apostila do cursão

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7/3/2019 Apostila do Cursão http://slidepdf.com/reader/full/apostila-do-cursao 1/186 ÍNDICE PARTE I PRINCÍPIOS DE REVELAÇÃO NA PALAVRA PARTE II- ANDANDO NO ESPÍRITO PARTE III- TRANSFORMAÇÃO DA ALMA PARTE IV- O PLANO DE REDENÇÃO PARTE V- DISCIPLINAS DO ESPÍRITO PARTE VI – O CARÁTER DE CRISTO EM NÓS PARTE VII- GUERRA ESPIRITUAL PARTE VIII- A PLENITUDE DO ESPÍRITO PARTE IX- REINO E A VOLTA DE JESUS APRESENTAÇÃO  1

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ÍNDICEPARTE I

PRINCÍPIOS DE REVELAÇÃO NA PALAVRA

PARTE II-

ANDANDO NO ESPÍRITO

PARTE III-

TRANSFORMAÇÃO DA ALMA

PARTE IV-

O PLANO DE REDENÇÃO

PARTE V-

DISCIPLINAS DO ESPÍRITO

PARTE VI –

O CARÁTER DE CRISTO EM NÓS

PARTE VII-

GUERRA ESPIRITUAL

PARTE VIII-

A PLENITUDE DO ESPÍRITO

PARTE IX-

REINO E A VOLTA DE JESUS

APRESENTAÇÃO

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É com muita alegria que lhe apresentamos esta apostila do Curso deMaturidade Cristã. Este material na verdade em uma compilação do Curso deMaturidade no Espírito da Igreja Videira de Goiânia que é a igreja na qual temoscomo referência em termos de visão celular.

A diferença, entretanto está no resumo da matéria que fizemos para ummelhor aproveitamento e algumas correções doutrinárias dentro daquilo que nóscremos como uma igreja filiada a Convenção Batista Nacional além de algunscomentários extras que acrescentamos no intuito de melhorar ainda mais o

material que já era de excelente qualidade.Esperamos que de fato você possa fazer um bom uso deste material e ao

terminá-lo seja de fato um líder aprovado.

Pastor Carlos Ramos.Pastor Titular

Igreja Batista Central de Unai - MG

A VISÃO DA IGREJA BATISTA CENTRAL DE UNAI.

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Bem vindo à família de Deus você agora faz parte de um povo vencedor, deuma igreja com propósito e com uma visão.

Vejamos a seguir em consiste a nossa visão:

• Temos um propósito pelo qual nós vivemos e caminhamoconforme uma visão que o Senhor tem nos dado (At: 2:7), andamos nacontramão do mundo.

• Somos uma igreja de fé, oração e ensino – mas, sobretudo somosuma igreja em que a vida de Cristo flui através de relacionamentos. Somosportanto uma Igreja de alianças.

• Nosso slogan: “Nosso encargo é edificar uma igreja de vencedores, ondecada membro é um ministro e cada casa uma extensão da igreja, conquistando assima nossa geração para Cristo através das células que se multiplicam uma vez ao ano”.

• “Nosso encargo”: Há uma diferença entre cargo e encargo vejamosCargo: mera posição em uma estrutura. Encargo: é um Chamado, uma Causa, umClamor do coração, um estilo de vida.

• “Edificar”:   Trabalho do construtor demanda tempo e esforço. Nãbuscamos meramente convertidos, mas fazer discípulos.

• “Uma Igreja de Vencedores”: Aqueles que vencem o mundo, o pecadoe o diabo; que oram que lêem a Palavra e se tornam fortes e ativos; que cumprem ochamado de Deus para esta geração Mc:16:16, conquistando em Cristo, sendo maique vencedores (Rm:8:31-37). Vencedores são aqueles que cumprem o propósito de

Deus. Qual é o propósito de Deus? Um grupo de pessoas à Sua Imagem eSemelhança. Deus quer filhos parecidos com Jesus o Primogênito de toda criação.

Observação: nem todo crente é experimentalmente um vencedorSão por direito um vencedor, mas muitos não se posicionam comvencedores e por isso vivem como derrotados. Têm a herança do Pai, masvivem como miseráveis.O caminho do vencedor: Encontro, Curso das Águas, Batismo, Cursão, CTe Seminário.

“Cada Membro um Ministro”:

Na maioria das igrejas hoje não há nem um senso de corpo de cristo, ouestrutura onde os membros possam estar envolvidos de maneira funcional. Por causadisto a maioria por decisão pessoa, escolhe sentar nos bancos do prédio da igrejadisposta a não se envolver. Ao contrário desta concepção, na visão de células não hácomo se omitir ou não se envolver. Estar na visão é estar comprometido!

Crentes que não se envolvem, são crentes parasitas. Eles esperam semimados, ministrados e entretidos pela igreja. Em troca, são contabilizados nestatística e eventualmente dão uma oferta ou algo parecido para manter o

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“sistema”. Esse tipo de crente faz parte dos 85% dos membros que são carregados eministrados pelos outros 15%.

Não há na igreja convencional, nenhum contexto no qual o crente possa setreinado a produzir ao invés de consumir. Já na igreja em células seus membros têm aoportunidade para desenvolver seus potenciais e se tornarem produtivolamentavelmente essa dinâmica não está sendo experimentada na maioria daigrejas cristãs. Hoje muitos de seus membros freqüentam fortuitamente apenas areuniões dominicais e não se dispõe a envolver-se nos programas de atividades desuas igrejas.

Consequentemente transforma-se apenas em mais um dado estatístico dRelatório Anual de Atividades da Igreja “X”, onde figuram no gráfico do“esquentadores de banco”, ou nos dos “contribuintes do Sistema”, ou no doespectadores sem importância.

O sistema de Jesus foi projetado para resultar em produtores, e não emconsumidores ou parasitas. Precisamos retomar, nesses dias, fundamento d

sacerdócio universal do crente, a verdade de que cada um de nós é um ministro(I Pe. 2:9). Não existe em nossa igreja um departamento ou um programa de célulasO nosso alvo é bem mais ambicioso. Nós queremos restaurar o modelo de Igreja doNovo testamento, com um novo tipo de membro. Isto, na verdade representa orestabelecimento do paradigma original da igreja, onde o membro não seja mais ummero consumidor espiritual (no shopping da igreja), mas um produtor útil e frutíferona família de Deus.

Muitos encaram a igreja como uma prestadora de serviços espirituais, ondepodem buscar quando desejarem uma ministração forte, uma palavra interessanteuma aula apropriada para seus filhos, um ambiente agradável e assim por dianteQuando por algum motivo os serviços da igreja caem em qualidade esseconsumidores saem à procura de outro shopping espiritual mais eficiente. Membrosassim não têm aliança com o corpo, Jesus nos chamou para fazer discípulos e nãoapenas convertidos! Por isso queremos ser um povo com uma vida cristã sólida epratica regular de oração e leitura da Palavra de Deus. Queremos ser um povo cujolares são aquecidos pelo amor! Queremos ser uma comunidade que serve a Deus deacordo com seus dons na família, na escola, no trabalho, na igreja. Em outrapalavras nós desejamos ser ministros.

COMO É O CRENTE QUE SE TORNA UM MINISTRO?

Existe uma diferença entre ter a visão e a visão. Ter uma visão não é algo difícibasta mudar nossa terminologia. Todavia ser conquistado por uma visão écompletamente diferente implica numa mudança de mentalidade. Quando um crentcompreende que ele deve produzir, e não simplesmente consumir, uma verdadeirarevolução acontece em sua postura em relação à igreja local. * Ele não se preocupa

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mais em saber o que aquela igreja pode lhe oferecer, antes, preocupa-se em sabecomo ele pode ser útil ali. * Ele não responsabiliza mais o pastor ou algum líder peloseu crescimento espiritual, porque sabe que pode e deve ter intimidade com Deusem intermédio algum. * Ele encara suas próprias guerras e ainda tem disposiçãopara dar apoio aos novos convertidos nas deles. * Se tiver que se mudar para outracidade, ele sabe que a igreja vai junto com ele. Ele sabe que mesmo distante doprédio, a igreja acontece onde ele está. Alguém conquistado pela visão estaconsciente de seus dons e de que deve usá-los para a edificação dos outromembros. Essa visão apesar de ser revolucionária, não é nova desde os tempos daReforma Protestante já se falava em sacerdócio universal dos crentes. Estamoapenas retornando às origens e procurando viver segundo o padrão de Deus.

Mas existe um grande impedimento à visão de que cada crente é um ministro éo clericalismo. O clericalismo é o sistema que surgiu dentro da igreja depois do quartoséculo que estabelece que na igreja. Há dois tipos de pessoas: os clérigos e os leigosAquelas que são chamadas clérigos (são os sacerdotes, os reverendos, os doutore

em divindades, etc.). A outra classe, a dos ignorantes e incapazes, é chamada deleigos. O sistema de clérigos e leigos é totalmente maligno é uma grande ameaçapois ele anula completamente o conceito básico do sacerdócio universal dos crentesou seja, a verdade de que cada crente é um ministro infelizmente, na maioria daigrejas predomina o clericalismo, os membros não funcionam, tornam-se letárgicos. Oinimigo tem conseguido anestesiar os membros para que não funcionem. Em nossosdias há dois tipos de clericalismo; O primeiro é aquele em que os próprios clérigos secolocam acima dos leigos afirmando que são eles os que sabem os que conhecem eportanto são incontestáveis. Chegam mesmo a proibir os membros de pregar, ensinaou fazer qualquer outra coisa. Nesse ambiente, a única função dos membros é ir àigreja e se assentar no banco olhando para frente a fim de ouvir o pregador.

Certo artista plástico foi convidado a pintar um quadro, que fosse o retrato daIgreja. Surpreendentemente, ele pintou um monte de nádegas com dois olhoenormes por cima. Aquela tela, infelizmente, traduziu a realidade de muitas igrejasum monte de nádegas com dois olhos esbugalhados. Os membros só sabem sentarse e olhar para frente nada mais.

O segundo tipo de clericalismo é conseqüência do primeiro. Nele o povo estátão acostumado à situação que contrata um pregador profissional – um funcionário dopúlpito – exige que ele faça a obra de Deus, enquanto os membros apenas dão

dinheiro. No primeiro caso o clero proíbe o povo de falar, no segundo, o povo se caladeliberadamente, e contrata um profissional para expressar-se em seu lugar.

(Mc; 16:17-18) te foi dado autoridade sobre demônios e enfermidadespor isso não se intimide em orar por um enfermo ou expulsar um demônioou não pense que só o pastor pode fazer isso, você é um ministro!

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• “Cada Casa um Extensão da Igreja”: - Nós somos uma igreja em células- Nos reunimos em pequenos grupos nas casas durante a semana e uma reuniãogeral no final de semana no prédio da igreja.

- Nossa Igreja não é representada pelo Prédio e sim pelos santos(irmãos) reunidos nas diversas células. A igreja é algo muito maior do queuma

Construção de tijolos que não se move, amanhã pode crescer emudar de prédio, mas a Igreja será a mesma.

• “Conquistando assim a nossa geração para Cristo”:

-   A nossa motivação é Conquistar nossa Geração através d

crescimento explosivo das células se multiplicando uma vez por ano.

- 10 células – 1 ano – 100 membros

- 20 células – 2 anos – 200 membros

- 40 células – 3 anos – 400 membros- 80 células – 4 anos – 800 membros

- 160 células – 5 anos – 1600 membros

* Cálculos realizados com células medianas de 10 Membros. As

células são grupos de 7 a 15 pessoas. Após essa quantia a célula se

multiplica.

• “Através das células que se multiplicam uma vez por ano”:

As células estão na Bíblia, pois a Igreja Primitiva se reunia dessaforma. “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo

o pão de casa em casa, comiam com alegria e singeleza de coraçãolouvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada diaacrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos”. (atos 2: 48 e49).

- Uma reunião de célula trás vínculos rápidos com nossos irmãos

enquanto indo apenas às reuniões de celebração isso duraria meses para se

estabelecer.

- A célula é a sua família espiritual

- Lá você tem seu pai na fé (líder), seu irmão na fé, seu anjo da guarda

(consolidador).

- Lá você recebe uma ministração da vida de Deus, através do

louvor, da Palavra e das orações, um renovo semanal.

- O alvo de toda célula é crescer e se multiplicar. As células são

grupos de 7 a 15 pessoas. Após essa quantia a célula se multiplica. As

células possuem como enfoque principal a edificação dos irmãos, mas

também é lugar de oração, louvor, adoração, evangelismo e

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obviamente de multiplicação.

- Uma célula nova com 07 (sete) membros, se cada membro

Crente, Cheio do Espírito Santo ganhar uma única alma para Jesus

durante o ano inteiro – essa célula chegará à quantia de 14 Membros e

se a freqüência estiver alta (se os membros forem constantes).... Ela

estará apta a se multiplicar em duas novas células de 07 membros.- A visão funciona – basta empenho e dedicação ao Chamado do

Mestre:

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-oem nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os aguardar todas as coisas que eu vos tenho ordenado; e eis que euestarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.(Mateus 28:19 e 20)

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PARTE I

PRINCÍPIOS DEREVELAÇAO NA PALAVRA

 Todo homem é espírito, alma e corpo. A concepção geral das pessoas é de queo homem é apenas corpo e alma. Todavia, é importante ressaltarmos que o homem éum ser triúno: corpo, alma e espírito. Em I Tessalonicenses 5:2”3 lemos”:

"O mesmo Deus da  paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma ecorpo, sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de Nosso Senhor Jesus

Cristo". .

Espírito e alma não são a mesma coisa. Caso fossem, qual seria a necessidadede separá-Ios? Pois, em Hebreus 4:12, Paulo nos diz que a Palavra de Deus é viva eeficaz e penetra a ponto de dividir alma e espírito. Alma e espírito, portanto, não émesma coisa.

Mas qual a necessidade de estudarmos sobre esse assunto? Por que precisamosaber que o homem é espírito, alma e corpo? Isso é fundamental sob muitoaspectos. Essa é a base para a compreensão de todo o fundamento da fé. Vejamoalgumas razões pelas quais nos é imprescindível aprender não apenas que o homempossui uma dimensão tríplice, mas também a necessidade de sabermos discernir o

nosso próprio espírito humano.• Em  primeiro lugar, Deus é espírito. Em João 4:24, lemos: "Porque

Deus é espírito..." Ora, para que possamos ter contato com a matéria, precisamosser matéria. Do mesmo modo, para que possamos ter contato com Deus, que éEspírito, precisamos ser um espírito.

• Em segundo lugar, o  próprio conhecimento espiritual é adquirido

no espírito. “Em I Coríntios 2: 14, lemos: ;’Ora, o homem natural não aceita acoisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura, e não pode entendê-las, porqueelas se discernem espiritualmente”. Veja bem que todo conhecimento que tem valo

na vida cristã é adquirido espiritualmente.• Em terceiro lugar  o novo nascimento é algo que ocorre

inteiramente em nosso espírito. "O que é nascido da carne, é carne; e o que énascido do Espírito é espírito" (Jo.3:6). Quando Adão pecou, ele morreu, e bem assimtoda a sua descendência. A morte de Adão não foi de imediato uma morte física, maespiritual. O seu espírito morreu para Deus. Não que o homem natural não tenhaespírito, mas o seu espírito está morto, incapaz de manter contato com Deus. O novonascimento é o renascer deste espírito para Deus.  9

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• Em quarto lugar. A  adoração  é algo que é feito no espírito. Sefalharmos em perceber o nosso espírito, a nossa adoração será comprometida. Omáximo que iremos alcançar será um louvor no nível da mente e da alma. Deus éespírito e deve, portanto, ser adorado em espírito (Jo.4:24). .

• Em quinto lugar, em todo o Novo Testamento, somos exortados a

andar no espírito.“Neste ponto alguém pode questionar:” É, mas aí não se refere aoEspírito de Deus?”Todavia, entendemos que aquele que se une ao Senhor é um sóespírito com Deus, fomos unidos a Ele, amalgamados, ligados indissoluvelmente (Cor. 6: 17)”. O Espírito Santo não habita na alma, e sim em nosso espírito humanorecriado. Toda direção que o Espírito nos dá, vem através do nosso espírito. O nossoespírito é a parte do nosso ser que tem a função de contactar a Deus.

• Em sexto lugar a palavra de Deus diz que somos seres espirituais

Eu sou um ser espiritual. Eu sou da natureza de Deus, fui feito à sua imagem esemelhança. Não devemos pensar que somos o nosso corpo. Nós somos espíritos, e é

por isso que estamos aptos para ter comunhão com Ele para ouvir e falar com Ele.• Em I Coríntios 14:14, Paulo diz: "Se eu orar em outra língua, então meu

espírito ora..." Veja a forma como ele diz: "se eu orar.. Então meu espírito ora" ; veja

que o "EU" e o "espírito" são a mesma coisa, mostrando que Paulo se via como umser espiritual.

Evidentemente nós não somos apenas espíritos, somos também alma e corpoEm Romanos 7: 18, Paulo também diz: "Porque eu sei que em mim, isto é na minhacarne..." Veja que ele também diz que ele é matéria. Nós somos um ser triúno. Adivisão que ora fazemos é apenas visando facilitar a aprendizagem.

Existe um tipo de oração que é feita no nível do espírito. Como poderei fazeesse tipo de oração, se eu nem mesmo sei que possuo um espírito? A adoração é noespírito e a oração também. Vemos que a prática normal da vida cristã implica numacompreensão clara de que somos um ser espiritual, que possui uma alma e habita emum corpo.

Há uma grande diferença entre o conhecimento mental e o conhecimentoespiritual. Talvez nunca tenhamos questionado por que há tantos filhos de Deus queconhecem a Bíblia e esse conhecimento não os afeta de forma alguma. Essproblema acontece porque conhecem a Bíblia apenas intelectualmente, ou seja, nãotêm revelação.

Por todo o Novo Testamento, nós podemos ver que a maior preocupação dePaulo era a de que os crentes tivessem revelação de Deus. Se observarmoatentamente as orações de Paulo, mencionadas nas epístolas, constataremos que oseu alvo de oração era único: Revelação. Paulo não orava pelo crescimento daIgreja. Paulo não orava por novos líderes, nem por algo semelhante. Como seriamudada a nossa prática de igreja se tomássemos como nossas as orações de PauloSimplesmente porque quando houver revelação, as pessoas serão transformadas pela

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ação da Palavra. A fé se manifestará espontaneamente, e a unção e a vida de Deusirão transbordar.

FUNÇÕES DO ESPÍRITO, DA ALMA E DO CORPO.

Pela Palavra de Deus e pela experiência, podemos ver que o homem possui trêspartes, e que cada uma delas possui a sua função específica. O corpo é a partematerial onde estão os nossos sentidos físicos. A sua função básica é manter contatocom o mundo material através dos cinco sentidos. A alma, por sua vez, é a parte quenos permite contatar a nós mesmos. Diríamos que é a parte que nos permite teautoconsciência, ou seja, consciência de nós mesmos. A alma é o "eu" e, portanto, ocentro da personalidade. O espírito é aquela parte pela qual temos comunhão comDeus. É o elemento que nos dá consciência de Deus. A alma é o centro dapersonalidade, mas o espírito é a parte mais importante - é o centro do nosso ser. Épelo espírito que podemos adorar a Deus e receber revelação. Deus habita em nossoespírito.

1) FUNÇÕES DO ESPÍRITO

O espírito humano possui três funções básicas: intuição, cons ciência ecomunhão.

• A função da intuição

"E vós possuís a unção que vem do Santo, e todos tendes conhecimento",  Jo.l:20.

"Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós e nãotendes necessidade de que alguém vos ensine, mas como a sua unção vos ensina arespeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa. Permanecei nele, comotambém ela vos ensinou",I Jo.2:27.

A intuição é a capacidade do espírito humano de conhecer e sabeindependentemente de qualquer influência exterior. É o conhecimento que chega aténós, sem qualquer ajuda da mente ou da emoção, ele chega intuitivamente. Asrevelações de Deus e todas as ações do Espírito Santo se tornam conhecidas por nóspela intuição do espírito. A nossa mente simplesmente ajuda a entender aquilo que oEspírito Santo revela ao nosso espírito.

Muitas vezes, surge um sentimento no nosso íntimo nos impelindo a fazer algoou nos constrangendo para que não o façamos. Essa sensação interior é a intuição doespírito. Quantas vezes, depois de fazermos alguma coisa. Confessamos: "bem que

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dentro de mim algo me dizia para eu não fazer" . Todos podemos testemunhar queem muitas circunstâncias passamos por experiências semelhantes á essa. O nossoespírito está funcionando, nós é que não damos crédito. A maioria de nós estamosconfinados a uma vida exterior, e quase nunca damos crédito à voz interior noespírito.

As coisas do espírito têm de ser discernidas pelo nosso espírito (I Co. 2: 14) Jesus sabia no seu espírito o que os outros arrazoavam. Paulo foi constrangido nespírito. Em todas essas referências, temos a forma como se manifesta a intuição doespírito. Alguém pode me perguntar a esta altura: "como vou saber que é intuição doespírito 7" Eu não sei como você vai saber, mas você vai saber. Alguém poderá lheperguntar: como você sabe disso 7 E você simplesmente dirá: “Eu sei que sei”. Édesta forma que percebemos a intuição. É um saber que não tem origem na mente enem no mundo físico.

"Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmãodizendo: conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor até o

maior deles. Diz o Senhor", Jr.3l:34.

Nós vivemos hoje debaixo desta aliança. Todos são ensinados do Senhor. Vocênão sabe como chegou a saber disso, mas há algo em seu interior que diz que certascoisas não são verdadeiras. Certa vez, uma irmã confidenciou que sentiu uma grandeangústia enquanto certo pastor estava pregando. Ela não sabia o motivo daquelaangústia no espírito. O irmão mais maduro mostrou-lhe que aquele pastor estava

ensinando heresia, pois dizia que Jesus não havia ressuscitado dos mortos. A intuiçãdaquela irmã havia rejeitado o ensino, ainda que a sua mente não entendesse bem amensagem.

A intuição se manifesta pela restrição e pelo constrangimento. Por exemplopodemos estar pensando em fazer determinada coisa que parece muito razoávegostamos da idéia e resolvemos ir em frente. Mas algo dentro de nós, uma sensaçãopesada, opressiva, parece opor-se ao que a nossa mente pensou, nossa emoçãoaceitou e a nossa vontade decidiu. Parece dizer-nos que tal coisa não deve ser feitaEste é o impedimento, ou a restrição da intuição.

