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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JAQUELINE MARIA FRANCESCHI COIMBRA PRÁTICAS PEDAGÓGICAS À LUZ DA AFETIVIDADE COMO PROMOTORA DA APRENDIZAGEM AS CONCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO CURITIBA 2013

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

JAQUELINE MARIA FRANCESCHI COIMBRA

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS À LUZ DA AFETIVIDADE COMO

PROMOTORA DA APRENDIZAGEM – AS CONCEPÇÕES DE

PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

CURITIBA

2013

JAQUELINE MARIA FRANCESCHI COIMBRA

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS À LUZ DA AFETIVIDADE COMO

PROMOTORA DA APRENDIZAGEM – AS CONCEPÇÕES DE

PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do grau de Pedagogo (a). Orientadora: Prof.ª Neyre Correia da Silva

CURITIBA

2013

Dedico este estudo aos meus amados filhos, Amanda,

Fernando e Maria Luisa por estarem sempre ao meu lado, me

amarem e darem sentido à minha existência! Vocês são a

razão da minha vida, amor e afeto!

AGRADECIMENTOS

Agradeço sempre e primeiramente a Deus, senhor de nossas vidas!

Aos meus filhos Amanda, Fernando e Maria Luisa pelo apoio, ajuda e

compreensão nos vários momentos de ausência e, principalmente nesta fase final

de curso.

Aos meus pais, por toda a ajuda e cuidado com os meus filhos nestes quatro

anos.

A minha irmã Ciéli, pelo apoio e por ser um pouco mãe das minhas

“crianças”, cuidando deles e dos nossos pais sempre que foi preciso, muito

obrigada!

A minha sobrinha Lúcia, pelo incentivo na volta aos estudos, sem a sua

insistência eu jamais teria retornado!

A todos os meus professores (as), especialmente aqueles (as) que se

tornaram mais próximos, alguns provocaram, com simples palavras, profundas

transformações em mim, Maria Elisa Sokoloski e Michelle Knaut.

Por me instigarem, me desafiarem e me mostrarem através de seus

exemplos o que é comprometimento e amor à profissão, Maria Cristina Borges da

Silva, Arleandra C. T. do Amaral, Daniele M. Vieira, Eliane Mimesse, Jocian

Machado Bueno e Marilza do R. M. P. da Silva obrigada professoras também pelas

indicações de autores, a participação de vocês foi muito importante na construção

deste trabalho!

Por me ensinar a ver a vida com um olhar mais “sensível” e ver beleza, onde

antes eu não via, Maria Francisca Vilas Boas Leffer.

As professoras Margaret Maria Schroeder por fazer parte da minha banca,

pelo seu carinho e atenção, Maria Iolanda Fontana, coordenadora do curso de

Pedagogia e Neyre Correia da Silva minha orientadora, pelo carinho, dedicação e

por me ouvirem nos momentos de angústia durante a construção deste trabalho, me

apontando direções, aliviando o caminho…

A todos que de alguma maneira contribuíram para a minha formação, enfim

para o meu crescimento!

A todas as crianças de todas as escolas por onde fiz estágios, tanto da rede

pública como particular de ensino, que, por meio do seu carinho, me ensinaram

muito e me mostraram que estou no caminho certo. A minha “posição” sempre será

“ao lado” delas!

Às instituições que me acolheram nos estágios, os quais foram

importantíssimos na minha formação, pois é no período de estágio que também nos

construímos como profissionais.

Agradeço também as pessoas com as quais não tive boas experiências, que

me mostraram o que eu jamais devo fazer na minha prática pedagógica, pessoas

que mesmo sem saber, me fortaleceram e reafirmaram o que eu já sabia, desde o

início do curso: com afeto e amor é muito melhor!

À Coordenação Pedagógica da escola privada que permitiu a pesquisa com

seus funcionários e a todas as pessoas que participaram da pesquisa, respondendo

o questionário com tanto carinho e com a preocupação de o terem feito com

qualidade e da maneira correta, demonstrando tanto interesse. Sem a ajuda e a

colaboração de vocês nada seria possível!

Às minhas “meninas”, Mônica Chiquim, Ana Paula Zonta, Marcela Luana

Grande, Priscila de Aquino, Franciele Cieslak, Franciele Kachubowski, Camila

Chiquim, Josiane Ribeiro, Karine Garanhani, Amanda de Cássia dos Santos

Andrade Correa, parceirinha de riso e choro, Lilian Machado, Gelsi Roling, Vanusa

Emília Borges, pelo acolhimento, carinho e por compartilharem momentos de

tristeza, angústia, emoção e felicidade! Por todas as pessoas que fizeram parte da

nossa turma, as que ficaram pouco tempo, as que desistiram. Todas! Especialmente

às minhas amadas Ana Paula Frizzo, Bruna Nowotny e Jéssica Dias Moreira pelos

quatro anos de amizade e companheirismo, foi mais leve e lindo por causa de vocês!

“Quando aprendemos a usar a inteligência e a bondade ou

afeto em conjunto, todos os atos humanos passam a ser

construtivos.”

Dalai Lama

O direito da criança

Toda criança no mundo

Deve ser bem protegida

Contra os rigores do tempo

Contra os rigores da vida

Criança tem que ter nome

Criança tem que ter lar

Ter saúde e não ter fome

Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer

Nem questão de concordar

Os diretos da criança

Todos têm de respeitar.

Tem direito à atenção

Direito de não ter medos

Direito a livros e a pão

Direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem

O direito de sorrir.

Correr na beira do mar,

Ter lápis de colorir...

Ver uma estrela cadente,

Filme que tenha robô,

Ganhar um lindo presente,

Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador,

Fazer bolha de sabão,

Sorvete, se faz calor,

Brincar de adivinhação.

Morango com chantilly,

Ver mágico de cartola,

O canto do bem-te-vi,

Bola, bola, bola, bola!

Lamber o fundo da panela

Ser tratada com afeição

Ser alegre e tagarela

Poder também dizer não!

Carrinhos, jogos, bonecas,

Montar um jogo de armar,

Amarelinha, petecas,

E uma corda de pular.

Um passeio de canoa, Pão lambuzado de mel,

Ficar um pouquinho à toa...

Contar estrelas no céu...

Ficar lendo revistinha,

Um amigo inteligente,

Pipa na ponta da linha,

Um bom dum cachorro quente.

Festejar o aniversário,

Com bala, bolo e balão!

Brincar com muitos amigos,

Dar pulos no colchão.

Livros com muita figura,

Fazer viagem de trem,

Um pouquinho de aventura...

Alguém para querer bem...

Festinha de São João,

Com fogueira e com bombinha,

Pé-de-moleque e rojão,

Com quadrilha e bandeirinha.

Andar debaixo da chuva,

Ouvir música e dançar.

Ver carreira de saúva,

Sentir o cheiro do mar.

Pisar descalça no barro,

Comer frutas no pomar,

Ver casa de joão-de-barro,

Noite de muito luar.

Ter tempo pra fazer nada,

Ter quem penteie os cabelos,

Ficar um tempo calada...

Falar pelos cotovelos.

E quando a noite chegar,

Um bom banho, bem quentinha,

Sensação de bem-estar...

De preferência um colinho.

Uma caminha macia,

Uma canção de ninar,

Uma história bem bonita,

Então, dormir e sonhar...

Embora eu não seja rei,

Decreto, neste país,

Que toda, toda criança

Tem direito a ser feliz!!!

Ruth Rocha (2002)

RESUMO Esta pesquisa trata das práticas pedagógicas à luz da afetividade como promotora da aprendizagem e as concepções de profissionais de educação. Tem como objetivo principal: investigar se o profissional de educação considera a afetividade como principal facilitador do processo ensino aprendizagem ou não. E como objetivos específicos delimitam-se os seguintes itens: compreender como se processa a aprendizagem à luz das teorias que abordam tal temática; identificar o papel da emoção/afetividade no processo de ensino e aprendizagem; contextualizar a realidade da prática pedagógica e a necessidade de problematizá-la para corrigir as fragilidades da formação profissional, de acordo com autores que abordam tal temática; caracterizar o perfil sócio econômico e cultural do profissional docente; e pesquisar e analisar por meio de questionário dados sobre sua formação, sua atuação profissional, a etapa da educação com a qual mais se identifica, os motivos que o fizeram optar pelo magistério, as disciplinas mais marcantes na sua formação acadêmica, sua percepção sobre elementos facilitadores e prejudiciais à prática pedagógica e sua percepção acerca das qualidades de um professor. A escolha do tema dar-se após experiências da autora do trabalho em estágios na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em instituições públicas e privadas da cidade de Curitiba. São distribuídos e analisados cem questionários aplicados a três grupos distintos de profissionais da educação, sendo que o primeiro deles é o das professoras do Ensino Superior e estudantes de Mestrado em Educação de uma Instituição de Ensino Superior Privada; o segundo, o das alunas do Curso de Pedagogia de uma Instituição de Ensino Superior Privada, e o terceiro, o de professores do Ensino Fundamental de uma escola privada, estudantes do curso de Pedagogia (em estágio) e professores (as) com formação em outros cursos superiores. Os resultados desta pesquisa indicam que os profissionais, em dois dos três grupos participantes do estudo, consideram a afetividade como principal facilitador do processo ensino aprendizado. Palavras-chave: Afetividade. Aprendizagem. Prática Pedagógica. Formação docente.

LISTA DE SIGLAS

CMEI Centro Municipal de Educação Infantil

EJA Educação de Jovens e Adultos

FIES Fundo de Financiamento Estudantil

NAMP Núcleo de Atividades Lúdicas e Material Pedagógico

PMC Prefeitura Municipal de Curitiba

PROUNI Programa Universidade para Todos

PUC Pontifícia Universidade Católica do Paraná

SEED Secretaria estadual de Educação

UFPR Universidade Federal do Paraná

UTP Universidade Tuiuti do Paraná

SESI Serviço Social da Indústria

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

2 TEORIAS DA APRENDIZAGEM ........................................................................... 18

2.1 SKINNER E O ENSINO-APRENDIZAGEM ..................................................... 18

2.2 CARL ROGERS E A FACILITAÇÃO DA APRENDIZAGEM ............................ 20

2.3 PIAGET – DESENVOLVIMENTO GERAL E APRENDIZAGEM ...................... 22

2.4 VYGOTSKY E AS RELAÇÕES ENTRE DESENVOLVIMENTO HUMANO E

APRENDIZADO ..................................................................................................... 26

2.5 HENRY WALLON E O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL .............................. 28

2.6 ROGERS E WALLON: A RELAÇÃO ENTRE APRENDIZAGEM E

AFETIVIDADE EM DESTAQUE............................................................................. 33

3 O ENSINO-APRENDIZAGEM E O PAPEL DA AFETIVIDADE/EMOÇÃO ............ 36

3.1 COGNIÇÃO E EMOÇÃO ................................................................................. 37

3.2 AFETIVIDADE/EMOÇÃO NOS PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

............................................................................................................................... 39

3.3 AFETIVIDADE E PRÁTICA PEDAGÓGICA ..................................................... 43

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 48

4.1 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS JUNTO ÀS

PROFESSORAS DO ENSINO SUPERIOR E ESTUDANTES DE MESTRADO EM

EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ...................................... 49

4.1.1 Primeira categoria – Formação do profissional da educação .................... 55

4.1.2 Segunda categoria – Prática pedagógica .................................................. 56

4.1.3 Terceira categoria – Emoção e afetividade ................................................ 57

4.2 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS JUNTO AOS ALUNOS DO

CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ................. 58

4.2.1 Primeira categoria – Formação do pedagogo ............................................ 64

4.2.2 Segunda categoria – Prática pedagógica .................................................. 65

4.2.3 Terceira categoria – Emoção e afetividade ................................................ 66

4.3 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS JUNTO A PROFESSORES

DO ENSINO FUNDAMENTAL, ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA (EM

ESTÁGIO) E PROFESSORES (AS) COM FORMAÇÃO EM OUTROS CURSOS

SUPERIORES QUE ATUAM EM ESCOLA PRIVADA ........................................... 67

4.3.1 Primeira categoria – Formação do profissional da educação .................... 73

12

4.3.2 Segunda categoria – Prática pedagógica .................................................. 74

4.3.3 Terceira categoria – Emoção e afetividade ................................................ 75

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 76

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 78

APÊNDICE – QUESTIONÁRIO DISTRIBUÍDO AOS PARTICIPANTES DA

PESQUISA ................................................................................................................ 79

13

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa focalizou, entre outras questões, a importância da relação

afetiva entre professor e aluno no ensino fundamental; como se concebe o

aprendizado a partir das principais Teorias da Aprendizagem, as condições que o

favorecem; e as interações sociais como promotoras do desenvolvimento cognitivo e

afetivo, e da aprendizagem.

As relações afetivas, as emoções estão presentes em nossas vidas desde o

momento em que nascemos, assim, muito cedo a criança inicia seu processo de

socialização, visto que o homem é um ser social e as interações ocorrem desde o

nascimento e de maneira diferente de acordo com a fase vivida, e por toda a vida

Quando a criança nasce, relaciona-se com seus pais, sua família e esta

relação com o adulto proporciona a ela segurança física e emocional, que favorecem

seu desenvolvimento afetivo e, em seguida, no momento em que vai para a escola,

surgem novas relações, com colegas e professores.

O interesse sobre este tema surgiu a partir de observações realizadas

durante estágio em Educação Infantil, num Centro Municipal de Educação Infantil,

no quarto período do curso de Pedagogia; e das experiências e vivências em estágio

(não obrigatório) em escolas privadas, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na

cidade de Curitiba-PR, onde observei que a dimensão da afetividade na relação

entre professor e aluno era negligenciada como aspecto necessário ao sucesso dos

processos de ensino e aprendizagem. Esta percepção fez com que eu me situasse

como docente e refletisse sobre a importância das relações afetivas como

facilitadoras do processo ensino-aprendizagem.

Então, a partir dessas observações, senti a necessidade de entender os

motivos que levavam os professores a agirem de maneira indiferente, ou mesmo

negligente, aos sentimentos e emoções de seus alunos, centralizando suas práticas

em si mesmas e desconsiderando o quão benéficas, prazerosas e promotoras do

desenvolvimento cognitivo/afetivo e das aprendizagens poderiam ser as relações

afetuosas entre o professor e o aluno.

Muito se tem estudado sobre o desenvolvimento humano e sobre os fatores

que afetam as pessoas, fazendo-as únicas e diferentes. Também se tem

questionado sobre quais são as necessidades das pessoas para que estas possam

se desenvolver normalmente e, até mesmo, como elas reagem às interferências que

14

sofrem do meio físico em que vivem, e da convivência e relações com outras

pessoas, que afetam de maneira positiva ou não o seu desenvolvimento afetivo,

cognitivo e social.

Sabemos que o principal objetivo da escola não é ater-se ao

desenvolvimento psíquico e emocional da criança, mas deve se esforçar para

proporcionar um ambiente agradável, seguro e estimulador, que faça com que a

criança sinta-se bem, e em boas condições para que ocorra a aprendizagem e

formação plena da mesma.

Na bibliografia analisada, a afetividade é considerada importante e

favorecedora da aprendizagem, contudo nas observações feitas em estágios

obrigatórios e outros, percebeu-se que a afetividade era negligenciada, e separada

da cognição, na educação básica.

De acordo com Bruner (1986;1998), citado por Leme (2003, p. 92), “a

tradicional distinção entre afetividade e cognição, traçada tanto na filosofia quanto na

psicologia, delimita regiões e fronteiras sobre o funcionamento psicológico, pouco

úteis, na medida em que, talvez, nunca deveria ter sido separado”.

Sendo assim, quando pensamos no desenvolvimento cognitivo e afetivo das

nossas crianças, muitas perguntas podem surgir: Como elas aprendem? O que

favorece este aprendizado? O que devemos considerar para facilitarmos tais

aquisições?

Portanto, focando as relações sociais e o professor como mediador no

processo ensino-aprendizagem perguntamos: quem é esse profissional, como é sua

prática, sua metodologia, como se deu a sua formação e, principalmente, se este

profissional considera a afetividade como promotora do processo ensino e

aprendizagem?

De acordo com tal problemática, com as questões referidas acima, foi

definido como objetivo geral deste trabalho: Investigar se o profissional da educação

considera a afetividade fator relevante na prática pedagógica para promover o

processo ensino e aprendizagem.

E, consequentes e complementares ao objetivo principal, relacionaram-se os

seguintes objetivos específicos: Compreender como se processa a aprendizagem à

luz das teorias que abordam tal temática; identificar o papel da emoção/afetividade

no processo de ensino e aprendizagem; contextualizar a realidade da prática

pedagógica e a necessidade de problematizá-la para corrigir as fragilidades da

15

formação profissional, de acordo com autores que abordam tal temática; caracterizar

o perfil sócio econômico e cultural do profissional docente, e pesquisar e analisar

dados sobre sua formação, sua atuação profissional, a etapa da educação com a

qual mais se identifica, os motivos que o fizeram optar pelo magistério, as disciplinas

mais marcantes na sua formação acadêmica, sua percepção sobre elementos

facilitadores e prejudiciais à prática pedagógica e sua percepção acerca das

qualidades de um professor.

Para obtenção de dados, teóricos e empíricos, foi realizada pesquisa

bibliográfica e de campo. O instrumento para a coleta de dados foi um questionário

aplicado aos alunos (as) e professoras da Faculdade de Ciências Humanas, Letras e

Artes da Universidade Tuiuti do Paraná, alunos do Mestrado em Educação desta

Universidade, e também para professoras, estudantes do Curso de Pedagogia (em

estágio) e professores com graduação em outros cursos superiores que atuavam no

Ensino Fundamental de uma escola privada.

A aplicação dos questionários aconteceu em um período de

aproximadamente trinta dias e foram distribuídos e analisados cem questionários,

que continham vinte perguntas, fechadas e abertas, com o objetivo de uma

compreensão ampla do objeto de estudo.

