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TRABALHANDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA TRABALHANDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Orlene Veloso Dias Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Maria Aparecida Vieira Departamento de Enfermagem da Unimontes. Maisa Tavares de Souza Leite Departamento de Enfermagem da Unimontes. Bruna Rodrigues de Jesus Curso de Graduação em Enfermagem da Unimontes. Débora Cristina da Silva Andrade Curso de Graduação em Enfermagem da Unimontes. Patrícia Alves Paiva Curso de Graduação em Enfermagem da Unimontes. Weslley Ribeiro Carvalho Pimenta Curso de Graduação em Serviço Social da Unimontes. Bruno de Carvalho Ramos Curso de Graduação em Odontologia da Unimontes. Lara Lanusa Santos Nascimento Curso de Graduação em Serviço Social da Unimontes. Kaio Henrique Soares Curso de Graduação em Odontologia da Unimontes.

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TRABALHANDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA

FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

TRABALHANDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA

FAMÍLIA

Orlene Veloso Dias

Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

Maria Aparecida Vieira

Departamento de Enfermagem da Unimontes.

Maisa Tavares de Souza Leite

Departamento de Enfermagem da Unimontes.

Bruna Rodrigues de Jesus

Curso de Graduação em Enfermagem da Unimontes.

Débora Cristina da Silva Andrade

Curso de Graduação em Enfermagem da Unimontes.

Patrícia Alves Paiva

Curso de Graduação em Enfermagem da Unimontes.

Weslley Ribeiro Carvalho Pimenta

Curso de Graduação em Serviço Social da Unimontes.

Bruno de Carvalho Ramos

Curso de Graduação em Odontologia da Unimontes.

Lara Lanusa Santos Nascimento

Curso de Graduação em Serviço Social da Unimontes.

Kaio Henrique Soares

Curso de Graduação em Odontologia da Unimontes.

TRABALHANDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA

FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

TRABALHANDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA

FAMÍLIA

RESUMO

Apesar das inúmeras iniciativas de enfrentamento e combate à violência contra a mulher, esse

problema ainda não tem alcançado a visibilidade que a questão exige e os suportes

necessários para o atendimento às vítimas. Dessa forma, propostas de ações educativas para a

promoção da saúde das mulheres tem sido uma ferramenta eficaz para o aumento da

autoestima e da qualidade de vida. Nesse contexto, objetivou-se relatar a experiência de

acadêmicos e professores dos Cursos de Graduação em Enfermagem, Odontologia e Serviço

Social da Universidade Estadual de Montes Claros, vivenciada durante Oficinas Educativas,

com abordagem do tema Violência Contra a Mulher. Este estudo se constitui em um Relato de

Experiência sobre a realização de tais Oficinas Educativas. As oficinas foram desenvolvidas

em uma equipe da Estratégia Saúde da Família, em Montes Claros – Minas Gerais, em 2013.

A população foi constituída por 10 mulheres cadastradas na equipe cenário deste estudo,

previamente convidadas a participar das oficinas pelos Agentes Comunitários de Saúde e

estudantes. A metodologia se fundamentou na educação popular em saúde, que tem por

finalidade desconstruir a naturalização da dominação, trabalhando-se na perspectiva da

participação social. Foram realizados 10 encontros abordando diversas temáticas pertinentes à

questão da violência contra mulheres. Para cada tema utilizou-se dinâmicas diferenciadas para

promover o debate e a troca de experiências entre as mulheres, discentes e docentes.

Fomentou-se a reflexão crítica por parte dos acadêmicos sobre seu papel na promoção da

saúde, visando à formação de sujeitos autônomos. Outro aspecto positivo foi a visualização de

um espaço de diálogo para as mulheres, que puderam refletir sobre seu cotidiano e expressar

seus desejos. A experiência possibilitou, ainda, a perceber a potencialidade das Oficinas

Educativas, enquanto instrumento para o fortalecimento das mulheres como sujeito das suas

vidas e protagonistas de sua história.

Palavras-Chave: Educação em Saúde; Saúde da Família; Violência Contra a Mulher.

