universidade federal da paraÍba · segundo o relatório da kirin beer university (2015), o consumo...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
CINÉTICA DA PRODUÇÃO DE AMILASES PRODUZIDO POR Aspergillus sp. FSDE16
EM BAGAÇO DE MALTE
LUCAS ALBUQUERQUE ARAÚJO
João Pessoa – PB
2018
CINÉTICA DA PRODUÇÃO DE AMILASES PRODUZIDO POR Aspergillus sp. FSDE16
EM BAGAÇO DE MALTE
Lucas Albuquerque Araújo
Orientadora: Sharline Florentino de Melo Santos
Trabalho Final de Curso, apresentado
como exigência do curso de Engenharia
Química da Universidade Federal da
Paraíba como requisito para obtenção do
título de bacharel em Engenharia
Química.
João Pessoa – PB
2018
CINÉTICA DA PRODUÇÃO DE AMILASES PRODUZIDO POR Aspergillus sp. FSDE16
EM BAGAÇO DE MALTE
Lucas Albuquerque Araújo
Orientadora: Sharline Florentino de Melo Santos
Trabalho Final de Curso, apresentado
como exigência do curso de Engenharia
Química da Universidade Federal da
Paraíba como requisito para obtenção do
título de bacharel em Engenharia
Química.
Data da aprovação: 05/11/2018
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________
Profa. Dra. Sharline Florentino de Melo Santos – DEQ/CT/UFPB
(Orientadora)
___________________________________________________________
Profa. Dra. Ana Flávia Santos Coelho– DEQ/CT/UFPB
(Avaliadora)
___________________________________________________________
Felipe Augusto Santos– DEQ/CT/UFPB
(Avaliador)
Só se enxerga o bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos.
Antoine de Saint-Exupéry
Agradecimentos
Aos meus pais Simone e Arnaldo por todo o suporte desde sempre, sendo a base para eu ter
me tornado o que sou hoje.
Ao meu avô Everaldo por ser o meu maior exemplo de vida
À Sharline por ser uma excelente professora e orientadora.
À minha namorada Bruna Marinho pela presença e amor em todos os momentos de alegrias e
tristezas durante o curso.
Aos meus irmãos Fillipe e Jonas por todo apoio e carinho.
Aos meus amigos Thiago, Thialle, Danilo e Victor que fizeram parte dessa jornada que se
chama Engenharia Química.
Aos meus amigos de longa data Kaio e Rafael.
Aos estudantes e pesquisadores do Laboratório de Bioengenharia, em particular a Brunno
Carvalho por todo o auxílio nos procedimentos experimentais.
RESUMO
O Brasil possui grande quantidade de bagaço de malte disponível no mercado com baixo
custo, o bagaço de malte pode ser utilizado como suporte e fonte de nutrientes para
microrganismos que produzem enzimas em processos de cultivo em estado sólido. Enzimas
são componentes orgânicos capazes de catalisar reações químicas. A tecnologia enzimática é
um dos campos mais promissores dentro das novas tecnologias para síntese de compostos de
alto valor agregado, quando comparadas a catalisadores químicos, apresentam uma
característica importante que é a especificidade pelo substrato e em promover somente uma
reação bioquímica com seu substrato. Espécies do gênero Aspergillus tem sido utilizados para
a produção de enzimas. Diante disso, este trabalho realizou o cultivo do Aspergillus sp.
FSDE16 em bagaço de malte com umidade de 70% utilizando dois tipos de solução de
umidificação: solução de sais (sulfato de amônio a 3,3 g/L, fosfato de potássio a 1,5 g/L) e
apenas água. Os melhores resultados de atividade foram obtidos com solução de umidificação
com sais, as 120h de cultivo com valores de CMCase 13,786 U/g, FPase 0,761 U/g e Amilase
18,336 U/g. A melhor faixa de pH para a atividade de amilase foi entre 4,5 e 5 e a melhor
temperatura para atividade de amilase foi de 70°C. Dessa forma o fungo Aspergillus sp.
FSDE16 apresentou capacidade de produção de enzimas em bagaço de malte.
Palavras Chave: Aspergillus sp, Enzimas, Amilase
ABSTRACT
Brazil has a large quantity of malt bagasse available in the market with low cost, malt bagasse
can be used as support and source of nutrients for microorganisms that produce enzymes in
solid state cultivation processes. Enzymes are organic components capable of catalyzing
chemical reactions. Enzymatic technology is today one of the most promising fields within
the new technologies for the synthesis of high added value compounds, when compared to
chemical catalysts they have an important characteristic that is the substrate specificity and to
promote only a biochemical reaction with its substrate. Species of the genus Aspergillus have
been used for the production of enzymes. Therefore, this work carried out the cultivation of
Aspergillus sp. FSDE16 in 70% moisture malt bagasse using two types of humidification
solution: (3.3 g/L ammonium sulfate, 1.5 g/L potassium phosphate) and water only. The best
activity results were obtained with humidification solution with salts, the 120h culture with
CMCase values 13.786 U/g, FPase 0.761 U/g and Amylase 18.336 U/g. The best pH range for
amylase activity was between 4.5 and 5 and the best temperature for amylase activity was 70
°C. In this way the fungus Aspergillus sp. FSDE16 presented malt bag enzyme production
capacity.
