zong 1ª edição
TRANSCRIPT
Nossa PegadaConheça a Comunidade Cidadã
No ritmo Funk: o ritmo que abalou geral
tramPo Trabalho formal e informal. Conheça vantagens e desvantagens de cada um.
e muito mais...
ediÇÃo 1s e t e m B r o 2008
JuVeNtude em moVimeNto
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RedaçãoNatalia Nascimento
Vanessa Pedon
Jéssica Thais Hernandez
Lucimar Araújo
Vânia Correia
Flávio Munhoz
Jeldean Alves
Rodrigo Kenan
IlustraçãoRodrigo Kenan
Josi Tainá
Sylvio Ayala
Mauricio Abelha
Fotos Tiago Cruz
Flávio Munhoz
Vanessa Pedon
Natalia Nascimento
Gráfica Itu – Péricles
ÍN
DI
CE
4..............................................................................NOSSA PEGADA
7..............................................................................ECO AJUDA
11............................................................................MOLDA
14...........................................................................TRAMPO
18............................................................................NO MOMENTO
20...........................................................................RAPIDINHAS
22............................................................................VÁ PASSEAR
24............................................................................NO RITMO
27............................................................................PRA DESCONTRAIR
28............................................................................PENSAMENTO
Agradecemos a ONG Comunidade Cidadã, a Escola Profª Clarice Seiko Ikeda
Chagas, pelo espaço. Aos colaboradores, que hoje fazem parte da equipe. Aos
orientadores - Flávio Munhoz, Vânia Correia, Aldrey Riechel, Tompson Loiola e
Lorena. Ao assessor Luiz Flávio. Ao CENPEC, ao Itaú Social. Ao João Henrique,
por ter sido nosso educador no PJU e ter nos ajudado a escrever o projeto
junto com a Vânia. Ao Maurício Abelha, que nos ajudou com muita força de
vontade e nos apoiou. Ao David Galasse, que nos ajudou muito também. A Pa-
róquia São José Operário e todos aqueles que nos ajudaram de alguma forma,
que torceram e estiveram conosco. Muito obrigada!
Onde é que tá
Agradecimentos
A Comunidade Cidadã é uma organização
não-governamental empreendida por jo-
vens movidos pelo desejo de transformar
a realidade, através do exercício pleno da
cidadania, do engajamento da comunida-
de e, sobretudo, da juventude.
Sua fundação aconteceu no ano de 2004,
motivada por uma oficina de cidadania
para jovens, em comemoração aos 450
anos da cidade de São Paulo.
Hoje, quatro anos após o seu início, a Co-
munidade Cidadã já tem muito que come-
morar. Com algumas dezenas de pessoas
envolvidas diretamente no trabalho, a
grande maioria jovem, a Organização
realiza algumas atividades de destaque
na região.
Entre os projetos da entidade está o Pro-
grama Jovens Urbanos (PJU), realizado
Jovens engajados em projetos sociais ajudam a melhorar a vida da comunidade
NO
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Por Vânia Correia e Natalia Pereira
Para aqueles que costumam lamentar que a juventude não se envolve mais com causas coletivas e com as questões sociais, que está alienada e individualista, a Comunidade Cidadã pode ser uma agradável surpresa.
em parceria com o CENPEC (Centro de Pesquisa em Educação, Cultura e Ação
Comunitária) e com a Fundação Itaú Social. O PJU é voltado para jovens mora-
dores de regiões metropolitanas com o objetivo de ampliar o repertório sócio-
cultural e contribuir para processos de transformação da realidade juvenil. Ao
final do período de formação os jovens desenvolveram projetos de interven-
ção comunitária, entre eles, O Sarau a Gente que Faz, a Radio JÁ (Juventude e
Atitude) e a Revista ZONG Juventude em Movimento.
