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LARA PORTES OLIVA
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A GESTÃO ESCOLAR
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
SÃO PAULO
2007
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LARA PORTES OLIVA
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A GESTÃO ESCOLAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a aprovação na habilitação de Administração Escolar do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob a orientação da Profª. Ms.Ana Maria Di Grado Hessel.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
SÃO PAULO
2007
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LARA PORTES OLIVA
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A GESTÃO ESCOLAR
BANCA EXAMINADORA
Prof. ________________________________________________________
Prof. ________________________________________________________
Prof. ________________________________________________________
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a toda minha família, que me ensinou, desde a infância, a
preservar o meio ambiente - mesmo que eu ainda não conseguisse entender bem o que
isso significava - e admirar tudo o que faz parte da natureza.
Também dedico à minha sobrinha Maria Eduarda e aos meus alunos - que foram
minha maior inspiração - desejando que se tornem adultos conscientes e possam
usufruir tudo o que pudemos até hoje.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço à professora dra. Ana Maria Di Grado Hessel pela orientação.
Aos meus pais, Aylton e Ângela, e irmãs, Claudia, Patrícia, Lia e Raquel, pelo
apoio.
Às minhas amigas Carla Pinheiro e Bruna Marconi pelo companheirismo.
Às minhas colegas de classe pelo interesse e pela ajuda.
A todos que participaram direta ou indiretamente da pesquisa e contribuíram com
suas dicas e seus depoimentos.
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"Se você faz planos para daqui a um ano, semeie. Se faz
planos para daqui a dez anos, plante árvores. Se faz planos para daqui a cem anos, eduque as pessoas".
(Provérbio Chinês)
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vii
SUMÁRIO
Índice de Figuras ............................................................................................. viii
Índice de Tabelas .............................................................................................. ix
Resumo .............................................................................................................. x
Justificativa ........................................................................................................ xi
Introdução .......................................................................................................... 1
Problema de Pesquisa e Delimitação do Problema ........................................... 3
Objetivos ............................................................................................................ 4
Objetivo Geral .................................................................................................. 4
Objetivos Específicos ........................................................................................ 4
Metodologia ........................................................................................................ 5
Capítulo 1 - O que é Gestão? ............................................................................ 6
1.1 Gestão Empresarial Tecnicista ..................................................................... 8
1.2 Gestão Escolar Participativa ........................................................................ 9
1.3 Gestão Ambiental ...................................................................................... 11
Capítulo 2 - Contextualização histórica do não-cuidado com a natureza......... 13
Capítulo 3 - Mudança de Paradigma ............................................................... 16
Capítulo 4 - Escola e Meio Ambiente ............................................................... 19
Capítulo 5 - O que outros setores da sociedade têm feito? ............................. 22
Capítulo 6 - Plano de Intervenção .................................................................... 25
6.1 Pesquisa de Campo ................................................................................. .27
6.2 Análise e Interpretação dos Dados Coletados ............................................ .30
Considerações Finais ....................................................................................... 38
Referências Bibliográficas ................................................................................ 40
Apêndices......................................................................................................... 42
Questionário para funcionários da escola pesquisada ....................................... 42
Eco dicas para serem seguidas na escola .........................................................45
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viii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – O que a escola já faz? 33
Figura 2 - Alunos e funcionários procuram preservar o ambiente escolar e evitar
desperdícios? 34
Figura 3 – Consumo de água na escola 35
Figura 4 – Consumo de energia elétrica na escola 36
Figura 5 – Consumo de papel na escola 36
Figura 6 - Consumo de plástico na escola 36
Figura 7 – Consumo de alimentos na escola 37
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ix
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – O que a escola já faz? 33
Tabela 2 - Alunos e funcionários procuram preservar o ambiente escolar e evitar
desperdícios? 34
Tabela 3 - Elementos mais consumidos na escola. 35
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x
RESUMO
Atualmente, os problemas ambientais vêm sendo muito discutidos em todos os setores
da sociedade. Devido à realidade na qual nos encontramos hoje, se faz necessária uma
educação voltada para a conscientização ambiental, por meio da qual os indivíduos
desenvolvam uma visão crítica sobre as conseqüências de suas ações no meio
ambiente onde vivem. Neste sentido, a escola tem papel fundamental na formação de
cidadãos éticos e conscientes, que saibam preservar o espaço onde vivem e viver em
harmonia com a natureza. A escola deve desenvolver atividades condizentes com a
realidade dos educadores e dos educandos, proporcionando subsídios para que estes
transformem a sociedade a seu favor. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo
evidenciar aos educadores a importância da reflexão sobre a problemática ambiental de
maneira ampla, percebendo e contestando a forte influência do modelo social vigente
sob as atitudes dos indivíduos. A metodologia utilizada para a elaboração desta
pesquisa iniciou-se com o levantamento bibliográfico de obras relacionadas à gestão
escolar e à educação ambiental. Autores como Paro, Luck e Gadotti deram subsídios
para o desenvolvimento teórico deste trabalho, além do Parâmetro Curricular Nacional:
Meio Ambiente e Saúde – Temas Transversais. Em seguida, foi desenvolvido um
questionário composto por questões mistas, sendo duas abertas e três fechadas, no
qual os entrevistados deram suas opiniões e impressões acerca de questões
relacionadas à educação ambiental numa determinada escola. As respostas do
questionário subsidiaram o estabelecimento dos objetivos do projeto de intervenção
proposto ao fim da pesquisa e enriqueceram o trabalho, por partirem de indivíduos
inseridos na realidade pesquisada e serem coerentes com a necessidade de um projeto
de educação ambiental no contexto escolar.
Palavras-chave: educação ambiental, gestão escolar, parcerias, envolvimento,
conscientização.
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xi
JUSTIFICATIVA
Ao longo de minha formação profissional, tanto nos estágios quanto na
Universidade, percebi que falta espaço para a discussão sobre temas como Educação
Ambiental, Sexualidade e Ética, enquanto áreas específicas como Português e
Matemática são extremamente valorizadas, seguindo a lógica do mercado de trabalho.
Meu interesse por cuidados com o meio ambiente vem desde a infância. Quando
ainda era muito pequena, comecei a freqüentar acampamentos de férias, com minhas
irmãs, perto da represa Billings.
Nesses acampamentos, o vínculo com a natureza era enorme e os monitores se
preocupavam muito em conscientizar as crianças, sempre de maneira lúdica, sobre a
importância de cuidarmos do meio ambiente e em nos aproximarmos dele de forma
prazerosa.
Tudo sempre girou em torno de muita brincadeira e, depois de passada uma
semana, quando os laços afetivos já estavam bastante fortes, a separação dos amigos
e daquele cenário era muito sofrida. A partir daí, todos os lugares ainda preservados
aos quais íamos, nos traziam ótimas lembranças. Passamos a relacionar a natureza ao
amor, ao carinho e ao cuidado.
Este trabalho já havia sido idealizado por mim há bastante tempo, por considerar
a educação ambiental de extrema importância para a formação dos cidadãos, no que
se refere à ética e, principalmente, à sobrevivência.
Devido às novas e preocupantes revelações sobre a alteração no clima do
planeta, que acarretará inúmeras e drásticas transformações, – já vemos indícios
destas mudanças hoje - se faz urgente uma gestão ambiental voltada para a
conscientização dos educadores e educandos, em grande parte, alienados à
problemática ambiental e às conseqüências sociais que a degradação do meio
ambiente traz consigo, tanto em âmbito local quanto global.
Este trabalho pretende gerar indagações sobre os problemas ambientais, suas
causas, suas conseqüências e quais são as mudanças necessárias para que o quadro
atual seja amenizado, ou até mesmo, revertido. Para isso, é primordial que haja uma
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xii
mudança de paradigma, já que as relações do ser humano com o meio ambiente são
mediadas pelo modelo social vigente. Portanto, devemos refletir sobre os seguintes
fatos:
“(...) a questão ambiental representa quase uma síntese dos impasses que o
atual modelo de civilização acarreta. Consideram que aquilo a que se assiste,
no final do século XX, não é só uma crise ambiental, mas uma crise
civilizatória. E que a superação dos problemas exigirá mudanças profundas na
concepção de mundo, de natureza, de poder, de bem-estar, tendo por base
novos valores individuais e sociais. Faz parte dessa nova visão de mundo a
percepção de que o homem não é o centro da natureza.” (PCN, 2000, p.22)
Portanto, a questão ambiental é extremamente ampla e profunda, pois interfere
nos mais diversos setores da sociedade e contesta o próprio conceito de sociedade, na
busca pela sustentabilidade.
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1
Introdução
Minha escolha pela habilitação de gestão escolar foi feita já no primeiro ano
de faculdade, pois sempre tive o desejo de ter minha própria escola, onde os alunos
fossem mais próximos da natureza e a conscientização ambiental permeasse todo o
processo de ensino-aprendizagem.
Pretendo começar este caminho com um plano de intervenção, propondo um
projeto de educação ambiental para que os educadores desenvolvam uma visão
crítica sobre o tema e tenham respaldo para lidar com o assunto em sala de aula,
com os pais dos alunos e com a comunidade na qual a escola está inserida.
