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Plano de Implantação NBR ISO14.001 na empresa CETRIC UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Thiane Drumm Zacchi PLANO DE IMPLANTAÇÃO NBR ISO 14.001 NA EMPRESA CETRIC Passo Fundo, 2012.

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Plano de Implantação NBR ISO14.001 na empresa CETRIC

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Thiane Drumm Zacchi

PLANO DE IMPLANTAÇÃO NBR ISO 14.001 NA EMPRESA CETRIC

Passo Fundo, 2012.

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Thiane Drumm Zacchi

PLANO DE IMPLANTAÇÃO NBR ISO 14.001 NA EMPRESA CETRIC

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Engenharia Ambiental, como parte

dos requisitos exigidos para obtenção do título

de Engenheiro Ambiental.

Orientador: Profª. Drª . Aline Ferrão Custódio

Passin

Passo Fundo , 2012.

Thiane Drumm Zacchi

PLANO DE IMPLANTAÇÃO NBR ISO 14.001 NA EMPRESA CETRIC

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de

Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e

Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:

Orientador:_________________________

Aline Ferrão Custódio Passini

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Juliana Kurek

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Patricia Martins

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

Passo Fundo, 01 Novembro 2012.

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha mãe e meu irmão, Cladis Maria Drumm e Thiago Zacchi,

pelo amor, dedicação e incentivo em todos os momentos, e que sempre estarão ao meu lado

ajudando-me a superar os desafios da vida, e a seguir em frente nos momentos mais difíceis.

A minha orientadora, Professora Aline Custodio Ferrão pela empolgação e otimismo que me

passou durante toda a realização do curso, pelo comprometimento e auxilio para que este

trabalho fosse realizado da melhor forma possível.

Agradeço a todos aqueles que, em momentos diferentes foram importantes para a realização

deste trabalho, sobretudo:

A todos os meus amigos e colegas pela oportunidade de conhecê-los e juntos vivermos

intensamente esta etapa da vida.

A Engenheira Química da empresa CETRIC Srta. Loana Defaveri, pela ajuda, orientação, e

oportunidade que me permitiram a realização deste trabalho.

Ao Presidente da empresa CETRIC/Chapecó, Sr. Gustavo Baldissera, pela oportunidade

fornecida para realização do estágio e deste trabalho.

“A mente que se abre a uma nova idéia

jamais voltará ao seu tamanho original.”

Albert Einstein

6

RESUMO

A competitividade ambiental tem levado as empresas a melhorarem seus produtos,

processos e serviços, demonstrando-se cada vez mais preocupadas em atingir um desempenho

ambiental correto, controlando o impacto de suas atividades. Esse comportamento se insere

no contexto de uma legislação cada vez mais exigente, no desenvolvimento de políticas

econômicas, de outras medidas destinadas a estimular a proteção ao meio ambiente e de uma

crescente preocupação das partes interessadas em relação às questões ambientais e ao

desenvolvimento sustentável. Esse estudo refere-se ao planejamento de um Sistema Integrado

de Gestão abrangendo as áreas de qualidade e meio ambiente. O trabalho detalha a estrutura e

os elementos do sistema proposto, bem como as etapas, planos de ação, cronogramas,

responsabilidade e ferramentas próprias a sua implementação.

O sistema proposto baseia-se na NBR ISO 14001 que estabelece requisitos para o

gerenciamento de sistemas de gestão ambiental. Esse trabalho foi utilizado em estudo de caso,

conduzindo junto à empresa CETRIC - Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Industriais

e Comercias, onde se realizou o estágio. Sendo assim o estudo baseia-se em uma revisão

bibliográfica, pesquisando artigos já publicados sobre o tema proposto e acompanhamento das

atividades da empresa.

Palavras Chaves: Tratamento e destinação final de Resíduos, ISO 14001, Meio ambiente.

ABSTRACT

The competitive environment has led companies to improve their products, processes and

services, showing up increasingly concerned about achieving correct environmental

performance by controlling the impact of their activities. This behavior is into the context of

an increasingly demanding legislation, the development of economic policies, into other

measures to stimulate environmental protection and the growing concern of stakeholders in

environmental issues and sustainable development. This study refers to the planning of an

Integrated Management System covering the areas of quality and environment. The present

paper details the proposed system elements, as well as the steps, action plans, timelines,

responsibilities and specific tools to their implementation.

The proposed system is based on ISO 14001 which establishes requirements for the

management of environmental management systems. This work was used in the study case,

led by the company CETRIC - Central Solid Waste Treatment Industrial and Commercial,

where the mtership was held. Thus the study is based on a literature review, researching

articles published on the topic and proposed follow-up activities of the company.

Key Words: Treatment and disposal of waste, ISO 14001 Environment.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01: Divisão das normas ISO 14000 em normas orientadas para produtos e para

processos. ........................................................................................................................... 19 Figura 02: Principais elementos da NBR ISO 14001:2004. ..................................................... 21 Figura 03: Fluxograma do Plano de implantação da NBR ISO 14001 .................................... 46 Figura 04: Mapa de Localização de Chapecó em Santa Catarina. ........................................... 49

Figura 05: Localização da empresa CETRIC ........................................................................... 50 Figura 06: Prédio Controle de acesso a portaria ....................................................................... 52 Figura 07: Balança Rodoviária da empresa .............................................................................. 53 Figura 08: Vala para destinação de Resíduos Classe II-A ....................................................... 55

Figura 09: Fluxograma da Síntese do processo de identificação e classificação de resíduos

para posterior tratamento e disposição final. ..................................................................... 58 Figura 10: Sistema de impermeabilização Vala Classe I. ........................................................ 61 Figura 11: Sistema de impermeabilização Vala Classe IIA ..................................................... 62

Figura 12: Sistema de Cobertura da Célula de disposição final Classe I. ................................ 63

Figura 13: Poços de monitoramento, instalados a jusante e a montante do empreendimento. 65 Figura 14: Lagoas Aeradas de Mistura Completa .................................................................... 67

Figura 15: Lagoa Facultativa Aerada ....................................................................................... 68 Figura 16: Tratamento Físico-químico. .................................................................................... 69 Figura 17: Fluxograma do sistema de tratamento de efluentes por oxi-coagulação eletrônica e

oxidação química por foto-fenton. ..................................................................................... 71 Figura 18: Laboratório interno da empresa .............................................................................. 75

Figura 19: Setor de filtros automotivos .................................................................................... 76

Figura 20: Setor de Beneficiamento de Isopor ......................................................................... 77

Figura 21: Equipamento descontaminador de lâmpadas fluorescentes (Papa-lâmpadas) ........ 78 Figura 22: Setor de limpeza e desinfecção de veículos e contêiners ........................................ 79

Figura 23: Setor de Trabalho da Administração ....................................................................... 80 Figura 24: Setor de Alimentação da empresa CETRIC ............................................................ 81

LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Dados da geração de resíduos sólidos industriais no Brasil ................................... 40 Tabela 02: Dimensões aproximadas para as valas de disposição final da Cetric Chapecó/SC 60 Tabela 03: Plano de ação para implementação do SGA ........................................................... 95

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: As normas NBR-ISO publicadas até o momento. ................................................. 19 Quadro 02: Aspectos e Impactos Ambientais de cópias de documentos ................................. 89 Quadro 03: Legislações pertinentes as atividades da empresa ................................................. 90

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 14 1.1 Objetivos .................................................................................................................... 16

1.1.1 Objetivos Gerais ................................................................................................. 16 1.1.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 18

2.1 NBR ISO 14.001 ........................................................................................................ 18 2.2 Os fatores que motivam a implantação de um SGA – ISO 14.001............................ 23 2.3 Fases de implantação de um SGA ISO 14.001 .......................................................... 25

2.3.1 Fase de planejamento.......................................................................................... 25

2.3.2 Avaliação de aspectos e impactos ambientais .................................................... 27 2.3.3 Elaboração da política ambiental ........................................................................ 28 2.3.4 Elaborando os objetivos e as metas .................................................................... 28 2.3.5 Implantação dos Programas de Gestão Ambiental ............................................. 29

2.4 Resíduos Sólidos Industriais ...................................................................................... 36

2.5 Gerenciamento de resíduos sólidos ............................................................................ 41 2.6 Aterro Sanitário .......................................................................................................... 42

3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 44 3.1 Seleção da Empresa ................................................................................................... 47

4 RESULTADOS ................................................................................................................. 48

4.1 Descrição da empresa em estudo ............................................................................... 48 4.1.1 Controle de acesso de portaria ............................................................................ 51

4.1.2 Balança rodoviária .............................................................................................. 52

4.1.3 Controle de destinação resíduos ......................................................................... 53

4.1.4 Área de triagem, Separação e Prensagem dos Resíduos .................................... 59 4.1.5 Controle Tecnológico de Impermeabilização Vala Classe I .............................. 59

4.1.6 Sistemas de drenos profundos de segurança....................................................... 60 4.1.7 Valas de disposição final .................................................................................... 60 4.1.8 Sistemas de cobertura das valas.......................................................................... 62 4.1.9 Sistema de drenos profundos de Segurança ....................................................... 64

4.1.10 Sistema de tratamento de efluentes atual ............................................................ 65 4.1.11 Sistema de tratamento de efluentes futuro .......................................................... 70 4.1.12 Laboratório de Análises Químicas ..................................................................... 73 4.1.13 Sistema de Drenagem de Líquidos Percolados................................................... 75 4.1.14 Prensagem de Filtros automotivos ...................................................................... 76

4.1.15 Setor de beneficiamento de Isopor ..................................................................... 76

4.1.16 Setor de Descontaminação de Lâmpadas florescentes ....................................... 77

4.1.17 Sistema de Monitoramento Topográfico ............................................................ 78 4.1.18 Local para limpeza e desinfecção de veículos e contêiners................................ 79 4.1.19 Setor de Administração ...................................................................................... 80 4.1.20 Setor de Alimentação.......................................................................................... 81

4.2 Proposta de Metodologia para futura Implementação da NBR ISO 14.001 .............. 81 4.2.1 Planejamento ...................................................................................................... 82

4.2.2 Avaliação ambiental inicial ................................................................................ 82 4.2.3 Políticas do sistema de gestão ............................................................................ 84

4.2.4 Requisitos Legais ................................................................................................ 85 4.2.5 Identificação e Avaliação de aspectos e impactos ambientais ........................... 86

12

4.2.6 Fluxograma e Layouts ........................................................................................ 87 4.2.7 Elaborar objetivos e metas .................................................................................. 90

4.2.8 Implantação dos programas de Gestão Ambiental ............................................. 91 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 97

5.1 Sugestões para trabalhos futuros ................................................................................ 98 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 99 ANEXOS/APÊNDICES ......................................................................................................... 106

Anexo 01 – Licença de Operação – FATMA ......................................................................... 107 Anexo 02 – Lista de Verificação para Diagnóstico Ambiental Inicia Sistemas de gestão

Existentes ................................................................................................................................ 109 Apêndice 03 – Orientação a Planilha CLAP da NAC ............................................................ 116 Apêndice 04 – Levantamento de Aspectos e Impactos, Perigos e Riscos .............................. 121

Apêndice 05- Layout e Mapa de Risco Aterro Classe I ......................................................... 133

Apêndice 06 – Layout e Mapa de Risco Aterro Classe I........................................................ 134

Apêndice 07 – Layout e Mapa de Risco E.T.E ...................................................................... 135 Apêndice 08 – Gestão de Mudanças....................................................................................... 136 Apêndice 09 – Ações Corretivas e Preventivas ...................................................................... 144 Apêndice 10- Controle de Documentos e Registros ............................................................... 149

Apêndice 11 – Plano de Auditoria Interna ............................................................................. 157

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

AVC – Avaliação do Ciclo de Vida

BSI – British Santards Institution

BVQI - Bureau Veritas Quality International

CETRIC – Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Industriais

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CB – Controle Brasileiro

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CTR – Central de Tratamento de Resíduos

CV - Cavalo Vapor

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio

DNV- Risk Based Certification

DQO – Demanda Química de Oxigênio

ETE – Estação de Tratamento de Efluentes

FATMA – Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina

FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

INMETRO- Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

LAO – Licença Ambiental de Operação

Km – Quilômetros

MMA – Ministério do Meio Ambiente

NAC - Norma Ambiental e Consultoria e Treinamento LTDA

RSI – Resíduos Sólidos Industriais

RACP – Relatório de ações corretivas e preventivas

PEAD – Manta de Polietileno de Alta Densidade

POAx – Processo de Oxidação Avançada

PCDA – Plano do Check Act

PGA – Programa de Gestão Ambienta;

SEBRAE – Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas

SIG – Sistema Integrado de Gestão

SGA – Sistemas de Gestão Ambiental

SGS – Empresa de Auditoria e Certificação

UVC – Radiação Ultra Violeta

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1 INTRODUÇÃO

A sociedade moderna tem sofrido conseqüências desenfreadas em relação ao

crescimento predatório das catástrofes naturais. Alterações climáticas, escassez dos recursos,

e vários outros problemas que vêem assolando a humanidade. Diante dessa situação, surge a

preocupação com o meio ambiente, a necessidade de conservá-lo, pois a importância dos

recursos naturais é fundamental para a sobrevivência humana, principalmente ao considerar

que, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico até aqui alcançado, ainda não existem

condições que possibilitem a substituição dos elementos fornecidos pela natureza.

Após a década de 70, o homem passou a tomar consciência do fato de que as raízes

dos problemas ambientais deveriam ser buscadas nas modalidades de desenvolvimento

econômico e tecnológico e de que não seria possível confrontá-los sem uma reflexão sobre o

padrão de desenvolvimento adotado. Isso levou a humanidade a repensar a sua forma de

desenvolvimento, essencialmente calcada na degradação ambiental, e fez surgir uma

abordagem de desenvolvimento sob uma nova ótica, conciliatória com a preservação

ambiental. Assim, surge o desenvolvimento sustentável (FIORILLO, 2006; SEIFFERT,

2006).

Diante dos últimos acontecimentos ambientais, vários setores sociais foram

influenciados. Os governos assumiram uma postura mais adequada quanto à legislação

ambiental, os consumidores passaram a dar preferência a produtos “ambientalmente corretos”

na decisão de compra pelo produto, as empresas estão mais atentas as responsabilidades

ambientais.

Weber (1999) esclarece que um dos últimos grupos a integrar a luta pela preservação

do meio ambiente e, talvez, o que traga resultados mais diretos em menos tempo, é o setor

empresarial. Movidos pela exigência de seus consumidores, inicialmente os europeus, as

empresa começam a perceber que seus clientes estavam dispostos a pagar mais por produtos

ambientalmente corretos, e mais, deixar de comprar aqueles que contribuíam para degradação

do Planeta. Além disto, a pressão popular atingiu também governos, que passaram a

estabelecer legislações ambientais cada vez mais rígidas, ao fazer com que empresas tenham

que adequar seus processos industriais, com o uso de tecnologias mais limpas.

Todos esses fatores acabam por influenciar os setores produtivos, que viram a

forçados adicionar a questão ambiental nas suas empresas, simultaneamente à necessidade de

novas técnicas administrativas voltadas ao gerenciamento dessas atividades, com preocupação

ambiental. Para tal fim, as organizações têm investidos nos sistemas de gestão ambiental

(SGAs).

Como forma de demonstrar ao consumidor a preocupação da empresa com o meio

ambiente surgiu o Sistema de Gestão Ambiental. É um sistema implantado na empresa onde a

mesma estabelece metas e cumpre requisitos ambientais dentro da empresa, sendo executado

desde o inicio das atividades até o final. Esses Sistemas de Gestão integrada também surgiram

como resposta a necessidades da empresa de uma forma racional e menos pesada para a

estrutura das organizações.

Moreira (2001) comenta que ao implementar um Sistema de Gestão Ambiental – SGA

como forma de gerenciamento das atividades organizacionais, deve-se lembrar que o

compromisso passa a ser permanente, pois exige uma mudança definitiva da antiga cultura e

das velhas práticas. Para tanto, é imprescindível a busca da melhoria contínua, princípio

fundamental de um SGA.

Contudo, o gerenciamento de um processo, por meio das ferramentas de um SGA

possibilita ganhos de produtividade e qualidade, além da satisfação das pessoas envolvidas

diretamente no processo, pois esses aprendem que sempre é possível fazer melhor e percebem

a evolução da qualidade de seus serviços. Atuar de maneira ambientalmente responsável é

ainda, hoje, um diferencial entre empresas, que as destacam no competitivo mercado, quanto

antes às empresas perceberem esta nova realidade maior será a chance de se manterem

(ANDRADE et al., 2000).

Para que o SGA de uma empresa seja certificado e reconhecido em todo o mundo, ele

deve atender aos requisitos da norma ISO 14001. Esta norma tem por objetivo prover as

organizações de elementos de um SGA eficaz, passível de integração com os demais objetivos

da organização.

A norma NBR ISO 14001 estabelece requisitos para gerenciamento de sistemas de

gestão ambiental (SGAs) sem definir a forma e o grau que eles devem ter ou alcançar,

permitindo, portanto, que as empresas desenvolvam suas próprias soluções para o

atendimento das exigências da norma.

Seiffert (2006) comenta que a evolução das iniciativas ambientais nas organizações

trouxe a necessidade de a gestão ambiental ser tratada enquanto sistema. Um SGA – 14001

tem entre seus elementos integrantes uma política ambiental, o estabelecimento de objetivos e

metas, o monitoramento e medição de sua eficácia, a correção de problemas associados à

16

implantação do sistema, além de sua análise e revisão como forma de aperfeiçoá-lo, o que

vem a melhorar o desempenho ambiental geral.

A idéia de aperfeiçoamento é central para a questão ambiental em sua abordagem

sistêmica, tendo-se em mente a complexidade em que se encontra inserida, o que demanda

contínua adaptação aos novos elementos que surgem. Assim, o SGA apresenta-se como um

processo estruturado que possibilita a melhoria contínua num ritmo estabelecido pela

organização de acordo com suas circunstâncias, inclusive econômicas (FALANDO EM

QUALIDADE, 2004).

Devido à exigência de seus clientes e a sua preocupação por práticas mais limpas de

produção e por certificações com reconhecimento internacional; do escasseamento dos

recursos naturais e meio ambiente a empresa CETRIC pretende adquirir a certificação IS0

14001. Esta norma será esclarecida a partir de uma revisão bibliográfica, sendo assim, esse

estudo será caracterizado como exploratório e descritivo. Salienta-se que este trabalho pode

proporcionar a disseminação das informações inerentes ao processo de implantação de um

SGA, seguindo as orientações da ISO 14001, para que empresas interessadas em obter a

certificação possam usar o estudo como um guia para implantar o seu próprio SGA. Cabe

ressaltar ainda, que apesar da relevância do tema, existem poucas publicações sobre o mesmo

enfocando a realidade brasileira.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivos Gerais

Este trabalho tem como objetivo geral, apresentar um plano para implantação de

sistemas de gestão ambiental com base na NBR ISO 14.001 na área de destinação final dos

resíduos coletados pela empresa.

