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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE O LÚDICO EM SALA DE AULA Por Márcia Rodrigues Basílio Orientadora: Mary Sue RIO DE JANEIRO 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

O LÚDICO EM SALA DE AULA

Por

Márcia Rodrigues Basílio

Orientadora: Mary Sue

RIO DE JANEIRO 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

O LÚDICO EM SALA DE AULA

Trabalho apresentado no requisito parcial para obtenção do grau especialista em Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicopedago-gia, pelo Projeto Vez do Mestre.

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AGRADECIMENTOS

Acima de tudo, a Deus, o Autor da vida , que me tem ensinado de Seu Amor, através do Seu Filho Jesus Cristo, o Único e Verdadeiro Caminho que nos conduz até o Pai.

Ao meu amado marido e amigo Cláudio, pelo seu grande amor e incentivos constantes em minha vida. Te amo!

Aos meus preciosos filhos Davi e Daniel, pelo amor, carinho e sorrisos diários, que me dão força para PERSEVERAR. Amo vocês!

À minha irmã e amiga Marisa, pela alegria de tê-la grávida ao meu lado, me apoiando e me encorajando na realização do curso de Psicopedagogia.

À amiga Fernanda, pelo apoio especial na confecção dessa monografia, sempre com grande disposição.

À orientadora Mary Sue, que, com seu jeito meigo, foi auxiliando no desenrolar desse trabalho.

A todos os meus amados irmãos em Cristo, pela alegria de sermos uma grande família e podermos ter a liberdade de nos expressar e conversar, e que nos fortalecem continuamente para superarmos as dificuldades da vida.

Obrigada!

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DEDICATÓRIA

Ao meu pai Sebastião, que infelizmente faleceu em 2003, deixando

grandes saudades. À minha mãe Vera, que sempre me ajuda e me apóia com os netos. À minha preciosa famíla: meu marido Cláudio e meus filhos Davi e

Daniel, pela alegria de quererem sempre retornar ao lar e estarmos simplesmente juntos.

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“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver AMOR, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar os montes, se não tiver AMOR, nada serei... O AMOR é paciente, é benigno; o AMOR não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo epera, tudo suporta. O AMOR jamais acaba.”

I Coríntios 13:1-8

Bíblia Edição Revista e Atualizada

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RESUMO

A sociedade mudou muito no decorrer dos anos.

A educação das crianças, que tradicionalmente cabia aos pais, hoje

está sendo dividida com a escola.

Diante deste quadro, vamos analisar como ajudar e estimular uma

criança que inicia sua vida escolar tão cedo, onde através de uma educação

lúdica, podemos envolver a criança e fazer um elo entre o mundo

inconsciente, onde desejaria viver, e o mundo real, onde precisa conviver,

facilitando assim a assimilação do conteúdo pedagógico.

No mundo infantil o espaço lúdico é essencial. O período em que

estamos na sala de aula precisa ser mágico e nesse momento onde

conseguimos criar o encantamento necessário para que a criança se sinta

apaixonada pelo instante em que vive na escola, estamos proporcionando

um ambiente afetuoso necessário para envolvê-la.

Veremos de que forma o prazer de aprender ludicamente mudará o

rumo da relação ensino-aprendizagem.

Trabalhando o ser de forma total, podemos favorecer o seu

desenvolvimento integral. Proporcionando condições para que ele construa

seu conhecimento e seu processo de aprendizagem ao longo de sua vida.

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METODOLOGIA

Baseado em consultas bibliográficas através de pesquisas de vários

importantes autores na área de educação este trabalho monográfico foi

elaborado.

Considerando a bibliografia e a experiência pessoal em instituições de

ensino particulares e públicos, nas quais lecionei, esta monografia tem por

objetivo esclarecer e conscientizar os pais e profissionais da área de

educação infantil quanto à educação lúdica na sala de aula. É

importantíssima no desenvolvimento infantil a aplicação de jogos e

brincadeiras como fonte estimuladora.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DA

CRIANÇA 12

CAPÍTULO II

A FUNÇÃO PEDAGÓGICA DO JOGO E DA BRINCADEIRA 20

CAPÍTULO III

ESPAÇO LÚDICO DE EDUCAÇÃO E LAZER 29

CAPÍTULO IV

PAPEL IMPORTANTE: O PROFESSOR COMO MEDIADOR 34

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 41

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INTRODUÇÃO

A educação lúdica está longe de ser um passatempo ou uma diversão

superficial, ela é uma ação inerente na criança, que tem como meio natural

de auto-expressão, o brincar.

Através da brincadeira, a criança cria uma ponte do imaginário para o

real e manipula a realidade. Ao brincar, ela explora suas emoções, cria as

hipóteses necessárias para o entendimento do que antes lhe parecia tão

difícil. É necessário que se conheçam as necessidades do desenvolvimento

infantil para proporcionar as oportunidades de que nossas crianças

necessitam.

Os jogos e brincadeiras devem estar inseridos no cotidiano escolar, e

proporcionar condições favoráveis para que se promova a construção do

conhecimento integral do educando, levando em conta seus interesses,

suas necessidades e o prazer de ser sujeito ativo desta construção. A

atividade lúdica deve contribuir no processo de aprendizagem e não ser,

simplesmente um ato isolado, sem finalidade pedagógica.

