universidade federal do estado do espÍrito santo - ufes · 2019. 9. 17. · universidade federal...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - UFES
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
MIGUEL ÂNGELO MILIOLI
A GESTÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA DA ATIVIDADE ESPORTIVA:
UMA ANÁLISE DO CAPIXABÃO SÉRIE A 2018
VITÓRIA - ES
2018
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MIGUEL ÂNGELO MILIOLI
A GESTÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA DA ATIVIDADE ESPORTIVA:
UMA ANÁLISE DO CAPIXABÃO SÉRIE A 2018
Trabalho de Conclusão de curso
apresentado à Universidade Federal do
Espírito Santo, como requisito parcial para
obtenção de título de Bacharel em
Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. Eduardo José
Zanoteli
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Dr. Eduardo José Zanoteli
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
______________________________________
Prof. Ms. Jean Carlos Freitas Gama
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
______________________________________
Prof. Ma. Sayonara Cunha de Paula
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Vitória - ES, 26 de novembro de 2018.
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DEDICATÓRIA
A Deus, por ser extremamente paciente e
piedoso comigo.
Ao PUPT, por ter nos preparado para o
vestibular da UFES.
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AGRADECIMENTOS
Aos Profs. Drs. Orientador e Co-Orientador, braços amigos de todas as etapas deste
trabalho.
Aos profissionais e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de
nossas vidas.
A todos que direta ou indiretamente, colaboraram para a realização e finalização deste
projeto.
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EPÍGRAFE
Que todos os nossos esforços estejam
sempre focados no desafio à
impossibilidade. Todas as grandes
conquistas humanas vieram daquilo que
parecia impossível (Charles Chaplin).
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MILIOLI, MIGUEL ÂNGELO.
A GESTÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA DA ATIVIDADE ESPORTIVA: UMA
ANÁLISE DO CAPIXABÃO SÉRIE A 2018
. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física.
Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Federal do Espírito Santo, 2018.
RESUMO
O estudo se propôs a responder como os boletins financeiros “borderôs” podem
contribuir para a gestão econômica e financeira da atividade esportiva do futebol
capixaba. Assim tem como objetivo validar a utilização destes documentos o
identificando útil a gestão esportiva dos clubes de futebol. As amostras base para as
estimativas dos modelos, são aquelas obtidas no levantamento dos dados de cada
boletim financeiro produzido no jogo para cada equipe participante-mandante. Nos
procedimentos de cálculo para o valor comercial da indústria do futebol, foi utilizado o
“ranking do futebol capixaba, publicado pelo Globo Esporte (2017a). As projeções
das informações extraídas do “ranking” foram trabalhadas com os dados do
campeonato série A capixaba de 2018. Foi estimado assim um valor para a indústria
de futebol capixaba de R$ 233.388.897, 01. Valor próximo ao cálculo que define em
2% o valor do PIB do Futebol, observando o PIB do ES em 2017 – R$
120.900.000.000,00 = R$ 2.418.000.000,00 considerado que os Clubes movimentam
só 10% deste valor = R$ 241.800.000,00. Os profissionais da educação física dentro
das perspectivas de geração de resultados, trabalhos com as equipes de futebol,
profissional feminina e masculino, e equipes, formação de técnicos e treinadores de
futebol, são imprescindíveis. Onde sua atuação está ligada diretamente ao conjunto
das receitas que o clube pode produzir. Com a obrigação da certificação dos técnicos
e a Licença de Clubes, a maioria das agremiações de futebol capixaba, pelas
simulações dos modelos, apresentarão déficit já no primeiro mês quando vigorar a
Licença Série D – 2021. Exigindo a análise econômica e financeira das
demonstrações contábeis, para uma gestão esportiva profissional que proporcione a
perenidade dos clubes capixabas.
Palavras-chave: Indústria Esportiva. Profissionais da Educação Física. Licença de
Clubes. Análise Econômica e Financeira. Gestão Esportiva.
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THE ECONOMIC AND FINANCIAL MANAGEMENT OF SPORTIVE ACTIVITY: AN
ANALYSIS OF THE CAPEXABÃO SERIE A 2018
. Completion of course work. Bachelor's Degree in Physical Education. Center for
Physical Education and Sport. Federal University of Espírito Santo, 2018.
ABSTRACT
The study set out to answer how the "border" financial bulletins can contribute to the
economic and financial management of the sports activity of the Capixaba football.
Thus, it aims to validate the use of these documents and to identify the sporting
management of soccer clubs as useful. The base samples for the model estimates are
those obtained in the data collection of each financial bulletin produced in the game
for each participant-client team. In the calculation procedures for the commercial value
of the soccer industry, the "rankings of capixaba soccer, published by Globo Esporte
(2017a) were used. The projections of the information extracted from the ranking were
worked with the data of the series championship A capixaba of 2018. It was thus
estimated a value for the industry of soccer capixaba of R $ 233,388,897, 01. Value
close to the calculation that defines in 2% the value of the PIB of the Soccer, observing
the GDP of the ES in 2017 - R $ 120,900,000,000.00 = R $ 2,418,000,000,00
considered that the Clubs only move 10% of this value = R $ 241,800,000.00. Physical
education professionals within the perspectives of generating results, working with
football teams, women and men, and teams, training coaches and football coaches,
are essential. Where his performance is directly linked to the set of revenues that the
club can produce. With the certification of coaches and the Club License, most of the
football associations of the state of Espírito Santo, through model simulations, will
present a deficit in the first month when the D - 2021 Series License is in force.
Requiring the economic and financial analysis of the financial statements, for a
professional sports management that provides the perenniality of the capixabas clubs.
Keywords: Sports Industry. Physical Education Professionals. Club License. Economic
and Financial Analysis. Sports Management.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - DFC – Método Indireto 18a .......................................................... 73
Tabela 02 – DFC – Método Indireto 18b ......................................................... 74
Tabela 03 – Projetos da FES – Aprovados ..................................................... 110
Tabela 04 – Simulação da Indústria do Esporte do ES – 2017 – PIB - Mattar,
F. N. (2013, p.6) ...............................................................................................
125
Tabela 05 – Simulação da IFC pelo PIB 2017 – Brasil..................................... 130
Tabela 06 – Análise Vertical da DRE de 2015 do VFC – Modelo Oficial na
FES portal da Transparência ...........................................................................
131
Tabela 07 – Mensuração das Receitas dos Clubes do “Ranking do futebol
capixaba” do Globo Esporte (2017a) aplicando a distribuição % por grupo de
receitas de acordo com a DRE de 2015 do VFC ..............................................
132
Tabela 08 – Relação das Despesas total e Receitas Bruta dos Jogos do
Campeonato Estadual 2018 pelos Boletins Financeiros da FES .....................
139
Tabela 09 – Relação da Receita Bruta e Despesas Total dos Jogos do
Campeonato Capixaba 2018 pelos Boletins Financeiros da FES.....................
140
Tabela 10 – Mensuração da Receita Bruta Média dos Jogos do Campeonato
Capixaba 2018 Apurada pelos Boletins Financeiros da FES ..........................
140
Tabela 11 – Mensuração da Receita Líquida Média dos jogos do
Campeonato Capixaba 2018 Apurada pelos Boletins Financeiros da FES ......
141
Tabela 12 – Simulação de Receitas pelo Ticket Médio e Público dos diversos
Campeonatos do Futebol Brasileiro .................................................................
151
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Gráfico do Ponto de Equilíbrio ................................................... 32
Figura 02 – Projetos da FES – Aprovados....................................................... 50
Figura 03 – Parcela do IRRF – Incentivo – Simulação.................................... 52
Figura 04 – Gráfico com % da Natureza Jurídica dos Clubes Capixabas da
Série A de 2018................................................................................................
122
Figura 05 – Gráfico da Qualificação dos Responsáveis pelos Clubes de
Futebol do Estadual Série A – 2018 .................................................................
122
Figura 06 – Gráfico CNAE dos Clubes de Futebol do Estadual 2018 Série A. 123
Figura 07 - Gráfico dos Clubes de Futebol por Município Série A 2018 .......... 124
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LISTA DE QUADROS
Quadro 01 – Modelo de Balanço Patrimonial de um Clube de Futebol
Capixaba – Ativo ...........................................................................................
61
Quadro 02 - Modelo de Balanço Patrimonial de um Clube de Futebol
Capixaba – Passivo e Patrimônio Líquido ......................................................
62
Quadro 03 – Modelo da DRE de um Clube de Futebol Capixaba .................. 67
Quadro 04 – Fluxo de Caixa Operacional ...................................................... 71
Quadro 05 – Modelo legal da DFC simplificada, pela Lei 6.404/76 (lei das
S.A.) ...............................................................................................................
72
Quadro 06 – Controle Interno – Rateio Mensal/Ano das Despesas de
Compra/Criação da Página Web ....................................................................
75
Quadro 07 – Controle Interno – Rateio das Receitas de Patrocínio pela
WebSite Oficial ................................................................................................
76
Quadro 08 – Demonstração do Resultado dos Projetos ................................. 77
Quadro 09 – Análise Vertical –Balanço Patrimonial – Ativo ........................... 83
Quadro 10 – Análise Vertical – Balanço Patrimonial – Passivo ..................... 83
Quadro 11 – Análise Vertical – DRE – Receitas ........................................... 84
Quadro 12 – Análise Vertical – DRE – Despesas ........................................ 85
Quadro 13 – Análise Horizontal – Balanço Patrimonial Ativo ...................... 88
Quadro 14 – Análise Horizontal – Balanço Patrimonial Passivo ................. 89
Quadro 15 – Parcela do IRRF – Incentivo – Simulação .............................. 111
Quadro 16 – Forma de Administração nos Clubes da Série A de 2018....... 122
Quadro 17 – Valor Comercial dos Clubes de Futebol da Série A 2018........ 126
Quadro 18 – Valor Comercial dos Jogos da Série A 2018 por Clubes ........ 127
Quadro 19 – Simulação da IFC pela Média de Público da Série A, B e Copa
ES ....................................................................................................................
