um jardim de palavras

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Um jardim de palavras Português 5º ano, turma A Escola Básica 2º, 3º Ciclos Maria Alberta Menéres Um jardim de palavras Escrita Criativa

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Escrita criativa

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Page 1: Um jardim de palavras

Um jardim de palavras

Português 5º ano, turma A

Escola Básica 2º, 3º Ciclos Maria Alberta Menéres

Um jardim de palavras

Escrita Criativa

Page 2: Um jardim de palavras

Sob o desafio da relação entre palavras e a

natureza, um grupo de alunos plantou

originalidade e sensibilidade em narrativas e

ação teatral.

Boa leitura!

Page 3: Um jardim de palavras

Eu, Eva Luna Fernandes, conheci um jardim onde tinha muitas, muitas

flores. Eram flores que tinham uma coisa diferente das outras, para além de

terem pedúnculo, sépalas, recetáculo tinham palavras em vez de pétalas,

palavras de cores variadas. Cada flor tinha uma palavra diferente,

dependendo da sua cor.

O proprietário desse jardim era uma pessoa muito atarefada e também

impaciente e sempre que se sentia cansado falava mal com todas as pessoas

que lhe dirigiam palavra. Mas apesar desse seu feitio mal disposto, adorava

o seu jardim, mais que tudo na vida, tratando sempre muito bem dele.

Certo dia, eu fui a casa desse senhor visitá-lo e, como ele estava cansado,

desatou aos berros comigo e eu claro fui embora sem lhe dirigir mais

qualquer palavra, mas quando estava a passar pelo jardim reparei que não

existiam flores brancas e foi então que tive uma ideia!

Fui dizer a uma flor castanha para colocar as palavras calma, paz e sossego,

e ela assim o fez, mas ao aparecerem as palavras, a flor deixou de ser

castanha e passou a ser branca, saltando à vista de quem por ali passasse.

No dia seguinte o senhor do jardim reparou que no meio das flores

castanhas estava uma flor que antes não existia e curioso correu para lá

para ver o que era. Quando lá chegou leu as palavras que essa flor tinha e

disse para si:

“É verdade, a minha vida é um stress, eu tenho de aproveitar melhor a

vida! E se esta flor aqui apareceu é para me ensinar isso mesmo.”

E assim foi, desde esse dia que o proprietário do jardim nunca mais foi

arrogante para as pessoas, mesmo quando se sentia muito cansado, passou a

ser calmo e contente, vivendo feliz o resto da sua vida.

Eva Luna, 5ºA

Page 4: Um jardim de palavras

Vivia numa casa que tinha um jardim, mas não era um jardim

qualquer, pois no lugar das flores havia palavras.

As palavras nasciam aqui e ali, e cheiravam tão bem, tão bem que às vezes

me deixava tonta. O seu cheiro era semelhante ao das rosas, dos

malmequeres ou das papoilas.

No meu jardim, em vez de frutos, as árvores davam palavras que tinham o

sabor a peras, maçãs, pêssegos e ameixas maduras.

Certo dia fui apanhar palavras ao meu jardim e reparei que num ramo

duma árvore tinha nascido um livro. Fui buscar um escadote e apanhei-o.

Era um livro de histórias de encantar, de princesas e dragões, bruxas e

sapos que afinal eram príncipes.

Durante um tempo, não sei bem quanto, fiquei ali deitada lendo, saboreando

aquelas palavras doces com aromas a frutos maduros e ao mesmo tempo

tocando nas palavras e beijando-as.

Passados uns dias, um grande amigo meu, o Carlos, fez-me uma visita.

Mostrei-lhe a minha casa e também o meu jardim de palavras, o qual ele

achou muito bonito. O meu amigo gostava muito de ler e ficou muito curioso

quando lhe mostrei o livro que tinha apanhado da árvore.

Foi assim que nos sentamos os dois a ler aquele livro tão bonito, com aquelas

palavras tão bonitas e tão cheirosas e, tal como havia acontecido comigo,

também a ele lhe deram um beijo.

O meu amigo voltou a visitar-me várias vezes, e assim continuamos a

saborear palavras.

Era tão bom viver naquela casa, onde as palavras apareciam a cada canto.

Assim se passaram semanas, meses e anos e eu continuei a saborear

aquelas lindas palavras com gostinho a fruta.

Sara Meninas, 5ºA

Page 5: Um jardim de palavras

Olá, chamo-me Rita e o meu texto fala sobre o inesquecível momento

em que as letras fugiram dos papéis de toda as pessoas.

