zong 1ª edição

28
NOSSA PEGADA Conheça a Comunidade Cidadã NO RITMO Funk: o ritmo que abalou geral TRAMPO Trabalho formal e informal. Conheça vantagens e desvantagens de cada um. E MUITO MAIS... EDIÇÃO 1 SETEMBRO 2008 JUVENTUDE EM MOVIMENTO

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Page 1: Zong 1ª Edição

Nossa PegadaConheça a Comunidade Cidadã

No ritmo Funk: o ritmo que abalou geral

tramPo Trabalho formal e informal. Conheça vantagens e desvantagens de cada um.

e muito mais...

ediÇÃo 1s e t e m B r o 2008

JuVeNtude em moVimeNto

Page 2: Zong 1ª Edição

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RedaçãoNatalia Nascimento

Vanessa Pedon

Jéssica Thais Hernandez

Lucimar Araújo

Vânia Correia

Flávio Munhoz

Jeldean Alves

Rodrigo Kenan

IlustraçãoRodrigo Kenan

Josi Tainá

Sylvio Ayala

Mauricio Abelha

Fotos Tiago Cruz

Flávio Munhoz

Vanessa Pedon

Natalia Nascimento

Gráfica Itu – Péricles

Page 3: Zong 1ª Edição

ÍN

DI

CE

4..............................................................................NOSSA PEGADA

7..............................................................................ECO AJUDA

11............................................................................MOLDA

14...........................................................................TRAMPO

18............................................................................NO MOMENTO

20...........................................................................RAPIDINHAS

22............................................................................VÁ PASSEAR

24............................................................................NO RITMO

27............................................................................PRA DESCONTRAIR

28............................................................................PENSAMENTO

Agradecemos a ONG Comunidade Cidadã, a Escola Profª Clarice Seiko Ikeda

Chagas, pelo espaço. Aos colaboradores, que hoje fazem parte da equipe. Aos

orientadores - Flávio Munhoz, Vânia Correia, Aldrey Riechel, Tompson Loiola e

Lorena. Ao assessor Luiz Flávio. Ao CENPEC, ao Itaú Social. Ao João Henrique,

por ter sido nosso educador no PJU e ter nos ajudado a escrever o projeto

junto com a Vânia. Ao Maurício Abelha, que nos ajudou com muita força de

vontade e nos apoiou. Ao David Galasse, que nos ajudou muito também. A Pa-

róquia São José Operário e todos aqueles que nos ajudaram de alguma forma,

que torceram e estiveram conosco. Muito obrigada!

Onde é que tá

Agradecimentos

Page 4: Zong 1ª Edição

A Comunidade Cidadã é uma organização

não-governamental empreendida por jo-

vens movidos pelo desejo de transformar

a realidade, através do exercício pleno da

cidadania, do engajamento da comunida-

de e, sobretudo, da juventude.

Sua fundação aconteceu no ano de 2004,

motivada por uma oficina de cidadania

para jovens, em comemoração aos 450

anos da cidade de São Paulo.

Hoje, quatro anos após o seu início, a Co-

munidade Cidadã já tem muito que come-

morar. Com algumas dezenas de pessoas

envolvidas diretamente no trabalho, a

grande maioria jovem, a Organização

realiza algumas atividades de destaque

na região.

Entre os projetos da entidade está o Pro-

grama Jovens Urbanos (PJU), realizado

Jovens engajados em projetos sociais ajudam a melhorar a vida da comunidade

NO

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A

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4

Por Vânia Correia e Natalia Pereira

Para aqueles que costumam lamentar que a juventude não se envolve mais com causas coletivas e com as questões sociais, que está alienada e individualista, a Comunidade Cidadã pode ser uma agradável surpresa.

Page 5: Zong 1ª Edição

em parceria com o CENPEC (Centro de Pesquisa em Educação, Cultura e Ação

Comunitária) e com a Fundação Itaú Social. O PJU é voltado para jovens mora-

dores de regiões metropolitanas com o objetivo de ampliar o repertório sócio-

cultural e contribuir para processos de transformação da realidade juvenil. Ao

final do período de formação os jovens desenvolveram projetos de interven-

ção comunitária, entre eles, O Sarau a Gente que Faz, a Radio JÁ (Juventude e

Atitude) e a Revista ZONG Juventude em Movimento.

