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    CIPA: A ALTERNATIVA PARA A PREVENÇÃO DE ACIDENTE NO AMBIENTEDE TRABALHO___________________________________________________________________________

    Anderson de Paula Menezes; Ângelo Ismael Eduardo; Ariane Aparecida da Silva; Elder Carlosdos Santos; Isabela Lemes Lima.Acácio Ponciano Rodrigues -Orientador

    RESUMO

    Nas empresas encontram-se presentes muitos fatores que podem transformar-se emagentes de acidentes dos mais variados tipos. Desse modo, o Ministério do Trabalho,mediante portaria, determinou que as empresas, a partir de um número mínimo de 20empregados estão obrigadas a constituir uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes,mais conhecida como CIPA, a qual será composta de representantes de empregadores eempregados, através de eleição, com o propósito de encontrar métodos e processos capazes deevitar os acidentes no ambiente de trabalho. A CIPA é regulamentada pela Consolidação dasLeis do Trabalho (CLT) nos artigos 162 a 165 e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5),contida na portaria 3.214 de 08.06.78 baixada pelo Ministério do Trabalho. Com o objetivo dedemonstrar a importância da CIPA na prevenção de acidentes no ambiente de trabalho foirealizada uma pesquisa na Empresa X no período de fevereiro a outubro de 2005. A EmpresaX atua no ramo de fabricação de latas atendendo diversos clientes reconhecidosmercadologicamente.

    Palavras chave: CIPA. Prevenção de acidentes. Trabalho

    1 INTRODUÇÃO

    A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, mais importante que umcolegiado instituído em lei, é algo que influi diretamente nos quesitos eficiência e efetividadede uma empresa. Eficiência porque quanto menos acidentes trabalhistas houver, maior será aprodutividade de cada colaborador e da empresa como um todo. Efetividade porque a CIPA

    zela pela qualidade de vida humana no trabalho, buscando o que utopicamente convencionou-se chamar de a empresa feliz.

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    Conforme Pizza (1998) internacionalmente, começam-se a ver alguns aspectos demarketing social no que tange à venda do valor segurança nos processos produtivos dasorganizações. A segurança do trabalhador é enfatizada de dois modos principais, os quais são:

    a) o mercado começa a despertar para comprar de fornecedores cujos trabalhadoresestão protegidos na fabricação dos produtos ofertados. Assim, o grau de atitude daempresa para com a segurança dos funcionários passa paulatinamente a ser um doscritérios de escolha de quem se vai comprar um bem ou serviço;

    b) o grau de segurança dos trabalhadores envolvidos na fabricação de determinadoproduto (ou empresa como um todo) são promovidos como importantes elementosde marketing, da mesma forma que um certificado de qualidade.

    Neste contexto, insere-se o problema do fator humano: todas as atividades nãoautomatizadas dependem do ser humano e esse, então, torna-se o maior desafio da prevençãodos acidentes e doenças no trabalho: sensibilizar trabalhadores e empresários no combate aosacidentes pela eliminação de suas falhas pessoais. Isto em primeira vista, seria um objetivoutópico, porém analisando cautelosamente a questão vê-se que essa ação é possível, seguindoo raciocínio de que quando o homem está integrado no meio social da empresa, integrado aoprocesso, comprometido, sentindo-se responsável por suas atribuições, tendo consciência do

    objetivo social e humano que o produto final representa, está próximo ao comportamentoprevencionista ideal, onde as falhas humanas são neutralizadas pelo respeito às etapas daoperação e suas medidas prevencionistas frente aos riscos inerentes as atividades.

    A motivação do homem é imprescindível para manutenção desse estágio deconsciência, exigindo um grau de treinamento que conduzam à eliminação de falhas oupermitam a melhoria de seu rendimento pessoal dentro dos objetivos propostos pela instrução.

    Assume-se que os trabalhadores e empresários que envolvidos nesse programa se

    mantiverem motivados em prol das melhorias do conjunto, estarão gerando um clima socialbenéfico que terá, como um de seus resultados, a anulação das falhas humanas, pelo simplesfato de que elas serão identificadas previamente, por quaisquer componentes ou processo quenela estará inserida.

