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EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DO PROJETO MELHOR IDADE: ESTUDO COMPARATIVO EFFECTS OF PHYSICAL EXERCISE ON THE QUALITY OF ELDERLY LIFE OF THE PROJECT BETTER AGE: COMPARATIVE STUDY Amanda Fernandes de Batista Graduada em Educação Física – UNISALESIANO Lins - [email protected] Prof° Esp. Jonathan Daniel Telles – Unisalesiano Lins – [email protected] Prof.ª Jovira Maria Sarraceni – jo@unisalesiano .edu.br RESUMO O exercício físico assim como a sua prática regular implantado como meio de programas especializados, oferece inúmeros resultados benéficos para a saúde de idosos, promovendo a manutenção das suas capacidades e prevenindo muitas doenças que estão diretamente ligadas com o processo do envelhecimento, buscando uma melhora na qualidade de vida. O objetivo desta pesquisa foi verificar a qualidade de vida de idosos que praticam atividade física e idosos que não praticam atividade física através do questionário SF-36. O estudo foi realizado na academia municipal Corpus Fitness na cidade de Pongaí-SP e fizeram parte da pesquisa 20 idosos, 10 idosos praticantes de exercícios físicos frequentadores do Projeto Melhor Idade e 10 idosos que não realizam nenhum tipo de exercício físico, ambos os gêneros e acima de 60 anos de idade. Como instrumento de estudo foi aplicado o questionário SF-36, específico para a avaliação da qualidade de vida. O tratamento estatístico, para verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste T de Student com um nível de significância p ≤ 0,05. Foi realizado a comparação do grupo exercício físico (GE) e do grupo sedentário (GS) com relação aos oito domínios que compõem o questionário SF-36 e verificou-se que os domínios Capacidade Funcional com média GE 88,5* ± 9,44 e média GS 48,5 ± 23,9, Dor com média GE 75,6* ± 19,27 e Estado Geral de Saúde com média GE 65,1* ± 16,35 e GS com média 52,9 ± 12,99 obtiveram resultados estatisticamente Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul- dez de 2016

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EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DO PROJETO MELHOR IDADE: ESTUDO COMPARATIVO

EFFECTS OF PHYSICAL EXERCISE ON THE QUALITY OF ELDERLY LIFE OF THE PROJECT BETTER AGE: COMPARATIVE STUDY

Amanda Fernandes de BatistaGraduada em Educação Física – UNISALESIANO Lins - [email protected]

Prof° Esp. Jonathan Daniel Telles – Unisalesiano Lins – [email protected]

Prof.ª Jovira Maria Sarraceni – jo@unisalesiano .edu.br

RESUMO

O exercício físico assim como a sua prática regular implantado como meio de programas especializados, oferece inúmeros resultados benéficos para a saúde de idosos, promovendo a manutenção das suas capacidades e prevenindo muitas doenças que estão diretamente ligadas com o processo do envelhecimento, buscando uma melhora na qualidade de vida. O objetivo desta pesquisa foi verificar a qualidade de vida de idosos que praticam atividade física e idosos que não praticam atividade física através do questionário SF-36. O estudo foi realizado na academia municipal Corpus Fitness na cidade de Pongaí-SP e fizeram parte da pesquisa 20 idosos, 10 idosos praticantes de exercícios físicos frequentadores do Projeto Melhor Idade e 10 idosos que não realizam nenhum tipo de exercício físico, ambos os gêneros e acima de 60 anos de idade. Como instrumento de estudo foi aplicado o questionário SF-36, específico para a avaliação da qualidade de vida. O tratamento estatístico, para verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste T de Student com um nível de significância p ≤ 0,05. Foi realizado a comparação do grupo exercício físico (GE) e do grupo sedentário (GS) com relação aos oito domínios que compõem o questionário SF-36 e verificou-se que os domínios Capacidade Funcional com média GE 88,5* ± 9,44 e média GS 48,5 ± 23,9, Dor com média GE 75,6* ± 19,27 e Estado Geral de Saúde com média GE 65,1* ± 16,35 e GS com média 52,9 ± 12,99 obtiveram resultados estatisticamente com p ≤ 0,05. Com os resultados obtidos pode-se concluir que os idosos praticantes de exercícios físicos possuem melhor resultados na capacidade funcional, dor e estado geral de saúde quando comparados com idosos que não praticam exercícios físicos, resultados estes que comprovam a importância da prática de exercícios físicos na promoção da qualidade de vida dos idosos.

