19 - beneficios da bandagem funcional e alongamentos terapeuticos no tratamento da fascite plantar

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1 ___________________________ ¹ Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia, Biocursos Manaus AM. ² Graduada em Fisioterapia, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde. Benefícios da bandagem funcional e alongamentos terapêuticos no tratamento da fascite plantar Rayanna maria paz nepumocena velasco¹ [email protected] Dayana priscila maia mejia² Pós-graduação em Traumato Ortopedia - Faculdade Ávila Resumo A fascite plantar é uma inflamação uni ou bilateral, decorrente de um trauma repetitivo na origem da fáscia plantar sobre o calcâneo. Os tratamentos fisioterapêuticos são sempre aprimorados e renovados a fim de melhorar as atividades de vida diária desses pacientes. O objetivo deste estudo é mostrar os benefícios do tratamento da bandagem funcional e alongamentos terapêuticos no tratamento da fascite plantar. Foi realizado um levantamento bibliográfico através de literaturas e artigos científicos. A bandagem funcional na aplicabilidade da patologia fascite plantar é pouco conhecida não sendo encontrada muitas evidencias de seu uso, porém sabe-se que é mais utilizada em atletas, buscando o reequilíbrio muscular. O alongamento é o método mais conhecido e utilizado por fisioterapeutas, sua eficácia é comprovada em quadro álgicos exacerbados. Palavras-chave: Fascite Plantar; Bandagem Funcional; Alongamentos. 1. Introdução Fascite plantar é uma síndrome degenerativa da fáscia plantar resultante de trauma repetitivo na sua origem no calcâneo. Fascite Plantar é conhecido como a mais comum causa de dor inferior de calcanhar do adulto. Outros nomes para Fascite Plantar incluem síndrome da dor do calcanhar, síndrome do esporão do calcanhar, calcanhar de corredor, dor subcalcanea e periosite de calcâneo. Apresenta várias explicações etiológicas, porém a causa mais comum é de origem mecânica, envolvendo forças compressivas que aplainam o arco longitudinal do pé. A inflamação ocorre por microtraumatismos de repetição na origem da fáscia plantar sobre a tuberosidade medial calcânea. As forças de tração durante a fase de apoio na marcha levam ao processo inflamatório, que resulta em fibrose e degeneração. Esporão de calcâneo e o encarceramento dos nervos calcaneares mediais, do nervo plantar lateral, ou do nervo do abdutor do quinto dedo, podem estar envolvidos, quando, geralmente, já há um quadro inflamatório da fáscia plantar estabelecido. A doença é acelerada ou agravada pela falta de flexibilidade, como na retração do tendão calcânea, pelo excesso de treinamento, fadiga, inextensibilidade fascial e mecânica precária. O aspecto clínico mais importante é a dor localizada medialmente no tubérculo calcanear durante o primeiro apoio matinal (ZANON; BRASIL; IMAMURA, 2006). A epidemiologia mostra que a maior incidência da doença se dá entre as mulheres, em sua maioria obesa e na faixa etária do climatério. Em homens, a prevalência é maior nos praticantes de esportes, especialmente os que envolvem corridas (SIZÍNIO et al., 2003). A inflamação da aponeurose plantar pode apresentar-se de forma isolada ou acompanhada de um esporão de calcâneo, quer dizer, de um ponto de ossificação na

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Artigo sobre benefícios da bandagem funcional

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    ___________________________

    Ps-graduanda em Ortopedia e Traumatologia, Biocursos Manaus AM. Graduada em Fisioterapia, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Biotica e

    Direito em Sade.