INTRODUÇÃO

Com o auge do paradigma cartesiano e da medicina científica no início do século

XX, as ações de Educação em Saúde eram de responsabilidade dos trabalhadores da saúde e

da educação. Aos primeiros, competia a responsabilidade de desenvolver os conhecimentos

científicos para intervir nas patologias e tratá-las. Quanto ao educador, incumbia desenvolver

ações capazes de transformar comportamentos. No entanto, essa forma de trabalho não incluía

os problemas cotidianos da população. Sendo assim, em 1996, o tema da X Conferência

Nacional de Saúde incluiu a formulação de propostas que ressaltassem a importância de

atender as necessidades sociais em saúde e mudar o vínculo entre profissionais e usuários, de

maneira que houvesse um diálogo permanente incluindo todas as formas de conhecimento,

em especial, com a cultura popular (ALVES; AERTS, 2011).

Para Bertrand (2001), a educação popular está inserida nas teorias sociais, pois se

acredita que a educação pode contribuir no processo de mudança social, desempenhando

importante tarefa na reconstrução da sociedade. Entre as teorias sociais, Alves e Aerts (2011)

acrescentam que Freire e Shor são os principais representantes das mesmas, pois afirmam que

a educação popular reconhece que os educandos são construtores de seus conhecimentos, e

que tal construção vem a partir de suas vidas e da realidade em que estão inseridos.

Assim, o Ministério da Saúde (MS), na busca de operacionalizar um modelo

assistencial de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), propôs no ano de

1994, o Programa de Saúde da Família (PSF), designado, atualmente, como Estratégia Saúde

da Família (ESF) com o intuito de reorganizar a produção dos cuidados de saúde objetivando

uma prática assistencial direcionada para a família compreendida no seu contexto físico e

social (ERMEL; FRACOLLI, 2006).

No Brasil, na Atenção Primária à Saúde a Educação em Saúde é uma das

principais ações capazes de promover a promoção da saúde da comunidade. Trata-se de uma

prática social que deve ser centrada na problematização do cotidiano, na valorização da

experiência de indivíduos e grupos sociais e na leitura das diferentes realidades. Sendo assim,

as ações educativas precisam estar voltadas para a melhoria dos determinantes da saúde. As

práticas educativas têm sido consideradas como um processo que visa prover aos indivíduos

conhecimentos e experiências culturais que os tornem capazes de atuar no meio social e

transformá-lo. Nessa perspectiva, a Educação em Saúde na Atenção primária é vista como

estratégia que tem como objetivo trabalhar o enfretamento dos problemas sociais vivenciados

pela população (ALVES e AERTS, 2011).

Machado et al. (2007) enfatizam que a ação educativa em saúde tem em vista a

melhoria da qualidade de vida individual e coletiva. Na Estratégia Saúde da Família é uma

atividade fundamental para estimular o autocuidado e autoestima, além de promover reflexões

que acarretem modificações nas condutas de cada usuário. Pereira (2003) acrescenta que a

Educação em Saúde favorece a autonomia dos sujeitos na direção de suas vidas, por ofertar

oportunidades que facilitam a manutenção da saúde e sua promoção.

Para Starfield (2002), o diálogo é uma forma de exercício de autonomia, pois há

um incentivo mútuo entre o profissional e o usuário. Tal exercício é capaz de promover

invenções e reinvenções diárias que possibilitam a um leque de decisões que vão permeando

ao longo da vida. Assim, é importante que na Estratégia Saúde da Família, se estabeleça

vínculo com o usuário, considerando sua singularidade, complexidade e contexto

sociocultural.

JUSTIFICATIVA

Espera-se que este Relato de Experiência possa possibilitar reflexões aos

profissionais de saúde acerca da temática Educação em Saúde, realizada por meio de Oficinas

Educativas, que objetivaram a promoção de saúde em torno da temática Violência contra a

Mulher, possibilitando a tomada de consciência, de forma crítica, de cada uma das mulheres

participantes; dos estudantes e dos docentes envolvidos neste processo. Relatar a importância

dessas ações educativas, com intervenção para promoção da saúde em mulheres, a partir do

incentivo do autocuidado e prevenção de agravos é uma ferramenta eficaz para o aumento da

autoestima, fazendo com que mulheres superem suas limitações e melhorem, assim, sua

qualidade de vida; e é também uma questão a ser implementada por todos que ensejam uma

cultura de paz. Promover atividades de Educação em Saúde direcionadas a esse público é

imprescindível para se compreender a dinâmica da violência e fortalecer as políticas públicas

de prevenção e garantia dos direitos humanos das mulheres.