Neste trabalho, portanto, tenho o intuito de refletir sobre as questões
ambientais do mundo contemporâneo, embasada em diversos autores como Gadotti
e Mergulhão.
Partindo da necessidade de uma gestão escolar consistente e
transformadora, acredito que a equipe deva buscar subsídios para inserir a
Educação Ambiental no contexto escolar, como um tema transversal.
Retomo o contexto histórico sobre a falta de cuidados com o meio ambiente,
mostrando que o modelo social sempre influenciou a relação entre os seres
humanos e a natureza, e ressaltando a necessidade de refletirmos sobre como
reverter a situação alarmante pela qual o planeta está passando e agirmos de fato.
Em seguida, contesto os valores consumistas impostos pelo modelo
neoliberal no qual vivemos hoje e relembro sobre a necessidade de repensarmos
nossas atitudes para que consigamos transformar a sociedade de forma a torná-la
mais equilibrada, onde os indivíduos sejam mais conscientes e a educação forme
cidadãos mais críticos, inovadores e que se preocupem com o bem estar coletivo.
Para isso, mencionarei sobre como as escolas vêm trabalhando este tema
com toda sua equipe e com as comunidades nas quais estão inseridas e as
supostas ações promovidas por outros setores da sociedade em relação à
preservação ambiental.
Para finalizar, farei uma proposta de intervenção numa determinada escola, a
partir da gestão ambiental, abrindo espaço para que os educadores possam trocar
idéias e experiências, e buscando fundamentações teóricas para que a equipe
entenda mais sobre o assunto e se sensibilize a favor da proposta.
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2
A pesquisa realizada com funcionários dessa escola foi extremamente
enriquecedora, pois deu respaldo para que o projeto de intervenção fosse coerente
com as necessidades específicas da comunidade escolar e se tornasse relevante.
Além disso, pode aliar questões teóricas e práticas, que se mostrando bastante
imbricadas durante todo o processo.
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3
Problema de pesquisa e delimitação do problema
Esta pesquisa se propõe a responder o seguinte problema: Qual a
importância da Educação Ambiental na Gestão Escolar?
Esta questão coloca em relevância a necessidade de uma gestão escolar
voltada para a educação ambiental, à medida que a escola não deve estar alheia
aos problemas enfrentados pela sociedade. Partindo da crescente preocupação dos
indivíduos com a problemática ambiental, é preciso uma reflexão profunda sobre o
papel da escola na reprodução ou na transformação do modelo social vigente, que
induz os indivíduos ao consumismo exacerbado, ao individualismo e ao imediatismo.
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4
OBJETIVOS
Objetivo Geral:
• Evidenciar aos educadores em geral a importância de reflexões sobre a
problemática ambiental, dentro e fora das escolas, partindo de um
contexto amplo, no qual percebe-se claramente a influência do modelo
social vigente nas concepções de Homem, de Mundo e de Sociedade.
Objetivos Específicos:
• Abordar uma nova concepção de Gestão Escolar, voltada para a
conscientização ambiental;
• Analisar o contexto histórico de não-cuidado com a natureza e vinculá-
lo à atual prática escolar com relação à preservação do meio ambiente;
• Apresentar as supostas ações dos diversos setores da sociedade para
a conservação da natureza;
• Propor um projeto de intervenção, no contexto escolar, a fim de
promover atividades condizentes com uma nova proposta de educação
para a sustentabilidade.
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5
Metodologia
De acordo com os objetivos estabelecidos, foi realizada uma pesquisa de
campo qualitativa, de forma a tornar o projeto de intervenção proposto mais coerente
e condizente com a realidade da comunidade na qual é pretendida sua inserção.
Os sujeitos da pesquisa atuam de diferentes formas na escola escolhida para
a pesquisa e foram selecionados aleatoriamente, seguindo o padrão pré-
estabelecido de: dois professores, dois professores assistentes, dois serventes e
duas orientadoras educacionais.
O instrumento de pesquisa é um questionário (apêndice) composto por duas
questões abertas e três questões fechadas, que visam à compreensão das opiniões
e impressões dos sujeitos acerca das questões relacionadas ao meio ambiente, na
escola. Após a explicação do intuito do questionário, os entrevistados puderam levá-
lo para casa e respondê-lo sem nenhuma interferência.
As respostas foram analisadas de acordo com o desenvolvimento teórico
deste trabalho e inteiramente transcritas no projeto de intervenção. Além disso,
algumas questões foram transformadas em tabelas e gráficos para sua melhor
visualização.
Este processo foi essencial para a comparação das respostas e para tornar o
projeto relevante à comunidade escolar em questão.
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6
Capítulo 1 - O que é Gestão?
Segundo a definição encontrada no dicionário, gestão é o “ato de gerir;
gerência”. No entanto, sua compreensão deve ir além deste significado, já que
engloba inúmeras variáveis. Segundo Paro:
“(...) como não podia deixar de ser, a atividade administrativa participa
também das contradições e forças (sociais, econômicas, políticas,
culturais, etc.) em conflito em cada período histórico e em cada formação
social determinada. Por isso, sua realização concreta determina, ao
mesmo tempo em que é determinada por essas forças”. (PARO, 1986,
p.31).
A atividade administrativa é exclusivamente uma atividade exercida pelo
Homem e, também, necessária à sua vida.
Segundo Vitor Henrique Paro, o processo de administração, ou seja, de
gestão, de uma maneira geral, deve ser entendido como o processo de
“racionalização do trabalho”, de “coordenação”, levando em conta os elementos
materiais, conceptuais e o esforço humano coletivo.
Gestão implica, necessariamente, planejamento e liderança. Liderança esta
que pode ser definida como “habilidade de influenciar pessoas para trabalharem
entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem
comum”. (HUNTER, 2004, p.25). Portanto, a tarefa se liderar/gerir não é nada
simples.
Segundo James C. Hunter, em sua obra “O monge e o Executivo: uma
história sobre a essência da liderança”, um bom líder deve deixar de lado seus
desejos e seus interesses pessoais, para focar os desejos e os interesses do grupo
ao qual lidera.
A gestão democrático-participativa implica a tomada de decisões em conjunto,
onde todos os envolvidos devem expressar sua opinião e participar de forma ativa
de todo o processo de construção da atividade proposta.
Para que isso realmente ocorra, o líder deve igualar-se aos demais
integrantes de sua equipe, dando voz a todos e acatando as decisões da maioria.
Dessa forma, sua liderança deve basear-se na autoridade – capacidade de levar as
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7
pessoas fazerem algo por causa de sua influência pessoal – e, não, no autoritarismo
– utilização do poder para coagir ou forçar pessoas a fazerem sua própria vontade.
Humildade, amorosidade, respeito, tolerância, honestidade,
abnegação, perdão, confiabilidade, bom exemplo, cuidado, compromisso, ser um
bom ouvinte, encorajar as pessoas, ter atitude positiva e entusiástica e gostar das
pessoas, são características importantíssimas para se exercer uma boa liderança,
de maneira coerente e harmoniosa, de acordo com Hunter.
Segundo ele, até muito pouco tempo, a pirâmide que caracterizava as
relações dentro das instituições, era aquela com a ponta para cima (velho
paradigma), na qual o presidente ou diretor estava sempre acima dos outros e
deveria ser servido e agradado. O novo paradigma caracteriza-se, pelo contrário, por
uma pirâmide invertida, onde os funcionários que lidam diretamente com os clientes
vêm em primeiro lugar, em seguida seu supervisor, depois o gerente intermediário e
assim por diante. Com isso, procura-se mostrar que um bom líder é aquele que sabe
trabalhar em conjunto, pois uma de suas principais funções é a de dar subsídios
para que sua equipe tenha boas condições de trabalho e se saia bem em suas
tarefas.
Entre esses subsídios, está um ambiente de trabalho adequado para que as
pessoas produzam com prazer e, conseqüentemente, melhor. E esse assunto não
trata somente sobre o ambiente físico, mas trata, também, das inter-relações
existentes dentro das instituições. Se o ambiente for acolhedor, se os
funcionários se sentirem valorizados e se forem recompensados à altura de seu
empenho e resultado, não há como o empreendimento não ter sucesso. As pessoas
precisam manter boas relações com seus companheiros de trabalho, com seus
subordinados, com seus chefes e com todos que fazem parte da instituição. Se
puderem contar uns com os outros e se ajudarem mutuamente, tendo assimilado os
princípios do empreendimento como sendo seus próprios princípios, todos ficam
satisfeitos e dão o melhor de si.
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1.1 - Gestão Empresarial Tecnicista
Apesar do processo de produção das empresas estar muito mais humanizado
nas últimas décadas, o modelo tecnicista criado por Frederic Taylor ainda é a base
de inúmeras empresas, que buscam a maior produção no menor tempo possível. O
resultado é a parte mais importante de todo o processo. Mas, não foram só as
empresas que adotaram este modelo: as escolas também o fizeram.
A idéia taylorista extrapolou o mundo empresarial e penetrou em todos os
aspectos da vida do século XX com uma capacidade extraordinária. Apesar de ter
sido criada com o intuito de revolucionar o processo de produção nas fábricas, essa
idéia acabou condicionando obsessivamente a cultura do século1.
