trabalho de musicoterapia e parkinson
DESCRIPTION
Musicoterapia no tratamento de Doença de Parkinson. Apresentação para Seminário acadêmico.TRANSCRIPT
Musicoterapia e Parkinson
Uma luz e um som no fim do túnel
Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa do sistema nervoso
central, afetando o componente de movimento automático (síndroma
extrapiramidal). Seus quatro sintomas cardinais são: distúrbios da marcha e da
postura, rigidez, bradicinesia (lentidão dos movimentos voluntários) e tremor em
repouso (Burch e Sheerin 2005).
A doença de Parkinson (DP) é uma das
doenças degenerativas mais frequentes do sistema
nervoso central, e acomete os neurônios
dopaminérgicos localizados na substância negra
compacta do mesencéfalo que, por consequência,
altera a atividade dos circuitos neurais
dos núcleos da base, resultando em desordens
do movimento. Tem etiologia idiopática e afeta
um em cada mil indivíduos, acima de 65 anos;
e um em cada cem, após os 75 anos, segundo a
Organização Mundial de Saúde
A música é capaz de despertar as mais variadas emoções no ser humano. Ao escutar
música, o ouvido transforma os sons em estímulos elétricos que chegam ao cérebro
provocando o aumento da produção de endorfina. Este hormônio, por sua vez, causa
sensação de bem-estar e relaxa o corpo, diminuindo os batimentos cardíacos e a pressão
arterial.
A influência fisiológica e psicológica dos sons no cérebro pode proporcionar a
distração da dor, do desconforto e da ansiedade, que muitas vezes está associada a alguma
incapacidade física.
Na literatura é possível encontrar
comprovações científicas sobre
os benefícios da música no tratamento de diversas doenças, no alívio de dores crônicas e
na recuperação pós-cirúrgica.
Com a música como uma ferramenta terapêutica, a musicoterapia aborda quatro
áreas fundamentais no tratamento da doença de Parkinson: motora, cognitiva,
comunicativo e sócio afetiva.
Em primeiro lugar, a partir do ponto de vista motor, a equipe de musicoterapeutas
trabalha principalmente na melhora da coordenação motora, o equilíbrio e as respostas imediatas. Através dos componentes sonoros da
música - especificamente o tom, a duração, o volume e o timbre - se produzem mudanças
significativas na bioquímica e fisiologia do corpo humano que permite uma melhor coordenação
e equilíbrio.
Além do mais, está demonstrado que o ritmo musical pode modificar o tônus muscular, a
dinâmica respiratória e o ritmo cardíaco. Além disso, as improvisações rítmicas servem para
que aqueles que participam das sessões interiorizem ritmos básicos, os quais vão ser de grande utilidade na hora de trabalhar a marcha.
O neurologista Oliver Sacks, em 1998, mostrou que os pacientes de Parkinson com
conhecimento musical anterior a ação de tocar instrumentos favorece o "descongelamento" dos
movimentos.
A parte musical pode ser reforçada com ferramentas provenientes da dança-movimento-terapia, terapia psicológica que trabalha sobre
as qualidades do movimento - massa, direção ... -, com o objetivo de aumentar o controle sobre
o mesmo.
Em segundo lugar, se trabalha a área cognitiva com o objetivo de estimular a conservação das
funções psíquicas e da linguagem, além da memória. Através de instrumentos específicos e do canto se fortalece a musculatura facial e se melhora a vocalização, tanto ao cantar quanto
ao falar. As dinâmicas são destinadas a estimular as partes móveis do aparelho vocal, exercícios
de mobilidade de lábios, língua, véu do palato e da mobilidade da mandíbula.
Em terceiro lugar, nós usamos a música como um meio de comunicação para expressar sentimentos e
emoções que, por vezes, as palavras não podem expressar. A linguagem não-verbal facilita
interações naqueles com dificuldade em falar ou relutância em expressar seus sentimentos verbalmente. Além disso, a música é uma
ferramenta que aumenta habilidades de expressão verbal. Especialmente através de suas músicas, os
pacientes partilham as suas experiências e emoções com o grupo. Esse canal sonoro-musical torna-se, muitas vezes, a principal via de comunicação do
grupo.
Quanto à quarta área para desenvolver, a sócio afetiva, ocupa um lugar importante no trabalho terapêutico,
uma vez que o estado emocional influencia diretamente o estado do corpo. É por esta razão que a
musicoterapia tem como objetivo melhorar a autoestima. A autoestima positiva proporciona efeitos
benéficos para a saúde e qualidade de vida das pessoas. Todas as propostas visam oferecer aos
envolvidos nestes programas momentos de otimismo, desenvolvendo um senso positivo de si mesmos,
através do movimento e da música. Especialmente as canções vivenciadas em grupo se tornam meios extraordinários para reforçar emoções grupais
positivas: alegria, senso de pertencimento, autoestima, motivação para a realização, etc.
As sessões de grupo estimulam as relações entre aqueles que participam neles, apoiando-se mutuamente e desenvolvendo emoções e
sentimentos que são, se não impossíveis, muito difíceis de criar de outra forma.
