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HELOISA HARUE TAKAZAKI o TRATAMENTO DADO AO GENERO TEXTUAL EM MATERIAlS DIDATICOS PARA 0 TERCEIRO E QUARTO CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Universidade Tuiuti do Parana Monografia de final de curso para obtenC;c30 de titulo de especialista em Lingua Portuguesa. Orientadora: Ora. Denize Araujo Curitiba Junho/2001

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HELOISA HARUE TAKAZAKI

o TRATAMENTO DADO AO GENERO TEXTUAL EM MATERIAlS

DIDATICOS PARA 0 TERCEIRO E QUARTO CICLOS

DO ENSINO FUNDAMENTAL

Universidade Tuiuti do Parana

Monografia de final de curso para obtenC;c30

de titulo de especialista em Lingua Portuguesa.

Orientadora: Ora. Denize Araujo

Curitiba

Junho/2001

HELOISA HARUE TAKAZAKI

o TRATAMENTO DADO AO GENERO TEXTUAL EM MATERIAlS

. DIDATICOS PARA 0 TERCEIRO E QUARTO CICLOS

DO ENSINO FUNDAMENTAL

Universidade Tuiuti do Parana

Monografia de final de curso para obtenc;ao

de titulo de especialista em Lingua Portuguesa.

Orientadora: Ora. Denize Araujo

Curitiba

Junho/2001

iNDICE

Introdu~ao .. 4

Capitulo 1.

o tratamento dado ao genera nas propostas de

produc§.o de texto presentes em materiais didaticos

para 0 terceiro e quarto ciclos

6

Capitulo 2.

Modele de unidade didatica de Lingua Portuguesa

para 0 terceiro cicio

16

Capitulo 3..

Os principios norteadores dB prapasla

18

3.1. Leitura e analise - generos e tipos de textos ..

3.2. Atividades de incentivac;ao .

3.3. Conhecimentos lingOisticos ..

3.4. Produc;ao de texto ..

19

23

24

25

Conclusao

Referencias bibliograficas ..

27

28

3

INTRODUCAO

Multo ja S8 foi dito em re1898.0 aos problemas do ensina de Lingua

Portuguesa na escola. Ensinar au naG gramatica foi a questao que mais rendeu

discussao entre professores que defendiam urn ensina tradicional, calcado em

pontcs inconsistentes da gramatica normativa ; e Qutros que criticavam esse

ensina, respaldados em urn conjunto de leses da LingOistica, da PSicolinguistica e

da Sociolinguistica.

Hoje, pareee que tal questao caminha para pontcs comuns: e preciso

ensinar gramatica sim. 0 que naG S8 pode e limitar 0 ensina da lingua materna a

uma sobrecarga de repetitivos exercicios de metalinguagem (identifica~o e

classifica9.3o) que conduzem, necessaria mente, a memorizac;ao de informac;oes e

naG a aquisit;:ao de urn instrumental para 0 usc, ou a reflexao sobre fatos

IingOisticos da lingua padrao. Face a essa nova postura os materiais didaticos

existentes no mercado, foram, entao, rechac;ados, combatidos com rigor, pais a

quase totalidade desses apresentavam exercicios isolados de memoriza~o,

defini¢es e classificac;oes, de forma totalmente dissociada do texto. Para

substituir esses livros didaticos, surgiram outros que surpreenderam pela

proposta: nao centralizam mais 0 ensino de Lfngua Portuguesa em t6picos

gramaticais; e a texto, na sua integra, parece ser, enfim, 0 eixo norteador do

ensino de Lingua

5e, par um lado, esses novos materiais garantiram um trabalho

razoavelmente eficiente em relat;ao aos conhecimentos lingOisticos que os alunos

devem adquirir, por outro lado, continuam apresentando, tais como nos livros

didaticos tradicionais, diversos problemas em relaC;ao a outros aspectos que

constituem as bases do ensino de Lingua Portuguesa: [eitura e produt;8o de

textos escritos e orais. Sao nesses pontos indissociaveis que se pretende

centralizar as discussoes e reflexoes dessa obra, dividida em tres partes:

Na primeira parte, analisa-se varias propostas de produt;ao de texto

presentes em materiais didaticos de Lingua Portuguesa para 0 terceiro e quarto

ciclos do Ensino Fundamental, livros esses aprovados pel a Programa Nacional do

4

Livro Didatico, de 1999. Em seguida, apresenta-se urn modelo de unidade

didatica de Lingua Portuguesa para 0 terceiro cicio.

Ha quem considere que 0 problema do ensino de lingua reside justamente

na adoyao de um livre didatico e na impossibilidade deste de garantir um ensino

eficiente de Lingua Portuguesa. Par iSso, durante muito tempo, pregou-se a

aboliyao do livre didatico nas escolas e prepagou-se a ideia de que 0 professor e

quem deveria preparar 0 seu material. Tal postura gereu a seguinte situaryao: os

professores, ja sobrecarregados, nao preparavam efetivamente um material

adequado e, sim, apropriavam-se do que ja existia - em geral, livros didaticos do

farmato tradicional - e copiavam. Nao se considerou que 0 professor nao

dispunha de tempo nem de prepare suficiente para assumir tamanha

responsabilidade.

o livre didatlco, se por urn lado refiete 0 ensino que vigora atualmente nas

escolas; por outro, pode constituir urn veiculo de mediayao entre as correntes

pedag6gicas e lingOisticas atuais e a pratica em sala de aula.

Cabem aqui as apreciac;6es de Rodolfo lIari, em A lingiiistica e 0 ensino de

Lingua Porluguesa :

(...) a mais importante veiculo das ideias que tomaram corpo, naUngOistica modema, foram os livros didcHicos. E sabido que a professorsecundario atua numa dependencia muito grande em relac;ao ao livrodidatico; par isso a livro didatico e um meio potencial de renovac;ao doensino e um espelho bastante fiel da pratica corrente. (ILARI,1989, p.105)

No ultimo capitulo, dar-se-a 0 embasamento te6rico que norteou 0

trabalho. Reconhece-se, de antemao, a impossibilidade de a LingOistica ser

aplicada ao en sino de lingua materna na forma de uma teoria particular. 0

trabalho consistiu, entao, em levantar e investigar as ideias e concepc;oes sobre

as quais ha urn consenso entre IingOistas de formac;:ao diferente e construir, a

partir dessas, urn conjunto de orientayoes que efetivamente seja capaz de

transformar 0 ensino de lingua materna.

Ressalta-se ainda a inviabilidade de urn material didatico baseado

unicarnente nas teorias lingOisticas, que nao levern em conta tam bern os estudos

mais recenles das correntes pedag6gicas atuais.

5

CAPiTULO 1

o tratamento dado ao genera textual nas propostas de producao de texto

presentes em materiais didaticos para 0 terceiro e quarto ciclos

No que concerne a leitura, 0 trabalho nos livros didaticos em analise

avan.you consideravelmente, apesar de ainda estar muito aquem do ideal.

Explica-se: a explora~o da macroestrutura, QU seja, do temal assunto do texto erazoavel. Entretanto, as materiais falham quando S8 trata das particularidades

discursivas que assume urn determinado tipo de texto em seu meio social - os

generos.

Uma abordagem de ensine de Lingua Portuguesa que privilegie a interac;:ao

dave reconhecer diferentes textos, com diferentes caracteristicas, produzidos em

diferentes situ890es de interlocuy8.o. 0 reconhecimento disso tem levado

inumeros pesquisadores da linguagem a busca de uma classifica980 dos

diferentes generos textuais. A categorizac;ao dos textos e 0 trabalho com

caracteristicas especificas dos gemeras guiam e determinam a apreensao dos

enunciados praduzidos. A organiza9ao e a hierarquiza9ao do conteudo sintatico e

semantico de um texto tambem estao subordinados a um determinado esquema

textual, que, neste trabalho, chamamos de genera. Dai a razao de se insistir no

trabalho com os gemeros textuais e suas especificidades na escola.

Com iSso, 0 trabalho com produ<;ao de textos fica prejudicado. Ainda

bastante calcada nos antigos livres didaticos, as prepostas nao explicitam a

situal):8o de usa da escrita, nao definem objetivos para a produ9ao e nao

apresentam roteiros para reelaborar;,ao de textos. Apesar de se registrar a

presenc;a da diversidade de tipos e generos solicitados ao aluno, ainda nota-se

uma ausencia injustifrcavel de reflexao sistematica e consistente em rela9ao as

particularidades de cada genera. 0 que se observa e que deve ficar a encargo do

aluno, g descobrir"; ou do professor, apontar as peculiaridades que deveriam

constar no livra, pOis ha, no maximo, a apresenta98a de um exemplar do mesmo

genera como texto principal ou complementar e a salicita9ao para que 0 aluno

produza, como se 0 simples contata com os textos pudesse promover a

apropria<;ao da estrutura, linguagem e formas de dizer pelo aluno.6

Alguns exemples:

1.

o lexlo Tenla980 apresenla os senlimenlos das personagens, algumas rea9iies(solu90S,olhares, geslos), mas sem a fa/a. Quais poderiam ser as "falas' emilidaspela menina?