  Tomemos agora um exemplo oposto. Determinada coisa parece irracionacontrária ao nosso deleite, e muito contra a nossa vontade. Mas, por algum motivodesconhecido, há dentro de nós um tipo de constrangimento, um impulso, umestímulo para que a façamos. Este é o constrangimento da intuição.

É importante ainda frisarmos que há uma diferença entre o conhecer e oentender. O conhecer está no espírito, enquanto o entender está na menteConhecemos uma coisa através da intuição do espírito, a nossa mente é iluminada

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para entender o que a intuição conheceu. Na intuição do espírito, conhecemos apersuasão do Espírito Santo. Na mente entendemos a orientação do Espírito Santo.

O conhecimento da intuição, na Bíblia, é chamado de revelação. Revelação é odesvendar, pelo Espírito Santo, da verdadeira realidade de alguma coisa. Esse tipo deconhecimento é muito mais profundo que o conhecimento da mente. A unção do

Senhor nos ensina a respeito de todas as coisas pelo espírito de revelação e deentendimento.

• A Função da consciência

É fácil entender a consciência. Todos nós estamos familiarizados com ela. É acapacidade de discernir entre o certo e o errado, não segundo os critérios da mentemas segundo uma sensação do espírito. (Rm).9:1-At.17:16. .'

Quando comparamos Romanos 9: 1 e Atos.17: 16, vemos que a consciênciaestá localizada no espírito humano. Testificar, confirmar, recusar, acusar são funçõeda consciência. Em I Coríntios 5:3, Paulo diz que em seu espírito julgou uma pessoapecaminosa. Julgar significa condenar ou justificar, estas são ações da consciência.

Muito freqüentemente, a consciência condena coisas que a nossa mentaprova. O julgamento da consciência não é segundo o conhecimento mental, masegundo a direção do próprio Espírito Santo.

Na Bíblia existem dois caminhos: o caminho tipificado pela árvore da vida e o doconhecimento do bem e do mal. Não somos exortados na Palavra a andarmosegundo, o padrão de certo e errado, mas sim a sermos guiados pelo espírito. Quando

você pára diante de um cinema, qual é a sua ponderação? "Não é pornográfico, não éerrado, não faz mal, portanto, eu posso assistir". Tais ponderações não são dconsciência. É a mente decidindo, independentemente. A consciência não faponderações, apenas decide. Há muitas coisas que a nossa consciência recusa, mas anossa mente aprova. Devemos rejeitar de uma vez por todas o caminhar segundo amente e segundo a árvore do conhecimento, devemos ser guiados pelo espírito, peloprincípio da vida de Deus em nós, percebido em nossa consciência.

Precisamos ser absolutos com aquilo que Deus condena em nossa consciênciaNunca devemos tentar explicar o pecado, justificando-o. Sempre que houver umarecusa em nossa consciência, devemos parar imediatamente. Alguns tentam s

 justificar dizendo que não têm muita convicção se determinada coisa é errada ou nãoRomanos 14:23 nos diz que tudo o que não vem da plena certeza e da fé, é pecado.

Só podemos servir a Deus estando com a nossa consciência limpa. Todos nópodemos testificar que a ação da nossa consciência não depende de nossoconhecimento da Bíblia. Muitas vezes, sentíamos que algo era errado e só depoidescobríamos aquela proibição na Bíblia. Sem que ninguém nos ensinasse, sabíamosque o nosso namoro estava errado, que as nossas finanças estavam desajustadas

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Aquele que é nascido de Deus tem no seu espírito a voz do Espírito Santo a falar pelasua consciência. Ninguém jamais poderá dizer que não sabia. A nossa consciênciatem a função de testificar conosco a vontade de Deus.

• A Função da comunhão

"Meu espírito exulta em Deus meu salvador”, Lc1: 47."O que se une ao Senhor é um só espírito com Ele". I Cor. 6: 17.

Comunhão é adorar a Deus. Toda comunhão genuína com Deus é feita no nívedo nosso espírito. Deus não é percebido pelos nossos pensamentos, sentimentos eintenções, pois Ele só pode ser conhecido diretamente em nosso espírito. Aqueles quenão conseguem perceber o seu próprio espírito, não conseguem também adorar aDeus em espírito. É no nosso espírito que nos unimos ao Senhor e mantemocomunhão com Ele. Tudo o que Deus faz, Ele faz a partir do nosso espírito, sempre dedentro para fora. Esta é uma maneira bem prática de sabermos o que vem de Deus eo que vem do diabo. O diabo sempre começa a agir de fora, pelo corpo, tentandoatingir nossa alma. Deus, por sua vez, age de dentro para fora.

Sempre que formos adorar a Deus, devemos nos voltar para o nosso coraçãopois é nele que percebemos o nosso espírito. Não procure exercitar a mente na horade adorar, exercite o espírito através do coração. É por isso que a adoração comcânticos em línguas é mais eficiente,pois a nossa mente fica infrutífera e podemosexercitar o espírito livremente. Quando o fogo vier queimando no coração, absorva-ocompletamente. Quando vier como um rio transbordante, beba-o completamente. Acomunhão é sempre percebida no coração.

COMO EXERCITAR O PRÓPRIO ESPÍRITO

Precisamos separar o nosso espírito de nossa alma (B. 4: 12). Se formoincapazes de separar a nossa alma do espírito, seremos incapazes de contatar Senhor e até mesmo de servi-lo.

A maneira como Deus nos leva a perceber o nosso próprio espírito passa potrês caminhos: Em primeiro lugar, devemos entender que a alma esconde, encobreo espírito assim como os ossos encobrem a medula. Se quisermos ver a medulatemos de quebrar os ossos. Por isso, a alma precisa ser quebrada. Sem

quebrantamento é difícil percebermos o nosso espírito. Portanto, a primeira maneiraque Deus usa para percebermos o nosso próprio espírito é pelo quebrantamento daalma. Nestas circunstâncias nos tomamos sensíveis a Deus em nosso espírito.

Em segundo lugar, a palavra de Deus também tem esse poder de separaalma e espírito. Deus, na verdade, usa o quebrantamento pelas circunstâncias, e opoder da palavra para separar a alma e o espírito. Hebreus 4: 12 diz:

Porque a  palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualque14

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espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas emedulas, e é apta para discernir pensamentos e propósitos do coração.

Uma terceira maneira para percebermos o nosso espírito humano é orandoem línguas. Paulo diz em I Coríntios 14: 14 que aquele que ora em línguas tem opróprio espírito orando enquanto a mente (alma) fica infrutífera. Portanto, se você

não ora em línguas, busque do Senhor esta experiência, pois através dela você vacrescer no seu próprio espírito.

Paulo diz em Romanos 1:9 que ele serve a Deus no espírito. O mesmo se aplicaa cada cristão. Precisamos aprender a exercitar o nosso espírito. A obra de Deus emnosso espírito já foi completada. É como uma lâmpada que se acendeu. Jesus disseque o Espírito está pronto (Mt. 26:41). A obra de Deus em nosso espírito já focompletada. Fomos regenerados, nascemos de Deus, e Ele agora habita em nossoespírito. A nós cabe apenas exercitá-lo.

Observe uma criança que acabou de nascer. Ela é perfeita, mas precisa ainda

ser aperfeiçoada. Ele tem uma boca perfeita, mas não sabe falar. Ela possui péperfeitos, mas não sabe andar ainda. O nosso espírito está pronto, mas precisa seaperfeiçoado pelo exercitar.

2) FUNÇÕES DA ALMA

A Palavra de Deus nos mostra clara e inequivocamente que a alma humana écomposta por três partes: a mente, a vontade e a emoção. A alma é a sede da nossapersonalidade, é o nosso “EU’”. É por esse motivo que, em muitos lugares, a Palavrade Deus chama o homem de "alma". As principais características do homem estão na

sua alma, tais como idéias, pensamentos, amor, etc. O que constitui a personalidadedo homem são as três faculdades: mente, vontade e emoções.• A função da vontade

"Disponha agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes o Senho

Deus" I Cr. 22: 19. Buscar é uma função da vontade; vemos que a vontade está naalma. Em Jo 6: 7, lemos... “Aquilo que minha alma recusava em tocar”... Recusar éuma função da vontade escolheria, antes ser. Escolher também é uma função davontade. Vemos então, por esses trechos, que a vontade é uma função da alma.

A vontade é o instrumento para nossas decisões e indisposições: queremos ounão queremos. Sem ela o homem seria reduzido a um ser autômato. É a vontade dohomem que também resolve pecar ou servir a Deus. É na nossa alma que está onosso poder de escolha.

A função da mente

Provérbios 2:10;19:2 e 24: 14 sugerem que a alma necessita de conhecimentoO conhecimento é uma função da mente; logo, a mente é uma função da alma.

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"As suas obras são admiráveis e a minha alma o sabe muito bem". Sl.139: 14Saber é uma função da mente, e, portanto, também da alma. Lamentações 3: 20 dizque a alma pode se lembrar e sabemos que a lembrança é função da mente. Por issopodemos afirmar que a mente é uma função da nossa alma.

A mente é a função mais importante da alma. Se a nossa mente fo

obscurecida, nunca poderemos chegar ao pleno conhecimento da verdade. A nossamente é renovada para poder experimentar e entender a vontade de Deus, que érevelada em nosso espírito.

• A Função da Emoção

A emoção é uma parte importante da experiência humana. As emoções dão coà nossa vida; todavia, jamais podemos nos deixar ser guiados por elas. Isso porque aemoção é uma parte da alma. As emoções se manifestam de muitas formas: amoródio, alegria, tristeza, pesar, saudade, desejo, etc.

Em I Sm.I8: 1, Ct.l:7 e S1.42: 1, percebemos que o amor é alguma coisa quesurge em nossa alma. Provando, portanto, que dentro da alma, existe uma funçãocomo a emoção.

Quanto ao ódio, podemos ver em II Sm.5:8, EZ.36:5 e S1.117: 18 expressõestais como: menosprezo, aborrecimento e desprezo. Essas são expressões de ódio etodas elas procedem da alma. A alma, portanto, tem a função de ter emoções taiscomo o ódio.

Poderíamos citar ainda a alegria em Is.61: 10 e S1.86:4 como uma emoção daalma e ainda a angústia ou o desejo, I Sm.30:6 e 20:4, Ez.24:25 e Jr.44:I4.

 Todos os trechos que lemos até agora já servem de base para constatarmoque a alma de fato tem três funções: a mente, a vontade e a emoção. Percebemotambém que o espírito do homem tem também três funções ou partes distintas: aconsciência, a comunhão e a intuição.

A TANFORMAÇÃO DA ALMA.

Uma das verdades mais importantes da vida cristã é o fato de que, agora, Deushabita em nós, na pessoa do Espírito Santo. Como já dissemos, Cristo agora é a nossa

vida. Se falharmos em entrar em contato constante com o Espírito Santo que habitaem nosso espírito, a nossa vida, e, conseqüentemente, o nosso caráter serãseriamente prejudicados. É realmente muito importante sermos capazes de distinguiaquilo que vem do espírito. Deus fala é no nosso espírito. Se não soubermos adiferença entre alma e espírito, como podemos discernir a voz e a vontade de Deuspara nós?

A Palavra de Deus nos mostra que aqueles que andam segundo o padrão da

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alma são chamados carnais. Carnal não é exatamente aquele que anda na prática dopecado. Quem anda na prática do pecado, possivelmente nem tenha nascido denovo,  pois aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado (Jo.3:9). Ocarnal é aquele que sinceramente tenta fazer a vontade de Deus e conhecer a suavontade, todavia, ele o faz exercitando a alma.

Nesse sentido, os cristãos que vivem segundo o padrão da alma tendem aseguir aquela função da alma que lhes é mais peculiar. Por exemplo, pessoas maisemotivas tendem a usar as emoções como critério de vida espiritual. Se  sentemcalafrios e fortes emoções conseguem fazer a obra de Deus, mas se estasemoções se vão, também seu ânimo se esvai. Há outros, porém, que recusamesta emotividade da alma e andam segundo o padrão da mente. Estes chegammesmo a criticar os emotivos como sendo carnais. O que eles não percebem éque andar segundo a mente também é da alma. Estes irmãos tendem a seextremamente críticos e naturais na obra de Deus. Geralmente, não aceitam osobrenatural e querem colocar o Espírito Santo nos seus padrões de mente. Há ainda

um terceiro tipo de cristão da alma, são aqueles que andam segundo aempolgação da vontade. Poderíamos chamá-los de crentes "oba-oba". Sempreestão empolgados para realizar alguma atividade, entretanto, o fogo se apaga logoNão possuem perseverança alguma. Estes crentes chegam mesmo a argumentar emnome de sua pretensa sinceridade: "Se eu não estou com vontade, eu nãopreciso orar nem ler a Bíblia, pois, afinal, Deus não quer sacrifício". Parecemuito piedoso, mas se tratam apenas de desculpas da carne para não servir a DeusSe andamos segundo a alma, invariavelmente cairemos em um destes três pontos, ouem todos eles. Os que andam na carne não podem agradar a Deus. (Rm.8:8).

Não devemos pensar que a nossa alma é ruim, isto não é verdade. O erro écaminharmos confiados na sua capacidade de pensar, entender e sentir. Se andamopela alma já não andamos por fé. Existe algo, entretanto, que devemos fazer com aalma: devemos transformá-la. Veja que o nosso espírito já foi recriado, regenerado Toda a obra de Deus em nosso espírito já foi completada. O nosso espírito é comouma lâmpada que se acendeu dentro de nós. Ela está acesa e nunca mais seapagará. O novo nascimento aconteceu num instante, mas a nossa alma agora deveser transformada. O processo de transformação da alma é algo que dura a vidainteira.

Como a nossa alma deve ser transformada? Pela renovação da mente. A menté a primeira função da alma. Se mudamos a mente, estaremos mudando toda a nossavida. A única maneira de mudarmos a nossa mente é conformando-a com a Palavrade Deus.

"E não vos conformeis com este século, mas transforma i-vos pela renovação

da vossa mente...". Rm.12:2

Eu colaboro com o Espírito Santo na minha própria transformação à medida que

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me encho com a Palavra de Deus. Com relação ao nosso espírito, devemos exercitá-loconstantemente para mantermos contato com Deus; e com relação à nossa almadevemos transformá-la, mediante a renovação da nossa mente com a Palavra deDeus.

3) FUNÇÕES DO CORPO

A Palavra de Deus nos diz que o nosso corpo é apenas a nossa casa terrestre. Éo lugar onde moramos neste mundo. A função básica do corpo é ter contato com omundo físico. Paulo nos diz em II Coríntios 5: 1-4 que o nosso corpo é a nossa casaterrestre, mas haverá um dia em que seremos revestidos da nossa habitaçãocelestial. O nosso corpo não tem conserto e nem salvação. Precisamos receber outrocorpo. No céu não teremos uma nova alma, mas teremos um novo corpo. O nossoespírito foi regenerado, a nossa alma está sendo transformada e o nosso corpo seráglorificado. Vemos aqui os aspectos passados, presentes e futuros da nossa salvação.

• Função da sensação

A função da sensação é a porta do nosso ser. Ela se constitui nos cinco sentidodo corpo. Tudo o que entra em nossa alma, entra através dos cinco sentidos. Sedesejarmos obter vitória sobre o pecado, precisamos disciplinar o nosso corpo paraque através dele não entre nada sujo ou pecaminoso.

A Função da locomoção

Evidentemente, é função do nosso corpo se locomover. O nosso corpo é a partemais inferior, pois é ele que tem contato com o mundo físico, e para o nosso corpo éimpossível perceber as coisas espirituais.

• Função de instinto

Os instintos são reações do organismo que não dependem do comando danossa alma. São reações automáticas e em si mesmas não são pecaminosasEntretanto, elas são a base da concupiscência da carne. Deus criou os instintos bonsmas por causa do pecado, eles foram degenerados e hoje precisamos exercedomínio sobre eles.

Há três grupos de instintos básicos: de sobrevivência, de defesa e sexual. Oinstinto de sobrevivência inclui o comer, o beber e as necessidades fisiológicas. Sãoinatos, ninguém precisa ensinar a criança a mamar, ela já nasce sabendo. O pecadotransformou esse instinto natural em glutonaria e bebedices. O instinto de defesainclui os atos reflexos de proteção, como esquivar-se, esconder-se, proteger-se. Opecado o transformou em brigas, facções, iras e todo tipo de violência. E o instintosexual foi corrompido para se transformar em adultério, fornicação, prostituiçãosodomia e coisas parecidas. Não devemos permitir que esses instintos naturais, que

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permanecem em nós, mesmo depois que somos convertidos, nos controlem. O corpodeve ser um servo e não um Senhor.

A disciplina do corpoPrecisamos estudar as funções do corpo para compreendermos que o diabo

está de fora, e Deus está dentro de nosso espírito. Sendo assim, tudo o que é dodiabo vem de fora para dentro e tudo o que é de Deus vem de dentro (do nossoespírito) para fora.

Veja a maneira como o inimigo age: Ele primeiro procura entrar pelas portas daalma que são os sentidos do corpo. O processo sempre começa com o inimigotentando chamar a nossa atenção.

Uma vez que ele tem a nossa atenção, ele tentará despertar algum instintobásico do nosso corpo. Como já vimos, os nossos instintos foram corrompidos pelopecado e tomaram-se aliados do diabo. Quando ele desperta um instinto, nódizemos que estamos sendo tentados. .

Uma vez que o instinto é despertado, o próximo passo é produzir um desejo. Odesejo ainda não é pecado se ele for apenas uma forte tentação e ser tentado aindanão é pecado.

O pecado acontece quando o nosso desejo se transforma em intenção. Jesudisse que qualquer um que olhar com intenção impura para uma mulher, jadulterou com ela (Mt. 5:28). Quando compreendemos a forma como o diabo agefica mais simples alcançar vitória sobre ele.

Além disso, há algo que a Palavra de Deus diz que devemos fazer com o nossocorpo:

"Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossocorpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional"Rm, 12:1

Devemos ofertar o nosso corpo a Deus e trazê-lo debaixo de disciplinaDisciplinar não é usar de ascetismo, mas é simplesmente não fazer a vontade docorpo. O nosso corpo e a nossa alma são a parte do nosso ser natural que é chamadade carne, no Novo Testamento. O carnal, então, é aquele que vive no nível do naturaou seja, no nível da alma e do corpo.

Algumas implicações práticas:

Há uma atitude que devemos ter em relação a cada parte do nosso ser

a) O espírito deve ser exercitado - Com relação ao nosso espírito, precisamoexercitá-lo. A obra de Deus em nosso espírito está pronta, daí dizer-se que o espíritoestá pronto. Todavia, assim como uma criança nasce perfeita, mas ainda precisa seaperfeiçoada, também acontece o mesmo com o nosso espírito.  19

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b) A alma deve ser transformada - A nossa alma deve ser transformadaRomanos 12: 1 e II Cor 3: 16 nos dizem como isso deve acontecer: pela renovação damente.

c) O corpo deve ser disciplinado - Por fim, o nosso corpo deve ser disciplinadocomo é ensinado em Romanos 12: 1.

Com relação à salvação podemos dizer:

a) O nosso espírito foi regenerado no passado - a vida de Deus focolocada dentro do nosso espírito. É como uma lâmpada que se acendeu. A obra estácompleta. Por isso, o Senhor disse que o espírito está pronto (Mt. 26:41).

b) A nossa alma está sendo transformada no presente - o alvo de Deus éque esta vida que está no espírito possa transbordar para nossa alma a ponto desaturá-la e transformá-la.

c) O nosso corpo será glorificado no futuro - o ápice da obra de Deus é a

manifestação dos filhos de Deus na glória.

Com relação ao propósito de Deus podemos comparar:

a) O corpo aponta para o Egito - do ponto de vista de Deus o corpo é o lugaonde o pecado habita e, portanto, não tem remédio. Deveremos receber um corpoglorificado.

b) A alma aponta para o deserto - depois de termos sido salvos, precisamos noperguntar se estamos vivendo no nível da alma ou do espírito.

A vida da alma é lugar de aridez e falta de fruto. Viver pela alma é viver no

deserto. .

c) O espírito aponta para Canaã. A boa terra aponta para Cristo. Deus queriaque. Israel desfrutasse da boa terra assim como deseja que hoje desfrutemos doSenhor Jesus. Sabemos que o Senhor habita em nosso espírito, daí entendemos que éno espírito que devemos desfrutar dele.

A REVELAÇÃO NO ESPÍRITO

Na vida cristã o ponto mais importante é o conhecimento espiritual, arevelação. Como já mostramos anteriormente, a maior preocupação de Paulo, emtodas as suas epístolas, era com revelação (EL1: 1519, Ef.3: 14-19).

É interessante vermos que Paulo não orava pelo crescimento das igrejas locaisEm nenhum lugar Paulo faz votos pelo crescimento numérico da igreja. Paulo não ora

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pelo prédio onde os irmãos deveriam se reunir. Paulo tinha uma única oração: porevelação.

Precisamos entender que o Novo Testamento tem um ponto central. E não digoque não devemos orar por coisas como as que já mencionei, elas têm a sua devidaimportância. Mas não são o ponto central.

O ponto central de todo o Novo Testamento é Cristo. Mas não apenas Cristomas Cristo dentro de nós, em nosso espírito. O que tem valor realmente éconhecermos Cristo, por revelação, em nosso espírito. Se possuirmos revelação deCristo, espontaneamente, todas as áreas de nossa vida serão afetadas etransformadas.

É preciso estar claro para você que revelação não é descobrir algo que ninguémconhecia na Palavra de Deus. Antes, é saber pelo espírito algo que a nossa mentetalvez até já saiba. É simplesmente ver do ponto de vista de Deus. É ver como Deusvê. (I Cor. 2:11-12; II Cor. 3:6 e4:6; II Cor. 5:16; Jo. 20:11-16; Lc.24:13-16 e 30-31.)

Por que muitas pessoas conhecem a Palavra de Deus e não são transformadasPorque o homem natural não entende as coisas do Espírito de Deus. Porque estacoisas se discernem espiritualmente, ou seja, por revelação. Uma coisa é oconhecimento natural e carnal, outra coisa é o conhecimento espiritual ou revelaçãoPaulo diz que antes ele conhecia Jesus na carne, mas depois passou a conhecê-lo peloEspírito.

Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; ese antes conhecemos Cristo segundo a carne,  já agora não o conhecemos deste

modo. II Cor. 5:16.Quando a revelação de Deus vem, então, há crescimento, há discipulado, há

maturidade cristã, há missões, há novos líderes, tudo o mais é apenas conseqüênciade termos as nossas vidas impactadas pela luz do Espírito Santo.