Palavras-chave: Qualidade de Vida. Idoso. Exercício Físico. Projeto Melhor Idade.

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ABSTRACT

Physical exercise as well as its regular practice deployed as means of specialized programs, offers many beneficial results for the health of the elderly, promoting the maintenance of their skills and preventing many diseases that are directly linked to the aging process, seeking an improvement in quality of life. The aim of this study was to verify the quality of life of elderly who practice physical activity and seniors who do not exercise through the SF-36 questionnaire. The study was conducted at the municipal gym Corpus Fitness in the city of Pongaí-SP and took part in the survey 20 elderly, 10 elderly practitioners of physical exercise goers Project Best Age to 10 seniors who do not perform any type of exercise, both genders above 60 years of age. As a tool to study the SF-36 questionnaire, specific to the assessment of quality of life was applied. Statistical analysis to verify the normality of the data was used the Student t test with a significance level of p ≤ 0.05. Was performed to compare the exercise group (SG) and sedentary group (GS) with respect to the eight domains that comprise the SF-36 questionnaire and it was found that the functional capacity with an average GE 88.5 ± 9.44 * GS and average 48.5 ± 23.9, with a mean pain GE * 75.6 ± 19.27 and General Health averaging 65.1 * GE ± 16.35 and GS mean 52.9 ± 12.99 statistically obtained results with p ≤ 0.05. With the obtained results it can be concluded that practitioners of physical exercises elderly have better results in functional capacity, pain and general health when compared to elderly who do not practice physical exercises, results these that demonstrate the importance of physical exercise in promoting the quality of life of older people.

Keywords: Quality of Life. Elderly. Physical exercise. Best Age Project.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento pode ser entendido como um processo de alterações

diversas como: fisiológicas, morfológicas, bioquímicas e psicológicas, diminuindo a

capacidade de o indivíduo se adaptar ao ambiente, que por fim o levará ao seu

estágio final que é a morte (MORIGUTI e FERRIOLLI, 1998 apud CIVINSKI,

MONTIBELLER, BRAZ 2011).

De acordo com Marques (1996 apud VALLE, 2007), diz que no

envelhecimento ocorre um decréscimo nas aptidões físicas do idoso como: a

diminuição da força muscular, de flexibilidade, de velocidade, comprometendo assim

a saúde e a qualidade de vida deste indivíduo.

De acordo com Fernandes et al (2013), é extremamente importante a relação

entre saúde e atividade física para que se possa obter uma melhora na qualidade de

vida. A prática de exercícios físicos são indicadas de uma forma regular para

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prevenir e evitar o surgimento de inúmeras doenças, tanto físicas ou até mesmo

psicológicas, mantendo o controle de algumas dessas.

De acordo com Davini e Nunes, (2003), o processo do envelhecimento

apresenta alterações fisiológicas que diminuem a força muscular (FM) facilitando a

perda da densidade óssea mineral, fazendo com que aumente o número de quedas,

resultando em fraturas ósseas. São diversos fatores que causam a redução da força

muscular nos idosos como: a diminuição da área de secção transversa (AST), e

como consequência a atrofia dos músculos, perda das fibras musculares e a

porcentagem muscular do tecido contrátil e déficit na inervação muscular sofrendo

alterações, fazendo com que gere disparos de unidades motoras (UM).

É significativa a prática de exercícios físicos voltados a aptidão física

relacionado com a saúde, diminuindo o risco de se desenvolver doenças

hipocinéticas. Nos programas de treinamento é necessário incluir exercícios que

diminuam a quantidade de gordura corporal, aumentando a massa muscular,

flexibilidade, força muscular, equilíbrio, resistência muscular e aptidão

cardiorrespiratória. A prática regular de exercícios físicos é um excelente

instrumento na redução do impacto do envelhecimento, beneficiando na qualidade

de vida em relação a autonomia funcional (GOERSCH et al,2013).

O presente estudo foi norteado através da seguinte pergunta: O exercício

físico pode melhorar a qualidade de vida de idosos?

Segundo Tansini et al (2014), relata que o exercício resistido tem

demonstrado alterações efetivas na força, potência muscular e na manutenção das

habilidades funcionais. No entanto, o uso desse tipo de exercício para a população

idosa há pouco tempo tem sido aceito como uma forma eficaz de reabilitação, por

pensar que o mesmo fosse muito agressivo ao organismo desses indivíduos.