    Benefcios da bandagem funcional e alongamentos teraputicos no

    tratamento da fascite plantar

    Rayanna maria paz nepumocena velasco

    [email protected]

    Dayana priscila maia mejia

    Ps-graduao em Traumato Ortopedia - Faculdade vila

    Resumo

    A fascite plantar uma inflamao uni ou bilateral, decorrente de um trauma repetitivo

    na origem da fscia plantar sobre o calcneo. Os tratamentos fisioteraputicos so

    sempre aprimorados e renovados a fim de melhorar as atividades de vida diria desses

    pacientes. O objetivo deste estudo mostrar os benefcios do tratamento da bandagem

    funcional e alongamentos teraputicos no tratamento da fascite plantar. Foi realizado

    um levantamento bibliogrfico atravs de literaturas e artigos cientficos. A bandagem

    funcional na aplicabilidade da patologia fascite plantar pouco conhecida no sendo

    encontrada muitas evidencias de seu uso, porm sabe-se que mais utilizada em

    atletas, buscando o reequilbrio muscular. O alongamento o mtodo mais conhecido e

    utilizado por fisioterapeutas, sua eficcia comprovada em quadro lgicos

    exacerbados.

    Palavras-chave: Fascite Plantar; Bandagem Funcional; Alongamentos.

    1. Introduo

    Fascite plantar uma sndrome degenerativa da fscia plantar resultante de trauma

    repetitivo na sua origem no calcneo. Fascite Plantar conhecido como a mais comum

    causa de dor inferior de calcanhar do adulto. Outros nomes para Fascite Plantar incluem

    sndrome da dor do calcanhar, sndrome do esporo do calcanhar, calcanhar de corredor,

    dor subcalcanea e periosite de calcneo. Apresenta vrias explicaes etiolgicas,

    porm a causa mais comum de origem mecnica, envolvendo foras compressivas que

    aplainam o arco longitudinal do p. A inflamao ocorre por microtraumatismos de

    repetio na origem da fscia plantar sobre a tuberosidade medial calcnea. As foras de

    trao durante a fase de apoio na marcha levam ao processo inflamatrio, que resulta

    em fibrose e degenerao. Esporo de calcneo e o encarceramento dos nervos

    calcaneares mediais, do nervo plantar lateral, ou do nervo do abdutor do quinto dedo,

    podem estar envolvidos, quando, geralmente, j h um quadro inflamatrio da fscia

    plantar estabelecido. A doena acelerada ou agravada pela falta de flexibilidade, como

    na retrao do tendo calcnea, pelo excesso de treinamento, fadiga, inextensibilidade

    fascial e mecnica precria. O aspecto clnico mais importante a dor localizada

    medialmente no tubrculo calcanear durante o primeiro apoio matinal (ZANON;

    BRASIL; IMAMURA, 2006).

    A epidemiologia mostra que a maior incidncia da doena se d entre as mulheres, em

    sua maioria obesa e na faixa etria do climatrio. Em homens, a prevalncia maior nos

    praticantes de esportes, especialmente os que envolvem corridas (SIZNIO et al., 2003).

    A inflamao da aponeurose plantar pode apresentar-se de forma isolada ou

    acompanhada de um esporo de calcneo, quer dizer, de um ponto de ossificao na

    mailto:[email protected]

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    insero aponeurtica. Podem ser citados alguns fatores de risco, ainda que no se possa

    demonstrar que sejam sempre determinantes, j que alguns pacientes que no os exibem

    apresentam igualmente a patologia; estes fatores so a obesidade, o p valgo e a

    realizao de um sobre-esforo. A dor ser inflamatria e aumentar intensamente com

    a presso sobre a tuberosidade interna do calcanhar; a inflamao, que se localizar

    neste osso, s vezes poder passar despercebida. O paciente apresentar dificuldade para

    andar, apoiando-se no calcneo (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001).

    A Bandagem Funcional promove imobilizao, podendo manter o ganho da correo da

    postura agindo no organismo por mais tempo, mantm o funcionamento mecnico

    correto, evita sobrecargas nas estruturas, proporciona estabilidade e mobilidade seletiva

    (BOV, 2000).