Key words: Aspergillus sp, Enzymes, Amylase
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Aspergillus sp. FSDE16 em placa de Petri.............................................................18
Figura 2-Bagaço de malte usado nos cultivos.........................................................................20
Figura 3 - Bagaço de malte esterilizado pronto para inoculação.............................................21
Figura 4 - Atividade enzimática para cultivos com e sem sais................................................25
Figura 5 - Atividade enzimática durante 240h de cultivo........................................................26
Figura 6 - Crescimento do cultivo em 48h...............................................................................27
Figura 7 - Crescimento do cultivo em 72h...............................................................................27
Figura 8 - Crescimento do cultivo em 96h...............................................................................27
Figura 9 - Crescimento do cultivo em 120h.............................................................................27
Figura 10 - Crescimento do cultivo em 240h...........................................................................27
Figura 11 - Atividade enzimática com diferentes pH..............................................................28
Figura 12 - Atividade enzimática com diferentes temperaturas..............................................29
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11
2- OBJETIVOS...................................................................................................................... 13
2.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 13
2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 13
3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 14
3.1 Cultivo em estado sólido (CES) ...................................................................................... 14
3.1.1 Umidade ................................................................................................................... 14
3.1.2 Temperatura ............................................................................................................. 15
3.1.3 pH ............................................................................................................................. 15
3.1.4 Aeração..................................................................................................................... 15
3.2 Produção de enzimas a partir de fungos ......................................................................... 15
3.3Amilases ........................................................................................................................... 16
4- METODOLOGIA ............................................................................................................. 18
4.1 Microrganismo ................................................................................................................ 18
4.2 Cultivo ............................................................................................................................ 19
4.3Atividade enzimática ....................................................................................................... 22
4.3.1 Atividade de Amilase ............................................................................................... 22
4.3.2 Atividade CMCase e FPase ...................................................................................... 23
5- RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 25
5.1 Avaliação da solução de umidificação do bagaço de malte ............................................ 25
5.2 Cinética de produção de amilases ................................................................................... 26
5.3Caracterização da amilase produzida em relação ao pH .................................................. 28
5.4 Caracterização da amilase produzida em relação a temperatura .................................... 29
6- CONCLUSÃO .................................................................................................................. 30
7- REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 31
11
1- INTRODUÇÃO
Segundo o relatório da Kirin Beer University (2015), o consumo de cerveja no mundo
em 2014 chegou a aproximadamente 189,06 bilhões de litros, o Brasil foi o terceiro país que
mais consumiu cerveja no ano, tendo 7% na quota de mercado global e apresentando valor
total de consumo de 13,146 bilhões de litros de cerveja, os países que mais consumiram
cerveja foram a China e os Estados Unidos com um consumo de 44,853 e 24,172 bilhões de
litros de cerveja respectivamente.
O processo inicial da fabricação de cervejas gera o resíduo bagaço de malte
(CORDEIRO, EL-AOUAR e GUSMÃO,2012). O bagaço do malte é um dos principais
subprodutos da indústria cervejeira e pode ser encontrado disponível durante o ano todo em
grandes quantidades e a um baixo custo (MUSSATTO, DRAGONE e ROBERTO,2006). Este
bagaço é obtido a partir do processo de obtenção do mosto, pela fervura do malte moído e dos
adjuntos, os quais após a filtração resultam num resíduo que é destinado para ração animal
(AQUARONE,E. et al. 2001).
O bagaço de malte é o principal subproduto do processo cervejeiro, a cada 100 litros
de cerveja produzida são gerados em média entre 14 a 20 kg de bagaço (CORDEIRO, EL-
AOUAR e GUSMÃO, 2012). Devido ao grande consumo e produção de cerveja no Brasil o
bagaço de malte pode ser encontrado facilmente no mercado com baixos custos e tanto em
pequenas quanto em grandes quantidades, podendo ser comprado a cerca de R$ 0,20 centavos
o quilograma ou comprado a cerca de R$ 175 reais a tonelada encontrados na MFRURAL.
O bagaço de malte pode ter diversas aplicações como alimentação e nutrição animal,
produção de energia por queima direta ou por produção de biogás via fermentação anaeróbia,
produção de carvão vegetal, cultivo de microrganismos e obtenção de bioprodutos entre
outras aplicações (MATHIAS, MELLO e SERVULO, 2014).
Pelas características o bagaço do malte pode ser utilizado como suporte e fonte de
nutrientes para microrganismos que produzem enzimas em processos de cultivo em estado
sólido (ALEIXO JÚNIOR, 2018). A utilização desse meio de cultivo é uma alternativa de
aproveitamento do bagaço do malte e pode reduzir o custo de produção enzimática (WANG,
SAKODA e SUZUKI, 2001)
A obtenção de enzimas, na maioria dos processos, ocorre a partir de microrganismos
devido à facilidade e o controle operacional via cultivo tendo os fungos como principais
microrganismos para a produção de enzimas (ORLANDELLI et al., 2012). No setor industrial
12
as enzimas mais utilizadas são as proteases as quais ocupam 40% do mercado, seguidas das
amilases e celulases (SHARMA, R.; CHISTI, Y.; BANERJEE, U. C, 2001). As amilases
englobam entre 25% a 33% do mercado com diversas aplicações industriais (RAVINDAR e
ELANGOVAN, 2013).
O presente estudo tem o intuito de avaliar a produção de enzimas com foco na amilase
em um sistema de cultivo sólido utilizando o Aspergillus sp. FSDE16 e o bagaço de malte
como meio de cultivo.
13
2- OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Avaliar a cinética de produção da amilase por Aspergillus sp. FSDE16 em bagaço de
malte.
2.2 Objetivos específicos
• Avaliar a produção de amilases utilizando bagaço de malte como meio de cultivo com
diferentes soluções de umidificação.
• Determinar a melhor hora de cultivo para a produção de amilase pelo por Aspergillus
sp. FSDE16 ao longo de 240 horas.