No entanto, como é possível medir conhecimentos adquiridos? Essa questão
é, até hoje, extremamente polêmica e leva a discussões sobre as formas de
avaliação, utilizadas no meio escolar. Por isso, cada vez mais os processos seletivos
e as provas são questionados, já que, baseados no modelo taylorista, buscam
analisar conhecimentos pontuais do indivíduo, desconsiderando seu estado
emocional, e diversos outros conhecimentos que ele já possui.
Para Taylor, o trabalhador precisava participar do processo, senão nada
funcionaria. No entanto, não precisava pensar sobre este2.
Portanto, a gestão escolar deve desvincular-se deste modelo de
administração, tornando-se cada vez mais independente das imposições do
mercado, – o que não quer dizer que deva ser alheia a elas - tornando-se
verdadeiramente participativa e deixando de lado questões meramente burocráticas
para focar no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento integral dos
educandos.
1 Trecho baseado na reportagem de Clemente Nóbrega. Sua Excelência: Taylor Superstar. Exame, São Paulo, p.124-128, 24 de setembro de 1997. 2 Idem.
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1.2 - Gestão Escolar Participativa
A gestão democrático-participativa, dentro do ambiente escolar, apresenta
algumas características intrínsecas a este conceito, como: envolver toda a
comunidade nas atividades escolares e na própria construção do Projeto
Pedagógico; realizar reuniões periódicas com representantes de todos os setores da
instituição (professores, alunos, funcionários administrativos, serventes, etc.)
buscando saber mais sobre suas dúvidas e sugestões e mantendo-os informados;
promover palestras, cursos e outras atividades que preparem e atualizem o corpo
docente, etc. De acordo com Libâneo:
“A participação na gestão democrática implica decisões sobre as formas de
organização e gestão. É preciso que a direção e os professores entrem em
acordo sobre as práticas de gestão. Por exemplo, define-se que as
decisões são tomadas coletivamente, que todos entrem em acordo sobre
elas e a partir de um consenso mínimo. Entretanto, uma vez tomadas as
decisões, cada membro assume sua parte no trabalho, admitindo o
exercício da direção para coordenar, acompanhar e avaliar o trabalho de
cada um. A decisão é coletiva, mas implica responsabilidades.”.
(LIBÂNEO, 2004, p.129).
O planejamento, nesse processo, é essencial, já que nele estarão explicitados
os objetivos a serem atingidos, os meios que devem ser seguidos, quais são os
recursos materiais, financeiros e humanos disponíveis, e como avaliar. A partir da
avaliação, todas essas questões devem ser repensadas e, talvez, alteradas para se
chegar aos objetivos almejados. Sendo assim, o planejamento deve ser flexível e
mutável. Ainda segundo José Carlos Libâneo:
“O planejamento é um processo contínuo de conhecimento e análise da
realidade escolar em suas condições concretas, de busca de alternativas
para a solução de problemas e de tomada de decisões, possibilitando a
revisão dos planos e projetos, a correção no rumo das ações”. (LIBÂNEO,
2004, p.124).
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Diferenciando-se do contexto empresarial, a gestão escolar tem suas
características peculiares, já que não podemos considerar os alunos como meros
clientes. Além disso, a matéria-prima utilizada é o conhecimento, e medir a aquisição
de conhecimentos é algo praticamente impossível. Nesse caso, o processo toma
valor incomensurável tornando-se tão, ou mais, importante quanto o resultado final.
Referindo-se ao conceito de gestão educacional, Luck diz o seguinte:
“(...) o conceito de gestão educacional, diferentemente do de administração
educacional, abrange uma série de concepções não abarcadas pelo de
administração. Pode-se citar a democratização do processo de
determinação dos destinos do estabelecimento de ensino e seu projeto
político-pedagógico, a compreensão da questão dinâmica e conflitiva das
relações interpessoais da organização, o entendimento dessa organização
como uma entidade viva e dinâmica, demandando uma atuação especial
de liderança, o entendimento de que a mudança dos processos
pedagógicos envolve alterações nas relações sociais da organização”.
(LUCK, 1997, p.16).
Portanto, a gestão escolar transcende o conceito de administração, onde há
resultados específicos a serem alcançados em determinado tempo e estratégias de
mercado permeando todo o processo.
Segundo Paro “A Administração Escolar está, assim, organicamente ligada à
totalidade social, onde ela se realiza e exerce sua ação e onde, ao mesmo tempo,
encontra as fontes de seus condicionantes”. (PARO, 1993, p.13).
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11
1.3 - Gestão Ambiental:
Assim como no caso da gestão escolar, a gestão ambiental tem suas próprias
características.
Também baseada no modelo de gestão democrática, a gestão ambiental
implica a tomada de decisões voltada mais especificamente para a melhoria do meio
ambiente e para o aumento da qualidade de vida das pessoas. De acordo com
Gaddoti:
“As Nações Unidas, nos últimos anos, passaram a usar a expressão
“desenvolvimento humano” como indicador de qualidade de vida fundado
nos índices de saúde, longevidade, maturidade psicológica, educação,
ambiente limpo, espírito comunitário e lazer criativo, que são também os
traços de uma “sociedade sustentável”, isto é, uma sociedade capaz de
satisfazer as necessidades das gerações de hoje sem comprometer a
capacidade e as oportunidades das gerações futuras”. (GADOTTI, 2000,
p.58).
Essa gestão deve buscar a conscientização cada vez maior dos indivíduos
para os problemas ambientais, deixando claras as interferências do Homem no
processo de degradação do planeta e quais as medidas que podem, e devem, ser
tomadas para que o cenário atual seja revertido.
Para isso, uma liderança forte se torna indispensável no processo de
interação entre a sociedade e a natureza.
Sua maior função é a de buscar soluções para que levemos uma vida cada
vez mais sustentável, preservando os recursos naturais disponíveis, para que as
futuras gerações também tenham o direito de usufruir deles. Nesse sentido,
buscamos novas formas de educação:
“A educação para a cidadania planetária implica uma revisão dos nossos
currículos, uma reorientação de nossa visão de mundo da educação como
espaço de inserção do indivíduo não numa comunidade local, mas numa
comunidade que é local e global ao mesmo tempo. Educar então não seria,
como dizia Émile Durkheim, a transmissão da cultura de uma geração para
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outra, mas a grande viagem de cada indivíduo no seu universo interior e no
universo que o cerca”. (GADOTTI, 2000, p. 142).
Nesse modelo de gestão, o planeta deve ser considerado como um único
organismo vivo, onde todos os seres animados e inanimados que o compõem
devem viver em equilíbrio para que sua sobrevivência seja possível. O exercício de
uma cidadania global consciente é o foco da gestão ambiental.
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Capítulo 2 - Contextualização histórica do não-cuidado com a Natureza
Por meio de diversos estudos ao longo da História da Humanidade, percebe-
se um longo processo de falta de cuidados do Homem, desde a pré-história, com a
natureza.
Inicialmente, os Homens, até então nômades, relacionavam-se com a
natureza de modo a retirar desta tudo quanto fosse necessário para sua
sobrevivência, sem que houvesse a mínima noção de preservação.
Posteriormente, quando estes perceberam a possibilidade de cultivar
alimentos e criar animais para sua alimentação, tornaram-se sedentários. No
entanto, apesar da importante mudança nessa relação, ainda assim não podemos
dizer que havia ali uma real consciência da interdependência entre os seres,
animados e inanimados, para o equilíbrio do planeta. Alguns povos chegavam a
destruir a natureza para retirar dela tudo o que precisavam, mas sem a noção de
depredação.
Muito tempo depois, com o advento da Revolução Industrial, a idéia de
superioridade do ser humano em relação à natureza exacerbou-se. A partir deste
momento, passou a existir a noção de lucro, seguindo a lógica neoliberalista: o que
se tornaria um dos principais entraves para a preservação do meio ambiente.
A industrialização surge como uma nova concepção de Mundo, de Homem e
de Sociedade, buscando o aumento da produção no mínimo tempo possível.
Com o antropocentrismo levado ao extremo, o Homem passa cada vez mais a
considerar-se alheio aos fatores ambientais e destrói ecossistemas de todos os
tipos, pensando única e exclusivamente em seu próprio conforto e bem-estar
imediatos.
No entanto, de acordo com Moacir Gadotti no livro “Pedagogia da Terra”:
“O capitalismo aumentou mais a capacidade de destruição da humanidade
do que o seu bem-estar e a sua prosperidade. As realizações concretas do
socialismo seguiram na mesma esteira destrutiva, colocando em risco não
apenas a vida do ser humano, mas de todas as formas de vida existentes
sobre a Terra”. (GADOTTI, 2000, p.31).
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14
A divisão do trabalho também se transformou: trabalhadores braçais passam
a alienar-se do produto final daquilo que produzem. Ou seja, deixam de ser donos
da própria produção e passam a vender sua força de trabalho, fazendo atividades
cada vez mais fragmentadas e repetitivas, alienando-se do processo como um todo3.
Os patrões, donos dos meios de produção, enriquecem rapidamente com a
exploração da força de trabalho das camadas mais pobres da população, sem que
ao menos saibam realizar as etapas do processo.
