um intervalo no tempo... as cinco palavras de caná um

23
R$ 13,90 A fraqueza humana ABORTAR, QUANDO SE TEM MUITOS FILHOS? A psicóloga Sheyla Morataya relata a história de uma mulher que decidiu não abortar e escolheu a vida 22 CLAMAR O PODER DA CRUZ E DO SANGUE DE JESUS Clamar pelo poder da Cruz é um movimento do coração e da mente refazer sua vida profissional 18 ALMA FEMININA UM INTERVALO NO TEMPO... A poesia do moçambicano Mia Couto 6 PAPA FRANCISCO As cinco palavras de Caná Uma análise do papa sobre as Bodas de Caná 10 Revista ANO XXXIX – Nº 459 | www.comunidadeemanuel.org.br A Revista da Renovação Carismática Católica Um estudo de Dom Cipriano Chagas sobre o socorro da Misericórdia Divina sobre a humanidade

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Page 1: UM INTERVALO NO TEMPO... As cinco palavras de Caná Um

R$ 13,90

A fraqueza humana

ABORTAR, QUANDO SE TEM MUITOS FILHOS?A psicóloga Sheyla Morataya relata a história de uma mulher que decidiu não abortar e escolheu a vida

22

CLAMAR O PODER DA CRUZ E DO SANGUE DE JESUSClamar pelo poder da Cruz é um movimento do coração e da mente refazer sua vida profissional

18

ALMA FEMININAUM INTERVALO NO TEMPO... A poesia do moçambicano Mia Couto

6

PAPA FRANCISCO As cinco palavras de Caná Uma análise do papa sobre as Bodas de Caná

10

Revi

sta

ANO XXXIX – Nº 459 | www.comunidadeemanuel.org.brA Revista da Renovação Carismática Católica

Um estudo de Dom Cipriano Chagas sobre o socorro da Misericórdia Divina sobre a humanidade

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2016 • edição 459 • Jesus Vive e é o Senhor 1

DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB

Oração Inicial

Com minha bênção sacerdotal

Dom Cipriano Chagas, OSB

Cura do CoraçãoPor Dom Cipriano Chagas, OSB

Q uerido Pai do Céu, quero abrir-vos meu coração e o fundo do meu ser. Pedindo que eu permane-ça em vós, convido-vos, querido Jesus, a vir em

meu coração e a permanecer em mim. Em nome de Jesus, peço que tudo o que vos bloqueie ou impeça de vir a meu coração seja inteira e totalmente removido. Que os muros caiam, que as paredes de pedra sejam removidas, e que meu coração seja circuncidado pela amorosa mão de Deus. Que tudo o que possa resistir a Deus dentro de mim, seja dobrado, purificado e podado por meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, e substituído por um coração de carne, segundo o próprio Espírito Divino de Amor e Paz.

Em nome de Jesus peço, meu Deus querido, que crieis um coração puro e renoveis um espírito reto dentro de mim. Quero colocar minha completa confiança em vós e receber vosso amor, fé e luz em meu coração. Peço, querido Jesus, que todo medo, dúvida, descrença, orgulho, dureza e cegueira sejam removidos de meu coração e de todo o meu ser. Colocando o fundo de meu ser em vossas mãos, abro mão de todas as feridas do passado, de toda falta de perdão e mágoas que eu possa estar carregando, e peço que vosso amor desfaça todos os males feitos contra mim, para que eu possa ser libertado pelo Espírito de Deus.

Quero especialmente entregar-vos, meu bom Jesus, o medo de ser ferido e rejeitado, o medo de perder, o medo de ser abandonado e o medo do inesperado e do desconhecido. Enquanto abraçais meu coração, coloco minha confiança em

vós e no vosso poder para guardar-me, proteger-me e levar-me através das provações e tribulações da vida nesta terra; confio também em vossa vitória.

Em nome de Jesus, quero colocar meu coração, o fundo de meu ser, no céu com Jesus Cristo. Quero fazer de Jesus Cristo e de Deus Pai, meu único tesouro e minha razão de viver. Eu me arrependo, querido Senhor, de ter tido qualquer outro tesouro em meu coração, antes de vós. Se tenho qualquer coisa em meu coração na frente de vós e que preze mais do que a vós, ó Senhor, como minha mãe, pai, filhos, maridos, esposa, entes queridos, posses, prioridades, amor próprio, medos, desejos ou qualquer outra coisa que não Jesus, então, vos peço que o reveleis a mim, de modo que possam ser retirados de seu lugar de proeminência e colocados em seus lugares próprios, atrás de vós, meu Senhor e Deus. Quero remover de meu coração tudo o que fique no caminho de um relacionamento mais profundo e mais íntimo convosco, meu Deus de amor e receber mais completamente vossa fé e vosso Espírito.

Em nome de Jesus, peço que Jesus me conceda, de acordo com as riquezas de sua glória, ser fortalecido com poder por seu Espírito, em meu homem interior; que Cristo habite em meu coração pela fé; que eu, estando enraizado e alicerçado no amor, possa ser capaz de compreender com todos os santos o que é a largura, o comprimento, a profundidade e a altura; e conhecer o amor de Cristo que ultrapassa todo entendimento, a fim de que eu seja repleto de toda a plenitude de Deus. Assim seja em nome do Senhor Jesus.

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A revista “JESUS VIVE E É SENHOR” é uma publicação mensal da Comunidade Emanuel, entidade sem fins lucrativos, declarada de Utilidade Pública pelo Decreto 8.969 de 13/05/86. A COMUNIDADE EMANUEL tem entre seus Ministérios a Evangelização através da Palavra escrita, servindo à Renova-ção Carismática da Igreja. Sua espiritualidade é centrada em Jesus Cristo, guiada pelo Espírito Santo de Deus, incentivan-do os seus leitores à vida sacramental, à oração pessoal e ao uso comunitário dos Dons e Carismas.Orientação da COMUNIDADE EMANUEL. Uma Associação Particular de Fiéis Leigos, assim reconhe-cida por Decreto, pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. Revista com Aprovação Eclesiástica.® Copyright 1996 – Direitos ReservadosCOMUNIDADE EMANUEL CNPJ 29.983.269/0001-17 - ISSN:0103-8133- Rua Cortines Laxe, nº 2 Centro - CEP 20090-020 - Caixa Postal 941 CEP 20001-970 - Rio de Janeiro - RJ Brasil - Tel.: 0+XX+21 2263-3725 Fax: 0+XX+21+2233-7596.

Órgão Fundador da Associação Latino-americana de Revistas de Renovação no Espírito Santo.

• Fundador: DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB.

