trabalho - pca - rev 01
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Modelo de Plano de Controle AmbientalTRANSCRIPT
PCA PROJETO DE CONTROLE AMBIENTAL
INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE
SUBPRODUTOS ANIMAIS LTDA
PCA - PROJETO DE CONTROLE AMBIENTAL
Responsáveis:
Renato Augusto Dezotti
Giovanni Siqueira Novaes
Contratante:
INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUBPRODUTOS ANIMAIS LTDA
Projeto de adequação ambiental
referente às exigências de
licenciamento de instalação e
operação no licenciamento prévio.
Sumário INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 6
CONCEPÇÃO, FINALIDADES E OBJETIVOS ............................................................................................... 7
JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................................... 8
INFORMAÇÕES CADASTRAIS E DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................... 10
1. INFORMAÇÕES CADASTRAIS ......................................................................................................... 11
1.1 Disposições Gerais ................................................................................................................... 11
1.2 Origem da Indústria ................................................................................................................. 11
1.3 Fonte abastecedora de água ................................................................................................... 11
1.4 Corpo receptor (vazão e parâmetros) ..................................................................................... 11
1.5 Área onde será implantada a atividade .................................................................................. 12
1.6 Número de funcionários.......................................................................................................... 12
1.7 Horário de turno de trabalho .................................................................................................. 12
1.8 Matéria-prima e insumos ........................................................................................................ 12
1.9 Produto a ser fabricado ........................................................................................................... 12
1.10 Descrição do processo produtivo, indicando os pontos de geração de resíduos ................. 12
1.11 Balanço hidráulico ................................................................................................................. 13
1.12 Diversificação industrial ........................................................................................................ 13
INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO HÍDRICA .......................................................................................... 14
2. INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO HÍDRICA .................................................................................. 15
Algumas normas pertinentes à poluição hídrica: .......................................................................... 15
2.1 Informações sobre a água utilizada na indústria .................................................................... 15
2.1.1 Qualitativa: ........................................................................................................................... 15
2.1.2 Quantitativa: ........................................................................................................................ 15
2.2 Informações sobre resíduos líquidos ...................................................................................... 15
2.2.1 Descrição do sistema de captação e disposição de águas pluviais ...................................... 16
2.2.2 Informações sobre rede, vazão e destino final dos esgotos sanitários ............................... 16
2.2.3 Informações sobre a disposição e quantidade de resíduos sólidos e gasosos, inclusive os
provenientes da estação de tratamento ....................................................................................... 16
2.2.4 Informações sobre a quantidade de resíduos líquidos industriais ...................................... 18
2.2.5 Qualidade dos efluentes líquidos ......................................................................................... 18
2.2.6 Análise do corpo receptor, a montante do ponto de descarga ........................................... 20
2.3 Projeto hidráulico do tratamento de resíduo líquido ............................................................. 20
2.3.1 Descrição do(s) sistema(s) de tratamento(s) adotado(s) ..................................................... 21
2.3.2 Justificativa da escolha do(s) tipo(s) de tratamento(s) adotado .......................................... 21
2.3.3 Cálculo do dimensionamento hidráulico das diversas unidades que compõem o sistema.
Escolha e justificativa das vazões adotadas .................................................................................. 21
2.3.4 Características prováveis dos resíduos líquidos tratados .................................................... 29
2.3.5 Características do sistema de esgoto sanitário .................................................................... 31
2.3.6 Características prováveis do corpo receptor, logo após receber os resíduos líquidos
tratados ......................................................................................................................................... 35
INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO DO AR ............................................................................................. 36
3. INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO DO AR ..................................................................................... 37
3.1 Combustíveis: .......................................................................................................................... 37
3.2 Caldeiras. ................................................................................................................................. 37
3.3 Outros equipamentos de queima de combustíveis: ............................................................... 37
3.4 Outras fontes de poluição do ar: ............................................................................................. 38
3.5 Chaminés: ................................................................................................................................ 38
3.6 Plano de controle de poluição do ar: ...................................................................................... 38
3.7 Memorial Descritivo e de Cálculos .......................................................................................... 39
3.8 Informações sobre emissão de sons e ruídos ......................................................................... 47
INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................. 48
4.INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS .......................................................... 49
4.1 Informações sobre os resíduos sólidos gerados ..................................................................... 49
4.2 Informações sobre disposição final ......................................................................................... 50
4.3 Tratamento adotado ............................................................................................................... 52
OBSERVAÇÕES ....................................................................................................................................... 53
5.OBSERVAÇÕES .................................................................................................................................... 54
5.1Instruções e recomendações para operação do sistema de tratamento ................................ 54
5.2 Especificação setor de encarregado da operação e manutenção do(s) sistema(s) de controle
de poluição .................................................................................................................................... 54
5.3 Especificação do número de funcionários especialmente contratados para operação e
manutenção do(s) sistema(s) de controle de poluição ................................................................. 54
5.4 Cronograma provável de execução das obras ........................................................................ 54
CONCLUSÕES ......................................................................................................................................... 55
CONCLUSÕES ..................................................................................................................................... 56
Gerais ............................................................................................................................................ 56
Especificas ..................................................................................................................................... 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 59
TERMO DE COMPROMISSO ................................................................................................................... 60
Responsável Técnico: ........................................................................................................................ 60
Contratante: ...................................................................................................................................... 60
INTRODUÇÃO
Este PCA – Plano de Controle Ambiental é fruto da consciência do empreendedor e do
seu necessário e desejável licenciamento ambiental.
Para que os objetivos e alcance do Projeto fossem alcançados, decidiu-se, inicialmente,
pela execução de um diagnóstico de pré-viabilidade do empreendimento. Uma visita técnica,
para avaliar a sustentabilidade ambiental de todos os pontos de possíveis impactos ambientais,
deu ciência a isso e assegurou o seu melhor detalhamento.
Com as ideias lançadas um roteiro metodológico específico e dirigido à realidade
operacional da empresa surgiu. Espera-se, à luz dos seus procedimentos, alcançar com
objetividade e menor custo, a aprovação do necessário e tão esperado Licenciamento
Ambiental. O objetivo é que está empresa abandone a margem do improviso e venha, muito
mais do que produzir com as portas abertas, se tornar uma referência na racionalidade do trato
e na solução das questões ambientais. Para que os resultados sejam alcançados, e objetivamente
solucionados, os seguintes tópicos foram desenvolvidos:
1.Localização geográfica do complexo empresarial e análise preliminar dos elementos do meio
físico que interferem e/ou condicionam sua área direta de influência ambiental.
2.A ciência dos procedimentos que serão aplicados na obtenção do Licenciamento Ambiental
e os fundamentos (a seleção) das hipóteses de trabalho que melhor justificarão os custos e os
resultados.
3.As justificativas, no atual contexto ecológico, da implantação de sistemas de contenção de
resíduos líquidos e sólidos, bem como a recuperação e a reciclagem dos efluentes líquidos.
4.A análise de custo do Projeto de Controle Ambiental das diversas e distintas fases de trabalho.
.
CONCEPÇÃO, FINALIDADES E OBJETIVOS
Já são antigos os problemas associados à degradação do meio ambiente pela população,
pelos órgãos públicos e pela empresa privadas. Atualmente, inclusive, há certo consenso de que
o país já não pode crescer a qualquer custo, provando com isto uma deterioração irreversível
do ambiente. A proteção ao meio ambiente ganhou amplitude mundial e passou a ser
devidamente reconhecida a partir do momento em que a degradação ambiental atingiu índices
alarmantes e a pessoa humana tomou consciência de que a preservação de um ambiente sadio
está intimamente ligada a preservação de sua própria espécie.
Nestas condições, tem-se tornado cada vez mais importante incorporar tais problemas
na análise do projeto, nos seus aspectos positivos e negativos. Do ponto de vista dos aspectos
positivos, devem ser consideradas as chamadas economias externas decorrentes do projeto, tais
como: nível de emprego, treinamento dado aos empregados, construção de escolas e de creches,
desenvolvimento da comunidade onde se instala o empreendimento, etc.
No que diz respeito aos aspectos negativos, ou seja, as deseconomias externas podem
ser citadas pelo menos os seguintes impactos: poluição (do ar, da água, do solo, no nível de
ruído, etc.), degradação ecológica (da vida animal e vegetal, do clima, etc.), periculosidade para
os próprios trabalhadores e para a comunidade, etc.
Já existe no Brasil um conjunto crescente de regulamentação governamental feita no
sentido de proteger o ambiente. Deve ser observado, entretanto, que é a própria empresa que
deve procurar incorporar estes problemas na elaboração do projeto, fazendo uma análise de
custo/benefício. Entretanto, em razão da necessidade da preservação do meio ambiente
associando-se a ideia da preservação da espécie humana, a proteção ambiental torna-se uma
prioridade da agenda internacional contemporânea, com o desenvolvimento de Tratados
Internacionais e programas com o fito de preservá-lo; requerem do direito internacional público,
em processo de continua expansão, soluções aos problemas globais que apresentam, além de
um enriquecimento conceitual para fazer face às realidades dos novos tempos o
desenvolvimento das leis nacionais e dos órgãos que delegam no âmbito nacional e regional.
Do mesmo modo, para se buscar uma maior efetividade das normas existentes de direito
ambiental é igualmente necessário a maior participação da sociedade neste empreendimento e,
por várias vezes, as informações não chegam de forma verdadeira e transparente para a
população posto que em alguns casos que envolvem danos ao meio ambiente tem-se uma
informação manipulada. Com efeito, o papel da pessoa humana adquire destaque na
implementação de um meio ambiente sadio em razão do deslocamento de um status até então
passivo para compartilhar das responsabilidades na gestão de interesses de todo a coletividade.
Este status pode ser detectado, no Brasil, através do artigo 225 da Constituição Federal de 1988:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Partindo deste pressuposto, este projeto tem o objetivo de adequar a empresa,
ambientalmente, o que está diretamente ligado ao bem estar das pessoas envolvidas nas
atividades relacionadas ao empreendimento, bem como das pessoas envolvidas indiretamente,
ou seja, os vizinhos. Logo a finalidade deste projeto é a elaboração de um PLANO DE
CONTROLE AMBIENTAL (PCA) que contemplará um sistema de tratamento de efluentes,
projeto de tratamento de resíduos atmosféricos, plano de gerenciamento de resíduos sólidos e
projeto de esgoto sanitário, para este empreendimento.
Este projeto foi elaborado observando-se as disposições do órgão ambiental e visa
manter os parâmetros ambientais dentro dos padrões permissíveis conforme Licença Prévia.
Conforme:
LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
RESOLUÇÃO CONAMA N0 237, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1997 – Regulamenta os
aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente.
JUSTIFICATIVA
No mundo atual, globalmente interligado, não há mais fronteira geopolítica. As
empresas que não atingirem níveis internacionais de qualidade, produtividade e
competitividade irão à falência. Assim, no modelo de globalização, imposto pelo mercado, não
é nada recomendável desenvolver quaisquer projetos sem alcance ambiental e sem a análise de
custos e resultados.
A história tem demonstrado que não faz mais sentido gerenciar uma empresa sem
ciência e tecnologia. Os tempos são outros. Os recursos são escassos. O universo de
informações cresceu muito nestas últimas décadas, e as empresas, para se tornarem mais
competitivas e acompanharem os desafios do mercado globalizado, estão sofrendo rápidas,
constantes e profundas transformações. Com este empreendimento não deve ser diferente.
Em face do exposto são definidos neste PCA, os procedimentos e diretrizes que melhor
irão justificar a sustentabilidade ambiental do empreendimento. Por outro lado, é fundamental,
também, dar ao empreendedor ciência das diversas e necessárias fases de desembolso.
Não é necessário salientar a importância que o mundo empresarial tem no campo
socioeconômico de uma região ou de um município. Dentro desse cenário são as pequenas e
médias empresas que produzem a maior parte do mercado de trabalho das regiões interiorizadas
do Brasil. Para que o País possa uniformemente crescer dentro do conceito de sustentabilidade
é necessário, contudo, disponibilizar, às regiões interiorizadas, os recursos tecnológicos já
conhecidos e dominados nas áreas metropolitanas mais desenvolvidas do Brasil.