1.1.2 Objetivos Específicos

Realizar o diagnóstico ambiental da empresa;

Levantar dados sobre requisitos legais;

Elaborar um plano de Gestão Ambiental para empresa;

Elaborar um plano de Auditoria Interna;

Incentivar a aplicação da NBR ISO 14001 a empresa CETRIC através da

incorporação da qualidade ambiental.

18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 NBR ISO 14.001

A criação da série ISO 14000 foi baseada em uma norma britânica pertencente à

British Santards Institution, a BSI 7750. A norma inglesa foi criada com o objetivo de adequar

as atividades das organizações, sejam elas indústrias ou do setor de serviços, a um maior

controle ambiental. (DE CICCO, 1994). Logo após a publicação da BSI 7750, em 1992, a

International Organization for Standardization (ISO) deu início a criação da ISO 14000, em

que foi elaborada por um Comitê Técnico, denominado de TC-207.

A “International Organisation for Standardisation” (ISO) é uma federação de

organismos de normalização de 130 países, um por país. A ISO é uma organização não

governamental e foi estabelecida em 1947. A sua missão consiste na promoção do

desenvolvimento da normalização e atividades relacionadas, em todo o mundo, como

elemento facilitador das trocas comerciais de bens e serviços, dentro dos princípios da

Organização Mundial do Comércio (APCER, 2003).

Quatro anos após o início das discussões teve sua primeira publicação, com a ISO

14001, norma referente aos requisitos necessários a implantação de um SGA. Esta norma foi

revisada em 2004, sendo que as modificações realizadas buscaram estabelecer um maior

esclarecimento dos requisitos.

Como a ISO 9000 serviu para atestar que as organizações, possuidoras da certificação,

possuíam suas atividades desenvolvidas por meio de um sistema de qualidade total a ISO

14001 tornou-se a norma utilizada para que as empresas pudessem implantar um sistema de

gestão ambiental e demonstrar, por meio, da certificação que estão em conformidade com o

controle de suas ações perante a natureza. Porém as normas da ISO 14000 não tratam apenas

do sistema de gestão, as empresas podem optar por avaliarem o ciclo de vida de um

determinado produto, sistema esse conhecido como AVC (avaliação do ciclo de vida).

(ARAUJO, 2001)

As normas da série ISO 14000 podem ser agrupadas, genericamente, em dois grandes

grupos: aquelas orientadas para processos (organizações) e aquelas orientadas para produtos,

como pode ser verificado na Figura 1 (TIBOR; FELDMAN, 1996).

Fonte: Tibor e Feldman (1996).

Figura 01: Divisão das normas ISO 14000 em normas orientadas para produtos e para

processos.

No Quadro 1 estão apresentadas todas as normas da série ISO 14000 traduzidas pelo

comitê brasileiro de gestão ambiental, o ABNT/CB-38, até o momento, utilizando como

fontes Lemos (2004) e o sítio do ABNT/CB-38 (ABNT/CB-38, 2006). As normas estão divi-

didas por assunto específico, de acordo com o subcomitê responsável por sua tradução.

Quadro 01: As normas NBR-ISO publicadas até o momento.

Subcomitê da ABNT/CB-38 Norma NBR-ISO

SC 01 – Sistemas de gestão ambiental NBR-ISO 140001:2004. Sistemas de gestão

ambiental – requisitos com orientação para

uso.

NBR-ISO 14004. Sistemas de gestão

ambiental – diretrizes gerais sobre princípios,

sistemas e técnicas de apoio.

SC 02 – Auditorias ambientais NBR-ISO 14015. Sistemas de gestão

ambiental – avaliações ambientais de

localidades organizações.

NBR-ISO 19011. Diretrizes para auditorias

de qualidade ambiental.

SC 03 – Rotulagem Ambiental NBR-ISO 14021. Auto declarações

ambientais (rótulo ambiental tipo II).

NBR-IS0 14024. Rotulo ambiental tipo I (de

20

terceira parte).

SC 04 – Avaliação de desempenho ambiental NBR- ISO 14031. Avaliação de desempenho

ambiental – diretrizes

SC 05 – Avaliação do ciclo de vida NBR-ISO 14040. Avaliação do ciclo de vida

– princípios e estrutura.

NBR-ISO14041. Avaliação do ciclo de vida

– definição do escopo e análise do inventário.

NBR-ISO14042. Avaliação do ciclo de vida

– avaliação do impacto do ciclo de vida.

NBR-ISO 14043. Avaliação do ciclo de vida

– interpretação do ciclo de vida.

SC 06 – Termos e definição NBR-ISO 14050. Rev. L. Termos e

definições.

SC 07 – Aspectos ambientais ao projeto e

desenvolvimento de produtos (ecodesign)

NBR- ISO TR 14062. É um relatório técnico,

com o mesmo titulo do subcomitê.

Fontes: Lemos (2004) e ABNT/CB-38 (2006).

De acordo com Lemos (2004), a ABNT criou o comitê brasileiro de gestão ambiental

(ABNT/CB-38), em abril de 1999, com estrutura bem semelhante à do comitê técnico de

gestão ambiental da ISO (ISO/TC 207). O papel do ABNT/CB-38 é participar das reuniões

internacionais de desenvolvimento das normas da ISO, representando os interesses brasileiros,

principalmente das grandes empresas, além de traduzir as normas publicadas pela ISO,

publicando as normas NBR-ISO.

A estrutura da norma ISO 14001:2004 segue da seguinte forma: introdução; objetivo;

referências normativas; termos e definições; requisitos do sistema de gestão ambiental

(requisitos gerais, política ambiental, planejamento, implantação e operação, verificação e

ação corretiva, e análise crítica pela administração); e orientações para o uso da norma (ISO,

2004). Seus principais elementos são representados pela espiral apresentada na Figura 1.

Figura 02: Principais elementos da NBR ISO 14001:2004.

FONTE: NBR ISO 14001:2004

Segundo Marshall et al, (2007) a Norma ISO 14.001 considera que a sua implementação e

operação se realizam por vários meios, assim como o seu monitoramento e medição realizam

por vários intermédios.

Um ponto chave da norma ISO 14001:2004 é a melhoria contínua dos processos e

produtos da organização. Uma diferenciação que deve ser feita para se atingir bons resultados

em termos de melhoria contínua é entre melhoria tática (nível operacional) e estratégica (nível

de sistema). Particularmente, a última assume grande importância e requer elaborações em

termos de indicadores de desempenho de processo/operacional e indicadores de desempenho

estratégico/gerencial, pois implicam maiores níveis de ambição ambiental, posto que

enfatizem não somente os processos internos da organização, mas também questões

fundamentais, tais como: análise de ciclo de vida, desenvolvimento de produtos orientados ao

meio ambiente e requisitos dos fornecedores (BROUWER; KOPPEN, 2007).

22

Gavronski et al. (2007) também caracterizam quatro dimensões de benefícios: benefícios

de produtividade (melhoria nas perspectivas das operações), benefícios financeiros

(economias advindas da maior eficiência dos processos), benefícios relacionados à sociedade

(relacionamento com stakeholders externos - governo e sociedade) e benefícios de marketing

(relacionamento com stakeholders de comércio - clientes, competidores e fornecedores). Com

relação a estas questões, destaca-se o grande papel dos stakeholders (partes interessadas nas

atividades da organização), também reportado por Zutshi e Sohal (2004).

No tocante à gestão ambiental privada, a família de normas ISO 14000 fornece às

organizações ferramentas de gerenciamento para o controle de seus aspectos ambientais e

para a melhoria de seu desempenho ambiental (ISO, 2002). Juntas, essas ferramentas podem

oferecer diversos benefícios econômicos, que estão associados a benefícios ambientais.

Segundo a ISO, estes benefícios incluem: redução no uso de matérias-primas; redução no

consumo de energia; melhoria da eficiência do processo; redução da geração de rejeitos e de

custos de disposição; e melhoria do gerenciamento de rejeitos, utilizando processos como a

reciclagem e a incineração para tratar resíduos sólidos ou utilizando técnicas mais eficientes

para o tratamento de efluentes líquidos.

A adequação ambiental de seus processos e produtos, atualmente, é um diferencial

importante para as organizações de todos os tipos e tamanhos obterem vantagens competitivas

no mercado doméstico, e também é imprescindível para as organizações que almejam atingir

o mercado internacional. A comprovação de que uma empresa possui um gerenciamento

ambiental correto se dá através da certificação em conformidade com a norma ISO

14001:2004, que é a única norma da série ISO 14000 certificável e que diz respeito ao sistema

de gestão ambiental (SGA) da organização, sendo este último a parte de seu sistema global de

gerenciamento usada para desenvolver e implementar sua política ambiental e para manejar

seus aspectos ambientais (DANSK STANDARD, 2000 apud JORGENSEN et al., 2006).

Entretanto, os custos para adoção da norma ISO 14001 são similares àqueles para adoção

da norma ISO 9000 de gestão da qualidade, como reportado por Miles et al. (1997). Os altos

custos relacionados à implementação da norma ISO 14001 podem, de fato, tornar-se uma

barreira para a entrada de muitas pequenas empresas. Entretanto, esses altos custos podem

deixar de ser uma barreira na medida em que a empresa comece com um sistema de gestão

ambiental básico, gradualmente transformando-o em um Sistema mais sofisticado (TIBOR;

FELDMAN, 1996 apud MILES et al., 1997).

Por meio de uma análise das empresas certificadas no Brasil, quando este alcançou a

marca de 2000 certificações (REVISTA MEIO AMBIENTE INDUSTRIAL, maio/junho de

2005), observa-se que a grande maioria delas é de médio ou grande porte. Isso indica uma

dificuldade das pequenas empresas em obter o certificado de sistema de gestão ambiental,

provavelmente devido aos custos inerentes à sua implantação.

No entanto, com o passar dos anos, esta tendência vem mudando, posto que grandes

empresas como a Petrobras estão sugerindo aos seus fornecedores que se certifiquem,

conforme reportado por Lemos (2004).

Após a adequação da empresa nas normas para certificação da ISO 14001 o Inmetro é o

organismo acreditador brasileiro, ou seja, é a instituição responsável por credenciar as

empresas responsáveis pela emissão dos certificados ISO 14001.

A norma NBR ISO 14.001: 2004 enfatizam que o sucesso do sistema depende do

comprometimento de todos os níveis e funções e especialmente da Alta Administração. Um

sistema deste tipo permite a uma organização desenvolver uma política ambiental, estabelecer

objetivos e processos para atingir os comprometimentos da política, agir, conforme

necessário, para melhorar seu desempenho e demonstrar a conformidade do sistema com os

requisitos desta Norma. A finalidade geral desta Norma é equilibrar a proteção ambiental e a

prevenção de poluição com as necessidades socioeconômicas.

2.2 Os fatores que motivam a implantação de um SGA – ISO 14.001

A decisão de implantação de um SGA na empresa é voluntária, é um fato que gera

muitas dúvidas de quais seriam os indicadores que levam a organização por optar por esse

sistema. Atualmente é considerado por uma razão bem clara que as empresas que incluam a

questão ambiental em seu planejamento administrativo, conseguem uma vantagem real sobre

as demais e um mercado cada vez mais competitivo.

Quando as organizações decidem implantar o seu SGA, elas não estão visando apenas

os benefícios financeiros - economia de matéria-prima, eficiência na produção e marketing.

Estão também, estimando os riscos de não gerenciar adequadamente seus aspectos ambientais

- acidentes, descumprimento da legislação ambiental, incapacidade de obter crédito bancário e

24

outros investimentos de capitais, além da perda de mercados por incapacidade competitiva

(SEBRAE, 2004).

Morrow e Rondinelli (2002) realizaram um trabalho onde pesquisaram estudos de caso

que apresentavam entrevistas com administradores acerca das motivações que os levaram a

adotar um SGA; a essa revisão adicionaram um estudo de caso realizado por eles,

investigando as mesmas motivações em indústrias alemãs de energia e gás. Os fatores

apontados no estudo são os mesmos apontados no restante da literatura, a saber:

Melhoria no desempenho ambiental, o que possibilita uma postura mais proativa, em

vez de apenas reativa, permitindo antever problemas antes que eles aconteçam. Um

SGA eficaz auxilia também a identificar possibilidades de melhoria no processo

produtivo, que de outra forma, poderiam passar despercebidos.

Aumento da competitividade, proporcionado pela conquista de novos mercados e

pelos investimentos possibilitados graças ao excedente de recursos advindos da

economia de insumos e energia e da diminuição de desperdícios que um SGA

proporciona. Outra vantagem se apresenta na forma de aumento de credibilidade

frente aos investidores, devido ao aumento da confiabilidade e segurança ambiental

demonstrada através de seu SGA; tal fator permite maiores investimentos e

crescimento da organização.

Destaca-se aqui, que além de economizar, a empresa pode ainda obter lucros; graças às

chamadas eco-inovação, onde resíduos do processo produtivo passam a se tornar produtos

passíveis de gerar renda com sua venda para outras indústrias (DAROIT e NASCIMENTO,

2000).

Melhoria da imagem pública, resultando em conquista de novos mercados, com consumidores

cada vez mais exigentes quanto à qualidade ambiental dos produtos. Outro resultado é a

atração de mais investimentos, com maiores facilidades de se obter crédito. Além dessas

questões, a melhoria da imagem institucional facilita o relacionamento com os respectivos

órgãos reguladores e fiscalizadores.

Facilidade de lidar com as questões legais. Um dos requisitos para a certificação ISO 14001 de

um SGA é o cumprimento de todos os requisitos legais, de forma que um SGA bem

estruturado facilita que a empresa esteja em conformidade nesta questão.

Os fatores apresentados ajudam a entender porque cada vez mais empresas buscam

implantar um SGA e certificá-lo. Devido à globalização, os mercados tornaram-se

acirradamente competitivos e há cada vez menos espaço para empresas que não busquem a

inovação de suas práticas gerenciais. Atualmente, qualquer detalhe pode ser um diferencial

mercadológico importante, pois muitos fatores se incorporaram ao conceito de qualidade.Os

consumidores modernos estão cada vez mais atentos e informados sobre questões referentes à

responsabilidade social das empresas que produzem seus produtos alvo. Questões de ética e

correção se incorporam crescentemente aos padrões de consumo vigentes, estando na moda o

“politicamente correto” e o chamado “consumo consciente”. (MICHELE DAS GRAÇAS

PACHECO FARIAS, 2008).

Especificamente, o processo de implantação de um sistema de gestão ambiental

(SGA), baseado na ISO 14001, exige, dos envolvidos, a aquisição de conhecimentos, a

aprendizagem de novos procedimentos e a re-aprendizagem de antigos hábitos, que

incorporem a variável ambiental nos processos da organização. Ferreira et al. (2003) afirmam

ainda que na tarefa de adaptar as empresas às pressões ambientais externas, os gestores, em

geral, enfrentam os desafios inerentes a um processo de mudança organizacional.

2.3 Fases de implantação de um SGA ISO 14.001

Para Seiffert (2007), o grande desafio para a implantação de SGAs é estabelecer um

fundamento metodológico que sirva de suporte ao seu desenvolvimento e, principalmente,

implantação e manutenção. Tendo em vista as dificuldades de pequenas e médias empresas, a

autora propõe um sistema de implantação cooperativa, onde as empresas participantes

reunissem recursos financeiros e compartilhassem os gastos e os benefícios na implantação do

sistema, o que ajudaria a reduzir os custos para organizações com este perfil.

Nesse item serão apresentadas as s fases de implantação de um SGA – ISO 14001, que

serão as seguintes: planejamento, implantação, verificação, ações corretivas e preventivas e

revisão crítica.

2.3.1 Fase de planejamento

É importante frisar que problemas ocorridos nesta fase podem inviabilizar a

implantação do SGA. Portanto, atenção especial deve ser dada a este primeiro passo.

26

Este subsistema envolve as determinantes legais relacionadas à questão ambiental na

implantação de um SGA (SEIFFERT, 2007). Como determina a norma ISO 14001, “a

organização deve estabelecer e manter procedimentos para identificar e ter acesso à legislação

e outros requisitos por ela subscritos aplicáveis aos aspectos ambientais de suas atividades,

produtos e serviços” (NBR ISO 14001:2004).

A norma de orientação NBR ISO 14004:1996 sugere algumas perguntas que deverão

dar suporte à empresa no momento da concepção deste subsistema:

1. Como a organização acessa e identifica os requisitos legais e outros requisitos

aplicáveis?

2. Como a organização acompanha os requisitos legais e outros requisitos?

3. Como a organização acompanha as alterações nos requisitos legais e outros requisitos?

4. Como a organização comunica informações pertinentes ao seu pessoal, no tocante aos

requisitos legais e outros requisitos?

A discussão em torno dessas questões permite identificar fontes de dados de informações,

bem como estabelecer a forma como elas serão processadas e resultarão em informações para

os outros subsistemas do SGA. Trata-se de um subsistema que deve atuar no sentido de

identificar, caracterizar e coletar as informações constantes dos requisitos legais,

disseminando-a entre os agentes responsáveis e interessados envolvidos com o SGA

(SEIFFERT, 2007).

De acordo com Cajazeira (1998), deve-se inicialmente recuperar toda a documentação

envolvida na obtenção do ciclo de licenças ambientais – localização, implantação e operação.

Ainda segundo o autor, no caso da licença de operação, cada condicionante deve ser

rigorosamente checada. Toda a correspondência entre o órgão ambiental e a empresa deve ser

resgatada.

Depois que toda a documentação referente às licenças estiver disponível, é hora de se

preocupar com a legislação relativa às suas atividades (CAJAZEIRA, 1998). É importante

salientar que todos os níveis de legislação devem ser observados – municipal, estadual,

federal e internacional, se for o caso. Além desses requisitos, a empresa deverá observar

também códigos industriais, normas voluntárias e compromissos contratuais (SEIFFERT,

2007).

Pode-se ressaltar que essa é uma das fases mais importante do processo para a obtenção da

certificação da ISO, pois precisa de profissionais com conhecimentos ambientais quanto de

legislações que são raros e caros no mercado.

Seiffert (2007) aponta uma alternativa a este empecilho, que é a compra de uma base de

dados específica sobre legislação ambiental. Sobre esta base, o departamento jurídico da

empresa ou a assessoria externa realiza uma primeira triagem dos itens legais relevantes. Em

seguida, os profissionais da área de meio ambiente fazem uma análise mais apurada, em

função das peculiaridades da empresa. Depois destas análises, as informações devem ser

incorporadas a um cadastro de requisitos legais e outros. É importante ressaltar que este

cadastro deve ser constantemente revisto e atualizado.

2.3.2 Avaliação de aspectos e impactos ambientais

A NBR ISO 14001:2004 define aspecto ambiental como: “elemento das atividades ou

produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente” (NBR

ISO 14001:2004).

A referida norma também conceitua impacto ambiental como: “Qualquer modificação

do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos

ambientais da organização” (NBR ISO 14001:2004).

