à procura de um porto desaparecio (ad)

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E n c o n t r o C u l t u r a l À PROCURA DE UM PORTO DESAPARECIDO Aqui começou a espera dos participantes http://aaacarmelitas.blogspot.com

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Encontro

Cultural

À PROCURA DE UM PORTO DESAPARECIDO

Aqui começou a espera dos participantes

http://aaacarmelitas.blogspot.com

Com este trabalho pretende-se dar a conhecer por palavras e imagens aos antigos alunos do seminário da Ordem do Carmo em Portugal

alguns traços de um Porto já Desaparecido.

Desde já a AAACARMELITAS agradece à Drª Isabel Andrade, guia do evento integrado na Festa da Baixa organizada pelo Instituto Nacional de Cultura. Pede-se também desculpa à Drª Isabel caso a

narrativa que vamos encetar não corresponda à sua mensagem, o que justificamos não só pelo barulho do trânsito, mas também por

deficiências do autor desta narrativa.

Procurou-se elucidar o trabalho não só com fotografias batidas no momento, mas também com imagens e algumas ideias extraídas da

Internet

O início do passeio à procura de UM PORTO DESAPARECIDO estava marcado para a porta do café Guarany, às 9,30 h. Começou às 9,40 h com 19 participantes.

As primeiras e longas palavras da guia aconteceram à porta do café, mas de difícil escuta por força do trânsito

O Café Guarany é um café e restaurante sito na Avenida dos Aliados, em plena Baixa do Porto.Integrado num surto de abertura de cafés na cidade na década de 1930, em 29 de Janeiro de 1933 foi inaugurado, projecto do arquitecto Rogério Azevedo com decoração do escultor Henrique Moreira.Espaço de convívio, tertúlias e cultura desde a sua fundação, em 2003 foi totalmente restaurado, buscando um compromisso entre a tradição e a qualidade de serviço. Uma das paredes passou a ostentar pinturas de Graça Morais. A sua decoração relembra os índios guarany da América Meridional (daí o seu nome)e a sua evocação tropical é alusiva ao Brasil do séc. XX como primeiro produtor de café. Foi o primeiro café a ter ar condicionado no Porto.

Guarany

TOPONÍMIA -Anteriormente, a atual Praça da Liberdade designou-se por Casal ou Lugar de Paio de Novais e Sítio ou Fonte da Arca (durante o século XV); Lugar ou Praça da Natividade (depois de 1682, devido à fonte lá construída nesse ano); Quinta, Campo ou Sítio das Hortas (até 1711); Praça Nova das Hortas (depois de 1711); Praça da Constituição (1820); Praça de D. Pedro IV (1833) e, ainda que por poucos dias, Praça da República (13 de Outubro de 1910). A designação presente — Praça da Liberdade — foi adotada em 27 de Outubro de 1910. O nome é uma alusão ao sistema republicano de governo.

HISTÓRIA - Propriedade do Cabido da Sé do Porto, esta área, localizada no exterior das Muralhas Fernandinas que cercavam a cidade — entre a Porta de Carros e a de Santo Elói —, teve projetos de criação de uma praça pública em 1691 e em 1709 que não se chegaram a concretizar.Em 1718, novo projeto foi lançado, tendo o Cabido da Sé cedido os terrenos necessários à abertura da praça. Novas ruas foram então também rasgadas, entre as quais a Rua do Laranjal das Hortas (hoje desaparecida) e a Rua da Cruz (atual Rua da Fábrica).Da concretização deste projeto resultaria a Praça Nova, limitada a norte por dois palacetes onde, entre 1819 e 1915, funcionaram os Paços do Concelho; a oriente pelo Convento dos Congregados; a sul por um troço da Muralha Fernandina, destruído em 1788 para dar lugar ao Convento de Santo Elói — só terminado no século XIX, sendo posteriormente sido chamado Palácio das Cardosas . O lado poente, só mais tarde edificado.

