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1 Título: Financiamento, Aprendizado e Cooperação. Autor: Luiz Martins de Melo – Prof. Adj. IE/UFRJ do Mestrado em Administração da UNESA/MADE. Seminário Mercosul Aprendizado, Capacitação e Cooperação em Arranjos Produtivos e Inovativos Locais de MPEs: implicações para políticas

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Page 1: 1 Título: Financiamento, Aprendizado e Cooperação. Autor: Luiz Martins de Melo – Prof. Adj. IE/UFRJ do Mestrado em Administração da UNESA/MADE. Seminário

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Título: Financiamento, Aprendizado e Cooperação.Autor: Luiz Martins de Melo – Prof. Adj. IE/UFRJ do Mestrado em Administração da UNESA/MADE.

Seminário MercosulAprendizado, Capacitação e Cooperação emArranjos Produtivos e Inovativos Locais de MPEs:implicações para políticas

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Introdução

O objetivo desse trabalho será o de examinar as formas de diminuição do risco e da incerteza do financiamento do investimento em inovação isto é a possibilidade de desenvolver mecanismos de cooperação e aprendizado entre os investidores/financiadores e as empresas. Para isso será necessário discutir as formas possíveis de compartilhamento do risco e as fontes de financiamento mais apropriadas para o financiamento das pequenas empresas inovadoras entre as quais o capital de risco (venture capital).

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A Experiência Americana

Os principais pré-requisitos para o financiamento da inovação referem-se a existência de condições macroeconômicas satisfatórias, uma estrutura institucional que fomente o processo de inovação e uma adequada política de inovação.

Uma estrutura institucional local (governança) e uma política de inovação em um contexto de macroeconomia benigna constituem o que se tem definido como arranjos produtivos locais ou sistemas locais de inovação [1] Lastres e Cassioalto (2003).

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A Experiência Americana

As estruturas do mercado de capitais e o papel das instituições financeiras públicas e privadas em relação ao funding da inovação, constituem outro elemento decisivo para o desenvolvimento sustentado das firmas inovadoras. Estes aspectos constituem o duplo ambiente empresarial no qual as firmas competem e que moldam as suas atividades de inovação. Estes dois ambientes estão relacionados e influenciam a formação dos fatores que constituem as competências das firmas, que interessam diretamente ao financiamento do processo de inovação.

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A Experiência Americana

As estratégias das empresas seguem padrões específicos da indústria, da sua localização regional e nacional mostrando que essas particularidades exercem uma forte influência no desempenho das firmas

O financiamento de longo prazo da P&D industrial e das outras inovações relacionadas com ela, tem mais a ver com a organização dos mercados financeiros e da maneira como essa organização molda a direção das empresas do que apenas com o custo do financiamento, sendo este mais um indicador da ausência de arranjos institucionais para o financiamento a custos baixos e em condições favoráveis causa deles

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A Experiência Americana

Os contrastes diferenças entre os países incluem uma longa lista de diferenças estruturais como: tamanho e sofisticação do mercado de ações, o papel dos bancos na propriedade e controle do capital das empresas e uma variedade de diferenças nas normas de regulação dos mercados: legislação antitruste, legislação empresarial, legislação do mercado acionário para o controle das informações privilegiadas etc

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A Experiência Americana

Tabela 1 Fontes de Financiamento para Pesquisa Básica nos EUA

Funding Sector

Total U.S. Federal Government Industry U&Cs Nonprofits

Non federal Govt.

Ano Percent

1993 100,00% 57,08% 24,82% 7,89% 6,91% 3,31%

1994 100,00% 56,46% 24,75% 8,13% 7,30% 3,35%

1995 100,00% 57,32% 22,71% 8,49% 7,87% 3,62%

1996 100,00% 55,11% 25,31% 8,34% 7,73% 3,50%

1997 100,00% 52,64% 28,49% 8,25% 7,34% 3,28%

1998 100,00% 49,92% 32,44% 7,69% 7,00% 2,95%

1999 100,00% 49,61% 32,87% 7,67% 6,98% 2,87%

2000 100,00% 48,66% 33,87% 7,67% 6,98% 2,82%

Fonte: NSF(2002). Adaptação do autor

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A Experiência Americana

Tabela 2 Fontes de Financiamento para Pesquisa Aplicada nos EUA

Funding Sector

Total U.S. Federal Government Industry U&Cs Nonprofits

Non federal Govt.