A identificação dos aspectos ambientais associados a atividades, processos e produtos

é uma das etapas mais importantes da implementação de um SGA (TIBOR apud SEIFFERT,

2007). A adequada implementação deste subsistema é particularmente crítica para a

implantação de um SGA, porque determinará sua abrangência e robustez (SEIFFERT, 2007).

De acordo com o Guia de Implantação de SGA publicado pela EPA (2000), o trabalho nesta

fase envolve a reunião e organização das informações sobre as atividades da empresa. A

informação reunida deve abranger quatro tópicos:

• Mapeamento dos processos e atividades da empresa;

• Identificar as entradas e saídas para cada atividade, em todos os passos do processo;

• Identificar os aspectos ambientais associados em cada entrada e saída do processo;

• Identificar os requisitos legais e outros.

A mesma publicação destaca que o processo de identificação dos aspectos ambientais se

desenvolve de forma mais satisfatória se forem formados grupos de discussão com todos os

empregados da organização, o que permite um melhor comprometimento dos mesmos e a

28

consideração de diferentes perspectivas na observação dos aspectos ambientais presentes nas

atividades da empresa.

2.3.3 Elaboração da política ambiental

Este subsistema relaciona-se ao estabelecimento de parâmetros que orientem a gestão

ambiental da organização. A política da organização é entendida como um conjunto de

intenções sobre determinado assunto (SEIFFERT, 2007).

Segundo Cajazeira (1998), a formação da política ambiental vem sendo historicamente

um item normativo ainda delegado ao caráter empírico das organizações. Geralmente forma-

se um grupo de pessoas que, baseadas em políticas de outras empresas, elaboram um texto

quase sempre formado por frases de efeito, que no entanto, pouco tem a ver com as práticas e

anseios da organização.

De acordo com Assumpção (2004), a política ambiental é a força motriz para

implementação e aprimoramento do SGA de uma organização, permitindo que seu

desempenho ambiental seja mantido e aperfeiçoado. A norma recomenda que o contexto da

política declarada reflita realmente o comprometimento da alta administração com o

atendimento dos requisitos legais e com os outros que a empresa subscreve (ASSUMPÇÃO,

2004). Ainda segundo o autor, a política ambiental constitui a base sobre a qual a organização

estabelece seus objetivos e metas. É recomendado que a redação da política seja

suficientemente clara, para que o entendimento de todas as partes interessadas seja

inequívoco.

2.3.4 Elaborando os objetivos e as metas

Este subsistema caracteriza-se por buscar a elaboração e manutenção de objetivos e

metas claramente definidos e mensuráveis. Os objetivos e as metas devem estar relacionados

a cada nível e função organizacional que guarde alguma relação com a questão ambiental, os

quais devem ser pautados pela política ambiental, estabelecendo desta forma a junção das

diretrizes operacionais com a orientação geral dada à gestão ambiental. Esta vinculação entre

objetivos, metas e política deve buscar um comprometimento da organização com o controle,

a melhoria e a eliminação dos impactos ambientais adversos (SEIFFERT, 2007).

Objetivos ambientais são os propósitos, determinados pela organização, com relação

aos seus aspectos e impactos ambientais significativos e ao atendimento aos requisitos legais,

à luz da política ambiental estabelecida e tendo em vista as opções tecnológicas e os recursos

humanos, materiais e financeiros disponíveis (FIESP, 2007).

Metas ambientais são os resultados esperados e, sempre que possível, determinados ou

estimados de modo quantitativo, quanto ao atendimento dos objetivos definidos no âmbito do

SGA da organização. As metas devem ter a capacidade de indicar claramente se os objetivos

foram alcançados ou não. Ao final, o atendimento às metas estabelecidas levará às conclusões

sobre a melhoria do desempenho ambiental da organização, demonstrando se o SGA está

operando satisfatoriamente (FIESP, 2007).

De acordo com Seiffert (2007), é importante ter em mente que existe um inter-

relacionamento marcante entre este subsistema e os subsistemas Programas de Gestão

Ambiental, Aspectos/Impactos Ambientais e Requisitos legais. Ainda segundo a autora, a

elaboração de objetivos e metas pela organização e sua materialização através dos Programas

de Gestão Ambiental representam uma forma de gerenciamento de aspectos ambientais

significativos que apresentam uma importância estratégica para a mesma.

Para o alcance dos objetivos e metas, a organização deve estabelecer Programas de

Gestão ambiental que incluam: a atribuição de responsabilidades para atingir os objetivos e

metas em cada função e nível pertinente da organização e, os meios e o prazo no quais estes

devem ser atingidos (ASSUMPÇÃO, 2004).

2.3.5 Implantação dos Programas de Gestão Ambiental

O estabelecimento de uma forma sistematizada para o alcance de metas e objetivos

ambientais é responsabilidade do subsistema Programa de Gestão Ambiental (PGA). Neste

subsistema, são estabelecidos atribuições, responsabilidades, indicadores e recursos para o

alcance de metas e objetivos ambientais. Desta forma, o PGA trata do estabelecimento formal

das linhas de ação que a empresa irá desenvolver (SEIFFERT, 2007).

30

A FIESP (2007) recomenda que deve-se sempre associar as atividades e os parâmetros

dos programas com os objetivos e metas, por sua vez associados aos aspectos e impactos

ambientais significativos que se pretende tratar e reduzir.

2.3.5.1 Fase de implantação

A definição da estrutura e das responsabilidades relacionadas ao SGA encontra-se

diretamente relacionada à implementação e à operacionalização do sistema. A partir de seu

estabelecimento, torna-se possível seu desenvolvimento e continuidade da implantação do

SGA. Isso decorre do fato de que passa a existir uma definição de atribuições permanentes

para os vários sujeitos envolvidos, bem como a coordenação de seus esforços frente ao

aparato desenvolvido para a gestão ambiental na organização (SEIFFERT, 2007).

A FIESP publicou em 2007 uma espécie de roteiro de orientação, que entre outras coisas,

trata da implantação do SGA. Neste manual, a fase de implementação e operação é descrita

em tópicos, como exposto a seguir.

1. Indicação de representante da alta administração para assegurar o estabelecimento, a

implementação e a manutenção do SGA, além de relatar o desempenho ambiental alcançado e

fazer recomendações de melhoria. A atribuição de sua função, juntamente com suas

responsabilidades, deverá ser documentada e comunicada internamente e às partes

interessadas, constando inclusive no organograma da empresa.

2. Alocação de recursos humanos, formação ou aquisição de profissionais com habilidades

especializadas ou, ainda, a contratação de serviços especializados, se for o caso, para

implementar os programas ambientais, essência do SGA. Este comprometimento da alta

organização deverá estar expresso, documentado e comunicado, internamente e às partes

interessadas.

3. Atribuição de responsabilidades, autoridades e funções, para implementação e manutenção do

SGA, a serem claramente definidas dentro do organograma da organização, sendo

documentadas e comunicadas.

4. Criação ou disponibilização de infra-estrutura e aquisição de tecnologia e disponibilização de

recursos financeiros, para a execução dos programas ambientais e para atender aos requisitos

da norma ISO 14001, nesta fase.

5. Identificação da necessidade e provimento de treinamento e conscientização de todos na

organização e também daqueles que a representem, formando competências para

implementação e manutenção do SGA.

6. Definição, implementação e documentação de procedimentos para que todas as pessoas que

trabalhem na organização e atuem em seu nome tenham consciência de que e do porque:

a) É importante estar em conformidade com a política ambiental e com os requisitos do

SGA da organização;

b) A melhoria do desempenho pessoal traz benefícios ambientais e cada função está

potencialmente associada a aspectos ambientais significativos e seus respectivos

impactos;

c) Suas funções e responsabilidades, atribuídas pela administração, implicam ficar em

conformidade com os requisitos do SGA;

d) A não observância de procedimentos especificados para sua função, no âmbito do SGA,

pode trazer conseqüências.

7. Identificação, planejamento e definição de procedimentos documentados daquelas

operações da organização que estejam associadas aos aspectos e impactos ambientais

significativos, de modo a implementar controle operacional como elemento do SGA,

diminuindo a possibilidade de ocorrência de desvios em relação à política, aos

objetivos e às metas ambientais. Estes procedimentos devem ser definidos também

para produtos e serviços fornecidos à organização, comunicando a necessidade de

cumprimento dos requisitos de controle de certas operações, aos fornecedores e

prestadores de serviços.

8. Estabelecimento, implementação e manutenção de procedimentos documentados para

identificar, prever e responder a reais e potenciais situações de emergência e acidentes,

relacionados aos seus aspectos e impactos ambientais significativos. A resposta deve

envolver ações de prevenção ou mitigação de impactos ambientais adversos. A

organização deve periodicamente analisar e rever procedimentos, além de realizar

testes e simulações de acidentes e simulações de emergência.

9. Determinação, implementação e documentação de procedimentos para comunicação

interna e às partes interessadas, sobre os aspectos ambientais e o SGA da organização,

e decisão documentada sobre se e como a organização vai providenciar a comunicação

externa, ao público em geral.

32

10. Muitos dos requisitos anteriores de planejamento, implementação e operação do SGA

necessitam ser documentados, tendo este termo aparecido onde a documentação é, de

fato, um requisito. Não se pode esquecer que a importância da documentação no caso

do SGA não tem apenas função burocrática e/ou de permitir auditoria e certificação. A

documentação de, no mínimo, a) a política ambiental, os objetivos e as metas

ambientais da organização e, em conseqüência, de seus programas ambientais; b) o

escopo do SGA; c) todos os requisitos exigidos pela norma, tais como os requisitos

legais e outros requisitos, subscritos pela organização; d) os programas de treinamento

e conscientização; e) as simulações para atendimento e resposta a situações de

emergência, envolvendo aspectos e impactos ambientais significativos; f) os registros

específicos, importantes principalmente na fase de verificação de tudo aquilo que a

organização entende como importante para planejar, operar e controlar processos

relativos aos seus aspectos ambientais significativos.

11. A documentação deve ser controlada, ou seja, planejada, analisada, aprovada, revista e

aprovada novamente, sempre que necessário, de modo a evitar a incorreta

implementação, manutenção, verificação e revisão dos elementos do SGA, por causa

de desatualização, obsolescência, erro de aplicação ou inadequação ao objetivo a que

se propõe, entre outros problemas.

2.3.5.2 Fase de verificação e ações corretivas e preventivas

Realização de monitoramento e medições

Esse subsistema envolve o estabelecimento e a manutenção de procedimentos

documentados para monitorar e medir, periodicamente, as características principais das

operações e atividades de uma organização que possam ter um impacto significativo sobre o

meio ambiente. Tais procedimentos incluem o registro de informações para acompanhar o

desempenho, controles operacionais pertinentes e a conformidade com os objetivos e metas da

empresa (SEIFFERT, 2007).

A organização deve assegurar que equipamentos de monitoramento e medição

calibrados ou verificados sejam utilizados e mantidos, devendo-se reter os registros

associados (ASSUMPÇÃO, 2004).

Para Seiffert (2007), o processo de medição é uma forma de avaliação do desempenho

ambiental essencial para o SGA. A idéia básica é que, sem uma medição efetiva de

desempenho com base em parâmetros objetivos, não é possível melhorá-lo. Segundo esta

autora, a medição e o monitoramento estabelecem a estrutura para a gestão, no sentido de que

uma empresa só pode gerenciar eficazmente aquilo que pode medir.

Deverão ser monitorados em uma escala de prioridades os aspectos ambientais que se

referem a parâmetros de desempenho que estão associados a requisitos legais. A partir do

momento em que o desempenho ambiental da empresa vai melhorando em relação a esses

parâmetros de monitoramento, posteriormente outros podem ser eleitos visando ao

comprometimento com a melhoria contínua. Assim, podem ser monitorados tanto parâmetros

associados a controles operacionais, como aos objetivos e metas estabelecidos. Nesse caso,

tais parâmetros passam a ser indicadores de desempenho ambiental (SEIFFERT, 2007).

Não conformidade e ação Corretiva/Preventiva

A NBR ISO 14001:2004 determina que a organização deve estabelecer, implementar e

manter procedimentos para tratar as não conformidades reais e potenciais, e para executar

ações corretivas e preventivas. Os procedimentos devem definir requisitos para:

a) Identificar e corrigir não conformidades e executar ações para mitigar seus impactos

ambientais;

b) Investigar não conformidades, determinar suas causas e executar ações para evitar sua

repetição;

c) Avaliar a necessidade de ações para prevenir não conformidades e implementar ações

apropriadas para evitar sua ocorrência;

d) Registrar os resultados das ações corretivas e preventivas executadas;

e) Analisar a eficácia das ações corretivas e preventivas executadas.

A organização deve assegurar que sejam feitas as mudanças necessárias na documentação

do SGA.

34

Na maioria das organizações, as ações corretivas associadas ao sistema da qualidade,

normalmente são discutidas por um grupo que se reúne semanalmente. Para ações corretivas

de cunho ambiental isso não é adequado. O potencial de risco legal e outras responsabilidades

requerem uma resposta mais rápida. Geralmente, os responsáveis da área de qualidade não

têm conhecimento e autonomia para assumir a responsabilidade por ações corretivas

associadas ao SGA sem um apoio específico de técnicos da área ambiental (SEIFFERT,

2007).

As fontes de identificação de não conformidades podem ser o monitoramento ambiental,

as auditorias, as sugestões de funcionários, as reclamações procedentes de partes

interessadas, etc. (ASSUMPÇÃO, 2004).

Estabelecimento do controle de registros

O subsistema que compõe os registros ambientais possibilita à organização estabelecer

e manter procedimentos para a identificação, manutenção e eliminação de registros

ambientais. Os registros devem incluir dados de treinamentos, resultados de auditorias e

análises críticas. O formato dos registros ambientais deve ser legível e identificado, de modo a

possibilitar o rastreamento de atividades, produtos ou serviços. Os registros devem ser

arquivados e mantidos de maneira que permita seu rápido acesso, também sendo protegidos

contra avarias, deteriorações ou perdas, sendo seu período de retenção preestabelecido e

registrado. Esse subsistema pode ser atendido plenamente pelo procedimento que já atende

aos requisitos da ISO 9001 sem nenhuma alteração (SEIFFERT, 2007).

Definição da sistemática de auditoria do SGA

Outro subsistema que deve compor o SGA é aquele encarregado de suas auditorias.

Este subsistema visa estabelecer e manter programas e procedimentos de auditorias

periódicas. Busca-se determinar se o SGA está em conformidade com as diretrizes

estabelecidas para a gestão ambiental, bem como as da norma ISO 14001, além de verificar

sua efetiva implantação e manutenção (SEIFFERT, 2007).

De acordo com Cajazeira (1998), as auditorias podem ser classificadas como:

a) De primeira parte – quando a auditoria é executada pela própria organização.

b) De segunda parte – quando a auditoria é realizada por uma organização sobre a outra

com propósitos próprios, caso típico de auditoria de fornecedores.

c) De terceira parte – quando uma organização independente efetua a auditoria sobre

outra organização. São tipicamente as auditorias de certificação, efetuadas pelo BVQI,

ABS, DNV, SGS, entre outras.

O autor também classifica as auditorias segundo o tipo, a saber:

a) De adequação – determina a extensão da adequação de um sistema documentado,

representado por um manual e procedimentos, frente aos requisitos da norma em

questão.

b) De conformidade – determina a extensão pelo qual um sistema documentado é

entendido, implantado e observado por uma organização. Neste tipo de auditoria, o

auditor procura pela conformidade entre o arranjo estabelecido e a implantação do

arranjo organizacional.

c) De produto, projeto e processo – é uma auditoria vertical que observa o sistema

produtivo de um produto específico ou serviço.

Para Donaire (1999), a auditoria ambiental é um fator importante para uma efetiva política

de minimização dos impactos ambientais das empresas e de redução de seus níveis de

poluição. Ainda segundo o autor, sua execução constitui-se num critério essencial para que

investidores e acionistas possam avaliar o passivo ambiental da empresa e fazer sua projeção

para sua situação no longo prazo.

Realização da revisão crítica pela alta administração

Para a administração desse elemento da norma, sugere-se montar um manual contendo

todas as informações sobre o gerenciamento dos aspectos ambientais da unidade. Nele,

podem-se registrar o andamento e as evoluções ocorridas com os aspectos ambientais. Esse

36

manual deve ser atualizado periodicamente e levado para conhecimento da alta administração

(ASSUMPÇÃO, 2004).

De acordo com Seiffert (2007), as reuniões de análise crítica devem ocorrer

mensalmente, pelo menos durante a fase de implantação, para discussão das condições de

implantação do SGA, avaliação dos pontos fracos e proposição de medidas visando à solução

dos problemas detectados. Essas reuniões são particularmente importantes após a realização

das auditorias, onde as constatações do relatório de auditoria serão discutidas e propostas as

soluções, visando a melhoria contínua.

2.4 Resíduos Sólidos Industriais

De acordo com a Norma Brasileira – NBR 10.004, da Associação Brasileiras de

Normas Técnicas – ABNT (2004), resíduos sólidos são aqueles que se encontram nos estados

sólidos e semi-sólidos, resultantes de atividade industrial, doméstica, hospitalar, comercial,

agrícola, de serviços e de varrição. Esta definição inclui, ainda, os lodos provenientes de

sistemas de tratamento de água, os gerados em equipamentos e instalações de controle de

poluição e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública

de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso intervenções técnicas e economicamente

viáveis em razão da melhor tecnologia disponível.

O lixo gerado pelas atividades agrícolas e industriais é tecnicamente conhecido como

resíduo e os geradores são obrigados a cuidar do gerenciamento, transporte, tratamento e

destinação final de seus resíduos, e essa responsabilidade é para sempre. O lixo doméstico é

apenas uma pequena parte de todo o lixo produzido. A indústria é responsável por grande

quantidade de resíduo – sobras de carvão mineral, refugos da indústria metalúrgica, resíduo

químico e gás e fumaça lançados pelas chaminés das fábricas.

NAUMOFF & PERES (2000) cita que os resíduos sólidos são originados das atividades

dos diversos ramos da indústria, tais como metalúrgica, química, petroquímica, papeleira,

alimentícia etc, sendo bastante variados, podendo ser representados por cinzas, lodos, óleos,

resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras, borrachas, metais, escórias,

vidros e cerâmicas, dentre outros.

Quanto à classificação dos resíduos sólidos, se dá pela ABNT NBR 10004:2004

(BRASIL, 2004), que trata dos resíduos sólidos (classificação), classificando-os quanto aos

seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, indicando quais deles devem ter

manuseio e destinação mais rigidamente controlados por métodos que sejam eficazes para

diminuir ou eliminar sua periculosidade.

A classificação dos resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes

deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com

listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente seja conhecido.

A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser

criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias primas, insumos e o processo que lhe deu

origem (PINTO, 2004). Segundo a ABNT NBR 10004:2004, os resíduos são classificados em

dois grupos – Perigosos e Não perigosos, sendo ainda este último grupo subdividido em

resíduos Não inertes e Inertes:

• Classe I ou Perigosos - São aqueles que, em função se suas características intrínsecas de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam

riscos à saúde pública através do aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda

provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma

inadequada.

