50 anos de televisão

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50 Anos de Televisão:Um Inventário da Programação Infantil

Lara Maria - [email protected]: Prof. Dr. José Salvador Faro.UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULOCurso de Pós-Graduação em Comunicação SocialSão Bernardo do Campo, 2000

Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-

Graduação em Comunicação Social, da UMESP-Universidade Metodista de São Paulo, para

obtenção do grau de Mestre

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televisão, desde sua criação, vem ocupando um espaço cada vez maior na vida

das pessoas, tornando-se quase imprescindível, visto que permite a ligação do

indivíduo com o mundo. Vários são os fatores que determinam sua programação,

e a busca pelos diversos segmentos a serem explorados é uma constante.A

A partir de nossas leituras, bem como da participação em discussões, seminários e

congressos, percebemos uma lacuna nos registros sobre os programas infantis, embora

alguns destes já tinham sido fonte de análise. Por isso, o propósito de nossa pesquisa foi

inventariar os programas televisivos produzidos especificamente para o público infantil.

Pesquisamos os programas infantis veiculados nas emissoras de televisão com sinal

aberto na cidade de São Paulo, desde as extintas TVs Tupi, Excelsior, Paulista e Manchete,

como também as emissoras em funcionamento, TVs Record, Globo, Cultura, Bandeirantes,

CNT/Gazeta, SBT e a recente Rede TV!.

Os programas pesquisados foram aqueles elaborados no Brasil para o público infantil.

Desta forma, não foram considerados os desenhos animados ou enlatados veiculados

durante a apresentação dos programas.

Para realizar a pesquisa, escolhemos o método histórico-descritivo. Utilizamos como

recurso materiais fornecidos pelas emissoras, depoimentos de pessoas que participaram dos

programas infantis (diretores, elenco, produção etc.), pesquisa na programação publicada no

jornal O Estado de S. Paulo, através de consultas disponibilizadas no Arquivo do Estado de

São Paulo, durante os primeiros cinqüenta anos de TV brasileira, bem como, recortes de

vários outros jornais e revistas. Pesquisamos ainda, os acervos do Centro Cultural São

Paulo, além das várias pesquisas bibliográficas.

Quando usamos os depoimentos tivemos o cuidado de comparar as informações

recolhidas nestes com as disponíveis nas fontes escritas, evitando a subjetividade e

parcialidade pertinentes à memória dos protagonistas.

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O presente estudo tem, em essência, um caráter quantitativo, embora, em alguns

momentos, foi necessária a intervenção qualitativa.

Visando os objetivos propostos, fizemos um levantamento e uma identificação dos

vários programas infantis apresentados, ao longo da história, pelas emissoras de São Paulo.

Enfocamos, também, o estilo dos programas apresentados, o que permitiu perceber, em

grande parte deles, sua duração e as mudanças ocorridas em sua programação.

Ao fazer a análise, percebemos que a história da TV brasileira é pontuada por lacunas

informativas, seja pela dificuldade de registros nos primeiros momentos, seja pela falta de

interesse por uma memória ou ainda devido a fatores intervenientes, como incêndios que

destruíram muitos arquivos. Esta limitação torna praticamente impossível, neste estágio do

conhecimento acumulado sobre o tema, determinar quantitativamente o que já chegou a ser

recuperado. Este estudo resgata grande parte, mas não representa a totalidade da

programação infantil.

A dificuldade de se desenvolver uma pesquisa histórica no Brasil - e especificamente

sobre televisão - é algo que já vem sendo sentido há tempos por vários pesquisadores. Luiz

Nagib Amary e Ana Maria Belluzzo (Silva, 1981, p.3) já disseram que

a nossa TV não tem história; para reconstruir seu passado, especialmente o

período anterior ao videtape, é preciso um grande esforço de pesquisa. Afinal, a

televisão não era levada a sério pelas pessoas que estudavam a cultura

brasileira e ninguém se preocupou em documentar os seus passos. Hoje, temos

de confiar basicamente no depoimento dos profissionais responsáveis pela sua

criação e desenvolvimento – cuja memória nem sempre é fiel – para escrever

essa história.

Dos programas identificados alguns não chegaram a ser descritos neste inventário.