O despertador tocou: TTTRRRIIIMMMMMM!

- Rita, acorda, tens de ir para a escola! – Afirmou a minha mãe.

-Já vou mãe. – Respondi eu cheia de sono.

Vesti-me e arrumei a mochila, depois despedi-me dos meus pais e fui a pé.

A escola não fica assim tão longe, apenas tenho de passar pelo mercado, pela

casa da minha prima e ao fim da rua tenho a minha escola.

Passei pela pastelaria para comprar algo para comer, mas parecia que

estava fechado. Digo isto porque no papel que estava pendurado estava

escrito “FEC A O”. Faltava a letra “H” e a letra “D”, mas que estranho!

Todos os dias via a placa com todas as letras, mas onde é que elas

estariam?

Passaram por mim duas criaturas pequenas e com a forma das letras que

faltavam! Não podia estar a acreditar, será que as letras tinham saltado do

papel e fugido?

Olhei para o relógio e vi que eram 08H:10Min, faltava cinco minutos para

tocar! Fui o mais rápido possível e consegui chegar logo quando estava a

tocar.

Falei com os meus colegas sobre o que vi e eles disseram que tinham visto

muitas palavras sem algumas letras e que queriam descobrir o mistério. Eu

também queria e combinámos que depois das aulas iríamos procurar o

esconderijo das letras.

Page 6: Um jardim de palavras

Passaram horas e horas e estava na hora de almoçar, reparei que na

cantina estava a ementa mas não consegui lê-la pois também lá faltavam

letras.

Vi-as outra vez a fugirem e eu e os meus colegas fomos logo segui-las.

Chegámos a um jardim magnífico onde elas estavam a conversar.

- Não aguento mais! Ninguém nos trata como deve ser. Nós temos vida e

somos muito importantes no dia-a-dia, queria ver a vida dos humanos sem

nós! – Falou a letra “H”.

Não podia acreditar, será que as letras iriam fugir para um lugar distante

e secreto? Depois, no futuro, já nos tínhamos esquecido delas e não podíamos

escrever nunca mais!

Não aguentei e, por isso, fui ter com elas e falei-lhes que eu as achava

muito importantes e que elas não podiam ir embora, porque senão o que é

que seria da vida dos humanos?

- Não queremos saber, não vamos voltar atrás! Amanhã vamos para outro

planeta, vamos para Marte e nunca mais nos vão ver! – Respondeu a letra

“D”.

- Nós podemos ajudar-vos, se quiserem? Nós podemos falar-lhes sobre o

quão vocês são importantes e tentar que as pessoas escrevam mais e que

parem de teclar no computador e nos telemóveis! – Exclamou Beatriz, uma

colega.

Elas aceitaram e disseram que tínhamos de começar já, senão não havia

acordo! Começamos por fazer cartazes onde se dizia: “AS LETRAS SÃO

MUITO IMPORTANTES. SE QUERES ASSISTIR AO NOSSO

ESPETÁCULO E SE QUERES AS LETRAS DE VOLTA, VAI PARA O

JARDIM DA RUA Nº 13 ÀS 15H:00Min. ESPERAMOS POR TI!”

Claro que tivemos de usar muitas daquelas letras para conseguirmos fazer

os cartazes. Finalmente eram três horas da tarde, começaram a chegar

Page 7: Um jardim de palavras

algumas pessoas. Não as deixamos esperar e começamos a fazer o nosso

espetáculo.

Quando acabou as letras ficaram muito satisfeitas e como recompensa do

nosso esforço, o jardim passou a chamar-se JARDIM DAS PALAVRAS.

- Rita, Rita! Acorda! – Exclamou uma voz muito conhecida.

Acordei, afinal aquilo tinha sido apenas um sonho, mas gostei de o ter

imaginado, pois estou a começar a fazer um livro sobre o meu maravilhoso

sonho. Nunca me vou esquecer dele.

Catarina Rebelo, 5ºA

Page 8: Um jardim de palavras

Era sexta-feira, cheguei da escola muito cansada, só me apetecia

jantar e ir direitinha para a cama. Assim fiz. Cheguei à cama e adormeci

logo e comecei a sonhar.

Dei comigo num jardim, muito bonito, com muitas árvores. Comecei a

passear e a explorar aquele lugar. Passado algum tempo fiquei com fome,

resolvi tirar um fruto de uma árvore, que estava mesmo à minha frente.

Estiquei-me mais que pude, e lá cheguei. Puxei o fruto e ouvi:

-Ai, que me magoas!