A instalação do edifício da câmara municipal no local em 1819, a inauguração da Ponte de D. Luís em 1887, a extensão da via férrea até ao local em 1896, com a construção da Estação de S. Bento, foram fatores decisivos para tornar a, então chamada, Praça de D. Pedro IV, no centro político, económico e social da cidade do Porto. Em meados do século XIX, a Praça era já o "ponto predileto de reunião dos homens graves da política e do jornalismo, da alta mercância tripeira e dos brasileiros” Aqui predominavam os botequins — "Guichard", "Porto Clube", "Camacho", "Suíço", "Europa", "Antiga Cascata", "Internacional", etc. — progressivamente desaparecidos para dar lugar a entidades bancárias, companhias seguradoras e escritórios.Em 1916 foi demolido o edifício que serviu de Paços do Concelho, a norte da Praça da Liberdade, bem como diversos arruamentos vizinhos — ruas do Laranjal, de D. Pedro, etc. —, iniciando-se as obras de construção da ampla Avenida dos Aliados, ao cimo da qual foram construídos os modernos Paços do Concelho do Porto amplo edifício em granito e mármore, projeto de 1920 do arquiteto Correia da Silva. A Praça da Liberdade ficou, assim, ligada à nova Avenida dos Aliados e à Praça General Humberto Delgado, num conjunto urbano de grande monumentalidade e de particular interesse histórico e artístico

Câmara Municipal demolida (A Norte)

Poente: Actual Banco de Portugal,

Pastelaria Ateneia e outras lojas

comerciais, onde antes eram hortas do bispo

Nascente: Situava-se o Convento dos Congregados, onde

actualmente se encontra a CGD, a

Casa da Sorte e o Mc Donald´s, antigo

café Imperial

A Sul ficava o Convento de Santo Elói, actual Hotel de Luxo, e onde esteve também um banco

Este é o lado nascente da Praça, cujo casario constituiu o Convento dos

Congregados, mas na época da imagem era já habitação e comércio. Vê-se a ainda

actual Igreja dos Congregados

Neste quadro a óleo vê-se ao fundo o edifício camarário e no centro a estátua de D. Pedro IV, hoje deslocada mais para sul. Repare-se

que tinha gradeamento e, durante muito tempo, foi guardada permanentemente por um militar. (Se calhar hoje também se

justificava, porque é muitas vezes vandalizada)

Entre outras edif icações , desapareceram da zona a forca, a Capela dos Reis Magos (na f igura

ao lado) que se s ituava junto à Câmara. (tem a part icularidade de

ter s ido desmontada pedra a pedra e comprada por um

brasi le iro que a edif icou em Pocariça – Cantanhede com a

mesma configuração) .Desapareceu também a Igre ja da Natividade

(onde está a CGD, antes BNU), a Fonte da Natividade, também conhecida por Fonte da Arca,

embelezada com carrancas . Desapareceu ainda a Capela de S.

Crispim (Hoje na Rua Santos Pousada) , O Convento dos Lóios, o Convento da Ave Maria (Hoje

Estação de S. Bento) , o Convento de Santo Elói , hoje um moderno hotel de 5 estre las e o Convento

dos Congregados

No tempo de D. Miguel, a forca situada na praça foi muitas vezes usada e, diz-se que os frades de Santo António dos Congregados presenciavam os enforcamentos das janelas do convento com grande alegria comendo bolos e bebendo vinho do Porto;

A Praça foi o primeiro local público da cidade a ser pavimentado; Circulavam por aqui eléctricos; O comércio era florescente,

respirava-se modernidade no início do século XX, pelo que ao local se chamou também PASMATÓRIO, face à estupefacção dos visitantes perante tanta novidade.