Com o passar do tempo, a distância entre ricos e pobres aumentou
exageradamente e, hoje, mais do que nunca, podemos dizer que vivemos numa
sociedade de extremos: milionários x miseráveis, homem x natureza, patrão x
trabalhador, neoliberalismo x consciência ambiental.
Tudo isso nos trouxe à situação alarmante na qual vivemos hoje, em pleno
século 21. Mesmo com todo o avanço tecnológico e cultural da nossa sociedade,
não conseguimos superar, ainda, o modelo neoliberal que visa o lucro, a
competitividade, o imediatismo.
Precisamos ultrapassar esta concepção que prega a utilização ilimitada de
recursos naturais limitados, pois estamos destruindo nosso planeta e corremos
grande risco de acabarmos com todo tipo de vida aqui existente. E, para isso, uma
educação para a sustentabilidade é instrumento essencial. Para Gadotti:
“O desenvolvimento sustentável tem um componente educativo
formidável: a preservação do meio ambiente depende de uma consciência
ecológica e a formação da consciência ecológica depende da educação. É
aqui que entra em cena a ecopedagogia. Ela é uma pedagogia para a
promoção da aprendizagem do sentido das coisas a partir da vida
cotidiana.”. (GADOTTI, 2000, p.79).
Segundo Francisco Gutiérrez, citado por Gadotti inúmeras vezes em sua
obra, é impossível construir um desenvolvimento sustentável sem que haja uma
educação para isto, já que este parte de quatro condições básicas: Ele deve ser –
economicamente factível, ecologicamente apropriado, socialmente justo e
culturalmente eqüitativo, respeitoso e sem discriminação de gênero.
Neste sentido, podemos dizer que, de acordo com os moldes capitalistas,
alcançar a sustentabilidade seria algo utópico, já que estes não prevêem 3 O filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, ilustra bem esta fase de mecanização do trabalho, apresentando-a de maneira crítica.
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15
preocupação com questões nos âmbitos social, político, cultural e, principalmente,
ecológico. Com relação ao conceito de sociedade sustentável, Gadotti, em seu livro,
diz o seguinte:
“A Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação
e Conscientização Pública para a Sustentabilidade, organizada pela
Unesco e realizada na Tessalônica, Grécia, em dezembro de 1997,
destaca entre outros os seguintes fatores do agravamento da situação da
vida no planeta (UNESCO, 1999, p.23): a) o rápido crescimento da
população mundial e a mudança em sua distribuição; b) a persistência da
pobreza generalizada; c) as crescentes pressões sobre o meio ambiente
devido à expansão da indústria em todo o mundo e o uso de modalidades
de cultivos novos e mais intensivos; d) a negação contínua da democracia,
as violações dos direitos humanos e o aumento de conflitos e de violência
étnica e religiosa, assim como a desigualdade entre homens e mulheres; e)
o próprio conceito de desenvolvimento, o que significa e como é medido.”.
(GADOTTI, 2000, p.33).
Portanto, para alcançarmos realmente o desenvolvimento sustentável,
precisaríamos transcender o conceito de neoliberalismo, buscando sempre o
equilíbrio entre os seres e entre todos os setores da nossa sociedade, construindo
assim, uma sociedade sustentável.
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16
Capítulo 3 – Mudança de Paradigma
Partindo das novas e cada vez mais freqüentes mudanças climáticas, devido
à ação irresponsável do Homem sobre a natureza, se faz urgente uma mudança de
paradigma de toda a sociedade.
Os recursos naturais já não suportam a demanda e a conseqüência disto é
evidente: aquecimento global, enchentes, furacões, tempestades. A natureza vem
mostrando sua incapacidade de se recompor com a mesma velocidade em que
destruímos nossas florestas, matamos os animais, desviamos o curso dos rios,
poluímos.
Uma nova consciência ambiental tem surgido timidamente ao longo dos
últimos anos, ao passo que os indivíduos mantêm-se mais informados e assumem
uma postura crítica em relação aos danos ambientais causados, principalmente, por
grandes empresas. No entanto, não são apenas as grandes empresas as
responsáveis pelo descontrole ambiental.
Cada um de nós, envolvidos na lógica do sistema capitalista no qual vivemos,
dá sua contribuição para que a situação de descontrole permaneça. Isso porque
nosso estilo de vida é sustentado pela destruição do meio ambiente em que
vivemos.
Atualmente, qualidade de vida é muitas vezes confundida com consumismo
exagerado, com comodismo, luxo e posse do maior número de bens materiais
possível. E cada vez que vamos a algum lugar a poucos metros de casa e utilizamos
o carro, cada vez que jogamos um papel no chão, cada vez que jogamos no lixo
coisas que ainda são muito úteis para alguém, cada vez que consumimos sem
necessidade, cada vez que desperdiçamos água, estamos contribuindo para a
destruição do meio ambiente em que vivemos.
Portanto, a conscientização ambiental deve envolver cada indivíduo para que
seja realmente eficiente. E isso não significa que devemos voltar a utilizar apenas os
recursos básicos para a nossa sobrevivência, mas devemos consumir de forma
consciente.
As inovações tecnológicas e científicas permitem que tenhamos hoje uma
qualidade de vida muito melhor do que se tinha há alguns anos. Mas devemos
utilizadas sempre a nosso favor e não contra nós. Abusar da disponibilidade de
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17
produtos a serem comprados, utilizar água de maneira irresponsável e contribuir
com a destruição de cadeias alimentares com o uso de pesticidas e produtos
tóxicos, por exemplo, são forma de agressão à natureza.
Sendo assim, a questão ambiental envolve muito mais do que uma mudança
em nosso modo de vida. Ela envolve, sobretudo, uma necessária mudança de
paradigma, por meio do qual devemos repensar nossas concepções de Homem, de
Mundo e de Sociedade, num contexto global. Segundo o Parâmetro Curricular
Nacional Maio Ambiente e Saúde: Temas Transversais, “(...) quando bem realizada,
a Educação Ambiental leva a mudanças de comportamento pessoal e a atitudes e
valores de cidadania que podem ter fortes conseqüências sociais” 4.
Para isso, devemos começar mudando algumas de nossas atitudes diárias
que podem ser prejudiciais ao meio ambiente e criando projetos de ação originais
que busquem integrar a comunidade do local onde vivemos com a natureza de
forma saudável.
Segundo Mergulhão e Vasaki, “A educação ambiental busca resultados, em
princípio, no local em que ela é aplicada, gerados pelo reconhecimento por parte da
população do seu papel na manutenção da qualidade de vida ao seu redor”.
(MERGULHÃO e VASAKI, 1998, p.33).
Posteriormente, essas ações locais devem se expandir e envolver-se com
projetos de comunidades vizinhas, havendo uma maior integração entre elas. A troca
de experiências é extremamente rica, pois idéias são compartilhadas e erros são
mais facilmente previstos.
A conscientização ambiental envolve o respeito a qualquer tipo de vida, a
preservação da qualidade da água, do ar e do solo, o consumo responsável e um
contato mais harmonioso com o meio onde vivemos, seja ele o meio rural ou urbano.
Para Mergulhão e Vasaki, “Todos têm algum talento que poderá ser utilizado
em educação ambiental, desde que estejam convencidos da importância desse
trabalho” (MERGULHÃO e VASAKI, 1998, p.77). Sendo assim, pode-se dizer que
para que a educação ambiental seja bem sucedida, é essencial o comprometimento
de cada pessoa na busca de soluções viáveis para o equilíbrio entre o que sustenta
nosso estilo de vida e a manutenção saudável da natureza.
4 Trecho retirado da introdução do documento.
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18
Nesse sentido, o papel da escola é fundamental para que os indivíduos
mantenham-se objetivamente informados sobre a necessidade da integração entre o
Homem e a natureza, já que há uma forte interdependência entre as partes. O
Homem modifica a natureza, assim como a natureza modifica o Homem.
Desde cedo, as pessoas devem ser informadas sobre os inúmeros benefícios
que o meio ambiente nos proporciona e sobre a necessidade de preservarmos
nosso planeta e todo tipo de vida aqui existente. Além disso, devem perceber que a
problemática ambiental envolve questões culturais muito sérias, interfere
diretamente na qualidade de vida das pessoas e acentua a desigualdade social.
“(...) para que os alunos possam compreender a complexidade e a
amplitude das questões ambientais, é fundamental oferecer-lhes, além da
maior diversidade possível de experiências, uma visão abrangente que
englobe diversas realidades e, ao mesmo tempo, uma visão contextualizada
da realidade ambiental, o que inclui, além do ambiente físico, as suas
condições sociais e culturais”. (PCN, 2000, p.48)
Para que isso ocorra, os educadores devem ter uma formação muito
consistente e contínua, para que estejam sempre bem informados e consigam
desenvolver em seus alunos uma postura crítica em relação às informações que
recebem aos milhares de todos os lugares e consigam perceber o impacto que
causam no meio ambiente em que vivem.
Além disso, devem estar comprometidos com a já citada mudança de
paradigma, educando também por meio de suas atitudes diárias. Os professores são
modelos que, principalmente, as crianças imitam. Então, devem se esforçar bastante
para que seu discurso seja coerente com sua prática, caso contrário, perderá toda a
credibilidade.