- Desde quando é que um fruto fala? - Perguntei eu.

- Mas quem te disse que eu sou um fruto?

- Se não és um fruto, o que és então?

- Eu sou a letra A e vivo na árvore do alfabeto.

Comecei a tomar atenção àquela árvore e reparei que ali havia mais letras.

Então a letra A contou-me que havia uma letra que tinha desaparecido,

porque achava que ninguém gostava dela, era a letra H.

Estavam muito preocupadas, porque assim já não podiam brincar a formar

palavras, pois passavam os dias todos neste jogo. Já tinham procurado por

todo o lado. Também já tinha ido ali uma menina e eles contaram-lhe a

mesma coisa, ela disse que ia a procura da letra, porque gostava muito de

jogar ao jogo das palavras, e sem o H não se conseguia jogar.

- Eu também vou ajudar.

E comecei à procura, depois de tanto andar, vi a outra menina sentada

numa pedra muito cansada.

- Olá, eu sou a Carolina e tu?

- Olá, eu sou a Joana, o que fazes por aqui?

Page 9: Um jardim de palavras

- O mesmo que tu, vou ajudar-te a encontrar a letra desaparecida.

- Mas, eu já andei tanto e nada.

- Vais ver que nós vamos encontrá-la.

E foram caminhado, sem parar, até que viram a letra H, a nadar num

pequeno ribeiro.

- Letra HHHHH.

A letra ao ouvi-las, nadou até elas.

- Quem são vocês?

- Nós andávamos à tua procura, para regressares a árvore do alfabeto.

- Porque hei-de regressar, se não faço falta nenhuma.

- Claro que fazes falta, porque sem ti, não havia uma data de palavras.

- Estão a falar a sério?

- Claro que sim, queres que te dê exemplos.

- Pode ser.

- Olha, uma é Helena… helicóptero, hipopótamo e outras.

- Acho que me convenceram.

E lá regressaram as três até à árvore, as outras letras ficaram todas

contentes, logo começaram a cantar uma canção e, nesse momento, acordei

com a minha mãe a dizer que estava na hora de ir para a escola.

Madalena Ribeiro, 5ºA

Page 10: Um jardim de palavras

Ato I

No Séc. MDCXVI, o planeta Terra estará dividido em Reinos: O Reino

das Ciências, o do Português, o dos Humanos, o da História … Mas vamo-

nos concentrar no do Português, que é o único que escreve e lê em papel.

Aqui as palavras e os pontos têm vida! As casas são feitas de textos, a chuva

são letras … enfim, é tudo a ver com letras, textos, livros, etc.

Cena I

Nesta parte da história, os sinais de pontuação discutem para ver quem é o

mais importante. Quando alguns turistas viram aquilo, ficaram incrédulos!

Entretanto, chegaram as palavras e também fizeram o mesmo.

Vírgula - Desculpem, eu sou a mais importante, pois sou eu que faço as

menores pausas, divido os nomes. Por exemplo têm: Ana Maria José Maria

António Manuel. Têm seis nomes, comigo podem apenas ter três. Vejam:

Ana Maria, José Maria, António Manuel. Veem? Só eu posso fazer isto. Sem

dúvida nenhuma que sou a mais importante!

Ponto de interrogação - Mas não sou eu que posso fazer perguntas? Não

estão a ver como eu sou o mais importante?

Ponto final - Eu é que posso terminar frases sem nenhum significado, logo

eu sou o mais importante, pá!

(Chegam alguns turistas e as palavras entram para a confusão dos pontos)

Palavras - Hei! Nós é que formamos praticamente todos os textos! Apenas

nós somos importantes. Vocês só terminam frases. Nós temos significados,

vocês não! Ok?

Page 11: Um jardim de palavras

Turistas - Uau! Espantoso! Magnífico! Formidável! Parece um jardim de

palavras!

(Os turistas fazem uma roda e um diz que tem uma ideia)

Um turista – E se as apanhássemos e as guardássemos em folhas? Hã?

Alguns turistas - Que óptima ideia. E depois podemos vê-las e vender

algumas. Não acham?

(Ninguém responde e aproximam-se das palavras em bicos de pés para

poderem esconder-se nos arbustos de palavras que se encontravam ali ao

lado)

Outro turista - ʼBora lá pá!

(Saem todos dos arbustos a correr)

Todos os turistas – Aaaaaaaoo ataque!

Ááááááááárrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!

Angarr!

