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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
o PAPEL DA ESCOLA NO AuxiLiO A PREVEN<;:JiO DA OBESIDADE INFANTIL
CURITIBA
2003
GLAUCIA DE CASTRO SCARAVELLA
o PAPEL DA ESCOLA NO AuxiLIO A PREVENGAO DA OBESIDADE INFANTIL
Trabalho de: Condusiio de Curse apre5entado 8discipline de MetodolOQia dOl Pesquisa e Produ~oCientifica, como requisito parciOiI para conclus:.o doCurso de Pedagogia. 4- VNA, da Universidade Tuiutido Parana.
Orientadora Professora: Elizabeth Cristinll Suzin.
CURITIBA
2003
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAFACl'LDADE DE CIENCIAS HUMANAS. LETRAS E ARTES
CORSO DE PEDAGOGIA
TERMO DE APROV ACAo
NOME DO ALUNO: GLAUCIA DE CASTRO SCARA VELLA
""jJ/lEt/~
TiTULO: 0 PAPEL DA ESCOLA NO Auxiuo A - DA OBESIDADEINFANTlL
TRABAlHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL
PARA A OBTEN(:AO DO GRAU DE L1CENCIADO EM PEDAGOGlA, CURSO DE
PEDAGOGIA DA FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA
UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA.
MEMBROS DA COMISSAO AVALlADORA:
ca.2oJ.v.JL .-C. ~ .~PROF'. ELIZABETH CRlsTI14A11JzIN ~ORIENTADOR
I~PROF. CARLOS ALVE~0CHAMEMBRO DA BANCA n
/-M(UVI~.PROF". MARCIA MEDEIROS MACHADOMEMBRO DA BANCA
DATA: 29/ 10/2003.
CURlTlBA- PARANA2003
c.mt •••hr~ie Rei~, ~ ¥~ .•.•.,n"" F\o""I.~t •••, :jI. Sarltaln,w".a:?L"'010-.l)(l.r_-(ll)Ul 7~1 F;u: (41)lJ1 ,;,;:
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DEDICATORIA
Dedico 0 presente trabalho a todos
que de uma forma au de Dutra
contribuiram para sua realizac;ao.
AGRADECIM ENTOS
A Deus, por ler sempre abenyoado minha
vida, permit indo a realizag80 desse
trabalho.
A minha orientadora pelo incentivQ e
coJaborag8o. Estando sempre disposta a
transmitir seus conhecimentos.
E a todas as pessoas que contribufram
para eJaborac;ao e conclusao desta
pesquisa.
"A pessoa obesa ignora 0 seu corpo. Este
torna-se extrema mente aversivo. frente acampanha do corpo perfeito. Assim, ela
nega-o como via de acesso ao mundo"',
(Vera Lucia Menezes da Silva)
RESUMO
o excesso de peso e a obesidade tern amea9ado a sauda de urn numero
cada vez maior de pessoas em todo a mundo, superando ate masma a desnutri980
e as doenC;8s infecciosas, boa parte destes indivfduos ainda S8 encontram na fase
da infancia. Hoje, a excesso de peso e considerado urn problema capaz de reduzir a
expectativa de vida em ate 10 anos. A obesidade, que normalmente era vista como
urn mal dos paises ricas, e agora urn problema de saude no Brasil. Urn dos fatores
que contribui para 0 aumento da obesidade infantil sao as cantinas escolares. A
maior parte dos produtos comercializados sao gordurosos e eontsm muitas calorias.
Salgadinhos, hamburgueres, biscoitos, daces, balas, refri,gsrantes e varias Qutras
guloseimas, as quais, aliados a preguiya dos responsaveis em preparar um lanche
adequado com frutas ou de baixa caloria, contribuem para prejudicar a dentiy20, 0
aumento da obesidade e originam varias doenc;as graves. Pelo exposto, faz-se
urgente tomar medidas drasticas, a fim de que a salide das crianyas seja preservada
e possam adquirir habitos alimentares saud ave is.
Palavras·chave: obesidade, regras, habitos alimentares, regime alimentar.
SUMARIO
RESUMO .
llSTA DE SIGlAS .
INTRODUc;:Ao .
CAPiTULO 1............................................................•............................................1.1. Conceito de Obesidade.... . .1.2. A Origem da Obesidade ..1.3. Fases da Obesidade ..1.4. Classifica<;ilo da Obesidade ..
CAPiTULO 11........................................................................•....•....•...•.•....•.....•....2.1. A Obesidade na Inf~ncia e Adolesc~ncia ...2.2. A Predisposi<;lJo Genetica e Fatores Ambientais ..2.3. As Causas da Obesidade ...
CAPiTULO 111 .3.1. A CriaJ7(;a e seu DesenvoJvimento " " .3.1.1. Aspectos Biolagicos .3.1.2. Aspectos Psicolagicos ..3.1.3. Aspectos Sociais ..3.2. A Obesidade na Adolescencia: Os jovens Gorclinhos sao maisVulnerilveis a Depresseo ..
CAPiTULO IV .4.1. A Campanha para Combater a Obesidade no Pais ..4.2. 0 Tratamento da Crianqa Obesa ..4.3. As Metas do Tratamento ..4.4. A PrevenqlJo .4.5. A Aborclagem Envolvendo a Familia ..4.6. 0 Papel da Escola na Obesidade ..4.7. Mudam;as na AlimentaqlJo ..4.8. Indica¢es para Encaminhar B um Serviqo Especializado ..
CONSIDERAC;:OES FINAIS .
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .
iv
v
08
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262626282931313637
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LISTA DE SIGLAS
ABESO - Associa9~0 Brasileira para Estudo da Obesidade.
CAAA - Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente.
IMC - indice de Massa Corporal.
OMS - Organiza980 Mundial da Saude.
PAPO - Projeto de Atividade para Adolescente Obeso.
QI - Quetele!.
INTRODU~Ao
A obesidade e a enfermidade nutricional mais frequente entre crian~s e
adolescentes nos paises desenvolvidos, mas nao se limita apenas a estes.
No Brasil, tern side detectada a progress:io da transi~o nutricional, caracterizada
par reduyao nas prevalencias de deficit nutricional e aumento de sobrepeso e
obesidade.
Estamos diante de um problema de saude de primeira ordem, pois a obesidade
a1em do sofrimento que causa diretamente na saude fisica e mental do individuo e urn
fator comum para patologias como diabetes, doeny8s cardiovasculares e hipertens~o
arterial. Como seu tratamento e dificil e muitas vezes refratario, 0 ideal e trabathar na
preven,,"o.
Essa tarefa abrange as mais variados segmentos, iniciando pelos profissionais de
sauda envolvidos (pediatras, end6crinos, nutricionistas, psicologos, professores de
educa980 fisica, enfermagem), pais, comunidade, entidades govemamentais e
necessariamente envolvendo a escola.
Os programas de preven980 devem ser iniciados logo nos primeiros anos de vida,
momenta em que se estabelecem as habitos e condutas alimentares e tambem a que
costumamos chamar de "estilo de vida"
Entretanto, essa praven9ao dave sar mais exigante naquelas crian98s com
fatores de riscos conhecidos (pais obesos, sedentarismo, condutas alimentares
atipicas).
