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EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DO PROJETO MELHOR IDADE: ESTUDO COMPARATIVO
EFFECTS OF PHYSICAL EXERCISE ON THE QUALITY OF ELDERLY LIFE OF THE PROJECT BETTER AGE: COMPARATIVE STUDY
Amanda Fernandes de BatistaGraduada em Educação Física – UNISALESIANO Lins - [email protected]
Prof° Esp. Jonathan Daniel Telles – Unisalesiano Lins – [email protected]
Prof.ª Jovira Maria Sarraceni – jo@unisalesiano .edu.br
RESUMO
O exercício físico assim como a sua prática regular implantado como meio de programas especializados, oferece inúmeros resultados benéficos para a saúde de idosos, promovendo a manutenção das suas capacidades e prevenindo muitas doenças que estão diretamente ligadas com o processo do envelhecimento, buscando uma melhora na qualidade de vida. O objetivo desta pesquisa foi verificar a qualidade de vida de idosos que praticam atividade física e idosos que não praticam atividade física através do questionário SF-36. O estudo foi realizado na academia municipal Corpus Fitness na cidade de Pongaí-SP e fizeram parte da pesquisa 20 idosos, 10 idosos praticantes de exercícios físicos frequentadores do Projeto Melhor Idade e 10 idosos que não realizam nenhum tipo de exercício físico, ambos os gêneros e acima de 60 anos de idade. Como instrumento de estudo foi aplicado o questionário SF-36, específico para a avaliação da qualidade de vida. O tratamento estatístico, para verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste T de Student com um nível de significância p ≤ 0,05. Foi realizado a comparação do grupo exercício físico (GE) e do grupo sedentário (GS) com relação aos oito domínios que compõem o questionário SF-36 e verificou-se que os domínios Capacidade Funcional com média GE 88,5* ± 9,44 e média GS 48,5 ± 23,9, Dor com média GE 75,6* ± 19,27 e Estado Geral de Saúde com média GE 65,1* ± 16,35 e GS com média 52,9 ± 12,99 obtiveram resultados estatisticamente com p ≤ 0,05. Com os resultados obtidos pode-se concluir que os idosos praticantes de exercícios físicos possuem melhor resultados na capacidade funcional, dor e estado geral de saúde quando comparados com idosos que não praticam exercícios físicos, resultados estes que comprovam a importância da prática de exercícios físicos na promoção da qualidade de vida dos idosos.
Palavras-chave: Qualidade de Vida. Idoso. Exercício Físico. Projeto Melhor Idade.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
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ABSTRACT
Physical exercise as well as its regular practice deployed as means of specialized programs, offers many beneficial results for the health of the elderly, promoting the maintenance of their skills and preventing many diseases that are directly linked to the aging process, seeking an improvement in quality of life. The aim of this study was to verify the quality of life of elderly who practice physical activity and seniors who do not exercise through the SF-36 questionnaire. The study was conducted at the municipal gym Corpus Fitness in the city of Pongaí-SP and took part in the survey 20 elderly, 10 elderly practitioners of physical exercise goers Project Best Age to 10 seniors who do not perform any type of exercise, both genders above 60 years of age. As a tool to study the SF-36 questionnaire, specific to the assessment of quality of life was applied. Statistical analysis to verify the normality of the data was used the Student t test with a significance level of p ≤ 0.05. Was performed to compare the exercise group (SG) and sedentary group (GS) with respect to the eight domains that comprise the SF-36 questionnaire and it was found that the functional capacity with an average GE 88.5 ± 9.44 * GS and average 48.5 ± 23.9, with a mean pain GE * 75.6 ± 19.27 and General Health averaging 65.1 * GE ± 16.35 and GS mean 52.9 ± 12.99 statistically obtained results with p ≤ 0.05. With the obtained results it can be concluded that practitioners of physical exercises elderly have better results in functional capacity, pain and general health when compared to elderly who do not practice physical exercises, results these that demonstrate the importance of physical exercise in promoting the quality of life of older people.