O alvo da minha atenção para o presente estudo será a educação

infantil, onde nesta fase da vida da criança está a base de sua personalidade

e que através de situações de experiências e vivências, ajudará na formação

de suas estruturas mentais, sua auto-imagem positiva, seu desenvolvimento

corporal e o início de sua socialização. Assim sendo, quanto maiores forem

as oportunidades de trabalho, descobertas, manipulações e construções que

possam ser oferecidas às crianças, maiores serão as chances de um

desenvolvimento harmonioso e compatível com suas possibilidades,

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especialmente atividades que envolvam o lúdico para facilitar a

desencadear uma aprendizagem prazerosa e significativa.

Dirijo esse trabalho a pais, professores, coordenadores, educadores em

geral da área de educação infantil que batalham por uma educação melhor e

diferenciada, olhando para os nossos pequeninos como indivíduos que, no

auge de suas potencialidades, são capazes de aprender brincando.

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CAPÍTULO I

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A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Na educação, o sonho é o início de tudo e acreditar nele é o que nos

permite “o fazer” em educação.

De acordo com Piaget, o desenvolvimento da inteligência está voltado

para o equilíbrio; a inteligência é adaptação. Desta forma podemos

entender a importância do brincar para o desenvolvimento da criança.

Através da brincadeira, a criança se apropria de conhecimentos que

possibilitarão sua ação sobre o meio em que se encontra.

A brincadeira de faz-de-conta é extremamente importante pois

possibilita o entendimento do mundo que a cerca. A criança é capaz de

pegar várias caixinhas de fósforos e brincar imaginando serem carros que

estão na rua; e até colocar sua boneca que projeta andar numa suposta

calçada. A imitação que dá origem à imagem mental através de cenas já

interiorizadas é chamada de jogos simbólicos. Por intermédio dos jogos

simbólicos, a criança irá adquirir a linguagem convencional. Assim, por

meio das brincadeiras e dos jogos simbólicos a linguagem vai se

estruturando. A criança começará a trabalhar com suas imagens mentais e

estas, segundo Piaget, são os primeiros elementos de articulação entre ação

e pensamento. A brincadeira assume caráter importante para aquisição do

código de linguagem e para a organização do pensamento. É necessário

fornecer vários estímulos para que a criança possa relacionar os objetos que

a cercam com seus nomes propriamente ditos e criar suas imagens mentais.

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Vygotsky entende a brincadeira como uma atividade social da criança

e através desta a criança adquire elementos imprescindíveis para a

construção de sua personalidade e para compreender a realidade como

sendo um processo de uma atividade social infantil. Vygotsky também

atribui uma grande importância ao ato de brincar, pois para ele a criança se

inicia no mundo adulto por meio da brincadeira e pode antever os seus

papéis e os seus valores futuros. Por meio da brincadeira a criança vai se

desenvolver socialmente, conhecer as atitudes e as habilidades necessárias

para viver em seu grupo social. A imaginação vai ajudar a expandir suas

habilidades conceituais. Na sua função imitativa, a criança aprende a

conviver com as atividades culturais. Usando a brincadeira, ela estará

estimulando o seu desenvolvimento, aprendendo as regras dos mais velhos,

onde através da simples brincadeira de papai e mamãe, por exemplo, a

criança imita o seu cotidiano, reproduzindo a realidade.

Criar desafios para a inteligência da criança, levando em consideração

seus interesses e suas necessidades é importante para a construção do seu

conhecimento.

O processo ensino-aprendizagem depende muito da motivação do

educando. Considerar as suas necessidades e os seus interesses,

oferecendo-lhe situações para incentivar sua participação nas atividades

propostas, favorecerá grandemente as suas capacidades de:

• Construção do conhecimento;

• Formação de idéias próprias e originais sobre os fatos;

• Expressão e criação de forma convicta.

Todos os fatores irão favorecer a formação integral da personalidade

da criança. Podemos definir um dos objetivos de ensinar brincando:

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Proporcionar condições favoráveis para que se promova a construção

do conhecimento integral do educando, levando em conta seus interesses,

suas necessidades e o prazer de ser sujeito ativo desta construção.

No âmbito da Educação podemos notar que não existe um conceito

pré-estabelicido entre os professores, de formação e informação, no que diz

respeito à criatividade. Como sendo ele, o professor, quem exerce o papel

de mediador no processo ensino-apredizagem, vai conduzir seu aluno ao

crescimento e desenvolvimento de suas habilidades criativas.

Sobre o papel desafiador do professor, afirmou Alessandrini (1994,

pg.23) :

“Aprendemos quando adquirimos conhecimento. Situações de

aprendizagens desafiadoras geram no indivíduo a necessidade interna básica de, talvez, romper com seus próprios limites enquanto movimentos em busca do novo. Por vezes, essa experiência vem acompanhada de sensações, sentimentos e emoções com alegria e prazer, ou dor, incômodo e conflito. As dinâmicas da psique atuam constantemente na elaboração e aprendizagem decorrentes dessas situações.”

O processo criativo possibilita ao homem realizar uma nova

combinação daquilo que já existe, sem que esta seja apenas uma

reorganização do velho, mas que possibilite efetivamente a emergência de

uma nova estrutura mental.

Assim podemos constatar que a aprendizagem desenvolvida

criativamente, pode favorecer ao indivíduo a elaboração de suas

habilidades cognitivas de forma mais completa, levando-o a adaptar-se e a

ser criativo na vida.

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Cabe ao professor, a função de desenvolver a imaginação da criança,

levando-a a recombinar e produzir a novidade através de sua própria

criatividade, onde durante esse processo de criação, o intelecto e o

sentimento da criança entram em harmonia e ela abraça o mundo com

renovado vigor.