128
-
Quadro 20 – Origem da Coluna Total da Receita do Clube de um (01) jogo –
Valor Potencial ou Valor Comercial (VP ou VC) ...............................................
133
Quadro 21 - Planilha do teste da distribuição dos 5 grupos de receitas aos
demais clubes do campeonato estadual Série A proporcional as receitas da
DRE de 2015 do VFC .....................................................................................
135
Quadro 22 – Estimativas das Despesas Mensal dos Clubes dos Estadual
Série A Capixaba – 2018.................................................................................
136
Quadro 23 – Mensuração do Ponto de Equilíbrio para Suprimento das
Despesas Total Mensal dos Clubes Capixabas que Participaram do Estadual
Série A 2018 ....................................................................................................
137
Quadro 24 – Encargos Trabalhistas e Sociais Sobre um Salário Mensalista –
3ª Situação .....................................................................................................
138
Quadro 25 – Custos da Folha de Pagamento Hipotética de um Clube de
Futebol – Salário Máximo Consultado .............................................................
139
Quadro 26 – Mensuração da Depreciação dos Estádios – Hipotéticos ........... 140
Quadro 27 – Estimativas de Receitas e Perdas Observando Bilhetes
Vendidos, à Venda e a Capacidade Instalada (Maior Público Possível no
Estádio) Série A 2018 ......................................................................................
141
Quadro 28 – Receita Bruta e Líquida, Ticket Bruto e Líquido, e as Despesas
do Produto Jogos em % ...................................................................................
150
Quadro 29 – Simulação da Indústria do Futebol Capixaba com utilização dos
dados dos Boletins Financeiros do Campeonato Série A, VAT, projetados
com as médias de Público de 2017 para a Série B e Copa ES......................
151
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
APFUT – Autoridade Pública de Governança de Futebol
BFS – Boletins Financeiros
BOVESPA – Bolsa de Valores do Estado de São Paulo
CBC – Confederação Brasileira de Clubes
CBF - Confederação Brasileira de Futebol
CFC – Conselho Federal de Contabilidade
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CREF – Conselho Regional de Educação Física
DC – Demonstrações Contábeis
EDT - Estatuto de Defesa do Torcedor
EF – Educação Física
ES – Estado do Espírito Santo - UF
FES - Federação de Futebol do Estado do Espírito Santo
FGV – Fundação Getúlio Vargas
GEF – Gestão Econômica Financeira
GEFUT – Gestão Esportiva do Futebol
IBCI - Institutional Business Consultoria Internacional
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
IEB – Indústria Esportiva Brasileira
IEES – Indústria Esportiva do Espírito Santo
IF – Indústria do Futebol
IFB – Indústria do Futebol Brasileiro
IFC – Indústria do Futebol Capixaba
IFM – Indústria do Futebol Mundial
-
ITG – Instrução Técnica Geral
MCEE – Manual de Contabilidade para entidades esportivas (2017)
ME – Ministério do Esporte
ML – Manual de Licenças da CBF
NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade
NBC T - Norma Brasileira de Contabilidade Técnica
NBC TG - Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnicas Gerais
NTP – Número Total de Público ou NTT – Número Total de Torcedores
PIB – Produto Interno Bruto
PIBB – Produto Interno Bruto do Brasil
PIBES – Produto Interno Bruto do Espírito Santo
PIBIEB - PIB da Indústria do Esporte no Brasil
PIBIEES - PIB da Indústria do Esporte no Espírito Santo
PROFUT – Programa de Modernização da Gestão e Responsabilidade Fiscal do
Futebol Brasileiro
RBVI - Receita Bruta de Venda de Ingressos
RLVI – Receita Líquida de Venda de Ingressos
S.A. – Sociedade Anônima
SESI – Serviço Social da Indústria
VAT – Valor Adicional por Torcedor
VC – Valor Comercial
VFC – Vitória Futebol Clube
VP – Valor Potencial
-
LISTA DE ANEXOS
Anexo A – Descrição da natureza jurídica dos participantes da Série A – 2018.....
171
Anexo B – Gráfico em % da natureza jurídica dos clubes capixabas da Série A de
2018..........................................................................................................................
171
Anexo C – Pesquisa na Scielo – Scientific Electronic Library Online, do tema
“Gestão Esportiva do Futebol Capixaba Série A” em 2018......................................
171
Anexo D – Pesquisa na Scielo – Scientific Electronic Library Online, do tema
“Gestão Esportiva do Futebol Capixaba Série A” em 2018, por fragmentos: Gestão
Esportiva; do Futebol Capixaba; Série A...................................................................
172
Anexo E - Simulação do valor comercial (VC) dos clubes do ranking da média de
público do futebol capixaba do Globo Esporte – 04/11/2017. Método: Coluna Jogos
x Média de Público (Globo Esporte, 2017a) = Número Total de Público x VAT de
R$ 76,20...................................................................................................................
173
ANEXO F – Simulação do valor comercial do “Ranking da Média de Público” do
futebol capixaba do Globo Esporte (2017a), levando-se em consideração a
equiparação de todas as equipes relacionadas à melhor média de público do
Aracruz – 1704 fixa e ao maior número de partidas da Desportiva Ferroviária – 80
fixo............................................................................................................................
173
ANEXO G – Simulação do valor comercial do “Ranking da Média de Público” do
futebol capixaba do Globo Esporte (2017a), levando-se em consideração a melhor
média de público do Aracruz – 1704 fixa, e o número de jogos dos clubes listados
variável .....................................................................................................................
175
ANEXO H – Análise da Oferta e Demanda 01.......................................................... 175
ANEXO I – Análise da Oferta e Demanda 02.......................................................... 177
ANEXO J – Resultado esportivo e financeiro, público presente e estimado, da
Desportiva Ferroviária, no ano de 1980, nas 18 partidas do clube participando da
1ª divisão do campeonato brasileiro (BLOG DESPORTIVA FERROVIÁRIA, 2011)
178
ANEXO K – Valor Comercial dos Maiores Públicos de 2013 a 2017, levantados
pelo Globo Esporte em 04/11/2017 ..........................................................................
179
ANEXO L – Listas dos times do futebol capixaba que já participaram da série D do
-
campeonato brasileiro. Destaque para o primeiro jogo e seu resultado.................... 179
ANEXO M – Consultas no Google com o CNPJ dos clubes participantes do
Campeonato Série A, nome do clube, e o termo Demonstrações Contábeis..........
179
ANEXO N - Balanço Patrimonial do Vitória Futebol Clube de 2017 e 2015 – Ativo 182
ANEXO O - Balanço Patrimonial do Vitória Futebol Clube de 2017 e 2015 –
Passivo e Patrimônio Líquido ...................................................................................
182
ANEXO P – Demonstração do Resultado do Exercício do Vitória Futebol Clube de
2015 .........................................................................................................................
182
ANEXO Q - Fluxo de Caixa do Vitória Futebol Clube 2015 ..................................... 189
ANEXO R - Modelo do Boletim Financeiro da FES, do jogo do Clube Atlético de
Itapemirim e Desportiva Ferroviária ocorrido em 17/01/2018.................................. 189
ANEXO S – Súmula e Relatório da Partida do jogo do Clube Atlético Itapemirim e
Desportiva Ferroviária ocorrido em 17/01/2018 ......................................................
190
ANEXO T – Consulta dos Projetos Aprovados Aptos a Captação no ES ....... 189
ANEXO U – Relação dos Clubes de Futebol Estadual 2018 – Série A por Município 193
ANEXO V – Demonstração do Resultado com Maior Número de Subcontas ......... 194
-
SUMÁRIO
RESUMO iv
ABSTRACT v
LISTA DE TABELAS vi
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES vii
1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 19
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO....................................................................... 23
Problema ............................................................................................. 25
Objetivos.............................................................................................. 25
Objetivos Gerais ................................................................................. 25
Objetivos Específicos .......................................................................... 25
Justificativa.......................................................................................... 26
Hipóteses............................................................................................. 26
2 METODOLOGIA ................................................................................ 27
2.1 TIPOLOGIA DE PESQUISA .............................................................. 27
2.2 BASE DE DADOS .............................................................................. 27
3 ÉTICA NO DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO ............................... 28
4 GESTÃO ECONOMICA E FINANCEIRA: PRINCIPAIS TÓPICOS.... 30
4.1 O CAPIXABA E SEU FUTEBOL ...................................................... 30
4.1.1 Oferta e Demanda – Conceitos Aplicáveis ao Estudo......................... 33
4.1.2 Reflexões sobre o Capixabão Série A – Passado e Presente............ 34
4.1.3 Desportiva Ferroviária ........................................................................ 35
4.1.4 Rio Branco (Capa Preta) .................................................................... 35
4.1.5 Brasileirão Série D e a Participação dos Times Capixabas ............... 36
4.1.6 O Mais Recente Membro Capixaba Pertencente ao Futebol
-
Nacional............................................................................................. 36
4.2 A GESTÃO E O PLANO DE MODERNIZAÇÃO DO FUTEBOL
BRASILEIRO.......................................................................................
37
4.3 A GESTÃO, NAS CERTIFICAÇÕES E LICENÇAS DA CBF
ACADEMY...........................................................................................
38
4.4 A GESTÃO, NA LICENÇA DE CLUBES DA CBF – ASPECTOS
GERAIS...............................................................................................
42
4.4.1 Folha de Pagamento com Alguns Profissionais Exigidos do Clube –
Modelo Hipotético – Administrativo ...................................