Isto se deve a duas ordens de fatos: a escassez quase absoluta de material de consulta e a

dificuldade de recuperação de depoimentos confiáveis dos protagonistas envolvidos.

Todavia, essa lacuna não invalida a compreensão atual do levantamento feito, tendo em

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vista sua representatividade diante do quadro da programação infantil da TV brasileira. (vide

anexo I a relação geral dos programas não descritos)

Esperamos com este trabalho contribuir para que outros pesquisadores possam

aprofundar os estudos sobre a televisão brasileira, que adentra aos lares brasileiros como

veículo fundamental de comunicação e que vem ganhando novas possibilidades graças aos

avanços tecnológicos. A internet que se associa a esse meio e logo possibilitará a criação de

novos formatos; a TV por assinatura que com seus canais especializados segmenta seu

público e muitas vezes possibilita que este seja mais seletivo e até mais exigente por opções

mais criativas e melhor elaboradas, revelando-nos um público com perfil mais preocupado

com conteúdo, mesmo diante da TV aberta. 1

Uma vez que a televisão no Brasil é um veículo de comunicação que alcança

praticamente 99% do território nacional, vimos a importância de estudar esse meio

inventariando sua programação infantil produzida nessa trajetória de cinqüenta anos de TV.

Percebemos que o segmento infantil integra a própria história das emissoras que compõem

os canais televisivos que marcaram e marcam presença nesse sistema de sinal aberto de

televisão. A programação infantil é evidenciada em todas emissoras. Mesmo que estas não

tenham o público infantil como foco principal, em algum momento ele é pensado.

As produções realizadas para o público infantil, nas várias emissoras, apresentam de

maneira geral uma diversidade na sua proposta, embora o inventário tenha permitido

identificar alguns padrões inseridos nos programas infantis que mais se repetem do que

inovam fórmulas que ao mesmo tempo que são fáceis coexistem com propostas refinadas e

educativas.

1 O presente trabalho está assim apresentado: No capítulo I, um breve histórico sobre a televisão no Brasil, com destaque de momentos marcantes em sua trajetória, percebendo elementos de entretenimento e educação que a permeiam. Por meio dessa exposição, contextualizamos nosso objeto de estudo: os programas infantis. No capítulo II, abordamos a importância do papel da televisão no mundo infantil, bem como sua presença nas instituições sociais, como na família e na escola. Refletimos também sobre a televisão como referência para sociedade e como instrumento de consumo. E no capítulo III, reconstituímos a memória da programação infantil, apresentando os programas infantis com as informações disponibilizadas referentes a cada programa. Observe-se que não estabelecemos um padrão para compô-los, visto que as fontes e as informações variam para cada programa. Procuramos também contextualizar historicamente a trajetória de cada emissora que formou os 50 anos de televisão no Brasil.

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Através do levantamento também pudemos observar que as fórmulas comerciais –

que são predominantes – escapam de certa forma do projeto inicial idealizado por seus

criadores e produtores, deixando entrever que a TV comercial brasileira não se mostra capaz

de trabalhar efetivamente com todo potencial educativo que o veículo permite.

Ao refletir a trajetória da televisão e as várias etapas sofridas como resultado de sua

evolução, o veículo ganha possibilidades e até modificações graças a implicações do avanço

tecnológico. O exemplo é a internet associada a esse meio que logo possibilitará a

elaboração de novos programas, além da opção TV por assinatura, que permite a

segmentação do público com a conseqüente criação de um novo padrão. Esses canais

especializados podem “roubar” a audiência, inclusive a infantil. Percebemos assim uma

preocupação maior por parte de algumas emissoras com os programas infantis, podendo-se

visualizar uma produção mais criativa e de melhor elaboração. Fica claro que buscam um

enquadramento num contexto mais educativo-cultural, o que nos revela uma preocupação

em inserir elementos antes só imaginados nas telas das TVs Educativas ou segmentadas.

A TV Cultura, por exemplo, chega a conquistar até doze pontos de audiência no

horário nobre com sua programação especializada nos infantis. O crescimento do público da

TV Cultura comprova que o telespectador está mais seletivo e interessado numa

programação de qualidade. Essa ascensão da audiência revela uma mudança no perfil de

uma parte do público que está se preocupando mais com o conteúdo do que simplesmente

com o formato.

