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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA
RAPHAEL DE ALMEIDA BERNINI
Domótica assistiva: proposta de habitações inteligentes de baixo custo para pessoas com
deficiência e de melhor idade
Lorena – SP
2016
RAPHAEL DE ALMEIDA BERNINI
Domótica assistiva: proposta de habitações inteligentes de baixo custo para pessoas com
deficiência e de melhor idade
Trabalho apresentado à Escola de
Engenharia de Lorena da Universidade de
São Paulo como requisito parcial para a
conclusão de Graduação do Curso de
Engenharia Física
Área de concentração: Controle e
Automação
Orientador: Prof. Dr. Eduardo Ferro dos
Santos
Lorena - SP
2016
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizado da Escola de
Engenharia de Lorena, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Bernini, Raphael de Almeida
Domótica assistiva: proposta de habitações
inteligentes de baixo custo para pessoas com
deficiência e de melhor idade / Raphael de Almeida
Bernini; orientador Eduardo Ferro dos Santos. -
Lorena, 2016.
73 p.
Monografia apresentada como requisito parcial
para a conclusão de Graduação do Curso de Engenharia
Física - Escola de Engenharia de Lorena da
Universidade de São Paulo. 2016
Orientador: Eduardo Ferro dos Santos
1. Domótica. 2. Tecnologias assistivas. 3. Projeto habitacional. I. Título. II. dos Santos, Eduardo
Ferro, orient.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus que me abençoou muito durante toda minha vida e por todo os cinco
anos de graduação. Sem Ele nada disso seria possível, pois me fortaleceu e me fez crescer como
pessoa e como profissional. À Ele toda glória.
À minha família, principalmente meus pais Sérgio Bernini e Marisa F. de Almeida C., que me
deram apoio e deram o necessário para eu pudesse ter a oportunidade de estudar e ser um grande
profissional, além da educação que me deram.
Aos meus amigos que também me deram apoio em todos os momentos e que também me
fizeram me divertir e dar muitas risadas. Seria impossível dizer o nome de todos, mas não posso
deixar de citar alguns como Samuel Bernini, Matheus Bernini, Thais Moreira, Rosa Bernini e
demais.
A Dona Heloísa que não só me deu um lugar para morar, mas também uma nova amiga que
posso considerar como uma mãe. Agradeço muito a ela por tudo que fez por mim, coisa que
muitos não fariam.
Aos meus colegas da faculdade que também me ajudaram e deram apoio durante toda a
graduação.
Aos professores Durval Rodrigues, Eduardo Ferro, Carlos Shigue e outros que me ajudaram
dando aulas, ensinando coisas práticas de engenharia além de também de ensinar a ser um
grande profissional que saiba respeitar os demais.
RESUMO
BERNINI, R. de A. Domótica assistiva: proposta de habitações inteligentes de baixo custo
para pessoas com deficiência e de melhor idade. 2016. 73f. Monografia (TG) - Escola de
Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2016
Este trabalho tem por objetivo, desenvolver uma proposta de um ambiente inteligente
de baixo custo para apoio a projetos habitacionais de pessoas com deficiência ou de melhor
idade. Trata-se do levantamento dos principais conceitos de vida independente e soluções
técnicas de projeto arquitetônico e de automação residencial, buscando alternativas a
facilidades mecânicas, sistemas mecatrônicos e ao monitoramento de variáveis de atenção
(como mobilidade, assistência à saúde, interface homem-máquina) e aplicações de
tecnologias assistivas. O trabalho se aplica ao desenvolvimento de croquis assistidos por
computador de unidades habitacionais de fácil controle e baixo custo, tendo como foco
populações de baixa renda. O sistema conta com equipamentos automatizados para apoio a
atividades de vida diária, interfaces baseadas em comandos lógicos e sistema de
monitoramento de saúde a distância. Será feito um estudo de caso sobre programas sociais
que poderão ajudar na construção dessas habitações, além de também estudar o quadro de
pessoas com deficiência e da domótica e de suas tecnologias no Brasil. Ao final do trabalho
será mostrado um projeto de ambiente inteligente que contará com uma planta e tecnologias
adequadas para facilitar a vida diária dos usuários e melhorar a qualidade de vida.
Palavras Chave: Domótica, Tecnologias Assistivas, Projeto Habitacional.
ABSTRACT
BERNINI, R. de A. Assistive domotics : proposal of smart houses of low-income to
elderly and disabled people. 2016. 73f. Monografia (TG) - Escola de Engenharia de Lorena,
Universidade de São Paulo, Lorena, 2016.
This project has the objetive to develop a smart enviroment of low cost of support housing
projects to elderly and disabled people. This work consist in collection of principal concepts of
independente life and tecnical solutions of architectural projects and residencial automation,
searching for alternatives of mechanical facilities, mechatronics systems and to monitoring both
of variables of attention (as mobility, health assistance, man-machine interface) and aplications
of assistive tecnologies. The project applies to development of sketches aided by computer of
easy control and low cost housing units, focusing on low-income people. The system consists
of automatic equipments to support the daily ativities, interface based on logical commands and
monitoring both health and distance. Will be done a study of case about social programs that
can help building these houses, in addition to study the situation of disabled people and of
domotics and its tecnologies in Brazil. In the end will be shown a smart enviroment project that
constains a design and appropriate tecnologies to help the users lifes and improve the life
quality.
Keywords: Domotic, Assistive Technologies, Housing Project.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Número de vínculos trabalhistas nos anos de 2012/2013……………………… .... 19
Figura 2. Número de empregos para deficientes conforme o nível de escolaridade. .............. 19
Figura 3. Remuneração da pessoa deficiente entre os anos 2012/2013………………… ...... 20
Figura 4. Remuneração da pessoa deficiente conforme o nível de escolaridade… ................ 20
Figura 5. Medidas de altura do braço do portador e as condições de pouco esforço……… .. 21
Figura 6. Medida para o deslocamento do tronco……………………… ............................... 22
Figura 7. Localização dos dispositivos de acionamento……………………… ..................... 22
Figura 8. Largura mínima para um cadeirante e uma pessoa……………………… .............. 23
Figura 9. Área mínima para rotação de 360º……………………… ....................................... 23
Figura 10. Cones de visão de uma pessoa em cadeira de rodas……………………… .......... 24
Figura 11. Configuração do boxe para banheiro……………………… ................................. 25
Figura 12. Barras de apoio para banheiro……………………… ............................................ 25
Figura 13. Sistema ABC……………………… ...................................................................... 28
Figura 14. Arduino Uno……………………… ...................................................................... 31
Figura 15. Conversão de tensão em número binário (sinal analógico)……………………… 31
Figura 16. Periféricos de um Arduino Uno……………………… ......................................... 32
Figura 17. Sistema PLC……………………… ....................................................................... 33
Figura 18. Distribuição de internet usando a rede elétrica (Homeplug)……………….......... 35
Figura 19. Celular que comanda os dispositivos Z-Wave……………………… ................... 38
Figura 20. Topologias usando FFD e RFD……………………… ......................................... 39
Figura 21. Sistema de Cabeamento Estruturado Residencial……………………… .............. 41
Figura 22. Planta de casa tipologia 1 do PMCMV……………………… .............................. 43
Figura 23. Planto do projeto da casa……………………… ................................................... 44
Figura 24. Ilustração em 3D da casa (a) parte externa (b) parte interna…………………… . 44
Figura 25. Redes estruturais para instalação residencial ……………………… .................... 50
Figura 26. Topologia em estrela das redes do ambiente……………………… ..................... 50
Figura 27. Rotas dos cabos UTP e Coaxial na planta da casa……………………… ............. 51
Figura 28. Ilustração da instalação elétrica convencional e automatizada………………… .. 52
Figura 29. Tomada multiuso……………………… ............................................................... 52
Figura 30. Robô de limpeza ………………………................................................................ 53
Figura 31. Lâmpada inteligente ……………………… .......................................................... 54
Figura 32. Tomada inteligente com Wi-fi……………………… ........................................... 55
Figura 33. Sensor fotoelétrico de fumaça……………………… ............................................ 56
Figura 34. Shield GSM GPRS para Arduino……………………… ...................................... 57
Figura 35. Estrutura do Shield GSM GPRS……………………… ........................................ 57
Figura 36. Sensor de presença ……………………… ............................................................ 58
Figura 37. Sensores magnéticos: (a) Embutido (b) Aparente (c) Metálico………………… . 59
Figura 38. Funcionamento e integração de uma câmera IP………………………................. 60
Figura 39. Modelo de fechadura eletrônica……………………… ......................................... 61
Figura 40. Acelerometro de 3 eixos MMA7361……………………… ................................. 62
Figura 41. Localização dos equipamentos no ambiente……………………… ...................... 64
Figura 42. Planta superio (Croqui) do ambiente……………………… ................................. 65
Figura 43. Vistas laterais (Croqui) do ambiente……………………… .................................. 65
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Quadro 1. Evolução com os anos da adoção das tecnologias residenciais ............................... 27
Quadro 2. Mudanças das especificações do PMCMV para o projeto ......................................45
Tabela 1. Preço dos equipamentos utilizados para o projeto ...................................................63
LISTA DE SIGLAS
PMCMV Programa Minha Casa Minha Vida
PNHR Programa Nacional de Habitação Rural
RAIS Relação Anual de Informações Sociais
ONU Organização das Nações Unidas
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
PLC Power Line Communication
ABA Arquitetura Baseada em Automação
ABC Arquitetura Baseada em Comportamento
BPL Broadhand over Power Lines
GSM GPRS Group Special Mobile General Packet Radio Services
AC Alternating Currente
IEEE Institute of Electrical and Eletronic Engineers
FFD Full Function Device
RDF Reduced Function Device
QAC Quadro de Automação Central
CLP Controlador Lógico Programavel
QE Quadro Elétrico
CC Central de Conectividade
UTP Unshielde Twisted Pair
RG6/59 Radio Guide 6/59
QA Quadro de Automação
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 16
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 17
3.1 Programa minha casa, minha vida (PMCMV) ................................................................ 17
3.2 Quadro de deficientes no Brasil ...................................................................................... 18
3.3 Normas para acessibilidade de pessoas deficientes e de melhor idade ........................... 20
3.4 Domótica (Smart House) ................................................................................................ 25
4. PADRÕES DE INFRAESTRUTURA DOMÓTICA .......................................................... 30
4.1 Microcontroladores ......................................................................................................... 30
4.2 Sistema PLC ................................................................................................................... 32
4.2.1 X-10 ................................................................................................................... 34
4.2.2 Homeplug ........................................................................................................... 34
4.3 Wireless .......................................................................................................................... 35
4.3.1 WI-FI ................................................................................................................. 36
4.3.2 Bluetooth ............................................................................................................ 36
4.3.3 Z-Wave .............................................................................................................. 37
4.3.4 Zig-Bee .............................................................................................................. 39
4.4 Cabeamento Estruturado ................................................................................................. 40
5. PROJETO DO AMBIENTE ................................................................................................. 42
5.1 Planta da casa .................................................................................................................. 42
5.2 Utilizando sistema de cabeamento estruturado ............................................................... 49
5.3 Equipamentos tecnológicos ............................................................................................ 52
5.3.1 Equipamentos eletrodomésticos/eletrônicos ....................................................... 53
5.3.1.1 Robô de limpeza ..................................................................................... 53
5.3.1.2 Lampadas inteligentes ............................................................................. 54
5.3.1.3 Tomadas inteligentes .............................................................................. 54
5.3.2 Equipamentos de segurança ............................................................................... 55
5.3.2.1 Sensor de incêndio/gás ............................................................................ 56
5.3.2.2 Sensor de presença .................................................................................. 56
5.3.2.3 Sensor de arrombamento ........................................................................ 58
5.3.2.4 Câmeras de vigilância ............................................................................. 59
5.3.2.5 Fechaduras eletrônicas ............................................................................ 60
5.3.3 Equipamentos de saúde ...................................................................................... 61
5.3.3.1 Telessaúde ............................................................................................... 61
5.3.3.2 Sensor de queda ...................................................................................... 62
5.3.4 Custo total .......................................................................................................... 63
5.3.5 Localização dos equipamentos .......................................................................... 64
5.4 Projeto Final .................................................................................................................... 64
6. CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS ...................................................................... 66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................68
13
1. INTRODUÇÃO
A domótica assistiva pode ser definida como a utilização de sistemas
mecatrônicos em um ambiente residencial, utilizado para melhorar as atividades de vida diária
de pessoas com melhor idade e pessoas com deficiência (BUNEMER, 2014). Estatísticas
recentes mostram uma tendência de crescimento rápido no número destas pessoas que precisam
de ajuda externa em suas tarefas diárias (RAIS, 2013). O cuidado com estas pessoas se torna
cada vez mais importante, já que atualmente temos um aumento significativo da população
mundial de pessoas acima de 65 anos de idade (melhor idade) (IBGE, 2013) e de pessoas com
deficiência (RAIS, 2013). É óbvio que o trabalho de cuidar destas pessoas não pode ser
resolvido simplesmente aumentando o número de cuidadores e de planos de saúde. Em uma
visão mais otimista, a qualidade de vida das pessoas pode ser melhorada significativamente por
meio da inclusão de tecnologias modernas, principalmente através de ambientes inteligentes,
sistemas de iteração homem máquina e tecnologia pessoal, sendo que o crescimento destes vem
evoluindo na atualidade (FERREIRA, 2010).