• Fazer a caracterização da amilase produzida em relação ao pH e temperatura de maior
atividade enzimática.
14
3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Cultivo em estado sólido (CES)
O cultivo em estado sólido (CES) é o processo de crescimento de microrganismos em
substratos sólidos com baixa quantidade de água livre, essa água encontra-se ligada a fase
sólida dessa maneira formando uma fina camada na superfície das partículas (ROCHA, 2010).
Dos parâmetros existentes que influenciam o processo a água tem destaque no CES
devido ao seu acentuado grau de interação com as substâncias que compõem a fase sólida (
GERVAIS E MOLIN, 2003).
Desde 3000 a.C na China e em 1000 a.C no Japão e sudoeste da Ásia já eram
reportados o uso do molho de soja (ARAÚJO, 2004). Podendo concluir que o cultivo em
estado sólido já é utilizado há muito tempo.
O CES é um processo vantajoso para a produção de enzimas por fungos filamentosos
(ALEIXO JÚNIOR, 2018). Esse tipo de processo apresenta condições de crescimento que se
aproximam as do habitat natural de fungos, dessa forma facilitando o crescimento dos
mesmos no substrato sólido e consequentemente uma produção de grandes quantidades de
enzimas (ROCHA, 2010).
Os processos de cultivo em estado sólido necessitam das etapas de seleção da matéria-
prima ou substrato, escolha de um microrganismo específico, controle dos parâmetros de
cultivo e separação e/ou purificação dos produtos (GUTIERREZ-ROJAS et al, 1998). Os
fatores considerados mais importantes no processo são: umidade do meio de cultivo,
temperatura, pH e aeração.
3.1.1 Umidade: O papel da água no CES é primordial devido ao seu encargo da
difusão de solutos, metabólitos inibitórios, gases e absorção celular. Rocha (2010) afirma que
a umidade do substrato é um dos fatores que tem maior influência no processo e é variável de
acordo com a natureza do substrato. Níveis de umidade muito elevados resultam em
diminuição da porosidade, elevação do risco de contaminação, baixa difusão de gases como
oxigênio, redução do volume de gás e de trocas gasosas, já níveis de umidade reduzidos
podem levar a um crescimento menor em comparação ao ótimo crescimento possível para
aquele substrato específico (LOSANE et al., 1985).
15
3.1.2 Temperatura: O cultivo em estado sólido é caracteristicamente exotérmico
apresentando grandes quantidades de calor liberadas as quais são diretamente proporcionais a
atividade metabólica do microrganismo (ROCHA, 2010).
3.1.3 pH: Devido a heterogeneidade do CES o pH não é facilmente controlado mesmo
sendo um fator relevante ( PANDEY, 2003). Dessa forma como uma tentativa de evitar
variações bruscas do pH é interessante a utilização de substratos que apresentem uma elevada
capacidade tamponante ou uma adição na etapa de umidificação de soluções-tampão ao
substrato (DEL BIANCHI, MORAES, CAPALBO, 2001).
3.1.4 Aeração: A aeração tem como funções básicas: eliminar dióxido de carbono
formado, regulação da temperatura do substrato, ajuste do nível de umidade e manter
condições aeróbicas (CORREIA, 2004). Existem diferentes maneiras de promover aeração do
substrato proporcionando uma melhor transferência de oxigênio, dentre elas: utilização de
material poroso, utilização de bandejas perfuradas, agitação do substrato, adição de ar forçado
dentro do reator, entre outros (DEL BIANCHI, MORAES, CAPALBO, 2001).
3.2 Produção de enzimas a partir de fungos
Industrialmente enzimas de origem microbiana tem um grande potencial devido a
possibilidade de serem produzidas em ampla escala (SENA et al. 2006).
O reino Fungi apresenta um potencial elevado de aplicação em pesquisas, os fungos
são microrganismos heterotróficos, podem existir como saprófitos, como parasitas ou
simbiontes, para sobreviver absorvem nutrientes a partir de substratos (ALEIXO JÚNIOR,
2018). Por serem um dos principais decompositores de matéria orgânica os fungos estão
sendo usados como fonte preferencial para a produção de enzimas (CORRÊA et al. 2014).
Espécies dos gêneros Aspergillus e Penicillium tem sido utilizados para a produção de
enzimas (GAUTAM, KUMAR e DUTT, 2016). Normalmente enzimas produzidas pelos
microrganismos citados estão associadas à degradação de polissacarídeos de plantas como
celulose, hemicelulose, amido e outros carboidratos (SAINI, SAINI e TEWARI, 2015).
O gênero Aspergillus é um dos mais comuns entre os fungos filamentosos e também
um dos mais estudados, as espécies desse gênero podem ser encontradas na superfície, no ar e
na água tanto em animais quanto em vegetais e associados a deterioração de materiais
orgânicos principalmente em regiões de clima tropical (ROCHA, 2010).
Rosa, Campos e Baroni. (2002) declarou que a taxonomia reconhece 150 espécie do
gênero todavia apenas 30 são bem definidas e facilmente distinguíveis. As colônias
16
inicialmente são brancas, amarelas e passam para uma coloração marrom ou negra (ROCHA,
2010).
É possível classificar Aspergillus sp a partir da classificação de Couri, (1993) dessa
forma temos: Reino Fungi; Divisão Eumycota; subdivisão Deuteromycotina; Classe
Hyphomycetes; Ordem Moniliales; Família Moniliaceae; Gênero Aspergillus; Espécie sp.
Rocha (2010), cita diversas classes de enzimas produzidas pelo Aspergillus niger com
relevância comercial como celulase, lactase, protease, amilase e diversos outras enzimas.