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19
Capítulo 4 - Escola e Meio Ambiente
Apesar de parecer um tema ainda muito recente, a questão ambiental vem
sendo investigada e discutido há tempos por especialistas. No entanto, por serem,
em sua maioria, ambientalistas, esses especialistas sempre sofreram muitos
preconceitos perante a sociedade. Muitas vezes chamados de chatos ou
extremistas, os defensores da conservação da natureza sofreram inúmeras críticas e
enfrentaram diversos obstáculos.
Com o aumento drástico de desastres naturais e de fenômenos totalmente
fora de controle, causados direta ou indiretamente por ações destrutivas do ser
humano, - baseado no modelo neoliberalista vigente - principalmente a partir da
década de 1990, começaram a surgir novas reflexões sobre estas ações do homem
junto à natureza, que passaram a ameaçar a existência da nossa e de diversas
outras espécies.
Ao contrário do que vem ocorrendo, devemos lembrar do seguinte:
“A perspectiva ambiental consiste num modo de ver o mundo em que se
evidenciam as inter-relações e a interdependência dos diversos elementos
na constituição e manutenção da vida. Em termos de educação, essa
perspectiva contribui para evidenciar a necessidade de um trabalho
vinculado aos princípios da dignidade do ser humano, da participação, da
co-responsabilidade, da solidariedade e da eqüidade”. (PCN, 2000, p.19).
Por ser um assunto cada vez mais discutido nos mais diversos setores da
sociedade, houve, sim, uma preocupação de que o mesmo fosse vinculado, de
alguma maneira, aos conteúdos tradicionais, desenvolvidos em sala de aula.
Um claro exemplo dessa preocupação são os Parâmetros Curriculares
Nacionais, que fazem parte de um acervo de 10 livros, cada um sobre uma matéria
ou um tema diferente. Tal acervo foi redigido e editado já durante o primeiro
mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, que se estendeu do ano de
1994 ao ano de 1998, tendo continuidade no mandato seguinte até o ano de 2002.
Os PCN’s são documentos oficiais, baseados em teorias construtivistas, a fim de
criar uma unidade nacional brasileira quanto à Educação. E por serem algo tão
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20
importante e complexo, receberam influências de diversos teóricos e educadores,
não possuindo autor específico.
Entre eles, surge o PCN “Meio Ambiente e Saúde: Temas Transversais”, o
nono volume da coleção, que aborda exatamente a importância e a necessidade de
trabalhar conhecimentos sobre o meio ambiente e sobre a relação de
interdependência que existe entre o homem e a natureza, além de questões sobre a
saúde.
Um dos objetivos gerais a serem alcançados pelas crianças ao longo do
Ensino Fundamental é que elas sejam capazes de perceber-se integrante,
dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as
interações entre eles, contribuindo para a melhoria do meio ambiente.
Apesar de ter um conteúdo bem genérico, considerando que nosso país é
enorme tanto em termos de extensão territorial quanto em termos de diversidade
cultural e étnica, a obra procura transmitir informações da forma mais clara e objetiva
possível, buscando uma reflexão mais ampla sobre este tema. A construção deste
PCN, especificamente, foi direcionada aos educadores, para que estes desenvolvam
com seus alunos atividades de conscientização tanto das relações que
estabelecemos com o ambiente em que vivemos quanto com o nosso próprio corpo.
Nos diversos documentos oficiais que tratam sobre o Meio Ambiente, constam
inúmeros relatos de especialistas de todo o mundo alegando que o Brasil é um dos
países com maior variedade de experiências em Educação Ambiental, sendo elas
criativas e tendo forte impacto sob a realidade local.
No entanto, partindo das minhas pesquisas em sites de vários colégios da
cidade de São Paulo, especificamente, e da minha experiência profissional, percebo
que estas experiências em Educação Ambiental são projetos louváveis, mas que
contam, na maior parte das vezes, com a mobilização da comunidade local que
busca soluções para seus próprios problemas, raramente contando com a ajuda do
governo. Apesar de haver um respaldo teórico de qualidade sobre o tema, essas
experiências se apresentam como casos isolados, sem vínculo com outras
instituições de ensino, não demonstrando, de forma alguma, a noção de um projeto
nacional.
Além disso, devemos interiorizar a idéia de que a questão ambiental é
extremamente ampla, sofrendo fortes influências de todos os setores da sociedade,
sendo a escola apenas um deles. Segundo o PCN:
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21
“Há outros componentes que vêm se juntar à escola nessa tarefa: a
sociedade é responsável pelo processo como um todo, mas os padrões de
comportamento da família e as informações veiculadas pela mídia exercem
especial influência sobre as crianças”. (PCN, 2000, p.29).
Assim, vemos a importância de projetos que tenham investimento do Governo
Federal e estabeleçam relações entre si, proporcionando a troca de experiências
entre as mais variadas instituições, sejam elas públicas ou particulares, na busca de
uma real identidade nacional, que enxergue na Educação Ambiental um aliado
essencial para a harmonia e o equilíbrio entre o futuro da nossa sociedade e a
natureza.
Faz-se necessária, portanto, uma mudança de paradigma na nossa visão de
Homem, de Mundo e de Sociedade, para que consigamos criar soluções para os
problemas ambientais existentes e diminuir ao máximo os supostos problemas que
ainda surgirão. Para isso, precisamos refletir seriamente sobre cidadania e
educação, já que:
“Nesse contexto, fica evidente a importância de se educar os futuros
cidadãos brasileiros para que, como empreendedores, venham a agir de
modo responsável e com sensibilidade, conservando o ambiente saudável
no presente e para o futuro; como participantes do governo ou da sociedade
civil, saibam cumprir suas obrigações, exigir e respeitar os direitos próprios
e os de toda a comunidade, tanto local como internacional; e, como
pessoas, encontrem acolhida para ampliar a qualidade de suas relações
intra e interpessoais com o ambiente tanto físico quanto social”. (PCN,
2000, p.25).
Enquanto isso não acontece, escolas deveriam buscar cada vez mais
parcerias com empresas e outros setores da sociedade, que partam de interesses
comuns e possam juntar forças para transformar a realidade atual. “Evidentemente,
a educação sozinha não é suficiente para mudar os rumos do planeta, mas
certamente é condição necessária para tanto”. (PCN, 2000, p.24).
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22
Capítulo 5 - O que outros setores da sociedade têm feito?
Partindo de uma nova visão da sociedade perante os problemas ambientais
cada vez mais alarmantes, empresas colocaram-se prontamente à disposição de
formas alternativas de gestão. Sendo pioneiras na implantação de projetos voltados
para a conscientização ambiental, buscam, cada vez mais, soluções criativas para
diminuir o desperdício, controlar o lixo produzido e investir em programas e parceiros
inovadores que envolvam ações ecologicamente corretas.
Atualmente, a responsabilidade ambiental deve levar em conta todos os
aspectos da operação, tratando de: eliminar impactos ambientais no conjunto da
cadeia de negócios, desenvolver produtos e serviços que ajudem os consumidores a
diminuir o próprio dano ecológico, melhorar a qualidade de vida das pessoas e
incentivar padrões sensatos de consumo5 .
Portanto, as empresas procuram desenvolver projetos que, além de reduzir
seus próprios danos ao meio ambiente, gerem uma nova forma de pensar a
educação ambiental, englobando outros setores da sociedade.
Sabendo de seu forte poder de influência sob os consumidores, essas
instituições estabelecem metas que interfiram diretamente na mudança de atitude de
cada indivíduo, – e cada empresa - pensando em um contexto mais amplo, onde a
participação de cada um é essencial para o sucesso do grupo, ou seja, da
comunidade.
Nesse sentido, podemos dizer que a participação do poder público, por meio
de investimentos em projetos sérios voltados para uma reeducação ambiental, é
essencial. Além disso, estes projetos devem possuir estratégias mais coerentes e
abrangentes, pois grandes desafios globais, como a devastação da natureza, não
podem ser resolvidos individualmente, por mais bem-intencionados que sejam6.
Assim, para que as ações de uma empresa tenham mesmo um resultado
positivo e consigam alterar significativamente seus próprios padrões de consumo e
de seus clientes, é preciso que haja coerência nas relações estabelecidas interna e
externamente, ou seja, é preciso ter muita cautela no momento de estabelecer 5 Trecho baseado na matéria escrita por Cynthia Rosenburg e Eduardo Ferraz, publicada na Revista Época Negócios, Edição: Sua empresa é verde? São Paulo: Globo, Nº 2, Abril 2007. p.44-61 6 Trecho baseado na matéria escrita por John Elkington – fundador e empreendedor-chefe da Sustainability – publicada na mesma edição da revista. p.79
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23
parcerias. Uma empresa ambientalmente correta fará pouca diferença para o planeta
se as outras companhias com que ela faz negócio adotarem práticas
irresponsáveis7.
A administração baseada no molde taylorista, não se encaixa nesta nova
forma de gestão ambiental, já que cada etapa do processo de produção deve ser
cuidadosamente analisada para que cause os menores danos possíveis ao meio
ambiente e produza a menor quantidade de resíduos. Os resultados não são
buscados a qualquer custo, mas com o menor custo possível para o planeta.
Portanto, os resultados deixam de ser o centro do processo e as etapas
ganham enorme importância.
