algumas raças bovinas

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7/23/2019 Algumas raças bovinas http://slidepdf.com/reader/full/algumas-racas-bovinas 1/10 NELORE Originário da Índia, é constituído por um importante grupo de raças, dentre as quais se sobressaem a Hariana e a Ongole. O berço da raça Ongole é a região do mesmo nome, no Estado de Madras (atual Andhra Pradesh) . Esta região compreende Ongole, Guntur, Nelore, Venukonda e Kandantur. Grande número de animais puros são encontrados nessa região. No passado o Ongole foi exportado em grande escala para a América tropical e outros países, com a finalidade de melhorar o gado nativo, através de cruzamentos. O motivo pelo qual este zebuíno em terras brasileiras passou se chamar Nelore é devido ao munícípio de Nellore, que atualmente é quarto mais populoso de Andhra Pradesh. Portanto, é exatamente nesta região que foram encontrados alguns dos primeiros animais importados de tal raça para o Brasil no final do século XIX e início do século XX. Dessa forma, um dos primeiros registros históricos da raça Nelore no Brasil são de exemplares importados no ano de 1868, em Salvador/BA. Dez anos depois, um criador suíço, com propriedade no Rio de Janeiro, o senhor Manoel Ubelhal Lemgruber, (1878) importou um casal Nelore, aumentando o volume de aquisição em 1883 a partir de contatos com Carl Hagenbeck em Stellingen, região de Hamburgo na Alemanha. Hagenbeck, além de promover eventos pela Europa, como os "zoológicos humanos" em que se misturavam animais com pessoas de distintas culturas, era um dos maiores comerciantes internacionais de sua época de animais de grande porte para os 5 continentes. Não por menos, outros criadores fluminenses começaram a importar zebuínos do mesmo, tanto da raça Nelore, como também de outras raças de Zebu. Quando os primeiros importadores brasileiros começaram a ir diretamente à Índia, num período que durou dos últimos anos do século XIX até a década de 1920 - foram importados animais das raças Gir, Nelore e Guzerá, bem como de outras raças zebuínas que não vigoraram no Brasil. Durante um interregno de dez anos em que as importações foram interrompidas, em 1930 na importação promovida por Francisco Ravísio Lemos e Manuel de Oliveira Prata, outros lotes de gado Nelore foi importado da Índia para terras brasileiras. Contudo, poucos criadores, especialmente alguns da Bahia, Rio de Janeiro e Triângulo Mineirohaviam se interessado pela raça, não demonstrando ainda, um bom desenvolvimento do Nelore na pecuária brasileira. Esse contexto haveria de mudar radicalmente, especialmente na década de 1960, quando foram realizadas entre os anos de 1960 e 1962, as mais impactantes importações de Nelore para o desenvolvimento da raça no Brasil, uma vez que entraram animais com excelentes características raciais, aspecto favorecido por observações de critérios de seleção que estavam sendo desenvolvidos desde os anos de 1930. Somaram a essa questão, outros aspectos que naquele contexto favorecem a difusão no Nelore em grande parte dos pastos brasileiros, como: o advento do uso da inseminação artificial, o uso de novas pastagens e a expansão da fronteira agrícola para a região Centro-Oeste e partes da região Norte. Dessas importações tiveram destaque grandes genearcas, a exemplo de Kavardi, Golias, Rastã, Checurupadu, Godhavari, Padu e Akasamu que contribuíram na base formadora das principais linhagens de Nelore até os dias atuais, assim como de outros touros as vacas advindas da Índia e foram importantes para a padronização da raça no País. O rebanho brasileiro é composto por mais de 200 milhões de bovinos de corte e leite criados principalmente a pasto, dos quais 80% do gado de corte é Nelore ou anelorado, o que equivale a mais de 100 milhões de cabeças. O Nelore brasileiro, além de ser considerado hoje como um patrimônio legitimamente nacional, produz carne saudável e natural, exportada para mais de 146 países e cada vez mais demandada por consumidores esclarecidos do mundo todo. (FREITAS, Gustavo. Beef Point).