• Classe II A ou Não-Inertes – São os resíduos que podem apresentar características de

combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar

riscos à saúde ou ao meio ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos

Classe I – Perigosos ou Classe II B – Inertes.

• Classe II B ou Inertes – São aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem

riscos à saúde e ao meio ambiente, e que, quando amostrados de forma representativa,

segundo a norma NBR 10.007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água

destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundo

a norma NBR 10.006 da ABNT (2004), não tiverem nenhum de seus constituintes

solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme

listagem nº. 8 (NBR 10.004 Anexo H), excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez

e sabor.

Tais resíduos são classificados com base nas suas propriedades físicas, químicas ou

infectocontagiosas e com base na identificação de contaminantes presentes na massa. Essa

identificação, contudo é bastante complexa em inúmeros casos. Portanto, um conhecimento

38

prévio do processo industrial é imprescindível para a classificação do resíduo, identificação

das substâncias presentes nele e verificação de sua periculosidade.

Quando um resíduo possui origem desconhecida, o trabalho para classificá-lo torna-se

ainda mais complexo e com isto requer maior tempo e custo para que se consiga classificá-lo

corretamente (PINTO, 2004). Muitas vezes, mesmo aqueles com origem conhecida, tornam-

se impossível conseguir uma resposta conclusiva e, nesses casos, será necessário analisar

parâmetros indiretos, ou mesmo realizar ensaios (CETESB, 201).

Durante o processamento industrial podem ser gerados Resíduos Sólidos Perigosos Não-

Inertes ou Inertes o que recomenda atenção nos setores operacional e de meio ambiente da

indústria, a fim de evitar a mistura desses resíduos durante as atividades de acondicionamento,

coleta, tratamento e destino final.

A necessidade de aplicar medidas especiais nas fases estará baseada em sua

classificação que certamente influirá em uma elevação dos custos. Por isso, é de fundamental

importância que se consiga determinar a classificação de um resíduo (CETESB, 2011).

Os resíduos sólidos industriais causam impactos significativos, de maneira a serem

considerados irreversíveis do ponto de vista de saúde pública e ambiental. Os mesmos

comprometem a saúde das pessoas dos animais e do meio ambiente, transcendendo a área

física em que foram depositados, afetando pessoas e o meio físico além de comprometer os

mananciais de águas superficiais e também subterrâneos devido à infiltração do lixiviado

gerado em locais onde o mesmo é depositado sem impermeabilização do solo em uma parcela

significativa e maior principalmente em grandes centros urbanos de grandes cidades, onde o

índice de resíduos gerados diariamente é abundante em escala maior do que em pequenas

cidades (AWAZU, 1997; ALVES,1997 apud BRITO, 1999).

Os principais pontos referentes aos problemas dos resíduos sólidos industriais são

principalmente os seguintes: ausência de controle oficial institucionalizado e atualizado sobre

o problema, sendo que existem empresas prestadoras de serviço sem qualificação necessária

para tal determinada atividade de trabalho com profissionais inexperientes, ausência por parte

da sociedade quanto à importância da destinação final dos resíduos como comprometimento

com separação e acondicionamento correto em locais adequados, ausência de programa

estadual de gerenciamento dos resíduos sólidos e a excessiva burocracia na busca e obtenção

de autorizações oficiais (AWAZU, 1997 apud BRITO, 1999).

Em 1998 foi publicada a Resolução CONAMA n° 06, que impôs as empresas a

necessidade das mesmas apresentarem informações sobre os seus resíduos gerados. O

controle ambiental das atividades impactantes ao meio ambiente tem como ferramentas de

ação: o licenciamento, o monitoramento, a fiscalização e a educação ambiental. Assim, o

controle das atividades potencialmente poluidoras é um instrumento efetivo, regulamentado

pela legislação ambiental brasileira, sendo de responsabilidade do Estado a sua aplicação.

No Brasil, o gerador é responsável pelo resíduo gerado. No país, a responsabilidade do

gerador pelo gerenciamento de resíduos está descrita no Art. 10 da Política Nacional de

Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10). Tal lei afirma que os resíduos gerados em uma

localidade deveriam seguir as normas legais e técnicas vigentes dando preferência para

disposição final ou tratamento no local onde foram gerados. Em 1999, o Ministério do Meio

Ambiente – MMA, em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis - IBAMA, lançou edital para que de forma espontânea os estados

interessados apresentassem um projeto que vise à elaboração de um inventário estadual dos

resíduos industriais. No ano de 2002, com a publicação da Resolução CONAMA n° 313, que

fala sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais (RSI), a Resolução n°

06/1988 foi revogada.

As obrigações impostas pela Resolução CONAMA n° 313/02 serviram de auxilio para a

elaboração de diretrizes nacionais, programas estaduais e o Plano Nacional para

Gerenciamento de RSI, uma vez que o inventário é um instrumento fundamental de política

visando o controle e a gestão de resíduos industriais no país, ficando claro que tais dados

deveriam ser apresentados até novembro de 2003 aos órgãos competentes e passando-se dois

meses da publicação da resolução, as indústrias ficam obrigadas a atualizar mensalmente os

dados sobre seus resíduos gerados. Assim foi possível coletar dados que resultaram no Plano

Nacional de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais, preliminar, tais dados são

demonstrados na tabela a baixo.

ESTADO

RESÍDUOS

SÓLIDOS

PERIGOSOS

RESÍDUOS

SÓLIDOS NÃO

PERIGOSOS

TOTAIS

Toneladas/ano Toneladas/ano Toneladas/ano

Acre (AC) 5.500 112.785 118.265

Amapá (AP) 14.341 73.211 87.552

Ceará (CE) 115.238 293.831 509.069

Goiás (GO) 1.044.947 12.657.326 13.701.273

40

Mato Grosso (MT) 46.298 3.448.856 3.495.154

Minas Gerais (MG) 828.183 12.337.011 15.165.194

Paraíba (PB) 657 6.128.750 6.129.407

Pernambuco(PE) 81.183 7.267.930 7.349.513

Paraná (PR) 634.543 15.106.393 15.749.936

Rio Grande do Norte (RN) 3.363 1.543.450 1.546.813

Rio Grande do Sul (RS) 182.170 946.900 1.129.070

Rio de Janeiro (RJ) 293.953 7.768.562 6.062.515

São Paulo (SP) 535.615 26.084.062 26.619.677

TOTAL 3.786.391 93.869.046 97.655.438

Fonte: Inventario estaduais de RSI, Panorama das estimativas de resíduos Industriais ABERTRE/FGV.

Tabela 01: Dados da geração de resíduos sólidos industriais no Brasil

Como 2014 é o prazo para os municípios entregarem os dados municipais para criação

do inventário estadual de resíduos sólidos industriais, os tais dados obtidos agora são parciais

e por isso, estados como Santa Catarina – SC ainda não tem dados confiáveis de volume de

resíduos gerados, pois somente alguns municípios do estado já fizeram seus inventários de

RSI.

A compreensão deste problema gerado pelo mau gerenciamento deste tipo de resíduo e

a busca por soluções implicam na adoção de novas tecnologias. Pois são lentas as mudanças

na diminuição do potencial poluidor do parque industrial brasileiro, fazendo-se necessário,

grandes investimentos no controle ambiental e com gastos da despoluição para controlar a

emissão de poluentes, o lançamento de efluentes e o depósito irregular de resíduos perigosos

(KRAEMER, 2006). Segundo o diretor executivo da Abrelpe, (Associação Brasileira de

Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), SILVA FILHO, Carlos, em 2011 “Teve-

se um problema de destinação inadequada de 42% dos resíduos sólidos”. Mostrando que

grande parte do problema ainda está sem solução e que a fiscalização é insuficiente.

2.5 Gerenciamento de resíduos sólidos

A gestão de resíduos sólidos industriais é uma expressão muito utilizada hoje,

principalmente em função da aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei

12.350/2010). Pode-se dizer que gerenciamento refere-se ao conjunto de ações e gestão é a

política que rege estas ações.

As atividades industriais geram resíduos sólidos, de diferentes características e

quantidades, que precisam ser gerenciados adequadamente para não causar poluição

ambiental e danos à saúde do homem. A Lei número 12.305/2010, que institui a Política

Nacional dos Resíduos Sólidos, estabelece a seguinte ordem de prioridade no gerenciamento

dos resíduos: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos e

disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. A adoção destas estratégias no

gerenciamento dos resíduos industriais é um desafio tendo em vista que a maioria das

empresas ainda está focada na abordagem convencional de fim-de-tubo. Especial atenção

ainda deve ser dada as empresas de pequeno e médio porte que costumam apresentar maiores

dificuldades para o desenvolvimento de práticas de gestão ambiental por disporem de recursos

financeiros mais limitados que empresas maiores, além de normalmente contarem com uma

falta de estrutura organizacional adequada. A produção mais limpa pode ser uma importante

aliada no gerenciamento dos resíduos sólidos, pois se trata da aplicação de uma estratégia

técnica, econômica e ambiental integrada aos processos e produtos, com o objetivo de

aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, através da não geração, minimização ou

reciclagem dos resíduos e emissões. (SIMIÃO, Juliana, 2011).

O conceito de Produção Limpa foi criado nos Estados Unidos a partir de 1993, a partir

do qual outros programas foram sendo implantado em diferentes países, especialmente na

Europa, o que impulsionou os debates sobre as normas técnicas, entre as quais, a ISO 14000,

principalmente no que se refere à “gestão ambiental, rotulagem ambiental e procedimentos

para concessão de selo verde, auditoria, gestão e avaliação do desempenho ambiental,

avaliação do ciclo de vida de produtos, definições e procedimentos para a introdução de

elementos ambientais nas normas de produtos” (SILVA & SILVA, 2000).

Segundo Barbieri (2004, apud Oura; Souza, 2007), do ponto de vista ambiental, as

soluções voltadas exclusivamente para o controle da poluição são fundamentais, porém,

insuficientes, na medida em que atuam apenas sobre a poluição. A abordagem de controle da

42

poluição caracteriza-se pelo estabelecimento de práticas para impedir os efeitos decorrentes

da poluição gerada por um dado processo. Em geral, este tipo de abordagem tem o objetivo de

atender às exigências estabelecidas nos instrumentos de comando e controle aos quais a

empresa está sujeita.

A poluição provocada pelas indústrias a nível mundial é resultante de processos de

produção ineficientes. Através da inovação tecnológica, vários setores colaboraram no sentido

de eliminar o problema de impacto ambiental do processo produtivo, reduzindo custos e

aumentando a competitividade (OURA & SOUZA, 2007).

Considerando a produção industrial, Frondizi (1996), “poluição é sinônimo de desperdício e

ineficiência produtiva”, dentro desta mesma visão Valle (1995) coloca, os resíduos industriais

representam na maioria dos casos, perdas de matérias-prima e insumos.

Com relação à prevenção da poluição ou de geração de resíduos, a empresa atua de

forma direta sobre os produtos e processos, com o objetivo de poupar materiais e energia.

Dessa forma, uma ação de prevenção combina dois fatores ambientais: o uso sustentável dos

recursos e o controle da poluição (OURA & SOUZA, 2007).

2.6 Aterro Sanitário

A disposição dos resíduos em aterros industriais é muito utilizada, pois essas grandes

escavações no terreno armazenam grande volume desse material. Contudo, os aterros

sanitários precisam ser construídos e operados com grande segurança, para que não ocorra

contato do material com o solo ou percolação de líquidos para o aqüífero livre. No caso de

poluição / contaminação do meio ambiente, próximo de aterros industriais, o responsável pelo

empreendimento pode ter transtornos jurídicos para justificar esse passivo ambiental. Vale

observar que as normas brasileiras de aterros de resíduos perigosos (NBR 10157) e não

perigosos (NBR 13896) estabelecem que, após o encerramento da capacidade do aterro, a

empresa responsável deverá monitorar as águas subterrâneas por 20 anos e realizar a

manutenção do mesmo.

No caso dos resíduos sólidos industriais, é preciso que o gerenciamento e o manuseio

sejam bem planejados para que esses materiais sejam rapidamente removidos e destinados de

forma adequada. Além disso, existe a possibilidade de reutilização e reciclagem de parte dos

resíduos sólidos antes da definição do procedimento que será utilizado, ou seja, se os resíduos

serão encapsulados, incinerados ou dispostos em aterros industriais.

A forma mais correta de disposição de resíduos sólidos é em aterros sanitários e a

NBR 8.419 (1985), define a técnica da seguinte forma: “os aterros sanitários de resíduos

sólidos urbanos, consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem

causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais,

método este que utiliza os princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos ao

menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada

jornada de trabalho ou a intervalos menores se for necessário”.

Aterro sanitário também pode ser definido como um aterro de resíduos sólidos

urbanos, ou seja, adequado para a recepção de resíduos de origem doméstica, varrição de vias

públicas e comércios. É um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo,

que fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, permite a

confinação segura em termos de controle de poluição ambiental, proteção à saúde pública; ou,

forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo, através de confinamento em

camadas cobertas com material inerte, geralmente, solo, de acordo com normas operacionais

específicas, e de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os

impactos ambientais (AMBIENTE BRASIL, 2008).

Quando se fala de resíduos sólidos é importante diferenciá-los quanto a sua

periculosidade, ou seja, característica apresentada pelo resíduo em função de suas

propriedades físicas, químicas ou toxicológicas, que podem representar potencial risco de vida

à saúde pública e ao meio ambiente. São várias as maneiras de se classificar resíduos sólidos,

porém as mais comuns são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente

quanto à natureza ou origem.

Assim, os aterros industriais acabam sendo a solução mais utilizada para a disposição

final dos resíduos sólidos, sendo importante citar que necessitam de grandes áreas e que

constituem sistemas de tratamento do Chorume.

44

3 METODOLOGIA

Para elaboração do plano de implantação da ISO 14001 na empresa, inicialmente

foi necessária uma revisão bibliográfica a respeito das normas da ISO 14001 – Sistemas de

Gestão Ambiental – Resíduos Sólidos Industriais – Destinação final de resíduos sólidos

industriais. Esta revisão, fundamentada a diversas fontes acadêmicas, como livros, teses,

dissertações, monografias, artigos, etc. Alem dessas fontes, feitos também acessos à internet

(a rede mundial de computadores) para consultar algumas home pages ou páginas de

interesse. Vale ressaltar que toda a legislação ambiental e os requisitos legais pertinentes

também foram consultados.

Neste sentindo, pode-se descrever esse método da seguinte forma:

b) Pesquisa bibliográfica – de fonte secundária abrange toda

bibliografia pública com relação ao tema de estudo, desde publicações

avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias,

teses, material cartográfico, etc., incluindo meios de comunicação

orais, como rádio, gravações em fitas magnéticas ou audiovisuais

(filmes, televisão). A finalidade é colocar o pesquisador em contato

direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre certo assunto,

inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos

de alguma forma (FICAGNA et.al., 2007, p. 94).

Os artigos sobre implantação da ISO 14001 em empresas já certificadas indicam que o

processo de implantação pode ser substancialmente simplificado. Este embasamento forneceu

dados para a elaboração de um planejamento sistemático de Sistema Integrado de Gestão –

objeto deste trabalho.

Partindo deste conceito de revisão bibliográfica, e para melhor chegar aos objetivos

propostos deste trabalho, foram acompanhadas as atividades da empresa do início ao final

durante o período de estágio.

Em seqüência o trabalho, levando em consideração o objetivo geral, classifica-se como

exploratório:

[...] que tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.

Na maioria dos casos envolve o levantamento bibliográfico, a

realização de entrevista com pessoas que possuem experiência prática

com o problema pesquisado e a análise de exemplos que estimulem a

compreensão (DIEHL; TATIM, 2004, p.53-4).

Após, procurou-se verificar aspectos da empresa CETRIC no que diz respeito as suas

atividades – tratamento e disposição final de resíduos que podem ser aperfeiçoados por novas

técnicas ou procedimentos com o objetivo de conseguir a certificação ISO 14001 para a

mesma.

A variável principal do estudo é verificar a possibilidade de obtenção da certificação

ISO 14001 para a empresa CETRIC, partindo das práticas já adotadas pela mesma no sentido

de desenvolver suas atividades forma ecologicamente correta, visando à sustentabilidade do

ambiente, reaproveitamento de materiais e o comprometimento ambiental responsável da

empresa com o meio onde se encontra instalada.

Para melhor entendimento de como foi realizado o plano de implantação do sistema de

gestão ambiental com base na NBR ISO 14.001, apresentamos um fluxograma abaixo (Figura

03), das etapas e os anexos referente a cada etapa.

46

Figura 03: Fluxograma do Plano de implantação da NBR ISO 14001

Como as atividades da empresa já foram acompanhadas durante o período de estágio,

o que possibilitou uma visão ampla e detalhada das mesmas, pode-se constatar que a questão

ambiental está muito clara para a empresa, mostrando um ponto positivo nas questões com o

meio ambiente correto.

3.1 Seleção da Empresa

A decisão pela empresa foi decorrente de ter sido a mesma onde foi realizado o estágio

obrigatório do Curso de Engenharia Ambiental.

A CETRIC é uma empresa muito bem conceituada pelo mercado industrial em vários

estados do Brasil, e tem como atividade tratamento e disposição final de resíduos sólidos

industriais.

Trata - se de uma empresa com Licença de Operação certificada pela FATMA, com 10

anos de experiência nas suas atividades, utilizando de técnicas atualizadas e avançadas.

No capitulo quatro a empresa será abordada de forma mais detalhada, podendo-se,

desta forma, dispor de um panorama geral das atividades desenvolvidas pela mesma. Neste

capítulo também serão demonstrados dados referentes às suas atividades.

48

4 RESULTADOS

4.1 Descrição da empresa em estudo

Nesse item apresenta-se uma descrição do cenário onde foi realizado o estudo de caso.

Essa descrição vai identificar o segmento industrial, produtos, mercado consumidor, relação

com fornecedores, estrutura organizacional, fluxo geral do processo, aspectos/impactos

ambientais, legislação ambiental aplicável.

A CETRIC, empresa que desenvolve atividades de gestão, tratamento, reciclagem e

disposição final de resíduos industriais e comerciais, estabelece as seguintes diretrizes de

qualidade, proteção ao meio ambiente e saúde e segurança ocupacional, cumprir as leis e

regulamentações aplicáveis ao produto, ao meio ambiente, à segurança e saúde dos

colaboradores. A central de tratamento e disposição de Resíduos Industriais e Comerciais –

iniciou suas atividades no ano de 2001 e está localizada na Linha Água Amarela – no distrito-

sede do município de Chapecó – SC de Chapecó, SC. A área localiza-se a 7 km do centro de

Chapecó e o seu acesso se dá através da Av. Nereu Ramos. É um empreendimento privado, de

prestação de serviços na área de gestão de resíduos de origem industrial e comercial.

O Mapa a seguir (Figura 04) demonstra a localização da cidade de Chapecó referente

ao Mapa de santa Catarina.

