custos assistenciais e a enfermagem nos hospitais de … · 2015. 3. 13. · assistencial. ao...
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A R T I G O D E ATU A L I ZAÇÃO
C USTOS ASS I ST E N C I A I S E A E N F E R MAG E M NOS HOSP ITA I S DE E NS I N O
M a r i a H é l ia de A l m e i da l
A L \I EIDA , M . H . Cu s tos assiste n ciais e a enfe rm agem nos h o spitais de e n sino . R ev. Bras. Enf , B ra sil ia . ]8( 2 ) : 15 0-15 5 . abr . /j u n . 1985 .
R ESUMO. O tra ba l ho a borda a questão d os custos ass i stenc ia i s nos hosp ita i s de ens i no . E demonstra a l gu n s cam in hos a serem tomados pe la a dm in i stração de enfermagem a f i m de que se possa dese nvo lver nos enferme i ros uma consc i ênc ia ma ior da i m portânc ia do desempenho das at iv i da des de e nfermagem corre l ac iona ndo a qua l i dade d o tra ba l h o com os custos.
ABST R ACT. The q uest i on of the ass istenc ia l cost in the H ospita l -school are boa r d i ng i n th i s pape r . Moreover , som e approaches t o b e u ti l i zed by the nurs ing m anagement i n order to deve l o p i n t h e nurses a m ore consc ience o f the i m po rta nce of n u rs i ng funct ion performance , corre l at ing the wor k qua l i ty with the cost.
CONSID E RAÇÕES G E R AIS
A organização deste encontro , ao indicar o te
ma Custos Assistenciais e a Enfe rmagem , revelou
uma preocupação que não só tem propriedade .
como também nos e st imula a discutir tão com
plexo assunto .
J á não cabe mais , nos nossos dias, buscar
mos soluções para complexos problemas, sem um
diálogo franco e abert o . a fIm de que se conheça e
analise a situação em busca dos caminho s que con duzirão a uina so lução para o desempenho acertivo do a ssistir . ensinar e pesquisar .
São por demais c onhecidos, por todos . a s c ri
ses institucionais cíclicas por que têm passado os
hosp itais de e n sino : ist o , ligado aos mais diferen
tes pro blemas. Na ver da de tem-se que stionado que estes têm
voltado sua atenção mais para parte assistencial d o que para o ensin o . Atrelam-se mais aos awectos tecnológicos e de supe r-especialização . dessin
t onizando-se com os demais serviços de saúde
p ública , dando pouca ou nenhuma atenção à for
mação universitária de outros profIssionais da área
da saúde , excetuando a do médico.
Ve rifIca-se que e stes hospitais têm-se transfor
mado nos mais sofIsticados centro s de e speciali
zação . situando-se entre as mais complexas orga
nizações, conhecidas pelos técnicos em adminis
tração .
É evidente que quanto mais complexa é a or
ganização mais onero sa ela se torna, formando ele
mentos para aumentar o seu cust o . ALMEIDA 2 cit ando ROCHA 2 2 diz que o
pon to chave no futuro dos hospitais de e nsino não
radica nas novas tendências didáticas . nem tam
p o u c o em pesquisas mé dicas, m a s n o de spropósi
to de que , ape sar do seu custo elevad íssimo. e stá
fechado para a comunidáde . O custo de cons trução
e manutenção deste tipo de hospital t e n de a cres
cer d e tal forma que o seu fInanciamento po de converter-se em uma problemática desafiadora pa
ra o Estado . Comprova·se isso com as cri se s finan
ceiras acóntecidas nos últ imos tempos em que se
1 Professor T i tular da E scola de Enfermagem da U n iversidade F�d�ral da B ah ia - COREN/B a . - 4 4 6 .
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têm adotado e stratégias de ven dagem de seus serviços p ar a e quilibrar o seu orçamento , sem muitas vezes atingir e sse o bj e tivo _
E n tre o u tros m otivos, está o problema da alta e scassez de recursos fmanceiros e a falta de uma pol ítica o rganizacional, oriundos do M inistério da E ducação . Isto impulsiona nosso s hospitais de en
sino a procurarem e stes recurso s na Previ dência Social para fazer face a seus enormes gastos, quando não passam a controlar estes gastos, estabele
cendo a já c onhecida re dução de leitos, diminuindo a sua c apacidade de ocupação plena.
No Plano de Pronta Ação (p. P. A . ), institu ído atravé s da Portaria n? 39/74 - MPAS, já e stava prevista a integração dos Hospitais Universitários e de En sino nos Programas de Assistência Médica da Previdência Social , o mesmo acontecendo
no protocolo de intençõe s firmado com o M inistério de Educação e Cultura (MEC/MPPS), em o utubro de 1 974 .
