1 - produÇÃo didÁtico pedagÓgica · essenciais para aumentar a produtividade ... não se pode...
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1 - PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
PARANÁGOVERNO
DO
ESTADO
FICHA CATALOGRÁFICA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
PROFESSOR PDE 2010
Titulo: Trabalhando a importância dos solos. Quando a
produção de alimentos corre perigoAutor: Hedylamar Gonçalves de AlmeidaEscola de Atuação: Colégio Estadual Dr Ubaldino do Amaral. EFM.Município da escola: Santo Antônio da Platina – PRNúcleo Regional de Educação:
Jacarezinho - PR
Orientador: Drª Christiane Luciana da CostaInstituição de Ensino Superior:
Universidade Estadual do Norte do Paraná –
UENP Disciplina/Área: CiênciasProdução Didático-pedagógica:
Unidade Didática destinada aos professores
Relação Interdisciplinar: Língua portuguesa; Geografia Público Alvo: Alunos da 5ª série.Localização: Rua Cel. Capucho, 907; CentroApresentação: Dos solos dependem os alimentos essenciais, a
matéria prima que mantém em atividades as indústrias, além de milhares de artigos de uso diário. Em todo o planeta existe a necessidade imperiosa de ajustar devidamente a agricultura às condições do terreno, isto é, de usar previdentemente o solo e a água não só para aumentar a produção por hectare, como também para legar às gerações futuras uma economia sã. O conhecimento e a conservação do solo são essenciais para aumentar a produtividade conservando nele as suas características naturais de fertilidade. A maneira de conscientizar os alunos sobre a importância do solo é a partir da compreensão perfeita dos princípios fundamentais da conservação do mesmo: a necessidade de conhecimentos sobre a ação humana nos solos agrícolas, considerando que este é um fator
determinante que influência a produção mundial de alimentos e o nosso Estado se destaca pela agricultura diversificada. Tem-se como objetivo compreender a relação entre a produção agropecuária moderna e a as alterações físicas e no ciclo de vida (biota) que se desenvolve no solo; reconhecer que a ação do homem é o fator mais importante de alterações dos solos; demonstrar que os elementos naturais estão integrados, repercutindo uns sobre os outros; destacar os modelos de práticas agrícolas como responsáveis pela perda de extensões significativas dos solos produtivos; e colocar em discussão a realidade da produção de alimentos.
Palavras-chave: Solo. Agricultura. Alimentos.
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TRABALHANDO A IMPORTÂNCIA DOS SOLOS. QUANDO A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS CORRE PERIGO
Terra Tombada Chitãozinho e Xororó
É calor de mês de agosto, é meados de estaçãoVejo sobras de queimada e fumaça no espigãoLavrador tombando terra, dá de longe a impressãoDe losângulos cor de sangue desenhados pelo chão
Terra tombada é promessa, de um futuro que se espelhaNo quarto verde dos campos, a grande cama vermelhaOnde o farto das semente faz brotar de suas covasO fruto da natureza cheirando a criança nova
Terra tombada, solo sagrado chão quenteEsperando que a semente, venha lhe cobrir de florTambém minha alma, ansiosa espera confianteQue em meu peito você plante, a semente do amor
Terra tombada é criança, deitada num berço verdeCom a boca aberta pedindo para o céu matar-lhe a sedeLá na fonte ao pé da serra, é o seio do sertãoA água, leite da terra alimenta a plantação
O vermelho se faz verde, vem o botão vem a florDepois da flor a semente, o pão do trabalhadorDebaixo das folhas mortas, a terra dorme seguraPois nos trará para o ano um novo parto de fartura
1. SOLO
Dos solos dependem os alimentos essenciais, a matéria prima que
mantêm em atividades as indústrias, além de milhares de artigos de uso diário.
Em todo o planeta existe a necessidade imperiosa de ajustar devidamente a
agricultura às condições do terreno, isto é, de usar previdentemente o solo e a
água não só para aumentar a produção por hectare, como também para legar
às gerações futuras uma economia sã. O conhecimento e a conservação do
solo são essenciais para aumentar a produtividade conservando nele as suas
características naturais de fertilidade.