Jovens engajados em projetos sociais ajudam a melhorar a vida da comunidade
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Para muitos jovens, participar de uma ONG é um importante exercício de cida-
dania. E a oportunidade de fazer alguma coisa para transformar a realidade do
lugar em que vivem. “Acho importante não ficar de braços cruzados esperan-
do as coisas se resolverem, a juventude tem que fazer acontecer”, diz a jovem
Fernanda Costa, 20, que atua na Comunidade Cidadã.
O PJU e outros projetos desenvolvidos pela Organização têm a participação
fundamental de muitos jovens, que desejam construir uma cidade melhor a
partir do protagonismo, da participação e da construção coletiva. Jovens que
contrariam as expectativas de superficialidade, individualismo e futilidade,
freqüentemente, atribuídas à juventude do século XXI e que vêm provando,
com coragem, que uma nova organização é possível: a CIDADANIA!
Faça parte você também da Comunidade Cidadã! seja Voluntário e ajude a mudar o lugar onde vive. Para maiores informações entre em contato: 5662-8793 / 3535-6869 ou acesse: www.comunidadecidada.org.br
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AO lixo se torna um grave problema de nossa sociedadeA produção de lixo vem aumentando constantemente e os lugares que são destinados a recebê-los estão cada vez mais escassos.
Por Lucimar Araújo
Garrafas plásticas, baterias de
celular, embalagens de alimen-
to, restos de comida, e outros
compõem o elenco que atuam
nas lixeiras paulistanas. Sabe-
mos que o lixo que produzimos
não acaba ali, afinal não exis-
tem desintegradores mágicos
de matéria. Geralmente, tudo
o que descartamos é destina-
do para os aterros sanitários
ou lixões.
O problema é que estamos
produzindo lixo demais, e em
pouquíssimo tempo não ha-
verá mais lugar para despejá-
lo, além das graves conseqü-
ências que ele causa ao meio
ambiente.
Não há como não produzir lixo,
mas há formas para reduzir a
sua quantidade.
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Preciclar nada mais é que pensar no que
se tornará lixo, antes de comprar. Parece
simples e lógico, mas não é o que acon-
tece na prática. Muito do que compra-
mos vem envolvido em embalagens que
quase sempre vão direto para a lixeira. Ao
adquirir algum produto, deveríamos dar
preferência àqueles com embalagens que
possam ser reutilizadas, como os copi-
nhos de requeijão, por exemplo.
1º R - Reduzir: usando métodos con-
scientes como o Preciclar, podemos di-
minuir consideravelmente a quantidade
de lixo.
2º R - Reutilizar: sejamos criativos, va-
mos dar utilidade a objetos que aparente-
mente não nos serve para mais nada, como
fazer vasinhos pra nossas plantinhas com
garrafas pet, ou usar jornais velhos para
fazer cestas artesanais.
3º R - Reciclar: tecnicamente, é trans-
formar algo usado em algo igual, só que
novo. Neste caso o que podemos e deve-
mos fazer é separar o que pode e o que
não pode ser reciclado para que tenham o
destino certo, seja em cooperativas ou nas
mãos de artesãos.
Preciclar e os “3R’S”
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Podemos fazer diferente!
Quem nunca ouviu algo como: “não vou me
preocupar, afinal no futuro eu não estarei
vivo mesmo!”. Falas assim são usadas para
justificar a despreocupação em relação ao
lixo. Porém, as atitudes que tomamos hoje
refletem, sem dúvida, no futuro, mas têm
conseqüências também a curto prazo.
Nem todos os problemas que vivemos hoje
foram causados por esta geração. Muitos
atos dos nossos pais, avós e bisavós refle-
tem na condição de vida atual. Talvez na
época deles a informação não fosse de tão
fácil acesso como é hoje, mas não precisa-
mos ser assim. Temos acesso à informa-
ção, sabemos o que e como fazer para
evitar muitos problemas.
Observe quanto papel é jogado nas ruas
e parques, a bituca de cigarro nos pon-
tos de ônibus da Av. Belmira Marin, da Av.