    O quadro clinico caracterizado por dor de incio insidioso, principalmente no primeiro

    apoio matinal, mas apresentando uma melhora aps perodo de atividade. Durante o

    sono, quando os msculos encontram-se inativos os dorsiflexores deixam o p em

    posio equina o que provoca o encurtamento da fscia plantar. No exame fsico

    percebe-se uma marcha antlgica sobre a face lateral do p e ao palpar percebe-se o

    ponto gatilho na regio medial e plantar da tuberosidade do calcneo. Tem-se um

    diagnstico mais especifico atravs de ressonncia magntica, pois identifica a extenso

    do processo inflamatrio, as roturas parcial ou total e o espessamento devido a

    cicatrizao hipertrfica. A fascite plantar evolui por perodos de remisso e recidiva,

    porm a maioria dos pacientes melhoram em um perodo de 1 ano, mas nesse ponto que

    se entra com mtodos de tratamento fisioterpico, pois principalmente para um atleta

    um longo perodo (SIZNIO et al., 2003).

    Segundo Hamer et. al., (2003) e Aldrige (2004) relatam que o exame fsico, verificado

    marcha antlgica, com apoio sobre a parte lateral ou anterior do p. H palpao

    dolorosa da regio medial do calcneo e a dorsiflexo dos dedos exacerba os sintomas,

    pela distenso da fscia plantar.

    Pontos dolorosos na regio medial da panturrilha e do tendo calcneo podem ser

    encontrados, o que demonstra uma relao entre a fascite plantar e a rigidez do tendo

    calcneo e musculatura posterior da perna (HEBERT et. al., 2003; HAMER et. al.,

    2003).

    Anatomia e biomecnica do p

    As articulaes do p e tornozelo formam um sistema que deve fornecer um grau de

    estabilidade maior do que de flexibilidade. Suas funes so fornecer uma base estvel

    para a posio ereta, fornecer uma alavanca rgida na fase do impulso da marcha,

    absorver cargas, adaptar-se as irregularidades do solo. Quando esse sistema

    comprometido por alguma disfuno a sintomatologia poder se manifestar sobre o

    prprio p ou estender-se a outra parte da articulao inferior. A articulao do

    tornozelo formada por trs faces articuladas, face articular superior do tlus

    denominada trclea, que articula-se com a face inferior da tbia, face articular lateral do

    tlus est articulado com a face articular do malolo fibular, face articular medial do

    tlus articulando-se com a face articular do malolo tibial. Denomina-se articulao

    trclea, que significa que possui um grau de liberdade, condiciona os movimentos do

    membro inferior com relao ao p no plano sagital e indispensvel a marcha

    (KAPANDJI, 2000).

    Segundo Netter (2004) e Silva (2003) o p humano formado por vinte e seis ossos,

    onde sete so classificados como tarso (tlus, cuboide, navicular, cuneiforme medial,

    cuneiforme intermdio e cuneiforme lateral) cinco como ossos do metartarso (iniciando-

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    se a contagem a partir da face medial; cinco falanges mediais e cinco distais). Todos

    esses so interligados por ligamentos entre as articulaes e msculos que se aderem

    aos ossos para proporcionar movimentos diversos, como inverso, everso, dorsiflexo

    e flexo plantar, movimentos estes que permitem a locomoo do individuo. Alm de

    todo esse conjunto, existem nervos sensitivos e motores que proporcionam as sensaes

    de dor, a percepo das mudanas de temperatura e do a condio de realizar os

    diversos movimentos j citados acima, existe tambm o retinculo que envolve esse

    complexo e, finalmente, a fscia plantar, completa a anatomia do p Toda essa estrutura

    sustenta o peso de todo o corpo, alm de permitir a locomoo e servir de amortecedor

    de impactos entre o p e o solo.