Vivemos em uma época de inúmeras mudanças, exigências e desafios.

Precisamos preparar os sujeitos, nossos alunos, para questionar, mudar e

criar, onde para termos alunos motivados, é preciso ter uma escola criativa.

Observamos também, um consenso crescente quanto à importância de

se oportunizar em condições mais favoráveis ao desenvolvimento da

criatividade. Nesse sentido, poder-se-ia lembrar o que, já em 1959, Rogers

ressaltava:

“Eu insisto em que há uma necessidade social desesperada dos comportamentos criativos por parte dos indivíduos... Em um tempo em que o conhecimento, construtivo e destrutivo, está avançando de forma acelerada em direção a uma era atômica fantástica, uma adaptação genuinamente criativa parece se apresentar como a única possibilidade para o homem manter-se à altura das mudanças caleidoscópicas de seu mundo...”

A importância de se criar um espaço maior para a fantasia e para o

jogo imaginário tem sido apontada como fundamental para o

desenvolvimento psicológico da criança.

O desenvolvimento infantil precisa acontecer de forma global, nas

diferentes áreas, para que possa haver o equilíbrio entre elas. É necessário

que se desenvolva as áreas: Cognitiva, Psicomotora e Afetiva. É importante

destacar essas três áreas, para não deixarmos de lado os aspectos

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psicomotores e o aspecto afetivo, em favor do aspecto cognitivo, pois se

uma área estiver sendo mais desenvolvida em detrimento de outra,

certamente esse desequilíbrio acarretará uma desorganização do indivíduo,

em sua dimensão global. Como mediadores do processo ensino-

aprendizagem, precisamos estar atentos para propiciar meios para favorecer

este desenvolvimento.

Um dos grandes problemas que nós, educadores, sofremos é o de não

saber como incentivar nossos alunos. Como levá-los a se sentir motivados

para participar ativamente do processo de aprendizagem? O essencial para

resolvermos essa questão é não esquecermos que hoje, nossos alunos são

sujeitos questionadores. Não conseguem mais engolir os conteúdos sem

perguntar o por quê, ou principalmente, para quê estão aprendendo

determinados assuntos!

Portanto, cabe ao professor preocupar-se com o modo pelo qual a

criança aprende, muito mais do que com o modo pelo qual ele vai ensinar.

Cientes de que precisamos buscar meios para tornar eficiente e

atraente a relação ensino-aprendizagem, precisamos fazer com que os

conteúdos programáticos tenham aplicabilidade prática. Temos de

relacionar alguns conteúdos com vivências, de forma que as crianças

possam desenvolver algumas potencialidades, descobrindo aplicações para

o que precisam aprender.

Garantir o espaço para o desenvolvimento da criatividade é essencial!

Devo ressaltar que a brincadeira é o meio natural de auto-expressão da

criança.

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Quando o indivíduo encontra uma barreira que torna mais difícil para

ele conseguir a completa realização de si mesmo, é formada uma área de

resistência, atrito, tensão.

Um sentimento de amizade e calor humano por parte do professor

estabelecerá esse tipo de contato entre a criança e ele, e parecerá

individualizar o ensino, apesar das outras crianças. O professor que tem a

reputação merecida de nunca ter sorrido dentro de uma sala de aula, ou de

nunca ter se desviado do plano que tem nas mãos, é digno de pena e não

poderá nunca ser chamado de um educador. É em uma atmosfera assim,

tensa e rígida que nervos jovens explodem e geram-se tempestades

emocionais.

O professor que procura estabelecer uma boa saúde mental, cria

amizade e calor humano em relação a todos e a cada um de seus alunos. O

professor aceitará cada criança exatamente como ela é. O professor deve

estabelecer um sentimento de permissividade em seu relacionamento, de

modo que a criança se sinta livre para exprimir os seus sentimentos e para

ser ela mesma. Educadores progressistas reconheceram o valor da

libertação dos sentimentos da criança através de alguma forma tangível:

pintura, escultura em argila, massinha, escrita criadora, música, dança,

teatro e dramatização improvisada. Todos esses meios são empregados

como liberadores dos sentimentos da criança.

Não é possível separar o aprendizado da vida. A criança é um ser

dinâmico e cheio de força. Não deve ser colocada em uma redoma. Dê a ela

a oportunidade de agir como um indivíduo. Dê a ela a liberdade,

responsabilidade e sentimento de que possa ter sucesso.

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O indivíduo deve ser considerado uma pessoa digna de respeito, a

quem deve ser dado a oportunidade de desenvolver-se até atingir sua

máxima capacidade.

O crescimento é um processo gradativo, que não pode ser imposto por

forças que venham de fora, mas pode ser incentivado por pais e educadores

que olhem para os pequeninos com olhos que vêem além, que acreditem,

que declarem e estimulem, afirmando que a criança é capaz de conseguir,

de transformar, de modificar, de melhorar....de ser feliz!

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CAPÍTULO II

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A FUNÇÃO PEDAGÓGICA DO JOGO E DA

BRINCADEIRA

Não existe uma teoria aceita universalmente para “jogo”, pelo motivo

deste ter se tornado objeto de estudo e analisado sob todos os prismas,

passando a ser definido de formas diferentes, todas as teorias discutidas

visam apenas o entendimento do comportamento lúdico. Diversas

explicações foram dadas a respeito da razão pela qual o jogo acontece e

quando ele deveria ser aplicado. Mesmo assim, no processo educacional a

utilização de jogos é sugerida como facilitadora para a aprendizagem e para

o desenvolvimento infantil.