Figura 04: Mapa de Localização de Chapecó em Santa Catarina.

A região onde está instalada a CETRIC, compreende a bacia hidrográfica do rio Monte

Alegre a qual faz parte da bacia do rio Uruguai. Localiza-se entre os meridianos 52°37’29” e

52°33’28” de longitude oeste, e os paralelos 27°07’46” e 27°14’49”, de latitude sul. A bacia

hidrográfica do rio Monte Alegre possui uma área de 48,7Km², com densidade de drenagem

igual a 1,2 Km/Km².

A Figura 05 abaixo ilustra a localização da CETRIC referentes a todos os trevos de

acesso a cidade de Chapecó/SC.

50

Figura 05: Localização da empresa CETRIC

A empresa CETRIC, iniciou suas atividades no ano de 2001, focando principalmente a

coleta, transporte, tratamento e disposição de resíduos industriais e comerciais de Classe I,

IIA e IIB. Todo empreendimento foi alvo de um rigoroso estudo de impacto ambiental,

originado o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente, apresentado em audiência pública.

Constitui nas mais modernas técnicas de tratamento e disposição final dos resíduos sólidos,

semi-sólidos e líquidos de Classe I, IIA e IIB. Todas as suas instalações possuem licença

ambiental de operação pela FATMA/Chapecó-SC.

Para o funcionamento dentro das normas ambientais vigentes, a empresa está

licenciada pela Fepam, sob Licença de Operação nº 512/10 CODAM Chapecó, como exibida

em anexo ao trabalho – Anexo 01. Para que essa licença possa ser renovada futuramente, a

CETRIC deve enviar periodicamente para este órgão ambiental, relatórios que informem o

recebimento, tratamento e destinação de resíduos.

O mercado fornecedor da empresa é formado empresas que geram resíduos industriais

de acordo com o enquadramento na Classe I, IIA e IIB, necessitam de encaminhamento para

tratamento ou destinação final regulamentada.

A política e as diretrizes, elaboradas em 2010, com revisão anual, seguem critérios

definidos nas referidas normas, estando adequadas à realidade da empresa e às necessidades

das partes interessadas. Assim, a empresa possui uma política também integrada, que é a

“Política da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança, Saúde e Responsabilidade Social”,

transcrita a seguir:

“Confiança dos clientes na divisão de responsabilidade ambiental devido à alta qualidade

dos serviços prestados. Cumprir as leis e regulamentações aplicáveis ao produto, ao meio

ambiente, à segurança e saúde dos colaboradores. Garantir o controle de todas as atividades

que possam afetar por meio ambiente e a segurança e saúde ocupacional. Promover as

condições favoráveis para gerar a conscientização ambiental, buscar constantemente a

sustentabilidade socioambiental e evitar a poluição ambiental. Manter um processo contínuo

de conscientização dos colaboradores para incrementar a responsabilidade pessoal relativa à

qualidade, à proteção ambiental e a saúde e segurança ocupacional. Adotar o diálogo aberto

com os clientes, fornecedores, comunidades e outras partes interessadas sobre qualidade, meio

ambiente e segurança ocupacional.”

A CETRIC encontra-se em fase de planejamento e adequação para a certificação ISO

14001. Dentro desse planejamento, a empresa continuará primando pelas conquistas

alcançadas, como a certificação.

4.1.1 Controle de acesso de portaria

A empresa possui uma guarita que é um elemento importante para abrigar os

vigilantes, a quem cabe fazer o controle de acesso a área do aterro, dos veículos que

transportam resíduos para disposição e dos visitantes. Também possui uma plataforma para

conferencias dos resíduos que são conduzidos aos aterros. A instalação da cancela, porteira ou

portão é um dispositivo que torna obrigatória à identificação do usuário antes de acessar a

área do projeto. Sua localização na entrada da área do aterro é recomendada para melhor

visualização da aproximação de pessoas ou veículos. A guarita possui condições adequadas de

trabalho ao vigilante e/ou porteiro convenientemente dotada de instalação sanitária,

iluminação e ventilação natural.

Juntamente com a guarita encontra-se o departamento técnico, onde ficam os

responsáveis técnicos, engenheiros, estagiários, para fazer conferencia e acompanhamento de

cargas caso necessário. O laboratório de análises da empresa também se encontra no prédio da

portaria caso necessite de análise imediata antes da destinação do resíduo.

52

Na Figura 06 ilustra o prédio explicado acima que da controle ao aterro.

Figura 06: Prédio Controle de acesso a portaria

4.1.2 Balança rodoviária

A balança rodoviária está localizada junto à guarita de controle de acesso a área do

projeto, com capacidade de medição compatível com o peso total dos caminhões coletores

utilizados, com carga plena. Embora não possa ser considerada absolutamente essencial, trata

se de um elemento de extrema importância para o controle da operação e da vida útil do

aterro, sendo controladas todas as quantidades de todos os resíduos recebidos pela empresa.

A Figura 07 demonstra a balança rodoviária instalada na empresa.

Figura 07: Balança Rodoviária da empresa

4.1.3 Controle de destinação resíduos

O controle de destinação de resíduos é de extrema importância, pois sendo destinados

em locais inadequados podem acarretar sérios problemas ao meio ambiente e a saúde humana,

como incêndios e outros. De acordo com a norma ABNT 10.004:2004 não pode ser

misturados resíduos de diferentes classes.

Todos os resíduos seja ela constituída por resíduos classe I, II-A ou II-B, ao chegar à

CTR – CETRIC (Central de Tratamento de Resíduos), passa pelo seguinte procedimento

operacional:

Toda carga será, obrigatoriamente, inspecionada na recepção, a ser instalada junto ao

portão de acesso à CTR-CETRIC;

O condutor deverá entregar todos os documentos (Manifesto de transporte de resíduo –

MTR; Ficha de Emergência, e; Nota Fiscal de remessa e/ou Controle de Coleta) para o

responsável pela inspeção;

54

Somente depois de promovida a verificação dos documentos e conferência da carga

(análises expeditas) é que o responsável técnico irá proceder à liberação para descarga,

liberando o ingresso do veículo transportador para o setor de recebimento que lhe foi

especifico.

Como medida de segurança a empresa não libera a manobra de descarga sem a

autorização do técnico responsável.

Como premissa básica da empresa, todos os resíduos pertencentes às classes II, IIA e

IIB, são conduzidos primeiramente para o Galpão Tecnológico, onde o descarregamento

ocorrerá diretamente nas caixas de solidificação, sendo duas unidades com capacidade

individual de 80 m³ cada.Neste local os resíduos são armazenados provisoriamente com o

propósito de, à medida que forem sendo recebidas outras remessas, promover-se a mistura de

uns com os outros.

A adoção deste procedimento permite a observação contínua, por parte do operador de

máquina e do técnico encarregado, da massa de resíduos que está sendo movimentada, de

forma que se possa identificar a presença de materiais adversos, focando atenção especial

àqueles que lhe possa conferir periculosidade.

Além de proporcionar tal verificação, este método utilizado pela empresa apresenta

outra vantagem significativa, pois ao misturar resíduos líquidos/pastosos com outros de fase

sólida, acaba-se por obter um maciço residual consistente que garantirá a estabilidade

mecânica do aterro, além da facilitação do processo de digestão anaeróbia, em toda massa

residual, após efetuada a disposição final.

Pela maior facilidade de digestão anaeróbica, resultado da distribuição mais

homogênea dos resíduos biodegradáveis, alcança-se outro benefício, a minimização dos riscos

de ocorrerem recalques diferenciados que podem levar a desestabilização do maciço e de seus

taludes.

A imagem a seguir (Figura 08) demonstra a área do aterro sanitário classe II da

empresa.

Figura 08: Vala para destinação de Resíduos Classe II-A

É importante ressaltar que se caso verifique a presença de resíduos classe I, a massa de

resíduos contida na caixa de solidificação será destinada para aterro classe I, em observância à

sua compatibilidade com outros resíduos já dispostos, para maior segurança.

Resíduos Classe I – Perigosos

Quando se trata de manejo desse resíduo, é apresentada a seguir a forma de disposição,

inertização, acondicionamento e separação de resíduos nas células de resíduos Classe I de

acordo com sua inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

A Resolução CONAMA n.° 313/2002 e a própria NBR 10004, classificam

preliminarmente os resíduos de acordo com sua origem, sendo que a NBR em epígrafe ainda

classifica os resíduos de acordo com a sua periculosidade. Complementarmente à NBR

10.004 tem-se a NBR 12.235 que identifica os prováveis efeitos indesejáveis resultantes da

mistura entre resíduos classe I, também denominados perigosos.

Desta feita, precavendo-se da incidência de tais efeitos adversos segue detalhamento

dos procedimentos a serem adotados pela empresa quando recebido o resíduo de tal

classificação:

56

1) Identifica-se preliminarmente o processo ou atividade que deu origem ao resíduo e sua

possível classificação;

2) Coletam-se amostras representativas dos resíduos, conforme ABNT NBR 10007, com

vistas à obtenção de laudos que bem especifiquem o teor de seus componentes e

características para posterior comparação dos resultados dos parâmetros analisados

com aqueles presentes em listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e

ao meio ambiente sejam conhecidos.

3) Recolhe-se, minimamente, 3 (três) amostras idênticas dos resíduos que serão

submetidos a ensaio analítico;

4) Mantêm junto à residuoteca, pelo período mínimo de 1 (um) ano, amostras

testemunhas coletadas para eventual realização de novos laudos;

5) Obtêm informações complementares, tais como, quantidade gerada, estado físico,

temperatura, e outras que se fizerem necessárias para determinação da forma de

manejo a ser adotada;

6) Promove através de documento apropriado, o registro do nome do amostrador, a data e

hora da coleta, número da amostra, descrição do local de coleta, identificação de quem

deverá receber os resultados e outras informações pertinentes como, por exemplo, os

riscos principais a que o operador do laboratório pode estar sujeito;

7) Enviam-se amostras de resíduos coletadas para laboratório acreditado pelo Instituto

Nacional de Metrologia/INMETRO;

8) Procede à coleta de amostra para análise expedita de todo e qualquer remessa de

resíduos a serem recebidos pela central;

9) Libera o recebimento de quaisquer resíduos somente após a obtenção dos laudos e

demais informações complementares que darão os subsídios necessários para que se

averigúe com quais grupos, segundo NBR 12235, os mesmos apresentam

compatibilidade;

10) Direciona os resíduos para as células de disposição final em observância à mútua

compatibilidade.

Como demonstrado anteriormente são os laudos analíticos e as demais informações

complementares sobre os resíduos que fornecerão subsídios para que sejam determinados os

cuidados a serem tomados quanto à sua segregação, acondicionamento e armazenamento na

origem (fonte geradora), e para o posterior tratamento (p. ex., a inertização) e disposição final.

A NBR 12.235, em um de seus itens, estabelece que nenhum resíduo perigoso pode ser

gerenciado sem que tenha sido promovida a análise prévia de suas propriedades físico-

químicas.

Os procedimentos de identificação e classificação dos resíduos para posterior disposição

final são sintetizados pelo Fluxograma (Figura 09) apresentado a seguir.

58

Figura 09: Fluxograma da Síntese do processo de identificação e classificação de resíduos

para posterior tratamento e disposição final.

Assim, para que se promova a disposição conjunta daqueles resíduos que possuam

origem e composição diversificada, ficará assegurada a compatibilidade entre os mesmos com

base nas disposições constantes na Tabela 1 da NBR 12.235. (ABNT, Armazenamento de

Resíduos Sólidos Perigosos, 1992)

RESÍDUO

O RESÍDUO

TEM ORIGEM

CONHECIDA?

Consta nos Anexos

“A” ou “B” da

NBR 10004?

sim

não

não

sim

Tem características de: - Inflamabilidade; - Corrosividade; - Reatividade, ou; - Toxicidade?

sim

RESÍDUO PERIGOSO CLASSE I

não

RESÍDUO NÃO PERIGOSO

CLASSE II

Possui constituintes que são

solubilizados à concentrações

superiores aquelas estabelecidas

no Anexo G?

não

RESÍDUO INERTE, CLASSE II-B

sim RESÍDUO NÃO-INERTE

CLASSE II-A

Disposição final conjunta

Disposição final

conjunta com outros

resíduos compatíveis

Segundo NBR 12235,

a qual grupo o resíduo

pertence?

Vale destacar, como já evidenciado no Fluxograma n.° 01, que não está prevista a

disposição de resíduos patogênicos nas células do aterro Classe I.

Por fim, quanto se fizer necessária a inertização de resíduos anteriormente à sua

disposição final, serão adotados os seguintes métodos pela empresa, como exemplos:

1) Para reagentes químicos (ácidos ou bases) neutralização do pH;

2) Soluções aquosas com metais perigosos precipitação química;

3) Para metais tóxicos (p. ex., Hg, Ni e Cd) encapsulamento em concreto;

4) Borras de tintas e solventes eliminação de líquidos livres através de solidificação

mediante utilização de solo, cimento, areia e/ou cal;

4.1.4 Área de triagem, Separação e Prensagem dos Resíduos

O local destina-se ao recebimento e triagem dos resíduos com características potenciais

de reciclagem. Os mesmo são armazenados de acordo com as prescrições normativas NB1183

– Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos e NB 1264 – Armazenamento de Resíduos

Sólidos Classe IIA e IIB, os refugos são encaminhados para as valas de disposição final.

As estruturas de armazenamento que compõem a central de triagem são barracões

dotados de instalações elétricas, hidráulicas e sistemas de prevenção de incêndio e adequados

as quantidades e tipos de resíduos a serem recebidos, e os aparelhos utilizados proporcionam

segurança e higiene ao pessoal envolvido no processo. Todos os despejos líquidos, gerados na

triagem, são encaminhados para um sistema de tratamento de efluentes instalados na área.

4.1.5 Controle Tecnológico de Impermeabilização Vala Classe I

Para uma maior segurança nos taludes a empresa utilizou de um sistema de solo

envelopado, compactação do solo base interior, aplicação de dupla geomembrana sendo uma

de 2,5mm e outra de 2,0mm, também foi instalado dreno testemunha entre as geomembranas

60

e camada drenante (pedrisco) juntamente com geotextil. Serviço executado pela

Engepol/BioTer.

4.1.6 Sistemas de drenos profundos de segurança

Para garantir uma distancia mínima de 2,0 metros de lençol freático em relação à base

das valas de disposição final, a empresa implantou drenos longitudinais de 2,0 metros de

profundidade, sob a camada de impermeabilização, posicionados e espaçados de forma a

garantir esse rebaixamento.

4.1.7 Valas de disposição final

As dimensões aproximadas das células para resíduos Classe I e classe IIA, referentes

ao primeiro modulo da central são apresentadas abaixo.

Tabela 02: Dimensões aproximadas para as valas de disposição final da Cetric Chapecó/SC

Valas para

resíduos

Largura (m) Comprimento(m) Profundidade

(m)

Inclinação dos

taludes laterais

Classe I 20,0 56,0 8,0 1/1

Classe IIA 1050 105,0 8,0 1/1

Sistema de Impermeabilização da base das valas

Célula de disposição de resíduos Classe I

A célula de disposição de resíduos Classe I é composta por uma camada de 1,25 m de

solo argiloso local compactado, em camadas de 25 cm, e coeficiente de permeabilidade na

ordem de k<=1*E-07 cm/s, sobre esta, uma dupla camada impermeabilizante composta de

manta de PEAD de 2,5 mm, separadas por um dreno de estanqueidade de 25 cm, como mostra

a Figura 10.

Figura 10: Sistema de impermeabilização Vala Classe I.

Célula de disposição de resíduos Classe II A

Essa célula é composta por uma camada de 1,00 m de solo argiloso local compactado,

em camadas de 25 cm, e coeficiente de permeabilidade na ordem de k<=1*E-07 cm/s, sobre

esta, uma camada simples de manta de PEAD de 1,5 mm e acima desta, uma camada de 50

cm de solo argiloso do próprio local, compactado com os mesmos critérios da camada

inferior, como mostra a Figura 11.

62

Figura 11: Sistema de impermeabilização Vala Classe IIA

4.1.8 Sistemas de cobertura das valas

Sistema de Cobertura das Valas para Resíduos Classe I

A concepção dos sistemas de cobertura objetiva-se a eliminação do contato dos

resíduos com a água da chuva, uma vez que depositados nessas valas, elimina-se a lixiviação

dos resíduos e com isso conseqüentemente a geração do percolado, uma vez que o controle da

umidade é feito antes do resíduo ser depositado nas valas.

Para garantir controle da lixiviação e volatilização do material disposto no interior do

barracão a CETRIC mantêm todos os seus barracões cobertos, conforme mostra a Figura 12.

Figura 12: Sistema de Cobertura da Célula de disposição final Classe I.

Sistema de Impermeabilização Superior da Vala de Resíduos Classe I

Após a ocupação de todo o espaço da vala de disposição final, é realizada uma

selagem com camada de 50 cm de argila local compactada em camadas de 25 cm atingindo

um coeficiente de permeabilidade na ordem de k=1*E-07 cm/s, sobreposta a esta uma camada

de manda de PEAD 2,5 mm e sobre esta uma camada drenante de 25 cm de material granular

e finalmente, uma camada final de solo, de aproximadamente 60 cm, que possibilite o plantio

de gramíneas e arbustos.

64

4.1.9 Sistema de drenos profundos de Segurança

Sistema de monitoramento de águas superficiais e sub-superficiais.

Para garantir uma distância mínima de 2,0 metros do lençol freático em relação à base

das valas de disposição final, foram implantado drenos longitudinais de 2,0 metros de

profundidade, sob a camada de impermeabilização, posicionados e espaçados de forma a

garantir esse rebaixamento.

Portanto, em torno das valas de disposição Classe I, IIA e IIB possui um plano de

monitoramento das águas superficiais, nascentes, córregos, rios e outras coleções de águas

que são monitoradas através de coletas e analises laboratoriais periódicas, de forma a

diagnosticar a eficiência de toda a estrutura de proteção ambiental inserida no

empreendimento, bem como diagnosticar possíveis falhas operacionais.

Da mesma forma, há também um monitoramento exclusivo das águas sub-superficiais

através de poços de monitoramento que serão executados conforme a Norma 15.847:2010 que

especifica, na qual atinge o lençol freático de forma a extrair suas águas para a análise

laboratorial periodicamente.

A seguir tem – se a Figura 13 de um dos poços de monitoramento encontrado junto à

empresa para tal controle.

Figura 13: Poços de monitoramento, instalados a jusante e a montante do empreendimento.

4.1.10 Sistema de tratamento de efluentes atual

Na decomposição dos resíduos por via anaeróbia, exclusivamente os resíduos de Classe

IIA (que por sua característica orgânica) ocorre à geração de um líquido decorrente do

processo bioquímico das bactérias e protozoários denominado de Chorume, com um poder

contaminante muito alto que necessita de um tratamento específico que normalmente é

composto por um tratamento biológico seguido por um físico-químico. No caso da empresa

CETRIC, o processo de tratamento desses efluentes abriga também dois biodigestores no qual

produz o armazena gases, tais como o metano, para seu reaproveitamento na geração de

energia através de geradores adaptados.