• Diretor-Presidente: Dom Cipriano Chagas, OSB• Diretor Responsável: Mauro Moitinho Malta• Conselho de Redação: Dom Cipriano Chagas, Maria Teresa Malta, Anna Gabriela Malta, Alexandre Honorato D. Ferreira

• Redator Responsável: Jeannine Leal• Revisor: Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar• Coordenador de Edição: Comunidade Emanuel• Projeto Gráfico e Diagramação: Comunidade Emanuel• Revisão e Tradução: Comunidade EmanuelOs artigos publicados nesta revista são de responsabilidade dos autores. Todo material para a revista, sendo publicado ou não, não será devolvido.“A este Jesus, Deus o ressuscitou, e disto nós todos somos testemunhas. Portanto, exaltado pela direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e o derramou, e é isto o que vedes e ouvis” (At 2,32-33).

“Saiba, portanto, com certeza, toda a casa de Israel: Deus o constituiu Senhor e Cristo, a este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2,36).

Impressão:GRÁFICA RIO TINTO

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MAURO MOITINHO MALTA

Mauro Moitinho Malta Membro do conselho da Comu-nidade Emanuel, autor do livro “Perdão, o caminho da felicidade”.

Carta ao LeitorNosso Papa Francisco examina o primeiro

milagre realizado por Jesus: “Dando início ao seu ministério público nas bodas de Caná, Jesus manifesta-se como o esposo do povo de Deus, ... e revela-nos a profundidade da relação que nos une a Ele: é uma nova Aliança de amor. Qual é o fundamento da nossa fé? Um ato de misericórdia com o qual Jesus nos uniu a si.” E continua afir-mando que: “A Igreja é a família de Jesus sobre a qual derrama o seu amor; é este amor que a Igreja conserva e deseja doar a todos.”

Faz notar que a transformação da água em vinho, água utilizada “para a purificação ritual dos judeus” Jesus realiza um sinal eloquente: transforma a Lei de Moisés em Evangelho, portador de alegria. “Guardaste o vinho melhor até agora”, sim, o Senhor continua a reservar aquele vinho bom para a nossa salvação, assim como continua a brotar do lado trespassado do Senhor.”As bodas de Caná representam muito mais do que a simples narração do primeiro milagre de Jesus: o esperado Esposo dá início às núpcias que se realizam no Mistério pascal. “Em Caná os discípulos de Jesus tornam-se a sua família e em Caná nasce a fé da Igreja. Para aquelas bodas todos somos convidados, a fim de que o vinho novo já não venha a faltar!”

Dom Cipriano, examinando a passagem Jo 7,37-39 alerta: “Desses novos corações que Deus dá aos seus filhos da Nova Aliança hão de jorrar “rios de água viva”. O Espírito Santo não vai simplesmente encher nossas vidas, mas jorrará de nós...Mas o Espírito de Jesus não podia ser dado para viver no povo de Deus antes que Je-sus tivesse dado sua vida na Cruz, ressuscitado dos mortos e voltado para o Pai, no céu....Viver como filhos da Nova Aliança é viver com o po-der de Deus dentro de nós; é conhecê-lo como nosso Pai que nos ama e protege.”

Mas somos fracos, diz Dom Cipriano, que em outro artigo aborda a questão da obediência afir-mando que Israel perdeu-se pela desobediência. “Esse triste processo do fracasso de Israel em viver segundo a aliança é repetido várias vezes. Também verificamos isto em nossas vidas, não é? O único consolo de tudo isto é ver a fideli-dade do Senhor, nunca rejeitando os clamores do seu povo e sempre honrando a sua palavra de promessa.”

Dom Anselmo C. de Paiva, monge benediti-no, faz uma exegese da parábola do surdo-mudo citada em Marcos 7,31-37, explicando que: “Se a linguagem é um meio privilegiado de comuni-car, de estabelecer relação, o surdo-mudo é um homem que tem dificuldades em estabelecer laços, em partilhar, em dialogar, em comunicar.”

Através deste episódio o Evangelista São Marcos sublinha a missão de Jesus: Ele veio para abrir os ouvidos e os corações dos homens, quer à Palavra e às propostas de Deus, quer à relação e ao diálogo com os irmãos...

O surdo-mudo, instalado na sua vida sem relação, parece acomodado e não sente grande necessidade de abrir as janelas do seu cora-ção para o encontro e para a comunhão com Deus e com os demais homens. É preciso que alguém o traga, que o apresente a Jesus, que o empurre para essa vida nova de amor e de comunhão. Podemos afirmar ser também esse o nosso papel.” Enfatiza que: “Tocar com os dedos significava transmitir poder; a saliva transmitia, pensava-se naquele tempo, a própria força ou energia vital.” Jesus, assim, transmitia vida nova ao surdo-mudo.

Frei Raniero Cantalamessa, por sua vez, examina a passagem da refeição de Jesus na casa de Lázaro e suas irmãs e faz notar que “Para Maria, era inacreditável ter o Mestre, por uma vez, todo para ela, poder escutá-lo, em silêncio”. Não é difícil imaginar o tom, ressentido e irônico, com que Marta, passando diante dos dois, diz a Jesus: “Senhor, não te importas que minha irmã deixe-me sozinha no trabalho?...Marta, Marta, te preocupas e te agitas por muitas coisas; e há necessidade de tão pouco, ou melhor, de uma só coisa. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” Jesus era amigo da família, em cuja casa descansava quando em viagem. Frei Raniero observa que atração: “É uma atração recíproca e um entendimento profundo entre duas pessoas, mas não baseada no sexo, como é no amor conjugal. É a união de duas almas, não de dois corpos. Neste sentido, os antigos diziam que a amizade é ter “uma só alma em dois corpos”. Pode constituir um vínculo mais forte que o parentesco.’ E vai mais longe ao afirmar: “

A amizade é diferente também do amor ao próximo. Este deve abraçar a todos, inclusive a quem não te quer, também ao inimigo, enquanto que a amizade exige reciprocidade, isto é, que o outro corresponda ao seu amor.” E conclui: “ Assim eram as grandes amizades entre alguns santos, por exemplo, entre Francisco de Assis e Clara. Francisco é irmão e pai de todas as reli-giosas; Clara é a irmã e mãe de todos os frades.” Possamos todos nos manter unidos pela amizade que Jesus dedicou a seus amigos.

Mauro Moitinho Malta.

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2016 • edição 459 • Jesus Vive e é o Senhor 5

Testemunho

Frases

Ela escolheu não abortarPOR MIRIAM HARDING

“Jesus tem a visão real das coisas. Seus olhos são

os olhos da realidade. Ele próprio é a verdade,

e tudo vê com os olhos da verdade”.

(Dom Cipriano Chagas, OSB)

Miriam Harding, uma defen-sora da vida que narra como, através de algumas publicações que fez no Facebook, conseguiu que uma antiga amiga de escola desistisse de abortar o bebê que levava em seu ventre.