Teotônio Vilela e outras ruas de nossos
bairros. Esses detritos duram anos para se
decompor.
O que muitos esperam de nós jovens, é a
construção de um mundo melhor. E um fu-
turo melhor é o resultado de um presente
mais responsável e consciente. Devemos
deixar uma herança mais agradável para
as próximas gerações.
Podemos começar aos poucos, pois cada
pequena e, aparentemente, inútil atitude
faz diferença.
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Se liga só...:O assunto pode até parecer chatíssimo,
mas não é! É importante sabermos de
coisas assim, por isso é legal buscarmos
informações que tenham uma linguagem
menos “chatona”!
Vale clicar... www.akatu.com.br – site bem
legal do Instituto Akatu, que traz informa-
ções sobre consumo consciente.
Assistir... “Ilha das flores”, dirigido por
Jorge Furtado, é um documentário que
aborda de uma forma divertida a mecânica
da sociedade de consumo.
Conhecer... Projetos que têm
como principio a reutilização
de materiais que parecem in-
utilizáveis como:
“Arte em pneus”, que faz
móveis, chaveirinhos, cestas e
outros tendo como matéria-
prima pneus. Contato: www.
arteempneus.com/arteemp-
”Dulcinéia Catadora”, projeto
que uni arte, literatura e pa-
pelão, dando a este uma nova
utilidade. Contato: dulcineia-
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AA modaque nos moldaPor Rodrigo Kenan e Vanessa Pedon
O que é moda? Uma pergunta
que nunca chegará a uma de-
finição e que continuará sendo
motivo de muita discussão e
debate.
Quando começamos a falar
de moda, logo vem em nos-
sa memória desfiles, mode-
los, glamour e dinheiro. Mas a
definição de moda vai muito
além do que se tornou clichê
na sociedade.
De uma forma negativa, cres-
cemos e aprendemos que
quanto mais vale sua roupa,
mais você se torna importante.
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Ouvimos dizer que muitas pes-
soas compram tênis e roupas
de marca só para se exibirem
na escola ou nas festas.
Por vivermos em um mun-
do capitalista, a moda, assim
como a música, teatro, cine-
ma, etc., também faz parte da
ciranda do consumo.
Algo que se tornou não só um
motivo para classificar social-
mente, mas que é também
uma indústria que gera em-
pregos.
Temos que respeitar as pesso-
as por suas ações e não pela
aparência, usando roupas de
marca ou não, o que vale é ver
seu interior.
Quantas tendências, quantas
estações, quantas pessoas
querendo nos transformar em
artigo industrial, será que não
temos capacidade de escolha?
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Não deixe que as pessoas te
moldem, faça você mesmo sua
moda. Não se torne escravo da
moda, mas use-a a seu favor.
Em todos os quatro cantos do
mundo, há um estilo diferente.
Faça o seu estilo, sem se pre-
ocupar com o que vão pensar
de você.
O que é moda?O que nos molda?
Estar na moda, simplesmente é ser você!
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Trabalho Formal
Forma de trabalho indicada pela maioria
de nossos pais. É forma conhecida pela
famosa carteira de trabalho. Neste tipo
de trabalho vários direitos estão garan-
tidos, além de benefícios como férias, dé-
cimo - terceiro salário, FGTS, aposenta-
doria, licença maternidade-paternidade,
seguro desemprego, entre outros.
Foi uma solução construída para garan-
tir um sustento mínimo para as neces-
sidades do trabalhador e de sua família,
frente ao capitalismo selvagem, voltado
a vida de consumo crescente. Há uma di-
Eu quero um trampo!Por Flávio Munhoz
Trabalhar...
Uma das maiores pre-ocupações da juven-tude nos dias de hoje. Em um mundo movido pelo consumo os jovens também querem parti-cipar, e para isso preci-sam de um trabalho.