Para evitar confusão quando se emprega a palavra “solo”, Moraes;
Campagna; Santos (2010) observam que se deve empregar a palavra “solo”
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onde são realizadas atividades diversas, constrói-se, planta-se e retira-se
minerais. Entretanto, são
diversas as definições de solo,
conforma o enfoque desejado.
O solo é o resultado de
algumas mudanças que
ocorrem nas rochas. Estas
mudanças são bem lentas,
sendo que as condições
climáticas e a presença de
(Fonte:agencia.cnptia.embrapa.br). seres vivos são os principais responsáveis pelas
transformações que ocorrem na rocha até a formação do solo. Calcula-se que
cada centímetro do solo se forma num intervalo de tempo de 100 a 400 anos!
Os solos usados na agricultura demoram entre 3000 a 12000 anos para
tornarem-se produtivos.
Lima et al. (2010, p.1), observam também, que o solo é um componente
fundamental do ecossistema terrestre pois além de ser o principal substrato
utilizado pelas plantas para o seu crescimento e disseminação, fornecendo
água, ar e nutrientes, exerce, também, multiplicidade de funções como
regulação da distribuição, escoamento e infiltração da água da chuva e de
irrigação, armazenamento e ciclagem de nutrientes para as plantas e outros
elementos, ação filtrante e protetora da qualidade da água e do ar.
SAIBA MAIS
O solo além de sustentar o crescimento de plantas, também sustenta a vida animal. Nele, roedores, tatus e outros animais fazem buracos que constituem verdadeiros túneis também chamados de popularmente de “tocas”. Ao criar buracos, esses animais permitem que materiais das camadas mais próximas da superfície do solo se misturem com camadas mais profundas até onde os túneis se estendem. Da mesma maneira, durante a excavação (sic), materiais das camadas profundas são depositados na superfície provocando uma mistura então de materiais oriundos de diferentes profundidades.Minhocas, cupins e formigas também possuem papel importante nessa movimentação de materiais de diferentes horizontes do solo. Por exemplo, cupins e formigas constroem montículos (formigueiros e cupinzeiros) transportando material de um horizonte para outro tornando o solo mais uniforme (SALEM, 2010, p.1).
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ATIVIDADEPesquisar porque as formigas, minhocas e cupins são importantes para o
solo.
A conservação do solo
exige que cada hectare de terra
seja utilizado de acordo com as
suas necessidade e
possibilidades. Um dos primeiros
passos é um levantamento das
condições físicas das terras, que
forneça os dados para a
classificação segundo a capacidade-uso. (Fonte:quentalbiologico.wordpress.com).
ATIVIDADEa) Quais os tipos de solo paranaense, e quais que predominam em sua
região?
2. SOLO AGRICULTÁVEL
AGRICULTURA No período Paleolítico (500.000 a.C. a 1.000 a.C.), o homem ainda não conhecia a agricultura e a domesticação de animais e a subsistência era garantida com a coleta de frutos e raízes, além da pesca e da caça bastante diversificada de animais, tais como ursos, rinocerontes elefantes, renas, cavalos, mamutes, entre outros. Para isso, empregavam-se instrumentos rudimentares, feitos de ossos, madeira ou lascas de pedra.A escassez de alimentos e a hostilidade do meio ambiente obrigavam os grupos humanos a viver como nômades. A migração de animais e seres humanos também foi estimulada pelas profundas mudanças climáticas e ambientais que aconteceram naquele período.Assim, os homens primitivos foram ocupando as diversas regiões do globo. Enquanto andavam de um lugar para outro, foram percebendo que as sementes que caíam sobre a terra multiplicavam suas colheitas em poucos meses. Tornaram-se agricultores e, com isso, trocaram a vida nômade pela vida em pequenas aldeias. A abundância de cereais em algumas regiões, especialmente de aveia, trigo e cevada iniciou o processo de desenvolvimento agrícola pelos povos antigos. (RECINE; RADAELLI, [199 –]p.1)
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Os fatores que servem para distinguir uns solos dos outros são os que
indicam o conjunto de práticas e medidas necessárias para uma agricultura
prudente e duradoura. Esses fatores principais são: suscetibilidade à erosão,
declividade, drenagem natural, permeabilidade, risco de inundação e, em
alguns poucos casos, fertilidade natural.