Há algumas semanas, tive um forte desejo de me reen-contrar com uma antiga com-panheira da escola: Sarah. Nunca fomos boas amigas, mas, recentemente, vi um post no Facebook em que ela men-cionava ter dado à luz um filho.

Então, enviei uma pequena mensagem perguntando se aceitaria um pequeno presente da minha parte: um pouco de alimentos e fraldas. Recebi um categórico “Sim!” de sua parte e combinamos de nos ver.

Quando visitei Sarah, eu ainda não tinha consciência de como Deus havia trabalhado em sua vida, meses atrás.

No meio da nossa conversa, ela me disse. “Não posso acredi-tar como pude considerar “ou-tras opções”. Quando perguntei a que se referia, fiquei sabendo que Sarah esteve comprometi-da com um homem por vários meses e, poucas semanas de-pois de romper o compromisso, descobriu que estava grávida.

Sarah ficou desolada após os acontecimentos e, o que é pior, seu ex-noivo lhe disse que não queria saber dela ou do bebê. Aquela experiência se converteu no pequeno clichê: seu ex-noivo lhe disse que se “desfaça do bebê”.

Foi quando Sarah conside-rou programar o dia para rea-lizar o aborto. Entretanto, algo a deteve: viu vários de meus posts no Facebook sobre vídeos que denunciavam a Planned Parenthood, a maior corporativa abortista dos Estados Unidos;

blogs; e artigos pró-vida de Alliance Defending Freedom.

Cada vez que Sarah con-siderava o aborto, minhas pu-blicações retornavam à sua mente. Ela costumava projetar uma imagem em que eu “parti-cipava de um protesto contra a Planned Parenthood e segurava um cartaz com a ultrassono-grafia do meu filho, ao lado de outra foto atual dele”.

Depois de ter esses pensa-mentos, Sarah pegou sua ultras-sonografia, obtida poucos dias antes em um centro médico. Ficou olhando para o pequeno bebê em preto e branco e se perguntou como se veria em apenas alguns meses.

Depois de observar uma e outra vez a ultrassonografia, durante quatro dias, Sarah de-cidiu que o aborto já não era uma opção.

Ao concluir sua história, co-locou seu recém-nascido em meus braços e só optei por dar graças a Deus pela nova vida. De certa forma, senti que eu seria em parte responsável por cuidar dele pelo resto dos meus dias.

Sarah nunca teve a intenção de que sua experiência fosse divulgada, e certamente não esperava que eu o fizesse.

Foi no momento em que Sarah estava no hospital e rece-beu em seus braços seu bebê recém-nascido, quando recebeu a minha mensagem, daquela menina da escola, cujos posts no Facebook a ajudaram a mudar de opinião sobre o aborto, que esse alguém que mal conhecia, e que em pouco tempo apareceu novamente com uma oferta de alimentos e fraldas, precisamen-te no dia seguinte do nascimento de seu pequeno.

Só nosso Pai Celestial pôde orquestrar estes eventos, e estou tão impressionada com a manei-ra que Deus escolhe revelar sua obra através de nós! O que é uma impressionante recordação de que não sabemos o impacto que nossas vidas podem ter so-bre os que nos rodeiam.

Espero que celebre comigo esta vitória da vida, uma vitória alcançada unicamente pela graça de Deus.

O nome do pequeno é Edwin.

“Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode,

que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo do que planejando,

vivendo do que esperando porque, embora quem quase morra esteja vivo,

quem quase vive já morreu”(Luís Fernando Veríssimo – cronista)

“Falam que o tempo apaga tudo. Tempo não apaga, tempo adormece”

(Raquel de Queiroz – poetisa)

Deus não deu todas as qualidades e nem deixou ninguém sem nenhuma qualidade. Por isso precisamos um dos outros”

(Santa Catarina de Sena, Doutora da Igreja)

“Quero que saiam fora. Quero que a Igreja saia às ruas”

(Papa Francisco)

“Fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores”

(Cora Coralina – poetisa)

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Alma Feminina

POR ANNA GABRIELA MALTAUm intervalo no tempo...

Como vocês sabem acredito na teoria que são os livros que nos escolhem. Outro dia caiu nas minhas mãos o livro de poemas do autor africano de Moçambique Mia Couto. Alguns dos poemas me fizerem ler e reler algumas vezes…

SEMENTES

Olhos,vale tê-los,se, de quando em quando,somos cegose o que vemosnão é o que olhamos,mas o que o olhar semeia no mais denso escuro.

Vida Vale vivê-laSe de quando em quando morremosE o que vivemosNão é o que a vida nos dáNem o que dela colhemosMas o que semeamos em pleno deserto.

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10 Jesus Vive e é o Senhor • edição 459 • 2016

Comunhão Eclesial

PAPA FRANCISCO

As cinco palavras de CanáNa quinta-feira o papa Francis vai visitar o Don Gnocchi Center, um lar para os idosos e deficientes em Roma, para lavar os pés de 12 residentes para o ritual de Semana Santa / 2014.

R eflitamos sobre o primeiro dos mi-lagres de Jesus, que o evangelista João chama “sinais”, porque Jesus

não os realizou para suscitar admiração, mas para revelar o amor do Pai. O primeiro destes sinais prodigiosos é narrado preci-samente por João (2,1-11) e realiza-se em Caná da Galileia. Trata-se de uma espécie de “portal de entrada”, no qual são escul-pidas palavras e expressões que iluminam o inteiro mistério de Cristo e abrem o coração dos discípulos à fé. Vejamos al-gumas delas.

Na introdução, encontramos a expres-são “Jesus com os seus discípulos” (v. 2). Aqueles que Jesus tinha chamado para o seguir, uniu-os a si numa comunidade e então, como uma família única, tinham sido convidados para as núpcias. Dando início ao seu ministério público nas bodas de Caná, Jesus manifesta-se como o esposo do povo de Deus, anunciado pelos profe-tas, e revela-nos a profundidade da relação que nos une a Ele: é uma nova Aliança de amor. Qual é o fundamento da nossa fé? Um ato de misericórdia com o qual Jesus nos uniu a si. E a vida cristã é a resposta a este amor, é como a história de dois namorados. Deus e o homem encontram-

se, procuram-se, acham-se, celebram-se e amam-se: exatamente como o amado e a amada no Cântico dos Cânticos. Todo o resto vem como consequência desta rela-ção. A Igreja é a família de Jesus sobre a qual derrama o seu amor; é este amor que a Igreja conserva e deseja doar a todos.