Adicionalmente, como facilitadora do processo de Educação em Saúde, por

intermédio da articulação entre a Universidade e a sociedade, a Extensão Universitária

objetiva alinhar as atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas no âmbito acadêmico às

reais demandas da sociedade, contribuindo, sobretudo, no desenvolvimento de hábitos que

promovam a mudança da realidade. Neste sentido, este relato torna-se relevante, considerando

que as ações educativas realizadas contribuíram tanto para formação dos acadêmicos, quanto

para o fortalecimento da cidadania das mulheres, capacitando-as para serem agentes de

difusão de uma cultura de paz.

OBJETIVO

Este estudo objetivou relatar a experiência de docentes e acadêmicos dos Cursos

de Graduação em Enfermagem, Odontologia e Serviço Social da Universidade Estadual de

Montes Claros (Unimontes), durante Oficinas Educativas, com abordagem do tema Violência

contra a Mulher, desenvolvidas em uma equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF), em

Montes Claros – Minas Gerais – Brasil, em 2013.

REFERENCIAL TEÓRICO

A Educação em Saúde pode ser vista como um universo de processos capazes de

desencadear mudanças e ajudar as pessoas que utilizam os serviços de saúde a promoverem

sua qualidade de vida, além de transformá-las em sujeitos saudáveis, críticos e autônomos,

com potencial para guiar todos os aspectos do seu cotidiano. Para Alves e Aerts (2011),a

Educação em Saúde é uma prática social, devendo ser centrada na problematização do

cotidiano, na valorização da experiência de indivíduos e grupos sociais e na leitura das

diferentes realidades. Vista como prática social, a Educação em Saúde passa a ser repensada

como um processo capaz de desenvolver a reflexão e a consciência crítica das pessoas sobre

as causas de seus problemas de saúde, priorizando o desencadeamento do diálogo, de modo

que se passe a trabalhar com as pessoas e não somente para as pessoas.

Segundo Souza et al. (2010), a Educação em Saúde, no contexto da saúde pública

do Brasil, se inicia no período da agroexportação do café, no qual o setor saúde estava

subordinado à manutenção e crescimento da economia. Fazia-se útil o controle de

enfermidades e o saneamento dos portos. Posteriormente, na década de 1950, o país

caminhava para a modernização, ocasionando o êxodo rural e grande crescimento dos centros

urbanos. O conceito de saúde colocava o homem como ser produtivo, obrigado a manter sua

saúde para garantir a produção nas indústrias. Dessa forma, as ações de Educação em Saúde

se pautavam em interesses da elite. Vasconcelos (2008) esclarece que em um contexto

político de forte domínio das oligarquias rurais e de extrema debilidade dos atores populares,

cuja maioria havia recentemente saído da escravidão, a Educação em Saúde nas campanhas

urbanas de saúde pública era, ainda, breve e marginal porque, para as autoridades, o povo era

incapaz de maiores entendimentos. Predominava a imposição de normas e medidas de

saneamento e higiene consideradas científicas e adequadas pelos técnicos e burocratas, mas

que eram descontextualizadas e não respeitavam as crenças populares.

A atuação profissional, segundo Barroso, Vieira e Varela (2003), engloba o

campo da Educação em Saúde, ao contribuir para a conscientização do indivíduo e da

coletividade sobre seus direitos e deveres com relação à sua saúde. Vasconcelos (2008)

complementa que na percepção da Educação em Saúde, os laços entre as equipes de saúde e

os usuários constituem aprendizagem mútua. Assim, para encorajar a população a superar

situações vulnerabilizadoras de sua saúde, os profissionais devem refletir sobre as diferenças

culturais e promover educação humanizadora, voltada para a formação do homem integral.

A educação como prática de liberdade, ao contrário das antigas práticas de

dominação, envolve a negação do homem abstrato, isolado, assim como a negação do mundo

como uma realidade ausente dos homens. As mudanças que se propõe, por serem necessárias,

são sobre as verdadeiras realidades e contextos dos seres humanos em suas vivências

cotidianas. Vivências em que consciência e transformação ocorrem simultaneamente, uma vez

que não há consciência desligada do mundo real (FREIRE, 2005).

Diante do pressuposto de que a educação se estabelece como vertente entrelaçada

à saúde se torna responsabilidade dos profissionais da saúde uni-las na construção de

conhecimentos em conjunto com a população. Os processos pedagógicos da Educação em

Saúde encontram-se em evidência, já que são reconhecidos como estratégias para o

enfrentamento dos múltiplos problemas de saúde que afetam as populações e seus contextos

sociais. Dessa forma, a Educação em Saúde se insere no contexto da atuação do profissional

da saúde como meio para a construção de uma relação dialógico-reflexiva com o usuário, em

que este busque conscientizar-se sobre sua situação de saúde-doença e sobre seu papel como

sujeito de transformação de sua própria vida (FERNANDES; BACKES, 2010; SOUZA et al.,

2010).