    Fonte: http://carlospodologo.blogspot.com.br/2012/08/anatomia-do-pe.html

    Figura 1: Ossos do P

    Os msculos do p e tornozelo so diferenciados como intrnsecos e extrnsecos. Os

    msculos intrnsecos, inervados pelos nervos plantares medial e lateral, so divididos

    em quatro camadas, sendo a mais superficial, a fscia plantar, quem mantm o arco

    longitudinal. J os msculos extrnsecos, originam-se na perna e atuam sobre o

    tornozelo e os dedos. Os msculos tibial anterior, extensor longo do hlux, extensor

    longo dos dedos e fibular terceiro, situados na face anterior, executam dorsiflexo e

    extenso dos dedos. Os fibulares longo e curto, na regio lateral, produzem everso. Os

    msculos profundos pstero-mediais, que incluem o tibial posterior, o flexor longo do

    hlux e o flexor longo dos dedos, causam inverso e flexo dos dedos. E por fim, os

    msculos gastrocnmio, sleo e msculos plantares executam a flexo plantar e so

    conhecidos como msculos posteriores verdadeiros (PERRIN, 2008).

    A pele na planta do p especial. A pele e a derme so muito espessas. Na rea do

    calcneo, compartimentos fibrosos fechados que vo da derme ao osso formam um

    colcho hidrulico muito resistente e nico. Estrutura semelhante encontrada sob a

    cabea dos metatarsos. Isso ajuda a absorver as foras de compresso, mas

    principalmente as enormes foras de estiramento a que o p est exposto (DUERKSEN,

    2003).

    No movimento inicial de marcha humana, a articulao subtalar encontra-se supinada,

    nesse movimento de supinao da articulao subtalar acontece obrigatoriamente

    rotao externa da tbia. Na medida em que o p recebe a carga, a articulao subtalar

    move-se para pronao e consequentemente ocorre uma rotao interna da tbia. A

    pronao do p destrava a articulao mediotarsal que permite uma melhor absoro de

    impacto. A pronao normal e importante para permitir a distribuio de foras sobre

    o mximo de estruturas possveis, e tem como objetivo, evitar o excesso de carga. Na

    articulao subtalar permanece em pronao at que 55% a 85% da fase de apoio para

    que sejam compatveis com o centro de gravidade corporal que passa sobre a base de

    apoio. O p recomea a supinar e se aproxima da posio subtalar neutra em 70% a 90%

    http://carlospodologo.blogspot.com.br/2012/08/anatomia-do-pe.html

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    da fase de apoio. Na supinao a articulao mediotarsal est travada e o p fica estvel

    e rgido preparando-se para a propulso. No apoio bipodal ou monopodal, o p recebe

    respectivamente metade ou toda carga corporal, transmitida pela tbia ao talo

    (SCHMIDT, 2005).

    Fonte: http://estudosaude.blogspot.com.br/2012/08/marchas.html

    Figura 2: Fases da Marcha

    Bandagem Funcional

    Foi descoberta por Tanaka, osteopata e acunpunturista. As bandagens funcionais so

    utilizadas pelos Fisioterapeutas de todo mundo, onde em outros pases recebem o nome

    taping ou strapping (USA), ligaduras funcionais (Portugal), functional bandagens

    (Alemanha), 6 contentions souples (Frana e Sua).

    A bandagem funcional tem sido utilizada de vrias formas como tcnicas de tratamento,

    mas somente nos ltimos 20 anos tem sido usada, principalmente, como uma prtica da

    fisioterapia. A aplicabilidade clnica da bandagem muita ampla e pode ser usada no

    tratamento de disfunes neuro-msculo-esquelticas agudas e crnicas em todas as

    regies do corpo (THOMPSON, 2010).

    A bandagem funcional uma modalidade extensivamente utilizada no ambiente

    esportivo, mas tambm to quanto aplicvel na populao de no esportistas. Pode ser

    usado tanto na preveno primria e secundrias de leses quanto na terapia de leso

    aguda e postural. Nesta ltima ajuda a biomecnica, facilitar, reeducar ou melhorar a

    percepo proprioceptiva. E pode ser usado para tirar carga, modificar alinhamento e

    alterar o controle motor (THOMPSON, 2010).