Keywords: Quality of Life. Elderly. Physical exercise. Best Age Project.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento pode ser entendido como um processo de alterações
diversas como: fisiológicas, morfológicas, bioquímicas e psicológicas, diminuindo a
capacidade de o indivíduo se adaptar ao ambiente, que por fim o levará ao seu
estágio final que é a morte (MORIGUTI e FERRIOLLI, 1998 apud CIVINSKI,
MONTIBELLER, BRAZ 2011).
De acordo com Marques (1996 apud VALLE, 2007), diz que no
envelhecimento ocorre um decréscimo nas aptidões físicas do idoso como: a
diminuição da força muscular, de flexibilidade, de velocidade, comprometendo assim
a saúde e a qualidade de vida deste indivíduo.
De acordo com Fernandes et al (2013), é extremamente importante a relação
entre saúde e atividade física para que se possa obter uma melhora na qualidade de
vida. A prática de exercícios físicos são indicadas de uma forma regular para
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prevenir e evitar o surgimento de inúmeras doenças, tanto físicas ou até mesmo
psicológicas, mantendo o controle de algumas dessas.
De acordo com Davini e Nunes, (2003), o processo do envelhecimento
apresenta alterações fisiológicas que diminuem a força muscular (FM) facilitando a
perda da densidade óssea mineral, fazendo com que aumente o número de quedas,
resultando em fraturas ósseas. São diversos fatores que causam a redução da força
muscular nos idosos como: a diminuição da área de secção transversa (AST), e
como consequência a atrofia dos músculos, perda das fibras musculares e a
porcentagem muscular do tecido contrátil e déficit na inervação muscular sofrendo
alterações, fazendo com que gere disparos de unidades motoras (UM).
É significativa a prática de exercícios físicos voltados a aptidão física
relacionado com a saúde, diminuindo o risco de se desenvolver doenças
hipocinéticas. Nos programas de treinamento é necessário incluir exercícios que
diminuam a quantidade de gordura corporal, aumentando a massa muscular,
flexibilidade, força muscular, equilíbrio, resistência muscular e aptidão
cardiorrespiratória. A prática regular de exercícios físicos é um excelente
instrumento na redução do impacto do envelhecimento, beneficiando na qualidade
de vida em relação a autonomia funcional (GOERSCH et al,2013).
O presente estudo foi norteado através da seguinte pergunta: O exercício
físico pode melhorar a qualidade de vida de idosos?
Segundo Tansini et al (2014), relata que o exercício resistido tem
demonstrado alterações efetivas na força, potência muscular e na manutenção das
habilidades funcionais. No entanto, o uso desse tipo de exercício para a população
idosa há pouco tempo tem sido aceito como uma forma eficaz de reabilitação, por
pensar que o mesmo fosse muito agressivo ao organismo desses indivíduos.
Com isso o objetivo do presente trabalho foi verificar os efeitos do exercício
físico sobre a qualidade de vida de idosos praticantes e não praticantes de
atividades físicas.
A qualidade de vida é refletida como um conjunto de conhecimentos sendo :
experiências, percepções e valores, incluindo ao mesmo tempo o estado funcional
que engloba hábitos de vida saudáveis,condição física e mobilidade, componentes
corporais e físicos: nível de dor, doenças e tratamento dos sintomas, componentes
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psíquicos: emoções, auto-estima, satisfação em relação à vida, componentes
sociais: integração comunitária, locais de relações e valores espirituais: amor,
liberdade e respeito.
1 O ENVELHECIMENTO
O envelhecimento pode ser entendido como um processo de alterações
diversas como: fisiológicas, morfológicas, bioquímicas e psicológicas, diminuindo a
capacidade de o indivíduo se adaptar ao ambiente, que por fim o levará ao seu
estágio final que é a morte (MORIGUTI e FERRIOLLI, 1998 apud CIVINSKI,
MONTIBELLER, BRAZ 2011).
Envelhecimento é a perda progressiva da eficiência dos tecidos e órgãos do
corpo humano, como característica a perda de força muscular, chamado sarcopenia
e o equilíbrio (FARIA et al., 2003 apud PEDRO, AMORIM, 2008).