Souza et al. (2010) afirmam que os atos educativos, para se efetivarem, exigem

integração entre promoção da qualidade de vida, famílias e comunidades, e devem abranger

multideterminantes do processo saúde-enfermidade-cuidado, por meio da articulação de

saberes técnicos e populares.

Nota-se que o setor saúde é repleto de diferenças, desafios e inúmeros aspectos de

ordem técnica, humana e científica. Esses fatores se tornam mais presentes quando se

pretende promover a qualidade de vida das pessoas, sobretudo por meio das práticas

educativas. Abrangem usuários de várias faixas etárias e de distintos ambientes

biopsicossociais, mesmo que atendam um único usuário e sua família. As ações educativas

são desempenhadas, em sua maioria, por enfermeiros, mas incluem a participação de outros

profissionais da equipe de saúde: médicos, pedagogos, assistente social, técnico e auxiliar de

enfermagem, além de acadêmicos da área de saúde, visando melhor assistência ao usuário

(CARVALHO; CLEMENTINO; PINHOL, 2008).

Silva et al. (2010) acrescentam que as classes populares têm dinâmica própria

inserida no seu cotidiano e na influência deste sobre a cura das doenças. Essa dinâmica e esse

cotidiano devem ser considerados pelos profissionais de saúde de tal forma que ocorra relação

horizontal entre tais profissionais e a comunidade, consolidada no diálogo educativo não-

condutivista, no fortalecimento comunitário e na busca de relações sociais mais justas.

Conforme Alves e Aerts (2011), o Sistema Único de Saúde, proposto em 1986 e

consolidado pela Constituição Federal em 1988, inclui entre os seus princípios a participação

popular, a autonomia e o desenvolvimento da cidadania. A Educação em Saúde passa a ser

vista como uma estratégia de transformação social, como uma das ferramentas para a

consolidação dos princípios filosóficos do SUS. O Ministério da Saúde propõe a Estratégia

Saúde da Família, a qual atua diretamente com a população e se constitui em espaço

privilegiado de consolidação da Educação em Saúde e, assim, das diretrizes do SUS.

Fernandes e Backes (2010) asseguram que os profissionais da ESF devem adotar a Educação

em Saúde e fortalecer suas abordagens. As práticas transformadoras de Educação em Saúde

fomentam o controle social, a participação popular, a autonomia cidadã e, principalmente,

incentivam os cidadãos a obterem atuação ativa na sociedade. Dessa forma, preconizam a

visão do ser humano de forma contextualizada à suas condições demográficas,

epidemiológicas, socioeconômicas, políticas e culturais, para que as ações de saúde sejam

cada vez mais direcionadas e eficazes.

As novas concepções de Educação em Saúde baseiam-se no enfoque crítico, no

reconhecimento do caráter histórico dos determinantes sociais, políticos e econômicos do

processo saúde-doença. Propõem um movimento contínuo de diálogo, de compreensão dos

grupos sociais como sujeitos e detentores de determinado conhecimento e implicam no

respeito ao universo cultural dos usuários e na integração entre os saberes popular e científico

(ACIOLI, 2008). Mas, para a efetivação das novas concepções de Educação em Saúde, Silva

et al. (2010) observam que é um grande desafio a formação de uma nova hegemonia de

recursos humanos orientados pelo respeito aos saberes da comunidade e à cidadania

compartilhada. Essas práticas devem estar voltadas para a superação do fosso cultural entre a

equipe e a população, pois um não compreende a lógica do outro (VASCONCELOS, 2008).

A liberdade deve permear as relações existentes na educação, sobretudo quando

esta se volta para a saúde, ou seja, para a conscientização das pessoas e a transformação de

realidades. Dessa forma, Freire (2005) destaca que o educador já não é o que apenas educa,

mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado,

também educa. Ambos, assim, se transformam em sujeitos do processo em que se

desenvolvem juntos. Nesse momento, ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se

educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão.