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7/23/2019 Algumas raças bovinas

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NELORE

Originário da Índia, é constituído por um importante grupo de raças, dentre as quais se

sobressaem a Hariana e a Ongole. O berço da raça Ongole é a região do mesmo nome, no

Estado de Madras (atual Andhra Pradesh) . Esta região compreende Ongole, Guntur, Nelore,

Venukonda e Kandantur. Grande número de animais puros são encontrados nessa região. No

passado o Ongole foi exportado em grande escala para a América tropical e outros países, coma finalidade de melhorar o gado nativo, através de cruzamentos. O motivo pelo qual este

zebuíno em terras brasileiras passou se chamar Nelore é devido ao munícípio de Nellore, que

atualmente é quarto mais populoso de Andhra Pradesh. Portanto, é exatamente nesta região

que foram encontrados alguns dos primeiros animais importados de tal raça para o Brasil no

final do século XIX e início do século XX.

Dessa forma, um dos primeiros registros históricos da raça Nelore no Brasil são de exemplares

importados no ano de 1868, em Salvador/BA. Dez anos depois, um criador suíço, com

propriedade no Rio de Janeiro, o senhor Manoel Ubelhal Lemgruber, (1878) importou um casal

Nelore, aumentando o volume de aquisição em 1883 a partir de contatos com Carl Hagenbeck

em Stellingen, região de Hamburgo na Alemanha. Hagenbeck, além de promover eventos pela

Europa, como os "zoológicos humanos" em que se misturavam animais com pessoas de

distintas culturas, era um dos maiores comerciantes internacionais de sua época de animais de

grande porte para os 5 continentes. Não por menos, outros criadores fluminenses começaram

a importar zebuínos do mesmo, tanto da raça Nelore, como também de outras raças de Zebu.

Quando os primeiros importadores brasileiros começaram a ir diretamente à Índia, num

período que durou dos últimos anos do século XIX até a década de 1920 - foram importados

animais das raças Gir, Nelore e Guzerá, bem como de outras raças zebuínas que não vigoraram

no Brasil. Durante um interregno de dez anos em que as importações foram interrompidas, em

1930 na importação promovida por Francisco Ravísio Lemos e Manuel de Oliveira Prata, outros

lotes de gado Nelore foi importado da Índia para terras brasileiras. Contudo, poucos criadores,especialmente alguns da Bahia, Rio de Janeiro e Triângulo Mineirohaviam se interessado pela

raça, não demonstrando ainda, um bom desenvolvimento do Nelore na pecuária brasileira.

Esse contexto haveria de mudar radicalmente, especialmente na década de 1960, quando

foram realizadas entre os anos de 1960 e 1962, as mais impactantes importações de Nelore

para o desenvolvimento da raça no Brasil, uma vez que entraram animais com excelentes

características raciais, aspecto favorecido por observações de critérios de seleção que estavam

sendo desenvolvidos desde os anos de 1930. Somaram a essa questão, outros aspectos que

naquele contexto favorecem a difusão no Nelore em grande parte dos pastos brasileiros,

como: o advento do uso da inseminação artificial, o uso de novas pastagens e a expansão da

fronteira agrícola para a região Centro-Oeste e partes da região Norte.

Dessas importações tiveram destaque grandes genearcas, a exemplo de Kavardi, Golias, Rastã,

Checurupadu, Godhavari, Padu e Akasamu que contribuíram na base formadora das principais

linhagens de Nelore até os dias atuais, assim como de outros touros as vacas advindas da Índia

e foram importantes para a padronização da raça no País.

O rebanho brasileiro é composto por mais de 200 milhões de bovinos de corte e leite criados

principalmente a pasto, dos quais 80% do gado de corte é Nelore ou anelorado, o que equivale

a mais de 100 milhões de cabeças. O Nelore brasileiro, além de ser considerado hoje como um

patrimônio legitimamente nacional, produz carne saudável e natural, exportada para mais de

146 países e cada vez mais demandada por consumidores esclarecidos do mundotodo. (FREITAS, Gustavo. Beef Point).

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 O Nelore brasileiro se divide em padrão e Nelore mocha. O Nelore padrão se caracteriza por

chifres, onde foram aprimoradas as suas caracterizações de origem indianas fundamentais. O

mocha, sem chifres, preserva no geral os intentos esperados de adaptação da raça às

necessidades produtivas da pecuária do Brasil.

Os chifres são de cor escura, firmes, curtos de forma cônica, mais grossos na base, achatados ede seção oval, de superfície rugosa e estrias longitudinais. Nascem para cima, acompanhando

o perfil, bem implantados na linha da marrafa, assemelhando-se a dois paus fincados

simetricamente no crânio. Com o crescimento, podem dirigir-se para fora, para trás e para

cima, ou curvando-se para trás e para baixo.