Essa tendência começa a ser observada pelas emissoras de sinal aberto e estas

passam a dedicar uma maior atenção às suas programações infantis, inserindo elementos

que vão além do simples entretenimento. Além de começarem a oferecer uma diversidade

em termos de horários e faixas etárias melhor delimitadas ocupando inclusive os horários

nobres da TV.

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A TV Tupi foi a emissora pioneira e desde seu início a programação infantil fazia parte

de seus programas. Seguia os mesmos moldes dos programas para adultos, como o

teleteatro. Foi o caso de "Fábulas Animadas", entre outros. As telenovelas infantis também

compuseram sua programação, como, por exemplo "Pollyana", “O Jardineiro”, etc.. Havia

outros programas nos quais os personagens viviam episódios, que podiam, ou não ter

continuidade no dia seguinte, mas o que marcava era a convivência comum e o envolvimento

de uns com os outros, como se observa no "O Sítio do Pica-Pau Amarelo", “Nos tempos da

vovó”, "Segredos do Vovô'', e outros.

Muitos programas eram de auditório, como uma herança do rádio. Como foi o caso do

primeiro programa infantil, o "Gurilândia”, que foi uma versão para televisão baseado no

"Clube do Papai Noel", um programa infantil de rádio que, uma vez por ano, era apresentado

na TV como um especial. Vários programas de auditório se desenvolveram a partir disso e

passaram a compor o quadro diário da programação da TV, como “Os Melhores da Semana”

e muitos outros foram surgindo. É importante ressaltar que foi também na TV Tupi que os

programas com modelo circense ganharam vida, como foi o caso de "Fuzarca e Torresmo" e

"Cirquinho Bom-Bril", entre outros.

“Sabatinas Maisena” era outro tipo de programa que envolvia a disputa entre escolas,

propondo avaliação de conhecimento e tarefas a ser cumpridas. Outro modelo era

intercalado por desenhos, tarefas, brincadeiras, concursos; sempre com um cenário

dinâmico, que estimulava a imaginação da criança para outros mundos: “Capitão Aza”,

“Meire, Meire, Queridinha” etc.

Apesar de encontrarmos na programação de TV publicada diariamente no jornal O

Estado de São Paulo, referências à vários programas como "Circo Os Pankecas", "Arco Íris",

da TV Tupi, entre outros apresentados nas TVs Paulista, Record, Globo, Bandeirantes,

CNT/Gazeta, SBT e Manchete, não conseguimos informações que nos permitissem compor

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sua descrição, pois só estava disponível o mês e o ano em que eram apresentados (ver

anexo I a relação do títulos encontrados sem descrição dos mesmos).

Segundo Fábio Sabag, a TV Paulista manteve também um teleteatro, o "Teatro

Infantil", na década de 50, o que era comum em todas as emissoras. Depois, quando a

emissora foi comprada pela Globo em 1966, a memória da TV Paulista praticamente se

perdeu, ou se confundiu. A Globo manteve alguns programas e, entre os infantis, estavam

“Capitão Furacão” e “Zás Tráz”.

A TV Record não definiu uma perfil para a programação infantil, pois parece não era

seu foco principal. Pode ser que esta afirmação não seja totalmente verdadeira, devido a

falta de dados concretos sobre a programação, visto que essa emissora passou por diversos

donos e a preservação de sua memória em momento algum foi preocupação central de seus

dirigentes.

Mesmo no livro comemorativo da emissora sobre os seus 40 anos, não há dados

significativos. Apenas mencionam, além dos recentes, o programa “Pullmann Jr”, “Gincana

Kibon” e “O Cirquinho do Arrelia”. Deste último programa conseguimos mais dados, pois

entrevistamos o próprio Arrelia que recordou momentos dos dez anos em que o programa

esteve no ar.

Da programação da TV Excelsior só foram encontrados dois programas infantis: "Tia

Gladys e Seus Bichinhos" e "Essa Gente Inocente", talvez porque seu ponto forte, em sua

época áurea, fossem as novelas, além do fato de que a emissora viveu apenas nove anos e

não se encontram registros de suas produções.