(ALP 7 sene, 1995, p. )

o unico subsidio para a escrita do texto e a leitura previa do texto

Tenla98o, de Clarice Lispector. A produ,ao de texte mais prevavel a ser leita pelo

aluno e uma lisla de ~falasn da menina-personagem. Pergunta-se: lssa pade ser

considerado urn texto? Se 0 aluno realizar exatamente 0 que 0 livro propoe, a

possibilidade de se produzir um texlo (?) absurde, inceerente, e muite grande.

Novamente, a presenc;a do professor e imprescindivel para cobrir as falhas do

material.

2.

(ALP 7 sene, 1995, p. )

o lexlo "A funda980 de Roma: milo ou rea/idade" conla sobre a origem de umacidade. A cidade em que voce mora fambem tern sua origem. Pesquise,perguntando para pessoas mais ve/has DU indo a biblioteca, a histona de suacidade - quantos anos e/a tern, quem foram seus fundadores etc. - e escreva nocademo. Compare 0 resultado de seu Irabalho com 0 de seus colegas e, junlocom 0 professor, criem urn cartaz sobre esse assunto para ser exposto na sala deaula.

Observa-se, aqui, duas propestas de produ,ae de texto em uma unica

atividade. Na primeira, ainda que a aluno tenha sido orientado para pesquisar a

respeito da origem da sua cidade, a atividade dificilmente podercfi ser realizada

adequadamente pelos alunos, porque a proposta desconsidera a necessidade de

definir 0 genera que a aluno deve produzir e tambem

recebida e insuficiente - basta que se indague 0 porque de ele escrever e para

quem deve escrever.

A segunda propasta - a criayao de urn cartaz - e ainda mais vazia: a partir de

que se produzira 0 cartaz? Compreende-se que urn cartaz sempre passui urn

objetivo especifico: anunciar algum evento, alertar a populayao sabre algum

problema, constituir parte de alguma campanha de ulilidade publica. Nesse caso

especifico, a produyao de um cartaz soa inutil e sem prop6sito, pois nao se da a

minima orientat;:ao ao aluno sobre 0 que deve constar no cartaz - um texto sobre

o historico da cidade? Fotos? Sintese dos trabalhos feitos?

3.

(ALP 7 sene, 1995, p. 81)

1. Escreva a historia do poema de Manuel Bandeira como se fosse uma noticiadejorna/.

2. Pesqu;se e traga para a c/asse urna nolicia de jornal. Sente-se cern urn co/egae leiam as noticias pesquisadas por voces. Escolham a que consideraremmais adequada e transformem a noticia em urn pequeno poerna.

o poema que serve, supostamente, de subsidio para a primeira proposta

chama-se "Poema tirado de uma notrcia de jomaf'. Vale ressaltar que, em

nenhum momento anterior, as caracteristicas do genera noticia foi estudado, 0

que dificulta, para muitos alunos, a escrita do prirneiro texto.

Alem disso, as duas prapostas de produyao configuram-se como exercicios

de escrita, cujo objetivo aparente e a habilidade de transpor urn determinado

conteudo para uma nova forma, e uma nova forma para um mesmo conteudo, °que nao constitui propria mente um exercicio in6cuo. 0 problema e que, alem de a

orientayao ser insuficiente - na medida em que se limita a estipular a tarefa - °livre nao subsidia 0 aluno para semelhantes opera~5es. Portanto, naa se ensina a

entender e produzir aquilo que se pretende solicitar como produto final.

4.

Fa,a a descri,iio de um campo de futebol of/cial, num estadio. Lembre-se detodos os detalhes e coloque suas opinii3es e sensa,iies pessoais. Voce podeoptar por descrever 0 campo num dia de jogo ou vazio.

(ALP - 7 sene, 1995. p. 92. )

A leitura previa que S8 oferece como subsidio e urn fragmento de urn

romance de Garcia de Paiva (Os agricultores arrancam paralelepipedos) - um

trecho do romance em que 0 narrador descreve subjetivamente urn campo de

futebol. 0 problema e que nao ha qualquer indicayao da supressao feila no texto

oferecido - 0 que gerou urn enredo amorfa e empobrecido e que compromete a

apreensao da superestrutura do texto em questao. IS50 56 leva a concluir que a

texto foi escolhido apenas para tentar garantir elementos previas para a proposta

de produ~o de lexto, no caso, uma descri~o. A artificialidade da larela egritante: descrever para que? Para quem? Em que genera?

Tal proposta de produgao de texto constitui urn mera preenchimento de

lacuna. Apenas ° contato dos alunos com textos, sem definiC;8o satisfatoria da

situac;ao, sem planejamento nem revisao, nao e suficiente para que eles

aprendam a produzir texto, principal mente em se tratando de jovens estudantes.

5.

Mar versus vulcaoPaixao nao e amor.Paixao e como 0 vulcao: inesperado e surpreendente; ruidoso e destruidor.

Efemero e lancinante.Amor e como 0 mar: poderoso e inexoravel; sereno e misterioso. Sem

medida.A dar da paixao e quase insuportavel. Do amor, quase nao e dar.o desejo da paix80 ocupa a vida, furacao assustador e incontrolavel.

Alude: barragem rompida, sua trajetoria Ii avassa/adora. Seu impulso consome,vampiro do outro.

o desejo do amor Ii 0 sentido da vida. Regato avido das margens e docontinente, discretamente, mas sempre. Vontade de se dar: beija-flor que sorve 0mel e oferece0 polen.

Amor nao e paixao.Mas, nao ha arnor sem paixao.Como nao ha paix80 que nao se confunda com amor.

9

A dissertaqao apresenta uma estrutura determinada:- Introduqao (tese) - ideia principal a ser desenvolvida.

Amor e paixao sao com 0 sol: sua fuz e seu calor!Ricardo Tescarolo. Escrito especial mente para este livro.

(.. )

Mar versus vulcao e uma dissertaqao. Dissertaqao e um texto queapresenta ideias, opinioes, argumentos, reflexao ou julgamento sobre umdeterminado assunto.

-- Desenvolvimento (argumentaqao) - exemplos, fatos, argumentos quecomprovam a tese ou contra-argumentos que, indiretamente, tambem acomprovam.

-- Conclusao (sintese) - retomada da ideia ou afirmaqao principal, dernaneira a con veneer 0 leitor.

Identifique, em Mar versus vulcao, os paragrafos correspondentes a cadaparte da dissertaqao.

Agora escolha urn assunto e escreva uma dissertaqao. Faqa antes urnplanejarnento, esboqando a introduqao, 0 desenvolvirnento e a conclusao.

(ALP - 8 sene, 1995. p. 37)

A proposta e equivocada por vc:lIriosmotiv~s, explicitados a seguir. Em

primeiro lugar, porque 0 texto apresentado como modelo de dissertac;ao e, na

realidade, um pseudotexto, cujo genera e dilicil de determinar, pois parece ter

sido encomendado especialmente para fechar uma lacuna na unidade tematica

do material.

Em segundo lugar, vale ressaltar que a teoria sabre a estrutura de um texto

dissertativo, alem de ser insuficiente para que 0 aluno produza um texto real, s6

pode ser aplicado a textos, geralmente leitos sob encomenda, que surgem como

pretextos para um trabalho como esse. Alem disso, a proposta de produt;ao de

texto nao define interlocutores ou objetivos. Alias, nao define sequer a assunto.

Por lim, pedir que 0 aluno laga antes um planejamento do texto sem,

real mente, explicitar 0 que e urn planejamento e como deve ser feito, e uma

orientat;ao vazia e que nao significa nada para 0 jovem escritor.

Infelizmente, propostas como essa sao recorrentes em todo 0 material e 0

resultado previsivel e a praduc;aode pseudotextos, a imagem e semelhanga do

exemplar oferecido como material de leitura previa.

10

6.

(Portugues 5. serie, 1994. p. 30)

Voce va; confar a historia do seu nome. Se ainda naG souber, pesquise com seuspais, avos, tios, madrinha ou qualquer pessoa que tenha participado de seunascimento. Siga a seguinte estrutura:

( paragrafo - como e seu nome e quantos anos voce tern; quem escolheu 0 seunome.2° paragrafo - motivos que /evaram a esco/ha de seu nome. /nc/ua aqui, entreaspas, a explicaqao que voce recebeu sem esquecer de indicar quem foi 0entrevistado.3° pafi!Jgrafo - qual a sua opiniao sobre seu nome: voce gosta ou nao dele, porque, que outro nome gostaria de ter.

No manual do professor, Ie-58:

A questao 6 propi5e a escrita de um texto. Vamos notar que 0 roteirosugerido e imprescindive/ para que 0 a/uno tenha uma tri/ha a seguir, faci/itando,dessa forma, a organiz8q8o de suas ideias numBS ideias numa forma adequada.

A produqao de texto, orientada por esquema, possibilita ao alunose/eeionar 0 organizar as informar;6es principais. Nero sempre e eficaz urnexercicio de produqao de texto em que se joga a/eatoriamente um titulo sem/eitura previa, pois 0 a/uno apenas preenche linhas, produzindo frases isoladaspor nac fer orientar;ao para a organizar;ao e estruturaqao de suas ideias.