Assim, para que se obtivesse êxito na pesquisa foi necessária a combinação

de metodologias, a qualitativa e a quantitativa. Autores, como Bogdan e Biklen

(1984), afirmam que as abordagens qualitativas e quantitativas podem ser

complementares: “em alguns estudos isto é desejável, por exemplo, utilizando-se

estatística descritiva e apresentando-se conjuntamente a interpretação de dados

qualitativos. A esse tipo de opção costuma-se chamar de triangulação

metodológica”. (BOGDAN; BIKLEN, 1984, apud SILVA, 1998)

Minayo (1994), afirma que existem potencialidades nas articulações entre as

duas abordagens:

a contribuição da abordagem qualitativa para a compreensão do social pode ser colocada como teoria e método. Enquanto teoria, ela permite desvelar processos sociais ainda pouco conhecidos, grupos particulares e expectativas sociais em alto grau de complexidade… Enquanto método caracterizado pela empírea e pela sistematização, a abordagem qualitativa propicia a construção de instrumentos fundamentados na percepção dos atores sociais, tornando-se, assim, válida como fonte para esclarecimento de indicadores, índices, variáveis, tipológicas e hipóteses. Além disso, ela permite interpretações mais plausíveis dos dados quantitativos, auxiliando na eliminação do arbitrário que escorrega pela operacionalização dos

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modelos teóricos elaborados longe das situações empiricamente observáveis. (MINAYO, 1994, apud SILVA, 1998, p.18). [Grifos da autora]

E Silva (1998, p.18) ressalta que a relação entre a abordagem qualitativa e

quantitativa é mesmo complementar: “enquanto o quantitativo se ocupa de ordens

de grandezas e as suas relações, o qualitativo é um quadro de interpretações para

medidas ou compreensão para o não quantificável”.

No capítulo logo a seguir foram abordadas as principais Teorias da

aprendizagem. Foram pesquisados autores como Skinner, que nos apresenta duas

espécies de aprendizagem, o condicionamento respondente e o operante. O autor

alerta-nos para a necessidade de desenvolvermos alternativas para tornar a

aprendizagem interessante.

Carl Rogers, outro autor abordado, por sua vez, acredita na necessidade de

mudança na direção da educação em todos os níveis de ensino, onde sejam

valorizadas as capacidades dos sujeitos, com o objetivo de alcançar seu pleno

desenvolvimento.

A diferença entre desenvolvimento geral e aprendizagem nos é apresentada

por Jean Piaget, que afirma que o desenvolvimento do conhecimento ocorre na

totalidade das estruturas. Sobre a aprendizagem, o autor afirma que esta é

provocada pelas situações que podem ser previamente planejadas.

Os processos de aprendizado e os vários aspectos do desenvolvimento são

apresentados por Vygotsky, quando o autor assegura que estes estão presentes

desde o nascimento, que estão em relação e dependem da relação com o outro.

As concepções de Wallon, no entanto, garantem que o sujeito é determinado

fisiológica e socialmente. O autor propõe o estudo integrado do desenvolvimento,

considerando a afetividade, motricidade e inteligência, ocorrendo de forma

progressiva, em sucessão de estágios, com alternância e predominância afetiva e

cognitiva.

A autora curitibana, Denise Camargo, apresenta-nos considerações sobre a

produção de sentidos e a educação, alertando-nos para o fato da escola ainda hoje,

negar a vida afetiva do aluno. Questiona também se as emoções são ou não

desorganizadoras da atividade adaptada, reconhecendo a integração entre as

dimensões afetivas e cognitivas e a necessidade dos profissionais de educação se

sensibilizarem para esta questão.

17

Procurou-se também, por meio da autora citada acima, esclarecer a relação

entre aprendizagem e emoção, e como é vista a afetividade na escola, a sua

integração com a cognição, sua internalização, evolução e relação com outras

funções durante a vida e a necessidade do professor/pedagogo sensibilizar-se por

esta questão, visto que não há como ignorar o mundo dos afetos.

Em seguida são apresentadas algumas considerações sobre afetividade e

prática pedagógica, feitas a partir do estudo da obra que é organizada por Brzezinsk

(1996), que nos alerta para o fato de que devemos considerar o afeto como

facilitador em nossa prática diária, abordando a importância de fazermos uma

autocrítica e repensarmos a nossa formação, admitindo que sem uma formação

consistente e contínua do professor, não é possível promover avanços e

transformações. Foram feitas considerações importantes sobre as representações

que temos da escola e do docente, esclarecendo que a escola não deve ser vista

como uma extensão do lar, que a professora não é uma “segunda mãe”, nem

psicóloga e sim mediadora do processo de aprendizagem.

E finalmente, procede-se a apresentação e a análise dos dados obtidos a

partir desta pesquisa.

18

2 TEORIAS DA APRENDIZAGEM

Neste capítulo apresentaremos as principais teorias que abordam a

aprendizagem, direta ou indiretamente, para que possamos compreender como esta

ocorre e o que os teóricos nos apontam em diferentes correntes de pensamento.

Este estudo deve-se à necessidade de adequarmos, orientarmos e até

mesmo reorientarmos nossas práticas pedagógicas conhecendo estas diferentes

visões sobre o ensino-aprendizagem a fim de refletirmos sobre a melhor forma de

promover o aprendizado e o desenvolvimento pleno de nossos alunos, sendo que o

“ensino é uma atividade que emerge de alguma concepção sobre como ocorre

aprendizagem”. (MILHOLLAN e FORISHA, 1972, p.11).

A seguir apresentaremos como Skinner concebe a aprendizagem e,

consequentemente, o ensino.

2.1 SKINNER E O ENSINO-APRENDIZAGEM

De acordo com Milhollan e Forisha (1972), Skinner identifica duas espécies

de aprendizagem, o condicionamento respondente e o condicionamento operante.

No primeiro, o respondente, um estímulo novo é emparelhado (apresentado junto)

com aquele que elicia uma resposta (automática, reflexa) e depois de diversos

emparelhamentos o estímulo novo passa a eliciar a resposta.

Considera-se que o condicionamento pavloviano ou condicionamento

clássico pertence a esse tipo de condicionamento. Pavlov (1849-1936) estudou as

secreções gástricas de cães e inventou um aparelho que colhia e media a saliva

segregada por cães quando um alimento era colocado à sua boca. Quando o cão

avistava o alimento ou ouvia os passos do atendente, salivava; estes e outros

estímulos tornaram-se um sinal para o cão de que logo viria o alimento (MILHOLLAN

e FORISHA, 1972, p.72).

E no condicionamento operante, o comportamento, a resposta é controlada

por suas consequências, ou seja, pelos estímulos que se seguem à resposta. A esse

processo de condicionamento, Skinner, segundo Milhollan e Forisha (1972), chama

de reforço, assim os estímulos ou eventos que se seguem a uma resposta, ou

reforçam um comportamento, são chamados reforçadores e o comportamento é

19

adquirido quando existem consequências observáveis (reforçadores) oferecidas pelo

meio em que vivemos.

Porém, o autor alerta que o comportamento é controlado parcialmente por

estímulos; na realidade o comportamento é emitido por uma variedade de razões ou

por uma multidão de estímulos, muitas vezes desconhecidos (MILHOLLAN,

FORISHA 1972, p. 72-75).

Quanto aos métodos de ensino, Skinner, a partir de Milhollan e Forisha

(1972), aponta a necessidade de realizar uma completa revisão nas práticas das

salas de aula, sendo que, um dos principais problemas, na visão do autor, é o uso

de controle aversivo1, mediante o qual acontecem repreensões, sarcasmo, críticas,

lição de casa adicional, retirada de privilégios etc. Ele acredita que os professores

não desejam usar este controle, mas que o fazem por desconhecerem alternativas

eficazes que façam o aluno interessar-se pelo estudo.

Skinner, comentado por Milhollan e Forisha (1972), considera que as

crianças aprendem quando estão naturalmente interessadas em alguma atividade,

que o conhecimento não pode ser adquirido somente pelo método da descoberta e

que para ser forte, a cultura precisa transmitir-se e dar ao sujeito o acúmulo de

conhecimento, aptidões, práticas sociais e éticas, sendo esse o papel das

instituições de educação.

Ensinar é simplesmente o arranjo de contingências de reforço sob as quais estudantes aprendem. Embora estudantes aprendam em seus ambientes naturais, é responsabilidade do professor apressar e assegurar a aquisição de comportamento, que de outra maneira talvez não fosse aprendido. (MILHOLLAN e FORISHA, 1972, p.111).

Skinner considera, ainda que os estudantes aprendem quando reconhecem a

resposta, a ocasião em que ocorrem as respostas e as consequências da resposta.

Aprendem por causa das consequências de seus atos, porque foram reforçados a

lembrar do que ouviram e viram (MILHOLLAN e FORISHA 1972, p.110).

Na sequência apresentaremos uma posição bem diferente da de Skinner

sobre aprendizagem (e ensino), a concepção de Carl Rogers.

1 Controle aversivo, segundo o Dicionário inFormal (2012), refere-se ao controle de comportamento

por contingências de reforço negativo e punição (positiva e negativa).

20

2.2 CARL ROGERS E A FACILITAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Milhollan e Forisha (1972) abordam o ponto de vista de Carl Rogers sobre a

natureza e a existência humana especificamente na educação. O teórico acredita na

necessidade de uma grande mudança na direção básica da educação, sendo que a

escola, em todos os seus níveis de ensino, deve derivar-se de uma sociedade

caracterizada por mudanças, e a inovação e as capacidades criativas dos sujeitos

devem ser alimentadas e expressas, para que ocorra o desenvolvimento pleno dos

atuantes, sejam eles estudantes, professores ou gestores. Acredita também que o

objetivo educacional deve ser o da facilitação da aprendizagem, afirmando que:

Facilitação de aprendizagem não é equivalente a ensino como é comumente definido. Não depende necessariamente, por exemplo, de aptidões particulares do líder, nem de seu conhecimento erudito, nem de seu planejamento curricular, nem de uso de recursos audiovisuais. Não depende de aprendizagem programada, aulas, relatórios orais ou mesmo livros, lápis e papel. […]. De fato um facilitador de aprendizagem é principalmente só isso em relação ao aprendiz, um recurso. Mas como um recurso vivo, o facilitador só pode funcionar em uma relação interpessoal com o aprendiz. É esta relação que deve, portanto, ser de primordial importância em qualquer cenário educacional. (MILHOLLAN e FORISHA, 1972, p.177).

Rogers discerniu certas qualidades atitudinais que devem existir na relação

interpessoal entre facilitador e aprendiz e acredita que é a partir dessas que ocorre a

aprendizagem significativa (MILHOLLAN e FORISHA, 1972).

A primeira dessas atitudes é a realidade ou genuinidade, na qual o professor

aceita a si próprio e apresenta-se como uma pessoa real para os seus alunos, tendo

liberdade para expor seus sentimentos e permitir que os estudantes também o

façam de igual maneira.

A segunda atitude é que a relação facilitador/aprendiz deve impregnar-se de

confiança e aceitação, sendo que a outra pessoa tem sua dignidade, valor e é

merecedora da oportunidade de buscar, experimentar e descobrir o que a

engrandece:

Um professor que experimenta essa atitude de confiança pode aceitar, de uma maneira sem julgamento, a apatia, desejos excêntricos, e até mesmo rejeição das sugestões do professor, assim como um esforço disciplinado para alcançar objetivos escolhidos. Confiando no estudante, o professor está, assim, expressando efetivamente sua própria confiança e fé

21

essenciais na capacidade de seu próprio ser organísmico. (MILHOLLAN e FORISHA, 1972, p.179).

Tão importante quanto os aspectos citados acima é a comunicação entre as

pessoas envolvidas, “um facilitador deve ser sensivelmente cônscio da maneira

como o processo de educação e aprendizagem parece ser para o estudante”, e

ainda, “aprendizes, para serem bem sucedidos em suas tarefas escolhidas,

precisam de comunicação. Precisam ser compreendidos, não avaliados, não

julgados, não ensinados. Facilitação exige compreensão e aceitação empática”

(MILHOLLAN e FORISHA 1972, p.179).

A realização dessas atitudes não é fácil, mas ocorrem em ocasiões quando

nos comunicamos realmente com os outros, nas quais a confiança na capacidade do

indivíduo para desenvolver sua própria potencialidade é fundamental:

Um facilitador trabalha na hipótese de que qualquer estudante que esteja em contato real com problemas relevantes para ele próprio, desejará aprender, crescer, descobrir, criar, tornar-se autodisciplinado. […] A aprendizagem é, verdadeiramente, o esforço muito vital do organismo pela própria vida. (MILHOLLAN e FORISHA 1972, p. 180).

Desta forma, a aprendizagem que ocorre nesta relação interpessoal será

autoiniciada, ou seja, “a aprendizagem autoiniciada envolve a pessoa inteira do

aprendiz (sentimentos, assim como o intelecto) e é a mais duradoura e penetrante”.

(MILHOLLAN e FORISHA, 1972, p.181). Portanto:

aprender a ser aprendiz, isto é, ser independente, criativo e autoconfiante é mais facilitado quando a autocrítica e a auto-avaliação são básicas e a avaliação por outros tem importância secundária. Isto é, naturalmente, aprender o processo de aprendizagem. Estar continuamente aberto à experiência e incorporação em si mesmo do próprio processo de mudança. (MILHOLLAN e FORISHA, 1972, p. 181).

Rogers, segundo Milhollan e Forisha (1972), considera que o aluno deve ser

o centro da sala de aula, e que o facilitador deve colocar diante do estudante

situações que sejam problemáticas para ele, permitindo que ocorram confrontações

naturais e, indica, ainda, o grupo de encontro básico, a instrução programada, a

autodireção estudantil e a liberdade responsável, como alternativas para que

crianças e adultos vivam de maneira plena: “quando é dada às crianças liberdade

responsável, em um clima de compreensão e amor não possessivo, elas escolhem

22

com sabedoria, aprendem com entusiasmo e desenvolvem atitudes autenticamente

sociais” (MILHOLLAN e FORISHA,1972, p. 182).

Na sequência apresentaremos as principais ideias de um autor que se

tornou central no sentido de concebermos os processos de desenvolvimento e

aprendizagem, Jean Piaget.

2.3 PIAGET – DESENVOLVIMENTO GERAL E APRENDIZAGEM

O psicólogo e filósofo suíço, Jean Piaget, chama-nos a atenção para

diferença existente entre o desenvolvimento geral e a aprendizagem, sendo que o

desenvolvimento do conhecimento é espontâneo, encontra-se ligado ao total

processo de embriogênese, e só acaba na idade adulta, é um processo que ocorre

na totalidade das estruturas do conhecimento: “A embriogênese refere-se ao

desenvolvimento do corpo, mas refere-se também ao desenvolvimento do sistema

nervoso e das funções inatas.” (PIAGET, 1964, p.1).

Em relação à aprendizagem, o autor afirma-nos que esta ocorre de maneira

oposta: “em geral a aprendizagem é provocada pelas situações. Provocada por um

experimento psicológico, ou por um professor, com respeito a algum tema didático,

ou por uma situação externa”. (PIAGET, 1964, p.1). Desta forma, por ser provocada,

torna-se oposta à espontânea:

desenvolvimento explica aprendizagem e essa opinião é contrária a maioria das opiniões que acham que desenvolvimento é a soma discreta de experiências de aprendizagem. Para alguns psicólogos o desenvolvimento está reduzido a uma série de itens específicos aprendidos, e desenvolvimento é assim a soma, a acumulação dessa série de itens específicos. […] Desenvolvimento é o processo essencial e cada elemento do aprendizado ocorre como uma função do desenvolvimento total, antes de ser um elemento que explica o desenvolvimento. (PIAGET, 1964, p. 1).

Para entendermos o desenvolvimento do conhecimento, devemos

inicialmente compreender o que é uma operação, e que o conhecimento de um

objeto ou de um acontecimento não é realidade; conhecer um objeto, ou um

acontecimento, não é simplesmente olhar para ele e fazer uma cópia ou imagem

mental dele: “conhecer um objeto é agir sobre ele. Conhecer é modificar, transformar

o objeto e entender o processo dessa transformação, e como uma consequência,

entender como o objeto é construído.” (PIAGET, 1964, p.2).

23

Desta forma, uma operação torna-se essência do conhecimento, ação

internalizada que modifica o objeto do conhecimento, como por exemplo, juntar

objetos, ordenar ou por em séries, contar ou medir. É um conjunto de ações

interiorizadas que modificam o objeto. Em adição, é ação reversível podendo

realizar-se em ambas direções, aumentando ou subtraindo, juntando ou separando,

tornando-se um tipo particular de ação que forma estruturas lógicas, que nunca está

isolada, está sempre ligada a outras operações, tornando parte de uma estrutura

total. Segundo o autor, por exemplo:

uma classe lógica não existe: o que existe é a estrutura total da classificação. Uma relação assimétrica não existe isolada. Seriação é uma estrutura natural básica operacional. Um número não existe isolado, o que existe é a série de números que constituem a estrutura, uma enorme, rica estrutura cujas várias propriedades têm sido reveladas pelos matemáticos. (PIAGET, 1964, p. 2).

Para Piaget, são as estruturas operacionais que constituem a base do

conhecimento, a natural realidade psicológica, que nos permite entender o

desenvolvimento do conhecimento a partir da compreensão da formação,

elaboração, organização e funcionamento das mesmas. Então, é necessário fazer

menção, sinteticamente, a tais estruturas de conhecimento, que se traduzem,

conforme o autor em quatro estágios.

O primeiro deles é o sensório-motor, que é pré-verbal, acontece nos

primeiros 18 meses de vida e nele acontece o desenvolvimento do conhecimento

prático, que é a sub-estrutura do conhecimento representacional. Podemos citar aqui

o exemplo da construção do esquema do objeto permanente, no qual, para a criança

de alguns meses, quando o objeto desaparece do campo perceptual imediato, ele

não existe mais; mais tarde a criança tentará encontrá-lo localizando-o

espacialmente: “Há igualmente a construção da sucessão temporal, e da

causalidade sensório-motor elementar […] há uma série de estruturas que são

indispensáveis para as estruturas do posterior pensamento representacional”.

(PIAGET, 1964, p. 2).

No segundo estágio, o pré-operacional, acontece o início da linguagem, da

função simbólica e, consequentemente, do pensamento ou representação. No plano

do pensamento representacional ocorre uma reconstrução de tudo que se

desenvolveu no plano sensório-motor, mas: “as ações sensório-motoras não são

24

imediatamente traduzidas em operações, […] especificamente ainda não há

conservação, a qual é o critério psicológico da presença das operações reversíveis”.

(PIAGET, 1964, p. 3). Podemos citar o exemplo de que, quando colocamos a

mesma quantidade de líquido em copos de formas diferentes, a criança pré-

operacional pensará que há mais líquido em um que em outro: “na ausência da

reversibilidade operacional, não há conservação de quantidade”. (PIAGET, 1964, p.

2).

No terceiro estágio, as operações concretas, aparecem operando sobre os

objetos, porém não ainda sobre hipóteses verbalmente expressas, existem as

operações de classificação, ordenação, construção de ideia de um número,

operações espaciais e temporais e também todas as operações da lógica elementar

de classe e relação, matemática elementar, geometria e física elementar.