Palavras – Vamos esconder-nos debaixo da terra, contudo somos mais

importantes que os pontos!

Pontos - Esqueçam as palavras, ataquem!

Cena II

Aqui entra o ponto de exclamação. Ele é um ponto de exclamação, é também

superintendente chefe da PSP do reino do Português e é o polícia mais

rigoroso do mundo.

Ponto de exclamação - Mas o que é que se passa aqui?

(Os turistas, os pontos e as palavras piscam os olhos, ouvindo-se um piscar

de olhos amplificado)

Page 12: Um jardim de palavras

Ponto de exclamação - Então? Ninguém se voluntaria para me explicar o

que aqui se passa? Está bem. Vão todos para a cadeia! Ouviram!? Toca a

mexer essas pernas! Andem! Esperem, tive uma ideia! Não vão para a

cadeia, vão ser soldados do exército do reino do Português!

(Pega num megafone)

Vá! Um, dois, três, quatro. Um, dois, três, quatro. Um, dois, três, quatro …

Eeee voltar! Andem! Um, dois, três, quatro. Um, dois, três, quatro…

Agora vamos para a base aérea de Sintra, no reino da História.

(Os pontos, as palavras e os turistas saem para um avião com o ponto de

exclamação à retaguarda)

Ato II

O Reino da História é estupendo! Tem todos os instrumentos de pesquisa e

mais algum. Quando chegaram a Sintra … Aquilo é um paraíso exceto a

base aérea. Mas isso não importa. Os nossos heróis podem salvar-se a si e

aos outros? Os turistas também podem fazer o que pretendiam? Só podemos

saber se continuarmos a ler!

Cena I

O Ponto de exclamação faz com que eles se cansem de forma que também ele

próprio se ajude na concentração, no rigor … Ao trabalho! É a única frase

que o ponto sabe nesta cena, por isso não adianta reclamações. Vamos ver o

que fazem.

Trabalhador da base - Pode dar-me um autógrafo?

(O ponto dá um autógrafo ao trabalhador)

Trabalhador da base - Muito obrigado!

Page 13: Um jardim de palavras

(Entra uma multidão de jornalistas, trabalhadores… A multidão grita

pedindo pelo autógrafo)

Ponto de exclamação - Hei, calma! Um de cada vez, em fila indiana do,

mais baixo ao mais alto!

(A multidão obedece e o superintendente chefe dá-lhes os autógrafos)

Ponto de exclamação - Ok. (Solta um grande grito) Vão embora!

(A multidão sai a correr)

Ponto de exclamação - Vá. Já podemos (Gritando outra vez). Ao trabalho!

Ponto de interrogação - Posso fazer uma pergunta? Quando é que vamos

embora? Já estamos aqui há cinco horas a fazer flexões.

Ponto de exclamação - Mas quem é que manda aqui? Sou eu ou tu? Estás

aqui há cinco minutos, queres tu dizer, não é?

Ponto de interrogação - É, sim senhor, era mesmo isso!

(Um turista atreve-se a falar com outro turista)

Turista - Bsssbsssbsssbsssbss.

(O ponto pega no cinto das suas calças e dá um chicotada no turista)

Ponto de exclamação - Chiu! Garanto-vos que fazem 50002203 flexões!

Uma a uma contadas por mim e, se me perder na conta, volta a zerinho!

Ouviram bem!? Não experimentem! (Faz uma pausa durante algum tempo e

olhando para o relógio avisa) Pronto, o treino acabou por hoje (numa

velocidade muito mais rápida) e já começou outra vez (Passado um minuto

(aproximadamente) Oook! Já podemos voltar para o reino do Português.

Page 14: Um jardim de palavras

Ato III

De regresso ao reino do Português.

Cena I

Ponto de exclamação - Não estiveram mal, mas também não estiveram

bem. De maneira queeeeeeeeeeee, podem ir às vossas vidinhas (Num tom

mais alto e agressivo) mas, sem asneiras, se não… (voltando ao normal) já

sabem! Não é preciso explicar, pois não?

Todos - (Rapidamente) Não senhor!

(O superintendente chefe sai com ar importante)

Turista - Agora apanhamo-las!

Todos os turistas - Sim!!!

(Fazem um supersalto triplo mortal e meio em direção às letras e aos pontos)

Palavras - Toca a multiplicar!

Pontos - Nós também!

(Entram mais pontos e palavras para o palco)

Pontos e palavras - Tarde de mais. Continuem com mais potência!

(Entram ainda mais pontos e palavras rapidamente para o palco)

Todos os turistas - Vamos, misturem-se com os outros para as

apanharmos!