ATIVIDADESa) Quais os produtos produzidos nos solos paranaense segundo suas
regiões?
b) O que significa “”terra roxa” e sua relação com a expansão do Norte
Pioneiro paranaense?
Por outro lado, não se pode desconsiderar o papel da agricultura no
processo de degradação do solo.
Durante as décadas de 60 e 70 ocorre um intenso processo de
modernização das atividades agrícolas com base no “paradigma da Revolução
Verde que designava o conjunto de esforços realizados para incrementar a
produção agrícola [...] e utilização de técnicas agrícolas modernas como
fertilizantes, agrotóxicos e irrigação, a intenção era de aumentar a produção e a
produtividade [...]” (NAVARRO apud FERREIRA, 2010, p.1).
Dessa forma a modernização da agricultura brasileira passa a incorporar
novos padrões tecnológicos no espaço rural, uma espécie de tentativa de
romper com as práticas tradicionais de cultivo agrícola, procurando integrar as
famílias e/ou agricultores rurais a novas formas de racionalidade produtiva.
A outra condição é mais intuitiva. Para que ocorram grandes perdas de
solo, condição previamente mencionada. Para o autor acima, desse modo,
aliando-se a situação em que o solo está descoberto ou pouco coberto (plantas
ainda pequenas, isto é, pouco desenvolvidas) com chuvas fortes a moderadas
são os requisitos básicos para haver grandes perdas de solo por erosão. Nesse
sentido, o uso práticas de manejo de solo que não revolvam o mesmo
significativamente como ocorre no plantio convencional, proporciona proteção
do solo.
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As grandes perdas de solo
em áreas agrícolas ocorrem
quando há uma combinação
de condições. A primeira
delas consiste no solo ter
pouca ou nenhuma
cobertura. Geralmente, essa
situação acontece entre o
preparo do solo (aração e
(Fonte:pi.gov.br) gradeamento) até o estabelecimento da cultura plantada. Isso
ocorre devido ao fato do solo estar muito exposto e suscetível aos efeitos
negativos das gotas de chuva, ou seja, o efeito de favorecer a erosão. O
solo recém preparado está com terra "fofa" na superfície e com agregador
muito pequenos. Isso facilita a ação de carregamento ( transporte) de terra
por ação da água. (SALEM, 2010, p.2).
Assim, nessas situações em que o solo estaria descoberto, a
aplicação de resíduos vegetais que cubram o solo bem como o uso do cultivo
mínimo, podem aumentar substancialmente a proteção do mesmo, evitando
problemas ambientais tais como assoreamento de rios e degradação do solo.
Esta última tem consequência direta sobre a produtividade agrícola, pois um
solo degradado, certamente, produz menor quantidade de alimentos que um
solo bem conservado.
A modernização da agricultura se caracterizou como um processo induzido, que ocorreu a partir do avanço da ciência e da tecnologia moderna que introduziu novas formas de produção que resultaram no aumento da produtividade e na baixa quantidade de mão-de-obra, mas é preciso apontar que nem todos os agricultores de um país adotam as mesmas técnicas […]. (Fonte:valley-pt.com)(ABROMOVAY apud FERREIRA, 2010,p.10)
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Como recurso natural dinâmico, o solo é passível de ser degradado em
função do uso inadequado pelo homem, condição em que o desempenho de
suas funções básicas fica severamente prejudicado, o que acarreta
interferências negativas no equilíbrio ambiental, diminuindo drasticamente a
qualidade vida nos ecossistemas, principalmente naqueles que sofrem mais
diretamente a interferência humana como os sistemas agrícolas e urbanos.