É claro que, juntamente com as inovações tecnológicas, as questões de controle
ambiental não podem mais ser desprezadas. No atual contexto ecológico é fundamental e de
indiscutível interesse a implantação de sistemas que racionalmente contenham a geração de
resíduos líquidos, sólidos e gasosos. A recuperação e reciclagem das matérias primas utilizadas
nas linhas de produção são outros fatores que fazem a diferença e que cada vez mais estão
auxiliando, conceituando melhor as empresas, na busca do alcance das séries de ISO’s no
Brasil.
No caso específico deste empreendimento as adequações e projetos que serão
implantados e que estão sendo sugeridos nesta fase do licenciamento ambiental,
proporcionarão, além da legalização do empreendimento junto ao órgão ambiental, uma melhor
condição de trabalho e uma melhor convivência com os empreendimentos vizinhos.
Desta forma, este PCA faz o papel de divisor de águas, do empreendimento antigo, para
o empreendimento novo; não somente do ponto de vista de instalações e prédios, mas também
novo no ponto de vista de deveres sociais com a comunidade onde o mesmo está inserido.
INFORMAÇÕES CADASTRAIS E DISPOSIÇÕES GERAIS
1. INFORMAÇÕES CADASTRAIS
Razão Social: INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUBPRODUTOS ANIMAIS LTDA.
CNPJ: 27.250.737/0001-19
Insc. Estadual: 082.723.587-23
Indicação Fiscal: 2678966
End.: Rod. BR 262, Km 16
Bairro: Centro
Cidade: Viana
Estado: ES
CEP: 29135-000
1.1 Disposições Gerais
Com base nos requisitos de licenciamento de instalação e operação exigidas pelo
Instituto Ambiental, contidos na licença prévia, este projeto tem a finalidade de adequar a
referida empresa na legislação ambiental e demais normas pertinentes.
Para isto, este PCA apresentará o projeto de controle do sistema de tratamento de
efluentes líquidos, projeto de tratamento de resíduos atmosféricos, projeto de tratamento do
esgoto sanitário, com respectivos memoriais descritivos e de cálculo, plano de gerenciamento
dos resíduos sólidos gerados pela atividade, entre outros aspectos relacionados à proteção
ambiental.
1.2 Origem da Indústria
A empresa, nomeada aqui INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUBPRODUTOS
ANIMAIS LTDA, situada à Rod. BR 262, Km 16 – Centro – Viana/ES, tem como atividade
principal o processamento de resíduos cárnicos e penas, oriundos de abatedouros frigoríficos,
a qual tem finalidade da obtenção de farinhas e óleos para serem destinados, através de
comercialização, para fábricas de rações. A origem da indústria se deu devido à localização do
empreendimento, no que tange uma facilidade logística para tal.
1.3 Fonte abastecedora de água
A água a ser utilizada, no processamento e limpeza em geral, será oriunda de poço
artesiano, o qual terá vazão aproximada de 8m³/h. Tal poço está em processo de outorga junto
a SIGERH/ES, com a LEI nº 5.818 de 29 de dezembro de 1998.
1.4 Corpo receptor (vazão e parâmetros)
A água residuária do processo, a qual estará livre de poluição acima dos índices
permitidos devido ao tratamento no processo, será canalizada e destinada ao Rio Santo
Agostinho, o qual faz divisa do terreno de localização da Fábrica. Estima-se uma vazão máxima
de 6m³/h e que o restante da água utilizada será evaporada pelo sistema de biofiltros para a
atmosfera.
1.5 Área onde será implantada a atividade
A área utilizada pela indústria, situada à Rod. BR 262, Km 16 – Centro – Viana/ES onde
se poderão verificar a área construída e a área livre do lote em questão.
Descrição:
Área Total do lote: 106.000,00 m2
Área construída: 2.474,80 m2
Área livre: 103.525,20 m2
1.6 Número de funcionários
100 funcionários de mão de obra direta são contemplados atualmente no
empreendimento, com o aumento produtivo.
1.7 Horário de turno de trabalho
O horário de trabalho adotado pela indústria é de 24 h diárias; com 3 turnos de trabalho
distribuídos no período de 24 horas.
1.8 Matéria-prima e insumos
Matérias-primas:
Vísceras in natura (200 ton/dia);
Penas in natura (120 ton/dia).
Insumos:
Antioxidante (etoxiquim líquido);
Sacaria de ráfia.
1.9 Produto a ser fabricado
Farinha de vísceras de aves;
Farinha de penas;
Óleo (gordura) de origem animal.
1.10 Descrição do processo produtivo, indicando os pontos de geração de resíduos
As matérias-primas serão transportadas, até a fábrica, via caminhão com caçambas
hermeticamente fechadas. As vísceras serão descarregadas em uma moega e transportada por
rosca até os digestores onde serão processadas através de aquecimento, por meio de vapor.
Depois de processadas no digestor são descarregadas num percolador de óleo, onde é extraído
o óleo através de uma separação dos sólidos do óleo. Os sólidos sofrem um processo de
prensagem contínua para se retirar o máximo de gordura, e depois a torta que sai da prensa é
moída em moinho a martelos, para obtenção da farinha; enquanto que o óleo sofre processo de
limpeza por meio de filtro prensa e centrífuga.
A armazenagem da farinha se dá por meio de sacos/bag, e o óleo em depósitos a granel.
Nas vísceras o único efluente que sai são os vapores de cocção que serão destinados ao sistema
de tratamento tipo biofiltro.
As penas in natura são descarregadas em um silo de recebimento apropriado e enviadas
até os digestores por meio de roscas. Nos digestores sofrem processo de hidrolise e depois
passam pelo processo pré-secagem da umidade remanescente. Os efluentes (água), que por
ventura existirem nas penas in natura, serão destinados ao processo de tratamento.
1.11 Balanço hidráulico
O empreendimento utilizará aproximadamente 72m³/d de água. Toda a água utilizada
será para consumo humano (7m³/d), lavagem de pisos (3m³/d), equipamentos (2m³/d), lavagem
da frota (1,5m³/d) e produção (58,5m³/d).
1.12 Diversificação industrial
O empreendimento contará com um sistema de lavagem para sua frota, e além disto, um
tanque de combustível para abastecimento da mesma. Estes dois projetos serão colocados em
andamento no decorrer dos próximos 12 meses. E, para tanto, foi contratado um profissional na
área de geologia para realizar um estudo hidro geológico da área onde serão implantados
futuramente estes projetos.
Vale ressaltar que, o tanque de combustível será instalado acima da superfície do solo,
contando com todos os equipamentos de contenção de vazamento. E, o sistema de lavagem
contará com uma caixa de separação de óleo/água do tipo coalescente; da qual os efluentes
serão destinados para o sistema de tratamento de efluentes da empresa.
INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO HÍDRICA
2. INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO HÍDRICA
Algumas normas pertinentes à poluição hídrica:
DECRETO Nº 24.643, DE 10 DE JULHO DE 1934 – Decreta o Código as águas.
LEI N0 9.984, DE 17 DE JULHO DE 2000 – Estrutura Regimental (ANA) Dispõe sobre a
criação da Agência Nacional de Águas ANA, entidade federal de implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, e dá outras providências.
DECRETO N0 4.871, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2003 – Dispõe sobre a instituição dos
Planos de Áreas para o combate à poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional e dá
outras providências.
MEDIDA PROVISÓRIA N0 165, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2004 – Dispõe sobre o
contrato de gestão entre a Agência Nacional de Águas e as entidades delegatárias das funções
de Agência de Água, nos termos do art. 51 da Lei n0 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e dá outras
providências.
RESOLUÇÃO CONAMA No 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005 - Dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
2.1 Informações sobre a água utilizada na indústria
A água utilizada é proveniente de poço artesiano, e será empregada no processo sem
tratamento ou qualquer adição de produtos químicos ou outra natureza. A água que abastecerá
a caldeira de geração de vapor sofrerá o tratamento químico necessário para a redução de
dureza, caso esta exista após a sua constatação por meio de análise química. No emprego desta
para produção, a mesma será utilizada na hidrólise da pena e para limpeza de equipamentos e
instalações.
2.1.1 Qualitativa:
Água potável.
2.1.2 Quantitativa:
A quantidade global de água a ser utilizada é de aproximadamente 72m³/d.
2.2 Informações sobre resíduos líquidos
Haverá somente quatro tipos de resíduos líquidos, primeiro para consumo humano
(7m³/d), segundo para lavagem de pisos e equipamentos (5m³/d), terceiro para lavagem da frota
(1,5m³/d) e quarto para produção (58,5m³/d). Estes resíduos serão destinados por gravidade
para o a estação de tratamento de efluentes; já devidamente isentos de resíduos sólidos. Os
resíduos líquidos provenientes do consumo humano serão encaminhados para sistema
tratamento biológico (fossa séptica, filtro anaeróbio e sumidouro); que será separado do sistema
de tratamento dos outros efluentes. Os demais seguirão uma caixa separadora água/sólidos
(decantador) e em seguida para um tratamento biológico para posterior descarte no corpo
receptor.
2.2.1 Descrição do sistema de captação e disposição de águas pluviais
As águas pluviais não terão captação especificamente para utilização no
empreendimento, somente serão provenientes aquelas que escoarem dos telhados que fazem
parte da cobertura total do empreendimento, não tendo contado direto com equipamentos e/ou
pisos, sendo assim livre de qualquer contaminação. Estas águas serão destinadas via canalização
diretamente para fora da área do empreendimento; uma vez que o ministério da Agricultura
proíbe categoricamente a utilização deste tipo de água dentro do processo produtivo de farinhas
para alimentação animal.
2.2.2 Informações sobre rede, vazão e destino final dos esgotos sanitários
Esgotos sanitários:
Os efluentes do esgoto sanitário serão destinados à fossa séptica, filtro anaeróbio e
sumidouro. A rede de destinação deste tipo de resíduo são tubulações enterradas e apropriadas
para tal procedimento. A quantidade de efluentes sanitários prevista é de 7.000 l/dia, com carga
orgânica de 300mg DBO/l.
Despejos sanitários.
Aqueles utilizados em banheiros, cozinhas, entre outros.
Vazão:
1. 1.470 l/dia = 1,47 m3/dia de despejo líquido
2. Esgoto sanitário = 100 pessoas x 70 l/funcionário = 7.000 l/dia
3. Vazão de projeto = 7 m3/dia
2.2.3 Informações sobre a disposição e quantidade de resíduos sólidos e gasosos,
inclusive os provenientes da estação de tratamento
Resíduos sólidos:
Pontos de geração de resíduos Classe Tipo de
Resíduos Quant./mês
Escritórios I, II e III
Papel 70 kg
Plásticos 25 kg
Orgânicos 15 kg
Lâmpadas 2 unid.
Pilhas 10 unid.
Vestiário I, II e III Papel 20 kg
Plásticos 15 kg
Orgânicos 25 kg
Lâmpadas 2 unid.
Não-recicláveis 150 kg
Banheiros I, II e III
Papel 30 kg
Plásticos 15 kg
Orgânicos 5 kg
Lâmpadas 2 unid.
Não-recicláveis 150 kg
Setor de caldeira I, II e III
Papel 15 kg
Plásticos 15 kg
Orgânicos 30 kg
Lâmpadas 1 unid.
Cinzas 4 ton
Setor de mecânica/elétrica I, II e III
Papel 20 kg
Plásticos 50 kg
Metais 600 kg
Lâmpadas 2 unid.
Estopas 50 kg
Almoxarifado I, II e III
Papel 70 kg
Plásticos 75 kg
Metais 15 kg
Lâmpadas 1 unid.
Estopas 5 kg
Descarga (moegas) I, II e III Orgânicos 100 kg
Estopas 15 kg
Área produção I, II e III
Estopas 100 kg
Lâmpadas 5 unid.