A programação infantil sempre esteve presente na TV Globo, sendo que sua estréia,

no Rio de Janeiro, foi com o programa "Uni-Duni-Tê", em 1965. O programa era uma sala de

aula, com alunos, reproduzindo situações cotidianas e brincadeiras sob o comando de uma

professora, modelo este que muito veio a se “aperfeiçoar” na emissora.

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O entretenimento sempre foi a característica marcante das produções da TV Globo,

embora em alguns momentos tenham surgido programas de caráter educativo, como “Vila

Sésamo” e “Sítio do Pica-pau Amarelo”, nas décadas de 70 e meados de 80. Já nos anos 90

é com o programa “Angel Mix”, comandado pela apresentadora Angélica, que a emissora

procura ajustar, em alguns quadros, afim de se amoldar a um programa educativo, sem, no

entanto, perder o caráter de entretenimento e estimulador do consumo diferentemente dos

dois primeiros citados.

A emissora se destaca por fazer de seus programas infantis um verdadeiro show,

gerando ídolos, como Xuxa, a quem se dá o título de “rainha dos baixinhos”; vida fetichista à

cachorra “Priscila”, do programa “TV Colosso”; promove pessoas e objetos com um apelo

carismático capaz de seduzir com o imaginário do lúdico.

É importante ressaltar que na década de 80, os musicais infantis marcaram a

programação da emissora, com cantores, ou conjuntos, como “Arca de Noé” e

“Pirlimpimpim”, com cenários temáticos que foram propulsores da venda de milhares de

discos, gerando um novo estilo em que os apresentadores cantavam, transformando-se

mesmo alguns em cantores de sucesso, mesmo quando não tinham qualidade para tal.

Em todos os momentos de sua programação, a TV Globo preocupou-se em manter

programas infantis, mas dificilmente investiu em mais de um ao mesmo tempo; quando isso

aconteceu tratou-se de uma fase de transição, em que um programa estava saindo, dando

lugar a outro, mantendo assim o público cativo.

A TV Cultura diferencia-se das demais emissoras por seu caráter educativo, voltado

para as diversas faixas do público infantil, envolvendo desde questões de comportamento,

relacionamento social, familiar, até o conhecimento sistematizado de História e Ciências, por

exemplo. Seus programas, em geral, são interativos, porque estimulam a criança a fazer, a

experimentar, a tentar; são ricos na mescla de gêneros, utilizando-se do auditório, da

dramatização, de bonecos e de vários outros recursos, que podem prender a atenção da

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criança. Se comparada à programação das emissoras comerciais concorrentes, percebemos

que seus programas mantém uma constância, talvez por terem um projeto educativo que os

norteia. É comum, também, que sejam reprisados com certa constância, tornando-se

atemporais.

Na TV Bandeirantes não se observa uma preocupação relevante com os programas

infantis, limitando-se, em muitos momentos, á exibição de desenhos animados para

preencher lacunas de sua programação, em horários tipicamente destinados ao público

infantil. Apesar disso, houve algumas iniciativas e de caráter educativo, como no primeiro

investimento da emissora no gênero infantil, no final da década de 60, com o “Sítio do Pica-

pau Amarelo”, mas que não logrou êxito. Depois, ainda buscando uma proposta educativa,

trouxe da TV Cultura, no final dos anos 70 e início dos anos 80, a “Turma do Lambe Lambe”,

programa idealizado e comandado pelo artista plástico Daniel Azulay que, atualmente,

retorna à emissora com o programa “Oficina de Desenho”. De maneira geral, os demais

programas infantis apresentados pela emissora tiveram uma característica circense.

Quanto à TV CNT/Gazeta os dados encontrados referem-se apenas a quatro

programas: “Brincando na Paulista”, “Tudo por Brinquedo”, “Gincana Estrela” e “Hugo”, os

três primeiros de auditório e o último de estúdio, com interatividade, utilizando-se de games.

Fora o programa “Brincando na Paulista”, os outros foram gerados depois da união das duas

TVs, não havendo dados anteriores, pois segundo informações obtidas junto à emissora, só

agora estão sendo feitos registros da programação.