A í e st á expressa a necessidade d e cooperação e coor den aç ão entre a Previdência Social e os Hospitais de Ensino , de tal forma que os interesses e as necessidades de am bos sejam satisfeitos.
Em relacão aos convênios com Universidades, segundo LA�1J)MANNlS , podem ser considerados tanto a util ização da Previ dência para treinamento de recursos humanos, quanto o funcionamento pela segurança social das ações de saúde empreendidas pelos hospitais e demais centros de saúde vinculados à Universidade . Inicialmente o INPS, segundo o mesmo autor, est abeleceu contratos com alguns hospitais universitário s , visando a prestação de assistência a seus segurados a nível de internação . Atualmente , há maior expansão destes c onvênios que se estenderam também ao ate n dimento am bulatorial .
Conseqüentemente , as internações tornaram-se mais flexíveis, podendo o próprio Ho spital dete rminar quanto à necessida de de uma int e r
nação . não se prendendo apenas à orientação anterior , que e ra de receber p ara internamento apenas o s pedidos encaminhados pelas unidades am bulat oriais do INAMPS . Depois de in stituído o Convênio Padrão . corrigiu-se a distorção de um duplo recebimento de honorários médicos, no mesm o horário de se rviço , ou seja , salário pago pelo Hospital e honorários pagos pelo INAMPS por prestação de serviços, interfe rindo na pol ítica salarial da institu ição (LANDMANN1 S ).
O que se tem verificado é que a nova modalidade d e sobrevivência destes hospitai s modificou
suas proposiçõe s da prática da assistê ncia , uma vez
que teria de ate nder a uma outra população de paciente s , dete rminando mudanças em toda a organização d o seu trabalho .
Como e ra de se esperar , entre outros serviços , o de e nfermagem sofreu re flexos d o sistema, incluindo então aquele s que e stão de spreparados p ara conviver c om esta nova modalidade da prática assistencial . Ao afirmar ist o , voltamos a reafirmar ,
c omo em outras oportunidades iguais a esta. que o serviço de enfe rmagem trabalha . na maioria dos hospitais de ensino , sem se envolver com os aspectos de custos, desconhece ndo, na maioria das vezes, o valor da relação destes com a qualidade dos serviços prestados.
Na verdade , fala-se muito a re speito de que o serviço de enfermagem é o mais oneroso do hospital, mas se de sconhece uma análise mais pro funda so bre seus custos reais no cÔmputo geral do seu con trole de custos . O que se verifica é uma preocupação profunda com o seu gasto , deixando de lado uma análi se mais ampla da situação .
Se é verdade que o serviço de enfe rmagem c aminha déntro das linhas mestras traçadas pela Instituição , é ver dadeiro tam bém que a ele cabe contribuir para uma inovação d o seu trabalho , dentro de uma nova mentalidade quanto ao controle de custos . Isto tendo em vista que" o serviço de enfermagem se compromete com ofertas d e serviços alternat ivos , dentro de um conhecimento e specífico que po de con duzir suas ações administrativas para refrear dispên dios desnecessários , atravé s de uma planej ada e prática utilização de recursos materiais , físicos e de todo o pe ssoal, visando o máximo de p ro dutividade .
Oferecer qualificado serviço de e nfermagem e o compatibilizar com seu custo passou a se r um desafio para as instituiçõe s de saúde . É imperativo que todos se empenhem em fazer uso adequado de recurso s econômicos e fmanceiro s , de pessoal e materiais disponíveis , voltados para oferecer o melhor possível aos cliente s , a custos suportáveis .
É inadiável que administradores de enfe rmagem passem a fazer uma revisão nos padrões de procedimentos já consagrados p rocurando racionalizá-los . Na enfe rm agem , e stes se relacionam com a pro dução e os resultados a serem atingidos, dentro de um tempo pré-e sta belecid o , e nvolvendo métodos que permitiam um uso mais efet ivo e e conômic o .
Afora e s t a rápida análise . serão feitos comentários so bre a spectos que po derão contribuir para
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InICiar-se alguns instrumentos que poderão colaborar para um trabalho de enfermagem com vistas ao con trole de custo.
C USTOS E R EC U RSOS FINANC E I R O S NA E N F E R MAG E M
Como já foi dito, um dos problemas mais complexos que a atividade da assistência à saúde enfrenta, é a dos custos assistenciais de saúde, que se apresentam em uma grande espiral.
� verda de que não é só um programa orçamentário que vai ser a determinante do con trole de custos, mas ele expressa pelo menos uma influência na política de pessoal, define os l imites financeiros para a divisão de enfermagem e, conseqüentemente, controla a extensão e qualidade dos programas da instituição.