Ano Percent

1993 100,00% 37,76% 55,11% 3,17% 2,64% 1,33%

1994 100,00% 37,68% 54,61% 3,43% 2,87% 1,41%

1995 100,00% 33,19% 59,56% 3,20% 2,69% 1,36%

1996 100,00% 32,35% 60,40% 3,22% 2,69% 1,35%

1997 100,00% 28,09% 64,72% 3,22% 2,69% 1,28%

1998 100,00% 29,27% 62,70% 3,60% 3,05% 1,38%

1999 100,00% 28,81% 63,62% 3,40% 2,90% 1,27%

2000 100,00% 26,27% 66,13% 3,42% 2,91% 1,26% Fonte: NSF(2002). Adaptação do autor.

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A Experiência Americana

Fontes de Financiamento para Desenvolvimento nos EUA

Funding Sector

Total U.S.

Federal Government Industry U&Cs Nonprofits

Non federal Govt.

Ano Percent

1993 100,00% 30,12% 69,09% 0,26% 0,42% 0,11%

1994 100,00% 29,40% 69,78% 0,27% 0,44% 0,11%

1995 100,00% 28,67% 70,53% 0,25% 0,44% 0,11%

1996 100,00% 25,83% 73,37% 0,25% 0,44% 0,11%

1997 100,00% 25,16% 73,97% 0,26% 0,51% 0,10%

1998 100,00% 23,48% 75,65% 0,26% 0,52% 0,10%

1999 100,00% 20,76% 78,36% 0,26% 0,53% 0,10%

2000 100,00% 19,70% 79,43% 0,26% 0,52% 0,09% Fonte: NSF(2002). Adaptação do autor.

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A Experiência Americana

Tabela 4 Os Setores de Maior Intensidade Tecnológica nos Estados Unidos*

Setores Gastos com P&D (Milhões de US$)

1994 1995

P&D em % Vendas

Cresc. Anual de P&D %

Aeronaves 2.901 3.050 4,9 9,0 Motor de Aeronave/partes do Motor 1.516 1.492 4,0 -0,5 Química & Prods. Afins 4.694 4.764 6,1 3,5 Computador & Equips.de escritório 21.071 22.165 7,7 5,4 Eletrônica e Comp. Eletrônicos 7.438 7.527 4,2 1,2 Computadores Eletrônicos 9.884 16.795 13,1 64,3 ** Maquinário Agrícola e equips. 1.213 1.307 3,5 8,2 Alimentos e prods. Afins 3.198 3.220 1,4 1,5 Equips. Domésticos de Audio & Vídeo 3.361 3.720 6,1 11,3 Motores Automotivos & Carrocerias 19.597 19.594 4,1 -0,1 Refino de Petróleo 5.035 4.866 0,7 -1,8 Preparos Farmacêuticos 16.492 18.016 12,1 10,2 Telefônia em geral 24.220 28.682 5,5 16,2 Equip.& Material Fotográfico 4.249 4.311 6,6 2,2 Material Plástico, Resina Sintética 1.425 1.350 3,6 -4,6 Pacotes de Software 3.735 4.282 14,1 16,0 Programas de Radio e TV 2.220 2.434 7,3 9,8 Semicondutores, Projetos afins 3.524 3.886 9,6 10,7 Sistemas de Procura, Busca e Detecção 1.832 1.840 4,4 -0,1 Aparelhos de Telecomunicações 5.365 5.730 10,3 12,0 *Em vermelho os que gastam acima de 10% sobre as vendas. ** Influência da incorporação da Fujitsu. Fonte : Research/Tecnology Management (sept-oct/1994). Adaptação do autor.