E por fim, no quarto estágio, a criança atinge o nível que Piaget chama de

operações formais ou hipóteses-dedutivas, podendo raciocinar sobre hipóteses e

não apenas sobre objetos, constrói novas operações da lógica proposicional, e não

mais simplesmente as operações de classes, relações e números, atingindo novas

estruturas combinatórias. (PIAGET, 1964, p.3).

Piaget ainda considera que existem fatores capazes de explicar o

desenvolvimento de um grupo de estruturas para o outro, sendo que o primeiro é a

maturação, na qual o desenvolvimento é a continuação da embriogênese; desta

forma a maturação é fator indispensável, tomando parte em cada transformação

ocorrida no desenvolvimento da criança, ocorrendo em todas as sociedades e

mantendo a ordem de sucessão constante, entretanto é insuficiente em si, e não

explica tudo porque a média cronológica em que ela acontece varia muito de uma

sociedade para outra. (PIAGET, 1964, p.3-4).

O segundo fator; a experiência dos efeitos do meio físico, dos objetos sobre

as estruturas da inteligência, é fator básico no desenvolvimento das estruturas

cognitivas, porém esse fator também não explica tudo, pois, alguns conceitos

surgem no início do estágio das operações concretas como, por exemplo, o da

conservação da substância, no caso de mudança de forma da mesma e outros

conceitos como os de peso e volume só serão adquiridos posteriormente através da

percepção:

O autor ainda faz uma segunda objeção à suficiência da experiência porque

considera que existem duas espécies de experiência psicologicamente diferentes e

25

importantes do ponto de vista pedagógico que são: a experiência física que é a ação

sobre os objetos, tirando algum conhecimento sobre eles pela abstração dos

mesmos, é a experiência no sentido comum do termo (empírico); e a experiência

lógico-matemática, na qual o conhecimento é adquirido a partir das ações realizadas

sobre os objetos: “quando alguém atua sobre o objeto, o objeto está na verdade lá,

mas há também o conjunto de ações que modificam os objetos”. (PIAGET, 1964,

p.5).

Para o autor, este é o ponto de partida para a dedução matemática, que

consiste em interiorizar e combinar essas ações sem precisar de objetos, agora é

possível combinar as operações que ocorre com símbolos e o início é a experiência

lógico-matemática. Inicia-se a coordenação das ações, que anteriormente

precisavam de material concreto:

Mais tarde, essa coordenação de ações leva às estruturas lógico- matemáticas. Acredito que lógica não é um derivativo da linguagem. A fonte da lógica é muito mais profunda. Ela é a total coordenação das ações. Ações de juntar coisas ou de ordenar coisas, etc. […] Ela é uma experiência de ações do sujeito e não dos objetos em si. É necessário antes que se possa haver operações. Quando as operações forem obtidas, essa experiência não é mais necessária e a coordenação de ações pode desenvolver-se por si mesma na forma de dedução e construção para estruturas abstratas. (PIAGET, 1964, p. 6).

Ainda de acordo com o autor, existe o terceiro fator que é a transmissão

social, linguística ou educacional; que o autor julga insuficiente, pois a criança só

pode receber a informação de um adulto via linguagem ou educação, se estiver em

um estado em que possa entender: “para receber a informação, ela deve ter uma

estrutura que a capacite de assimilar essa informação”. (PIAGET, 1964, p. 6).

E o quarto fator, que o autor considera fundamental e julga ser o principal,

embora negligenciado, que é a equilibração ou autorregulação. Este e os demais

(maturação, experiência e transmissão social), devem estar equilibrados entre si

porque no ato de conhecer o sujeito é ativo e quando se depara com perturbação

externa, reage e posteriormente tende ao equilíbrio, que definido por compensação

ativa leva à reversibilidade:

Reversibilidade operacional é um modelo de um sistema equilibrado, onde a transformação em uma direção é compensada por uma transformação em outra direção. A equilibração é assim um processo ativo, é um processo auto-regulador. Esse processo auto-regulador é fundamental para o desenvolvimento. […] Não é possível alcançar um segundo nível a menos

26

que se tenha alcançado o equilíbrio no primeiro nível, […] cada nível é determinado como o mais provável dado que o nível precedente for alcançado. (PIAGET, 1964, p. 7).

Outro posicionamento muito importante sobre aprendizagem e ensino, mas

divergente do apresentado em Piaget, é o de Vygotsky, como veremos a seguir.

2.4 VYGOTSKY E AS RELAÇÕES ENTRE DESENVOLVIMENTO HUMANO E

APRENDIZADO

De acordo com Oliveira (1997), Vygotsky dedicou-se principalmente ao

estudo do desenvolvimento humano, do aprendizado e das relações entre

desenvolvimento e aprendizado, buscando compreender a origem e o

desenvolvimento dos processos psicológicos no decorrer da história da espécie

humana e da história individual. Chama-se, portanto, sua abordagem de genética,

aquela que enfatiza o processo de desenvolvimento humano.

Segundo a autora, o teórico não chegou a formular uma concepção

estruturada do desenvolvimento humano, mas nos oferece reflexões e dados de

pesquisa sobre vários aspectos do desenvolvimento, enfatizando em sua obra a

importância dos processos de aprendizado, os quais, afirma, estarem presentes

desde o nascimento da criança.

Vygotsky, apud Oliveira (1997, p. 56, p.101), afirma que o aprendizado está

relacionado com o desenvolvimento e é “um aspecto necessário e universal do

processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e

especificamente humanas”. E ainda:

Existe um percurso de desenvolvimento, em parte definido pelo processo de maturação do organismo individual, pertencente à espécie humana, mas é o aprendizado que possibilita o despertar de processos internos de desenvolvimento que, não fosse o contato do indivíduo com certo ambiente cultural, não ocorreriam. (OLIVEIRA, 1997, p. 56).

O autor considera importante o papel do outro social no desenvolvimento

dos indivíduos e para que possamos compreender sua teoria é essencial o

conhecimento de alguns conceitos que seguem:

● Zona de Desenvolvimento Real (ZDR) – esta “zona” refere-se a todas as tarefas e

atividades que a criança consegue fazer sozinha, sem a ajuda de outras pessoas,

27

são as conquistas já consolidadas, capacidades ou funções que a criança já domina

completamente, como por exemplo, amarrar os sapatos sozinha. “O nível de

desenvolvimento real da criança caracteriza o desenvolvimento de forma

retrospectiva, ou seja, refere-se a etapas já alcançadas, já conquistadas pelas

crianças”. (OLIVEIRA, 1997, p.59).

● Zona de Desenvolvimento Proximal ou Potencial (ZDP) – refere-se a situações em

que a criança consegue desempenhar tarefas somente com a ajuda de adultos, de

crianças mais capazes ou após instruções, demonstrações, fornecimento de pistas

ou com assistência durante o processo, conforme Oliveira (1997), como por

exemplo, a construção da torre de cubos com o auxílio de outra pessoa mais

experiente nessa tarefa.

Oliveira (1997, p.59) afirma que ocorrem alterações no desempenho de uma

pessoa pela interferência de outra, representando um momento do desenvolvimento

dos indivíduos: “a capacidade de se beneficiar de uma colaboração de outra pessoa

vai ocorrer num certo nível de desenvolvimento, mas não antes”.

Quando Vygotsky propõe a existência desses dois níveis de

desenvolvimento, ele define a zona de desenvolvimento proximal como a distância

entre os mesmos:

A zona de desenvolvimento proximal refere-se, assim, ao caminho que o indivíduo vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas, estabelecidas no seu nível de desenvolvimento real. (OLIVEIRA, 1997, p.60).

Tal ideia é fundamental na teoria vygotskyana, pois considera

importantíssima a interação social para a construção das funções psicológicas

humanas: “o desenvolvimento individual se dá num ambiente social determinado e a

relação com o outro, nas diversas esferas e níveis da atividade humana, é essencial

para o processo de construção do ser psicológico individual”. (OLIVEIRA, 1997, p.

60).

Assim, Oliveira (1997, p.60) afirma que “a zona de desenvolvimento proximal

é, pois, um domínio psicológico em constante transformação”. E, ainda, de acordo

com autora, quando Vygotsky aborda a relação entre desenvolvimento e

aprendizado, considerando a zona de desenvolvimento proximal, fica estabelecida

28

uma relação entre o processo de desenvolvimento e a relação do indivíduo com seu

ambiente sociocultural e com sua situação de organismo que depende de outros

indivíduos da sua espécie para se desenvolver plenamente, sendo a interferência de

outros a mais transformadora.

Tal concepção implica diretamente no ensino escolar, pois se o aprendizado

impulsiona o desenvolvimento, a escola torna-se importantíssima na construção do

ser psicológico adulto dos indivíduos que vivem em sociedades escolarizadas.

Segundo Oliveira (1997, p. 62), a ação escolar se dará adequadamente quando,

conhecendo o nível de desenvolvimento dos alunos, a escola dirigir o ensino não

para etapas intelectuais já alcançadas, mas sim para estágios de desenvolvimento

ainda não incorporados pelos alunos. Desta forma, o professor interfere na zona de

desenvolvimento proximal dos estudantes, provocando avanços que não ocorreriam

espontaneamente sem sua interferência.

Não devemos considerar que Vygotsky propõe uma postura diretiva,

intervencionista e autoritária, contrariando, por exemplo, o posicionamento de

Rogers, pois ele (Vygotsky) enfatiza a importância do meio cultural e das relações

entre indivíduos na reconstrução e reelaboração dos significados transmitidos pelo

grupo cultural, e a recriação da cultura torna-se a base do processo histórico que

está sempre em transformação (OLIVEIRA, 1997, p.63).

Em uma linha de pensamento muito próxima de Vygotsky, encontramos

Wallon, que propõe uma teoria com base em uma concepção integrada de homem e

de seu desenvolvimento, com implicações importantes para a educação, como

apresentaremos a seguir.

2.5 HENRY WALLON E O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL

De acordo com Galvão (1998), Wallon admite o organismo como condição

primeira do pensamento, visto que este depende de um equipamento orgânico; que

o objeto da ação mental vem do exterior, ou seja, do grupo e do ambiente onde o

indivíduo vive e que as fronteiras entre os fatores de natureza orgânica e os de

natureza social são estreitas e estão numa relação de determinação recíproca. “O

homem é determinado fisiológica e socialmente, sujeito, portanto, a uma dupla

história, a de suas disposições internas e a das situações exteriores que encontra ao

longo de sua existência”. (GALVÃO, 1998, p.29).

29

Wallon tem, então, como método de análise e fundamento epistemológico de

sua teoria o materialismo dialético. O estudo do homem e de seu psiquismo,

segundo o autor, beneficia-se do recurso do materialismo dialético, pois esta

perspectiva filosófica capta a realidade em suas mudanças e transformações

(GALVÃO, 1998, p.31).

Tão importante quanto às considerações acima é o fato de que Wallon

propõe o estudo integrado do desenvolvimento, abarcando os diversos campos

funcionais onde a atividade infantil é distribuída (afetividade, motricidade,

inteligência). De acordo com Galvão (1998, p. 37), o teórico propõe “que se estude o

desenvolvimento infantil tomando a própria criança como ponto de partida, buscando

compreender cada uma de suas manifestações no conjunto de suas possibilidades,

sem a prévia censura da lógica adulta”.

A autora afirma que podemos identificar no desenvolvimento humano a

existência de etapas diferenciadas, com necessidades e interesses que lhes confere

coerência e unidade, e que estas se sucedem em ordem para que ocorra o

aparecimento das seguintes.

Sobre os recursos da criança e do seu meio ocorrem determinações

recíprocas, sendo que em cada idade o sujeito interage com seu ambiente de

maneira particular: “Os aspectos físicos do espaço, as pessoas próximas, a

linguagem e os conhecimentos próprios a cada cultura formam o contexto do

desenvolvimento” (GALVÃO, 1998, p.39).

De acordo com a idade a criança interage mais com determinados aspectos

de seu contexto, de onde extrai recursos para o seu desenvolvimento, escolhendo o

campo onde vai aplicar suas condutas e transformando o meio:

a determinação recíproca que se estabelece entre as condutas da criança e os recursos de seu meio imprime um caráter de extrema relatividade ao processo de desenvolvimento. Não obstante esta permeabilidade às influências do ambiente e da cultura, o desenvolvimento tem uma dinâmica e um ritmo próprios, resultantes da atuação de princípios funcionais que agem como uma espécie de leis constantes. (GALVÃO, 1998, p.40).

Os fatores orgânicos são responsáveis pela sequência fixa verificada entre

os estágios de desenvolvimento, mas que não garantem homogeneidade no seu

tempo e duração, pois podem ter seus efeitos transformados pelas circunstâncias

sociais e por deliberações voluntárias do sujeito: “a duração de cada estágio e as

30

idades a que correspondem são referências relativas e variáveis, em dependência

de características individuais e das condições de existência”. (GALVÃO, 1998, p.40).

O fator biológico vai cedendo espaço de determinação ao social e esta

influência se torna mais decisiva na aquisição de condutas psicológicas superiores;

a cultura e a linguagem fornecem ao pensamento instrumentos para sua evolução,

assim apenas o amadurecimento do sistema nervoso não garante o

desenvolvimento de habilidades intelectuais mais complexas, estas necessitam da

linguagem e do conhecimento e dependem do grau de apropriação pelo sujeito

(GALVÃO, 1998).

Wallon contrapõe-se às concepções que afirmam a linearidade do

desenvolvimento:

O ritmo pelo qual se sucedem as etapas é descontínuo, marcado por rupturas, retrocessos e reviravoltas. Cada etapa traz uma profunda mudança nas formas de atividade do estágio anterior. Ao mesmo tempo, condutas típicas de etapas anteriores podem sobreviver nas seguintes, configurando encavalamentos e sobreposições. (GALVÃO, 1998, p.41).

Galvão (1998, p. 43), ainda afirma que Wallon percebe o desenvolvimento

dos indivíduos como uma construção progressiva na qual se sucedem fases com

predominância alternadamente afetiva e cognitiva, estas atividades predominantes

são os recursos que a criança dispõe naquele momento para interagir com o

ambiente. Assim, torna-se importante compreender as características principais dos

cinco estágios propostos pela psicogenética walloniana, segundo Galvão (1998):

● Estágio impulsivo-emocional – Corresponde ao primeiro ano de vida; a

criança tem a emoção como instrumento de interação com o meio devido ao seu

estado de imperícia; a afetividade orienta as primeiras reações do bebê em relação

às pessoas que intermediam sua relação com o mundo físico.

● Estágio sensório-motor e projetivo – do fim do primeiro ano até

aproximadamente o terceiro ano de vida. A criança interessa-se pela exploração

sensório-motora do mundo físico. Manipula objetos e explora espaços com maior

autonomia devido à aquisição da marcha e preensão. Ocorre o desenvolvimento da

função simbólica e da linguagem, sendo que o pensamento ainda precisa de gestos

para se exteriorizar. Neste estágio predominam as relações cognitivas com o meio, a

inteligência prática e simbólica.

31

● Estágio do personalismo – dos três aos seis anos. Tem como principal

tarefa o processo de formação da personalidade. A construção da consciência de si,

através das interações sociais, reorienta o interesse da criança pelas pessoas,

retornando a predominância das relações afetivas.

● Estágio categorial – Inicia-se por volta de seis anos com a consolidação da

função simbólica e diferenciação da personalidade, trazendo avanços importantes

no plano da inteligência. O interesse da criança é dirigido pelos progressos

intelectuais para as coisas e para o conhecimento e conquista do mundo exterior,

predominando o aspecto cognitivo.

● Estágio da adolescência – Neste estágio surge a necessidade de nova

definição dos contornos da personalidade que estão desestruturados devido a ação

hormonal. Surgem questões pessoais, morais e existenciais, retornando a

predominar a afetividade.

A essa alternância entre os momentos afetivos e cognitivos, Wallon, a partir

de Galvão (1998, p. 45), chama de princípio da alternância funcional:

Cada nova fase inverte a orientação da atividade e do interesse da criança: do eu para o mundo, das pessoas para as coisas. Trata-se do princípio da alternância funcional. Apesar de alternarem a dominância, afetividade e cognição não se mantêm como funções exteriores uma à outra. Cada uma, ao reaparecer como atividade predominante num dado estágio, incorpora as conquistas realizadas pela outra, no estágio anterior, construindo-se reciprocamente, num permanente processo de integração e diferenciação.

À dominância de uma ou outra atividade, intelectual ou afetiva, Wallon

denominou de princípio de predominância funcional:

O predomínio do caráter intelectual corresponde às etapas em que a ênfase está na elaboração do real e no conhecimento do mundo físico. A dominância do caráter afetivo e, consequentemente, das relações com o mundo humano, correspondem às etapas que se prestam à construção do eu. (GALVÃO, 1998, p.45).

O teórico compara o ritmo descontínuo do desenvolvimento infantil a um

pêndulo que oscila entre polos opostos e imprime características próprias a cada

etapa do desenvolvimento e assegura que na vida adulta, esse movimento continua

sendo visível quando, ora estamos voltados para a realidade exterior e ora voltados

para nós mesmos. (GALVÃO, 1998, p.46).

32

Nesta perspectiva emerge a necessidade de superarmos a dicotomia entre

indivíduo e sociedade no campo educacional:

a ideia de uma personalidade que se forma isolada da sociedade é inconcebível para a perspectiva walloniana, segundo a qual é na interação e no confronto com o outro que se forma o indivíduo. Wallon considera, portanto, que a educação deve, obrigatoriamente, integrar, à sua prática e aos seus objetivos, essas duas dimensões, a social e a individual: deve, portanto, atender simultaneamente à formação do indivíduo e à da sociedade. (GALVÃO, 1998, p. 91).

Em decorrência de tais considerações wallonianas, tem-se que toda prática

pedagógica deveria ser pautada no princípio de que todo ser humano tem seu

desenvolvimento composto por vários campos funcionais (afetividade, motricidade,

inteligência) e que não podemos considerá-lo isolado deste conjunto.

Infelizmente, a nossa realidade escolar é bastante diferente, segundo

Camargo (2004), do que preconiza Wallon. Percebemos em nossas práticas

escolares diárias que são priorizados os aspectos cognitivos e intelectuais, em

detrimento das manifestações emocionais e sentimentos dos alunos: “Passa-se,

então a dificultar a manifestação de uma das dimensões de expressão que

compõem a integridade, a totalidade do aluno como indivíduo, pois a emoção

constitui função inseparável da cognição e aprendizagem.” (CAMARGO, 2004, p.