A obesidade dos pais e considerada a maior fator de risco para desenvolvimento
e persistencia de obesidade na cnan9a. Assim, pais obesos devem ser alva de
aconselhamento preventivo. Suas crian9as observadas com maior atenyao e envolvidas
precocemente em programa de prevenc;:ao, aconselhamento nutricional e combate ao
sedentarismo.
A inatividade tem sido associada como causa importante de ganho de peso nas
crianc;:as. Assistir televisao, bem como videogames e computadores sao a principal fonte
de imobilidade nessa faixa eta ria que vai dos primeiros anos de vida e vai ate a
adolescencia. Some-se a is so a infiuencia da midia fan;ando 0 con sumo de gulaseimas.
Certamente aqui temos outro alva de ac;:ao. Limite no tempo diante de um monitor, de tv
ou micro, e controle da propaganda direcionada ao pllblico infantil, s~o medidas que se
impoem. Quando as crianyas comeyam a ir para escola, fatores fora de casa comeyam
a influenciar na escolha da comida, por parte da crianya. Geralmente, elas fazem pelo
menos uma refei~o na escola. Entramos na questao das cantinas enos programas
estatais de merenda escolar. As intervenyOes nas escoJas s:io apoiadas basicamente
em informac;:Oes nutricionais e programas de educac;:ao fisica, de combate ao
sedentarismo e oportunidades para atividades esportivas em horarios extracJasse.
Programas que regulamentam 0 tipo de alimentos que podem ser encontrados
numa cantina escolar js existem no nosso meio. Em algumas cantinas escolares js sao
proibidos a venda de refrescos e refrigerantes ricas em ac;:ucares, guloseimas e
salgadinhos fritos a devem dispor de palo menas dois tipos de frutos da epoca.
1.1. CONCEITO DE OBESIDADE
10
CAPiTULO I
Segundo dados anteriores a obesidade pade ser conceituada, de maneira
simplificada, como uma condic;ao de acumulo anormal au excessivo de gordura no
organismo, levando a urn comprometimento da saude. a grau de excesso de gordura,
sua distribuiyao e associa9a.o com conseqi.:U~ncias para a saude variam,
consideravelmente, entre as individuos abesos. E importante identifica-la, uma vez que
as portadores dessa condiyao apresentam risco aumentado de morbidade e
mortalidade. Na atualidade, a obesidade S9 colcca de maneira prioritaria para
intervenC;8o, em nivel individual e na comunidade. como urn problema de nutriyao em
saude publica.
A obesidade cada vez mais reflete urn disturbio relacionado ao desequilibrio em
longo prazo entre a ingestao de alimentos e a casto cal6rico. Oesta forma, quando 0
gasto de energia e menor que 0 consumo alimentar, ocorre 0 acumulo de gordura no
organismo, onde seu excesso provoca a obesidade no ser humano.
Segundo GASPARINI (2002. p.01) "a obesidade nao e caracteristica de pessoas
com falta de vontade de emagrecer, mas sim de pessoas com uma doen<;:a que deve ser
tratada"
1.2. A ORIGEM DA OBESIDADE
II
Ate pouco tempo atras, as profissionais da area de saude priorizavam 0 problema
da desnutri~o, enfatizando principalmente a crianga. Sabemos que foi urn problema
serio e que ainda existe, afetando urn grande numero de brasileiros.
Diante desse fato, a crian98 gordinha era vista como sinonimo de saude. Era
comum ver as crian98s ''fofinhas~ serern exibidas com suas dobrinhas na midia.
Segundo dados da teorica ATENAS, (1999) 30% dos brasileiros apresentam
excesso de peso, trazendo preocupar;6es aos profissionais da area da saude. Alem
dos problemas psicologicos que a obesidade desenvolve, tambem sao constatadas
varias outras doen98s, par iSso, nos tempos atuais, ala e vista como uma doenya que
deve ser tratada desde ceda.
As causas da obesidade est~o associadas a multiplas causas simultaneas,
dificultando no tratamento. Para efelto didatico, esses fatores sao classificados em
externos (ambiente) e internos (bioI6gicos), sendo que as internos sao imutaveis, e,
inerente a crianya, dividindo-se em geneticos e metab6licos,
o genetica, como sabemos e uma heranc;a familiar e he uma predisposic;ao que
determina a obesidade. No entanto, e desconhecido qualquer tipo de exame rotineiro
que detennine a grau dessa predisposic;:ao. Sendo assim, a avalia~o e feita a partir dos
indicios. Isso signtfica qua sa houver problemas de excesso de peso na familia, a
probabilidade da crianc;a desenvolver a doenc;a e maior. Por outro lado se apenas um
dos pais for obeso, a chance dessa crian98 ser obesa e menOf.
o metab6lico e como a organismo de cada urn funeiona. lsso e genetico. POf isso,
ele e diferente de individuQ para indivfduo. E comum ver erianc;:as que tern poueo apetite
12
e com maior numero de peso do que as outras que com em mais.
Os externos (ambientais), sao aqueles que fazem parte do ambiente que a
crianc;a viva, mas, que podem sar mudados, sendo per eles que S9 inicia 0 tratamento
da obesidade. Oentre as mais importantes desses fatores extemos estao as
psicologicos, alimentares e a atividade fisica (ATENAS, 1999, p.177).
Os psicol6gicos sao a forma corno a crian<;8 trabalha com sua frustrac;aes e
ansiedades, podendo desencadear impulsos para alimentar-se em excesso, como
urn mecanisme de defesa.
Os alimentares sao as preferencias alimentares, a quanti dade e a forma que 0
alimento e preparado. IS50 pode levar a crian<;a it ingesteo de calorias e
nutrientes aeirna de suas necessidades, resultando no excesso de peso.
Quanta a atividade fisica, e necessaria, pais crianc;as que nao a, gastam menos
energia em relac;ao as mais ativas, mesmo aquelas que costumam comer pouco. Sendo
assim, 0 risco e maior de se tomarem crianryas obesas. Dai a necessidade de estimular
a crianc;;a desde cedo a praticar atividades fisicas (ATENAS, 1999, p.177).
1.3. FASES DA OBESIDADE
Segundo PEREIRA (1997) e ABRAAo (2003), a obesidade pode ser
desencadeada em tres fases:
• 1a Fase - Na vida intra-uterina (70 ao go mes), ocorre 0 primeiro processo de formayao
da multiplicayao do numero de celulas adiposas nas crianc;as chamado este processo de
adipogeneses (multiplicac;ao do nO de calulas adiposas). Depois que ocorrem essas
13
multiplicayaes, a crian~ tern a tend~ncia para que estas celulas adiposas aumentem de
tamanho, ocorrendo urna hipertrofia das mesmas. Saba-s8 que esse aumento naG po de
ser diminuido atraves de medicamentos au Dutras medidas .
• 2<1 Fase - Com idade de 2 a 5 anos, caracteliza-se aumento de tamanho das celulas
adiposas .
• 3;1 Fase - na faixa etaria entre 9 e 13 anos (adolescencia), acontece a multiplicayao a
numero de celulas gordurosas e instaveis. A abesidade alingida precocemente tern 0
numero e tamanho de celulas gordurosas aumentadas, comparadas as pessoas
normais.