Além disso, com os danos ambientais em evidência numa escala global, os
próprios consumidores, mais informados e conscientes, começam a adotar posturas
de cobrança quanto às formas de produção das instituições e os impactos
ambientais gerados por elas.
Atualmente, como em nenhuma outra época, as empresas estão
extremamente expostas às críticas da sociedade, cada vez mais informada sobre as
questões ambientais e mais preocupada sobre a maneira como estas empresas se
relacionam com as comunidades afetadas pelo negócio8 .
Dessa maneira, percebe-se que há uma relação dialética entre as empresas e
a comunidade, já que os indivíduos são influenciados pelas ações empresariais
voltadas para a diminuição dos padrões de consumo, ao mesmo tempo em que as
empresas são pressionadas pela comunidade para realizarem seu trabalho da
maneira mais sustentável possível.
Entretanto, há exceções: empresas utilizam-se da boa imagem que os
consumidores têm em relação a projetos voltados para a preservação do planeta e
agem de maneira antiética, investindo em ações superficiais, importando-se apenas
com o lucro que estas geram, sem criar formas de reduzir efetivamente as emissões
de gás carbônico em suas operações9.
Obviamente não é preciso abrir mão dos lucros para realizar ações de cunho
ambientalista. Pelo contrário: o investimento em desenvolvimento sustentável gera
lucros. Em primeiro lugar porque a redução do desperdício diminui efetivamente os 7 Trecho baseado na matéria escrita por Cynthia Rosenburg e Eduardo Ferraz, publicada na Revista Época Negócios, Edição: Sua empresa é verde? São Paulo: Globo, Nº 2, Abril 2007. p.44-61 8 Idem. 9 Idem.
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24
gastos, em segundo lugar porque sistemas de reciclagem diminuem os custos e
geram lucro, em terceiro lugar porque a empresa é respeitada pelos consumidores e
pela sociedade em geral, o que atrai mais clientes, e em quarto lugar - e o mais
importante - porque a preservação do planeta é fundamental para a preservação da
vida aqui existente.
No entanto, a idéia de lucro, neste caso, não está vinculada ao ideal
neoliberalista, no qual os recursos naturais são utilizados de forma ilimitada,
pensando-se apenas no retorno monetário imediato. Está, portanto, vinculada a uma
nova maneira de se encarar o capitalismo, sendo que o lucro não é dispensado, mas
o processo por meio do qual é gerado deve ser rigorosamente analisado para que
haja um equilíbrio saudável entre produção, recursos naturais e formas de consumo.
Não podemos continuar destruindo tudo o que sustenta nosso estilo de vida,
pois desenvolvemos padrões ilimitados de consumo baseados em recursos naturais
limitados, que já correm grandes riscos de chegar ao fim.
Apoiando-se nas empresas, que possuem tecnologia e capital suficiente, devemos
investir cada vez mais na criação de soluções originais e eficientes para acabarmos
com a destruição da natureza e combatermos a mudança climática.
Constata-se, assim, que para superarmos os sérios problemas ambientais
que têm surgido com intensidade cada vez maior, devemos unir os diversos setores
da sociedade, contanto com a contribuição de cada um deles, já que ações isoladas
são louváveis, mas não tem força suficiente para alcançar seus objetivos em escala
global – o que necessitaria do comprometimento do Estado e da Nação para
acontecer.
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25
Capítulo 6 – Plano de Intervenção
A pesquisa colocou em relevância a questão de que os educadores
preocupam-se, de fato, com a questão ambiental. Tendo em vista esta
disponibilidade, proponho um plano de intervenção com o intuito de implementar
ações bem planejadas e com objetivos claramente estabelecidos, para que um
projeto amplo de educação ambiental seja concretizado pela escola.
A proposta é flexível e deve ser adaptada ao contexto no qual será inserida,
sofrendo as devidas alterações ao longo do processo de implementação.
Objetivo Geral:
• Implantar um projeto consistente de Educação Ambiental no contexto escolar.
Objetivos Específicos:
• Incentivar os educadores a refletirem sobre a importância do seu papel frente
aos problemas ambientais cada vez mais freqüentes;
• Subsidiar a formação teórica básica para educadores trabalharem em
educação ambiental com seus alunos e com as famílias destes;
• Conscientizar os educadores sobre a importância de agirem coerentemente
com seu discurso;
• Estimular os educadores a expandir a educação ambiental para além da sala
de aula, por meio do desenvolvimento de projetos.
Público-alvo: Um grupo com cerca de vinte educadores do Ensino Fundamental
I, de uma escola particular localizada no bairro de Moema, na cidade de São
Paulo.
Número de horas e local: Duas horas semanais, na própria escola.
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26
Materiais a serem utilizados: Livros, vídeos e músicas relacionados à educação
ambiental, que sensibilizem e enriqueçam o repertório dos educadores
participantes.
Referências Bibliográficas do material a ser utilizado:
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. 3ªed. São Paulo, Petrópolis.
2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação
Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e Saúde;
temas transversais. V.10 Brasília: MEC/SEF, 1998.
Filme: “Uma verdade inconveniente” criado e dirigido por Al Gore,
lançado em 2007.
Recursos Humanos: Professores de Ciências, Biologia especialistas na área de
gestão ambiental.
Tempo e duração do projeto: Quarenta horas, ao longo de um semestre.
Avaliação: Obter o respaldo dos educadores envolvidos sobre a qualidade e a
pertinência do curso e verificar quais as mudanças colocadas em prática na sala
de aula tiveram impacto direto sobre as atitudes dos próprios educadores e de
seus alunos.
Custo e investimento: Cerca de R$ 70,00 por pessoa, pagos pela direção da
escola.
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27
6.1 – Pesquisa de Campo
A instituição de ensino por mim escolhida para a criação de um projeto de
intervenção é uma escola particular, localizada em Moema. Essa escola surgiu
em 1975 como projeto de um grupo de educadores da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP) preocupados com os caminhos da Educação,
organizando um detalhado projeto pedagógico.
A escola começou bem pequena e hoje é bem grande. Ocupa quase um
quarteirão inteiro, tendo três entradas. Pela primeira, entram e saem crianças do
Ensino Fundamental I, pela segunda entram o saem alunos da Educação Infantil,
e pela terceira saem alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, em
horários diferentes.
Cada série tem em média quatro turmas, sendo duas de manhã e duas à
tarde, e cada classe tem em média vinte e cinco alunos. O número de professoras
varia bastante, aumentando progressivamente da Educação Infantil ao Ensino
Médio.
Na Educação Infantil, cada classe conta com uma professora fixa e uma
professora assistente, estrutura que permanece a mesma até as turmas de 3º ano.
Classes de 4º e 5º anos possuem duas professoras fixas: uma para Português,
História e Geografia e outra para Matemática e Ciências, e também Filosofia e
Orientação Educacional. Além delas, os alunos ainda têm professores
especializados em Educação Física, Inglês e Artes, e uma professora assistente –
estagiária - que permanece com os alunos em todas as aulas.
A partir do 6º ano o número de professores fixos aumenta para sete, em
média, e não há professora assistente. Nenhum professor trabalha em período
integral, pois a coordenação acredita que cada um deles precisa dispor de tempo
suficiente para descansar, estudar e preparar muito bem seus materiais e suas
aulas. São realizadas reuniões semanalmente, incluindo palestras, que fazem parte
da rotina de todos, tendo caráter obrigatório.
Há grande preocupação com a atualização e formação de professores, que
são muito cobrados para que sejam interessados e tenham sensibilidade e rigidez,
ao mesmo tempo, para lidar com seus alunos. Os estagiários passam pelo mesmo
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28
processo, tendo reuniões uma vez por semana com a coordenadora, que indica
textos para serem lidos e discutidos com relação à prática da escola.
Ao todo, essa instituição conta com cerca de 200 funcionários, entre
coordenadores, orientadores, professores, serventes, etc.
Chão, banheiros, salas, pátio, etc. estão sempre muito bem limpos, havendo
uma preocupação quanto à higiene e à aparência desses ambientes.
O colégio todo é composto por três grandes blocos, com acesso livre entre
eles, sendo que o quarto bloco está em fase de construção. Os três prédios são de
tijolo e tem grades de segurança pintados com as cores verde e azul que compõem
o símbolo da escola. Tudo é muito bem conservado e organizado. Há muitas flores,
algumas árvores e grama. De dentro dele não dá pra ver quase nada da paisagem
exterior: somente parte das ruas às quais tem acesso direto. As crianças chegam lá
a pé, de carro, ou de qualquer outro meio de transporte.
A estrutura física foi construída pensando-se na segurança e comodidade dos
alunos. Há escadas, rampas e até dois elevadores distribuídos pelo local. Os alunos
contam também com uma biblioteca, uma videoteca e uma cantina.
Após o horário das aulas, os alunos têm aulas opcionais de violão, violino,
teatro, circo, coral e cinema, sendo que muitos deles participam de pelo menos uma
destas atividades. Já para os funcionários e seus filhos, é oferecido o programa de
EJA, - Educação de Jovens e Adultos - gratuitamente, todos os dias da semana. As
aulas são ministradas pelos próprios professores da escola, que trabalham
voluntariamente. Há também, nesse programa, divisão por séries e ele conta com
muitos alunos. E este é somente um dos projetos sociais realizados pela escola.