O Nelore mocha é um nelore verdadeiramente brasileiro. Essa história começa dentro da

Fazenda Santa Marina no município de Araçatuba-SP de propriedade do pecuarista Ovídio

Miranda Brito, um dos pioneiros na criação do nelore padrão. Até que em 1957, algo mudaria

para sempre sua trajetória dentro da pecuária. Nasce Caburey, um bezerro mocho, filho do

touro Kong O.M e vaca Capanga, ambos providos de chifres. Mais tarde, através de estudos

genealógicos, constatou-se que o caráter mocho veio da vaca Capanga (originária do criatóriode Neca Andrade).

 Características

A raça Nelore é essencialmente produtora de carne. Dentre as variedades trazidas da Índia, é a

que vem sofrendo mais seleção, objetivando a obtenção de novilhos para corte. Tem a seu

favor uma boa conformação, cabeça pequena e leve, ossatura fina e leve, e alcança bom

desenvolvimento. Os bezerros Nelore são sadios, fortes, espertos e, horas depois do parto, já

se deslocam com o rebanho. A perda de bezerros é mínima, bastante inferior à de outras raçasindianas, dada a sua natural rusticidade. Experimentos demonstraram que o Nelore pode

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oferecer carcaças com 16,5 arrobas, aos 26 meses de idade e rendimento de 50 a 55%, quando

alimentado em pastagem. Além disso, as fêmeas têm facilidade de parto, boa habilidade

materna. Animal rústico, fértil, prolífero, longa vida reprodutiva e resistente às doenças

comuns nessa região. Apresenta precocidade sexual, os bezerros a campo nascem com 30kg

em média e são desmamados entre 190 e 200 kg. Apresenta ótima conversão alimentar e a

porção comestível do animal alcança 705. Por registrar uma parte traseira maior que adianteira, gera maior quantidade de cortes nobres.

http://cnpc.org.br/news1.php?ID=599 

Informações da Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial) mostram que em 2011,

foram comercializadas 3 milhões de doses de sêmen da raça Nelore no Brasil, 43,04% do total

negociado no período (7 milhões de doses).

É da raça Nelore o primeiro clone gerado no Brasil a partir da célula de um animal adulto, o

que os cientistas chamam de "clonagem verdadeira" - o mesmo método usado para criar

a ovelha Dolly.

http://ruralcentro.uol.com.br/noticias/historia-da-raca-nelore-56385#y=1693

TABAPUÃ

Esse gado se assemelha bastante ao Brahman quanto à sua composição racial.Tabapuã é uma

raça legitimamente brasileira. Sua formação se deveu por meio dos cruzamentos entre o gado

mocho nacional e animais de origem indiana, especialmente a raça Nelore com algumas

características do Guzerá. A padronização da raça Tabapuã ocorreu definitivamente nos anos

de 1940, no município de Tabapuã - SP, onde as suas características básicas se firmaram e se

mantiveram até a atualidade.Contudo, sua história reporta aos primórdios da introdução da

pecuária zebuína no Brasil, mais especificamente ao ano de 1907 na região de Leopoldo deBulhões, no estado de Goiás, quando o fazendeiro José Gomes Louza foi um dos primeiros

criadores a adquirir zebuínos importados da Índia.

Nesse pequeno criatório que estava se formando, os irmãos Salviano e Gabriel Guimarães de

Planaltina - GO, adquiriram três touros, dos quais sem alternativas de manutenção da raça,

infundiram-os em cruzamentos com o gado mocho nacional de seu próprio plantel. No correr

dos anos, com apuramento do sangue das gerações seguintes foram preservados as principais

caracterísiticas zebuínas, surgindo como resultado, os primeiros animais mochos de

ascendência indiana no Brasil.

Na década de 1930, Lourival Louza, neto de José Gomes, se dedicou ao cruzamento desses

animais com o Nelore, experiências que originaram o gado anelorado mocho ou baio mocho,

como ficou conhecido. O sangue do Guzerá e do Gir foram introduzidos mais tarde e também

contribuíram na formação do Tabapuã.