Num raio de 300 metros desapareceram, pelo menos, cinco Conventos, na sequência da extinção das Ordens Religiosas em 1834 (Lóios, Congregados, Santo Elói, Ave Maria e Carmelitas

Esta porta era a entrada principal para o Convento dos Congregados, do qual, os frades mauzinhos, de acordo com a guia, festejavam os enforcamentos. Foi

Noviciado. Situa-se na Travessa dos Congregados, artéria sem saída mas onde existem vários restaurantes. Dá acesso a um bloco de escritórios.

Na zona coberta pelo passeio, existiram numerosos botequins e cafés, os primeiros de grande expressão até meados do século XIX e os segundos a partir da segunda metade;Desapareceram o Botequim do Sr. Frutuoso, O Botequim das Hortas, o Botequim da Neve (Servia sorvetes e era o preferido pelos libertinos da época) e o Guichard. Sobre este escreveu Firmino Pereira “aí se reuniam habitualmente os literatos, os poetas e os românticos que vinham das agitações do Cerco (do Porto) e da Patuleia e que entre um cálice de licor e uma fumaça de charuto, decidiam os destinos da arte e da política”. Aí os poetas suspiravam, mas também batiam… e levavam. À noite compunham poemas, combinavam raptos e conjuras.

Cafés importantes na zona entretanto desaparecidos da actual Praça da Liberdade e que foram instalados a partir da 2ª metade do séc XIX:

O Lusitano, mais tarde o Suíço; O Portuense O Camacho; O Lisbonense; O Ventura; O Central; O Imperial (hoje McDonald´s)“À volta da bebida negra como o inferno, doce como o pecado, quente como o

amor” como dizia Vicky Baun, sempre se juntaram artistas, políticos e escritores em tertúlias determinantes da formação de correntes políticas, artísticas e literárias.

Esta imagem representa uma das paredes do café Brasi l , s ituado a Norte da Estação de S. Bento, que ostenta o seu desenho orig inal . Existe desde 1859 e , ao tempo, t inha duas mesas exclusivas para jogar dominó. Numa delas , a dos Cardeais ,

sentavam-se Guilherme Braga e Paulo Falcão. Na outra, a dos Indígenas, sentavam-se Arnaldo Leite, Sampaio Bruno e

Ramalho Ortigão

Estação de São Bento uma das 14 estações mais bonitas do mundo de acordo com a imprensa especializada. Ocupa o espaço

resultante da demolição do Convento de S. Bento da Ave Maria

Imagem do Convento de S. Bento da Ave Maria, que viria a

dar lugar à actual estação ferroviária de S. Bento

Cortejo no ano de 1894 no Largo de São Bento (actual Praça de Almeida Garrett), com antigo

Mosteiro de São Bento de Avé Maria à direita e igreja dos

congregados ao fundo e ainda existente

No início do século XVI, o rei D. Manuel I, mandou construir à custa de sua fazenda, o Mosteiro da Ave Maria ou da Encarnação das monjas de São Bento, dentro dos muros da cidade, no local chamado das Hortas do Bispo ou da Cividade.Desejando o rei que os Mosteiros das Religiosas se transferissem dos montes para as cidades, neste foram recolhidas as monjas dos Mosteiros de Rio Tinto, Vila Cova, Tarouquela e Tuias, no dia 6 de Janeiro de 1535. No século XVI recebeu algumas freiras de um extinto mosteiro em Macieira de Sarnes. Vários testemunhos referem-se ao Real Convento como uma maravilha em decoração e magnificência, deduzindo-se ter predominado inicialmente o estilo manuelino. Com a afirmação do Liberalismo no início do século XIX, este regime, depois de extintas as ordens religiosas, confiscou os seus bens por decretos de 1832 e 1834, determinando que estes passassem para o Estado após a morte da última religiosa.