(Portugues 5. sene, 1994. p. 20)

Sao varios os problemas. Em primeiro lugar, naG sao dadas orienta<;6es

sabre que tipo ou genera de texto S8 espera que ele produz8, pais solicita-se

apenas ~uma hist6ria"; alEam disso, 0 livro do professor nao fornece quaisquer

subsidios para que a criam;a realize a tarefa: nao ha objetivo nem definh;ao de

interlocutores. Nao se indica tambem qualquer preOCUpat;aO com a adequat;ao da

textualidade. Finalmente, e preciso ressaltar que 0 roteiro que pretende orientar a

elaborat;ao do aluno pode levar a mera construt;ao de algumas frases que

respondam as perguntas implicitas nos itens. Em outras palavras, 0 aluno que

atender as solicitac;oes produzira um pseudotexto; e a escrita sera encarada como

11

tarefa de redigir, au seja, como a exercicio de responder aos comandos e juntaras respostas para montar urnbloco de frases curtas justapostas entre si.

Vale analisar os comentarios constantes no manual do professor no queconcerne a critica feita a algumas propostas de prodw;ao de texto que se limitama jogar •.aleatoriamente um titulo sem leitura previa". Essa observa<;iio eeontraditoria a proposta de produ9ao de texto, presente na pagina 75 do mesmo

livrodidatico:

7.

(Portugues 5 sene, 1994. p. 76)

Esereva um pequeno texto em que seja passivel 0 titulo:..Temloueo para tudo mesmo"Mas atenr;ao : Planeje seu texio, organizando algumas ideias basicas num roteiroIi; preciso que 0 fato que voce vai narrar nao seja alga comum, senao foge dosentido do titulo. Ii; interessante que depois, em sala de aula, seja feita aapresentaqao dos texlos produzidos e reestruturados, isto e , organizados com aajuda do professor. Nesta reorganizaqao podem ser feitos acrescimos,substituic;6es,deslocamentos e supressi5es.

A proposta apresentada, obviamente, contradiz as considerac;:oesque aproprio manual faz a respeito de produc;:aode texto. Primeiro porque, literalmente,

"joga aleatoriamente urn titulo"; e segundo porque a unica leitura previa oferecida

e urn texto da unidade (eujo tema e Quadrinhos) que tern como titulo" Loucos par

mangas colecionam revistas", que, de forma alguma, constitui urn subsidio

efetivo para que 0 aluno realize a escrita do texto.E importante ressaltar que 0 manual do professor nao se pronuncia a

respeito da atividade. Novarnente, nao hi! objetivos, orientac;:oespara a realiza~o

da tarefa, nem 0 genero que 0 aluno deve escrever.A circula~o do texto do aluno limita-se a U apresentacyao dos textos

praduzidos e reestruturados" em sala de aula. A inserc;:aode recomenda.yoes paraque se trabalhe a reestrutura.yaodo texto nao garante que ela se efetive, pois naoha nem no livra no aluno, nem no manual, quaisquer orienta.yoesnesse sentido.

12

8.

(Portugues7 . sene,1994.p. 38)

o texto "Esportesportes" foi escrito por J6 Soares. Pesquise e escreva junto comalguns colegas um pequeno texto sobre este humorista, mencionando, alem dedados pessoais importantes, suas atividades profissionais. Voces podem tamMmanexar aD texio que escreverem, Quiros lextos de J6 Soares.

Nota-s8 que as orienta90es limitam-se aD fornecimento de t6picos a seremabordados, nao S8 encontrando explicitayao das condic;6es de produ~o nem

menc;ao as caracteristicas textuais da produyao solicitada. Em Qutras palavras,

U urn pequeno texto" nada significa. Alem disso, 0 aluno nao e subsidiado para aatividade - nao S8 trabalha a produc;ao em termos de conteudo (Iimitando-se a

pedir que a aluno ~pesquise") , nao explica a estruturac;ao do genera solicitado,

que S8 sup6e uma biografia, nao ha urn objetivo preciso, nem urn destinatario

definido. Conclui-se que tais falhas sao decorrentes da falta de uma concepc;ao

clara do que seja uma atividade de produ9iio. A proposta tambem carece de

orientat;oes especificas para a reescrita ou avaliac;ao do texto produzido pelo

aluno.

Como ja ocorreu em exemplo anterior, 0 manual do professor nao se

manifesta sabre a atividade.

Vale ressaltar que as atividades citadas constituem uma amostra

significativa do tipo de proposta recorrente em toda obra de terceiro e quarto

ciclos.

Esses exemplos revelam a insuficiencia das orientat;oes previstas para 0

trabalho com a produc;ao textual, tanto no que diz respeito aos elementos que

deverao ser mobilizados, quando as indica¢es (interlocutor, finalidade, suporte,

etc.) que 0 material didatico deveria oferecer ao aluno.

Dessa forma, as propostas de produ9iio de texto sao bastante

inadequadas, visto que a majoria delas nao apresenta sequer uma proposta de

planejamento textual, assim como nao contempla as condiyoes de produ9iio do

texto pretendido. leis falhas tornam metodologicamente insuficientes as

propostas de produyao de texto apresentadas.

13

Verifica~se, no entanto, que os manuais para 0 professor que acompanham

esses materiais didaticos dizem estar orientados por uma concepcyao socio

construtivista ou interacionista de linguagem, como se Ie:

(ALP 8 serie, Onenta~es para 0 professor, 1995. p. 3-5)

A proposta ALP - Analise, Linguagem e Pensamenlo - fundamenla-se emdiscussoes aluais a partir das pesquisas le6ricas de Piaget, Vigolsky, AnaTeberoskye oulros. (...)

Consideracaes sabre a produceo(...) um texto escrito e 0 resultado de um processo em que ocorreu aIransformaqao de um significado em forma. a sujeito produtor precisa sepreocupar com as ideias, com os elementos caracter/sUcos do Upo de texto, coma organizaqao, com a escolha de informaqaes especfficas, com a linguagemadequada ao destinatario e com a correqao ortogranca e gramatical.

(Portugues 8 sene, Manual do professor, 1994. p. 7-10)

14

A questao do ensino de lingua( ..)

A concepqao s6cio~interacionista, sustentada numa perspectiva naobehaviorista de ensino da lingua, aponta para a avaliaqao do aluno a partir de suacapacidade de compreender e produzir texlos (orais e escritos) na lingua nalivaconsiderando a interlocuqao entre sujeitos como necessaria para a interiorizaqaoda linguagem. Por iSso,nessa perspectiva, as aulas de portugues estao centradasna uso da Iinguagem, na produqao de texlos, na refiexao sobre a Iinguagem e naseleqao de atividades a partir do diagn6stico avaliativo da linguagem do aluno. (p.7)

(...)Entao, focalizando a linguagem enquanto processo interlocutivo e

considerando a inleraqao verbal como lugar de produqao da Iinguagem, estamosassumindo que a lingua nao e apenas c6digo, um sistema pronto. Seu todosignificativo e obtido na Iinguagem enlre as pessoas. (p. 8)

(..)Quanto a produqao do texto na escola, Geraldi apresenta algumas

condiqoes necessarias. E preciso que 0 aluno tenha 0 que dizer, que tenha umarazao para dizer, que tenha para quem dizer, que se constitua como sujeito,assumindo a responsabjfidade das palavras e que sejam escolhidas estrategiasadequadas, de acordo com a interlocutor. Para isso e necessaria a existencia darelaqao interlocutiva, que orientara todo 0 processo de produqao de lextos. (p. 10)

Entretanto, como ja foi demonstrado, hi! contradic;6es flagrantes entre os

pressupostos te6rico-metodologicos presentes no manual do professor e as

propostas de atividades presentes nos livros didaticos. As atividades sao

incongruentes com os principios do interacionismo ou do socio-contrutivisrno, par

desconsiderarem que urn texto e um produto social, escrito para interlocutores

determinados.

Ainda que os livros didaticas que serviram como base de analise

apresentem uma sele<;ilo textual que exibe alguma diversidade tipologica e de

gemeros textuais, a falta de explorac;ao das diferentes organizac;6es textuais

impedem que essa diversidade se sabressaia.

Em resumo, os equivacos apontados resultam numa deficiencia metada-

logica que torna as propostas de produ<;ilo de texto incapazes de contribuir de

forma eficaz para a construyao da textualidade escrita pelo aluno.

15

Capitulo 2

ModelD de unidade didatica de Lingua Portuguesa para 0 terceiro cicio

o modelo fornecido a seguir pretende ser parte de um livro didatico para a

terceiro cicio do Ensino Fundamental. Par constituir apenas uma das oito

unidades de urn livro didatico, aborda, obviamente, urn numero limitado de

generos e tipos de textos. A presente unidade trabalha com as generos presentes

em uma edigao de jornal.

A escolha justifica-se no fato de que esse suporte textual - a jornal - ainda

constitui uma das principais fontes de informa~o no Brasil, acessivel a uma

maiaria. Ciente de que as textos constantes em urn material didatico nao suprem

par si 56 0 ensina de LIngua Portuguesa na escola, foi indicada uma serre deatividades que levam a aluno (e a professor) a procurar outras fontes de leitura,

neste casa, edic;6esatualizadas de jomais e revistas. Os Parametros Curriculares

Nacionais pronunciam-se a respeito da selec;;ao de textos, observando que essa"deve privilegiar textos de generos que aparecem com maior freqOencia na

realidade social e no universo escolar, tais como noticias, editoriais, cartas

argumentativas, artigos de divulgagao cientifica, verbetes enciclopi>dicos, contos,

romances, entre outros: . (PCN, 1998, p. 26)

Compreende-se que os gemeros jomalisticos propoem suas mensagens

como transmissao de fatos realmente ocorridos e classificam esses acontecimen-

tos, que supostamente "reproduzemn a realidade, segundo uma serie de

dimensoes: politica, economia, espetaculos, pOliciais, culturais e esportes. Ao

privilegiar certos acontecimentes e omitir outros, 0 jornalismo informativo, na

realidade, constr6i uma realidade. Esta constru.;ao evidencia-se nos titules, que

expressam, segundo Van Dijk (1978, p. 25), a macroestrutura, au seja, a sentido

global que sa outorga ao texto. 0 discurso jomalistico organiza-se de tal mane ira

que a informa~o que se considera mais irnportante e a que S8 apresenta

prirneiro. Por iSso, podem existir diferentes versoes de urn mesmo fato.