À medida que nossos olhos espirituais se abrem e entendemos com todos osantos a dimensão do seu poder dentro de nós, então, há uma explosão de poder eautoridade. Esta geração vai descobrir a autoridade que tem e a suprema grandezado poder de Deus que opera dentro de nós. Não adianta saber com a mente, temoque ter revelação no espírito. (Ef. 1: 15-19). (Ef.3:14-19).

CONDIÇÕES PARA SE OBTER REVELAÇÃO

Observando a Palavra de Deus podemos dizer que há pelo menos quatro fatoresessenciais para se obter revelação.

O primeiro fator é conhecer a Palavra de Deus.

Por definição. Revelação é tomar algo que estava oculto, ou escondido é trazeà tona para que todos vejam. O que significa isto? Eu simplesmente não vou te

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revelação alguma se a Palavra de Deus estiver oculta para mim. Precisamos conhecea Palavra de Deus antes de recebermos revelação.

Evidentemente, o mero conhecimento mental da Bíblia não tem valor algum. Setudo o que você tem é mero conhecimento mental, então você não tem coisa algumaÉ do conhecimento de todos que os espíritas e os católicos lêem a Bíblia e, no entanto

permanecem no erro. É assim por que o mero conhecimento mental não muda a vidade ninguém.Por outro lado há um princípio espiritual em I Coríntios 15:46:

"Mas não é primeiro o espiritual e, sim o natural; depois o espiritual."

Antes de termos o conhecimento espiritual precisamos do conhecimentnatural. Como podemos ter revelação no espírito de algo que nem conhecemos com amente. Antes de termos revelação precisamos encher a nossa mente com a Palavrade Deus. Gaste tempo lendo, estudando, meditando, ouvindo, falando e praticando aPalavra de Deus. Na medida em que isso for se tomando real, naturalmente, o seuespírito será exercitado e as revelações virão.

O segundo fator é ter olhos para ver. E isto acontece através do novonascimento.

Vamos tomar o exemplo de um baú. Se queremos ver o que está dentro de baúa primeira coisa que temos de fazer é abri-lo e retirar o que queremos ver. É isto quedissemos quando falamos sobre abrir a palavra de Deus. Mas suponhamos que depoide abrir o baú descobríssemos que não podemos ver, somos cegos. Nesse caso, nãopoderíamos ver o que está sendo revelado. O mesmo acontece conosco. Não basta

abrir a Bíblia, precisamos de olhos para ver.Em I Coríntios 2: 14 lemos que: "o homem natural não aceita as coisas do

Espírito de Deus, porque lhe são loucura, e não pode entendê-las porque elas sediscernem espiritualmente.”

Se ainda não fui regenerado não vou ter condições de ter revelação. Aquele quenão nasceu de novo é cego para Deus, não pode ver as coisas do Espírito.

O terceiro fator é a luz que virá através do batismo com o EspíritoSanto.

Suponhamos que já tenhamos aberto o baú, temos condições de enxergar, manão há luz. Ainda assim não vamos ver coisa alguma. Deixar de ser cego é umaquestão de novo nascimento, mas ter luz aponta para a experiência do batismo noEspírito Santo. O crente que ainda não foi batizado no Espírito, é filho de Deus, mavive como homem natural, não discerne as coisas do Espírito. Ele até pode louvarmas não pode adorar. Pode até conhecer a Bíblia, mas não tem revelação. A terceiracondição, então, é ser batizado no Espírito Santo.  22

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Quero lembrar ainda mais uma vez que ter revelação não é ver algo queninguém nunca tenha visto, antes, é ver as mesmas coisas com a luz do espírito. Équando as letras da Bíblia parecem saltar aos nossos olhos, e aquilo que já sabíamoscom a mente adquire agora uma intensidade e uma realidade antes desconhecidaPor exemplo, você já sabia que era templo do Espírito Santo, mas depois que vem arevelação do Senhor sobre esta verdade, tudo parece ser diferente e, uma novaatitude de santidade brota de dentro de nós, afinal, você agora sabe que alguémtremendamente santo habita dentro de você.

O quarto fator são os olhos abertos.

Suponhamos que já tenhamos aberto o baú, já podemos ver, há luz, masinesperadamente os olhos estão fechados.

Não podemos ver algo que está oculto, não podemos ver se não enxergamostambém não podemos ver se não houver luz, mas mesmo que tenhamos tudo issoainda não verá coisa alguma se estivermos com os olhos fechados.

Na Bíblia, os olhos são o nosso coração. Ter os olhos fechados é ter o coraçãofechado. Muitos de nós têm fechado o coração para aprender com certos irmãos, poisso mesmo Deus os tem resistido e não possuem revelação do Senhor. Devemos semuito cuidadosos com o nosso coração, pois é por ele que vem todas as coisas deDeus. Tudo passa pelo coração.

Em Apocalipse 3:20, o Senhor Jesus diz para os crentes de Laodicéia que eleestá à porta batendo. Esta palavra foi dita para crentes e não para incrédulos. Eleestavam com o coração fechado e o Senhor dizia querer entrar. Do mesmo modoDeus hoje tem batido a porta do nosso coração para que nós abramos para Ele, para

que tenhamos sede Dele, fome de Sua palavra e anseio por Sua presença. Nãoadianta termos todos os ingredientes se nos faltam os olhos abertos, o coraçãoescancarado para o Senhor.

O quinto fator é ter um coração consagrado a Deus

A principal questão para se alcançar revelação é tratar com o coração. É nocoração que a luz de Deus resplandece (lI Co.4:6). Se o nosso coração estiver comproblemas, não perceberemos a luz de Deus.

Em Juizes 16:20-21, lemos que Sansão foi derrotado pelos filisteus e estes lhecegaram os olhos. Por que Sansão foi derrotado? Porque ele era nazireu consagrado

ao Senhor, e o sinal da sua consagração era o seu cabelo. Quando o seu cabelo focortado, então, a sua consagração também foi cortada. Todas as vezes que a nossaconsagração e obediência a Deus são quebradas, uma nuvem escura vem sobre nós Tomamo-nos como cegos para as coisas espirituais.

O pecado é algo terrível que produz insensibilidade em nosso coração e noincapacita a ouvir e a receber de Deus. O alvo do diabo, como já dissemos. é impedique vejamos. Ele quer que sejamos cegos sobre Deus e Seu propósito. Quando o

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pecado entra em nossas vidas, o diabo tem espaço para nos cegar e, assim, somosimpedidos de obter revelação de Deus. A revelação do Senhor é para aqueles que Oobedecem,que têm um coração consagrado, dado e ofertado a Deus.

Existem muitos servos de Deus que não conseguem entender as coisas doespírito como se fossem homens não convertidos. Por que acontece isso? Porque são

servos que erram no coração. Não têm um coração consagrado ao Senhor. Por causadisso, os seus olhos espirituais, os olhos do coração, estão cegados e eles não podemver as coisas espirituais. Esse não é o único, mas talvez seja o principal motivo dacegueira no meio do povo de Deus.

Por outro lado, aqueles que andam em obediência se tomam cada vez maissensíveis e aptos para receberem de Deus em seus espíritos.

O sexto fator é ter um coração ensinável. 

Com relação ao ensino, existem dois tipos de crentes na casa de Deus: Há

aqueles que são portadores de uma doença que eu costumo chamar de complexo deAdão. Eles julgam que não devem aprender nada com ninguém, pois Deus vai ensinatudo para eles. Na sua presunção, estes irmãos jogam fora séculos de história e demover de Deus, e esperam que Deus comece tudo outra vez com eles.

Por outro lado, há um segundo tipo, que são os piores: aqueles que julgam que já sabem tudo. Quem já sabe tudo não precisa mesmo aprender com ninguém, e nemmesmo precisa buscar revelação. Eles detêm todo o conhecimento da humanidade.

 Tais irmãos não devem esperar algo no Senhor, pois Deus os resiste. Tudo issoé soberba e Deus resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde. (I Pe.5:5). Em

apocalipse 3: 18, o Senhor aconselha a igreja de Laodicéia a comprar colírio para quepossa ver. Esse ver é algo no espírito. Colocar colírio nos olhos significa buscar umcoração ensinável. Quem não se dispõe a aprender com os outros, também não vaaprender diretamente com o Senhor. Sansão ficou cego por causa da falta dconsagração; os laodicenses ficaram cegos por causa de um coração soberbo que julgou saber todas as coisas.

Revelação é simplesmente desvendar, é revelar algo que estava oculto. Manão basta apenas revelar o que está oculto, é preciso que haja luz; caso contrárionão poderei enxergar. Eu posso revelar o que está oculto em uma caixa, mas se não

houver luz, de nada vai adiantar. O desvendar é importante, mas a luz éimprescindível, porque se em mim não houver olhos para enxergar, então tudo foi emvão.

O ministro deve abrir a Palavra e isso acompanhado de muita luz do Senhormas se as pessoas estiverem cegas, de nada adiantará. Antes de tudo é preciso quetenhamos olhos para enxergar. Se não cairemos no mesmo problema dos fariseustinham olhos, mas não viam, tinham ouvidos, mas não ouviam.

Eu não devo buscar aprender sozinho aquilo que meu irmão já sabe, pois Deu24

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não vai me ensinar. Mas se eu me disponho a aprender com meu irmão, então a luzde Deus virá através dele. Se em nossa cidade Deus está se movendo em algumlugar, eu devo me dispor a ir até lá para aprender, pois se eu não o fizer e tentaaprender sozinho, Deus poderá me resistir. Deus resiste ao soberbo.

Que o Senhor nos dê-colírio para que possamos enxergar e alcançar revelaçãodentro da sua Palavra.

O sétimo fator é ter um coração limpo.

Em Mateus 5:8, Jesus disse que os limpos de coração poderiam ver a Deus. Vejbem que esse ver é uma promessa para o futuro, mas também se refere ao tempopresente quando podemos ver por revelação a Deus (I Cor.2:9-10).

Há muitos que não podem ter revelação pelo simples fato de terem um coraçãoimpuro diante de Deus. Não é suficiente ter um coração limpo, precisamos ter umcoração puro. Ser limpo significa não ter pecado oculto. Significa a apropriaçãcompleta do perdão do sangue de Jesus. Mas quanto a ter um coração puro não ésimplesmente uma questão de pecado. Um copo d'água pode ter a água limpaporém misturada (Ex: água com açúcar), portanto há corações limpos que não são demodo algum puros.

 Ter um coração puro significa ter um coração sem misturas. Se o nosso coraçãoestá cheio de coisas profanas, fica difícil enxergarmos as coisas do espírito. Existemmuitas coisas que não são pecaminosas. Mas que tomam o nosso coração impuro. Poexemplo, uma pessoa que acaba de abrir uma loja. Apesar de o seu coração não estasujo, ele estará cheio de interesse pelo comércio. Durante todo o dia, ele vai estavoltado para as coisas da loja. Se em nosso coração há um interesse pelo Senhor

mas um interesse igualmente grande por outras coisas, o nosso coração está impuro.

 Ter um coração puro é ter um coração para Deus. "Quem mais tenho eu ,no

céu? Não há outro em que eu me compraza na terra" (Salmo 73:25). Davi fochamado de o homem segundo o coração de Deus por causa do seu prazeinteiramente colocado Nele.

O oitavo fator é ter um coração sem véu

Em II Coríntios 3: 15, lemos: "Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está

 posto sobre o coração deles", Paulo está nos dizendo aqui que há um véu sobre ocoração dos judeus que os impede de enxergar a revelação de Jesus. Que véu é esseO véu do tradicionalismo. Por que há tantos que não se rendem às evidências dobatismo no Espírito Santo? A história comprova o crescimento das igrejas, os sinaiscomprovam-No, a maturidade das vidas também. Porque, então, ainda dizem quetudo é mentira? Só pode ser por causa desse véu que está posto sobre o seu coraçãoNão é Deus quem coloca o véu, somos nós mesmos. Quando nos enrijecemos em umconceito natural e humano, estamos colocando sobre o nosso coração um véu que

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nos impede de enxergar novas revelações.

Durante toda a história, esse fato pode ser percebido. Deus sempre usa umhomem para trazer uma revelação, mas esse mesmo homem de novo resiste àsnovas revelações que Deus quer trazer através de outros. Deus não pára, nós é quenos endurecemos em nossa tradição humana. Se desejamos revelação, devemo

abrir mão do tradicionalismo humano.Ser tradicional é estar fechado para qualquer palavra nova que Deus esteja

falando. E, nesse sentido, existem tradicionais que oram baixo e que oram alto. Hátradicionais que oram em línguas e outros que não oram. Tradicional é aquele queestá preso ao passado.

Veja que um coração correto é básico. Se desejamos revelação, é fundamentanos enchermos com a Palavra de Deus.

CARACTERÍSTICAS DA REVELAÇÃO.

O. homem é um ser triúno: possui espírito, alma e corpo.  Temos de avançae aprender as coisas de Deus pelo nosso espírito e não apenas pela mente. Mas àsvezes, quando falamos de saber algo no espírito. Isso parece ter outro sentido paraalguns irmãos. A palavra de Deus nos diz claramente sobre o que devemos terevelação. Alguns irmãos querem ter revelação de coisas sem importância e chegama ensinar que revelação é descobrir algo que jamais alguém viu ou percebeu.

A Palavra de Deus tem um ponto central. Todo propósito de Deus na históriatem um ponto central e esse ponto central é uma pessoa:  Jesus Cristo. Mas nãoapenas Cristo; Cristo dentro de nós. É sobre isto que devemos ter revelação. Oproblema da Igreja é que ela se dispõe a conhecer muitas coisas que fogem do pontocentral de Deus: Cristo.

Mas pode ser que muitos conheçam essas verdades e ainda assim nãpercebam nada diferente em suas vidas. Como podemos saber se temos ou nãorevelação? Podemos dizer que existem quatro sinais ou evidências: quando temosrevelação de uma verdade esta revelação vai gerar em nós: (1) vida. (2) fé, (3mudança de vida e (4) ajuda na hora da tentação.

1) Revelação gera vida

Em João 6:63, Jesus disse: “Estas palavras que vos digo são Espírito e vida.

Quando o Senhor fala conosco na Palavra, isso vai gerar vida dentro do nosso ser. Aprimeira característica de alguém que recebeu revelação do Senhor é que ela vaexpressar vida.

A letra é morte, mas a palavra que sai da boca de Jesus vem acompanhada do

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seu sopro e este é o Espírito. Quando o Senhor fala, então há luz, porque a luz está navida (João 1:4). Sempre que o Senhor fala, há vida e nos enchemos dela. A revelaçãoda Palavra nos enche de vida. Devemos ter a vida a jorrar em nós como uma fontepara saciar os outros. O que todos procuram é vida.

Na Bíblia, existe um símbolo de vida que é o vinho. Porque o vinho é símbolo devida? Porque os seus efeitos são semelhantes. Quando alguém se enche de vinho, elevai se sentir mais corajoso, mais audacioso, ficará mais sorridente, cheio de alegriase tomará falante, com muito ânimo e disposição. Até a sua pele vai mudar setomando mais rosada e os olhos mais brilhantes. Tudo isso é a vida se manifestandoÉ verdade que tudo isso é passageiro, pois o vinho é apenas uma figura e não arealidade, uma mera falsificação da suprema realidade de vida que é a pessoa doSenhor Jesus.

Quando nos enchemos do Senhor, nós temos todas essas expressões de vidasó que com realidade. Nos sentimos mais alegres, ousados. capazes de falar e cheiode disposição. É muito estranho conviver com irmãos que não expressam vida de

forma alguma. Sempre que a Palavra de Deus queimar em nossos corações, então avida se manifestará. Isto é assim porque Jesus é a palavra viva. A vontade de Deus éque transbordemos da vida abundante que Jesus é em nós.

É a vida de Deus fluindo em nós que será autoridade em nossa boca. É a vidafluindo em nossas palavras que vai gerar vida nos outros. É a vida que tem o podede destruir a morte. Não podemos explicar a vida, adequadamente, mas podemospercebê-la onde quer que ela se manifeste. O que todos procuram é vida. Nãodevemos aceitar reuniões sem vida, aconselhamento sem vida, pregação sem vidaOnde a vida não estiver se manifestando deve haver algum problema espiritual. A

letra sozinha mata, mas a Palavra revelada gera vida.

2) Revelação gera fé

A segunda característica de alguém que alcançou alguma revelação é que elevai crescer em fé. É como se uma nova luz brilhasse sobre um texto bíblico jáconhecido por nós. Quando isso acontece, nosso coração é despertado numa féempolgante. Romanos 10: 17 diz que "a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus". Se nãohouver despertar da fé, é porque não houve revelação.

A fé é gerada pela palavra de Deus e a revelação nada mais é que a Palavra

viva de Deus em nosso espírito. Se algum conhecimento não gera em nós uma novamedida de fé então esse conhecimento é da mente, é puramente intelectual.

Quando a revelação de Deus vem, o nosso coração se aquece numa fé edisposição nova. Crescer em fé, é crescer em revelação. A revelação é como a luzHoje, enxergamos como uma vela, amanhã como uma lâmpada de cinqüenta Wattsdepois de cem, de mil, até ser como um holofote. Não devemos nos contentar com onível de revelação e fé que já alcançamos, antes devemos avançar para níveis novos.

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3) Revelação gera mudança

Depois de recebermos revelação do Senhor, nunca mais seremos os mesmospois a revelação nos transforma.

Em Mateus 16: 16 nós vemos Pedro fazendo uma grande declaração a Jesus

"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". “Sobre esta afirmação de Pedro Jesus disse:Bem aventurado és Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou

mas meu Pai que está no céu. ““. E o Senhor depois acrescenta: Também digo que tu

és Pedra... Aleluia! Pedro antes era Simão. Simão quer dizer frágil, mas agora fotransformado em Pedro, rocha. Pedra é da mesma natureza de Jesus. O quetransformou Pedro? Jesus disse que foi a revelação que ele recebeu do Pai. A cadanova revelação que recebemos somos transformados de glória em glória atéalcançarmos a semelhança de Jesus.

Não precisamos nos esforçar para nos mudar, nos transformar, precisamo

apenas conhecer o Senhor por revelação no espírito. Quando isso ocorrenaturalmente somos transformados. Quando alguém diz ter revelação de algumaverdade, mas esta revelação não o transformou de forma alguma, então a suarevelação é questionável. Revelação gera mudança de vida.

Se em sua vida não tem havido mudanças, está faltando luz sobre a Palavra

Alguns reclamam dizendo que estou sempre mudando. Graças a Deus, mudo econtinuarei sempre mudando. Não sou o mesmo do ano passado e não serei o mesmono ano que vem. Se tenho uma Palavra queimando em meu coração, a minha vidatem de estar constantemente em crescimento e transformação.

4) A Revelação nos sustenta na tentação

Quando uma verdade é aprendida só na mente, ela não nos ajuda na hora doataques do diabo, mas quando é algo que queima em nosso coração, podemos lançamão dela sempre que for necessário, porque sempre haverá fé para destruir a açãodo inimigo. A Palavra que vem do espírito, dentro de nós, destrói as obras do diabo Toda Palavra que sai do espírito é Palavra de Deus. .

Podemos concluir que a revelação se manifesta pelo menos de quatrmaneiras: gerando vida, gerando fé, transformando a vida e provendo-nos livrament

na hora da batalha.A revelação é progressiva, é como a luz da aurora que vai brilhando mais e

mais até ser um dia perfeito. (Provérbios 4: 18). Antes, andávamos em trevas, maagora a cada dia recebemos nova medida da luz de Deus. Hoje vemos obscuramentemas vem chegando o dia em que o veremos face a face tal qual ele é. (I Coríntios 1312).

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O Logos e o Rhema

Lendo nossas Bíblias em Português, não conseguimos distinguir dois termosusados no original que são igualmente traduzidos como "Palavra" em nosso idiomaEsses dois termos são logos e rhema. Esses termos são traduzidos unicamente como"Palavra" porque são vistos como sinônimos, porém, o Espírito Santo escolheu tais

termos para nos mostrar a tremenda diferença que existe entre a Palavra escrita e aPalavra viva. Vejamos alguns exemplos bíblicos onde encontramos os termos logos erhema:

a) O Logos

Logos é a Palavra escrita. É aquilo que Deus falou e que foi registrado paranossa orientação. Ela contém o que Deus falou anteriormente pelos profetas e pomeio do Filho (B.1: 1-2). E esta a Palavra que nós ministramos; não ministramopalavra de homens. Precisamos estar familiarizados com esta Palavra, pois o

conhecimento da letra da Bíblia é extremamente importante. Vejamos alguns textoem que no original se usa o termo Logos, e qual deve ser a nossa atitude para com apalavra escrita.

"Se alguém me ama guardará a minha palavra (lagos)". João 14:23.

"Lembrai-vos da palavra que vos disse (logos)".João 15:20.

"Santifica-os na verdade, a tua palavra (logos) é a verdade". João 17: 17.

"Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra (logos)". Atos

64.

'“‘A palavra (logos) de Deus crescia”. Atos 6:7.“Retendo a palavra (logos) da vida” . Filipenses2:16.

“... Criado com as boas palavras (logos) da fé". I Timóteo 4:6.

“...Que maneja bem a palavra (logos) da verdade". II timóteo 2: 15.“Prega a palavra (logos)". II Timóteo 4:2.

“Porque a palavra (logos) é viva e eficaz” . Hebreus4:12.

“...Não está experimentado na palavra (logos) da justiça” . Hebreus 5: 13.

“E sede praticantes der palavra (logos)”. Tiago 1:22.

"A   palavra (logos) de Cristo, habite em vós abundantemente (ricamente)"

Colossenses 3: 16. A Palavra escrita deve habitar em nós ricamente. Deve estadentro de nós abundantemente. Devemos ler, meditar e decorar esta PalavraDevemos estar entre aqueles que o simples mencionar de um fato das escrituras é osuficiente para que saibamos o seu conteúdo (pelo menos em linhas gerais). Isso éfundamental, pois sem o conhecimento da Palavra escrita, nunca chegaremos à

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experiência da Palavra viva (Rhema). O logos é o fundamento do rhema. Como jáaprendemos anteriormente, primeiro é o natural, depois o espiritual. Primeirodevemos ter a mente cheia do logos para que o Espírito Santo nos traga o rhema.

"Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes e a  palavra (logos) de Deus está emvós e já vencestes o maligno". A característica dos jovens é a força, mas não a força

natural, e sim a espiritual. O jovem aqui em sua luta contra o Diabo, é como o Senho Jesus, quando foi tentado por Satanás. O inimigo citou para ele trechos das escriturasporém, o Senhor o combateu, usando a própria escritura, afirmando: "Está escrito(Mateus .4:4, 7. 10).

b) O Rhema

Apesar de ser traduzida à semelhança do Logos, como Palavra naBíblia, o Rhema tem um significado muito diferente de Logos. Enquanto o

Logos é a Palavra falada no passado e que se tornou escrita, o Rhema é a Palavra

que Deus está falando conosco pessoalmente, é aquela palavra que está queimando

em nosso coração. Vejamos algumas passagens no Novo Testamento em que apalavra Rhema é usada.

Em Mateus 4:4 Jesus respondeu: "Está escrito: Não só de pão viverá o homem

mas de toda palavra (rhema) que procede da boca de Deus". O termo usado aquno original grego é o Rhema. Isso significa que o Logos, a palavra escrita, não podenos alimentar, somente o Rhema pode nos nutrir em nosso espírito. Tanto o Logoscomo o Rhema são a Palavra de Deus, mas a primeira é a Palavra escrita na Bíbliaenquanto a última é a Palavra de Deus falada a nós em uma ocasião específica.

Certa vez, um irmão recebeu a notícia de que seu filho fora atropelado. O

irmão, logo abriu a Bíblia aleatoriamente e leu em João 11 :4:I/Esta enfermidade não

é para morte". O irmão ficou em paz e chegou mesmo a se alegrar. Quando, porémchegou ao lugar do acidente, descobriu que seu filho morrera instantaneamente. Seráque o que está relatado no Evangelho de João então não é verdade? É a Palavra deDeus, mas é Logos e não rhema.

“A fé vem pelo ouvir  (literal) e o ouvir pela palavra (Rhema) de  Crista”

Romanos 10: 17. Aqui, novamente a Palavra é Rhema e não Logos.Isso nos mostra que o que gera fé não é simplesmente ler a Bíblia, mas é ter a

palavra queimando em nosso coração pelo Espírito Santo.

 Todos conhecemos muitos trechos da Bíblia. Certo dia, porém, um texto que já

antes conhecíamos e até sabíamos de cor, assume um frescor, uma vida, uma codiferente. Aquela verdade começa a nos aquecer. o coração, gerando fé. Deus estáfalando conosco. Antes, sabíamos genericamente, mas agora Deus falouindividualmente conosco. Todo Rhema é baseado no Logos. Não podemos ter o Logosem o Rhema.

“As palavras (Rhema) que eu vos digo são espírito e são vida".   João 6:63Somente o Rhema é espírito e vida, na verdade, o Logos sozinho não pode dar vida

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pode até mesmo matar, porque a letra mata.

Em Lucas 1:38, Maria disse: “ Aqui - está a serva do Senhor; que se cumpra emmim conforme a tua palavra (rhema)". Antes, Maria tinha as  palavras do  profeta

[saías 7: 14: "Eis que a virgem conceberá e dará luz um filho", mas agora ela tem aPalavra falada especificamente a ela: "Você conceberá e dará à luz um filho”l. Fo

por ter recebido esta Palavra que Maria concebeu e tudo se cumpriu. Deus falou comela o mesmo texto que estava escrito, mas quando Deus falou, a Bíblia usa aexpressão Rhema ,indicando que é a palavra viva.

Em Lucas 2:29 ,Simeão disse: “Agora, Senhor despedes em  paz o teu servo

segundo a tua palavra". A Palavra aqui é Rhema. Antes de o Senhor Jesus vir, Deusfalou a Simeão que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Mas, no dia emque Simeão viu o Senhor Jesus, ele disse: "Agora, Senhor despedes em  paz  o teu

servo conforme a tua palavra". Simeão tinha o Rhema do Senhor.

Bibliografia

Compilado de:Princípios de Revelação - Pr. Aluízio A. Silva. Videira Igreja em Células

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PARTE IIANDANDO NO ESPÍRITO

“Se vivemos no espírito, andemos também no espírito” (GI5:26)1I... “Isto que

andamos por fé, e não pelo que vemos”. (lI Co.5: 7)

Depois de entendermos a constituição básica do homem, precisamos entendecomo se processa a obra de Deus em nós e como devemos colaborar com Deus. --:

1) Com relação ao nosso espírito, precisamos exercitá-lo a fim de sermoguiados por Deus.

2) Com relação a nossa alma, ela deve ser transformada pela renovação denossa mente.

3) Com relação ao nosso corpo, ele precisa ser disciplinado.

O nosso espírito já foi regenerado. Quando Adão pecou, ele morreu para Deus e junto toda a raça humana. Sendo assim, a primeira coisa que Deus precisa efetuar nohomem é o novo nascimento ou a regeneração.

Uma vez que fomos regenerados, a vontade de Deus é nos dirigir através doEspírito Santo que habita em nosso espírito. Simultaneamente, Deus espera quecooperemos com Ele exercitando o nosso espírito para obedecê-lo. Precisamos entãoser guiados por Deus no espírito e exercitar o nosso espírito para ouvir de Deus.

O Espírito Santo habita dentro de nós. O poder de Deus está em nós. A saúdede Deus está em nós. A natureza de Deus está em nós. A bondade, a justiça, o amode Deus, tudo isso reside dentro do nosso espírito recriado. Não precisamos buscaestas coisas, precisamos é ter revelação de que elas já estão dentro de nós. Nótemos a mente de Cristo, a unção do santo e tudo aquilo que é necessário para umavida santa e plena já foi colocado dentro de nós, pela pessoa do Espírito Santo. Umavez que andamos no espírito, todas as realidades do Espírito Santo de Deus quehabita em nosso próprio espírito se tomarão realidades em nós.

 Todos nós éramos como um enfermo portador de vários tipos de doençasDepois que o médico fez o diagnóstico, deu-lhe a receita para que tomasse váriotipos de remédios: cada um para uma doença. a farmacêutico, então. colocou todosos medicamentos dentro de uma única seringa. Esse conjunto de medicamentos foi adose que resolveu todas as suas enfermidades. A mesma coisa Deus fez em nós. Eleinjetou em nós uma dose que resolve todas nossas necessidades, essa dose é oEspírito Santo. Precisamos entender no Espírito que tudo o de que necessitamos parauma vida com Deus já nos foi dado por meio do Espírito Santo que em nós habita. Se

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precisamos de poder, Ele é o poder. Se precisamos de amor, Ele é o amor que foderramado em nossos corações. Se precisamos de entendimento, todos os tesouroda sabedoria estão ocultos Nele. Portanto, todas as coisas já estão completadas emnosso espírito.

O que precisamos aprender hoje é como sermos guiado pelo Espírito e

dependermos dele em todas as nossas necessidades. A vida cristã é constituída deduas substituições: a primeira foi na Cruz onde O Senhor Jesus morreu em nossolugar, e a segunda é no nosso dia-a-dia onde o Espírito Santo quer viver em nossolugar sendo a nossa própria vida.

Para melhor entendermos a vida no Espírito, vamos dividir o nosso estudo emtrês princípios bem simples: A vida no Espírito implica em três coisas: andar por féandar pela cruz e andar no sobrenatural.

PRIMEIRO PRINCÍPIO DOANDAR NO ESPÍRITO: ANDAR EM FÉ

A maneira de entendermos o padrão da vida no Espírito é compreendendocomo foi o primeiro pecado. O pecado desviou o homem do padrão de DeusConhecer o desvio já nos ajuda a determinar o caminho de volta ao modelo de Deus.

O primeiro pecado: Incredulidade

Se entendermos como surgiu o primeiro pecado do homem, poderemoentender como os outros surgem, pois o princípio do pecado é o mesmo (Gn.3:1-6)

.

O primeiro pecado não foi terrível, do ponto de vista da aparência. Não eraobsceno, não era pornográfico, não era escandaloso, não era feio de se ver. Adão eEva apenas comeram da fruta, nada mais do que isso.

O primeiro pecado deu origem a todos os outros, pois o princípio que ogovernou, governa todos os outros, embora possam surgir de formas diferentes.

Como é isso? No princípio, o homem andava no espírito. A Bíblia diz que" àtardinha, Deus vinha ter comunhão com o homem, todos os dias". Isso

indiscutivelmente, é uma relação espiritual, pois Deus é Espírito. O homem era umser guiado pelo espírito naqueles dias. O espírito é o ponto central na vida do homemA alma era como um servo, em relação ao espírito. Mas com o pecado, aconteceualgo dentro do homem: o seu espírito morreu para Deus e a sua alma cresceutomando-se o centro do seu ser. O homem passou a ser carne. O propósito de Deusdesde então, é nos restaurar à posição que Adão desfrutava de comunhão com Ele. Enão apenas isso, pois nós hoje temos mais que Adão teve: Deus entrou em nosso

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espírito humano recriado, tomando-se a nossa vida. Adão nunca comeu da "árvore davida", nós, porém, hoje, podemos comer dela, pois a árvore da vida é o Senhor Jesus.

Mas qual foi a essência do primeiro pecado? Podemos dizer que o pecado semanifestou por três princípios. O   primeiro princípio foi a incredulidade. Oprimeiro pecado foi o da incredulidade. Eva preferiu acreditar no que o diabo disse aacreditar no que Deus dissera: "se comeres, vais morrer". O diabo veio e desmentiuDeus, dizendo: "é certo que não morrereis".

Certa vez, pregando a um homossexual, ele me disse: "é impossível eu deixa

de ser o que sou". E eu lhe respondi: "Isso é o que o diabo diz, mas Deus diz que sevocê crer, você se tornará uma nova pessoa, uma nova criatura. O mundo diz: “vocênunca pode mudar, pra você não há libertação, você nasceu assim e vai morreassim”. Pode até virar crente, mas vai continuar sendo o que era, pode até nuncafalar sobre isso, mas continuará sendo" Isso é o que o mundo e o diabo dizem. MaDeus diz que se você crer, será nova criatura - é uma questão de ser e nãosimplesmente de fazer. Você é nova criatura. E eu disse àquele homossexual: "diante

de você têm duas afirmações: a de Deus e a do diabo. Qual você escolhe?" A basedessa escolha é uma questão de "em quem vou crer?" Devemos sempre colocar parao homem essa mesma escolha, pois foi nesse ponto que o pecado surgiu: quandoAdão e Eva preferiram confiar no diabo a confiar em Deus. "Seja Deus verdadeiro ementiroso todo homem". Deus não pode mentir, Ele é completamente fiel àquilo quediz.

Eva duvidou da Palavra de Deus e aqui começou o problema da carne. E paraentrarmos agora na dimensão do espírito, devemos cumprir a primeira condição"Andar em espírito implica em andar em fé". Se não andamos em fé, então não

estamos andando no espírito - "andar no espírito é andar em Fé.Andar no Espírito e andar em fé se misturam na Bíblia. Em Hb 11:6, lemos que"sem fé é impossível agradar a Deus"; e, em Rm.8:8, lemos que "os que estão ncarne não podem agradar a Deus". Observe estas duas colocações: em Hebreus, oincrédulos não podem agradar a Deus e, em Romanos, os carnais também nãopodem agradá-lo. Logo, por associação, dizemos que os carnais são tambémincrédulos - são a mesma coisa. Carnalidade é sinônimo de incredulidade. Aqueleque estão na carne são facilmente percebidos, pois eles são incrédulos, indiferentes einsensíveis.

Fé é sinônimo de vida no espírito. Se alguém anda no espírito, invariavelmenteficará cheio do Espírito. Uma pessoa que anda no espírito, pode facilmente sereconhecida, pois naturalmente expressará a vida. Quando falo de vida, não estou mereferindo à vida prática - retidão, integridade - tudo isso um cristão deve ter; estoufalando de algo mais tênue, subjetivo. Refiro-me a algo que não sabemos de ondevem, nem para onde vai. Quando olhamos a pessoa, sentimos algo diferente nela.

O que significa andar em fé

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1) Renunciar ao esforço próprio

Andar em fé implica em abrirmos mão do que vemos, do nosso esforço próprioe do nosso entendimento próprio. Isto quer dizer que andar no espírito tambémimplica em renunciarmos a estas três coisas: andar por vista, por esforço próprio e por entendimento próprio. Todo carnal anda pelo esforço próprio. A fé pressupõe

dependência de Deus. Se andarmos pela nossa força, não precisamos exercer fé. Aprincipal característica da vida de fé é o descanso. Hebreus 4:3 diz que "os que

crêem entram no descanso". Os que andam no espírito andam em descanso. É comoum barco no meio do mar, não tem que se esforçar, é só deixar-se levar pelo ventoNós somos os barcos, o vento é o Espírito. Veja que este descanso não é lazer, não éretiro e nem férias. Podemos ir a estes lugares, em todas estas formas de descanso emesmo assim não descansarmos. O verdadeiro descanso é poder dizer: "Senhor, étu quem faz não eu. Não sou eu quem salva, és tu, Senhor. Não sou eu quem

santifica, és tu, Senhor ". Se ficarmos angustiados cada vez que temos de pregar, ese a ansiedade aumenta a ponto de a vida perder o sabor, é porque tem faltado o

descanso "Resta um descanso para o  povo de Deus". A obra de Deus não se faz nocansaço, não se faz na fadiga, não se faz com suor: se faz na dependência do Senhor

Ezequiel44: 17 dá uma orientação clara àqueles que trabalham no templo: "Eserá que quando os sacerdotes entrarem pelas portas do átrio interior, usarão vestede linho, não se porá lã sobre eles, quando servirem nas portas do átrio interiordentro do templo. Tiras de linho lhes estarão sobre as cabeças e calções de linhosobre as coxas, não se cingirão a ponto de lhes vir suor". Na obra de Deus não podehaver suor. Nós somos sacerdotes levitas, encarregados de servir na casa do Senhoe, quando servimos ao Senhor, não pode haver suor. Qual é o significado do suor?

Gênesis 3: 19 fala que o suor é maldição, por causa do pecado. Suor é símbolo dmaldição, mas graças a Deus que, por meio de Jesus Cristo, nos libertou de toda amaldição do pecado. É bom demais servir a Deus. Não temos de suar, não temos deviver no cansaço. “É como diz o cântico: É meu somente meu todo o trabalho, e o teutrabalho é descansar em mim”. Essa é a Palavra de Deus para nós.

Fico preocupado com pastores e líderes que têm estafa. Estafa não está noplanos de Deus para nós. Estafa é maldição. Observe que aqueles que trabalham emserviço braçal não têm estafa, deitam e dormem o sono do descanso. Mas hpastores e líderes que não dormem à noite, ficam uma, duas, três, quatro noites

acordados,até que lhes vem uma estafa. Não é um cansaço físico, mas mental, daalma. Aqueles que se achegam para servir no santuário não podem suar lá dentro

Não temos mais de suportar a maldição do pecado, pois Jesus já suou o nosso suopara que Nele tenhamos descanso. O Senhor suou no Getsêmane o suor que noscabia. Não precisamos nos esforçar até suar, Ele já suou por nós. Não temos o quefazer com suor, pois Ele já fez tudo por nós.

Alguém pode perguntar: "não temos mais nada?” Nada! "Mas e quem va

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pregar o Evangelho? "Não somos nós quem pregamos, somente a boca é nossa, oresto é trabalho do Senhor. Muitos ficam se cobrando o tempo todo: "tenho depregar; preciso pregar". É como uma paranóia, uma obsessão. Deus me livre de dizeque não devemos pregar, não falo disso. Ouça-me, se andarmos no espíritopassaremos vida. A vida é algo que sai de nós, sem que percebamos, ou sem que nosesforcemos. Se tivermos vida, os outros perceberão. É aquele princípio que diz "aboca fala do que o coração está cheio". Se o nosso coração está cheio da vida deDeus, como um rio de água viva, naturalmente, a boca vai manifestar o que está ládentro. Não há trabalho nenhum nisso, é uma questão de ser espontâneo e de tevida fluindo do espírito. Quando você se enche do Senhor no descanso, naturalmentevocê vai fazer a obra de Deus. A obra do Senhor tem de ser espontânea em sua vida Tem de ser gostosa de se fazer. Tem de ser empolgante ser líder: a idéia de sepastor tem de ser agradável à mente. É bom trabalhar para o Senhor. Porque o nossotrabalho é descansar Nele.

Vemos que o primeiro aspecto de andar em fé é abrir mão do esforço próprio, e

entrar no descanso de Deus. Se andamos em espírito, andamos também emdescanso.

2) Não andar por vista

O segundo aspecto importante para frisarmos é "não andar por vista". II Cordiz: "andamos por fé e não pelo que vemos".

 Tenho sempre comigo uma regra: enquanto o que vejo bate com a Palavra deDeus, continuo vendo; quando, porém, não bate mais, ignoro o que estou vendo, efico somente com a Palavra de Deus. Note que é um estilo de vida louco, é loucura

para o mundo. Uma das situações em que isso pode ser mais facilmente observado écom relação às enfermidades. Muitas vezes, insistimos em olhar para os sintomas dadoença, em vez de olharmos para a Palavra de Deus. Se a Palavra diz que o Senhor jálevou as nossas enfermidades na cruz, devemos rejeitá-las, e passar à verdade daPalavra, independentemente daquilo que estamos vendo ou sentindo. Não é mentipara nós mesmos dizendo que não estamos doentes, mas é declarar a Palavra, eignorar os sintomas da doença. Poucos de nós fazemos isso, preferimos andar povista; isto é, na carne. Andar por vista é característica do carnal. Se insistirmos emandar por vista, seremos escravos do natural. As circunstâncias irão facilmente nos

desanimar, e tenderemos a ficar prostrados. Se eu ficasse olhando a formasuperficia1 de alguns adorarem a Deus, ficaria desanimado e nem iria mais dirigir olouvor. Se eu ficasse olhando o grande número de crentes infantis, iria desistir defazer a obra de Deus. Se eu ficasse olhando as diferenças pessoais e a postura dealguns líderes, nunca iria crer na unidade da mente e do coração. De maneira quedevemos ter um olhar profético: andamos pelo que cremos que será e não pelo que odiabo quer nos mostrar. Vejo um povo que adora a Deus, um povo forte quemanifesta o reino de Dele, uma liderança ungida, que ministra em unidade. Creio e

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sei que na dimensão do Espírito já é assim, ainda que com os meus olhos naturainão o veja.

O segundo aspecto do andar em fé, então, é não andar segundo a vista.

3) Renunciar ao entendimento próprio

Vimos que há aqueles que andam pelo esforço próprio, há os que andam povista, mas há também os que andam pelo seu próprio entendimento. A Palavra deDeus diz que no princípio Deus criou Adão e Eva e os colocou no Jardim do Éden. Láhavia duas árvores: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Aárvore da vida aponta para a vida de Deus. Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida"Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens". (Jo.14:6 e 1 :4). A luz significa quepela vida, eu posso ter luz, ou seja, posso conhecer a realidade última das coisas. Avida de Deus, que agora está em nós, se manifesta como luz em nosso espírito. Éuma sensação de clareza, de entendimento. Deus queria que Adão comesse daárvore da vida e vivesse por essa vida. Ele não iria conhecer nada - nem o bem, nem

o mal, nem o certo, nem o errado - e a vida iria guiá-lo em todas as circunstânciasEntretanto, sabemos que ele pecou, comendo da árvore do conhecimento, e Adão eEva passaram a conhecer o bem e o mal. E, desde então, o homem passou a sedirigido segundo o que é certo ou errado. Mas, ouça-me, ser cristão não é umaquestão de entender se algo é certo ou errado, se é moral ou imoral e nem mesmo seé ou não uma questão ética. Ser cristão é andar pela árvore da vida, isto é, andasegundo a vida que está em nós, e que Adão nunca teve. Essa vida é a luz e nosdirige em toda a vontade de Deus.

Alguns irmãos antes de fazerem alguma coisa perguntam: "será que isso é

certo ou é errado? Será que é pecado ou não?" E pensam que com isso estãoagradando a Deus. Isso é andar pelo entendimento e não por fé, na direção da vidado espírito. Porém, a Bíblia diz: "Tudo o que não provém de fé é pecado" (Rm. 14:23)Aqueles que agem assim estão andando segundo a árvore do conhecimento do bem edo mal. Isso pode até parecer piedoso e bem intencionado, mas não provém dadependência e fé em Cristo, é, portanto da carne. Se antes de fazermos alguma coisadissermos: "isto não é errado, não é pecado, não escandaliza, não ofende e nem fazmal a ninguém, estaremos agindo segundo o entendimento do certo e do errado, enão pela vida.

Querido, você ainda vai descobrir que muitas coisas que não são erradas, quenão escandalizam e nem são sujas são reprovadas por Deus. Porém, não devemonos preocupar em  proibir  ninguém de coisa alguma. Não devemos ser escravos dcódigo de conduta, de códigos morais e normas de certo e de errado. O importante éaprender a andar no espírito. Podemos seguir piamente um código e ainda assimvivermos na carne. O que importa não é conhecermos o que se pode e o que nãopode fazer. O que importa é conhecer a vontade de Deus. Há muitos irmãos quequerem tudo prontinho, querem normas e regras sobre regras. Precisamos é ensiná

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los a ouvirem o espírito, e, naturalmente, eles vão fazer a vontade de Deus. Seandarmos por entendimento, não dependeremos de fé no Espírito; por isso, os queandam pelo entendimento próprio não podem agradar a Deus. O que eles fazem nãoprovém da fé, e isso é carne. Quando o Senhor fala, há fé. Quando Ele fala conoscosempre manifestamos uma convicção e certeza resolutas. Mas quando Ele não falahá confusão e dúvida. Nunca façamos nada na base da insegurança e incerteza, poicertamente não provém de Deus. As coisas do Espírito são também na base da fépois andar no Espírito implica em andar por fé. E tudo o que não provém de fé oudependência de Deus é carne.

. Quando estivermos aconselhando uma pessoa, não devemos dar lhe as coisaprontas, devemos antes estimulá-la a usar o seu próprio espírito para que possadiscernir a direção de Deus. Só há crescimento quando Deus fala. As palavrahumanas podem ser boas, mas somente quando Deus fala há transformação evida. Só há crescimento quando aprendemos a ouvir a Deus. Muitos discipuladoresestimulam seus discípulos a serem seus dependentes. Este não é o propósito de

Deus, pois o discipulador deve permitir que o discípulo aprenda a ouvir e a dependede Deus. Se o discipulador sempre fala qual é a vontade de Deus, o discípulo nuncavai aprender a discerní-la por si mesmo, e isso é lamentável.

Com relação a "andar em fé". três coisas são consideradas como da carneCarne é andar pela força própria, pela vista e  pelo entendimento próprio

Andar em fé é o oposto: andar no descanso de Deus, ignorar a vista e renunciar opróprio entendimento.