No contexto da Aliança, compreen-de-se também a observação de Nossa Senhora: “Já não têm vinho” (v. 3). Como é possível celebrar as núpcias e festejar, se falta o que os profetas indicam como um elemento típico do banquete messiânico (cf. Am 9,13-14; Gl 2,24; Is 25,6)? A água é necessária para viver, mas o vinho exprime a abundância do banquete e a alegria da festa. É uma festa de casamento na qual falta o vinho; os noivos envergonham-se disto. Mas imaginai terminar uma festa de casamento bebendo chá; seria uma vergonha. O vinho é necessário para a festa. Transformando em vinho a água das ânforas utilizadas “para a purificação ritual dos judeus” (v. 6), Jesus realiza um sinal eloquente: transforma a Lei de Moisés em Evangelho, portador de alegria. Como disse o próprio João, noutro excerto: “A Lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (1,17).

As palavras que Maria dirige aos servos coroam o quadro esponsal de Caná: “Fazei o que ele vos disser” (v. 5). É curioso: são as suas últimas palavras narradas pelos Evangelhos. São a sua herança que en-tregou a todos nós. Também hoje, Nossa Senhora diz a todos nós: “Fazei o que ele — Jesus — vos disser”. Eis a herança que nos deixou: é bonito! Trata-se de uma expres-são que evoca a fórmula de fé utilizada pelo povo de Israel no Sinai, em resposta às promessas da aliança: “Faremos tudo o que o Senhor disser!” (Ex 19,8). E, com efeito, em Caná os servos obedeceram. “Jesus ordena-lhes: Enchei as ânforas de água. Eles encheram-nas até em cima. Tirai agora, disse-lhes Jesus, e levai ao chefe dos serventes. E levaram” (vv.7-8). Nestas núpcias, foi deveras estabelecida uma Nova Aliança e aos servos do Senhor, isto é, a toda a Igreja, foi confiada a nova missão: “Fazei o que ele vos disser!”. Servir o Senhor, significa ouvir e praticar a sua Palavra. Foi a recomendação simples mas essencial da Mãe de Jesus e é o programa de vida do cristão. Para cada um de nós, beber da ânfora equivale a confiar-nos à Palavra de Deus para sentir a sua eficácia na vida. Então, juntamente com o chefe

As bodas de Caná representam muito mais do que a simples narração do primeiro milagre de Jesus.

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12 Jesus Vive e é o Senhor • edição 459 • 2016

Vida e Conhecimento

POR DOM STEPHEN PAUL LOVERDE

Discernir a vontade de Deus: Preparação e oração

Pense de novo em algumas das decisões mais importantes que muitos de nós têm de fazer em nossas vidas

“Deus dá a cada um de nós dons e talentos, que precisam ser reconhecidos e utilizados quando buscamos edificar a Igreja e nossa comunidade”

Q ual o caminho escolher e pros-seguir, casar, entrar para um se-minário ou para a vida religiosa,

quando iniciar uma família, onde comprar uma casa. Em Atos dos Apóstolos 1,15-25, está dito que para substituir Judas, os apóstolos sortearam para escolher entre os dois candidatos, José e Matias. A sorte caiu sobre Matias, que “foi contado com os onze apóstolos”, tornando-se assim o décimo segundo.

NADA É DECIDIDO AO ACASOAssim, esta decisão não foi deixada ao

acaso. Em vez disso, os Apóstolos estavam

contando com o Espírito Santo. No entanto, mesmo antes disso, estavam se preparan-do para receber Sua decisão. Ao fazerem isso, estavam seguindo o exemplo que Jesus lhes tinha dado quando escolheu seus doze apóstolos. Jesus tinha muitos discípulos; depois de se afastar deles para orar, voltou a citar os doze homens que o Pai tinha designado para ser seus apósto-los. Aprendemos que apóstolos não foram escolhidos por acaso, mas pela vontade de Deus Pai. Então, eles receberam a vocação, o chamado, para serem apóstolos.

Voltando-se para a cena no Cenáculo, em primeiro lugar os discípulos escolhe-ram Matias e José como os dois melhores candidatos dentre o grupo de discípulos

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14 Jesus Vive e é o Senhor • edição 459 • 2016

“Naquele tempo, Jesus entrou em um povoado, e uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa. Ela tinha uma irmã chamada Maria, que, sentada aos pés do Senhor, escutava sua Palavra, enquanto Marta estava ocupada em muitos afazeres”.

Vida e Conhecimento

“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai” (Jo 15,15)

Os amigos de JesusPOR FREI RANIERO CANTALAMESSA, OFMCAP

P ara Maria, era inacreditável ter o Mestre, por uma vez, todo para ela, poder escutá-lo, em silêncio, e às pa-

lavras de vida eterna que Ele dizia, até nos momentos de descanso. Assim, ela sentou-se aos seus pés para escutá-lo, como toda-via, se costumava fazer no oriente. Não é difícil imaginar o tom, ressentido e irônico, com que Marta, passando diante dos dois, diz a Jesus (mas também para que sua irmã ouça:) “Senhor, não te importas que minha irmã deixe-me sozinha no trabalho? Diga-lhe que me ajude”.

Foi neste momento quando Jesus pronunciou uma palavra que, por si só, constitui um pequeno evangelho: “Marta, Marta, te preocupas e te agitas por muitas coisas; e há necessidade de tão pouco, ou melhor, de uma só coisa. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada”.

A tradição vê nas duas irmãs o símbolo, respectivamente, da vida ativa e da vida contemplativa. Considero, sem dúvida, que o tema mais evidente seja a amizade: “Jesus amava a Marta, a sua irmã e a Lázaro”, lê-se no evangelho (Jo 11,5). Quando lhe dão a notícia da morte de Lázaro, diz aos discípulos: “Nosso amigo Lázaro dorme; mas vou despertá-lo” (Jo 11,11). Diante da dor das duas irmãs, ele também cho-ra, tanto que os que estavam presentes, exclamam: “Vejam como ele o amava!” (Jo 11,36). É muito bonito e consolador saber que Jesus conheceu e cultivou esse sentimento tão precioso para os homens, que é a amizade.

Da amizade, se deve dizer o que Santo Agostinho afirmava sobre o tempo: “Sei o que é o tempo, mas se alguém me pede que eu o explique, já não sei”. Em outras

A aldeia é Betânia e a casa é a de Lázaro e de suas duas irmãs. Jesus gostava de ficar ali e descansar quando exercia seu ministério próximo de Jerusalém

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18 Jesus Vive e é o Senhor • edição 459 • 2016

Clamar o poder da Cruz e do Sangue de JesusDA REDAÇÃO

Assim como o Sangue de Cristo, o poder da Cruz de Jesus é algo disponível para nós, através da fé. Clamar pelo poder da cruz não é algo como se recitasse um encantamento que magicamente afastas-se nossos problemas. Ao contrário, é um movimento do coração e da mente, de afirmação de nossa de na verdade que, pelo Batismo, nos tornamos parceiros da morte e ressurreição de Jesus. Quando uma situação chega ao ponto de nos achar-mos tentados pela raiva ou pelo medo, ou com pensamentos de ansiedade, podemos dizer como São Paulo: “Fui crucificado com Cristo; não sou eu mais quem vive, mas Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Essa verdade preciosa reafirma não apenas nossa libertação do pecado mas, também,

fala da amorosa presença de Cristo em nós. Pode nos dar a força para evitar qualquer tentação e, finalmente, dar a conhecer a vitória da ressurreição de Jesus. Podemos não nos sentir particularmente libertos no momento em que clamamos pela Cruz, mas, com fé, podemos ter confiança que Deus ouvirá sempre as preces de seu povo e o levará à libertação, de acordo com seu plano perfeito (Cf. Lc 18,7-8).