No caso do Mosteiro da Avé Maria, esta terá falecido em 1892, ficando as instalações devolutas. Contam-se várias histórias de que, em certas noites, ainda é possível ouvir as rezas da monja a ecoar pelos corredores das alas da estação!A demolição dos claustros inicia-se cerca de 1894 e a da igreja entre Outubro de 1900 e Outubro de 1901. As ossadas das monjas foram recolhidas numa catacumba mandada construir no cemitério do Prado do Repouso pela Câmara Municipal do Porto, em 1894.Muito do seu espólio perdeu-se por altura da demolição, incluindo uma grande variedade de azulejos-tapete, alguns dos quais foram recolhidos. O que resta do espólio pode apreciar-se no Museu do Seminário do Porto (talha), na Igreja de São João das Caldas em Vizela (retábulo-mor da igreja), Paço de S. Cipriano em Guimarães (azulejos do claustro), no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa (báculo da Abadessa) e no Mosteiro de Singeverga em Roriz (cibório com pedras finas).

"Começou Gonçalo a frequentar conventos, e a palestrar com frades. O guardião dos franciscanos era um sábio; os oratorianos eram-no todos; a erudição do padre Teodoro de Almeida ficara largo tempo disseminada nos espíritos dos congregados. Por estas casas, e pela beneditina das freiras e dos monges, é que o transfigurado matava o tempo, e armazenava farmacopeia religiosa para, no inverno da vida, se medicar em enfermidades geradas nos desvarios da primavera. Com freiras era menos assíduo, mas muito estimado e desejado. Denominavam-no as místicas beneditinas «o fidalgo do milagre». Vinha a ser o milagre a mudança que faz o tempo e a desgraça do homem, que em si mesmo abrange mais milagres que todos os sabidos e contados nos crédulos mosteiros daquela época.Naquele redil do Senhor tinha o patriarca S. Bento mui formosas filhas ao começo deste século. Vinham elas algumas vezes à grade cumprimentar «o fidalgo do milagre», ouvi-lo discorrer em coisas do Céu e da Terra, ditas com tanta unção e graça que nenhuma noviça ou freira nova as ouviu, que se não sentisse mais conformada com a religião. E, tanto era assim, que já soltava a intriga suas rasteiras serpes por entre as florinhas daqueles inocentes afectos. Se o fidalgo chamava umas religiosas e esquecia outras, glosava-se o sucesso com estranhos inventos, mas perdoáveis todos como desvios de espíritos frívolos dentro dos limites da candura monástica.

Recebia Gonçalo amiudados presentes de S. Bento, gulosinas fabricadas ou enfeitadas por mãos de anjos.[...]Deixou de ir a S. Bento «o fidalgo do milagre». As senhoras escreviam-lhe a miúdo, ou mandavam os capelães cumprimentá-lo. Em uma das cartas de saudação, assinavam-se cinco freiras exemplaríssimas. Foi Maria das Dores quem, ausente o marido, abriu, por acinte, a carta. Leu-a; e escreveu debaixo das assinaturas:«Não sejam tolas. Vão rezar. Tenham juízo. E, se não têm que fazer, façam camisas para os pobres, que é isso que faziam as antigas congregações de monjas beneditinas.»E devolveu a carta.As santas senhoras, quando tal viram, choraram muitas lágrimas; mas não me consta que fizessem camisas aos pobres, cousa que me parece desnecessária à salvação."

In Estrelas funestas. Lisboa : Parceria A. M. Pereira, 1979. p. 78-79 e 81.

No século XVII havia locais onde se recolhiam mulheres orfãs, viúvas, mulheres casadas com maridos ausentes e prostitutas, uns eram conventos, outros casas de recolhimentos femininos . Havia quatro conventos (Corpus Christi, Santa Clara, S. Bento da Avé Maria e Madre Deus de Monchique) e apenas dois recolhimentos – o Recolhimento do Anjo e o de Nossa Senhora do Patrocínio, destinados a diferentes tipos de mulheres. O Convento da Ave Maria era selectivo e só mulheres com alguma condição ali entravam, sobretudo nobres. Muitas pessoas ali quiseram recolher familiares, mas por falta de estatuto social não eram aceites. Em vários romances é relatada essa condição, por exemplo na Consolação, de Camilo.No convento da Ave Maria organizavam-se muitos eventos e festas sociais que permitiram a muitas mulheres ali internadas encontrar marido. A algumas festas chamavam de Rapiocas (daí o termo Rapioqueiro)