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A Experiência Americana

Distribution Number of employees

by size of company Total

Less than 500

500 to 999

1,000 to 4,999

5,000 to 9,999

10,000 to 24,999

25,000 or more

Year [Millions of current dollars]

1986……………87.823 7.071 1.902 7.472 4.251 10.493 56.991

1987……………92.155 7.163 1.725 7.262 4.501 12.043 59.461

1988…………..97.015 S 1.669 7.622 5.245 11.506 63.694

1989……………102.055 7.809 1.825 7.881 5.756 10.450 68.335

1990……………109.727 S 2.154 8.411 6.746 12.486 71.030

1991……………116.952 13.172 8.000 10.453 8.049 15.770 61.508

1992………………..119.110 13.557 7.958 11.886 8.258 15.744 61.707

1993………………….117.400 14.620 3.230 13.334 9.135 15.421 61.659

1994……………..119.595 13.966 3.608 14.617 8.912 15.972 62.519

1995…………….132.103 16.662 4.693 16.960 9.532 17.071 67.185

1996……………..144.667 20.249 4.637 18.273 11.537 20.164 69.808

Total (company, Federal, and other) funds for industrial R&D performance by size of company: 1986–96

Tabela 5Total dos Fundos para o Financiamento da P&D nos EUA por Tamanho da Empresa

Fonte: NSF(1998).

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Tabela 6 Distribuição Setorial dos Investimento de Capital de Risco nos Estados Unidos -2002

Setores %

Software 23% Biotecnologia 15% Saúde e Serviços Médicos 13% Eletrônica e Equipamentos 13% Outros 36%

Total 100% Fonte: NVCA (2003)

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A Experiência Americana

Tabela 7 Investimento em Capital de Risco por Ano

Ano Número de Valor Valor

Empresas Médio Total 1995 1.340 $ 5.7 M $ 7.7 B 1996 2.647 $ 4.4 M $ 11.6 B 1997 3.238 $ 4.7 M $ 15.1 B

1998 4.183 $ 5.1 M $ 21.5 B 1999 5.661 $ 9.7 M $ 54.9 B 2000 8.165 $ 13.0 M $ 106.3 B 2001 4.643 $ 8.8 M $ 41.0 B 2002 2.514 $ 8.4 M $ 21.2 B

Source: NVCA (2003). Adaptação do autor.

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A Experiência Americana

Tabela 8 Fontes de Recursos para Capital de risco nos EUA-2002

Fundos de Pensão 42%

Instituições Financeiras e de Seguro 26% Fundações/Endowments 21% Famílias/Pessoas 9% Empresas 2%

Total 100% Source: NVCA (2003). Adaptação do autor.

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A Experiência Americana

Tabela 9

Crescimento do Capital de Risco Americano

Ano Empresas de capital de risco

Capital sob Administração

1970 28 $1B 1980 87 $3B 1990 386 $32B 2002 892 $253B

Source: NVCA (2003). Adaptação do autor.

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A Experiência Americana

U.S. venture capital disbursement: 1990-2000Billions of current dollars Seed funding as a percent of total

1990 3,9 3,21991 2,9 3,11992 5,2 3,01993 5,2 6,01994 5,2 4,61995 5,9 5,31996 9,9 3,81997 13,6 4,61998 16,8 4,31999 52,2 1,42000 90,6 1,4

Science & Engineering Indicators – 2002

Science & Engineering Indicators – 2002

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O Capital de Risco no Brasil

Tabela 10

Volume Estimado de Investimentos e Número de Transações - Brasil (Venture Capital e Private Equity)

1998 1999 2000 2001 2002 Número de Operações 21 38 87 71 34

Volume (US$ milhões)

1.560 832 1.401 682 164

Investimento médio (US$ milhões)

74 22 16 10 5

Fonte: Brazil Venture News, ano 2 / no 19.