Na Sagrada liturgia existem vários títulos à Cruz. Você pode usá-los durante suas orações e peça ao Senhor para abrir totalmente os olhos do seu coração para os tesouros e as promessas dadas a nós, através desse maravilhoso sinal de nossa salvação.

CRUZ SAGRADA...– esperança do cristão, salvai-nos;– prova da ressurreição e da morte, salvai-nos;– consolação daqueles que se perde-ram, salvai-nos;– consolação dos pobres, salvai-nos;– contenção dos poderosos, salvai-nos;– refúgio dos pecadores, salvai-nos;– troféu da vitória sobre o mal, salvai-nos;– descanso dos aflitos, salvai-nos;– anunciada pelos profetas, salvai-nos;– pregada pelos apóstolos, salvai-nos.

Vida e Conhecimento

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20 Jesus Vive e é o Senhor • edição 459 • 2016

Entre o Céu e a terra

“O Espírito não apenas se moverá em nossa mente nos incitando a nos questionar sobre nossos pensamentos e ações. Ele também se moverá em nossas emoções”

A caridade move a justiçaPOR PE. DR. RAMIRO PELLITERO

Com o vento do Espírito a nos impulsionar, agiremos com um coração segundo a Graça da Misericórdia

Em segundo lugar, “A caridade vai além da justiça” – continua o texto –, porque amar é dar, oferecer do “meu” ao outro; porém nunca necessita de justiça, aquilo que leva a dar ao outro o que é “seu”, o que o corresponde em virtude de seu ser e de seu trabalho”

Com efeito, por si mesma, a justiça como virtude humana, não leva a dar “o

que é meu” ao outro. Isto é próprio da caridade ou do amor. Portanto – continua o documento – ‘“não posso ‘dar’ ao outro do que é meu, sem haver-lhe dado, em primeiro lugar, o que em justiça lhe cor-responde”. Diante de dar “o meu”, tenho que reconhecer “o seu” e dá-lo. Por isso, “quem ama com caridade aos demais, é antes de tudo, justo com eles”. Em definiti-vo, “não basta dizer que a justiça não seja estranha à caridade, que não seja uma via alternativa ou paralela à caridade: a justiça é ‘inseparável da caridade’, intrínseca a ela”.

Daí se deduz do texto que a justiça já é uma primeira forma, um primeiro caminho para a caridade; uma parte integrante e ne-cessária da caridade; sua “medida mínima” (Paulo VI), pois o amor deve ser “com obras e segundo a verdade” (1Jo 3,18).

Dessa forma, por um lado, a caridade exige a justiça. Por outro lado, “a caridade supera a justiça e a completa, seguindo a lógica da entrega e do perdão” (São João Paulo II). Os homens – imagens de Deus – não podem relacionar-se somente na base de diretos e deveres”, mas também mediante “relações de gratuidade, de misericórdia e de comunhão”.

Em suma – e o que segue é todo um programa de vida cristã coerente - : “A caridade manifesta sempre o amor de Deus também nas relações humanas, ou-torgando valor teologal e salvífico a todo compromisso pela justiça no mundo”. Em outras palavras: qualquer um que vive a jus-tiça já se situa na linha de Deus; o que vive

D epois de alguns anos de publicação de “Caritas in veritate”1, cabe sub-linhar alguns de seus temas mais

importantes. Um deles é a estreita relação entre a caridade e a justiça.

Em primeiro lugar, a caridade. A cari-dade não é só dar um pouco de dinheiro ou de tempo, roupa usada, ou palavras de consolo...É a principal das atitudes cristãs, que tudo envolve e engrandece. E em rela-ção com a justiça, “o amor – ‘caritas’ – é uma força extraordinária, que move as pessoas a comprometerem-se com coragem e ge-nerosidade no campo da justiça e da paz”.

Se isto é assim, então deveríamos nos perguntar – especialmente os cristãos, que sabemos que “Deus é amor” (1Jo 4,8.16): Como é possível que não nos comprometamos mais nestes campos? E a resposta somente pode ser: é que não amamos bem – “de maneira autêntica”, segundo a encíclica –, ou não amamos suficientemente. Porém, este nosso amor imperfeito e limitado pode ser purificado por Cristo, se chegamos a conhecê-lo e nos identificamos com Ele.

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Entre o Céu e a terra

E sta mulher tem um sorriso muito bonito”, foi isso que pensei quando a vi entrar pela porta do escritório

do Centro Pró-Vida, onde sou voluntária semanalmente. Era uma mulher, mãe de cinco filhos que vinha disposta a abortar. Seu marido a havia deixado por outra mais jovem fazia mais de um ano. Numa tentativa de reaproximação, no dia de seu aniversário, convidou-o para jantar. Naque-la noite beberam uns copos a mais, tiveram relações e ela engravidou, pela sexta vez. Dizia-me que havia cometido um erro, que ela era muito pobre e que seu marido lhe havia dito que não queria mais filhos.

Este homem que havia deixado toda a sua família por outra mulher, também queria continuar sendo marido da mulher que havia abandonado. Quando perguntei a ela como se sentia, me respondeu que preferia não pensar, mas fazer as coisas. Ela não estava preparada para ter outro filho, porque o último tinha somente nove meses. Com efeito, ela havia decidido bloquear seus sentimentos, pois não havia expressão de dor ou lágrimas em seus olhos. Não pude evitar de olhá-la demo-radamente, e, nesse instante, veio-me à memória a história de vida de outra mulher que havia abortado aos dezenove anos. Com muito carinho, comecei a lhe contar a história dessa jovem:

Ela tinha dezenove anos quando soube que estava grávida. Seu noivo e ela tinham terror, pânico e incertezas, sobretudo, porque seu pai se irritaria muito com eles. Recordo-me quando me contou como ha-via chegado ao lugar de onde a ajudariam a desfazer-se de seu filho. E assim o fez.