ATIVIDADESa) O aumento da produtividade está diretamente ligada não somente ao uso
da tecnologia mas também na utilização em larga escala de inseticidas e
pesticidas. Faça uma pesquisa sobre esse assunto e produzam uma tabela
dividida em duas colunas: de um lado, os benefícios “alegados” para o uso e
de outro os malefícios causados a longo prazo.
Por outro lado, é preciso considerar também a interferência da poluição
na alteração dos solos, como por exemplo: a chuva ácida é uma das principais
conseqüências da poluição do ar. As queimas de carvão ou de derivados de
petróleo liberam resíduos gasosos, como óxidos de nitrogênio e de enxofre. A
reação dessas substâncias com a água forma ácido nítrico e ácido sulfúrico,
presentes nas precipitações de chuva ácida.
QUANDO A IRRIGAÇÃO É UM PROBLEMAPara tornar solos áridos em cultiváveis, é necessário lançar mão de irrigação,
porém, o grande dreno no suprimento de água fresca é a irrigação, responsável
por 70% do uso desse líquido. A irrigação é essencial na maioria das fazendas
com alta produtividade, mas muitos aqüíferos que abastecem culturas irrigadas
estão sendo esvaziados com maior rapidez que a chuva é capaz de
reabastecê-los. Além disso, quando fazendeiros ligam torneiras a aqüíferos
fósseis, que armazenam água antiga em rochas impermeáveis à chuva, estão
minando um recurso não renovável. Bombear de poços cada vez mais
profundos é problemático também de outra maneira: consome muita energia.
Em alguns estados da Índia, metade da eletricidade disponível é usada para
bombeamento de água (BROWN, 2009, p.10).
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Da mesma forma, os poluentes do ar são carregados pelos ventos e
viajam milhares de quilômetros; assim, as chuvas ácidas podem cair a grandes
distâncias das fontes poluidoras, prejudicando outros países.
ATIVIDADESa) Pesquisar o que são chuvas ácidas.
O solo se empobrece e a vegetação fica comprometida. A acidificação
prejudica os organismos em rios e lagoas, comprometendo a pesca.
Monumentos de mármore são corroídos, aos poucos, pela chuva ácida.
Portanto, conhecer o solo, suas possibilidades e limitações
proporcionam um olhar mais abrangente sobre a própria relação com o meio
ambiente.
3. SOLOS URBANOS
De acordo com Peixoto (2010), dentre os problemas mais comuns,
pode-se citar a construção inadequada em áreas de grande e pequena
declividade, como as terraplanagens, os aterros a retificação de leitos de rios,
as barragens, dentre outros.
Algumas consequências dessas alterações é a erosão do solo, a
desertificação, as enxurradas, a perda de terras agricultáveis, a alteração do
equilíbrio dos ecossistemas, dentre outras.
Uma área degradada pode ser reabilitada tornando-se novamente
habitada para diversas funções. A lei prevê, na maioria dos casos, que o
investimento necessário à recuperação ou reabilitação seja assumida pelo
agente degredador.
A atividade humana gera impacto
ambiental que repercute nos meios
físicos-biológicos e sócio-econômicos,
afetando com isso todos os recursos
naturais, podendo causar desequilíbrios
ambientais no ar, nas águas, no solo e
(Fonte: tarefaescolares.blogspot.com) no meio sócio-cultural, algumas das formas
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mais conhecidas de degradação física erosão no caso de solos a poluição e a
contaminação do solo.
Toda a riqueza de soluções, de concepções de mundo de vida em
sociedade, presente, bem como em suas histórias, constitui-se igualmente num
patrimônio que interessa a toda a humanidade conservar.
No ambiente urbano das médias e pequenas cidades, a escola, além de
outros meios de comunicação, é responsável pela educação do indivíduo e
consequentemente, da sociedade, uma vez que há o repasse de informações,
gerando com isso, um sistema dinâmico e abrangente para todos.
ATIVIDADESa) Se organizem em grupo, e façam uma pesquisa no seu município
procurando descobrir área que antes eram destinadas à produção de
alimentos e atualmente foram “tomadas” pela urbanização. Pesquisem na
prefeitura, entrevistem pessoas mais antigas, procurem fotos.