Jovens engajados em projetos sociais ajudam a melhorar a vida da comunidade

5

Page 6: Zong 1ª Edição

Para muitos jovens, participar de uma ONG é um importante exercício de cida-

dania. E a oportunidade de fazer alguma coisa para transformar a realidade do

lugar em que vivem. “Acho importante não ficar de braços cruzados esperan-

do as coisas se resolverem, a juventude tem que fazer acontecer”, diz a jovem

Fernanda Costa, 20, que atua na Comunidade Cidadã.

O PJU e outros projetos desenvolvidos pela Organização têm a participação

fundamental de muitos jovens, que desejam construir uma cidade melhor a

partir do protagonismo, da participação e da construção coletiva. Jovens que

contrariam as expectativas de superficialidade, individualismo e futilidade,

freqüentemente, atribuídas à juventude do século XXI e que vêm provando,

com coragem, que uma nova organização é possível: a CIDADANIA!

Faça parte você também da Comunidade Cidadã! seja Voluntário e ajude a mudar o lugar onde vive. Para maiores informações entre em contato: 5662-8793 / 3535-6869 ou acesse: www.comunidadecidada.org.br

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Page 7: Zong 1ª Edição

7

EC

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EC

O

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UD

AO lixo se torna um grave problema de nossa sociedadeA produção de lixo vem aumentando constantemente e os lugares que são destinados a recebê-los estão cada vez mais escassos.

Por Lucimar Araújo

Garrafas plásticas, baterias de

celular, embalagens de alimen-

to, restos de comida, e outros

compõem o elenco que atuam

nas lixeiras paulistanas. Sabe-

mos que o lixo que produzimos

não acaba ali, afinal não exis-

tem desintegradores mágicos

de matéria. Geralmente, tudo

o que descartamos é destina-

do para os aterros sanitários

ou lixões.

O problema é que estamos

produzindo lixo demais, e em

pouquíssimo tempo não ha-

verá mais lugar para despejá-

lo, além das graves conseqü-

ências que ele causa ao meio

ambiente.

Não há como não produzir lixo,

mas há formas para reduzir a

sua quantidade.

Page 8: Zong 1ª Edição

88

EC

O

AJ

UD

A

Preciclar nada mais é que pensar no que

se tornará lixo, antes de comprar. Parece

simples e lógico, mas não é o que acon-

tece na prática. Muito do que compra-

mos vem envolvido em embalagens que

quase sempre vão direto para a lixeira. Ao

adquirir algum produto, deveríamos dar

preferência àqueles com embalagens que

possam ser reutilizadas, como os copi-

nhos de requeijão, por exemplo.

1º R - Reduzir: usando métodos con-

scientes como o Preciclar, podemos di-

minuir consideravelmente a quantidade

de lixo.

2º R - Reutilizar: sejamos criativos, va-

mos dar utilidade a objetos que aparente-

mente não nos serve para mais nada, como

fazer vasinhos pra nossas plantinhas com

garrafas pet, ou usar jornais velhos para

fazer cestas artesanais.

3º R - Reciclar: tecnicamente, é trans-

formar algo usado em algo igual, só que

novo. Neste caso o que podemos e deve-

mos fazer é separar o que pode e o que

não pode ser reciclado para que tenham o

destino certo, seja em cooperativas ou nas

mãos de artesãos.

Preciclar e os “3R’S”

Page 9: Zong 1ª Edição

99

Podemos fazer diferente!

Quem nunca ouviu algo como: “não vou me

preocupar, afinal no futuro eu não estarei

vivo mesmo!”. Falas assim são usadas para

justificar a despreocupação em relação ao

lixo. Porém, as atitudes que tomamos hoje

refletem, sem dúvida, no futuro, mas têm

conseqüências também a curto prazo.