Os sistemas inteligentes apresentam-se como uma nova geração tecnológica, em que a
computação e as tecnologias de comunicação de dados estão fortemente relacionadas com o
monitoramento e controle de entidades do mundo físico. Exemplos incluem: sistemas
veiculares e de transporte inteligentes, sistemas de monitoramento de saúde pessoal, sistemas
inteligentes de monitoramento residencial, sistemas de manufatura industrial, dentre outros
(CHENG & ATLEE, 2007). Segundo Campbell (2010), essa nova geração de sistemas faz uso
intensivo de redes de sensores e tecnologia computacional embarcada e está presente em
diversos campos, servindo para nos proporcionar melhores condições em nossas atividades de
vida diária. Chamusca (2010) comenta a utilização dos sistemas inteligentes em residências
(domótica), constitui-se num campo fértil, seja do ponto de vista de quem procura soluções
urgentes para seus problemas e necessidades em casa, quanto do ponto de vista das empresas
imobiliárias que recorrem a estes para agregarem valor ao imóvel através de alguns recursos
suficientes para atender às expectativas do cliente.
No contexto da proposta desse trabalho, pretende-se utilizar sistemas inteligentes como
agente integrador entre a pessoa com deficiência e de melhor idade, com o seu ambiente,
criando um projeto de casa enxuta e inteligente que interaja e facilite as atividades de vida
diária. A importância deste tipo de tecnologia de apoio se baseia em referências internacionais
adotadas, como a SmartBo (ELGER & FURUGREN, 1998), a Robotic Room (NAKATA ET
14
AL, 1996), Inteligent Smart Home (JUNG ET AL, 2005), e a Smart House (STEFANOV ET
AL, 2004).
Os sistemas sugeridos responderão aos comandos do utilizador, bem como para as
intenções reconhecidas do utilizador através de interfaces com base em gestos, voz, movimento
corporal, postura, dentre outras que serão estudadas e propostas.
A perspectiva da evolução da concepção de um novo projeto se integra cada vez mais
no crescimento e no desenvolvimento de soluções a diversas situações de nosso dia a dia,
podendo ser de extrema importância em aplicações voltadas à inclusão e acessibilidade,
contribuindo no desenvolvimento de novos equipamentos de tecnologia assistiva. Embora
focando nas necessidades de dois grupos específicos, os resultados a serem alcançados são
aplicáveis num contexto muito mais amplo, estendendo-se por áreas da domótica, automação
em postos de trabalho, tecnologias sociais, assim como uma série de outras aplicações.
As limitações físicas funcionais em pessoas com deficiência e de melhor idade podem
manifestar-se das mais diversas formas, e em sua grande maioria, essas formas de deficiência
podem excluir indivíduos da sociedade, principalmente do mercado formal de trabalho. O
Ministério do Trabalho e Emprego, por meio das estatísticas da Rais em 2013, divulgou uma
estatística mostrando que dos 49 milhões de vínculos trabalhistas ativos, apenas 358 mil eram
de pessoas deficientes (0,73% no total), sendo que destas 51% representavam pessoas com
deficiências físicas (RAIS, 2013).
Devido ao alto custo e complexidade no desenvolvimento de tecnologias proprietárias
que promovem a inclusão social, o deficiente tem grandes dificuldades em suas atividades de
vida diária e permanece excluído da sociedade e do trabalho. A utilização da automação permite
a padronização e a flexibilização de sistemas, fazendo com que seja usada dentro do ambiente
doméstico como incremento na qualidade de vida das pessoas. Os recursos tecnológicos
disponíveis, ou em fase de desenvolvimento, abrem oportunidades para um novo caminho no
estudo e nas aplicações da automação para o nível dos edifícios, residências e ambientes de
trabalho (ALIEVI, 2008).
O desenvolvimento de estudos nessa área pode ser caracterizado como essenciais não
só pela sua contribuição acadêmica como também pela sua contribuição social. Sistemas
inteligentes como tecnologia assistiva podem ser considerados como grandes oportunidades de
inclusão produtiva e social, no apoio à autonomia de pessoas com deficiência física e de melhor
idade, possibilitando melhoria da acessibilidade e prerrogativas antes não alcançadas.
O programa minha casa minha vida (PMCMV) é um programa social do Governo
Federal que foi lançado em março de 2009, e tem como objetivo possibilitar que as famílias de
15
baixa renda possam ter acesso à casa própria. Além da contribuição social, o programa também
gerou muitos empregos no setor de construção civil (CAIXA ECONOMICA FEDERAL,
2016). Sua importância no trabalho se dá pelo motivo de o programa poder oferecer ambientes
inteligentes à pessoas de baixa renda.
A principal justificativa e motivação para realização deste trabalho se dá pelo desafio
em propor projetos que possibilitem a interação com o ambiente produtivo por meio do
desenvolvimento de sistemas de baixo custo.
O trabalho visa então propor conceitos de automação que contribuam com a vida
independente de pessoas na melhor idade e pessoas com deficiências em suas residências, e
como são vivenciados os processos de atenção à saúde. O trabalho se concentra em projetos de
soluções técnicas para esta população em sistemas mecânicos e mecatrônicos. Os projetos
incluem sistemas de infraestrutura lógica, robótica em transferência sem esforço do usuário,
móveis e acessórios ergonômicos, sistemas de telemetria e telemedicina, ambientes interativos,
sistema de segurança, dentre outros.
16
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
O objetivo geral desta monografia é a concepção de projeto de ambiente habitacional
inteligente de baixo custo para apoio de qualquer grupo social.
Trata-se de apresentar conceitos avançados de vida independente e soluções técnicas de
movimento, mobilidade, assistência à saúde, monitoramento e interfaces homem-máquina,
buscando soluções de fácil controle, tendo como foco populações de baixa renda. Estas
propostas têm como base o programa minha casa minha vida e as normas da ABNT.
2.2. Específicos
Estes se completam em especificidades do projeto em:
Analisar o uso da domótica assistiva, suas utilizações e integração de ambientes
aplicados.
Refletir sobre a aplicação dos sistemas atuais que podem ser inseridos em
ambientes sociais e produtivos.
Apresentar um projeto de um sistema que possa ser implementado, atendendo
requisitos e necessidades especiais (PMCMV, ABNT)
17
3. FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
3.1 Programa minha casa minha vida (PMCMV)
O PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA (PMCMV) é uma iniciativa do
Governo Federal que começou em 2009 e tem como objetivo oferecer condições para
financiamento da casa própria em áreas urbanas e rurais para famílias de baixa renda. Além de
conseguir moradia para pessoas que não tem, o programa também gerou emprego e renda pelo
setor da construção civil (CAIXA ECONOMICA FEDERAL, 2016).
Este programa social será usado neste trabalho para poder oferecer casa própria com
infraestrutura física e lógica adequada para melhorar a qualidade de vida e atividades de pessoas
com deficiência e de melhor idade. Além de também oferecer um subsídio do governo na
construção, oferecendo baixo custo para a aquisição do imóvel.
Para poder se candidatar ao programa é necessário se enquadrar nas faixas de renda que
estão previstas no programa. Abaixo temos essas faixas de rendas junto com as condições que
a Caixa econômica federal oferece para a família em áreas urbanas (CAIXA ECONOMICA
FEDERAL, 2016).
Famílias com renda de até R$ 1.800,00: 90% de subsídio do valor do imóvel.
Pagamento em até 120 meses sem juros.
Famílias com renda de até R$ 2.350,00: Até R$ 45.000,00 de subsídio e juros de
5% ao ano.
Famílias com renda de até R$ 3.600,00: Até R$ 27.500,00 de subsídio e juros de
7% ao ano.
Famílias com renda de até R$ 6.500,00: juros de 8,16% ao ano.
O programa oferece algumas vantagens para as famílias que desejam sua casa própria.
Possui a menor taxa de juros do mercado oferecida pelo Governo Federal e que estão de acordo
com a renda familiar. Também um financiamento de moradias em áreas urbanas ou rurais, onde
também vale o financiamento de imóveis ainda em construção ou reforma (CAIXA
ECONOMICA FEDERAL, 2016).
O PMCMV conta também com o PROGRAMA NACIONAL DE HABITAÇÃO
RURAL (PNHR), que é um programa destinado às famílias que desejam ter seu imóvel em
regiões rurais. Possui as mesmas vantagens que para regiões urbanas, porém as rendas para o
cadastramento são diferentes. Abaixo temos as faixas de rendas junto com as condições que a
18
Caixa econômica federal oferece para a família em áreas rurais (CAIXA ECONOMICA
FEDERAL, 2016):
Famílias com renda até R$ 15.000,00/ano: o pagamento só começa a partir do
primeiro ano da assinatura do contrato e só precisa devolver 4% do valor para a
união.
Famílias com renda de R$ 15.000,01 a R$ 30.000,00/ano: a família tem o prazo
de 12 meses para construir a casa, com uma taxa nominal de 5% de juros ao ano
com um valor de financiamento de até R$ 30.000,00.
Famílias com renda de R$ 30.000,01 a R$ 60.000,00/ano: a família pode contar
com um prazo de pagar pela casa de 7 a 10 anos após a conclusão da obra.
O programa conta com o apoio de parceiros para ajudar a mudar o Brasil e fazer o
programa ir para frente. Entre esses parceiros temos o Poder Público, em que a caixa oferece
créditos destinados à construção em parceria com o mesmo. Outras parceiras são a entidades
sem fins lucrativos, elas contribuem ao ajudar em ordenar e apoiar as famílias durantes o
processo de construção.
3.2 Quadro de deficientes físicos no Brasil
Em 2013 o RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) divulgou uma estatística
mostrando que dos 49 milhões de vínculos trabalhista ativos, apenas 358 mil eram de pessoas
deficientes (0,73% do total), sendo que destas 51% representavam pessoas com deficiências
físicas (RAIS, 2013).
De 2012 para 2013 houve um aumento de 8,33% no número de pessoas deficientes,
fazendo um acréscimo de 27,5 mil empregos. Dos 358 mil vínculos trabalhistas, 232 mil eram
do gênero masculino e 126 mil do gênero feminino. A figura 1 mostra o número de vínculos
trabalhistas para os deficientes no ano de 2012 e 2013.
19
Figura 1 – Numero de vínculos trabalhistas para deficientes nos anos de 2012/2013
Fonte: RAIS, 2013
Os dados referentes à escolaridade das pessoas com deficiências são alarmantes, sendo
que 70% delas não tiveram acesso aos estudos. Dados do Ministério da Educação (I.SOCIAL,
2007) em 2007 mostram que dos 654 mil estudantes matriculados no ensino básico, apenas
1,2% são deficientes. Outros dados mostram que 70% dos alunos de 0 a 18 anos que estão fora
da escola são deficientes, e segundo o INEP em 2007 somente 0,15% dos alunos no ensino
superior são deficientes. A figura 2 mostra o número de empregos para cada deficiência e pelo
nível de escolaridade em 2013.
Figura 2 – Número de empregos para deficientes conforme o nível de escolaridade
Fonte: RAIS, 2013
Conforme vemos na figura acima o maior número de empregos se encontra com pessoas
que possuem o ensino médio completo. A remuneração média das pessoas com deficiências em
2013 era de R$ 2.155,53, um pouco menor do que a remuneração média com pessoas não
deficientes (R$ 2.265,71). Na figura 3 mostra o valor da remuneração conforme a deficiência
da pessoa.