16).

Para a autora, “desafortunadamente, a escola ainda não sabe aproveitar a

dimensão emocional para mobilizar o aluno para a aprendizagem e motivar para a

atividade” (CAMARGO, 2004, p.188).

Atualmente, nós professores, devemos nos sensibilizar para esta outra

dimensão, a fim de percebermos as emoções, as necessidades e a individualidade

dos nossos alunos:

a possibilidade de leitura do mundo só se realiza integralmente quando o aluno nela insere seus sentimentos, quando organiza essa leitura a partir de suas emoções e afetos. Só com a valorização da dimensão emocional a escola vai proporcionar ao aluno a possibilidade de compreender o mundo e a se compreender como indivíduo completo nesse mundo. (CAMARGO, 2004, p. 188).

A autora afirma-nos que, ainda hoje no espaço escolar, ocorre a negação da

subjetividade dos educandos, o que acarreta dificuldades de aprendizagem ou o seu

agravamento e até mesmo exclusão, e:

33

são exatamente aqueles alunos que revelam as emoções mais negativas com relação aos seus vínculos afetivos com professores, colegas e com a própria família, os que apresentam um histórico escolar repleto de reprovações, um dos caminhos mais comuns para a evasão e o abandono escolar, ou seja, para a exclusão. (CAMARGO, 2004, p.17)

Após realizarmos um apanhado geral dos autores que, direta ou

indiretamente, abordam o fenômeno da aprendizagem, torna-se importante fazermos

uma síntese das ideias dos dois autores que, de alguma forma, relacionam,

colocando em destaque, a aprendizagem e a afetividade, ou educação e emoção,

Rogers e Wallon, como veremos a seguir.

2.6 ROGERS E WALLON: A RELAÇÃO ENTRE APRENDIZAGEM E AFETIVIDADE

EM DESTAQUE

Carl Rogers propõe a consideração das capacidades criativas dos sujeitos, e

a possibilidade de sua expressão, como indispensáveis para que alcancem o

desenvolvimento pleno, sejam estudantes, professores ou gestores. Considera que

a facilitação da aprendizagem seja o objetivo educacional e, assim o professor torna-

se um recurso vivo na relação interpessoal com o aluno. (MILHOLLAN; FORISHA,

1972).

Rogers julga necessárias algumas qualidades atitudinais na relação entre o

facilitador e o aprendiz, afirmando que só assim ocorre a aprendizagem significativa.

Na primeira delas o professor deve se apresentar como uma pessoa real, podendo

expressar seus sentimentos e permitir que os estudantes também o façam; a

segunda refere-se à relação professor-aprendiz, afirmando que esta deve ser de

confiança e aceitação, sendo que a outra pessoa tem sua dignidade e valor, e é,

portanto, merecedora da oportunidade de buscar, experimentar e descobrir novos

conhecimentos.

O autor considera também muito importante a comunicação entre as

pessoas envolvidas, sendo que os aprendizes devem ser compreendidos e

auxiliados para desenvolverem sua própria potencialidade, e a aprendizagem será

autoiniciada, envolvendo seus sentimentos e intelecto. O aluno deve ser o centro da

prática educativa, deve aprender o processo de aprendizagem e deve estar diante

de situações problemáticas que possibilitem confrontações naturais. O teórico indica,

ainda, encontros em grupo e a liberdade responsável como fatores importantes para

34

que os alunos aprendam com entusiasmo e desenvolvam atitudes sociais

(MILHOLLAN e FORISHA,1972).

Já na psicogenética walloniana, o indivíduo é concebido a partir de uma

perspectiva global; e identifica a existência de alguns campos que agrupam a

diversidade das funções psíquicas, sendo estes: a afetividade, o ato motor e a

inteligência. Galvão afirma: “A pessoa é o todo que integra esses vários campos e é,

ela própria, um outro campo funcional” (1998, p. 49).

O pensamento de que o ser humano se constrói na interação e confronto

com o outro traz consequências para a compreensão por parte da escola dos

sujeitos em formação e de seus processos: “sujeitos concretos e contextualizados,

os alunos têm na escola e na sua família, entre outros ambientes concretos ou

simbólicos com os quais interagem, meios nos quais se constituem” (GALVÃO,

2003).

A escola é coparticipante e corresponsável no processo de formação do

sujeito, possibilitando não somente interações entre as pessoas, mas a interação

destas com o conhecimento e outros produtos da cultura. Na perspectiva walloniana

o bom desempenho intelectual não depende de um estado afetivo saudável, que

atribui a dificuldade de aprendizagem a um distúrbio afetivo causado por problemas

na vida familiar, pois a família não é a única responsável pela dimensão afetiva do

aluno. Inteligência e afetividade constroem-se reciprocamente, numa complexa

relação de interdependência.

Galvão (2003), com base nos seus estudos de Wallon, defende a ideia de

que uma atmosfera mais afetiva, mais adequada, pode acontecer na escola

dispensando assim encaminhamentos clínicos.

Torna-se importante para o professor o conhecimento das funções,

características e dinâmica das emoções, o que lhe possibilitará melhor compreensão

das situações do cotidiano escolar, conseguindo melhor envolvimento dos alunos e

evitando a perda do controle da dinâmica do grupo e da própria atuação. Esse

conhecimento contribui para o estabelecimento de um clima favorável de interações,

além da preocupação com a clareza e coerência lógica de suas explicações e

propostas, e o professor pode demonstrar entusiasmo pelo ensino, por meio de sua

postura e tonalidade de voz, contagiando desta maneira seus alunos. Lewin, apud

GALVÃO,(1939) considera a criação dessa atmosfera como parte do saber-fazer

docente, afirma que o êxito de um professor na sala de aula depende, em grande

35

parte, da atmosfera que cria: “não creio, contudo, que este entusiasmo possa ser

simplesmente forjado por alguma técnica, prefiro crer que ele tem de ser genuíno e

verdadeiro”.

Concluída a tarefa de síntese das ideias desses autores que promovem mais

ênfase à dimensão afetiva em se tratando dos processos de ensino e aprendizagem,

torna-se necessário que entendamos alguns conceitos, como emoção e cognição, e

como estes conceitos podem se relacionar com a aprendizagem (e ensino)

efetivamente, como veremos no capítulo subsequente.

36

3 O ENSINO-APRENDIZAGEM E O PAPEL DA AFETIVIDADE/EMOÇÃO²

Nossa sociedade estabeleceu que o trabalho com os conflitos emocionais é

competência dos psicólogos e psiquiatras, e isto resultou no surgimento de um

espaço terapêutico e técnico para o tratamento dos problemas causados por

conflitos emocionais, e assim, quando a escola nega a vida afetiva do aluno,

transforma a educação em repressora das emoções. Camargo afirma que: “a escola

desconhece a vida afetiva da grande maioria dos seus alunos e somente aquelas

crianças e jovens que perturbam este ambiente são encaminhados para

“tratamento””. (2004, p.22).

Considerando o desenvolvimento histórico das emoções, questiona-se se

ela é ou não desorganizadora da atividade adaptada e procura-se esclarecer a

concepção de aprendizagem na relação com a emoção. Tem-se analisado por que

alguns alunos aprendem e outros não. Surgem pesquisas e soluções a partir de

debates e a consciência de que a escola encaminha alunos com problemas de

aprendizagem para outros profissionais, psicólogos, neurologistas e

psicopedagogos, para se liberarem do problema, o que torna a situação muito

preocupante, mesmo com o reconhecimento por parte dos teóricos de tradição

psicanalista, que reconhecem a profunda integração entre a dimensão afetiva e

cognitiva. (CAMARGO, 2004, p.26-27).

Tendo a prática pedagógica atual fundamentação em teorias construtivistas2,

é pequena a contribuição para esclarecer o aspecto afetivo presente no processo

ensinar-aprender, prevalecendo a concepção enganosa de que emoção e cognição

são excludentes e independentes, sendo a emoção considerada por muitos

professores como perturbadora da aprendizagem e que deve ser, então, controlada,

sufocada ou ignorada (CAMARGO, 2004).

A emoção e a cognição são unificadas num sistema dinâmico e significativo,

sendo, portanto, interdependentes, e:

põem em funcionamento não uma simples dimensão, a inteligência, mas um sistema funcional completo que incorpora diversas funções psicológicas: a

2 O Construtivismo tem Piaget como um dos teóricos mais significativos. Este método afirma que o

saber nunca está concluído, terminado, mas é um processo de incessante construção e criação que se dá através da ação e não por dons presentes na constituição dos genes do sujeito ou no ambiente em que ele cresceu, pressupondo que é a partir de atitudes que são instituídas a mente, a consciência e nossos pensamentos (INFOESCOLA, 2013).

37

percepção, a atenção, a memória, a linguagem, o pensamento, a emoção e os sentimentos, que se inter-relacionam por meio de conexões complexas, com mobilidade constante em sua estrutura, no decorrer do desenvolvimento e da atividade do ser humano. […] A desatenção para o aspecto emocional na aprendizagem tem como efeito negar o próprio aluno como indivíduo em desenvolvimento, com particularidades únicas, e intensamente exposto aos fatores sociais, culturais e afetivos. (CAMARGO, 2004, p. 28)

Camargo chama-nos a atenção para a necessidade de professores,

pedagogos e outros profissionais da Educação se sensibilizarem para a questão,

pois quando estes se isentam da responsabilidade de tratar as emoções de seus

alunos estão, na verdade, praticando um profundo ato de não-solidariedade: “ignorar

este mundo é ignorar-se a si mesmo como ser integral”. E, ainda, conclui:

o mundo dos afetos é um mundo real que interage de forma contínua e forte sobre a vida dos indivíduos, sejam eles alunos ou professores. […] A escola é o espaço em que os atores sociais que nela atuam, para ensinar ou para aprender, devem expor construir e reconstruir seus sentimentos e emoções como função integradora do processo ensinar-aprender. (CAMARGO, 2004, p. 29).

A autora, portanto, convida-nos a considerar emoção e razão como

dimensões psíquicas indissociáveis, como se segue.

3.1 COGNIÇÃO E EMOÇÃO

Até 1960, os primeiros cientistas cognitivistas adotavam um modelo de seres

humanos apenas racionais (intelectuais) não considerando o campo afetivo por uma

questão de praticidade, pois se considerassem estes elementos individualizantes, a

ciência cognitiva poderia tornar-se inviável. Porém nas décadas de 70, 80 e 90, as

pesquisas passaram a considerar como as pessoas raciocinam sobre diferentes

problemas (GARDNER, 1995 apud CAMARGO, 2004, p. 101).

Camargo (2004) alerta sobre a necessidade de: ampliarmos o conceito de

cognição, assim como fizeram Gardner e Luria (1977); de compreendermos como

emerge o conhecimento humano; de considerarmos o elemento cultural para a

compreensão do nível representacional nas diferentes sociedades; e de

entendermos que no processo de cognição os fenômenos psicológicos são

elaborados a partir do momento em que ocorrem interações sócio-culturais entre os

indivíduos.

38

Portanto, a cognição depende da vida prática, e pesquisas realizadas em

diferentes culturas nos mostram,

a importância da mediação sociocultural na construção de esquemas cognitivos, pois a cultura organiza tanto a forma quanto o conteúdo das funções psicológicas. [...] As funções psicológicas do homem estão culturalmente mediadas, desenvolvem-se historicamente e surgem da atividade prática. (LÚRIA, s/a, apud CAMARGO, 2004, p.102-103).

A partir dos anos 1990, estudiosos reconhecem a limitação das explicações

lógicas e cibernéticas para a compreensão da representação e complexidade dos

processos cognitivos, e reconhecem a cultura, a História, o contexto e,

principalmente, a emoção como parte do conhecimento humano:

Fica mais clara a necessidade de abandonar dicotomias entre objetividade e subjetividade, entre razão e emoção. Clara também fica a importância para o bem-estar das pessoas de entrar em contato com seus sentimentos ou aprender a expressar melhor as emoções. Estabelece-se que a emoção e os sentimentos são elementos constitutivos da cognição, da mesma forma que a memória, a percepção, a atenção, a imaginação, a vontade e a linguagem. (CAMARGO, 2004, p.104).

Quando nos atentamos ao papel da emoção no processo de

desenvolvimento da criança, percebemos o papel desta como primeira forma de

comunicação; como função fundamental nas interações sociais; como componente

da história da pessoa e na relação com a linguagem.

Quando a cognição não foi estabelecida ou se deu em outro contexto, a

emoção pode voltar a formas primitivas de expressão. Segundo Camargo (2004, p.

107), “ocorre assim um processo contínuo de ressignificação das experiências

emocionais, dependendo do momento de vida da pessoa”.

A autora alerta-nos para a necessidade de entendermos a emoção e suas

manifestações como vinculação entre o indivíduo e o mundo exterior, pois as

primeiras manifestações psíquicas do indivíduo, não são somente de origem

orgânica – nutritivas motoras e sexuais; e que são necessárias também as relações

afetivas e sociais com o outro e com o mundo. “Este entendimento esclarece a

relação entre biológico e psíquico e conduz às origens da afetividade” (CAMARGO

2004, p. 108).

Porém, ao longo da vida, a emoção entra em relação com outras funções e

transforma-se, e é através das relações interpessoais que a criança internaliza

39

significados afetivos e morais, que constroem sua configuração psíquica e

identidade, e onde estão presentes jogos de tensão, descontração, alegria ou

tristeza, de sedução e submissão ou exercícios de poder, conforme enfatiza

Camargo (2004, p.112): “as relações cotidianas das crianças, como as do adulto,

garantem a evolução e a partilha da alegria, da cólera, da surpresa, da tristeza ou do

medo”.

Também, no processo de desenvolvimento, mudam as relações das

emoções com as outras funções, surgindo complexas relações entre estas: “O que

se modifica é o vínculo da emoção como a memória, a atenção, a percepção, a

atividade sensório-motora e principalmente, a ligação com a linguagem e o

pensamento”. (CAMARGO, 2004, p. 113).

Inicialmente a emoção é persistente e propagadora e domina o

comportamento, pois ocorre de forma imediata, sem a intermediação do sistema

nervoso central, que é controlado pelo cérebro. Quando a criança interage com a

realidade mediada por outros, ela apropria-se da linguagem, de formas sociais de

comportamento e da linguagem interna, que interagem com a emoção

transformando-a: “em vez da emoção dominar o comportamento, o que predomina é

a complexa relação que vai se estabelecendo entre a emoção e as outras funções

psicológicas”. (CAMARGO, 2004, p. 113).

Em relação à estruturação das funções psicológicas, existem mudanças

concretas em cada momento do desenvolvimento, resultado da história do indivíduo,

suas relações sociais e da apropriação da cultura na qual está inserido:

a integração da emoção com as outras funções psicológicas é construída a partir do produto das relações sociais complexas e depende do lugar que a pessoa ocupa na sociedade, de suas condições sociais e históricas. Todos estes fatores configuram a emoção. Portanto, o tipo de emoção que uma pessoa vivencia depende do que ela pensa sobre a situação na qual a emoção é experimentada. (CAMARGO, 2004, p.114).

A partir da não separação entre afetividade/emoção e cognição é possível

pensarmos a relação entre estas duas dimensões e os processos de ensino e

aprendizagem, como apresentaremos a seguir.

3.2 AFETIVIDADE/EMOÇÃO NOS PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

40

Camargo (2004) afirma que, quando observamos mais atentamente a

relação dos indivíduos em sociedade percebemos que a dimensão afetiva é negada

quando a sociedade se considera racional, porém esta racionalidade não é tão

sólida como se mostra e nossa vida doméstica exige-nos um controle racional. Mas

como se dá o processo da emoção na escola?

A autora considera a aprendizagem um conjunto de atividades cuja

realização leva o aluno a novos hábitos, conhecimentos ou proporciona qualidade ao

que já era conhecido. É por natureza uma atividade social realizada através de

instrumentos sociais, mediante cooperação e comunicação pela assimilação da

prática histórico-social e da experiência que confere à criança a apropriação e

transformação da cultura, proporcionando seu desenvolvimento:

compreende-se a educação e o ensino como atividades conjuntas, organizadas entre professores e alunos, que possibilitam a assimilação pelas gerações mais novas da experiência das gerações anteriores, bem como a construção de novas experiências, ou seja, a produção do conhecimento. (CAMARGO, 2004, p. 119).

Em relação à estrutura da atividade, esta surge quando existe uma

necessidade que convertida em motivo, mobiliza o sujeito para um objetivo, como

por exemplo, a aprendizagem da escrita; esta só acontece quando a escrita fizer

parte do universo da criança, como forma de comunicação necessária e passe a

produzir um motivo para a criança, que aprende a escrever quando espelha sua fala

nos caracteres que simbolizam as palavras atingindo seu objetivo que é a

comunicação (CAMARGO, 2004, p.120).

Quando se pensa a emoção na atividade, esta pode ser facilitadora ou

bloqueadora do processo de aprendizagem, pois quando o aluno tem um objetivo e

uma necessidade para realizar uma atividade, ele também tem seu autoconceito que

é determinante na ação. De acordo com Camargo: “para se mover, mobilizar-se para

a ação, o indivíduo precisa ter um autoconhecimento positivo em relação a esta

atividade” (2004, p. 121).

Quando a criança percebe a impossibilidade de controlar alguns

acontecimentos, ela pode se mostrar apática, e as associações do autoconceito com

o rendimento na aprendizagem tornam-se um prognóstico do futuro êxito escolar:

“crianças e adolescentes com mais elevada autoestima são também os que mais se

sobressaem na escola”. (CAMARGO, 2004, p. 121).

41

E ainda, “para que ocorra a atividade coletiva da aprendizagem, é

indispensável que o aluno esteja envolvido e mobilizado para desenvolver as ações

e operações que compreendem a atividade” (CAMARGO, 2004, p. 121).

Vygotsky, de acordo com Camargo (2004), estabeleceu dois tipos de

atividades: a reprodutora, vinculada à memória e caracterizada pela reprodução de

normas e condutas já elaboradas; e a criadora composta de novas imagens ou

novas ações. O homem reelabora e cria novas ações, imagens, normas e planos a

partir de elementos das experiências passadas:

o processo de aprendizagem não é só uma atividade reprodutora, supõe também uma atividade criativa, à medida que o novo integra-se aos conteúdos anteriores aprendidos, o que só acontece com a participação ativa do aluno. Não reduzida a atividade reprodutora e imitativa, a aprendizagem é atividade complexa, relacionada à imaginação e a todas as implicações afetivas que compreende. (CAMARGO, 2004, p. 122).