Os alunos que freqüentam a escola regularmente moram, em geral, pela
região: Moema, Vila Nova Conceição, Vila Olímpia,... e têm alto poder aquisitivo. Já
professores, funcionários e estagiários se dividem entre pessoas que moram pela
região e pessoas que moram longe.
O bairro em que fica a escola é bem movimentado, tem muitos restaurantes,
bares, baladas, escritórios e lojas de luxo. Sendo assim, a relação do bairro, como
um todo, com a escola, é extremamente pacífica e coincidente, já que as próprias
crianças e suas famílias compõem este cenário.
Ao redor dela há muitos restaurantes, lojas, prédios residenciais e
pouquíssimas casas, o que caracteriza o local como uma área mista.
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29
No fim do ano de 2006, a escola comprou mais quatro casas vizinhas, que
foram demolidas, e a área da escola está aumentando e sofrendo remanejamento.
Agora, restou apenas um prédio residencial, que fica praticamente no meio da
escola, entre os prédios da Educação Infantil e do Ensino Médio, e uma casa, em
todo o quarteirão.
A escola está crescendo bastante e a disputa entre pais que querem colocar
seus filhos para estudar nela é enorme. A única maneira que a escola encontrou
para não ser injusta, já que o número de vagas é limitado, foi realizar um sorteio
para escolher os futuros alunos. Além disso, ao contrário do que se pretendia, foram
abertas mais duas salas: uma no 1º e uma no 2º ano do Ensino Fundamental, para
atender à grande demanda.
O local só abre aos finais de semana cerca de três vezes por ano, quando
ocorrem eventos em que a presença dos pais, que trabalham durante toda a
semana, é imprescindível, já que a escola preocupa-se com a interação entre pais e
filhos e entre as diversas famílias que freqüentam esse ambiente.
Ao longo dos anos tem surgido uma crescente preocupação com a
conscientização ambiental de alunos, professores e funcionários da escola. Alguns
projetos já foram implementados, como a separação e coleta de lixo reciclável. No
entanto, esses pequenos projetos foram perdendo força e desaparecendo
gradativamente.
Este trabalho tem o intuito de tornar-se um projeto levado à prática, servindo
de base para que transformações de paradigma ocorram dentro e, posteriormente,
fora da escola.
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30
6.2 – Análise e Interpretação dos Dados Coletados
Partindo da utilização de um questionário misto, composto por duas questões
abertas e três questões fechadas, apresentarei e analisarei as opiniões e as
impressões de dez funcionários – entre eles: dois professores, dois professores
assistentes, dois serventes, dois funcionários do setor administrativo e duas
orientadoras – sobre a educação ambiental na escola.
Transcrevi neste trabalho cada resposta obtida, tanto nas questões abertas
quanto nas fechadas. Acredito que, desta forma, o projeto de intervenção tenha
ganhado em qualidade e coerência, sendo o reflexo da realidade escolar na qual
será inserido. As opiniões de cada entrevistado influenciaram o processo de
construção deste projeto, bem como de seus objetivos.
Logo após as três primeiras questões, há tabelas e gráficos representando as
respostas, de forma a facilitar a visualização das mesmas.
Na primeira questão, na qual pergunto o que a escola já faz para incentivar os
alunos na preservação do meio ambiente, obtive as seguintes respostas:
1. Coleta seletiva de lixo (4)
2. Trabalha por meio das disciplinas com os atuais problemas ambientais e a
conservação da natureza (4)
3. Nada (1)
4. Incentiva os alunos a reciclar e reutilizar o máximo possível (2)
5. Propõe debates e palestras sobre o assunto (3)
6. Atividades que permitem ao aluno um contato maior com a natureza, como
passeios e mostrando como o lixo não reciclável agride ao meio ambiente (2)
7. Utiliza material reciclado (1)
8. Incentiva o cuidado com a natureza de maneira geral, o não desperdício, a
não poluição, o plantio de árvores e plantas e o respeito aos animais (1)
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31
Ações Número de vezes que em foram
citadas 1 4 2 4 3 1 4 2 5 3 6 2 7 1 8 1
Total 18 respostas
Tabela 1 – O que a escola já faz?
Figura 1 – O que a escola já faz?
Após a análise dos dados, pude perceber a falta de informação dos
funcionários da escola, pois apesar de terem vivenciado um projeto de coleta
seletiva, este não teve continuidade.
O projeto foi iniciado há cerca de três ou quatro anos, sendo interrompido por
falta de organização, planejamento e comprometimento das empresas envolvidas. O
lixo acumulado atraía insetos e ratos, pois a empresa responsável pela coleta ficava
dias sem comparecer ao local. Dessa forma, os gestores cancelaram o projeto,
preocupados com a higiene e a saúde de estudantes e funcionários.
Atualmente, apesar de existir lixos específicos para cada tipo de material, eles
ficam espalhados pela escola - sem transmitir a noção de unidade - e os resíduos
acabam indo todos para o mesmo lugar.
O que a escola já faz
21%
22%
6% 11%
17%
11% 6% 6% 1
2 3 4 5 6 7 8
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32
Portanto, as ações citadas acima pelos entrevistados não são adotadas por
todos, o que reflete a falta de um projeto intencional e consistente.
Na segunda questão, sobre a atitude de alunos e funcionários quanto à
preservação do ambiente escolar e o desperdício, metade dos entrevistados
responderam que há, sim, essa preocupação; quatro pessoas responderam que
somente às vezes há esse cuidado e apenas uma pessoa respondeu que não há.
Alunos e funcionários, em geral, procuram preservar o ambiente escolar e
evitar desperdícios?
Respostas Quantidade de
citações Sim 5 Não 1
Às vezes 4
Tabela 2 – Alunos e funcionários procuram preservar o ambiente escolar e evitar desperdícios?
Figura 2 - Alunos e funcionários procuram preservar o ambiente escolar e evitar desperdícios?
A terceira questão trata dos índices de desperdício na escola, onde os
entrevistados deveriam assinalar um número de um a cinco, pra cada elemento, de
acordo com sua freqüência.
Alunos e funcionários procuram preservar o ambiente escolar e evitar desperdícios?
50%
10%
40% Sim Não Às vezes
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33
Elemento Consumido Posição
Número de escolhas
1º lugar 1 2º lugar 3 3º lugar 3 4º lugar 1
ÁGUA
5º lugar 2
1º lugar 1 2º lugar 3 3º lugar 4 4º lugar 1
ENERGIA ELÉTRICA
5º lugar 1
1º lugar 3 2º lugar 4 3º lugar 2 4º lugar 1
PAPEL 5º lugar 0
1º lugar 1 2º lugar 2 3º lugar 1 4º lugar 3
PLÁSTICO 5º lugar 3
1º lugar 1 2º lugar 0 3º lugar 0 4º lugar 3
ALIMENTOS 5º lugar 6
Tabela 3 – Elementos mais consumidos na escola.
Gráfico 3 – Consumo de água na escola.
Figura 3 – Consumo de água na escola.
Consum o de água
0
1
2
3
4
1 2 3 4 5
Índice de desperdício (posição)
Núm
ero
de re
spos
tas
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34
Consumo de energia elétrica
0
1
2
3
4
1 2 3 4 5
Índice de desperdício (poisção)N
úmer
o de
resp
osta
s
Figura 4 – Consumo de energia elétrica na escola.
Consumo de papel
0
1
2
3
4
1 2 3 4 5
Índice de desperdício (posição)
Núm
ero
de re
spos
tas
Figura 5 – Consumo de papel na escola.
Consumo de plástico
0
1
2
3
4
1 2 3 4 5
Índice de desperdício (posição)
Núm
ero
de re
spos
tas
Figura 6 – Consumo de plástico na escola.
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Consumo de alimentos
01234567
1 2 3 4 5
Índice de desperdício (posição)N
úmer
o de
resp
osta
s
Figura 7 – Consumo de alimentos na escola.
Sendo assim, é possível concluir que na opinião da maior parte dos
entrevistados, a menor fonte de desperdício na escola são os alimentos – que
aparecem seis vezes em último lugar - e a maior é o papel – que aparece três vezes
em primeiro lugar.
A quarta pergunta, que se referia à suposta necessidade de um projeto de
educação ambiental na escola, todas as respostas foram afirmativas, o que mostra o
grande interesse dos envolvidos com a conscientização da comunidade escolar
sobre o meio ambiente. Nesse sentido, as respostas foram um ponto extremamente
favorável à intenção do plano de intervenção aqui proposto, o que confirma sua
relevância.
Quando questionados sobre os motivos da afirmação de que a escola deve
investir em um projeto amplo de educação ambiental, surgiram as seguintes
respostas:
• Porque é o futuro dos nossos netos;
• Porque já que os alunos discutem bastante sobre a importância que isso
tem no planeta como um todo, devem começar a colocar em prática em
seu próprio ambiente;
• Pois o mundo necessita de uma maior conscientização;
• Porque é importante que as crianças aprendam desde pequenos como
preservar, por que e para que. É necessário que tenham a consciência de
que nossas atitudes são importantes para o nosso mundo;
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• Porque assim todos vão se conscientizar de como é importante a
preservação ambiental;
• Porque o momento exige que haja uma conscientização em relação à
preservação ambiental e a escola é um lugar muito propício para
incentivar esta atitude consciente;
• Porque desta forma mais pessoas ficarão cientes da necessidade que
temos de tomar uma atitude em relação ao meio ambiente. Cada aluno
que fizer parte deste projeto leva seu conhecimento a outras pessoas e
assim a conscientização vai aumentando;
• O papel da escola é além de ensinar os conhecimentos adquiridos ao
longo da história da humanidade, formar também cidadãos conscientes. E
isso implica em trabalhar em prol do meio ambiente, não somente
conscientizando, mas também sendo um modelo.