No caso do SBT, praticamente todas as informações foram obtidas por meio da

publicação da programação no jornal O Estado de São Paulo, visto que a emissora alega

não ter nenhum registro. O SBT, desde seu surgimento, tem como ponto forte a transmissão

de desenhos animados, mas é importante salientar que uma figura que se destacou desde o

início da emissora como animador e apresentador dos desenhos foi o “Bozo”, que se fez

presente também na Record, visto que, na época, ambas pertenciam ao mesmo empresário.

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É interessante notar que no SBT, embora sempre tenha recorrido ao gênero infantil

para preencher sua grade de programação não se percebe uma constância na apresentação

dos programas como se não houvesse necessariamente um comprometimento com a

criança como público alvo, mas uma preocupação com o preenchimento dos horários. A

programação infantil do SBT é irregular, ou seja, não têm uma seqüência na apresentação.

Alguns programas ficam poucos meses no ar, saem, retornam, sem inovar ou alterar seu

perfil. Muitos voltam apenas com nomes diferentes, como é o caso dos programas

comandados pela “Vovó Mafalda” e os da apresentadora “Simonny”.

Somente em meados da última década, se estruturando no final dela, é que os

programas assumem um caráter de uma programação planejada para a criança, como

acontece, por exemplo, com a contratação das apresentadoras infantis Mara, Angélica e

Eliana, todas seguindo os moldes da Xuxa, programa da Globo, que já tinha alcançado

sucesso.

O programa das “Chiquititas” foi um fenômeno que estourou no SBT, sendo baseado

no enlatado “Carrossel”, que envolve emoções com as quais a criança se depara no

cotidiano. É, na verdade, uma novela cujos personagens centrais são crianças, com

características pertinentes a essa faixa etária: arte, amor, brigas, carinho, raiva, vingança,

etc. – os mesmos ingredientes das novelas destinadas ao público adulto.

Na TV Manchete, de certa forma, podemos dizer que programação infantil foi sinônimo

de “Clube da Criança”, este que acompanhou a emissora em sua breve trajetória, embora

tenha passado por várias reformulações e em alguns momentos até fora do ar, mas sempre

permanecendo. O “Clube da Criança” foi descobridor de talentos como Xuxa, Angélica e

outras apresentadoras infantis. Também num período foi um dos programas que rendia à

emissora os mais altos índice de audiência. A Manchete fez outras tentativas no gênero

infantil, mas todas tiveram vida curta.

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A Rede TV! A mais rescente, tendo comprado a Manchete. Em 2000 estva apenas

com um programa infantil, o “Alô Galera”, marcado por quadros com bonecos e cenários

onde acontecem várias situações.

Muitos programas são recriações de outros que deram certo, como é o caso do

“Pullmann Jr”, que aparece em mais de uma emissora, em épocas diferentes, porém não há

registro de seu estilo em nenhuma delas, exceto o primeiro da TV Record. Podemos citar

também o caso de “Circo Alegre”, que aparece na Bandeirantes e na Manchete embora sem

informações disponíveis para compor sua descrição. Também o “Patati Patatá”, na

Bandeirantes, Gazeta e no SBT, mas e nenhuma informação sobre ele. Há ainda casos

como o programa “Sítio do Pica-Pau Amarelo” que teve várias versões, a primeira na TV

Tupi, depois na TV Bandeirantes e, enfim, na TV Globo, inicialmente de parceria com a TV

Cultura, todas com produções próprias e características distintas além de transmissões em

diferentes épocas como se pode observar em suas descrições.

Podemos notar que os programas infantis na televisão brasileira não seguem um

padrão determinado, mas buscam no tempo e no espaço o modelo mais adequado, que

envolva a criança do presente momento em ela está sendo pensada. Notamos, também, que

não são neutros: os programas infanto-juvenis são produções da cultura e obedecem as

contingências e a lógica do mercado.

Em muitos programas o mundo da criança é semelhante ao do adulto, seguindo seus

padrões. Os programas infantis em sua trajetória precisaram, pois, adaptar-se

constantemente as transformações naturais de sua época, afim de se manter o público.