Nem todos os problemas que vivemos hoje

foram causados por esta geração. Muitos

atos dos nossos pais, avós e bisavós refle-

tem na condição de vida atual. Talvez na

época deles a informação não fosse de tão

fácil acesso como é hoje, mas não precisa-

mos ser assim. Temos acesso à informa-

ção, sabemos o que e como fazer para

evitar muitos problemas.

Observe quanto papel é jogado nas ruas

e parques, a bituca de cigarro nos pon-

tos de ônibus da Av. Belmira Marin, da Av.

Teotônio Vilela e outras ruas de nossos

bairros. Esses detritos duram anos para se

decompor.

O que muitos esperam de nós jovens, é a

construção de um mundo melhor. E um fu-

turo melhor é o resultado de um presente

mais responsável e consciente. Devemos

deixar uma herança mais agradável para

as próximas gerações.

Podemos começar aos poucos, pois cada

pequena e, aparentemente, inútil atitude

faz diferença.

Page 10: Zong 1ª Edição

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Se liga só...:O assunto pode até parecer chatíssimo,

mas não é! É importante sabermos de

coisas assim, por isso é legal buscarmos

informações que tenham uma linguagem

menos “chatona”!

Vale clicar... www.akatu.com.br – site bem

legal do Instituto Akatu, que traz informa-

ções sobre consumo consciente.

Assistir... “Ilha das flores”, dirigido por

Jorge Furtado, é um documentário que

aborda de uma forma divertida a mecânica

da sociedade de consumo.

Conhecer... Projetos que têm

como principio a reutilização

de materiais que parecem in-

utilizáveis como:

“Arte em pneus”, que faz

móveis, chaveirinhos, cestas e

outros tendo como matéria-

prima pneus. Contato: www.

arteempneus.com/arteemp-

[email protected]

”Dulcinéia Catadora”, projeto

que uni arte, literatura e pa-

pelão, dando a este uma nova

utilidade. Contato: dulcineia-

[email protected]

Page 11: Zong 1ª Edição

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MO

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A

1 1

MO

LD

AA modaque nos moldaPor Rodrigo Kenan e Vanessa Pedon

O que é moda? Uma pergunta

que nunca chegará a uma de-

finição e que continuará sendo

motivo de muita discussão e

debate.

Quando começamos a falar

de moda, logo vem em nos-

sa memória desfiles, mode-

los, glamour e dinheiro. Mas a

definição de moda vai muito

além do que se tornou clichê

na sociedade.

De uma forma negativa, cres-

cemos e aprendemos que

quanto mais vale sua roupa,

mais você se torna importante.

Page 12: Zong 1ª Edição

1 21 2

Ouvimos dizer que muitas pes-

soas compram tênis e roupas

de marca só para se exibirem

na escola ou nas festas.

Por vivermos em um mun-

do capitalista, a moda, assim

como a música, teatro, cine-

ma, etc., também faz parte da

ciranda do consumo.

Algo que se tornou não só um

motivo para classificar social-

mente, mas que é também

uma indústria que gera em-

pregos.

Temos que respeitar as pesso-

as por suas ações e não pela

aparência, usando roupas de

marca ou não, o que vale é ver

seu interior.

Quantas tendências, quantas

estações, quantas pessoas

querendo nos transformar em

artigo industrial, será que não

temos capacidade de escolha?

Page 13: Zong 1ª Edição

1 31 3

MO

LD

A

Não deixe que as pessoas te

moldem, faça você mesmo sua

moda. Não se torne escravo da

moda, mas use-a a seu favor.

Em todos os quatro cantos do

mundo, há um estilo diferente.

Faça o seu estilo, sem se pre-

ocupar com o que vão pensar

de você.

O que é moda?O que nos molda?

Estar na moda, simplesmente é ser você!

Page 14: Zong 1ª Edição

1 4

TR

AM

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Page 15: Zong 1ª Edição

1 5

Trabalho Formal

Forma de trabalho indicada pela maioria

de nossos pais. É forma conhecida pela

famosa carteira de trabalho. Neste tipo

de trabalho vários direitos estão garan-

tidos, além de benefícios como férias, dé-

cimo - terceiro salário, FGTS, aposenta-

doria, licença maternidade-paternidade,

seguro desemprego, entre outros.