51
4.4.2 Folha de Pagamento com Alguns Profissionais Exigidos do
Clube – Modelo Hipotético – Equipes ..................................
53
4.5 VOLUME DE RECURSOS MOVIMENTADOS PELO FUTEBOL NO
ES........................................................................................................
54
4.6 PROPOSTAS DE MENSURAÇÃO DOS VALORES......................... 54
4.7 VALOR COMERCIAL DOS CLUBES PELOS BOLETINS
FINANCEIROS....................................................................................
55
5 GESTÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA – ASPECTOS TÉCNICOS 56
5.1 USUÁRIOS INTERNOS E EXTERNOS............................................. 56
5.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - CONCEITOS... 59
5.3 OBSERVAÇÕES GERAIS DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS........................................................................................
61
5.4 BALANÇO PATRIMONIAL................................................................ 62
5.4.1 Modelo de Balanço Patrimonial de um Clube de Futebol
Capixaba ............................................................................................ 62
5.4.2 Classificação das Contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido
(PL) ....................................................................................... 65
-
5.5 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO (DRE) E A APURAÇÃO DE
RESULTADO (LUCRO/SUPERÁVIT – PREJUÍZO/DÉFICIT) ...........
67
5.5.1 Modelo da Demonstração de Resultado – DRE de um Clube de
Futebol Capixaba ................................................................................ 69
5.6 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)........................ 71
5.6.1 Modelo legal da DFC simplificada, pela Lei 6.404/76 (lei das S.A.).... 74
5.6.2 Modelo da DFC pelo MCEE .............................................................. 74
5.6.3 Apuração do Superávit e o Fluxo de Caixa Contábil por
Controles Internos ........................................................................... 76
6 ANÁLISE POR INDICADORES ....................................................... 79
6.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ..................................................................... 79
6.1.1 Índice de Liquidez Corrente (LC) ........................................................ 80
6.1.2 Índice de Liquidez Seca (LS) ............................................................. 80
6.13 Índice de Liquidez Geral (LG).............................................................. 80
6.2 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO ........................................................ 81
6.2.1 Índice de Endividamento Total (ET) .................................................... 81
6.2.2 Garantia de Capital de Terceiros (GT) ............................................... 81
6.3 ÍNDICES DE RENTABILIDADE ........................................................ 82
6.3.1 Margem Líquida sobre as Vendas (ML) ............................................. 82
6.3.2 Rentabilidade sobre o Capital Próprio (RCP) .................................... 82
6.3.3 Rentabilidade sobre o Ativo Total (RAT) ............................................ 82
Pay-back ............................................................................................. 82
6.4 ANÁLISE VERTICAL ......................................................................... 83
6.4.1 Modelos da Análise Vertical no Balanço Patrimonial de um Clube
Capixaba ................................................................................. 83
6.4.2 Modelos da Análise Vertical na Demonstração de Resultado do
Exercício de um Clube Capixaba...................................................... 84
-
6.5 ANÁLISE HORIZONTAL.................................................................... 88
6.5.1 Modelos da Análise Horizontal no Balanço Patrimonial de um Clube
Capixaba ............................................................................................. 89
6.6 ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DOS CLUBES
DE FUTEBOL – SEPARAÇÃO DAS ATIVIDADES: DO FUTEBOL
PROFISSIONAL, DO CLUBE SOCIAL E DOS ESPORTES
AMADORES ......................................................................................
91
7 O CASO SESI-SP- UM SUCESSO DA GESTÃO ESPORTIVA
TÉCNICA ............................................................................................
92
7.1 REFLEXOS DA GESTÃO TÉCNICA DO ESPORTE EM UMA
ENTIDADE NÃO ESPORTIVA (RESULTADOS ESPORTIVOS PRÓ-
SESI)..................... .....................................................................
100
7.2 DIVISORES DO ESPORTE EDUCAÇÃO, PARTICIPAÇÃO E ALTO
RENDIMENTO ........................................................................
100
8 PERGUNTAS PARA REFLETIR A MARCA DOS CLUBES DE
FUTEBOL CAPIXABA DIANTE ASSOCIADOS, USUÁRIOS,
SOCIEDADE, ATLETAS, INVESTIDORES E TORCEDORES..........
9 PROJETOS DESPORTIVOS E SOCIAIS – INTRODUÇÃO............... 103
9.1 PROJETOS DESPORTIVOS, ASSUNTOS GERAIS ......................... 108
9.2 DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS .................. 109
9.3 COMPROVAÇÃO DA CAPACIDADE TÉCNICO-OPERATIVA DO
PROPONENTE E OS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ....
109
9.4 OBSERVAÇÕES SOBRE OS PROJETOS DESPORTIVOS ............ 110
9.5 INCENTIVO – VALOR MÉDIO – UNITÁRIO ................................... 113
10 EMPREENDEDORISMO PARA PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA – BACHARELADO E FORMAÇÃO PLENA, E
GRADUADOS EM ESPORTE – GUIA DA ADMINISTRAÇÃO DE
CLUBES SOCIAIS E DESPORTIVOS ..............................................
113
-
11 RESULTADOS ................................................................................ 114
11.1 RESULTADOS EM TEXTOS, ANEXOS E FIGURAS ...................... 114
11.1.1 Qual é a importância de relacionar o valor comercial (valor
potencial) “Ranking de Média de Público” do futebol capixaba do
Globo Esporte (2017ª) com os boletins financeiros?
114
11.1.2 Oferta – Análise dos Anexos E – F................................................. 115
11.1.3 Oferta – Análise dos Anexos E – F - G............................................ 115
11.1.4 Demanda de Jogos passado e presente ....................................... 117
11.2 AUSÊNCIAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PUBLICADAS
EM SITE OFICIAL E NO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DA
FES................................................................
118
11.2.1 Modelo Observado em discordância ao Anexo 1 do MCEE ......... 118
11.2.3 Políticas de Contratação de Profissionais de Educação Física
Bacharelado, formação Plena e Esportes e Estagiários destas áreas
pelos Clubes .....................................................................................
119
11.2.4 SESI de SP – Uma Gestão possível para os Clubes de Futebol
Capixaba? .......................................................................................... 120
11.2.5 POLÍTICAS DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS
FINANCEIROS ATRAVÉS DE PROJETOS ESPORTIVOS
NOS CLUBES DE FUTEBOL DA SÉRIE A DE
2018...............................................................
121
11.2.6 Clube Formador. A exigência de Acompanhamento escolar e de
saúde ..................................................................................................
122
11.2.6 Distribuição em % da Natureza Jurídica dos Clubes de Futebol do
Estadual 2018 – Série A..............................................................
OBSERVAÇÕES DOS CLUBES DA SÉRIE A – 2018, QUANTO
NATUREZA JURÍDICA, ADMINISTRAÇÃO NOS CLUBES,
QUALIFICAÇÃO DOS ADMINISTRADORES, CNAE E CLUBES
-
POR MUNICÍPIO............................................................................... 122
11.4.2 Distribuição em % do Código Nacional de Atividade Econômica –
CNAE - dos Clubes de Futebol do Estadual de 2018 – Série A 124
11.4.3 Distribuição em % dos Clubes de Futebol do Estadual – Série A –
2018 por Município ........................................................................ 125
11.5 GASTOS E RECEITAS DO FUTEBOL SEGREGADAS DAS
ATIVIDADES ESPORTIVAS E SOCIAIS NAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS.......................................................................................
125
11.6 RESULTADOS EM PLANILHAS PARA MENSURAÇÃO DA
INDÚSTRIA DO ESPORTE PARA O ES ..........................................
126
11.7 ANÁLISE POR ÍNDICADORES DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS ......................................................................................
142
11.7.1 Análise Vertical no Balanço Patrimonial do VFC 2017 e 2015 146
11.7.2 Análise Vertical – DRE do VFC – 2015, Figura 10 e 11 147
11.7.3 Análise Horizontal no Balanço Patrimonial do VFC 2017 e 2015 148
12 VALOR DA INDÚSTRIA DO FUTEBOL E ESPORTIVA DO
ESPÍRITO SANTO .............................................................................. 149
12.1 Considerações para as estimativas aplicadas 149
13 DISCUSSÃO 152
13.1 ADMINISTRAÇÃO PROFISSIONAL E TRANSPARENTE COMEÇA
PELA PUBLICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DOS
CLUBES – LEGALMENTE OU POR AÇÃO VOLUNTÁRIA –
PADRONIZADAS PELO MCEE .............................
152
13.1.1 Ausências das Demonstrações Contábeis Publicadas em Site Oficial
dos Clubes e no Portal da Transparência da FES
152
13.1.2 Disposições Gerais sobre o que é evidenciado e não é registrado
............................................................................................................. 154
13.1.3 Gestão Esportiva Racional – Profissional pelos Clubes Participantes
-
do Campeonato Capixaba Série A – Desconstrutores ....................... 155
13.1.4 Políticas de Contratação dos Profissionais da Educação Física
Bacharelado, formação Plena e Esportes pelos Clubes, bem como
estagiários destas áreas .......................................................
156
14 SESI de SP – Uma Gestão possível para os Clubes de Futebol
Capixaba? ........................................................................................ 158
15 A definição da Indústria do Futebol e Indústria Esportiva segundo
Modelos discutivos ............................................................................. 160
17 CONCLUSÃO..................................................................................... 161
BIBLIOGRAFIA
-
24
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Estudos sobre a gestão esportiva sempre chamaram atenção de pesquisadores de
diversas áreas do conhecimento. São historiadores, administradores, economistas,
contadores, profissionais da Educação Física (EF) e outros que compartilham visões
distintas sobre o objeto e contribuem para o estímulo de debates. Dentro a grande
diversidade de objetos e também diferentes abordagens metodológicas possíveis para
tratar o fenômeno gestão esportiva, os clubes de futebol capixabas carecem de
atenção.