Orgânicos 250 kg
Metais 50 kg
Ensaque II e III
Plásticos 50 kg
Orgânicos 150 kg
Estopas 10 kg
Expedição de farinhas II e III
Plásticos 10 kg
Orgânicos 150 kg
Estopas 10 kg
Expedição de óleo II e III
Plásticos 10 kg
Orgânicos 50 kg
Estopas 5 kg
Biofiltro II e III Orgânicos 50 kg
Estação de tratamento de efluentes I, II e III
Plásticos 30 kg
Papel 25 kg
Orgânicos 350 kg
Estopas 5 kg
Laboratório I, II e III
Plásticos 5 kg
Papel 5 kg
Orgânicos 15 kg
Vidros 70 unid.
Resíduos gasosos:
Gases da hidrólise de penas;
Gases de cocção de vísceras;
Fumaça das caldeiras.
2.2.4 Informações sobre a quantidade de resíduos líquidos industriais
Haverá somente quatro tipos de resíduos líquidos, primeiro para consumo humano
(7m³/d), segundo para lavagem de pisos e equipamentos (5m³/d), terceiro para lavagem da frota
(1,5m³/dia) e quarto para produção (58,5m³/dia).
2.2.5 Qualidade dos efluentes líquidos
Efluentes líquidos de residuários de lavagem de pisos e equipamentos.
O efluente líquido da área de lavagem de equipamentos e pisos. Este efluente terá em
sua composição, água, terra, resíduos orgânicos, resíduos diversos. Porém, os sólidos ficarão
retidos em caixa separadora, conforme projeto estrutural do empreendimento; para que sejam
reaproveitados.
DBO5 = 450mg/l
DQO = 750mg/l
Sólidos totais = 1.012mg/l
Volume:
Lavagem de equipamentos: 2m³/d x 30dias/mês = 60m³/mês
Lavagem de pisos/instalações: 3m³/d x 30dias/mês = 90m³/mês
Totalizando: 150m³/mês de resíduos líquidos gerados no empreendimento nesta fase.
Efluentes líquidos de residuários de lavagem da frota.
O efluente líquido da área de lavagem da frota. Este efluente terá em sua composição,
água, terra, resíduos orgânicos, resíduos diversos de graxas e óleos. Porém, os sólidos ficarão
retidos em caixa separadora tipo coalescente, conforme projeto estrutural do empreendimento;
para que sejam reaproveitados.
DBO5 = 280mg/l
DQO = 950mg/l
Sólidos totais = 1.400mg/l Volume:
Lavagem da frota: 1,5m3/dia x 30dias/mês = 45m³/mês
Totalizando: 45m³/mês de resíduos líquidos gerados no empreendimento nesta fase.
Efluentes líquidos de consumo humano.
Os efluentes gerados pelo consumo humano têm a seguir sua qualidade demonstrada
(Tabela 1); vale dizer que está análise foi feita em um efluente sanitário parecido com o que o
empreendimento irá gerar.
Tabela 1 – Análise de resíduos sanitários.
Parâmetro Valor
(mg/L)
DBO 272
Acidez 114
Sólidos suspensos 156
Óleos/graxas 16.2
Sólidos sedimentáveis 3.5
Oxigênio dissolvido 0.0
Nitritos 0.0
Turbidez 92 ntu
Sólidos totais fixos 204
Detergente 5.46
Sólidos totais voláteis 280
Alcalinidade total 219.73
Sólidos totais
dissolvidos 328
Cloretos 46.18
Sólidos totais 484
Nitrato 5.575
Fosfato 17.28
PH 7.43
DQO 432
Ácido sulfídrico 7.272
Obs. Estes valores estão fora do recomendado pela Resolução CONAMA Nº 357 de 17
de Março de 2005, porém, este resíduo sanitário não será lançado em rios ou lagos, e sim serão
dispostos em rede sistema de tratamento de despejos sanitário.
Esgoto sanitário = 100 pessoas x 70 l/funcionário = 7.000 l/dia = 7 m3/dia x 30 dias/mês =
210m³/mês
Aqui cabe ressaltar a necessidade de implantação de um novo sistema, mais eficiente e
moderno, de tratamento de efluentes líquidos proveniente de esgotamento sanitário. O que será
abordado no momento oportuno neste PCA.
Efluentes líquidos de residuários do processo produtivo.
O efluente líquido da área de produção. Este efluente terá em sua composição, água,
terra, resíduos orgânicos, resíduos diversos de ácidos graxos e óleos. Porém, os sólidos ficarão
retidos em um decantador primário, conforme projeto estrutural do empreendimento; para que
sejam reaproveitados.
DBO5 = 3.900 mg/l
DQO = 15.000mg/l
Sólidos totais = 2.400mg/l
Volume:
Resíduos líquidos: 58.5m³/dia x 30 dias/mês = 1.755m³mês
Totalizando: 1.755m³/mês de resíduos líquidos gerados no empreendimento nesta fase.
Sumarizando, o empreendimento terá o consumo aproximado de 2.100m³/mês.
2.2.6 Análise do corpo receptor, a montante do ponto de descarga
A análise no corpo receptor do efluente, referente ao empreendimento, será feita
futuramente, visto que todo efluente líquido ainda não gerou lançamento neste corpo receptor.
Após tratamento devido, este efluente será passível de lançamento neste corpo; logo assim que
se iniciar os lançamentos será empregado análises mensais no mesmo.
2.3 Projeto hidráulico do tratamento de resíduo líquido
O projeto hidráulico está dimensionado para atender 144m³/dia conforme dados
estimados para ampliações futuras.
PROCESSO
CONDENSADO DO BIOFILTRO
CAIXA DE SEPARAÇÃO ÁGUA ÓLEO
LAGOAS ANAIRÓBICAS
CAIXA DE GORDURA
REATOR UASBCOMPOSTAGEM
LAGOA AERADABIOFILTROS DE
FUNDO AERADO
LAGOA FITOPEDELOGICA
FUNGO
CORPO RECEPTOR
RESÍDUOS
Figura 01 – Fluxograma do processo de tratamento de resíduos líquidos.
2.3.1 Descrição do(s) sistema(s) de tratamento(s) adotado(s)
As águas residuárias, provenientes da lavagem da frota será destinada para caixa
coalescente e desta para o sistema de tratamento do restante dos efluentes como se segue. Os
efluentes tanto de lavagem de pisos e/ou equipamentos, quanto da produção, passarão
inicialmente por um sistema de se grades (para retenção de materiais sólidos grossos), um
decantador primário, seguindo para um reator UASB, deste para a lagoa anaeróbia 1 (revestida
por geomembrana), seguindo para a lagoa anaeróbia 2 (compactada por rolo pé de carneiro),
sendo destinado para a lagoa aerada (6 aeradores de 5cv), desta para dois biofiltros (10m³ cada)
com fundo aerado (compressor de 10 pés), passando por um canal de filtração por zeólita, e
finalmente deste último para uma lagoa fitopedelógica (com junco plantado). E, desta lagoa
fitopedelógica será destinado para o Rio Santo Agostinho
Tanto na caixa de gordura, quanto no reator UASB, são gerados uma grande quantidade
de material gorduroso em sua limpeza; há a necessidade de relatar que estes resíduos serão
destinados para a compostagem. Para que então sejam doados para utilização como fertilização
por pequenos produtores da região.
Os aspectos construtivos poderá ser melhor entendido no item 5.4 deste projeto.
2.3.2 Justificativa da escolha do(s) tipo(s) de tratamento(s) adotado
A maior justificativa se embasa, fundamentalmente, que todo o processo é biológico;
logo todos resíduos oriundos destes são biológicos, podendo ser empregados na compostagem
para futuro reaproveitamento em fertilização.
2.3.3 Cálculo do dimensionamento hidráulico das diversas unidades que compõem o
sistema. Escolha e justificativa das vazões adotadas
TRATAMENTO PRIMÁRIO.
O efluente proveniente do biofiltro passará por um canal onde serão instaladas duas
grades de retenção de sólidos, sendo a primeira com barras de 5/16” e espaçamento entre barras
de 6mm, com ângulo de inclinação de 45º. A segunda terá espaçamento entre barras de 10mm
e barras de ¼ “, com inclinação de 45º. As grades serão removíveis, com espaçamento entre
elas de 60cm. E deste, para um decantador primário.
SEPARADOR DE GORDURA
Comprimento útil 6m
Largura útil 6m
Profundidade útil 2,5m
Volume interno do separador de gordura 90m³
Área
Superficial 36m²
Taxa de aplicação 2,5 m³/m²
DECANTADOR PRIMÁRIO
Tipo: Clássico ou convencional, com fluxo vertical e remoção de lodo através de bomba (ou
gravidade em caso suspenso), necessário devido ao tratamento físico-químico anterior.
Vazão de projeto 10m³/hora
Quantidade de decantadores 1 unidade
Taxa de aplicação superficial 24m3/m²/dia
Altura turbina até o fundo h
Área superficial adotada 7,6m³
Diâmetro 2,5m
Tempo de detenção 2 horas
Ângulo do vértice do cone 55º
Altura da parte cilíndrica 1,5m
Altura da parte cônica 1,0m
Altura útil total 2,5m
Tubulação de entrada 100mm
Tubulação de saída do lodo 100mm
REATOR UASB – critérios e parâmetros para o dimensionamento
Pesquisas desenvolvidas na CETESB na década de 80, com reator UASB tratando
esgoto sanitário, levaram ao estabelecimento de critérios e parâmetros muito úteis para o seu
dimensionamento bem como para avaliação de condições operacionais.
Vazão de esgotos de projeto
Os reatores UASB são empregados à jusante apenas do tratamento preliminar, o que o
torna desprotegido das variações de vazão de esgotos, uma vez que os tempos de detenção
utilizados são relativamente pequenos. Desta forma, costuma recomendar-se que o reator
apresente condições de atender a situação mais desfavorável, isto é, vazão máxima horária de
esgotos.
Tempo de detenção dos esgotos no reator
De acordo com os estudos da CETESB, tempos de detenção hidráulicos da ordem de
apenas 6 horas, com base na vazão máxima horária de esgotos, são suficientes para garantir
uma eficiência média na remoção de DBO dos esgotos em torno de 65%. Alguns autores
sugerem a adoção de tempo de detenção hidráulico de 8 horas, com base na vazão média de
esgotos sanitários.
Taxa de aplicação de substrato
Como os esgotos sanitários são relativamente diluídos, os reatores UASB têm o seu
limite de capacidade definido pela taxa de aplicação hidráulica, que resulta em determinada
velocidade que poderá ou não ser suficiente para provocar o arraste de parte do manto de lodo,
descontrolando o processo. No tratamento de efluentes industriais mais concentrados, os
reatores UASB são limitados pela aplicação de matéria orgânica, em geral na faixa de 5 a 10
kg DQO/m³.dia, embora tenham sido registradas taxas de até 20 kg/m³dia com bons resultados
no tratamento.
Velocidade ascensional na zona de manto de lodo
A manutenção de determinada faixa de velocidade ascensional dos esgotos ao longo do
corpo do reator é importante para garantir grau adequado de expansão da manta de lodo, sem
que haja arraste excessivo para a zona de decantação. Recomenda-se a faixa de 0,7 a 1,0m/h
para reatores UASB tratando esgoto sanitário.
Velocidade de passagem da zona de manto de lodo para a zona de decantação
Lodos bem granulados resistem ao arraste com velocidades de passagem de até 10m/h.
Mas como ocorrem situações em que o lodo não granula, apenas flocula e mesmo assim o reator
mantém boa eficiência na remoção de DQO, recomenda-se limitar a velocidade ascensional à
4m/h.
Taxa de escoamento superficial na zona de decantação
A parte superior do reator UASB, externa ao “chapéu” coletor de gás, funciona como
decantador, permitindo a recuperação de grânulos escapados da zona de manto de lodo.
Recomendam-se taxas de escoamento superficial inferiores à 1,25m³/m³.dia para a garantia do
retorno de parte significativa do lodo para a zona de manto. A inclinação das abas do chapéu
(ângulo com a horizontal), deverá ser superior a 55º.
Distribuição dos esgotos à entrada (fundo) do reator
A distribuição dos esgotos à entrada do reator é fundamental para garantir um
funcionamento integral da zona de manto de lodo, sem escoamentos preferenciais ou curtos-
circuitos que podem reduzir o tempo de detenção e o contato dos esgotos com o lodo ativo.