Foi uma solução construída para garan-

tir um sustento mínimo para as neces-

sidades do trabalhador e de sua família,

frente ao capitalismo selvagem, voltado

a vida de consumo crescente. Há uma di-

Eu quero um trampo!Por Flávio Munhoz

Trabalhar...

Uma das maiores pre-ocupações da juven-tude nos dias de hoje. Em um mundo movido pelo consumo os jovens também querem parti-cipar, e para isso preci-sam de um trabalho.

Com o recente avanço da economia a busca por tra-balho passou a ficar mais fácil. Mas para a juven-tude isso continua sendo um dilema. Ter experiência anterior, qualificação pro-fissional adequada, entre-vistas, dinâmicas, entre outros requisitos, sempre foram motivos de tirar o sono da galera.

Mas em meio a esta ba-talha há um detalhe que poucas vezes é notado: buscar por trabalho for-mal ou optar pela infor-malidade? Para alguns parece que o importan-

te mesmo é se sentir empregado. Como há muito tempo de caminha-da na vida profissional, imagina-se que a preocupação do momento não deva ser essa. Um outro grupo prefere as garantias de uma cartei-ra assinada...

O que fazer??? A ZONG preparou um quadro comparativo buscando ajudar a juventude que quer estar em movimento, se liga só:

Page 16: Zong 1ª Edição

1 6

ficuldade para quem contrata, pois devido

ao grande número de encargos trabalhis-

tas o trabalhador custa para a empresa

“praticamente” o dobro do que recebe de

fato. Esta situação faz com que o salário,

normalmente, não seja tão alto.

Para driblar esta dificuldade houve o surgi-

mento dos autônomos. Pessoas que abrem

empresas “individuais” e prestam serviços.

Assim o custo trabalhista diminui significa-

tivamente. O tempo que se permanece tra-

balhando com registro serve como com-

provação de experiência anterior na busca

de um novo emprego.

Trabalho Informal

O trabalho informal é o tipo de trabalho

desvinculado a qualquer empresa, ou seja,

é o trabalho indireto onde não há vínculo

empregatício por meio de documentação

legalizada. Embora sem direitos ou garan-

tias do amanhã, para muitos foi a única sa-

ída. Esse tipo de trabalho teve grande cres-

cimento na década de 90 quando a crise

econômica, o aumento da competição e a

exigência de maior qualificação profissional

devido ao grande avanço tecnológico no

Brasil, fizeram com que as empresas bus-

cassem reduzir seus custos, consequente-

mente demitindo pessoas.

Como maneira mais fácil e honesta, as pes-

soas se tornaram trabalhadores informais

que apesar de não ter garantias e benefí-

cios, como férias, décimo ter-

ceiro salário, FGTS, licença ma-

ternidade-paternidade, seguro

desemprego e outros, conse-

guem o sustento da família

mantendo assim seu padrão

de vida. Nos tempos atuais, o

trabalho informal atinge apro-

ximadamente 50% da ocupação

dos brasileiros. A renda não é

fixa. Um dos principais proble-

mas enfrentados por quem tem

trabalho informal é que se ele

achar alguma coisa injusta em

seu trabalho ele nunca poderá

ir à justiça porque a justiça só

defende os direitos dos traba-

lhadores legais.

Estes são os dois formatos

básicos que se deve obser-

var na busca de um trabalho.

Além deles ainda é possível

buscar o empreendedorismo,

o famoso negócio próprio,

atuar em cooperativas e ou-

tras formas que discutiremos

em próximas edições.

Mas o importante mesmo é se

colocar em movimento, dentro

do seu perfil e de suas possibi-

lidades, na busca do seu sonho.

A ZONG torce por você e espera

ser sempre sua companheira

ajudando nas importantes es-

colhas juvenis... Fui!