Desta forma a CETRIC mantém em suas instalações um completo sistema de tratamento

de líquidos constituído dos seguintes processos:

66

Tratamento Biológico

O tratamento biológico compreende num conjunto de tecnologia bastante eficaz para

redução das altas concentrações de matéria orgânica encontrada na composição de chorume,

proporciona a degradação da matéria orgânica e de outros compostos de difícil degradação de

forma natural, ou seja, pela ação de microrganismos que oxidam tais produtos transformando-

os em compostos mais simples como água e gás carbônico.

Esse processo denomina-se biodegradação e pode ser realizado na presença ou não de

oxigênio, que por sua vez são nomeados de tratamento biológico aeróbio e tratamento

biológico anaeróbio, respectivamente.

Os módulos operacionais de tratamento biológico que compõem o sistema da CETRIC são

listados a seguir:

1) Biodigestores – operam com altas cargas orgânicas e atuam como uma unidade

primária baseados na digestão anaeróbia (ausência de oxigênio) que converte o

material orgânico particulado como a celulose e outros materiais putrescíveis em

compostos dissolvidos, num processo denominado hidrólise (ou liquefação). Após

essa primeira fase as bactérias continuam sintetizando os compostos produzidos até

transformarem em ácidos graxos voláteis, processo esse denominado Acidogênese,

seguidos de ácido acético, (Acetogênese) e produtos finais como H2O, CO2, CH4,

NH4, H2S, etc. (Metanogênese). Os biodigestores são totalmente lacrados com manta

de Polietileno de Alta Densidade – PEAD de forma a reter o gás metano que através

de canalização específica são drenados para dentro de um gerador próprio que os

transforma em energia elétrica com a queima desses gases nas câmaras de combustão

de um motor.

2) Lagoas Aeradas de Mistura Completa – Esta unidade tem como objetivo oxidar os

elementos formados no processo anterior e àqueles que não foram reduzidos devido a

sua alta complexidade química. O processo aerado implica na perda de um ou mais

elétrons da substância oxidada. A substância oxidada pode ser tanto a matéria

orgânicas, quanto compostos inorgânicos reduzidos; denominados de doadores de

elétrons. Esse processo ocorre com a introdução de oxigênio na massa líquida através

de aeradores instalados na lagoa, conforme ilustra a Figura 14.

Figura 14: Lagoas Aeradas de Mistura Completa

3) Decantador secundário – devido à produção de biomassa no processo anterior de

aeração, os efluentes não podem ser lançados nos corpos d’água, necessitando

remover o excesso de sólidos formados. O decantador secundário tem por objetivo

reter tais sólidos, sendo que uma parte volta à lagoa aerada para manter a biomassa em

alta taxa, utilizando o substrato presente nos efluentes que vão entrando no sistema e,

outra parte é descartada no aterro classe IIA.

4) Lagoa Facultativa Aerada – nesta unidade ocorrem as últimas reações do processo

biológico que por ventura não ocorreram nas unidades anteriores, trabalhando em

meio anaeróbio e aeróbio ao mesmo tempo, ou seja, a massa líquida mais próxima do

fundo da lagoa é constituída de bactérias anaeróbias já na superfície encontram-se as

bactérias aeróbias e na meia altura existem as bactérias facultativas. A seguir tem – se

a Figura 15 que ilustra a imagem da lagoa facultativa da empresa.

68

Figura 15: Lagoa Facultativa Aerada

5) Lagoa de Polimento – destinada ao polimento do líquido final, ocorrendo reações

ocasionadas por bactérias e algas, eliminando pequenas impurezas que persistiram na

massa líquida.

Processo Físico-Químico

Na empresa o tratamento físico-químico é freqüentemente utilizado em combinação com o

tratamento biológico. A função deste tratamento é eliminar particulados, componentes

orgânicos refratários e espécies químicas indesejáveis nos efluentes, como metais pesados.

No sistema de tratamento da CETRIC este módulo está inserido entre o último biodigestor

e a lagoa aerada de mistura completa. Esta unidade compreende os seguintes módulos:

1) Coagulação – Na saída do biodigestor o efluente é encaminhado a um tanque de

concreto, onde se adiciona um produto químico, denominado aglomerante, formando

coágulos através de uma agitação rápida que proporciona a aglomeração das partículas

inseridas no líquido a ser tratado.

2) Floculação – após a coagulação, escoa-se o líquido para outro tanque de concreto que

proporciona uma agitação lenta onde os coágulos formados vão se unindo formando

flocos cada vez maiores e pesados, com isso os mesmos tendem a precipitar.

3) Decantação – com os flocos formados o líquido é escoado a um decantador primário,

onde os flocos decantam no fundo deste, formando um lodo, esse lodo, por sua vez, é

drenado para uma caixa e depositado no aterro classe I, devido sua características

químicas. O líquido clarificado e ausente de metais pesados segue para a seqüência do

tratamento biológico através da lagoa aerada de mistura completa.

4) Decanter Centrífugo – processo de filtração e desidratação através de centrifugação de

alta velocidade. Seu funcionamento é fechado, requer pouco espaço, com eficiência no

teor de umidade inferior a 70%.

A Figura 16 a seguir ilustra uma parcela da E.T.E da empresa.

Figura 16: Tratamento Físico-químico.

70

Desinfecção

O processo de desinfecção ocorre após o tratamento completo, é quando o efluente final

passa por um procedimento de desinfecção antes do lançamento ao meio ambiente. Este

procedimento consta na injeção de hipobromito numa certa quantidade que, reagindo elimina

todos os microorganismos presente na massa líquida.

4.1.11 Sistema de tratamento de efluentes futuro

Com preocupação ambiental e as exigências dos seus clientes a empresa CETRIC está

investindo em uma melhoria no seu sistema de tratamento de efluentes, trata-se de um sistema

de tratamento de efluentes por oxicoagulação eletrônica e oxidação química avançada por

foto-fenton. Com base na Legislação Ambiental vigente no Estado de Santa Catarina, Decreto

14675/2009, art. 177, a eficiência do sistema á ser implantado, deverá ser superior a 80% na

remoção da DBO, 75% ou < 4 mg/l na remoção de Fósforo. Os outros parâmetros deverão

atender as exigências do Conselho Nacional de Meio Ambiente CONAMA 430/2011, seção II

art. 16.

A Oxicoagulação Eletrônica é uma tecnologia que emprega o inédito método de corrente

alternada, gerando máximos resultados no tratamento de efluentes de origem orgânica,

inorgânica e na defecção de hidrocabornetos. O sistema consiste na constituição de agentes

coagulanets atravez da eletrodeposição do eletrodo de sacrifício. Com a oxidação a matéria

orgânica pela dissociação e formação de agentes oxidantes, proporciona a neutralização das

cargas superficiais, a desestabilização das partículas coloidais e a quebra de emulsões,

permitindo a capacidade de interação e controle do processo.

O fluxograma (Figura 17) do processo implantado é demonstrado a seguir, O divisor de

fluxo estabelece o ciclo de atividade do sistema em função das variações diárias.

Figura 17: Fluxograma do sistema de tratamento de efluentes por oxi-coagulação eletrônica e

oxidação química por foto-fenton.

O Sistema integrado de tratamento de Efluentes terá capacidade nominal para

20m3/hora em tempo seco, podendo ainda, 50m

3/hora de vazão em tempo úmido sem

comprometer a qualidade da tratabilidade.

O sistema, será implementado contemplando os seguintes módulos:

72

a) Módulo de pré-tratamento

• Gradeamento: Destinado à separação de sólidos grosseiros e, por consequência, prover

a segurança e integridade dos equipamentos e módulos subsequentes do Sistema.

• Desarenador: Destinado a remover substâncias inertes como: areia e sólidos minerais

sedimentáveis.

• Elevatória/tanque de equalização: Utilizada para captação dos efluentes, detenção,

homogeneização e desinfecção primária.

b) Módulo de tratamento secundário.

• Reatores de oxicoagulação: Responsáveis pela coagulação e oxidação da carga

orgânica dos efluentes.

• Flotador: Destinado à diminuição da densidade dos flocos, separação do lodo e

clarificação do efluente tratado.

• Adensador de lodo: Responsável pelo aumento da densidade através da concentração

do lodo.

• Decanter Centrífugo: Equipamento especialmente desenvolvido para desidratação do

lodo.

Os resíduos gerados (lodo desidratado), após caracterização, poderão ser destinados ao

próprio aterro de onde se origina o percolado. A produção de lodo pelo processo de

Oxicoagulação está estimada em 0,25gramas de sólidos secos para cada litro de efluente

bruto.

c) Módulo de tratamento complementar ou polimento final:

• Filtração: Fase final do tratamento destinado à retenção de partículas eventuais

redução da turbidez.

• Processo de Oxidação Avançada - POAx: Unidade que consiste em um Reator de

Foto-Fenton ativado por peróxido de hidrogênio (H2O2) e radiação UVC sintonizado

para comprimento de onda entre 268 a 300 nm. Esta unidade se destinada à redução de

toxicidade, compostos complexos e eliminação de micro-organismos patogênicos.

d) Módulo de automação: Tem a finalidade de gerenciar e automatizar a operação do

Sistema de Tratamento. É constituído por:

- Conversores de Oxel

- Acionamentos

- Chaves de comando

- Painéis eletroeletrônicos

- Instrumentação

- Unidade de monitoramento (vazão, ph, condutividade, OD)

Esse novo tratamento contempla o aproveitamento de módulos pré-existentes tais

como: tanque de equalização, flotador, decanter centrífugo, tanques de coadjuvantes, bombas

dosadoras, bombas helicoidais, bombas centrífugas e gradeamento rotativo.

4.1.12 Laboratório de Análises Químicas

Esse setor serve para o controle interno do sistema de tratamento de efluentes e

analises expeditas dos resíduos. Sendo que mensalmente são coletadas amostras de todo o

sistema de tratamento de efluentes, tanto biológico com tratamento físico-químico, e

74

encaminhados para laboratório externo acreditado pelo Instituto Nacional de

Metrologia/INMETRO, onde são realizados as seguinte analises:

• pH;

• DBO5;

• DQO;

• Fósforo total;

• Cloretos;

• Nitrogênio Total Kjedhal;

• Óleos e Graxas Totais;

• Sulfetos;

• Cianeto Total;

• Sólidos suspenso;

• Sólidos suspensos fixos;

• Sólidos suspensos voláteis;

• Sólidos totais;

• Sólidos totais fixos;

• Sólidos totais voláteis;

• Sólidos dissolvidos;

• Sólidos dissolvidos fixos;

• Sólidos dissolvidos voláteis;

• Temperatura;

• Coliformes termotolerantes;

• Coliforme totais.

• Trimetralmente são realizadas analises de metais pesados, tais como:

• Teor de chumbo;

• Teor de cobre;

• Teor de cromo total;

• Teor de ferro total;

• Teor de mercúrio;

• Teor de níquel;

• Teor de zinco.

A Figura 18 a seguir demonstra uma parte da laboratório interno da empresa para

análises citadas anteriormente.

Figura 18: Laboratório interno da empresa

4.1.13 Sistema de Drenagem de Líquidos Percolados

Na área de aterramento dos resíduos Classe IIA e IIB, a empresa possui um sistema de

drenagem em toda a plataforma de aterramento composta por drenos mestres que

encaminham o efluente drenado para o sistema de caixas de passagens que encaminham os

mesmos ao tratamento de efluentes. Ainda, quando do termino de uma camada de resíduos há

execução de uma nova malha de drenagem que se interliga entre si e com as drenagens

mestres através dos drenos de gases.

76

4.1.14 Prensagem de Filtros automotivos

Esses resíduos de filtros automotivos são considerados Classe I por conter em seu interior

cerca de 150 mL de óleo lubrificante, pode-se agregar valor em sua essência, ou seja, tal

resíduo é recuperado sem a necessidade de sua destinação final em aterros Classe I. Para tanto

utiliza-se uma prensa hidráulica na qual extrai a totalidade de óleo no interior do filtro, que

por sua vez diminui significativamente sue volume. O óleo extraído é armazenado em caixas

coletoras que posteriormente são enviados às empresas que refinam o mesmo transformando-

os em óleos menos exigentes, utilizados em motores de menor potência ou eficiência. Já o

corpo do filtro é enviado às empresas de fundição, o qual volta à linha de produção de ligas de

aços. A Figura 19 a seguir demonstra o setor de filtro automotivos da empresa.

Figura 19: Setor de filtros automotivos

4.1.15 Setor de beneficiamento de Isopor

O isopor (poliestireno expandido) é um material que até tempos atrás era considerado

um problema na operação de aterros, tanto sanitários quanto industriais. Devido a sua baixa

densidade os isopores aterrados acabam voltando à superfície pela acomodação da massa

residual e conseqüentemente espalhada pela ação do vento. Além de ocupar um grande espaço

que poderia ser utilizado para outros resíduos.

Portanto, a idéia do beneficiamento do isopor surgiu da necessidade de agregar valor

em uma possível reutilização. A empresa CETRIC, beneficia o isopor, triturando-o de forma a

formar “bolinhas de isopor”, que são usados na confecção de chapas de concreto leve e tijolos

ecológicos, que são utilizados na construção.

O sistema de trituração é simples, e de pequeno custo de implantação, constitui-se de

um motor de 30 CV com laminas em seu eixo, que gira dentro de uma moega onde o isopor é

lançado. Depois de triturados, o mesmo é lançado, devido ao vento formado pelas hélices,

para um duto que encaminha os isopores triturados para um silo, onde são ensacados. A

Figura 20 a seguir demonstra o setor de beneficiamento se isopor e os sacos como eles são

armazenados.

Figura 20: Setor de Beneficiamento de Isopor

4.1.16 Setor de Descontaminação de Lâmpadas florescentes

As lâmpadas fluorescentes contem elementos químicos altamente perigosos, a falta de

critérios na quebra das lâmpadas é considerada uma das mais nocivas agressões ao meio

ambiente e à saúde pública. Dentre os diversos elementos químicos liberados pelo ato, está o

perigoso vapor de mercúrio.

78

Atualmente, só no Brasil, são descartados na natureza perto de 3,6 toneladas de

mercúrio contidas nas 85 milhões de lâmpadas descartadas em aterros sanitários ou mesmo

lixões espalhados pelo país, que vem, sistematicamente, contaminando o ar em nosso meio

ambiente.

Diante desse fato, a Cetric mantém um setor para a descontaminação de lâmpadas

fluorescentes, utilizando um equipamento chamado “papa-lampadas”, o melhor aparelho de

descontaminação ecológica do mercado, foi testado e aprovado pela funcionalidade,

segurança e qualidade do processo de filtragem e acondicionamento, de partículas e elementos

químicos resultantes da trituração. Composto de um tambor metálico de 200 litros, com

capacidade para armazenar aproximadamente 850 lâmpadas trituradas, reduz drasticamente a

área de armazenagem e os riscos de estocagem; possui duplo sistema de filtragem, um para os

fragmentos de vidro e pó fosfórico e outro para os gases venenosos, como mercúrio,

devolvendo à atmosfera apenas o ar descontaminado, demonstrado na Figura 21 abaixo.

Figura 21: Equipamento descontaminador de lâmpadas fluorescentes (Papa-lâmpadas)

4.1.17 Sistema de Monitoramento Topográfico

A massa residual após aterrada sofre reações bioquímicas relevantes que transforma a

matéria orgânica num primeiro momento em subprodutos como líquidos e gases, com isso há

uma diminuição do volume depositado ocorrendo assim recalques de toda a massa aterrada.

Quando esse recalque ocorre de uma maneira uniforme, dizemos que o aterro está estável,

porém podem ocorrer recalques diferenciados que devem ser percebidos no seu estado inicial

para poder ser controlado pela ação humana. Para tanto, se tem um monitoramento

topográfico periódico que mede a evolução do recalque diante do tempo.

Esse monitoramento é realizado através de marcos topográficos que estão instalados fora

da área do aterro, devidamente georreferenciado, e com marcos instalado através de

triangulação topográfica com os marcos georreferenciados. Através destes realiza-se a leitura

dos demais marcos sobre a massa residual evidenciando os valores de deslocamento

tridimensional.

4.1.18 Local para limpeza e desinfecção de veículos e contêiners

A Empresa possui um posto de lavagem onde é feita a lavagem das caixas e tanques

após a destinação do resíduo. Essa lavagem é realizada para que as caixas não fiquem

resíduos acumulados que possam reagir com o próximo resíduo que vai ser carregado. O

efluente resultante desta lavagem vai direto para a E.T.E para tratamento e destinação final. A

Figura 22 a seguir demonstra o setor de lavagem de veículos e contêiners.

Figura 22: Setor de limpeza e desinfecção de veículos e contêiners

80

4.1.19 Setor de Administração

A alta administração da empresa Cetric é formada, pelo presidente, diretores e acessores.

Esta equipe é responsável pelo desenvolvimento, aperfeiçoamento e disseminação da visão,

valores, política e diretrizes para toda a força de trabalho e demais partes interessadas.

A empresa emprega aproximadamente 76 funcionários, distribuídos nas seguintes áreas:

Unidade administrativa e comercial

Unidade de Engenharia, Manutenção, Utilidades e Meio Ambiente

Unidade de Logística e monitoramento

Funcionários em geral

A jornada de trabalho nos setores é constituída por um único turno durante 6 dias da

semana, entre (7:00 h às 11:30 h; 13:30 às 17:30 h).

A Figura 23 ilustra a área de trabalho da alta administração.

Figura 23: Setor de Trabalho da Administração

4.1.20 Setor de Alimentação

A empresa disponibiliza um refeitório para seus funcionários, onde é servido um Buffet

durante o turno de (11:30 h às 13:00 h). O Buffet é disponibilizado por uma empresa

terceirizada que traz todo dia um cardápio diferente. A comida que sobra não é reutilizada de

acordo à exigência da legislação. A Figura 24 ilustra a sala de alimentação dos funcionários.

Figura 24: Setor de Alimentação da empresa CETRIC

4.2 Proposta de Metodologia para futura Implementação da NBR ISO 14.001

Esse item visa propor uma metodologia de fácil implementação de um sistema

integrado de gestão, que aborde os aspectos associados às qualidades e ao meio ambiente.

Esta proposta esta baseada no levantamento da literatura apresentado no capitulo dois, nas

experiências observadas durante o estágio, e o cenário apresentado no capitulo três. A

82

estrutura proposta e seus elementos são discutidos e definidos, um a um, no contexto da

empresa.

De forma geral, o sistema proposto segue a estrutura apresentada no item 2.3 - fases de

implantação de um SGA ISO 14001. Também se baseia no modelo PDCA apresentado que

consiste em melhoria continua, evidenciando em etapas de: Planejamento, implementação e

operação, Verificação, Ação corretiva e Análise critica.

A proposta contém algumas modificações, como alteração da hierarquia e adição de

alguns elementos proposto na literatura. Além disso, foram adicionados elementos que não

eram contemplados por autores.