Nos anos 1940 o gado mocho efetivamente com características zebuinas começou a se

espalhar por outras regiões. Júlio do Valle, proprietário da Fazenda São José dos Dourados,

tranferiu alguns desses animais de Goiás até o estado de São Paulo, presenteando Alberto

Ortenblad, da Fazenda Água Milagrosa, com um garrote zebuíno mocho.

A partir de 1943, Ortenblad desenvolveu em seu criatório as caracterizações finais queformataram a raça Tabapuã, por meio de um planejamento zootécnico elaborado. Sendo

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assim, o selecionador recolheu cem matrizes Nelore separadamente para as experiências de

cruzamentos com o touro T-0, como era chamado o reprodutor mestiço.Os resultados de

todos esses trabalhos foram avaliados e apurados de forma pormenorizada.

A partir de então, em decorrência desses cruzamentos prevaleceu nos animais resultantes à

coloração branco-acinzentada do Nelore, permanecendo ainda as características sem chifresadvindas das primeiras experiências com o gado mocho nacional

Características

É crescente o aumento do interesse pelo gado mocho em face às vantagens que apresenta na

estabulação e transporte. Os criadores não estão preocupados com características raciais

super valorizadas, como ocorreu com outras raças. Por isso, seu melhoramento tem caráter

estritamente econômico, ou seja, preocupa-se apenas em desenvolver um animal com maior

precocidade, ganho de peso e rendimento de carcaça. Alguns criadores procuram orientar a

seleção visando uma raça de dupla aptidão. Como produtor de carne, o mocho já tem

demonstrado seu potencial nas provas de ganho de peso. Como produtor de leite, vem

respondendo de maneira surpreendente aos estímulos da seleção zootécnica.

http://cnpc.org.br/news1.php?ID=605 

Quadro - vantagens do Tabapuã.

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Ante a expansão desses animais e dos bons resultados obtidos por novos criatórios, o novo

zebuíno começou a ter aceitação promissora no mercado nos anos que se passaram. Em 1970,

o Ministério da Agricultura - MA recomendou a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu -

ABCZ que o gado denominado de Tabapuã fosse incluído entre as raças zebuínas, ainda como

"tipo".(FREITAS, Gustavo. BEEF POINT). Entretanto, a ABCZ ao realizar o registro genealógico

da espécie, buscou ao longo de dez anos, provar o Tabapuã através de análises e avaliaçõesdas características que o diferenciavam de outros zebuínos.

Entre 1970 e 1980, o Tabapuã ganhou 80% das pesagens de que participou e em 1981 foi

definitivamente reconhecido como raça. O terceiro neozebuíno a ser formado no mundo,

depois do Brahman e do Indubrasil. Por ser o primeiro entre esses a surgir a partir de um

planejamento específico, o Tabapuã é considerado a maior conquista da zootecnia brasileira

dos últimos cem anos, segundo os especialistas entrevistados. (FREITAS, Gustavo. BEEF POINT).

GIROLANDA

Dentre as diversas características de funcionalidade do gado Girolando pode-se destacar a

produtividade, a rusticidade, a precocidade, a longevidade e a fertilidade, além da alta

capacidade de adaptação a diferentes tipos de manejo e clima.

As fêmeas Girolando, produtoras de leite por excelência, possuem características fisiológicas e

morfológicas perfeitas para a produção nos trópicos, como a capacidade e suporte de úbere,

tamanho de tetas, fatores intrínsecos à lactação, pigmentação, capacidade termorreguladora,

aprumos e pés fortes, conversão alimentar, eficiência reprodutiva, etc., atribuindo um

desempenho muito satisfatório economicamente.

Os machos por sua adaptabilidade e capacidade de aproveitamento de pastagens grosseiras,

resistência a doenças e parasitas, velocidade de ganho de peso e etc., conseguem tambémdesempenho comparável com qualquer cruzamento industrial específico para carne, quando

colocados em situações idênticas de criação. Por outro lado, uma significativa parte dos

machos Girolando é destinada à reprodução, devido ao alto índice de seleção dos rebanhos e

valor genético destes animais, fruto do trabalho realizado pelo Programa de Melhoramento

Genético da Raça Girolando (PMGG).

RUSTICIDADE

O Girolando surgiu e proliferou espontaneamente no Brasil, pelo próprio ciclo biológico e

evolutivo adaptada à ecologia tropical, seu habitat natural.