16

Assim, partindo desse enfoque da linguistica textual, procura-se levar 0

aruno a refletir sabre as diferentes modos de apresentar informag6es, segundo 0

que S8 quer destacar au omitif em cada caso.Hi! uma preocupa~o em promover uma aproximayao entre as atividades

do livre e as uscs e as fun<;5es sociais da escrita rna is frequentes na sociedade,que estao prioritariamente centradas na fung80 interacional da linguagem. A

insistencia na escolha do trabalho com 0 genera como subsidio fundamental para

a pratica de produ\'iio de texto justifica-se no fato de que" todo texto se organiza

dentro de urn determinado genera, em fun~o das intenc;6es comunicativas, comoparte das condiy6es de produc;:ao des discursos, as quais geram uscs sociais queos determinam." (peN, 1998, p. 21).

17

Anexo

Modelo de unidade didatica para 0 terceiro cicio do Ensino Fundamental

- RIO D9.~~~A 948PSgioasomscademos' A.sCrvll{O • " ; .•

GlIl~~~~~"OIl~OIAmo DE NATAL ~

---- , - -- -..-, ~T TT .•.n"

o JornalLeia com atenyao estes textos.

De.•.•'caso ambielltalBas/oil IIIIIfl ret!uf/iJo brusca I/O vO/lll11e de oglln

do (juaiba para que IIJ1l dos lIIais be/os I

componenleS i/O paisagem tie Porlo Alegrerel'e/asse 0 gignmesco descaso tin popu/ru;ao COI/I

. 0 /lleio (Imbieme. 11 escassez dos cI/IIvas e 0 velllojavorovel no eSCO(lme1llO lias corre"'e:,' para a !!,'

Lagon tlos Paras mas/rara", qlle, sob apariJllcia de f~f~r~~~f-:;:~/~;~~g:~;~C;:::';:~o~~n;j~J~~~;~p~f:~i~~~i ~cidade para 0 qlle delleria scr presenl(/do COIllO 1/11/ ~

r;~;I;~;;%::~:"~.~~~~~f~~~:~7:i~f~~:/::';if,~;I~~~i;;':;b~::~::r:~~;::~~~if~(~:r:c~o;~~~e~~:.azesde ~Paixas

Imprcssionanlc como mo(orislas e ~pcdcslrc5 n:1o chcgar.nll a lim conscnso , f'a respcito da ulilizul;:10 das faixasdcslinaruls a estes u]timos. Nas avenidas .que possuem duas pistas para cada mscl1lido rdna a confus,io. Um H!iculo JXira ~

~;~~~Irra~~~~cm~~I~~!~~:na~~~l~~ I ~,uroJXlando 0 tr:lIlscuntc. !

Marcos F'lrlmlo - Itajai . g1'1

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. "\... '

IIfllllos de 111110escola IJI/bUClI proximo {/O Cemro\CIWlIgdll de Pe.n/llisas de Pandas, 110 ChiI/O, SI!de.rpedem de Jill-)il', 0 maclm que . .11/1110 COlli suacompl/lIheira lIua-ll/llI, /tIlllbem de 2 aliOS, va; morara parlir de (llllolllui em a/ojall/elltu lIIi/ioll(irio,

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Folha e :0 Globo' vito lanyarjomal de economi;,

A Folhn e ·0 01000" sc associaram p3ra lan~arurn jomal de economia di:irio, de ambitonacional. A nova publica~llo comcpra acircular no segundo trimes(rc dc 2000 c seracditada pOTuma empresa que esui sendocriada. com50% de cada s6cio, 0 investimenlO ~conjunto "ai atingir US$50 milh5cs \ ~o jornal sera impressa simultane:l.mentenasgraficas da Folha e de '0 Globo·. A nova !~~PP~~i~~~~od~::~~~d~~~::~.C a rcda~o ~Pag.l.8 i

~

PREVISAO DO TEMPO

~D[]"n.:~

155 :

A primeira paginaE na prime ira pagina que se apresentam as noticias mais importantes do dia.Observe uma primeira pagina do jornal Folha de S. Paulo

~@)----- FOLH~.n.~S.PAULO --@)

.•,1 """

legenda01. Nome do jornal02. Cidade, data, responstivel peto jomal, slogan,

endere<;:o.ana e ntimero do jomal e pr~03. Anteiliulo04. Manchete05. Titulo06. Infografra07. Chamada

03. Selo00. Lide10. Credilos da foto11. Folo12. Legenda da foto13. indice do ;omal e dados sobre a edit;:io14. Servirros: meteOfoJogia

157.

o lide

01. Releia este lide 8, verifique como os dados principais foram dispostos.

defendeu uma revisaogeral do Codigo de Transite Brasileiro, que enlrou em vigor he19 meses. Ete nao descartou uma ani5tia para as motoristas queestao com sua carteira suspensa por lerem ating/do 20 ponlcso governo js. anune/ou que enviara ao Congresso projeto queeleva essa margem para 30 pontcs.o minislro admiliu ainda a hip6tese de reduzir 0 valor das muJtasprevistas no codigo. Segundo Dias, 0 custo elevado das infra90esserve coma "incentiva pare que 0 policial pe~ dinheiro paranao multer"Jose Roberto Dias, direlor do Denatran na epoca da implantaySodo c6d/go, disse que a proposta udemonstra falta desensibilidade social",

Q (m"

o que?

Como?

Par que?

02. Verifique S8 as Qutros lides tambem respondem a maioria das quest6es acima.

03. 0 leitar que disp5e de pauco tempo para a leitura de jarnal, pade ficar inteiradadas noticias lendo apenas estes !ides? Comente.

a lide, resumo inicial de uma noticia, contem apenas os dadas principais (0 que? quem?quando? onde? como? par que?) a serem desenvolvidos. Pode aparecer na primeirapagina do jomal, em uma chamada, como pode constituira abertura de uma repartagem.

o indiceiNDICE

"01. Para que serve 0 indice?

02. De quantos cadernos esta composto estejarnal?

A infografia e uma combinaqao de elementos visuaisque da uma extensao grafica a noticia. Uti/iza-sefundamenta/mente para sintetizar ou esc/arecer umainformaqao comp/exa ou para permitirque a ieitura setome mais agradavel ao leitor.

..•.~~' - ~....,

Diagrama~ao

01. Sera que as fotos, textos, manchetes etitulos sao distribufdos a esmo em uma

primeira pagina de jornal? Imagineprimeiras paginas assim distribufdas:

o JornaI

a) Por que nao sao atraentes?

lnOa~ao a zero porccntoem Gal6polls - GT

b) 0 que parece estar "sobrando" no primeiro e no segundo exemplos?Comente.

161.

b) Renitam e discutam em grupo:

• 0 material informativo de que disp6em as jornais e praticamente 0 mesma,pois todos geralmente provem de agencias de noticias. 0 que leva, entao, osjornais a escolherem determinadas notfcias e nao Qutras para a prime irapagina?

• Todos as jornais apresentam 0 mesmo tipo de noticia?

• Em quais coincidem e em quais sao diferentes?

• Que proporc;6es existem, em cada primeira pagina, entre textos e imagens?

• Que espac;:o ocupam, em cad a primeira pagina, as naticias politicas,educativas, culturais, esportivas e policiais?

• A escolha par urn au outro tema define 0 leitor em potencial do jarnal? Explique.

• Que tipo de letra se emprega em cada noticia?

Construindo

Que tal inventar urn jarnal especial mente dirigido apre-adolescentes como voces? Em Qutras palavras,um jomal que estivesse voltado aos interesses de voces.A ideia, neste momenta, e montar a capa deste jomal.

Dividam-se em grupos e sigam as dicas.

• Primeiro pensem nos assuntos de que voces gostariam que 0 jomal abordasse:ecolog;a, escola, esportes, ciencia, tecnologia, etc.

• Definam qual sera 0 tamanho da pagina do jorna!: tradicional ou tabl6ide? Eimportante que voces tenharn em maos uma folha de papel para servir de base aessa primeira pagina.

• Elejam urn nome para a jomal e criem um desenho especial para este nome queo identificara.

• Pesquisem noticias em jornais ou revistas atuais, fontes como a Internet autelevisao,selecionando as que estejam de acordo com 0 perfil de seus leitores.

• Transformem as noticias encontradas nas chamadas que serao apresentadas naprimeira pagina. Escrevam titulos para as noticias escolhidas. Algumas podem iracompanhadas de outros elementos: fotos, legendas, ilustra90es ,etc.