Antes, porém, de avançarmos devemos entender que a direção do Espíritonunca está fora da Palavra de Deus. Deus e a sua Palavra se misturam. Assim como

eu sou aquilo que eu falo, Deus é aquilo que Ele fala. A Palavra é o seu retrato. CreNele é crer na sua Palavra. Se alguém diz crer em Deus e não crê na Bíblia, estámentindo, pois é impossível crer em Deus e não crer no que Ele diz.

Se quisermos "andar no Espírito", devemos andar pela fé na Palavra de Deus

Na prática as duas coisas se misturam.A necessidade de crescer em fé

Nós podemos crescer na vida espiritual. O crescer espiritual está muitorelacionado com o crescer em fé. Quero compartilhar dois princípios básicos que nolevam a avançar em novos níveis de fé: crescemos em fé conhecendo a Palavra - peloespírito, por revelação - e crescemos confessando a Palavra. Uma parte só nãoresolve, temos de conhecer a Palavra por revelação e temos de confessá-la com osnossos lábios.

A revelação da Palavra

“Para que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos conceda

espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento Dele, iluminados oolhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qua

a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu38

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 poder para com os que cremos..”. “(Ef. 1: 17-18)”.

Em primeiro lugar, a revelação surge quando há um coração ensinável. Se me jugo conhecedor de todas as coisas, quem estará apto para me ensinar?

Devemos também ter um coração que se humilha. Não devemos ter umaatitude de constrangimento em aprender com quem quer que seja. Ouça. Se vocêcom soberba disser: "não vou aprender com aquele irmão, vou buscar de Deus eaprender sozinho". Deus não vai falar com você. Deus resiste ao soberbo mas dgraça aos humildes. Se eu souber que um líder qualquer em Goiânia está fluindonuma área da Palavra, vou lá aprender com ele e Deus vai falar comigo. Mas se eudisser: "eu sou pastor igual a ele, Deus vai falar comigo também." Isso é soberba enunca vou crescer dessa maneira.

No Novo Testamento, encontramos duas expressões que são traduzidas para oportuguês como "palavra". São as expressões "Logos" e "Rhema".

Lagos é a palavra escrita, é a letra, é o que está registrado nas Escrituras.Rhema é a palavra viva revelada pelo Espírito e que queima em nosso coração

A confissão da Palavra de Deus“Porque com o coração se crê e com a boca se confessa a respeito d

salvação". (Romanos 10: 1 O). A nossa fé precisa ser cultivada à maneira de Deupara reforçarmos a fé e abrirmos a boca. Não basta orar com o coração, é precisotambém confessar com a boca. Muitas vezes, Deus vem com um entendimento fortena Palavra, a respeito de uma verdade, mas muitas vezes, com o tempo, noesquecemos daquela verdade. Por que isso acontece? Porque deixamos de falar nelaDeixamos de confessá-la, de contar , para os outros, de ensinar e até mesmo de

pregá-la. Se fecharmos a boca, com o tempo perderemos aquele entendimento vivoe tudo se tomará apenas conhecimento mental. Mas existe um outro lado muitoimportante, mesmo que ainda não tenhamos revelação de uma verdade. Se abrirmoa boca e começarmos a confessá-la, logo ela vai começar a gerar fé em nós. Vemoentão que a confissão não apenas  preserva a revelação recebida mas também noabre o espírito para novas revelações.

Mas o que é confessar? Há uma maneira bem simples de memorizarmos o quedevemos estar constantemente confessando: Eu devo confessar:

•O que Deus diz que é.•

O que Deus diz que tem.•O que Deus diz que faz.

• O que Deus diz que sou.

• O que Deus diz que tenho.• O que Deus diz que faço.

A base da nossa fé é aquilo que Deus diz. A palavra é o trilho pelo qual nóandamos. Aprenda tudo aquilo que Deus diz que é, e confesse constantemente, você

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vai perceber que a sua fé gradualmente vai se fortificar 8 crescer.

O QUE DEUS DIZ QUE EU SOU:Eu sou nova criatura (I Cor.5: 17).Eu sou templo do Deus vivo. (I Cor. 6: 16).

Eu sou como árvore plantada junto a ribeiros de água, que no devido tempo dáo seu fruto e tudo quanto faço sou bem sucedido (SI. 1:3).

Eu sou forte e ativo porque conheço o meu Deus (Dn.ll :32).

Eu sou mais que vencedor por meio daquele que me amou (Rm.8:37).Eu sou zeloso de boas obras (Tt.2: 14).Eu sou um ganhador de almas e por isso sou sábio (Pv. 11:30). Eu sou feitura

Dele, portanto sou belo (Ef.2: 10).

O QUE DEUS DIZ QUE EU TENHO:

O amor de Deus está derramado em meu coração (Rm.5:5). A unção do Santopermanece em mim (I Jo.2:27).

Deus me tem dado autoridade sobre todo o poder do inimigo e nada mecausará dano (Lc.10: 19).

Posso todas as coisas naquele que me fortalece (R.4: 13).Deus me deu espírito de poder, de amor e de moderação (11 T m. 1: 7).Maior é o que está em mim do que aquele que está no mundo ( I Jo.4:4).Deus sempre me faz triunfar em Cristo Jesus (11 Cor. 2: 14).Eu tenho sido abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiõe

celestes, em Cristo Jesus (Ef.1:3).Eu tenho o poder do Espírito Santo (Mq. 3:8).

O QUE DEUS DIZ QUE EU FAÇO:

No nome de Jesus, eu expulso demônios, falo novas línguas, pego emserpentes; se beber alguma coisa mortífera não me causará dano; imponho as mãossobre os enfermos e eles são curados (Mc.16: 17). Eu venço o diabo pelo sangue doCordeiro e pela palavra do meu testemunho (Ap.12:1).

SEGUNDO PRINCÍPIO DO ANDAR NO ESPÍRITO: ANDAR PELA CRUZ

Para gerar incredulidade em Eva, o diabo procurou usar de estratégias. Oconhecer suas estratégias e guerrear contra ele.

A primeira área que o inimigo atacou foi a bondade de Deus. Ele disse: "Deusnão deve ser bom, caso contrário, não teria proibido comer da árvore". Nuncadevemos permitir que em nossa mente haja a mínima insinuação satânica de que

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Deus não é bom, isso não é verdade. Essa é muitas vezes a forma que o inimigoencontra para gerar incredulidade em nós.

Durante muito tempo, convivi com muitos medos dentro de mim. todos elesrelacionados com a dúvida sobre a bondade de Deus. Tinha medo de ser pastoporque achava que a vida das ovelhas não estaria em boas mãos; poderia ser que na

hora crucial Deus faltasse. Tinha medo até de orar, pois eu pensava que se orassemuito, Deus resolveria enviar-me para o meio dos índios, e disso eu tinha medo. Vejaque a minha vida foi por muito tempo bloqueada em virtude de eu ter duvidado dabondade de Deus. E ele é bom, Aleluia !

A segunda área que ele atacou foi o caráter de Deus. Ele disse que Deus nãoera reto, pois havia mentido. Certamente, o homem não morreria se comesse daárvore. Ora, se Deus era mentiroso, não valia a pena confiar Nele, daí também surgiua raiz da incredulidade. É impressionante vermos como o povo de Deus tem engolidoesses dois ataques do inimigo. Muitos afirmam, categoricamente, que Deus é mauporque foi Ele quem lhes mandou doenças. Muitos procuram pastores para receberemoração dizendo: "Pastor, ore por mim por que a mão de Deus me feriu com esta

enfermidade. Ora, se foi a mão de Deus que feriu, eu não posso orar; se é a vontadede Deus, certamente ele não me ouvirá. Penso que as pessoas que têm essa posiçãonão deveriam nem mesmo ir ao médico, pois se foi Deus quem mandou, o homemnão pode desfazer. E se Deus mandou a doença, ela é uma coisa boa, pois Deus sónos dá coisas boas. Qual o pai teria coragem de mandar câncer para seu filho? Pois senós sendo humanos não agimos assim, muito menos o Senhor. Deus é mentiroso. Nãofalamos isso descaradamente, como fez o inimigo, mas aceitamos a sugestão de quenem tudo o que está escrito acontece hoje em dia. A Bíblia realmente diz que Deus

cura, mas hoje Ele não cura mais. Se Deus não cura mais, então Ele é mentiroso, poisDeus nunca muda, sempre é o mesmo e, se Ele curou no passado e não o faz mais, aSua Palavra é falsa, pois mudou com o tempo. Se existe alguma coisa que Deus nãofaça mais em Sua Palavra, ela é indigna de confiança, pois como vou ter certeza deque alguma coisa pode ser feita hoje ou não?

Se desejamos andar no espírito, devemos desmentir o diabo e confessar tudoaquilo que Deus diz que é, tudo aquilo que Ele diz que faz e tudo aquilo que Deus dique tem: "Eis que as suas mãos não estão encolhidas para não poder abençoar enem surdos os seus ouvidos, para não poder ouvir". A vontade de Deus para nós é a

saúde, a vida, a prosperidade e a paz.A terceira área que o diabo atacou foi a santidade de Deus, dizendo que Deu

não queria que ninguém conhecesse o bem e o mal, que Deus não queria queninguém fosse como Ele, que Deus queria ser o único. Aquilo que Satanás desejou nasua soberba e aquilo que Adão e Eva buscaram na sua desobediência, Deus agoranos concede, gratuitamente, por meio de Jesus Cristo. Eles queriam ser como Deus enós agora nos tomamos Seus filhos, gerados pela Sua semente. Nisto, Deus prova a

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Sua santidade, pois nos concedeu aquilo que foi acusado de não querer compartilhara Sua natureza divina.

Como originou-se o primeiro pecado, certamente, os outros pecados soriginam, pois todo pecado tem no seu centro o egocentrismo.  Todo pecado, emsua origem, é o ego em ação. A independência é a forma específica de como o ego semanifesta: "eu tenho minhas opiniões, meus desejos, meus alvos, minha identidade"Quando o homem optou por comer da árvore do conhecimento, o seu Ego e a suaalma foi aumentada e passou a ser o centro da personalidade humana. O propósitode Deus era e é de que o espírito humano fosse o centro, mas o pecado transformouo homem em algo da alma. O homem se tomou almático. O espírito morreu, o ego setomou o centro; por isso o homem passou a ser egoísta, egocêntrico.

A melhor maneira de definirmos o pecado é entendermos que é  pecado tudo

aquilo que tem origem no ego.  Tudo aquilo que é feito independente de Deus pecado. Nesse sentido, qualquer coisa pode ser pecado, desde que feitindependentemente de Deus. Pode ser pregar, orar, ou qualquer outra coisa piedosa

se é feita por iniciativa do ego, é carne; e, portanto, é pecado aos olhos de Deusainda que aos olhos dos homens seja algo normal.

Mas podemos ver também que atrás de todo fruto da carne tem também o egoem ação. O que é inimizade? É quando o ego não é reconhecido. O que é raiva ? É oego contrariado. O que é ciúme?É o medo de o ego ser suplantado. O que é divisão ?o ego que sempre está certo e nunca abre mão. O que é inveja? É quando o ego nãosuporta que o outro tenha algo e ele não. Poderíamos analisar cada pecado eobservar que o princípio subjacente a todos eles é a ação do ego.

Assim como todo pecado consiste no egocentrismo, toda virtude consiste no

oposto, no altruísmo. Enquanto o egocentrismo é colocar a si mesmo nocentro, altruísmo é colocar o outro no centro. O que é amor? É esquecer-se desi e olhar para o outro. O que é alegria? É viver contente com o que se tem e o que seé. Diante disso, vemos então que, para vivermos uma vida no espírito, não bastaandar em fé, temos também de andar em amor. Andar em amor é andar em renúncia

do ego. É abandonar o egocentrismo e a independência de Deus, é negar-se a smesmo.

Mas há ainda outras formas de vida egocêntrica. O egocentrismo pode semanifestar na autopreservação. Precisamos saber que autopreservação não é em s

mesma pecado; entretanto, pode ser uma atitude egoísta. É assustador quandovemos a atitude de certos crentes se preservando demasiadamente, não admitindonenhuma forma de desgaste, de dor ou de sofrimento. O remédio de Deus para o egoé a cruz, e a cruz implica de uma forma ou de outra, em alguma espécie de desgastee perda da comodidade.

A vida no Espírito é uma conseqüência direta de passarmos pela cruz. Só hácristianismo se vivermos pela cruz. Jesus não apenas morreu numa cruz, Ele viveu

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uma vida de cruz. Vida de cruz consiste em renúncia diária do ego.

 Jesus quando ensinou os seus discípulos a orar em Mateus 6:9-13, terminou aoração dizendo: ''porque teu é o reino, o  poder  e a glória". Reino, poder e glória étudo aquilo que o homem natural anda buscando.

O que é reino? O reino nos fala de bens, riquezas, respeito e reconhecimento

 Todo homem procura essas coisas e até mesmo fica ofendido quando não alcançesse objetivo. Todos querem construir um reinozinho pessoal pensando com issoencontrar a realização. Mas o veredicto de Deus sobre isso é: carne. Se buscarmosum reino para nós mesmos, estamos fora do padrão de Deus. Veja que não é pecadobuscar respeito. Reconhecimento, ou coisas assim, e mesmo o dinheiro em si não épecaminoso, mas se queremos andar no caminho da cruz, temos de abrir mão.

E o que é  poder? É aquele desejo íntimo de manda;,..de ter a primazia. Muitavezes, gostamos de poder dizer: "vá e diga ao fulano que fui eu quem lhe mandou"Isso é realização, é ser conhecido na praça. O poder também nos fala de dons e

capacidades. Eu posso fazer certas coisas que os outros não podem. Isso me fasentir feliz e realizado, mas se desejamos andar no caminho do espírito, temos de ipara a cruz e abandonar esses desejos da carne.

E, por fim, o Senhor entregou a glória. Aqui está um ponto realmente crucial doego: o elogio e a glória. A vida de cruz consiste em abrir-se mão do reino, do poder eda glória. .

A primeira maneira que Deus usa para nos levar ao fim de nós mesmos é arevelação. Mas quando isso falha, por causa da nossa dureza e insensibilidade aoEspírito, o Senhor se vê forçado a usar outro recurso: o fracasso, o vexame. Não é davontade do Senhor que soframos vexame. Ele vem por causa da nossa dureza eresistência em aprender por meio da revelação do Espírito. Ele vem também porquemuitas vezes temos um conceito errado a respeito de nós mesmos. Pensamos quesomos humildes quando na verdade não o somos. Pensamos que somos dependentequando na verdade agimos pelo esforço próprio. Suponhamos que um irmão simplesé convidado para pregar na reunião principal da Igreja, no domingo. Ele certamentevai sentir angústia e até ter uma desinteria, por medo da responsabilidade. Essa éuma reação interessante, porém é apenas uma expressão da carne por medo dovexame. Como o irmão está inseguro, ele vai orar bastante, jejuar e meditar naPalavra. Chega o domingo e a sua pregação é impactante. Os líderes ficam admirado

e convidam-no para o próximo domingo também. No segundo domingo, ele já nãofica tão inseguro, mas ainda assim precisa gastar um tempo em oração, buscando aDeus. Mais uma vez é uma bênção, e a liderança extasiada o convida para mais umoutro domingo. Dessa vez, o nosso irmão já está tão seguro que pensa ser capaz depregar para um estádio inteiro. Já não ora e nem medita na Palavra como antes. Eleagora pensa que pode confiar em si mesmo. Ele sobe no púlpito e prega todo o seusermão, mas quando olha no relógio não se passaram mais do que dez minutos

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então, ele começa a suar copiosamente, sente calafrios, tonturas, uma pontada noestômago e o seu desejo é sair correndo dali. O terceiro domingo foi um completovexame. Veja a maneira como Deus fez. Ele levou aquele irmão a perceber que elenão era tão dependente e humilde quanto pensava, mas foi só no terceiro domingoque ele percebeu isso. Não é fácil perceber em nós erro nenhum, mas quando vem ovexame, eles se tomam manifestos.

O que é negar a si mesmo?

Antes de avançarmos no entendimento do princípio da Cruz na vida de Jesusnecessário se faz clarear melhor o entendimento do negar-se a si mesmo.

O negar-se a si mesmo não é a completa anulação da vontade . Issoevidentemente é impossível. Trata-se antes de uma renúncia definida quando"minha" vontade quer seguir outra direção diferente da vontade de Deus. Significaque a vontade de Deus deve ser priorizada, e não a minha própria.

Negar-se a si mesmo não é tornar-se um alienado. Muitos enfiam as sua

cabeças dentro de um buraco pensando que dessa forma estão se negando. Issoalém de ser perigoso, se constitui num sintoma de fuga neurótica. E Jesus nunca quidizer tal coisa.

Negar-se a si mesmo não é vida de ascetismo. Na antiguidade muitomonges deixaram suas vidas e paixões. Essa posição coloca, no entanto, a vida cristãcomo uma dor constante. A vida seria um peso e dura de ser suportada. Jesus veiopara que o homem tivesse vida abundante. Não queremos retirar a dor da vidanormal, do crescimento sadio, mas não podemos fazer da vida uma apologia à dorSofrer gratuitamente, para merecer o favor de Deus, é uma teologia errada e não

está coerente com o tipo de vida que Jesus viveu e ensinou.Finalmente, negar-se a si mesmo não é a perda do desejo. Quando o

desejo se toma concupiscência, ele passa a ser pecado. E nós já estamos mortos parao pecado e, portanto, livres do seu domínio. Existem, no entanto, desejos legítimos ebíblicos como o desejo de se casar, ter filhos, pregar o evangelho, salvar vidas, ecoisas assim. Vemos, portanto, que a autonegação proposta por Jesus é, antes detudo, uma renúncia ao domínio da própria vida. E isso, sem dúvida, em algumassituações, vai implicar em todos os aspectos que mencionamos acima. Havermomentos de aparente perda da vontade. Da aparente alienação, de um também

aparente ascetismo, bem como de uma renúncia de um desejo legítimo. Ex, Paulooptou por não se casar. Mas era uma questão de consciência particular. Isso aconteceem função de que a vida cristã é, em essência, uma contra-cultura do sistemavigente. Nunca devemos nos esquecer que a cruz é loucura para o mundo, mas paranós é o poder de Deus manifesto.

Em Lucas 14:25-33, Jesus propõe aos seus seguidores o padrão para a vidacristã para o discípulo. Esse padrão nada mais é do que a aplicação da cruz em cada

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parte do nosso ser. Nesse texto, Jesus dá três ênfases básicas quando por três vezesEle expressamente disse: "não podem ser meus discípulos", nos versos 26,27 e 33. Atrês coisas que Ele mencionou foram os relacionamentos, o eu e os bens.

A vontade do Senhor é de que a cruz possa tocar em cada uma dessas áreas  Todas as vezes que Jesus falou de tomar a cruz, Ele falou também sobre negar a s

mesmo. Na verdade, os dois conceitos caminham juntos: negar a si mesmo é tomar acruz. A cruz nada mais é do que a vontade de Deus. e não há como faze! a vontadede Deus sem negar a nossa própria vontade.

1) A Cruz toca os nossos relacionamentos. (Vv. 26)

"Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai e mãe, e mulher, e filhos, eirmãos, e irmãs a ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo" Lucas 14:26.

O primeiro ponto diz respeito à minha necessidade de ser aceito sempre pelooutros, de ser honrado, ser respeitado, ser amado. E pelo lado negativo se relaciona

com o medo de ser rejeitado ou esquecido. Negar a si mesmo implica então numarenúncia ao amor e à aceitação incondicional dos outros. Não que eu não queira maisser amado, mas que não buscarei ser amado a qualquer preço. Se para ser amado eutiver que rejeitar Jesus, colocar em segundo plano a fé, ou mesmo abrir mão daverdade. Então eu prefiro não ser amado.

 Todos nós temos uma grande preocupação com a nossa reputação, com maneira como os outros nos vêm. Quando tomamos a cruz nós temos de esquecer aopinião do mundo a nosso respeito. Mesmo que nos chamem de louco, fanático ouestúpido, isto não mais nos ferirá.

Mesmo na vida da Igreja nós precisamos amar mais a Deus do que buscar seaceito pelos irmãos. Assim como Deus requereu de Maria gerar Jesus sendo virgemEle pode requerer de nós algo que pode nos trazer constrangimentos e lutas.

Pense em como foi difícil para Maria aceitar ser usada por Deus desta forma, elapoderia ser até apedrejada como adúltera. Mas ela ignorou a aceitação do mundoHoje Deus pode nos pedir que façamos coisas na vida da Igreja que serão mainterpretadas e até rejeitadas por muitos.

Precisamos ser livres de todos. Não buscar a aprovação, nem o elogio, oreconhecimento ou a aceitação mesmo de irmãos. Oferecemos nosso amor, nossos

elogios e nossa aceitação 'incondicional, mas não esperamos ser retribuídos. necessário que cada um de nós deixe a cruz ser aplicada em nossos relacionamentos 2) A cruz toca o nosso "Eu" (VV 27)

"E qualquer que não tomar  a sua cruz  e vier após mim não pode ser meu

discípulo" Lucas 14: 27.

Isso é fundamental para qualquer cristão que conhece a vontade específica de

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Deus para sua vida. Tomar a Cruz nos fala de tomar a vontade de Deus emdetrimento da minha. Há uma tendência natural de evitarmos a dor e buscarmos oprazer. Entretanto, muitas vezes, a vontade de Deus implicará em dor, e eu devo meapossar dela em detrimento de meu desejo de prazer e de conforto. A cruz nos falade abrir mão de direitos, de reconhecimentos, de oportunidades e assim por diante Jesus, já sob a sombra da cruz disse: Não a minha vontade, mas a Tua...

Várias vezes na vida e no ministério de nosso Senhor, Satanás ofereceu umcaminho fácil para o poder sem a cruz. As tentações para escapar da cruz forammuitas. Mesmo na hora em que ele tragava o amargo cálice do calvário, a tentaçãode descer da Cruz foi agudíssima. Não é necessário dizer que Cristo tinha o poder defazê-lo se ele assim o quisesse. Só não podemos dizer o mesmo a nosso respeitoQuantas vezes nos temos descido da cruz e perdido o poder e a autoridade.