Recomenda-se pelo menos duas a três entradas por m³ de fundo de reator. As extremidades dos
tubos de alimentação deverão distar cerca de 30cm do fundo do reator.
Produção de lodo nos reatores UASB
De acordo com os resultados dos estudos da CETESB anteriormente mencionados, pode
ser esperada uma produção de lodo de 0,2 kg SS / kg DQO aplicada.
Produção de gás
Ainda de acordo com os estudos da CETESB, deve ser esperada uma produção de 0,12
Nm³ gás / kg DQO aplicada. O gás deverá possuir cerca de 65 a 75% de metano.
Critérios para a partida e operação dos reatores UASB vazão de esgotos de projeto Lodo
de inoculo
Havendo possibilidade de obtenção de lodo de inoculo, a partida do reator poderá
ocorrer mais rapidamente. É preferível lodo granulado proveniente de outro reator UASB
utilizado no tratamento de efluente semelhante. Quanto maior a quantidade de inoculo, maior
será a vazão de partida, chegando-se mais rapidamente à vazão de projeto. Porém, há que se
considerarem os custos com o transporte de lodo. O lodo introduzido no reator deverá ser
caracterizado em termos de volume e concentração de sólidos em suspensão voláteis, para que
se possa obter a massa de SSV introduzida.
Caracterização dos efluentes
Os efluentes deverão ser caracterizados, principalmente em termos de vazão e
concentrações de DQO, Nitrogênio Total Kjeldhal, Fósforo Total, pH e Temperatura Estas
características deverão ser corrigidas, caso seja necessário. A presença de substâncias
potencialmente inibidoras do tratamento deverá ser previamente investigada.
Vazão de alimentação de partida e evolução da carga
O reator deverá ser alimentado com os efluentes segundo uma vazão que resulte na
aplicação de 0,1kg DQO/kg SSV. Dia. Essa vazão deverá ser aumentada quando ocorrer
estabilização da eficiência na remoção de DQO e demais características operacionais do
processo. Eventuais desequilíbrios poderão ser enfrentados mediante a introdução de barrilha
no reator, sempre que o pH em seu interior tenda a cair abaixo de 6,5.
Controle analítico do reator
Deverá ser empreendido um controle analítico sobre os esgotos à entrada e à saída do
reator e do lodo em pontos de amostragem em diferentes profundidades. As principais variáveis
de controle dos esgotos são a DQO (e a DBO, por tratar-se de parâmetro da legislação), pH,
temperatura, concentração de ácidos voláteis e alcalinidade de bicarbonatos. Controle de pH e
temperatura deve ser feito pelo menos uma vez por dia, enquanto que as demais características
devem ser analisadas pelo menos uma a duas vezes por semana. Do lodo, é importante o
controle da concentração de sólidos em suspensão voláteis ao longo da profundidade da zona
de manto.
Dimensionamento – Reator UASB
Dados:
Vazão média de efluentes: 144m³/dia
Vazão máxima horária de esgotos: 1,2 x 1,5 x 144 / 86,4 = 3 L/s
Carga de DBO: 561,6kg/dia
Tempo de detenção dos efluentes no reator: 26,0 horas (p/ Qmáx.)
Volume útil dos reatores: 3 x 13 x 3,6 = 140,4 m³
Será utilizado um reator UASB de 140,4m³ cada, com 7,50m de comprimento, 4,20m
de largura e 4,5m de profundidade útil total (zona de manto + zona de decantação).
Tempo de detenção hidráulico resultante:
td = 140,4/ (1, 5 x 3,6) = 26 h (p/ Qmáx.)
Velocidade ascensional na zona de manto de lodo:
Vasc. = (1,5 x 3,6) / (1,00 x 4,20 x 4,5 ) = 0,28 m/h
Velocidade de passagem para a zona de decantação:
Vp = (1,5 x 3,6) / ( 4,5 x 0,4 x 1 x 4,2) = 0,71 m/h
(Obs: consideradas quatro aberturas de 0,40 x 4,50 por reator)
Velocidade de escoamento à superfície da zona de decantação:
qA = (1,5 x 3,6) / (4,5 x 4,2 x 1,16) = 0,25 m³ / m².h
(Obs: A largura efetiva de cada reator na zona de decantação reduziu-se de 2,00 m para 1,16m,
devido aos espaços ocupados pelo chapéu.) - Sistema de alimentação
Considerando-se uma entrada a cada 0,58 m² de fundo de reator, o número de tubos
alimentadores será: (4,20 x 4,50 ) / 0,58 = 32 tubos por reator.
Produção de lodo
Considerando-se a produção de lodo igual a 0,2 kg SS / kg DQO aplicada, tem-se:
Carga DQO = 2160 kg DQO/dia
Produção de lodo: 0,2 x 2160 = 432 kg SS / dia
Produção de gás:
Considerando-se a produção de 0,12 Nm3 gás / kg DQO Aplicada, tem-se: Prod. Gás =
0,12 x 2160 = 259,2 Nm3 / dia (gás com 75% CH4)
Eficiência do reator: 55% em DBO.
Carga de DBO Residual: 0,45 x 561,6 = 252,72 kg DBO / dia
Carga de DQO Residual: 0,45 x 2.160 = 972 kg DBO / dia
TRATAMENTO SECUNDÁRIO
Através do tratamento preliminar haverá uma remoção de carga orgânica da ordem de
65%, considerando isto:
Vazão 2...: 6 m3/hora
DBO........: 3.900 mg/l
CP............: 44m³/dia*3.900mg/l = 561,6 kg/dia
CPr...........: 0,65*561,6kg/dia = 365,04Kg DBO/dia
CPa...........: 561,6 Kg DBO/dia 365,04 Kg DBO/dia = 196,56 Kg DBO/dia
LAGOA ANAERÓBIA I
Eficiência.............: 60 %
CPa.......................: 196,56 Kg DBO/dia
CPe.......................: 78,62 Kg DBO/dia
K...........................: 0,05
Tempo retenção....: 70/0,05*(30) = 46,67 dias
Volume.................: 144m³/dia*46,67dias = 6.720,48 m3
Dimensões:
Fundo..........................: 49 x 29 m
Topo............................: 55 x 33 m
Nível d´água................: 53 x 31 m
Profundidade útil.........: 3,0 m
Profundidade total.......: 2,5 m
Volume útil.................: 4.107,5 m³
Volume total...............: 5.445 m³
Relação de taludes......: 1:1,5
LAGOA ANAERÓBIA II
Eficiência....................: 60 %
CPa..............................: 78,62 Kg DBO/dia
CPe..............................: 31,45 Kg DBO/dia
K..................................: 0,04
Tempo retenção...........: 70/0,05*(30) = 46, 67 dias
Volume........................: 144m³/dia*46,67dias = 6.720,48 m3
Dimensões:
Fundo...........................: 49 x 29 m
Topo.............................: 55 x 33 m
Nível d´água.................: 53 x 31 m
Profundidade útil..........: 3,0 m
Profundidade total........: 2,5 m
Volume útil...................: 4.107,5 m3
Volume total.................: 5.445 m3
Relação de taludes........: 1:1,5
LAGOA AERADA I
Eficiência......................: 70 %
CPa................................: 31,45 Kg DBO/dia
CPe................................: 9,43 Kg DBO/dia
K....................................: 0,14
Tempo retenção.............: 70/0,14*(30) = 16, 67 dias
Volume..........................: 144m³/dia *16,67dias = 2.400m³
Dimensões:
Fundo.............................: 27,1 x 9,1 m
Topo...............................: 37,8 x 23,8 m
Nível d´água...................: 35,7 x 21,7 m
Profundidade útil............: 4,2 m
Profundidade total..........: 4,9 m
Volume útil.....................: 3.253 m³
Volume total...................: 4.408 m3
Relação de taludes..........: 1:1,5
DIMENSIONAMENTO DOS AERADORES
a) Necessidade de oxigênio: Aerador I 1,4 kg O2/Kg DBO remov. Dia
Taxa de redução de DBO esperada = 70%.
Portanto, 1,4*0, 70*23,59 = 23,12 Kg O2 / dia = 0,96 Kg O2 / h
0,96kg0²/h / n(=0,6) = 1,60cv
b) Verificação da agitação do tanque:
volume*5cv / 1000m³ = 3253m³ * 5cv / 1000m³ = 16,26cv
c) Conclusão:
Para remover tanto a agitação quanto a aeração, serão necessários 04 aeradores de 5 CV,
tipo rápido, flutuante. Por questão de conservadorismo, serão empregados 6 aeradores de 5 CV
ESPECIFICAÇÃO DO MODELO TURBO 5
Motor........................: Elétrico, trifásico, 1.750rpm, proteção IP-54, TFVE, 60 Hz, 5 CV
Transferência de oxigênio nas condições Standard.................................: 1,6 Kg O2/CVh
Diâmetro de influência, para dispersão de oxigênio...............................: 40 metros
Diâmetro de influência, para mistura completa......................................: 18 metros
BIOFILTROS
Diâmetro: 1,50m;
Altura total: 2,50m;
Volume útil: 10m³;
Tempo teórico de detenção hidráulica: 2 h;
Vazão de operação: 6 m³/h (em cada biofiltro);
Taxa de carregamento hidráulico: 0,07 m³/m².dia;
Diâmetro das tubulações entrada e saída de efluente: 1”;
Velocidades de escoamento na tubulação de entrada e saída: 0,3 m/s;
Descarga de fundo: acionada por válvula esfera com diâmetro de 2”;
Saída de ar: em tubo de aço galvanizado de ¾”, situada no topo do biofiltro;
Foi previsto um orifício de ¾” no topo do biofiltro para possibilitar uma possível injeção de
nutrientes no interior do biofiltro.
Necessidade de dois biofiltros com estas dimensões; ambos recheados com cavaco de
eucalipto, com fundo falso. Para injeção de ar, será utilizado um compressor de 10 pés. Depois
destes dois biofiltros será empregado um canal de adsorção com leito de zeólita.