Com isso o objetivo do presente trabalho foi verificar os efeitos do exercício

físico sobre a qualidade de vida de idosos praticantes e não praticantes de

atividades físicas.

A qualidade de vida é refletida como um conjunto de conhecimentos sendo :

experiências, percepções e valores, incluindo ao mesmo tempo o estado funcional

que engloba hábitos de vida saudáveis,condição física e mobilidade, componentes

corporais e físicos: nível de dor, doenças e tratamento dos sintomas, componentes

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psíquicos: emoções, auto-estima, satisfação em relação à vida, componentes

sociais: integração comunitária, locais de relações e valores espirituais: amor,

liberdade e respeito.

1 O ENVELHECIMENTO

O envelhecimento pode ser entendido como um processo de alterações

diversas como: fisiológicas, morfológicas, bioquímicas e psicológicas, diminuindo a

capacidade de o indivíduo se adaptar ao ambiente, que por fim o levará ao seu

estágio final que é a morte (MORIGUTI e FERRIOLLI, 1998 apud CIVINSKI,

MONTIBELLER, BRAZ 2011).

Envelhecimento é a perda progressiva da eficiência dos tecidos e órgãos do

corpo humano, como característica a perda de força muscular, chamado sarcopenia

e o equilíbrio (FARIA et al., 2003 apud PEDRO, AMORIM, 2008).

Mazzeo et al.(1998 apud PEDRO, AMORIM, 2008) diz que envelhecer é um

conjunto de deficiências que acontecem nos sistemas sensorial e motor podendo

levar ao desequilíbrio, incluem o sistema visual, vestibular e somatosensorial.

Faria et al. (2003 apud PEDRO, AMORIM, 2008) acrescenta que para ter o

restabelecimento do equilíbrio é necessário possuir força muscular. Este caso pode

ser solucionado com o fortalecimento dos músculos que realizam a movimentação

em questão, porque a carência de força dos membros inferiores afeta a mobilidade

funcional, aumentando o risco de quedas e interferindo na marcha, sendo este o

melhor indicador (FARINATTI; LOPES, 2004; GOZZONI et al., 2002 apud PEDRO,

AMORIM, 2008).

2 EXERCÍCIO FÍSICO E QUALIDADE DE VIDA

Para Geis (2003), o corpo de um ser humano pode ser entendido e

comparado à uma máquina, que se não for bem usada e lubrificada pode ocorrer

danos, enferrujar, não funcionar e por fim se deteriorar causando prejuízos e

consequências graves.

O exercício físico deve ser considerado muito importante na idade em que se

começa a declinar as capacidades físicas e psicológicas, necessitando de uma

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manutenção da função de todos os sistemas que respondem o organismo como:

sistema muscular, sistema osteoarticular, sistema nervoso dentre outros (GEIS,

2003).

De acordo com Geis (2003), cada faixa etária deve se adaptar a cada tipo de

atividade física ou esporte, tornando necessário realizar as práticas físicas. O idoso

quando se une com um grupo para a realização de exercícios físicos, percebe os

benefícios que os mesmos trazem; o corpo muda, adquire agilidade e descobre

movimentos que trazem sensações que a muito tempo estavam totalmente

esquecidas (GEIS, 2003).

A atividade física permite superar a depressão e a solidão, fazendo com que o

uso de medicamentos não seja precisos, como remédios (para insônia, depressão e

cansaço etc). Geis (2003), ainda afirma de que a atividade física conserva a saúde e

as condições físicas psíquicas, devendo ser mantidas, durante o máximo possível de

tempo, possibilitando a autonomia física e mental.

2.1 EFEITOS DO ENVELHECIMENTO NAS CAPACIDADES FÍSICAS

De acordo com Davini, e Nunes, (2003), o processo do envelhecimento

apresenta alterações fisiológicas que diminuem a força muscular (FM) facilitando a

perda da densidade óssea mineral, fazendo com que aumente o número de quedas,

resultando em fraturas ósseas. São diversos fatores que causam a redução da força

muscular nos idosos como: a diminuição da área de secção transversa (AST), com

consequência o atrofiamento dos músculos, perda das fibras musculares e a

porcentagem muscular do tecido contrátil e déficit na inervação muscular sofrendo

alterações, fazendo com que gere disparos de unidades motoras (UM).