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1 7

Page 18: Zong 1ª Edição

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EN

TO Truco na sala de aula

Jogar truco é prazeroso, mas existem controvérsas em relação ao local de se jogar

Por Jéssica Hernandez

Truco é um popular jogo de cartas que

teve origem na América do Sul. Em algu-

mas regiões possui regras e variações,

mas nunca muda o princípio. Uma dispu-

ta de três rodadas para ver quem tem as

cartas mais fortes. Pode ser jogado por

duas, quatro ou seis pessoas. Basta ter

um único baralho, para a alegria rolar sol-

ta!

O problema é que a galera jovem se em-

polga e joga truco na sala de aula, onde o

objetivo deveria ser estudar, porém hoje

em dia não é o que acontece em mui-

tas escolas. Alunos desrespeitam regras e

professores. Muitos abandonam os livros

e aderem as cartas e juram que conse-

guem conciliar.

O estudante Luís Eduardo, 17, é um deles,

“Consigo conciliar, só jogo quando termi-

no de fazer a lição. Além do mais, não tem

o que me agrade na aula, então jogo tru-

co”. Fernando,15, concorda, “Jogo truco

porque é divertido, os moleques jogam,

então eu jogo também, jogo quando a

matéria é chata, no tempo livre, quando

não tem lição!”

AlertaJogar truco é divertido e de-

sestressante, fonte de des-

contração e lazer, mas para

tudo há o momento certo, es-

cola é o lugar para se estudar.

Nossa educação está como o

trânsito: os carros estão cada

vez melhores. Os motoristas,

cada vez piores. O jogo abre

um debate para uma ques-

tão maior: o sistema de ensi-

no. Afinal o problema são os

alunos que não se interessam

pelas aulas? Os professores

que não se interessam em en-

sinar? O Estado que não for-

nece suporte? Ou seria tudo

isso e mais um pouco?

Jessica, 17, é estudante po-

rém não joga truco. “Na sala

de aula não é legal jogar tru-

co. Não tem como jogar truco

e prestar atenção na aula. É

impossível fazer as duas coi-

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1 91 9

sas ao mesmo tempo”. Ela faz

uma critíca também aos alu-

nos e professores, “ O aluno

não está nem aí, mas o pro-

fessor finge que não vê!”

Os professores da Escola Es-

tadual Clarice Seiko Ikeda Cha-

gas sabem que o problema do

truco é sério. Rosi professo-

ra de Português conta que é

possível acontecer de jogarem

truco na sala de aula e ressalta

que existem casos de alunos

que ameaçam professores. “Já

aconteceu com colegas meus,

deles tentarem negociar e o

aluno com muita ironia falar: O

que vc está fazendo aqui? Vai

dar sua aulinha”, diz. Rosi acre-

dita que a educação está em

crise e que as pessoas perde-

ram o rumo, “Os profissionais

da área da educação estão de-

cepcionados, os alunos veêm a

escola sem nenhum interessse

e incentivo, o professor não é

valorizado”, afirma.

A professora de História, Mô-

nica, tenta outra solução, se

impor. “Nas minhas aulas não

deixo de jeito nenhum o aluno

jogar truco, ou qualquer tipo

de jogo, me torno chata. O

professor deve se impor, tem

que ter o controle”, afirma.

José Roberto, professor de Ciências, se

decepciona quando se depara com este

tipo de situação. “O aluno acha que tem

a razão, mas é a vítima. Há professores

que deixam a desejar, se o aluno joga tru-

co na sala, a culpa é do professor que não

faz com que sua aula seja boa “, decla-

ra o professor, que arrisca uma possível

solução: “Diminuição de alunos na sala de

aula, porque com muitos alunos é difícil

se ter o domínio”.

Page 20: Zong 1ª Edição

RA

PI

DI

NH

AS

2 0

Ajudar os jovens a desenvolver

sua capacidade para o racio-

cínio moral para distinguir o

certo do errado, é uma tare-

fa difícil. Quando se pensa em

sexo na adolescência, as con-

versas, na maioria dos casos,

são destinadas a pornografia

e piadas. A falta de informação

que as pessoas, no começo

de sua vida sexual, tem, pode

causar diversos problemas

como DSTs, gravidez precoce

e até mesmo casos de aborto,

que afeta a saúde da menina.