CPa = 9,43 Kg DBO/dia
CPe = 3,77 Kg DBO/dia
LAGOA FITOPEDELÓGICA
Vazão...............................: 144 m3/dia
CPa..................................: 3,77 Kg DBO/dia
Ta....................................: 50 Kg DBO/há dia *
Área................................: 2,12kgDBO/dia / 50kgDBO/ha dia * 10.000m2 / há = 424m²
Dimensões:
Fundo.............................: 49 x 29 m
Topo...............................: 55 x 33 m
Nível d´água...................: 53 x 31 m
Profundidade útil............: 0,6 m
Profundidade total..........: 0,8 m
Volume útil.....................: 985 m³
Volume total...................: 1.452 m3
Relação de taludes..........: 1:1,5
Eficiência........................: 70 %
CPe..................................: 29,96 mg DBO/l
2.3.4 Características prováveis dos resíduos líquidos tratados
Remoção de indicadores de poluição no efluente bruto no sistema decantador/caixa de
gordura/UASB:
BDO5 efluente: 3900 – 3900 X 0,65 = 1365mg/litro
CP = 3900*144,0 / 1000 = 561,60kgDBO5 dia
CPefluentes = 561,60 – 561,60kgDBO5 dia * 0,65 = 196,56kgDBO5 dia
DQO efluente: 15000 – 15000 * 0,65 = 5250mg/litro
CP = 15000*144,0 / 1000 = 1160kgDBO5 dia
CPefluente = 2160 – 2160kgDBO5 dia * 0,65 = 756kgDBO5 dia
Remoção de indicadores de poluição no efluente dos sistema anterior na lagoa anaeróbia 1:
BDO5 efluente: 1365 – 1365 X 0,6 = 546mg/litro
CP = 1365*144,0 / 1000 = 196,56kgDBO5 dia
CPefluentes = 196,56 – 196,56kgDBO5 dia * 0,6 = 78,62kgDBO5 dia
DQO efluente: 5250 – 5250 * 0,6 = 2100mg/litro
CP = 5250*144,0 / 1000 = 756kgDBO5 dia
CPefluente = 756 – 756kgDBO5 dia * 0,6 = 302,4kgDBO5 dia
Remoção de indicadores de poluição no efluente da lagoa anaeróbia 1 na lagoa anaeróbia 2:
BDO5 efluente: 546 – 546 X 0,6 = 218,4mg/litro
CP = 546*144,0 / 1000 = 78,62kgDBO5 dia
CPefluentes = 78,62 – 78,62kgDBO5 dia * 0,6 = 31,45kgDBO5 dia
DQO efluente: 2100 – 2100 * 0,6 = 840mg/litro
CP = 2100*144,0 / 1000 = 302,4kgDBO5 dia
CPefluente = 302,4 – 302,4kgDBO5 dia * 0,6 = 120,96kgDBO5 dia
Remoção de indicadores de poluição no efluente da lagoa anaeróbia 2 na lagoa aerada:
BDO5 efluente: 218,4 – 218,4 X 0,7 = 107,02mg/litro
CP = 218,4*144,0 / 1000 = 31,45kgDBO5 dia
CPefluentes = 31,45 – 31,45kgDBO5 dia * 0,7 = 9,43kgDBO5 dia
DQO efluente: 840 – 840 * 0,7 = 252mg/litro
CP = 540*144,0 / 1000 = 120,96kgDBO5 dia
CPefluente = 120,96 – 120,96kgDBO5 dia * 0,7 = 36,3kgDBO5 dia
Remoção de indicadores de poluição no efluente da lagoa aerada nos biofiltros e leito de
adsorção:
BDO5 efluente: 107,02 – 107,02 X 0,3 = 74,9mg/litro
CP = 107,02*144,0 / 1000 = 15,41kgDBO5 dia
CPefluentes = 15,41 – 15,41kgDBO5 dia * 0,3 = 10,8kgDBO5 dia
DQO efluente: 252 – 252 * 0,3 = 176,4mg/litro
CP = 252*144,0 / 1000 = 36,3kgDBO5 dia
CPefluente = 36,3 – 36,3kgDBO5 dia * 0,3 = 25,41kgDBO5 dia
Remoção de indicadores de poluição no efluente dos biofiltros e leito de adsorção na lagoa
fitopedelógica:
BDO5 efluente: 74,9 – 74,9 X 0,6 = 29,96mg/litro
CP = 74,9*144,0 / 1000 = 10,8kgDBO5 dia
CPefluentes = 10,8 – 10,8kgDBO5 dia * 0,6 = 4,3kgDBO5 dia
DQO efluente: 176,4 – 176,4 * 0,6 = 70,56mg/litro
CP = 176,4*144,0 / 1000 = 25,4kgDBO5 dia
CPefluente = 25,4 – 25,4kgDBO5 dia * 0,7 = 10,16kgDBO5 dia
Estas são as características, quanto a DBO e DQO, do efluente a ser destinado ao corpo receptor.
2.3.5 Características do sistema de esgoto sanitário
Os despejos sanitários serão encaminhados para sistema de captação e tratamento de
esgoto, através de tubulações adequadas para a finalidade. Dimensionamento de uma fossa
séptica, filtro anaeróbio e sumidouro para captar os despejos humanos; segue logo abaixo:
Dimensionamento da fossa séptica.
Número de pessoas a serem atendidas(N): 100
a) consumo local de água:
Esgoto(C)/Lodo fresco(L)
70 / 0,30 => litros/dia/operário
b) Período de detenção dos despejos(T): 24 h
c) Período de armazenamento do lodo digerido: 10 meses
d) Período de digestão do lodo: 50 dias
e) Coeficiente de redução de volume do lodo:
- lodo digerido R1=0,25
- lodo em digestão R2=0,50
Dimensionamento de fossas sépticas de câmara única:
V = N*(C*T + 100*Lf)
V = 100*(70*1 + 100*0,3) = 10.000 litros (10m³)
Como previsto pela NBR-7229 de março de 1982 o volume útil mínimo admissível é de
1.250 litros; sendo assim neste empreendimento o volume da fossa séptica atende as normas.
Características construtivas.
Comprimento: 3,00 m
Largura : 2,00m
Altura : 1,80 m
Volume útil. : 10,8 m3
Dimensionamento do Filtro Anaeróbio
Descrição: Trata-se de unidade de tratamento biológico do efluente da fossa séptica, de
fluxo ascendente, em condições anaeróbias, cujo meio filtrante mantém-se afogado. O filtro
anaeróbio consiste basicamente de um tanque de forma cilíndrica ou prismática de seção
quadrada, cheio de pedras, que acumulam em sua superfície os micro-organismos anaeróbios
responsáveis pelo processo. O líquido penetra pela base, flui através das pedras que são
apoiadas numa placa perfurada e é descarregado pela parte superior.
Dimensionamento
Para efeito de cálculo o dimensionamento do filtro é obtido pelas fórmulas:
A)
V = 1,60*N*C*T
V = 1,60*100*70*1 = 11.200 litros (11,2 m3)
Onde:
V = volume útil
N = número de contribuintes
C = contribuição dos despejos (em litros / pessoa x dia )
T = período de detenção em dias
B)
S= V_/1,80
S = 11,2 /1,80 = 6,22 m2 onde:
S = seção horizontal
V = volume útil calculado (m³)
Detalhes Construtivos:
1) O diâmetro mínimo é de 0,95 m ou a largura mínima de 0,85 m.
2) O diâmetro máximo e a largura máxima não devem exceder a três vezes a profundidade
útil que é 1,80 m para qualquer volume calculado.
3) O volume útil mínimo é de 1.250 litros
4) O dispositivo de saída deve consistir de vertedor tipo calha, com 0,10 m de largura e
comprimento igual ao diâmetro ou largura do filtro. Deve passar pelo centro de seção e
situar-se em cota que mantenha o nível de efluente a 0,30 m do topo do leito filtrante.
S = 2*π*r²+2*π*r*h
ou
h = S-2*π*r² / 2*π*r
h = 6,22m² - 2*π*((0,47m)²) / 2*π*0,47m
h = 1,70m
Dimensões:
Diâmetro: 2,00 m
Altura :1,80 m
Dimensionamento do sumidouro.
O sumidouro é uma unidade de depuração e disposição final do efluente do sistema
tanque séptico (ou fossa séptica), verticalizado em relação á vala de infiltração. Pode-se dizer,
de maneira simples, que o sumidouro é um poço escavado no solo, cuja finalidade é promover
a depuração e disposição final do esgoto no nível subsuperficial do terreno.
Critérios e parâmetros do projeto e aspectos construtivos.
Como existe uma grande dificuldade de se manter as condições aeróbicas no interior de
um sumidouro, tem-se a obstrução das superfícies de infiltração internas mais precocemente,
devido à colmatação.
Assim como a vala de infiltração, a NBR 13969/1997 apresenta recomendações para a
construção de sumidouros. São elas:
As paredes deverão ser revestidas de alvenaria de tijolos, assentados com juntas livres,
ou de anéis pré-moldados de concreto, convenientemente furados;
O interior pode ter ou não um enchimento de cascalho, pedra britada ou coque, com
recobrimento de areia grossa. Este material não pode ser rejuntado, permitindo assim uma fácil
infiltração do líquido no terreno;
As lajes de cobertura deverão ser construídas em concreto armado e dotadas de uma
coluna de exaustão e de uma abertura de inspeção, com tampão de fechamento hermético, cuja
menor dimensão em seção, será de 0,60 m;
As dimensões do sumidouro são determinadas em função da capacidade de absorção do
terreno, devendo ser considerada, como superfície útil de absorção, a do fundo e das paredes
laterais, até o nível de entrada do efluente do tanque séptico.
Deve-se garantir uma distância mínima de 1,50 m entre o fundo do sumidouro e o nível
máximo do lençol freático, que é atingido nas épocas de chuva.
Dimensões.
Vazão = 10 m3/dia = 10.000 litros/dia
Coeficiente de infiltração (gerado através de teste de percolação realizado na área do
empreendimento) = 111,11 min/metro; que de acordo com a tabela A.1 do Anexo A (normativo)
do código da ABNT = 0,13 m3/m2.dia = 130 l/m2.dia
Cálculo da área de infiltração necessária:
A = Q / Cinf
A = 10.000 / 130
A = 77m²
em que,
A = área de infiltração
Q = vazão média utilizada
Cinf = coeficiente de infiltração do solo Determinação da profundidade do sumidouro.
Considerando a largura do sumidouro 2,00 m, tem-se:
S = 2*π*r²+2*π*r*h
ou
h = S-2*π*r² / 2*π*r
h = 77m² - 2*π*((1,0m)²) / 2*π*1,0m
h = 11,3m
Sendo assim, serão necessários dois sumidouros com as seguintes características:
Diâmetro = 2,00 m
Profundidade = 5,60 m.
2.3.6 Características prováveis do corpo receptor, logo após receber os resíduos líquidos
tratados
Todos os resíduos líquidos gerados no empreendimento, exceto os sanitários, serão
tratados na estação de tratamento. Eficiência de sistemas de tratamento: Remoção de DBO no
efluente bruto: entre 40% e 75% nas caixas separadoras, 65 a 75% no reator físico-químico,
remoção de sólidos suspensos: entre 95% e 98% no reator e 80% nos biofiltros e pH: 6,5 – 7,0.
Deixando o efluente final com características suficientes para lançamento em corpo receptor ou
sistema de captação pluvial público. O que não ocorrerá, pois todo o efluente será reutilizado
no empreendimento.
Já os resíduos sanitários serão lançados em rede pública de captação de esgoto; caso
haja algum empecilho pelo tipo de empreendimento, estes passarão por uma fossa séptica, para
que o material mais pesado seja decantado, e o sobrenadante irá para o sumidouro. Logo,
nenhum despejo líquido será feito em rios, lagos, ou semelhantes. A eficiência de fossas
sépticas é de: DBO 40 a 60%; sólidos em suspensão 50 a 70%, coliformes totais 50%. O efluente
das fossas sépticas não é purificado, apenas reduz a sua carga orgânica a um grau de tratamento
aceitável em determinadas condições. O efluente é escuro e com odor característico, causado
pela presença de gás sulfídrico e outros gases produtores de odores, estando presente grande
quantidade de bactérias potencialmente perigosas à saúde.
Sendo assim, o efluente de um tanque séptico não é um líquido inofensivo. É um líquido
contaminado com odores e aspectos desagradáveis, exigindo por este motivo, uma disposição
adequada.
A NBR 7229 cita alguns processos de disposição do efluente líquido das fossas. Neste
projeto o escolhido foi o sumidouro. Os sumidouros, também chamados de poços absorventes
recebem os efluentes diretamente das fossas sépticas, tendo, portanto, vida útil longa, devido a
facilidade de infiltração do líquido praticamente isento de sólidos causadores da colmatação do
solo. As dimensões dos sumidouros são determinados em função da capacidade de absorção do
terreno, previamente determinada, devendo ser considerada como superfície útil de absorção a
do fundo e das paredes laterais até o nível de entrada do efluente. O dimensionamento do
sumidouro deste projeto foi apresentado no item anterior.
INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO DO AR
3. INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO DO AR
3.1 Combustíveis:
Tipo: lenha (eucalipto, madeira nativa, entre outros).
Quantidade diária: 144 m³/dia
Quantidade mensal: 4.320 m³/mês
Quantidade anual: 51.840 m³/ano
3.2 Caldeiras.
Caldeira 1
Marca: ATA - SOFKA
Ano de fabricação: 1986
Modelo: ATA 28
Tamanho: 10.000 kg/hora
Fabricante: ATA - SOFKA
Caldeira 2
Marca: ATA - SOFKA
Ano de fabricação: reformada em 2000
Modelo: ATA 30
Tamanho: 12.000 kg/hora
Fabricante: ATA – SOFKA
3.3 Outros equipamentos de queima de combustíveis:
Fornalha.
Especificação: comum
Período de funcionamento: 24 horas/diárias
3.4 Outras fontes de poluição do ar:
Especificação:
Fontes de emissão de fumaça: fornalha.