1.4. CLASSIFICAi;AO DA OBESIDADE
o metodc conhecido intemacionalmente para medir a excesso de gordura no
corpo e 0 IMC (indice de Massa Corporal) ou (01) Ouetelet. onde e obtido pela divisao
do peso em Ouilos pel a altura ao quadrado em metros.
Segundo ABRAAO (2003), 0 IMC (indice de Massa Corporal) de homens e
mulheres para serem considerados normais devem estar na faixa de 20kg/m2 ell
25kg/m', chegando para os idosos a 27.
Para GASPARINI (2003, p.01), "a classificayao possui uma importimcia, pois as
pessoas consideradas obesas possuem um fator grande de doenc;as como diabetes,
doenvas cardiovasculares, hipertens~o arterial e a osteoporose".
Ja para as crianyas e adolescentes como estao na fase de crescimento devem
ser utilizados outros metodos comuns em graficos especificas do IMe (Indice de Massa
Corporal).
14
De acarda com GUEDES (1995) e GASPARINI (2003), a abesidade ainda pade
ser classificada sob Qutros parametres: a localizay~o de gordura corporal; quanta ao
consumo e 0 gasto de energia; quanta ao numero de celula de gordura e tambem
quanla a distribui9lia de gordura.
15
CAPiTULO II
2.1. A OBESIDADE NA INFANCIA E ADOLESCENCIA
Na ultima decada, 0 problema da obesidade infantil vern preocupando de forma
crescente os profissionais da area de saude. Atualmente, as crianyas crescem em
grandes centros urbanos, onde 0 sedentarismo prevalece, ao lado de fortes habitos
ligados a televisao, ao videogame e ao computador.
Concomitantemente, a propaganda enganosa de alimentos hipercaloricos como
marca de sauda induz a urn consumo ex:agerado de guloseimas, prejudicando
sobremaneira a dieta balanceada na inf~mcia e na adolescencia. Algumas vazes, a
obesidade se inicia muito precocemente durante a vida do pequeno laetente que reeebe
uma mamadeira engrossada sempre que chora, condicionando a be be a receber comida
sempre que precisa lidar com uma frustra980.
Por esse motivo, a abordagem deste assunto tao delicado envolve uma
conseientizayao exaustiva por parte dos familiares da cTianc;a ou do adolescente obeso,
buscando sempre melhor orienta·los a respeito dos aspectos emocionais e ambientais
implicados na g~nese da obesidade.
Pediatras, pSicologos, endoeTinologistas, nutricionistas e professores de
educac;ao f[sica estao cada vez mais preocupados com 0 crescents numero da
obesidade infantil.
Uma pesquisa realizada pela Prefeitura de Curitiba - PR, na rede publica
municipal, no dia 14 de abril de 2002, mostrada por Javorski na Gazeta do Povo (2002),
16
esclarece em que traz dados de 66 mil alunos, comprovando que 25% do numero de
crian~as possuem tendencia a obesidade e poderao tomar-S8 adulto5 abesos. A
pesquisa tambem descobriu que era 14% 0 numero de crian98s em 1996 em fase
escolar e que aumentou para 18% em 2000 com tende'mcia a engordar. Atraves desta
pesquisa realizada, foi constatada que as motivos para a existencia desse problema
ocorrem atrav9S de crianyas que abandonam a amamentay80 ceda e nao s:ilo
estimuladas a ingerir verduras e frutas abusando dos produtos industrializados, e, ainda
aquelas que passam maior parte do tempo na frente da TV, videogames e
computadores.
Seoundo FISBERG (1995, p. 15), "existiam no Brasil, em 1989, cerca de um
milhao e meio de crian98s abesas, sen do que a prevalencia era maior entre meninas do
que entre meninos"
Essa estimativa continua em voga, principalmente para aquelas crian9as que
estao em ida de pre-escolar. Segundo 0 autor FISBERG (1995), a crian<;a, na lase pre-
escolar, nao da muita importancia para as alimentos. Mas, e nessa fase que costuma-se
deixar a disposiyao da crianya boa parte de alimentos. Para aquelas que ja stlo obesas
au com tend{:!ncia ell obesidade, 9ssa nova forma de ado9ao pode nao ser boa, uma vez
que comeyam a elevar a can sumo de lanches fora de hora sem diminuir a volume das
refeivoes principais, aumentando assim sua ingestao calorica.
As causas da obesidade infantil sao discutidas par varios te6ricos como:
FISBERG (1995), VIUNISKI (1999) entre outros.
Entre elas pode-se destacar:
J7
- A diminuiyao de atividade fisica e 0 sedentarismo; desmame precoce; disturbio do
comportamento alimentar; pais ou parentes proximos abesos; desnutriyao na vida intra-
uterina ate 0 primeiro ana de vida; usa de medicamentos.
Segundo esses teoricos, e importante salientar que as pais devem ficar atentos
quando seus fllhos apresentarem apetite exagerado. Verificar S9 0 peso deles esta
evoluindo conforme a altura Sa for maior do que 0 esperado deve buscar ajuda de
profissionais da area, para rever as habitos alimentares da casa e evitar que as
alimentos excess iva mente cal6ricos fiquem ao alcance da crianc;.a.
2.2. A PREDISPOSI~AO GENETICA E FATORES AMBIENTAIS
A obesidade 9Sta ligada a urna predisposiC;:80 genetica e fatores ambientais, como
o habito alimentar da familia. 0 9stilo de vida das pessoas influi fortemente quando 0
assunto em pauta e a obesidade. Assim, 0 sedentarismo aliado uma dieta hipercal6rica,
a ausEmcia de regularidade no horario das refeicOes sao fatores que de forma isolada au
combinada contribuem para 0 desenvolvimento da obesidade.
o vinculo emocional mae-filho afeta a nutriyao da criant;a. pelo modo com que a
mae, demonstrando afeto ou preocupayao, oferece alimentos como ~pr~mio" ou
compensa~o. Oentre esses, a estilo de vida deve um componente importante na
genese da obesidade, pais este define os habitos e costumes das criant;as e
adolescentes e as consolida nos pais (CAMARGO; CAMARGO, 1985).
Esses habitos e costumes podem ser elencados: nao possuir horarios fix.os para
comer, quantidade de comida preparada por refei98o; qualidade da comida em relac;ao a
porcentagem de carboidratos, gorduras e proteinas; numero de refeicyoes consumidas
18
diartamente; quantidade de alimentos consumidos em cada refei<;ao relacionada aos
hor-arias das mesmas; habito de comer entre as refei<;oes e a qualidade e quantidade
dos alimentos ingeridos nestes intervalos.
A mae desempenha papel fundamental no aprendizado nutricional do lilho. Esse
aprendizado sa desenvolve de forma ativa, quando a mae realiza 0 controle da dieta da
casa e de forma passiva, atraves da observayao da crian<;8 quanta aos habitos
nutricionais da mae ou da famflia
o aconselhamento e orienta~o das mass no preparo e manuseio dos alimentos
poderia detenminar a eletividade de uma medida simples. como por exemplo, orienta"ao
nutricional, no controle de um serio problema como e a obesidade. Assim, buscar as
habitos alimentares da familia entre as maes de crianvas abesas e definir 0 astado
nutricional das maes dessas crianC;8s au adolescentes nos possibilitaria a identificac;tlo
de alguns fatores de risco para 0 desenvolvimento da obesidade na crianya ou no
adolescente (DIARIO DE SAO PAULO, 2003).