    De acordo com Bov (2000), a tcnica de bandagem funcional produto da aplicao

    do conhecimento de anatomia e biomecnica que essa pode promover uma limitao,

    conteno ou inibio. As principais tcnicas da bandagem funcional so de conteno,

    de imobilizao, mista ou combinada. A tcnica de conteno aquele que limita o

    movimento que produz a dor, que utiliza como materiais vendas elsticas puras, vendas

    elsticas coesivas e vendas elsticas adesivas; a tcnica de imobilizao aquela que

    anula o movimento que produz a dor, e o principal material utilizado nesta tcnica o

    esparadrapo (tape); tcnica mista ou combinada que utilizam os mesmos princpios das

    anteriores, os materiais para est tcnica so as vendas elsticas adesivas ou coesivas

    que reforam as tiras de esparadrapo. A bandagem funcional indicada nas distenses

    ligamentares de primeiro grau e alguns casos de segundo grau; preveno das luxaes

    ligamentosas; rotura de fibras musculares; distenses musculares; fissuras dos

    metatarsianos, fissuras das costelas, intercostais e neuralgias de intercostais; aps a

    retirada da escpula para iniciar perodo de reabilitao; descarga nas tendinites;

    http://estudosaude.blogspot.com.br/2012/08/marchas.html

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    descarga nas facites plantares. E so contra indicadas nas roturas tendinosas, musculares

    e ligamentares, nas fraturas, edemas, problemas de circulao, e processo alrgico a

    fitas.

    Os materiais necessrios para aplicao de uma bandagem funcional so spray adesivo,

    vendas elsticas puras, adesivas e coesivas, esparadrapo (tape), vaselinas, cremes

    hidratantes, taping Box, e liquido para retirada das bandagens (HEWETSON et al.,

    2010).

    Kinesio Taping, uma bandagem funcional, que adere a pele realizando uma

    funo neuromuscular de cura natural. Uma tcnica desenvolvida, por Dr.

    Kenso Kase, em 1979 em Tokyo no Japo, gerando uma opo teraputica

    natural para melhorar o desempenho muscular, minizando a dor e reduzindo

    o impacto na leso causada na musculatura esqueltica (SAA e MARTINEZ,

    2001).

    Para a Tcnica do Arco longitudinal paciente deve est sentado com a perna estendida

    sobre a borda de uma mesa e o p deve estar relaxado. Coloca-se uma ncora de fita

    adesiva ao redor da cabea dos metatarsos, iniciando no bordo medial, na primeira

    articulao do hlux do p, passando por debaixo do p. Conforme a fita levada para o

    bordo lateral do p, deve-se utilizar a palma da mo para estender o p, assim

    finalizando a volta no dorso do p, mas sem juntar as duas extremidades da fita. Feito a

    ncora, deve iniciar o estribo. Sobre o bordo lateral do p aplicado uma tira, iniciada

    na extremidade proximal da cabea do quinto metatarso e levando ao redor do

    calcanhar, sob a insero do tendo de Aquiles. Segure a tira no bordo medial, sob a

    cabea do primeiro metatarso e deve pressionar a fita contra o arco longitudinal medial.

    Para certifica-se que o bordo lateral permanece numa posio neutra e relaxada, coloque

    a palma da mo no quinto metatarso, com o polegar sob o segundo metatarso, o dedo

    mdio deve abaixar a cabea do primeiro metatarso. Deve-se realizar com objetivo de

    criar um arco longitudinal, para que se tenha uma melhor absoro de choques, e para

    reduzir o esgaramento na fscia plantar. Em seguida deve-se repetir o procedimento de

    estribo duas vezes, recobrindo a primeira bandagem completamente. Faa outra ncora

    em volta da cabea dos metatarsos. As tiras de apoio devem ser feitas acima do estribo

    lateral, prximo cabea do quinto metatarso. Leve a fita por baixo do p, levando-a do

    bordo lateral ao bordo medial, pressionando o p por cima para alargar a fita. No bordo

    medial puxe firme para cima, para que a fita seja presa sobre a pele, acima das tiras

    laterais. Esse procedimento deve ser repetido em direo do calcanhar. Cada tira

    anterior deve ser recoberta pela metade da sua largura, at que todo arco esteja coberto.