O passeio incluiu a visita a alguns estabelecimentos que foram ourivesarias de luxo e locais onde se situaram outras lojas de luxo, grandes armazéns, fábricas e teatros.Como é sabido a indústria da joalharia e ourivesaria está hoje localizada na zona de Gondomar. Contudo, inicialmente era no Porto que existia, onde a par dos estabelecimentos comerciais se fazia a manufactura, fosse nas traseiras dos estabelecimentos ou nos andares superiores.Com o tempo a fabricação passou para Gondomar ficando o Porto cidade apenas com o comércio.

Esta fotografia e as duas seguintes são de uma pastelaria actual situada a Sul da Estação de S.Bento e que foi sede da célebre ourivesaria Cunha. O Evaristo é actual

O grupo admirando um dos tectos da pastelaria

Outro estabelecimento, este sito um pouco mais abaixo, na Rua das Flores, que foi ourivesaria a maior do Porto (Aliança) e hoje vende produtos regionais

Tectos da extinta Ourivesaria Reis, que se situava na esquina da actual Rua 31 de Janeiro (Antiga Santo António), com a actual Rua de Santa Catarina. Hoje vende sapatos, mas tem uma decoração soberba. Vendia baixela desenhada por

Rafael Pinheiro.No diapositivo seguinte está a fachada

Origem do nome e HistóriaDurante muito tempo foi chamada Rua de Santo António . Homenageia a revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891, desencadeada como reacção ao Ultimato Britânico de 1890.Construída em 1784, pretendia estabelecer uma comunicação cómoda entre o bairro de Santo Ildefonso e o bairro do Bonjardim (na zona baixa da actual Praça de Almeida Garrett). Antes da abertura a ligação fazia-se pela actual Rua da Madeira (porque durante

muito tempo esteve ali depositada a madeira resultante da destruição de uma construção por ali existente) que, por aquele tempo, se denominava Calçada da Teresa.Grande parte da rua foi construída sobre estacaria e arcos em pedra, para vencer o enorme declive entre as extremidades da rua e também para dar passagem à "mina do Bolhão" que por aí corria para alimentar as monjas do Convento da Ave Maria. Trata-se de uma rua meticulosamente planeada, com os alçados dos seus prédios projectados pelo arquitecto Teodoro de Sousa Maldonado, entre 1787 e 1793.Foi aberta em 1805 com o nome R. Nova de Santo António . Stº António, devido a Stº António dos Congregados; Nova, porque já havia outra R. de Stº António, na Picaria.

.Conjuntamente com a R. dos Clérigos e a Praça de D. Pedro, depois, da Liberdade, a R. de Santo António/31 de Janeiro—apesar da forte inclinação --, ganhou foros de excelência. Era a artéria onde imperavam os luveiros, as alfaiatarias e os cabeleireiros da moda. Onde havia a Casa de Banhos, o Teatro Circo e o Teatro Baquet, este mandado construir pelo alfaiate espanhol António Pereira Baquet em 1859 e que, 29 anos depois, foi consumido por um violento incêndio. Sobre as suas ruínas ergueram-se os Armazéns Hermínios que, segundo as crónicas da época, eram os maiores e mais elegantes da cidade.Em meados do séc. XIX havia no Porto sete estabelecimentos que vendiam luvas, quando estas constituíam um adereço quase obrigatório do vestuário. Estavam todos nessa rua. A avaliar pelos nomes dos proprietários, cinco dessas lojas pertenciam a franceses, um espanhol, Vicent e uma portuguesa, Maria Martins.Um dos mais célebres estabelecimentos que funcionaram nesta rua foi a Casa Prud'homme uma "mercearia fina" pertencente, claro, a um cidadão francês. Neste estabelecimento vendiam-se os melhores queijos do país de origem do dono, bem como os mais apreciados champanhes. Era frequentado pela melhor sociedade portuense daquele tempo, como o presidente da câmara Oliveira Monteiro, o médico Ricardo Jorge, ou o escritor Camilo Castelo Branco.Chamou-se aos comerciantes da rua os “ratos da Grã Via”.