3.3 Amilases
Enzimas são componentes orgânicos capazes de catalisar reações químicas. A
tecnologia enzimática é um dos campos mais promissores dentro das novas tecnologias para
síntese de compostos de alto valor agregado. Comparadas a catalisadores químicos
convencionais apresentam uma característica que é a especificidade pelo substrato e também
promovendo somente uma reação bioquímica com seu substrato (ROCHA, 2010).
Os processos industriais biocatalisados apresentam menor impacto ambiental e
também menor consumo energético, uma vez que as enzimas são biodegradáveis e sendo
altamente específicas minimizam os efeitos indesejáveis, além disso podem ser usadas para
substituir produtos químicos como compostos cáusticos, ácidos e solventes tóxicos que
agridem e provocam o desgaste de materiais (ROCHA, 2010).
As amilases começaram a ser produzidas no começo do século XX em decorrência do
interesse industrial da produção de glicose a partir de materiais amiláceos (ROCHA, 2010).
O amido é o principal polissacarídeo de reserva do reino vegetal, com destaque para as
produções mais importantes economicamente, como o trigo, o arroz, milho, mandioca e batata
(ALEIXO JÚNIOR, 2018).
Em relação ao seu modo de ação as enzimas amiolíticas podem ser divididas em duas
grandes categorias: as endoamilases, as quais catalisam a hidrólise das ligações glicosídicas
do tipo -1,4 de maneira aleatória no interior da molécula de amido gerando oligossacarídeos
ramificados e lineares de vários comprimentos de cadeias, e as exoamilases, as quais
hidrolisam sucessivamente ligações glicosídicas e partir da extremidade não redutora das
mesmas, resultado em produtos finais pequenos (ROCHA,2010; GUPTA et al, 2003).
17
No setor industrial as mais utilizadas são as proteases, que ocupam 40% do mercado
de enzimas, seguidas das carboidrases (amilases e celulases) e lipases (SHARMA, CHISTI,
BANERJEE, 2001). As amilases podem atuar em diversos setores industriais como na
indústria de produção de detergentes na etapa de remoção de manchas de amido, na
panificação para o aumento da acidez e volume do pão e na indústria de bebidas (GUPTA et
al. 2008).
18
4- METODOLOGIA
4.1 Microrganismo
O microrganismo utilizado foi o Aspergillus sp. FSDE16 isolado durante a realização
do trabalho de Carvalho-Gonçalves (2017). A cultura foi mantida em placas de Petri com
meio Ágar Batata Dextrose (BDA) incubadas durante 7 dias à 30°C e posteriormente
mantidas sob refrigeração. A Figura 1 mostra o crescimento do fungo em uma placa de Petri.
Figura 1: Aspergillus sp. FSDE16 em placa de petri.
Fonte: Autor
Para obtenção dos esporos foi utilizada água destilada esterilizada com quantidade
suficiente para cobrir a placa. Após raspagem dos esporos, foi retirado 1mL da suspensão e
diluído com 6mL de água destilada esterilizada. A contagem foi realizada em câmara de
Neubauer, contando um total de 5 quadrantes (4 extremidades e o central), utilizando a
equação 1 abaixo é possível encontrar a concentração de esporos por mL .
𝐶𝑒 (𝑒𝑠𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠/𝑚𝐿) = ∑ 𝑛
5
1
𝑥 5 𝑥 104𝑥 𝑓𝑑 (𝑒𝑞1)
19
Em que:
Ce = Concentração de esporos (esporos/mL);
Σn = soma algébrica do número de esporos contados na câmara de Neubauer (quatro
extremidades e o centro);
5 = fator para expandir para os 25 quadrantes da câmera;
104 = constante para a conversão de mm3 para cm3número total de quadrículos na câmara;
fd = fator de diluição utilizado.
Para inocular o meio de cultura foi calculado o volume necessário para ter uma
concentração de 105 esporos por grama de meio de cultivo, a equação 2 é apresentada abaixo.
Vi = Cd (
esporo
grama) x m (g)
Ce (esporo
mL)
(𝑒𝑞2)
Em que:
Vi = volume de inóculo (mL);
Cd = concentração de inóculo desejada (esporos/g) = 105;
m = massa de meio de cultivo usada (g) = 100 gramas;
Ce = concentração de esporos da suspensão (esporos/mL).
4.2 Cultivo
O meio de cultura utilizado para a produção de enzimas a partir do Aspergillus sp
FSDE16 foi o bagaço de malte. O bagaço de malte foi o mesmo utilizado no trabalho Aleixo
(2018) sendo resíduo da produção de cerveja artesanal do tipo Blond Ale, que foi seco em
estufa com circulação de ar a 55°C, posteriormente armazenado a temperatura ambiente. A
Figura 2 mostra o bagaço de malte utilizado.
20
Figura 2: Bagaço de malte usado nos cultivos.
Fonte: Autor
Para avaliar a solução de umidificação do bagaço de malte foram realizados cultivos
usando como solução de umidificação água destilada e cultivos usando solução de sais (
sulfato de amônia 3,3 g/L e fosfato de potássio 1,5 g/L). Todos os cultivos foram realizados
em duplicata.
A umidade do bagaço de malte foi ajustada para 70%. O ajuste da umidade seguiu a
equação 3 abaixo:
MSU = Ms ∗ (Ud − Us)
1 − Ud (𝑒𝑞3)
Em que:
MSU = massa da solução de umidificação adicionada (g);
Ms = massa do substrato (g);
Ud = umidade desejada (%);
Us = umidade do substrato (%).