    Conforme Gonçalves (2000) o objetivo da CIPA, obviamente, é a prevenção deacidentes e doenças decorrentes do trabalho, a exemplo do Serviço Especializado emEngenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, sendo que a diferença básicaentre esses dois órgãos internos da empresa reside no fato de que o SESMT é compostoexclusivamente por profissionais especialistas em segurança e saúde no trabalho, enquanto a

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    CIPA é uma comissão partidária constituída por empregados normalmente leigos emprevenção de acidentes.

    A CIPA cumpre fiscalizar a observância das medidas de higiene e segurança na

    empresa, examinando os acidentes de trabalho e as doenças profissionais, analisando suascausas e efeitos e procurando, para cada caso, a solução adequada.

    A CIPA não se justifica apenas como um meio destinado à proteção do trabalhador,mas é também um valioso instrumento para manter os níveis de produção da empresa. Atravésdela, empregador e empregado se propõem a obter um só objetivo: proteção maior e maiseficiência e àqueles que se expõem, durante o trabalho, a eventuais riscos ou sacrifícios dasaúde, muitas vezes irreparáveis.

    Diante do exposto foi realizada uma pesquisa na Empresa X, período de fevereiro aoutubro de 2005, com o objetivo de demonstrar a importância da CIPA na prevenção deacidentes no ambiente de trabalho, bem como verificar se os objetivos estabelecidos pelaCIPA atendem as necessidades e a realidade da Empresa X, no tocante da prevenção deacidentes.

    2 Uma visão abreviada da história e da atuação da CIPA na Empresa X

    A atuação da CIPA na Empresa X é uma constante realidade desde 2001, quandohouve a criação da comissão eleitoral, visando a constituição da primeira Gestão da ComissãoInterna de Prevenção de Acidentes do trabalho. A partir deste momento, a preocupação pelasegurança da comunidade institucional contribuiu de forma relevante para que amplosesforços fossem empenhados na melhoria do ambiente de trabalho.

    Sempre promovendo informações e palestras sobre os possíveis acidentes,

    equipamentos de proteção individual e saúde ocupacional, a CIPA também está buscandomelhorias físicas na Empresa X. Como exemplo, pode-se citar a instalação de insulfilmes, emtodas as vidraças da empresa, a instalação de corrimões nas escadas para facilitar e auxiliar otrânsito da comunidade institucional.

    Uma das primeiras e constantes propostas da CIPA foi o estabelecimento de metas detrabalho e fiscalização a serem adotados, referentes à prevenção de acidentes. O trabalhoprincipal da CIPA, nas empresas e instituições: tem como objetivo observar e relatarcondições de riscos nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir, até eliminar,os riscos existentes, logo, a CIPA na Empresa X tem se dedicado, a cada ano, a informar econscientizar a comunidade institucional.

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    Como exemplo desta dedicação, pode-se citar alguns dos objetivos propostos ao longodas gestões, tais como:

    a) trabalho de conscientização junto aos funcionários através de palestras e

    divulgações, tornando-os co-responsáveis e agente promotor de segurança;b) verificação “in loco” dos diversos setores da empresa a fim de levantar problemas

    emergenciais para elaboração do Mapa de Riscos, e ações para sanar estesproblemas.

    A Empresa X também vem contribuindo de maneira muito presente para oaperfeiçoamento das condições nos ambientes de trabalho, aprovando e incentivandopalestras, cursos e melhorias no ambiente institucional. Atividades como sorteios, cursos e a

    SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho) que foram realizadas pelasgestões da CIPA na Empresa X, ajudam no cumprimento da NR-5, no que diz respeito aoitem 5.16, letras C, D, E e J, que determinam à CIPA atribuições como sugestão de medidaspara prevenção de acidentes, promoção e divulgação das normas de segurança e medicina dotrabalho, realização de cursos, treinamentos e campanhas necessárias para melhorar odesempenho dos empregados quanto à segurança e medicina do trabalho.

    Todas as realizações feitas pelas CIPA foram de grande importância, porém, vale

    ressaltar a realização da Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho e do Cursode Brigada de Incêndio, o evento mais vultoso de todas as gestões de CIPA da Empresa X.Eventos desenvolvidos sob uma ampla relação de teorias e práticas que ratificaram ostrabalhos de conscientização, e proporcionaram aos membros da comunidade institucional daEmpresa X uma mudança na concepção de acidentes do trabalho e suas conseqüências.