Mazzeo et al.(1998 apud PEDRO, AMORIM, 2008) diz que envelhecer é um
conjunto de deficiências que acontecem nos sistemas sensorial e motor podendo
levar ao desequilíbrio, incluem o sistema visual, vestibular e somatosensorial.
Faria et al. (2003 apud PEDRO, AMORIM, 2008) acrescenta que para ter o
restabelecimento do equilíbrio é necessário possuir força muscular. Este caso pode
ser solucionado com o fortalecimento dos músculos que realizam a movimentação
em questão, porque a carência de força dos membros inferiores afeta a mobilidade
funcional, aumentando o risco de quedas e interferindo na marcha, sendo este o
melhor indicador (FARINATTI; LOPES, 2004; GOZZONI et al., 2002 apud PEDRO,
AMORIM, 2008).
2 EXERCÍCIO FÍSICO E QUALIDADE DE VIDA
Para Geis (2003), o corpo de um ser humano pode ser entendido e
comparado à uma máquina, que se não for bem usada e lubrificada pode ocorrer
danos, enferrujar, não funcionar e por fim se deteriorar causando prejuízos e
consequências graves.
O exercício físico deve ser considerado muito importante na idade em que se
começa a declinar as capacidades físicas e psicológicas, necessitando de uma
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manutenção da função de todos os sistemas que respondem o organismo como:
sistema muscular, sistema osteoarticular, sistema nervoso dentre outros (GEIS,
2003).
De acordo com Geis (2003), cada faixa etária deve se adaptar a cada tipo de
atividade física ou esporte, tornando necessário realizar as práticas físicas. O idoso
quando se une com um grupo para a realização de exercícios físicos, percebe os
benefícios que os mesmos trazem; o corpo muda, adquire agilidade e descobre
movimentos que trazem sensações que a muito tempo estavam totalmente
esquecidas (GEIS, 2003).
A atividade física permite superar a depressão e a solidão, fazendo com que o
uso de medicamentos não seja precisos, como remédios (para insônia, depressão e
cansaço etc). Geis (2003), ainda afirma de que a atividade física conserva a saúde e
as condições físicas psíquicas, devendo ser mantidas, durante o máximo possível de
tempo, possibilitando a autonomia física e mental.
2.1 EFEITOS DO ENVELHECIMENTO NAS CAPACIDADES FÍSICAS
De acordo com Davini, e Nunes, (2003), o processo do envelhecimento
apresenta alterações fisiológicas que diminuem a força muscular (FM) facilitando a
perda da densidade óssea mineral, fazendo com que aumente o número de quedas,
resultando em fraturas ósseas. São diversos fatores que causam a redução da força
muscular nos idosos como: a diminuição da área de secção transversa (AST), com
consequência o atrofiamento dos músculos, perda das fibras musculares e a
porcentagem muscular do tecido contrátil e déficit na inervação muscular sofrendo
alterações, fazendo com que gere disparos de unidades motoras (UM).
O idoso quando procura realizar com destreza a mobilidade do dia-a-dia como
movimentos no caminhar, levantar-se ou pegar algum objeto que se encontra acima
do nível de sua cabeça é encontrado em uma habilidade que destaca a importância
de uma qualidade de vida (ALEXANDER et.al, 2000 apud Dantas et.al, 2002).
Segundo ACSM (1998), a flexibilidade é um termo que envolve a amplitude de
movimentos de múltiplas ou simples articulações, possibilitando a habilidade de
realizar tarefas específicas. Para Dantas (1998, p. 173 apud DANTAS et al., 2002) a
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flexibilidade é uma qualidade física em função de uma realização voluntária de uma
amplitude ou movimento de um maior ângulo, responsáveis por um conjunto ou por
apenas uma articulação, no limite morfológico sem algum dano ou possibilidade de
lesão.