Logo depois de haver abortado, a re-lação com seu noivo mudou. Começou a ter ataques de fúria incontroláveis, atirava coisas quando se irritava. Finalmente, essa relação terminou. Com os anos e, inconscientemente, todavia, por causa do que havia feito, caía em profundos estados depressivos, que não podia compreender. Permanecia na cama durante dias. Não sentia desejos de ter filhos, rejeitava e expulsava a ideia e evitava tê-los.

Abortar quando se tem mui tos f ilhos?POR SHEILA MORATAYA

Depois de um tem-po, casou-se e pôde ter filhos. Deu-se conta, com o primeiro, que não sentia-se conectada emocionalmente a ele: não lhe deu o peito, não gostava de carregá-lo e não sentia aquele amor que uma mulher sente quando torna-se mãe pela primeira vez. Tudo isto lhe parecia nor-mal, pois atribuía a si mesma ser distante e pouco carinhosa. Sem dúvida, os estados depressivos seguiam.

Passou os primeiros anos de seus filhos, obrigando-se em seus deveres maternais: assistir a reuniões de escola, a levá-los a seus eventos de esportes, mas sentia-se como um “zumbi”. Estava tão deprimida e tão morta por dentro que, pouco a pouco, começou a pensar o que se passava com ela. Perguntava-se se seria bipolar ou se não estava satisfeita com seu matrimônio.

Um dia teve a oportunidade de assistir a uma conferência de bioética. Em uma das aulas, falou-se exclusivamente do aborto e de suas consequências, a nível mental e espiritual. Pouco a pouco, foi saindo dessa escuridão, percebendo que o que havia fei-to foi dizer não à vida, uma vida que Deus havia criado no mesmo momento em que aquele bebê foi fecundado em seu ventre. Alguém que era seu filho ou sua filha.

De repente pôde perceber a razão da desconexão emocional com seus filhos, seus rompantes de fúria, depressões, suas compras compulsivas, sua falta de compromisso nas relações... percebeu muitas coisas. Compreendeu que, após o aborto, seu interior guardava os resquícios daquele fato, porque no momento em que realizou o aborto, havia se separado completamente de Deus.

Passaram-se vinte anos, duas décadas. Confessou-se muitas vezes, até que um dia, sete anos depois de estar neste processo de conversão até o caminho do Senhor e de profunda cura interior sob a ação de

Deus, graças a oração, a fre-

quência à missa diária, os retiros e a

adoração, finalmente escutou uma voz que lhe

disse: “põe teus sapatos e sai para caminhar”. Ela me contou, emocionada, que foi o momento de sua vida em que se sentiu em absoluta e total cura com Deus, tanto em sua mente, como em seu coração e alma.

Como soube? Porque sentiu-se mãe de verdade, a depressão desapareceu com-pletamente. A culpa se foi. As explosões de ira também se foram.

Finalmente, eu disse a mulher que estava sentada na minha frente: “Ami-ga, se você abortar seu filho, a sua vida mudará completamente porque você mesma está decidindo separar-se de Deus. É assim”. Não pude evitar cho-rar na frente dela, ao relatar a história da outra mulher. Ficamos em silêncio por um momento, até que ela disse: “Obrigado por compartilhar essa história comigo. Não sabia que tudo isso podia me acontecer. Vou ter meu filho. O que acontece entre mim e o pai, não é culpa dele. Ele tem direito de vir ao mundo.”

Santa Teresa de Calcutá disse: “se destruímos um filho, destruímos o amor”. Oremos pois, para honrar a força das mu-lheres que têm decidido ter seus filhos, e, oremos por aquela outra mulher, que foi curada depois de vinte anos, para que pos-sa chegar ao céu com todos os seus filhos. Que a Virgem Santíssima desate os nós da dúvida, se você é uma dessas mulheres que está pensando em não ter seu filho.

Sheyla Morataya é casada, é psicoterapeuta, escritora e coach com mais de 20 anos de expe-riência no desenvolvimento pessoal e orientação familiar. Tem por missão profissional ajudar as mulheres na sua busca da felicidade e fortalecer a família. Vive no Texas.

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EnsinoEnsino

A fraqueza humanaPOR DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB

DESOBEDIÊNCIA REPETIDANo livro de Neemias, ca-

pítulo 9, Esdras resume um período inteiro da história sob a aliança:

“Vós sois o Senhor, o Deus que escolheu Abraão… Achas-tes seu coração fiel diante de vós e fizestes com ele a aliança para dar a terra aos seus des-cendentes… e vós cumpristes vossa promessa, pois sois justo” (Ne 9,7-8).

Ele delineia em breves tra-ços, a fuga do Egito, a travessia do Mar Vermelho, como Deus guiou seu povo pelo deserto e lhe deu “os mandamentos e as verdadeiras leis e bons estatu-tos”(v. 14).

“Vós lhes destes o pão do céu para a sua fome e fizestes jorrar da rocha, água para a sua sede e lhes dissestes para

entrar na posse da terra que havíeis jurado que seria deles” (v. 15).

Esdras descreve, então, os grandes pecados de presunção e de desobediência de Israel.

“Eles, porém, e nossos pais, agiram com soberba e endu-receram a cerviz, não obede-cendo vossos mandamentos. Recusaram-se a obedecer e esqueceram as maravilhas que operastes entre eles; endurece-ram a cerviz e, na sua rebeldia, nomearam um líder que os levasse de volta à escravidão do Egito” (vv.16.17).

Israel podia esquecer a aliança, mas Deus não tinha a intenção de fazê-lo!

“Mas vós sois um Deus pronto a perdoar, clemente e misericordioso, lento na ira e

cheio de amor fiel; vós não os abandonastes” (v. 17).

Deus foi absolutamente fiel, mesmo em face da sua desobe-diência. “Vós, em vossa grande mercê, não os abandonastes no deserto” (v. 19). “Vós lhes destes o vosso bom Espírito para instruí-los.” (v. 20). “Nada lhes faltou.” (V. 21). E Deus os guiou para a terra que lhes havia prometido.

Você acha que isso levou aquele povo à gratidão, e a uma renovada obediência a Deus? Coisa nenhuma!

“Mesmo assim, foram de-sobedientes e se rebelaram contra vós e jogaram para trás de suas costas vossa Lei e ma-taram vossos profetas, que os haviam advertido a se voltarem para vós” (v. 26).

A final, qual o melhor caminho: obediência a Deus ou desobediên-

cia? Essa é a grande questão que confrontou Israel durante toda a sua história.

“Acontecerá que, por ouvir-des esses mandamentos e os guardardes e os cumprirdes, o Senhor vosso Deus guardará a aliança e o constante amor que prometeu com juramento a vossos pais. Ele vos amará, aben-çoará e multiplicará” (Dt 7,12-13).