5. EXISTE UMA “CRISE DE ALIMENTOS” EM CURSO ?
O crescimento das populações humanas aumenta terrivelmente a
gravidade dos problemas que a Terra já enfrenta, principlamente a questão
dos alimentos, mais bocas para nutrir - Implicando maior produção de
alimento e, portanto, necessidade crescente de terras agriculturáveis, às
custas de mais desmatamento. “Hoje, o planeta perde um hectare de solo
aproveitável para a agricultura a cada 8 segundos. Buscar um aumento na
eficiência da produção de alimentos, através de maior mecanização da
agricultura, levaria à degradação maior do solo” (PEIXOTO, 2010, p.2). Além
disso, a utilização intensiva de adubos e pesticidas aumentaria a poluição do
solo e dos lençóis de água.
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COMER, COMER...
A alimentação é essencial para o homem
desde o nascimento. É da alimentação
que ele retira os nutrientes necessários
ao funcionamento do organismo, ou seja,
à vida. Esses nutrientes estão nas
carnes e nos vegetais e a química
orgânica se encarrega (Fonte:
otrapaceiroblogspot.com) de transformá-los e distribuí-los de maneira que eles
sejam úteis ao nosso organismo. A história da alimentação é antiga. Acredita-
se que o homem teria começado a se alimentar de frutos e raízes após
observar o comportamento de outros animais. Depois, teria passado a
consumir carne crua e moluscos in natura. Mais tarde, aprendeu não se sabe
como, a assar e cozinhar. Descobriu a cerâmica, terras e povos distintos e
realizou inúmeras experiências com alimentação, até chegarmos aos dias de
hoje, onde contamos com uma ciência especializada
no assunto: a Nutrição. (RECINE; RADAELLI, [199 –] p1).
De acordo com Barquet (2010), população mundial vem crescendo
assustadoramente, como consequência dos avanços tecnológicos e
científicos. Por exemplo, os índices de mortalidade têm reduzido graças às
grandes descobertas da ciência médica; o uso de pesticidas que mantém o
controle de mosquitos transmissores de doenças; os serviços de atendimento
médico, ainda que precários, estão em constante desenvolvimento. Todos
esses fatores levam à duplicação da população, em vista dessa situação
deveria haver uma demanda de alimentos e solo para suprir as necessidades
de uma população maior, é exatamente isso que não tem acontecido. As áreas
cultiváveis estão se esgotando, e a ameaça à inanição nunca foi maior do que
em qualquer época anterior. “A falta de alimentos atinge o mundo inteiro, e um
dos principais fatores da subnutrição é a falta de solos aráveis”. (BARQUET,
2010, p.1).
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SAIBA MAISCentenas de milhões de novos consumidores que antes viviam numa
economia de auto-suficiência, que atualmente estão nos mercados urbanos,
com poder de compra mais elevado, e que consomem maiores quantidades
de grãos e até carne. Nos países ocidentais, a produção de biocombustível
(etanol) à base de milho causa falta desse alimento para a população e para
a produção pecuária. (RATTNER, 2008, p.1).
ATIVIDADESa) em grupo, façam uma pesquisa sobre a Teoria de Malthus e justifiquem se
concordam ou não com ela.
A análise e interpretação das informações sobre a “crise de alimentos”, ou
melhor, da “segurança alimentar”, na conjuntura e no contexto histórico atual
exigem uma abordagem sistêmica e interdisciplinar. Diagnósticos
convencionais baseados em um raciocínio linear, cartesiano, não permitem o
entendimento de toda a complexidade dos problemas, dos diversos atores e
de seus interesses conflitantes, que caracterizam o cenário atual nacional e
internacional. ( RATTNER, 2008, p.1).