Para Friedmann (1998, pg.20) :

“O jogo é, pois, um “quebra-cabeça”... Não é, como se pensava, simplesmente um método para aliviar tensões. Também não é uma atividade que “prepara” a criança para o mundo, mas é uma atividade real para aquele que brinca. Verdadeiramente brincamos, envolvemo-nos com paixão no jogo, sem precisarmos, em absoluto, saber o que ele significa”.

O jogo se caracteriza por transformações, como todas as atividades

lúdicas, por ser uma atividade dinâmica, capaz de transformar-se com o

contexto de um grupo para o outro.

É importante também ressaltar o jogo na educação infantil como

estímulo ao crescimento, como uma astúcia em direção ao

desenvolvimento cognitivo e aos desafios do viver, e não como uma

competição entre pessoas ou grupos que implica em vitória ou derrota.

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Do ponto de vista educacional, a palavra jogo se afata do significado

de competição e se aproxima de sua origem etmológica latina, com o

sentido de gracejo, ou mais especificamente, divertimento, brincadeira,

passatempo. Desta maneira, os jogos infantis podem até, excepcionalmente,

incluir uma ou outra competição, mas, essencialmente, visam estimular o

crescimento e aprendizagens, e seriam melhor definidos se afirmássemos

que representam relação interpessoal entre dois ou mais sujeitos, realizados

dentro de determinadas regras.

Durante muito tempo confundiu-se “ensinar” com “transmitir” e, nesse

contexto, o aluno era um agente passivo da aprendizagem e o professor um

transmissor não necessariamente presente nas necessidades do aluno.

Acreditava-se que toda aprendizagem ocorria pela repetição e que os

alunos que não aprendiam eram responsáveis por essa deficiência e,

portanto, merecedores do castigo da reprovação. Atualmente essa idéia é

absurda e sabe-se que não existe ensino sem que ocorra a aprendizagem, e

esta não acontece senão pela transformação, pela ação facilitadora do

professor, do processo de busca do conhecimento que deve sempre partir

do aluno.

A idéia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou

transformando o sentido do que se entende por material pedagógico, e cada

estudante, independente de sua idade, passou a ser um desafio à

competência do professor. Seu interesse passou a ser a força que comanda

o processo da aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de

seu progresso, e o professor um gerador de situações estimuladoras

eficazes. É nesse contexto que o jogo ganha um espaço como a ferramenta

ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do

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aluno, que como todo pequeno animal adora jogar e joga sempre,

principalmente, sozinho, desenvolvendo níveis diferentes de sua

experiência pessoal e social. O jogo ajuda-o a construir suas novas

descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um

instrumento pedagógico que leva o professor à condição de condutor,

estimulador e avaliador da aprendizagem.

Está se perdendo no tempo a época em que se separava a

“brincadeira”, o jogo pedagógico, da atividade “séria”.

De Huizinga a Roger Caillois, de Heidegger a Georges Bataille, de

Montaigne a Fröbel, de Konrad Lorenz a Gardner, alguns dos mais

destacados pensadores de nosso tempo, demonstraram vivo interesse pela

questão lúdica e pelo lugar dos jogos e das metáforas no fenômeno humano

e na concepção de mundo. Hoje, a maioria dos filósofos, sociólogos,

etólogos e antropólogos concordam em compreender o jogo como uma

atividade que contém em si mesmo o objetivo de decifrar os enigmas da

vida e de construir um momento de entusiasmo e alegria na aridez da

caminhada humana. Assim, brincar significa extrair da vida nenhuma outra

finalidade que não seja ela mesma. Em síntese, o jogo é um dos melhores

caminhos de iniciação ao prazer estético, à descoberta da individualidade e

à meditação individual.

O que leva uma criança a brincar?

Toda criança vive agitada e em intenso processo de desenvolvimento

corporal e mental. Nesse desenvolvimento se expressa a própria natureza

da evolução e esta exige a cada instante uma nova função e a exploração de

nova habilidade. Essas funções e essas novas habilidades, ao entrarem em

ação, impelem a criança a buscar um tipo de atividade que lhe permita

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manifestar-se de forma mais completa. A imprescindível “linguagem”

dessa atividade é o brincar, é o jogar. Portanto, a brincadeira infantil está

muito mais relacionada a estímulos internos que à contingências exteriores.

A criança não é atraída por algum jogo, por forças externas inerentes ao

jogo e, sim, por uma força interna, pela chama acesa de sua evolução. É por

essa chama, que busca no meio exterior os jogos que lhe permitem

satisfazer à necessidade imperiosa imposta por seu crescimento.

Mas existem dois aspectos cruciais no emprego dos jogos como

instrumentos de uma aprendizagem significativa. Em primeiro lugar o jogo

ocasional, distante de uma cuidadosa e planejada programação, é tão

ineficaz quanto um único momento de exercício aeróbio para quem

pretende ganhar maior mobilidade física e, em segundo lugar, uma grande

quantidade de jogos reunidos em um manual somente tem validade efetiva

quando rigorosamente selecionados e subordinados à aprendizagem que se

tem em mente como meta. Em síntese, jamais pense em usar os jogos

pedagógicos sem um rigoroso e cuidadoso planejamento, marcado por

etapas muito nítidas e que efetivamente acompanhem o progresso dos

alunos, e jamais avalie sua qualidade de professor pela quantidade dos

jogos que emprega, e sim pela qualidade dos jogos que se preocupou em

pesquisar e selecionar.