Com o recente avanço da economia a busca por tra-balho passou a ficar mais fácil. Mas para a juven-tude isso continua sendo um dilema. Ter experiência anterior, qualificação pro-fissional adequada, entre-vistas, dinâmicas, entre outros requisitos, sempre foram motivos de tirar o sono da galera.
Mas em meio a esta ba-talha há um detalhe que poucas vezes é notado: buscar por trabalho for-mal ou optar pela infor-malidade? Para alguns parece que o importan-
te mesmo é se sentir empregado. Como há muito tempo de caminha-da na vida profissional, imagina-se que a preocupação do momento não deva ser essa. Um outro grupo prefere as garantias de uma cartei-ra assinada...
O que fazer??? A ZONG preparou um quadro comparativo buscando ajudar a juventude que quer estar em movimento, se liga só:
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ficuldade para quem contrata, pois devido
ao grande número de encargos trabalhis-
tas o trabalhador custa para a empresa
“praticamente” o dobro do que recebe de
fato. Esta situação faz com que o salário,
normalmente, não seja tão alto.
Para driblar esta dificuldade houve o surgi-
mento dos autônomos. Pessoas que abrem
empresas “individuais” e prestam serviços.
Assim o custo trabalhista diminui significa-
tivamente. O tempo que se permanece tra-
balhando com registro serve como com-
provação de experiência anterior na busca
de um novo emprego.
Trabalho Informal
O trabalho informal é o tipo de trabalho
desvinculado a qualquer empresa, ou seja,
é o trabalho indireto onde não há vínculo
empregatício por meio de documentação
legalizada. Embora sem direitos ou garan-
tias do amanhã, para muitos foi a única sa-
ída. Esse tipo de trabalho teve grande cres-
cimento na década de 90 quando a crise
econômica, o aumento da competição e a
exigência de maior qualificação profissional
devido ao grande avanço tecnológico no
Brasil, fizeram com que as empresas bus-
cassem reduzir seus custos, consequente-
mente demitindo pessoas.
Como maneira mais fácil e honesta, as pes-
soas se tornaram trabalhadores informais
que apesar de não ter garantias e benefí-
cios, como férias, décimo ter-
ceiro salário, FGTS, licença ma-
ternidade-paternidade, seguro
desemprego e outros, conse-
guem o sustento da família
mantendo assim seu padrão
de vida. Nos tempos atuais, o
trabalho informal atinge apro-
ximadamente 50% da ocupação
dos brasileiros. A renda não é
fixa. Um dos principais proble-
mas enfrentados por quem tem
trabalho informal é que se ele
achar alguma coisa injusta em
seu trabalho ele nunca poderá
ir à justiça porque a justiça só
defende os direitos dos traba-
lhadores legais.
Estes são os dois formatos
básicos que se deve obser-
var na busca de um trabalho.
Além deles ainda é possível
buscar o empreendedorismo,
o famoso negócio próprio,
atuar em cooperativas e ou-
tras formas que discutiremos
em próximas edições.
Mas o importante mesmo é se
colocar em movimento, dentro
do seu perfil e de suas possibi-
lidades, na busca do seu sonho.
A ZONG torce por você e espera
ser sempre sua companheira
ajudando nas importantes es-
colhas juvenis... Fui!
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TO Truco na sala de aula
Jogar truco é prazeroso, mas existem controvérsas em relação ao local de se jogar
Por Jéssica Hernandez
Truco é um popular jogo de cartas que
teve origem na América do Sul. Em algu-
mas regiões possui regras e variações,
mas nunca muda o princípio. Uma dispu-
ta de três rodadas para ver quem tem as
cartas mais fortes. Pode ser jogado por
duas, quatro ou seis pessoas. Basta ter
um único baralho, para a alegria rolar sol-
ta!