(Gera-se uma confusão cheia de gritos)

Um turista - Apanhei uma!

Page 15: Um jardim de palavras

Outro turista - Olhem. Apanhei sessenta e cinco mil pontos!

(Os turistas apanham todas as letras e pontos)

Turista que deu a ideia de as apanhar - Agora já podemos passar à fase

seguinte: primeiro temos de arranjar folhas e cola e depois colamo-las nas

folhas. (Num tom mais alto e mandão) Ao trabalho!

(Os turistas saem, deixando as palavras e os pontos no palco)

Ponto de interrogação - (Falando baixíssimo) Bssssh! Hei malta! O que

será que nos vão fazer? Vão fazer de nós um museu? Vão operar-nos?

Ponto final - (Falando muito alto) Não burro! ‘Tás maluco o quê pá!?

Ponto de interrogação - (Falando já com mais volume) Então para que

servem a folhas e a cola?

Ponto final - Aiaiaiaiai. ‘Tão pá? A cola serve para nos colar à folha …

Ponto de interrogação - Oh. Isso sei eu. Mas o que eu quero saber é o que

eles vão fazer com isso.

Ponto final - Espera meu! Depois eles fazem uma coisa que se denomina

liiiivrooo! Alôôô?

(Um turista volta com as folhas e a cola)

Um turista - Ora então aqui as nossas letrinhas estão prontas? Prontas ou

não … Eh, isso também não interessa. Vamos à operação!

Ponto de interrogação - (Sussurrando) Eu não te disse!

Ponto final - Ó pá! A operação de que ele fala é pôr-nos nas folhas! Nada de

médicos!

Ponto de interrogação - Ok, ok! Adeus, vou para a folha. Pode ser que vás

para o meu lado.

(O turista pega nas palavras e cola-as e entra outro turista para o palco)

Page 16: Um jardim de palavras

Turista – ‘Tão pá! Como é que isso vai, meu?

O outro turista - Ajuda aqui, pá.

Turista – ‘Tá-se bem.

(Os dois sentam-se a colar palavras e pontos)

Turista - Isto é fixe!

O outro turista - Pois é! E saber que depois podemos ganhar dinheiro… Ui!

Isso é que é vida.

(Chega o resto dos turistas)

Todos os turistas - Como é que isso vai?

Os dois turistas – ‘Tá tudo a correr como planeado.

Todos os turistas - Podemos ajudar?

Os dois turistas - Claro.

(Sentam-se a colar palavras e pontos às folhas)

(Passam alguns segundos)

Todos os turistas - Já está! Conseguimos!

Turista que deu a ideia de as apanhar - Muito bem. Já podemos passar

à última fase! Saber onde as vender…

Turista - Eu sei!

Turista que deu a ideia - Aonde!?

Turista - Temos de ir ao reino dos humanos e deslocar-nos em direção a

Lisboa! Há lá um jardim que se chama Jardim da Estrela. Antigamente, as

folhas com palavras eram vistas lá. Dizem que se chamam a esses lugares

bibliotecas. E as folhas com letras denominam-se livros.

Page 17: Um jardim de palavras

Turista que deu a ideia - Pronto. Vamos para Lisboa vender os tais livros!

(Saem todos do palco, levando os livros)

Ato IV

Já em Lisboa, os turistas observaram o jardim da Estrela.

Cena I

Será que os turistas podem introduzir novamente a leitura em papel sem ser

no Reino do Português? Só há uma maneira de saber: continuar a ler.

Turista - Já está. Agora só é preciso fazer cartazes para as pessoas virem

aqui comprar.

Turista que deu a ideia - O que é isso?

Turista - São folhas que anunciam alguma coisa. Neste caso podemos

apenas falar com a população sobre a venda.

Turista que deu a ideia - Que ótima ideia!

(Entra a multidão no palco e os turistas tentam falar com ela)

Turistas - Está a cinco euros, a cinco euros…

Multidão - Eu quero, eu quero!

(Improvisa-se alguns minutos e a multidão começa a dispersar)

Turistas - Que dia! Parecia que nunca tinham visto letras coladas em

folhas!

Page 18: Um jardim de palavras

Turista que deu a ideia - Já que vendemos todos os jardins de palavras e

ganhámos algum dinheiro, podemos ir visitar Lisboa e repetir a feira

amanhã, não?

Todos os turistas –‘Tás maluco! Agora vamos é embora daqui!

Dinis Santos, 5ºA