Mas o que é descer da cruz? Você deve estar se perguntando. Descer da cruz équalquer atitude para salvar o "eu". É qualquer tomada de um caminho fácil no quediz respeito a princípios espirituais. Quero ser ainda mais exato e explícito. Todos oesforços para defender, escusar, proteger, vindicar ou salvar o ego é com efeito umadescida da cruz. Auto-compaixão é descer da cruz. Significa que a pessoa pensa tesido injustiçada e sente pena de si mesma porque nada pode fazer a respeito." Euque sou tão maravilhosa ser tratada desta forma". Pensa consigo mesmaRessentimento é descer da cruz. Significa que a pessoa foi injustiçada e se irritaporque nada pode fazer a respeito, "logo eu que sou tão isso e tão aquilo. Alguémcomo eu nunca poderia sofrer dessa maneira." Você consegue perceber o ego aqui? Arecusa em se assumir a culpa é descer da cruz. Todos são culpados, menos eu, oupelo menos todos são mais culpados do que eu. A auto-vindicação é descer da cruz.

Igrejas inteiras têm sido destruídas porque alguém não abriu mão davingança. Quando outros nos entendem mal, os esforços indevidos para explicanossas ações são a mesma coisa. A auto-justificação é descer da cruz.

Mas a maior de todas as formas de descermos da cruz é quando oferecemos acruz para o nosso irmão. Mas porque sempre eu é que tenho de tomar a cruz? Jáviram como uma ovelha morre? Não se ouve nem um gemido. Mas já observaram umporco sendo imolado?

 Temos visto esse tipo de coisa mesmo na vida de pastores. Muitas vezes, tenhopassado por irmãos pela rua e, por uma terrível distração, não os vejo nem os

cumprimento. Naturalmente, esses irmãos ficam ofendidos e vêm ter comigo. Numasituação dessas eu poderia dizer ao irmão: "toma a cruz, pare de pensar que o mundogira em torno de você. Em vez de buscar ser amado procure amar, se não cumprimento cumprimente você a mim. " Tal resposta parece ser lógica, mas é umarepugnante descida da cruz.

A minha atitude deve ser pedir perdão ao irmão e sarar as suas feridas. Eu devotomar a minha cruz e nunca oferecê-la ao meu irmão. A cruz é um tipo de principio

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que não podemos ensinar por preceito, apenas por demonstração.

3) A Cruz toca os nossos bens (Vv 33)

"Assim pois todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não

 pode ser meu discípulo".

Eu devo renunciar ao desejo de viver para mim mesmo e, ainda mais, devoabrir mão dos meus próprios bens. Para muitos, o abrir mão de bens é bem maisdifícil que abrir mão até de si mesmo. Sabemos que Jesus andou por esse caminho (Pe 2:21) para que nós andássemos por ele também. Renúncia é morte e sem a morteo cristianismo perde o sentido. Não existe cristianismo sem cruz, existe religião. Oego deve perder o seu lugar de centralidade, cedendo lugar a vontade de Deus. Jesunão apenas morreu na cruz, mas toda a sua vida foi uma vida de Cruz.

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A cruz está intimamente relacionada com o nosso estilo de vida. A prosperidadeé deveras parte do evangelho, mas é apenas uma parte. A ênfase principal está semdúvida em um modo de vida generoso e sacrificial. A cruz nos torna sensíveis ànecessidades do mundo ao nosso redor.

Muitos crêem no versículo que diz que Cristo se fez pobre para que pela suapobreza nos tornássemos ricos (II Cor. 9), mas se esquecem da ordem de Jesus paraque não acumulemos para nós tesouros sobre a terra. Parece contraditório, mas oparadoxo desaparece quando entendemos que Deus nos dá para que demos de voltaa"Ele. Prosperidade é ter um pouco mais que o necessário.

Deixemos que a cruz trate com a maneira como lidamos com o nosso dinheiroO Senhor precisa ter controle completo sobre a nossa conta corrente. Não podemospermitir sermos arrastados pela corrente do pensamento materialista que prende anossa geração. Somos um povo próspero mas um povo generoso. Somos um povopróspero que teve os bens tratados pela cruz.

A cruz na Prática

 Tomar a cruz significa simplesmente tomar a vontade de Deus. A cruz é, nverdade, a Sua vontade. Tudo o que não for a Sua vontade não será uma cruz. Nessesentido, podemos dizer que a doença, por exemplo, não pode ser uma cruz já queCristo Jesus carregou com elas na Cruz, ( I Pe.2:24) e não podemos dizer que seja davontade de Deus a enfermidade. Do mesmo modo, podemos afirmar que a pobrezanão é cruz já que fomos libertos das maldições da lei (Gl. 3: 13). A cru

experimentada por Cristo foi decididamente a vontade de Deus e não algum tipo deataque do diabo como doença ou miséria.

A cruz é o lugar onde vencemos o diabo. Muitos pensam que guerra espiritual éuma questão de meramente repreender demônios. Ficam todo o tempo repreendendodemônios dentro de casa e até repreendem algum suposto demônio na cara domarido. Jesus repreendeu demônios durante todo o seu ministério na terra, mas elesomente venceu o diabo na Cruz. A Cruz é a vitória definitiva. Não estou dizendo queé errado repreender demônios na vida das pessoas, pois Jesus fez isso com Pedro. Sóestou afirmando que não há vitória sem a Cruz. Gostaria de mostrar alguma

manifestações práticas do princípio da Cruz.

1) Disposição para sofrer o dano

"O só existir entre vós demanda já é completa derrota para vós outros. Porque

não sofreis, antes, a injustiça? Porque não sofreis ,antes, o dano? I Corfntios 6: 7.

Esta pergunta de Paulo não parece de uma obviedade gritante? Espera aiPaulo! Ele faz algo de errado comigo e eu é que vou ter de ficar com o prejuízo: sofre

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o dano?

É exatamente isso. Isto é cruz. Esta é uma situação onde não vai adiantar muitoficar repreendendo demônios. Para eu ter vitória, eu vou ter de tomar a Cruz. Esta é avontade de Deus: que eu negue a mim mesmo e tome a Cruz.

Mas e se eu quiser reinvindicar os meus direitos? Bem, se você tem direitos é

correto lutar por eles até no Supremo Tribunal. Nada de pecaminoso em se lutar pelospróprios direitos. Não é moralmente errado, mas onde fica a vitória? O pisar nacabeça do Diabo é somente quando alguém toma a Cruz que o ele é de fatoderrotado.

Existem dois princípios de vida: o princípio da cruz e o princípio darazão. Se quisermos ter razão já descemos da cruz, se tomamos a Cruz já nãoimporta quem tem razão.

2) Não agradar a nós mesmos"Ora nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não

agradar-nos a nós mesmos". Romanos 15: 1.

Quando Jesus foi pra cruz, Ele não foi porque queria ter uma experiêncidiferente. Não buscava um êxtase espiritual e nem estava buscando elogios. Naverdade, Jesus não queria ir pra Cruz. Ele foi para obedecer a vontade do Pai Todavia, o Pai não o obrigou, Ele foi espontaneamente. Nós precisamos agradar nosso irmão mesmo que isso implique em desagradar-nos.

Muitos hoje pensam que ser crente é buscar uma nova experiência, ter um

seguro contra calamidades ou ter uma vida de felicidade. Não, cristianismo tem comocentro a Cruz. Por isso, a pergunta chave não é se é pecado ou não, se sou obrigadoou não, mas sim: qual é a vontade de Deus.

Percebe por que muitos casamentos nunca prosperam? Porque não queremagradar o outro ao preço do desconforto pessoal. Quando de forma definida nodispomos a não nos agradar, nós vemos a vida de Deus fluindo, a igreja de fato sendoedificada e as portas do inferno sendo aniquiladas. Há um caminho de vitória. Não éum caminho fácil e nem agradável, mas a vitória ao final é certa.

3) Considerar o outro superior a si mesmo"Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando

cada um os outros superiores a si mesmo" Filipenses 2:3.Considerar os outros como superiores a nós mesmos parece algo tão fora de

moda. Parece contradizer a moderna teologia da auto-estima. Todavia, essa é a formacomo a Igreja é edificada pela cruz. Mais uma vez temos de dizer que cruz é sofrer odano, é não agradar a nós mesmos, é considerar o outro como superior a nós

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mesmos.

Para cada situação que nos sobrevir existem dois caminhos: o caminho largo eo estreito. Em um problema de casamento, por exemplo, o divórcio e a separação sãocaminhos largos. Todos nós sabemos onde vai desembocar o caminho largo. A cruzpor outro lado é o caminho estreito. Numa situação de crise sempre tome o caminho

estreito da cruz.. Pois somente neste caminho há vitória completaO exemplo de Deus

Sabemos que na cruz Deus resolveu todo o problema do homem: o problema dacondenação, do poder do pecado e do poder para se viver a sua vontade. Eimpossível que se fale de maturidade sem se referir à Cruz de Cristo. Queremos nodeter no momento, apenas no aspecto que está relacionado à renúncia de si mesmono dia-a-dia.

 Jesus não apenas morreu numa Cruz, ele viveu uma vida de Cruz. Toda a vidade Jesus foi caracterizada por uma renúncia completa do próprio Eu. Ele viveu a sua

vida pelo princípio da Cruz. O princípio da Cruz é uma completa dependência deDeus. Não interessa mais se algo é bom ou se é mau, se é correto ou pecaminoso. Oque interessa saber é se trata da vontade de Deus. O princípio da Cruz é o processoda maturidade. Percebe-se, pela vida de Jesus, que o processo de Deus para tratacom o nosso Ego segue um certo padrão, uma ordem. Se falharmos em um aspectoDeus vai repeti-lo até que sejamos aprovados. Na escola de Deus ninguém pulacartilha ou compra nota.

Em João 5: 19,5:30,8:28, vemos Jesus testificando claramente a sua posição decompleta dependência do Pai. Isso é o princípio da Cruz em operação.

1. Aprendeu a submeter-se

A primeira grande tensão na vida do discípulo é a autoridade. Sem dúvida, essafoi também a primeira lição de Jesus. Seria ingenuidade pensar que Jesus nãoprecisou aprender coisa alguma. Em Hb. 5:8, vemos que Jesus aprendeu a obediênciaE a primeira lição foi submissão. Lucas nos diz (Lc. 2:41-51) que Jesus não apenaobedecia a seus pais, mas se submetia a José e a Maria de coração. Ele sabia quemera e de onde tinha vindo, mas ainda se submetia a seus pais que eram muitolimitados no entendimento. Jesus, aos doze anos, já discutia com doutores, ma

mesmo assim, não se exaltou sobre seus pais, antes lhes era submisso. Parece-nosque Maria, ainda que fosse uma santa mulher de Deus, não era uma pessoa degrande entendimento. Maria e José eram extremamente pobres e sem certoprivilégios e oportunidades. Em muitas situações a encontramos incomodando

I Jesus. É muito fácil nos submetermos a quem sabe mais do que nós, mascomo é difícil ser submisso a quem sabe menos. Isso exige renúncia do nossorgulho, do desejo de ser reconhecido e do desejo de se achar alguma coisa. Noprocesso do discipulado essa é a primeira lição que se deve aprender. O discipulado

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deve confrontar o discípulo para que este aprenda a submissão.

2. Teve um coração ensinável

Estar aberto para aprender com quem quer que seja é algo muito doloridoSabemos que Jesus saiu para ser batizado por João diante dos olhos de todos. Isso era

muito arriscado, pois poderia ser que mais tarde algum fariseu se dirigisse a eledizendo: acaso não estivemos juntos nas aulas de batismo de João? E isso certamentedeve ter acontecido, pois Jesus usa algumas ilustrações feitas por João Batist(Comparar Mt 3:10 com 7:16-20) no sermão da montanha. Deve ser bastantconstrangedor se colocar ao lado de pecadores para ser batizado alguém que nuncatenha pecado, como foi o caso de Jesus. A segunda lição, pois, de todo aquele quequer ser discípulo, é ter um coração ensinável. É estar aberto para aprender comquem quer que seja, mesmo que isso muitas vezes seja extremamenteconstrangedor. Ninguém se diminui pôr ouvir e aprender algo com quem sabe menos

3. Não agiu no entendimento e esforço própriosNão é função nossa criar métodos próprios. Deus tem uma obra para se

edificada e não pensemos que Ele é um construtor inepto, que não possui ao menouma planta baixa. Pela narração de João 5:19,5:30 e 8:28, podemos ver que Jesusomente fazia o que Deus mandava. Não havia lugar para o "eu acho ou eu penso"mas somente para o que Deus queria realizar. Nós somos construtores e executamoa planta que Deus projetou. Vem chegando o momento onde tudo que fugir doprojeto de Deus será desmanchado. Deus não aceita anexos humanos à sua obraMuitos de nós queremos fazer de nossas vidas o que bem queremos e isso denota

falta de entendimento sobre o princípio da Cruz: "Não mais eu vivo, mas Cristo vive" O comando não mais me pertence, mas tudo está sobre o controle Divino.

4. Abriu mão do amor próprio

Aquilo que guardamos mais fundo em nós mesmos é o nosso amor próprio - Omedo de sermos prejudicados, feridos, magoados e coisas assim que nos apavorammuito. Pedro ingenuamente (Mt 16:21-34) incitou Jesus a que tivesse dó de si mesmo julgando com isso estar fazendo um ato de amor. Jesus, no entanto, foi severo, comoraramente o vemos na Bíblia, e exatamente em função de ter sido tocado numa das

áreas mais sensíveis do homem: o amor próprio. É propósito de Deus que alcancemoo nível em que abramos mão até mesmo da própria vida. "Quem amar a sua vidaperdê-la-á...". O discípulo passa a viver para agradar ao seu Senhor. O direito quetemos é o de amá-lo.

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5. Aborreceu a glória humana Jesus poderia ter sido coroado Rei de Israel (Jo 12: 12-28), mas ele preferiu a

vergonha da Cruz porque esta era a vontade de Deus. Não pensemos que não fotentador para Jesus aquela posição. Certamente o foi. Ele, no entanto, por conhecer avontade de Deus, não se deixou levar pela aparente glória humana. A grande questãoda vida diz respeito ao desejo de ser reconhecido, visto e admirado. Se não abrirmomão disso, seremos como os fariseus que faziam obras com o fim de "serem vistospelos homens". Daí a reprimenda severa de Jesus contra eles.

6. Sendo Senhor serviu aos discípulos"O filho do homem não veio para ser servido, mas para servir. Nós somo

chamados a servir aos santos, sem distinção e isso implica em levarmos nossinteresse em sermos servidos à cruz. Nosso ego deseja que todos estejam à.nossadisposição sempre, a cada momento, e de preferência, que nos tratem com toda

atenção e educação. Mas o Espírito nos desafia a negarmos isso e fazer aquilo queesperávamos fosse feito a nós. Devemos servir com um coração perfeito e isso sóacontece se renunciarmos a toda expectativa de retribuição à servitude. Todexpectativa de lucro deve ser renunciada. Só assim serviremos com alegria. O restoo que vem depois disso, depende do Deus que nos vê em secreto.

Andar pela Cruz é andar em Amor

Vemos que andar no Espírito implica andar em fé, mas não apenas isso implicatambém andar pela cruz, ou seja, andar em amor. Só podemos amar ao próximo se

esquecermos de nós mesmos. Esquecer-se de si é renunciar ao ego. Observe adefinição do amor em I Coríntios 13. A prática do amor é simplesmente uma posturade tomar a cruz.

Permita-me exemplificar mostrando apenas alguns pontos de I Coríntios 13 :47 :

O amor é  paciente, é benigno;

o amor não arde em ciúmes,

não se ufana, não se ensoberbece

não se conduz inconvenientemente,

não procura os seus interesses.

não se exaspera, não se ressente do mal;

não se alegra com a injustiça, mas regozija

se com a verdade;

tudo sofre,

tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

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Observe que a palavra de Deus diz que o amor não se ressente, ou seja, não semelindra ou fica ofendido. O padrão de Deus não é o perdão. é não ficar ofendido. Operdão é a nossa segunda chance.

A questão do ficar ofendido é um grande problema que aflige a igreja doSenhor. O ficar ofendido é a maior expressão do ego em ação. Quando ficamo

ofendidos é que surge a ira, o ódio, a discórdia, a divisão, a facção, a gritaria, abrigas e coisas semelhantes. Alguns podem dizer, será que não temos nem o direitode ficar ofendido? Mas eu digo, ficar ofendido é ficar com o orgulho ferido, e orgulhoferido é ego machucado.

Observe ainda que Paulo diz que o amor tudo crê. Que significa isso? Sempreque o meu irmão pecar contra mim e se arrepender ,eu vou crer nele. Diz ainda que oamor tudo espera. Ou seja, quem ama sempre espera o melhor e não premedita omau.

Mas o mais difícil é dizer que o amor tudo sofre e tudo suporta. As implicaçõe

disso podem ser vistas na cruz. Por amor o Senhor suportou tudo, até a vergonha dacruz e, no final, pediu que o Pai perdoasse porque não sabiam o que faziam. O amor éa expressão da cruz.

TERCEIRO PRINCÍPIO DO ANDAR NO ESPÍRITO: ANDAR NOSOBRENATURAL

Andar no Espírito é também andar no sobrenatural. O sobrenatural não significao extraordinário. Significa que o meio é espiritual e não natural. Deus quer noslibertar tanto do pecado como do natural. O primeiro pecado levou o homem para onível terreno do corpo.

Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos eárvore desejável para dar entendimento, tomou lhe do fruto e comeu e deu também

ao marido, e ele comeu. Gn. 3:6

Observe que Eva foi primeiramente tentada a comer porque a árvore era boapara se comer (Gn 3:6). Tudo começou no corpo. Na verdade, esse é um critério parasabermos se algo vem de Deus ou não. As coisas de Deus sempre procedem do

espírito para atingir a alma. As coisas do Diabo sempre começam no corpo e nacarne, para depois atingir a alma. Tudo começou no corpo, por isso dizemos que parase andar no Espírito, precisamos andar no nível do sobrenatural em disciplina docorpo. As coisas do mundo do Espírito somente podem ser experimentadas peloespírito humano recriado. O homem é um ser triúno: espírito, alma e corpo. O pecadode Eva começou exatamente no corpo. Por ela ter abandonado o nível do espírito, opecado teve espaço. Se desejamos servir a Deus. devemos fazê-la pelo Espírito, pela

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vida de Deus. E para que o Espírito flua precisamos disciplinar o nosso corpo.

O nosso espírito foi regenerado, a nossa alma está sendo transformada e onosso corpo deve ser disciplinado.

Não há possibilidade de haver vida cristã sem renovação da mente, e da almaMas igualmente verdadeiro é dizermos que é impossível haver vida cristã sem

disciplina do corpo. É importante sermos radicais neste ponto: é impossível vida noespírito sem disciplina do corpo.

Mas antes de falarmos sobre esse ponto é bom fazermos uma distinçãodisciplina não é igual a lei. Nós já fomos libertos da lei. Em Romanos 6: 14descobrimos que não temos mais de ser libertos da lei, nós já fomos libertos dela“Porque o pecado não terá domínio sobre vós porque não estais debaixo da lei e sim

da graça", É importante frisarmos esse entendimento para que não transformemos adisciplina do corpo em legalismo e nem tampouco em ascetismo. A disciplina não épara comprarmos bênção de Deus e muito menos para sermos aceitos diante dele

Somos aceitos por causa do sangue do Cordeiro. Aleluia ! A disciplina é para nósmesmos. não para Deus.É lamentável que muitos irmãos transformem em leis a oração. a leitura da

Palavra e o jejum. Quando não oram se sentem distantes de Deus; quando não lêema Palavra, imaginam que Deus agora está longe deles, que Deus os rejeitou. Nadapode ser mais lamentável do que isso. O amor de Deus por nós é o mesmo nos diasem que oramos, bem como nos dias em que não oramos. A oração não é uma lei, éuma necessidade, uma disciplina. Não muda a nossa herança e os nossos privilégioem Cristo, mas nos ajuda a perceber as coisas do espírito com mais clareza. Adisciplina é para nós mesmos e não para sermos aceitos diante de Deus. O acesso

diante de Deus é exclusivamente pelo sangue de Jesus.

O que é a lei? Lei é tudo aquilo que eu tenho de fazer para Deus com o fim deser aceito por ele. Eu já fui liberto da lei. Não tenho mais de fazer coisa alguma com ofim de ser aceito, pois, por meio da obra da cruz, tenho livre e perfeito acesso. Fu justificado, perdoado, purificado. reconciliado, santificado, liberto e salvo. Nada podeme separar do amor e da presença de Deus, o caminho foi aberto. O legalismo é umadas piores heresias de nosso tempo. Há muitos que querem ser salvos mediantealgum mérito próprio, somos realmente contra eles. Há, porém, muitos em nossomeio que buscam a santificação por esforço próprio . Toda a obra é realizada po

Deus: desde a regeneração até a glorificação na volta do Senhor.Mas o que é a graça ?Graça é aquilo que Deus faz por mim. Lei é o que e

faço, graça é o que Ele faz. Estamos debaixo da graça, ou seja, estou debaixo daquiloque Deus faz por mim. Isso significa que eu não vou viver na prática do pecadoporque o que está nele é a divina semente, o Espírito Santo. O legalismo é tão terríveporque ele anula a graça de Cristo. Quando eu digo que sou eu que tenho de fazerestou anulando aquilo que Ele já realizou por mim. Quando eu começo de novo a cria

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leis, estou escravizando alguém que é livre em Cristo. Nesse ponto, volto a frisar quedisciplina não é lei. Disciplina é levar o corpo e a mente a fazerem a vontadedo Espírito. Eu sou um ser espiritual, a minha vontade real está no meu espírito. Omeu espírito sempre quer ter comunhão com Deus, o corpo é que procura impedir. Eudevo disciplinar meu corpo para que o que está no meu espírito possa ser realizadoCom essa verdade em mente, vamos avançar no nosso estudo.

O PONTO CENTRAL É A VIDA

No Novo Testamento, temos a concretização do propósito de Deus. O Senho Jesus disse que nos iria enviar o Consolador, o Espírito Santo de Deus. Hoje nós somoo templo definitivo do Deus vivo. Nós somos o tabernáculo de Deus na terra. Otabernáculo possuía três partes: o átrio, o lugar santo e o santo dos santos. Deuhabitava no santo dos santos. O átrio aponta para o nosso corpo, o lugar santopara a nossa alma e o santo dos santos para o nosso espírito. Deus habita agoraem nosso espírito.

Esse é o ponto central do Evangelho: Cristo dentro de nós. O Espírito Santo deDeus é vida.Contactar o Espírito é contactar a vida de Deus.

 Tudo o que é do espírito é vida, mas o que é da alma é morte. Se um irmãoabre a boca e sai vida, eis aí algo do espírito, mas se sai morte, temos a alma emação. a melhor critério é observar se há vida.