Para Leoncini e Da Silva, M. T. (2004, p.13): “Os trabalhos que tratam do tema futebol
como negócio no Brasil, além de escassos, na sua maioria relatam experiências
profissionais e opiniões de dirigentes esportivos”. Voltados à gestão pela razão, os
livros científicos internacionalmente tratam o esporte como negócio de forma geral.
Sendo a Inglaterra referência em publicação de livros da gestão de futebol moderno
(LEONCINI; DA SILVA, M.T. 2004, p.13).
Segundo Bastos e Mazzei (2015, p.22), Lamartine Pereira da Costa na conferência
de encerramento do I Congresso de Gestão Esportiva no Brasil, realizado em São
Paulo, em 2005, ressaltou que:
[...] as origens da Gestão do Esporte no Brasil estiveram atreladas ao curso
de Educação Física e remontam ao final dos anos 1920, através da Escola
de Educação Física do Exército apud (Da Costa 2005ª). [...] uma das
prioridades eram as instalações esportivas, [...] os manuais de instalações
esportivas eram o [...] que nós chamamos hoje de gestão [...] (BASTOS;
MAZZEI, 2015, p.23).
Para Bastos e Mazzei (2015, p.23), a Gestão do Esporte no Brasil, historicamente tem
uma ligação com a área de Educação Física e a graduação em Esporte.
Principalmente na formação acadêmica e profissional. Afirmam que esta proximidade,
também aconteceu em outros países, um exemplo foi os EUA. O que impulsionou o
desenvolvimento da Gestão do Esporte, a partir da necessidade de melhora nos locais
e atividades esportivas (BASTOS; MAZZEI, 2015, p.23).
Bastos e Mazzei (2015, p.23) entendem que a nível internacional, a cada momento
que surgia uma nova ferramenta gerencial, os profissionais da educação física
-
25
recorriam à Administração (e a Administração a eles), criando as oportunidades de
testar as recém ferramentas de gestão esportiva, ligadas diretamente aos anseios de
gestão nos locais de prática e das atividades esportivas.
No Brasil, este processo aconteceu tardiamente, e só recentemente se identifica a
evolução de gestão em algumas organizações esportivas. Não sendo padrão no
cenário organizacional/esportivo nacional. (BASTOS; MAZZEI, p.23).
O futebol é um grande negócio quando percebemos a capacidade de reunir multidões,
o envolvimento de setores e subsetores esportivos diversos e a movimentação de
vultosas cifras. Segundo Bastos e Mazzei (2015, p.29). “A Confederação Brasileira de
Clubes estima [...] mais de 13.000 clubes com sede própria no território nacional,
envolvendo 53 milhões de pessoas”. Sendo elas mantidas por associados e
organizadas principalmente, na forma de clubes socioesportivos. Uma característica
também peculiar aos clubes de futebol do estadual série A do capixabão (Anexo A e
B).
De acordo com Somoggi (2018), utilizando do estudo recente sobre as finanças dos
clubes brasileiros em 2017, da empresa Sports Value especializada em marketing
esportivo, “[...] o volume total gerado do mercado atualmente considerado as receitas
dos clubes, das 27 federações estaduais e da CBF é de R$ 6,25 bilhões”. Deste valor,
os 20 maiores clubes brasileiros são responsáveis, por 81% do total. O que propõe
serem as finanças dos clubes do futebol capixaba parte dos 19% restante da receita,
algo próximo a 1,19 bilhões em 2017.
Observando a importância econômica da indústria esportiva. Mattar, F. N. (2013, p.3),
citando o estudo realizado pelo Institutional Business Consultoria Internacional (IBCI),
concluiu que a Indústria do esporte emprega mais de 1 milhão de pessoas no país,
entre empregos diretos e indiretos (para cada emprego direto, o esporte gera trabalho
a outros 2,74 brasileiros, em média, em atividades relacionadas ao setor).
De forma geral, a administração do esporte é aplicada na Indústria do Esporte. Mattar,
F. N. (2013, p.2), compreendem ser este “o setor da economia que inclui a oferta de
grande variedade de produtos e serviços destinados a clientes e consumidores que
têm como fator comum a orientação para o esporte”. Da Silva, R. C. (2013, p.187),
expõe que: “O volume de movimentação financeira que envolve a Indústria do Esporte
-
26
e, [...], as Instituições Esportivas que a integram é tão expressivo que, [...], os
administradores dessas instituições são comparados aos de grandes corporações”.
Segundo Bastos e Mazzei (2015, p. 21), “a análise da Gestão do Esporte no Brasil é
uma tarefa que se depara com realidades extremas”. Ora, encontramos organizações
de prática e de administração do esporte com elevado nível de gestão. Ora, outras,
geridas na perspectiva do amadorismo.
Neste caminho, Mattar, F. N. (2013, p.7), citando Felício (2004:17), trata a afirmativa
que os gestores esportivos atuais não podem mais ser “aqueles entusiastas,
voluntaristas ou ‘associados filantrópicos’, por mais que sejam dedicados à causa
esportiva”. Sendo atribuição do gestor atual, conhecer técnicas, instrumentos,
conceitos e modelos de gestão.
Mattar, F. N. (2013, p.6), apud (Pires e Lopes, 2001, p.88 - 103), registram que “foi a
partir da década de 1980, que o conceito de Gestão Esportiva passou a adquirir maior
importância no mundo”. Onde o “estado de crise” do esporte (o descontrole financeiro
e tributário destas organizações), entre tantos fatores. Determinou a necessidade do
surgimento de novas mentalidades no que diz respeito ao seu desenvolvimento.
Bastos e Mazzei (2015, p. 21), apud (Inglis, 2007, p.1 - 14; Slack, 1996, p.97 - 105;
Zeigler, 2007, p.297 - 318), observam ainda que Gestão do Esporte é “[...] uma
ciência recente e pode ser definida como uma área multidisciplinar que para ser
aplicada é preciso primeiro compreender como o fenômeno esporte é visto em
determinado contexto”. (Grifos nosso).
Conforme Anexos C e D, observamos que não existem estudos que analisam a gestão
esportiva dos times no estadual capixaba série A. Portando, buscou-se reunir dados
e informações com o propósito de responder ao seguinte problema de pesquisa:
Como os boletins financeiros podem contribuir para a gestão econômica e
financeira da atividade esportiva?
Diante do problema de pesquisa acima apresentado o objetivo geral é: Identificar
como a gestão econômica e financeira pode contribuir para a gestão esportiva
dos clubes de futebol do estado do Espírito Santo.
O futebol do Espírito Santo está longe de aproveitar todo seu potencial econômico. As
receitas levantadas nos boletins financeiros dos jogos do Campeonato capixaba série
-
27
A em 2018, apontam que os clubes não conseguem usufruir plenamente sua
capacidade econômica, principalmente os agentes direto – clubes e federação.
Leoncini e Da Silva, M. T. (2004, p.12), infere em seu estudo que “[...] o valor comercial
(VC) estimado de cada time é calculado, multiplicando-se o número de torcedores por
US$ 20”.
Segundo o Estatuto de Defesa do Torcedor (2013, p. 10 – 11), capitulo II, que trata da
transparência na organização, em seu artigo 5º: “São asseguradas ao torcedor a
publicidade e transparência na organização das competições pelas entidades de
administração do desporto [...]”. Colaborando nisto, o § 1º, determina que seja
publicado na internet, em sítio da entidade responsável pela organização do evento,
diversas informações. Entre elas, consta a apresentação dos borderôs completos das
partidas, “os boletins financeiros”.
Neles estão representadas as despesas e as receitas de uma partida de futebol e sua
origem na dinâmica de ocupação das arquibancadas pelos torcedores, úteis à
estimativa, previsão e o planejamento futuro das receitas do produto jogos de futebol.
Sardinha et.al. (2015, p.24), observa neste sentido que: “planejar é lidar com futuro,
previsão e premissas”.
O que justifica o estudo dos boletins financeiros para a gestão esportiva dos clubes
capixabas é a ausência de trabalhos científicos sobre a “Gestão Esportiva do Futebol
Capixaba Série A”.
A validação destes documentos na gestão econômica financeira desta atividade
esportiva, que interage para criação de um modelo flexível de gestão as necessidades
dos cenários dos clubes, será um bom ponto de partida para estudos futuro. Leoncini
e Da Silva, M. T. (2004, p.13), citando Ekelund (1998), atesta nossa observação
quando diz: “foi a partir dos torcedores que todos os outros clientes (TV,
patrocinadores, etc.) surgiram”.
Existem fundamentos para afirmar que os boletins financeiros contribuem na gestão
econômica e financeira, os validando para a gestão esportiva dos clubes capixabas?
As associações que utilizarem os boletins financeiros como instrumento de gestão
esportiva terão informações úteis para a gestão econômica e financeira equilibrada?
-
28
2 METODOLOGIA
Essa seção observa os aspectos metodológicos do estudo, enfatizando a tipologia da
pesquisa, base de dados utilizado que deu suporte ao trabalho.
2.1 TIPOLOGIA DE PESQUISA
A metodologia empregada no trabalho, segundo Gerhardt et. al. (2009, p. 69), se
baseou nos conceitos oriundos da pesquisa bibliográfica, eletrônica e documental,
vistas que, a gestão econômica financeira e gestão esportiva na indústria esportiva do
futebol capixaba, são temas inexplorados cientificamente no ES (Anexo C e D), e o
objetivo central é antes exploratório/descritivo do que o de comprovar hipóteses da
pesquisa.