2,3, AS CAUSAS DA OBESIDADE
a) Hereditariedade
Segundo CAMPOS (2000) 0 corpo Ii geneticamente dividido em tr~s categorias
em relayao ao armazenamento de gordura.
• Ectomorficos - possui baixa capacidade de annazenamento de gordura
formando um corpo esbelto.
• Mesomorficos - tern a capacidade de armazenar gordura ficando entre os dois.
• Endom6rficos - possui maior capacidade de armazenar gordura.
b) Disfun~ao Glandular
Altera<;iies hormonais atingem 5% das pessoas, provocando ganho de peso.
Ocorre com a producao da tiroxina, hormonio da tire6ide, doen9as como nos
ovarios policfsticos. E a hipotireoidismo tambem provocam grandes alteray6es
hormonais, onde a puberdade, menopausa, gravidez e andropausa (menopausa
masculino) contribuem nestas alteracOes (CAMPOS, 2000).
c) Inatividade
o sedentarismo hoje esta causando grande preocupayao na area da saude. Ate a
mldia esta tentando mostrar as pessoas que a falta de atividade flsica pade provocar
inumeras doen9as.
As pessoas que tern 0 habita de praticar exercfcios fisicos desprendem
mais energia ajudando, na maiaria das vezes, no equilibria cal6rico.
d) Ingeslao Excessiva de Alimenlos
Segundo 0 Conselho Latino Americano em Obesidade, a mesma e considerada
uma doenya cronica acompanhada de multiplas complica<;:6es e se caracteriza pelo
excesso de gordura em uma magnitude tal que compromete a saude. As complica90es
que mais S8 apresentam sao a diabete mellitus, a hipertensao arterial, as alterac;oes
osteomusculares e 0 incremento da incidencia de alguns tipos de carcinoma e doen98s
da vesicula biliar. A obesidade e ainda 0 resultado de ingerir mais energia que a
necessaria. E constatado atraves de estudos que este consumo excessivo inicia-se
20
atraves de fases remotas da vida, influenciadas pela cultura e as habitos familiares. Par
issa dizemos que a obesidade e de carater multiplo.
Ainda de acordo com a Canselha, existe uma tende!ncia entre as membros da
me sma familia possuirem urn indice de Massa Corporal (IMe) similar.
21
CAPiTULOlll
3.1. A CRIANCA E SEU DESENVOLVIMENTO
Conforme dados da Revista de Nutrigao e Saude (2003), as habilidades das
crian~s vao desenvolvendo no seu tempo. Par serem varias essas habilidades, estao
separadas em aspectos biol6gicos, psfquicos e sociais. Ressalta-se que assas
habilidades nas crian9as abesas sao muito importantes.
3.1.1. ASPECTOS BIOLOGICOS
Crianyas de 1 a 3 an os
• Passa par urn aumento que desproporciona 0 seu peso em rela~o ao
crescimento, formando a prega cuttmea.
Par possufrem poucas reservas energeticas, 0 intervalo para a alimentayao ecurto.
A crian<;8 que e nutrida corretamente tern urn desenvolvimento saudavel,
aumentando a camada de gordura e muscular. e dlferente daquela superalimentada.
Crianyas de 4 a 6 anos
• Como ja consegue S8 deslocar sozinha e de diferentes formas, pode estar
sempre ingerindo algum tipo de alimento.
22
• Seu crescimento e peso apresentam uma aceleraC;Bo se comparado com as
crianc;as da mesma idade normais.
Algumas crianc;as "gordinhas" apresentam escoliose e lordose, causando dares
nos membras inferiares, acenluanda a joelha valga,
CrianC;8s de 7 a 10 anos
• A crianc;a obesa apresenta aumento na estatura, massa muscular e gordura,
nonnal na idade de sete anos.
• Sente dificuldades em praticar esporte, subir escadas e andar de bicicleta.
Nesta faixa etari8 a crianc;a e pre parada para desenvolver atraves de seu
metaboHsmo urna vida saudavel.
3,1.2. ASPECTOS PSICOLOGICOS
Crian9Cis de 1 a 3 an os
• Carencia do carinho de mae, compensadas nas refeiy6es repetitivas.
Crian~s de 4 a 6 an os
• A falta de atenc;ao dos pais com seus filhos.
• Comem de tudo e demais.
Crianyas de 7 a 10 anas
• A crianc;a tfmida enfrenta dificuldades de lideranc;a, embora seja um bam aluno.
23
• E muito educado, passa horas na frente da TV OUjogos eletronicos.
o interesse das crianyas em comprarem suas proprias roupas e a preocupayao
dos pais com a mudanya de habito do seu filM.
3.1.3. ASPECTOS SOCIAlS
Crianc;as de 1 a 3 anos
• 0 be be "fofinho" e visto pel a sociedade como urn ser lindo.
Crianyas de 4 a 6 an os
• Prefere os adultos ao inves das crian't8s par idenliflcar...se com seus pais, tentando
copia-los no modo de vestir, comer e falar.
Crianya de 7 a 10
• A familia sa preocupa com 0 fitho obeso, mas, preferem a crian98 crescer rna is urn
paueD para resolver 0 problema.
o adolescente obeso, normalmente sente certa desconforto com sua aparencia e
conseqOentemente nAo escapa dos ape lidos crueis, de colegas da escola. Nem sempre
sa mostra interessado a urn tratamento, no entante, esse adolescente tern necessidade
de sar ajudada par profissionais para resgatar seu padrao corporal como tambem sua
auto-estima (ATENAS. 1999 p. 185).
Sabemos que a adolescente passa par fases ocorrendo mudanQas corporals,
mas, devemos lembrar tambem, esta e a oportunidade de corrigir um quadro de
obesidade de fonna eflcaz, Para isso, deve-se ficar vigilante para manter au ganhar
24
peso de forma correta.
Numa sociedade obcecada pelo culto ao carpa, em que ser magro e 0 padrao
fundamental de baleza, as crianyas gordinhas costumam sar alvD de criticas e apelidos
depreciativos par parte dos colegas de escola e ate mesma dos adultos que as cercam.
Para as mais sensiveis, esta alaque a auto-estima provoca fechamento,
isola menta e retragao de atividades. PDr vergonha de sua aparencia, muitas crian~as
evitam if a praia au a piscina, praticar esportes au ate me sma freqOentar a casa dos
amigos. Este sentimento de inadequa9~o resulta em ansiedade e inseguran<;8 que, par
sua vez, estimula 0 desejo de comer ainda mais para compensar 0 desconforto.
No ambito familiar, eo comum observar-s8 a dupla mensagem: as familiares
pressionam a crianya para comer menos, mas a oferta de doces e guloseimas nos
armarios e na geladeira €I abundante.