Para Alves e Aerts (2011), os trabalhadores devem refletir sobre as diferenças

culturais e atuar na construção de uma educação humanizadora, crítica, reflexiva e voltada

para a formação de um homem integral e autônomo. Dessa forma, o profissional de saúde

deve superar visões e concepções lineares, parciais e alienantes. Também deve considerar a

realidade contextualizada, pode compreender a saúde e a educação em suas múltiplas

dimensões, assumindo uma postura que atenderá às necessidades de saúde da população. No

cotidiano das ações de Educação em Saúde transformadora, os envolvidos almejam a

promoção da saúde, a qual pode contribuir para a construção de uma sociedade civil

organizada e participativa, em que se estabeleçam relações horizontais, com posteriores

atitudes de inclusão social em saúde (BACKES et al., 2008).

O diálogo e a dinamicidade da educação como meio para a inserção social,

também são reafirmados por Bordenave e Pereira (1991), ao esclarecerem que a primeira fase

do processo de mudança é o descongelamento do sistema presente de ideias, valores e hábitos.

As pessoas da comunidade ou instituição já se convenceram de que existe um problema e de

que a solução proposta pelo grupo inovador é possível. Nesse momento, o grupo inovador

deve canalizar esse descongelamento na direção de uma reestruturação. Para isso o melhor

caminho é conseguir a participação ativa das pessoas na execução da solução.

De acordo com Silva, Dias e Rodrigues (2009) hegemonicamente, os processos

educativos em saúde, ainda estão fundamentados em uma abordagem comportamental, com

foco preventivo, cujas estratégias e recursos favorecem a unidirecionalidade e a não-

dialogicidade do processo. Alves e Aerts (2011) discorrem que as práticas educativas nos

serviços de saúde continuam seguindo metodologias tradicionais, não fomentam a criação de

vínculo entre os trabalhadores e a população. Para a consolidação desses vínculos, a Educação

em Saúde deve se efetivar no cotidiano do trabalho dos profissionais da saúde. Mesmo após

questionamentos, os atos educativos seguem um modelo autoritário, em que os trabalhadores

continuam a fazer prescrições sobre o comportamento mais adequado e a população acata sem

questionar ou relacionar esses conteúdos ao seu dia-a-dia.

Historicamente, sempre houve uma preocupação em organizar as ações educativas

em saúde no sentido de aumentar ou repassar informações à população sobre as principais

doenças. Nesse tipo de preocupação os indivíduos são colocados como desprovidos de

informação sobre saúde. A relação vivenciada pelo educador e educando é assimétrica, já que

um detém um saber técnico-científico, com valor de verdade única e incontestável, enquanto o

outro precisa ser devidamente informado. O modelo tradicional de Educação em Saúde

continua vigente, baseado na transmissão do conhecimento técnico-científico (FIGUEIREDO;

NETO; LEITE, 2010).

Conforme Fernandes et al. (2008) o aprender a ser implica na interdependência

entre algumas das principais essências do ser humano: inteligência, sensibilidade, sentido

estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade. Prioriza a conexão entre educação e

vivência social para o crescimento da capacidade de agir da pessoa, ou seja, viver com maior

autonomia, discernimento e responsabilidade social. Backes et al. (2008) complementam que

toda mudança sugere rupturas, assim como o fim da acomodação com a situação em que se

vive. Para tanto, a abertura para mudanças, as atitudes conscientes e o rompimento com

paradigmas estanques, embora necessários, são difíceis de serem efetivados.

O pluralismo da sociedade atual, a complexidade dos problemas de saúde e da

tecnologia exige que o sistema educacional universitário repense a sua função como agente

formador de profissionais éticos, capazes de, nesse contexto, tomar decisões de ordem

técnica, científica e social. Dessa forma, o profissional formado nessa realidade deve articular

conhecimentos, habilidades e valores para, por exemplo, gerenciar conflitos geralmente

existentes em dois planos: os conflitos relacionados ao desenvolvimento científico e

tecnológico e os conflitos que dizem respeito à equidade em saúde, etnia, sexo e serviços mal

distribuídos (FERREIRA; RAMOS, 2006).

A educação é um dos pilares da sociedade, visto que alavanca uma série de

progressos individuais e coletivos inerentes à essência humana. A saúde é outro pilar, pois se

volta para a promoção da saúde e a prevenção de doenças, ou seja, para a melhoria da

qualidade de vida das pessoas. Portanto, educação, saúde e ética são elementos norteadores

das veredas humanas, são eixos que devem permanecer sempre coesos e em harmonia com os

parâmetros socioculturais dos usuários dos serviços de saúde.