Se formos pensar numa caracterização dessas cinco décadas trilhadas pela

programação infantil na televisão podemos dizer que a década de cinqüenta foi marcada

fortemente pelo teleteatro, por caraterísticas que eram inerentes à evolução da TV, até então

suas com transmissões ao vivo. O teleteatro nesse momento, assumiu diferentes faces,

desde o teatro tradicional, com apresentação de peças clássicas, como o teleteatro com

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episódio, em forma de séries e em formatos de novelas. Tudo na intenção de dar uma

variedade ao seu público alvo. Também foi na década de cinqüenta que aparecem os

primeiros programas de auditório, entre disputas escolares, os circenses, entre outros.

Na década de sessenta, ainda se encontra o teleteatro, mas em menor escala, gênero

que se divide com os crescentes programas de auditório. É neste momento que surgem os

primeiros seriados gravados em películas para o público infantil, como “Falcão Negro” e, em

alguns momentos, o “Capitão Furacão”; e outros que foram surgindo nas décadas seguintes.

É nessa década que nascem os primeiros embriões de formatos tão conhecidos hoje em dia:

a fórmula do apresentador, mais brincadeiras, jogos e desenhos animados. Que foi se

aprimorando e ganhando glamour em sua trajetória. São eles “Zás Trás”, o “Capitão Aza” e o

“Uni-Dini-Te” da Globo, do tipo “professoral”, maternal. Esse tipo de projeto foi substituído

pelas apresentadoras alegres, divertidas e com uma linguagem muito parecida com a infantil.

A década de setenta é o período que se observa menor número de produções de

programas infantis; em contrapartida é nesta década que nasceram os consagrados “Vila

Sésamo” e o “Sítio do Pica-pau Amarelo”. Mas os investimentos nos programas infantis de

um modo geral ainda eram baixos e as emissoras ainda recorriam aos desenhos animados e

às séries enlatadas.

Mas foi na década de oitenta que os programas infantis assumiram um caráter

praticamente de puro entretenimento. É aqui que surge o fenômeno Xuxa, modelo que

começa a se repetir nas outras emissoras desencadeando um novo estilo na programação

infantil. Entre os desenhos e brincadeiras a "venda" é um elemento presente e constante de

produtos vários como iogurtes, chocolate, meias, sandálias, grupos musicais, brinquedos de

todos os tipos de comércio, o merchandising dos próprios personagens destacados no

decorrer do programa. As apresentadoras tornam-se ídolos nacionais e passam a ditar

comportamentos muitas vezes questionáveis para o público em questão.

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A década de oitenta ficou marcada também pela presença da música nos programas

infantis praticamente em todas emissoras. Foram vários os musicais apresentados pela TV

Globo. A TV Cultura apresentou, “Toquinho e o Coral Brasileiro”. Além dos muitos programas

cuja música era o ponto forte como o “Milke Shake”, e o “Lupu Limpim Clapa Topô” da TV

Manchete, “Balão Mágico”, da Globo, “Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá Simonny”, do SBT, entre

outros. Foi na década de oitenta que muitos personagens e apresentadores são

transformados em bonecos. E de forma implícita ou explícita dedicam horas semanais à

veiculação de comerciais de toda ordem, direcionadas sobre as crianças, e em nome do

afeto e da amizade as apresentadoras infantis estimulam em seu público os mais variados

desejos.

Na década de 90, os programas seguiram o estilo do líder infantil, permeado por

brincadeiras, desenhos animados e apelos ao consumo. As emissoras, para garantir seu

espaço, precisaram inovar adaptando-se rapidamente ao estilo do momento para competir

com as demais. Neste período, os programas são marcados por uma infra-estrutura

fantástica tendo à disposição variedades em recursos técnicos.