20
Figura 3 – Remuneração da pessoa deficiente entre os anos 2012/2013
Fonte: RAIS, 2013
Colocando a escolaridade na questão, vemos que a partir do Ensino Médio incompleto
existe uma relação direta entre a remuneração e o grau de escolaridade. Para as pessoas que
possuem o ensino superior completo, estas possuem o maior grau de remuneração para
determinadas deficiências. A figura 4 mostra o valor das remunerações conforme a deficiência
e nível de escolaridade.
Figura 4 – Remuneração para deficientes conforme grau de escolaridade
Fonte: RAIS, 2013
Com todos estes dados conclui-se que os deficientes possuem poucas chances de ter
uma boa condição financeira, o que dificulta as chances de ter uma ótima qualidade de vida.
Para amenizar esse problema é necessário ter programas sociais, como o PMCMV, voltados
para pessoais de baixa renda e que possam ofereçam conforto, moradia adequada e qualidade
de vida para essas pessoas.
3.3 Normas de acessibilidade
Ao se projetar um imóvel em que morem pessoas com deficiência e/ou idoso devemos
adaptar a casa para que seja adequada para o deslocamento e conforto da pessoa. Para impor as
mudanças adequadas para a residência devemos utilizar as normas da ABNT NBR 9050, ela
possui informações completas sobre as normas técnicas a serem adotadas para o meio físico.
21
Medidas e padrões de referências servem para atender os deficientes e lhes dar conforto,
causando o mínimo de esforço possível. Na figura 5 são apresentadas as medidas das situações
de altura do braço do cadeirante e quais as situações que não exigem muito esforço do indivíduo
e por isso devem ser praticadas.
Figura 5 – Medidas de altura do braço do cadeirante e as condições de pouco esforço
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004
Pode-se ver na figura acima que a altura de máximo conforto ocorre entre 0,80 a 1,0 m
do chão, também vemos que os valores máximo e mínimo são, respectivamente, 1,35 m e 0,40
m do chão. Se esses valores foram ultrapassados o esforço feito será alto, provocando
desconforto e, em alguns casos, dores e quedas. Por isso deve-se evitar que a pessoa tente pegar
coisas em baixas ou altas alturas, necessitando de uma pessoa para o ajudar.
Outro fator é o deslocamento do tronco, ele significa o quanto o portador pode se
deslocar frontalmente e lateralmente da cadeira de rodas sem que isso lhe causa muito esforço
e dor. Na figura 6 pode-se ver que o valor para o deslocamento do tronco é um raio de 1,0 m
com a braço esticado, ao passar desse valor a pessoa perderá o conforto.
22
Figura 6 – Medida para o deslocamento do tronco
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004
Os dispositivos de acionamento, como interruptor, tomada, campainha, etc, devem estar
localizados em determinadas alturas para que o deficiente possa usa-los e assim causar o menor
esforço possível. Na figura 7 pode-se ver as alturas desses dispositivos levando em conta
também que a altura máxima de conforto é de 1,35 m.
Figura 7 – Localização dos dispositivos de acionamento
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004
Agora pode-se falar das dimensões de corredores, portas, etc, para o acesso e circulação
do cadeirante. Uma cadeira comum tem valor de largura por volta de 0,60 a 0,70 m, isso
significa que devemos ter corredores que permitam a circulação e acesso dos deficientes físicos,
por isso devem ser dimensionados corretamente para evitar congestionamento no corredor e
constrangimento ao portador. A ABNT cita que a largura mínima para que somente uma cadeira
de rodas circule é de 0,80 m, para um cadeirante e uma pessoa o valor é 1,20 m e para dois
cadeirantes 1,50 m. A figura 8 exemplifica o caso de um cadeirante e uma pessoa passando por
um corredor.
23
Figura 8 – Largura mínima para um cadeirante e uma pessoa
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004
Levando-se em conta agora o fato de que a cadeirante deva fazer uma rotação da cadeira,
deverá haver uma área mínima para que a manobra seja realizada sem dificuldades. A ABNT
novamente cita que para uma rotação de 90º deverá ter uma área de 1,20 m por 1,20 m, para
uma rotação de 180º uma área de 1,50 m por 1,20 m e para uma rotação de 360º um círculo de
raio de 1,50 m. A figura abaixo exemplificar o caso de uma rotação de 360º.
Figura 9 – Área mínima para uma rotação de 360º
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004
Uma outra coisa importante é sobre as portas. Segundo a norma elas devem ter um vão
mínimo de 0,8 m e altura mínima de 2,10 m, é necessário que se abram em pequenos esforços
de no máximo de 36 N, sendo também importante que sejam resistentes a impactos com
bengalas, muletas e cadeira de rodas. As maçanetas devem ser do tipo alavanca, no caso da
porta do banheiro deve ter barra horizontal e as portas de correr um espaço de vão de mínimo
de 0,6 m.
As janelas devem estar a uma altura em que se deva considerar o alcance visual do
cadeirante. Conforme a norma a linha de visão horizontal está entre 1,1 m e 1,2 m do chão, o
que significa que as janelas deverão ser instaladas em alturas menores que 1,1 m. A figura 10
mostra os cones visuais de uma pessoa em cadeira de rodas.
24
Figura 10 – Cones de visão de uma pessoa em cadeira de rodas
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004
A sala deve permitir rotação de 360º de um diâmetro de 1,50 m, os controles, comandos,
etc, devem estar a uma altura adequada. As poltronas, cadeiras, etc, devem ter encosto e ter uma
altura um pouco menor do que o assento da cadeira de rodas, e os armários devem ser instalados
a 0,30 m do chão para aproximação frontal e suas maçanetas devem estar entre 0,80 m a 1,0 m
do piso.
Outro cômodo importante é o banheiro, a norma cita que todas as barras de apoio devem
suportar uma força de no mínimo 1,5 KN e devem ter diâmetro entre 3 cm e 4,5 cm. A área de
transferência para a bacia sanitária deve ser de 1,20m x 0,80 m, também devem ser colocadas
duas barras para o apoio e transferência com comprimento mínimo de 0,80 m e a uma altura de
0,75 m do piso.
Para boxes de chuveiros as dimensões mínimas devem ser de 0,90 m por 0,95 m, o banco
de assento deve ser instalado a 0,46 m do piso, com profundidade mínima de 0,45 m e
comprimento mínimo de 0,70 m. O chuveiro deve ter um registro a uma distância de 0,45 m da
parede e a uma altura de 1,0 m do piso, já a ducha manual deve estar a 0,30 m da parede e a
uma altura de 1,0 m do piso. A figura 11 ilustra essa configuração.
25
Figura 11 – Configuração do boxe para os chuveiros
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004
As barras de apoio para o chuveiro podem ser do tipo vertical, horizontal ou em “L”. Na
parede de fixação do banco deve ser instalado uma barra vertical a uma altura de 0,75 m do piso
com comprimento mínimo de 0,70 m, a uma distância de 0,85 da parede lateral do banco. Na
parede lateral devem ser instaladas duas barras: uma vertical e uma horizontal ou,
alternativamente, uma única barra L seguindo as seguintes dimensões que podem ser vistas na
figura abaixo.
Figura 12 – Barras de apoio para o chuveiro
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004
3.4 Dómotica
A palavra Domótica vem de duas palavras latinas: Domus, que significa casa, e da
robótica, ou seja, significa em outros termos: robótica doméstica. Está relacionada à instalação
e controle de tecnologias em residências que pretendem aumentar a qualidade de vida,
segurança e viabilizar que o próprio usuário possa programa-la da forma que quiser
(DOMINGUES, 2013).
26
Atualmente ela conta com centenas de soluções para diversos usuários, indo desde um
simples sistema de alarme até sofisticadas soluções ao nível mundial, principalmente nos
Estados Unidos, líder nesta categoria. A domótica apresenta algumas vantagens ao serem
instaladas nas residências, permitindo que elas sejam mais modernas, práticas e de fácil uso,
econômica energeticamente e mais segura. A empresa portuguesa LUZ E SOM é uma das
empresas que trabalham no ramo da domótica (MURATORI & DAL BÓ, 2011).
Um exemplo onde podemos aplicar a domótica: ao chegarmos em casa e nos dar conta
que de deixamos a chave dentro do carro, sendo assim teríamos que pegar ela dentro do carro.
Porém, com a domótica basta apenas digitarmos a senha ou usarmos identificação digital para
abrir a casa. Ao entrar, o sistema liga o ar-condicionado, liga a TV, fecha as janelas e cortinas,
etc, tudo ao nosso desejo e conforto.
Conforme a noite chega as luzes podem se acender na casa, abrir as cortinas, etc. Tudo
isso mostra o quão poderoso é o sistema de automação de uma residência, ela pode dar o
máximo de conforto para pessoas além de poder melhorar e ajudar na qualidade de vidas de
pessoas que tenham alguma dificuldade física, como cadeirantes, etc.
A principal característica que define uma instalação doméstica residencial é a integração
entre os sistemas e os comandos programáveis. A integração deve conter sistemas tecnológicos
como:
Instalação elétrica: iluminação, gestão de energia, tomadas.
Sistema de segurança: alarmes de incêndio, de intrusão, de movimento.
Sistema multimídia: áudio, vídeo, som, TV, notebook, celulares.
Sistema de comunicação: telefonia, sinal de rede para TV, sinal de internet.
Utilidades: controle do clima, controle de energia, controle de luz, aquecimento de agua,
irrigação.
As primeiras instalações domésticas residenciais começaram a ser introduzidas no final
da década de 1970 nos Estados Unidos quando surgiram os primeiros módulos e projetos de
“casas inteligentes”, cujos comandos eram enviados e acionados pela própria rede elétrica,
sistemas chamados de Power Line Communication ou PLC (MURATORI & DAL BÓ, 2011).
Devido ao surgimento e uso de tecnologias como computadores pessoais, internet,
telefonia móvel, etc, houve uma entrada maior dos consumidores no ramo da tecnologia e a
partir disso as tecnologias residenciais ganharam mais espaço e força. Alguns dados
27
importantes sobre a tecnologia da domótica nos Estados Unidos (MURATORI & DAL BÓ,
2011):
84% das construtoras sabem que inserir tecnologias nas residências é um grande
diferencial para o mercado.
Constata-se que a maioria dos consumidores que estão acabando de entrar no mercado
de trabalho, não tem problemas de adaptação das tecnologias residenciais quando
adquirem seu primeiro imóvel.
Sistemas que possuem economia e controle de energia, sustentabilidade, preservação
de recursos naturais são os mais procurados pelos consumidores.
As tecnologias de media center, monitoramento a distância, controle de iluminação,
controle de eletrodomésticos, Home care, etc, são emergentes e devem alcançar altos
crescimentos futuramente.
A tabela 1 mostra a evolução com os anos do uso de algumas tecnologias para casas
inteligentes. No Brasil observa-se uma tendência de ser adquirir essas tecnologias, porém essa
tendência não foi ainda introduzida nas construtoras e para o mercado de construção.
Indicadores mostram que a indústria de construção tem sido lenta no quesito de incorporar essas
novas tecnologias, seja pelo tempo de operação (empreendimentos) ou seja pela dificuldade de
vencer uma visão conservadora.
Quadro 1 – Evolução com os anos da adoção das tecnologias residenciais
Fonte: MURATORI & DAL BÓ, 2011
O mercado de automação residencial no Brasil está aos poucos aceitando a incorporação
dessas tecnologias e adquirindo características mais próximas dos mercados mais evoluídos
nesse ramo. Devido à complexidade dessas novas tecnologias, é necessário introduzir um
profissional especializado nessa área chamado de “integrador de sistemas residências”, porém
no exterior ele recebe nome de system integrator (MURATORI & DAL BÓ, 2011).
28
A domótica está dividida em duas arquiteturas (LINS & SOUZA, 2009): a arquitetura
ABA (Arquitetura Baseada em Automação) e a arquitetura ABC (Arquitetura Baseada em
Comportamento), sendo a primeiro conhecida como estática e segunda como inteligente.
A arquitetura ABA trata a automação da casa através de controles remotos, sensores,
dispositivos biométricos, de luz, de temperatura, de fumaça, de presença, etc. Todos eles estão
configurados e ajustados conforme a necessidade do usuário, de modo que todos os habitantes
da casa não tenham que se adaptar ao sistema nem mesmo ficar sempre o configurando (LINS
& SOUZA, 2009).
A arquitetura ABC, chamada de domótica inteligente, utiliza-se dos algoritmos ID3.