    O trabalho da CIPA em qualquer empresa deve ser sério e coerente, tendo asensibilidade e bom senso, tanto para atender as necessidades dos colaboradores da empresa

    no tocante às condições de trabalho, como para entender, planejar e comunicar as alteraçõesnecessárias à empresa.

    2.1 O funcionamento da CIPA na Empresa X

    O funcionamento da CIPA na Empresa X segue o regulamento da NR-5 dessa formarealiza reuniões ordinárias mensais de acordo com um calendário preestabelecido e asmesmas ocorrem durante o expediente normal da empresa e em um local apropriado, oauditório.

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    Nas reuniões são feitas atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópiaspara todos os membros, sendo que outra via fica arquivada na empresa à disposição dosagentes de inspeção do trabalho.

    São realizadas reuniões extraordinárias em caso:a) de denúncias de situações de risco grave e iminente que determina a aplicação de

    medidas corretivas de emergência;b) de ocorrer acidentes de trabalho grave ou fatal;c) de haver solicitação expressa de uma das representações.Para tomada de decisão é necessário que haja um consenso entre os membros. Não

    havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será

    instalado o processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.A cada decisão é cabível um recurso desde que o membro apresente um requerimento

    justificado. O pedido de reconsideração será apresentado a CIPA até a próxima reuniãoordinária, quando será analisado, devendo o presidente e o vice-presidente efetivar osencaminhamentos necessários.

    O membro titular perde o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar maisde quatro reuniões ordinárias sem justificativa. Quando um membro da CIPA é exonerado do

    cargo durante o mandato, sua vaga é suprida pelo suplente, obedecendo à ordem de colocaçãodecrescente registrada na ata de eleição, devendo a CBL comunicar a unidade descentralizadado ministério do trabalho e emprego as alterações e justificar os motivos.

    No caso de afastamento definitivo do presidente, a empresa indica um substituto, emdois dias úteis, preferencialmente entre os membros das CIPA e em caso de afastamentodefinitivo do vice-presidente, os membros titulares da representação dos empregadosescolhem o substituo, entre seus titulares, também em dois dias úteis.

    2.2 O Processo Eleitoral da CIPA na Empresa X

    A empresa tem obrigação de convocar eleições para a escolha dos representantes dosempregados na CIPA, cumprindo um prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término domandato em curso, cabendo a ela comunicar o início do processo eleitoral ao sindicato dacategoria profissional.

    O presidente e o vice-presidente da CIPA constitui dentre seus membros, no prazomínimo de 55 (cinqüenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso, a Comissão

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    Eleitoral (C.E.), que será responsável pela organização e acompanhamento do processoeleitoral.

    O processo eleitoral observa as seguintes condições, segundo a Empresa X:

    a) publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização,obedecendo o prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término domandato em curso;

    b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrições é dequinze dias;

    c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de

    comprovante;d) garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;e) realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do

    mandato da CIPA, quando houver;f) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos

    e em horários que possibilite a participação da maioria dos empregados;g) voto secreto;

    h) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento derepresentante da empresa e dos empregados, em número a ser definido pelacomissão eleitoral;

    i) faculdade de eleição por meios eletrônicos; j) guarda, pela Empresa X, de todos os documentos relativos a eleição, por um

    período mínimo de 5 (cinco) anos.Havendo participação inferior a 50% (cinqüenta por cento) dos empregados na

    votação, não há apuração dos votos e a Comissão Eleitoral (C.E.) organiza outra votação queocorre no prazo máximo de 10 (dez) dias.As denúncias sobre o processo eleitoral são protocolizadas na unidade descentralizada

    do Ministério do Trabalho e Emprego, até 30 (trinta) dias após a data da posse dos novosmembros da CIPA. Se houver irregularidades no processo eleitoral a unidadedescentralizadora do M.T.E. determina a sua correção ou procede à anulação quando for ocaso. Em caso da anulação a Empresa X convoca nova eleição no prazo de 5 (cinco) dias, acontar da data da ciência, garantidas as inscrições anteriores. Quando ocorre a anulação antesda posse dos membros da CIPA, fica assegurada a prorrogação do mandato anterior, até acomplementação do processo eleitoral.