É importante ressaltar que os estímulos são o alimento das

inteligências. Sem esses estímulos a criança cresce com limitações e seu

desenvolvimento cerebral fica extremamente comprometido. Mas, é preciso

cuidado. Estimulações excessivas atuam como “desestímulos”.

A escola não pode virar um laboratório onde a criança recebe, a toda

hora, todas as iniciações lingüísticas, lógico-matemáticas, espaciais,

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corporais e outras. Cabe ao professor ter o equilíbrio para usar os recursos

com sobriedade e, principalmente, com a co-participação de outras crianças

e adultos.

Outro elemento importante no estímulo é observar a criança e anotar

seus progressos, mesmo os mais simples. Conservar uma ficha simples e ir

anotando resultados, ajuda a compreender melhor a criança. O fascínio da

aprendizagem não se manifesta pelo alcance de uma meta numérica, mas

pela percepção do progresso, mesmo o mais modesto.

Conceituando-se a aprendizagem como uma mudança relativamente

permanente no comportamento, a observação de uma criança torna

evidente quais os conhecimentos que revela por reflexos e quais os outros

que constituem produto de sua aprendizagem. A criança nasce com

habilidade para aprender, mas a aprendizagem, em si, ocorre com a

experiência. Entretanto, aprendizagem na infância possui limitações

impostas pela maturidade, por exemplo, por mais que se insista, uma

criança não aprenderá a andar antes que seus membros estejam prontos

para suportá-la. Certas competências motoras, sensoriais e neurológicas

devem estar biologicamente “prontas” antes que aprendizagem a elas

relacionadas possa acontecer.

A maturação, portanto, não depende da aprendizagem, mas constitui

condição necessária para que a aprendizagem possa acontecer.

É importante também ressaltar que cada ser humano desenvolve a

própria consciência e se expressa de maneira diferente. Cada um é único. O

profissional deve respeitar a integridade pessoal de cada criança, deixando

que sua natureza se manifeste como é, não a impedindo de ser criativa e

expressar-se plenamente. O que infelizmente se observa nas escolas são as

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crianças sendo levadas a repetir situações e interpretar personagens e coisas

que não têm nada a ver com sua realidade, portanto, sem nenhum

significado para elas.

Gadotti (1988), fala que,

“A pedagogia sempre esteve associada à autoridade. Apesar de termos evoluído de uma pedagogia tradicional para uma nova, o binômio autoridade-liberdade, não está resolvido em nossos dias. Nossas práticas são profundamente autoritárias, e o professor que deveria ser um agente de contestação e de crítica, não passa de um mero repetidor de modelos autoritários. É portanto, agente de reprodução social, cujo fazer pedagógico se encontra limitado pela rigidez que caracteriza nosso sistema educacional.”

Sem dúvida é a criança quem mais sofre as conseqüências desse

processo, com seu brincar seriamente prejudicado, pois é no brincar que se

desenvolvem o espírito construtivo, a imaginação, a faculdade de abstração

e sistematização, a capacidade de interagir socialmente.

Desse modo, constatamos as influências e conseqüências desastrosas,

das posturas autoritárias que serão deixadas na vida das crianças.

A oportunidade de brincar e jogar, fornece experiência de

aprendizagem através das quais a criança pode desenvolver interações

variadas, porque ela coordena o que é geral, e aplica a um conjunto de

situações.

Piaget (1962 e 1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório

das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável a

prática educativa. É pelo fato de o jogo ser um meio tão poderoso para a

aprendizagem das crianças que em todo o lugar onde se consegue

transformar em jogo a iniciação à leitura, ao cálculo ou à ortografia,

observa-se que as crianças se apaixonam por essas ocupações, geralmente

tidas como maçantes. Os jogos não são apenas forma de desafogo ou

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entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem

e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Piaget (1976, pág. 160)

afirma:

“O jogo é, portanto, sob as duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação do real à atividade própria, fornecendo à esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil.”

Em estudos sobre o brincar e a aquisição de conceitos, Hartley (1971)

diz que durante os primeiros anos de vida a aprendizagem de certos

conceitos-chave é ferramenta indispensável ao desenvolvimento de

habilidade de pensar. Para Hartley, a criança precisa aprender a identificar,

generalizar, classificar, agrupar, ordenar e combinar. Tem necessidade

também de aprender a lidar com idéias tais como forma, cor, textura e

consistência. Além disso, a criança precisa aprender sobre as qualidades

espaciais, que se adaptem aos conceitos de proximidade, ordem,

continuidade, limitação assim como as qualidades mais simples dos

objetos, como: largo-estreito, dentro-fora, perto-longe. Precisa também,

adquirir conceitos de tempo como antes ou depois, de quantidade como

pouco ou muito, conceitos que dependem da compreensão da seqüência

como início-fim, primeiro-último, e conceitos de velocidade que dependem

do entendimento das relações entre espaço e movimento. Hartley aponta o

brincar como um recurso poderoso para a criança adquirir essas

aprendizagens.

O brincar e o jogo são atividades envolventes para o ser humano,

especialmente no caso da criança, que na sua totalidade desenvolve o auto-

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conhecimento, que a leva a ter mais confiança em si mesma, e relacionar-se

melhor com o mundo. Esses estudiosos acreditam que é através das

manifestações lúdicas que a criança deixa fluir sua capacidade de criar,

recriar e reinventar a realidade. O brincar para a criança é uma terapia.