Esses algoritmos são uma técnica de aprendizado que utiliza na indução de uma descrição geral
a partir de um conjunto de exemplos já prontos, chamados de conjunto de treinamento. O ID3
generaliza as regras no formato de uma arvore de decisão, onde cada regra é um conjunto de
instancias, que possui atributos discretos. Um exemplo seria de instancia pode ser “janela” onde
os seus atributos seriam “aberta” ou “fechada”. O “ tempo” também seria uma instância com
atributos “manhã”, “tarde” e “noite”, e assim por diante (LINS & SOUZA, 2009).
O ID3 aplicado ao sistema de automação é dividido em três definições: Conjunto de
treinamento: cada conjunto representará um atuador do sistema, Resposta: cada atributo de
resposta dos conjuntos de treinamentos será um estado de um atuador, instancias e atributos:
cada sensor do sistema é uma instancia cujos atributos formam o status do sensor. A figura
abaixo mostra o sistema ABC, que consiste em sensores, atuadores e as regras criadas pela ID3
(LINS & SOUZA, 2009).
Figura 13 – Sistema ABC
Fonte: LINS & SOUZA, 2009
29
Na figura 13 os sensores 1 agem diretamente com os atuadores e que sofrem mudança
de estado por intervenção humana (ex: interruptor de ar-condicionado, interruptor de luz, etc),
e os sensores 2 agem a intervenção humana (ex: luminosidade, temperatura, quantidade fumaça,
etc.
30
4. PADRÕES DE INFRAESTRUTURA DOMÓTICA
A infraestrutura lógica, que é formada pela rede doméstica, é a responsável pela
comunicação entre a infraestrutura física e os dispositivos que serão controlados na casa, para
isso ela utiliza programas, equipamentos pontuais e centrais de comando.
Os protocolos de dómotica são formas de comunicação entre os equipamentos, ou seja,
os equipamentos só poderão comunicar entre si se eles tiverem obedecendo ao mesmo
protocolo. Normalmente, os equipamentos já vêm com algumas compatibilidades para diversos
tipos de protocolos.
A tecnologia de redes de dómotica conta com diversos tipos de protocolos como a PLC
(Powerline Communication), WIRELESS, Cabeamento Estruturado e diversos outros, sendo
estes três os mais usados. Os dois primeiros possuem pouca interferência na instalação elétrica
já que possuem uma fácil instalação, sendo então indicadas para estruturas de redes já instaladas
e para pequenas reformas. Já o sistema de Cabeamento Estruturado é indicado para novas
construções, já que necessita de uma grande reforma para a instalação e também de centrais de
controle/automação.
Devido ao grande número de tecnologias de redes de domótica é possível ter soluções
em que se utilize mais de um protocolo, isso vai depender das necessidades delas no projeto
como também da possibilidade de comunicação entre eles e a central de controle/automação
(DOMINGUES, 2013).
4.1 Microcontraladores
Microcontroladores são microcomputadores que possuem um pequeno processador que
podem ser programados para tarefas especificas. Eles são muitos utilizados para controles em
circuitos elétricos, por isso vêm dentro de circuitos integrados. Em geral eles possuem um
processador, um circuito de memória e periféricos de entrada e saída (BASTOS, 2016).
No mercado há diversas plataformas que utilizam um microcontrolador para fazer
automação e controle de circuito eletro/eletrônicos, como o PIC, Raspberry Pi, etc. Um dos
mais usados atualmente devido sua fácil programação e preço é o Arduino
O Arduino é de origem italiana, criado em 2005 na cidade de Ivrea (NUNEZ, 2012). É
uma plataforma de prototipagem eletrônica de placa livre, projetada com um microcontrolador
31
Atmel AVR com suporte de entrada e saída, e possui uma programação padrão em linguagem
C/C++. A figura 14 mostra um Arduino Uno.
Figura 14 – Arduino Uno
Fonte: NUNEZ, 2012
Ele pode ser usado para desenvolvimento de objetos interativos independentes e pode
ainda ser conectado a um computador via USB ou interface serial. Ele em si não possui uma
interface com qualquer rede, porém isso pode ser feito ao se utilizar Shields, que são placas que
são colocadas no Arduino e possuem diversas funções (NUNEZ, 2012).
Ele também diversos periféricos de entrada e saída para conexão de dispositivos
eletrônicos para formar circuitos. O periférico de alimentação possui uma saída de 5 V, duas
saídas ground (0 V), uma saída de 3,3 V e uma saída que é igual a tensão de alimentação do
Arduino (valor máximo é de 12 V). Os periféricos de portas analógicas são portas que leem
uma entrada de tensão de 0 a 5 V e a transformam em um número binário correspondente de
até 10 bits, de 0 a 1023. Para 0 V temos um número binário de 0, para 5 V temos o binário 1023
e assim fazemos a conversão para qualquer valor de tensão lida, para 2,5 V teríamos uma saída
de 512 de valor binário. A figura abaixo mostra essa conversão (NUNEZ,2012).
Figura 15 – Conversão de tensão em número binário (sinal analógico)
Fonte: NUNEZ, 2012
32
O número de portas digitais/ analógicas e também de alimentação podem mudar
conforme o tipo de Arduino que estamos utilizando. Se estivermos utilizando um Arduino Uno
teremos 6 portas analógicas, 14 portas digitais, sendo 6 destas podendo ser usadas como PWM,
e 2 portas de comunicação serial. Se utilizarmos agora um Arduino Mega 2560 teremos 54
portas digitais, sendo 14 destas podendo ser usadas como PWM, 16 portas analógicas e 4 de
comunicação serial. Como vemos, o número de portas varia conforme o tipo de Arduino, porém
o modo de funcionamento é o mesmo em ambos (NUNEZ, 2012). A figura 16 mostra os
periféricos de um Arduino Uno.
Figura 16 – Periféricos de um Arduino Uno
Fonte: NUNEZ, 2012
Por últimos temos a IDE do Arduino, que é local onde fazemos a parte de programação
do Arduino, o software da IDE pode ser baixado diretamente do site oficial do Arduino e é free.
É um software open-source e funciona no Windows, Linux e Mac, a linguagem de programação
é em C/C++ (ARDUINO, 2016).
4.2 Sistema PLC
O padrão PLC (Power Line Communication) está baseado no “aproveitamento da rede
elétrica”, ou seja, a topologia da rede que será usada é a mesma da rede elétrica, fazendo com
que cada tomada se torne um ponto potencial para transmissão de dados, como mostra a figura
19. Sendo assim, ela é conhecida como ‘Internet transmitida através da rede elétrica”, conhecida
também como BPL (Broadhand over Power Lines) (MOBILON, 2008).
33
Figura 17 - Sistema PLC
Fonte: MOBILON, 2008
Atualmente a velocidade do PLC no Brasil é baixa, atingindo apenas 4,5 Mbps no
transformador da rua, mas a tecnologia pode transportar dados à uma velocidade de 40Mpbs
em até no máximo 50 casas. Se levarmos em conta que as 50 casas então utilizando da rede, a
velocidade de transmissão da rede é em torno de 90 Kbps (GUGELMIN, 2009). Sendo uma
velocidade menor se comparada com as bandas largas, porém maior do que a de internet discada
e de rede GPRS (General Packet Radio Services).
Quando instalada todas as tomadas da casa se tornarão pontos de conexão, faltando
apenas ligar o modem externo para ser alimentado pela rede elétrica e também para separar o
sinal de Internet para uma saída de Ethernet. Depois basta apenas ligar o fio ao roteador para
que ele possa distribuir o sinal pela casa. A frequência da energia elétrica é de 50 a 60 Hz,
enquanto a frequência do PLC é por volta de 1,7 a 30MHz (KARASINKI, 2009). Sendo assim,
ambos podem passar pelo mesmo fio sem que um interfira no outro.
Como já mencionado antes, essa tecnologia é muito barata já que a maioria do
cabeamento necessário para a distribuição já está instalado na rede elétrica, evitando grandes
reformas e instalações. Outra vantagem é a sua constante operação, já que não necessita se
conectar para distribuir o sinal na casa (CUNHA, 2009). Dentro da PLC há diversas tecnologias
desenvolvidas, entre elas temos a X-10 e Homeplug.
34
4.2.1 X-10
A X-10 é um padrão internacional de comunicação que permite com que produtos se
comuniquem através da rede elétrica de 110/220 V através de módulos por dados digitais. Ele
foi desenvolvido pela Pico Eletronics em 1975, na Escócia, com a finalidade de permitir o
controle remoto de dispositivos. Foi a primeira tecnologia domótica criada (X-10, 2016).
A tecnologia trabalha utilizando dois módulos para a comunicação. O primeiro
(transceptor) receberá os comandos através de um controle remoto, PC, celulares. Em seguida,
ele enviará o comando através da linha elétrica para o segundo módulo (aparelho), em que o
dispositivo a ser controlado estará conectado por seu cabo de fonte (FERNANDES,2009).
A tecnologia transmite dados binário através da corrente elétrica, um pulso AC na
frequência de 50 ou 60 Hz, quando o sinal cruza o ponto zero da curva de frequência. Para
reduzir erros é utilizado 2 cruzamentos da onda AC para mandar os códigos binários, conforme
ilustrado na figura 2. Para mandar “1” deverá ter o primeiro cruzamento seguido por uma
ausência no segundo cruzamento, para mandar “0” deverá haver uma ausência no primeiro
cruzamento seguido por um cruzamento na segunda (MARTINS, 2007).
Pelas suas características básicas o sistema X-10 é recomendado para aplicações
autônomas, não integradas. Sua limitação é operar apenas funções Liga/Desliga, dimerização
de luzes, programação de algumas tarefas pelo horário ou pela presença, além de também a rede
elétrica não ser um meio perfeito de comunicação (NUNES, 2002).
4.2.2 HOMEPLUG
A Homeplug é uma tecnologia que foi desenvolvida por uma aliança de 50 empresas
que definiram as especificações de comunicação através da PLC. Os dispositivos compatíveis
com essa tecnologia são criados e homologados pela Homeplug Alliance (GARRETT, 2015).
Esse grupo estabelece os padrões de funcionamento e decide os parâmetros que cada fabricante
terá que seguir na hora criar seus produtos Homeplug .
O Homeplug pode ser a saída para fazer com que o sinal de internet chegue a lugares
onde o sinal é mais fraco e quase não funciona. Para isso ele utiliza um adaptador compatível
com a tecnologia, podendo conectar um cabo do roteador à tomada mais próxima, conforme
mostra a figura 4 (HOMEPLUG ALLIANCE, 2016). Isso fará com que cada tomada da casa
seja um ponto de distribuição de internet, desde que tenham adaptadores Homeplug conectados.
35
Figura 18 – Distribuição de internet usando a rede elétrica (Homeplug)
Fonte: GARRETT (Divulgação/TP-link), 2015
Em situações ideais, a velocidade de transmissão de dados de uma Homeplug pode
chegar a 500Mbps via cabo e 300Mbps via sinal sem fio (TUDOCELULAR, 2015), porém os
fabricantes definem a velocidade mais realística por volta de 150Mbps. Segundo a Homeplug
Alliance não há problemas de interferência porque a tecnologia opera com baixas frequências
e também porque os adaptadores possuem filtros para evitar interferência eletromagnética.
A desvantagem da Homeplug é que no Brasil os componentes compatíveis com a
tecnologia são bastante caros. A TP-Link oferece repetidores de internet capazes de atingir
500Mbps por R$ 450,00. Com este valor é possível adquirir roteadores de alta performance
disponíveis no mercado (TRINDADE, 2013). Com estas características a Homeplug parece ser
uma boa solução de tecnologia PLC para domótica.
4.3 WIRELESS
A tecnologia Wireless permite a conexão e transmissão de dados para diversos
dispositivos através de um único ponto de acesso sem a utilização de cabos, precisando apenas
de uma instalação de rádio frequência que transmitirá o sinal. Este sistema é um dos mais
eficiente para acesso à internet banda larga. No seu funcionamento existe uma que está num
ponto central e estratégico, ao qual está conectado ao provedor (DOMINGUES, 2013). Neste
sistema temos as tecnologias WI-FI, Bluetooth, Z-Wave e Zigbee.
36
4.3.1 WI-FI
As redes Wi-fi funcionam através de onda de rádio. Elas são transmitidas por um
roteador que recebe os sinais, codifica e os emite através de uma antena. Para um determinado
dispositivo ter acesso a esse sinal é necessário que ele esteja dentro do raio de ação, conhecido
como Hotspot (ALECRIM, 2013).