O problema é que a galera jovem se em-
polga e joga truco na sala de aula, onde o
objetivo deveria ser estudar, porém hoje
em dia não é o que acontece em mui-
tas escolas. Alunos desrespeitam regras e
professores. Muitos abandonam os livros
e aderem as cartas e juram que conse-
guem conciliar.
O estudante Luís Eduardo, 17, é um deles,
“Consigo conciliar, só jogo quando termi-
no de fazer a lição. Além do mais, não tem
o que me agrade na aula, então jogo tru-
co”. Fernando,15, concorda, “Jogo truco
porque é divertido, os moleques jogam,
então eu jogo também, jogo quando a
matéria é chata, no tempo livre, quando
não tem lição!”
AlertaJogar truco é divertido e de-
sestressante, fonte de des-
contração e lazer, mas para
tudo há o momento certo, es-
cola é o lugar para se estudar.
Nossa educação está como o
trânsito: os carros estão cada
vez melhores. Os motoristas,
cada vez piores. O jogo abre
um debate para uma ques-
tão maior: o sistema de ensi-
no. Afinal o problema são os
alunos que não se interessam
pelas aulas? Os professores
que não se interessam em en-
sinar? O Estado que não for-
nece suporte? Ou seria tudo
isso e mais um pouco?
Jessica, 17, é estudante po-
rém não joga truco. “Na sala
de aula não é legal jogar tru-
co. Não tem como jogar truco
e prestar atenção na aula. É
impossível fazer as duas coi-
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sas ao mesmo tempo”. Ela faz
uma critíca também aos alu-
nos e professores, “ O aluno
não está nem aí, mas o pro-
fessor finge que não vê!”
Os professores da Escola Es-
tadual Clarice Seiko Ikeda Cha-
gas sabem que o problema do
truco é sério. Rosi professo-
ra de Português conta que é
possível acontecer de jogarem
truco na sala de aula e ressalta
que existem casos de alunos
que ameaçam professores. “Já
aconteceu com colegas meus,
deles tentarem negociar e o
aluno com muita ironia falar: O
que vc está fazendo aqui? Vai
dar sua aulinha”, diz. Rosi acre-
dita que a educação está em
crise e que as pessoas perde-
ram o rumo, “Os profissionais
da área da educação estão de-
cepcionados, os alunos veêm a
escola sem nenhum interessse
e incentivo, o professor não é
valorizado”, afirma.
A professora de História, Mô-
nica, tenta outra solução, se
impor. “Nas minhas aulas não
deixo de jeito nenhum o aluno
jogar truco, ou qualquer tipo
de jogo, me torno chata. O
professor deve se impor, tem
que ter o controle”, afirma.
José Roberto, professor de Ciências, se
decepciona quando se depara com este
tipo de situação. “O aluno acha que tem
a razão, mas é a vítima. Há professores
que deixam a desejar, se o aluno joga tru-
co na sala, a culpa é do professor que não
faz com que sua aula seja boa “, decla-
ra o professor, que arrisca uma possível
solução: “Diminuição de alunos na sala de
aula, porque com muitos alunos é difícil
se ter o domínio”.
RA
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DI
NH
AS
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Ajudar os jovens a desenvolver
sua capacidade para o racio-
cínio moral para distinguir o
certo do errado, é uma tare-
fa difícil. Quando se pensa em
sexo na adolescência, as con-
versas, na maioria dos casos,
são destinadas a pornografia
e piadas. A falta de informação
que as pessoas, no começo
de sua vida sexual, tem, pode
causar diversos problemas
como DSTs, gravidez precoce
e até mesmo casos de aborto,
que afeta a saúde da menina.
Praticamente, a única orien-
tação que os jovens recebem
vem da televisão, de novelas,
dos ídolos populares e de co-
legas. Os jovens estão confu-
sos e vivem sua sexualidade
sem tabus. É uma sexualidade
cada vez mais desligada do
amor e do compromisso. Sexo
na adolescência deveria ser
baseado na liberdade e não
no medo, no amor e principal-
mente na responsabilidade.