Na opinião de ALMEIDA 2 , quan do se refe re aos programas orçamentários da divisão de enfermagem, para que estes sejam admitidos como um instrumento de controle de custos da enfermagem hospitalar, recomenda-se o desenvolvimento de objetivos específicos. Para isto , devem ser observadas algumas alternativas, como a conservação de equipamentos através de um sistema preventivo de manutenção , o que se pode fazer não só exclusivamente por uma central de equipamentos, mas também pelo uso adequado do material por pessoal treinado; pelo controle de estoque, através de inventários destes equipamentos, deixando o mínimo para as necessidades apresentadas ; pela simplificação do trabalho, através de técnicas específicas , como a de análise de tempo e movimento, aplicadas nas diversas atividades de enfermagem: pela utilização correta de meios de comunicação para a manut�nção da assistência ininterrupta
.de en
fermagem; pela intervenção de acidentes por meio de um programa de segurança.
Sabe-se que a operação financeira da divisão de enfermagem representa a maior percentagem dos gastos totais do hospital . A chefia da divisão de enfermagem. embora reconheça como sua meta prioritária a prestação da assistência, não pode deixar de levar em consideração que esta assistência pode ser afetada pela má prática da administração , razão pela qual ela não pode deixar de estar envolvida neste processo. A enfermeira não deve renunciar a esta responsabilidade ou mostrar-se descomprometida dos assuntos financeiros, pois eles exigem uma atenção especial .
ALMEIDA 2 , citando SWANSBURC 2 5 , diz
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que as organizações orçamentárias de enfermagem em países como os Estados Unidos, registram que o comportamento de pessoal aproxima-se de 60 a 75% do total do orçamento e existe crescente percen tagem salarial e t rabalho extraordinário . Outra
observação é de que 20'7c a 30% do orçamento são dest inados a suprimento, enquanto 5 a 1 0% a viagens para fms de estudo. Os restantes 1 0%, a out ras despesas. como equipamento e treinamento. Recomenda ainda que se deve fazer um planejamento para isto . a longo prazo , o qual necessita ser proje tado e justificado com cinco anos de antecedência.
Como se sabe, este não é o único mé todo de se apresentar um programa orçamentário ; outros poderão ser adotados . O que importa é que a enfermagem estabeleça o plano financeiro sistemático e o apresente para o conhecimento do pessoal de enfermagem, garant indo assim um passo importante para o adequado controle de custos.
Na verdade, o processo orçamentário incentiva a troca de informações específicas, e stimula o trabalho de equipe , por permitir que cada membro desta contribua para o planejamento organizacional, assim como por servir de guia eficaz para a util ização correta dos recursos.
Além de todos estes aspectos , a enfermagem pode manipular seus próprios recursos materiais e fmanceiros de uma forma consciente, a fim de poder desenvolver uma mentalidade para produzir qualidade de cuidado aceitável e quantidade de serviços sem desperd ícios.
Apesar de se reconhecer a necessidade da enfermagem envolver-se nesta nova concepção de trabalho com programas orçamentários. isto não seria possível se os dirigentes dos hospitais de ensino não se dispusessem a desenvolver programas e specíficos que fossem entendidos por todo o pessoal que aí trabalha, docentes e enfermeiros, den tro. de uma visão integrada pelo fato de que cabe a todos participarem desta nova visão com uma unidade de pensamento.
� importante que se entenda que uma das formas de se criar uma nova mentalidade de custos seria a de desenvolver programas espec íficos de educação con tinuada para o pessoal de enfermagem, a fim de que todos fossem infornlados dos recursos econômicos financeiros do hospital. ao tempo em que o pessoal ficaria mais motivado e capacitado para implementar novos métodos de cuidados com o paciente, relacionando-o com o seu custo.
CLEVERL y9 advoga um detalhado sistema de con tas de custos que reporta duas categorias d e da dos: quando e onde os gastos foram devi dos, e o n de o s custos orçamentários ou padronizados deve m ser registrados na central de <:ontrole de custos . Administradores hospitalares e de enfe rmagem podem determinar e analisar dife renças e ntre o processo o rpmentário e os custos reais.
Diz a inda que um orçamento que e ntra no sistema e um outro que sai são p rojetado s para gastos finais . e se util izar modelos operacionais de p e s
quisa, o fe rece dados mais ver dadeiros e cert o s que os mé to dos convencionais. Por outro lado, o sistema orçamentário deve atender a um e stabelecimen t o d e critérios de ativida des-custos-pro dução de rendas, unidades de finidas de entrada de produção de serviços em eada centro de atividades c om relacionamento definido entre entrada e saída a n ível da central de gastos.