Então, fica clara a grande importância de incentivar, cada vez mais,

uma prática pedagógica voltada para o lúdico.

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CAPÍTULO III

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ESPAÇO LÚDICO DE EDUCAÇÃO E LAZER

Restituir o espaço, meios e o tempo para que nossas crianças brinquem

espontaneamente e sem cobranças é o nosso compromisso hoje.

Hoje o tempo das crianças é habitualmente saturado por deveres e

afazeres, restando muito pouco para as atividades lúdico-criativas. Assim,

diminuem as possibilidades da criança descobrir sua própria maneira de

ser, construir sua afetividade e fazer suas próprias descobertas por meio da

brincadeira.

Foi refletindo acerca dessa realidade, que é vivida não só no Brasil,

mas em toda a América, que devemos considerar necessário resgatar o

brincar como elemento essencial para o desenvolvimento integral da

criança em sua criatividade, em sua aprendizagem, em sua socialização,

enfim, em todos os ambientes e circunstâncias de sua vida: no lar, na

vizinhança, na escola e na comunidade.

Hoje as grandes cidades da América Latina apresentam muitas coisas

em comum. E um dos problemas é a falta de espaço. Quando observamos

como eram as relações das crianças com suas brincadeiras do passado e a

relação com os adultos, percebemos que os espaços eram mais sociais, ao

mesmo tempo públicos e privados, nas cidades, em suas ruas e praças.

A rua era o principal lugar de vida, de contato de toda a população,

adulta ou infantil. Nela, segundo os pesquisadores, “a criança pobre ou rica

tinha seu universo e o utilizava à vontade.” (Caiuby, 1989).

Era portanto na rua que as crianças brincavam, corriam, brigavam,

jogavam, rolavam e aprendiam (Lima). As oportunidades eram maiores

para as crianças e adultos no que diz respeito ao espaço físico e ao tempo,

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para que as relações entre as pessoas fossem as mais naturais possíveis.

Aos poucos, ruas e praças deixaram de ser um lugar de encontro e de

aprendizado coletivo, para se tornarem simples passagens, ocupadas por

desconhecidos, de cujo perigo era preciso afastar as crianças de famílias e

ruas. (Áries, 1991)

Em um passado remoto guardamos em nossas memórias as

brincadeiras de rua, que nos permitiam explorar o espaço através de jogos

tradicionais como: a bandeira, o garrafão, esconde-esconde, pera-maçã ou

uva, passar o anel, jogos com bola de gude, pipa, futebol, danças, cantigas

de roda e etc. Havia um prolongamento do seu lar para as ruas.

Hoje, dentro do espaço particular que cada escola ou sala de aula

oferece, devemos preparar uma maneira de estimular a criança a brincar,

possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de

um ambiente especialmente lúdico. Um lugar onde tudo convida a explorar,

a sentir, a experimentar.

Os ambientes de sala de aula, independentes do tamanho, devem ser

atrativos à criança com espaços diversificados, arrumados e limpos como:

cantinho de leitura, jogos, brinquedos e etc. Os brinquedos devem ser

variados, novos, usados, coloridos, brinquedos de madeira, plástico, metal,

pano, aquele da propaganda ou um outro que nossos pais brincavam.

Brinquedos que vão realizar sonhos, desmistificar fantasias ou

simplesmente estimular a criança a brincar livremente (Friedmann, 1994).

Os brinquedos são objetos que não têm vida em uma estante, mas, quando

chegam às mãos das crianças, criam vida. Pois ela é, acima de tudo, um

mundo de brincadeiras. A criança aprende brincando e brincando ela é

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feliz, onde o professor é o elo que vai conduzir a criança através do lúdico

fazendo uma ponte para a aprendizagem eficaz.

É importante tentar, através dessas possibilidades infinitas, analisar

mais profundamente o desenvolvimento infantil com uma visão mais

integradora das diversas ciências que estudam o assunto.

Devemos procurar buscar subsídios que possam auxiliar às pessoas

que trabalham direta ou indiretamente com crianças, tentando encontrar

soluções para os problemas de falta de espaço para o lúdico, o lazer e, em

especial para a educação infantil. Existe a necessidade urgente de buscar

propostas significativas que venham desvendar o mistério que envolve o

jogo, a criança e o desenvolvimento.

É necessário propiciar à criança, um ambiente descontraído,

estimulante e agradável, onde possa brincar, jogar, dando vazão à sua

natureza lúdica auto-afirmando-se como ser humano, como pessoa. Ter a

liberdade de se expressar e até mesmo observar as outras pessoas,

imitando-as e estabelecendo trocas afetivas positivas.

A falta de estimulação adequada, em termos de brincadeiras ou

atividades lúdicas, como já foi dito, é prejudicial ao desenvolvimento de

qualquer criança. Afirma Bettelheim(1987):

“Muitas crianças que não têm grandes oportunidades de brincar e com as quais raramente se brinca sofrem grave interrupção ou retrocesso intelectual, porque, na brincadeira e por meio dela, a criança exercita seus processos mentais. Sem esse exercício, o pensamento pode permanecer superficial e pouco desenvolvido.”

Na atualidade, percebemos, com tristeza, que a infância está ameaçada

pelo endurecimento dos seres humanos, que estão perdendo aquilo que os

impedem de se tornarem meros robôs: a sua capacidade de brincar, de

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sonhar, de recriar a realidade a partir de suas fantasias e de ousar como só

são capazes de fazer aqueles que não perderam a capacidade de sonhar.