Muitos professores queixam-se de seus alunos devido à falta de interesse

nas atividades escolares, e os alunos justificam-se alegando que as aulas são pouco

interessantes, não significativas e que não entendem a fala do professor, porém

estes alunos envolvem-se profundamente em atividades fora da escola, mas que

atendem aos seus interesses e necessidades. São muitas as variáveis que

interferem na aprendizagem, mas a motivação é a que mobiliza para o aprendizado.

Para Camargo (2004, p. 123), “na Pedagogia, motivação refere-se à atitude pessoal

do aluno de inserir-se nas ocasiões e oportunidades de aprendizagem e decidir-se

por elas como suas”.

Desta forma a educação imprime motivações mais humanas e as emoções

ficam mais sutis e próximas aos sentimentos, às motivações básicas são somadas

motivações coletivas e sociais, ocorrendo mudança progressiva de orientação na

qual a educação tem papel fundamental: “no ser humano, a motivação é, na maior

parte, adquirida, produto da aprendizagem”, (IPFLING, 1974, apud CAMARGO,

2004, p. 123).

Alunos desmotivados têm uma história que justifica tal atitude, e o erro

nessa avaliação é não conhecer suas necessidades e potencialidades nem seu

universo de significações, nisso consiste, muitas vezes, a causa do fracasso escolar:

para motivar o aluno, é necessário despertar um mínimo de interesse, pois o desinteresse gera apatia, aversão à atividade, fuga, inadaptação e falta de

42

atenção. […] as motivações dependem das relações de vida destes alunos, da sua realidade pessoal e social. (CAMARGO, 2004, p. 124).

Tão importante quanto a motivação no processo de aprendizagem é a

capacidade de autorregulação, na qual o aluno planeja, controla e avalia o processo,

detecta erros, modifica a situação e generaliza ou transfere uma aprendizagem para

novas situações; o aluno compreende o funcionamento do seu processo cognitivo e

quais estratégias deve usar nas atividades escolares. No entanto, o aluno pode

desenvolver atividades sem tomar consciência dos processos cognitivos e esta pode

aparecer posteriormente, no conjunto de suas habilidades cognitivas, que estão

relacionadas ao desenvolvimento da linguagem e à motivação (CAMARGO, 2004).

Assim, entendemos que é necessário: integrar emoção e cognição na busca

do indivíduo integral, porém quando a escola reprime a emoção, ela não permite

esta articulação, nem a realização da leitura cognitiva da mesma; compreender que

existe imprecisão nos termos que tentam definir a vida afetiva do ser humano, e que

existem várias contradições referentes ao atual entendimento das emoções e

sentimentos humanos, demarcados pelo ambiente sociocultural e momento histórico

em que está o indivíduo. (CAMARGO, 2004, p. 177-178).

Todos os sentimentos marcantes na relação professor-aluno influem na

motivação para o aprendizado, sendo o vínculo afetivo necessário para desenvolver

uma boa aprendizagem, esta por sua vez, também propicia um vínculo afetivo

positivo.

Camargo (2004, p. 179) afirma: “os alunos estão atentos às manifestações

de afeto, desafeto, indiferença ou tratamento diferenciados por parte dos

professores, o que desencadeia os mais diversos tipos de sentimento” e conclui:

a possibilidade de leitura de mundo só se realiza integralmente quando o aluno nela insere seus sentimentos, quando organiza essa leitura a partir de suas emoções e afetos. Só com a valorização da dimensão emocional a escola vai proporcionar ao aluno a possibilidade de compreender o mundo e a se compreender como indivíduo completo nesse mundo. (CAMARGO, 2004, p.188).

Percebemos aqui a importância de ampliarmos nosso conceito de cognição;

de compreendermos que esta depende da vida prática; de considerarmos a

dimensão afetiva do aluno; a importância da motivação; e que a aprendizagem é

uma atividade social, realizada a partir de instrumentos sociais, mediante

43

cooperação e comunicação, sendo capaz de proporcionar à criança a apropriação e

transformação da cultura, consequentemente seu desenvolvimento.

Veremos a seguir como considerar a afetividade, explorá-la e torná-la

facilitadora do processo ensino-aprendizagem, a necessidade do docente fazer uma

autocrítica, rever sua prática e dedicar-se à melhoria da qualidade da sua formação.

3.3 AFETIVIDADE E PRÁTICA PEDAGÓGICA

De acordo com Silva (1996), quando se pensa em afeto na prática

pedagógica, deve-se ter o cuidado de considerá-lo como real estimulador da prática

pedagógica e mediador que possibilita compreender a necessidade da criança em

busca da apropriação do conhecimento. Explorando o afeto, podemos facilitar a

aprendizagem, mas este sentimento não deve estar situado num lócus de

compensação e sua função deve estar muito clara para o docente:

A compensação ou sentimento de compaixão, na forma como tem sido abordado, não contribui para o crescimento do educando. Afinal, quem ama mais? Quem tem compaixão pelo aluno e em função disso o acaricia, mas sonega aquilo que ele tem direito de receber na escola, o conhecimento? Ou, quem exige mais do aluno por acreditar que ele é capaz e, assim e por

isso “ama o aluno”? (SILVA, 1996, p. 144).

Ainda, segundo Silva (1996, p.137-138), a construção do “saber” docente

acontece num longo período de escolarização, aperfeiçoamento e

profissionalização, e suas representações são a síntese de muitos elementos que,

muitas vezes, se cristalizaram devido à fragilidade da formação acadêmica. Quando

encontram dificuldades na prática diária, os professores negam, evitam ou as

enfrentam, porém a inconsistência teórica destes favorece a sedimentação de um

corpo sincrético de conhecimentos.

Devemos atentar também para a fragilidade da formação acadêmica, do

preparo pedagógico e da competência profissional, muitas vezes, confundida com

falta de vocação: “a precariedade da prática pedagógica estaria justificada com a

falta de vocação, esquecendo-se, portanto, qualquer referência à formação docente”

(SILVA, 1996, p. 142).

Torna-se importante fazermos uma crítica ao modelo tradicional de escola, à

distância existente entre o professor e o aluno, onde o docente detém o

44

conhecimento e é visto como um ser inatingível e, também ao modelo do

escolanovismo e sua exacerbação da afetividade, que gera a banalização do

conhecimento escolar.

Quando o docente “cumpre o seu dever” de amar e ter compaixão pelos

seus alunos, ele transfere para elementos exteriores as causa do fracasso escolar e

não se coloca como sujeito social presente no processo educativo, como ressalta

Silva:

A incorporação deste sentimentalismo – vocação, amor à profissão e aos seus alunos, compaixão – estaria concorrendo para isentá-lo de reconhecer limites e falhas de sua formação, o que poderia contribuir na busca de uma prática menos sentimentalista e mais profissionalizada. O professor estaria perdoando o fracasso do aluno e, ao fazê-lo, perdoaria a si mesmo. Estabelecendo para si a função de supridor de carências, cumprindo este papel e justificando o fracasso escolar nos alunos e em seu meio, o professor revela ter incorporado um nível de raciocínio que leva a concluir pela inadequação da clientela à escola e não ao contrário. (1996, p. 145).

Não podemos deixar também de considerar e discutir a presença marcante

da professora/mulher no magistério principalmente nos Anos Iniciais do Ensino

Fundamental, onde muitas vezes a professora é vista como mãe e os colegas como

irmãos. Esta representação qualifica a prática pedagógica como atividade associada

à rotina doméstica, na qual os professores (as) incorporam valores sociais que

atribuem à mulher certas funções e sua imagem fica associada ao coração, à

intuição, e a sua atividade é considerada menos científica e menos racional, ficando

a razão, indução e dedução destinadas ao homem:

Esta incorporação interfere na construção da identidade profissional, vinculada a atividade docente a papéis femininos em detrimento do próprio conteúdo específico fundamental da prática pedagógica, marcando vivamente as concepções por um forte condicionamento ligado ao “estado de ser” deste sexo. (SILVA, 1996, p. 146).

Quando a mulher iniciou sua inserção no mercado de trabalho, levou

consigo atributos do magistério e, esses valores que a enalteciam, a princípio,

concorreram para deslocar a aprendizagem do eixo central do ato educativo,

colocando o afeto em seu lugar, que contribuiu para descaracterizar a atividade

pedagógica e tornar a dependência afetiva superior à dependência intelectual,

favorecendo distorções sobre as funções da escola. E, ainda, é importante lembrar

que:

45

num estado capitalista há interesse em manter acesa a docilidade humana, para abafar possíveis focos de insubordinação e o desenvolvimento da criticidade. Quanto mais dóceis e subservientes forem os indivíduos nas suas relações, maior o espaço de manobra para manipulações, visto que a docilidade, o afeto, neste ínterim, estão colocados como elementos facilitadores de subserviência. (SILVA, 1996, p.149).

Esta imagem dócil da mulher foi reafirmada pelo positivismo de Augusto

Comte, que marcou ideologicamente, no Brasil do final do século XIX, de acordo

com Silva (1996), e a construção da identidade feminina, na qual a mulher estava no

auge da sensibilidade e o homem, da racionalidade. Neste pensamento o homem,

não precisava explorar seus sentimentos, desenvolver seu afeto; não se tratava de

um componente biológico do sexo feminino, mas do resultado da formação cultural

que fazia a diferenciação emocional e social dos sexos:

O sentimento maternal e a priorização do afeto conduzem a um desempenho profissional que prima pelas “boas maneiras” dos educandos e pelos “bons modos”, padrões comportamentais que assumem relevância no processo educativo. Encarando a escola como segundo lar e a professora como segunda mãe, não se favorece a ruptura necessária entre os dois cenários: casa e escola. (SILVA, 1996, p. 152).

Silva (1996, p.149) ressalta que sendo a escola a segunda instituição formal

frequentada pela criança é importante que esta encontre no professor um modelo

diferenciado do materno e que os papéis não sejam confundidos para que a criança

consiga fazer esta diferenciação.

Em se tratando de ensino e prática pedagógica, e na melhoria da qualidade

destes, deve-se considerar o empreendimento de um esforço coletivo capaz de

alterar o quadro de miséria material e cultural da população.

Quando se nega o acesso ao conhecimento via instituição escolar, está se

negando o exercício da cidadania, elemento fundamental da transformação social,

mas isso não significa que a escola é a redentora dos males sociais através da

capacitação da classe trabalhadora, nem é um meio de reprodução social: “ela é,

com sua tarefa específica, lugar de conflito, de conservação e de transformação”.

(SILVA, 1996, p. 167).

O saber universal não está somente na escola e não pode ser o único

propulsor para a aquisição de elementos que dão acesso à apropriação de

conhecimentos científicos universais; o saber está presente na sociedade e pode ser

46

adquirido por diferentes vias desde que se tenha condições básicas para adquiri-lo e

participar da sua construção:

Isto não significa defender a desescolarização, como se a ação sobre o meio externo à escola fosse suficiente para a apropriação do saber, ou para que tudo se modifique. A instituição escolar é, em nossa civilização, o espaço convencional para esta apropriação, e ainda é um lugar privilegiado para tal, sendo o professor o mediador entre o aluno e o saber predominante na sociedade. Assim enquanto sujeito mediador, o professor precisa dispor de competência profissional para fazer esta mediação. As condições para a aquisição/apropriação desta competência, contudo, têm sido limitadas e colocam-se como limitantes de sua atuação. (SILVA, 1996, p. 167).

O professor não compreende o aluno e a si próprio como sujeitos históricos

e socialmente relacionados num determinado espaço, e que atuam num sistema

declarado por eles mesmos como deficiente, e que, do qual eles participam,

contribuindo também para a sua ineficiência, como bem destaca Silva (1996, p.

168). A autoestima ameaçada pelas condições de trabalho pouco valorizado social e

financeiramente e as condições, principalmente, dos alunos da escola pública, faz

com que os professores procurem nos outros os culpados pelo fracasso escolar de

seus alunos: “a transferência das “causas” do fracasso para aspectos que isentam

sua atuação vai revelando uma certa ausência de autocrítica.” (SILVA, 1996, p. 169).

Existem ainda outros atributos vinculados pelos professores ao fracasso

escolar como: pobreza material, incapacidade intelectual, preguiça, falta de

empenho, problemas de saúde cujos diagnósticos clínicos e laudos oficializam a

exteriorização das causas das dificuldades de aprendizagem, e também atitudes

atribuídas aos pais, mas que são repetidas pelos docentes na sala de aula:

depreciação, discriminação, rejeição, autoritarismo, ataques à autoestima etc.

Desta forma, concordamos que o afeto deve: “se tornar o elemento

facilitador na organização e na ativação das estruturas cognitivas do aluno,

propiciando a articulação necessária para assimilar e apropriar o conhecimento

humano.” (SILVA, 1996, p. 169-170).

Para isso, é preciso que problematizemos a prática pedagógica e apoiados

num consistente referencial teórico possamos perceber incoerências, fragilidades e

construir uma imagem mais positiva do potencial do aluno e da prática docente: “é

necessário acreditar na capacidade humana cognitiva de todos os alunos e apostar

47

praticamente nesta capacidade, para que eles possam e queiram permanecer na

escola por mais tempo.” (SILVA, 1996, p. 170).

A autora adverte que não podemos transferir a responsabilidade do fracasso

escolar para alunos e professores, pois são muitos os réus e há a necessidade de

se compreender a escola e a sociedade dinâmica e historicamente para superar esta

condição de fracasso; é importante também que se organize e executem programas

para superação das dificuldades da formação docente e de suas condições de

trabalho através de uma política educacional clara, articulada que relacione as

funções da escola, do professor e sua formação na instituição, onde o Estado deva

assumir a formação dos educadores como necessidade pública, mesmo que a longo

prazo, entendendo que a apropriação do conhecimento científico e da cultura erudita

são condições básicas e elementares para o exercício do magistério, e que este

apoio esteja presente também, no processo de aquisição do conhecimento da

criança a fim de promover aprendizagens que integram conhecimentos, resgatam a

identidade cultural do aluno permitindo a apropriação e produção de conhecimentos

relevantes e socialmente significativos.

Tão importante quanto a revisão bibliográfica é a pesquisa de campo, para

que possamos, por meio dos dados coletados, confrontar a teoria com a realidade.

Seguem, então no próximo capítulo, os procedimentos metodológicos, a

apresentação e análise dos dados e posteriormente as considerações finais sobre a

pesquisa.

48

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a elaboração desta pesquisa foram realizadas: revisão bibliográfica,

análise de documentos oficiais e pesquisa de campo, e a partir desta foi possível

coletar dados na realidade para depois confrontá-los com referenciais teóricos.

A coleta de dados teve início em 29/10/13 e a duração de aproximadamente

trinta dias. Percebi que quando perguntava se as pessoas tinham interesse em

participar deste trabalho, todos se sentiam lisonjeados com o convite e ninguém

negou a participação, o que me deixou bastante satisfeita e possibilitou alcançar a

meta de aplicar o maior número possível de questionários, conferindo assim maior

credibilidade aos resultados.

Foram aplicados cem questionários e estes eram compostos por vinte

questões (consultar Apêndice), sendo que destas três eram abertas e dezessete

fechadas. As perguntas foram elaboradas com o objetivo principal de investigar se

os participantes do estudo consideravam a afetividade como principal

facilitador/promotor do processo ensino aprendizagem ou não.

Na Universidade Tuiuti do Paraná, instituição de Ensino Superior privada,

foram participantes da pesquisa de campo professoras do Ensino Superior e

estudantes do Mestrado em Educação, totalizando doze pessoas; e cinquenta e uma

alunas do curso de graduação em Pedagogia. Na escola privada, foram trinta e sete

profissionais da educação (professoras regentes, estagiários (as) e professores de

outros cursos superiores), mas que atuavam nos Anos Iniciais e Finais do Ensino

Fundamental.

Para melhor compreensão e organização da análise dos dados dividiu-se os

participantes desta pesquisa em três grupos distintos, sendo que o primeiro é o das

professoras do Ensino Superior e as estudantes do Mestrado em Educação da

Universidade Tuiuti do Paraná; o segundo, das alunas do curso de Pedagogia desta

Universidade; e o terceiro as professoras regentes, estagiários (as) e professores

(as) de outros cursos superiores, mas que atuavam nos Anos iniciais e Finais do

Ensino Fundamental de uma escola privada. Para análise dos dados obtidos

mediante a aplicação dos questionários a estes três grupos distintos, formulamos

uma divisão em três categorias, sendo que a primeira delas é a Formação do

profissional da educação, seguida por Prática Pedagógica, e a última, Emoção e

49

Afetividade. As perguntas do número 1 ao 7 não serão analisadas nesta pesquisa,

apenas comentadas.

4.1 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS JUNTO ÀS PROFESSORAS

DO ENSINO SUPERIOR E ESTUDANTES DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Mediante as respostas obtidas através da aplicação dos questionários e sua

análise, verifica-se na questão 1, que todas as participantes são do sexo feminino.

Na questão 2, as idades das participantes encontram-se a partir de trinta e seis

anos.

Na questão 3, percebemos que a maioria mora em Curitiba, mas que 1/3

vive na Região metropolitana. E na questão 4, constatamos que a renda destas

profissionais situa-se acima de quatro salários mínimos.

As respostas à questão 5 mostram que dez pessoas cursaram os Anos

Iniciais do Ensino Fundamental em escola pública e apenas duas em escola

particular. A questão 6 evidencia que nove pessoas cursaram os Anos Finais do

Ensino Fundamental em escola pública e três em escola particular.

E a questão 7, relativa ao Ensino Médio, aponta que oito pessoas cursaram

este nível de ensino em escola pública, três em particular e uma pessoa estudou em

escola pública e, posteriormente em escola particular.

A tabela a seguir foi construída com o objetivo de contribuir para uma boa

visualização das respostas (estaticamente apresentadas) aos questionários

aplicados às professoras do Ensino Superior e estudantes do Mestrado em

Educação.