O controle postural estático ou dinâmico podem ser comprometidos através
do processo de senescência. Com o avanço da idade cronológica, entra em declínio
os sistemas que são responsáveis pela manutenção do controle postural, diminuindo
assim a capacidade de manter a postura no limite da segurança, afetando o
equilíbrio de todas estruturas corporais, resultando em riscos de quedas (DU
PASQUIER, 2003 apud FREITAS et al., 2013).
No envelhecer, atualmente a qualidade de vida como o bem estar percebido,
bem estar psicológico, bem estar subjetivo e o bem estar sucedido são classificados
e tidos com o mesmo valor, formando um conceito global, referindo o
envelhecimento como um fator social e individual (NERI, 1993).
De acordo com Deps (apud NERI,1993), atividade física possui um poderoso
meio para o idoso vivenciar aspectos importantes para o seu bem estar psicológico:
significado existencial, motivação auto determinada, interação social, qualidade e
tempo de vida.
São muitos os significados que se referem a uma boa qualidade de vida como
por exemplo os elementos que se voltam a saúde, lazer, segurança, felicidade,
família, condição financeira e amor (GONÇALVES; VILARTA, 2004).
Para adultos jovens, o exercício físico é recomendado para aumentar a
expectativa de vida a fim de prevenir doenças tais como: câncer, diabetes, doenças
cardiovasculares e muitas outras, e para idosos acima de 65 anos ou mais é
esperado do exercício que ele possa combater a debilidade e vulnerabilidade
causados pela inatividade, esperando reverter efeitos ligados a síndrome do desuso
que causam doenças crônicas, melhorando a saúde psicológica, a mobilidade e
funcionalidade corporal (SPIRDUSO & CRONIN, 2001 apud GONÇALVES;
VILARTA,, 2004).
De acordo com Gonçalves e Vilarta (2004), a qualidade de vida esta
diretamente associada à saúde. Nas últimas décadas tem resultado em uma
elaboração de instrumentos na avaliação com parâmetros relacionados ao estado
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físico, social e emocional, pois permitem um melhor resultado e entendimento no
processo saúde-doença e possibilidades de prevenção de enfermidades e agravo da
saúde.
3 EXPERIMENTO
Foi aplicado o questionário SF-36 em idosos acima de 60 anos do projeto
“Melhor idade” da cidade de Pongaí/SP que fazem parte há pelo menos 3 (três)
meses do programa de exercício. O questionário também foi aplicado em indivíduos
idosos acima de 60 anos que não fazem exercícios físicos, bem como não
participam do projeto Melhor Idade.
Após a coleta dos dados os resultados de ambos os grupos foram analisados
com a finalidade de obter os resultados de cada aspecto analisado dentro do
questionário SF-36.
O questionário foi lido pelo examinador de forma objetiva e esclarecedora,
deixando o participante aberto para responder cada questão de acordo com sua
própria interpretação.
Após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE
B) por parte dos participantes o questionário SF-36 foi aplicado na academia
municipal de Pongaí-SP Corpus Fitness no período matutino das 8:00 às 10:00 onde
é realizado o projeto Melhor Idade.
Participaram da pesquisa 20 indivíduos de ambos os gêneros, voluntários,
residentes na cidade Pongaí-SP, acima de 60 anos de idade. Dez dos indivíduos
eram participantes do projeto Melhor Idade e os outros dez não faziam parte do
projeto.
Critérios de inclusão: voluntários acima de 60 anos de idade.
Critérios de exclusão: participante que tivessem alguma lesão neurológica ou
ortopédica que os impedissem de realizar atividades físicas.
3.1 QUESTIONÁRIO SF-36
Como ferramenta de medida da qualidade de vida, foi utilizado somente o
questionário SF-36 (ANEXO A). O SF-36 contém 36 itens, dos quais 35 encontram-
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se agrupados em oito dimensões (capacidade funcional, dor, aspectos físicos,
aspectos emocionais, aspectos sociais, saúde mental, vitalidade e estado geral de
saúde) e por fim um último item que avalia a mudança de saúde no tempo.