Fontes de emissão de poeiras: não há.
Fontes de emissão de fumos: não há.
Fontes de emissão de gases: biofiltro.
Fontes de emissão de vapores: não há.
3.5 Chaminés:
Número: 1.
Altura em relação ao solo: 10 metros
Altura em relação às construções vizinhas: 6.
Diâmetro: 950 mm
Vazão: 20 m³/hora
Tempo de operação: 24 horas/dia
3.6 Plano de controle de poluição do ar:
Medidas:
No controle de poluição de ar será empregado um biofiltro para os gases gerados no
empreendimento. Na entrada do biofiltro será instalado um aerocondensador para resfriar os
gases de entrado do biofiltro; e na descarga de pressão dos digestores irá ser implantado um
hidrociclone para retirar as partículas dos gases.
Vale ressaltar que a caldeira adquirida tem todos os componentes necessários para
redução de poluentes lançados na atmosfera.
Redução esperada:
Equipamento instalado para centrifugar os sólidos que por ventura estiverem no arraste
dos gases, e fazer a separação física, reintegrando o produto ao processo novamente. Ciclone
construído com diâmetro de 1.260 mm e altura total de 3.200 mm. Corpo executado em chapa
de aço inox AISI 304 e=2 mm. Na alimentação do ciclone haverá uma envolvente com cinco
tubos de entrada, cada uma será interligada à tubulação de despressurização. Na saída do cone
terá uma válvula de guilhotina com acionamento pneumático para permitir a abertura e
fechamento temporizado. O ciclone sustentado por uma estrutura de aço carbono em viga U.
DADOS DO AEROCONDENSADOR
Equipamento instalado para condensação dos vapores de cozimento dos digestores. Terá
dimensão básica 2.000 mm de altura x 3.000 de largura x 6.000 mm de comprimento. Composto
de tubo de entrada dos gases que vem dos digestores na parte inferior, e de tubo de saída na
parte superior para interligar ao exaustor. Terá três conjuntos de feixes de tubos aletados
galvanizados com fixação em dois espelhos. Três exaustores axiais de 15 cv cada, pra forçar a
passagem de ar. A sustentação será sobre estrutura em aço carbono de perfil.
Com a implantação do biofiltro para os gases, espera-se reduzir consideravelmente a
emanação de gases para o meio ambiente. Como o combustível utilizado na fornalha é somente
a lenha, não se tem concentração de poluentes tóxicos, exceto o dióxido de carbono; que será
totalmente absorvido no sistema de tratamento da própria caldeira, juntamente com as partículas
de cinzas arrastadas pela fumaça. Esta redução, segundo alguns fabricantes de equipamentos
deste nível é de aproximadamente 96%.
3.7 Memorial Descritivo e de Cálculos
DADOS DO PROJETO:
CICLONE PARA ATENDER A DESPRESSURIZAÇÃO DE GASES DOS
DIGESTORES DE PENAS
Laminado A-36 W-150 e reforços em mãos francesas, e outros perfis laminados tipo U
galvanizada por processo a fogo.
BIOFILTRO
Gás da descarga e hidrólise das penas......................................................: 2.520 m3/hora
Gás da secagem da farinha de carne.........................................................: 11.560 m3/hora
Gás da secagem da farinha de penas........................................................: 20.736 m3/hora
Gás do digestor contínuo de vísceras.......................................................: 5.184 m3/hora
Total..........................................................................................................: 40.000 m3/hora
Após o sistema de resfriamento, condensação e umidificação existente, a mistura destes
gases apresenta temperatura média de 80ºC.
EFICIÊNCIA DESEJADA:
No mínimo 95% de remoção de odor nos fluxos assumidos.
MONITORAMENTO:
Umidade do material filtrante (mínimo de 50%).
Matéria orgânica (sólidos suspensos voláteis – mínimo de 20%) Temperatura dos gases
de entrada (menor que 45 ºC e maior do que 15 ºC) Temperatura no leito a meia profundidade
(menor do que 47 ºC)
Análise de pH, DQO, ST, SST, SSF, SSV, OG. No efluente gerado. Odor análise
sensorial
Velocidade de escoamento (anemômetro).
ROTINA DE MONITORAMENTO
Umidade do material filtrante (enchimento de cavaco), será feito três vezes por semana.
Matéria orgânica (sólidos suspensos voláteis), será feita semestralmente. Temperatura
dos gases de entrada, será monitorada on-line 24h/dia. Temperatura no leito a meia
profundidade, será monitorada on-line 24h/dia. Análise de efluente, será feita mensalmente.
Odor análise sensorial será feito mensalmente.
Velocidade de escoamento (anemômetro), será feita semanalmente.
PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS:
UMIDADE. Utilizada para garantir a sobrevivência do biofilme, responsável pela
redução através de adsorção dos metabólitos presentes nos gases do processo. Se faz necessário
que seja mantida umidade superior a 50% em massa. Caso a umidade esteja abaixo do
recomendado, deve-se molhar o meio filtrante.
TEMPERATURA. Fundamental para o funcionamento, o sistema operando fora da
faixa recomendada (maior que 15 ºC e menor que 45 ºC) compromete seriamente a eficiência
do equipamento, pois influencia diretamente na microbiologia do processo. Caso a temperatura
exceda o limite superior, será necessário molhar o meio filtrante e verificar a temperatura do
leito a meia profundidade, que deve ser menor do que 47 ºC.pH. O pH do meio filtrante deverá
ser corrigido para a faixa de 6,5 a 7,5; a tendência do sistema é a de acidificar o leito filtrante,
em função da presença de gás sulfídrico e compostos sulfurados, e a correção deve ser feita
mediante a aplicação de cal hidratada.
ODOR. O odor será monitorado por uma equipe sensorial usando uma metodologia
apropriada para esta finalidade.
VIDA ÚTIL DO BIOFILTRO. A vida útil do biofiltro, será avaliada através da
determinação do teor de voláteis do enchimento do leito filtrante. A determinação do teor de
voláteis indicará a quantidade de material orgânico presente no enchimento do leito filtrante,
que é recomendado pelas bibliografias; e que seja no mínimo 20% em massa. A quantidade de
material orgânico residual indica o término da vida útil do meio filtrante, pois a matéria orgânica
com o passar do tempo vai sofrendo ação de bactérias; que fixam os compostos presentes nos
gases e consomem os compostos orgânicos degrandando-os em:
. Sem matéria orgânica, no meio filtrante, o processo biológico e químico não ocorre, e com
isto temos o fim da vida útil do sistema. A vida útil do sistema em questão, esta estimada em 5
anos; quando restará menos de 20% de matéria orgânica no sistema.
DESTINO DO MATERIAL DE ENCHIMENTO DO LEITO FILTRANTE. Com o fim
da vida útil do leito filtrante, mais de 80% do material orgânico, que é passível de fermentação
estará mineralizado, bastará apenas concluir a estabilização por meio de compostagem e
correção do pH. A composição dos gases que serão tratados no biofiltro é, basicamente, vapor
de água, COx, SOx e NO, compostos estes que irão gerar ácidos orgânicos em meio ao leito
filtrante. Estes ácidos podem ser neutralizados através da adição de cal hidratada e estabilizados
no processo de compostagem, que deve durar de 45 a 60 dias. A grande maioria destes
compostos, serão utilizados pelos microorganismos, que irão oxidar os mesmos durante seus
processos metabólicos. Após este período o material deverá ser analisado e classificado, e
conforme a classificação será dado o devido destino.
MANUTENÇÃO. O sistema de captação de gases, contará com três exaustores, que
farão o processo trabalhar em pressão negativa, do biofiltro até a fábrica. Caso os exaustores
não estiverem funcionando, o processo de secagem não acontecerá, e sendo assim, a fábrica
não terá condições de operar até que seja feita a manutenção dos equipamentos. Será feita
manutenção preventiva, quando o sistema estiver fora de funcionamento. Através da
manutenção preventiva reduz-se as paradas por quebra de equipamento e aumenta a sua vida
útil.
EFLUENTE GERADO. Todo o efluente gerado será destinado à estação de tratamento
da unidade, onde sofrerá tratamento para que atinja os parâmetros legais de lançamento.
Características do efluente:
pH: 6 e 7
DQO: 110 mg/l
ST: 500 mg/l
SST: 70 mg/l
Volume: 7 - 8 m³/dia
ÁREA DISPONÍVEL. A empresa, aqui em questão, tem disponível uma área de 20,8m
x 12,8 m (266,24 m²), parcialmente plana, drenada e próxima ao local de geração dos gases.
MATERIAIS DISPONÍVEIS PARA ENCHIMENTO. Cavacos de lenha de espécies
resinosas e cavacos de lenha de eucalipto.
REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA.
O processo de biofiltração é similar a um lodo ativado, pois microorganismos oxidam
os compostos orgânicos a CO2 e H2O. a principal diferença é que no biofiltro os
microorganismos serão imobilizados no material filtrante ou de empacotamento, enquanto no
lodo ativado os microorganismos estão dispersos na suspensão líquida. A biofiltração é
freqüentemente de alta eficiência e baixo custo comparada com outras técnicas de controle de
poluentes atmosféricos. Tem sido largamente empregada com sucesso na remoção de VOCs.
A biofiltração é uma tecnologia as tecnologias convencionais de controle de odores por:
Eficiência de remoção maiores que 90% foram demonstradas para muitos dos
compostos causadores de odor (ADLER, 2001; VOIGT, 2003);
Processo natural, seguro e ambientalmente correto;
Baixo custo de operação, pois não exige grandes quantidades de energia durante a
operação e produz um fluxo de efluentes geralmente de baixo volume e baixa toxicidade
(ADLER, 2001);
Os biofiltros na verdade não são filtros, pois os mecanismos de remoção são bastante
diferentes do que ocorre na realidade do equipamento. Na verdade esta estrutura é chamada de
“reator de leito fixo”, onde ocorre o seguinte fluxo de tratamento:
1.O ar transportando os materiais contaminantes atravessa o leito do reator onde por
mecanismos de adsorção é fixado na água que está presente na superfície do leito, e composição
do material filtrante;
2.Abaixo da camada de água, existe um biofilme onde, por atividade microbiológica o material
poluente é degradado em compostos orgânicos menores, água e gás carbônico;
3.Os gases resultantes da degradação são novamente expostos a atmosfera pelo fluxo de gás
que atravessa o recheio;
4.A água superficial contendo os metabolitos das reações químicas escoa para a parte mais
baixa do leito em uma velocidade bastante baixa (0,01 a 10 cm/dia), e é destinada para o
tratamento de efluentes.
Na verdade existem diversos critérios técnicos que devem ser observados para que o
biofiltro funcione adequadamente, entre eles estão a temperatura e umidade dos gases. A
temperatura exerce papel fundamental, uma vez que sendo um processo biológico, exerce
influência direta na velocidade de reação ou até mesmo inibição do funcionamento do
equipamento.
A umidade é descrita como fator importante no que diz respeito a manutenção da
camada de água no recheio do biofiltro. Esta camada mantém o biofiltro vivo e também
influencia no efeito de adsorção dos gases.
É necessária muitas vezes a incorporação de água como forma de aumentar o teor de
umidade e mesmo baixar a temperatura, para garantir a eficiência do processo.
CAUSAS DE FALHAS EM SISTEMAS
Através da avaliação da bibliografia disponível foi possível determinar as principais
causas de falhas em sistema de biofiltro e controles.
Temperatura dos gases. Os gases apresentam grande fator de eficiência do equipamento,
as referências consultadas citam que temperaturas superiores à 50ºC causam a esterilização do
biofilme, levando o equipamento a queda acentuada de eficiência. As temperaturas mais
adequadas para o funcionamento situam-se em 35 – 40 ºC. Temperaturas baixas causam perda
de eficiência pela redução da atividade microbiana, porém tal fato nunca foi observado, mesmo
em situações de frio intenso. O resfriamento dos gases geralmente é efetuado pela introdução
de ar frio, uso de trocadores de calor e resfriamento adiabático.