    Para realizar o fechamento o paciente deve estar na posio ortosttica e as fitas devem

    ser aplicadas sobre o dorso do p, assim as prendendo no arco medial, puxando para

    cima do bordo lateral do arco, para proporcionar um maior apoio ao arco e manter as

    tiras juntas.

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    Fonte: http://terapiadomovimento.blogspot.com.br

    Figura 3: Tcnica do arco Longitudinal

    Aps o trmino da aplicao o fisioterapeuta deve observar se a mesma foi bem feita,

    pois se o primeiro dedo estiver tracionado para dentro ou se o paciente relatar

    desconforto ao ficar na posio ortosttica, significa que o estribo est muito apertado,

    assim pode ocasionar cibras, e ferimentos se for colocada muito sob tendo de aquiles

    e se, a bandagem no estiver bem lisa, pode causar bolhas na planta do p. Antes de

    realizar a aplicao de bandagem funcional tem que realizar teste para verificar como a

    pele do paciente ir responder ao procedimento e quando aplicado orient-lo para

    observar se vai desenvolver processo alrgico no local, se sim tem que retirar a

    bandagem, caso no ocorra alergia mantem a aplicao por 4 horas. Devido a esses

    problemas que podem ocorrer, a bandagem no aconselhvel em determinados

    pacientes (SILVA JR., 1999). A bandagem funcional uma tcnica complementar, pois se o problema for

    decorrente de um trauma local e a dor o problema, o efeito analgsico

    causado pela aplicao do mesmo, pode curar, mas, se a causa da dor for

    decorrente de uma m postura ou uma postura desequilibrada e desalinhada,

    o que soluciona o problema so as reeducaes posturais que podem ser

    adquiridas com RPG associado ao uso de bandagem funcional (VERONESI

    JR, 2008).

    O tempo de aplicao de bandagem funcional explicado atravs da adaptao dos

    receptores sensoriais, os mesmos se adaptam a qualquer estimulo constante, aps certo

    perodo de tempo. Quando aplicado estimulo continuo o receptor responde

    inicialmente com alta frequncia de impulso e depois com frequncia progressivamente

    mais lenta, at que a frequncia dos impulsos do potencial de ao diminui chegando at

    interromper os impulsos. Devido a esse processo de adaptao neural que os receptores

    apresentam, segue o tempo de aplicao de bandagem funcional (GUYTON, 2002).

    De acordo com Silva (1999), experincias mostram que as bandagens de compresso,

    imobilizao e estabilizao quando associadas ao tratamento fisioteraputico, so

    capazes de acelerar o processo de cura e evitar traumas ou recidivas.

    Alongamentos

    Alongamentos so exerccios voltados para o aumento da flexibilidade muscular, que

    promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu

    http://terapiadomovimento.blogspot.com.br/

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    comprimento. O principal efeito do alongamento o aumento da flexibilidade, que a

    maior amplitude de movimento possvel de uma determinada articulao. Quando mais

    alongado um musculo, maior ser a movimentao da articulao comandada por aquele

    msculo e, portanto, maior sua flexibilidade (KISNER, 2005

    Kisner (2005), afirma que alongamento um termo geral usado para descrever qualquer

    manobra fisioteraputica elaborada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles e

    subsequentemente melhorar a amplitude do movimento por meio de estiramento de

    estruturas que tiveram encurtamento adaptativo e tornaram-se hipomveis com o tempo.

    De acordo com Andrade et. al., (2007) os sujeitos tratados atravs do protocolo de

    alongamentos apresentaram reduo estatisticamente significativa na dor aps a

    primeira at a decima sesso de tratamento, onde se verificou que a dor aps cada uma

    destas sesses de tratamento realizado atravs do protocolo de alongamentos, quando se

    observa a reduo estatisticamente significativa na sensitividade a dor verifica entre o

    momento em que os sujeitos iniciaram o tratamento e o momento em que os sujeitos

    encerram o tratamento.