Para que não haja interferência entre os dispositivos e o Wi-fi é especificado faixas de
operação das ondas de rádio do Wi-fi. Segundo a IEEE (Institute of Electrical and Electronic
Engineers) a faixa de frequência de operação do Wi-fi é de 2,4 GHz a 5 GHz (KARASINSKI,
2014).
O Wi-fi é uma marca registrada da Wi-fi Alliance, uma organização responsável por
promover a tecnologia e certificar de que os produtos que irão ter a tecnologia estejão
adequados (WI-FI ALLIANCE, 2016).
A sua principal vantagem é a mobilidade, o que permite o acesso sem fio em qualquer
parte da casa, seja no quarto, sala, etc (desde que esteja no raio de ação). Outra vantagem está
nas altas velocidades de transmissão de dados que podem chegar a 500Mbps (OLIVEIRA,
2013).
Tem como desvantagem o fator segurança, já que qualquer pessoa da sua casa, um
vizinho ou uma pessoa parada próximo a sua casa pode ter acesso à internet. Isso se deve ao
fato de o alcance dos roteadores serem longos suficiente para que pessoas de fora da sua casa
possam conseguir sinal de Wi-fi, o que pode ser perigo demais devido ao acesso de arquivo e
conteúdo dos computadores. Para evitar isso é importante ter uma boa senha com boa
criptografia. Outra desvantagem está nas quedas constantes da rede, o que pode causar
problemas já que para o reparo é necessário pessoal de atendimento que pode ou não demorar
para vir e consertar o problema (CASA DICAS, 2016).
4.3.2 BLUETOOTH
Bluetooth é o padrão global de comunicação sem fio que permite a transmissão de dados
entre dispositivos próximos. Para que seja possível transmitir dados para os diversos tipos de
dispositivos, o alcance da rede Bluetooth é dividido em três classes (ALECRIM, 2013):
Classe 1: Potência máxima de 100mW, alcance de 100 metros
Classe 2: Potência máxima de 2,5mW, alcance de 10 metros
37
Classe 3: Potência máxima de 1mW, alcance de 1 metros.
A faixa de operação de frequência do Bluetooth é de 2,4 a 2,5 GHz. Como um
dispositivo pode tanto receber e mandar dados, a transmissão é alternada em slots para
transmitir e slots para receber (XAVIER, 2011). Estes slots são canais divididos em períodos
de 625 microssegundos, fazendo com que em um 1 segundo tenha 1600 saltos de frequência.
Quando os dispositivos se comunicam através de uma conexão Bluetooth, eles foram
uma rede chamada piconet. Nesta rede, o dispositivo que iniciou a comunicação é chamado de
mestre (Master) e o que recebe a comunicação é chamado de escravo (slave), cabendo ao mestre
a tarefe de regular a transmissão e o sincronismo entre os dois (ALECRIM, 2013).
Uma desvantagem do Bluetooth, além do fato de ter baixo alcance, é a baixa velocidade
de transmissão de dados (VALLE, 2015): até a versão 1.2 a velocidade máxima era de 1 Mbps.
Na versão 2.0 chega a 3 Mbps e na versão 3.0 pode chegar a 24 Mbps.
4.3.3 Z-WAVE
A tecnologia Z-Wave foi desenvolvida pela empresa Zensys (Z-WAVE ALLIANCE,
2016). Ele é o primeiro sistema inteiramente Wireless de baixo custo com tecnologia digital “2-
wat” em rede Mesh, onde todos os dispositivos se comunicam entre si garantindo total controle
sobre qualquer ambiente da casa, utilizando-se celulares, tablets, notebooks sem a necessidade
de repetidores ou central.
O Z-Wave unifica todos os aparelhos eletrônicos da casa, como geladeira, luzes,
tomadas, TV, ar condicionado, etc. Essa unificação ocorre numa rede sem fios integrada, com
uma programação de fácil entendimento e sem cabos elétricos também (Z-WAVE ALLIANCE,
2016). Qualquer aparelho que tenha Z-Wave quando ativado é automaticamente adicionado a
rede, assim o dispositivo fica anexo à rede sem fios e pode se comunicar com os demais
atuadores. A figura 19 mostra que o sistema pode ser controlado por um celular.
38
Figura 19 – Celular que comanda os dispositivos Z-Wave
Fonte: Z-WAVE ALLIANCE, 2016
O Z-Wave tem alcance de 30 metros em espaço aberto e em ambientes fechados o
alcance diminui. Utiliza uma banda de 900 MHz, sendo de 908,42 MHz (EUA), 868,42 MHz
(Europa) e 921,42 MHz (Brasil); sendo assim ela não tem interferência com outros tipos de
redes como o Wi-fi e Bluetooth, que estão na faixa de GHz (DOMINGUES, 2013).
Essa tecnologia usa topologia Mesh inteligente e não tem nó principal. Essa topologia é
composta por vários nós/roteadores que passam a se comporta como uma grande e única rede,
possibilitando com que a pessoa se conecte com qualquer um deles. Esses nós têm funções de
repetidores e cada nó está conectado aos demais nós, possibilitando assim transmitir mensagens
de um nó ao outro por diferentes caminhos (JUNIOR, 2012). Esse tipo de rede é de baixo custo
e de fácil instalação.
A Z-Wave Alliance é um grupo de diversas empresas que fabricam produtos
eletrodomésticos/eletrônicos que já vem com a tecnologia Z-Wave (Z-WAVE ALLIANCE,
2016). Essas empresas parceiras podem ser vistas no site oficial do Z-Wave, como a LG,
Panasonic, Samsung, ADT, Sharp e outros. Segundo o mesmo site informa que mais de 50
milhões de produtos já possuem a tecnologia Z-Wave, também afirma que 9 a cada 10
companhias utilizam a tecnologia para a segurança.
Apesar de a tecnologia parecer promissora, principalmente para automação doméstica,
a velocidade de transmissão de dados é muito baixa, o que inviabiliza transmissão de áudio,
vídeo, fotos e outros dados mais pesados. Além disso, para soluções que requerem mais de 30
dispositivos, o custo fica muito mais caro do que em comparação a um sistema de cabeamento.
Outra desvantagem, já dita, é o fato de possuir baixos alcances, requerendo utilização de
repetidores para alcances maiores (JACOBSON, 2014).
39
4.3.4 ZIGBEE
O padrão Zigbee foi criado para ser uma alternativa de comunicação em redes sem fio
que não possuem soluções complexas. A ZigBee Alliance foi a desenvolvedora dessa
tecnologia junto com a IEEE, e é uma associação que conta com mais de 50 empresas que
trabalham juntas para criar este padrão capaz de um controle seguro, de baixo custo e de baixa
potência em redes sem fio que é utilizado para o controle de diversos equipamentos (ZIGBEE
ALLIANCE, 2016).
Os equipamentos baseados nesta tecnologia operam na faixa ISM que não requer licença
para o funcionamento, o que inclui faixas de 2,4 GHz (Global), 915 MHz na América e 868
MHz na Europa (PINHEIRO, 2004). O padrão oferece velocidades de transmissão de dados na
faixa de 10 a 115 Kbps, que tem um poder de alcance de 10 a 100 metros dependendo da
potência dos dispositivos como também do ambiente.
Os dispositivos de uma rede Zigbee podem ser divididos em dois grupos, definidos pela
IEEE (MESSIAS, 2008):
Full Function Device (FFD): Funciona em toda topologia do Zigbee, desempenha o
papel de coordenador da rede e tem acesso a todos os dispositivos conectados. É um
dispositivo com construção complexa.
Reduced Function Device (RFD): É limitado a uma topologia em estrela, portanto não
pode trabalhar como coordenador da rede. Ele se comunica com um dispositivo
coordenador (FFD) e possui construção simples.
Devemos notar que uma rede Zigbee que trabalha em uma topologia em estrela deve ter
pelo um dispositivo coordenador (FFD), sendo os demais dispositivos RFD para reduzir os
custos do sistema (PINHEIRO, 2004). A figura 20 mostra as topologias usando FFD e RFD.
Figura 20 – Topologias usando FFD e RFD
Fonte: PINHEIRO, 2004
40
A tecnologia Zigbee tem como desvantagem as baixas velocidades de transmissão de
dados, o que pode inviabilizar transferência de áudio, vídeo e outros dados, assim como a Z-
Wave. Outro fator complicativo é o fato de a tecnologia ainda ser desconhecida no Brasil, o que
atrapalha seu ganho de espaço no meio das outras tecnologias wireless (FIGUEIREDO, 2008).
4.4 Cabeamento Estruturado Residencial
O cabeamento estruturado fornece uma rede padronizada, que vai desde um ponto
central de distribuição até todas as tomadas da casa, ou seja, permite a interconexão entre
computadores, equipamentos eletrônicos e de comunicação na casa. A troca dos serviços
fornecidos pelas tomadas pode ser feita por manobras de cabos e conexão dos equipamentos no
ponto central da rede. Ou seja, uma vez instalado o cabeamento estruturado, não haverá mais a
necessidade futura de substituição dos cabos ou até mesmo de passar mais cabos
(FURUWAKA, 2016).
Esse padrão tem algumas características principais, como mídia de transmissão de
dados, interfaces padronizadas e possui configuração em estrela, ou seja, todos os cabos saem
da central e vão para as tomadas. Embora isso possa ser um sistema de alto custo devido a essas
configurações, traz mais vantagens para o usuário e ao mesmo tempo agrega valor ao imóvel.
As vantagens são (SCARPIN, 2010):
Flexibilidade: O mesmo cabeamento aquenta tráfego de dados, telefonia, automação e
vídeo.
Único ponto de acesso (ponto central) e de manobra: Todos os equipamentos são
instalados em um mesmo ambiente. Há um único ponto de acesso aos usuários, o que
facilita o controle do ambiente.
Simplificação: Basta conectar o cabo na interface ao lado para trocar para outra
operadora, servidor, porta de switch, etc.
Organização: É possível visualizar os pontos que estão em uso, além da documentação
e dos diagramas de fiação.
Há uma norma da ABNT para cabeamento estruturado em prédios comerciais, porém
não há uma normal para instalações residenciais. Para isso usamos como referência a norma
norte-americana TIA-570. Ela recomenda que seja previsto, no mínimo, pontos de rede na
cozinha, quartos, sala de estar e escritório (MACIEL, 2010).
41
A norma ainda recomenda que seja instalada tomadas extras em paredes extensas de
forma que fiquem a 3,7 metros ou menos da parede, e devem estar a uma distância de 7,6 metros
ou menos de outra tomada. É feita depois a localização do quadro central, onde idealmente
prefere-se que seja em um ponto aproximadamente central da rede, mas que pode ser colocada
em outros lugares devidos a fatores estéticos e/ou de facilidade de acesso para manutenções. A
figura 21 mostra um ambiente com cabeamento estruturado, mostrando o quadro central e
pontos de conexão.
Figura 21 – Sistema de Cabeamento Estruturado Residencial
Fonte: SCARPIN, 2010
As ligações do sistema por cabeamento podem ser feitas de duas maneiras: instalação
centralizada e instalação descentralizada. Na instalação descentralizada os dispositivos não
possuem um sistema gerencial de controle local. Já na instalação centralizada os dispositivos
são agrupados em um único ponto de conexão, comandados por uma central que faz o uso de
um programa específico ou de um controlador lógico programável, como o Arduino
(FURUWAKA, 2016).
42
5. PROJETO DO AMBIENTE
O projeto visa um modelo de uma casa em que através da automação (domótica) o
indivíduo consiga usufruir de conforto, segurança e de alta tecnologia, tornando seu estilo de
vida melhor. Para isso, o projeto é feito em duas partes:
A primeira está na revisão da planta da casa. Nesta etapa visamos criar um modelo de
casa com dimensões escolhidas para um ótimo acesso à cadeirantes, tendo como
referência as regras de acessibilidade para cadeirantes da ABNT NBR 9050 e o
PMCMV.
A segunda será a automação da casa. Nesta etapa mostraremos quais as soluções que
usaremos no projeto (Wireless, PLC, etc), assim como também mostraremos os
dispositivos e equipamentos que serão usados e como eles vão interagir com as soluções.
5.1 Planta da Casa
Tendo como referência a norma técnica de acessibilidade NBR 9050 pode-se elaborar
um modelo de casa de modo que ficasse em concordância com a norma e suas dimensões de
acesso. Além dessa norma, foi usado outro critério de referência: as especificações mínimas de
casas construídas pelo PMCMV. Essas especificações podem ser encontradas no site da caixa
(CAIXA ECONOMICA FEDERAL, 2016) e algumas delas serão modificadas para que haja
concordância com a norma da ABNT 9050.