Para cada dimensão, os itens do SF-36 são codificados, agrupados e
transformados em uma escala de zero (pior estado de saúde) a 100 (melhor estado
de saúde). O questionário foi traduzido para a língua portuguesa e adaptado para a
cultura.
É um questionário de fácil entendimento e aplicação, com o objetivo de avaliar
a qualidade de vida de idosos. Não se apresenta muito extenso como os demais, é
formado por 36 itens com 8 componentes, divididos em aspectos físicos, capacidade
funcional, dor, vitalidade, estado geral da saúde, aspectos sociais e emocionais da
saúde mental (CICONELLI et al 1999).
3.2 PROCEDIMENTOS
Os participantes do projeto Melhor Idade realizam treinamento duas vezes por
semana com duração de uma hora de exercícios físicos, totalizando 8 sessões
mensais, onde são incluídos exercícios de aquecimento, exercícios de
fortalecimento e alongamentos..
4 RESULTADOS
Na tabela 1, são apresentados os valores da média e desvio-padrão da
pontuação obtida nos oito domínios do questionário SF-36 dos participantes que
praticam exercícios físicos, grupo exercício (GE) e dos participantes que não
praticam exercícios físicos, grupo sedentário (GS). Foram observadas diferenças
estatisticamente significantes (p ≤ 0,05) nos domínios Capacidade Funcional, Dor e
Estado Geral de Saúde dos participantes que realizam exercício físico quando
comparado com os participantes que não realizam exercícios físicos.
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TABELA 1 – Média da pontuação obtida nos oito domínios do questionário SF-36 do
GE e do GS.
5 DISCUSSÃO
Pedro; Amorim (2008), realizaram um estudo onde o objetivo foi comparar
massa, força muscular e equilíbrio entre idosos praticantes e não praticantes de
musculação. Foram realizados testes de força com leg press horizontal e supino reto
articulado. Participaram da pesquisa 16 indivíduos, onde foram separados em dois
grupos: grupo treinamento e grupo controle, o grupo treinamento era composto por
idosos praticantes de musculação a mais de quatro meses e o grupo controle
formado por idosos não praticantes de exercícios físicos. Os autores concluíram que
o treinamento de força pode ser efetivo no equilíbrio de idosos, auxiliando-os na
realização de atividades de vida diária.
Meireles (2010), constatou alterações fisiológicas no envelhecimento e
também neurológicas no que se diz ao sistema mantenedor do equilíbrio do ser
humano, alterações estas relacionadas ao equilíbrio dinâmico e estático que esta
diretamente ligadas aos idosos e a sua qualidade de vida.
Segundo Harridge; Kryger e Stensgaard (1999), em um estudo com idosos de
85 à 97 anos, aplicando o treinamento muscular de força do quadríceps femoral
durante um período de aproximadamente três vezes por semana em um período de
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doze semanas, concluiu que no final do treinamento a produção de força máxima
(FM) do conjunto do grupo muscular do quadríceps femoral teve aumento de 134%,
e a AST (Área de secção transversa) teve como resultado um aumento de
aproximadamente 15 a 17%, resultados estes satisfatórios.
Frank et al (2007), realizou um estudo cujo o intuito era de realizar uma
prática assistencial ligada ao idoso, sua família e seu cuidador em seu ambiente
domiciliar, tendo como principal objetivo avaliar a capacidade funcional de idosos, a
pesquisa foi realizada com cerca de 23 idosos e constatou um déficit na capacidade
mais frequente em relação a arrumação da casa e também na limpeza, tudo indica
que através dos resultados idosos necessitam de uma maior assistência envolvendo
a recuperação ou a promoção das Atividades de vida diária e também Atividades
instrumentais da vida diária.