Pode-se ilustrar tal pensamento, conforme escreveu Rattner (2008), a situação
da crise de alimentos e a indisponibilidade de áreas para agricultura levou,
Quarenta e oito países impõem controle de preços, subsídios aos
consumidores e restrições à exportação de grãos para assegurar a cesta
básica de alimentos às camadas mais pobres de sua população. A inflação
de um conjunto de produtos básicos – aço, fertilizantes, resinas e sementes -
leva a um aumento contínuo dos preços de commodities. No fim da cadeia
produtiva, isso resulta em aumento dos preços dos alimentos. [...]. Por outro
lado, o aumento contínuo do preço do petróleo repercute nos custos de
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insumos básicos para a lavoura, tais como fertilizantes, defensivos,
maquinários e também sementes. Como conseqüência, expande-se um
círculo vicioso de inflação contaminando todo o sistema produtivo e
aumentam as pressões para a incorporação de terras virgens à produção de
alimentos. [...]. Outro empecilho para o aproveitamento de terras virgens é o
custo da terra, que aumentou significativamente nos últimos anos, junto com
os preços de insumos, como fertilizantes, sementes, máquinas e agrotóxicos,
que sofrem pressões constantes pelo aumento da demanda. (RATTNER, p.1-
2)
TEXTO 1Ansiosas por assegurar futuros suprimentos de grãos, várias nações estão
silenciosamente fazendo acordos com países produtores, visando garantir a
atividade agrícola nos territórios. A prática deixa mais escasso o fornecimento
a outras nações importadoras e eleva preços. Alguns exemplos:China:
procura alugar terras na Austrália, Brasil, Birmânia (Mianmar), Rússia e
Uganda. Arábia Saudita: procura terra agriculturável no Egito, Paquistão,
África do Sul, Tailândia, Turquia e Ucrânia. Índia: empresas do agronegócio
buscam terras cultiváveis no Paraguai e Uruguai. Líbia: aluga 100 mil
hectares na Ucrânia em troca de acesso aos seus campos de petróleo.
Coréia do Sul: busca firmar acordos sobre terras com Madagáscar, Rússia e
Sudão. (BROWN, 2009, p.11).
TEXTO 2FAO alerta para risco de nova crise mundial alimentar
[...] O aumento nos preços globais de gêneros alimentícios básicos eleva o
risco de que a crise alimentar de 2007-2008 em países em desenvolvimento
se repita, disse nesta segunda-feira o comandante da Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO na sigla em inglês).
Um salto nos preços do petróleo e o rápido consumo dos estoques globais de
cereais poderiam ser um prenúncio da crise de abastecimento, disse o diretor
geral da FAO, Jacques Diouf, à Reuters, em entrevista durante uma visita aos
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Emirados Árabes Unidos.
"A alta dos preços aumentam as preocupações e estamos reduzindo
rapidamente os estoques", disse. "Durante anos temos alertado que é preciso
maior produtividade e investimento em agricultura."
O índice de preços alimentares da ONU de fevereiro aumentou pelo oitavo
mês consecutivo, para o maior nível desde, pelo menos, 1990. Todos os
grupos de commodities, exceto o açúcar, aumentaram no último mês.
Diouf dizia, até alguns meses atrás, que os estoques globais de cereais
estavam em níveis mais saudáveis que os restritos estoques que
desencadearam a crise em 2007 e 2008.
Em julho passado, os níveis de estoque estavam em um total de 100 milhões
de toneladas acima que os de 2007, mas o rápido crescimento econômico em
países em desenvolvimento e um retorno ao crescimento em países
altamente industrializados, levaram a novas reduções.
Alguns países no norte da África e no Oriente Médio fizeram grandes
compras de grãos para evitar aquele tipo de conflito, em parte estimulada
pelos preços dos alimentos, que derrubou os líderes da Tunísia e do Egito.
A Coreia do Sul está buscando construir uma estratégia de reserva de grãos
e planeja comprar cargas de milho e outras mercadorias, em esforço similar
ao de outras nações asiáticas, preocupadas com os altos preços dos
alimentos e com os conflitos sociais.
Em dezembro, o México comprou milhares de toneladas de milho no mercado
futuro, para se proteger de altas dos preços de tortillas, que provocou
confrontos nas ruas em 2007.
"É algo racional de se fazer, para se proteger", disse Diouf.