3.2. OBESIDADE NA ADOLECENCIA: OS JOVENS GORDINHOS sAo MAIS
VULNERAvEIS A DEPRESsAo
Segundo psiquiatra CARMO FILHO (2002), 'estar aeirna do peso deixa 0
adolescente rnais vulneravel a sintomas depressivos·. A constata9~o e de uma pesquisa
da Universidade Federal de Sao Paulo (Un~esp). Enquanto os sinais da depressao
atinoem 80% dosjovens com excesso de peso, a porcentaoem e de 21,7% para 05 que
estao com 0 peso nOnTlal.
A proporryao de sintomas depressivos encontrados nos jovens com excesso de
peso surpreendeu 0 psiquiatra CARMO FILHO (2002), "A assoeia~ao entre epis6dios
depressivos e obesidade jil e conhecida, mas nao esperava uma porcentagem tao alta"
25
o estudo mostrou que 34,5°A, dos adolescentes com risco de ultrapassar 0 peso
nonnal tambern apresentavam sinais depressivos. Eles tambem ganham dos jovens que
eslao denlro do peso.
A idenlifica,ao das sensa90es de desesperanga, culpa, fracasso e baixa aulo-
e5t1ma, alem de altera90es organicas como falta de concentrayao e ins6nia. Esses sao
alguns dos sinais a apontar que 0 individuo esta deprimido.
Ainda nao se sabe 0 que ocorre primeiro, a depresseo au a obesidade, muitas
vezes a depressao e a primeira a aparecer nos adolescentes, seguida pelo ganho de
peso. Mas nem sempre e assim.
o Brasil chama a alen9ao para 0 falo de que pessoas deprimidas lem mais
diticuldade para combater a obesidade. "0 deprimido perde a capacidade de agir, a
vontade de fazer as coisas, a dinamismo e a ton;,a".Por isso, a tareta de perder peso eainda mais dificil". (CARMO FILHO. 0 ESTADO DE sAo PAULO, 2002).
26
CAPiTULO IV
4.1. CAMPANHA PARA COMBATER A OBESIDADE NO PAis
Urn dos maiores estudos feito no pars sobre 0 tema, realizado junto a 10.821
crian!y8s entre setembro e dezembro do ana passado (2002), nas redes publica e
particular, um levantamento que loi leito em parceria com a Universidade Federal
Paulista (Unifesp). Os dados coletados indicam que 15,74% das crian9as apresentam
sobrepeso e 17,97% sao obesas (RIBEIRO, 2003).
FISBERG (apud RIBEIRO, 2003) considera os resultados alarmantes porque 0
excesso de peso na infimcia aumenta as chances do desenvolvimento de doen98s
cardiovasculares, diabetes, problemas nos assos e articula90es e ate cancer, na fase
adulta: 40% das crian98s entre 7 e 8 anos abesas e 80% dos adolescentes abesos
serao adultos abesos,
FISBERG (apud RIBEIRO, 2003), alirma que habitos alimentares inadequados
sao caracteristicos da lamilia brasileira. Nao adianta culpar a cantina da escola.
Incorporamos habitos que nunca foram brasileiros, como as fast-foods e a comer 0
quanta quiser a qualquer hara.
Hoje, voce vai aD cinema e compra urn saeo de pipocas maior que a sua vontade,
argumenta. Segundo FISBERG (apud RIBEIRO, 2003), 0 excesso de peso e sempre
provocado pela lalta do limite comportamental.
4.2.0 TRATAMENTO DA CRIAN(fA OBESA
o tratamento de uma crianc;;a obesa deve ter apoio dos pais e da escola,
replanejando as atividades, modifjcando seu habito alimentar e pratica de exercicios
fisicos, que nao devem ser impastos, mas, e de suma importancia esta pratica.
o medico junta mente com 0 nutricionista deve realizar esse tratamento, mas a
rotina da crian<;a tambem deve passar par algumas modificac;oes, tais como:
• Manter a geladeira com frutas, leite e iogurte desnatados, legumes, gelatinas e
hortalic;as.
Nao preparar mol has ricos em gorduras, entre outras comidas que devem ser
evitadas.
A seleyao do tratamento pode ser feita utilizando-se 0 Indice de Massa Corporal
(IMC) como guia e avaliando-se os riscos associados a obesidade e a distribuj~o de
gordura central, e a atuac;;ao para a soluc;;ao do problema pod em se dar atraves de:
Modifica~a.o do Comportamento - 0 comportamento alimentar e analisado
pedindo-se ao paciente que monitore e registre atividades como ° ato de comer e
as consequ~ncias da alimentac;ao, ° ambiente em que a alimentac;ao acerre, a
proprio ato de comer, inclue tambem, as atividades fisicas.
Oieta ~E possivel que a ingestae aumentada de gordura esteja associada a maior
risco de desenvolver obesidade nos individuos com suscetibilidade genetic8.
Sugere-se que uma dieta com menos de 25% calorias provenientes de gordura
seja urn objetivo razoavel.
28
Clrurgia - A manipulayao cirurgica do trato gastrintestinal e recomendado para
individuos com indice de Massa Corporal (IMC) superior a 35 kglm' com riscos
altos para diabetes au com hist6na fam~iarde enfarto precoce, e para aqueles
com IMe 40 kg/m2. A recuperarrao do peso e Qutros problemas sao minimos com
a cirurgia.
4.3. AS METAS DO TRATAMENTO
Segundo VIUNISKI (2003) os resultados de uma interven~o numa crianc;a ou em
urn adolescente obeso pod em ser medidos par para metros que envolvam a melhora do
peso ou n~o,
Esses parametros sao:
• Urna melhora da auto-e5tima;
• Implementa~o de urn 85tl10 de vida saudavel para toda a familia;
• Prevenyao das comorbidades da obesidade;
• Mudanyas de comportamento, no paciente e na familia, que perdu rem par urn
longo tempo;
Manuten9llo ou perda de peso, sem alterar a ganho estatural da criancya au, na
pior das hip6teses, diminui<;ao da velocidade do ganho de peso;
29
• Diminuiyao da circunferencia abdominal;
Ate bern pouco tempo alms, podiamos dizer que "Crescer sem engordar, ja
e emagrecer", au seja, bastava manter 0 ganho estatural e parar 0 ganho de
peso. Eram as tempos romfmticos da obesidade infantil. Diziamos que "pode
comer de tudo, sem comer tudo" e tomavamos outras medidas, bern mais
conservadoras. Hoje, com 0 resultado dos estudos longitudinais,
sabemos que adultos que eram crian~asabesas, agora sofrem muito mais de
doen"" cardiovascular, cancer, diabetes tipo II e pedras na vesicula do que
adultos que nao eram crianc;as abesas.
4.4. A PREVEN<;:AO
Atualmente a obesidade asta sendo considerada 0 maior problema de sauda
publica, sendo Que grande parte da popula<;:ao obesa tern a inf~ncjacomo uma de suas
principais vias.
No Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente (CAAA) da UNIFESP, no
periodo de 2 anos, foram atendidos no ambulatorio de obesidade 175 adolescentes com
a media de fMC = 30, sendo que ha urn grande nllmero ainda na [ista de espera. Alem
deste ambulatorio, tem um Projeto de Atividade para Adolescente Obeso (PAPa), que
especificamente em 2001 esta atendendo apenas adolescentes do sexo feminino, que a
cada 15 dias tem acompanhamento nutricional individualizado e atividades em grupo,
como aulas sabre alimentos diet & light, patologias associadas a obesidade, piramide
dos alimentos, etc; realizam atividades recreativas 3 vezes par semana, as quais sao
orientadas por um professor de educayao fisica, e atendimento psicologico em grupo.