De acordo com Valle (2007), em um estudo verificou possíveis alterações nas
medidas antropométricas como índice cintura quadril (ICQ) e índice de massa
corporal (IMC) em 11 indivíduos de gênero feminino entre 54 a 75 anos durante um
mês e meio no período de 3 meses. Houve uma melhora de 13% da aptidão física
no teste de levantar na posição sentada e 31% LPDV, as medidas antropométricas
apresentaram uma pequena melhora de ICQ de 2% e somente 1% no que se refere
ao IMC. O autor concluiu que é de extrema importância um programa de atividade
física para idosos, pois conseguiram ter sucesso e uma grande melhora nos testes
de aptidão física apresentando inúmeros benefícios à saúde, tendo influência
positiva na capacidade funcional para este grupo.
Paixão Jr; Reichenheim (2005), realizaram um estudo, cujo processo era
inicialmente a escolha das subdimensões interligadas ao estado funcional, avaliando
o histórico do programa de cada respectivo instrumento como: estudos de validade,
confiabilidade etc. Utilizado pelo menos quatro estudos no que se refere a validade
do SF-36 original, foi usado a participação de mais de 100 pacientes, no qual se
avalia a confiabilidade com a utilização de 3.445 indivíduos. Concluiu-se de que os
estudos de confiabilidade e validade do questionário SF-36 foram tidos e
classificados com qualidade excelente.
Rosa et al (2003), em um estudo com o objetivo de investigar a interferência
de fatores socioeconômicos e demográficos em relação a saúde, assim como as
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atividades sociais que é um fator que esta diretamente ligado a estas características
que envolve a capacidade funcional da terceira idade, foi realizado um estudo
transversal em São Paulo em 1989 e foi avaliado a capacidade funcional através da
escala de atividades da vida instrumental e pessoal, tendo como resultado
características com dependência moderada / grave como o analfabetismo,
aposentado, dona de casa, pensionista e não ser proprietário do seu lar e ter mais
de 65 anos de idade. Os autores concluiram de que ações preventivas voltadas a
supostos fatores podem oferecer grande benefícios para se estender o bem estar
dos idosos.
Dantas et al (2002), apresentou um estudo onde o principal objetivo da
pesquisa era verificar a perda da flexibilidade decorrida do envelhecimento em
função da diminuição da mobilidade ou da perda da elasticidade muscular, realizado
por dois grupos de amostras, com indivíduos entre 31 a 45 anos e o outro grupo de
61 a 75 anos, a primeira etapa realizou-se uma seleção de movimentos limitados
pela elasticidade muscular restritos pela mobilidade da articulação e na segunda
observou o perfil da flexibilidade dos dois grupos.Os autores concluem de que a
perda da flexibilidade no decorrer do envelhecimento têm um índice com um
resultado de aproximadamente 45,9% referente a mobilidade articular, já a
elasticidade apresentou 54,1% da variação no total.
Civinski; Montibeller; Braz (2011), tiveram como objetivo principal em um
estudo investigar por método de uma pesquisa biográfica, os benefícios dos
exercícios físicos relacionados no processo do envelhecimento. O declínio da
capacidade funcional está relacionado por fatores que envolvem a genética, estilo
de vida e estado psicoemocional, programas de exercícios físicos são essenciais
para prevenir e reduzir estes declínios, podendo ser estes aeróbios ou anaeróbios,
ambos promovem um envelhecimento saudável, contribuindo para uma melhora na
qualidade de vida, evitando doenças que estão ligadas ao envelhecimento. Os
autores concluíram de que a prática de exercícios físicos quando praticados
regularmente, pode diminuir e prevenir alterações fisiológicas que são referentes ao
avanço da idade de idosos.
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CONCLUSÃO
Pode se concluir que através da aplicação do questionário SF-36 em idosos
que praticam ou não atividades físicas, que entre os oito domínios que compõem o
questionário SF-36 os idosos que praticam atividades físicas obtiveram melhor
pontuação com relação aos que não realizam exercício físico nos domínios
Capacidade Funcional, Dor e Estado Geral de Saúde. Este estudo foi de suma
importância para corroborar o que diversos estudos mostram com relação ao
benefício da atividade entre os idosos e serve como incentivo e estímulo aos
profissionais e a população idosa em demonstrar as formas claras de obter a
melhora da qualidade de vida para esse tipo de população.
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Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016