• Decidam que notrdas ocuparao lugar de destaque e quais aparecerao em segundoplano. Pensem em que tipo, tamanho e cor de letra vao utilizar. E, final mente,como vao distribuir todo esse material sobre a folha de papel.

• Utilizem toda a criatividade para que este trabalho resulte em uma primeira paginaque realmente atraia a aten~ao do leitor.

• Nao se esque9am de revisar a reda9aO dos textos.

•Exponham os trabalhos em um lugar da escola para que todos possam aprecia-Ios.

163

Todo jomal informa sabre diferentes assuntos, que ocupam lugares fixoschamados de seqoes ou suplementos. as nomes destas partes do jomal podemsere informaqao nacional, informaqao intemacional, sociedade, educaqao,economia,cultura, turismo,policiais,espetaculos,esportes, anuncios classificados,quadrinhos, etc.

As S896es aparecem todos os dias e costumam ser identificadas na parte superiorde cada pagina. Observe:

•.••palj ••••"..;n.!::'k<r~l.de_~.wn:.d~Il/9Jcidade data

Os suplementos nao aparecemtodos os dias, ocupam maispaginas que as S890es e saocomo pequenos jornais dentro dojornal, especializados em assuntosdiversos (cultura, televisao,informatica, etc) ou dirigidos asegmentos especificos de publico(infantil,jovem, feminin~).

nome do jarnal

As se90es, os nomes dados aelas, a ordem em que aparecem,estao a criterio de cada jornal, quetambem escolhe seus suplernentos e os dias em que serao publicados.

A noticiaUrn fato se converte em noticia na medlda em que:

• reflete um fato atual, ocarrido recentemente ou que esta par ocarrer;• apresenta urn fato que nao e com urn, nem corriqueiro;• e do interesse publico;• atrai a atenqao do publico;• causa impacto por ser urn fato proximo ao leitor, geografica, social, cultural oupoliticamente;

·e protagonizado por pessoas consideradas importantes socialmente au que sedestacam, de forma especial, em alguma situaqao.

165

Fontes nao sao a mesmo que agencias de noticias. Essas sao empresasespecializadas em informaC;ao que se encarregam de confecclonar as noticias ede transmiti-Ias, em diferentes idiomas, aos jornais mais importantes do mundo. Asagencias possuem muitos correspondentes que transmitem informar;6es 24 horaspor dia, de diferentes lugares do mundo. Deste modo, diferentes veiculos decomunicayao podem referir-se aos mesmos fatos.

Aplicando

01. Em grupos, escolham aleatoriamente duas paginas de noticias de um jornal.Examinem-nas com cuidado e anotem no caderno:•os nomes das agencias de onde provem as noticlas;•as names dos jornalistas que assinam as materias;•0 local de procedi'mcia dos textos (cidades, paises, etc.).

02. Quem fala nas noticias? Que pessoas foram entrevistadas? (governo,instituic;6es, politicos, empresas, especialistas, etc.)

A piramide invertida01. Qual eo assunto desta noticia?

MEXICOVulcao entra em atividade e geratemor em Guadalajara, Mex.ico.o vulcao Colma, localizado a 480quilometros ao oeste da Cidadedo Mex.ico, entrou mais lima vez i

em atividadeanteontem, lanyandofumaya a 900 metros e lava a 70metros de altura na atmosfera.Cientistas lemem que as variaserup¥oes ocorridas recentementepossam levar a uma grandeexplosao. 0 conhecido "vulcao defogo" lem quase 4 mil metros dealtura e enlrou em atividade 70vezes nos (iltimos 15 dias. Aatividade vulcanica deve continuare e provavel que haja uma forteerupyao devido ao acumulo deenergia.

, 02. Em que se~ao tal noticia poderia ter sidocolocada?

03. Localize as informac;6es basicas destanoticia. Em que parte do texto elasaparecem?

04. Imagine que 0 editor do jornal tivesse deexcluir uma parte desta noticla para que outra,mais urgente, fosse inserida neste espaC;o.Que parte poderia ser eliminada sem prejuizopara a informa~ao principal?

- /)i: que !it pras bandas de Ca:nwu! lil1ha lima mu/her .. S6 de Jalar me arrepiaII/do £ra 111110 mOf(aprenhe de sele meses... Saill com 0 marido pm passear ... Foiilldo illdo...

Maria do Carmo c:onlou que 0 mar ida pedill para a mil/her esperar 11m polteoque ele ia ale ali Jazer lima coisa e jil. vol101'a.A mlllller jico/l espera/Jdo 1I1}1 letrl/xlo.Fazia ji"io, pOI' isso ela embr/.//holl-se I/Unl pedaf(o de baela vermelha.

- BaCia?-E: 11mlipo de pallO.Idpluto.Que. qual/do Jo; par volta da meia-noite, aparece/{ 11m caehorro preto. Que a

mulher correll. correll - "Me aeuda!" - chamando a marido. Que cOl1segllilltreparIlII1fWpor/eira cam dificilldade por causa da barriga e gri/ava chamando a marido.lIIas 0 marida /1(10 vinita. Saltando jitrioso com os denies arreganltados, a bicholelllo/{ pegar a mulher, mas so conseglliu morder 0 .tale de baela.

No jim a gala canlOli e a bieho JOi embora. Mais /arde, 0 marido apareceu. ;'[1orque demoro/{ talTlo?" , a lilli/her chorou. Quase desmaioll. Contou do cac/lOrro. Dosdemes arreganhados. Do medo. 0 marido, qllielO. Levou a mot;a para ,·mm.

A familia esclllava a his/oria em siMncio. Maria do Carmo sen/au l1umabanf[uelacom as milo.'i entre/aradas.

- Quando fiJi 11Ollfrodia, a mor;aacardoll cedo e olholl a boca do marida darmilldoassim de lado. No meio dos deme (avo tudo eheio de fiapo vermeiJlOmhido. Pedaf(ode baeta. 0 lobisomem era e/e mesmol

AZEVEDO, Rlcarde. A Hera dc Cacherre Le~oo. SP: Ediicla Modema, 1992.

01. Qual dos textos acima canstitui uma notfcia? Par que?

02. Que elementos dao conta de que um dos textos e literario?

03. Que titulos voce daria a cada desses textos?

01. Qual eo assunto desta noticia? Em que segao poderia estar inserida?

02. Releia a primeiro paragrafo do texto e respond a:

Quem?

o qua?

Onde?

Como?

Porque?

03. Que outras informagoes sao dadas nos outros paragrafos? Resuma.

04. Que pessoas foram entrevistadas nesta reportagem? Qual e a importancia docomentario del as?

Aplicando

Subtitulos ou antetitulos

01. Idenlifique 0 subtitulo ou antelilulo correspondenle a cada litulo. Reuna-os noseu caderno,

Titulos

ill/seal/tis I/O qlll! OIH'em de cOlIsllmid(Jre.\',/rihricfu luluptam 011relJireciollum prO/III los.(folladeS.PaI.tI)

Palo no lucupi e a prato mais lamasa do Amapa. mas existem 'oulras dellcias a serem descobeflas. Otucunareeimperdlvel. '.(.bT.aJdoCamle!tio,4111/W,p.3)

Perduo \rJlc par::! infrn~ocs cQmclidas de 10. de janeiro de1998 ale omern. bcncficiando mais de 6,8 mil molorislas(JanaldoSrasi,4111J99,p.27)

"pel/as .f% dos (I{loll'.~c('lIIl!s IJII(, comCiem

delilos Vil'f!IIII1(1Sl"IilI.s

(Zernl-b'll,41111'iS,p.54)

laxlls rariam de RS 50,00 {I RS 170,00 efazem 11II1i/OS e,~lIIdallles desistirem

(~doPM.,7111199.p.6)

USUARIO DEVE SER RESSARCIDO SE FALTAR LUZ(CctTei:l!hzi5ense,4111m,p.l2)

Garotinho anistia asmultns de vans

Pesquisa de mercado fazautomoveis 'mud~lr de c~lra' \

Unicef tral;a perfil de jovensinfratores no pais

Mais l)rote4;30 em casode blec8ute

Temperos ex6ticos sao 0 diferencial

Allo custo de inscri4;iio para 0vestibular assusta candidatos

02. Que palavras dos subtitulos ou antetftulos permitiram que voce chegasse a taisconclus6es? Liste-as em seu caderno.

turismo educa~ao

03. Se voce tivesse de escolher apenas urna palavra de sentido rna is geral a cadaconjunto acjma, qual, das abaixo relacjonadas, seria a majs adequada?

veiculos violimciaconsumo

transite televisao sociedadecultura infonnatica

173

Que palavras ou express6es se relacionam com as palavras-chave abaixo e quepermitem identificar uma unidade?

-polui~ao

- frio

Escreva um titulo para cada um desses lides.

Leia esta notfcia.

McnSll:,:cns\'irtllllis

o portal Yahoo!. Ulna das mais conhccidas grifeslIlundiais da internet, cst,\ lan~ando no Bmsil seuscr"i~o de marketing direlo via Web, 0 Yahoo!Dircto. ~ cOllsistc no en"io de lIlensagenspublicilarias aos USU<lriosdo QQ!1illc tern COIllO"antagcm 0 roco acumdo no publico-alva, Q...fl!!£.Wlrantc um alto ludice de relorno, de acordo com 0dirctor geml do cscrit6rio local, Bnmo Fiorcntini Jr.