    O alongamento uma manobra teraputica utilizada para aumentar a

    mobilidade dos tecidos moles por promover aumento do comprimento das

    estruturas que tiveram encurtamento adaptativo, podendo ser definido

    tambm como tcnica utilizada para aumentar a flexibilidade articular, isto ,

    aumentar a amplitude de movimento (KISNER, 2005).

    Segundo Bernardes e Guedes (2005); Marques et al, (1994); Alter, (1999), os benefcios

    do alongamento so: relaxamento do estresse e tenso; relaxamento muscular,

    manuteno da mobilidade articular; reduzir o risco de entorse articular ou leso

    muscular; melhora a eficincia do movimento; melhora da amplitude corporal, postura e

    simetria; aumento do fluxo sanguneo que diminui a dor e irritabilidade muscular. O

    gastrocnmico um dos principais msculos da panturrilha. Juntamente com o musculo

    sleo, que se funde e atribui ao calcanhar formando o tendo de Aquiles. Porque este

    musculo atravessa tanto o joelho e tornozelo a melhor maneira de estica-lo com uma

    perna reta a partir de qualquer um de p ou sentada. O alongamento do gastrocnmico e

    sleo: Apoiar as mos na parede e flexione o joelho de uma perna a frente do corpo,

    enquanto a outra fica estendida atrs, tocando o calcanhar no cho com a ponta de

    ambos os ps voltados para frente. Manter um alinhamento postural na diagonal. Repitir

    com a outra; opcional: Colocar a ponta do p na beirada da calada, de um ou ambos os

    ps e deixe que os calcanhares se abaixem, alongando os msculos da "batata da perna"

    (panturrilha). Os ps devem estar paralelos e apontados para frente. Permanecer nessa

    posio por 30 a 60 segundos. Repitir o procedimento com a outra perna.

    Harris (2008) em reviso bibliogrfica do tratamento da fascite plantar refere que o

    alongamento da fascia plantar um dos mais eficientes. DiGiovanni (2003) constatou

    que o alongamento do gastrocnmio e da fscia plantar melhora a dor.

    Fonte: http://www.cdof.com.br/along2.htm

    Figura 4: Alongamento gastrocnmico

  • 8

    2. Metodologia

    O estudo foi realizado atravs de uma pesquisa de reviso bibliogrfica de carter

    avaliativo e abordagem descritiva composta de livros de acervo da biblioteca do Bio

    Cursos-Manaus AM e Centro Universitrio do Norte-UNIORTE, pesquisas em revistas

    cientficas, alm de pesquisas nos sites de busca Scielo, Medline, Pubmed, Google e

    sites especficos de publicao cientfica com as seguintes palavras chaves: Fascite

    plantar; bandagem funcional, alongamentos, com as literaturas ou artigo publicados,

    entre os anos de 1995 a 2013. Aps o levantamento bibliogrfico, realizou-se a leitura

    exploratria do material encontrado. Com essa leitura, pode-se obter uma viso global

    do material, considerando-o de interesse ou no da pesquisa. Em seguida foi realizado a

    leitura de seleo, a qual permitiu selecionar qual o material bibliogrfico realmente

    seria de interesse para a pesquisa.

    Os artigos estudados e selecionados foram analisados de acordo com as palavras chaves

    e contedos que pudessem correlacionar com o estudo proposto.

    Os critrios para incluso dos artigos para o estudo de reviso de literaturas foram os

    que se relacionavam ao tratamento da fascite plantar, englobando os tratamentos de

    alongamento e bandagem funcional. E excludos aqueles que no possuam literatura

    que pudessem correlacionar com o estudo.

    O estudo buscou mostrar os benefcios das tcnicas teraputicas, bandagem funcional e

    alongamento no tratamento da fascite plantar. Portanto foram selecionados artigos e

    captulos texto referente ao interesse da temtica.