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O Capital de Risco no Brasil

Tabela 11 Patrimônio dos Fundos de Investimento – Brasil- R$ milhões correntes

Fundos FMP /

Outros Ano

BACEN % no total

Fundos CVM

(inclui os FMIEE) Total Total

1995 60.067 97 1.714 105 61.887 271 1996 111.214 96 4.509 185 115.908 301 1997 114.010 89 14.467 348 128.825 561 1998 133.678 91 12.536 750 146.963 574 1999 200.832 91 19.906 199 220.937 551 2000 272.682 92 21.629 2.793 297.104 551 2001 319.581 93 22.077 2.755 344.413 534 2002 312.514 91 27.004 4.926 344.444 539

Fonte CGEE, 2003b, p.12

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O Capital de Risco no Brasil

Fonte: Valor Econômico, 13/05/2004.

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20Fonte: FINEP

O Capital de Risco no Brasil

DISCRIMINAÇÃO 2000 2001 2002 2003 2004

Equalização de Taxas de Juros em Financiamento à Inovação Tecnológica - Nacional

0,00 0,00 8.400.000,00 35.064.935,00 29.330.000,00

Subvenção Econômica a Empresas que Executam PDTI ou PDTA - Nacional

0,00 0,00 8.297.000,00 11.564.935,00 9.330.000,00

Estímulo a Empresas de Base Tecnológica mediante Participação no Capital - Nacional

0,00 0,00 5.000.000,00 21.038.961,00 17.600.000,00

Fomento a Investimentos de Capital de Risco em Empresas de Base Tecnológica no Brasil - Projeto INOVAR - Nacional

1.275.150,00 856.989,00 3.880.000,00 0,00 0,00

TOTAL 1.275.150,00 856.989,00 25.577.000,00 67.668.831,00 56.260.000,00

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Conclusão

As firmas de alta tecnologia são caracterizadas por:

i) ciclos de vida muito curtos; ii) equação de risco/retorno acima da média; iii) escalas de tempo para a exploração da tecnologia finitas e extremamente curtas; iv) o investimento na frente em tecnologia pode produzir perdas significativas bem cedo; v) o acesso ao mercado internacional é freqüentemente requerido; vi) crescimento rápido das vendas e dos custos pode ser necessário para explorar o

mercado; vii) saída do investidor freqüentemente requer a aquisição ou a ida ao mercado de capitais; assistência gerencial é sempre crítica para o sucesso do empreendimento inovador

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Conclusão

Incerteza e partilhamento do risco podem ser obstáculos para o financiamento das firmas se as instituições financeiras são avessas ao risco e a política macroeconômica é hostil ao investimento. Mas um aceitável nível de conhecimento sobre as atividades das firmas pode reduzir os problemas de incerteza.A acumulação de conhecimento através do relacionamento interativo entre firmas e instituições financeiras é um modo de reduzir as restrições de informação e conhecimento entre as partes.

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Conclusão

O processo de aprendizado é muito importante no financiamento quanto no processo de inovação. A criação de instituições especializadas em financiar determinados tipos de ativos de alta incerteza em seus retornos, que possam preencher os vazios entre o comportamento convencional do sistema financeiro e o apoio para a criação de firmas de alta tecnologia, como exemplo de uma atividade pouco ou quase nunca contemplada pelos bancos comerciais comuns. O primeiro modo, aprendizado interativo é mais apropriado para firmas estabelecidas. O segundo modo, do qual o financiamento se dá na forma de participação é mais adequado para as novas firmas inovadoras em setores de baseados em ciência.

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Nos países de capitalismo tardio que passaram por um processo de catching up em desenvolvimento industrial e tecnológico o mercado de venture capital não se desenvolveu como nos EUA (Melo,1994 e Chesnais, 2000).

A necessidade de financiamento das empresas nos países em estágios mais atrasados de desenvolvimento são diferentes. Elas não são inovadoras líderes, são seguidoras de um modo geral. Esse parece ser o caso do Brasil atualmente. Emular o sistema de venture capital não parece ser uma boa idéia, como analisado nas seções anteriores deste trabalho.