O PMCMV possui plantas padrões de casa que ela constrói, além de também descrever
algumas especificações mínimas de mobiliários, cômodos, pontos de iluminação, etc. Na figura
22 é ilustrada uma planta padrão tipologia do PMCMV, que possui área total de 35m² e área
útil de 32m² e possui largura de passeio de 0,50m.
43
Figura 22 – Planta de casa tipologia 1 do PMCMV
Fonte: CARTILHA DA CAIXA ECONOMICA FEDERAL, 2016
Essa planta não é adequada para acesso de pessoas com deficiência e idosos, pois não
possui as características necessárias para isso conforme cita a norma da ABNT 9050. Não
possui as dimensões necessárias para a perfeita locomoção e movimentação dessas pessoas,
sendo então necessárias alterações na planta para que o acesso possa acontecer.
Seguindo nessa linha de referência, a figura 23 ilustra a planta proposta da casa. Ela é
composta por dois quartos, um banheiro, sala de estar e uma cozinha, possuindo uma área total
de 67,9 m² e uma área útil de 60,1 m², a espessura das paredes é de 15 cm e altura de 2,70 m.
Altura de todas as portas é de 2,10 m e possuem largura de 1,0 m e espessura de 35 mm, a janela
do banheiro tem 0,6 m de largura/comprimento, 15 cm de espessura e instalada a 1,00 m do
piso, e as demais janelas da casa tem 1,0 m de largura/comprimento, 15 cm de espessura e
instaladas a 1,0 m.
44
Embora não mostre na figura 23, a área externa tem tamanho de 1,7 m x 1,7 m. O
desenho da planta foi feito utilizando o software gratuito pCon.planner (PCON.PLANNER...,
2016).
Figura 23 – Planta do projeto da casa
Fonte: Autor
Na figura 24 temos uma figura que mostra a planta da casa em 3D, para uma melhor
visualização. Através das imagens pode-se ter uma noção de como ficaria a casa e também
como ficaria os moveis, dispositivos, portas e janelas na casa. As imagens e a planta 3D
foram feitas pelo mesmo software, a altura do telhado é de 1,20 m e os círculos pretos na
figura são lâmpadas. (Obs: os moveis, aparelhos, janelas e portas mostrados são apenas para
ilustração, significando que não serão usados exatamente esses modelos no projeto).
Figura 24 – Ilustração em 3D da casa: (a) parte externa (b) parte interna
Fonte: Autor
45
Conforme dito, foi feito uma análise das especificações mínimas da casa construída pelo
PMCMV e foram modificadas algumas dessas especificações para que a casa pudesse oferecer
o máximo de conforto, estilo de vida e ficasse de acordo com a norma da ABNT. No quadro 2
mostra-se quais eram as especificações do programa e em seguida o que foi mudado e o motivo
pela qual houve a mudança.
Quadro 2 – Mudanças das especificações do PMCMV para o projeto
(Continua)
Item Projeto Minha Casa
Minha Vida
Proposta Tecnológica de
domótica assistiva
Comentários
Casa
1 quarto de casal, um
quarto para duas
pessoas, uma sala,
cozinha e um banheiro
1 quarto de casal, um
quarto para duas pessoas,
uma sala, cozinha e um
banheiro
Não há necessidade
neste caso para
mudanças.
Dimensões dos
cômodos:
Quarto de
casal
1 cama (1,40 m x 1,90
m); 1 criado-mudo
(0,50 m x 0,50 m); e 1
guarda-roupa (1,60 m
x 0,50 m). Circulação
mínima
Entre mobiliário e/ou
paredes de 0,5m.
Foi inserido neste caso
um comprimento de 3,5m
e largura de 2,85 onde
haverá espaço para os
moveis e para a
movimentação de pessoas
Neste quarto teremos
um sensor de
arrombamento na
janela, uma tomada
inteligente e uma
lâmpada inteligente.
Quarto para
duas pessoas
2 camas (0,80 m x 1,90
m); 1 criado-mudo
(0,50 m x 0,50 m); e 1
guarda-roupa (1,50 m
x 0,50 m). Circulação
mínima: entre as camas
de 0,80 m. Demais
circulações, mínimo de
0,50 m.
Possui comprimento de
3,35m e largura de 2,85m,
onde o espaço é melhor
aproveitado novamente.
Neste quarto teremos
um sensor de
arrombamento na
janela, uma tomada
inteligente e uma
lâmpada inteligente.
Cozinha
Largura mínima da
cozinha: 1,80 m.
Quantidade mínima de
equipamentos: pia
(1,20 m x 0,50 m);
fogão (0,55 m x 0,60
m); e geladeira (0,70 m
x 0,70
m). Previsão para
armário sob a pia e
gabinete.
Possui largura de 2,35m e
comprimento de 3,0m,
possui uma porta que dá
acesso ao lado externo,
uma janela e uma abertura
(de 1,0m de
comprimento) que dá
passagem direta com a
sala de estar
Na cozinha irá ter dois
sensores de
arrombamento: na
janela e na porta, uma
tomada inteligente e
uma lâmpada
inteligente.
46
Quadro 2 – Mudanças das especificações do PMCMV para o projeto
(Continuação)
Item Projeto Minha Casa
Minha Vida
Proposta Tecnológica de
domótica assistiva
Comentários
Sala de estar
Largura mínima sala
de estar/refeições: 2,40
m. Quantidade mínima
de móveis: sofás com
número de assentos
igual ao número de
leitos; mesa para
4 pessoas; e
Estante/Armário TV.
Possui comprimento de
6m e largura de 4,5m.
Possui duas portas: uma
dá acesso à área exterior e
a outra na entrada da casa;
e possui também duas
janelas.
Na sala pode ser
inserido duas tomadas
inteligentes, duas
lâmpadas inteligentes,
um sensor de presença,
duas câmeras IP, um
sensor de incêndio, o
sistema na sala técnica,
uma fechadura
eletrônica na porta, um
sensor de
arrombamento na
janela e um espaço para
telessaúde.
Banheiro
Largura mínima do
banheiro: 1,50 m.
Quantidade mínima: 1
lavatório sem coluna,
1 vaso sanitário com
caixa de descarga
acoplada, 1 box com
ponto
para chuveiro – (0,90
m x 0,95 m) com
previsão para
instalação de barras de
apoio e de banco
articulado, desnível
máx. 15 mm;
assegurar a área
para transferência ao
vaso sanitário e ao box.
Possui comprimento de
2,85 m e largura de 2,2 m,
e possui uma janela de 0,6
m x 0,6 m x 15 cm
instalada a 1,70 m do
piso.
Possuirá o mesmo
mobiliário.
No banheiro pode ser
inserido um sensor de
arrombamento na
janela, uma tomada
inteligente e uma
lâmpada inteligente.
Área de
serviço
Quantidade mínima: 1
tanque (0,52 m x 0,53
m) e 1 máquina de
lavar roupas Área de
Serviço (0,60 m x 0,65
m).
Compreende em um
passo de 1,7m das
paredes da casa.
Manteremos neste caso o
tanque e a máquina de
lavar
A área externa precisou
ser aumentada para
poder facilitar o acesso
e movimentação.
47
Quadro 2 – Mudanças das especificações do PMCMV para o projeto
(Continuação)
Item Projeto Minha Casa
Minha Vida
Proposta Tecnológica
de domótica assistiva
Comentários
Características
gerais: Área
útil
35m² de área total e
32m² de área util
67,9m² de área total e
60,1m² de área util
Essa mudança se deve
ao fato de ter
aumentado as medidas
para a manobra e
circulação.
Cobertura
Revestimento
Interno e
Externo
Revestimento
áreas molhadas
Em telha cerâmica,
sobre estrutura de
madeira ou metálica, ou
solução com
desempenho
equivalente.
Pintura sobre reboco ou
gesso. Revestimento
texturizado ou pintura
acrílica sobre reboco
Azulejo com altura
mínima de 1,50 m em
todas as paredes do
banheiro, cozinha e área
de serviço
Em telha cerâmica,
sobre estrutura de
madeira ou metálica, ou
solução com
desempenho
equivalente.
Pintura sobre reboco ou
gesso. Revestimento
texturizado ou pintura
acrílica sobre reboco
Azulejo com altura
mínima de 1,50 m em
todas as paredes do
banheiro, cozinha e área
de serviço
Não há necessidade de
se mudar essas
características.
Portas
Portas em madeira ou
metálica. Batente em
aço ou madeira desde
que possibilite a
inversão do sentido de
abertura das portas. Vão
livre de 0,80 m x
2,10 m em todas as
portas.
1,0m de abertura e
2,10m de altura em
todas elas e espessura de
35mm. O material usado
será o WPC (madeira
plástica)
O tamanho da porta
pode ser aumentado
devido à circulação de
cadeirantes e o material
para que fosse
resistente aos impactos.
48
Quadro 2 – Mudanças das especificações do PMCMV para o projeto
(Continuação)
Item Projeto Minha Casa
Minha Vida
Proposta Tecnológica de
domótica assistiva
Comentários
Janelas
Em aço ou madeira.
Vão de 1,20 m² nos
quartos e 1.50 m² na
sala, sendo admissível
uma variação de até
5%.
Tem dimensões de 1,0m x
1,0m x 0,15m a uma
altura de 1,0 m do piso,
com exceção do banheiro
que tem 0,60m x 0,60m x
0,15m e uma altura de 1,8
m do piso. Pode ser de
madeira ou aço
O tamanho das janelas e
altura em relação ao
piso foram escolhidas
devido ao cone de visão
do cadeirante.
Pisos
Cerâmico em toda a
área interna da
unidade, com rodapé, e
desnível máximo de
15mm.
Pisos antiderrapantes Propõe-se pisos
antiderrapantes para
evitar possíveis quedas
dos residentes.
Instalações
elétricas:
Tomadas
2 na sala, 4 na cozinha,
1 na área de serviço, 2
em cada dormitório, 1
tomada no banheiro e
mais 1 tomada para
chuveiro elétrico
- Quarto solteiro: 3
tomadas
- Sala: 4 tomadas
- Cozinha: 4 tomadas
- Banheiro: 3 tomadas
- Quarto Casal: 3 tomadas
Os tamanhos dos
cômodos mudaram,
logo pode-se mudar o
número de tomadas,
seguindo norma de
instalações elétricas
NBR5410.
Números de
pontos
diversos
1 ponto de telefone, 1
ponto de antena
2 pontos para telefone, 3
para antena
Decidiu-se aqui colocar
uma TV por quarto, um
telefone no quarto e na
sala, fora a TV da sala.
Pontos de
iluminação
1 ponto em cada
ambiente
- Quarto solteiro: 1 ponto
de iluminação
- Sala: 4 pontos de
iluminação
- Cozinha: 1 ponto de
iluminação
- Banheiro: 1 pontos de
iluminação
- Quarto casal: 1 ponto de
iluminação
Propõe-se a mudança o
número de pontos
devido a mudança do
tamanho dos cômodos.
Seguindo Norma de
instalações elétricas
NBR 5410.
49
Quadro 2 – Mudanças das especificações do PMCMV para o projeto
(Conclusão)
Item Projeto Minha Casa
Minha Vida
Proposta Tecnológica de
domótica assistiva
Comentários
Número de
circuitos
Prever circuitos
independentes para
chuveiro
(dimensionado para a
potência usual do
mercado local),
tomadas e iluminação.
Prever circuitos
independentes para
chuveiro (dimensionado
para a potência usual do
mercado local), tomadas e
iluminação.
Não há proposta.
Geral
Tomadas baixas a 0,40
m do piso acabado,
interruptores,
interfones, campainha
e outros a 1,00 m do
piso acabado.
Aqui as tomadas,
interruptores e geral
estarão a uma altura do
piso conforme já dito na
norma ABNT 9010.
Aqui as mudanças
podem ser feitas
segundo as regras do
meio físico para acesso
ao cadeirante.
Fonte: Autor
5.2 Utilizando Sistema de cabeamento estruturado
Em toda automação da casa pode-se ser usado o sistema de cabeamento estruturado,
lembrando que podem ser implementadas várias soluções em vez de uma única solução. Como
já dito, este sistema visa a comunicação entre os dispositivos eletrônicos, os computadores e os
dispositivos de comunicação da casa. Valendo ressaltar que o sistema suporta transmissão de
dados, áudio, vídeo, telefonia e automação.