Praticamente, a única orien-

tação que os jovens recebem

vem da televisão, de novelas,

dos ídolos populares e de co-

legas. Os jovens estão confu-

sos e vivem sua sexualidade

sem tabus. É uma sexualidade

cada vez mais desligada do

amor e do compromisso. Sexo

na adolescência deveria ser

baseado na liberdade e não

no medo, no amor e principal-

mente na responsabilidade.

Fomos em busca de opiniões

dos jovens da periferia para

que possam se expressar em

relação a um assunto polêmi-

co: a Virgindade.

Por Jéssica Hernandez e Jeldean AlvesIlustração por Mauricio Abelha

Page 21: Zong 1ª Edição

2 1

“Para meninas, por exemplo, com faixa etária de 13 a 14 anos, nos dias atuais, ser virgem é ser careta, já que não se valorizam.” K.C- 17 anos “Virgindade não é careta, hoje é raro encontrar, meninas de 13 a 15 anos virgem.” M.C.L-17 anos

“Eu levo a virgindade a sério e respeito, pois ser virgem é único, deve ser feita a escolha certa, para depois não haver arrependimento.” G.N – 18 anos

“È uma questão pessoal, isto varia de mulher para mulher. A menina vai com a pessoa certa e quando estiver segu-ra.” R.F.A – 19 anos

“Mulher virgem para mim, é uma pessoa que sabe se guardar e sabe que tem um valor. “ R.F.E- 20 anos

“Varia de pessoa para pessoa, o im-portante é não se deixar influenciar por ninguém, respeitar o seu momen-to, esperar a pessoa e o lugar certo.” C. P. - 27 anos

Virgindade nos dias atuais é levada a sério ou é careta?

Quando é o momento certo para ter a primeira relação?

“O momento certo é quando a pessoa se sentir bem. Se sentir bem com ela mesma, tem que existir con-fiança e amizade. Não é necessário se guardar até casamento.” L.R.F- 19 anos

“Na primeira vez tem que haver entre a menina e seu companheiro, respeito, liberdade e amizade, se preve-nindo e tendo juízo, não há problema.” K.C – 17 anos

“Não existe o momento certo, existe a pessoa cer-ta, apesar de que o correto é esperar até o casa-mento, mas não é o que acontece, se há amor e respeito, qual é o problema? Se prevenindo..” J.T- 17 anos

“A grande maioria das mulheres que são virgens, quando tem a 1ª relação, se apaixonam por isso pre-firo mulheres experientes” G.N – 17 anos

“Quando os dois se acharem maduros o suficiente para iniciar a vida sexual. É preciso ter uma idade adequada também, não dá pra atropelar as fases. Os dois têm que saber se cuidar, usar preservativo, procurar um ginecologista, enfim fazer tudo com segurança. É importante haver confiança e amor entre os dois. V. C. – 24 anos

De acordo com o sexólogo Jair Maciel Figueiredo, existe um modismo entre os adolescentes, “A moda agora é dar (ter relação sexual) para todo mundo”, mas esse não é o caminho da felicidade. A idade aconselhável para começar a ter relações sexuais, segundo o sexólogo é a partir dos 16 anos, quando os órgãos estão formados.

Ele aconselha ainda, que meninos e meninas procu-rem profissionais para dar orientações iniciais sobre a sexualidade.

A Zong oferece a você leitor um espaço para que possa tirar dúvidas ou comentar esse tema. O nosso e-mail é : [email protected]

Page 22: Zong 1ª Edição

2 2

P

AS

SE

AR Cursos de teatro, grafite e vio-

lão que cabem no seu bolso!

HUMBALADA é um grupo teatral que de-

senvolve oficinas de teatro (grátis), grafi-

te e violão para jovens, no Espaço Cultural

Humbalada. Aproveite a oportunidade, já

que está pertinho de você!