Não devemos acabar com os sonhos, mas criar possibilidades de

resgatar um elo que anda perdido, esperando ser encontrado para trazer de

volta o direito de sonhar, sorrir, cantar, movimentar e brincar com

liberdade e prazer.

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CAPÍTULO IV

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PAPEL IMPORTANTE: O PROFESSOR COMO

MEDIADOR

Houve um tempo em que se buscava oposição entre o brincar e o

aprender e, por isso, o “lugar das brincadeiras”não se confundia com sala

de aula, que era lugar das aprendizagens”. Felizmente estamos superando

esse obstáculo e nos conscientizando que a brincadeira de uma forma

equilibrada, respeitando o amadurecimento da criança, exercita e coloca em

ação desafios à sua experiência, o que proporcionará à ela construir novas

descobertas, desenvolver e enriquecer sua personalidade, onde através da

brincadeira se aprende a extrair da vida o que a vida tem de essencial;

afinal, brincar, para a criança é plenamente viver.

É importante realçar o papel do educador e as reflexões que

desenvolve sobre as regras do jogo que aplica ou às brincadeiras em sala de

aula, onde poderá utilizá-las como ferramentas de afeto, instrumento de

ternura, processo de realização do eu pela efetiva descoberta do outro. Um

verdadeiro educador não entende as regras de um jogo ou brincadeira

apenas como elementos que o tornam possíveis, mas como verdadeira lição

de ética e moral que, se bem trabalhadas, ensinarão a viver, transformarão

e, portanto, efetivamente educarão.

Constitui uma ilusão supor que qualquer brincadeira possa abrigar o

desenvolvimento cognitivo e estimular as relações interpessoais: quem dela

poderá fazer esse instrumento será sempre o professor, que jamais poderá,

em suas ambições cognitivas e sociais, esquecer o aspecto do prazer e da

alegria. A infância não mais pode ser vista apenas como ante-sala da vida

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adulta, precisa ser reconhecida como uma fase admirável que deve ser

apreciada em si mesma, razão pela qual a alegria e o prazer do jogar

precisam sempre caminhar lado a lado com os propósitos de aprendizagem.

A tarefa de uma boa educação seria a de propiciar, através de

brincadeiras, o afeto e a sociabilidade, dando voz aos sonhos infantis.

A linguagem de Piaget e de Vygotsky, e certamente de Maria

Montessori também, ainda que diferentes da de Freud, caminhava em igual

direção e ampliava o imenso universo que hoje se descobre na importância

do brincar. Desde o início do século XX, quando os adultos teimavam em

ver na criança um cérebro imaturo e ofereciam brinquedos tão somente

para o lazer, esses educadores ressaltavam a enorme influência do

brinquedo no desenvolvimento da aprendizagem, na sociabilidade e na

criatividade infantil.

Em todas as fases da criação e através de qualquer tipo de brincadeira

é essencial destacar mais uma vez a ação do professor como mediador para

ajudar a criança em alguns pontos cruciais à sua formação. Entre estes,

cabe destacar:

• Construir a historicidade, ampliando o vocabulário e fazendo-a

pensar em termos de passado, presente e futuro.

• Desenvolver seus pensamentos lógicos, levando-o a associar

quantidade a números e evoluido pelo domínio de conceitos

como muito, pouco, grande pequeno.

• Ampliar suas linguagens, fazendo com que busque alternativas

(frases,cores, figuras, cantos, mímicas, colagens etc) para expor

seus pensamentos.

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• Desafiando-a a pensar, propondo questões interrogativas que a

façam falar sobre coisas reais e imaginárias e, dessa forma,

associar-se ao que convencionalmente se considera. “aprender”.

• Estimulando a capacidade de associação, fazendo-a ligar figuras

a sons, imagens a textos, músicas a palavras.

• Aprimorando seu domínio motor, ensinando-a a escovar os

dentes, amarrar sapatos, usar talheres ou palitos orientais para

comer, ensinando-a a martelar, parafusar, encaixar, arrumar

coisas, varrer, pescar em tabuleiros de areia.

• Libertando-a de estereótipos, coisas de meninos e de meninas,

profissões de homem e de mulher, e mostrando-lhe a riqueza

que existe nas diferenças e a beleza na diversidade cultural.

• Ajudando-a a fazer amigos, ensaiando teatrinhos, mostrando

relações pertinentes em histórias, aprendendo a acitar o ganhar e

o perder nos jogos que realiza.

A relação entre as brincadeiras e a aprendizagem significativa destaca

que a boa escola não é necessariamente aquela que possui uma quantidade

enorme de caríssimos brinquedos eletrônicos ou jogos ditos educativos,

mas que disponha de uma equipe de educadores que saibam como utilizar a

reflexão que a brincadeira desperta, saibam fazer de simples objetos

naturais uma oportunidade de descoberta e exploração imaginativa. Uma

caixa de fósforos, uma lupa e uma fita métrica em mãos de uma verdadeira

educadora infantil valem mais que uma coleção fantástica de brinquedos

eletrônicos que emitem sons e luzes e que, por se apresentarem perfeitos

demais, roubam espaço à imaginação.

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Não existem fórmulas mágicas ou prontas para o professor, pois a cada

ano ele se depara com turmas, vivências, emoções diferentes. Como agir

diante dessas questões? Por isso, é de suma importância que o professor

tenha um grande amor e empatia, ou seja, a capacidade de sentir o que o

outro sente. O professor deve ter a sensibilidade de perceber a emoção da

criança criando uma oportunidade de intimidade e transmitir experiências.