Os cultivos foram realizados em frascos Erlenmeyer de 1000 mL com 100 gramas de
bagaço de malte umidificado. Os meios de cultivo foram esterilizados em autoclave a 121°C e
21
1 atm durante 15 minutos. A Figura 3 abaixo apresenta o bagaço de malte umidificado após
esterilização.
Figura 3: Bagaço de malte esterilizado pronto para inoculação.
Fonte: Autor
O volume de inóculo encontrado usando a equação (2) foi adicionado ao frasco de
Ernlemeyer de 1L com meio já esterilizado e foi realizada uma agitação manual a fim de
espalhar os esporos na maior parte possível dos 100g de meio de cultivo. O cultivo ocorreu
durante 5 dias à pressão atmosférica e temperatura média de 30°C.
Nos cultivos para verificar a influência da solução de umidificação após o quinto dia
de cultivo foi realizada extração das enzimas produzidas. Escolhida a solução de umidificação
foram realizados cultivos com a solução escolhida, nas mesmas condições, agora retirando
amostra a cada 24 horas de cultivo durante 10 dias.
A extração foi realizada com a incubação do meio cultivado com água destilada
seguindo uma proporção substrato solvente de 1g de substrato para 30mL água destilada, a
extração ocorreu durante 30 minutos sob agitação manual. Por fim foi filtrado com papel de
filtro qualitativo e congelado para futura análise da atividade enzimática.
22
4.3Atividade enzimática
4.3.1 Atividade de Amilase
A determinação da atividade enzimática seguiu a equação 4, apresentada abaixo, foi
utilizado o método de Aiyer(2004) com modificações. Em banho termostático a 50°C foi
adicionado um tubo de ensaio contendo 0,25mL de amido solúvel 1% em tampão citrato de
sódio pH 5,0 e 0,25mL da amostra proveniente da extração enzimática. A reação ocorreu por
30 minutos, os açucares redutores foram determinados pela técnica do ácido dinitrosalicílico
(DNS).Foram preparados ensaios controle contendo 0,25mL de extrato enzimático e 0,25mL
de tampão citrato de sódio pH 5,0. O branco do espectrofotômetro foi preparado com 0,5 mL
de tampão citrato de sódio pH 5,0 e 0,5mL de DNS. As leituras foram realizadas em 540nm, a
conversão das leituras de absorbância em concentração foi realizada utilizando solução de
glicose como padrão (MILLER, 1959).Uma unidade de atividade enzimática corresponde à
quantidade de enzima capaz de liberar 1,0 µmol de glicose por minuto nas condições do
método proposto (ALVA et al., 2007).
𝐴𝑚𝑖𝑙𝑎𝑠𝑒 (u
g) =
((𝐴 − 𝐵). 𝑓. 𝑑. 𝑣. 𝑅)
0,18. 𝑡. 𝑉𝑒 (𝑒𝑞4)
Em que:
A = absorbância da amostra;
B = absorbância do branco da amostra;
f = fator de conversão da curva;
d = diluição da amostra;
V = volume total do meio de reação (mL);
0,18 = fator de conversão de miligramas para µmol de glicose;
t = tempo de reação (min);
Ve = volume da enzima no meio de reação (mL);
R = razão volume de solvente por grama de meio cultivado (mL/g).
23
Foram também realizadas atividades de amilase, para determinar a melhor condição de
pH, variando o pH de 3 a 6,5 com um passo de 0,5 na solução de amido 1% mantendo a
temperatura a 50°C. Na melhor condição de pH encontrado foi determinada a temperatura de
maior atividade de amilases variando a temperatura de 30 a 70°C com um passo de 20°C,
mantendo o pH a 5,0.
4.3.2 Atividade CMCase e FPase
As atividades enzimáticas CMCase e FPase foram realizadas de acordo com a
metodologia de Ghose (1987). Para CMCase foi utilizado solução a 4% de
carboximetilcelulose (CMC) em tampão citrato de sódio (pH = 5,0) durante 10 minutos e para
FPase foi utilizado uma tira (1x6 cm) de papel de filtro e tampão citrato de sódio (pH = 5,0)
durante 1 hora de reação. A quantificação dos açúcares redutores liberados foi realizado pela
análise de DNS .
Para a determinação dos valores de CMCase foi utilizada a seguinte equação:
CMCase (U g)⁄ = (A − B). f. d. V
0,18. t. Ve (𝑒𝑞5)
Em que:
A = Absorbância da amostra;
B = Absorbância do controle da amostra;
f = Fator de conversão da curva de calibração (mg/mL);
d = Diluição da amostra (mL/g);
V = Volume total do meio de reação (mL);
0,18 = Fator de conversão de mg para µmol de glicose;
t = Tempo de reação (min);
Ve = Volume da enzima no meio de reação (mL).
Para a determinação dos valores de FPase foi utilizada a seguinte equação:
24
FPase (U g)⁄ = (A − B). f. d. 𝑉
0,18. 𝑡. Ve (𝑒𝑞6)
Em que:
A = Absorbância da amostra;
B = Absorbância do controle da amostra;
f = Fator de conversão da curva de calibração (mg/mL);
d = Diluição da amostra (mL/g);
V = Volume total do meio de reação (mL);
0,18 = Fator de conversão de mg para µmol de glicose;
t = Tempo de reação (min);
Ve = Volume da enzima no meio de reação (mL).
25
5- RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Avaliação da solução de umidificação do bagaço de malte
Como solução de umidificação foram avaliadas a utilização de água destilada (sem
sais) e uma solução com sulfato de amônia e fosfato de potássio (com sais). O bagaço de
malte foi umedecido com as respectivas soluções e após inoculação foi incubado durante 5
dias.