A musicoterapia aplicada em Parkinson é um tratamento que oferece uma experiência integrada que visa prevenir, recuperar e
melhorar as funções motoras, cognitivas e comunicativas daqueles que participam nestas sessões. Os avanços contínuos na pesquisa da
doença, bem como a aplicação de novos tratamentos, tais como os decorrentes da musicoterapia, pressagiam esperança na
prevenção, tratamento e melhoria da qualidade de vida das pessoas com Parkinson hoje.
Para isto a musicoterapia deve trabalhar em estreita colaboração com outros profissionais do
setor médico e de saúde, com o objetivo de melhorar a saúde global e melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas que hoje sofrem desta doença, que segundo a OMS dobrará em
menos de vinte anos a sua incidência com o envelhecimento da população.
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A MT TRAZ PARA O
PORTADOR DA DP?
• Vivificar funções ditas MNÊMICAS (Memória), emergindo sua criatividade (musical);
• Potencializar funções físicas e mentais, agora com dificuldades;
• Contribuir para a elaboração de conteúdos cerebrais mais complexos, através do resgate da sua história e o retorno de movimentos corporais comprometidos;
• Orientar-se, restabelecendo as coordenadas de tempo e espaço;
• Expressar-se melhor (no caso de problemas de comunicação e linguagem);
• Reforçar a autonomia pessoal e a afetividade, dando “cores novas” à vida;
• Relaxar, no caso de insegurança e ansiedade.
NA VERDADE, QUALQUER “FAZER MUSICAL” FAZ CESSAR TREMORES,
DEVOLVE MOVIMENTOS FÍSICOS NO EXERCÍCIO DAS ARTICULAÇÕES,
FAZ VOLTAR A ALEGRIA NO CONTATO CONSIGO MESMO E O ENTUSIASMO PELA VIDA.
CONCRETAMENTE, A MT TRAZ À REFLEXÃO E À DISCUSÃO
DE TEMAS, COMO:
• VIDA / MORTE • SAÚDE / DOENÇA • SER JOVEM / SER VELHO (NA
CONTEMPORANEIDADE) • A MÚSICA ENQUANTO PRAZER E TERAPIA • TABUS E PRECONCEITOS EM TORNO DE
DOENÇAS DEGENERATIVAS • MEDICAÇÕES ALOPÁTICAS E TERAPIAS
COMPLEMENTARES • ETC.
A MT RESSIGNIFICA OS TERMOS “DOENÇA DEGENERATIVA” POR “TERAPIA
PREVENTIVA”, GARANTINDO UMA CONDIÇÃO DE VIDA MELHOR A QUALQUER SER
HUMANO E NESTE CASO ESPECÍFICO, PARA PORTADORES DA DP.
COM A MT PARA A 3ª IDADE, TÊM-SE: • REESTABELECIMENTO DE VÍNCULOS
• REESTABELECIMENTO DO SEU PRÓPRIO RITMO E EQUILÍBRIO
• REORGANIZAÇÃO DOS SENTIDOS E DOS SENTIMENTOS
OBVIAMENTE, A MT NÃO CONSERTA OS NEURÔNIOS DEFEITUOSOS QUE CAUSAM A
DOENÇA. EM VEZ DISSO, ELA VENCE OS SINTOMAS DO PARKINSON AO
TRANSPORTAR O CÉREBRO PARA UM NÍVEL DE INTEGRAÇÃO ACIMA DO NORMAL. A
MÚSICA ESTABELECE FLUXO NO CÉREBRO ENQUANTO, AO MESMO TEMPO, ESTIMULA E
COORDENA AS ATIVIDADES CEREBRAIS.
CONCLUINDO, A MT POSSIBILITA QUE A PESSOA ORQUESTRE MENTE, CORPO E
CORAÇÃO, RESGATANDO SUA IDENTIDADE SONORA MUSICAL E REESTABELECENDO
CONECTIVIDADE COM O SEU EU E COM A SOCIEDADE.
Bibliografia: - Artigo Escrito por – Equipe Fundación Magistralia – Oviedo/España Lunes, 20 de Junio de 2011 13:42 - Actualizado Lunes, 20 de Junio de 2011 13:43 - Yamashita, Fernanda Correa¹; Saito, Tane Cristine²; Almeida, Isabela
Andrelino de³; Barboza, Natália Mariano³; Santos, Suhaila Mahmoud Smaili (4) - Efetividade da fisioterapia associada à musicoterapia na doença de Parkinson –
1 Fisioterapeuta – UEL. Londrina, PR – Brasil. 2 Fisioterapeuta – UniFil. Londrina, PR – Brasil. 3 Fisioterapeutas e Residentes em Fisioterapia Neurofuncional Adulto – UEL. Londrina, PR – Brasil. 4 Doutora em Fisiopatologia em Clínica Médica – Unesp/Botucatu, Professora Adjunta do setor de Neurologia do Departamento de Fisioterapia – UEL. PR – Brasil.
Bibliografia continuação: - O uso da tecnologia de realidade aumentada no apoio Ao processo de reabilitação em sessões de musicoterapia - Revista Brasileira de Inovação Tecnológica em Saúde, On-Line. - Musicoterapia en enfermedad de Parkinson - Instituto Nacional de Geriatría Presidente
Eduardo Frei Montalva de la ciudad de Santiago de Chile, desde septiembre a diciembre del 2006.
- www.hilaracrestana.com.br - Burch, D., Sheerin, F. (2005). Parkinson’s Disease. Lancet, 365 (9459): 622 – 627.