A aplicação destes critérios vai determinar a solicitação correta da provisão de pessoal e da requisição de material . dentro de alternativas racionais c onvincentes.
Esta é mais uma das medidas que p o de t ornar a equipe de enfermagem consciente para pro duzir qualidade de cuidados aceitável e quantidade de serviços sem gastos desnecessários de orçamento, material , equipamentos e educação .
A seguir, passaremos a anabar as novas m odalidades de trabalho dos serviços de enfermagem.
A E N F E R M AG EM E C USTOS HOSP ITALAR E S
N a ver dade , a enfermagem tem e stado de lado,no que diz respeito à participação dos órgãos decisórios que definem a política da organização da assistência hospitalar nos hospitais de ensin o. O que se observa é que os enfe rmeiros não se têm e nvolvido em procedimentos que possam traçar novas perspectivas de efetuar operações assi stenciais hospitalare s como um todo. para c on trole dos seus custos, com vistas a ajudar a situação atual de crise em que se vive .
Como se sabe , nos hospitais de ensin o , à semelhança de outros, a qualidade do cuidado de e nfermagem pre stado e o controle de custos de ste aten dime nto têm-se tornado um desafio . Se m dúvida, todos devem e st ar empenhados e� fazer u so adequado de recursos econômico-financeiro s . de pessoal e de material dispon íveis, com vistas a o fere ce r o melhor possíve l aos clientes. a custos suportáve is por estes.
Segundo ALME ID A2 , o s administradores de enfermagem devem rever padrões de procedimentos pré-estabelecidos, atualizan do-os em face a desempenhos racionais de suas atividades . Na enfermagem, estas se relacionam com a pro dução e re sultados a serem atingidos, dentro de um tempo previsto e através de mé todos que permitem um uso mais e fetivo e econômic o .
Diz ain da que e stes procedimentos variam d e acordo c o m as exigên cias d o aten dimento a ser dado ao pacie nte , e stando re lacionados com a necessi dade requerida por ele e pelo plano de cuidado e stabelecido. A partir desta de finição , concentrand o-se nas necessidades básicas do paciente , seu grau de dependência e de acordo com as caracter ísticas do tratamento requerido é que se p o de e stimar o n ível de complexidade dos atendimentos. Este é sempre possível de ser quantificado em termos de horas, pessoal re querido , procedimentos técnicos, material e equipamentos utilizados. Todos os envolvidos devem ter uma consciência de custos para evitar gastos desnecessários , sem preju ízo da e ficiência do atendimento prestado.
O controle de custos em enfermage!TI envolve , por isto mesmo, açõe s a dministrativas que con duzem a refrear dispêndios desnecessários, através de uma planejada e prática utilização de recursos materiais, físicos e de todo o pessoal , visando o máximo de produtividade .
Para que as atividades administrativas desempenhadas pelo enfermeiro sejam avaliadas racionalmente, SWANSBURG2 S diz ser de alta importância que os administradores de enfermagem esta beleçam unidades o rçamentárias individuais. Estas permitem que as atividades de pessoal sejam baseadas em critérios que se apliquem ao valor da carga de trabalho gerada pela ocupação de leitos, por exemplo : Quando e sta carga de trabalho diminui , a e quipe de pessoal deve ajustar-se proporcionalmente às necessidades de cada situação, estudando remanej amento de horário ou estimulando férias. Deve-se fazer uma avaliação mensal das atividades dos componentes da equipe de enfermagem não só em relação aos dados refe re ntes à ocupação de leitos, c om o também àqueles outros dec orrentes de sua ocupação , através de técnica de análise de atividades e outras.
ALMEIDA 2, citando CURRy 1 0 , e specifica as áreas potenciais para controle de custos - a organização de pessoal e a participação no trabalho .
O administrador de enfe rmagem deve fixar função , unindo pro dução . habilidade e força de
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trabalho ; deve criar comissão de controle de custos e tornar-se parte integrante desta para não perder de vista seu s planos de trabalh o _
D e alta importância, é e nvolver pacientes e fam iliares quanto aos aspectos dos custos dos serviços oferecidos integrando-os a e stes q uando da necessidade de usá-los .
Medidas util izadas para comparar resultados d os dados do mesmo mês, de um ano c orrente com o que precedeu, podem e st a belecer um quadro preciso d a média d o aumento de custo em lugar de se fazer pré-julgamento dos aspectos inflacionários .