A atividade enzimática foi maior no meio de cultivo umidificado com sais (sulfato de
amônio a 3,3 g/L, fosfato de potássio a 1,5 g/L). A Figura 4 apresenta os valores de CMCase,
FPase e amilase para o cultivo de 120h.
Figura 4: Atividade enzimática para cultivos com e sem sais.
Fonte: Autor
Os sais adicionados ao bagaço de malte são fontes de nitrogênio e fósforo para o
microrganismos, sendo estes componentes essenciais para o desenvolvimento do mesmo, a
adição dos sais trouxe benefícios a síntese das amilases.
Cunha et al. (2012) obteve em sua melhor produção de CMCase 0,432 U/mL
utilizando Aspergillus niger A12 em 30h de cultivo em estado submerso onde a melhor
atividade de CMCase do Aspergillus sp. FSDE16 foi de 0,919 U/mL . Já Rocha (2010) obteve
1.2120.263
7.009
13.786
0.761
18.336
0
5
10
15
20
25
CMCase Fpase Amilase
ati
vid
ad
e (U
/g)
Sem sais
Com sais
26
maior atividade celulásica igual a 7,20 U/g a partir do Aspergillus nigerATCC 16404 com
fermentação em estado sólido utilizando resíduo de arroz e maracujá como meio de cultivo.
Aleixo Júnior (2018) utilizou Penicillium sp. FSDE 15, bagaço de malte com 70% de
umidade como substrato com 105 esporos/g para produção de enzimas, obteve maiores
resultados as 120h de cultivo com CMCase de 12,4 U/gms, FPase 11,02 U/gms e amilase de
30,6 U/gms.
5.2 Cinética de produção de amilases
Com os resultados obtidos do ajuste da umidade do meio de cultivo, foi escolhido o
ajuste utilizando sais para a realização de uma curva de produção de amilase durante 240h (10
dias) com o intuito de encontrar o dia em que ocorre o pico de produção de enzimas.
A Figura 5 apresenta os valores da atividade enzimática da amilase de 0 a 240h com
um passo de 24h.
Figura 5 :Atividade de amilase durante 240h de cultivo.
Fonte: Autor
Constatou-se que a maior produção de amilase ocorreu as 120h (5° dia) 17,427 U/g e
após esse período ocorreu uma redução da atividade de amilases até às 240h. Este fato é
comum de ocorrer na produção de enzimas e pode estar associado as transformações ocorridas
no meio de cultivo, com o acúmulo de outros metabólicos que podem degrada a amilases
4,7825,669
10,585
13,308 12,236
17,427
15,555 12,08311,0796
10,8249,632
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240
ati
vid
ad
e en
zim
áti
ca (
U/g
)
horas
27
produzidas. Rocha (2010) realizou um estudo cinético da atividade amilásica durante 12 dias
utilizando Aspergillus nigerATCC 16404 com cultivo em estado sólido utilizando resíduo de
arroz e maracujá como meio de cultivo a 28°C, obteve ao quinto dia 12,10 U/g de atividade
amilásica.
As Figuras 6, 7, 8, 9 e 10 ilustram o crescimento do microrganismo no meio de cultivo
em dias específicos, sendo 48h, 72h, 96h, 120h e 240h respectivamente.
Figura 6, 7 e 8 :Crescimento do cultivo em 48h, 72h e 96h.
Fonte: Autor
Figura 9 e 10 :Crescimento do cultivo em 120h, 240h.
Fonte: Autor
28
5.3 Caracterização da amilase produzida em relação ao pH
Na caracterização da amilase em relação ao pH, foram realizadas atividades
enzimáticas a 50°C e com o pH variando de 3 a 6,5. A Figura 11 apresenta os valores da
atividade enzimática para as soluções de amido 1% com diferentes pH.
Figura11 :Atividade amilase com diferentes pH
Fonte: Autor
Foi observado que a faixa de pH que apresenta maior atividade amilásica (U/g) é entre
4,5 e 5 com valores de atividade enzimática de 15,180 (U/g) e 17,427 (U/g) respectivamente.
No entanto observando os dados pode-se ver que entre o pH 3 a 5,5 a variação da atividade de
amilase é pequena, ou seja, podemos considerar que a enzima produzida atua bem na faixa de
pH ácido de 3 a 5,5.
No trabalho de Aleixo Júnior (2018) que utilizou Penicillium sp. FSDE 15 e o bagaço de
malte a atividade de amiliase ótima também foi em pH 5, mas a atividade reduziu a
aproximadamente 20% do valor inicial para pH entre 3 e 4. Como o pH é uma variável que sofre
alteração ao longo do processo, trabalhar com uma enzima que apresente uma faixa maior de pH
pode ser interessante.
14.585 13.598 13.64915.18
17.427
13.512
10.824
10.024
0
5
10
15
20
25
3 3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5
ati
vid
ad
e en
zim
áti
ca (
U/g
)
pH
29
5.4 Caracterização da amilase produzida em relação a temperatura
Foram realizadas atividade enzimática da amilase nas temperaturas, 30°C, 50°C e
70°C a um pH constante de 5. A Figura 12 apresenta os valores da atividade amilásica (U/g).
Figura 12 :Atividade amilase com diferentes temperaturas.