A primeira a utili7.ar a rerramenla no Bmsil e a DellCompuladorcs, ~ erioll lima pronux,:ao vislandointernautas do sexo 1II.1sculino. maiores de 20 ~lI1OS.Ale 0 final de reverciro, os inleressados podcmcompmr um desktop Dell Dimension L433e, comprocessldor llllcl Celcron de ~33 MHz e accsso

Converse com seu professor e colegas:

gratuilo :iinternel por tres mescs. "Exigimosque a oferta em gue51:10 scja e..••elusi" ••pam 0nosso publico, porquc ~ precisa ter algumavantab>C1ll p<lra que concorde elll continual'rcccbcndo as lIlell5.'lgclls", diz Fiorclllini.

o proccsso com~a no ato da inscricao dointemauta 110Yahoo!. ~ que oferece umaampla gama de infomla~Oes e scn,jcosgmtuitos e coma com mais de 100 ntillh6cs deusuMios. 0 novo inscrito responde a uma seriede p!rgulltas sobre gg perfil c au(oriza (ounao) 0 envio de mensagens publicit:irias para 0c~mail. Esse banco de dados e COIOCldo :1disposi~ao do ammcillntc p:ml que ~ moniCsua a~o em parceria com .Q..QQ!1ill.

Jornal Mejo e lI.ensagem. AAoXX!l, rf'fHl. Ed:to<a 1.1&1.1. 2&'O'2fZXX).

•A que se referem cada uma das express6es destacadas?

•E passivel substituir cada uma destas express6es pelo seu referente?

•Par que estas express6es foram usadas?

As palavras unem~se umas as Qutras para formar frases. E as frases unem~se umas as oufras

para formar lexlos. 0 que se diz em uma (rase deve fer a ver com 0 que se disse em outra. A estas

unil:les que se vao estabelecendo entre as palavras e (rases cJlama·se coesao.

175

c) Greenpeace denuncia trafico de .... Onyas sao levadas clandestinamentepara zoos.

d) AthWco joga esta tarde: 0 ... esta confiante.

e) Sao Paulo sofre com nova enchente. Moradores da ... exigem providencias.

Produzindo textoEscolha uma das manchetes abaixo e escreva uma noticia para ela.

Libertiatie Ii mUII/Ci1/ti11pamo jim tia semalla

Processo tie pa •.elltm III/reta jillill

A voz do leitorAs cartasAlem de jornalistas, fot6grafos, diagramadores, etc., as jornaiscontam com mais um irnportante colaborador: 0 leitor. Paraele, a imprensa escrita costuma reservar urn espago especialpara publicar as cartas e e~mailsque recebem. Os leitoresopinam a respeito dos assuntos tratados, fazem denuncias ~variadas e reclamam providencias de autoridades paraproblemas que enfrentam. Como a correspondencia recebidae muito grande, a redac;:ao castuma selecionar as cartas (autrechos) mais interessantes para serem publicados.

177

CITa

~IA

:f

BeADO

•opinar a respeito dos assuntos tratados au dotratamento dado a eles;

• denunciar fatos;•reclamar providencias de autoridades paraproblemas que enfrentam.

Os anunciosOs classificados, hoje, abrangem tudo 0 que 0 leitor quiser publicar: compra e vendade produtos e servi90s, oferta de empregos, procura de objetos e animals perdidos,agradecimentos, notas de falecimento, etc. Par causa dessa infinidade de intenc;6es,as anuncios classificados tambem sao apresentados, geralmente, subdivididos emseQ6es.

Observe e troque ideias sabre cada um deles.

POODLE VENDEJ)OR - PASSAT 1.8 99 Confira! Apto. 3

MtCRO TOY- PreciSlI-se de:r:p. lUIPrata, autom, CD,

donns., cl suite,carleira em sala 2 ambs., cJBranco 51 rabo, e/clrocietrdllico. 5000KM, dcp. cmp.,s6 pompom, Ellviar cllrric. pi est.OKM, finane, garagcm, clcv.,

gratifica-sc quem Import. MOl/aliza. R. est. troca. centro, 6t.achar. Marco Dias. 98 F: 23-11-91 condiyocs.Tr. 23-22-22. Cenlro Tr. 45-98-00

~ita'al 01. Leia os subtitulos abaixo e relacione-os a cada um dos anuncios acima.

llinil'adll'\1l11(l1l~Ihrlllida

EMPREGOS VEicULOS IMOVEIS ACHAOOS E PEROIOOSINFORMATICA

02. Todos tem como objetivo vender? Explique.

03. Qual anuncio nao divulga "vantagens" e faz exigemcias?

04. Preste atencyao ao numero de abreviaturas em cada anuncio. Por que ocorremcom tanta freqOencia?

... para cad a "jornalista".•Nao se esque9a de que cada notlcia deve informar: 0 que aconteceu? Quando,onde e como? Quem participou dos fat os?•Lembre-sede que a noticiasempre leva urntituloe 0 corpodesenvolve a informayao.As mais importantes podem levar um subtitulo.

· Troquem seus textos com seus companheiros. Se algum texto nao estiver claro,deve ser reescrito. Siga as instru90esde seu professor para 0 processo de colTeyaodos textos.

•Depois que todos os textos forem revisados, passem·nos a limpo.

Com a ajuda de seu professor, criem a primeira pagina do jorna!. Agora, e s6 uniras diferentes S890es. 0 jornal esta pronto!

ANOTic~~A .~TElEVISAO 0

A televisao, gra9as a sua linguagem audiovisual, daaos espectadores a impressao de que etes estaoefetivamente ali, no lugar onde as fatos aconteceram.Os noticiarios televisivos gozam de grande aceita9aopopular e muitas pessoas mantem contato com 0mundo da informayao apenas atraves da 1V

Observe uma noticia de televisao, prestando atenc;aonos seguintes aspectos:

o tom de voz e a clareza na pronuncia doslocutores;os efeitos visuais e sonoros especiais;a abertura do noticiario;os comentarios feitos;os anuncios das noticias (flashes) feitos antes donoticiario;as desenhos que aparecem nas bordas da tela.

Comente em sala os aspectos analisados e registresuas conclusoes.

181·

Capitulo 3

Os principios norteadores da proposta

Concebe-se e propoe-se 0 processo de ensina de lingua, conforme 0

modele te6rico do s6cio-interacionismo.

Interagir pela linguagem significa realizar uma allvidade discursiva: dizeralguma GO/sa a alguem, de uma determinada forma, nurn determinadocontexte hist6rico e em determinadas circunstancias de interfocuc;ao. IS50significa que as escolhas feitas ao produzir urn discurso nao sao aleat6rias- ainda que possam ser inconseientes -, mas decorrentes das condi~6esem que a discurso e realizado. Quer dizer: quando um sujeito interageverbalmente com Qutro, 0 discurso se organiza a partir das finalidades eintenrroes do locutor, dos conhecimentos que a acredita que a interlocutorpossua sabre a assunto, do que sup6e serem suas opini6es e convicc;6es,simpatias e antipatias, da relaryao de afinidade e do grau de familiaridadeque tern, da posic;ao social e hierarquica que ocuparn. Isso tudo determinaas escolhas do genera no qual a discurso se realizara, dos procedimentosde estruturac;ao e da seleryao de recursos linguisticos. E evidente que, numprocesso de interlocuyc3o, isso nem sempre ocorre de forma deliberada oude rnaneira a antecipar-se a etocuc;ao. Em geral, e durante a processo deprodu~o que as escolhas sao feitas, nem sempre (e nem todas) demaneira consciente).

(PCN, 1998, p. 20-21)

Os pressupostos te6ricos que norteiam este trabalho baseiam-se em

estudos de Van Dijk, Bakhtin e Tadarov, no sentida de que todos, de alguma

forma, pressup6em um sujeito que constr6i urn objeto (0 texto) a partir de sua

relaC;80 com 0 outro e de acordo com seus objetivos. Nesse sentido, leitura e

produc;ao de textos sao atividades concebidas como interacionais, provindas de

sujeitos socia is, que tern em vista a realizac;ao de determinados fins.

As teorias s6cio-interacionistas reconhecem a existencia de urn sujeitoplanejador/organizador que, em sua inter-rela~o com outros sujeitos, vaiconstruir urn texto, sob a influencia de uma conplexa rede de fatores, entreos quais a especificidade da situaryao, 0 jogo de imagens reciprocas, ascrenc;as, convicc;6es, atitudes dos interactantes, os conhecimentos(supostamente) partilhados, as expectativas mutuas, as normas econven¢es socio-cutturais. 1550 significa que a constru~o do texto exigea realiza~o de uma serie de atividades cognitivo-discursivas que vaodota-Io de certos elementos, propriedades ou marcas as quais, em seuinter-relacionamento, serao responsaveis pela produt;ao de sentidos.

(KOCH, 1998. p. 7)

18

Este capitulo subdividiu a discussao te6rica em quatro partes, a saber:

3.1. Leitura e analise - tipos e gemeros textuais

3.2. Atividades de incentiva,ao

3.3. Conhecimentos LingCtisticos

3.4. Produg8o de texto

Como a finalidade deste estudo e centralizar as discussoes na leitura e na

produt;ao de texto, limitar-se-a a uma descri9ao breve do trabalho que diz respeito

a apropria~o de conhecimentos lingCtisticos e as atividades de motiva~o, para

privilegiar os tapicos que constituem 0 objeto de estudo do presente trabalho.