Na seqüência, cada uma das etapas do PCDA, sugeridas pela presente proposta é

apresentada a seguir. Vale ressaltar que esta metodologia propõe diretrizes e requisitos a

serem seguidos cuja aplicação pode variar conforme a realidade da empresa. É necessária

então uma pré-análise das características da organização, antes de qualquer medida de

execução, para que se tenha de fato a noção do que aplicável ou não e, conseqüentemente, a

eficácia na implementação do seu SGA.

4.2.1 Planejamento

Nesta etapa do planejamento, a proposta sugerida na revisão bibliográfica considera

como itens comuns, ou seja, itens a serem tratados integramente, os seguintes: Política,

requisitos legais e objetivos e metas. Aspectos ambientais e programas de gestão recebem

procedimentos exclusivos.

4.2.2 Avaliação ambiental inicial

Este primeiro passo permite definir o posicionamento atual da empresa em relação ao

meio ambiente. É a preparação inicial para a implantação de um SGA, com objetivo de

levantar a situação em todas as áreas, em relação aos principais requisitos da ISO 14001, as

facilidades e dificuldades existentes para a implantação.

Esta etapa também proporciona a empresa identificar oportunidades de conhecer

melhor como suas atividades influenciam o meio ambiente, onde estão gerando os prejuízos

conseqüentes e como obter o sucesso das mudanças vindouras. Por esses motivos, recomenda

se o envolvimento de todos os setores da organização, de forma que todos os funcionários

fiquem cientes de suas responsabilidades, da dimensão do impacto ambiental que sua

atividade gera ou pode gerar e dos ganhos relativos à implementação do SGA.

Entretanto, antes da avaliação propriamente dita recomenda-se que a organização

estabeleça e mantenha disponíveis algumas informações básicas, através dos seguintes

documentos:

Dados da empresa – este documento deve conter, entre outras coisas: a razão social,

nome fantasia, endereço, localização geográfica, telefones e fax, CNPJ, inscrição

estadual, ramo de atividade, classificação do tamanho, principais produtos ou serviços,

número de funcionários próprios e terceirizados, regime de trabalho,certificações,

licenças ambientais, faturamento anual e contratos mantidos;

Organograma da empresa – descrição do sistema organizacional da empresa,

evidenciando diretores, gerentes, supervisores e os demais funcionários;

Componentes do Ecotime – definição de um grupo de trabalho com funcionários

capacitados para coordenar os trabalhos em todas as fases de implementação e na

manutenção do SGA, identificando o nome do colaborador, sua função no SGA, seu

cargo na empresa e sua formação.

Segundo a Norma ISO 14004, para realizar a avaliação inicial, a empresa pode utilizar

questionários, entrevistas, listas de verificação, inspeções e medições diretas, avaliação dos

registros e práticas de benchmarking. Além disso, esta avaliação pode abranger:

Os requisitos legais e regulamentares para setor;

Os aspectos ambientais que geram ou possam gerar impactos ambientais

significativos;

O desempenho em relação a critérios internos e externos, códigos, princípios e

diretrizes;

As práticas e procedimentos de gestão ambiental já existentes na empresa;

As políticas existentes em relação a aquisições e contratações;

As informações de incidentes anteriores, envolvendo não-conformidades;

As oportunidades de vantagens competitivas;

Os pontos de vista da partes interessadas;

84

As funções ou atividades de outros sistemas na empresa que possam influenciar o

SGA.

4.2.3 Políticas do sistema de gestão

As políticas de qualidade ambiental atuam como um norte para o sistema de gestão,

sendo seu atendimento e revisão periódica, através dos objetivos e metas, que é uma forma de

manter ativo o ciclo do PCDA. O ciclo do PCDA faz parte da estrutura proposta e é utilizado

na implementação da melhoria continua.

As exigências comuns para a política de qualidade são as seguintes:

Definição e documentação incluindo objetivos,

Implementação em todos os níveis de organização,

Responsabilidade: alta administração,

Compromisso com a melhoria contínua,

Revisão e análises periódicas.

Esse conjunto de itens é contemplado na norma ISO 14001. Observa-se também que

no que se referem à política ambiental, devido ao âmbito de aplicação, exigências específicas,

tais como:

Inclusão do comprometimento com a prevenção da poluição, legislação e normas

ambientais aplicáveis;

Disponibilidade para o público.

No caso da empresa CETRIC a comunidade e os clientes se constituem como a

principal parte interessada, por isso a preocupação com a disponibilização ao público. O

primeiro passo é realizar uma sensibilização e comprometimento da direção e funcionários da

empresa para que o propósito de certificação siga em frente com sucesso. Propõe-se realizar a

avaliação inicial através da avaliação de que chamamos de lista de verificação para

diagnóstico ambiental inicial (Anexo 02). Está lista foi construída contendo todas as questões

que se desejam avaliar inicialmente conforme ao que prescreve a ISO 14001 adaptadas pelas

referências bibliográficas, no intuito introduzir-los já no início da implementação do SGA.

Como já tem definida a política ambiental da empresa e disponibiliza de livretos que

informam a política da mesma e seu funcionamento. Indica-se que disponibilizam mais de

cartazes dentro da própria empresa, para que assim todos os funcionários saibam a política

ambiental da empresa. Nos cursos e palestras com funcionários deixar especificado a política,

legislação, objetivos e metas da empresa para todos os funcionários ter conhecimento para

que quando houver a realização desse diagnóstico ou uma auditoria de certificação todos

saibam dar essa informação.

Para aplicar a Lista de Verificação, é necessário definir as pessoas que serão

entrevistadas e um cronograma para aplicação. Depois este programa precisa ser divulgado

em todas as áreas da empresa. Definidas as pessoas que serão entrevistadas, o Ecotime deve

realizar uma reunião de apresentação com estas pessoas para informar acerca dos processos da

Avaliação Inicial, da metodologia, dos itens que serão verificados e do contexto global do

projeto. Busca-se também nesta primeira reunião, iniciar o envolvimento de todos, colher

sugestões, tirar dúvidas e desmistificar o programa, evitando comentários paralelos e receios.

Após aplicação da Lista de Verificação nas entrevistas, o Ecotime deve analisar os

dados obtidos e incluir suas conclusões e recomendações. Depois deverá ser realizada uma

nova reunião com os entrevistados para validação dos resultados. Nesta última reunião,

deverão ser apresentadas as conclusões preliminares do Ecotime, no intuito de possam serem

acrescentadas novas sugestões do grupo e de obter o consenso e aprovação de todos.

Finalmente, deve ser elaborado e registrado um relatório final da Avaliação Ambiental

Inicial, o qual será ponto de partida para a identificação dos aspectos e impactos associados, e

para a definição de objetivos e metas ambientais.

Vale salientar que esta lista também pode ser aplicada a qualquer tipo de empresa, na

fase da Avaliação Ambiental Inicial, porém contém questões específicas às pequenas e micro

empresas do ramo de prestação de serviços a indústria. Assim, quando for realizada, é

necessário apenas desconsiderar as questões que não se aplicam ao caso em questão.

4.2.4 Requisitos Legais

Para os sistemas de gestão de qualidade esse requisito torna-se de grande relevância.

Nesta etapa, a empresa de deve levantar todos os requisitos legais, leis e regulamentos

aplicáveis às suas atividades, produtos ou serviço. Segundo a ISO 14.001, esta documentação

86

deve ser de fácil identificação, sempre acompanhada e atualizada e comunicada a todos os

funcionários.

A princípio, esta lista deve conter as licenças de operação, leis específicas a produtos

utilizados e ao seu ramo de atividade, leis ambientais gerais, autorizações, permissões, etc.

(ASSOCIAÇÃO, 1996b).

O cumprimento de requisitos legais e regulamentares é o mínimo exigido pela ISO

14.001 que uma empresa pode fazer em relação ao seu desempenho ambiental. Por isso, esta é

uma etapa necessária, mas não suficiente para atingir nossos objetivos, cuja intenção não é

propor apenas gerenciamentos de resíduos para atender à legislação, e sim estudar a aplicação

de medidas de prevenção da poluição e racionalização do uso de materiais, previstos pela

Produção Limpa.

A empresa CETRIC quanto aos requisitos legais utiliza a planilha enviada pela NAC

(Norma Ambiental e Consultoria e Treinamento LTDA.) Esse documento permite rápida

consulta e fácil pesquisa da legislação. As normas legais aplicáveis são atualizadas

periodicamente e correlacionadas aos aspectos e impactos ambientais diretamente associados

às atividades desenvolvidas pelas empresas. Como instrução e orientação para utilização

dessa planilha propõem-se a CETRIC um documento que orienta a leitura dessa planilha para

verificação destes requisitos (Apêndice 03).

A NAC é uma empresa que atua desde 1999 contribuindo com seus clientes para a

obtenção e manutenção das Certificações ISO 14001 e OHSAS 18001 e na condução segura

de suas atividades, no que diz respeito ao conhecimento e atendimento dos requisitos da

complexa legislação brasileira.

4.2.5 Identificação e Avaliação de aspectos e impactos ambientais

A Norma ISO 14.004 prescreve que o conhecimento dos aspectos e impactos

ambientais seja à base da definição da política ambiental, objetivos e metas, devendo

identificar a exposição legal, regulamentar e comercial que podem afetar a organização,

inclusive os impactos sobre a saúde e segurança (ASSOCIAÇÃO, 1996b).

A presente proposta assume algumas etapas na identificação dos aspectos e avaliação

dos impactos.

Seleção da atividade ou serviço;

Identificação dos aspectos ambientais da atividade ou serviço;

Identificação dos impactos ambientais;

Avaliação da importância dos impactos.

Essas etapas são as mesmas sugeridas pela isso 14004 no item 4.2.2. Além do que

requer a ISO 14.001 para esta etapa, acrescentamos novas sugestões e recomendações

compatíveis com nosso objetivo, como, por exemplo, uma proposta de avaliação e atributos

dos impactos ambientais, severidade do impacto, probabilidade de ocorrência, entre outros,

como demonstra o documento em anexo (Apêndice 04), que auxilia para a elaboração da

planilha em Excel para controle de identificação e avaliação dos impactos.

De posse dos aspectos, com o auxílio de dados da literatura e das experiências de

campo, o Ecotime deve listar em seguida o maior número possível de impactos ambientais,

reais e potencias, positivos e negativos, associados a cada aspecto identificado e

caracterizando seu grau de importância, para preenchimento da planilha em Excel e maior

consolidação de dados.

Recomenda-se que o Ecotime estabelecesse um diálogo com a comunidade e outras

partes interessadas, no sentido de externalizar este trabalho e levantar dados consensuais sobre

seus impactos ambientais e formas de mitigação. Assim, a participação de todos nestas

decisões, além de contribuir para a definição de planos de redução dos impactos

significativos, pode melhorar a imagem da organização de uma forma geral, reduzindo

reclamações e eliminando processos judiciais.

4.2.6 Fluxograma e Layouts

Para auxiliar a aplicação de qualquer técnica de redução de impactos ambientais, é

necessário que a organização organize e mantenha disponíveis fluxogramas descrevendo em

forma de diagrama de blocos todas as etapas do processo produtivo ou serviços realizados,

evidenciando entradas e saídas. Recomenda-se também providenciar o layout das instalações

(CENTRO, 2000).

88

De acordo com o Guia de Implantação de SGA publicado pela EPA (2000), o trabalho

nesta fase envolve a reunião e organização das informações sobre as atividades da empresa. A

informação reunida deve abranger quatro tópicos:

Mapeamento dos processos e atividades da empresa;

Identificar as entradas e saídas para cada atividade, em todos os passos do

processo;

Identificar os aspectos ambientais associados em cada entrada e saída do

processo;

Identificar os requisitos legais e outros.

A mesma publicação destaca que o processo de identificação dos aspectos ambientais

se desenvolve de forma mais satisfatória se forem formados grupos de discussão com todos os

empregados da organização, o que permite um melhor comprometimento dos mesmos e a

consideração de diferentes perspectivas na observação dos aspectos ambientais presentes nas

atividades da empresa.

O Guia de Implantação da EPA detalha o passo a passo para realização de cada um

dos tópicos mencionados anteriormente. No entanto é valido ressaltar que casa empresa deve

proceder de acordo a sua funcionalidade.

Passo 1: Desenvolver um mapeamento das atividades e processos da empresa

O primeiro passo para identificar os aspectos ambientais de uma empresa é

desenvolver um mapa de processos, produtos e serviços. Primeiro, deve-se classificar as

atividades em áreas. Assim, elas podem ser revistas uma por uma.

Esta lista de atividades ou processos deve ser usada para desenvolver um mapa que

descreva a ordem em que as atividades acontecem. Algumas áreas podem requerer o seu

próprio mapa, outras podem fazer parte de um mapa maior. É necessário que se incluam no

mapa os aspectos ambientais dos produtos e serviços.

Os layouts que demonstram as instalações de alguns setores da empresa CETRIC e seu

grau de risco acidentes estão anexados ao trabalho, para exemplo, referente ao que solicita no

Passo 1.

Apêndice 05: Layout e Mapa de Risco Aterro Classe I

Apêndice 06: Layout e Mapa de Risco Aterro Classe II

Apêndice 07: Layout E Mapa de Risco Estação Tratamento de Efluentes

Passo 2: Identificar as entradas e saídas de cada atividade

O próximo passo na avaliação é identificar as entradas e saídas de cada atividade no

mapa desenvolvido no passo 1. Deverão constar as entradas e saídas que podem causar algum

impacto ambiental. Considerando-se, por exemplo, que no mapa existe um processo referente

à cópia de documentos no escritório, ter-se-á como entrada do processo o documento original,

tinta, papel e energia; as saídas seriam a cópia do documento, cartuchos vazios de tinta, restos

de papel e ruídos.

Passo 3: Identificação dos aspectos ambientais de cada atividade

O próximo passo é identificar os aspectos ambientais associados a cada entrada e saída

dos processos, já identificadas no passo 2. Deve-se ter em mente ao identificar os aspectos

ambientais de cada atividade as seguintes questões:

• Esta atividade pode interagir de alguma forma (benéfica ou prejudicial) com o meio

ambiente?

• Esta atividade pode ser tóxica ou perigosa para os seres humanos ou para o meio

ambiente de alguma forma?

• Esta atividade utiliza recursos naturais?

O quadro 03 ilustra um exemplo de identificação de aspectos e impactos relativos à

atividade de cópia de documentos citada no passo 2:

Quadro 02: Aspectos e Impactos Ambientais de cópias de documentos

Entrada/Saída Aspecto Ambiental Impacto Ambiental

Papel Geração de resíduos de papel Uso de recursos naturais,

poluição dos solos e da água.

Energia Uso de energia Uso de recursos naturais,

poluição do ar.

90

Cartucho de Tinta Geração de cartuchos vazios,

que podem liberar produtos

tóxicos.

Contaminação de meio

ambiente, impacto sobre a

saúde humana.

Passo 4: Identificar os requisitos legais e outros

O último passo é identificar a legislação ambiental e outros requisitos pertinentes às

atividades, produtos e serviços da empresa.

Como por exemplo, demonstra o quando abaixo algumas das atividades da empresa.

Quadro 03: Legislações pertinentes as atividades da empresa

Atividade Legislação

Classificação de Resíduos

NBR ISO 10.004

NBR ISO 10.005

NBR ISO 10.006

Lançamento de Efluente em corpo hídrico

CONAMA 357

CONAMA 430

Decreto 14.250 Santa Catarina

4.2.7 Elaborar objetivos e metas

Baseando-se na Política Ambiental estabelecida, devem ser definidos os objetivos

ambientais para todos os setores da empresa, de forma a atender os compromissos da Política.

Depois, devem ser estabelecidas metas mensuráveis para alcançar cada objetivo e seus

respectivos indicadores de desempenho ambiental.

Cada compromisso da Política pode ter mais de um objetivo, e este pode desdobrar- se

em variadas metas. Para cada meta da empresa devem ser definidas ações no intuito de atingi-

las, o responsável pela ação e o prazo de conclusão. A consolidação destes dados pode ser

feita em uma planilha, a qual chamamos de Controle de Gestão de mudanças, a qual é

explicada de como deve ser elaborada no documento em anexo (Apêndice 08).

De forma dinâmica, o PGA executa e vai atualizando a Política Ambiental através de

revisões regulares e periódicas. Entretanto, a depender do tamanho da organização, sua

elaboração e implementação podem ser tarefas muito difíceis, requerendo às vezes

contratação de consultoria externa. Porém, para as pequenas e micro-empresas, é possível que

apenas os componentes do Ecotime consigam tal feito.

O PGA é o agente executor da Política Ambiental e precisa englobar todos os seus

compromissos. Além disso, pode ser usado como ferramenta global do SGA para

implementar e monitorar todos os programas requeridos pela ISO 14001.

4.2.8 Implantação dos programas de Gestão Ambiental

Nesta etapa de implementação do sistema de gestão, a presente proposta contempla

como itens comuns, a serem tratados integradamente: “Documentação/Registros”,

”comunicação/informação”, “Recursos, estruturas e responsabilidades”, “Treinamento,

conscientização e competência”, Infraestrutura e meio ambiente de trabalho”, “Operação e

produção de serviços”, ”Preparação e atendimento a emergências”, “Identificação e

Rastreabilidade”,”Manuseio”, “Controle de equipamentos e monitoramento e medição”.

O estabelecimento de uma forma sistematizada para o alcance de metas e objetivos

ambientais é responsabilidade do subsistema Programa de Gestão Ambiental (PGA). Neste

subsistema, são estabelecidos atribuições, responsabilidades, indicadores e recursos para o

alcance de metas e objetivos ambientais. Desta forma, o PGA trata do estabelecimento formal

das linhas de ação que a empresa irá desenvolver (SEIFFERT, 2007).

A FIESP (2007) recomenda que deve-se sempre associar as atividades e os parâmetros

dos programas com os objetivos e metas, por sua vez associados aos aspectos e impactos

ambientais significativos que se pretende tratar e reduzir.

92

4.2.8.1 Fase de Implantação

De acordo com Assumpção (2004), a alta administração deve assegurar a

disponibilidade de recursos essenciais para estabelecer, implementar, manter e melhorar o

SGA. Esses recursos incluem recursos humanos e habilidades específicas, infra-estrutura

organizacional, tecnologia e recursos financeiros.

A FIESP publicou em 2007 uma espécie de roteiro de orientação, que entre outras

coisas, trata da implantação do SGA. Neste manual, a fase de implementação e operação é

descrita em tópicos, como exposto no item 2.3.5.1 na revisão da literatura.

4.2.8.2 Fase de verificação e ações corretivas preventivas

Realização de monitoramento e medições

Essa etapa envolve o procedimento de monitorar e medir periodicamente as

características principais das atividades que possam ter algum impacto significativo para o

meio ambiente. Esses procedimentos incluem o registro de informações para acompanhar o

desempenho, controles operacionais e a conformidade com os objetivos da empresa.