30
E plena mente aceito que a ingest~o aumentada de alimentos caloricos contribui
para 0 aumento de peso nas crianY8s. A grande pergunta e: Par que algumas ficam
satlsfeitas com urn biscoito apenas, enquanto Qutras 56 param de comer quando 0
pacete chega aD tim? Sabemos que cada pessoa tern urn limiar de saciedade diferente e
que ele muda conforme 0 eslado emocional, tipo de alimento, hora do dia e epoca do
ana, so mente para Gitar algumas das muitas variaveis.
Dificuldades em estabelecer urn born controle de saciedade e urn fator de risco
para desenvolver obesidade, tanto na infancia como na vida adulta.
A fisiologia do controle do apetite e da saciedade esta Ionge de ser total mente
compreendida, mas 0 que ja sabemos nos assegura que e urn sistema extremamente
sofisticado e complexo. Muitas ma8S acham que, ao mandar as frlhos raspar a prato,
est~o zelando pela sua sallde. Alem disso, existe aqui um componente cultural-religioso:
en quanta tanta gente passa fame no mundo, e urn ~pecado" deixar sobrar comida no
prato.
Obesidade entao a condi,ao de risco para a saude, alam de grande causa de
desadapta"ao social e de ma qualidade de vida. Sua preven,iio baseia-se em 2 pilares
basicos: melhores habitos alimentares e maior atividade flsica. Par melhores habitos
aliment ares entendemos a alimentayao saudavel, a saber, com poucas frituras e pouca
gordura animal e com riqueza de frutas, vegetais, carboidratos ricos em fibras, grao,
peixe e came magras. Par maior atividade fisica entendemos uma vida mais ativa, e nflo
necessariamente uma atividade flsica programada, que embora bastante util por vezes
nao pode ser realizada por uma boa parte da popula"ao.
4.5. ABORDAGEM ENVOLVENDO A FAMiLIA
A familia influencia nos habitos alimentares e na atividade fisic8, tanto pelo lado
comportamental quanto pela inegavel influ~ncia genetica. Hoje conhecemos mais de 20
genes envolvidos com a ganho de peso, alem de quase urna centena de genes
suspeitos.
Alguns grupos vern defendendo que a abordagem focalizada apenas na familia,
sem trabalhar diretamente com as crian<;as, po de apresentar melhores resultados do
que tratamentos em que a crianc;a e 0 alvo direto das mudanc;as (VIUNISKI, 2003).
4.6. 0 PAPEL DA ESCOLA NA OBESIDADE INFANTIL
A prevan~ao e 0 controle da obesidade infantil deve sar preocupa~o de toda a
sociedade. As inforrnac;:oes devem ser passada pel a escota como urna das formas de
manter au ate quem sa be controlar a obesidade infantil, Oesde que as informa90es
sejam passadas corretamente sabre as nutrientes e seus valores cal6ricos (de fonna
oenerica), 0 que deveria fazer parte do ensina basi co. Incentivar e ensinar a comer
verduras, frutas, a beber agua ao inves de refrigerante, andar e praticar esportes, €I uma
obriga9~ode todos os que estao envolvidos com a saude e a born desenvolvimento da
crian9a. A escola como urn ve[culo de educa92o, deveria arientar seus professares para
pudessem aferecer urn ensinamento sabre 0 que e uma boa alimentac;;ao e reavaliar
urgente os lanches oferecidos nas cantinas. Na escola pode-se aprender a comer
bem e nao cameter exageros, mas para [ssa faz-se necessaria a diferenciayao nos
carda pias, orientac;ao e supervisao de pessoas especializadas na area de nutriyao para
que as merendeiras possam oferecer aos alunos uma alimentayao rica e balanceada.
Com urn trabalho conjunto entre escola e familia, aeredita-se que as crianyas
possam adotar praticas e comportamentos cad a vez mais saudaveis. As crian9as que
nao tem acesso a uma dieta balanceada, podem apresentar uma certa limita~o
intelectual, em que sua capacidade de aprendizado Ei infiuenciada pela sua alimenta~o.
Oesde que a alimentay80 seja balanceada, 0 estilo da vida ativo desde a infaneia a
pratica pode ser mantida durante toda a vida, paden do garantir bons resultados na idade
adulta (CUNHA, 2000).
A escola tambem pode desempenhar urn papel fundamental, ao preocupar-se e
modelar as atitudes e as comportamentos das eriancas sabre a nutriyao. Urna das
formas de desenvolver este trabalho e levar a sala de aula conceitos sobre nutriy80 e
sua irnportaneia para uma vida saudavel.
FISBERG (2002) afirma que em media 30% dos adolescentes nao tomam cafe da
manha em casa, 0 que leva a primeira refeivao acontecer na cantina da eseola com
lanches e refrigerantes.
E na eseola que as crianyas normalmente passam parte do dia e estao longe dos
pais, paden a ser a local que oferecesse programas preventivos, ate me sma nas salas de
aula, como na quadra de esparte e nas cantinas, urn trabalha em conjunta para abter-se
bans resultados. as educadores precisam envolver-se com as crianc;as nesse grave
problema da fome existente no mundo, igualando a sociedade, da qual pessoas possam
usufruir de uma alimentayao equilibrada. Mas para que tudo issa passa acantecer, a
33
escola tern que rever seus valores filosoficos, eticos, culturais, sociais e pedagogicos,
priorizando conhecimentos uteis e de extrema importfmcia a seus alunos (LEME;
PERIM,1996).
Por isso ela desempenha papel fundamental na formayao dos habitos de vida e
da personaHdade da crian9a, sendo que ocupa praticamente um teryo da vida ativa do
escolar nos dias de semana, cerca de 200 dias ao ana. Apesar de a merenda au 0
lanche escolar representar apenas 15% da ingest~o diaria, muitas controversias tem
sido observadas em rela~o a sua composiyao, qualidade e quantidade. Mais do que
representar apenas urn dos periodos para alimenta9ao, a escola e respons8vel par uma
parcela importante do conteudo educativo global, inclusive do ponto de vista nutricional.
As escolas devem oferecer alimentayao equilibrada e orientar seus alunos para a
pratica de bons habitos de vida, pois 0 alune bern alimentado apresenta maior
aproveitamente escolar, tern 0 equilibrio necessario para seu crescimento e
desenvolvimento e mantem as defesas imunologicas adequadas. As conseqOencias
principais da alimenta9Ao inadequada no periodo escolar podem ser caracterizadas
como alterayaes do aprendizado e da atenyao, carencias nutricionais especificas ou
decorrentes do excesso de alimentos (sobrepeso e obesidade).
No Brasil, a maioria da popula,ao infantil faz tres refei<;oesdiarias: cafe da
manha, almoc;:o e jantar. Mesmo assim, 0 cafe da manha e saltado freqOentemente ou a
ingestAo e parcial. 0 jantar pode ser substituido par lanches em muitas familias. Assim,
o lanche escolar e uma das poucas ocasiOes em que as criam;as pod em sofrer algum
grau de intervengao au supervisao, com aumento do volume cal6rico, com sensivel
34
melhoria do aproveitamento escolar. Lanches adequados, com frutas, cereals, derivados
laeteos e biscoitos, podem ser agradaveis e cumprir essa funcyao na escola.