O que possibilitou a utilização de múltiplas fontes de informação: as de pesquisas
bibliográfica, eletrônica e documental em fontes primárias (documentos internos,
jornais e revistas especializadas em futebol) e secundárias - livros e texto científicos
sobre a gestão econômica, gestão esportiva, contabilidade, e os com relação a
conceitos administrativos (GERHARDT et.. al. 2009, p. 69).
Silveira e Córdova (2009, p 32), citando Deslauriers (1991, p.58), observa que “[...] O
objetivo da amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela
pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas
informações”. Desta forma, entende-se que o estudo ao analisar os boletins
financeiros do campeonato série A, não o limita no alcance de estimar o valor da
indústria esportiva do estado e a indústria do futebol local.
Quanto à natureza da pesquisa ela é aplicada, pois, objetiva gerar conhecimento para
aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos, envolvendo verdades
e interesses locais (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009, p 35).
Em Silveira e Córdova (2009, p 32) citando (GIL, 2007), observamos que a pesquisa
é de natureza explicativa e descritiva. Quanto ao objetivo explicativo, este se preocupa
em identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenômenos. Ou seja, este tipo de pesquisa explica o porquê das coisas através de
resultados oferecidos.
-
29
Segundo Silveira e Córdova (2009, p 35) citando (GIL, 2007), uma pesquisa
explicativa pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a identificação de
fatores que determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito
e detalhado. Sendo assim, dado que se busca verificar os fatores que justificam os
boletins financeiros do campeonato capixaba série A, contribuintes a gestão
econômica financeira e gestão esportiva, justifica-se o caráter explicativo do estudo.
2.2 – BASE DE DADOS
Esta pesquisa se baseia em dados primários obtidos nos boletins financeiros dos
jogos da série A capixaba, que segundo exigência do EDT, estão publicados na FES;
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF), do Globo Esporte, das pesquisas da FUTURA Consultoria
e Pesquisa, entre tantos outros; obtidos através da Internet em seus respectivos sites
oficiais.
A pesquisa faz uma análise a partir do campeonato capixaba série A. Com projeções
de despesas com as equipes: profissional, sub 20, sub 17 e sub 15 (estas últimas três,
categorias de base, por menção da exigência da Licença de Clubes da CBF, sem
aprofundamento), e segundo algumas das determinações para obtenção da Licença
dos Clubes – CBF.
E observa diante isto, a indústria esportiva do futebol no ES sem explorar todos os
objetos possíveis avaliáveis. Dentro das perspectivas de um trabalho acadêmico.
Gera um modelo experimental, ajustável à realidade, desde que sejam utilizados pelos
clubes; as reais informações quanto: a estruturação da organização, composição de
suas equipes, análise dos valores das contas patrimoniais e as de resultado, segundo
seus registros contábeis, controles internos e a elaboração de suas demonstrações
contábeis.
3 – ÉTICA NO DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO
O estudo produz um conhecimento referencial. Aquele que pode/poderá/deve ser
alterado a realidade dos fatos (devendo ser ajustado) para um resultado dentro da
-
30
dinâmica funcional de cada clube (pelas tomadas de decisões originalmente
executadas).
Segundo o Comitê de Ética em Pesquisas da FIOCRUZ (2018). As pesquisas que
venham utilizar apenas dados disponíveis a acesso público e irrestrito, pesquisas
bibliográficas, e as pesquisas que não envolva seres humanos não precisam de
apresentação ao comitê de ética para análise. Atestando a inegibilidade, o Comitê de
Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde (CEP/CCS/UFES, 2014) da
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em seu regimento interno, artigo 2º
diz que a ele: “[...] compete avaliar e acompanhar os aspectos éticos de todos os
protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, vinculados a este Centro [...]”.
As duas pesquisas da FUTURA utilizadas no estudo, tem seu uso livre a partir de 07
de mar de 2010 (De Oliveira), e 20 de maio de 2013 (De Almeida). Desde que
indicados: a fonte (Futura), a metodologia e o endereço eletrônico onde pode ser
acessada: (www.futuranet.ws).
A área de abrangência da pesquisa De Oliveira (2010) e De Almeida (2013) é a
Grande Vitória, considerando os municípios: Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra. O
número de entrevistados foi de 406 na De Oliveira (2010), e 401 na De Almeida (2013).
Com cotas por faixa etária, sexo e município de moradia.
O período de realização da pesquisa De Oliveira (2010) foi: 27 de fevereiro e 1º de
março de 2010. Observando o calendário de eventos da FES de 2018, presumi-se
que ela aconteceu durante o capixabão série A de 2010. O período de realização da
De Almeida (2013) foi 04 de março de 2012, e 24 e 25 de abril de 2013. Propondo que
em 2012 a FUTURA iniciou uma pesquisa durante o capixabão série A de 2012, e em
um segundo momento, prosseguiu num pós capixabão série A de 2013.
A margem de erro empregada é igual para ambas às pesquisas: 4,9 pontos
percentuais para mais ou para menos com intervalo de confiança de 95%. Os
cruzamentos por renda familiar expressam cortes por classe sendo classificadas
como:
D/E – Até R$ 1.020,00 - De Oliveira (2010); e até R$ 1.356,00 - De Almeida (2013);
C – De R$ 1.021,00 a R$ 2.550,00 – De Oliveira (2010); e de R$ 1.357,00 a R$
3.390,00 – De Almeida (2013);
-
31
A/B – Acima de R$ 2.550,00 – De Oliveira (2010); e de R$ 3.390,00 – De Almeida
(2013).
4 GESTÃO ECONÔMICA FINANCEIRA: PRINCIPAIS TÓPICOS
4.1 O CAPIXABA E SEU FUTEBOL
A Futura Pesquisa e Consultoria (FUTURA) é uma empresa com especialização em
pesquisa de mercado, pesquisa eleitoral e gestão de relacionamentos com
Stakeholders (público estratégico – pessoa ou grupo que tem interesse em uma
empresa, negócio ou indústria).
Nas pesquisas publicadas em seu site oficial: De Oliveira (2010, p.3), observa-se que
em pleno campeonato estadual de 2010; 84,2% dos capixabas não acompanhavam o
futebol local. E 13,3% o seguiam. E, na pesquisa De Almeida (2013, p.7) temos que
86,8% dos entrevistados, não acompanharam o capixabão 2013. E 13,2% seguiram
o campeonato. Um decréscimo de público de 3,09%, em três anos, quando observada
a resposta de não acompanhamento do campeonato.
Pelas pesquisas da FUTURA – 2010 (p.9) e 2013 (p.5), 65% e 75,2%,
respectivamente, dos entrevistados torciam por times de outro Estado Brasileiro.
Mostrando que quanto mais capixabas deixaram de seguir o futebol local (3,09%).
Mais capixabas torceram pelos times fora do Estado (15,69%).
Em Benevides, dos Santos e Cabral (2017, p.11), encontramos que clubes como:
Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Vasco, Botafogo e Fluminense
apresentam uma torcida com mais de 40% fora de seus estados de origem.
De Oliveira (2010, p.39) levantou que 50% dos entrevistados torciam pelo Flamengo;
Corinthians e São Paulo; 3,8%, Palmeiras; 3,4%, Vasco; 20,8%, Botafogo; 4,5% e
Fluminense; 5,7%. Observa-se ainda que 4,9% torciam pelo Cruzeiro e 1,1% pelo
Atlético Mineiro.
Já Almeida (2013, p.23) apresentou que 56,5% torciam pelo Flamengo; Corinthians;
6,3%; São Paulo; 3%, Palmeiras; 2%, Vasco 14,6%; pelo Botafogo e Fluminense;
5,3%. Dos entrevistados, 3,3% torciam pelo Cruzeiro e 0,3% pelo Atlético Mineiro.
-
32
Ainda, em Almeida (2013 p.2), observamos que de 2001 (56,8%) a 2013 (70,0%), mais
entrevistados não torcem por algum time de futebol capixaba. Neste período, no
mercado da bola, 23,24% dos entrevistados deixaram de torcer por um time capixaba.
Preocupante? De Almeida (2013, p.24), no quadro (Apenas para quem respondeu
que torce por algum time de outro Estado) x Faixa Etária. Aponta que temos jovens
capixabas, com idade de 16 a 19 anos, torcendo pelo Flamengo; 70%, Vasco; 15%,
Corinthians e Fluminense; 5% [...]. Indicando viés de mais capixabas futuramente,
prestigiando e consumindo produtos do futebol do RJ e SP, do que com o futebol local.
(Grifo nosso).
Almeida (2013, p.2), trás a quantidade de entrevistados torcendo por um time
capixaba nos últimos 13 anos. Os destaques são o Rio Branco com 10,8% e a
Desportiva com 9,5%. Mas, os dois clubes, de 2001 a 2013, analisando os dados
seguem caminhos diferentes.
O Rio Branco que em 2001 tinha 9,5% dos entrevistados torcendo pelo seu clube. Em
2013 tem 10,8%. Um aumento de 13,68% de torcedores.
A Desportiva Ferroviária que em 2001 tinha 16,0% dos entrevistados torcendo por ela.
Em 2013, teve 9,5%. Uma queda de 68,42% de torcedores, observando os valores
encontrados em 13 pesquisas da Futura.
As pesquisas da Futura sobre o futebol capixaba, as informações do Globo Esporte,
e os boletins financeiros publicados pela Federação de Futebol do Espírito Santo
(FES), são de valor inestimável para a gestão esportiva dos clubes capixabas. Seus
dados podem ser utilizados para projetar cenários futuros, bem como para fazer uma
análise do andamento dos campeonatos. Justificando a necessidade deles para o
estudo, registramos as interpretações de Ekelund (1998), citado em (LEONCINI; DA
SILVA, 2004, p.16):
“Quando você avalia economicamente um clube de futebol, o seu valor (ou
seja, sua capacidade de geração de receitas) está na força (devoção) e
distribuição desses seus clientes principais: quantos torcedores o clube tem?”