3.1. Leitura e analise - tipos e Qe!neros de textos

Os tipos e gimeros de textos abordados e explicados na unidade didatica

estao intima mente relacionados com a jamal, com as textos de imprensa.

Acredita-se que, ainda que as alunos nunca tenham lido estes textos de mane ira

reflexiva, sao conhecidos na vida pratica.

o que se pretendeu foi levar 0 aluno a realizar um trabalho ativo de

compreensao de texto, cujo objetivo e 0 de desenvolver a competencia de

selecionar, dentre os textos que circulam no ambito social, ~aqueles que podem

atender a suas necessidades" (peN's,1998, p.70)

Sabre essa atitude ativa de leitura, manifesta-se Bakhtin:

Ja tivemos a ocasiao de mencionar 0 modo de compreensao passiva,propria dos fil610gos, que exclui a priori qualquer resposta. Qualquer tipogenuino de compreensao deve ser ativo; deve conter 0 germe de umaresposta. S6 a compreensao ativa nos permite apreender 0 tema, pois aevolu~ao nao pode ser apreendida senao com a ajuda de outro processoevolutivD. Compreender a enuncia~o de outrem significa orientar-se emrelayao a ela, encontrar 0 seu lugar adequado no contexto correspondente.(...) A compreensao e uma forma de dialogo; ela esta para a enunciayaoassim como a replica esM para a outra no dialogo. Compreender e opor apalavra do locutor uma contrapaJavra.

(BAKHTIN, 1986, p. 131-132).19

Teum Van Dijk (1980, p. 45) faz uma distin9iio entre generas e tipos de

textos. Todos as membros de uma comunidade conhecem as generos de textos,

au seja, sao capazes de distinguir urn conto de uma receita culinaria, par

exemplo. Esta capacidade chama-s8" compete-ncia textuar. Os tipos textuais, par

outro lado, sao definidos a partir de uma teoria sempre elaborada por

especialistas e, de modo geral, baseiam-se na ideia de que mesma as formas

mais elaboradas e complexas de enunciados S8 fundam sobre urn nurnero certo

de formas elementares.

Como a objetivo do ensina de Lingua Portuguesa e formar leitores e

u escritores~ competentes, e imprescindivel que todos os textos - desde uma

manchete ate urn artigo de opiniao, passando pelo infogr,;fico - sejam lidos,

relidos, analisados, convertidos em objetos de estudo.

Obviamente, nem todos as generos de texto foram abordados, mesmo

porque eles sao construidos geografica e historicamente, comportanda, portanta

urn nurnero infinito de generos, incluindo as presentes na imprensa. Sabre iSso,

atesta Tzvetan Todorav em Os generos do discurso:

Pelo vies da institucionalizat;ao, os gemeros se comunicam com asociedade em que ocorrem. E tambem por esse aspecto que maisinteressarao a etnol090 ou 0 historiador. Com efeito, de um sistema degfmeros, 0 primeiro retera, antes de mais nada, as categorias que 0diferenciam do dos povos vizinhos; essas categorias serao correlacionadascom os outros elementos da mesma cultura. 0 mesmo se da com ahistoriador: cada epoca tem seu proprio sistema de generos que esta emrelac;ao com a ideologia dominante, etc. Como qualquer instituit;ao, asgeneros evidenciam as aspectos constitutivos da sociedade a quepertencem.

(TODOROV, 1978, p. 49-50)

Os tipos e generos de textos abordados na unidade proposta como modelo

estao abaixo relacionados. As duas listas baseiarn-se em dais tipos de

classificac;oes: a primeira (Tipos de textos) cansidera as pesquisas de Van Dijk e

opera-se com uma defini9iio de texto como objeto abstrato. A segunda lista

(GEmeras de textos) est,; baseada no enfoque discursivo de Bakhtin (1997), que

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parte de uma definivao de texto como objeto concreto, produzido em urn contexto

determinado, constituindo-se resultado de uma intera9aO social.

Tipos de texlos Generos de textes

· Informativo · Primeira Pagina· Narrativo · Chamada· Argumentativo · Lide· indice· Legenda· Infografico· Noticia· Carta de leitor· Anuncio classificado

A abordagem de todos eles se da a partir da analise de textos originais e

integrais. Uma primeira pagina de jornal (PP) serve como ponto de partida. A

escolha e justificada, pois uma PP, alem de constituir, por si so, urn genera de

texto, e formada par outros gemeros de lexto, aD que 8akhtin val denominar de

genera secundario e genera primario respectivamente. Essa denominac;ao 56

importa no sentido de que as gemeros primarios (manchete, chamada, lide,

infografico, etc.) 56 S8 materializam no plano do genera secundario (primeira

pagina) considerado como urn todo. A conferir

Nao ha razao para minimizar a extrema heterogeneidade dos gemeros dodiscurso e a conseqOente dificuldade quando S8 trata de definir 0 caratergenerico do enunciado. Importa, nesse ponto, levar em considera~o adiferenya essencial existente entre 0 genero de discurso primario (simples)e 0 genera de discurso secundario (complexo). Os gemeros secundarios dodiscurso - 0 romance, 0 teatro, 0 discurso cientifico, ideologico, etc. -aparecem em circunstancias de uma comunica~o cultural, mais complexae relativamente mais evoluida, principalmente escrita. (...) Durante 0processo de sua forma«t<30,esses gemeros secundarios absorvem etransmutam os gemeros primarios (simples) de todas as especies, que seconstituiram em circunsifmcias de uma comunica~o verbal instantanea.Os generos primaries, ao se tomarem componentes dos generossecundarios, transformam-se dentro destes e adquirem uma caracteristicaparticular: perdem sua relac;ao imediata com a realidade existente e com arealidade des enunciados alheios.

(BAKHTtN, 1997, p. 281)

21

Os principais gEmerosda PP (cabe<;alho,manchete, chamadas, !ide, indice,

lotos, legendas e inlografico) sao ana!isados separadamente a fim de mostrar ao

aluno que uma PP e cuidadosamente planejada, as estrategias sao

minuciosamente estudadas, porque hit uma finalidade especifica que norteia a

confecyao de uma PP: chamar a aten980 dos possiveis leitores e orienta-los

quanta as noticias, reportagens e materias que constam no interior do jamal.

Vale destacar que a proposta de trabalho nao se limita a dissecac;ao

anatbmica das primeiras paginas, mas, partindo de urn exercicio de observavao

do desenho, pretende-s9 levar a uma reflexao sabre 0 criteria editorial de urn

jorna!.

o trabalho com as gemeros textu8is nao consiste unicamente em

apresentiHos e apontar suas especificidades. Houve uma preocupac;ao em

estabelecer paralelos entre generos que mobilizem 0 mesma tipo textual, como

por exemplo as manilesta90es da narrativa (p.168 e 169). Nesta atividade, os

alunos sao levados a comparar uma notfcia de jamal e urn fragmento de urn

romance, ambos os textos discorrern sabre urn fato parecido - urna mulher foi

atacada par um cachorro.

Tambem se trabalhou a rela9aOestabelecida entre a chamada de primeira

pagina e a noticia.

A unidade conferiu it noticia urn tratamento especial no que tange it

exposic;ao de suas minucias, par ser este 0 genera per excelencia em urn jomal.

As caracteristicas discursivas, textuais e gramaticais forarn exploradas,

analisadas e discutidas: as motivos que levam urn fato converter-se em noticia; a

organizac;ao estrutural da noticia (conhecida como "piramide invertida"); os

assuntos abordados pela notfcia; a hierarquia das informary6es; a forma grafrca

(titulo, subtitulo, loto); as zonas de resumo e ampliac;aode uma noticia.

Qutros generos estudados sao a carta do leitor e os anuncios classifrcados.

A carta do leitor e urn genero que difere em muito das cartas Intimas e das

correspondencias ofrciais. Especialmente porque as cartas dos leitores sao

abertas, ou seja, apesar de serem diretamente destinadas ao editor do jomal, edirigida para todos os leitores da publicac;ao.

Vale ressaltar que os diferentes generos textuais sao apresentados no

material didatico em sua diagrarna~o original, pais compreende-se que a22

observa~o do paratexto constitui urn momenta de leitura previa, quando as

hip6teses sabre a que se vai ler sao levantadas. Em geral, quando um leitor vai

ler urn texto, ele, numa primeira passada de olhos jii cria urna expectativa sabre 0

que vai ler . Considera-se incoerente, portanto, ..padronizar" a diagramat;;ao dos

textos no material didatico, como se noticias de jomal, contos de fada e textos

expositivos de divulgayao cientifica tivessem a mesma natureza, as mesmas

caracteristicas tipograficas, fossem ilustrados de forma semelhante; e ainda, que

possuissem a mesmo leitor e atendessem as mesmas finalidades.

A diagramayao de um jomal, ou mesmo de um texto, e de suma

importancia, pais nao e feita a esmo, mas sim a partir de estudos cientificos sobre

equilibria e propor~o. Isso significa que as noticias, manchetes, Iides, enfim toda

a parte escrita do jomal, deve estar perfeitamente correlacionada com a parte

visual - desenho espacial na folha, tamanho, parte verbal do titulo e subtitulo, etc.