Cada geração traz em si necessidades que precisam ver satisfeitas; por isso as

emissoras acabam por acompanhar as mudanças, mas de qualquer maneira percebemos

que apesar das transformações tecnológicas, o mito, a fantasia, o show, continuam

permeando o universo

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PRIOLLI, Gabriel. A programação infantil na história da TV e o terceiro milênio. In. 1º Simpósio Brasileiro de Televisão, Criança e Imaginário. 1996. São Paulo. Lapic/ECA/USP, p.35.REIMÃO, Sandra. Em Instantes - notas sobre a programação na TV brasileira (1965 - 1995). São Paulo: Cabral editora, 1997. 103 p.REIS, Dionéia Junquina. A TV no Brasil e o seu continente histórico. Rio de Janeiro: UFRJ, 1978.REZENDE, Ana Lúcia M., REZENDE, N. Borges. A tevê e a criança que te vê. São Paulo: Cortez, 1989. _____________________. Televisão: babá eletrônica? In. PACHECO, Elza Dias (org.). Televisão, criança, imaginário e educação. Campinas: Papirus, 1998. p.71-82.ROCCO, M. T. F. Linguagem autoritária: televisão e persuasão. São Paulo: Brasiliense, 1988.ROCHA. Wilson. Programação infantil: contribuições de um roterista. 1999. Entrevista concedia a Lara Maria.SABAG, Fábio. O teleteatro na televisão brasileira e a participação do Teatrinho Trol. Agosto/1999. Entrevista concedia a Lara Maria.SALLES, Mauro. A televisão no Brasil e no mundo. In: MACEDO, Cláudia, FALCÃO, Angela, ALMEIDA, Candido José Mendes de. TV ao vivo – depoimentos. São Paulo: Brasiliense, 1988.SAMPAIO, Mário Ferraz. História do rádio e da televisão no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Achiamé, 1984. 343 p.SEYSSEL, Waldemar. Arrelia uma história de alegria. 1999. Entrevista concedia a Lara Maria.SHERMANN, Maurício. Lembranças da evolução da TV no Brasil. 2000. Entrevista concedida a Lara Maria.SILVA, Carlos Eduardo Lins da. As verdades da televisão. Mercado global. São Paulo, n. 10(57), p.6-52, nov/dez. 1983.SILVA. Flávio Luiz Porto e (org.). O Teleteatro paulista nas décadas de 50 e 60. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura, 1981. 108 p.SIMPSON, Amelia. Xuxa: megamarketing do sexo, da raça e da modernidade. SP: Sumaré, 1994.TAVARES, Helena. Bichinhos de Gladys fizeram uma geração sonhar. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 13.out.1991. s/pTÁVOLA, Artur da. Comunicação é mito: televisão uma leitura crítica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. 367 p. ________________. TV, Criança e Imaginário. In. PACHECO, Elza Dias (org.). Televisão, criança, imaginário e educação. Campinas: Papirus, 1998. p. 39-49.TOZZI, Élio. Lembranças de um pioneiro. 1999. Entrevista concedia a Lara Maria.UMA nova era para os programas infantis. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 30. Março.1996.UM ENREDO com romance e fantasia. Jornal da Tarde. São Paulo: 17.abril.1975. s/pWILTON SOUZA, Mauro (org.). Sujeito, o lado oculto do receptor. São Paulo: Brasiliense, 1995.ZANELATO. Eduardo. Chiquititas vira indústria. Jornal O Estado de São Paulo. Telefolha, 09.agosto.1998a.___________________. Eliana estréia na Record. Jornal O Estado de São Paulo. Telefolha, 11.outubro.1998b.

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Anexo I

Tabela dos Programas Infantis por Décadas (descritos no trabalho)

EMISSORA/DÉC. DÉCADA DE 50

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TV TUPI(1950/1980)

Gurilândia De Mãos Dadas O Clube do Papai Noel Fábulas Animadas Sítio do Pica-pau Amarelo Façamos hoje o homem de amanhã Trapalhadas do Chiquinho e do Benedito Teatrinhos de fantoches Fuzarca & Torresmo Cirquinho Bom-Bril Nos Tempos da Vovó Sessão Zig-Zag Era Uma Vez / Teatro da Juventude Passeando pela história Sabatinas Maisena Os melhores da semana Pim Pam Pum Teatrinho Trol O Palhaço Pollyanna Pequeno Lord O Jardineiro EspanholAngelika O Jardim Encantado Tia Gladys e seus bichinhos *ver Excelsior

TV PAULISTA(1952/1966)

Teatro Infantil

TV RECORD(1953/em funcionamento)

Teatro InfantilCirquinho do Arrelia Capitão Sete Ginkana Kibom

EMISSORA/DÉC. DÉCADA DE 60

TV TUPI(1950/1980)