Se em uma reunião alguém faz alguma coisa sem ser movido por Deus, aquilomata. Quando alguém prega no espírito, há vida saindo de sua boca e isso atrai esacia as pessoas. Não deve os aceitar fazer coisa alguma sem ministrarmos vida. Ascoisas do espírito sempre manifestam vida. A vida é algo contagiante, pois quando

abrimos a boca pelo espírito, aquilo vai fluir e se espalhar por entre os irmãos. A vidatambém é alimento. Quando falamos algo do espírito, será a Palavra de Deus. TodaPalavra de Deus é espírito e vida. Quando falamos algo pelo Espírito, essa palavra éespírito e vida. Devemos estar ministrando vida aos nossos irmãos até mesmo emnossas conversas, mesmo conversando, a vida deve fluir. A vida é algo sobrenatural eser guiado pelo Espírito é ser guiado por esta vida. Entretanto. para que possamos seguiados pelo Espírito é necessário que desenvolvamos uma sensibilidade em nossopróprio espírito. Se não formos sensíveis, não poderemos perceber a direção e a vozde Deus. Quero compartilhar quatro princípios para desenvolvermos a sensibilidade e

aprendermos a ser dirigidos por Ele.Lembre-se sempre que andar no Espírito implica em: andar em fé, em amor etambém em andar no sobrenatural.

COMO SER GUIADO PELO ESPÍRITO

a) Pelo Impulso da IntuiçãoDevemos lembrar que o homem tem três partes: espírito, alma e corpo. O nosso

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corpo tem três funções: movimento, sensação e instinto. A alma também tem trêfunções: mente, vontade, e emoções. No nosso espírito tem também três funçõesintuição, consciência e comunhão. A intuição é como um impulso dentro do coraçãoNão é uma voz percebida audivelmente, mas é um impulso. Em Marcos 1:12, lemosque o Espírito impeliu Jesus... A Palavra "impeliu" é boa, pois denota bem a sensaçãointerior. É perigoso eu ser mal interpretado nesse ponto, pois é certo que existemimpulsos do corpo, das emoções e mesmo impulso de demônios. Entretanto, sesomos nascidos de novo, aprendemos a diferenciar todas essas vozes daquela quevem do espírito. Muitas vezes, estou conversando com uma pessoa erepentinamente, me vem um impulso de perguntar alguma coisa, e, aquela perguntaé exatamente o que a pessoa estava com medo de me contar. É uma sensaçãointerior, não é uma voz audível. Isso pode aparecer muito místico, mas ouça-me, sedesejamos andar no espírito, devemos ser livres do natural e entrarmos nsobrenatural.

b) Pelo Testificar do Espírito

“O  próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus/(Rm.8: 16). I Coríntios 6: 17 diz que “aquele que se une ao Senhor é um só espírito

com Ele”. Isso significa que o nosso espírito, depois que nascemos de novo, é comoque amalgamado, unido por uma argamassa, vinculado com o Espírito Santo.

O testificar do espírito é uma convicção profunda que não tem origem em nadanatural. Muitas vezes, a nossa mente rejeita essa convicção pelo temor einsegurança. Deus fala conosco todo o dia, nós é que não damos crédito. pensandoque são coisas da nossa mente. Que o Senhor separe a nossa alma do nosso espírito!

Se o Senhor vem com um testificar em nosso espírito, a melhor coisa a fazer échecar a convicção com outros irmãos mais amadurecidos. Mas se depois disso nãotivermos clareza na direção, o melhor é correr o risco. Provavelmente, cometeremomuitos erros, mas estaremos exercitando o nosso espírito, e chegará o ponto em quevirtualmente não cometeremos equívocos. No processo de crescimento é normal qunos equivoquemos, não devemos nos cobrar perfeição e tampouco pensarmos quedepois de algum erro, Deus nos abandonará e não vai mais nos usar.

c) Pela Paz do Espíritol1Seja a paz de Cristo o árbitro nos corações... 11 (CI. 3: 15). A pazé o árbitro em nosso coração. O árbitro é o juiz, aquele que decide. Com o

coração podemos entender o nosso espírito. Nós percebemos o nosso espírito nocoração. Existe uma paz que excede todo entendimento. O testificar muitas vezevem como um fogo que queima no coração; a paz, porém, é como manancial deáguas tranqüilas. É como se o mundo estivesse desabando, mas dentro do coração aáguas estão tranqüilas.

d) Pela Vida de Deus

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Não devemos fazer nada que constranja essa vida dentro de n~s, ainda quepelos critérios da mente seja algo bom e até recomendável. Se a vida rejeitou, nãodevemos fazer. Existem muitas coisas que não são pecaminosas em si mesmas, maque Deus rejeita e outras vezes podemos pecar contra Deus até mesmo pregando

louvando ou fazendo missões. O critério para a vida no Espírito não é o certo ou oerrado, mas a vontade de Deus.

Creio que não deveríamos ensinar leis de certo e errado para os novoconvertidos, mas estimulá-los a perceberem a direção de Deus pela vida no nossoespírito. Se somos rápidos em dizer aos outros o que é certo e o que é erradoestamos tirando preciosas oportunidades de eles mesmos entrarem em contato como Senhor.

Ser cristão não é ser guiado por um código de conduta, nem por um conjuntode normas e éticas sociais. Ser cristão é ser guiado pelo Espírito de Deus.

e) Por meios extraordinários

A forma básica como Deus planeja conduzir os seus filhos é pelo impulso doespírito. O Espírito Santo que é residente em nosso espírito fala ao nosso espíritohumano a vontade de Deus. Toda via, a Palavra de Deus nos mostra que existemformas extraordinárias de Deus. Não é a forma habitual, mas igualmente importanteGostaria de mencionar pelo menos quatro formas:

• Sonhos

É indiscutível que Deus fala conosco por meio de sonhos. Foi assim com Josécom Daniel, com José marido de Maria e com Paulo. Deus é o mesmo e Ele quecontinuar a nos orientar e edificar através dos sonhos. Entretanto, alguns princípiosdevem ficar claros. O primeiro é que se você não sabe o significado do seu sonho, nãosaia por ai procurando alguém para interpretá-la. Se Deus quer falar com você, Ele ofará por meios claros e compreensíveis. Se você não sabe o significado de um sonhoesqueça-o.

• ProfeciaQuando falarmos sobre como checar as direções do Espírito, entraremos em

maiores detalhes sobre profecia, por hora basta dizer que não devemos rejeitaprofecias. É uma forma claramente bíblica de Deus falar conosco.As profecias são confirmações e não direções novas de Del.ls. Se Deus nunca

falou no seu espírito sobre ser missionário na Índia, não vá pra lá porque um profetadisse.-:

 Jamais vá consultar um profeta. Deus sabe o seu nome, o seu endereço e o seutelefone. Se um profeta tiver algo realmente de Deus pra você, Deus o mandará ondevocê está. A prática de consultar profetas é um herança mundana do hábito de

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consultar cartomantes. Muitos profetas têm sido instrumentos de espíritos dadivinhação por causa da pressão de terem de dar uma palavra para alguém que vemconsultá-los.

• Voz audível de Deus

Não busque experiências espirituais. Não peça para ver ou ouvir coisa alguma

Essa ânsia por experiências novas e diferentes pode ser uma brecha para espíritos deengano. .• Ministério dos anjos

Gálatas 1:8 diz que, "ainda que um anjo vindo do céu vos pregue o evangelhoque vá além do que vos temos pregado, seja anátema." Deus pode enviar um anjopara falar com você, mas esse anjo deve confirmar a Palavra de Deus e o evangelhocaso contrário, trata-se de um demônio disfarçado de anjo de luz.

COMO CONFIRMAR AS SUAS DIREÇÕES

1. Convicção InteriorA direção do Espírito, geralmente, vem a nós através de uma testificação

interior em nosso espírito. Em raras ocasiões, pode haver uma voz audível ou, atémesmo, uma aparição angélica, mas isto é uma exceção e não a regra. Precisamosportanto, ser capazes de provarmos a nós mesmos que a impressão ou voz interioque estamos sentindo é na verdade o Senhor.

 Já que Deus fala ao nosso espírito, ou seja. ao nosso homem interior, é essenciaque desenvolvamos as faculdades do nosso espírito ao nível mais elevado possívelIdealmente, Deus quer que desenvolvamos uma qualidade de maturidade espiritua

tal que possamos reconhecer a Sua voz imediatamente, e que sejamos tão humildee confiantes que seja realmente o Senhor, para que possamos agir baseados na SuaPalavra. Não tenha suspeitas do Seu Espírito. Aprenda a ter confiança na suahabilidade de discernir adequadamente.

2. A Palavra de Deus Escrita

A Bíblia é o nosso guia mais confiável e possivelmente o mais simples de seusar. A voz interior em nosso espírito é uma experiência um tanto quanto subjetiva e

insegura. Ela pode ser influenciada por nossas emoções ou desejos pessoaisPrecisamos, portanto, submeter experiências assim a um julgamento objetivo eseguro. A Bíblia é exatamente a fonte certa para este julgamento. Ela não éemocionalmente influenciada ou preconcebida. Ela não tem nenhum envolvimentopessoal. Portanto, ela é bem mais confiável. Entretanto,

I precisamos abordá-la com uma abertura e honestidade de coração,poitambém podemos “fazer” com que a bíblia diga o que queremos que ela diga. Épreciso que haja uma integridade de coração em nossa abordagem. Muitas vezes, a

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pessoas propositadamente procuram por uma passagem bíblica que apóie o que elaquerem crer. Isto é conhecido como “torce” as Escrituras e é danos á fé e a um julgamento correto.

Quando você sentir uma certa direção ou impressão no seu espírito e você nãoestiver certo de que é a voz do Senhor, submeta em oração esta impressão a Deus

Peça-Lhe que Ele a confirme ou a negue através da Sua Palavra. Inevitavelmentedepois que você tiver feito isto, um versículo ou passagem bíblica que se relacionacom o assunto em consideração chamará a sua atenção. É realmente impressionanteem quantas circunstâncias e assuntos diferentes Deus pode fazer com que a SuaPalavra se aplique. Em geral, de formas incomuns, Deus dá liberalmente Sua direçãoatravés da Sua Palavra.

O Espírito de Deus nunca discorda da Sua Palavra. O Espírito Santo nunca lhediria para fazer algo que é condenado pela Bíblia. Ele nunca o conduziricontrariamente aos claros princípios expressos na Bíblia.

3. A Paz de Deus

"E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, dom ine

em vossos corações" (CI3:15).

A palavra traduzida por "domine" neste versículo é a palavra "juiz" ou "árbitrono original. Paulo está então dizendo: "Deixe que a paz de Deus seja o árbitro em seucoração." Imagine um jogo de futebol. Enquanto tudo está indo de acordo com aregras e não há nenhuma falta ou infração, o apito do árbitro está em silêncioEntretanto, quando há uma infração das regras, ouve-se o apito, e é preciso que o

 jogo pare imediatamente. Os jogadores, então, olham para o árbitro para descobriremo que aconteceu de errado e qual éa sua decisão na situação. Assim que eleesclarecer as coisas, o jogo pode prosseguir novamente. É assim também com a pade Deus em nossos corações. Quando as coisas estão fluindo suavemente npropósito de Deus, há uma paz interior profunda em nosso~ corações. Esta pazdeveria sempre estar lá. Paulo diz que somos chamados a.uma paz assim. Se poacaso perdemos esta paz, então precisaremos olhar para o Espírito Santo pardescobrirmos o erro. Por que perdi a minha:paz? Ele nos mostrará, rapidamente, ondeestamos errados e como corrigir a situação. Quando fizermos isto, pedindo perdão aDeus e voltando ao caminho certo, outra vez a nossa paz será restaurada.

4. .Buscando Um Aconselhamento Maduro

"E a  paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo" (C13

15).

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Não somente devemos possuir uma paz pessoal interior como uma indicação deque tudo está bem, mas também podemos, se necessário, submeter as nossaimpressões ao discernimento de outros membros do Corpo. Isto pode ser feito dentrecrentes nascidos de novo, aos quais você se uniu numa comunidade cristã. Coloque oassunto diante do grupo, e se houver uma resposta de paz unânime, então você podeficar certo de que Deus está confirmando a direção que você recebeu.

A Bíblia diz: "... na multidão de conselheiros há segurança" (Pv 11 :4).

"Onde não há conselhos os   projetos saem vãos, mas com a multidão dconselheiros se confirmarão"(Pv 15:22).

Eu gostaria de enfatizar o ponto de que é um aconselhamento maduro quedevemos buscar. Procure um aconselhamento de pessoas espiritualmente maduraque tenham uma credibilidade provada com relação à sabedoria. Pedir conselhos apessoas espiritualmente imaturas somente lhe trará mais confusão e incerteza. Vá apessoas cujas vidas provêm que elas acharam a vontade de Deus, pessoas que

obviamente estão tendo êxito na vida cristã porque elas foram capazes de ouvir a vode Deus dirigindo-as nas circunstâncias de suas próprias vidas.

5. As Circunstâncias e a Providência DivinaQuando Deus lhe diz para fazer alguma coisa, você pode contar que Ele

começará a abrir as portas para que você possa faze-la. Se Ele estiver guiando vocênuma determinada área, então as Suas providências começarão a surgir a vocênaquela área. Há um pequeno pensamento que eu aprendi e que me tem sidoextremamente útil quando quero obter direções do Senhor. a saber: "Comece a andae você receberá uma direção." Creio que um apoio bíblico para este conceito seria em

Gênesis, no tocante ao servo de Isaque. o qual havia sido enviado para buscar umaesposa para o seu mestre. Ele falou: " ... quanto a mim, o Senhor me guiou nocaminho à casa dos irmãos de meu Senhor" (Gn 24:27). Em outras palavras, uma veque ele havia partido em sua jornada, Deus lhe deu a direção. Davi diz: "Os passos deum homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu caminho" (S37: 23). Se você ficar sentado esperando por uma revelação, talvez você fique assimpara sempre. Se você começar a se mover e estiver indo na direção errada. o Senholhe dirá. O Espírito Santo está dentro de todos os cristãos e Ele deseja muito guiar-nosnos caminhos e propósitos de Deus. Portanto, assim que começarmos a nos move

com um desejo sincero em nossos corações de andarmos nos caminhos de Deus, oEspírito nos dará direções. Ao começar a se mover em harmonia com a vontade deDeus, as circunstâncias e providências surgirão diante de você, dando-lhe umacerteza e confiança interior.

6. Confirmação Profética

Às vezes: uma declaração profética pode ser dada a alguém para confirmar algo

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que já foi recebido do Espírito. Usei a palavra" confirmação" , deliberadamenteporque isto é exatamente o que as declarações proféticas deveriam fazer. Eladeveriam servir para confirmar algo que alguém já recebeu de Deus em seu espírito.

Deveríamos sempre ser cautelosos com relação a profecias aparentes qutendem a iniciar alguma coisa, ao invés de simplesmente confirmá-la. Se Deus quisefalar-lhe algo, Ele falará com você primeiramente. dentro do seu próprio espírito. Matarde ele poderá confirmar-lo através de uma declaração profética, qual servirá paraconfirmar e estabelecer o que Ele já lhe disse.

Nunca faça nada simplesmente porque alguém “profetizou” que você deveriafazer. Obtenha a sua própria direção pessoal de Deus e depois, se uma profeciasubstanciar aquilo que você já recebeu, então tudo bem.

As declarações proféticas certamente não são infalíveis o elemento humanoenvolvido na declaração das profecias faz com que elas sejam falíveis O Espírito, oqual as origina, é perfeito, mas as pessoas que as declaram são imperfeitas.

Muitos cristãos reverenciam as profecias como se o Próprio Deus estivesse

falando do céu. Entretanto, não é Deus quem está falando diretamente. São ohomens falando em nome de Deus. Se estas pessoas estiverem realmente nEspírito, então tudo bem. Suas palavras edificarão, exortarão e consolarão a igreja (1Co 14:3). Às vezes, infelizmente, as expressões proféticas podem estar vindo docoração das próprias pessoas ou talvez, estejam sendo coloridas e influenciadas pelainserção de alguns de seus próprios pensamentos.

Por causa disto, toda declaração profética deveria ser julgada para se saber seela é realmente uma palavra do Senhor antes que ela seja recebida, e, certamenteantes que ela seja praticada (1 Co 14:29).

1) Deveria ser julgada, em primeiro lugar, pela Palavra de Deus. A Bíblia éinfalível e, portanto, um juiz perfeitamente objetivo. Se uma declaração profética nãoestiver em perfeita harmonia com os princípios expressos na Bíblia, ela serimediatamente duvidosa. Não importa quão religiosa ou espiritual uma declaraçãoprofética pareça. Ela deve concordar inteiramente com a Palavra. Ainda que aprofecia possa estar cheia de frases como "Eu, o Senhor, digo a ti, meu servo," istocom certeza, não é nenhuma garantia de precisão ou veracidade. A Bíblia é o nossoguia final, totalmente preciso e infalível. Sempre confie mais na Bíblia do que emqualquer profecia.

2) As profecias deveriam ser julgadas pelo que Deus já lhe mostrou em seupróprio espírito. Se elas não testificam e não confirmam o que você já recebeu doSenhor, então, não aceite nenhuma profecia pessoal. Certamente, a princípio vocênão deveria agir baseado nelas. Talvez você possa orar intensamente com relação aelas, submetendo-as a Deus e buscando a Sua sabedoria e direção na questão.

3) Se um grupo de crentes estiver presente.quando a profecia for dada, entãoum julgamento da comunidade poderá sé!: dado a respeito da profecia. Qual é aopinião geral a respeito dela? Os c~rentes do grupo concordam que esta é

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verdadeiramente uma palavra de Deus? Ou eles estão unidos em seu julgamento deque esta palavra não vem do Senhor e deveria, portanto, ser tratada com muitocuidado?

Muitas vidas inocentes têm sido arruinadas por terem agido muito prontamentecom relação a "profecias pessoais."

Bibliografia

Andando no Espírito - Pr. Aluízio A. Silva. Videira - Igreja em Células.Revista Atos - Publicação de World Map. Edição de 1990.

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PARTE III

TRANSFORMAÇAO DA ALMA

A MENTE: UM CAMPO DE BATALHA

De acordo com a Bíblia, a mente do homem é incomum or se constituir umcampo de batalha onde satanás e seus maus espíritos contendem contra a verdade econtra o crente. A mente e o espírito do homem são como uma cidadela que os mauespíritos anseiam por capturar. O campo aberto onde a batalha se trava para aconquista da cidadela é a mente do homem.

Em 2 Co.10:3-5, o Apóstolo Paulo compara os argumentos e raciocínios dohomem a uma fortaleza do inimigo. Ele descreve a mente como que possuída peloinimigo que deve ser quebrada então pela batalha travada. Muitos pensamento

rebeldes estão armazenados nestas fortalezas e precisam ser levados cativos àobediência de Cristo. Tudo isso mostra claramente que a mente do homem é ocenário da batalha onde os maus espíritos entram em conflito com Deus. Podemover como os poderes das trevas se relacionam principalmente com a mente dohomem e como ela é de uma forma peculiar susceptível aos ataques de Satanás. Comrespeito às outras funções da alma - vontade e emoção -, Satanás não tem comofazer nada, a menos que tenha ganho algum terreno neles. Mas com respeito àmente, ele pode operar livremente sem primeiro persuadir o homem ou garantir oseu convite.

Antes da regeneração, o intelecto do homem o impede de compreender a DeusÉ necessário que Seu grandíssimo poder destrua os argumentos do homem. Esta éuma obra que deve ocorrer na hora do novo nascimento, e acontece na forma dearrependimento. Mas mesmo depois do arrependimento, a mente do crente não étotalmente liberada do toque de Satanás - ele vai continuar agindo. Em 2 Co.l1:3Paulo reconhece que o deus desse mundo segue a mente dos não crentes e engana amente dos que crêem. Hoje, muitas vezes Satanás se disfarça como um anjo de luz, afim de conduzir os santos, propagando um evangelho diferente do evangelho dagraça de Deus. Na verdade, são poucos os que poderiam imaginar que o diabopoderia dar bons pensamentos aos homens!

É possível que um filho de Deus tenha uma nova vida e um novo coração eainda não ter uma nova cabeça. Quão frequentemente as intenções do coração sãointeiramente puras, mas os pensamentos na cabeça são confusos. Se a mente docristão não é renovada, sua vida está destinada a ser desequilibrada e estreita. Opovo de Deus precisa saber que, se desejam viver uma vida plena. sua mente deveser renovada. A Bíblia declara enfaticamente que devemos" ser transformados pelarenovação da nossa mente" (Rm12: 2).

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A mente sob o ataque dos espíritos maus

O cristão pode descobrir que é incapaz de regular sua vida mental e fazer comque ela obedeça o propósito da sua vontade. Pergunte a si mesmo: Quem controla aminha mente? Eu mesmo? Se assim for por que não posso controlá-la agora? É Deu

quem dirige minha mente? Se não sou eu nem Deus quem regula a vida mentalquem então está no controle? Obviamente são os poderes das trevas. Por issosempre que o filho de Deus observa que não tem mais capacidade para governar amente, ele deve perceber logo que é o inimigo quem a está dirigindo.

Um fato que devemos sempre manter em mente é este: o homem possuvontade livre. A intenção de Deus é que o homem tenha controle de si mesmo. Eletem autoridade para regular cada uma de suas capacidades naturais; por isso, todoos seus procedimentos mentais devem estar sujeitos ao poder da sua vontade. Ocristão deve perguntar a si mesmo: Esses são meus. pensamentos? Sou eu quem está

pensando? Se não sou eu, então deve ser o espírito maligno que é capaz de operar namente do homem. Essa pessoa deve saber que, neste caso, ela não teve a intençãode pensar e ainda assim pensamentos brotaram em sua cabeça. Sua conclusão deveser que estes pensamentos não são seus, e sim do espírito maligno. Mas como sabese um pensamento é seu ou de um espírito maligno? O cristão deve observar comoele surgiu. Se sua faculdade mental está tranqüila e serena, funcionando normal enaturalmente e, de repente, um pensamento desordenado e sem qualquer ligaçãocom suas atuais circunstâncias brota, muito provavelmente é uma ação dos mauespíritos. Eles estão tentando injetar seus pensamentos na cabeça do crente paraassim levá-lo a aceitá-los como seu. Se o filho de Deus não deu origem à idéia, mas

pelo contrário, se opõe a ela, e mesmo assim ela continua em sua cabeça, podeconcluir que tal pensamento vem do inimigo. Cada pensamento que o homemescolhe não pensar, e cada um que se opõe à vontade do homem, não vem dele esim do exterior. É muito importante saber que os poderes das trevas operam nãoapenas do lado de fora, mas do lado de dentro do homem também. Isto quer dizeque eles podem se comprimir na vida de pensamento do homem e operar dali. Osespíritos malignos possuem uma capacidade de comunicação que o homem nãopossui. Eles podem trabalhar inicialmente na mente do homem e depois alcançar suemoção e vontade. A Bíblia mostra claramente que os poderes das trevas tanto

podem comunicar idéias ao homem como tirá-las dele: o diabo já havia colocado nocoração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse (Jo. 13:2) e "Logo vem odiabo e tira-lhes do coração a palavra" (Lc. 8: 12).