Fonte: Autor
A atividade realizada a 70°C apresentou maior atividade enzimática com 19,878 U/g
quando comparado com 30°C e 50°C os quais apresentaram atividade de 15,453 U/g e 17,427
U/g respectivamente. Aleixo Júnior (2018) encontrou resultados semelhantes quando utilizou
Penicillium sp. FSDE 15 e bagaço de malte, ou seja, maior atividade de amilase a 70ºC, mas
com redução de atividade de 80% quando utiliza temperatura de 30ºC. A depender do
processo em que a enzima será utilizada pode ser interessante ter uma condição de trabalho
ótima em temperatura mais baixas, próximas a temperatura ambiente.
Este é um estudo inicial da produção de amilases usando o bagaço de malte por fungos
que foram isolado da região. Neste trabalho foi percebido o potencial do Aspegillus sp FSDE
16 na produção de amilases, e a enzima produzida possue características de atuação em
condições de pH e temperatura em ampla faixa. É necessário estudos que avaliem a
estabilidade da enzima nestas condições de operação bem como realizar a hidrólise de
matéria-prima que contenha amido.
15.45317.427
19.878
0
5
10
15
20
25
30 50 70
ati
vid
ad
e en
zim
áti
ca (
U/g
)
Temperatura (°C)
30
6- CONCLUSÃO
É possível a produção de enzimas a partir do cultivo do Aspergillus sp. FSDE16
utilizando como substrato o bagaço de malte. O trabalho apresentou resultados de produção
de amilase satisfatório com base na produção de outros pesquisadores.
A fermentação apresentou vantagens pelas condições de crescimento do
microrganismo se apresentaram viáveis em temperatura média de 30°C, dessa forma sendo
uma produção vantajosa na região, além disso a melhor produção de enzimas necessitou de
uma solução de umidificação simples composta apenas com uma solução de sulfato de
amônio e fosfato de potássio.
O bagaço de malte se apresentou como um meio de cultivo bastante viável e promissor
por ser um resíduo industrial com disponibilidade o ano todo no mercado brasileiro, por
apresentar baixo custo e ter facilidade em encontrar no mercado tanto em pequenas quanto em
grandes quantidades.
Os valores de pH e temperatura para melhor atividade de amilase mostrou que a
enzima produzida trabalha bem em amplas faixa, podendo assim ser utilizada em diferentes
aplicações.
31
7- REFERÊNCIAS
ALEIXO JÚNIOR, M. E. Produção e caracterização de enzimas produzidas por Penicillium
sp FSDE 15 usando bagaço de malte. Dissertação de mestrado. Universidade Federal da
Paraíba, 2018.
ALVA, S. et al. Production and characterization of fungal amylase enzyme isolated from
Aspergillus sp. JGI 12 in solid state culture. African Journal of Biotechnology, v. 6, n. 5, p.
576, 2007.
AMORIM, B. C. Estudo da produção de celulases por fermentação semissólida em bagaço de
caju (anarcadiumorcidentallelineu) utilizando o microorganismoTrichoderma sp. Campina
Grande, 2010. 68 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) UFCG, Campina
Grande, 2010.
AQUARONE, E. et al. Biotecnologia industrial. São Paulo: Editora BlücherLtda, 2001. v. 4.
ARAÚJO, L. F. Enriquecimento Protéico do Mandacaru sem Espinhos e Palma Forrageira
por Fermentação Semi-Sólida. Tese – Programa de Pós-graduação em Engenharia de
Processos, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, PB, 2004.
AIYER, P. V. 2004. Effect of C:N ratio on alpha amylase production by Bacillus
licheniformis SPT 27. Afr. J. Biotechnol., 3(10): 519-522.
CORDEIRO, L. G.; EL-AOUAR, Â. A.; GUSMÃO, R. P. Caracterização do Bagaçode Malte
Oriundo de Cervejarias.Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável v. 7,
n. 3, p. 20-22, 2012.
CORRÊA, R. C. G., et al. Endophytic fungi: expanding the arsenal of industrial enzyme
producers. The Journal of Industrial Microbiology and Biotechnology, v.41, p.1467– 1478,
2014.
CORREIA, R.T.P..Estudo do cultivo semi-sólido em resíduos de abacaxi por
Saccharomycescereviseae e Rhizopusoligosporus.. Tese-Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN, 2004.
COURI, S. Efeito de cátions na morfologia do agregado e na produção de poligalacturonase
por Aspergillusniger mutante 3T5B8. 198f. Tese (Doutorado em Ciências). Pósgraduação em
32
Tecnologia de Processos Bioquímicos. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro-RJ, 1993.
CUNHA, F. M., Esperança M. N., Zangirolami T. C., Badino A. C., e Farina C. S..
“Sequential solid-state and submerged cultivation of Aspergillus on sugarcane bagasse for the
production of cellulase.”Bioresource Technology (ElsevierLtd.) 112 (February 2012): 270-
274.
DEL BIANCHI, V. L., MORAES, I. O., CAPALBO, D. M. F. Biotecnologia industrial:
Fermentação em Estado Sólido. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, vol.2, 2001.
FERNANDES, M. L. M. Produção de lipases por fermentação no estado sólido e sua
utilização em biocatálise. 2007. 120 f. Tese (Doutorado em Química) – UniversidadeFederal
do Paraná, Curitiba, 2007.
GAUTAM, A.;KUMAR, A.; DUTT, D. Co-CultivationofPenicillium sp. AKB-24
andAspergillusnidulans AKB-25 as a cost-effective method to produce
cellulasesforthehydrolysis of pearl millet stover.Fermentation, v.2, n.2, 2016.
GERVAIS, P., MOLIN, P. The role of water in solid-state fermentation.Biochemical
Engineering Journal, v.13, p.85-101, 2003.
GHOSE, T. K. Measurement of cellulase activities. Pure and Applied Chemistry, Oxford, v.