O idoso quando procura realizar com destreza a mobilidade do dia-a-dia como

movimentos no caminhar, levantar-se ou pegar algum objeto que se encontra acima

do nível de sua cabeça é encontrado em uma habilidade que destaca a importância

de uma qualidade de vida (ALEXANDER et.al, 2000 apud Dantas et.al, 2002).

Segundo ACSM (1998), a flexibilidade é um termo que envolve a amplitude de

movimentos de múltiplas ou simples articulações, possibilitando a habilidade de

realizar tarefas específicas. Para Dantas (1998, p. 173 apud DANTAS et al., 2002) a

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flexibilidade é uma qualidade física em função de uma realização voluntária de uma

amplitude ou movimento de um maior ângulo, responsáveis por um conjunto ou por

apenas uma articulação, no limite morfológico sem algum dano ou possibilidade de

lesão.

O controle postural estático ou dinâmico podem ser comprometidos através

do processo de senescência. Com o avanço da idade cronológica, entra em declínio

os sistemas que são responsáveis pela manutenção do controle postural, diminuindo

assim a capacidade de manter a postura no limite da segurança, afetando o

equilíbrio de todas estruturas corporais, resultando em riscos de quedas (DU

PASQUIER, 2003 apud FREITAS et al., 2013).

No envelhecer, atualmente a qualidade de vida como o bem estar percebido,

bem estar psicológico, bem estar subjetivo e o bem estar sucedido são classificados

e tidos com o mesmo valor, formando um conceito global, referindo o

envelhecimento como um fator social e individual (NERI, 1993).

De acordo com Deps (apud NERI,1993), atividade física possui um poderoso

meio para o idoso vivenciar aspectos importantes para o seu bem estar psicológico:

significado existencial, motivação auto determinada, interação social, qualidade e

tempo de vida.

São muitos os significados que se referem a uma boa qualidade de vida como

por exemplo os elementos que se voltam a saúde, lazer, segurança, felicidade,

família, condição financeira e amor (GONÇALVES; VILARTA, 2004).

Para adultos jovens, o exercício físico é recomendado para aumentar a

expectativa de vida a fim de prevenir doenças tais como: câncer, diabetes, doenças

cardiovasculares e muitas outras, e para idosos acima de 65 anos ou mais é

esperado do exercício que ele possa combater a debilidade e vulnerabilidade

causados pela inatividade, esperando reverter efeitos ligados a síndrome do desuso

que causam doenças crônicas, melhorando a saúde psicológica, a mobilidade e

funcionalidade corporal (SPIRDUSO & CRONIN, 2001 apud GONÇALVES;

VILARTA,, 2004).

De acordo com Gonçalves e Vilarta (2004), a qualidade de vida esta

diretamente associada à saúde. Nas últimas décadas tem resultado em uma

elaboração de instrumentos na avaliação com parâmetros relacionados ao estado

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físico, social e emocional, pois permitem um melhor resultado e entendimento no

processo saúde-doença e possibilidades de prevenção de enfermidades e agravo da

saúde.

3 EXPERIMENTO

Foi aplicado o questionário SF-36 em idosos acima de 60 anos do projeto

“Melhor idade” da cidade de Pongaí/SP que fazem parte há pelo menos 3 (três)

meses do programa de exercício. O questionário também foi aplicado em indivíduos

idosos acima de 60 anos que não fazem exercícios físicos, bem como não

participam do projeto Melhor Idade.

Após a coleta dos dados os resultados de ambos os grupos foram analisados

com a finalidade de obter os resultados de cada aspecto analisado dentro do

questionário SF-36.

O questionário foi lido pelo examinador de forma objetiva e esclarecedora,

deixando o participante aberto para responder cada questão de acordo com sua

própria interpretação.

Após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE

B) por parte dos participantes o questionário SF-36 foi aplicado na academia

municipal de Pongaí-SP Corpus Fitness no período matutino das 8:00 às 10:00 onde

é realizado o projeto Melhor Idade.

Participaram da pesquisa 20 indivíduos de ambos os gêneros, voluntários,

residentes na cidade Pongaí-SP, acima de 60 anos de idade. Dez dos indivíduos

eram participantes do projeto Melhor Idade e os outros dez não faziam parte do

projeto.

Critérios de inclusão: voluntários acima de 60 anos de idade.

Critérios de exclusão: participante que tivessem alguma lesão neurológica ou

ortopédica que os impedissem de realizar atividades físicas.