Fomos em busca de opiniões
dos jovens da periferia para
que possam se expressar em
relação a um assunto polêmi-
co: a Virgindade.
Por Jéssica Hernandez e Jeldean AlvesIlustração por Mauricio Abelha
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“Para meninas, por exemplo, com faixa etária de 13 a 14 anos, nos dias atuais, ser virgem é ser careta, já que não se valorizam.” K.C- 17 anos “Virgindade não é careta, hoje é raro encontrar, meninas de 13 a 15 anos virgem.” M.C.L-17 anos
“Eu levo a virgindade a sério e respeito, pois ser virgem é único, deve ser feita a escolha certa, para depois não haver arrependimento.” G.N – 18 anos
“È uma questão pessoal, isto varia de mulher para mulher. A menina vai com a pessoa certa e quando estiver segu-ra.” R.F.A – 19 anos
“Mulher virgem para mim, é uma pessoa que sabe se guardar e sabe que tem um valor. “ R.F.E- 20 anos
“Varia de pessoa para pessoa, o im-portante é não se deixar influenciar por ninguém, respeitar o seu momen-to, esperar a pessoa e o lugar certo.” C. P. - 27 anos
Virgindade nos dias atuais é levada a sério ou é careta?
Quando é o momento certo para ter a primeira relação?
“O momento certo é quando a pessoa se sentir bem. Se sentir bem com ela mesma, tem que existir con-fiança e amizade. Não é necessário se guardar até casamento.” L.R.F- 19 anos
“Na primeira vez tem que haver entre a menina e seu companheiro, respeito, liberdade e amizade, se preve-nindo e tendo juízo, não há problema.” K.C – 17 anos
“Não existe o momento certo, existe a pessoa cer-ta, apesar de que o correto é esperar até o casa-mento, mas não é o que acontece, se há amor e respeito, qual é o problema? Se prevenindo..” J.T- 17 anos
“A grande maioria das mulheres que são virgens, quando tem a 1ª relação, se apaixonam por isso pre-firo mulheres experientes” G.N – 17 anos
“Quando os dois se acharem maduros o suficiente para iniciar a vida sexual. É preciso ter uma idade adequada também, não dá pra atropelar as fases. Os dois têm que saber se cuidar, usar preservativo, procurar um ginecologista, enfim fazer tudo com segurança. É importante haver confiança e amor entre os dois. V. C. – 24 anos
De acordo com o sexólogo Jair Maciel Figueiredo, existe um modismo entre os adolescentes, “A moda agora é dar (ter relação sexual) para todo mundo”, mas esse não é o caminho da felicidade. A idade aconselhável para começar a ter relações sexuais, segundo o sexólogo é a partir dos 16 anos, quando os órgãos estão formados.
Ele aconselha ainda, que meninos e meninas procu-rem profissionais para dar orientações iniciais sobre a sexualidade.
A Zong oferece a você leitor um espaço para que possa tirar dúvidas ou comentar esse tema. O nosso e-mail é : [email protected]
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VÁ
P
AS
SE
AR Cursos de teatro, grafite e vio-
lão que cabem no seu bolso!
HUMBALADA é um grupo teatral que de-
senvolve oficinas de teatro (grátis), grafi-
te e violão para jovens, no Espaço Cultural
Humbalada. Aproveite a oportunidade, já
que está pertinho de você!
HUMBALADA – uma bagunça organizada
O grupo tem quatro anos de existência,
teve início a partir de um projeto da prefei-
tura – teatro vocacional na casa de cultura
de Interlagos. A palavra Humbalada signi-
fica bagunça.
Atualmente o grupo é formado por três
atores, que em sua trajetória já realizaram
os seguintes espetáculos: “O filho mudo
do fazendeiro”, “Em busca da felicidade” e
“Cidadão perfeito”. Sua próxima peça, “O
menino sem imaginação”, está em fase fi-
nal, em breve estará em cartaz para toda
comunidade.