Rua 31 de Janeiro em várias épocas

A Igre ja de Santo Ildefonso está no topo da Rua de Santo António.Foi reconstruída a partir de 1730, por se encontrar em ruínas a primeira igreja, e ficou concluída em 1739, sendo dedicada a Santo Ildefonso de Toledo.A fachada é composta por duas torres sineiras com dentilhões nas cornijas, rematadas em cada face por esferas e frontões de fantasia. Por cima do entablamento ergue-se o nicho do padroeiro. Guarnecem as paredes azulejos de Jorge Colaço (1932), com cenas da vida do Santo e alegorias da Eucaristia.A nave é de tipo poligonal em estilo proto-barroco, com tecto em madeira e estuques ornamentais repetidos nas paredes. Os altares laterais são obras neo-clássicas e os colaterais são de talha rococó. O retábulo em talha barroca é rococó da segunda metade do séc. XVIII.

A Igre ja de Santo Ildefonso está no topo da Rua de Santo António.Foi reconstruída a partir de 1730, por se encontrar em ruínas a primeira igreja, e ficou concluída em 1739, sendo dedicada a Santo Ildefonso de Toledo.A fachada é composta por duas torres sineiras com dentilhões nas cornijas, rematadas em cada face por esferas e frontões de fantasia. Por cima do entablamento ergue-se o nicho do padroeiro. Guarnecem as paredes azulejos de Jorge Colaço (1932), com cenas da vida do Santo e alegorias da Eucaristia.A nave é de tipo poligonal em estilo proto-barroco, com tecto em madeira e estuques ornamentais repetidos nas paredes. Os altares laterais são obras neo-clássicas e os colaterais são de talha rococó. O retábulo em talha barroca é rococó da segunda metade do séc. XVIII.

1. Sanefa do Altar exposto na Sacristia;2. Fonte na Sacristia;3. Cruz na Sacristia;4. Raspador de Sapatos. A lama era

muita e, então, à porta das igrejas eram colocados artefactos deste género. Na Igreja de Santo Ildefonso existem 2, um de cada lado da porta principal

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Origem do nome e HistóriaDiz a tradição que, no séc. X, este local foi palco de uma sangrenta batalha entre os sarracenos de Almançor e os habitantes do Porto, que acabariam por sair derrotados, originando o arrasamento da cidade.No ângulo sudoeste da atual praça ficava situada a Porta do Cimo de Vila da Muralha Fernandina, junto da qual ficava a Capela de Nossa Senhora da Batalha. No séc. XIII, a zona sofreu grandes transformações, sendo demolida a muralha.No lado oriental podemos ver uma palacete brasonado mandado construir nos fins do séc. XVIII. Na altura do Cerco do Porto os proprietários pró-miguelistas abandonaram o palacete, o que fez com que o governo liberal lá se instalasse, usando-o para várias instituições públicas e hospital de sangue. Este palácio foi Estação central dos Correios, Telégrafos e Telefones ao longo de grande parte do séc. XX, em 2009 o edifício foi vendido ao grupo hoteleiro Hotel Dona Inês que aí prevê instalar um hotel de charme.A praça é, desde 1866, dominada pelo monumento a D. Pedro V, da autoria de Reixeira Lopes, pai Na praça está também localizado o Teatro Nacional de S. João, restaurado na totalidade sob a orientação do nosso associado e dirigente José Cachetas e o Cine-Teatro Batalha, ao lado do qual esteve o Cinema Águia D Ouro, hoje Hotel B&B

1 – Palacete que foi sede dos correios; 2 – Hotéis; 3 – Cinema Batalha: 4 – Teatro Nacional de S. João