Sua capacidade de auto regulação do calor corporal, sua conformação muscular e esquelética,

aprumos e pés fortes, hábito de pastejo, capacidade ruminal e etc., são condições que lhe

atribuem grande resistência e adequação ao meio ambiente.

VIDA ÚTIL

Longevidade, fertilidade e precocidade estão bem evidentes no Girolando, virtudes herdadas

do Gir e Holandês, resultando ótima produção vitalícia e uma progênie numerosa. A vida

produtiva se inicia normalmente aos 36 meses de idade (idade à 1ª cria), o pico de produção

de leite chega até os 10 anos, e produz satisfatoriamente até aos 15 anos de idade.

FERTILIDADE

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A eficiência reprodutiva do Girolando é um de seus pontos fortes, pois se adapta muito

rapidamente às condições que é submetido.

A conformação anatômica do aparelho reprodutivo das matrizes Girolando é perfeita,

corrigindo até os problemas que são notados nas raças puras. Tanto novilhas como vacas,

possuem baixos índices de problemas de parto e retenção de placenta.

Os programas de inseminação artificial, fertilização In Vitro (FIV) e transferência de embriões

(TE), têm-se obtido pleno sucesso.

Nos machos Girolando, a temperatura do corpo está intimamente relacionada com a regulação

da temperatura da bolsa escrotal (descida e subida) proporcionando assim uma maior

produção de espermatozoides viáveis.

PRODUÇÃO LEITEIRA 

Responsável por aproximadamente 80 % do leite produzido no Brasil, fica evidente a afinidade

do Girolando com o agronegócio do leite, desde o produtor, passando pela indústria até

chegar ao mercado consumidor.

Como o sistema de produção de leite é altamente influenciado por fatores não genéticos, a

prioridade dos produtores profissionais deve se fundamentar nos elementos reais de

produtividade, ou seja, reduzir ao máximo o custo de produção e aumentar o volume

produzido na mesma proporção.

Uma das principais características do gado Girolando é sua grande capacidade de adaptação adiferentes tipos de manejo e clima. Em todo Brasil podemos encontrar animais Girolando de

Norte a Sul, sendo mais utilizado na região Sudeste, especialmente em Minas Gerais, estado

que possui a maior produção de leite do Brasil.

A pecuária de leite do Brasil é caracterizada por uma grande diversidade de sistemas de

produção e manejo. Podemos encontrar dentro da mesma região vários rebanhos que

trabalham de forma totalmente diferente uns dos outros. A capacidade de adaptação do

Girolando auxilia muito o produtor de leite a enfrentar várias situações, principalmente

quando há aumento no custo de produção do litro de leite ou quando há uma redução no

preço pago pelo litro de leite ao produtor. Essas duas situações, além de várias outras, forçam

os produtores a realizarem mudanças bruscas e constantes no manejo dos rebanhos, fazendo

com que a produção dos animais seja diretamente afetada. Como o Girolando é um gado

rústico e produtivo, acaba se adaptando rapidamente às essas alterações.

APTIDÃO PARA EXCELENTE GANHO DE PESO 

A terminação dos machos Girolando em confinamento pode ser praticada com segurança. Essa

é uma das grandes vantagens do Girolando: ser também propício ao abate; em todos os

experimentos realizados obteve-se ganho médio superior a 1,00 Kg/dia.

O confinamento desponta como uma opção para os criadores de Girolando em todo o país.

Outra característica marcante desses animais é a Conformação Esquelética, tendo uma boaproporção entre comprimento e espessura dos ossos, atribuindo uma uniforme distribuição de

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gordura. As fêmeas exprimem determinada angulosidade e os machos força e amplitude em

sua carcaça.

A perfomance do Girolando em regime de pasto, também é invejável, em todas as fases

produtivas: cria, recria e engorda.

HABILIDADE MATERNA

Os bezerros Girolando possuem uma ótima velocidade de crescimento, atribuídos à habilidade

materna, à herança genética, à rusticidade e à precocidade. Os animais gozam de boa saúde

desde o nascimento, fator crucial para o sucesso da criação. A docilidade do Girolando

também deve ser destacada, o que facilita no manejo dos animais, chamado de

"temperamento leiteiro".

APROVEITAMENTO COMERCIAL

O resultado econômico da atividade leiteira é oriundas da venda de leite, animais e sêmen.

Devemos ressaltar que muitas vezes, a comercialização dos bovinos que "sobram"no processoprodutivo é mais significativa do que a venda da produção leiteira propriamente dita.