HUMBALADA – uma bagunça organizada

O grupo tem quatro anos de existência,

teve início a partir de um projeto da prefei-

tura – teatro vocacional na casa de cultura

de Interlagos. A palavra Humbalada signi-

fica bagunça.

Atualmente o grupo é formado por três

atores, que em sua trajetória já realizaram

os seguintes espetáculos: “O filho mudo

do fazendeiro”, “Em busca da felicidade” e

“Cidadão perfeito”. Sua próxima peça, “O

menino sem imaginação”, está em fase fi-

nal, em breve estará em cartaz para toda

comunidade.

“HUMBALADA - venha fazer parte dessa

bagunça!”

Local: Avenida Lourenço Cabreira, 197 –

Jardim Colonial. Horário de atendimento:

Terça, quarta e quinta das 14h as 17h30.

E-mail: [email protected]

Tel.: 7309-6101/ 85785424

Page 23: Zong 1ª Edição

2 3

Mais que livros!

A Biblioteca Belmonte e a Biblioteca Prefeito Prestes Maia têm muito mais do que uma grande quantidade de acervos.

Programação: a Biblioteca Bel-monte tem a programação per-manente, que ocorre nos perí-odos, manhã, tarde e noite, em horários diversos, que disponibi-liza leitura, contação de história, saraus, oficinas de violão, teatro vocacional e xilogravura, para o publico de todas as idades.

Há também a programação de cultura popular, que varia a cada mês, abrange shows, palestras, oficinas, teatro, documentários e apresentações de música e dança popular.

Local: Rua Paulo Eiró, 525 – Santo Amaro. Horário de aten-dimento: De Segunda a Sexta das 8h às 17h, Sábado das 9h às 16h. Telefone: 5687-0408/ 5691-0433

A Biblioteca Prefeito Prestes Maia tem a programação per-manente que disponibiliza lei-tura, tele centro, oficinas de teatro vocacional, exposições e palestras para jovens e adul-tos. Conta também com acervo em Braille.

Local: Avenida João Dias, 822 – Santo Amaro. Horário de

atendimento: De Segunda a Sexta das 8h às 17h, Sábado das 9h às 16h. Telefone: 5687-0513

SESC – “Muito mais que um es-paço verde!”

A unidade SESC INTERLAGOS é um espaço

amplo, com áreas que possibilitam a rea-

lização de diversas atividades, para todos

os públicos e, você paga um preço bacana

para se divertir muito. Em seu interior en-

contramos parte da represa Billings, mata

Atlântica e algumas trilhas.

Pra quem curte práticas esportivas, há es-

paços como o conjunto aquático com três

piscinas abertas, quadra de basquete, vôlei,

tênis, futebol, poli – esportiva coberta, além

do campo esportivo aberto. Há espaços cul-

turais como a sala de leitura, com jornais,

revistas, computadores com acesso a in-

ternet livre (grátis) e sala de jogos de mesa.

São oferecidas também, atividades de Ioga,

caminhada, recreação monitorada e teatro,

há cursos de futebol e tênis para crianças e,

para adultos, corrida e futebol.

Local: Avenida Manuel Alves Soares, 1100

Interlagos. Telefone: 5662-9500

E-mail: [email protected]

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Funk: o ritmoque dominou geralPor Natália Pereira e Rodrigo Kenan

Você já deve ter escutado:

“creu, creu”, ou, ”é som de

preto de favelado, mas quan-

do toca ninguém fica parado”.

Pois é, esse ritmo é o funk, e

tem causado alvoroço, no nos-

so país e em outros também.

Porém o que poucos sabem

que o funk de raiz é caracte-

rístico dos nortes americanos,

mostrados a todos pela voz de

James Brown. Surge na década

de 30, mas é na década de 70

e 80 que as favelas do Rio de

Janeiro começam a “bombar”

com o ritmo envolvente e as

batidas rápidas que não dei-

xam ninguém parado.

No entanto há o lado negati-

vo, o motivo de inúmeras dis-

cussões levantadas quanto

ao ritmo, por conter músicas

que influenciam a banaliza-

ção do sexo, a violência e o

uso de drogas.