O recente aumento dos preços do petróleo, que subiu para cerca de US$ 120
o barril no mês passado, está exacerbando os aumentos nos preços dos
alimentos, que podem afetar a habilidade dos países em desenvolvimento de
cobrir suas necessidades de importação, disse Diouf. Os preços do petróleo
têm impacto nos custos de transporte e insumos agrícolas, incluindo
fertilizantes.
A FAO pediu aos países desenvolvidos que reexaminem suas estratégias de
biocombustíveis --que incluem amplos subsídios-- uma vez que estes têm
desviado 120 milhões de toneladas de cereais de consumo humano para
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produção de combustível.
"Estamos aconselhando os países membros a revisitarem suas políticas",
disse Diouf. "Contar com mais energia renovável não significa que você
precisa produzir mais biocombustível."
Países desenvolvidos dão US$ 13 bilhões anualmente em subsídios e
proteção, para encorajar a produção de biocombustíveis, disse Diouf. Nos
Estados Unidos, os estoques de milho chegaram a mínimas de 15 anos,
enquanto maiores parcelas da safra são utilizadas na produção de etanol.
Evitar outra crise alimentar depende dos rendimentos da safra na próxima
temporada de colheita, bem como do impacto do crescimento econômico
sobre a demanda, segunda Diouf. Porém, ele também afirmou que o aumento
dos preços dos alimentos e do petróleo podem ter efeito prejudicial no
crescimento. (www.economia.uol.com )
ATIVIDADESa) Façam um paralelo entre os dois textos: o primeiro justifica o segundo, ou
o segundo é decorrente do primeiro:
b) Para os mexicanos é importante estocar milho para garantir suas tortillas,
mas o que são tortilhas? Que produtos o Brasil deveria proteger e por quê?
10. REFERÊNCIAS
BARQUET, Marcela. Solos e suprimento mundial de alimentos. Disponível em: < www.reciclandoidéias.blogspot.com >. Acesso em: 03 abr. 2011.
BROWN, Lester R. Escassez de alimentos e ameaças à civilização. In: Scientific American Brasil., jun.2009, n. 85. Disponível em: < www.2.uol.com.br >. Acesso em: 03 abr. 2011.
FAO alerta para risco de nova crise mundial alimentar Disponível em: < www.economia.uol.com.br >. Acesso em: 06 jun.. 2011.
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FERREIRA, Hércules de Oliveira. A Modernização da agricultura e seus reflexos no espaço. Disponível em: < www.artigos.com >. Acesso em: 18 mar.2011.
LIMA, Valmique Costa et al. A importância de estudar o solo. Disponível em: <www.agrias.uf.pr.com >.Acesso em: 19 set. 2010.
MORAES, Alessandra R. de. CAMPAGNA, Aline Fernanda; SANTOS, Sílvia A. Martins dos. Recursos naturais. Solo. Disponível em: < www.educar.sc.usp.br >. Acesso em 20 set. 2010.
PEIXOTO, Rosemeire. A erosão urbana das comunidades. Disponível em: <www.artigos.com >. Acesso em: 18 mar.2011.
RATTNER, Henrique. Escassez de alimentos, inflação e fontes energéticas alternativas. In: Revista Espaço Acadêmico, n.87; ago. 2008. Disponível em: < www.espaçoacademico.com.br >. Acesso em: 03 abr. 2011.
RECINE, Elisabetta; RADAELLI, Patrícia. Alimentação e cultura. Disponível em:< www.bysmsaude.gov.br > disponível em:06 ago. 2011.
SALEM, Luiz Felippe. Erosão: quando ocorrem as grandes perdas de solos em área agrícolas. Disponível em: < www.artigos.com >. Acesso em: 18 mar.2011.
TERRA TOMBADA. Disponível em < www.vagalume.com.br >. Acesso em: 08 ago.2011.
GOOGLE IMAGENS
www.agencia.cnptia.embrapa.br .
www.otrapaceiros.blogspot.com .
www.pi.gov.br
www.quentalbiologico.wordpress.com.
www.valley.pt.com.
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