“HUMBALADA - venha fazer parte dessa
bagunça!”
Local: Avenida Lourenço Cabreira, 197 –
Jardim Colonial. Horário de atendimento:
Terça, quarta e quinta das 14h as 17h30.
E-mail: [email protected]
Tel.: 7309-6101/ 85785424
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Mais que livros!
A Biblioteca Belmonte e a Biblioteca Prefeito Prestes Maia têm muito mais do que uma grande quantidade de acervos.
Programação: a Biblioteca Bel-monte tem a programação per-manente, que ocorre nos perí-odos, manhã, tarde e noite, em horários diversos, que disponibi-liza leitura, contação de história, saraus, oficinas de violão, teatro vocacional e xilogravura, para o publico de todas as idades.
Há também a programação de cultura popular, que varia a cada mês, abrange shows, palestras, oficinas, teatro, documentários e apresentações de música e dança popular.
Local: Rua Paulo Eiró, 525 – Santo Amaro. Horário de aten-dimento: De Segunda a Sexta das 8h às 17h, Sábado das 9h às 16h. Telefone: 5687-0408/ 5691-0433
A Biblioteca Prefeito Prestes Maia tem a programação per-manente que disponibiliza lei-tura, tele centro, oficinas de teatro vocacional, exposições e palestras para jovens e adul-tos. Conta também com acervo em Braille.
Local: Avenida João Dias, 822 – Santo Amaro. Horário de
atendimento: De Segunda a Sexta das 8h às 17h, Sábado das 9h às 16h. Telefone: 5687-0513
SESC – “Muito mais que um es-paço verde!”
A unidade SESC INTERLAGOS é um espaço
amplo, com áreas que possibilitam a rea-
lização de diversas atividades, para todos
os públicos e, você paga um preço bacana
para se divertir muito. Em seu interior en-
contramos parte da represa Billings, mata
Atlântica e algumas trilhas.
Pra quem curte práticas esportivas, há es-
paços como o conjunto aquático com três
piscinas abertas, quadra de basquete, vôlei,
tênis, futebol, poli – esportiva coberta, além
do campo esportivo aberto. Há espaços cul-
turais como a sala de leitura, com jornais,
revistas, computadores com acesso a in-
ternet livre (grátis) e sala de jogos de mesa.
São oferecidas também, atividades de Ioga,
caminhada, recreação monitorada e teatro,
há cursos de futebol e tênis para crianças e,
para adultos, corrida e futebol.
Local: Avenida Manuel Alves Soares, 1100
Interlagos. Telefone: 5662-9500
E-mail: [email protected]
De quarta a domingo e feriados das 8h30
ás 17h30.
Para saber sobre horários e datas das
atividades entre em contato!
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Funk: o ritmoque dominou geralPor Natália Pereira e Rodrigo Kenan
Você já deve ter escutado:
“creu, creu”, ou, ”é som de
preto de favelado, mas quan-
do toca ninguém fica parado”.
Pois é, esse ritmo é o funk, e
tem causado alvoroço, no nos-
so país e em outros também.
Porém o que poucos sabem
que o funk de raiz é caracte-
rístico dos nortes americanos,
mostrados a todos pela voz de
James Brown. Surge na década
de 30, mas é na década de 70
e 80 que as favelas do Rio de
Janeiro começam a “bombar”
com o ritmo envolvente e as
batidas rápidas que não dei-
xam ninguém parado.
No entanto há o lado negati-
vo, o motivo de inúmeras dis-
cussões levantadas quanto
ao ritmo, por conter músicas
que influenciam a banaliza-
ção do sexo, a violência e o
uso de drogas.
O pior é que acaba agradando a popula-
ção, sobretudo, a mais jovem. “Acho que
as pessoas gostam por causa da cultura
brasileira, por ser um ritmo dançante, da
batida, dos batuques”, diz a estudante
Nicole Nascimento, 22.
