Platz und

Rang ein. Sie liegt entwicklungsgeschichtlich genau zwischen dem Ende der Ausarbeitung

des Systems der Kritik, das mit der Kritik der Urteilskraft (1790) ihren Abschluss findet, und

der Publikation der Metaphysik der Sitten (1797), deren Ausarbeitung am Ende der Vorrede

zur dritten Kritik als weiteres Arbeitsprogramm angekündigt wird. Auf diese Weise kann

sie nicht nur Licht auf Kants immer noch ziemlich rätselhaften Entwicklungsgang im

System seiner kritischen Philosophie insgesamt, speziell in der Ethik und der praktischen

Philosophie insgesamt, werfen, sondern vor allem auch bei der Interpretation der sehr

schwer begreifbaren „Metaphysik der Sitten“ behilflich sein.

Man kann, unter Berücksichtigung größerer Unsicherheiten, eine grobe Einteilung des

Gesamtplans der Metaphysik der Sitten auf der Grundlage der publizierten gleichnamigen

Schrift skizzieren. An wichtigen Stellen, wie nun gerade bei den entscheidenden Fragen

nach der Bestimmung der obersten Prinzipien der Einteilungen, ihrem Verhältnis

zueinander und ihrem Verhältnis zum höchsten Prinzip der Morallehre, d.i. der Autonomie

der reinen Vernunft oder der Idee der Freiheit, bleiben aber gravierende Lücken. Welches

sind denn etwa die beiden Prinzipien der Einteilung der Tugendlehre, von der die

Einleitung in die Tugendlehre spricht? Während sie in der „Metaphysik der Sitten“ nicht oder

nur vage benannt werden, ist die „Metaphysik der Sitten Vigilantius“ transparenter und

ausführlicher. Von hier aus läßt sich deshalb eine Systematik der Tugendlehre – bei aller

gebotenen Vorsicht gegenüber den Unterschieden der Entstehungszeit und der

Quellengattung – exakter und sicherer rekonstruieren. Und es sind eine ganze Reihe mit

dieser Systemfrage verbundener speziellen Gesichtspunkte, über die die Vigilantius-

Nachschrift nähere Aufschlüsse ermöglicht, u.a. zur Gliederung der Pflichten (inwiefern

und warum gibt es unvollkommene und vollkommene ethische Pflichten?), weiterhin zur

Kritik antiker Autoren, wie Aristoteles, usw. Von den Ergebnissen der Analyse solcher

Problemfelder hängt schließlich auch die Beantwortung der wichtigen Frage nach dem

Verhältnis von Recht und Ethik in Kants Spätwerk ab.

Ich werde zunächst versuchen, an Hand des Textes der von Kant 1797 (ursprünglich in

zwei getrennten Abhandlungen) publizierten „Metaphysik der Sitten“ konzeptionelle

Schwierigkeiten zu identifizieren und darzustellen, aus denen sich Hypothesen über die von

Kant nicht eindeutig formulierte und erklärte systematische Einteilung aufstellen lassen. Ich

werde mich dabei primär auf Kants Erläuterungen zum Aufbau der Tugendlehre beziehen,

die er in der Einleitung zu den „Metaphysischen Anfangsgründen der Tugendlehre“

präsentiert. Von da aus ziehe ich das Verhältnis von Recht und Ethik in Erwägung. Ich

werde so vorgehen, dass ich meine Interpretation zuerst nur auf den Text der edierten

„Metaphysik der Sitten“ stütze und diese dann mit den Ausführungen in der Vigilantius-

Nachschrift vergleiche.

Das Ergebnis wird sein, dass ich eine neue Lesart des Textes der „Metaphysik der Sitten“,

insbesondere der Ethik, vorschlagen kann, die mit der überlieferten Version des Texts nach

der Akademie-Ausgabe der Werke Kants (Gesammelte Schriften, Bd. VI) kompatibel ist.

Ich werde, entgegen einer inzwischen fast Mode gewordenen Manier, ohne Eingriffe in die

Textgestalt des Originals der „Metaphysik der Sitten“ von 1797 auskommen und deshalb

auch keine Textumstellungen anregen. Im Gegenteil plädiere ich für die entschiedene

Zurückweisung solcher Vorschläge und für die Rehabilitierung der ursprünglich von Kant

autorisierten Textgestalt.

Die vorläufige Gliederung meines Vortrages enthält die folgenden Schritte:

1. Exposition der Prinzipien der Ethik (und des Rechts)

2. Ethische Legalität und rechtliche Moralität: Gibt es Spuren ethischer Legalität in

der „Metaphysik der Sitten“?

3. Das materielle ethische Pflichtprinzip und die Funktion moralischer Zwecke

4. Enge und weite, vollkommene und unvollkommene Pflichten

5. Vollkommenheit – Glückseligkeit. Wie beurteilt Kant die antiken

Glückseligkeitslehren? Wie ist seine Kritik der aristotelischen Tugendlehre zu verstehen?

Versuch eines summarischen Berichts über die Vorlesungen von Immanuel Kant

Werner Stark

Universität Marburg