MÉTODO

Este estudo consiste em um Relato de Experiência acerca da execução de

estratégias de Educação em Saúde, focadas na realização de Oficinas Educativas sobre o tema

Violência contra a Mulher e a instalação de uma Cultura da Paz. A metodologia utilizada tem

como eixo a educação popular que parte do pressuposto que os educandos são sujeitos

construtores de seus conhecimentos e que essas construções partem, necessariamente, de suas

vidas e da realidade em que estão inseridos (FREIRE, 1994).

As oficinas contaram com a efetiva participação de estudantes dos Cursos de

Graduação em Enfermagem, Odontologia e Serviço Social da Universidade Estadual de

Montes Claros, e foram desenvolvidas em uma equipe da Estratégia Saúde da Família, em

Montes Claros – Minas Gerais – Brasil, em 2013, sob a coordenação de docentes do

Departamento de Enfermagem dessa instituição.

A população alvo foram mulheres cadastradas na Estratégia de Saúde da Família,

previamente convidadas a participar das atividades. Realizou-se 10 oficinas educativas no

período de março a junho de 2013, que aconteciam semanalmente, com a participação de uma

média de 10 mulheres de todas as idades.

RESULTADOS

As Oficinas Educativas realizadas com as mulheres na ESF tinham como

princípio utilizar uma metodologia participativa, valorizando a experiência do grupo,

permitindo seu envolvimento nas discussões e na busca de soluções, através da escuta

qualificada.

Relato da Experiência

Foram desenvolvidas 10 oficinas, abordando o tema Violência Contra a Mulher:

1ª oficina: “A história de Maria da Penha”. Nessa oficina, foi dramatizada a história de Maria

da Penha, e foram discutidas situações semelhantes na cidade de Montes Claros e como tratar

e, sobretudo, enfrentar esse tema junto à família e comunidade.

2ª oficina: “Conceito e tipos de violência”. Abordou-se a violência doméstica e os tipos de

violência por meio da dinâmica “Painel Integrado”.

3ª oficina: “História de Maria da Cruz”. Foi discutida a violência virtual por meio de um

Estudo de Caso verídico, ocorrido em Montes Claros e noticiado na imprensa local. Dessa

forma, o tema foi debatido na busca de estratégias de como evitar casos como o apresentado e

o papel da família e amigos neste evento.

4ª oficina: “História de Maria das Dores”. Apresentou-se um caso fictício de violência contra

a mulher e os participantes dialogaram sobre os fatores determinantes da continuidade do

ciclo de violência na situação apresentada.

5ª oficina: “História de Maria do Socorro”. O tema discutido foi o bullying por meio da

exibição de um vídeo. Abordou-se com as mulheres participantes da oficina – “Como os pais

podem perceber se o seu filho sofre este tipo de violência?” “Como podemos prevenir esse

tipo de violência em nossa comunidade?”

6ª oficina: “História de Maria Defensora”. A oficina foi ministrada por uma palestrante

convidada, Promotora da Vara de Famílias de Montes Claros. Discutiu-se, em uma roda de

conversa, “a rede de enfrentamento da violência contra a mulher”, bem como o conhecimento

das participantes acerca da atuação dos serviços de enfrentamento da violência no estímulo da

postura ativa da mulher na quebra do ciclo da violência. Também se discutiu outras formas de

enfrentamento da violência e como os serviços de saúde poderiam atuar no estímulo ao

combate dos atos violentos contra a mulher.

7ª oficina: “História de Maria da Piedade”. Nesse encontro, apresentou-se o tema violência

contra o idoso. Foram exibidos vídeos ilustrativos e debateu-se como a família pode agir

diante dessa situação e qual o pape da comunidade, bem como prevenir esse tipo de violência.

8ª oficina: “Violência contra criança”. Foram apresentados vídeos acerca da temática e

discutidas estratégias para o enfrentamento desta situação.

9ª oficina: “Instituição de cultura de Paz”. Foi declamado e dramatizado um poema que

instigava a cultura de paz. A seguir, foi debatido o significado de ser um agente da cultura de

paz.

10ª oficina: “Cultura de Paz”. Foi apresentado um videoclipe abordando as oficinas anteriores

e logo após foi realizada uma dinâmica sobre a autoestima, incentivando o autocuidado e a

ampliação do cuidar si para o cuidar do outro e para o cuidar entre si, essenciais na cultura de

paz. Para concluir, todos os envolvidos nas Oficinas Educativas participaram de um delicioso

Café com Prosa, organizado pelas mulheres participantes, profissionais do serviço, docentes e

discentes da Unimontes.