Conclusão

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25

No Brasil para que se tenha um desenvolvimento da forma de financiamento via investimento em participação é necessário que se mude as formas de em que a intermediação financeira se dá atualmente no Brasil. O desenvolvimento de mercado de títulos, primário e principalmente secundário, exige várias mudanças institucionais, em especial para aumentar a transparência do mercado e o desenvolvimento de investidores institucionais dispostos a investir nesses papéis.

Conclusão

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Para o fortalecimento do mercado de títulos privados a primeira condição, e a mais importante, é a redução do espaço ocupado por títulos públicos. De novo voltamos para a macroeconomia benigna, citada anteriormente

Uma segunda condição se liga ao risco de um aumento de juros pela fragilidade financeira externa e interna da economia brasileira. Taxa de juros alta significa um forte incentivo ao mercado de renda fixa e um desestímulo para o lançamento e a colocação de qualquer papel privado de renda variável longo prazo.

Conclusão

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Em terceiro lugar, a utilização dos recursos dos fundos setoriais para a constituição de um seguro de garantia de crédito e de garantia liquidez. O primeiro para garantir o risco do financiamento e o segundo para garantir o investimento em participação, à titularidade dos ativos e a securitização das dívidas. A securitização é desintermediação financeira, aumenta a competição, reduz o poder dos bancos, diminui os spreads extorsivos, fortalece o mercado de capitais e aumenta o crédito.

Conclusão

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Em quarto lugar é importante dar atenção para formas de organização da produção que melhor se adeqüem à natureza do processo de inovação nas pequenas e médias empresas e sejam compatíveis com a operação do investimento em participação. As aglomerações produtivas caracterizadas como sistemas locais de produção e arranjos produtivos locais, por criarem um ambiente mais propício para a redução da incerteza do processo de inovação pelos mecanismos de cooperação, podem ser definidas como uma forma mais compatível com o financiamento via participação, que também necessita de processos com forte interação entre as partes.

Conclusão

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Finalmente, é necessário que se elabore uma política de inovação que contemple as diferentes formas de cooperação e aprendizado existentes na economia brasileira. O reconhecimento das especificidades locais é um elemento crucial para a definição das novas formas que deve tomar o financiamento da inovação. Em especial, com respeito as NFBTs e pequenas empresas, as estruturas financeiras de crédito não são as mais apropriadas. As formas de participação nessas empresas e em seus investimentos devem ser estimuladas uma política específica para isso deve ser elaborada.

O arcabouço institucional surge com o desenvolvimento, em vez de causar o desenvolvimento

Conclusão

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Anexos: Desempemho do FNDCT/Fundos Setoriais-1999-2004

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Evolução do Orçamento Aprovado e Pagamentos Efetuados peloFNDCT, Funttel e MCT - 1999/2002FNDCT 1999 2000ª 2001 2002 2003Orçamento (R$ 1,00) 171.366.881 348.242.937 724.981.899 923.921.502 1.229.843.132Valores Pagos (R$ 1,00) 90.354.430 176.270.446 308.461.647 289.617.288Execução (%) 52,7 50,6 42,5 31,3FunttelOrçamento (R$ 1,00) 239.050.000 289.598.445 247.965.867Valores Pagos (R$ 1,00) 57.810.000 106.320.309Execução (%) 24,2 36,7MCTOrçamento (R$ 1,00) 1.741.758.0981.972.380.4222.577.330.928 2.835.306.633 3.186.088.193Valores Pagos (R$ 1,00) 1.439.255.2621.642.092.0351.885.721.948 1.921.081.497Execução (%) 82,6 83,3 73,2 67,8

Fonte: BASTOS, V. D. REVISTA DO BNDES, RIO DE JANEIRO, V. 10, N. 20, P. 229-260, DEZ. 2003.