É importante o professor, como mediador, escutar com empatia,

legitimando os sentimentos da criança, ajudando-a a nomear e verbalizar

seus sentimentos e a resolver seus problemas.

Aprender a ver é viver, é aprender a pensar. É chegada a hora de

descobrir-se que a educação verdadeiramente humana não é a que transmite

a operação gelada da inteligência concreta, pois as máquinas podem,

melhor que os humanos, realizá-la. O que essencialmente difere o homem

de todos os seres é a capacidade de reconstruir “seu mundo”e também o

próprio mundo com a sensibilidade de seu olhar repleto de empatia,

adocicado pela sensibilidade e pela emoção.

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CONCLUSÃO

Muitos autores chegaram à conclusão que é a situação de faz-de-conta

e não somente a presença visível do brinquedo, que conduzem as crianças

ao uso de um raciocínio lógico-dedutivo. Qualquer instrução que encoraje

as crianças a ativar sua imaginação; mesmo sendo uma referência a um

“planeta de faz-de-conta”, não há dúvida que as envolverá, pois possuem

natureza lúdica.

Para desenvolver-se, a criança necessita de estar em contato com

outras pessoas, com outras crianças. É observando o que acontece ao seu

redor e imitando, que ela vai aos poucos se auto-afirmando como ser social.

Quando uma criança brinca, ela muitas vezes é vista como se estivesse

em um mundo só seu, um mundo de fantasias à parte do que vivemos na

realidade.

Entretanto, muitos estudiosos têm mostrado que é por meio de

brincadeiras que as crianças se constituem como indivíduos, com um tipo

de organização e funcionamento psicológicos próprios, utilizando certos

meios em cada período de vida, e das aquisições e modificações que sua

micro cultura impõe.

Atitude correta da criança diante do mundo é de sempre ser lúdica, e

brincar sempre. Assim, a criança exercita-se física, social e

emocionalmente. O caráter lúdico das atividades atua na socialização,

integração e personalidade de cada criança e, certamente a natureza lúdica

garante-lhe a capacidade de romper o estereótipo, na reconstrução do

mundo, a partir de si mesma. A relação lúdico-educação, é uma proposta

pedagógica, em termos de esperança.

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Evidencia-se, assim, a riqueza e potencial construtivo da interação

criança x criança x escola, na construção do conhecimento pela

criatividade, e através da imaginação.

Brincar é coisa séria. Precisamos respeitar e garantir às nossas crianças

o direito de brincar, de vivenciar o seu próprio desenvolvimento. O que

para alguns pode ser algo sem a menor importância, no imaginário de uma

criança pode ser a ponte de que ela necessita para entender o mundo que a

cerca.

Não é possível separar o aprendizado da vida. A criança é um ser

dinâmico e cheio de força, não deve ser colocada numa redoma. Dêem-lhe

liberdade, responsabilidade e sentimento de que pode ter sucesso.

A criança deve ser considerada uma pessoa digna de respeito, a quem

deve ser dada a oportunidade de desenvolver-se até atingir sua máxima

capacidade.

O crescimento e o amadurecimento é um processo gradativo, que não

pode ser imposto por forças que venham de fora, mas pode ser estimulado

por pais e educadores que olhem para os pequeninos com olhos que vêem

além, que declarem e incentivem afirmando que a criança é capaz de

conseguir, de transformar, de modificar, de melhorar.

Como diz Içami Tiba, sejamos:

Sensíveis, permitindo que nossas lágrimas se misturem às que

escorrem dos olhos deles.

Generosos, ensinando os caminhos percorridos com mais amor.

Eternos aprendizes, sabendo que, quanto mais se ensina mais se

aprende.

E assim:

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“Esses sábios professores transformam o saber em sabor e alegria

de viver”

Contudo, não poderia finalizar sem deixar registrado que não há

maneira melhor de ensinar, senão AMANDO. Ame as criancinhas, pois

elas precisam do nosso carinho, abraço, incentivo, apoio, enfim do nosso

amor. Ame e descubra o talento de cada uma delas!

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BIBLIOGRAFIA

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• ANTUNES, Celso – O jogo e a educação infantil: falar e dizer,

olhar e ver, escutar e ouvir, fascículo 15. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003

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força. Belo Horizonte – MG: Ed. Inter-livros, 1972

• FRIEDIMANN, Adriana – Brincar: crescer e aprender – O resgate do jogo infantil, São Paulo: Moderna, 1998

• GOTTMAN, John –Inteligência emocional e a arte de educar nossos

filhos. Rio de Janeiro: Objetiva, 1977

• MARANHÃO, Diva – Ensinar Brincando – Rio de Janeiro: Wak, 2001

• PIAGET, Jean. Psicologia e pedagogia. Rio de Janeiro: Forense

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• SANTOS, Santa Marli Pires dos – Brinquedoteca o lúdico em diferentes contextos, Petrópolis, R.J.: Vozes, 1997

• TIBA, Içami – Ensinar Aprendendo, São Paulo: Ed. Gente, 1998

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• VYGOTSKY, L.S. Pensamento e a linguagem. Lisboa: Antídoto,

1979

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ANEXOS

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

Título: O LÚDICO EM SALA DE AULA

Data da entrega: _______________________________________

Avaliado por: __________________________ Grau:__________

Rio de Janeiro ____de____________de 2004

_____________________________________

Coordenador do Curso