Contudo os anos se passaram e a batida
sofreu influências da tecnologia, surge
uma nova profissão: o Dj, que traz ainda
mais jovens para os bailes.
“O que envolve o jovem é, principalmente,
a batida que não precisa de coreografia,
pois anima a galera, mas com certeza irá
passar e virá outro ritmo que contagiará”,
analisa a estudante Jéssica Thais, 17.
Ela ainda levanta outra questão, “não são
só pobres que escutam funk, ricos tam-
bém ouvem”, diz.
A Jéssica tem razão, o funk desceu os
morros e conquistou a classe média e
alta da sociedade, abrindo grande espaço
para esse tipo de produção musical, que
abrange vários profissionais, e agita mui-
2 6
“Eu acho que o funk é um estilo de música
muito perverso que induz os jovens a fa-
zer coisas erradas!” Raquel Fabrício, 17.
“Eu não gosto do funk! Porque esse
funk que é apresentado aqui no Bra-
sil é um funk marginalizado, não é o
autentico funk, ele tem um contexto
aqui no Brasil, muito de apelo sexual e
o verdadeiro funk não é de apelo se-
xual, ou seja, ele foi desvirtuado, por
isso que eu não gosto do funk aqui do
Brasil.” Claudinei Ferreira, 31.
“Na minha opinião o funk é uma música
que não me agrada, acho as letras uma
pouca vergonha!” Marcel Oliveira, 16.
“...Hoje nós temos o funk, só que com
uma nova roupagem, trabalhando a
batida da música, quanto a instigação
mesmo do adolescente, só que o ado-
lescente hoje não se preocupa tanto
com essa letra de protesto, tá mais preo-
NO
R
IT
MO tas casas noturnas. O funk também traz revelações como Claudinho e Bu-
checha e o Dj Malboro, que hoje já se apresenta por toda a Europa. Podemos
dizer que esse ritmo já “dominou geral”.
cupado com a batida, com a insti-
gação que a música traz para o seu
dançar, não tanto na letra, porque
se alguns prestarem atenção, ela
está um pouco desvirtuada!” Sônia
Regina, 45.
“O funk como qualquer movimen-
to cultural é bárbaro, mas eu acho
que as letras de funk são muito
obscenas, não são válidas como
crítica social e acredito que mui-
tas pessoas que freqüentam baile
funk, vão mais para se divertir e
passar a noite com alguém, do que
propriamente ouvir a música, por-
que sinceramente a letra é um lixo,
eu odeio o funk e não me atrai em
nada!” Adriano Ronchesi, 17.
O garotinho pergunta ao pai:
- Papai o que é política?
O pai responde:
- Bom meu filho, vou te dar como exemplo a nossa casa: eu ponho dinheiro
dentro de casa, então sou o poder econômico; sua mãe administra tudo, ela é
o governo; a nossa empregada é a classe trabalhadora; você, que é comanda-
do por nós, é o povo; e seu irmãozinho é o futuro do país.
O garotinho pensa, coça a cabeça e diz:
- É papai, acho que não entendi.
Após a conversa foram dormir. De madrugada o garotinho acorda com os ber-
ros do seu irmãozinho e ao olhar percebe que o bebê está todo cagado. Vai ao
quarto dos pais e só encontra a mãe que dormia com sono bem pesado, vai ao
quarto da empregada que estava trancado e ao olhar pela fechadura vê o seu
pai em cima da empregada. Depois de tudo, o garoto foi dormir.
No dia seguinte, no café da manhã o garoto diz ao pai:
- Papai, eu entendi o que é política.
E o pai empolgado:
- Então me conta filho.
E o garoto:
- Enquanto o poder econômico fode a classe trabalhadora, o governo dorme
profundamente, ninguém escuta o povo e o futuro do país está na merda.
2 7
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