• Porque deve fazer parte da formação do indivíduo o desenvolvimento de
princípios e valores que levem em conta o coletivo, o bem-estar da maioria
das pessoas. O trabalho de educação ambiental visa à consciência de que
cada um é co-responsável pela preservação do nosso planeta.
De todas as respostas levantadas, as idéias mais recorrentes estão contidas
no quadro abaixo.
Palavras-chave: conscientização, atitude, preservação, futuro,
conhecimento, coletivo.
A quinta questão trata das prioridades que um projeto de educação ambiental
deve ter nessa escola, sendo que os participantes podiam escolher até três
alternativas.
As respostas mais citadas foram:
1º - Envolver mais as famílias dos alunos no processo de conscientização
ambiental. (80%)
2º - Promover atividades práticas que aumentem o contato dos alunos com o
meio ambiente, de forma prazerosa. (60%)
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2º - Implementar um programa sério de coleta seletiva. (60%)
3º - Realizar palestras de conscientização ambiental para alunos e funcionários.
(40%)
4º - Ouvir a opinião de aluno, pais e funcionários sobre o que pode ser feito para
diminuir o desperdício na escola. (30%)
5º - Focar nas atitudes dos professores, de forma a torná-las mais coerentes com
a preservação ambiental, já que estes são modelos para as crianças. (10%)
Portanto, percebe-se que na opinião dos entrevistados a participação da
família na educação das crianças ainda é determinante, principalmente quando se
trata de valores morais, apesar da escola ter assumido grande parte dessa
responsabilidade. Além disso, valorizou-se bastante o contato prazeroso dos
educandos com o meio ambiente em que vivem e a reutilização de materiais. Todas
essas ações são de extrema importância para o processo de conscientização e,
posteriormente, para a construção da responsabilidade ambiental.
Ao término da pesquisa, criei um panfleto (apêndice II) com algumas dicas bem
simples que podem ser facilmente seguidas nas escolas em geral, apoiada em toda
a fundamentação teórica deste trabalho e em minha experiência profissional.
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38
Considerações Finais
Com a finalização deste projeto de pesquisa, cujo intuito é ressaltar a
importância da Educação Ambiental na Gestão Escolar, pude perceber que este é
ainda um tema pouco explorado. Nos últimos anos, o interesse pelo assunto tem
crescido progressivamente, entretanto ainda há uma quantidade relativamente
pequena de obras que tratem da preservação ambiental vinculada diretamente ao
ambiente escolar. Dessa forma, creio que o tema ainda pode e deve ser
aprofundado.
Em geral, apesar de terem uma base teórica muito bem elaborada, no
Parâmetro Curricular Nacional: Meio Ambiente e Saúde – Temas Transversais, no
Brasil, os gestores ainda não inseriram no contexto escolar ações realmente
consistentes, com o objetivo de conscientizar educadores e educandos sobre as
conseqüências de suas atitudes para si e para o coletivo – o que abre espaço para
novos estudos e para a implementação de inúmeros projetos.
Nesse sentido, as empresas brasileiras tomaram a dianteira. Investem cada
vez mais em programas ambientais e buscam novas formas de produção, que
agridam menos o meio ambiente. Portanto, uma solução viável – devido à falta de
investimento governamental - seria que escolas e empresas se apoiassem
mutuamente para concretizar projetos de educação ambiental dentro e fora das
escolas, envolvendo toda a comunidade. Assim, projetos locais ganhariam cada vez
mais força e poderiam realizar intercâmbio com projetos de outras comunidades,
criando uma rede enriquecedora de troca de experiências.
De acordo com a pesquisa de campo realizada numa determinada escola
paulistana, constata-se que, apesar de não existir nenhum plano de ação sério em
relação à preservação do meio ambiente, os indivíduos crêem na necessidade de
implementação de um projeto de educação ambiental no contexto escolar. Para os
entrevistados, a conscientização ambiental deve ser responsabilidade tanto da
escola quanto da família, pois envolve a formação moral dos educandos à medida
que lida com valores, ética e bem estar coletivo.
Portanto, a educação ambiental segue como um grande desafio aos
educadores deste país, que devem promover atividades criativas diariamente,
instigando em seus alunos a reflexão sobre as atitudes do Homem em relação à
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natureza, em relação aos outros seres e em relação a si mesmos. Cabe aos
educadores, também, desenvolver nos educandos uma postura crítica e ativa em
relação aos meios de consumo impostos pelo modelo social neoliberalista no qual
vivemos, aprendendo a importância de reutilizar, reciclar, reinventar. Assim, nossa
qualidade de vida hoje não privará as gerações futuras de terem a mesma
oportunidade.
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40
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e Saúde; temas transversais. V.10 Brasília:
MEC/SEF, 1998.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. 3ªed. São Paulo, Petrópolis. 2000.
HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da
liderança. 11ªed. Rio de Janeiro, Sextante, 2004.
LIBÂNEO, José C. Organização e Gestão da Escola. 5. ed. Goiânia (GO): Editora
Alternativa, 2004. v. 1.
LÜCK, Heloísa. Gestão Educacional: Estratégia para a Ação global e Coletiva no
Ensino. Texto originalmente publicado no livro Educação: Caminhos e Perspectivas.
Curitiba: Editora Champagnat, 1997.
MEDINA, N.M.; SANTOS, E. da C. Educação Ambiental: uma metodologia
participativa de formação. 2ªed. Petrópolis: Vozes, 2001.
MERGULHÃO, M. C.; VASAKI, B. N. G. Educando para a conservação da natureza:
sugestões de atividades em educação ambiental. São Paulo: EDUC, 1998.
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41
PARO, Vitor H. Administração Escolar: Introdução Crítica. 7ªed. São Paulo: Cortez,
1993.
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APÊNDICE I
Projeto de Pesquisa: Trabalho de Conclusão de Curso “A importância da Educação Ambiental para a Gestão Escolar”
Questionário para funcionários da escola pesquisada
1- O que a escola já faz para incentivar nos alunos uma postura consciente
em relação à conservação do meio ambiente?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2- Alunos e funcionários, em geral, procuram preservar o ambiente escolar e
evitar desperdícios? ( ) Sim. ( ) Não. ( ) Às vezes.
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3- Quais as maiores fontes de desperdício na escola?
Assinale um número para cada item, sendo 1 o maior índice de desperdício e 5 o
menor.
Água 1 - 2 - 3 - 4 - 5
Energia Elétrica 1 - 2 - 3 - 4 - 5
Papel 1 - 2 - 3 - 4 - 5
Plástico 1 - 2 - 3 - 4 - 5
Alimentos 1 - 2 - 3 - 4 - 5
4- A escola deveria investir em um projeto amplo de educação ambiental? ( ) Sim. ( ) Não.
Por quê? ___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5- Na sua opinião, qual deveria ser a prioridade em um projeto de educação ambiental, nesta escola? Permitida a escolha de, no máximo, três itens.
( ) Promover atividades práticas que aumentem o contato dos alunos com o meio
ambiente, de forma prazerosa.
( ) Realizar palestras de conscientização ambiental para alunos e funcionários.
( ) Envolver mais as famílias dos alunos no processo de conscientização ambiental.
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( ) Ouvir a opinião de alunos, pais e funcionários sobre o que pode ser feito para
diminuir o desperdício na escola.
( ) Focar nas atitudes dos professores, de forma a torná-las mais coerentes com a
preservação ambiental, já que estes são modelos para as crianças.
( ) Implementar um programa sério de coleta seletiva.
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APÊNDICE II
Eco dicas para serem seguidas na escola
• Substituir copos plásticos por canecas;
• Distribuir pela escola lixos específicos para papel, plástico, vidro, metal, material
orgânico, pilhas e baterias;
• Transformar papéis usados em rascunho;
• Utilizar material reciclado;
• Implementar um programa sério de coleta seletiva;
• Instalar torneiras automáticas;
• Substituir sacos plásticos por sacolas reutilizáveis;
• Armazenar água das chuvas para lavar o chão da escola;
• Nomear um aluno-ajudante por semana, que fique responsável por apagar as
luzes e desligar os ventiladores da classe quando a turma não for utilizá-la;
• Pedir para que os alunos levem para a escola garrafinhas de água próprias,
evitando assim a compra diária;
• Instruir os pais para que não exagerem na quantidade de lanche das crianças;
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• Não deixar aparelhos eletrônicos em standby;
• Reservar um espaço, mesmo que pequeno, para o plantio de árvores ou para
uma mini-horta;
• Fazer manutenção freqüente de aparelhos eletrônicos – para não desviarem
energia – e de torneiras e descargas – para evitar possíveis vazamentos.
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