trabalho de conclusão do curso de pedagogia- ufopa/parfor
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARAacutePARFOR
INSTITUTO DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO PLANO NACIONAL DE FORMACcedilAtildeO DE PROFESSORES
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e
aprendizagem
TRABALHO DE CONCLUSAtildeO DE CURSO
ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL
Santareacutem 2015
A AFETIVIDADE E MEDIACcedilAtildeO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM
ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL
Monografia apresentada ao Curso de Graduaccedilatildeo em Licenciatura Plena em
Pedagogia do Instituto de Ciecircncias da Educaccedilatildeo da Universidade Federal
do Oeste do Paraacute- Parfor como requisito para obtenccedilatildeo de grau de
Licenciado em Pedagogia
Orientadora Profordf Msordf Daiane Pinheiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARAacutePARFOR INSTITUTO DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO
PLANO NACIONAL DE FORMACcedilAtildeO DE PROFESSORES LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Monografia de
Graduaccedilatildeo
A AFETIVIDADE E MEDIACcedilAtildeO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM
Elaborada por
ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO
LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL
Como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Licenciado em
Pedagogia
COMISSAtildeO EXAMINADORA
_______________________________
Profordf Ms Daiane Pinheiro Orientadora
Maria Gloacuteria Silva Vasconcelos 2ordm Avaliador(a)
Wilverson Rodrigo Silva de Melo 3ordm Avaliador(a)
Santareacutem 2015
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter dado discernimento e
sabedoria para realizarmos esse trabalho e concluirmos o curso Muitos obstaacuteculos
surgiram ao longo da jornada acadecircmica mas nada foi capaz de nos desanimar
Nosso carinho e agradecimentos aos familiares que sempre estiveram ao
nosso lado e entenderam que era preciso continuar para nossa realizaccedilatildeo
profissional e pessoal
Natildeo podemos deixar de agradecer ao apoio e bons momentos compartilhados
com os colegas da turma Pedagogia 2011 sem eles seria bem mais difiacutecil chegar ao
final do curso
A nossa orientadora Daiane Pinheiro estendemos os nossos agradecimentos
obrigada pelo apoio incentivo confianccedila e paciecircncia para nos direcionar na
pesquisa
RESUMO
A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e aprendizagem
Esse trabalho trata da importacircncia da afetividade e a mediaccedilatildeo do professor no
processo de ensino e aprendizagem Buscou-se analisar de que forma as relaccedilotildees
de afetividade satildeo inseridas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia
da afetividade como um fio condutor para a aprendizagem em quatro turmas e com
trecircs professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal
de SantareacutemPA No embasamento investigativo da pesquisa nos posicionamos no
campo da pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
tendo como instrumento um diaacuterio de campo preacute definido para anaacutelise de conteuacutedos
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala Essa relaccedilatildeo natildeo eacute aproveitada nos
momentos de ensino e assim natildeo haacute estiacutemulo que potencialize o aprendizado do
aluno Evidenciamos que outros professores envolvem relaccedilotildees de afeto respeito
muacutetuo e carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano
escolar potencializando o ensino Ainda observou- se a relevacircncia do planejamento
na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave afetividade considerados fatores
determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
PALAVRAS-CHAVE Afetividade Mediaccedilatildeo Aprendizagem
ABSTRAT
The affection and the teachers mediation in the process of teaching and
learning
The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This
work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the
teaching and learning process We sought to examine how the relationships of
affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence
of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year
of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the
investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research
considering cultural movements investigative subjective events and observations of
actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for
content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching
mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in
the teachable moments and so not the stimulus pot
Keywords Affectivity Mediation Learning
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM 11
CAPIacuteTULO II 15
2 METODOLOGIA 15
CAPIacuteTULO III 18
3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos
24
CONCLUSAtildeO 30
REFEREcircNCIAS 32
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37
8
INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator
fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere
que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo
em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de
aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo
enfim de afeto
O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na
cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma
comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas
apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade
excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar
mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel
entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas
crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da
escola
Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo
promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para
estimular a aprendizagem
Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas
emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees
no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007
p220) nos ajuda a entender esse processo
Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus
Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem
deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que
envolve a afetividade
A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e
envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que
9
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo
professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem
da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura
familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus
sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico
e responsaacutevel
Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica
deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas
nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino
fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as
relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem
observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos
estabelecidos nesse processo
Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade
e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A
partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes
objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas
atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da
praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece
o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade
Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite
uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala
de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para
orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm
ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA
A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata
de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa
O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo
10
apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por
fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica
abordada
11
CAPIacuteTULO I
AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire
(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a
influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar
Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino
estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas
vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas
escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino
mecacircnico e tradicional
Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees
relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de
aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios
requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios
focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da
afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)
A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente
O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo
indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo
esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui
de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa
relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes
Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a
apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)
12
De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
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Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
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de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
A AFETIVIDADE E MEDIACcedilAtildeO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM
ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL
Monografia apresentada ao Curso de Graduaccedilatildeo em Licenciatura Plena em
Pedagogia do Instituto de Ciecircncias da Educaccedilatildeo da Universidade Federal
do Oeste do Paraacute- Parfor como requisito para obtenccedilatildeo de grau de
Licenciado em Pedagogia
Orientadora Profordf Msordf Daiane Pinheiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARAacutePARFOR INSTITUTO DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO
PLANO NACIONAL DE FORMACcedilAtildeO DE PROFESSORES LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Monografia de
Graduaccedilatildeo
A AFETIVIDADE E MEDIACcedilAtildeO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM
Elaborada por
ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO
LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL
Como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Licenciado em
Pedagogia
COMISSAtildeO EXAMINADORA
_______________________________
Profordf Ms Daiane Pinheiro Orientadora
Maria Gloacuteria Silva Vasconcelos 2ordm Avaliador(a)
Wilverson Rodrigo Silva de Melo 3ordm Avaliador(a)
Santareacutem 2015
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter dado discernimento e
sabedoria para realizarmos esse trabalho e concluirmos o curso Muitos obstaacuteculos
surgiram ao longo da jornada acadecircmica mas nada foi capaz de nos desanimar
Nosso carinho e agradecimentos aos familiares que sempre estiveram ao
nosso lado e entenderam que era preciso continuar para nossa realizaccedilatildeo
profissional e pessoal
Natildeo podemos deixar de agradecer ao apoio e bons momentos compartilhados
com os colegas da turma Pedagogia 2011 sem eles seria bem mais difiacutecil chegar ao
final do curso
A nossa orientadora Daiane Pinheiro estendemos os nossos agradecimentos
obrigada pelo apoio incentivo confianccedila e paciecircncia para nos direcionar na
pesquisa
RESUMO
A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e aprendizagem
Esse trabalho trata da importacircncia da afetividade e a mediaccedilatildeo do professor no
processo de ensino e aprendizagem Buscou-se analisar de que forma as relaccedilotildees
de afetividade satildeo inseridas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia
da afetividade como um fio condutor para a aprendizagem em quatro turmas e com
trecircs professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal
de SantareacutemPA No embasamento investigativo da pesquisa nos posicionamos no
campo da pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
tendo como instrumento um diaacuterio de campo preacute definido para anaacutelise de conteuacutedos
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala Essa relaccedilatildeo natildeo eacute aproveitada nos
momentos de ensino e assim natildeo haacute estiacutemulo que potencialize o aprendizado do
aluno Evidenciamos que outros professores envolvem relaccedilotildees de afeto respeito