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Denominado originalmente como Real Teatro de São João , a sua primitiva edificação foi erguida em 1794, com projecto do arquitecto italiano Vicente Mazzoneschi. Foi inaugurado em 1798.A estrutura interior do original era semelhante à do Teatro de São Carlos, e a sua composição próxima dos teatros de tipo italiano que, na época, se tinham estabelecido como regra de sucesso.Em 1908 um violento incêndio destruiu completamente o edifício.Sem se conformar com a perda, logo uma comissão se constituiu para a sua reconstrução, que teve início em1911, com projecto de Marques da Silva. Foi inaugurado em 1920.O atual edifício, de aspecto robusto mas sem estilo definido, é composto por uma imponente frontaria guarnecida por quatro colunas jónicas, entre as quais se abrem três janelas de arco pleno e outras tantas portas.

A capela de Nossa Senhora da Batalha que foi demolida, em 1924. para "desafogo da fachada do Teatro de S. João" era já no entanto posterior a uma outra, bastante mais antiga, sob a mesma invocação, num local extramuros, da parte de fora, portanto, da muralha fernandina, mas que pertencia à freguesia de Santo Ildefonso. Nessa capela foi colocada a imagem de Nossa Senhora da Batalha que antes havia estado numa edícula sobre a porta da muralha fernandina de Cima de Vila.Em 1686 já se falava "…da fabrica da capella de Nossa senhora da Batalha, Nossa senhora dos Remédios e S. José…"No lugar desta antiga ermida é que terá sido construída aquela que foi demolida em 1924 e que pertencia ao Município portuenseA imagem da padroeira foi recolhida na Catedral em cujo museu está exposta ao público.

A capela de Nossa Senhora da Batalha que foi demolida, em 1924. para "desafogo da fachada do Teatro de S. João" era já no entanto posterior a uma outra, bastante mais antiga, sob a mesma invocação, num local extramuros, da parte de fora, portanto, da muralha fernandina, mas que pertencia à freguesia de Santo Ildefonso. Nessa capela foi colocada a imagem de Nossa Senhora da Batalha que antes havia estado numa edícula sobre a porta da muralha fernandina de Cima de Vila.Em 1686 já se falava "…da fabrica da capella de Nossa senhora da Batalha, Nossa senhora dos Remédios e S. José…"No lugar desta antiga ermida é que terá sido construída aquela que foi demolida em 1924 e que pertencia ao Município portuenseA imagem da padroeira foi recolhida na Catedral em cujo museu está exposta ao público.

O que foi o cinema Águia d Ouro é hoje um hotel

CINEMA BATALHA

Neste local esteve uma fábrica com decoração árabe e a partir de 1908, funcionou como sala de pro jecção de c inema Salão High Life . Em 1947 foi transformada, pelo arquitecto Artur Andrade, no Cinema Batalha. Depois de se is anos fechado, voltou a abrir ao públ ico em 2006, por arrendamento ao Comércio Vivo a uma parceria da Câmara do Porto e Associação de Comerciantes com diversas valências bar, restaurante, sala de espectáculos e Sala Bebé.O Comércio Vivo foi cr iado para ger ir os 5 milhões de euros pagos ao grupo Amorim para compensar os comerciantes pela inclusão de um shopping no Plano de Pormenor das Antas.Em 31 de Dezembro de 2010, o Gabinete Comércio Vivo entregou as chaves aos proprietários , no últ imo dia do contrato de gestão.A precisar de uma intervenção, o espaço está fechado e sem destino.