A raça que vale ouro nos trópicos, hoje é vendida por encomenda, tal é a procura e o interesse

cada vez mais crescente pelo Girolando.

A panorâmica das exposições brasileiras, é um fato que comprova a consolidação do Girolando

como a raça mais viável para o país, notamos em todos os eventos, a presença cada vez mais

expressiva desses animais e sempre de excelente qualidade. Polivalente por natureza, estes

produtos têm mantido uma sequência de sucessivos recordes em leilões.

TESTE DE PROGÊNIE

Em parceria com a EMBRAPA - Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite, foi implantadoem 1996, o Teste de Progênie de Touros Girolando (3/4 e 5/8).

A avaliação desses reprodutores, é um passo fundamental para a fixação do 5/8 Bimestiço,

pois, os touros provados, serão maciçamente utilizados, garantindo assim, o progresso

genético.

Para a realização do Teste, necessitamos da participação dos criadores, colocando seus

rebanhos a disposição para que as matrizes sejam inseminadas com o sêmen dos touros

inscritos.

Faça já sua inscrição, comunicando-se com a Coordenação do programa na sede da

"Girolando", Telefax:(034) 3331-6000 Uberaba-MG, informando com quantas vacas iráparticipar.

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS 

Com o melhoramento do gado Girolando a evolução dos índices zootécnicos é constante,

registrando um aumento não só da produção de leite, mas também uma melhoria nas demais

características de funcionalidade.

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SANTA G

Surgiu em 1929, no Texas (EUA), a partir da proposta de se obter uma raça de gado de corteque conciliasse alta produtividade e rusticidade, adaptando-se, assim, às duras condições

climáticas do sul dos Estados Unidos.Teoricamente, o Santa Gertrudis possuí 5/8 de sangue

Shorthorn e 3/8 de sangue Brahman, o que criou uma raça que se adaptou muito bem ao

calor, mas que exige boas pastagens. Reconhecida oficialmente como a primeira raça sintética

formada no Hemisfério Ocidental, a santa gertrudis é fruto de um trabalho de cruzamento

entre animais de origem zebuína e européia. Foi introduzido no Brasil em 1953 por King Ranch

do Brasil S.A., graças a sua adaptabilidade às mais diversas condições de clima, solo e pasto. O

Santa Gertrudis é um vencedor na maioria das provas de ganho de peso nos EUA. No Brasil o

Santa Gertrudis também se mostrou um gado bem adaptado. Características Os bezerros

desmamam com um peso de 195 kg e aos oito meses já pesam 225 kg.. O peso dos animais

adultos é 650 kg nas vacas e 900 kg nos touros. É provável que, num futuro próximo, o Santa

Gertrudis desempenhe um importante papel na produção de novilhos de corte no Brasil

Central com o cruzamento com a vacas Zebu. Os meio-sangue Santa Gertrudis, além de melhor

conformados, atingem mais de 300 kg com um ano.

http://cnpc.org.br/news1.php?ID=601

Características

Por ser uma raça sintética, reúne a rusticidade das raças zebuínas e aprodutividade das raças

européias. Adapta-se muito bem às mais diversas condições ambientais, o que contribui para

que esteja presente em todo o território nacional, sempre mantendo sua performanceprodutiva e reprodutiva.As taxas médias de prenhez obtidas variam entre 80 a 85%, em

monta natural, podendo alcançar o índice de 93%, usando-se a prática da desmama precoce.

Sua boa resistência a ectoparasitos é um fator importante na criação extensiva. Na produção

leite (embora seja uma raça aptidão para corte), suas matrizes apresentam ótima produção,

desmamando bezerros pesados e bem preparados para o desenvolvimento pós-desmame.

Outras características da raça:

- precocidade sexual: as fêmeas podem ser cobertas já aos 14 meses, dando sua primeira cria

mesmo antes de completar dois anos de idade;

- habilidade materna: pode ser verificada pelo peso médio obtido ao desmame dos bezerros,de 230 kg;

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- excelente libido dos touros: pela sua rusticidade, o touro apresenta ótimos resultados na

monta natural, inclusive em regiões de altas temperaturas, como Goiás e Mato Grosso, onde

tem sido utilizado;

- alta capacidade de engorda e conversão alimentar: os animais estão prontos para o abate por

volta dos dois anos, com cerca de 16 arrobas, em regime de pasto. Quando confinados, podem

atingir 480 kg aos 18 meses de vida;- cobertura muscular e acabamento de carcaça: estes têm sido um dos fatores determinantes

para a crescente utilização do santa gertrudis no cruzamento industrial.