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    Os candidatos mais votados assumem a condição de membros titulares e suplentes.Em caso de empate, assume aquele que tiver maior tempo de serviço na Empresa X. Oscandidatos mais votados e não eleitos são relacionados na ata de eleição de apuração, em

    ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de exoneração desuplentes.

    2.2.1 O treinamento para os membros da CIPA após a eleição

    A Empresa X promove treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes,antes da posse. O treinamento é repetido quando o trabalhador é novamente indicado ou

    reeleito, ou mesmo quando o indicado ou eleito já houver feito o curso anteriormente, emoutro estabelecimento ou em outra empresa. O curso é realizado para cada membro de cadamandato da CIPA.

    O treinamento da CIPA em primeiro mandato é realizado no prazo máximo de trintadias, contados a partir da data da posse. Esse período também é válido para formação dopresidente substituto, quando esse não fizer parte da CIPA.

    O treinamento da CIPA contempla os seguintes itens:

    a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados doprocesso produtivo, tendo como objetivo fazer com que os trabalhadorescompreendam o ambiente e as condições de trabalho da empresa, inclusive, quantoaos critérios relacionados à organização do trabalho;

    b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho, sendoesse método participativo e que se proponha a buscar causas intervenientes, com oobjetivo de eliminar e inserir barreiras protetoras, e não com o objetivo de classificar

    de forma simplória o acidente, que é sempre complexo, e muito menos, de buscarum culpado;c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos

    existentes na Empresa X, ou seja, estudos dos casos clássicos de acidentes quetenham ocorrido na empresa ou em similares, e também considerar as doenças quepodem ser geradas em seu ambiente de trabalho;

    d) noções sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS, e medidas deprevenção, com o objetivo de divulgar conhecimentos e estimular no interior daEmpresa X, medidas preventivas, e também realizar campanhas educativas,demonstrando os efeitos nocivos do fumo;

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    e) noções sobre as legislações trabalhistas e previdenciárias relativas à segurança esaúde do trabalho, ou seja, noções básicas das normas regulamentadoras, acordos econvenções;

    f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos,encontrados na Empresa X;

    g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições dacomissão, onde o cipeiro aprende a organizar reunião ordinária e extraordinária,elaborar atas e relatórios, fazer convocações, preparar novas eleições, enviarcomunicações de modo geral, enfim, todas as ações necessárias para fazer a CIPAfuncionar.

    O treinamento tem carga horária de 20 horas, distribuídas em no máximo oito horasdiárias e será realizado durante o expediente normal da empresa. O treinamento é ministradopelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho –SESMT da Empresa X, pela entidade patronal, entidades de trabalhadores e por profissionaisque possuam conhecimentos sobre os temas ministrados.

    A CIPA é ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quando à entidade ouprofissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à empresa escolher

    a entidade ou profissional que ministrará o treinamento.

    2.3 Os membros da CIPA da Empresa X

    A CIPA da Empresa X é composta por 14 membros, ou seja, 7 membrosrepresentando os empregadores e 7 membros representando os empregados.

    2.4 Os equipamentos de proteção individual mais utilizados na Empresa X

    A Empresa X fornece os EPIs gratuitamente, e torna o uso obrigatório nas áreas derisco. Quando na admissão, todos os recém contratados, recebem treinamento sobre os riscosinerentes a função, bem como a necessidade do uso dos EPIs, que tem a função de neutralizarà ação dos agentes nocivos a saúde, e também dos acidentes, bem como diminuir a gravidadedas lesões.

    Quando no ambiente de trabalho, os colaboradores utilizam os EPIs (se comprometem100%), pois foram treinados e conscientizados da necessidade de uso. O não cumprimento

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    acarreta uma advertência, suspensão e até justa causa, porém até o momento não foinecessário aplicar nenhuma dessas punições.

    Na Empresa X, os EPIs de uso habitual são: protetor auricular, óculos de segurança

    incolor, botina de segurança com bico de aço, luvas de algodão pigmentada , luvas de couro,luvas emborrachada e creme de proteção.

    Utiliza-se também EPIs de uso eventual, conforme a necessidade: Luvas para altatemperatura, luvas de raspa cano longa, máscara semi-facial descartável, respirador com filtroquímicos, avental de raspa, máscara para soldador, óculos maçariqueiro, protetor facial, cintode segurança tipo paraquedista, cinto de segurança para eletricista e luvas para alta tensão.