Mas Israel falhou continua-mente em cumprir a aliança, embora Deus permanecesse profundamente fiel ao seu lado do acordo. Quando o povo era obediente, a nação prosperava material e espiritualmente; quando era desobediente, o Senhor o disciplinava. Se não se arrependia, ele tinha que re-correr a meios mais fortes para trazê-los à obediência.

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Santo

A té os oito anos de ida-de, o pequeno Bogdan Mandić ajoelhava-se

humildemente no centro de sua paróquia. Depois de cometer, o que considerou uma ligeira falha, ele havia sido repreendido por sua irmã. Para piorar a situa-ção, ela arrastou-o até o padre, que sugeriu a postura humilde como penitência. Foi então que menino decidiu que quando crescesse, ele seria um frade – especificamente, um confessor – mas que iria tratar os pecadores com bondade e misericórdia.

Bogdan tornou-se um fra-de capuchinho, e adotou o nome de Leopold. Passou a maior parte de sua vida dentro de um quarto minúsculo em Pádua, Itália. Atendia confis-sões doze horas por dia. Esta dedicação ao ministério da Reconciliação foi o motivo pelo qual levou o Papa Fran-cisco a escolher São Leopoldo Mandić, juntamente com os notórios São João Paulo II e Santa Teresa de Calcutá, como representantes do Ano da Misericórdia. Junto com essa honra, pediu que o cor-po de São Leopoldo – ainda intacto 64 anos depois de sua morte – fosse exibido em Roma em fevereiro deste ano.

Quando visitei a cela de São Leopoldo, em Pádua, quase que por acaso, tive a sensação de um confessionário. Mas o que me deixou de queixo caído foi o quarto próximo a ele preen-chido com presentes e ofertas. Eles são todos os testemunhos de ação de graças trazidos por pessoas que recorreram a São Leopoldo para pedir seu auxílio e acredito que foram curados através de sua intercessão. Fi-quei me perguntando: “Quem foi este homem?”

UM VIDA SEM GRANDES INTERCORRÊNCIAS

Quando olhei para a vida de Mandić, percebi que realmente não há muito a dizer. Ele não viajou muito. Ele não fundou uma nova ordem religiosa ou realizar milagres dramáticos. Ele nunca escreveu um livro. Mas o que me chamou a atenção foi a sua profunda compreensão do sacramen-to da Reconciliação e sua criativa, mas profundamente fiel, compreensão da miseri-córdia de Deus. Não admira que ele tem a minha aten-ção! Não admira também que dois dos nossos maiores papas modernos se sentiram atraídos por seu testemunho.

Nasceu em 1866 na cos-ta do Mar Adriático, atual-mente, Montenegro. Foi o filho caçula de doze irmãos numa família católica de origem croata. Seus pais, Petar e Dragica Mandić, ganhavam a vida com a sua frota de pesca.

Foi batizado com o nome de Bogdan, que significa “dado por Deus”. Desde pequeno, Leopoldo teve problemas de saúde, uma atrofia dificultou seu desenvolvimento quando atingiu sua estatura definitiva media 1,40m. Um tipo de ar-trite lhe deu um andar lento e cambaleante, e a gagueira tornou difícil para ele ler em voz alta. Mas o que lhe faltava em saúde ele fez-se nos estudos e na oração. Aos dezesseis anos estava pronto para entrar no seminário, e, aos 24 anos foi ordenado sacerdote.

POR FEDERICA PAPARELLI THISTLE

SÃO LEOPOLDO MANDIĆ: CONFESSIONÁRIO, UM REFÚGIO DA MISERICÓRDIAPonha tudo sobre meus ombros

Os superiores de Mandić rapidamente atribuíram-lhe a tarefa que definiria sua vida: ouvir confissões. São João Paulo II destacou a importância desta vocação na cerimônia de canonização de São Leopoldo em 1983, dizendo: “Sua vida

foi em grande parte sem inter-corrências. ...Depois veio a sua designação para o convento em Pádua.” Este era o lugar onde ele iria passar quase 50 anos ouvindo os pecadores aliviarem suas cargas.

“Apesar de sua defesa pelos pecadores, Leopoldo teve o cuidado de certificar-se de que penitentes não estavam abusando do sacramento”

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Point Jovem

Uma intensa agenda de retiros espirituais nas escolas ajudou a

aproximar os jovens da Polônia dos protagonistas de casos notáveis de conversão. O objetivo foi convidar os jovens a um encontro pessoal com Cristo e a mudar sua vida, em preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que aconteceu na cidade polonesa de Cracóvia.

Os jovens entraram em contato direto com pessoas que superaram grandes dificul-dades, graças ao seu encontro com Deus. Essas pessoas, hoje, oferecem seu testemu-nho de conversão, depois de

enfrentarem realidades dolo-rosas como a dependência de drogas, o alcoolismo e outros males morais.

Um dos testemunhos mais impactantes foi o de Patricia Hurlak, atriz e diretora que revelou ter estado profunda-mente imersa em práticas de feitiçaria. Seu ponto de partida tinham sido superstições como horóscopo e talismãs, que lhe abriram as portas para práticas ocultistas, quando ela ainda era bem jovem.

Patricia mostra que, embora muitas pessoas neguem a exis-tência da feitiçaria nos dias de hoje, essas práticas a “viciaram

como uma droga”, despertan-do nela tamanha fascinação e curiosidade que chegou a “não conseguir fazer as tarefas diárias mais simples” sem recorrer ao oculto.

Ainda estudante, Patricia usava regularmente um “ma-nual de encantamentos” para atrair rapazes e obter outros benefícios. Em torno dos 19/20 anos já tinha até lançado uma praga contra uma pessoa, “sem perceber o mal que eu estava fazendo“. Era a essas práticas que ela atribuía as suas conquistas profissionais, mas não demorou a perceber que a realização desses desejos não lhe trazia a felicidade.

Ex-praticante de bruxaria se converte

POR ALETEIA

O testemunho de uma jovem que praticava bruxaria e que, após sua conversão, ajudou jovens a se prepararem para a Jornada Mundial da Juventude.

Na sua frustração, Patricia se perguntou como mudar de vida. “Deus colocou no meu caminho um homem, um padre exorcista, com quem comecei a mudar a minha vida“, conta ela.

“No final, percebi que Jesus me ama para sempre, de graça, mas que Ele não poderia entrar na minha vida até que eu o convidasse“.

Patricia convidou os jovens a se manterem muito próximos da Eucaristia e participou com eles da adoração eucarística, realizada na paróquia da As-sunção da Santíssima Virgem Maria.

Patricia Hurlak, atriz. Testemunhou sua conversão aos jovens da JMJ 2016

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Jeannine Leal é jornalista e colaborado-ra da Comunidade Emanuel, na revista Jesus Vive e é o Senhor.