“Qual é o retorno de um jogo em termos de audiência (tanto no estádio quanto
pela TV)?”
“Quantas pessoas adoram este clube e qual intensidade desta devoção?”
“Qual é a expansão demográfica dos torcedores?”
-
33
Observando o quadro: “Ranking do futebol capixaba” do Globo Esporte (2017a). O
Aracruz apresenta a melhor média de torcedores por jogos (média de público). Este
levantamento é possível devido os boletins financeiros registrarem os dados do
público presente e a FES publicar e arquivar estes documentos.
Observando a importância dos boletins financeiros para análises esportivas e estudos
diversos. Temos na matéria sobre o “Ranking do futebol capixaba” do Globo Esporte
(2017a).
O Globo Esporte e seus colaboradores identificados no processo como usuários das
informações. Os dados destes documentos foram levantados e elaborados por esta
instituição para a matéria jornalística esportiva que foi publicada para conhecimento
do público que lê sobre o futebol capixaba.
Embasado nas informações do Globo Esporte (2017a), no estudo foi desenvolvido o
Anexo E, que trás a simulação do VC dos clubes do “Ranking de Média de Público”
do futebol capixaba. Com os dados levantados do número de jogos, média de público
e o VAT de R$ 76,20. Foi possível encontrar um VP para cada clube de futebol
capixaba listado. Bem como oportunizou superestimar este VC segundo o maior
número de partidas – Desportiva – 80 e melhor média de público – Aracruz – 1704.
o estudo evidenciou no Anexo F, que o Aracruz. Pela média de público que teve
durante suas atuações nos campeonatos - 1704. Atingiria se considerada a mesma
quantidade de jogos da Desportiva - 80, o maior valor comercial no ES – R$
10.387.584,00. Segundo metodologia de Leoncini e da Silva (2004, p.12) 1 para
estimar o valor potencial (VP) de um clube.
1 Citando a matéria do Jornal a Gazeta Mercantil (de quinta-feira, 14 de outubro de
1999), Leoncini e da Silva (2004, p.12), infere que o valor potencial de um clube
poderia ser calculado considerando: 1) [...] o número de torcedores; 2) gasto anual do
torcedor brasileiro estimado pelo gasto do torcedor inglês, média ajustada pela
proporção dos valores do PIB per Capita de cada País (Inglaterra R$ 36.260/Brasil R$
5.781 = 15,9%), que resultou na média de R$ 57 ou US$ 20 por torcedor (onde o dólar
valia R$ 3,00); concluindo que valor comercial estimado de um time seria encontrado
multiplicando o número de torcedores por US$ 20.
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34
O Globo Esporte (2017a) publicou que a Desportiva e Rio Branco, times mais
vitoriosos do futebol local, têm 37,3% do público pagante como mandante dos jogos,
de 2013 a 2017. Registrando que os demais clubes do estado têm 62,7% do público
pagante restante.
A Desportiva com nove (9) jogos a mais que o Rio Branco (80 a 71), levou 81.996
torcedores ao Engenheiro Araripe, contra 77.461 do Rio Branco (Globo Esporte,
2017a).
O Globo Esporte (2017a) observou em sua matéria que não era publicada uma
Pesquisa de Campo pela FUTURA sobre o perfil dos torcedores há cinco anos. Sendo,
a De Oliveira (2010), e a de Almeida (2013), as últimas produzidas.
4.1.1 Oferta e Demanda – Conceitos Aplicáveis ao Estudo
Em consulta ao Dicionário Financeiro (2018) sobre investimentos, finanças,
empreendedorismo e carreira observa-se para oferta e demanda as seguintes
definições:
Oferta refere-se à quantidade disponível de um produto, ou seja, aquela que
as empresas (clubes de futebol) querem ou podem vender;
Demanda é a quantidade (de ingressos/bilhetes) que os consumidores
querem ou podem adquirir desse produto (jogo de futebol), ou seja, sua
procura.
Estas duas forças são que garantem o funcionamento de um mercado, determinando
preços e a quantidades de produtos oferecidos. Onde a oferta, é determinada pelos
vendedores (os clubes de futebol e as instituições esportivas organizadoras). Sendo
influenciada pelo preço desse produto (jogo) no mercado, o custo dos insumos e a
tecnologia, por exemplo. (Dicionário Financeiro, 2018).
Na Economia a relação entre a oferta e a demanda é representada por um gráfico
onde existe um único ponto de encontro conhecido como ponto de equilíbrio, conforme
a Figura 01 – Gráfico do Ponto de Equilíbrio. (Dicionário Financeiro, 2018).
Nota: PIB per capita é o produto interno bruto, dividido pela quantidade de habitantes
de um país.
-
35
No estudo, o ponto de equilíbrio será observado como esforço mínimo necessário para
que os clubes de futebol obtenham receitas (sejam elas as do produto jogos de futebol,
ou as provenientes das atividades esportivas e sociais do clube), que cubram as
despesas no exercício operacional (despesas anuais), considerando o parâmetro a
série A do capixabão.
FIGURA 01 – GRÁFICO DO PONTO DE EQUILÍBRIO
Relação da oferta e demanda por um produto no mercado e a formação de seu preço.
FONTE: Dicionário Financeiro.
O ponto de equilíbrio nas finanças do clube de futebol é importante para as tomadas
de decisão quanto aos investimentos, às contratações e aquisições de atletas, na
admissão de técnicos de futebol, nas construções de estádio e suas reformas, na
criação de centros esportivos, por exemplo.
4.1.2 Reflexões sobre o Capixabão Série A – Passado e Presente
Acessando o Blog Desportiva Ferroviária (2011) e o Centro Cultural Luso Brasileiro
(2011), encontram-se informações que as equipes capixabas que participavam da
série A do estadual, nem sempre competiram entre si tendo como meta vaga(s) na
série D do campeonato brasileiro.
No passado, o público em jogos da Desportiva e Rio Branco (Capa Preta). Clubes que
se destacavam no estado do ES. Era quantificado em milhares de torcedores por
partida (Média de Público). E além desses dois clubes, muitos outros, disputaram
-
36
títulos nas melhores divisão do futebol brasileiro com entidades esportivas cariocas,
paulistas, mineiras e de outros estados.
As agremiações da Desportiva Ferroviária e Rio Branco (Capa Preta), por terem as
maiores torcidas do ES, contribuem quantitativamente para afirmação dos boletins
financeiros (borderôs) como instrumento de gestão econômica financeira colaborando
para a gestão esportiva dos clubes de futebol local. Sem nos aprofundar na história
das associações capixabas. Levantamos alguns dados que atestam as impressões
do estudo.
4.1.3 Desportiva Ferroviária
Segundo o Blog Desportiva Ferroviária (2011), a melhor campanha da Desportiva, foi
a de 1980, participando do grupo B com os adversários (agentes colaboradores para
o espetáculo): Palmeiras, Atlético – MG, Ceará, Fluminense, Vitória BA, América RN,
Vila Nova – GO e Flamengo – PI.
A média de público deste clube do futebol capixaba ficou em torno de onze (11.000)
mil pagantes por partida, quando ele disputou a 1ª divisão do futebol brasileiro (BLOG
DESPORTIVA FERROVIÁRIA, 2011). Na projeção de público, conforme Anexo E, é
encontrado o valor de cento e noventa e oito mil (198.000) pessoas presente a este
evento de dezoito (18) jogos na década de 80.
4.1.4 Rio Branco (Capa Preta)
O Centro Cultural Luso Brasileiro (2011) destaca a história do Rio Branco Futebol
Clube (o Capa Preta). Observa que a equipe, após ganhar dois estaduais seguidos
(1982 – ano de Copa do Mundo, e 1983), e ser terceiro lugar em 1984, conquistou o
título de 1985, garantindo assim seu acesso ao Brasileiro da Série A de 1986.
Ressaltam que no jogo da conquista (no estadual), no ótimo resultado esportivo
(acesso a série A do brasileiro), tiveram o público de vinte e sete mil (27.000) pessoas
(grifo nosso).
Apresentam dois outros resultados importantes – esportivo e financeiro: a) em doze
(12) jogos como mandante o Capa Preta levou cento e cinquenta e sete mil (157.000)
pessoas ao estádio Kleber Andrade e ao Engenheiro Araripe (média de público de
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aproximadamente 13.083 pessoas por jogo); b) contra o Vasco – RJ, citando a Revista
Placar da época tiveram num jogo contra a equipe carioca cinquenta mil (50.000)
expectadores presente (CENTRO CULTURAL LUSO BRASILEIRO, 2011).
O Centro Cultural Luso Brasileiro (2011) registra os resultados esportivos obtidos em
1986, sendo: duas vitórias sobre o Vasco da Gama (2 x 1 no São Januário e 1 x 0 no
Kleber Andrade); 2 x 0 na equipe do Ceará; 2 x 1 em cima do Internacional de Porto
Alegre – RS; 4 x 0 no Piauí; 2 x 1 no Atlético – GO e 1 x 0 no Náutico em pleno estádio
do Arruda.
Assegurando a identificação (a evidência) dos excelentes resultados: esportivos e
financeiros na década de 80, afirmam: “Era época em que os clubes de fora temiam
jogar no Espírito Santo, pois a pressão da torcida era imensa.” (CENTRO
CULTURAL BRASILEIRO, 2011, grifo nosso).
4.1.5 Brasileirão Série D e a Participação dos Times Capixabas
Segundo Campos (2018a), do Globo Esporte, os clubes de futebol do ES, disputam
acesso ao campeonato brasileiro série D há nove (9) anos. Expõem também, que,
nestas edições da quarta divisão do futebol brasileiro, nunca uma equipe capixaba
estreou com vitória.