DISCUSSÃO

As oficinas possibilitaram encontros dinâmicos, pois foram utilizadas

metodologias participativas, nas quais os facilitadores construíram juntos com as participantes

o processo educativo, oportunizando a inclusão das mulheres nas discussões e na busca de

soluções para os problemas abordados.

O primeiro encontro foi o momento em que os facilitadores identificaram os

principais problemas que afligiam as usuárias, percebendo que a violência é o assunto que

mais desequilibra a harmonia pessoal e familiar na vida das mulheres participantes da oficina.

As condições de vida influenciam a qualidade de vida das mulheres, sendo necessária

intervenção voltada para suas demandas e necessidades, com enfoque na prevenção da

violência e a promoção da cultura de paz. Dessa forma, nas Oficinas Educativas de Violência

contra a Mulher, buscou-se a construção do conceito de violência e esta estratégia tornou-se

eficaz por ter promovido a reflexão sobre a vida, o tempo e a forma que se dedicam a si

mesmas, e também, convencendo-as de que precisam cuidar mais de si para poderem cuidar

melhor dos outros.

A oficina que contou com a participação da Promotora de Justiça trouxe como

tema a rede de enfrentamento da violência contra a mulher, e o conhecimento desta rede

possibilitou às mulheres maior conhecimento do seu papel e a oportunidade de relatarem e

esclarecer suas dúvidas, entendendo melhor a funcionalidade de cada serviço integrante da

rede para estimular o conhecimento, favorecendo o empoderamento das participantes para a

quebra do ciclo de violência.

Os professores, estudantes e as usuárias participantes concluíram as oficinas

fomentando a consciência da necessidade de viver e disseminar a cultura de paz. Por isso, é

imprescindível que haja conhecimento para que as mulheres possam prevenir ou buscar ajuda,

bem como entender seus direitos em relação à violência.

As oficinas possibilitaram reflexões sobre as relações intra e intergrupais que

foram estabelecidas, e que propiciaram um processo transformador de visões de mundo ao

possibilitar uma releitura do mesmo por meio de vivências compartilhadas pela ação das

próprias participantes do grupo. A dinâmica de grupo é, portanto, o movimento que o grupo

faz ao se constituir enquanto tal (AFONSO, 2006).

Dessa forma, essa estratégia grupal subsidiou a aproximação entre profissionais e

usuárias, proporcionando a concretização de práticas baseada na promoção da saúde, na

humanização e na integralidade do cuidado. Nesse sentindo, promover atividades de educação

e saúde direcionadas a esse público é imprescindível para se compreender a dinâmica da

violência e fortalecer as políticas públicas de prevenção e garantia dos direitos humanos das

mulheres.

A realização das Oficinas Educativas na Estratégia Saúde da Família, com

intervenção para a promoção da saúde em mulheres, a partir do incentivo ao autocuidado e à

prevenção da saúde mostrou a potencialidade das Oficinas Educativas, enquanto instrumento

importante para o fortalecimento das mulheres enquanto sujeito das suas vidas, protagonistas

de sua história. Essa estratégia grupal possibilitou a aproximação entre profissionais da saúde,

discentes e docentes da Unimontes e usuárias, proporcionando a concretização de práticas

baseadas na humanização e na integralidade do cuidado. Aos acadêmicos, as oficinas

contribuíram para a sua formação profissional, e principalmente, para o fortalecimento da

cidadania entre todos os sujeitos participantes, capacitando-os para serem agentes de difusão

de uma cultura de paz.

Nesse contexto, vale ressaltar que o empoderamento comunitário almeja a

formação crítica-cidadã das pessoas, de modo que estas se tornem aptas a intervir de forma

autônoma na realidade social. Para tanto, a constante reflexão crítica do profissional acerca de

sua prática educativa cotidiana, a fim de torná-la aplicável ao contexto dinâmico no qual está

inserido, faz-se necessária. O profissional pode levar seus clientes a intervirem nos ambientes

que o cercam de forma crítico-reflexiva e transformadora, além de considerar que a

informações transmitidas sempre se apresentam como peças de elaboração do conhecimento,

e não o conhecimento propriamente acabado (SILVA; DIAS; RODRIGUES, 2009).

REFERÊNCIAS

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