TABELA 1: QUESTIONÁRIO DAS PROFESSORAS DO ENSINO SUPERIOR E

ESTUDANTES DO MESTRADO EM EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE TUIUTI DO

PARANÁ

QUESTÕES RESPOSTAS

(1) Sexo?

a) Feminino; 12

b) Masculino. 0

50

(2) Idade?

a) Entre 17 a 20 anos; 0

b) Entre 21 a 23 anos; 0

c) Entre 24 a 26 anos; 0

d) Entre 27 a 29 anos; 0

e) Entre 28 a 32 anos; 0

f) Entre 33 a 35 anos; 0

g) Entre 36 a 38 anos; 1

h) Mais de 38 anos. 11

(3) Onde você reside?

a) Curitiba; 9

b) Região metropolitana de Curitiba; 3

c) Outro local. Qual? 0

(4) Qual é a renda mensal aproximada de sua família?

a) Até um salário mínimo; 0

b) De um três salários mínimos; 0

c) De quatro a cinco salários mínimos; 2

d) Mais de cinco salários mínimos. 10

(5) Onde você cursou os Anos Iniciais (1º ao 5º ano / da 1ª a 4ª série) do Ensino Fundamental? Considere o maior período de permanência na instituição.

a) Em escola pública; 10

b) Em escola particular; 2

c) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

0

d) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

0

(6) Onde você cursou os Anos Finais (6º ao 9º ano / 5ª a 8ª série) do Ensino Fundamental? Considere o maior período de permanência na instituição.

a) Em escola pública; 9

b) Em escola particular; 3

c) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

0

d) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

0

51

(7) Onde cursou o Ensino Médio (2º Grau)? Considere o maior período de permanência na instituição.

a) Em escola pública; 8

b) Em escola particular; 3

c) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

0

d) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

1

(8) Quais os motivos que te levaram a optar pela Licenciatura em Pedagogia ou outra? Leia atentamente todas as afirmativas e, somente após reflexão, faça suas escolhas. Escolha até 3 afirmativas, as que você considera as mais importantes.

a) Sempre quis cursar Pedagogia, ou outra licenciatura; 7

b) Sinto-me vocacionado (a); 6

c) Porque adoro crianças; 3

d) Outro. Especificar. - Necessidade de ter uma licenciatura; - Não tinha opção e escolhi Geografia porque gostava no Ensino Médio; - Para aprofundar conhecimentos sobre educação e poder atuar como pedagoga.

3

(9) Você concluiu ou está concluindo outro(s) curso(s) superior (es) que não Pedagogia?

a) Não; 5

b) Sim. Qual (ais)? Artes, História, Direito, Educação Física, Letras, Psicologia.

7

(10) Você cursou ou está cursando a Graduação em Pedagogia ou outra licenciatura?

a) A Distância; 0

b) Presencial; 9

c) Semipresencial; 0

d) Não responderam. 3

(11) Sua instituição de formação é:

a) Privada; 5

b) Pública. 7

52

(12) Cursou ou cursa a graduação com auxílio de crédito educativo?

a) Não; 11

1

2

b) Sim. Qual programa? Bolsa de 50% ofertada pela PUC. 7

1

(13) Você participa de algum curso/evento/capacitação para complementar sua formação?

1

a) Não; 1

(14) Cite o nome de três disciplinas que marcaram ou estão marcando a sua formação:

a) Educação do campo; 3

b) Arte; 2

c) História; 2

d) Psicologia da Educação; 2

e) Não respondeu. 1

(15) Você está atuando profissionalmente?

a) Não; 0

b) Sim. Qual (ais) atuações? 11

c) Não especificou. 1

Etapa da educação

Atuação

Tempo

Privada

Pública

Mais de uma atuação

Ensino Superior

Professora 10 anos

Sim

Secretaria Municipal de Educação

Não respondeu

Não respondeu

Ensino Superior

Professora 6 anos Sim Pedagoga da Prefeitura Municipal de Curitiba há 20 anos

Ensino Fundamental

Professora 18 anos Sim Coordenadora pedagógica há 1 ano

Ensino Superior

Professora adjunta em cursos de Pedagogia e História

Não respondeu

Não respondeu

Não respondeu

53

Ensino Superior

Professora 18 anos

Sim

Ensino Superior

Professora de Graduação e Pós Graduação

Não respondeu

Não respondeu

Não respondeu

Psicopedagogia clínica

Ensino Superior

Professora Não respondeu

Não respondeu

Não respondeu

Educação Não Formal

Ensino Superior

Professora Não respondeu

Sim

Ensino Superior

Professora 15 anos Sim Coordenadora

Ensino Superior

Professora 15 anos Sim

Programa de Pós-Graduação em Educação

(16) Com qual etapa de educação você mais se identifica (não necessariamente aquela com a qual você trabalha)?

a) Educação Infantil; 3

b) Ensino Fundamental; 0

c) Ensino Médio; 0

d) Ensino Superior. 9

(17) Cite três atitudes de um professor que você acredita serem facilitadoras ao processo ensino-aprendizagem:

a) Reorganização/inovação da metodologia; 4

b) Compromisso; 3

c) Criatividade; 3

d) Dominar conteúdo; 2

e) Afetividade; 2

f) Mediação; 2

g) Formação consistente na área de atuação. 2

(18) Cite três atitudes de um professor que você acredita serem prejudiciais ao processo ensino aprendizagem:

a) Falta de comprometimento; 6

b) Achar que sabe tudo; 3

c) Educação bancária; 2

54

d) Autoritarismo; 2

e) Acomodação/ Não Atualização; 2

f) Qualificação insuficiente. 2

(19) Escolha 5 afirmativas (APENAS CINCO) abaixo, aquelas que você considera elementos facilitadores do processo ensino aprendizagem, ordenando-as de 1 a 5, levando em conta que 1 é a afirmativa que corresponde ao elemento mais facilitador do processo ensino-aprendizagem e a 5 o menos facilitador, na sua opinião.

1º Formação continuada do professor, mantendo-se atualizado e sempre muito bem informado em temas pedagógicos;

5

2º Formação continuada do professor, mantendo-se atualizado e sempre muito bem informado em temas pedagógicos;

2

2º Relação afetuosa entre o professor e aluno;

2

2º Ser um professor pesquisador;

2

2º Paciência ao ensinar, mesmo que algum aluno precise de mais atenção e dedicação para aprender;

2

3º Relação afetuosa entre o professor e aluno;

3

4º A compreensão, por parte do professor, da “maturidade” emocional e cognitiva de seu aluno;

3

5º Relação afetuosa entre o professor e aluno;

2

5º Apoio ao professor, por parte do setor pedagógico da escola em suas dificuldades com os conteúdos e metodologias;

2

(20) Ordene de 1 a 5 as “qualidades” que você considera mais importantes em um professor, sendo que a 1ª é a “qualidade” mais significativa e a 5ª será a de menor significado, na sua opinião.

1º Planejar bem e antecipadamente o dia de aula; 3

1º Dominar o conteúdo; 3

2º Planejar bem e antecipadamente o dia de aula; 4

3º Ser carinhoso, demonstrando afeto para com os alunos; 3

55

4º Paciência; 2

4º Ser carinhoso, demonstrando afeto para com os alunos; 2

4º Tolerância; 2

5º Paciência. 5

4.1.1 Primeira categoria – Formação do profissional da educação.

Como destacado anteriormente a primeira categoria adotada para proceder

a análise dos dados, a formação do profissional de educação, compreende as

resposta às perguntas de números 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14.

Quando investigadas acerca de sua formação acadêmica, as participantes

desse grupo de pessoas relataram que quatro são formadas no curso de Pedagogia

e as outras oito nos cursos de Artes, História, Direito, Educação Física, Psicologia,

Letras e Geografia, sendo que cursaram a graduação de forma presencial, em

instituição pública, sem, portanto auxílio de crédito educacional. Em relação à

participação em eventos que complementem a sua formação a maioria afirma que

participa destes e relatam que as disciplinas que mais marcaram sua formação

foram Educação do Campo, Artes, Psicologia da Educação e História.

Quando indagadas sobre os motivos que as levaram a optar pela

Licenciatura em Pedagogia ou outro curso superior, as mesmas responderam:

Primeira escolha: “Sempre quis cursar Pedagogia, ou outra licenciatura” – 7

escolhas;

Segunda escolha: “Sinto-me vocacionado (a)” – 6 escolhas;

Terceira escolha: “Porque adoro crianças” – 3 escolhas

Percebe-se, mediante análise das respostas às questões relacionadas

nessa categoria, a preocupação das participantes com a formação inicial e

continuada, a partir de especializações para ampliarem o conhecimento científico,

incluindo aqui a busca de aprofundamento por meio da pós-graduação, Mestrado no

caso. Como bem afirmado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de

Graduação em Pedagogia (BRASIL, 2006), licenciatura:

Art. 6º A estrutura do curso de Pedagogia, respeitadas a diversidade nacional e a autonomia pedagógica das instituições, constituir-se-á de: III – um núcleo de estudos integradores que proporcionará enriquecimento curricular e compreende participação em:

56

a) seminários e estudos curriculares, em projetos de iniciação científica, monitoria e extensão, diretamente orientados pelo corpo docente da instituição de educação superior

O docente constrói seu saber a partir da escolarização, aperfeiçoamento e

profissionalização, nessa etapa deve se preocupar com a qualidade de sua

formação, evitando, portanto, a fragmentação na construção do conhecimento e dos

processos pedagógicos de sala de aula. Quando não encontra conexão entre o que

construiu no cotidiano e o que foi adquirido nos cursos de formação e de

aperfeiçoamento, o docente não se sente sujeito participante na construção do

conhecimento e este fica subordinado à sua verificação na prática cotidiana (SILVA,

1996, p. 137-138).

4.1.2 Segunda categoria – Prática pedagógica

A segunda categoria, prática pedagógica, compreende as respostas às

perguntas de números 15, 16, 17 e 18 do questionário.

Assim, quando indagadas sobre a sua atuação profissional, afirmaram estar

trabalhando no Ensino Superior, Ensino Fundamental e Secretaria Municipal de

Educação, num período que variava de seis a dez anos (em instituição privada) e

50% delas tinham mais de uma atuação profissional.

Relatam que a etapa da educação (questão 16) com a qual mais se

identificam é o Ensino superior – 9 escolhas;

Em relação às atitudes (questão 17) de um professor que acreditavam

serem facilitadoras ao processo ensino aprendizagem, as participantes fizeram as

seguintes escolhas:

● Primeira escolha: Reorganização e inovação da metodologia;

● Segunda escolha: Compromisso e criatividade;

● Terceira escolha: Dominar conteúdo; afetividade; mediação; formação

consistente na área de atuação.

As escolhas das participantes desse grupo, de alguma forma relacionam-se

com o que é afirmado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de

Graduação em Pedagogia (BRASIL, 2006), licenciatura:

57

Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. § 1º Compreende-se a docência como ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulação entre conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes visões de mundo.

E, complementando, para que possamos manter nossos alunos motivados

precisamos constantemente rever a metodologia usada em sala de aula. Silva

acredita que com o apoio de referencial teórico consistente podemos perceber as

fragilidades de nossa formação, evitando transferir para o aluno a responsabilidade

de seu fracasso escolar (SILVA, 1996, p.171).

4.1.3 Terceira categoria – Emoção e afetividade

A terceira categoria, emoção e afetividade, compreende as respostas às

questões de números 19 e 20 do questionário.

Os cinco elementos considerados por esse grupo como facilitadores do

processo ensino e aprendizagem são:

● Primeira escolha: Formação continuada do professor, mantendo-se

atualizado e sempre muito bem informado em temas pedagógicos;

● Segunda escolha: Formação continuada do professor, mantendo-se

atualizado e sempre muito bem informado em temas pedagógicos; relação afetuosa

entre o professor e aluno; Ser um professor pesquisador; paciência ao ensinar,

mesmo que algum aluno precise de mais atenção e dedicação para aprender;

● Terceira escolha: Relação afetuosa entre o professor e aluno;

● Quarta escolha: A compreensão, por parte do professor, da “maturidade”

emocional e cognitiva de seu aluno;

● Quinta escolha: Apoio ao professor, por parte do setor pedagógico da

escola em suas dificuldades com os conteúdos e metodologias.

58

Quando investigadas em relação às qualidades que consideravam

importantes num professor, este grupo fez as seguintes escolhas:

● Primeira escolha: Planejar bem e antecipadamente o dia de aula e

dominar o conteúdo;

● Segunda escolha: Planejar bem e antecipadamente o dia de aula;

● Terceira escolha: Ser carinhoso, demonstrando afeto para com os alunos;

● Quarta escolha: Paciência; ser carinhoso, demonstrando afeto para com

os alunos; tolerância;

● Quinta escolha: Paciência.

Aqui aparece a ênfase à formação continuada, o que está de acordo com as

Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia

(BRASIL, 2006), licenciatura, que nos apontam sobre a formação continuada:

Art. 12. Concluintes do curso de Pedagogia ou Normal Superior que, no regime das normas anteriores a esta Resolução, tenham cursado uma das habilitações, a saber, Educação Infantil ou anos iniciais do Ensino Fundamental, e que pretendam complementar pela análise da vida escolar dos interessados e pelo estabelecimento dos planos seus estudos na área não cursada poderão fazê-lo. § 1º Os licenciados deverão procurar preferencialmente a instituição na qual cursaram sua primeira formação. § 2º As instituições que vierem a receber alunos na situação prevista neste artigo serão responsáveis de estudos complementares, que abrangerão, no mínimo, 400 horas.

4.2 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS JUNTO AOS ALUNOS DO

CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

As respostas obtidas através da aplicação do questionário e de sua análise

indicam que, na questão número 1, do total de cinquenta e uma pessoas

entrevistadas, apenas uma é do sexo masculino. Na questão 2, as idades das

participantes encontram-se situadas a partir dos dezessete anos de idade.

Na questão 3, percebemos que a maioria mora em Curitiba, mas que quase

1/3 vive na Região metropolitana. E na questão 4, constatamos que a renda dessas

participantes variava entre um a mais de cinco salários mínimos.

Nas respostas à questão 5, a grande maioria das participantes cursaram os

Anos Iniciais do Ensino Fundamental em escola pública, quatro em escola particular

e apenas uma delas cursou um período em escola particular e, posteriormente em

59

escola pública. A questão 6 evidencia que optaram por cursar os Anos Finais do

Ensino Fundamental em escola pública, três em escola particular e uma delas um

período em escola particular e, posteriormente em escola pública, o que quase não

se altera em relação ao item anterior.

E a questão 7, relativa ao Ensino Médio, aponta um pequeno aumento na

escolha pela escola particular para este nível de ensino.

A tabela a seguir mostra as respostas aos questionários aplicados a

estudantes do curso de pedagogia de instituição de ensino superior privada.

TABELA 2: QUESTIONÁRIO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

QUESTÕES

RESPOSTAS

1) Sexo?

a) Feminino 50

b) Masculino 1

2) Idade?

a) Entre 17 a 20 anos; 6

b) Entre 21 a 23 anos; 18

c) Entre 24 a 26 anos; 10

d) Entre 27 a 29 anos; 9

e) Entre 28 a 32 anos; 5

f) Entre 33 a 35 anos; 1

g) Entre 36 a 38 anos; 0

h) Mais de 38 anos. 2

3) Onde você reside?

a) Curitiba; 37

b) Região metropolitana de Curitiba; 14

c) Outro local. Qual? 0

4) Qual é a renda mensal aproximada de sua família?

a) Até um salário mínimo; 1

b) De um três salários mínimos; 23

c) De quatro a cinco salários mínimos; 13

d) Mais de cinco salários mínimos. 14

60

5) Onde você cursou os Anos Iniciais (1º ao 5º ano / da 1ª a 4ª série) do Ensino Fundamental? Considere o maior período de permanência na instituição.

a) Em escola pública; 46

b) Em escola particular; 4

c) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

1

d) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

0

6) Onde você cursou os Anos Finais (6º ao 9º ano / 5ª a 8ª série) do Ensino Fundamental? Considere o maior período de permanência na instituição.

a) Em escola pública; 47

b) Em escola particular; 3

c) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

1

d) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

0

7) Onde cursou o Ensino Médio (2º Grau)? Considere o maior período de permanência na instituição.

a) Em escola pública; 44

b) Em escola particular; 6

c) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

0

d) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

1

8) Quais os motivos que te levaram a optar pela Licenciatura em Pedagogia ou outra? Leia atentamente todas as afirmativas e, somente após reflexão, faça suas escolhas. Escolha até 3 afirmativas, as que você considera as mais importantes.

a) Sinto-me vocacionado (a); 22

b) - Porque adoro crianças; - Fiz por curiosidade, mas ao longo do curso acabei me identificando com a profissão, quero muito atuar em sala de aula;

15

c) - É um curso com mensalidades acessíveis, que eu (ou minha família) posso (pode) pagar, sem comprometer a

14

61

minha (ou da minha família) renda mensal; - Sempre quis cursar Pedagogia, ou outra licenciatura.

9) Você concluiu ou está concluindo outro(s) curso(s) superior (es) que não Pedagogia?

a) Não; 48

b) Sim. Qual (ais)? Biologia/Moda 2

c) Não respondeu 1

10) Você cursou ou está cursando a Graduação em Pedagogia ou outra licenciatura?

a) A Distância; 0

b) Presencial; 51

c) Semipresencial. 0

11) Sua instituição de formação é:

a) Privada; 51

b) Pública 0

12) Cursou ou cursa a graduação com auxílio de crédito educativo?

a) Não; 41

b) Sim. Qual programa? PROUNI/FIES 9

c) Não respondeu; 1

13) Você participa de algum curso/evento/capacitação para complementar sua formação?

a) Não; 33

b) Sim. Qual (ais)? Fornecidos pela PMC; cursos online fornecidos pela Fundação Getúlio Vargas; SEED; Palestras fornecidas pela escola e universidade; Pós-graduação; Cursos à distância; Iniciação cientifica UTP; Sesi; Senai; Extensão na UTP e Sindicato Patronal.

18

14) Cite o nome de três disciplinas que marcaram ou estão marcando a sua formação:

a) Educação Infantil; 9

b) Educação Socioambiental; 7

c) Alfabetização e letramento; 5

d) Psicologia da Educação; 5

e) Psicomotricidade; 5

f) Relações Interpessoais. 5

62

15) Você está atuando profissionalmente?

a) Não; 6

b) Sim. Qual (ais) atuações? 45

Etapa da educação

Atuação

Tempo

Privada

Pública

Mais de uma atuação

Educação Infantil 24

Professora Regente 22

O tempo de atuação varia de três meses a cinco anos

20

9

0

Ensino Fundamental 11

Estagiário (a) 18

Ensino Superior (tutoria) 1

Educadora 3

Gestão escolar 1

Assistente de coordenação pedagógica 3

Construção Civil 2

Administra-ção de empresa 2

Assessor na SEED 1

Não responderam 12

Não respondeu 2

Não responderam 20

Não responderam 22

0

16) Com qual etapa de educação você mais se identifica (não necessariamente aquela com a qual você trabalha)?

a) Educação Infantil; 22

b) Ensino Fundamental; 21

c) Ensino Médio; 3

d) Ensino Superior; 3

e) Respondeu errado. 2

17) Cite três atitudes de um professor que você acredita serem facilitadoras ao processo ensino-aprendizagem:

a) Dominar conteúdo; 7

63

b) Ser afetuoso; 4

c) Comprometimento; 4

d) Mediação; 4

e) Dedicação ; 4

f) Observar o aluno; 3

g) Ouvir o aluno. 3

18) Cite três atitudes de um professor que você acredita serem prejudiciais ao processo ensino aprendizagem:

a) Falta de paciência; 6

b) Autoritarismo; 4

c) Tradicionalismo; 4

d) Não dominar conteúdo; 4

e) Desinteresse/Descaso. 3

19) Escolha 5 afirmativas (APENAS CINCO) abaixo, aquelas que você considera elementos facilitadores do processo ensino aprendizagem, ordenando-as de 1 a 5, levando em conta que 1 é a afirmativa que corresponde ao elemento mais facilitador do processo ensino-aprendizagem e a 5 o menos facilitador, na sua opinião.