Relatando a história das participações dos clubes do ES no evento, é apresentada a
informação que de 2009 até 2015, o futebol capixaba tinha apenas um representante
na série D. Diante a informação, se evidencia que de 2016 a presente data, temos
dois representantes que participam dos campeonatos estaduais buscando acesso à
quarta divisão do brasileiro.
Campos (2018a) observa um feito inédito (resultado esportivo expressivo) de um
clube estadual: O Espírito Santo Futebol Clube, com o jogo no dia 21/04/2018, sábado
posterior à publicação do retrospecto dos times capixabas na série D, chega a três
participações consecutivas (2016, 2017 e 2018) na série D do campeonato brasileiro
(grifo nosso).
Devido ainda não ter acontecido o jogo do Espírito Santo Futebol Clube (sábado),
encontramos no texto, como único recordista de participações na série D do brasileiro,
o Rio Branco (Capa Preta), com participações em 2009, 2010 e 2015.
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Comenta ainda que, na estreia do Aracruz em 2013, as redes foram balançadas em
oito oportunidades (CAMPOS, 2018a). Mais informações sobre quais clubes
participaram da quarta divisão do futebol brasileiro, e o resultado dos jogos, podem
ser obtidas no Anexo F do estudo.
4.1.6 – O Mais Recente Membro Capixaba Pertencente ao Futebol Nacional
Segundo Campos (2018b), do Globo Esporte, em 2017, por ganhar o Campeonato
Capixaba e a Copa Espírito Santo no mesmo ano, o Atlético – ES, entrou para a
história do futebol local. Após este feito, a vitória frente ao Brasiliense, pelo jogo de
ida das oitavas de final da Copa Verde, adicionou mais um resultado esportivo a sua
lista, o tornando o quinto participante capixaba em estreias de competições nacionais
com vitória sobre o adversário.
Campos (2018b) observa ainda que “[...] além do Atlético – ES, outras 22 equipes já
jogaram pelo menos uma partida válida por um torneio de âmbito nacional”.
4.2 A GESTÃO E O PLANO DE MODERNIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO
Há quase duas décadas, o Plano de Modernização do Futebol Brasileiro (2000),
apresentado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), segundo a Folha de São Paulo
(2000), tratou de alguns pontos importantes do futebol da época. Ao lermos o texto do
jornal paulista, encontramos uma declaração própria da valorização da gestão pela
emoção em detrimento da gestão técnica (da gestão racional).
Esta fala foi proferida no evento por um dirigente de time com grande expressão
nacional: "Ela (a FGV) não é do ramo. Não tem nada a nos ensinar sobre o
assunto." (grifo nosso).
Analisando a Folha de São Paulo (2000), contradizendo a fala histórica do dirigente
vascaíno presente ao evento (Eurico Miranda). A explanação sobre o plano de
modernização, pela FGV, é também um marco onde se identifica esforços de uma
entidade, reconhecida por graduações e pós-graduações nas áreas de administração,
ciências contábeis e economia (entre outras tantas áreas), em prol da gestão racional
do futebol (gestão técnica dos clubes).
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Aquela gestão do coração, que espelha a entrega incondicional de muitos dirigentes
ao seu clube de Futebol. Foi antes, e é agora também, muito importante. E dela, vários
clubes de futebol no país ainda dependem. Mas observa-se que na Folha de São
Paulo (2000), de antemão, foi debatido a administração esportiva do futebol (do
esporte) sustentada em conhecimento técnico. Um fato que colabora para esta análise
é o estabelecimento da criação da Escola Técnica de Administração de Futebol na
época.
Além da apresentação das cifras movimentadas pelo futebol mundial. Destacaram no
encontro:
“o estabelecimento do ranking, que vai nortear a participação dos clubes nas
diversas competições; a reestruturação da CBF; a criação da Escola Nacional
de Arbitragem e da Escola Técnica de Administração de Futebol; e o
fortalecimento das relações entre a CBF e as federações”.
Reforçando este momento importante à gestão racional do esporte mais querido do
Brasil. Na Folha de São Paulo (2000), percebe-se claramente uma proposta de
disseminação destes ideais (a gestão técnica do futebol) a nível nacional pela
informação: “[...] além do seminário de apresentação, foram promovidos oito
seminários regionais (Belo Horizonte, Porto Alegre, São Luís, Maceió, Salvador,
Recife, São Paulo e Rio)”.
Observando a Folha de São Paulo (2000), identifica-se também uma reciprocidade: a
troca de conhecimentos entre os representantes do esporte e da administração, bem
como da administração e esporte. A Folha de São Paulo (2000), legitima esta
consideração com a afirmação que: “Nos seminários, foram ouvidos profissionais,
atletas, dirigentes, investidores e os demais setores do futebol, que debateram os
assuntos relativos ao esporte, em seus aspectos econômicos, sociais, políticos,
jurídicos, mercadológicos.” Folha de São Paulo (2000).
4.3 A GESTÃO, NAS CERTIFICAÇÕES E LICENÇAS DA CBF ACADEMY.
“[...] a CBF Academy foi fundada em 2016, compreendendo áreas mais amplas do que
as oferecidas anteriormente pela CBF”. Fundamentando a ampliação de
conhecimentos voltados ao futebol. Em tópicos, ela relaciona os novos cursos das
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áreas de Gestão de Futebol, Direito Desportivo, Marketing, Finanças, Recursos
Humanos e Comunicação (CBF, 2018a).
Na nova formulação, consultando a CBF Academy, tem-se que são disponibilizados
pela entidade esportiva, os cursos técnicos de: análise de desempenho no futebol
profissional; análise de desempenho, identificação e desenvolvimento do talento nas
categorias de base; coordenação técnica nas categorias de base; força, potência e
velocidade da base ao profissional; preparação física nas categorias de base e
treinamento de goleiros nas categorias de base (CBF, 2018b).
Ainda em forma de Workshops (reuniões de grupos de pessoas interessadas em um
determinado assunto, ou tema de interesse para todos os envolvidos), a CBF
Academy debate (trata) as áreas do direito e futebol, da intermediação do futebol
(CBF, 2018c).
O curso de gestão do futebol, da CBF Academy, conforme CBF (2018a), tem sua
programação composta por abordagens conceituais, dinâmicas, discussões em grupo
e estudo de caso. Apresentando o que há de mais moderno sobre o assunto
direcionado as entidades envolvidas com o futebol (CBF, 2018d).
Associando a isto, conforme CBF (2018a), a CBF Academy mantém em seu curso de
gestão de futebol, profissionais, profissionais e especialistas em gestão do futebol,
que trazem seus conhecimentos, experiências e técnicas de sucesso, onde a
integração das ferramentas (da gestão esportiva) e casos práticos utilizados com as
experiências do cotidiano dos participantes (empirismos administrativos) e com o meio
em que estão inseridos (a indústria do futebol). Assim, se tem a interação entre a
teoria e prática, que favorece a efetividade do ambiente de aprendizagem (CBF,
2018d).
Segundo a CBF (2018a). “A CBF Academy segue as diretrizes da FIFA para
implementação de certificados e licenças que a instituição sustenta e apoia em todas
as confederações do mundo.” De onde, se extrai com segurança a informação, que o
que se exige para certificação e licença na CBF já é cobrado de clubes do futebol
internacionalmente. E ainda se reforça, que os conhecimentos da gestão esportiva no
futebol, na certificação do professor de educação física (e sua área de atuação) pela
CBF o capacitam para desenvolver seus conhecimentos científicos mundialmente.
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Fato que nos põe a refletir se a educação física quando aplicada à gestão esportiva
(principalmente para o futebol), não a identificaria como uma ciência de múltiplos
conhecimentos.
Um dos objetivos da CBF Academy que exige atenção para a gestão do futebol
capixaba, é aquele que trata das licenças das equipes de treinadores ativas na
associação. (CBF, 2018e).
O processo de licença destes profissionais envolvidos nos clubes do estadual série A,
é importante na perspectiva da associação buscar as divisões do brasileiro séries D,
C, B e A, classificação na Copa Verde e Copa do Brasil.
Pois, com estas metas estabelecidas, e atingidas com esforços da entidade esportiva,
suas equipes de atletas, torcedores e demais envolvidos. Naturalmente serão
oportunizadas vagas nos campeonatos internacionais. O que engatilha gradualmente
a necessidade da licença “C” até a “Pró” da CBF, para os técnicos de futebol da
agremiação que entram em campo nas partidas nacionais e internacionais. (CBF,
2018e).
Não tendo a agremiação o profissional licenciado pela CBF, por exemplo: para a
disputa da Libertadores. Entende-se que deverá ir ao mercado de técnicos de futebol
e contratar um que tenha a certificação Pró. Provocando um custo adicional que pode
comprometer o quadro financeiro do clube de futebol.
Em outra perspectiva visando reduzir as despesas deste tipo de contratações, as
instituições esportivas do ES, podem se antecipar a este cenário, tomando a iniciativa
de licenciar os profissionais de sua confiança, por conta própria nas licenças: C, B e
A, e a Pró - por sua iniciativa e a convite da CBF (CBF, 2018e).
Esta preocupação se torna admissível, quando uma equipe capixaba disputa a copa
verde e se consagra campeã neste torneio regional (ou se classifica nele em posições
elegíveis a Copa do Brasil). Disputa este campeonato, no ano seguinte, e ao ganhar
(ou estar apto pela classificação a Libertadores). Participa do campeonato continental
– Libertadores da América. Com possibilidade reais de participar de campeonatos
intercontinentais. (CBF, 2018f).