Padrão da raça

- temperamento: dócil, calmo;

- úbere e tetas: bem colocarias e inseridas, equilibradas, com tamanho grande em relação à

idade;

- pêlo: liso, curte e sedoso;

- pele: solta, grossa;

- membros: bem aprumados e cascos com pigmentos;- focinho: largo e amplo;

- peito: largo e dorso cheio;

- pelagem: vermelho santa gertrudis uniforme, vermelho cereja;

- pele: com pigmentação vermelha;

- orelhas: de tamanho mediano ou grande;

- cabeça: mostrando masculinidade ou feminilidade;

- quartos traseiros: são largos, musculados e amplos;

- garupa: é comprida e larga, inclinada para trás.

Cruzamento industrial

O santa gertrudis tem sido cada vez mais procurado por criadores que fazem cruzamento

industrial por imprimir no produto cruzado alto ganho de peso e homogeneidade na carcaça,

mantendo a característica de rusticidade. Isto significa terminar o animal num menor espaço

de tempo, aumentando o retomo econômico e viabilizando a atividade.

Utilizando o santa gertrudis sobre fêmeas cruzadas red angus x tabanel (cruzamento de

tabapuã x nelore), o criador consegue, além de melhorar o acabamento de carcaça,

incrementar o peso a desmama dos produtos nascidos, obtendo uma média de peso ajustado

aos 7 meses, para um lote de machos, de 268 kg (tendo animais de 8 meses ultrapassando os

300 kg).

Por isso os criadores têm optado pela raça para a produção do bovino composto, utilizando

touros santa gertrudis sobre matrizes F1 nelores cruzadas com gado europeu, obtendo

grandes resultados na pecuária de corte.

Os touros tem sido muito utilizados para o cruzamento industrial nos estados de Mato Grosso

e Goiás, em regiões que chegam a registrar temperaturas de até 44ºC.

O cruzamento de touros sobre matrizes de rebanhos leiteiros e mestiços, principalmente da

raça girolanda, é muito praticado no sul de Minas Gerais e no Vale do Paraíba; este

cruzamento oferece ótimos resultados no produto cruzado, com os machos apresentando

melhor capacidade de engorda e acabamento de carcaça e, as fêmeas, melhor cobertura

muscular sem, contudo, perder a característica leiteira.

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Ganho de peso

Testes observados em propriedades do estado de Goiás, quando utilizado a composição do

tricross sobre fêmeas angus-nelore ou simental-nelore, mostraram que o touro santa gertrudis

incrementa o ganho de peso, possibilitando desmamar produtos acima de 247 kg, chegando

alguns bezerros a 272 kg aos 210 dias.A raça vem participando da Prova de Ganho de Peso do Instituto de Zootecnia de Sertãozinho

(SP) desde 1970, sempre ocupando lugar de destaque. Desde 1988 participa, também, do

Teste de Avaliação de Bovinos de Corte a Campo, da Fundação Estadual de Pesquisa

Agropecuária (FEPAGRO).

Melhoramento genético

A Associação Brasileira de Santa Gertrudis vem desenvolvendo cm parceria com a Fundação de

Pesquisas Científicas de Ribeirão Preto (FUNPEC-RP), sob orientação do Prof' Dr. Raysildo B.

Lôbo, o Programa Nacional de Melhoramento Genético da raça.

A metodologia utilizada considera um controle trimestral de peso para os animais até 21

meses e de perímetro escrotal para os machos de 9 a 21 meses. Dentre as variáveis estudadas

estão os pesos padronizados às idades de 120, 205, 365 e 550 dias e o perímetro escrotal

padronizado às idades de 365 e 550 dias.

Recentemente, iniciou-se a coleta de dados para as características umbigo e casco. Embora a

seleção genética já venha sendo feita ao longo dos anos com resultados extremamente

satisfatórios espera-se, com isso, ganhar um respaldo científico para o trabalho de

melhoramento genético destas características a partir de resultados do rebanho nacional,

ainda hoje desconhecido.

http://www.criareplantar.com.br/pecuaria/lerTexto.php?categoria=11&id=468