O pior é que acaba agradando a popula-

ção, sobretudo, a mais jovem. “Acho que

as pessoas gostam por causa da cultura

brasileira, por ser um ritmo dançante, da

batida, dos batuques”, diz a estudante

Nicole Nascimento, 22.

Contudo os anos se passaram e a batida

sofreu influências da tecnologia, surge

uma nova profissão: o Dj, que traz ainda

mais jovens para os bailes.

“O que envolve o jovem é, principalmente,

a batida que não precisa de coreografia,

pois anima a galera, mas com certeza irá

passar e virá outro ritmo que contagiará”,

analisa a estudante Jéssica Thais, 17.

Ela ainda levanta outra questão, “não são

só pobres que escutam funk, ricos tam-

bém ouvem”, diz.

A Jéssica tem razão, o funk desceu os

morros e conquistou a classe média e

alta da sociedade, abrindo grande espaço

para esse tipo de produção musical, que

abrange vários profissionais, e agita mui-

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“Eu acho que o funk é um estilo de música

muito perverso que induz os jovens a fa-

zer coisas erradas!” Raquel Fabrício, 17.

“Eu não gosto do funk! Porque esse

funk que é apresentado aqui no Bra-

sil é um funk marginalizado, não é o

autentico funk, ele tem um contexto

aqui no Brasil, muito de apelo sexual e

o verdadeiro funk não é de apelo se-

xual, ou seja, ele foi desvirtuado, por

isso que eu não gosto do funk aqui do

Brasil.” Claudinei Ferreira, 31.

“Na minha opinião o funk é uma música

que não me agrada, acho as letras uma

pouca vergonha!” Marcel Oliveira, 16.

“...Hoje nós temos o funk, só que com

uma nova roupagem, trabalhando a

batida da música, quanto a instigação

mesmo do adolescente, só que o ado-

lescente hoje não se preocupa tanto

com essa letra de protesto, tá mais preo-

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MO tas casas noturnas. O funk também traz revelações como Claudinho e Bu-

checha e o Dj Malboro, que hoje já se apresenta por toda a Europa. Podemos

dizer que esse ritmo já “dominou geral”.

cupado com a batida, com a insti-

gação que a música traz para o seu

dançar, não tanto na letra, porque

se alguns prestarem atenção, ela

está um pouco desvirtuada!” Sônia

Regina, 45.

“O funk como qualquer movimen-

to cultural é bárbaro, mas eu acho

que as letras de funk são muito

obscenas, não são válidas como

crítica social e acredito que mui-

tas pessoas que freqüentam baile

funk, vão mais para se divertir e

passar a noite com alguém, do que

propriamente ouvir a música, por-

que sinceramente a letra é um lixo,

eu odeio o funk e não me atrai em

nada!” Adriano Ronchesi, 17.

Page 27: Zong 1ª Edição

O garotinho pergunta ao pai:

- Papai o que é política?

O pai responde:

- Bom meu filho, vou te dar como exemplo a nossa casa: eu ponho dinheiro

dentro de casa, então sou o poder econômico; sua mãe administra tudo, ela é

o governo; a nossa empregada é a classe trabalhadora; você, que é comanda-

do por nós, é o povo; e seu irmãozinho é o futuro do país.

O garotinho pensa, coça a cabeça e diz:

- É papai, acho que não entendi.

Após a conversa foram dormir. De madrugada o garotinho acorda com os ber-

ros do seu irmãozinho e ao olhar percebe que o bebê está todo cagado. Vai ao

quarto dos pais e só encontra a mãe que dormia com sono bem pesado, vai ao

quarto da empregada que estava trancado e ao olhar pela fechadura vê o seu

pai em cima da empregada. Depois de tudo, o garoto foi dormir.

No dia seguinte, no café da manhã o garoto diz ao pai:

- Papai, eu entendi o que é política.

E o pai empolgado:

- Então me conta filho.

E o garoto:

- Enquanto o poder econômico fode a classe trabalhadora, o governo dorme

profundamente, ninguém escuta o povo e o futuro do país está na merda.

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Aprendendo Política em Casa

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