    2.5 O comprometimento dos colaboradores quanto aos EPIs

    O principal elemento de segurança, em uma instituição, pode-se dizer, que é aconscientização. Sem ela, os equipamentos de proteção individual adquiridos pela direção daempresa pouco podem fazer. Para essa conscientização, é necessária a informação acerca dosriscos no ambiente de trabalho, e uma motivação a perseguir uma atitude de segurança.

    Segundo Brum (1998), a informação é o produto da comunicação interna e a melhor

    estratégia de aproximação funcionário-empresa. Diversas são as ferramentas possíveis deutilização para uma comunicação integrada e eficaz, cuja utilização mais intensiva pode-sefazer durante a SIPAT, ou Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho, que pororientação do Ministério do Trabalho deve ser realizada anualmente por todas as empresas.Apenas para citar algumas:

    a) manual e vídeo de integração à empresab) revistas de histórias em quadrinhos

    c) jornal internod) jornal de parede

    e) cartazes motivacionaisf) cartazes informativosg) datas festivas e aniversários dos funcionáriosh) vídeos informativos e motivacionaisi) palestras internas j) valorização de funcionários.

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    2.6 A natureza dos acidentes

    Diante da profundidade dos princípios e conceitos, torna-se clara a importância e a

    necessidade da especialização em prevenção de acidentes, pois, somente através de umamentalidade voltada e consciente dos aspectos envolvidos será possível o desenvolvimento deações efetivas e produtivas nessa área. É falso o pressuposto de que apenas a obediênciaincondicional às regras e normas estabelecidas tanto na área técnica como na de prevenção deacidentes seja suficiente para impedir a ocorrência de um acidente. O que somente será obtidoquando houver uma vontade global em torno desse objetivo. Não se pode quantificar osbenefícios de qualquer ação de prevenção de acidentes, assim como a economia resultante de

    um acidente que não ocorreu, por isso, também é difícil avaliar o investimento feito com aaplicação de um efetivo programa de prevenção de acidentes, pois a verdadeira importânciada segurança é somente percebida quando ela falha. Também é difícil ensinar segurança, poiso seu verdadeiro conceito é formado no interior de cada um através do conhecimentoadquirido.

    Na Empresa X, ocorreram três acidente em 2005, ocorridos em linhas de montagem.Na linha de montagem, os cargos de mecânicos, líder de linha, não utilizam luvas por não

    ser aconselhável, pois a mesma pode enroscar em partes móveis e causar graves acidentes.Nas manutenções das linhas (preventiva, corretiva e ajuste de setap), pode ocorrer cortesdevido ao contato com folhas de flanders e até mesmo a própria latas, quando em teste. Osacidentes mais comuns, são cortes nas mãos, por motivo de alguns cargos não utilizar luvas,como mencionado, e outros por motivo de auto confiança no equipamento. A luva fornecida,quando bem utilizada, evita um possível corte, porém o abuso favorece a acidentes.

    3 DISCUSSÃO

    Responsável pela segurança e promoção de um ambiente de trabalho saudável, aComissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da Empresa X é formada porrepresentantes patronais e por funcionários – agentes fiscalizadores e parceiros de todos naempresa.

    São diversas as atribuições inerentes aos membros da Comissão, que se reúnemmensalmente a fim de discutir a melhor maneira de colocá-las em prática. Algumas delas são:observar e relatar as condições de risco no ambiente de trabalho; sugerir medidas preventivas;orientar os trabalhadores no que diz respeito à prevenção de acidentes; discutir os acidentes

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    ocorridos, encaminhando relatório aos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança eem Medicina do Trabalho (SESMT) e à administração da Empresa X. Também é deresponsabilidade da CIPA fiscalizar e solicitar o uso de equipamento de proteção individual

    (EPIs), bem como organizar campanhas de conscientização e a Semana Interna de Prevençãode Acidentes de Trabalho (S.I.P.A.T).

    Mas, para que a CIPA possa apresentar resultados efetivos e melhoria na qualidade detrabalho dentro da empresa, é necessário que todos conscientizem e estabeleçam uma relaçãode cooperação e respeito mútuo com esse grupo que lida com a matéria-prima maisimportante da empresa: o ser humano. É preciso colaborar e ajudar a preservar esse bem tãovalioso.