Sáude

POR JEANNINE LEAL

DORES NAS COSTAS

T er dores na coluna é um problema comum. Segundo estimativas da OMS (Organização Mundial de Saú-

de), 85% da população sofre ou ainda vai sofrer desse mal. As dores podem aparecer em três partes diferentes da coluna: lombar (localizada acima do quadril), dorsal (na parte central das costas) e cervical (entre a cabeça e o tronco).

A boa notícia é que é possível diminuir as chances de ter crises com exercícios para fortalecer a musculatura estabilizadora da coluna. Eles são importantes não só para quem nunca teve problemas de coluna, mas também para quem já sofreu com as dores e não quer passar por isso novamente. Cada caso deve ser sempre avaliado pelo médico, porém, de modo geral, as ativi-

CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA NÃO INICIAR OU AGRAVAR A DOR NAS COSTAS

• Antes de começar o exercício, fazer um alongamento geral; repetir ao fim do exercício

• Durante a atividade, evitar levantar peso superior a 10-15% de seu peso corporal e não abaixar, mas sim agachar

• Manter o peso corporal dentro do ideal

• Observar a postura ao sentar • Renovar o colchão sempre que ele

começar a afundar• Dormir de lado e de preferência com

o travesseiro na altura do ombro • Evitar a vida sedentária em excesso

– não permanecer mais que 40 minu-tos sentado na frente do computa-dor, por exemplo.

• Fumar também é prejudicial: o cigar-ro contém substâncias que prejudi-cam a circulação sanguínea.

• Em caso de dor persistente, procurar um médico sempre que houver dor intensa ou persistente.

dades físicas são indicadas. Isso porque proporcionam o fortalecimento e/ou o alongamento dos músculos, melhorando a sustentação da coluna e diminuindo a so-brecarga em outras estruturas como os dis-cos e ligamentos, explicam os ortopedistas.

É preciso tomar uma série de cuidados antes, durante e depois dos exercícios e escolher a atividade correta para cada situação. Para isso, repetimos, é importante conversar com um profissional ortopedista, médico do esporte ou educadora física. Só ele poderá indicar o exercício correto para o seu caso: Reeducação Postural Geral (RPG), Pilates, Reiki, Hidro ginástica, caminhada... são muitas as opções! Mas antes de dar o primeiro passo, observe as recomendações a seguir.

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JV Informa

Educação

OLIMPÍADAS NA ESCOLA DOM CIPRIANO

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A s brincadeiras nas turmas de creche e pré-escola, são atividades fun-damentais, pois, por meio destas,

possibilitamos aos alunos a descoberta do mundo.

Com a organização de materiais e am-bientes nestas brincadeiras, conseguimos conquistar, além de lazer, a aquisição dos conteúdos didáticos de uma forma mais prazerosa tanto para o aluno, quanto para o professor, que neste momento passa a ter o papel de mediador e observador, dando sempre a devida atenção a esta atividade, criando brincadeiras livres e orientadas que possam estimular e incentivar a ima-ginação e a criatividade de cada um, tendo sempre como um dos objetivos a integra-ção/interação de toda turma.

Abrimos as Olimpíadas Dom com a presença do Dom Cipriano Chagas e Maria Teresa Malta com o revezamento da tocha olímpica quando o aluno Daniel, do turma do Pré II deu a ideia que o Dom Cipriano era medalha de ouro e merecia ganhar uma! O que prontamente a escola providenciou para que ele a entregasse na hora.

POR JULIANA CARRERA

Através de brincadeiras e interações, o aluno é capaz de se desenvolver de forma integral: física, social, emocional, afetiva, cultural e cognitiva. Além disso, neste momento, a criança está se comunicando com o ambiente que a cerca, se descobre como parte deste, cria sua própria identi-dade, observa atitudes, reproduz, expressa pensamentos e emoções, situações que acontecem no dia a dia, cria o poder de tomar decisões, utiliza o corpo e os mo-vimentos, os sentidos, e principalmente, interage a todo momento, resolvendo conflitos, trabalhando as hipóteses e am-pliando cada vez mais o seu conhecimento e desenvolvendo capacidades de memó-ria, atenção, coordenação, inteligência,

além das áreas da linguagem, matemática, ciências e linguagens artísticas. Tudo isso pelo ato de brincar.

O brincar deve ser uma atividade per-manente na rotina escolar da Educação Infantil, porque, nesse ambiente, podemos proporcionar um lugar onde o aluno po-derá ampliar todas as suas possibilidades, além de assegurar uma educação que respeite a criança e seu modo de estar presente no mundo.

Juliana Carrera é professora da Educação Infantil na Escola Dom Cipriano Chagas.

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AgendaSEMANAL Agenda mensal casa de maria e josé

/comunidade_emanuel @comEMa_RJ

ATENDIMENTO E ACONSELHAMENTOcom hora marcada | 13h às 16h

ORAÇÃO PELO PAPA FRANCISCONa capela | 15h às 16h

GRUPO DE ORAÇÃO EMANUEL19h às 20h30O grupo emanuel é um dos primeiros grupos da de oracão do rio de janeiro

ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMONa capela | 11h às 15h

GRUPO DE ORAÇÃO DE SÃO PADRE PIONa capela | 14h às 16h30Toda terceira quarta-feira do mês

TERÇO DOS HOMENSNa capela | 12h30 às 13h

TARDE DE CURANa capela | 14h às 15h30 Toda primeira quinta-feira do mês

ORELHÃO ESPIRITUALNa capela | 14h às 16hATENDIMENTO E ACONSELHAMENTO – por ordem de chegada

GRUPO DE ORAÇÃO ALMOÇO COM JESUSNa capela | 12h30 às 13h30TODAS ÀS QUINTAS, EXCETO FERIADOS

MISSA COM ORAÇÃO DE CURACelebrante Dom Cipriano Chagas, osbtransmissão ao vivo pela internet – www.comunidadeemanuel.org.br12h

ATENDIMENTO E ACONSELHAMENTOcom hora marcada 10h às 15h

Dom Cipriano Chagas, OSBMonge beneditino do Mosteiro de São Bento do Rio de

Janeiro, um dos precursores da Renovação Carismática

no Brasil e Presidente-fundador da Comunidade Emanuel

e da revista Jesus Vive e é o Senhor

Casa de Maria e JoséSede da Comunidade Emanuel – Rio de Janeiro

rua cortines laxe, nº 2, centro - rio de janeiro – (21) 2263-3725

DIAS 7, 8 e 9 de outubrono refúgio nossa senhora das graças

Faça sua inscrição

(21) 2263-3725 / (21) 3429-0351

RETIRO DE CURACOM TERESA ARRUDA

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Assinatura à vistaAnual R$160,002 anos R$300,00

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