muacutetuo e carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano
escolar potencializando o ensino Ainda observou- se a relevacircncia do planejamento
na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave afetividade considerados fatores
determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
PALAVRAS-CHAVE Afetividade Mediaccedilatildeo Aprendizagem
ABSTRAT
The affection and the teachers mediation in the process of teaching and
learning
The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This
work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the
teaching and learning process We sought to examine how the relationships of
affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence
of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year
of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the
investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research
considering cultural movements investigative subjective events and observations of
actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for
content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching
mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in
the teachable moments and so not the stimulus pot
Keywords Affectivity Mediation Learning
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM 11
CAPIacuteTULO II 15
2 METODOLOGIA 15
CAPIacuteTULO III 18
3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos
24
CONCLUSAtildeO 30
REFEREcircNCIAS 32
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37
8
INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator
fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere
que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo
em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de
aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo
enfim de afeto
O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na
cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma
comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas
apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade
excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar
mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel
entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas
crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da
escola
Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo
promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para
estimular a aprendizagem
Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas
emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees
no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007
p220) nos ajuda a entender esse processo
Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus
Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem
deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que
envolve a afetividade
A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e
envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que
9
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo
professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem
da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura
familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus
sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico
e responsaacutevel
Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica
deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas
nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino
fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as
relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem
observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos
estabelecidos nesse processo
Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade
e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A
partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes
objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas
atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da
praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece
o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade
Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite
uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala
de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para
orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm
ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA
A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata
de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa
O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo
10
apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por
fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica
abordada
11
CAPIacuteTULO I
AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire
(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a
influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar
Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino
estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas
vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas
escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino
mecacircnico e tradicional
Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees
relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de
aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios
requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios
focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da
afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)
A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente
O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo
indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo
esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui
de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa
relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes
Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a
apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)
12
De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
13
Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARAacutePARFOR INSTITUTO DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO
PLANO NACIONAL DE FORMACcedilAtildeO DE PROFESSORES LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Monografia de
Graduaccedilatildeo
A AFETIVIDADE E MEDIACcedilAtildeO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM
Elaborada por
ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO
LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL
Como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Licenciado em
Pedagogia
COMISSAtildeO EXAMINADORA
_______________________________
Profordf Ms Daiane Pinheiro Orientadora
Maria Gloacuteria Silva Vasconcelos 2ordm Avaliador(a)
Wilverson Rodrigo Silva de Melo 3ordm Avaliador(a)
Santareacutem 2015
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter dado discernimento e
sabedoria para realizarmos esse trabalho e concluirmos o curso Muitos obstaacuteculos
surgiram ao longo da jornada acadecircmica mas nada foi capaz de nos desanimar
Nosso carinho e agradecimentos aos familiares que sempre estiveram ao
nosso lado e entenderam que era preciso continuar para nossa realizaccedilatildeo
profissional e pessoal
Natildeo podemos deixar de agradecer ao apoio e bons momentos compartilhados
com os colegas da turma Pedagogia 2011 sem eles seria bem mais difiacutecil chegar ao
final do curso
A nossa orientadora Daiane Pinheiro estendemos os nossos agradecimentos
obrigada pelo apoio incentivo confianccedila e paciecircncia para nos direcionar na
pesquisa
RESUMO
A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e aprendizagem
Esse trabalho trata da importacircncia da afetividade e a mediaccedilatildeo do professor no
processo de ensino e aprendizagem Buscou-se analisar de que forma as relaccedilotildees
de afetividade satildeo inseridas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia
da afetividade como um fio condutor para a aprendizagem em quatro turmas e com
trecircs professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal
de SantareacutemPA No embasamento investigativo da pesquisa nos posicionamos no
campo da pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
tendo como instrumento um diaacuterio de campo preacute definido para anaacutelise de conteuacutedos
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala Essa relaccedilatildeo natildeo eacute aproveitada nos
momentos de ensino e assim natildeo haacute estiacutemulo que potencialize o aprendizado do
aluno Evidenciamos que outros professores envolvem relaccedilotildees de afeto respeito
muacutetuo e carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano
escolar potencializando o ensino Ainda observou- se a relevacircncia do planejamento
na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave afetividade considerados fatores
determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
PALAVRAS-CHAVE Afetividade Mediaccedilatildeo Aprendizagem
ABSTRAT
The affection and the teachers mediation in the process of teaching and
learning
The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This
work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the
teaching and learning process We sought to examine how the relationships of
affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence
of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year
of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the
investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research
considering cultural movements investigative subjective events and observations of
actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for
content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching
mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in
the teachable moments and so not the stimulus pot
Keywords Affectivity Mediation Learning
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM 11
CAPIacuteTULO II 15
2 METODOLOGIA 15
CAPIacuteTULO III 18
3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos
24
CONCLUSAtildeO 30
REFEREcircNCIAS 32
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37
8
INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator
fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere
que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo
em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de
aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo
enfim de afeto
O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na
cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma
comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas
apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade
excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar
mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel
entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas
crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da
escola
Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo
promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para
estimular a aprendizagem
Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas
emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees
no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007
p220) nos ajuda a entender esse processo
Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus
Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem
deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que
envolve a afetividade
A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e
envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que
9
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo
professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem
da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura
familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus
sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico
e responsaacutevel
Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica
deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas
nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino
fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as
relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem
observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos
estabelecidos nesse processo
Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade
e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A
partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes
objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas
atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da
praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece
o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade
Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite
uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala
de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para
orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm
ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA
A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata
de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa
O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo
10
apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por
fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica
abordada
11
CAPIacuteTULO I
AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire
(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a
influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar
Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino
estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas
vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas
escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino
mecacircnico e tradicional
Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees
relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de
aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios
requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios
focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da
afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)
A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente
O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo
indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo
esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui
de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa
relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes
Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a
apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)
12
De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
13
Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter dado discernimento e
sabedoria para realizarmos esse trabalho e concluirmos o curso Muitos obstaacuteculos
surgiram ao longo da jornada acadecircmica mas nada foi capaz de nos desanimar
Nosso carinho e agradecimentos aos familiares que sempre estiveram ao
nosso lado e entenderam que era preciso continuar para nossa realizaccedilatildeo
profissional e pessoal
Natildeo podemos deixar de agradecer ao apoio e bons momentos compartilhados
com os colegas da turma Pedagogia 2011 sem eles seria bem mais difiacutecil chegar ao
final do curso
A nossa orientadora Daiane Pinheiro estendemos os nossos agradecimentos
obrigada pelo apoio incentivo confianccedila e paciecircncia para nos direcionar na
pesquisa
RESUMO
A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e aprendizagem
Esse trabalho trata da importacircncia da afetividade e a mediaccedilatildeo do professor no
processo de ensino e aprendizagem Buscou-se analisar de que forma as relaccedilotildees
de afetividade satildeo inseridas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia
da afetividade como um fio condutor para a aprendizagem em quatro turmas e com
trecircs professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal
de SantareacutemPA No embasamento investigativo da pesquisa nos posicionamos no
campo da pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
tendo como instrumento um diaacuterio de campo preacute definido para anaacutelise de conteuacutedos
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala Essa relaccedilatildeo natildeo eacute aproveitada nos
momentos de ensino e assim natildeo haacute estiacutemulo que potencialize o aprendizado do
aluno Evidenciamos que outros professores envolvem relaccedilotildees de afeto respeito
muacutetuo e carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano
escolar potencializando o ensino Ainda observou- se a relevacircncia do planejamento
na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave afetividade considerados fatores
determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
PALAVRAS-CHAVE Afetividade Mediaccedilatildeo Aprendizagem
ABSTRAT
The affection and the teachers mediation in the process of teaching and
learning
The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This
work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the
teaching and learning process We sought to examine how the relationships of
affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence
of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year
of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the
investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research
considering cultural movements investigative subjective events and observations of
actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for
content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching
mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in
the teachable moments and so not the stimulus pot
Keywords Affectivity Mediation Learning
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM 11
CAPIacuteTULO II 15
2 METODOLOGIA 15
CAPIacuteTULO III 18
3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos
24
CONCLUSAtildeO 30
REFEREcircNCIAS 32
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37
8
INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator
fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere
que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo
em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de
aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo
enfim de afeto
O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na
cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma
comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas
apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade
excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar
mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel
entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas
crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da
escola
Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo
promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para
estimular a aprendizagem
Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas
emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees
no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007
p220) nos ajuda a entender esse processo
Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus
Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem
deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que
envolve a afetividade
A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e
envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que
9
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo
professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem
da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura
familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus
sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico
e responsaacutevel
Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica
deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas
nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino
fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as
relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem
observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos
estabelecidos nesse processo
Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade
e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A
partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes
objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas
atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da
praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece
o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade
Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite
uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala
de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para
orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm
ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA
A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata
de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa
O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo
10
apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por
fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica
abordada
11
CAPIacuteTULO I
AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire
(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a
influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar
Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino
estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas
vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas
escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino
mecacircnico e tradicional
Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees
relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de
aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios
requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios
focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da
afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)
A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente
O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo
indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo
esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui
de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa
relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes
Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a
apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)
12
De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
13
Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
RESUMO
A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e aprendizagem
Esse trabalho trata da importacircncia da afetividade e a mediaccedilatildeo do professor no
processo de ensino e aprendizagem Buscou-se analisar de que forma as relaccedilotildees
de afetividade satildeo inseridas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia
da afetividade como um fio condutor para a aprendizagem em quatro turmas e com
trecircs professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal
de SantareacutemPA No embasamento investigativo da pesquisa nos posicionamos no
campo da pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
tendo como instrumento um diaacuterio de campo preacute definido para anaacutelise de conteuacutedos
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala Essa relaccedilatildeo natildeo eacute aproveitada nos
momentos de ensino e assim natildeo haacute estiacutemulo que potencialize o aprendizado do
aluno Evidenciamos que outros professores envolvem relaccedilotildees de afeto respeito
muacutetuo e carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano
escolar potencializando o ensino Ainda observou- se a relevacircncia do planejamento
na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave afetividade considerados fatores
determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
PALAVRAS-CHAVE Afetividade Mediaccedilatildeo Aprendizagem
ABSTRAT
The affection and the teachers mediation in the process of teaching and
learning
The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This
work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the
teaching and learning process We sought to examine how the relationships of
affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence
of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year
of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the
investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research
considering cultural movements investigative subjective events and observations of
actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for
content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching
mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in
the teachable moments and so not the stimulus pot
Keywords Affectivity Mediation Learning
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM 11
CAPIacuteTULO II 15
2 METODOLOGIA 15
CAPIacuteTULO III 18
3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos
24
CONCLUSAtildeO 30
REFEREcircNCIAS 32
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37
8
INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator
fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere
que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo
em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de
aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo
enfim de afeto
O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na
cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma
comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas
apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade
excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar
mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel
entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas
crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da
escola
Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo
promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para
estimular a aprendizagem
Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas
emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees
no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007
p220) nos ajuda a entender esse processo
Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus
Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem
deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que
envolve a afetividade
A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e
envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que
9
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo
professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem
da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura
familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus
sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico
e responsaacutevel
Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica
deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas
nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino
fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as
relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem
observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos
estabelecidos nesse processo
Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade
e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A
partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes
objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas
atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da
praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece
o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade
Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite
uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala
de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para
orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm
ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA
A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata
de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa
O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo
10
apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por
fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica
abordada
11
CAPIacuteTULO I
AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire
(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a
influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar
Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino
estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas
vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas
escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino
mecacircnico e tradicional
Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees
relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de
aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios
requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios
focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da
afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)
A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente
O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo
indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo
esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui
de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa
relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes
Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a
apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)
12
De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
13
Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
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como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
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estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
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CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
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a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
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Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
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de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
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De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
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32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
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Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
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observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
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controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
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desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
ABSTRAT
The affection and the teachers mediation in the process of teaching and
learning
The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This
work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the
teaching and learning process We sought to examine how the relationships of
affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence
of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year
of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the
investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research
considering cultural movements investigative subjective events and observations of
actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for
content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching
mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in
the teachable moments and so not the stimulus pot
Keywords Affectivity Mediation Learning
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM 11
CAPIacuteTULO II 15
2 METODOLOGIA 15
CAPIacuteTULO III 18
3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos
24
CONCLUSAtildeO 30
REFEREcircNCIAS 32
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37
8
INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator
fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere
que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo
em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de
aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo
enfim de afeto
O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na
cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma
comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas
apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade
excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar
mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel
entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas
crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da
escola
Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo
promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para
estimular a aprendizagem
Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas
emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees
no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007
p220) nos ajuda a entender esse processo
Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus
Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem
deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que
envolve a afetividade
A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e
envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que
9
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo
professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem
da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura
familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus
sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico
e responsaacutevel
Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica
deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas
nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino
fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as
relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem
observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos
estabelecidos nesse processo
Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade
e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A
partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes
objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas
atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da
praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece
o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade
Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite
uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala
de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para
orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm
ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA
A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata
de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa
O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo
10
apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por
fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica
abordada
11
CAPIacuteTULO I
AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire
(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a
influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar
Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino
estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas
vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas
escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino
mecacircnico e tradicional
Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees
relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de
aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios
requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios
focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da
afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)
A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente
O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo
indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo
esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui
de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa
relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes
Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a
apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)
12
De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
13
Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
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Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
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Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
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32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
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Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
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observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
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controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
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desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 8
CAPIacuteTULO I 11
1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM 11
CAPIacuteTULO II 15
2 METODOLOGIA 15
CAPIacuteTULO III 18
3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos
24
CONCLUSAtildeO 30
REFEREcircNCIAS 32
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37
8
INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator
fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere
que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo
em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de
aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo
enfim de afeto
O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na
cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma
comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas
apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade
excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar
mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel
entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas
crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da
escola
Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo
promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para
estimular a aprendizagem
Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas
emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees
no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007
p220) nos ajuda a entender esse processo
Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus
Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem
deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que
envolve a afetividade
A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e
envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que
9
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo
professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem
da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura
familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus
sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico
e responsaacutevel
Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica
deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas
nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino
fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as
relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem
observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos
estabelecidos nesse processo
Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade
e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A
partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes
objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas
atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da
praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece
o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade
Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite
uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala
de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para
orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm
ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA
A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata
de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa
O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo
10
apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por
fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica
abordada
11
CAPIacuteTULO I
AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire
(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a
influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar
Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino
estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas
vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas
escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino
mecacircnico e tradicional
Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees
relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de
aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios
requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios
focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da
afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)
A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente
O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo
indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo
esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui
de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa
relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes
Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a
apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)
12
De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
13
Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
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observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
8
INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator
fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere
que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo
em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de
aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo
enfim de afeto
O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na
cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma
comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas
apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade
excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar
mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel
entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas
crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da
escola
Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo
promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para
estimular a aprendizagem
Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas
emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees
no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007
p220) nos ajuda a entender esse processo
Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus
Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem
deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que
envolve a afetividade
A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e
envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que
9
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo
professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem
da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura
familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus
sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico
e responsaacutevel
Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica
deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas
nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino
fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as
relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem
observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos
estabelecidos nesse processo
Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade
e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A
partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes
objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas
atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da
praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece
o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade
Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite
uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala
de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para
orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm
ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA
A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata
de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa
O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo
10
apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por
fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica
abordada
11
CAPIacuteTULO I
AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire
(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a
influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar
Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino
estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas
vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas
escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino
mecacircnico e tradicional
Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees
relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de
aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios
requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios
focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da
afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)
A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente
O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo
indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo
esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui
de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa
relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes
Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a
apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)
12
De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
13
Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
9
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo
professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem
da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura
familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus
sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico
e responsaacutevel
Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica
deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas
nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino
fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as
relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem
observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos
estabelecidos nesse processo
Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade
e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A
partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes
objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas
atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da
praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece
o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade
Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite
uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala
de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para
orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm
ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA
A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata
de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa
O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo
10
apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por
fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica
abordada
11
CAPIacuteTULO I
AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire
(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a
influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar
Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino
estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas
vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas
escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino
mecacircnico e tradicional
Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees
relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de
aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios
requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios
focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da
afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)
A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente
O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo
indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo
esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui
de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa
relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes
Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a
apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)
12
De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
13
Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
10
apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por
fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica
abordada
11
CAPIacuteTULO I
AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire
(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a
influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar
Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino
estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas
vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas
escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino
mecacircnico e tradicional
Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees
relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de
aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios
requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios
focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da
afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)
A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente
O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo
indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo
esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui
de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa
relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes
Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a
apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)
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De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
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Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
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de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
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CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
11
CAPIacuteTULO I
AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire
(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a
influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar
Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino
estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas
vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas
escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino
mecacircnico e tradicional
Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees
relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de
aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios
requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios
focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da
afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)
A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente
O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo
indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo
esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui
de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa
relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes
Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a
apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)
12
De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
13
Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
12
De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de
fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a
velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o
aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o
educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando
seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de
conhecimento
A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde
as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)
[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo
Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do
homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute
essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos
da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos
que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo
socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola
reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de
formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo
preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)
[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos
O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para
pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e
despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas
praacuteticas escolares
13
Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
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desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
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ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
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ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
13
Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na
educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois
quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta
resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional
Segundo Galvatildeo (2000 p43)
[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem
Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas
manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a
interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da
experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da
qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-
se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no
processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente
para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de
forma positiva
Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor
demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si
mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em
sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade
cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso
A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo
isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da
mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador
progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma
praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor
aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para
aprender Freire (2006 p141) afirma que
A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
14
de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele
A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o
domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a
autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e
mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer
resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e
seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)
As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc
Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores
que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias
para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no
aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas
dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento
Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando
maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito
da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de
aprendizagem
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
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como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
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estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
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CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
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a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
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Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
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de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
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De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
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32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
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Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
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observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
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controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
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desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
15
CAPIacuteTULO II
1 METODOLOGIA
Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento
fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos
investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da
pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos
investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula
Segundo Chizzotti (2010 p78)
[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees
Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a
pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa
caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo
(CHIZZOTTI 2010 p77-78)
Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel
compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais
que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino
aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)
Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia
Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que
se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas
origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
16
como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e
os resultados obtidos
Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)
A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles
profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas
vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo
de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas
peculiar de cada indiviacuteduo
A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental
e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram
realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino
e duas turmas no turno vespertino
Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um
diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse
instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no
processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato
(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira
detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que
contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo
Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos
vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem
fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto
pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado
E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos
de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo
De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na
direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
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CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
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Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
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De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
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32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
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Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
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observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
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controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
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desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
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ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
17
estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de
dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para
uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e
termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo
Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as
instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a
autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja
significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de
acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que
Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo
A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os
dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor
e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)
professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees
observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio
descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa
forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
18
CAPIacuteTULO III
2 ANAacuteLISE DOS DADOS
Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando
como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar
os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase
nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e
professores no processo de ensino e de aprendizagem
Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso
olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados
pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula
31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno
Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre
professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que
marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e
docentes
De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas
com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos
alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a
contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode
ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A
cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem
a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo
participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes
Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a
Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na
concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)
As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
19
a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados
Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da
crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva
entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios
colegas
No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo
da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas
turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador
funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava
a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que
quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se
agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui
Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde
observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos
de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta
de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala
o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra
situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um
descontrole dessa docente sob seus alunos
Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez
menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram
construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio
consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula
Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As
crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades
fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)
Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
20
Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para
receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para
um ensino de qualidade
Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente
e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas
ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as
maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos
Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas
nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de
ensino e de aprendizagem
Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante
que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor
possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos
Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a
sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo
do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e
principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores
estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do
desenvolvimento integral do educando
Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute
mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo
harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos
alunos e tambeacutem do professor
Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado
pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava
seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as
crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava
como um ambiente de aprendizagem
A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas
como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral
dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e
afinidade do grupo
Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo
somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
21
de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos
a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam
afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)
[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem
Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais
gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva
mas principalmente no diaacutelogo
Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada
aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o
tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos
A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum
problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela
incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora
pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de
costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos
encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo
Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades
de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila
apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que
O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno
Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do
educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da
personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a
responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno
Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na
escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
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ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
22
Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade
entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno
que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o
aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com
muito carinho o incentivava
O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)
ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os
alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao
desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)
e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o
ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor
Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre
professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem
Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que
Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas
Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno
quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo
conhecimento
Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos
Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos
com dificuldades de aprendizagem
Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus
alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo
aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam
dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo
chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes
brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as
atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula
23
De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
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LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
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WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
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ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
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ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
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ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
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De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se
estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia
diretamente no natildeo aprendizado dos alunos
Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de
aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades
dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de
materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com
problema de sauacutede
Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de
amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica
pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando
o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais
facilidade
Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para
aprender basta ser motivado
O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades
Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo
que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de
aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes
trata-se de um efeito educacional e afetivo
Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social
familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da
crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a
crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu
relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do
conhecimento
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32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
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Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
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controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
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desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
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Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
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REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
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LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
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ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
24
32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos
alunos
Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e
sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos
especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se
aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do
sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a
importacircncia da afetividade no processo de ensino
Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento
natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os
envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta
apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica
docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja
levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o
aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e
atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees
sociais Para Moreira (1999 p112)
As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []
No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e
incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de
respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento
assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o
docente e na aprendizagem dos mesmos
Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no
diaacuterio de campo
ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
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REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
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LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
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WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
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ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
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ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
25
Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a
mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que
professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o
cuidado com o material escolar
Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez
os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de
conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles
tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees
Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo
ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire
(1996 p 159)
[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo
Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute
importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos
pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de
valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)
Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento
Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os
comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica
educativa
Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da
turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus
alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico
em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a
professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a
atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
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ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
26
observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser
reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a
aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o
educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores
determinantes para o comportamento do grupo
Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de
aula
ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo
Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois
mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na
turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se
no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute
certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)
Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das
formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica
pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e
reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado
quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor
com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente
impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)
Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro
Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A
professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
27
controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que
estimule a interaccedilatildeo organizada na turma
No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a
preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a
exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma
sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas
A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no
comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento
deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto
necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que
vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que
No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)
Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que
A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar
Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no
aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades
de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador
capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social
formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio
conhecimento
Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A
T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo
natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees
verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um
tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam
acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
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ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
28
desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da
aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e
afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus
trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo
Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um
aluno identificado aqui como Aluno B
ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo
Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a
dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit
na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)
Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados
Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute
relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse
contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios
que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e
assim mais participaccedilatildeo na escola
Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo
socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as
drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da
escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e
famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo
de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente
saudaacutevel
Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute
humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno
da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de
29
preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
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preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees
dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos
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CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
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Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
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REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
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LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
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WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
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ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
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ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
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ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
30
CONLUSAtildeO
O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e
aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo
abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como
um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola
municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o
processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da
afetividade e natildeo a praacutetica em si
Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor
e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso
acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o
interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a
relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave
afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento
De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo
pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o
momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e
carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar
potencializando o ensino
Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem
escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos
de alunos vindos de uma sociedade excludentes
Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo
faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo
existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de
aprendizagem
No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo
escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como
ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo
pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino
e aprendizagem
Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser
divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola
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Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
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REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
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LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
31
Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras
pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar
esse assunto aplicando a outros contextos
32
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
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WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
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ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
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ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
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REFEREcircNCIAS
ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000
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LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
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WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
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ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
33
LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
34
WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
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ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
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ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
35
ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO
CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e
______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo
escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso
(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro
As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica
tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental
A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial
dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou
evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas
buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute
analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o
tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo
de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo
preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa
instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo
Atenciosamente _
__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
36
ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO
1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos
2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao
aluno com o docente quanto o docente com o aluno
3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em
sala de aula
4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de
aula tem no processo de aprendizagem dos alunos
5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees
afetivas estabelecidas em sala de aula
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________
37
ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da
Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA
desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica
pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)
Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da
Professora Msc Daiane Pinheiro
A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de
afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em
turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de
Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e
adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a
ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-
991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail
maiapimentel10gmailcom
Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter
esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________
autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO
Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem
identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees
associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na
pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu
conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO
Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre
educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO
Junho2015
Assinatura do entrevistado ____________________________
Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________