A agenda Ictada de nossas crian/y8s pode fazer com que 0 lanche em casa au
durante outras atividades nao exista, au seja, substituido por petiscos de baixo valor
nutricional, OLI que as alimentos sejam ingeridos em horarios desencontrados. Oaf a
grande importancia da refeiyao escolar.
Muitas escolas tern formulado suas cantinas com 0 objetivo de melhorar as
hflbitos alimentares dos alunos. As crianQas precisam voltar para casa como S9 tivessem
sido alimentadas pelas suas proprias maes. IS50 porque, atualmente, muitas famllias
nao conseguem desempenhar esse papel par varios motiv~s, e a escola precisa
oferecer educac;:ao e alimentac;:ao balanceada.
Apesar de a maioria das escolas fomecer lanches ou possuir cantina, existem
muitas crianc;as, principalrnente as pequenas, da educac;:ao infantil e das prirneiras series
do ensino fundamental, que preferem trazer alimentos fomecidos pela famflia. Por isso,
cabe tambem aos protissionais de alimentac;:ao orientar os pais ou responsaveis que tem
dificuldade em programar 0 que vao colocar na lancheira todos os dias. Fazer is so de
maneira nao repetitiva e com carnter educativ~ e urna tareta diffcil. Deve-se levar em
considera~o, no momento de preparar a lancheira, 0 valor nutricional dos alimentos,
criatividade e respeito as preferencias das crianyas.
A merenda deve ser composta por urn alimento energetico/proteico, uma
sobremesa e urna bebida, respeitando os principios da proporcionalidade, rnoderayao e
variedade. Urna das func;aes do nutricionista na escola e promover programas de
educac;:ao aiimentar e nutricional, visando crianyas, pais. professores, funcionarios e
diretoria. 0 educador nutricional converte teoria em pratica e ciancia em arte, sendo que
35
a linguagem e ayOes devem ser cornpativeis com 0 publico-alvo. 0 aprendizado pode
sar informal e natural, portanto a educ8ry8o nutricional nao S8 faz apenas na sala de
aula, e qualquer oportunidade deve ser utilizada para promover atitudes positivas sabre
as alimentos.
As mudan<;:asna merenda e na cantina escolar devem sar baseadas na
implementa~o de projetos possiveis. com apaio educacional, e naa na proibiry8o
simples da venda de alimentos, considerando as alimentos dispon[veis em sLia regiao e
cada apoca do ano.
Em todas as fases da vida escolar, diferentes pessoas colaboram com seus
conhecimentos para a qualidade da alimenta,~o das crian,as e adolescentes: pais,
familiares. professores, comunidade escolar em geral, pediatras e nutricionistas. A
qualidade da ajjmenta~o e de suma import~ncia nesse contexte. Per issa, e impartante
discutir sobre qualidade global, para que se possa atingir a qualidade da alimenta,ao da
forma mais plena e satisfat6ria posslvel.
A qualidade da relei,ao resulta de varios aspectos da qualidade global da
alimentayao: sanitaria au seguranya alimentar, que se traduz pela ausencia de
substancias t6xicas e parasitas, e pelo controle microbiol6gico; nutricianal, decorrente do
equilibria e da digestibilidade da refeiyao, aliados ao fomecimento suficiente das
nutnentes necessarios, com atel1~o aos prioritariosnessa lase (carboidratos, proteinas,
calcic, vitaminas); sensorial (cor, odor, textura, saber dos alimentos); e fun cion ai, ou
facilidade e conveniencia de consumo.
A qualidade educacional tambem esta contemplada no contexte de qualidade
global da alimentay80 e refere-se ao aprendizado sabre 0 paladar, as n09~es de
36
equilibrio alimentar, a descoberta de novas alimentos e receitas, it convivencia em
sociedade e aos habitos alimentares proprios e de Qutras culturas. Finalmente,
qualidade do servic;o, islo e, 0 ambiente no qual S9 desenvolve a refei<.;8.o, incluindo a
forma de distribuic;ao, a conferta do local, 0 isolamento acustico, a decora9:;J.o e a
atenyao de quem acompanha e supervisiona a refeiy8o, tambem contribui para a
qualidadeglobal da alimenta,ao.
A jun<;ao desses fatores desempenha urn papsl positiv~ sabre a aceita9~o dos
alimentos pela crian9a. Portanto, a objetivo maior que deve nortear a busca pela
qualidade da merenda deve ser 0 bem-estar da crianc;a, procurando-se atender as suas
expectativas durante a refeic;ao. A eseela e um primeiro momento de aprendizado sobre
a vida em coletividade, e 0 momento da refei9~o e tambem de educayao, para motivar 0
despertar sensorial e a socializaQlla.
4,7. MUDAN<;:AS NA ALiMENTA<;:AO
E impassive I mudar a alimentaC(ilo de uma crianya sem a apoio de toda a familia.
Fazer comidas separadas au regras diferentes para irmaos sao medidas que
estao relacionadas com altas taxas de insucesso do tratamenta.
As mudan9as came9am na hara das compras, na maneira de preparar as
alimentos, nas atitudes na hora das refei90es e lanches. 0 objetivo maior deve ser as
mudanyas comportamentais, mais do que na dieta prescrita.
Fazer seis refei90es par dia, observando a piramide alimentar, valorizando 0 cafe
da manha, geralmente pouco valorizado na nossa cultura. Evitar beliscadas fora das
refeiiYoes, evitar alimentos ricos em gordura, incentivar a con sumo de frutas e verduras,
37
tarnbem sao fatores importantes nessa mudanya alimentar (VIUNISKI, 2003).
Qutras atitudes ligadas aD comportamento sao:
• Fazer as refei¢es em familia, evitando assuntos estressantes a mesa;
• Beber agua junto com as refeiyaes, evitando refrigerantes e sucos;
• Nao usar a comida como castigo ou recompensa;
• Nao basta falar, as crianc;as van olhar para os pais como exemplo.
4.8. INDICACOES PARA ENCAMINHAR A UM SERVICO ESPECIALIZADO
A grande maioria das crianc;as e dos adolescentes obesos podem e devem ser
manejados na comunidade por seus pediatras, medicos de familia ou mesmo outros
profissionais da saude, como nutrlcionistas e psic6logos. Nunca e demais repetir que as
melhores resultados s~o obtidos quando uma equipe inter-profissional participa
ativamente do tratamento.
Algumas crianc;as com complicac;oes metab61icas importantes, devido aobesidade, com falhas no crescimento au outros sinais de daenC;8 end6crina ou
genetica, poder~o necessitar de encaminhamento para um sarvic;o espacializado.
Algumas vazes, disturbios psicossociais importantes podem estar presentes na
crianc;a obesa ou na sua familia, podendo requerer a avaHac;ao par parte de urn
psiquiatra infantil.