Para manutenção das trocas gás/líquido no biofilme é essencial que o gás que entra no
sistema tenha um teor de umidade relativa superior a 95%. Teores muito baixos elevam o arraste
de umidade natural do biofilme e progressivamente levam a secagem do meio. Já umidade
elevada pode causar aceleração da degradação do leito, diminuindo a vida útil do recheio ou
mesmo entupimento.
Vazios de leito. O leito deve possuir um teor de vazios adequado, variando entre 40 a
60% (em volume), de modo que exista o equilíbrio entre perda de carga dos gases e eficiência
do sistema. Leitos com alta porosidade têm baixa perda de carga ao fluxo de gases, em contra
partida apresentam menor eficiência. Leitos mais permeáveis também tem menos estabilidade
na manutenção da umidade em seu interior, dificultando a operação eficiente.
Distribuição do gás e fluxos. O gás deve ser distribuído em fluxo vertical, de forma
regular para todo o leito, não deve haver pontos que apresentem diferenças de velocidade de
fluxo na superfície. Isto pode causar concentrações de cargas de poluentes em determinados
pontos, diminuindo a eficiência do sistema. As velocidades de escoamento devem ser
verificadas através do uso de anemômetros ou tubo de pitot, sendo que o ajuste das velocidades
é efetuado pelo aumento ou diminuição da altura da camada de leito neste local.
Altura do leito. Quanto mais espesso é o leito de filtragem, maior é a eficiência, porém
maior também é a perda de carga no sistema. Deve haver uma compensação entre área e altura
do leito, visto que o dimensionamento destes sistemas é efetuado com base volumétrico.
Utiliza-se na grande maioria dos casos leitos com altura não muito superior a 1 metro.pH do
leito. O pH no meio deve estar na faixa de 6,5 a 7,5, geralmente o tratamento de gases de
processamento de sub produtos tem altas concentrações de gás sulfídrico e compostos
sulfurados. É esperada a acidificação da água intersticial e necessidade de correção com uso de
soda cáustica ou cal hidratada.
Reologia do enchimento. O enchimento deve ser efetuado com um material inerte,
porém biológico. Durante o seu uso não deve ser observada a eliminação de compostos
orgânicos que possam causar inibição do crescimento do biofilme. Geralmente, cavaco de
madeira resinosa tem esta propriedade e deve ser evitado. É aconselhável o uso de matérias
com pelo menos 40% de material orgânico em sua composição e uma relação C/N de 50/40.
Também é desaconselhável o uso de materiais que contenham alta quantidade de finos em sua
composição, pois estes podem causar o entupimento do equipamento quando da presença da
umidade do gás. Em muitos casos se comprovou que a mistura de compostos orgânicos em
pequena proporção ajuda na inoculação microbiana do solo, facilitando o star-up do
equipamento.
Considerações sobre o “Plenum” de distribuição dos gases. O Plenum (fundo falso) deve
possuir características construtivas ideais, como a baixa perda de carga e resistência química e
mecânica adequadas. Deve ser previsto a diminuição da altura útil do plenum como forma de
proporcionar uma distribuição o mais uniforme possível para todo o biofiltro.
As resistências mecânicas devem ser adequadas em virtude da alta carga de biomassa e
água que serão aderidas sobre a superfície do leito. Geralmente usa-se para este fim estruturas
em concreto aluminoso (resistente a ataque ácido) ou mesmo estrutura de madeira resistente.
Considerações sobre a parede do biofiltro. As laterais do biofiltro, geralmente, são
construídas em materiais impermeáveis, em virtude das altas umidades associadas com
operação do equipamento. Pode ser executadas paredes em concreto, alvenaria estrutural ou
edificações em pedra com cimentação entre as juntas; prevendo os esforços de recalque lateral
proporcionado pelo inchamento do leito quando úmido.
Alguns processos são revestidos com manta de polietileno de alta densidade, e está“lagoa” é
utilizada como local para acomodação do leito.
PARÊMETROS DE PERFORMANCE
Os parâmetros de performance para calculo podem ser definidos segundo DIN 1895:
Tempo de contato do leito vazio (EBCT) (s);
Taxa superficial de carga (UAR) (m³/m²/h);
Taxa de carga mássica (gm³/h);
Taxa de carga volumétrica (m³/m²/h);
Capacidade de eliminação (gm³/h);
Eficiência de remoção (%).
Tempo de contato de leito vazio (EBCT)
O tempo de residência do gás no bioreator pode ser calculado de daus diferentes
maneiras:
Tempo de residência superficial ou tempo de residência com o leito vazio (EBCT):
EBCT = V*3600 / Q
em que:
V = volume do material de enchimento do reator (m³)
Q = vazão do gás (m³/h)
Tempo de residência verdadeiro, que é baseado no espaço livre do reator e é definido
como:
t = Ø*V*3600 / Q
em que:
Ø = porosidade do meio filtrante (adimensional)
Em muitos casos a porosidade não é conhecida, ou é muito difícil de ser determinada.
Usa-se então o EBCT. Entretanto, deve se manter em mente que o uso do EBCT sobre o tempo
de retenção real do gás no leito. Usa-se na maioria dos casos tempos de contato de 15 segundos
até 2 minutos para gases provenientes da fabrica de processamento de sub produtos.
Taxa de aplicação superficial
A taxa de aplicação superficial indica a quantidade de ar que passa através do biofiltro
por unidade de área:
Ba = Q / A
em que:
A = área total superficial do biofiltro
Este valor também pode expressar a velocidade do gás através do reator vazio.
Entretanto, com o reator em funcionamento, as velocidades são bem maiores devido ao
preenchimento do leito.
Taxa de aplicação volumétrica (VS)
A taxa de aplicação volumétrica é a quantidade de gás que passa pelo biofiltro por
unidade de volume do biofiltro:
VS = Q / V
Eficiência de remoção
É a fração de poluentes removidos no bioreator expresso em percentagem.
DIMENSIONAMENTO BÁSICO DA UNIDADE DE BIOFILTRO
Vazão total de gases (Q):
Na determinação da vazão dos gases a serem tratados o principal parâmetro de
referência é a temperatura, então, a vazão total de gases pode ser determinada de dois modos:
1.Caso a mistura de todos os gases a serem tratados apresente uma temperatura inferior a 45ºC
no pior mês climático, usa-se a soma de todas as vazões.
2.Caso a mistura de todos os gases a serem tratados apresente uma temperatura superior a 45ºC
no pior mês climático, usa-se a soma de todas as vazões acrescida de uma vazão de gás a
temperatura ambiente, que faça a temperatura baixar ao limite de 45ºC antes da umidificação.
Considerados que se capta a mistura de gases quentes após o sistema de resfriamento e
umidificação existente, onde tem-se a vazão total de 40.000 m³/h a temperatura média de 80ºC;
para manter a temperatura dos gases abaixo de 45ºC será introduzido mais 69.370 m3/h de ar a
30ºC através de coifas, totalizando a vazão de 109.370 m³/h de gás a ser tratado no filtro
biológico.
Umidificação dos gases (H):
Os gases devem estar no biofiltro com umidade sempre inferior a 97 %. Para suprir esta
umidade deve ser introduzido uma quantidade de água no gás através de nebulização em câmara
adiabática.
CÁLCULO COM REFERÊNCIA
Altura do leito filtrante (h):
Verificando a bibliografia existente, observa-se que as alturas dos leitos em sua grande
maioria fica entre 1,00 a 1,50 metros. Adotaremos uma espessura de 1,40 m.
Tempo de contato do reator vazio (EBCT):
Este termo envolve grande parte da eficiência que o sistema terá. Para a grande maioria
dos casos se observa tempo de contatos variando de 15 segundos até 2 minutos, sendo que
quanto maior o valor mais conservativo é o cálculo. Usaremos para o EBCT do biofiltro em
questão 40 segundos.
Volume do leito de enchimento (V):
O volume é determinado pelo seguinte:
EBCT = V*3600 / Q
40s = V*3600 / 109.370
Sendo assim, o volume deve ser de no mínimo 1.215,2 m³ de leito.
Área de superfície (A)
A área pode ser determinada através da relação direta entre o volume e a espessura do leito.
A = 1215,2 / 1,4 = 868,01m²
Taxa de aplicação superficial (BA)
A taxa é determinada pela divisão da vazão dos gases pela área, ou seja:
Ba = Q / A = 109.370 / 868,2
Sendo desta forma, 125,97 m/h, ou ainda 0,035 m/s.
Perda de carga no leito (UPD)
A perda de carga é determinada, empiricamente, pela seguinte expressão:
UPD = 8,82*10¹¹*(%vazioz)-8,6 * Ba1,27
Em que, % de vazios é o percentual de vazios no leito (aqui pré-estabelecido em 40%), logo:
UPD = 8,82*10¹¹*(40)-8,6 * 7,471,27
Ou seja, UPD=0,19 polegadas de água, por pé cúbico de altura de leito. Como temos 1,4 metros
de altura a perda total do leito será 0,87 polegadas de água.
Dimensões do biofiltro em planta (L x P):
Usaremos uma relação de 3/23 para o comprimento e para a largura respectivamente,
então teremos:
A = 3*L*2*D
Para uma área de 868,01 m², para este caso teremos 12,80 m de largura e 20,8 m de
comprimento. E, por conservadorismo, a unidade de biofiltro existente no empreendimento terá
sua área acrescida em 30% de seu tamanho original, ou seja, 12,8 m de largura e 30 m de
comprimento.
Introdução de água por chuvas torrenciais:
As precipitações mais intensas que temos registrado na região do empreendimento dão
conta de valores de 45 mm/h a 50 mm/h, então, sabendo que 1 mm/h equivale a 1 litro/h por
m2 de área do biofiltro, temos uma vazão máxima de água da chuva de:
Qchuva = 50*868,01
Chuva = 43,4m³/h
3.8 Informações sobre emissão de sons e ruídos
A emissão de sons e ruídos deste empreendimento não atende as normas estabelecidas
pela Resolução SEMA Nº 092/80, e MINTER n0 231/76. Conforme a Portaria MINTER Nº92
de 19 de junho de 1980, a empresa aqui em questão atende os padrões estabelecidos para a
emissão de sons e ruídos para o ambiente exterior; pois não trabalha com equipamentos que
emitam ruídos acima dos padrões estabelecidos pela portaria. Esta Portaria considera
prejudicial à saúde, à segurança e ao sossego público sons e ruídos que, independentemente de
ruído de fundo, atinjam no ambiente exterior do recinto em que têm origem mais de 70 decibéis
(dB A). Porém, no perímetro industrial é obrigatório a utilização de protetores auriculares. E,
como o empreendimento está inserido em uma área industrial, com circunvizinhança
predominantemente agrícola; os sons e ruídos excedentes não interferem no convívio humano.
INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS
4.INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS
4.1 Informações sobre os resíduos sólidos gerados
Pontos de geração de resíduos Classe Tipo de
Resíduos Quantidade/mês
Escritórios I, II e
III
Papel 70 kg
Plásticos 25 kg
Orgânicos 15 kg
Lâmpadas 2 unid.
Pilhas 10 unid.
Vestiário I, II e
III
Papel 20 kg
Plásticos 15 kg
Orgânicos 25 kg
Lâmpadas 2 unid.
Não-recicláveis 150 kg
Banheiros I, II e
III
Papel 30 kg
Plásticos 15 kg
Orgânicos 5 kg
Lâmpadas 2 unid.
Não-recicláveis 150 kg
Setor de caldeira I, II e
III
Papel 15 kg
Plásticos 15 kg
Orgânicos 30 kg
Lâmpadas 1 unid.
Cinzas 4 ton
Setor de mecânica/elétrica I, II e
III
Papel 20 kg
Plásticos 50 kg
Metais 600 kg
Lâmpadas 2 unid.
Estopas 50 kg
Almoxarifado I, II e
III
Papel 70 kg
Plásticos 75 kg
Metais 15 kg
Lâmpadas 1 unid.
Estopas 5 kg
Descarga (moegas) I, II e
III
Orgânicos 100 kg
Estopas 15 kg
Área produção I, II e
III
Estopas 100 kg
Lâmpadas 5 unid.