Segredo do VovôSerelepe Pablo, o índio Vigilante Rodoviário Meire, Meire Queridinha Falcão Negro Clube do Capitão Aza

TV PAULISTA(1952/1966) - - - - -

TV RECORD(1953/em funcionamento)

Dr. Cacareco e Cia. Pulmann Jr. A Turma do 7

TV EXCELSIOR(1960/1969)

Tia Gladys e seus bichinhosEssa gente inocente

TV GLOBO(1965/em funcionamento)

Uni-Duni-Te Capitão Furacão Zás TrásMister Show

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TV BANDEIRANTES(1967/em funcionamento)

Sítio do Pica-Pau AmareloTic Tac

EMISSORA/DÉC. DÉCADA DE 70TV TUPI(1950/1980)

Jerônimo, Herói do SertãoO Velho, o Menino e o Burro

TV RECORD(1953/em funcionamento) - - - - -

TV GLOBO(1965/em funcionamento)

Shazan, Xerife e Cia. Vila Sésamo Globinho Fantasminha Pluft Sítio do Pica-pau Amarelo

TV CULTURA(1967/em funcionamento)

Jardim Zoológico Vila Sésamo *ver TV Globo Turma do Lambe Lambe *ver TV Bandeirantes

TV BANDEIRANTES(1967/em funcionamento)

Titio Molina O Grande Circo

CNT/GAZETA(Gazeta 1970 - CNT 1975

CNT/Gazeta 1995, ambas em funcionamento)

- - - - -

EMISSORA/DÉC. DÉCADA DE 80

TV RECORD(1953/em funcionamento)

Pintando o Sete

TV GLOBO(1965/em funcionamento)

Arca de Noé I e IIPirlimpimpimPlunct Plact Zuum I e II Balão MágicoVerde Que Te Quero Verde Pererê Viagem ao Corpo Humano Canção Para Todas as Crianças Xou da Xuxa

TV CULTURA(1967/em funcionamento)

Bambalalão Curumim Sítio do Pica-pau Amarelo *ver Rede GloboCaleidoscópio Catavento Revistinha Enigma de Papai Noel Toquinho e o coral brasileiro

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TV BANDEIRANTES(1967/em funcionamento)

Meu Pé de Laranja Lima Turma do Lambe Lambe Tutti Frutti TV Criança TV Fofão Top GigioZYB Bom

CNT/GAZETA (Gazeta 1970 - CNT 1975CNT/Gazeta 1995, ambas emfuncionamento)

Brincando na Paulista

SBT(1980/em funcionamento)

Bozo Show Maravilha OradukapetaDó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Simonny*

TV MANCHETE(1983/1999)

Clube da Criança Lupu Limpim Chapá TopêA Nave da Fantasia Milke Shake Cometa Alegria

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EMISSORA/DÉC. DÉCADA DE 90TV RECORD

(1953/em funcionamento)Acthim & Cia. Infantil ao Vivo Tarde Criança com Mariane Agente G Mundo Maravilha Vila Esperança Eliana & Alegria Eliana no Parque

TV GLOBO(1965/em funcionamento)

Show do Malandro Paradão da Xuxa Mundo da Lua *ver TV Cultura Colosso Xuxa Park Angélica/Angel Mix (Angélica)*

TV CULTURA Rá-Tim-Bum Glub-Glub Mundo da Lua X-Tudo Castelo Rá-Tim-Bum Lá vem a históriaCocoricó

TV BANDEIRANTES(1967/em funcionamento)

Oficina de Desenho Daniel Azulay

CNT/GAZETA(Gazeta 1970 - CNT 1975

CNT/Gazeta 1995, ambas em funcionamento)

Tudo Por Brinquedo Hugo Gincana Estrela TV Fofão *ver Bandeirantes

SBT(1980/em funcionamento)

Vovó Mafalda Bom Dia & Cia. (Eliana)*Casa da Angélica Programa Sérgio Malandro Passa ou Repassa Chiquititas Disney Club

TV MANCHETE(1983/1999)

Dudalegria

REDE TV(1999/em funcionamento) Alô Galera

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