O sistema contará com um Quadro de Automação Central (QAC) onde será o ponto de
acesso dos usuários para o controle do ambiente, este ponto deverá ser instalado em um ponto
estratégico do ambiente, que no caso aqui será na Sala Técnica. Será usada também uma
instalação centralizada que poderá contar com Arduino como CLP e placas de relés (potência)
para dar os comandos necessários.
Na sala técnica pode-se ver o QAC (Quadro de Automação Central) onde serão
gerenciados todos os processos de automação. A figura 25 mostra as redes estruturadas para
uma instalação residencial: o Quadro Elétrico (QE) responsável pelas ligações de alta potência
e a Central de Conectividade (CC) responsável pela área de comunicações.
50
Figura 25 – Redes estruturais para instalação residencial
Fonte: DOMINGUES, 2016
Qualquer serviço utilizando o sistema de cabeamento estruturado pode funcionar apenas
mudando o equipamento da tomada, sendo suas vantagens já discutidas. Como foi dito na
página 41, o sistema usa com topologia em estrela, ou seja, sai um cabo do ponto central até
cada tomada, sem emendas. A figura 26 ilustra a topologia em estrela na planta do ambiente.
Figura 26 – Topologia em estrela das redes do ambiente
Fonte: Autor
Após a escolha do ponto onde vai ser instalada a central e após a escolha da topologia
dos cabos é hora de implementar essa infraestrutura no ambiente. Como já citado, é utilizada a
norma norte-americana TIA-570 (SCARPIN, 2010) como referência para cabeamento
estruturado residencial, e ela tem como objetivo descrever os parâmetros necessários para a
correta instalação do sistema.
51
Segundo a norma são utilizados três tipos de cabos na rede, eles são:
Cabo UTP (Unshielded Twisted Pair): É um dos mais usados nas redes domésticas e
nas redes industriais, permitindo uma velocidade de transmissão de 100Mbps. É
também um dos mais baratos para distância de até 100 metros. Sua estrutura é formada
por fios entrelaçados e revestidos por uma capa fina de PVC, o que compromete seu
funcionamento próximos a fontes de campo magnético.
Cabo Coaxial RG6 e RG59 (Radio Guide 6 e 59): É um cabo de 75 Ohms indicado para
transmitir áudio e vídeo utilizados em CFTV, antenas UHF/VHF, TV a cabo, etc. Possui
uma blindagem magnética por uma fita de poliéster aluminizada com fios de cobre e
alumínio.
Fibras ópticas: É usado no caso de as distâncias forem maiores que 100 m, quando há
travessias de áreas externas e/ou quando há áreas sujeitas a interferência
eletromagnética.
Em seguida é calculado o número de cabos que serão usados, número que depende do
diâmetro da tubulação. Com esses dados são esboçadas as rotas dos cabos, figura 27, de maneira
semelhante ao da figura 21, lembrando-se que não é permitido emendas nem derivações porque
podem prejudicar o desempenho e flexibilidade da rede.
Figura 27 – Rotas dos cabos UTP e Coaxial na planta da casa
Fonte: Autor
Na figura 28 podem ser vistas as adaptações que um projeto elétrico convencional
precisa passar para ser implementada a automação, dispensando futuras modificações na
estrutura física do ambiente.
O QE é responsável por transmitir a energia elétrica alternada (127/220VAC) para os
equipamentos ligando eles. O QA (Quadro de Automação) é o responsável por receber
52
informações de acionadores e/ou de interruptores especiais chamados de pulsadores, os quais
transmitem um sinal de 24VDC que é analisado e processado no QA. O CC é responsável por
transmitir dados para equipamentos de telecomunicações.
Figura 28 – Ilustração da instalação elétrica convencional e automatizada
Fonte: DOMINGUES, 2013. Adaptado pelo Autor.
Dentre os conectores e interruptores usados para transmitir sinal para o QA temos as
tomadas multiuso, ilustradas na figura 29. Elas são importantes para a automação, pois através
delas podemos pegar sinal de telefonia, sinal de TV (sinal e vídeo), sinal de internet e dentre
outros.
Figura 29 – Tomada Multiuso
Fonte: Autor
5.3 Equipamentos tecnológicos
Agora será citado alguns equipamentos/dispositivos que serão usados na automatização
da casa e também como eles serão controlados. Os equipamentos/dispositivos serão divididos
em três categorias: equipamentos eletrodomésticos/eletrônicos, equipamentos de segurança e
equipamentos de saúde.
53
5.3.1 Equipamentos eletrodomésticos/eletrônicos
Esses equipamentos são os mais básicos de uma residência, entre eles temos geladeiras,
TV, computadores, vídeo game, freezer, lâmpadas, entre outros. O controle deles pode ser feito
de diversas maneiras, porém é vantajoso procurar por uma única solução em que é possível
controlar, de maneira geral, todos esses equipamentos da casa.
Pode-se utilizar alguns equipamentos que certamente irão fazer a diferença no dia-a-dia
do usuário e que poderão ajuda-lo em realizar certas tarefas, além de também poder ajudar no
controle e no consumo de energia dos equipamentos.
5.3.1.1 Robô de limpeza
Para ajudar na limpeza do ambiente o ideal seria contar com a ajuda de robôs que tem a
função de limpar o piso, recolher a sujeira, aspirar e passar um pequeno pano de forma
controlada e/ou autônoma, ilustrado na figura 30.
A maioria desses robôs conta com, além das funções de limpeza, um controle remoto
em que a pessoa pode controlar, especificar um horário de função, colocar tempo de
funcionamento, velocidade e outras funções. Possui autonomia de energia de algumas horas,
alguns possuem baixo nível de ruído, possuem sensores ópticos e mecânicos para desviar de
paredes e objetos, e também podem subir desníveis de poucos centímetros.
No mercado existem diversos tipos de robôs com diversas funções e de diversos preços
que podem ir de R$ 500,00 para R$ 3000,00 o mais completo e complexo (WAITMANN,
2014).
Figura 30 – Robô de limpeza
Fonte: WAITMANN, 2014
54
5.3.1.2 Lâmpadas Inteligentes
O controle sobre as lâmpadas da casa é outro fator que pode ajudar o usuário. Elas são
recentes e tem como objetivo o controle das lâmpadas tanto como evitar gasto de energia.
A maioria delas são lâmpadas LEDs, o que já contribui com a diminuição do consumo
de energia pelas lâmpadas, além de durarem muito mais que as lâmpadas comuns. O controle
delas é feito via smarthphone (iOS e Android) e/ou tablet através do bluetooth ou do próprio
Wi-fi, utilizando-se de um aplicativo que pode ser baixado e instalado.
As funções que podem ser executadas são as de ligar/desligar, alterar as cores e efeitos
de luz, função timer, modo sleep e entre outras. As faixas de preços no mercado estão entre
R$150,00 a R$ 500,00. A figura 31 ilustra uma lâmpada inteligente (ROCKHEINE, 2016).
Figura 31 – Lâmpada Inteligente
Fonte: ROCKHEINE, 2016
5.3.1.3 Tomadas Inteligentes
As tomadas inteligentes são soluções para o controle do funcionamento
(ligado/desligado) dos aparelhos eletrodomésticos e eletrônicos, além de também serem usadas
para diminuir o consumo de aparelhos que ficam ligados nas tomadas no modo Stand by.
No projeto de uma casa automatizada, as tomadas inteligentes são distribuídas pela casa
e possuem determinadas funções que estão de acordo com a necessidade do residente. As suas
principais características são:
Consumo de energia: Uma das funções mais básicas das tomadas inteligentes é o fato
de o usuário ter acesso a quantidade energia que cada equipamento consome quando
conectado a tomada, esse acesso ocorre através de uma interface de controle. Com isso,
o usuário pode ver quais equipamentos estão consumindo muita energia e assim poder
55
economizar na conta de luz ao desligar os aparelhos da tomada, evitando maiores
consumos de energia.
Controlar os equipamentos: Através da mesma interface é possível controlar o
funcionamento dos equipamentos que estão ligados nas tomadas. Esse controle é apenas
do tipo liga/desliga (on/off), porém existem tomadas que possuem a capacidade de
controlar o funcionamento do equipamento, embora seja preferível o uso de outras
soluções para isso.
A comunicação entre a interface e as tomadas se dá, principalmente, por via wireless.
Algumas empresas utilizam o Wi-fi como comunicação, outras como, o Z-Wave, utilizam um
transmissor que possui frequência própria (JUNIOR, 2012). A figura 32 ilustra uma tomada
inteligente.
Figura 32 – Tomada Inteligente com Wi-fi
Fonte: JUNIOR, 2012
5.3.2 Equipamentos de Segurança
Os equipamentos de segurança são importantes elementos que servem para proteger o
residente sobre diversos riscos que podem colocar em perigo sua integridade física e
psicológica. Para isso, usaremos sensores e dispositivos que evitarão esses riscos, como: Sensor
de incêndio/gás, sensor de presença, sensor de arrombamento, câmeras e painel de abertura da
porta de entrada. O controle desses aparelhos pode ser feito usando uma linguagem de
programação por um CLP, como o Arduino, através do sistema de cabeamento estruturado.
56
5.3.2.1 Sensor de incêndio/gás
Para se evitar riscos de incêndio ou mesmo detectar gás são utilizados sensores de
incêndio. Esses sensores detectam a fumaça do incêndio e avisam o residente através de uma
sirene incorporada quando é detectado a fumaça. Pode-se também fazer com seja mandado um
sinal de alerta para as centrais de incêndio que irão ao local verificar o chamado.
Há diversos sensores no mercado que possuem suas próprias características, com preços
em média de R$ 85,00. Para este projeto é conveniente que o sensor tenha baixo consumo de
corrente, possua LED para indicar tanto a sujeira quanto troca de bateria, buzzer interno para
alertar incêndio, redução de falsos alarmes, alta área de cobertura e é preferível que tenha fiação
para ligar para as centrais de incêndio (ALARMES TUCANO, 2016). A figura 33 ilustra um
sensor fumaça fotoelétrico.
Figura 33 – Sensor fotoelétrico de Fumaça
Fonte: ALARMES TUCANO, 2016
5.3.2.3 Sensor de presença
Os sensores de presença podem ser usados para alertar quando intrusos entram nas
casas. A maioria deles usam um sensor infravermelho que irão detectar movimento de pessoas
na casa, utilizando ou o método de detectar calor de pessoas ou por reflexão das ondas de
infravermelho.
Ao detectar o movimento de pessoas, o sensor irá acionar uma carga que mandará um
sinal que pode ser de sirene de alerta e/ou até mesmo para centrais avisando sobre ladrões. Para
o projeto iremos enviar este sinal ao Arduino que acionará uma sirene e alertará as centrais
através de um Shield de GSM GPRS. Com este shield pode-se enviar alertas informando estado
57
de um sensor ou de um sistema de alarme, fazer chamadas telefônicas e automatizar algum
processo que envolva telefonia. A figura 34 mostra o Shield GSM GPRS.
Figura 34 – Shield GSM GPRS para Arduino
Fonte: THOMSEN, 2014
Este Shield é um Quad-Band (850, 900, 1800 e 1900 MHz), significando que pode
funcionar em qualquer lugar do mundo, e suporta também serviços de internet e fax. A estrutura
do shield é vista na figura 35. Na parte central vemos o chip SIM900 que é responsável pelo
controle da placa, vemos também um conector para instalação de um display de LCD Nokia
5110 e nas laterais temos as portas analógicas/digitais (THOMSEN, 2014).
Figura 35 – Estrutura do Shield GSM GPRS
Fonte: THOMSEN, 2014
Na parte de trás temos o adaptador para cartão SIM. Para instalar é preciso ter um cartão
SIM desbloqueado, encaixá-lo no shield e conectar a antena. É recomendado uma alimentação
externa de, no mínimo, 9V/1A para o Arduino quando estiver usando este shield. Na figura 36
é mostrado um sensor de presença.
58
Figura 36 – Sensor de presença
Fonte: CASA SHOW, 2015
Uma outra funcionalidade para esses sensores é o de ligar cargas, principalmente
lâmpadas, ao detectarem presença de pessoas em determinados cômodos da casa. Essa função
pode ser utilizada também para economizar energia elétrica, desligando a carga após o tempo
de regulagem do sensor.
5.3.2.4 Sensor de arrombamento
Os sensores de arrombamento são usados em janelas, portas, gavetas, etc, quando
alguém tenta abri-las de maneira forçada e por isso podem servir como auxilio para a proteção
de pessoas dentro da casa.