    A prática profissional indica que uma mesma campanha de motivação para asegurança deve utilizar-se de mais de uma ferramenta, e ser adaptada às suas peculiaridades.A prevenção dos acidentes e das doenças do trabalho como ação na manutenção do processoprodutivo, que é seu objetivo, sujeita a inúmeras variáveis, mas nenhuma delas mais instável edelicada do que comportamento humano. A gênese dos acidentes situa-se nas falhas humanas,dentro de um processo de conscientização, não importando o nível hierárquico ocupado pelohomem na empresa no sistema ou processo.

    É aconselhável adotar ações que eliminassem ou neutralizassem os riscos presentesnas instalações físicas dos processos produtivos, em suas máquinas e equipamentos e bemcomo postos de serviços mais adequados, de forma que mesmo havendo a incidência de falhahumana, estas não viessem encontrar condições propícias nos ambientes de trabalho paramaterializarem-se em uma ocorrência desagradável.

    4 CONCLUSÃO

    Discutiu-se aqui a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes como uma das formasde perseguir-se alguns dos princípios básicos da Empresa X. Enquanto uma empresa voltadapara o ramo de produção de embalagens metálicas a Empresa X tem em sua CIPA mais doque um cumprimento da legislação trabalhista: tem nas mãos uma ferramenta administrativarepleta de oportunidades e desafios. Com a sinergia dos talentos humanos da casa, há de se,paulatinamente, aproveitar essas oportunidades e de se fazer frente e capitalizar os resultadosdesses desafios. Não como uma filosofia administrativa tradicional, que desce em efeitocascata desde a direção aos escalões operacionais inferiores, mas como uma construçãoapoiada na tese da racionalidade comunicativa, pela qual chega-se ao entendimento dos

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    caminhos ótimos para a Empresa X a partir da argumentação, experiência e diálogos sobre aprevenção de acidentes de trabalho em suas unidades.

    Assume-se que os trabalhadores e empresários que envolvidos nesse programa se

    mantiveram motivados em prol das melhorias do conjunto, estarão gerando um clima socialbenéfico que terá, como um de seus resultados, a anulação das falhas humanas, pelo simplesfato de que elas serão identificadas previamente, por quaisquer componentes ou processo quenela estará inserida.

    Nesta etapa final da pesquisa, na inspeção de segurança, em sua aplicação correta,ideal, propôs a identificação das irregularidades presentes em um processo, denominada derisco, que poderão evoluir para um sinistro, afetando e comprometendo as ações de prevenção

    adotadas. A inspeção de segurança atua como um sinal de alerta para os desvios identificadosno programa de prevenção, e o mesmo identificá-los. Isto flagra uma avaliação, que de modogeral as pessoas não contribuem satisfatoriamente, principalmente quando se trata dodesempenho profissional, nesse ponto, é necessário que a linguagem utilizada pelo inspetorseja sempre positiva, enaltecendo os pontos positivos existentes e discutindo a regularizaçãodas anomalias encontradas, da forma que se possa corrigi-las antes mesmo de provocar perdasou danos. É importante a aceitação pelos colaboradores, que por vezes vêem o empresário

    como um fiscal, imagem que deve ser substituída por uma imagem de auxiliares naotimização dos processos produtivos e não geradores de dificuldades, ou seja, verdadeirosprofissionais de marketing da prevenção dos acidentes e das doenças do trabalho. Éigualmente relevante lembrar aos colaboradores a relação custo x benefício deve-sedemonstrar à clientela quanto, de fato, ela irá lucrar com a eliminação dos riscos nosambientes de trabalho.

    Os objetivos estabelecidos pela norma da CIPA atendem as necessidades e a realidade

    da Empresa X, no tocante da prevenção de acidentes, já que seus membros (eleitos eindicados) estão comprometidos com os mesmos. Pois sabe-se que prevenir é muito melhordo que remediar, por isso o trabalho da CIPA na Empresa X é sério e coerente, tendo asensibilidade e bom senso, tanto para atender as necessidades dos colaboradores da EmpresaX no tocante às condições de trabalho, como para entender, planejar e comunicar as alteraçõesnecessárias à fazer na Empresa X.

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