De acordo com o EMS Handbook for wastewater utilities, publicado pela EPA em

2004, nesta fase devem ser desenvolvidas formas de:

• Identificar os pontos chave das operações que podem ter aspectos ambientais

significativos;

• Acompanhar o desempenho de seu sistema, incluindo o progresso em alcançar os

objetivos e metas definidas;

• Monitorar a conformidade dos controles operacionais;

• Calibrar e manter equipamentos de monitoramento;

• Avaliar periodicamente o cumprimento das leis e outras regulamentações aplicáveis.

Cabe ressaltar que a empresa não precisa se responsabilizar pela calibração de todos os

equipamentos de monitoramento ambiental, podendo optar por uma terceirização deste

serviço, desde que o serviço terceirizado seja certificado.

Não conformidade e ação corretiva

A NBR ISO 14001:2004 determina que a organização deva estabelecer, programar e

manter procedimentos para tratar as não conformidades reais e potenciais, e para executar

ações corretivas e preventivas. Os procedimentos devem definir requisitos para:

Identificar e corrigir não conformidades e executar ações para mitigar seus

impactos ambientais;

Investigar não conformidades, determinar suas causas e executar ações para

evitar sua repetição;

Avaliar a necessidade de ações para prevenir não conformidades e implementar

ações apropriadas para evitar sua ocorrência;

Registrar os resultados das ações corretivas e preventivas executadas;

Analisar a eficácia das ações corretivas e preventivas executadas.

A organização deve assegurar que sejam feitas as mudanças necessárias na documentação do

SGA.

Cabe destacar que as ações corretivas associadas ao SGA devem ser corrigidas com o

apoio técnicos da área ambiental. Normalmente nas empresas as ações corretivas são

discutidas por funcionários, para ações corretivas de cunho isso não é adequado, pois o

potencial de risco legal e outras responsabilidades requerem uma reposta rápida.

Para controle de não conformidades para a CETRIC com o objetivo de estabelecer

uma sistemática de como tratar os resultados dos serviços prestados pela empresa quando o

mesmo apresentar índices abaixo do pré-estabelecido será através da Pesquisa de Satisfação

do Cliente Externo, ou seja, a instituição controla e identifica os serviços não – conformes de

acordo com o atendimento. Quando um resultado apresentar percentual inferior a 75% de

satisfação, a instituição deverá providenciar a abertura de um RACP. O coordenador do SIG

é o responsável por esse processo, alem disso, deve identificar os responsáveis pelas ações a

94

serem tomadas e também pela verificação da implementação e eficácia das ações, com o

objetivo de demonstrar a conformidade com os requisitos da instituição.

Visando eliminar as causas de não conformidades reais ou potencias, criou-se um

procedimento de gestão para implementação e encerramento das Ações Corretivas e Ações

Preventivas, conforme Apêndice 09.

Estabelecimento e controle de Registros

O controle de registros possibilita a empresa estabelecer e manter procedimentos para

identificação e manutenção dos mesmos. Os registros devem incluir dados de treinamento,

resultados de auditoria e análises criticas.

Os registros devem ter formatos legíveis e identificados de modo a ter acesso rápido a

essas informações, a modo de garantir monitoramento das atividades. Seu período de retenção

preestabelecido e registrado.

Para controle e estabelecimento destes registros propõem-se a empresa um documento

(Apêndice 10) com o objetivo de estabelecer e manter uma sistemática para elaboração,

emissão, aprovação, implementação e controle dos documentos e registros do sistema

integrado de gestão.

Definição da sistemática de auditoria do SGA

A auditoria ambiental é um fator importante para uma efetiva política de minimização

dos impactos ambientais das empresas e de redução de seus níveis de poluição. Sua execução

constitui-se num critério essencial para que investidores e acionistas possam avaliar o passivo

ambiental da empresa e fazer sua projeção para sua situação no longo prazo.

Recomenda-se que antes de ser realizada a auditoria de certificação, sejam feitas

auditorias internas e também uma pré-auditoria, não realizadas pelo órgão certificador. Isso se

deve ao fato de que o SGA pode não identificar eventuais desvios, mas que, certamente, serão

percebidos pelo órgão certificador. Só depois de realizadas as auditorias internas é que se

deve submeter o sistema à auditoria de terceira parte.

Com a finalidade de estabelecer uma sistemática de como planejar e conduzir as

auditorias internas na empresa CETRIC é proposto um documento (Apêndice 11) de plano de

auditoria para a empresa conduzir suas auditorias internas.

Realização da revisão crítica pela alta administração

A busca pela adequação e eficácia contínua do SGA é atribuição de uma revisão

crítica pela gerência. Ele deve garantir a coleta de informações necessárias, permitindo que a

administração realize suas avaliações de forma documentada. Uma análise crítica deve

considerar a necessidade de mudanças na política ambiental, seus objetivos e os componentes

relacionados ao SGA, com base nos resultados levantados pelo subsistema de auditorias, além

de mudanças contextuais, considerando sempre o comprometimento com a melhoria contínua

(SEIFFERT, 2007).

Para a administração desse elemento da norma, sugere-se montar um manual contendo

todas as informações sobre o gerenciamento dos aspectos ambientais da unidade. Nele,

podem-se registrar o andamento e as evoluções ocorridas com os aspectos ambientais. Esse

manual deve ser atualizado periodicamente e levado para conhecimento da alta administração

(ASSUMPÇÃO, 2004).

Como exemplo de manual que pode ser adotado pela alta administração para a

empresa é um plano de ação para implementação do SGA, conforme Tabela 05.

Tabela 03: Plano de ação para implementação do SGA

O quê Onde Quem Quando Como

Comunicar os

funcionários da nova

adequação da empresa

Em toda a

empresa

Gerente

administrativo

Primeira semana

do início da

implantação

Comunicação

interna e início

dos

treinamentos

96

As reuniões de análises críticas são indicadas que ocorram no mínimo mensalmente

durante a fase de implantação, para discussões das condições de implantação, avaliação dos

pontos fracos e medidas adotadas para problemas detectados. Essas reuniões são importantes

após a realização das auditorias, onde as constatações do relatório de auditoria serão

discutidas e propostas as soluções, visando à melhoria contínua.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos últimos anos tem se tornando maior a pressão para que as empresas se preocupem

com os impactos que suas atividades podem gerar. No texto, vários fatores motivadores foram

citados para que as organizações considerem relevantes as questões ambientais em suas

atividades. Constata-se que para que as empresas permaneçam competitivas no mercado de

proporções globais, deverão implementar seus SGAs e obter a certificação ISO 14.001. As

empresas que não seguirem está orientação têm grandes chances de se tornarem menos

competitivas no mercado consumidor.

A realização do presente trabalho identificou que a adoção do modelo de SGA proposto

pela NBR ISO 14001:2004 é importante para a empresa adequar suas atividades há uma

melhor relação com o meio ambiente e que a partir da implantação desse modelo tem-se a

expectativa de que sejam gerados retornos financeiros por meio da redução dos custos e de

benefícios intangíveis como a melhoria da imagem.

Entretanto, para que seja possível implantar um sistema de gestão ambiental que prime

por uma produção mais limpa, é necessário que todos estejam comprometidos em gerar

resultados cada vez mais reduzidos de impacto ambiental, e isso só será possível a partir de

uma conscientização e treinamento adequado para que as mudanças possam ocorrer

continuamente e com resultados cada vez melhores.

Infelizmente, não se pode pensar que não haverá nenhuma degradação ao meio ambiente

durante as atividades da empresa, mas se pode-se criar condições para que elas apresentem

menor índice possível e necessário de contaminação do mesmo. Motivo pelo qual a empresa

deve se preocupar continuamente com a otimização de suas atividades. A adoção de novas

práticas da organização, através de uma melhor utilização de seus recursos, redução de

consumo de energia e reciclagem de materiais, traz à empresa retorno financeiro,

proporcionando um melhor resultado de receitas de sua atividade.

É fato que muitas empresas ainda não perceberam a importância desta questão, e nesse

sentindo, mais estudos deverão ser realizados no âmbito da gestão ambiental e da certificação

de tais sistemas. As vantagens não são percebidas somente pelas empresas, mas por toda a

sociedade, uma vez que os riscos oferecidos à saúde e ao meio ambiente tornam-se menores,

além de refletir em um menor custo de fiscalização por parte dos órgãos reguladores.

Levando-se em consideração o potencial de aplicabilidade que a norma traz em seu próprio

98

escopo, propondo-se a abranger todos os tipos e portes de organização, estudos como estes

são muito importantes, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil.

5.1 Sugestões para trabalhos futuros

Ao tratar de um Sistema de Gestão Ambiental da ISO 14.001 como uma nova

tecnologia traz uma série de sugestões para trabalhos futuros que complementariam o trabalho

feito nessa dissertação ou que podem vir a melhorar o desempenho da empresa, assim, sugere-

se:

Em primeiro lugar seria uma análise mais detalhada com enfoque no processo

de mudança organizacional.

Sugere-se também implementar auditorias internas duas vezes por ano na

empresa;

Outra sugestão seria implementar a ISO 14.001 na empresa, acrescenta que

este estudo seja realizado em tempo real ou seja, acompanhando realmente os

processos e analisando sua aderência aos modelos deste trabalho. Isto viria a

dar um maior suporte à hipótese levantada.

Um trabalho potencialmente interessante é uma análise da manutenção da

tecnologia de gerenciamento SGA segundo a ISO 14001. Ou seja, estudar-se as

mudanças ocorridas no decorrer do tempo com o funcionamento do sistema.

Fazer um acompanhamento mais prolongado da dinâmica da inovação e da

mudança.

Há uma expressão oriental que diz que a mudança só acontece, de fato, quando

há uma força impulsionadora suficiente, junto com uma mudança no sistema

de valores (O´Donnell, 1997). Baseado nisso, propõem-se também um trabalho

sobre ética organizacional e as implicações devido à adoção do SGA da ISO

14001. Indo mais profundamente, um estudo sobre o reflexo no

comportamento dos profissionais de uma empresa, alterações nos seus sistemas

de valores devido à implantação do SGA da ISO 14001.

Por fim, sugere-se ainda a procura por outras tecnologias de gerenciamento

relacionadas a sistemas de gestão ambiental, sejam estas baseadas em outras

normas ou desenvolvidas por uma organização em particular.

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100

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104

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106

ANEXOS/APÊNDICES

Anexo 01 – Licença de Operação – FATMA

108

Anexo 02 – Lista de Verificação para Diagnóstico Ambiental Inicia

Sistemas de gestão Existentes

LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA DIAGNÓSTICO AMBIENTAL INICIAL

SISTEMAS DE GESTÃO EXISTENTES

1. A empresa possui um Programa de Segurança definido?

( ) Sim. Qual? ___________________________________________________

( ) Não

( ) Não, mas está em fase de implementação

2. A empresa possui um Programa de Saúde Ocupacional?

( ) Sim. Qual? ___________________________________________________

( ) Não

( ) Não, mas está em fase de implementação

3. A empresa possui um Programa de Qualidade?

( ) Sim. Qual? ___________________________________________________

( ) Não

( ) Não, mas está em fase de implementação

4. A empresa possui um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)?

( ) Sim, porém ainda não certificado pela ISO 14001

( ) Não

( ) Não, mas está em fase de implementação

5. Caso não haja um SGA, a empresa possui algum programa ambiental?

( ) Sim. Qual e para quê? __________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

POLÍTICAS E PRÁTICAS EXISTENTES

6. A empresa possui uma Política Ambiental definida?

( ) Sim. Qual? ___________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

7. A empresa possui alguma política coorporativa?

( ) Sim. Qual? ___________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

8. A empresa tem conhecimento das normas da série ISO 14000?

110

( ) Sim

( ) Não

9. A empresa tem conhecimento dos princípios de Produção Limpa?

( ) Sim

( ) Não

10. A empresa tem interação com algum Órgão Ambiental?

( ) Sim. Quais e para quê? _________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

11. A empresa possui procedimentos relativos a contratações?

( ) Sim. Qual? ___________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

12. A empresa possui programas de treinamento e capacitação?

( ) Sim. Quais e em que tempos são realizados? _______________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

13. A empresa se preocupa com sua imagem?

( ) Sim. Em relação à sociedade

( ) Sim. Em relação a seus clientes

( ) Sim. Em relação a seus funcionários

( ) Não

14. A empresa possui um sistema de comunicação definido entre seus funcionários, clientes e

com a sociedade?

( ) Sim. Como é feito? ____________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

15. A empresa possui um sistema de documentação e um controle efetivo dos

mesmos, registrado e disponível?

( ) Sim. Como é feito? ____________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

16. A empresa possui controles operacionais definidos?

( ) Sim. Como é feito? ____________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

17. A empresa possui um plano para atender situações de emergência?

( ) Sim. Como é feito? ____________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

ASPECTOS AMBIENTAIS PRODUTOS E SERVIÇOS

18. A empresa possui uma lista com todos os produtos que utiliza em suas unidades

administrativas e operacionais?

( ) Sim. Citar?_______ ____________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

19. A empresa possui um almoxarifado com todos os produtos devidamente

classificados e identificados?

( ) Sim. Citar: Produtos Classificação

( ) Não

20. A empresa possui um sistema de manutenção periódica de suas máquinas e

equipamentos?

( ) Sim. Qual o período? ___________________________________________

( ) Não

21. A empresa possui procedimentos definidos para manuseio de substância

perigosas ou radioativas?

( ) Sim. Como é feito? ____________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

( ) Não é feito manuseio destas substâncias

22. A empresa possui procedimentos para transporte de substâncias perigosas?

( ) Sim. Qual? ___________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

23. A empresa possui uma lista descrevendo todas as suas atividades, tanto

administrativa quanto operacional, e contendo os resíduos que elas geram ou

podem gerar?

( ) Sim. Citar: Atividades Resíduos

( ) Não

RISCOS À SEGURANÇA

24. A empresa tem conhecimento dos aspectos ambientais relacionados à segurança que suas

atividades geram ou podem gerar?

( ) Sim. Citar: Atividades Aspectos ambientais

( ) Não

112

( ) Não há riscos

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS

25. A empresa tem conhecimento dos aspectos ambientais que suas atividades

geram ou podem gerar na atmosfera?

( ) Sim. Citar:

Atividades Aspectos ambientais

( ) Não

( ) Não há poluição do ar

26. A empresa possui algum controle nas suas fontes que geram poluição do ar?

( ) Sim. Como é feito? ____________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

27. Existem alternativas claras, em suas unidades e nas plantas de seus clientes, de reduzir a

quantidade de gases gerados?

( ) Sim. Quais? __________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

( ) Não se aplica

28. A empresa possui um programa de monitoramento de ruídos?

( ) Sim

( ) Não

29. Existem alternativas claras, em suas unidades e nas plantas de seus clientes, de reduzir o

nível de ruídos?

( ) Sim. Quais? __________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

( ) Não se aplica

30. Existem alternativas claras, nas plantas de seus clientes, de redução da emissão de

materiais particulados?

( ) Sim. Quais? __________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

( ) Não se aplica

31. Existe algum processo de tratamento dos aspectos ambientais que geram

poluição do ar?

( ) Sim. Quais? __________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

EFLUENTES LÍQUIDOS

32. A empresa tem conhecimento dos aspectos ambientais relacionados aos

efluentes líquidos que suas atividades geram ou podem gerar?

( ) Sim. Citar:

Atividades Aspectos ambientais

( ) Não

( ) Não há efluentes líquidos

33. A empresa possui procedimentos ou práticas para reduzir o consumo de

produtos líquidos?

( ) Sim. Quais? __________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

34. A empresa possui procedimentos para redução da geração de efluentes líquidos inerentes

às suas atividades?

( ) Sim. Quais? __________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

35. Existem alternativas, nas suas unidades ou nas plantas de seus clientes, de

redução da geração de efluentes líquidos inerentes às suas atividades?

( ) Sim. Quais? __________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

36. Nas plantas de seus clientes existem sistemas de tratamento dos efluentes

líquidos?

( ) Sim. Como é feito? ____________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

37. Nas plantas de seus clientes existem sistemas de reciclagem dos efluentes

líquidos?

( ) Sim. Como é feito? ____________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

114

38. Caso haja, como é feito o descarte dos efluentes líquidos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

RESÍDUOS SÓLIDOS

30. A empresa tem conhecimento dos aspectos ambientais relacionados aos

resíduos sólidos que suas atividades geram ou podem gerar?

( ) Sim. Citar:

Atividades Aspectos ambientais

( ) Não

( ) Não há resíduos sólidos

31. A empresa possui um Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos?

( ) Sim

( ) Não

32. A empresa possui procedimentos para redução de consumo de produtos sólidos?

( ) Sim. Quais? __________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

33. A empresa possui procedimentos para redução da geração de resíduos sólidos?

( ) Sim. Quais? __________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

34. Existem alternativas, nas suas unidades ou nas plantas de seus clientes, para reduzir a

geração de resíduos sólidos inerentes às suas atividades?

( ) Sim. Quais? __________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

35. Nas plantas de seus clientes existem sistemas de tratamento dos resíduos

sólidos?

( ) Sim. Como é feito? ____________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

36. Nas plantas de seus clientes existem sistemas de reciclagem dos resíduos

sólidos?

( ) Sim. Como é feito? ____________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

37. Nas plantas de seus clientes existem sistemas de armazenamento de resíduos sólidos?

( ) Sim. Como é feito? ____________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

38. Caso haja, como é feito o descarte dos resíduos sólidos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

REQUISITOS LEGAIS

49. A empresa possui uma relação contendo todos os requisitos legais e

regulamentares, relacionados ao meio ambiente, e pertinentes às suas

atividades, produtos ou serviços da empresa?

( ) Sim

( ) Sim. Mas não está disponível a todos

( ) Sim. Mas não é atualizado com freqüência

( ) Não

50. A empresa possui informações de incidentes anteriores, envolvendo não conformidades

com a legislação ambiental?

( ) Sim. Citar: ___________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

51. A empresa já recebeu alguma penalidade por descumprimento dos requisitos legais ou

reclamação de clientes e da comunidade?

( ) Sim. Citar: ___________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Não

52. A empresa possui Licença de Operação (LO) emitida por um Órgão Ambiental

competente?

( ) Sim

( ) Não

( ) Não se aplica

116

Apêndice 03 – Orientação a Planilha CLAP da NAC

118

120

Apêndice 04 – Levantamento de Aspectos e Impactos, Perigos e Riscos

122

124

126

128

130

132

Apêndice 05- Layout e Mapa de Risco Aterro Classe I

Plano de Implantação NBR ISO14.001 na empresa CETRIC

Apêndice 06 – Layout e Mapa de Risco Aterro Classe I

Plano de Implantação NBR ISO14.001 na empresa CETRIC

Apêndice 07 – Layout e Mapa de Risco E.T.E

136

Apêndice 08 – Gestão de Mudanças

138

140

142

144

Apêndice 09 – Ações Corretivas e Preventivas

146

148

Apêndice 10- Controle de Documentos e Registros

150

152

154

156

Apêndice 11 – Plano de Auditoria Interna

158

160

162

164

166

168

170

172

174