38
CONSIDERACOES FINAlS
Atualmente, 0 excesso de peso e a obesidade tem ameac;ado a saude de urn
numero cada vez maior de pessoas em todo a mundo, superando ate mesma a
desnutric;ao e as doen/:;as infecciosas, sendo considerada par especialistas como uma
"epidemia" A presente pesquisa toi idealizada a partir da constata,ao de que as regras
impostas pela dieta alimentar nlio s~o suficientes para controlar 0 comportamento das
crianyas que est~o em tratamento contra obesidade. Sendo 0 seu principal objetivo,
entender as motivos que levarn a essas dificuldades.
No presente estudo pode-s9 verificar que as pessoas apresentam uma longa
hist6ria de habitos alimentares inadequados, devido ao fata das crian9Cis acostumarem -
S8 multo cede com a con sumo de alimentos industrializados que possuem elevados
taores de calorias, que juntamente com a sedentarismo, devido a muitas horas na ftente
da televis~o, funcionam como causas para as dificuldades da crianc;:a em seguir a dieta.
Outre fator observado como causa dessas dificuldades foi 0 fato de outres
membros da familia nao modificarem seus habitos alimentares, e tambem, 0 fato da
crianc;:a nao perceber a dieta como necessaria, provavelmente devido a maneira como a
mae esclarece e administra a mesma, nao estabelecendo reforc;adores pr6ximos.
o comportamento controlado por regras sempre envolve duas contingencias, uma
em long a praza e outra a curto prazo. Consequemcias postergadas e definidas
imprecisamente tendem a ser ineficientes, isto foi claramente observado na pesquisa
bibliografica quando pode~se verificar que a beneficia "emagrece(' oferecido para a
crianya nao e reforyador, pais ni30 e apresentado de forma imediata, e sim a longo
39
prazo, au seja, as regras nao sao confinnadas se nao houver contingencias pr6ximas. A
regra e 0 refon;o devem ser proximos, e ambos normalmente oferecido pelo falante da
regra, fazendo com que 0 ouvinte S8 empenhe no comportamento desejado. Nesta
pesquisa percebeu-se que as maes como agentes controladores da dieta, nao
estabelecem refol'9os proximos para a comportamento de seguir a dieta.
Teoricamente, regras descrevem contingencias, inclusive possibilitando que a
comportamento fique sob controle de conseqUencias remotas.
Consequemcias imediatas, no entanto, costumam ser extremamente poderosas
porque controlam a comportamento independente de semm compreendidas verbalmente
pelo individuo que S8 comporta (em termos dele saber descreve-Ias ou ter canscilmcia
delas). Se e possivel que regras tomem um individuo insensivel as contingencias atuais,
tambem e possivel que as contingimcias detennine uma (aparente) incongruencia entre
o Que se Quer fazer eo Que se faz (SKINNER 1990).
Pode-se verificar, lambem que as contingencias da diela nao estao sen do
mantidas devido a interferencia de alguns membros da familia e da escola, onde
observa-se que a problema se encontra no ambiente, onde tem uma historia anterior de
alimenta~o inadequada, po is as contingAncias nem do ambiente familiar e nem no
ambiente escolar sao favoraveis.
Para que 0 objetivo de uma reeducacao alimentar seja atingido e preciso que a
crianc;:a tenha auto-conhecimenta, a que consequentemente leva a urn auto-controle,
para issa, torna-se necessaria urn esclarecirnento maior, no sentida de canscientizar a
crian<;a de sua necessidade
40
Teoricamente, todas as esptkies, exceto 0 homem, comportam-se sem saber a
que fazem, e presumivelmente ista tambem era verdadeiro no casa do homem, ate
surgir uma comunidade verbal que fizesse perguntas acerca do comportamento,
gerando assim 0 comportamento auto-descritivo. 0 conhecimento de si proprio tem
origem social e e inicialmente a ultimo para a comunidade que pro poe perguntas. Mais
tarde torna-S8 importante para a propria pessoa - par examplo, para haver-s8 consigo
mesmaou para controlar-se (SKINNER, 1990).
Como foi visto no decorrer desta pesquisa, crianc;as abesas podem tazer parte
dos grupos de risco com maiores probabilidades de virem a sofrer na idade adulta de
disturbios oroanicos que podem ter graves consequemcias, alem de graves problemas
psicologicos que podem interferir no seu desenvolvimento. Par isso, ressaltamos que a
relevancia deste trabalho esta na possibilidade de estudos que utilizem outros metod os
de coleta de dados, na tentativa de delinear possiveis altemativas de interven<;ao nestes
casos. Futuras pesquisas podem assegurar a rela~o entre as dificuldades de seguir
uma boa dieta e 0 comportamento da mlfle em uma situayc30 de reforl;os alimentares.
Eo importante ressaltar 0 carater multi-fatonal da genese da obesidade, pois essa
caracterlstica exige dos serviyos de sauda equipes multi-disciplinares para atender 0
paciente nos diversos enfoques necessarios, ou seja, delegando fun90es especializadas
para profissionais capacitados. A nutricionista deve cuidar da dieta do paciente,
enquanto que professor de educal'aO fisica orientara, dentro das possibilidades do
paciente, uma atividade fisica que complemente 0 tratamento. 0 pSicologo fara desde a
analise dos aspectos biopsicossociais do paciente ate a identificat;lfIo da dinamica
familiar no intuito de dar apoio a equipe na fonna como proceder com determinado
paciente para conseguir resposta melhor ao tratamento e apoio ao paciente
-ll
incentivando-o a melhor ader~ncia ao tratamenlo.
o tratamento da obesidade depende de urna mudanya de comportamento do
paciante. Essa mudanya comportamental e, em geral, Jenta e progressiva, necessitando
de urn tempo de adapta9ao para 0 paciente conseguir modificar a habito adquirido aD
lango de seu desenvolvimento e sedimentado palos costumes familiares.
o habito alimen1.ar e adquirido durante 0 perfocto de transi~o alimentar da
crianc;a, iniciando-se na introdU!;ao de alimentos complementares, ap6s 0 aleitamento
materna. Na tase escolar, a crianya torn a-sa autonoma para decidir a sua alimentaC80,
incorporando au nac 0 habito alimentar familiar. Oeste modo, preconiz8-se no
tratamento da obesidade. modificacOes do estil0 de vida e do habito alimentar da crianrya
e do adolescente que ja est~o previa mente estabelecidos, sendo necessario periodo
longo para sensibilizaC;8o e mudan<;as comportamentais desses pacientes.
Assim, a grande barreira a ser quebrada pela crianrya e adolescente no intuito de
buscar perfil nutricional rnais saud ave I, seja a dissocia~o dos habitos alirnentares de
casa, atitude que ela assume sozinha, apesar da nao modificac;ao dos habitos familiares.
A prevenc;ao e controle da obesidade e dever de toda a sociedade e a eseola
como veiculo de educa~o pode e deve fazer sua parte, orientando seus alunos para
urna alimentac;,ao mais saudavel. revendo as lanches oferecidos em suas cantinas,
levan do 0 problema para dentro da sala de aula, com apoio de toda equipe pedagogica,
pais acredita-se que comeyando pela eseola as crianyas influenciarao seus pais, irmaos
e outros familiares, levando-os assim, a ado~o de praticas e comportarnentos cada vez
mais saudaveis.
4c
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