Por mais que se tenha o sensor de presença é indicado que também seja colocado o
sensor de arrombamento na casa, caso o de presença não detecte a pessoa. Existem no mercado
diversos tipos desses sensores, porém os mais utilizados para portas e janelas são os sensores
magnéticos.
A maioria desses sensores magnéticos são formados por duas partes: uma que contém
um pequeno imã e no outro um contato elétrico. A função do imã é manter os contatos acionados
quando estão juntos, mas quando acontece a abertura da porta ou janela é enviado um sinal que
indicará que houve arrombamento.
As vantagens nesses sensores é o fato de serem baratos, de fácil instalação, consomem
pouca corrente e raramente provocam alarmes falsos.
Os sistemas com sensores magnéticos podem ser com fios ou sem fios, onde neste
último é utilizado um sinal de RF que será captado na central do sistema. Existem basicamente
três modelos de sensores magnéticos: o aparente, o embutido e o metálico. O aparente é
59
indicado para janelas e portas de vidro, o de embutir para madeira e o metálico para metais. A
figura 37 mostra os três tipos de sensores magnéticos.
Figuras 37 – Sensores magnéticos: a) Embutido b) Aparente c) Metálico
Fonte: PORTAL ELETRICISTA, 2013
5.3.2.5 Câmeras de vigilância
Outra aliada que favorece a segurança da casa é a câmera de vigilância. Com ela
podemos ter acesso ao vivo e gravado sobre a movimentação da casa, dos horários, etc. Ela
pode ser uma ótima ferramenta para quando pessoas desconhecidas entrarem nas casas. Dos
diversos tipos de câmeras que existem, a que traz maior vantagem e custo-benefício a longo
prazo são as câmeras IP.
As câmeras IP são câmeras de vídeo digital que pode ser monitorada através da internet.
Elas possuem dispositivos e sistema de carrinho (movimentação), LEDs, visão noturna,
gravação remota e microfone que se conectam à rede sem fio, podendo ser monitorada em
diversos locais através de um PC conectado à rede. A figura 38 ilustra o modo de funcionamento
dessas câmeras.
60
Figura 38 – Funcionamento e integração de uma câmera IP
Fonte: PINHEIRO, 2006
Os benefícios das câmeras IP são:
Monitoramento remoto: O monitoramento de vários locais da casa fica fácil com o uso
das câmeras IP. Pode-se ver as imagens da câmera em qualquer lugar que tenha acesso
à rede, sendo que a câmera não precisa estar conectada a um PC.
Alarmes e detecção de movimento: Algumas câmeras vêm com um software de alarme
e detecção de movimento, onde o usuário será notificado assim que for detectado o
movimento. Esse benefício pode ser uma substituição para os sensores de presença.
Melhor visualização e controle: Algumas das câmeras IP tem funções de Pan, Tilt e
Zoom (PTZ). Ou seja, a câmera poderá ser controlada remotamente ajustando o foco, o
ângulo e o campo de visão sem estar na casa.
5.3.2.6 Fechaduras eletrônicas
A última parte do sistema de segurança é a fechadura eletrônica, ela será usada
principalmente para abertura da porta principal da casa e também de qualquer porta que tenha
acesso à casa. Ela contará com um sistema eletrônico de abertura, e no mercado há diversos
tipos de sistema de abertura, alguns deles são:
Senha numérica: Com este sistema, o usuário deverá digitar uma combinação de
números, já cadastrado no sistema eletrônico, para abrir a portas. Isso evita o uso de
chaves ou cartões para a abertura.
Cartão de acesso: Com este sistema, o usuário deverá aproximar um cartão magnético
ou passa-lo através de um leitor magnético. É um dos modelos que tem melhor custo-
benefício.
61
Biometria: Neste sistema, o usuário deverá utilizar da impressão digital, cadastrada no
sistema, para abrir a porta. É a opção com mais tecnologia agregada no sistema e é fácil
de programa.
Sistemas compostos: são sistemas que compõem mais de um sistema de abertura,
aumentando a segurança e a dificuldade de violação.
A figura 39 ilustra um modelo de fechadura eletrônica, elas podem ser instaladas em
portas de madeiras, vidro e de metal.
Figura 39 – Modelo de fechadura eletrônica para
Fonte: SOUZA, 2014
5.3.1 Equipamentos de saúde
5.3.1.1 Telessaúde
Os equipamentos de saúde serão os responsáveis pela monitoração do estado clínico do
paciente, além de também ser um mecanismo em que o paciente terá consultas médicas online,
passando apenas seus dados clínicos como pressão, ritmo cardíaco, glicose, etc, através de
diversos aparelhos de medida.
Esse sistema é chamado de telessaúde e tem como objetivo ter atendimento médico em
casa, evitando com que o paciente tenha que se deslocar para o consultório, onde apenas será
obrigatório a ida ao consultório em casos emergenciais.
Esse sistema é composto por um computador/tablet onde o paciente terá uma conversar
online com o médico. Além disso contará com dispositivos para medição de pressão, glicose,
ritmo cardíaco, etc, que passarão os dados de leitura para o médico. Esse sistema pode ser
montado no quarto do usuário ou na sala.
62
Outro dispositivo que poderia ajudar é os organizadores de remédios com alarme. Eles
têm como objetivo de organizar os remédios na medida certa e avisar o paciente quando ele
deve ingeri-los.
5.3.3.2 Sensor de queda
Dentre os diversos tipos de acidentes que ocorrem com idosos e pessoas com
deficiências, o que mais acontece e que causa muitos problemas sérios de saúde são as quedas.
Segundo Ribeiro (2015) 79% das quedas com idosos acontecem em casa. Deles apenas 30%
caem uma vez ao ano e 2/3 das pessoas caem uma segunda vez em seis meses.
Com esses dados devemos ter alguma medida de segurança antiqueda assim como
também um dispositivo eletrônico que possa detectar quando um idoso/cadeirante cair, e com
isso possa-se alertar o médico e os familiares responsáveis sobre o acidente que acabou de
acontecer.
Para detectar a queda poderá ser utilizado um acelerômetro. Este dispositivo é usado
para medir a aceleração através do movimento (posicionamento) do mesmo; é utilizado em
diversas aplicações como, por exemplo, é usado em celulares que detectam inclinação do
aparelho, é usado em notebooks que travam o disco rígido durante uma queda, também é usado
em controles de vídeo game como o Nintendo Wii, etc.
No trabalho sua finalidade será o de detecta queda do usuário e também avisar os
responsáveis sobre o incidente. Para isso é indicado um acelerômetro de 3 eixos. Ele nada mais
é que um módulo que possui 3 eixos (X,Y,Z) que geram uma variação de tensão em cada eixo
devido ao seu movimento, e essa tensão pode ser lida numa porta analógica do Arduino. A
figura 40 ilustra o acelerômetro de 3 eixos MMA7361.
Figura 40 – Acelerômetro de 3 eixos MMA7361
Fonte: THOMSEN, 2014
63
O acelerômetro pode ser instalado na própria cadeira de rodas ou pode ser colocada na
cintura por uma cinta. Ao detectar uma queda, o Arduino pode enviar mensagens de texto para
os responsáveis utilizando um Shield GSM GPRS.
5.3.4 Custo Total
O custo de cada sensor, dispositivos, equipamento, etc, e o custo total podem ser vistos
na tabela 1, são descritos os modelos que estão sendo usados, a quantidade que será usada e o
preço por unidade. Os custos devido à instalações e programação não estão citados na tabela,
pois esses valores dependem da mão de obra e do tempo de realização.
Tabela 1 – Preço dos equipamentos utilizados para o projeto
Equipamento Quantidade Preço por unidade
Tomada inteligente 6 R$ 53,00
Sensor de Incêndio gás 2 R$ 85,00
Microcontroladores 4 R$ 59,90
Shield GSM GPRS 1 R$ 329,00
Sensor de presença 1 R$ 50,00
Sensores magnéticos 6 R$ 15,00
Câmeras IP 2 R$ 230,00
Fechaduras eletrônicas 1 R$ 400,00
Medidor de glicose 1 R$69,90
Medidor de pressão/Ritmo
cardíaco
1 R$99,90
Organizador de remédio com
alarme
1 R$40,00
Acelerômetro de 3 eixos 2 R$ 34,90
Lâmpada Inteligente 6 R$ 269,90
Robô de Limpeza 1 R$ 999,00
Total R$ 4.954,60
Fonte: Autor
64
Este valor é ínfimo se comparado aos custos relativos à construção da casa e instalação
do sistema de cabeamento estruturado. Isso significa que os equipamentos podem ser instalados
no ambiente sem que gere muito mais desprezas para o PMCMV.
5.3.5 Localização dos equipamentos.
Agora que já se tem quais equipamentos serão usados, a quantidade e o custo total,
devemos mostrar aonde eles serão instalados. Para isso utilizaremos a planta da casa e
colocaremos em forma de pontos os equipamentos utilizados, que podem ser reconhecidos por
uma legenda. A figura 41 mostra os sensores instalados na casa, não há nenhum tipo de norma
ou regra para a localização dos sensores e equipamentos, porém alguns devem ser colocados
em certos locais como as lâmpadas inteligentes, os sensores de arrombamento, etc.
Figura 41 – Localização dos equipamentos no ambiente
Fonte: Autor
5.4 Projeto Final
Em relação à planta da topologia 1 a área interna total e útil foram aumentadas para
garantir uma circulação eficiente. No projeto foi levado em conta o uso de espaços mínimos
que no final proporcionam um custo mínimo sem perda de qualidade. A área total mudou de
35m² para 67,9m², um aumento de 94%. A planta superior (croqui) da figura 42 apresentam as
sugestões para as mudanças.
65
Figura 42 – Planta superior (Croqui) do ambiente
Fonte: Autor
A figura 43 apresenta as vistas laterais (croqui), em perspectiva, mostrando as áreas
externas e também as janelas e portas.
Figura 43 – Vistas laterais (croqui) do ambiente
Fonte: Autor
A parte elétrica também sofreu mudança, possuindo agora um sistema de automação
adequado, além de poder comportar agora vários dispositivos e equipamentos que irão ajudar
pessoas nas suas atividades e melhorar a qualidade de vida e saúde.
66
6. CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS
Neste trabalho foi realizado um estudo dos diversos sistemas que podem ser
implementados em uma residência, e que podem ser usados para trazer uma alta qualidade de
vida e conforto para pessoas com necessidades especiais e idosos.
Foi apresentado o conceito de domótica, mostrando que ela é ainda nova no Brasil, porém
antiga no exterior. Foram apresentados também sistemas modernos de automação como PLC,
Wireless e Sistema de Cabeamento Estruturado, mostrando as vantagens e desvantagens dos
mesmos.
Foram apresentados diversos dispositivos e equipamentos que podem fazer a diferença
no dia-a-dia da pessoa, trazendo melhorias da atividade diária. O custo total para esses
dispositivos foi próximo de R$ 5.000,00, que é um valor ínfimo se comparado ao valor gasto na
construção da casa e na instalação do sistema e fios, mostrando que o PMCMV pode fornecer
esses equipamentos sem que tenha que gastar muito mais.
Conclui-se então que projetos de habitações autônomas junto com programas sociais
podem ser usados para melhorar a qualidade de vida de pessoas deficientes/idosas de baixa
renda. Também se conclui que esses sistemas utilizados ainda devem ser apreciados pelo
mercado brasileiro, pois o mercado ainda não enxerga o grande potencial que essas tecnologias
podem oferecer aos usuários e à comunidade em geral.
Para trabalhos futuros que tenham tema relacionado com a este trabalho realizado, pode-
se sugerir as seguintes propostas:
Investigar diversos outros sistemas de automação residencial que existem no mercado
e que podem ser utilizados para trabalhos como este.
Investigar a possibilidade de união de diversos tipos de sistemas de automação em um
único projeto, avaliando o custo benefício.
Estender a proposta do projeto para outros grupos de pessoas que também possam se
beneficiar com o projeto, como deficientes visuais, auditivos e outros.
Pesquisar outros programas sociais que também podem ser inseridos no projeto e
assim oferecer outras possibilidades e melhorias.
Propor outros equipamentos e dispositivos que possam ser usados no ambiente, sendo
eles utilizados para cada situação que o projeto estiver precisando.
67
Propor um projeto de automação residencial para casas que tenham configurações
diferentes, como casas com dois andares, com jardim, casas rurais, etc.
68
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