Orgânicos 250 kg
Metais 50 kg
Ensaque II e III
Plásticos 50 kg
Orgânicos 150 kg
Estopas 10 kg
Expedição de farinhas II e III Plásticos 10 kg
Orgânicos 150 kg
Estopas 10 kg
Expedição de óleo II e III
Plásticos 10 kg
Orgânicos 50 kg
Estopas 5 kg
Biofiltro II e III Orgânicos 50 kg
Estação de tratamento de efluentes I, II e
III
Plásticos 30 kg
Papel 25 kg
Orgânicos 350 kg
Estopas 5 kg
Laboratório I, II e
III
Plásticos 5 kg
Papel 5 kg
Orgânicos 15 kg
Vidros 70 unid.
4.2 Informações sobre disposição final
Pontos de geração de resíduos Classe Tipo de
Resíduos Quantidade/mês Destino
Escritórios I, II e
III
Papel 70 kg 1
Plásticos 25 kg 1
Orgânicos 15 kg 4
Lâmpadas 2 unid. 2
Pilhas 10 unid. 2
Vestiário I, II e
III
Papel 20 kg 1
Plásticos 15 kg 1
Orgânicos 25 kg 4
Lâmpadas 2 unid. 2
Não-recicláveis 150 kg 1
Banheiros I, II e
III
Papel 30 kg 1
Plásticos 15 kg 1
Orgânicos 5 kg 4
Lâmpadas 2 unid. 2
Não-recicláveis 150 kg 1
Setor de caldeira I, II e
III
Papel 15 kg 1
Plásticos 15 kg 1
Orgânicos 30 kg 4
Lâmpadas 1 unid. 2
Cinzas 4 ton 6
Setor de mecânica/elétrica I, II e
III
Papel 20 kg 1
Plásticos 50 kg 1
Metais 600 kg 3
Lâmpadas 2 unid. 2
Estopas 50 kg 2
Almoxarifado I, II e
III
Papel 70 kg 1
Plásticos 75 kg 1
Metais 15 kg 3
Lâmpadas 1 unid. 2
Estopas 5 kg 2
Descarga (moegas) I, II e
III
Orgânicos 100 kg 4
Estopas 15 kg 2
Área produção I, II e
III
Estopas 100 kg 2
Lâmpadas 5 unid. 2
Orgânicos 250 kg 4
Metais 50 kg 3
Ensaque II e III
Plásticos 50 kg 1
Orgânicos 150 kg 4
Estopas 10 kg 2
Expedição de farinhas II e III
Plásticos 10 kg 1
Orgânicos 150 kg 4
Estopas 10 kg 2
Expedição de óleo II e III
Plásticos 10 kg 1
Orgânicos 50 kg 4
Estopas 5 kg 2
Biofiltro II e III Orgânicos 50 kg 4
Estação de tratamento de
efluentes
I, II e
III
Plásticos 30 kg 1
Papel 25 kg 1
Orgânicos 350 kg 4
Estopas 5 kg 2
Laboratório I, II e
III
Plásticos 5 kg 1
Papel 5 kg 1
Orgânicos 15 kg 4
Vidros 70 unid. 5
Resumo da Totalização de Resíduos
Sólidos Total
Plásticos 285 kg
Papel 255 kg
Estopas 200 kg
Orgânicos
1.190
kg
Cinzas 4 ton
Lâmpadas 15 unid.
Metais 665 kg
Pilhas 10 unid.
1 – Coleta Municipal
2 – Aterro Químico (transporte e destinação da Sábia Ecológico)
3 – Ferro Velho (transporte e destinação Heiss Toledo)
4 – Compostagem e/ou reaproveitamento no processo
5 – Doação para empresa que reutiliza
6 – Doação para agricultores
4.3 Tratamento adotado
O lodo gerado na estação de tratamento de efluentes, depois de coletado e desidratado
em leito de areia, será levado para duas salas de compostagem. Onde, após o tempo necessário,
será doado aos pequenos agricultores da região.
OBSERVAÇÕES
5.OBSERVAÇÕES
5.1Instruções e recomendações para operação do sistema de tratamento
As obras que compõem o sistema deverão ser executadas conforme projeto.
Manter limpas e isentas de vegetação as vias de acesso.
Manter a superfície líquida do sistema de separação, gradeamento e biofiltros isentos de
material sólido, óleos, graxas e outros materiais.
Evitar ao máximo o uso de substâncias tóxicas e não biologicamente degradáveis, as
quais podem exaurir mau cheiro no sistema de tratamento.
O sistema de tratamento de efluentes será operado em regime continuo. A água tratada deve
ser analisada, para identificar sua qualidade, através da medição do pH, DBO e DQO (pelo
menos). Caso estes parâmetros estejam fora dos intervalos estabelecidos pela legislação, o
efluente deve ser retornado para a estação de tratamento.
5.2 Especificação setor de encarregado da operação e manutenção do(s) sistema(s) de
controle de poluição
O encarregado da operação e manutenção, da estação de tratamento, deverá ter
treinamento prévio para iniciar seus trabalhos. Esta pessoa deve estar ciente de seu dever; e
equipada para os riscos potencias presentes na estação de tratamento de efluentes.
5.3 Especificação do número de funcionários especialmente contratados para operação e
manutenção do(s) sistema(s) de controle de poluição
A estação de tratamento de efluentes exige, em sua operação e manutenção, pelo menos dois
funcionários qualificados para tal serviço.
5.4 Cronograma provável de execução das obras
Tabela 4 – Cronograma provável de execução de obras.
ITEM Pronto
4 meses
após lic.
Instalação
Confecção do projeto de adequação ambiental X
Entrega do projeto no IAP X
Montagem do sistema de tratamento de efluentes X X
Montagem do sistema de tratamento de esgoto sanitário X
Implementação do gerenciamento de resíduos X
CONCLUSÕES
CONCLUSÕES
Gerais
Como já bastante comentado, no corpo deste PCA, um empreendimento deste porte é
passível de licenças ambientais, para que possa iniciar suas atividades devidamente adequadas
quanto às leis ambientais vigentes no país. O empreendimento, considerado neste PCA,
qualificado para fins de reciclagem de plásticos, entre outros, será implantado quando da
homologação de seu licenciamento ambiental; especificamente no ato da expedição da licença
de instalação. E, iniciará suas atividades no momento da expedição da licença de operação.
O PCA, desenvolvido neste projeto, teve o objetivo de propiciar as condições mínimas
para que o empreendimento contemplasse todas as exigências previstas em lei ambiental do
país. E, mais do que isto, o projeto teve a preocupação de minimizar a quantidade de poluentes
no ponto chave, ou seja, no ponto de sua geração; e, além disto, teve foco em neutralização dos
poluentes após seu devido tratamento.
Desta forma, o empreendimento tem condições ambientais suficientes para sua
implantação em nova área e funcionamento; do ponto de vista das questões ambientais. Uma
vez que, todos seus poluentes estarão controlados e os parâmetros de lançamento observados
em projeto.
Especificas
Os sistemas de contenção, tratamento e descarte de poluentes gerados no
empreendimento foram dimensionados e sua eficiência/eficácia comprovadas com os devidos
cálculos de remoção de indicadores (DBO, DQO, sólidos totais, etc).
As canaletas e tubulações, utilizadas para destinar a estação de tratamento todos os
efluentes líquidos em si, é mais do que suficiente para o fim que se propõe.
Estes resíduos líquidos serão destinados para as caixas de separação água/sólidos e
destas para a estação de tratamento biológico complexo.
As caixas de separação fazem uso das leis de viscosidade, nas quais se observa a
separação da água e do sólido somente por forças gravitacionais e tensões superficiais existentes
na camada limite destes produtos. O decantado destas caixas, sólidos, será destinado
adequadamente pela empresa; retornando ao processo produtivo.
O reator UASB, tecnologia de manto de lodo, purificará os efluentes líquidos (águas
residuárias) provenientes do fundo das caixas de separação, após estes serem recebido em um
tanque pulmão para que se tenha uma quantidade adequada para realização do tratamento.
As lagoas anaeróbias farão a conversão destes poluentes em metano e dióxido de
carbono; e, além disto, uma parte dos sólidos dissolvidos serão decantados nesta fase, fazendo
com que prolifere microrganismos na fase sólida da matéria orgânica existente. Ocupam uma
grande área, porém, a manutenção especifica é rápida e simples.
A lagoa aerada fará o papel de desnitrificação do efluente das lagoas anaeróbias,
concedendo oxigênio para a carga de microrganismos; o que também fará o papel de geração
de flóculos, os quais terão importante destaque no fornecimento de área de agregação de
microrganismos.
Os biofiltros farão o papel de remover os poluentes que persistirem após tratamento no
sistema anterior. Esta tecnologia, aliada ao emprego de zeólita para filtrar seu efluente, é capaz
de deixar a qualidade do efluente final muito próximo dos índices esperados para todos os
parâmetros dos indicadores de qualidade de águas; o que aumenta sensivelmente a eficiência
e/ou eficácia da estação de tratamento. Portanto, pode-se com certeza técnica absoluta, uma
última etapa será aplicada para purificação do efluente. O emprego de uma lagoa com
enraizadas e sobrenadantes, ou seja, junco e macrófitas respectivamente. Desta forma, o
efluente a ser descartado no corpo receptor terá características que atendem a legislação, ou
mais especificamente, a Resolução CONAMA n° 357 de 17 de Março de 2005.
Sendo assim, a empresa pode ser classificada como legalmente e politicamente correta,
no que tange seus deveres sociais e ambientais. Pois, suas atividades não contribuirão para o
aumento de poluentes nocivos ao meio ambiente. Mesmo aqueles poluentes não passiveis de
reutilização ou reciclagem, tal como, aqueles gerados do consumo humano de água, ou seja,
efluentes de esgoto sanitário, terão tratamento biológicos adequados antes de serem destinados
para infiltração em solo através de sumidouro. Todos os resíduos sólidos são destinados para
aterros sanitários, os que são possíveis de aceitação nestes aterros; e os que têm condições de
serem reciclados serão destinados ao processo produtivo da própria empresa.
Finalmente, pode-se declarar que o empreendimento tem viabilidade ambiental
suficiente para ser instalado; desde que observe todos os pontos correlacionados neste PCA. E,
que todos os dimensionamentos sejam minuciosamente respeitados. O que culminará na boa
aplicabilidade do projeto, dos planos e dos demais aspectos ambientais presentes neste PCA.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Industriais, 18ª Edição, CETESB, São Paulo, 1979.
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Janeiro, 2004.
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ABES, 1995.
KAPAZ, Emerson. Relatório preliminar da política nacional de resíduos sólidos.(Institui
a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelece diretrizes e normas para o gerenciamento
dos diferentes tipos de resíduos sólidos, acrescenta artigo à lei no 9.605, de 12 de fevereiro de
1998 e dá outras providências).Trabalho apresentado em palestra na Câmara dos Deputados,
Brasília, 9 ago. 2001.
MACHADO, H. B. Curso de direito tributário (17a ed.). São Paulo: Malheiros editores, 1998.
MANSUR, Gilson Leite. O que é preciso saber sobre LIMPEZA URBANA. Rio de Janeiro:
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VERDUM, Roberto. Perícias e laudos técnicos: um espaço para uma nova prática científica.
In: VERDUM, Roberto & MEDEIROS, Rosa Maria Vieira. Rima, Relatório de impacto
ambiental: legislação, elaboração e resultados. Porto Alegre: UFRGS.1995. p. 15-19.
.
TERMO DE COMPROMISSO
O contratante se responsabiliza pelo cumprimento de todos os itens deste projeto, sendo
este o único responsável pelo não cumprimento das decisões tomadas neste projeto. Para isto,
um representante, ou o próprio contratante assina, juntamente com os responsáveis técnicos, as
resoluções deste projeto. Como se segue.
Responsáveis Técnicos:
Renato Augusto Dezotti - Responsável pela fundamentação científica do PCA.
Giovanni Siqueira Novaes - Responsável pela fundamentação científica do PCA.
Contratante:
Octácilio João Fernandes - Representante Legal da Diretoria da Empresa.
INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUBPRODUTOS ANIMAIS LTDA