3.1 QUESTIONÁRIO SF-36

Como ferramenta de medida da qualidade de vida, foi utilizado somente o

questionário SF-36 (ANEXO A). O SF-36 contém 36 itens, dos quais 35 encontram-

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se agrupados em oito dimensões (capacidade funcional, dor, aspectos físicos,

aspectos emocionais, aspectos sociais, saúde mental, vitalidade e estado geral de

saúde) e por fim um último item que avalia a mudança de saúde no tempo.

Para cada dimensão, os itens do SF-36 são codificados, agrupados e

transformados em uma escala de zero (pior estado de saúde) a 100 (melhor estado

de saúde). O questionário foi traduzido para a língua portuguesa e adaptado para a

cultura.

É um questionário de fácil entendimento e aplicação, com o objetivo de avaliar

a qualidade de vida de idosos. Não se apresenta muito extenso como os demais, é

formado por 36 itens com 8 componentes, divididos em aspectos físicos, capacidade

funcional, dor, vitalidade, estado geral da saúde, aspectos sociais e emocionais da

saúde mental (CICONELLI et al 1999).

3.2 PROCEDIMENTOS

Os participantes do projeto Melhor Idade realizam treinamento duas vezes por

semana com duração de uma hora de exercícios físicos, totalizando 8 sessões

mensais, onde são incluídos exercícios de aquecimento, exercícios de

fortalecimento e alongamentos..

4 RESULTADOS

Na tabela 1, são apresentados os valores da média e desvio-padrão da

pontuação obtida nos oito domínios do questionário SF-36 dos participantes que

praticam exercícios físicos, grupo exercício (GE) e dos participantes que não

praticam exercícios físicos, grupo sedentário (GS). Foram observadas diferenças

estatisticamente significantes (p ≤ 0,05) nos domínios Capacidade Funcional, Dor e

Estado Geral de Saúde dos participantes que realizam exercício físico quando

comparado com os participantes que não realizam exercícios físicos.

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TABELA 1 – Média da pontuação obtida nos oito domínios do questionário SF-36 do

GE e do GS.

5 DISCUSSÃO

Pedro; Amorim (2008), realizaram um estudo onde o objetivo foi comparar

massa, força muscular e equilíbrio entre idosos praticantes e não praticantes de

musculação. Foram realizados testes de força com leg press horizontal e supino reto

articulado. Participaram da pesquisa 16 indivíduos, onde foram separados em dois

grupos: grupo treinamento e grupo controle, o grupo treinamento era composto por

idosos praticantes de musculação a mais de quatro meses e o grupo controle

formado por idosos não praticantes de exercícios físicos. Os autores concluíram que

o treinamento de força pode ser efetivo no equilíbrio de idosos, auxiliando-os na

realização de atividades de vida diária.

Meireles (2010), constatou alterações fisiológicas no envelhecimento e

também neurológicas no que se diz ao sistema mantenedor do equilíbrio do ser

humano, alterações estas relacionadas ao equilíbrio dinâmico e estático que esta

diretamente ligadas aos idosos e a sua qualidade de vida.

Segundo Harridge; Kryger e Stensgaard (1999), em um estudo com idosos de

85 à 97 anos, aplicando o treinamento muscular de força do quadríceps femoral

durante um período de aproximadamente três vezes por semana em um período de

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doze semanas, concluiu que no final do treinamento a produção de força máxima

(FM) do conjunto do grupo muscular do quadríceps femoral teve aumento de 134%,

e a AST (Área de secção transversa) teve como resultado um aumento de

aproximadamente 15 a 17%, resultados estes satisfatórios.

Frank et al (2007), realizou um estudo cujo o intuito era de realizar uma

prática assistencial ligada ao idoso, sua família e seu cuidador em seu ambiente

domiciliar, tendo como principal objetivo avaliar a capacidade funcional de idosos, a

pesquisa foi realizada com cerca de 23 idosos e constatou um déficit na capacidade

mais frequente em relação a arrumação da casa e também na limpeza, tudo indica

que através dos resultados idosos necessitam de uma maior assistência envolvendo

a recuperação ou a promoção das Atividades de vida diária e também Atividades

instrumentais da vida diária.

De acordo com Valle (2007), em um estudo verificou possíveis alterações nas

medidas antropométricas como índice cintura quadril (ICQ) e índice de massa

corporal (IMC) em 11 indivíduos de gênero feminino entre 54 a 75 anos durante um

mês e meio no período de 3 meses. Houve uma melhora de 13% da aptidão física

no teste de levantar na posição sentada e 31% LPDV, as medidas antropométricas

apresentaram uma pequena melhora de ICQ de 2% e somente 1% no que se refere

ao IMC. O autor concluiu que é de extrema importância um programa de atividade

física para idosos, pois conseguiram ter sucesso e uma grande melhora nos testes

de aptidão física apresentando inúmeros benefícios à saúde, tendo influência

positiva na capacidade funcional para este grupo.