E também é aceitável, numa escala mais paulatina para o rol de aquisição das licenças
da CBF (C, B, A e Pró). Quando as equipes que disputam os campeonatos estadual,
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almejando ser o clube campeão, acessam a série D do brasileiro inicialmente, para
seguir posteriormente avançando pelas séries C, B e A, ano a ano. (CBF, 2018g).
Para atuar nas categorias de base - sub 20, 17 e 15, se faz necessária às licenças da
CBF. E para que os clubes usufruam o direito de contratar atletas jovens a partir de
dezesseis anos (16), em seu primeiro acordo de trabalho como profissional. Que é um
ato de gestão de pessoal – de atletas em formação ou formados na agremiação de
futebol. É exigido que a associação, tenha o certificado de clube formador da CBF.
Uma obrigação também necessária na licença do clube pela CBF. (CBF, 2018h).
Na lista da CBF de clubes formadores, pela CBF (2018h), o único representante
estadual é o Real Noroeste Capixaba de Futebol Clube, com seu certificado válido por
dois anos. Para reflexão do que é uma decisão de gestão esportiva para as equipes
de base e o que ela possibilita. E o que isto pode trazer de retorno financeiro.
Destacamos o caso de “Richarlison” (CASTRO, 2017).
Segundo Castro (2017), a venda de Richarlison do Fluminense ao clube inglês
Watford por 12,5 milhões de euros, não capitalizou somente o time carioca, como
também proporcionou recursos no caixa do Real Noroeste e Investidores. Citando
uma matéria da Superesportes, Castro (2017), compartilha a informação que caberia
ao time capixaba um montante de 13,83 milhões, proporcional a 30% do valor total.
Na interpretação do que foi noticiado por Castro (2017), coube ao América Mineiro o
valor de R$ 9,225 milhões (20%). Ao Fluminense, detentor de 50%, R$ 23 milhões. E
o Real Noroeste com 30%, fez jus a R$ 13,83 milhões. Totalizando na negociação de
venda do atleta formado, o montante de R$ 46,055 milhões. Para um Euro valendo
R$ 3,6844, nesta operação (observados os valores informados e a venda).
Aplicando uma regra de três, tendo como referência o valor indicado para o Real
Noroeste, de R$ 13,83 milhões, para 30% de direito sobre o jogador. Fica atestado
ser o valor do América Mineiro, 20% do valor total da venda.
Pouco? Muito? Esta operação, mesmo que se saiba da existência de uma partilha
entre o clube formador e os “investidores”. Equivale aproximadamente a quarenta e
uma (41) vezes a receita bruta do campeonato série A de 2018 (R$ 336.565,00). E
quando comparada à receita bruta dos jogos da agremiação formadora (R$ 23.845,00)
representa aproximadamente quinhentos e oitenta (580) vezes o valor das receias de
jogos obtida por ela no campeonato de 2018.
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4.4 – A GESTÃO, NA LICENÇA DE CLUBES DA CBF – ASPECTOS GERAIS.
Tão importante quanto à certificação e licença técnica dos profissionais que atuam no
futebol da associação. A agremiação capixaba também deve se preocupar com a
Licença de Clubes da CBF em sua gestão.
Segundo a CBF (2017a), foi enviado um ofício (o DRT nº 1.156, 2017) aos clubes da
série A e B do campeonato brasileiro. Nele constam as novas etapas a respeito do
seu projeto de Licenciamento de Clubes da CBF. Entre elas, a gradação dos critérios
técnicos que serão aplicados para obtenção das licenças da CBF durante a temporada
de 2018.
De início serão observados os assuntos sobre categorias de base, equipe principal,
área médica, futebol feminino, estádios, centro de treinamento, gestão executiva e
informações financeiras (CBF, 2017a).
O licenciamento de Clubes da CBF busca revolucionar a estrutura do futebol
brasileiro. De acordo com a CBF (2017a), as medidas buscam o aperfeiçoamento e
modernização das entidades esportivas e, consequentemente, a melhoria da indústria
do futebol, pela gestão esportiva profissional (grifo nosso).
Pela CBF (2017b), esse conjunto de padrões foi criado a partir da necessidade de
existência de um sistema nacional eficiente para incentivar o desenvolvimento
estrutural e a adoção de melhores práticas de gestão, transparência e equilíbrio
financeiro pelos clubes (grifo nosso).
Segundo, Lobo (2017), a aplicação dos licenciamentos será gradativa. Em 2018 - série
A; em 2019 – série B, em 2020 – série C e por último, em 2021 – série D. O público
alvo do licenciamento de clubes CBF: São todos os clubes que queiram participar das
competições nacionais e internacionais nos próximos anos (a partir de 2018), onde as
entidades esportivas organizadoras sejam a CBF e CONMEBOL.
Analisando a série D do brasileiro, pelas oportunidades das associações de futebol
que acessarão a quarta divisão via o campeonato série A do capixabão (FES, 2018a,
p.3), e também pela Copa Espírito Santo, em 2018 (FES, 2018b, p.3). Existe
fundamento para que o cumprimento das licenças da CBF (ou declaração oficial de
cumpri-las) pela associação de futebol seja vista como ação de gestão de futebol
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imposta pelas entidades esportivas organizadoras dos campeonatos brasileiro (séries
A, B. C e D), e continental – Copas Libertadores, Sul-Americana e Recopa (CBF e
CONMEBOL, respectivamente). (MANUAL DO LICENCIAMENTO, 2018, p.3).
Diante a determinação da CBF para que os clubes de futebol tenham a “Licença” a
partir de 2018, conforme Lobo (2017) analisou. Nos orçamentos dos clubes do estado
(na gestão de orçamentos deles), as despesas inerentes à reestruturação
organizacional destas entidades esportivas que promovem o produto jogos de futebol,
devem ser estimadas e acompanhadas pela administração (MANUAL DO
LICENCIAMENTO, 2018, p.19).
O time campeão da Copa Espírito Santo de 2018 representaria o estado na série D
de 2019 (FES, 2018b, p.3), com a mesma obrigação de obter a Licença da CBF
(exigência em 2020, da licença – acessando a série C), do que daquela agremiação
que teve acesso a quarta divisão do brasileiro, pelo campeonato série A do
capixabão: obrigatoriedade em 2020, da licença – acedendo a Série C (FES,
2018a, p.3); em 2021 da Licença Série B; e em 2022 da Licença Série A. Observando
o acesso a seguinte divisão anualmente (grifos nosso).
Também o representante do futebol do estado na Copa Verde de 2019 (FES, 2018b,
p.3). Se sagrando campeão, terá vaga assegurada nas oitavas de final da Copa do
Brasil de 2020 (CBF, 2018f, p.6). Competindo e conquistando o campeonato da Copa
do Brasil de 2020 (CBF, 2018i, p7). Representaria o ES na Libertadores da América
em 2021.
O que exigiria da associação: uma licença da CBF, para disputar o campeonato
continental organizado pela CONMEBOL - observando que a CBF deve providenciar
a Licença para os torneios continentais onde representa a CONMEBOL – (CBF,
2017b); e a certificação A ou Pró da CBF, para o técnico que vai acompanhar a equipe
estadual no campeonato internacional (CBF, 2018e).
O estudo trabalha como ações de gestão esportiva, o atendimento aos critérios
estabelecidos para aquisição das Licenças da CBF de 2018 a 2021. Avaliando que,
os critérios determinados, criam para a entidade esportiva do ES, despesas de
reestruturação já em 2019 (CBF, 2018g, p.6). Atestando esta análise, temos que se o
representante capixaba estiver entre os quatro (4) clubes classificados para a quinta
fase (fase semifinal da série D), ascenderia para a série C em 2020.
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Com um (alguns) time(s) capixaba classificado(s) para a série C do campeonato
brasileiro. Os critérios das Licenças da CBF teriam que ser atendidos (ou terem
compromisso de solução em documento oficial) em 2019, para que ele(s) dispute(m)
a temporada de 2020.
O regulamento das Licenças da CBF, em seu Art. 14 (CBF, 2017c, p.12), explica em
que se consiste a Licença da CBF:
É “[...] um certificado expedido pela CBF ao Clube Requerente, confirmando
o cumprimento dos Critérios a ele aplicáveis, ou seu compromisso firme de
cumprimento mediante termo de compromisso [...]”. Para que o clube possa
participar da respectiva competição na temporada indicada no certificado, a
depender do mérito técnico-esportivo (CBF, 2017c, p.12, grifo nosso).
Resumidamente: Um time capixaba que dispute a série D em 2019. Que vá em 2020
para a série C. Deve ter a licença C da CBF para disputar a temporada de 2020, em
2019.
No critério técnico desportivo, a CBF quer acompanhar como o clube trabalha a
formação das categorias de base, observando:
o Os objetivos e filosofia empregada;
o Qual órgão do clube é responsável por isto;
o Os profissionais envolvidos;
o Os locais apropriados, para as categorias de base;
o Os valores empregados nesta demanda e sua origem;
o O desempenho escolar dos atletas;
o Divisões das equipes de base por faixa etária;
o Valor financeiro utilizado para ensiná-los: fair play esportivo; as
regras do futebol – do antidoping - das partidas match fixing
(integridade), o respeito e não discriminação, e assuntos relevantes
ao atleta, por fim, o suporte médico as equipes de base. (MANUAL
DO LICENCIAMENTO, 2017, p.7-8).
Conforme CBF (2017c, p.3), o regulamento disciplina as concessões de licenças pela
CBF às entidades de prática esportiva – clubes - (“Licença de Clubes”). A licença é
delegada pela CBF e obrigatória para participação de clubes em determinadas
competições nacionais. Aquelas sob a organização da CBF. E as competições
continentais da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL). Além de
fornecer as agremiações, a titulação de clube “Licenciado” pela CBF.