a produção de seu alemão e a comercialização de dona neide: a divisão do trabalho em família!

2
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1744 m meio ao cenário de serras na região E do Trairí, no Semiárido potiguar, está a cidade de Monte das Gameleiras. E lá no sítio Sítio Guaí moram Dona Neide, Seu Alemão, o filho Alex, sua nora Dayse, e o neto Artêmio. O casal forma a interessante combinação na divisão de tarefas, enquanto seu Alemão é dedicado no trabalho da produção Dona Neide empolga seus clientes na comercialização. Seu Alemão começou a cultivar no seu quintal após ter deixado o trabalho de pedreiro pela prefeitura do seu município. Já cansado de executar tarefas repetitivas, que lhe afetou a saúde, e com muita sabedoria, investiu na diversificação produtiva no espaço de 1 hectare plantando, dentre outras, tomate, pimentão, repolho, beterraba, cenoura, alface, quiabo, coentro, cebolinha, jerimum, limão, côco, goiaba, maracujá e outras plantas frutíferas, além de ter construído um pequeno tanque para criação de tilápias e criação de galinhas. O casal conta que no início a conquista da cisterna não foi algo fácil para a família. Enquanto Seu Alemão, prevendo a dificuldade de participar dos cursos e dos intercâmbios, pré-requisitos para o recebimento da cisterna, devido a necessidade de manutenção do quintal, acabou desanimando.Já Dona Neide conta como resolveu a dúvida através da sua força de vontade e incentivo ao companheiro, apontando a solução para uma melhoria nas condições de vida produtiva da família: “no começo ele não queria, daí eu dizia: Alemão vamos ajeitar, tu não gosta de andar, eu vou... Eu fiquei bem satisfeita com a cisterna!”, conta. Apesar do envolvimento da família se envolver tanto na produção quanto na comercialização, acabam se dividindo nas tarefas que mais gostam e tem afinidade. Julho/2014 A produção de seu Alemão e a comercialização de dona Neide: a divisão do trabalho em família! Monte das Gameleiras Ajuda do irmão Manoel Cenoura e milho plantação e cisterna calçadão

Upload: articulacaosemiarido

Post on 23-Jul-2016

219 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Em meio ao cenário de serras na região do Trairí, no Semiárido potiguar, está a cidade de Monte das Gameleiras. E lá no sítio Sítio Guaí moram Dona Neide, Seu Alemão, o filho Alex, sua nora Dayse, e o neto Artêmio. O casal forma a interessante combinação na divisão de tarefas, enquanto seu Alemão é dedicado no trabalho da produção Dona Neide empolga seus clientes na comercialização.

TRANSCRIPT

Page 1: A produção de seu Alemão e a comercialização de dona Neide: a divisão do trabalho em família!

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1744

m meio ao cenário de serras na região

Edo Trairí, no Semiárido potiguar, está a cidade de Monte das Gameleiras. E lá

no sítio Sítio Guaí moram Dona Neide, Seu Alemão, o filho Alex, sua nora Dayse, e o neto Artêmio. O casal forma a interessante combinação na divisão de tarefas, enquanto seu Alemão é dedicado no trabalho da produção Dona Neide empolga seus clientes na comercialização. Seu Alemão começou a cultivar no seu quintal após ter deixado o trabalho de pedreiro pela prefeitura do seu município. Já cansado de executar tarefas repetitivas, que lhe afetou a saúde, e com muita sabedoria, investiu na diversificação produtiva no espaço de 1 hectare plantando, dentre outras, tomate, pimentão, repolho, beterraba, cenoura, alface, quiabo, coentro, cebolinha, jerimum, limão, côco, goiaba, maracujá e outras plantas frutíferas, além de ter construído um pequeno tanque para criação de tilápias e criação de galinhas. O casal conta que no início a conquista da cisterna não foi algo fácil para a família. Enquanto Seu Alemão, prevendo a dificuldade de participar dos cursos e dos intercâmbios, pré-requisitos para o recebimento da cisterna, devido a necessidade de manutenção do quintal, acabou desanimando.Já Dona Neide conta como resolveu a dúvida através da sua força de vontade e incentivo ao companheiro, apontando a solução para uma melhoria nas condições de vida produtiva da família: “no começo ele não queria, daí eu dizia: Alemão vamos ajeitar, tu não gosta de andar, eu vou... Eu fiquei bem satisfeita com a cisterna!”, conta. Apesar do envolvimento da família se envolver tanto na produção quanto na comercialização, acabam se dividindo nas tarefas que mais gostam e tem afinidade.

Julho/2014

A produção de seu Alemão e a comercialização de

dona Neide: a divisão do trabalho em família!

Monte das Gameleiras

Ajuda do irmão Manoel

Cenoura e milho

plantação e cisterna calçadão

Page 2: A produção de seu Alemão e a comercialização de dona Neide: a divisão do trabalho em família!

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Rio Grande do Norte

O filho Alex após passar uma temporada em São Paulo chegou ao ambiente da família para viver e contribuir com a produção e com a comercialização familiar! Dona Neide além do trabalho com a casa e a família agrega também a atividade de comercializar a produção, que acontece em casa e, principalmente, pela vizinhança e sede do município. Já é conhecida pela forma como chama a atenção dos clientes: de longe já é possível ouvir os chamados de Dona Neide para vender o que a família produz. Ela comenta sobre a força de vontade de continuar procurando melhorias para a família e para sua comercialização: “eu também gostei muito! Vamos lutar até o fim e ajudar a família, plantar e colher e vender ... Eu saio daqui com minha carrocinha vou com maior prazer vender na cidade. O povo fica triste quando venho com a carroça seca que não dá tempo nem chegar na outra rua... daí volto de novo!”, afirma. A produção da família ainda faz parte do Programa Compra Direta, levando alimentos saudáveis à merenda escolar do município. Seu Alemão conta ainda como tem feito a gestão da água da cisterna e sua satisfação com a tecnologia social: “a primeira água que vai servir vai ser a lá de cima, porque eu venho aguando com a água da cisterna lá de cima, porque de lá eu boto a água numa caixa, numa caixa eu vou tirando com o aguador, e com o aguador já vou aguando as hortas de lá! Depois já boto a água transportada na mangueira pra cá, e a água já vem de cá e já vem aguando essa outra área dos pés de côco, mas pra cá já fica mais fácil porque a água já pega descaída. Muito bom! Graças a Deus eu fiquei bem satisfeito pela cisterna”, conta. A produção ficou mais rica depois da conquista da família pela tecnologia de cisterna calçadão, com o Programa Uma Terra e Duas Águas – P1+2. Conforme afirma Seu Alemão antes da tecnologia de captação de água: “quando deu a maior chuva aqui ainda não tinha a cisterna, daí perdi a água”, mas logo em seguida com a cisterna calçadão: “fiquei muito agradecido, porque pra mim vai servir muito isso aqui.... vai juntar água aqui, vai servir pra minhas plantas, que eu sou beneficiário da minha plantação, aí eu dependo de muita água, porque se não aguar isso aqui no outro dia já tá morrendo... com uma cisterna dessas daqui... Graças a Deus eu estou muito satisfeito!”, relata.

Realização Apoio

Produção de jerimum

Comercialização em casa

produção de cenoura