Niio se pretende, claro, que os alunos conhe98m a definiyao te6rica de paratexto.

mas calcado no fato de que os elementos paratextuais constituem um indicador

ou uma direyao para ler um texto, espera-se do aluno a possibilidade de

discemimento entre urna forma e outra.

A analise da diagramayao de um jomal (p.161 e162) adquire um papel de

suma importancia numa PP I pais, ao direcionar a olhar do leitor, a jomal revela

vis6es de mundo, intenyaes subliminares, que s6 podem ser analisadas a partir

do direcionamento proposto pelo jomal.

3.2. Atividades de incentiva~ao

Algumas atividades tern como objetivo a incentiva980 e a aproxima~o da

realidade do aluno. A atividade inicial de pesquisa, par exemplo, pretende que 0

aluno conhec;a os jomais que circulam na regiao onde vive. Alern disso, a

proposta de se fazer urna entrevista a urn jomaleiro propicia urna situayao

comunicativa efetiva e real com objetivos claramente definidos e urn roteiro a ser

seguido. Esta atividade pode suscitar nos estudantes uma no~o da importancia

que as jornais possuem no meio em que vivem.

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As atividades das paginas 155 e 156 tambem possuem como objetivo

motivar as alunos e prepara-Ios para as assuntos que serao tratados. Eimportante ressaltar que uma grande maioria dos alunos (tanto da rede publica

como da privada) possuem pequena au nenhuma experiencia com 0 jamal e

estas atividades pod em constituir as primeiros cantatas desses estudantes com

esse material.

Promover urn manuseio de jornais e revistas, discutir acerca de suas

caracteristicas, observar as fotos e as destaques, tocar, analisar a organizayao de

uma edi98o, comparar diferentes jornais au sec;:6es; ainda que de forma

superficial neste momento, e fundamental.

Uma atividade de analise e comparac;ao mais aprofundada de diferentes

jornais esta presente na pagina 162. A proposta e que jornais de urn mesmo dia,

que tern como ambito de circulayao a regiao ende a aluno vive, sejam

comparados e analisados a partir de urn roteiro fornecido no livro. 0 objet iva elevar as alunos a:

a) apontarem diferen9as no tratamento editorial dado as mesmas noticias;

b) compreenderem que a escolha de uma outra noticia a definida pelo leitor

em potencial e ata pela ideologia subjacente do jornal.

3.3. Conhecimentos LingGisticos

Os trabalhos de refiexao sobre fatos linguisticos estendem-se em todo

material, mas ha momentos especificos como as atividades propostas na pagina

164 do material. Essas atividades prop6em a analise de se96es de uma edi~o de

jornal, publicada aos domingos. Os alunos sao levados a levantar a campo

semimtico de determinadas palavras (no caso, 0 nome das sey6es) e de

relacionar, a partir destes campos, as noticias e suas sec;6es.

Atividades semelhantes estao presentes nas paginas 173 e 174, em que os

alunos devem relacionar titulos e subtitulos, para, em seguida, refietir sabre suas

escolhas. Por fim, ele deve escolher, a partir de uma lista de palavras dada, uma

de sentido geral que poderia englobar cada conjunto de titulo e subtitulo.

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Atividades sabre diferentes campos lexicos acentuam a reflexao sobre a

selegao de palavras, no sentido de que essa nao pode ser arbitraria, e sim que

deve estar ligada ao campo semiintico apropriado a se«iio de que trata 0 jornal.

Compreende-se que as unidades semanticas ligadas entre si confarmam a

sentido do relata, au seja, sua macraestrutura. De acorda com a linguista Teum

Van Dijk (1978, p. 38), a macroestrutrura esta no discurso e a superestrutura euma categoria imaterial, urn esquema para identificar esse tipo de texto.

A micraestrutura do texto, cansiderada a estrutura superficial do texta, esta

sendo trabalhado nas paginas 174 a 176, com atividades que abordam a estrutura

local de textos jornalisticos, ista e, a estrutura das oragoes e sua relagao mutua

de coesao e coeremcia. Em uma primeira atividade, da-se dais lides em que as

frases faram misturadas. 0 aluna deve separar as trechas que correspondem a

cada um dos Iides, a tim de formar dais textos coerentes. Em seguida, e

convidado a ref1etir sabre a tarefa realizada, listando as palavras que permitiram

identificar uma unidade tematica. Em outra atividade, pede-se que 0 aluno

identifique as referentes de algumas expressoes assinaladas em um texto e que

estabelecem a coesao deste. Tais atividades estao articuladas segundo as

trabalhos da lingOisticatextual de Van Dijk.

As paginas 176 e 177 dao continuidade ao trabalho de coesao e coerimcia

iniciados nas paginas anteriores. Aborda-se um dos recursos coesivos - a

substituigao de palavras ja mencionadas par sinonimos e hiperonimos.

3.4. Produ~ao de texto

A primeira atividade de produ«iio de texto aparece na pagina 163, em que

as alunos sao convidados a construir uma primeira pagina de jornal. Vale

ressaltar que esta atividade e posterior as analises de PP, seus elementos

constitutivos e a comparagao entre primeiras paginas de jornais que circulam no

meio em que a aluno vive. Isso signitica que as especificidades do genera

solicitado foram esmiugadas, incluindo ai a diagramagao e outros aspectos

visuais de uma PP. 0 interlocutor tambern e urn dado que consta na proposta:25

pre-adolescentes. E este talvez 0 ponto fundamental do processo de escrita: ter

para quem escrever. Ingedore Villa9<3 Koch pronuncia-se a respeito dessa

interayao na obra 0 texto e a construr;ao de sentidos, de sua autona:

(...) a atividade de produyao textual pressup6e urn sujeito - entidade psico-fisico-social- que, em relayao com 0 outro (s) sujeito (s), constr6i 0 objeto-texto, levando em considerayao em seu planejamento todos os fatoresacima mencionados, combinando-os de acordo com suas necessidades eseus objetivos. 0 (s) outro (s) sujeito (s) implicado (s) nessa atividade - eno proprio discurso do parceiro, ja que a aJteridade e constitutiva dalinguagem - pode (m) ou nao atribuir sentido ao texto, aceita-Io comocoeso e/ou coerente, considera-Io relevante para a situayao deinterlocuc;:ao e/ou capaz de produzir nela alguma transformac;:ao. (...)

(KOCH, 1998, p. 20)

Outra proposta de produ9ao de texto (p. 180 - Aplicando) solicita um

anuncio classificado, proposta essa que techa uma atividade de exploragEio de

caracteristicas textuais desse genero. A produ9iio proposta explicita a situa9iio de

escrita - uma pessoa de sua familia esta precisando vender urn carro - , e

determina um prop6sito para a produyao - escrever urn anuncio para colocar em

urn jornal de domingo com a finalidade de vender 0 carro.

Por tim, esta unidade modelo propoe que as alunos, numa atividade

coletiva, editem urn jornal para circular na escola onde estudam. Essa proposta

esta estruturada na forma de um projeto, ou seja, uma organiza9iio didatica

especial que favorece situagoes reais de leitura, produyao e analise linguistica.

Urn projeto exige leitura e analise de grandes variedades de textos e suportes,

permitinda ainda que 0 aluno produza textas escritas adequados as candigoes de

produtyao e ao genero solicitados. A necessidade de retacyao e de cui dado com a

clareza do que se escreve e acentuada, pois escreve-se para leitores de tato.As orienta90es para a realiza9ao do projeto estao listadas passo a passo.

Cada aluna tera, a seu encargo, a escrita de naUcias, com todos os subsidios

necessarios para a realiza~o da tareta: estuda-se as aspectos linguisticos,

discursivos e textuais de uma noticia; fornece-se 0 interlocutor (estudantes,

professores e funcionarios da escola); estabelece-se uma finalidade (informar).

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Allam disso, a proposta orienta os estudantes, atravas de quest6es, a reescrita do

texto, propondo uma revisao coletiva.

Entende-se que a revisao e possivel reestrutura~o de um texto escrito

pela aluna faz parte do pracesso de aquisiyaa da escrita, nao sendo validas,

portanto, as "corre~6es" impastas pelo professor. A pratica de refacyao e um

procedimento que deve ser ensinado e sistematizado e nao significa, obviarnente,

a mera "Iimpezan de erras ortograficos e sintaticos.

CONCLUSAO

Ao se propor um material didatico, prop6em-se tarnbam urn modelo, ou

seja, uma forma possivel de encarar um encontro com a aprendizagem. Acredito

que um material didatico de Lingua Portuguesa deve estabelecer uma via de

comunica9ao possivel entre as correntes lingOisticas e pedag6gicas que

estabelecem os enfoques atuais no ensino de lingua e a pratica cotidiana de sala

de aula.

E perseguindo tal objetivo que 0 madela de unidade fai elabarado. As

propostas aqui apresentadas estao respaldadas em estudos e reflex6es, sendo

que a maioria delas constitui, ainda, fruto da pratica escolar. A inten~o foi a de

propiciar uma vi sao que realmente corresponda a mul1iplicidade de lugares

ocupados pela linguagem.

Par fim, reconheyo que 0 modelo apresentado nao constitui de forma

alguma, uma tarefa concluida. E 0 professor, e a boa vontade deste, que vai dar

forma, validar, submete-Io a questionamentos, reparos, ajustes, acrescimos e

atua1iza90es permanentes, tal como exige a dinamica do processo educativo.

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