O FNDCT , os Fundos Setoriais de C&T e o Financiamento da Inovação no Brasil

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Fundo/1999 Lei+Créd. Emp. Liq.CT-Petro 109.380.000 37.240.0004475- P&D Tecnol. Ind. Petróleo 109.380.000 37.240.000CT-Infra - -CT-Energ - -CT-Hidro - -CT-Transpo - -CT-Mineral - -CT-FVA - -CT-Espacial - -CT-Info - -CT-Saúde - -CT-Aero - -CT-Agro - -CT-Biotec - -

Total 109.380.000 37.240.000Fonte: SIAFI.

O FNDCT , os Fundos Setoriais de C&T e o Financiamento da Inovação no Brasil

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Fundo/2000 Lei Créditos Lei+Créd. Emp. Liq.CT-Petro 148.897.500 96.760.500 245.658.000 112.211.028CT-Infra 0 45.129.500 45.129.500 0CT-Energ 0 0 0 0CT-Hidro 0 0 0 0CT-Transpo 0 1.600.000 1.600.000 0CT-Mineral 0 0 0 0CT-FVA 0 0 0 0CT-Espacial 0 5.400.000 5.400.000 0CT-Info 0 0 0 0CT-Saúde 0 0 0 0CT-Aero 0 0 0 0CT-Agro 0 0 0 0CT-Biotec 0 0 0 0

Total 148.897.500 148.890.000 297.787.500 112.211.028

O FNDCT , os Fundos Setoriais de C&T e o Financiamento da Inovação no Brasil

Fonte: SIAFI.

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Fundo/2001 Lei Lim. Emp. Emp. Liq.CT-Petro 151.120.500 149.740.042 91.356.892CT-Infra 138.591.686 80.839.102 71.832.176CT-Energ 80.000.000 50.380.000 49.554.013CT-Hidro 26.855.366 23.775.095 19.340.970CT-Transpo 8.000.000 6.000.000 23.960CT-Mineral 2.685.537 2.567.373 2.272.222CT-FVA 192.000.000 57.529.671 48.567.123CT-Espacial 5.400.000 1.569.288 102.000CT-Info 44.000.000 - 3.797CT-Saúde - - -CT-Aero - - -CT-Agro - - -CT-Biotec - - -

Total 648.653.089 372.400.571 283.053.153Fonte: SIAFI.

O FNDCT , os Fundos Setoriais de C&T e o Financiamento da Inovação no Brasil

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Fundo/2002 PL Lei Lei+Crédito Lim. Emp. Emp. Liq.CT-Petro 157.986.201 193.866.201 193.866.201 89.396.813 72.472.521CT-Infra 126.414.101 135.526.101 159.725.441 71.974.355 56.753.107CT-Energ 71.406.835 71.406.835 71.406.835 27.536.655 24.309.451CT-Hidro 28.325.232 28.325.232 28.325.232 11.854.893 10.078.332CT-Transpo 7.354.694 7.922.694 7.922.694 5.960.285 3.400.708CT-Mineral 3.220.800 3.220.800 3.220.800 2.915.197 2.384.641CT-FVA 192.002.640 192.002.640 191.999.640 102.822.815 86.063.128CT-Espacial 5.400.000 5.400.000 5.400.000 2.947.890 1.343.050CT-Info 39.960.000 39.960.000 39.960.000 23.659.758 16.249.911CT-Saúde - - 50.540.000 1.000.000 421.100CT-Aero - - 21.660.000 1.000.000 20.000CT-Agro - - 50.540.000 1.260.235 570.085CT-Biotec - - 21.660.000 1.000.000 670.000

Total 632.070.503 677.630.503 846.226.843 343.328.896 274.736.034Fonte: Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI.