1º Relação afetuosa entre o professor e aluno; 7

2º A compreensão, por parte do professor, da “maturidade” emocional e cognitiva de seu aluno;

6

3º A compreensão, por parte do professor, da “maturidade” emocional e cognitiva de seu aluno;

3

3º Paciência ao ensinar, mesmo que algum aluno precise de mais atenção e dedicação para aprender;

3

4º Formação continuada do professor, mantendo-se atualizado e sempre muito bem informado em temas pedagógicos;

8

5º Apoio ao professor, por parte do setor pedagógico da escola em suas dificuldades com os conteúdos e metodologias.

5

20) Ordene de 1 a 5 as “qualidades” que você considera mais importantes em um professor, sendo que a 1ª é a “qualidade” mais significativa e a 5ª será a de menor significado, na sua opinião.

1º Planejar bem e antecipadamente o dia de aula; 9

2º Dominar o conteúdo; 10

3º Planejar bem e antecipadamente o dia de aula. 8

64

4.2.1 Primeira categoria – Formação do pedagogo

A primeira categoria, formação do pedagogo, compreende as respostas às

perguntas de números 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14.

A partir da análise dos dados coletados junto a este grupo, quando

indagados quanto a sua formação acadêmica os participantes relataram que apenas

dois concluíram curso superior antes de cursar Pedagogia, sendo: Moda e Biologia.

A totalidade dos pesquisados realiza seu curso de forma presencial em

instituição privada de Ensino Superior e nove deles contam com auxílio de crédito

educativo fornecidos pelo PROUNI e FIES. Em relação à participação em eventos

que complementem a sua formação a maioria não participa destes e relataram que

as disciplinas que mais marcaram sua formação foram: Educação Infantil; Educação

Socioambiental; Alfabetização e letramento, Psicologia da Educação,

Psicomotricidade e Relações Interpessoais.

Quando indagadas sobre os motivos que os levaram a optar pela

Licenciatura em Pedagogia, os mesmos responderam:

●Primeira escolha: Sinto-me vocacionado (a) – 22 escolhas;

● Segunda escolha: Porque adoro crianças e fiz por curiosidade, mas ao

longo do curso acabei me identificando com a profissão, quero muito atuar em sala

de aula – 15 escolhas.

●Terceira escolha: É um curso com mensalidades acessíveis, que eu (ou

minha família) posso (pode) pagar, sem comprometer a minha (ou da minha família)

renda mensal e sempre quis cursar Pedagogia, ou outra licenciatura – 14 escolhas.

Analisando essas questões percebe-se, na escolha da profissão, o fator

vocacional muito forte, atrelado ao vínculo afetivo com crianças e ressalta-se a

questão financeira como um fator que também acaba determinando as escolhas.

Em entrevista realizada com a Coordenadora do Curso de Pedagogia da

Universidade Tuiuti do Paraná, professora Maria Iolanda Fontana, investigando

como a afetividade na relação professor aluno é contemplada no currículo deste

Curso, a referida professora afirmou que a temática é contemplada nas disciplinas

de Psicologia da Educação, Inclusão na Ed. Básica, Ed. Infantil: Conteúdos e

Metodologias, Corpo e Movimento na Escola (disciplina nova). Nestas disciplinas,

segundo a coordenaora, a afetividade na relação entre professor e aluno é abordada

nas teorias de autores como Wallon e Vygotsky.

65

Também, é contemplada, indiretamente, nas disciplinas que tratam da

prática pedagógica como um tema de estudo; no conteúdo que trata das relações e

interação entre professor e aluno, como em Didática da Educação II, no estudo da

concepção construtivista e sócio-interacionista, no que diz respeito às relações

interativas em sala de aula e o papel dos professores, pelo compromisso que o

professor deve ter com a aprendizagem do aluno, portanto com o desenvolvimento

da atividade mental dos alunos e com a diversidade de necessidades de

encaminhamentos didáticos diferenciados, no livro de Antoni Zabala, que é um

referencial da disciplina e das disciplinas de estágio. O autor aborda uma atuação

docente capaz de permitir sua adaptação às necessidades dos alunos em todo o

processo ensino aprendizagem, visando o desenvolvimento da atividade mental auto

estruturante, a autonomia, autoconfiança, autoestima.

4.2.2 Segunda categoria – Prática pedagógica

A segunda categoria, prática pedagógica, compreende as respostas às

perguntas de números 15, 16, 17 e 18 do questionário.

Quando indagadas sobre a sua atuação profissional, apenas seis estudantes

não atuavam profissionalmente no momento. Praticamente a metade das atuantes

trabalhavam como professoras regentes e também a maioria encontrava-se na

Educação Infantil em escolas privadas. O tempo de atuação variava entre três

meses a cinco anos, e nenhum tinha mais de uma atuação profissional.

Relataram que a etapa da educação com a qual mais se identificavam era:

● Primeira escolha: Educação Infantil – 22 escolhas;

● Segunda escolha: Ensino Fundamental – 21 escolhas.

Em relação às atitudes de um professor que acreditavam serem facilitadoras

ao processo ensino aprendizagem, os participantes relataram as seguintes escolhas:

● Primeira escolha: Dominar conteúdo – 7 escolhas;

● Segunda escolha: Ser afetuoso; comprometimento; mediação; dedicação –

4 escolhas;

● Terceira escolha: Observar e ouvir o aluno – 3 escolhas.

Quando indagados sobre as atitudes do professor que julgavam prejudiciais

ao processo ensino-aprendizagem afirmaram que:

66

● Primeira escolha: Falta de paciência – 6 escolhas;

● Segunda escolha: Autoritarismo; tradicionalismo e não dominar conteúdo –

4 escolhas;

● Terceira escolha: Desinteresse/Descaso – 3 escolhas.

Percebe-se aqui, além da preocupação com a formação, em função da

necessidade de dominar conteúdos, a ênfase nos aspectos afetivos e relacionais,

que aparecem como os itens mais escolhidos pelos pesquisados.

Em relação à prática pedagógica, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o

Curso de Graduação em Pedagogia (BRASIL, 2006), licenciatura, afirmam a

necessidade de uma formação com qualidade, para que possamos compreender o

sujeito na sua totalidade:

Art 6º A estrutura do curso de Pedagogia, respeitadas a diversidade nacional e a autonomia pedagógica das instituições, constituir-se-á de: I - um núcleo de estudos básicos que, sem perder de vista a diversidade e a multiculturalidade da sociedade brasileira, por meio do estudo acurado da literatura pertinente. e) aplicação, em práticas educativas, de conhecimentos de processos de desenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens e adultos, nas dimensões física, cognitiva, afetiva, estética, cultural, lúdica, artística, ética e biossocial;

4.2.3 Terceira categoria – Emoção e afetividade

A terceira categoria, emoção e afetividade, compreende as respostas às

questões número 19 e 20 do questionário.

Os cinco elementos considerados por este grupo como facilitadores do

processo ensino e aprendizagem foram:

● Primeira escolha: Relação afetuosa entre o professor e aluno – 7 escolhas;

● Segunda escolha: A compreensão, por parte do professor, da “maturidade”

emocional e cognitiva de seu aluno – 6 escolhas;

● Terceira escolha: A compreensão, por parte do professor, da “maturidade”

emocional e cognitiva de seu aluno e paciência ao ensinar, mesmo que algum aluno

precise de mais atenção e dedicação para aprender – 3 escolhas;

● Quarta escolha: Formação continuada do professor, mantendo-se

atualizado e sempre muito bem informado em temas pedagógicos – 8 escolhas;

67

● Quinta escolha: Apoio ao professor, por parte do setor pedagógico da

escola em suas dificuldades com os conteúdos e metodologias – 5 escolhas.

Quando investigadas em relação às qualidades que consideravam

importantes num professor, este grupo escolheu:

● Primeira escolha: Planejar bem e antecipadamente o dia de aula – 9

escolhas

● Segunda escolha: Dominar o conteúdo – 10 escolhas;

● Terceira escolha: Planejar bem e antecipadamente o dia de aula – 8

escolhas.

Sobre a importância das relações entre professor e aluno, como

encontramos nas escolhas das participantes da pesquisa, Wallon (1990 apud

GALVÃO, 1996, p. 29) afirma:

o organismo como condição primeira do pensamento, afinal toda função psíquica supõe um equipamento orgânico. Adverte, contudo, que não lhe constitui uma razão suficiente, já que o objeto da ação mental vem do exterior, isto é, do grupo ou ambiente no qual o indivíduo se insere. Entre os fatores de natureza orgânica e os de natureza social as fronteiras são tênues, é uma complexa relação de determinação recíproca. O homem é determinado fisiológica e socialmente, sujeito, portanto, a uma dupla história, a de suas disposições internas e a das situações exteriores que encontra ao longo de sua existência. (WALLON, 1990 apud GALVÃO, p.29).

4.3 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS JUNTO A PROFESSORES

DO ENSINO FUNDAMENTAL, ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA (EM

ESTÁGIO) E PROFESSORES (AS) COM FORMAÇÃO EM OUTROS CURSOS

SUPERIORES QUE ATUAM EM ESCOLA PRIVADA

As respostas analisadas neste grupo, a partir da aplicação do questionário

mostram que na questão de número 1, vinte e oito pessoas são do sexo feminino e

oito do sexo masculino. Na questão 2, as idades dos participantes encontram-se

situadas a partir dos dezessete anos de idade.

Na questão 3, percebemos que a maioria mora em Curitiba, e apenas sete

pessoas residem na região metropolitana. E na questão 4, constatamos que a renda

dessas participantes varia entre um a mais de cinco salários mínimos.

68

Nas respostas à questão 5, a grande maioria das participantes cursaram os

Anos Iniciais do Ensino Fundamental em escola pública, quatro em escola particular

e apenas uma delas cursou um período em escola particular e, posteriormente em

escola pública.

A questão 6 evidencia que optaram por cursar os Anos Finais do Ensino

Fundamental em escola pública, três em escola particular e uma delas um período

em escola particular e, posteriormente em escola pública, o que quase não se altera

em relação ao item anterior.

E a questão 7, relativa ao Ensino Médio, aponta um pequeno aumento na

escolha pela escola particular para este nível de ensino.

A tabela a seguir mostra as respostas aos questionários aplicados aos

professores do ensino fundamental, estudantes do curso de pedagogia (em estágio)

e professores de outras licenciaturas de uma escola privada de Curitiba-PR.

TABELA 3: QUESTIONÁRIO DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL,

ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA (EM ESTÁGIO) E PROFESSORES

(AS) DE OUTRAS LICENCIATURAS DE ESCOLA PRIVADA

QUESTÕES RESPOSTAS

(1) Sexo?

a) Feminino 29

b) Masculino 8

(2) Idade?

a) Entre 17 a 20 anos; 2

b) Entre 21 a 23 anos; 12

c) Entre 24 a 26 anos; 7

d) Entre 27 a 29 anos; 5

e) Entre 28 a 32 anos; 3

f) Entre 33 a 35 anos; 2

g) Entre 36 a 38 anos; 1

h) Mais de 38 anos. 5

(3) Onde você reside?

a) Curitiba; 29

b) Região metropolitana de Curitiba; 8

c) Outro local. Qual? 0

69

(4) Qual é a renda mensal aproximada de sua família?

a) Até um salário mínimo; 0

b) De um três salários mínimos; 11

c) De quatro a cinco salários mínimos; 12

d) Mais de cinco salários mínimos. 14

(5) Onde você cursou os Anos Iniciais (1º ao 5º ano / da 1ª a 4ª série) do Ensino Fundamental? Considere o maior período de permanência na instituição.

a) Em escola pública; 31

b) Em escola particular; 5

c) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

1

d) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

0

(6) Onde você cursou os Anos Finais (6º ao 9º ano / 5ª a 8ª série) do Ensino Fundamental? Considere o maior período de permanência na instituição.

a) Em escola pública; 33

b) Em escola particular; 3

c) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

1

d) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

0

(7) Onde cursou o Ensino Médio (2º Grau)? Considere o maior período de permanência na instituição.

a) Em escola pública; 31

b) Em escola particular; 6

c) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

0

d) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

0

(8) Quais os motivos que te levaram a optar pela Licenciatura em Pedagogia ou outra? Leia atentamente todas as afirmativas e, somente após reflexão, faça suas escolhas. Escolha até 3 afirmativas, as que você considera as mais importantes.

1º Sinto-me vocacionado (a); 21

70

2º Porque adoro crianças; 19

3º Fiz por curiosidade, mas ao longo do curso acabei me identificando com a profissão, quero muito atuar em sala de aula;

11

(9) Você concluiu ou está concluindo outro(s) curso(s) superior(es) que não Pedagogia?

a) Não; 27

b) Sim. Qual (ais)? Jornalismo; Teologia; História; Design de interiores; Produção cênica; Pós G. em Ed. Especial; Ed Física (3); Geografia.

10

(10) Você cursou ou está cursando a Graduação em Pedagogia ou outra licenciatura?

a) A Distância; 5

b) Presencial; 27

c) Semipresencial; 4

d) Não responderam. 1

(11) Sua instituição de formação é:

a) Privada; 33

b) Pública 4

(12) Cursou ou cursa a graduação com auxílio de crédito educativo?

a) Não; 33

b) Sim. Qual programa? PROUNI (2)/ FIES(1)/ Financiamento da Faculdade(1)

4

(13) Você participa de algum curso/evento/capacitação para complementar sua formação?

a) Não; 24

b) Sim. Qual (ais)? Fornecidos pela escola em que trabalha; fornecidos pela Faculdade; cursos online da área de educação; Especialização; Pós graduação; voluntariado em CMEI; congressos; fornecidos pela UFPR

10

c) Não respondeu; 2

d) Resposta errada; 1

(14) Cite o nome de três disciplinas que marcaram ou estão marcando a sua formação:

71

a) Psicologia da Educação; 15

b) Didática; 8

c) Metodologia da Língua Portuguesa 4

(15) Você está atuando profissionalmente?

a) Não; 0

b) Sim. Qual (ais) atuações? 37

Etapa da educação

Atuação

Tempo

Privada

Pública

Mais de uma atuação

Ensino Fundamental

37

Professora regente 20

O tempo de atuação varia de oito meses a sete anos

37 Na segunda atuação (2)

Professora de Ens. Médio e EJA na Rede Pública

Ensino Médio 1 (na segunda atuação)

Estagiário(a) 13

Coach profissional e pessoal

Administração escolar 1

Projetista de paisagismo

Coordenação pedagógica 1

Professor do Ens. Fundamental na Rede Pública

Não responderam 2

(16) Com qual etapa de educação você mais se identifica (não necessariamente aquela com a qual você trabalha)?

a) Ensino Fundamental; 28

b) Ensino Fundamental; Educação Infantil; 4

c) Ensino Médio. 4

d) Não respondeu 1

(17) Cite três atitudes de um professor que você acredita serem facilitadoras ao processo ensino-aprendizagem:

72

a) Amor; 6

b) Dedicação; 5

c) Comprometimento; 4

d Dominar conteúdo; 4

e) Compreender as necessidades dos alunos. 4

(18) Cite três atitudes de um professor que você acredita serem prejudiciais ao processo ensino aprendizagem:

a) Não dominar o conteúdo; 8

b) Impaciência; 5

c) Formação insuficiente; 5

d) Desmotivação; 4

e) Gritar. 4

(19) Escolha 5 afirmativas (APENAS CINCO) abaixo, aquelas que você considera elementos facilitadores do processo ensino aprendizagem, ordenando-as de 1 a 5, levando em conta que 1 é a afirmativa que corresponde ao elemento mais facilitador do processo ensino-aprendizagem e a 5 o menos facilitador, na sua opinião.

1º Relação afetuosa entre o professor e aluno; 7

2º Formação continuada do professor, mantendo-se atualizado e sempre muito bem informado em temas pedagógicos;

6

3º Paciência ao ensinar, mesmo que algum aluno precise de mais atenção e dedicação para aprender;

7

4º Apoio ao professor, por parte do setor pedagógico da escola em suas dificuldades com o comportamento inadequado de alunos, que se mostram indisciplinados e/ou desmotivados;

6

5º Ser um professor pesquisador. 5

(20) Ordene de 1 a 5 as “qualidades” que você considera mais importantes em um professor, sendo que a 1ª é a “qualidade” mais significativa e a 5ª será a de menor significado, na sua opinião.

1º Paciência; 7

2º Dominar o conteúdo; 8

3º Paciência; 10

4º Dominar conteúdo; 11

5º Ser carinhoso, demonstrando afeto para com os alunos; 5

5º inteligência. 5

5º Tolerância 5

73

4.3.1 Primeira categoria – Formação do profissional da educação

A primeira categoria adotada para proceder a análise dos dados, formação

profissional, compreende as resposta de números 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14.

Quando investigadas acerca de sua formação acadêmica, os participantes

desse grupo relataram que vinte e sete pesquisados são formados no curso de

Pedagogia e as outras dez nos cursos de Jornalismo, Teologia, História, Design de

interiores, Produção Cênica, Pós graduação em Educação Especial, Geografia e

três em Educação Física, sendo que a maioria cursou o Ensino Superior de forma

presencial, em instituição privada, alguns com auxílio de crédito educacional. Nesta

questão podemos perceber a presença de estudantes da modalidade de educação a

distância e semipresencial.

Em relação à participação em eventos que complementem a sua formação a

maioria afirmou que não participa destes, e relataram que as disciplinas que mais

marcaram sua formação foram Psicologia da Educação, Didática e Metodologia da

Língua Portuguesa.