Aquando da abertura da rua, em 1903 a ideia original era construir uma cobertura envidraçada, à semelhanças de idênticas galerias parisienses como Les Halles e outras, daí o nome escolhido. O quarteirão em que se integra, conjuntamente com a Rua Cândido dos Reis, a Rua das Carmelitas e a Rua da Fábrica, pertenceu ao convento das Carmelitas. Os prédios que ladeiam a Rua da Galeria de Paris são elegantes e de boa traça.Ao longo da segunda metade do séc. XX, os armazéns de tecidos foram ocupando grande parte dos edifícios da rua. É aí que se situam os populares Armazéns Marques Soares e, do outro lado, está a Fernandes, Mattos & C.ª, casa de tecidos fundada em 1886.De local triste e pouco habitado , tornou-se, em pouco tempo, naquilo que é muitas vezes referido como um dos centros da movida portuense, fenómeno semelhante ao Bairro Alto. Tudo começou em 2007, com a abertura de um bar numa antiga livraria. O calendário variado de eventos que desenvolveu, com destaque para os concertos de jazz, desencadeou o surgimento de outros espaços em todo o quarteirão, tornando este num local da moda da noite do Porto, especialmente aos fins de semana.

Arte Nova no nº 28 da Rua eA Rua em toda a sua extensão

Arte Nova na Rua Cândido dos Reis e a Rua em toda a sua extensão

Arte Nova na Rua Cândido dos Reis e a Rua em toda a sua extensão

Pormenor da antiga Rua das Carmelitas à esquerda. Sabe-se, pela leitura de um relatório camarário, que a Câmara do Porto solicitara, no ano de 1838, autorização à rainha D. Maria I para proceder ao seu alinhamento.

Isto significa que a artéria sofreu algumas alterações.À época em que foi solicitado o referido alinhamento, a rua era bastante mais estreita do que é actualmente, subia em curva por entre duas altas paredes, uma das quais delimitava a cerca do Convento. Anteriormente

talvez se tenha chamado do Calvário Velho, nome deste local e onde foi construído o Convento. Mas em 1839, chamou-se Rua do Anjo, mas voltou a Carmelitas, não se sabe quando. À direita imagem de uma espécie de Feira da Ladra, conhecida como Mercado dos Ferros Velhos que ali se realizava. Presume-se que a sua origem vem do séc. XVII, pois há referencias a Ladra num documento da época. Quer dizer recepção e venda, velharias, etc. e

tal. Como hoje.

É o Palácio dos Condes de Vizela que ocupa o espaço do convento. A autorização para a fundação do Convento de S. José e Santa Teresa de Religiosas Carmelitas Descalças, pedida por Frei Pedro de Jesus, Geral dos Carmelitas Descalços, foi concedida por D. Pedro I em 1701 e obteve a bênção do bispo D. José de Santa Maria. As obras de construção levaram cerca de duas décadas até ficarem concluídas.

Após a extinção do convento, em 1833, as suas instalações acolheram a Escola Normal, a Direcção das Obras Públicas, os Correios e Telégrafos, o Teatro Variedades, entre outros serviços, e nos terrenos da sua cerca tiveram lugar uma série de diversões (exibições de animais ferozes, espectáculos de variedades e circo), para além de peças de teatro popular. E até um Mercado de Ferro Velho.

E por aqui acabou o passeio em busca de um Porto

Desaparecido. Apenas de uma pequena mas significativa

parte.De tarde assisti a um concerto de música sacra na Igreja da Misericórdia, no nº 5 da Rua das Flores, onde o Quarteto

Millenius Musicum interpretou música sacra de vários autores portugueses e

estrangeiros (Juan Cabanilles, Atcadelt, Mozart, Gounod e outros). Excelente! O concerto…

E por aqui acabou o passeio em busca de um Porto

Desaparecido. Apenas de uma pequena mas significativa

parte.De tarde assisti a um concerto de música sacra na Igreja da Misericórdia, no nº 5 da Rua das Flores, onde o Quarteto

Millenius Musicum interpretou música sacra de vários autores portugueses e

estrangeiros (Juan Cabanilles, Atcadelt, Mozart, Gounod e outros). Excelente! O concerto…

http://aaacarmelitas.blogspot.com

Obrigado

AAACARMELITAS/2012

Musica: Sentir Português

Interpretação de António Chainho