O FNDCT , os Fundos Setoriais de C&T e o Financiamento da Inovação no Brasil

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P.L. Despesa Res.Cont. Total = (A+B) Lim. Emp. Empenhado Emp.Liq.2003 (A) (B) (C) (D) (E) (F)

CT-Petro 91.040.001 91.040.001 88.810.412 179.850.413 85.071.815 82.136.648 82.136.648 96,5 100CT-Infra 120.000.000 120.000.000 180.695.929 300.695.929 116.002.102 112.348.280 112.348.280 96,9 100CT-Energ 89.629.800 89.629.800 97.099.000 186.728.800 68.934.206 66.141.153 66.141.153 95,9 100CT-Hidro 20.000.000 20.000.000 14.816.000 34.816.000 18.369.968 18.265.517 18.265.517 99,4 100CT-Transpo 2.370.248 2.370.248 - 2.370.248 2.099.093 1.811.529 1.811.529 86,3 100CT-Mineral 5.000.000 5.000.000 537.600 5.537.600 4.836.974 4.431.015 4.431.015 91,6 100CT-FVA 216.000.000 216.000.000 45.950.400 261.950.400 183.627.783 180.319.823 180.310.685 98,2 100CT-Espacial 0 0 0 0 0 0 0 0 0CT-Info 25.000.000 25.000.000 14.120.000 39.120.000 24.184.922 23.409.843 23.308.645 96,8 100CT-Saúde 30.000.000 30.000.000 55.137.600 85.137.600 25.021.907 24.174.962 24.174.962 96,6 100CT-Aero 15.000.000 15.000.000 21.487.200 36.487.200 13.010.954 12.060.450 12.060.450 92,7 100CT-Agro 30.000.000 30.000.000 55.137.600 85.137.600 25.999.877 25.999.877 25.999.876 100 100CT-Biotec 15.000.000 15.000.000 21.487.200 36.487.200 14.000.000 13.273.271 13.273.271 94,8 100

TOTAL 659.040.049 659.040.049 595.278.941 1.254.318.990 581.159.601 564.372.368 564.262.031 97 100

Fundos/2003 E/D F/E

Fonte: Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI.

O FNDCT , os Fundos Setoriais de C&T e o Financiamento da Inovação no Brasil

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   em R$ 1,00Valores

Despesa Res. Cont. Total Pagos(A)  (B) (C)=(A)+(B)

CT-Aero 22.817.887 12.000.000 10.817.887 22.817.887 256.447 22.913 19.058

CT-Agro 53.241.735 26.000.000 27.241.735 53.241.735 1.830.996 307.785 239.663CT-Amazônia 26.560.000 10.000.000 16.560.000 26.560.000 207.501 11.640 11.640CT-Biotec 22.817.887 13.000.000 9.817.887 22.817.887 274.256 21.243 21.243CT-Energ 143.551.997 73.620.000 69.931.997 143.551.997 4.294.648 2.041.349 1.638.735CT-Espacial 1.050.000 1.050.000 0 1.050.000 21.000 0 0CT-Hidro 42.082.751 17.000.000 25.082.751 42.082.751 1.898.596 981.489 688.276CT-Info 30.976.000 19.000.000 11.976.000 30.976.000 2.279.911 1.839.341 1.318.565CT-Infra 302.252.591 134.828.063 167.424.528 302.252.591 34.683.396 5.301.598 4.724.299CT-Mineral 5.772.368 5.000.000 772.368 5.772.368 562.964 143.678 114.363CT-Petro 517.038.723 75.040.000 417.399.826 492.439.826 6.622.662 2.932.474 1.789.473CT-Saúde 53.241.735 27.000.000 26.241.735 53.241.735 951.275 102.810 79.341CT-Transpo 2.595.524 2.370.000 225.524 2.595.524 117.128 82.905 69.419CT-FVA 213.679.244 186.000.000 27.679.244 213.679.244 15.434.455 8.509.739 7.980.301

Total Despesa 601.908.063 601.908.063 - 601.908.063 69.435.235 22.298.964 18.694.376Total Res. Conting. 835.770.379 - 811.171.482 811.171.482 - - -TOTAL GERAL 1.437.678.442 601.908.063 811.171.482 1.413.079.545 69.435.235 22.298.964 18.694

Orçamento x Execução Financeira

Fundos Setoriais Proj. de Lei

Lei nº 10.837, de 16/01/2004 Empenhos

 Emitidos  Liquidados

Fonte:SIAFI

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Fonte: Valor Econômico, 18/05/2004

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Fonte: Valor Econômico, 18/05/2004