Medidas como e s t a p o dem também se r d e monstradas a o s administradore s hospitalares a fIm de que estes p ossam não j ulgar t ão onerosa a mão-de-obra do enfe rmeiro e evitar que se deleguem cuidados com o paciente a pesso as não tre inadas para este fIm, como se o b serva freqüentemente em n osso meio .
Sendo o pesso al de enfermagem aquele que t rabalha no hospital e que desempenha um papel chave para o sucesso d o tratamento do paciente e da fam I1ia , deve ser dada a responsa bilidade de se manter um permanente treinamento voltado para o custo, considerando que um bom preparo de pessoal é a melhor maneira de se alcançar seus o bjetivos de desempenho do t rabalho do cuidado com o paciente com vistas à redução de gastos hosp italares .
Programas de educação continuada deve m ser o fe recidos aos enfermeiros e demais categorias de enfermagem a fIm de e stimular sua competência, possibilitando meios para que estes conheçam os o bjetivos do hospital e d a prática de enfermagem _
A participação nas tomadas de decisão e na pol ítica de tra balho institucional é uma maneira de manter o pessoal e stimulado para contribuir com satisfação . É necessário que sejam estudada s formas de promoção na carreira , não só no sen tido salarial como de realização científIca e de liderança.
É necessário , tam bém , que haj a uma pol ítica de trabalho bem defmida e que os enfermeiros dos hospitais de ensino possam nortear seu trabalho , inclusive definindo melhor o s aspectos de integração docente assistencial .
O s serviços de enfermagem d o s hospitais d e e nsino sentir-se-ão bloqueados se desenvolve rem p rogramas de controle d e custos em d issonância com os dirigentes destas instituições e os programas didáticos dbenvolvidos nas Escolas de Enfermagem . Portanto , terá que sélevar em consideração
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o fenômeno já tão come ntado , desejado e re comendáve l . que é o da integração docente assistencial .
Sente -se que a problemática apre sentada não é
'de fácil solução , porém, ela poderá ser corrigida à
. medida que se e studem estes mé todos inovadores que con duzirão a uma nova mentalidade de custos.
Sabe-se que , apesar do alto custo d a assistência ao paciente , não se têm feito muitas mudanças p ara qualifIcar o atendimento de ste paciente a n ível ambulatorial , por exemplo , uma vez que e ste é menos oneroso e de comprova da efIciência.
Estas formas alternativas de tratamento menos oneroso e qualifIcado não têm sido experimentadas nem pelos hospitais de ensino nem pelos demais .
ALMEIDA 2 , referindo-se ao atendimento ambulatorial , diz que "muitas pessoas concordarão provavelmente que , se os pacientes podem ser satisfatoriamente tratados em ambulatório ou domic ílio , c omo na maioria dos casos - o de obstetr ícia - provavelmente este é o caminho mais econômico para prover este cuidado " . Contudo, parece haver certa relutância em aceitar esta possib ilid a de , apesar de os hospitais e starem envolvidos no cuidado ambulatorial há ano s , e de terem , também , todo um provimento de recursos para o desempenho assistencial aí desenvolvido . Ao invés de os hospitais agilizarem esta modalidade de atendiment o , na tentativa de uma maio r racionalização , t ê m - se acomoda do ante o que stionamento de que isto não é da competência d,9 hospital , mas sim o o bj e t o e spec ífIco da p rópria profissão médica . na procura do privilégio do trabalho hosp italar, de sconhecendo as conseqüências que isto p o de trazer para a economia da prest ação da assistência que o fe rece .
Por outro lado , desconhece-se que os enfe rmeiros tenham procurado de senvolver programas e speciais de assistências ambulatoriais. o bj etivando uma melhor racionalização de trabalho com vistas a custos .
Acrescenta-se que , em um trabalho fe ito en tre nós so bre controle de custos nos hospitais e a particip ação da enfe rmagem, visando compatibilizar a qualidade da assistência ao paciente internado com custos _ concluiu-se que . em nenhum dos casos, existia uma correlação das atividade s dese nvolvidas com o controle de custos. Portanto , há uma necessidade dos administradores hospitalarc s reconhecere m a participação do enferme iro no proce sso de
controle de custos, inclu indo-os nos programas a n ível de decisão .
E xiste , porém, u m fator imperativo : o d e que os enfermeiros desenvolvam também programas inovadores nas organizações de seus serviços com vista a racional ização de traba lho e custo .
Há uma nece ssidade de se estudar meios que possib ilitem um trabalho em que hospitais e e scola criem m odelos de trabalho que sirvam de parâme
t ros para alunos, futuros profissionais que irão atuar na comunidade , até porque é a partir dos hospitais de ensino que se espera que a sua prática sirva de modelo atravé s da prática de seu serviço .
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