59, p. 257-268, 1987.
GUPTA, A ., GUPTA, V.K., MODI, V.R., YADAVA, L.P.. Production and characterization
of α- Amilase from Aspergillus niger. Biotechnology 7 v.3, p. 551-556, 2008.
GUPTA, R., GIGRAS, P., MOHAPATRA, H., GOSWAMI, V.K., CHAUHAN, B. Microbial
a- amylases: a biotechnological perspective. Process Biochemistry, v. 38, p.1599-1616, 2003.
GUTIERREZ-ROJAS, M., FAVELA-TORRES, E., CORDOVA-LOPES, J., GARCIA-
RIVERO, M., Kinetics of growth of Aspergillus niger during submerg, agar surface and solid
statefermentation. Process Biochemistry, v.33, n.2, p.103-103, 1998.
KIRIN HOLDINGS.Global Beer Consumption by Country in 2014.Disponível em:
https://www.kirinholdings.co.jp/english/news/2015/1224_01.html. Acesso em: 09/10/2018.
33
LONSANE, B.K., GHIDYAL, N.P., BUDIATMAN, S., RAMAKRISHNA, S.V..Engineering
aspects of solid state fermentation.Enz. And Microbial Technol., v. 7, p. 258-265, 1985.
MATHIAS, T. R. S.; MELLO, P. P.; SERVULO, E. F. C. Caracterização de Resíduos
Cervejeiros. XX Congresso Brasileiro de Engenharia Química - Engenharia e Tecnologia de
Alimentos. Florianópolis, Santa Catarina, outubro de2014.
Mendes, A. A.; de Castro, H. F.; Rodrigues, D. S.; Adriano, W. S.; Tardioli, P.
W.;Mammarella, E. J.; Giordano, R. C.; Giordano, R. L. C.; J. Ind. Microbiol. Biotechnol.
(2010), doi:10.1007/s10295-010-0880-9.
MENDES, Adriano A. et al . Aplicação de quitosana como suporte para a imobilizaçãode
enzimas de interesse industrial. Quím.Nova, São Paulo , v. 34, n. 5, p. 831-840, 2011 .
Bagaço de Malte / Cevada Processada / Polpa de Cevada. Disponível em:
<mfrural.com.br/detalhe/bagaco-de-malte-cevada-processada-polpa-de-cevada-atendemos-rs-
pr-mg-ba-go-106819.aspx> acessado 03 de novembro de 2018.
MILLER, G. L. Use of dinitrosalicylic acid reagent for determination of reducing
sugar.Analytical Chemistry, v. 31, n. 3, p. 426-428, 1959.
MUSSATTO, S. I.; DRAGONE, G.; ROBERTO, I. C.Brewer’s spent
grain:generation,characteristics and potential applications. Journalof Cereal Science, v. 43, n.
1, p. 1-14, 2006.
ORLANDELLI, R. C.; SPECIAN, V.; FELBER, A. C.; PAMPHILE, J. A. Enzimas de
interesse industrial: produção por fungos e aplicações. SaBios: Revista de Saúde e Biologia,
v. 7, n. 3, p. 97-109, 2012.
PANDEY, A. Solidstatefermentation. Biochemical.Engineering Journal, v.13, n.2/3, p.81-84,
2003.
RAVINDAR, D. J.; ELANGOVAN, N. Molecular identification of amylase
producingBacillus subtilis and detection of optimal conditions.Journal oh
PharmacyResearch,v.6,p. 426-430, 2013.
REINOLD, M.R. A Cervejaria e o meio ambiente. In: REINOLD, M.R. Manual Prático de
Cervejaria, 1. ed. São Paulo: ADEN – Editora e Comunicações Ltdap.163-197, 1997.
34
ROCHA, C. P. Otimização da produção de enzimas por Aspergillusniger em fermentação em
estado sólido. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Uberlândia, 2010.
RODRIGUES, A. M.; SANTANA, E. S. Efeito do cloreto de sódio na produção de proteínas
(Saccharomycescerevisiae) em fermentação semi-sólida. Ciência e Tecnologia de Alimentos,
Campinas, v. 21, n.1, p. 57-62, 2001.
ROSA, C. A. R.; CAMPOS, S. G.; BARONI, F. A.; Práticas de micologia veterinária.
UFRRJ. Instituto de Veterinária. Departamento de Micologia e Imunologia Veterinária.
MicologiaVeterinária. Prática 8.Seropédica, 2002.
SAINI, J. K.; SAINI, R.; TEWARI, L. Lignocellulosic agriculture wastes as biomass
feedstocks for second-generation bioethanol production: concepts and recent developments.
Biotech, v. 5, n. 4, p. 337-353, 2015.
SENA, A. R.; KOBLITZ, M. G. B.; GÓES NETO, A.; UETANABARO, A. P. T. Seleção
defungos do Semi-árido baiano secretores de hidrolases de interesse em alimentos.
Sitientibus, Feira de Santana, n. 35, p. 91-98, 2006.
Sharma, R.; Chisti, Y.;Banerjee, U. C.; Biotechnol. Adv. 2001, 19, 627.
WANG, S.; LIANG, Y.; LIANG, T. Purification and characterization of a novel
alkalistableaamylase from Chryseobacteriumtaeanense TKU001, and application in
antioxidant andprebiotic.Process Biochemistry, v. 46, p. 745–750, 2011.
WANG, D.; SAKODA, A.; SUZUKI, M. Biological efficiency and nutritional value
of Pleurotus ostreatus cultivated on spent beer grain. Bioresource Technology, v.78, p.293-
300, 2001..