Paixão Jr; Reichenheim (2005), realizaram um estudo, cujo processo era

inicialmente a escolha das subdimensões interligadas ao estado funcional, avaliando

o histórico do programa de cada respectivo instrumento como: estudos de validade,

confiabilidade etc. Utilizado pelo menos quatro estudos no que se refere a validade

do SF-36 original, foi usado a participação de mais de 100 pacientes, no qual se

avalia a confiabilidade com a utilização de 3.445 indivíduos. Concluiu-se de que os

estudos de confiabilidade e validade do questionário SF-36 foram tidos e

classificados com qualidade excelente.

Rosa et al (2003), em um estudo com o objetivo de investigar a interferência

de fatores socioeconômicos e demográficos em relação a saúde, assim como as

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atividades sociais que é um fator que esta diretamente ligado a estas características

que envolve a capacidade funcional da terceira idade, foi realizado um estudo

transversal em São Paulo em 1989 e foi avaliado a capacidade funcional através da

escala de atividades da vida instrumental e pessoal, tendo como resultado

características com dependência moderada / grave como o analfabetismo,

aposentado, dona de casa, pensionista e não ser proprietário do seu lar e ter mais

de 65 anos de idade. Os autores concluiram de que ações preventivas voltadas a

supostos fatores podem oferecer grande benefícios para se estender o bem estar

dos idosos.

Dantas et al (2002), apresentou um estudo onde o principal objetivo da

pesquisa era verificar a perda da flexibilidade decorrida do envelhecimento em

função da diminuição da mobilidade ou da perda da elasticidade muscular, realizado

por dois grupos de amostras, com indivíduos entre 31 a 45 anos e o outro grupo de

61 a 75 anos, a primeira etapa realizou-se uma seleção de movimentos limitados

pela elasticidade muscular restritos pela mobilidade da articulação e na segunda

observou o perfil da flexibilidade dos dois grupos.Os autores concluem de que a

perda da flexibilidade no decorrer do envelhecimento têm um índice com um

resultado de aproximadamente 45,9% referente a mobilidade articular, já a

elasticidade apresentou 54,1% da variação no total.

Civinski; Montibeller; Braz (2011), tiveram como objetivo principal em um

estudo investigar por método de uma pesquisa biográfica, os benefícios dos

exercícios físicos relacionados no processo do envelhecimento. O declínio da

capacidade funcional está relacionado por fatores que envolvem a genética, estilo

de vida e estado psicoemocional, programas de exercícios físicos são essenciais

para prevenir e reduzir estes declínios, podendo ser estes aeróbios ou anaeróbios,

ambos promovem um envelhecimento saudável, contribuindo para uma melhora na

qualidade de vida, evitando doenças que estão ligadas ao envelhecimento. Os

autores concluíram de que a prática de exercícios físicos quando praticados

regularmente, pode diminuir e prevenir alterações fisiológicas que são referentes ao

avanço da idade de idosos.

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CONCLUSÃO

Pode se concluir que através da aplicação do questionário SF-36 em idosos

que praticam ou não atividades físicas, que entre os oito domínios que compõem o

questionário SF-36 os idosos que praticam atividades físicas obtiveram melhor

pontuação com relação aos que não realizam exercício físico nos domínios

Capacidade Funcional, Dor e Estado Geral de Saúde. Este estudo foi de suma

importância para corroborar o que diversos estudos mostram com relação ao

benefício da atividade entre os idosos e serve como incentivo e estímulo aos

profissionais e a população idosa em demonstrar as formas claras de obter a

melhora da qualidade de vida para esse tipo de população.

REFERÊNCIAS

ACSM. Exercise and physicalactivity for olders adults. Medicine and Science in Sports and Exercise. V. 30, n. 6, p. 992- 1008, 1998.

CICONELLI. M.R; et al.Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev. Bras. Reumatol. Vol. 39, ed. 3, 1999.

CIVINSKI. C; MONTIBELLER. A; BRAZ. A. L. O. A importância do exercício físico no envelhecimento. Rev. da Unifebe. Vol 9, p. 163-175, 2011.

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