    3. Resultados e discusso O objetivo deste estudo foi mostrar os benefcios da Bandagem Funcional e Alongamento

    no tratamento da fascite plantar.

    Os dados obtidos se configuram a partir de artigos que respeitam a metodologia proposta,

    referentes s tcnicas de Bandagem Funcional e alongamentos na fascite plantar, e a

    associao de tais tcnicas nesta correo.

    Dentre os artigos estudados, no foi encontrada a associao de tais tcnicas. Mas, como os

    efeitos em que as tcnicas agem so os mesmos em qualquer segmento do corpo humano,

    os resultados foram realizados tambm a partir de artigos que enfatizaram a ao de tais

    tcnicas no tratamento da fascite de uma forma geral.

    De acordo com Aguiar (2012) a bandagem funcional uma das tcnicas bastante utilizadas

    em atletas que e deve explorar ainda mais atravs de pesquisas com comprovao cientifica,

    para que se possa aperfeioar a tcnica sempre visando o bem estar dos pacientes e do bem

    estar profissional.

    Para Aguiar e Mejia (2011), nas fases iniciais do tratamento, objetivo minizar os efeitos

    da inflamao, e nos estgios finais a reabilitao total, ou seja, voltando o paciente as suas

    atividades. Associando sempre a funcionalidade da bandagem com outros exerccios

    fisioteraputicos. Entretanto, se completa a ao fisioteraputica da fita, trabalhando a

    reeducao postural, estimula grupos musculares, e inibe outros grupos com intuito de

    fornecer equilbrio neuromuscular para regio lesionada.

    Segundo Snider (2000), o tratamento fisioteraputico da fascite plantar consiste na

    utilizao de rteses, compradas prontas, para amortecimento do calcanhar, acompanhado

    de recursos de analgesia e combate ao processo inflamatrio, e exerccios que promovam a

    diminuio da tenso no tendo calcneo e na fascite plantar, sendo o alongamento, o

    exerccio mais comumente utilizado.

    Conforme Andrade et. al (2007) os sujeitos tratados atravs do protocolo de alongamentos,

    apresentaram reduo significativa na dor aps a primeira, a segunda, a terceira, a quarta, a

    stima, a oitava e a decima sesso de tratamento, onde se verificou que a dor aps cada uma

  • 9

    destas sesses de tratamento, reduziu de forma significativa. E possvel constatar ainda, a

    eficcia do tratamento realizado atravs do protocolo de alongamento quando se observa a

    reduo estatisticamente significativa na sensitividade a dor, verificada entre o momento em

    que os sujeitos iniciaram o tratamento e o momento em que os sujeitos encerram o

    tratamento.

    4. Consideraes finais

    O estudo permitiu aprofundar o conhecimento sobre a patologia da Fascite Plantar,

    assim como a anatomia, biomecnica do p, os benefcios das tcnicas teraputicas da

    Bandagem Funcional e alongamentos. A patologia da fascite atinge cerca de 70% da

    populao, e existe uma extensa variedade de tratamentos disponveis para o paciente,

    entre eles foram abordados a tcnica da bandagem funcional e o alongamento,

    acreditando que so tratamentos de fcil aplicabilidade e baixo custo. A bandagem

    funcional uma prova de que pode ser utilizado na preveno primria e secundria de

    leses agudas da fascite, seu uso no tratamento da fascite plantar permite manter a

    correo e o reequilbrio da articulao permitida pelo uso da bandagem no organismo,

    propicia de uma forma segura, a funcionalidade da articulao pela atividade muscular

    envolvida. Exerccios de alongamento, para a fscia e para a musculatura posterior da

    perna, eficaz para a reduo da dor plantar e para a melhora funcional na fascite; os

    mesmos so benficos para o tratamento e preveno da fascite. Estudos devem ser

    necessrios a fim de investigar os benefcios associados das duas tcnicas abordadas

    para a fascite plantar.

  • 10

    Referncias

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