Quando indagadas sobre os motivos que os levaram a optar pela

Licenciatura em Pedagogia ou outro curso superior, os mesmos responderam:

Primeira escolha: “Sinto-me vocacionado (a)” – 22 escolhas;

Segunda escolha: “Porque adoro crianças” – 20 escolhas;

Terceira escolha: “Sempre quis cursar Pedagogia, ou outra licenciatura” –

11 escolhas;

Percebe-se nesta categoria a predominância de aspectos afetivos para a

escolha da profissão, o que de certa forma, aparece destacado nas Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia (BRASIL, 2006),

licenciatura:

Art. 5º O egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto a: V- reconhecer e respeitar as manifestações e necessidades físicas, cognitivas, emocionais, afetivas dos educandos nas suas relações individuais e coletivas:

74

4.3.2 Segunda categoria – Prática pedagógica

A segunda categoria compreende as respostas às perguntas de números 15,

16, 17 e 18 do questionário.

Quando indagadas sobre a sua atuação profissional, todas as pessoas

pesquisadas trabalhavam no Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Finais), num

período que variava de oito meses a treze anos, em instituição privada, sendo que

quatro destas tinham mais de uma atuação profissional.

Relataram que a etapa da educação com a qual mais se identificavam era o

Ensino Fundamental, com vinte e oito escolhas.

As atitudes prejudiciais de um professor consideradas neste grupo são:

● Primeira escolha: Não dominar conteúdo – 8 escolhas;

● Segunda escolha: Formação insuficiente e impaciência – 5 escolhas;

●Terceira escolha: Desmotivação e gritar – 4 escolhas.

Em relação às atitudes de um professor que acreditam serem facilitadoras

ao processo ensino aprendizagem as participantes relataram que são:

● Primeira escolha: Amor;

● Segunda escolha: Dedicação;

●Terceira escolha: Compreender as necessidades dos alunos;

Comprometimento e dominar o conteúdo.

Percebe-se nesta categoria, também, a predominância de aspectos afetivos

nas respostas deste grupo, atribuindo importância à boa relação entre professor e

aluno.

Wallon (a partir de GALVÃO, 1996) enfatiza que o homem é determinado

fisiológica e socialmente, que é a partir de suas interações que vai se constituindo

como pessoa, como subjetividade, e critica as concepções dicotômicas e

reducionistas de homem e do seu desenvolvimento.

É possível identificar, nas críticas que faz Wallon às diversas abordagens da psicologia ou filosofia, a constante intenção de tentar superar dicotomias e análises reducionistas. Esta intenção permanente, traço característico de sua atitude teórica, reforça a atualidade de seu pensamento; afinal, a superação dos dualismos continua sendo uma questão da máxima relevância no debate teórico contemporâneo. (GALVÃO, 1996, p. 30)

75

4.3.3 Terceira categoria – Emoção e afetividade

A terceira categoria compreende as respostas de números 19 e 20 do

questionário.

Os cinco elementos considerados por este grupo como facilitadores do

processo ensino e aprendizagem são:

● Primeira escolha: Relação afetuosa entre o professor e aluno – 7 escolhas;

● Segunda escolha: Formação continuada do professor, mantendo-se

atualizado e sempre muito bem informado em temas pedagógicos – 6 escolhas;

● Terceira escolha: paciência ao ensinar, mesmo que algum aluno precise

de mais atenção e dedicação para aprender;

● Quarta escolha: Apoio ao professor, por parte do setor pedagógico da

escola em suas dificuldades com os conteúdos e metodologias.

● Quinta escolha: Ser um professor pesquisador;

Quando investigadas em relação as qualidades que consideravam

importantes num professor, este grupo escolheu:

● Primeira escolha: Paciência – 7 escolhas;

● Segunda escolha: Dominar conteúdo – 8 escolhas;

● Terceira escolha: Paciência – 10 escolhas;

● Quarta escolha: Dominar conteúdo – 11 escolhas

● Quinta escolha: Tolerância; Inteligência e ser carinhoso, demonstrando

afeto para com os alunos – 5 escolhas.

Observe-se que, em relação a esta categoria, os participantes da pesquisa

consideraram a afetividade, a relação afetuosa entre professor e aluno, importante,

mas este item não aparece predominantemente como o principal fator

desencadeador da aprendizagem. Isso aproxima-se, em parte, com o que Camargo

(2004) afirma, que a escola e os professores colocam em segundo plano, ou até

negligenciam, a afetividade como um elemento crucial à aprendizagem do aluno.

76

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante muitos anos dúvidas acompanharam-me, e com elas a imensa

vontade de obter respostas para minhas inquietações, angústias e aflições: Por que

a falta de afeto, carinho e solidariedade? Por que um professor se nega a ensinar,

alegando que aquela criança “não tem jeito, ela não aprende”, deixando-a de lado,

justificando seu abandono e exclusão? A exclusão não acontece apenas com

crianças com necessidades especiais. Acontece com aquelas que se sentem

desmotivadas, desestimuladas e amedrontadas por não encontrarem apoio,

segurança, nem tranquilidade, para resolverem suas dúvidas e, consequentemente

superar suas dificuldades.

Seria falta de vocação? Cansaço? Muitos anos de magistério ou problemas

particulares? Imaturidade? Formação inadequada ou insuficiente? Seria uma

questão cultural? Durante estes quatro anos de curso todas estas discussões

aconteceram com minhas colegas e professoras, em sala de aula, e refletiram

imensamente no planejamento e execução deste trabalho.

O trabalho teve como objetivos: investigar se o profissional de educação

considera a afetividade como principal facilitador do processo ensino aprendizagem

ou não; e pesquisar e analisar, por meio de questionário, dados acerca da sua

percepção sobre elementos facilitadores e prejudiciais à prática pedagógica e sobre

as qualidades que julga importantes em um professor, entre outros; e acreditamos

ter atingido satisfatoriamente tais propósitos, como elucidaremos a diante.

A pesquisa ressaltou a importância do docente conhecer as principais

Teorias da Aprendizagem, para que possa compreender como esta ocorre e,

pautando-se em consistente referencial teórico, de modo a consolidar seus

conhecimentos promovendo aprendizado e desenvolvimento pleno de seus alunos.

Os resultados desta pesquisa mostraram que a afetividade entre professor

aluno é considerada como principal facilitador do processo ensino aprendizagem

para dois dos três grupos pesquisados, o grupo dos alunos (as) do curso de

Pedagogia da Universidade Tuiuti do Paraná e o dos professores do ensino

fundamental, estudantes do curso de pedagogia (em estágio) e professores (as) com

formação em outros cursos superiores de uma escola privada. O que corrobora com

a afirmativa de Camargo (2004, p. 29), de que o mundo dos afetos é real e que este

77

interage de forma contínua na vida dos indivíduos, sejam professores ou alunos, na

escola, onde construímos e reconstruímos nossos sentimentos e emoções.

Diferentemente dos dois outros grupos, o grupo das professoras do ensino

superior e estudantes de mestrado em educação da UTP considerou como principal

facilitador do processo ensino e aprendizagem a formação continuada do

profissional da educação.

Em relação às qualidades importantes de um professor, o grupo de alunos

do curso de Pedagogia respondeu que planejar bem e antecipadamente o dia de

aula é a primeira qualidade de um professor; já o grupo de professores do ensino

fundamental, estudantes do curso de pedagogia (em estágio) e professores (as) com

graduação em outros cursos superiores, de uma escola privada, escolheu a

paciência; e o grupo das professoras de ensino superior e as alunas em Mestrado

em Educação da Universidade Tuiuti do Paraná elegeu dominar conteúdo e planejar

bem e antecipadamente o dia de aula como principais qualidades do docente. Estes

dados relacionam-se com o alerta de Silva (1996), sobre a necessidade e

importância da formação profissional com qualidade, indicando a problematização

da nossa prática pedagógica para que, a partir do seu estudo, possamos perceber

incoerências e fragilidades da nossa formação.

Este trabalho de Conclusão de Curso pode proporcionar a nós, professores,

reflexões sobre a necessidade de nos adequarmos às exigências do momento,

investindo em nossa qualificação, visando sempre uma nova e eficiente prática

pedagógica. A partir desta pesquisa percebemos que as considerações sobre a

importância da qualificação profissional devem sair do discurso e estar presentes em

nossa rotina diária de trabalho.

Conseguimos perceber através desta pesquisa, também, as várias

concepções do profissional da educação, muitas vezes divergentes entre si.

Este trabalho não foi feito somente para satisfazer minha curiosidade

pessoal acerca da temática, nem para concluir a graduação, pois acredito que a

pesquisa só é valida quando é capaz de promover mudanças sociais e deixo aqui

um pedido, praticamente um apelo, a todos que de alguma forma participam da

formação dos profissionais da educação, que abordem profundamente a afetividade

e a não violência no currículo de seus cursos, sensibilizando os estudantes para tais

questões e diminuindo, quem sabe assim, num futuro breve, o sofrimento de nossas

crianças.

78

REFERÊNCIAS

BRASIL, Conselho Nacional de educação. Resolução CNE/CP 1º de 15 de maio de 2006. Delibera sobre as diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação em Pedagogia, licenciatura. Diário Oficial da União. 16 de maio de 2006. Seção 1, p.11. BRZEZINSKI, Iria (Org.). Formação de professores: um desafio. Goiânia: UCG, 1996. CAMARGO, Denise de. As Emoções & a Escola. 1. ed. Curitiba, PR: Travessa dos Editores, 2004. Dicionário inFormal (SP) em 29-08-2012. Disponível em: http://www.dicionarioinformal.com.br/controle%20aversivo/. Acesso em 24/07/13. MILHOLLAN Frank; FORISHA, Bill E. Skinner x Rogers: maneiras contrastantes de encarar a educação. São Paulo: Summus, 1972. GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. GALVÃO, Izabel. Expressividade e emoções segundo a perspectiva de Wallon. In: ARANTES, Valéria Amorim (Org.). Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 2003. INFOESCOLA. Construtivismo. Disponível em: www.infoescola.com/educacao/construtivismo. Acesso em 06/12/13 OLIVEIRA, Martha Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. 4. ed. São Paulo: Scipionne, 1997. PIAGET, Jean. Desenvolvimento e aprendizagem. In: Journal or Research in Sciense Teaching. Vol. XI, n. 3, 1964, p. 176-186. ROCHA, RUTH. O direito das crianças. 2002. Disponível em: http://encantamentosdaliteratura.blogspot.com.br/2011/04/os-direitos-das-criancas-segundo-ruth.html. Acesso em 24/11/13 SILVA, Vera Lúcia Gaspar da. Aspectos e Valores da identidade Social e profissional de Professores de 1ª a 4ª Série. In: BRZEZINSKI, Iria (Org.). Formação de professores: um desafio. Goiânia: UCG, 1996. SILVA, Rosalina Carvalho da. A falsa dicotomia qualitativo-quantitativo: paradigmas que informam nossas práticas de pesquisas. In: ROMANELLI, G.; BIASOLI-ALVES, Z. M. M. Diálogos Metodológicos sobre Prática de Pesquisa – Programa de Pós-Graduação em Psicologia da FFCLRP USP / CAPES; R. Preto: Legis-Summa,1998.

79

APÊNDICE – QUESTIONÁRIO DISTRIBUÍDO AOS PARTICIPANTES DA

PESQUISA

O presente questionário tem como objetivo levantar informações sobre como

profissionais da educação concebem (compreendem) uma prática pedagógica que

realmente possa facilitar o processo ensino-aprendizagem. Tal temática é alvo do

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Pedagogia, da Universidade Tuiuti do

Paraná, que venho desenvolvendo, e desde já agradeço sua colaboração e

participação.

Atenciosamente.

Jaqueline Mª F. Coimbra.

Contato: [email protected]

1) Sexo?

( ) Feminino;

( ) Masculino.

2) Idade?

( ) Entre 17 a 20 anos;

( ) Entre 21 a 23 anos;

( ) Entre 24 a 26 anos;

( ) Entre 27 a 29 anos;

( ) Entre 28 a 32 anos;

( ) Entre 33 a 35 anos;

( ) Entre 36 a 38 anos;

( ) Mais de 38 anos.

3) Onde você reside?

( ) Curitiba;

( ) Região metropolitana de Curitiba;

( ) Outro local. Qual? _______________________________________________

80

4) Qual é a renda mensal aproximada de sua família?

( ) Até um salário mínimo;

( ) De um a três salários mínimos;

( ) De quatro a cinco salários mínimos;

( ) Mais de cinco salários mínimos.

5) Onde você cursou os Anos Iniciais (1º ao 5º ano / da 1ª a 4ª série) do Ensino

Fundamental? Considere o maior período de permanência na instituição.

( ) Em escola pública;

( ) Em escola particular;

( ) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

( ) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

6) Onde você cursou os Anos Finais (6º ao 9º ano / 5ª a 8ª série) do Ensino

Fundamental? Considere o maior período de permanência na instituição.

( ) Em escola pública;

( ) Em escola particular;

( ) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

( ) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

7) Onde cursou o Ensino Médio (2º Grau)? Considere o maior período de

permanência na instituição.

( ) Em escola pública;

( ) Em escola particular;

( ) Um período em escola particular e, posteriormente em escola pública;

( ) Um período em escola pública e, posteriormente em escola particular.

8) Você concluiu ou está concluindo outro(s) curso(s) superior(es) além de

Pedagogia?

( ) Não;

( ) Sim. Qual (ais)? ________________________________________________

81

9) Você cursou ou está cursando a Graduação em Pedagogia ou outra licenciatura?

( ) A Distância;

( ) Presencial;

( ) Semipresencial.

10) Sua instituição de formação é:

( ) Privada;

( ) Pública.

11) Cursou ou cursa a graduação com auxílio de crédito educativo?

( ) Não;

( ) Sim. Qual programa? _____________________________________________

12) Você está atuando profissionalmente?

( ) Não;

( ) Sim. Qual atuação?

___________________________________________________________________

IMPORTANTE – Especificar se possui mais de uma atuação profissional, e se atua

na área da educação, favor especificar: a etapa de educação na(s) qual(ais)

trabalha; há quanto tempo e se em instituição pública ou privada.

13) Você participa de algum curso/evento/capacitação para complementar sua

formação?

( ) Não;

( ) Sim. Qual?

___________________________________________________________________

14) Com qual etapa de educação você mais se identifica (não necessariamente

aquela com a qual você trabalha)?

( ) Educação Infantil;

( ) Ensino Fundamental

( ) Ensino Médio;

( ) Ensino Superior.

82

15) Cite o nome de três disciplinas que marcaram ou estão marcando a sua

formação:

___________________________________________________________________

16) Quais os motivos que te levaram a optar pela Licenciatura em Pedagogia ou

outra? Leia atentamente todas as afirmativas e, somente após reflexão, faça suas

escolhas. Escolha até 3 afirmativas, as que você considera as mais importantes.

( ) Sempre quis cursar Pedagogia, ou outra licenciatura;

( ) Sinto-me vocacionado (a);

( ) É um curso com mensalidades acessíveis, que eu (ou minha família) posso

(pode) pagar, sem comprometer a minha (ou da minha família) renda mensal;

( ) Porque adoro crianças;

( ) Foi o curso que a nota do PROUNI possibilitou-me cursar;

( ) Fiz por curiosidade, para ver se gostaria e decidi continuar;

( ) Fiz por curiosidade e permaneci para não perder o investimento financeiro

que fiz até o momento, mas não sei se atuarei na área;

( ) Fiz apenas para ter um curso superior, mas não quero trabalhar em sala de

aula, nem em outras áreas da pedagogia, pois não me identifiquei com a profissão e

pretendo trabalhar em outra área;

( ) Fiz porque não fui aprovado (a) em outro curso que queria;

( ) Fiz por curiosidade, mas ao longo do curso acabei me identificando com a

profissão, quero muito atuar em sala de aula;

( ) Outro. Especificar:

___________________________________________________________________

(somente marque e preencha esta alternativa se não optar por nenhuma das

afirmativas acima).

17) Cite três atitudes de um professor que você acredita serem facilitadoras ao

processo ensino-aprendizagem:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

83

18) Cite três atitudes de um professor que você acredita serem prejudiciais ao

processo ensino aprendizagem:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

19) Escolha 5 afirmativas (APENAS CINCO) abaixo, aquelas que você considera

elementos facilitadores do processo ensino aprendizagem, ordenando-as de 1 a 5,

levando em conta que 1 é a afirmativa que corresponde ao elemento mais facilitador

do processo ensino-aprendizagem e a 5 o menos facilitador, na sua opinião.

( ) Organização do espaço;

( ) Facilidade de o professor expor suas ideias e o que espera do aluno;

( ) Boas condições físicas do espaço;

( ) Capacidade de o professor ouvir as queixas e dúvidas dos alunos;

( ) Relação afetuosa entre o professor e aluno;

( ) O aluno entender que existe uma hierarquia dentro da sala de aula e que

deve obedecer ao professor;

( ) A compreensão, por parte do professor, da “maturidade” emocional e

cognitiva de seu aluno;

( ) Material didático de ótima qualidade;

( ) Uma postura firme, porém não autoritária do professor, demonstrando que

tem domínio da turma e por isso pode decidir o melhor para o grupo;

( ) Formação continuada do professor, mantendo-se atualizado e sempre muito

bem informado em temas pedagógicos;

( ) Tolerância do professor frente às dificuldades dos alunos;

( ) Ser um professor pesquisador;

( ) Paciência ao ensinar, mesmo que algum aluno precise de mais atenção e

dedicação para aprender;

( ) Apoio ao professor, por parte do setor pedagógico da escola em suas

dificuldades com os conteúdos e metodologias;

( ) Apoio ao professor, por parte do setor pedagógico da escola em suas

dificuldades com o comportamento inadequado de alunos, que se mostram

indisciplinados e/ou desmotivados.

84

20) Ordene de 1 a 5 as “qualidades” que você considera mais importantes em um

professor, sendo que a 1ª é a “qualidade” mais significativa e a 5ª será a de menor

significado, na sua opinião.

( ) Inteligência;

( ) Alto nível cultural;

( ) Ter trabalhado anteriormente em instituições bem renomadas;

( ) Gentileza;

( ) Boa oratória;

( ) Planejar bem e antecipadamente o dia de aula;

( ) Ter mais de um curso superior;

( ) Paciência;

( ) Ser um líder nato;

( ) Saber falar uma segunda língua;

( ) Ser carinhoso, demonstrando afeto para com os alunos;

( ) Controlar a turma e fazer-se respeitar por todos;

( ) Conseguir convencer outros profissionais da equipe a aceitar suas opiniões e

necessidades;

( ) Dominar o conteúdo;

( ) Tolerânci