As causas do ataque dos maus espíritos

Sempre que alguém oferece oportunidade aos maus espíritos, ele não podemais seguir sua própria vontade, mas deve ser obediente à vontade do outro. Ao

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ceder terreno a eles em sua mente, imediatamente sua soberania sobre ela éperdida. Devido a essa afinidade entre'a mente e os maus espíritos, o cristão sempreabre caminho para eles. O terreno ganho concede autoridade a essas potestades paraoperarem sem impedimento na mente do crente. Mas a mente do homem pertenceao homem e sem a sua permissão, o inimigo não tem poder para usá-la.

É no campo das idéias e do pensamento que o cristão fornece território aomaus espíritos, e dali é que eles operam. Falando de modo geral, são seis os tipos deterrenos que podem ser cedidos ao inimigo. Vamos examinar cada um deles.

a) Uma mente não renovada

Se a mente do cristão não é renovada depois do seu espírito ser regeneradoele expõe grande território às maquinações do espírito maligno. Sabedores de queessa mente não renovada constitui sua melhor oficina de trabalho, as forças doinimigo empregam todo artifício para manter o crente na ignorância ou entãimpedindo-o de buscar a renovação da sua mente.

b) Uma mente incorreta  Todos os pecados fornecem território ao adversário. Se um filho de Deu

alimenta o pecado em seu coração, ele está emprestando sua mente aos espíritossatânicos para uso deles. Todos os pensamentos impuros, orgulhosos, sem bondade einjustos fornecem bases de atividades a esses espíritos.

c) Interpretar mal a verdade de Deus

Se os seguidores de Deus compreendem ou interpretam erradamente comosendo natural ou causado por eles mesmos, aquilo que os maus espíritos causaramem seus corpos, circunstâncias ou trabalhos, eles estão cedendo terreno precioso a

eles para suas abomináveis realizações. Uma mentira abraçada foi o terreno paramais atividades pelos elementos satânicos. Por outro lado, muitos cristãointerpretam mal as verdades de Deus. Os maus espíritos planejam de acordo com oentendimento errado do crente, e este julga que essas coisas são de Deus, ignorandoque elas são apenas uma imitação dos maus espíritos e fundamentadas no seu maentendimento.

d) Aceitação de sugestões.

Os espíritos malignos colocam seu pensamento na forma de profecia, depois aplantam na mente do crente para ver se ele vai aceitá-la ou rejeitá-la Se a mente dele

não oferecer objeção e, pelo contrário, até mesmo aprovar esta profecia, os espíritoda impiedade conquistaram um lugar para realizar o que propuseram. O cumprimentodas palavras dos advinhos é baseada inteiramente nesse princípio. Os demôniosinjetam palavras com respeito ao corpo do cristão, tais como predizer sua fraqueza oudoença. Se o crente absorve este pensamento, ficará de fato doente e fraco.

e) Uma mente vazia

Deus criou o homem com uma mente para ser usada. Uma mente vívida é um

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obstáculo à obra dos demônios. Um dos seus maiores alvos, é conduzir a mente dapessoa a um estado vazio, pois enquanto a cabeça estiver vazia, ele não pode pensarO cristão deve exercitar sua mente, pois assim barra a ação maligna.

f) Uma mente passiva

A diferença entre uma mente passiva e uma vazia é que a mente vazia não é

usada, e a passiva fica à espera de alguma força exterior para ativá-lo. Passividade ése abster de mover por si mesmo e deixar que elementos exteriores façam isso. Apassividade reduz o homem a uma máquina. A passividade oferece aos espíritomalignos oportunidade de ocupar também a vontade e o corpo do crente. Se alguémpermitir que a sua cabeça pare de pensar, pesquisar, decidir e de examinar suaexperiência e ação à luz da Bíblia, ele está praticamente convidando Satanás ainvadir sua mente e enganá-lo. Em seu desejo de seguir a direção do Espírito Santomuitos dos filhos de Deus sentem que não precisam de medir, investigar e julgar à luzda Bíblia todos os pensamentos que aparentemente vêm de Deus.

Passividade

A causa da passividade é a ignorância do cristão. O caminho normal dcondução de Deus é na intuição do espírito e não na mente. O crente deve seguir arevelação da sua intuição, e não o pensamento em sua mente. É pela intuição quechegamos a conhecer a vontade de Deus, mas também precisamos da mente parainspecionar nosso sentimento interior a fim de determinar se ele vem da intuição ouse é uma imitação das nossas emoções. Sabemos pela intuição, mas tiramos a provapela mente. A cabeça não deve nunca guiar ou conduzir, mas inquestionavelmenteela precisa testar a autenticidade da direção. Tal ensinamento concorda com asEscrituras (Ef. 5: 17,10).

Um crente pode escorregar para a passividade, quando espera que Deucoloque Sua vontade em seu pensamento e cegamente segue toda conduçãsobrenatural sem empregar sua inteligência para examinar se ela vem de Deus. Aconseqüência de tal ignorância é a invasão do inimigo. Os adivinhadores, oagoureiros, os médiuns, os necromantes dizem que a fim de ficarem possessos poaquilo que chamam de "deuses" (que na realidade são demônios), a vontade delenão deve oferecer qualquer resistência, a mente deve ser reduzida a um branco totaOs maus espíritos ficam vibrando quando encontram. A distinção básica entre acondições de operação do Espírito Santo e dos maus espíritos podem ser resumida

desse modo:

a) Todas as revelações e visões sobrenaturais que exigem a suspensão total dafunção da mente ou que só são obtidas pelo cessar do seu funcionamento não são deDeus.

b) Todas as visões que têm sua origem no Espírito Santo são concedidasquando a mente do crente está plenamente ativa - a ação de demônio segue um

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caminho opostoc) Tudo o que flui de Deus concorda com a natureza de Deus e a Bíblia.

Vamos apresentar agora mais três diferenças entre a ação de Deus e a dodemônios. .

a) O pensamento dos demônios sempre invade vindo do lado de fora, entrandoprincipalmente pela mente.

b) O pensamento deles força, empurra e compele o homem a agiimediatamente - nunca concede tempo para pensar, considerar ou examinar.

c) Os demônios confundem e paralisam a mente do homem para que não maipossam pensar.

OS FENÔMENOS DE UMA MENTE PASSIVAVamos apresentar rapidamente os fenômenos de uma mente sob o ataque dos

maus espíritos.Pensamentos relâmpagos

Depois que a mente de alguém afunda na passividade, ele receberá muitopensamentos injetados pelo lado de fora, noções impuras, blasfemas e confusas Tudo isso passa por sua mente em sucessão. Embora ela decida rejeitá-las, não tempoder para fazê-la cessar ou para alterar a inclinação do seu pensamento. Algumasvezes, essas idéias reluzem no cérebro de alguém como um relâmpago.

Imagens

O adversário também pode projetar imagens boas ou impuras na mente docrente. Isso acontece porque seu poder de imaginação declinou para a passividadeEle não pode controlar seus poderes imaginativos, mas permitiu o controle delepelos maus espíritos.

SonhosOs sonhos podem ser naturais e sobrenaturais. Alguns são inspirados por Deu

e ainda outros por Satanás. Os poderes malignos podem criar imagens durante o diae sonhos durante a noite. À noite o cérebro não é tão ativo como de dia, sendo dessmodo, mais passivo e mais propenso a ser manipulado pelo diabo. Tais sonhos fazem

com que se levante pela manhã seguinte com a cabeça pesada e um espíritmelancólico. Os sonhos e as visões de Deus capacitam o homem a ser normaltranqüilo, cheio de raciocínio e consciente. Os sonhos inspirados por Satanás sãogrotescos, impetuosos, fantásticos, tolos e tomam a pessoa arrogante, atordoadaconfusa e irracional.

InsôniaEste é um mal comum dos santos. Ao deitarem à noite, muitos experimentam

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pensamentos sem fim brotando em suas mentes. Continuam pensando no seu dia detrabalho ou relembrando experiências passadas, ou mesmo enchendo suas mentecom uma mistura de assuntos. Eles pensam de antemão nas obrigações da manhãseguinte, tais como o que devem fazer e qual seria o melhor plano. Seus cérebrosgiram incessantemente. Essas pessoas querem realmente dormir, mas nãconseguem parar de pensar. No curso normal dos acontecimentos, o sono renova oespírito das pessoas, Mas quando se passa noites e noites de insônia, o crentechegará a ter pavor do sono, da cama e da noite.

Esquecimento

Devido ao ataque do diabo, muitos santos são destituídos do seu poder dememória e sofrem de esquecimento. Eles esquecem até mesmo o que disseram efizeram. Não podem localizar objetos que guardaram naquele mesmo dia. Outrofenômeno pode ser observado: o crente pode normalmente possuir uma boamemória, mas em vários momentos críticos ela falha sem explicação. Tudo isso éação de demônios.

Falta de concentração

Alguns, por ação de espíritos malignos, parecem não ter qualquer poder deconcentração quando tentam pensar enquanto outros são melhores. mas seupensamentos voam para qualquer lugar depois de uns poucos momentos dconcentração num determinado assunto, principalmente durante a oração e a leiturada Bíblia. Há irmãos que não têm consciência do que estão lendo e não conseguemprestar atenção aos cultos. Espíritos malignos tentam evitar que ouçam o que seriaútil, não fazendo cessar a operação de suas mentes, mas forçando-os a pensar emoutras coisas. Por essa razão, muitos cristãos não conseguem ouvir o que os outro

lhes dizem. Antes que o outro termine, ele já está interrompendo impacientementepois os maus espíritos o inspiraram com inúmeros pensamentos.

Inatividade

Num último estágio, a mente do crente perde sua capacidade de pensar e caquase que inteiramente nas mãos dos maus espíritos. A pessoa torna-se incapaz depensar, pois não consegue iniciar qualquer pensamento, pois milhares deles passampor sua mente a cada instante e ele não tem como faze-los cessar. O crentescravizado desenvolverá um ponto de vista desordenado e desequilibrado. Um

pequeno monte aos seus olhos parece uma montanha. Essa pessoa foge de situaçõese pessoas que o forcem a pensar. Todo o seu tempo é dissipado, gasto sempensamento, imaginação, raciocínio ou consciência.

Vacilação

São cristãos que não têm firmeza de caráter e que trocam de posiçãinterminavelmente. Todavia, na realidade, são os espíritos iníquos que mudam seu

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pensamentos e alteram suas opiniões. De manhã decidem fazer algo, e à tarde jámudaram de idéia.

Tagarelice

Geralmente, crentes assaltados por Satanás são muito tagarelas, visto que sua

cabeças estão explodindo com pensamentos, suas bocas não podem estar semgrande abundância de palavras. A mente que não pode ouvir os outros, mas exigeque os outros a ouçam é uma mente doente. Muitos cristãos são como máquinafalantes operadas por forças externas. Quantos não podem refrear suas línguas dafofoca, dos gracejos e da difamação! Parece que as idéias tão logo surgem em suamentes e antes que haja oportunidade para considerá-las, já se transformaram empalavras - a língua fica fora do controle da mente e da vontade. Tudo isso é causa dapassividade da mente. O cristão deve compreender que todas as suas declaraçõesdevem ser o resultado do seu próprio pensar.

Obstinação

Uma pessoa passiva se recusa categoricamente a ouvir qualquer raciocínio ouevidência, após ter tomado uma decisão. Não está disposto a ouvir os outros, pois julga que nunca podem saber o que ele sabe! Esse tipo de pessoa aceita todas avozes sobrenaturais como sendo de Deus e uma vez que ele crê que a direção é deDeus, sua mente é selada contra qualquer mudança.

O sintoma dos olhos

A mente que é passiva e assaltada pelos maus espíritos, pode ser identificadaprontamente através dos olhos. Os olhos do homem revelam sua mente mais do quequalquer outra parte do seu corpo. Enquanto uma pessoa com a mente passivaconversa com os outros, seus olhos tendem a vaguear ao redor, para cima e parabaixo, voando em todas as direções ou então, ela não consegue olhar no rosto dooutro. Os olhos podem também se fixar em uma direção sem nem mesmo piscarcomo se estivesse paralisado.

Finalmente

Recapitulando: os fenômenos da mente de um cristão sob o ataque dos mausespíritos são múltiplos e variados. Um princípio, entretanto, é a base de todos eles: apessoa perde seu controle. Inatividade em lugar de atividade, inquietação em lugade calma, agitação devido à inundação de pensamentos, incapacidade dconcentração, ou para distinguir ou lembrar, confusão fora de controle, trabalhos semfruto, ausência de trabalho durante o dia e sonhos e visões à noite, insônia, dúvidasfalta de vigilância, medo sem razão, perturbação a ponto de agonia, todas esta

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coisas são inspiradas pelos maus espíritos.

O CAMINHO DO LIVRAMENTOSe você percebeu que ainda há passividade em sua mente, não se desespere

há um caminho para o livramento: basta buscá-Lo com diligência.

Os que vão buscar o livramento. devem saber que os maus espíritos nãopermitirão que seus cativos saiam livres sem luta. É importante que você realmentesaiba e tenha clareza de que cedeu espaço a demônios e decida firmementereconquistar o espaço cedido. O diabo vai usar várias táticas para impedi-lo e, casonão consigam, tentarão uma luta final para ganhá-lo, empregando sua costumeiratática mentirosa, apontando-lhe que não poderá reconquistar sua liberdade por ter seafundado demasiadamente na passividade, ou então que Deus não está disposto alhe conceder graça novamente, ou mesmo que será melhor que ele não resista, ouque de qualquer forma ele não poderá ver o dia do livramento; por isso, por que se

aborrecer com esforço e sofrimento? Nessa luta, o crente deve aprender que a aarmas de guerra devem ser espirituais, pois as carnais de nada lhe valem.

O terreno perdido a ser recuperado

Sintetizando o que já vimos, os maus espíritos têm podido operar na mente docrente por (1) uma mente não renovada. (2) aceitação das mentiras dos mauespíritos, e (3) passividade. Depois de identificar. em qual dessas áreas ele cedeuterritório aos maus espíritos, ele deve partir imediatamente para a recuperação doterreno perdido. A mente não renovada deve ser renovada; a mentira aceita deve se

localizada e renunciada; e a passividade deve ser transformada em ação livre.

A mente renovada

Deus não deseja uma mudança na mente de Seus filhos apenas na ocasião daconversão. A mente deve ser renovada constante e completamente, visto quequalquer resíduo da sua carnalidade é hostil a Deus. Rm 8:7,2 Co.10:5; Rm. 6:11,12 eEfésios4, são versículos que nos advertem quanto ao domínio de Satanás em algumaáreas de nossas vidas e introduzem a cruz como o instrumento para a renovação damente. A salvação que Deus comunica através da cruz inclui não apenas uma nova

vida, mas a renovação de cada função da nossa alma também. A salvação que estáprofundamente arraigada em nosso ser deve ser gradualmente" desenvolvida" Precisa ficar claro para nós que a renovação é obra de Deus, mas o despojar - onegar, o abandonar - o seu velho pensamento é o que você deve fazer.

Depois de reconhecer a velhice da sua mente e desejar despojá-la pela cruz, ocristão deve agora praticar a negação diária de todos os pensamentos carnais. Deoutro modo, a renovação será impossível. Em 2 Co.10.5, aprendemos que devemo

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trazer todos os pensamentos cativos à obediência de Cristo. Devemos examinar opensamento para determinar se: (1) ele vem da sua mente velha, ou (2) se eleemana do terreno cedido, e se (3) oferecerá novo terreno aos maus espíritos, ou se(4) ele brota de uma mente normal e renovada.

Mentiras renunciadas

Quando o salvo se coloca debaixo da luz de Deus, ele descobre que freqüentemente no passado as mentiras dos maus espíritos foram por ele aceitas, levando a umasituação de passividade. Exercitando-se, o filho de Deus descobrirá que muitaaflições, fraquezas, doenças e outros fenômenos em sua vida hoje, aconteceramporque ele aceitou direta ou indiretamente as mentiras nele plantadas pelodemônios no passado. Para se assegurar a liberdade, o cristão deve experimentar aluz de Deus, que é a verdade de Deus. Visto que ele anteriormente perdeu terrenopor crer nas mentiras, agora deve recuperar este terreno negando todas as mentirasDeve orar buscando luz de Deus para conhecer toda a verdade. Pela oração e pela

escolha da vontade, ele deve resistir a toda mentira satânica.

A passividade destruída

Precisamos entender uma lei básica no reino espiritual: nada que pertença aohomem pode ser realizado sem o consentimento da sua vontade. É devido àignorância que o filho de Deus aceita o engano dos maus espíritos e dá permissão aeles para operarem em sua vida. Agora, para retomar o terreno, deve retirar oconsentimento dado aos demônios, insistindo no fato de que ele é seu próprio senhoe não vai tolerar que o inimigo manipule qualquer parte do seu ser.

Nesse processo de retomada, o crente deve tomar a iniciativa em cada ação enão depender de ninguém mais. Ele deve tomar sua própria decisão sem esperapassivamente pelo outros ou por circunstâncias. Orando e vigiando deve avançapasso a passo. Deve exercitar sua mente e pensar no que deve fazer, falar ou setornar. O crente deve entender que este processo pode demorar. Cada sugestão doinimigo dada ao crente deve ser enfrentada com a verdade da Bíblia. Responda àsdúvidas com os textos da fé, reaja ao desespero com as palavras de esperançaresponda ao temor com palavras de paz. A vitória é obtida pelo manejo da Espada doEspírito.

A PASSIVIDADE E SEUS PERIGOS"O meu povo está sendo destruído por falta de conhecimento". ( Os. 4:6). O

cristãos de hoje geralmente carecem de dois tipos de conhecimento: (1conhecimento das condições através das quais os maus espíritos operam; (2

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conhecimento do princípio da vida espiritual.A lei da causa e efeito

Para cada uma das coisas que Deus criou existe uma lei. Os maus espíritostambém operam segundo leis definidas. Ora, se alguém oferecer as condições para aoperação dos maus espíritos, então, certamente o terreno foi cedido para que eles

operem nele. Esta é a lei da causa e efeito - aquele que preenche os requisitos para aoperação dos maus espíritos será prejudicado por eles. O fogo queima tudo o que focolocado nele; a água afoga todos os que forem imersos nela, e os maus espíritosatacam todos (até mesmo os filhos de Deus) que concedem terreno a eles. Osdemônios começam a penetrar em qualquer homem, tão logo obtenham uma base deapoio nele.

Falando de modo simples, o terreno que o crente fornece aos demônios é opecado. Todo pecado fornece território a eles. Existem dois tipos de pecado: opositivo e o negativo. O positivo são aqueles que a pessoa comete: suas mãosrealizam más ações, seus olhos contemplam cenas malignas, seus ouvidos ouvemnotícias ímpias e sua boca pronuncia palavras impuras. Mas a Palavra de Deus dique também a omissão (leia-se pecado negativo) também é pecado (Tg. 4: 17).

O pecado de omissão que concede terreno aos demônios é a passividade docrente. A não utilização e a má utilização de qualquer parte do nosso ser é um pecadoaos olhos de Deus. Todas as nossas habilidades e dons devem ser devidamenteutilizados. Quando isto não acontece, está sendo oferecido ao diabo ocasião para queelas sejam exercitadas por ele.

Os Perigos.

Eis a ordem do processo que muitos crente cumprem até caírem nas mãos dosdemônios: (1) ignorância, (2) engano, (3) passividade, (4) entrincheiramento. Depoide seguir todos estes passos, o engano aprofunda mais, resultando num cerco deproporções alarmantes. A pessoa nesse estado prefere ser guiada pela circunstânciado que ser livre para escolher uma outra, porque fazer uma escolha é muito cansativopara ele. Em tal condição de inércia, decidir uma questão pequena se torna uma

tarefa tremenda. A vítima busca ajuda em toda parte. Sente-se bastante atrapalhadopor não saber como lidar com seus negócios diários. Parece ter grande dificuldade emcompreender o que as pessoas lhe dizem. Lembrar de algo lhe é extremamentedoloroso. Este crente fica à espera de uma ajuda, um impulsionar exterior. Estamossugerindo que tal crente passivo não gosta de trabalhar? De modo nenhum! Porquequando é impulsionado por uma força externa, ele é capaz de trabalhar, mas tão logotermina a compulsão, ele pára bem no meio de seu trabalho, sentindo-se sem força

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pra prosseguir. Este crente não conclui suas tarefas.

Porque sua vontade já é passiva e sem capacidade de operar, os maus espíritogeralmente o conduzirão a uma situação em que o exercício da vontade é necessárioa fim de embaraçá-lo e sujeitá-lo ao escárnio. Eles instigam muitas dificuldades paraque o santo fique esgotado. Quão lamentável que ele não tenha força para protesta

e resistir. As potestades levaram vantagem porque sua vítima caiu da ignorância parao engano, do engano para a passividade ,e da passividade para os sofrimentos de umprofundo cerco. Mesmo assim, ele ainda não discerniu que tal situação não foi dadapor Deus e por isso continua em sua aceitação passiva. "Não sabeis que daquele aquem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo aquem obedeceis..." (Rm. 6:6) Se nós oferecemos a Deus apenas de boca, e na práticareal estamos nos sujeitando aos maus espíritos, não podemos escapar de sermoseus escravos.

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O ENGANO DO CRENTE

Os crentes que caem nas garras dos maus espíritos não são apenas os maiprofanos, degenerados e pecaminosos, pelo contrário, muitas vezes são cristãototalmente entregues e espiritualmente mais avançados do que os crentes comunsEles caem na passividade por não conhecerem como cooperar com Deus. Estãocheios de boas intenções, mas honestidade não é a condição para não ser enganadoe sim, o conhecimento. Como ele pode esperar que Deus o proteja por suas boaintenções quando ele está cumprindo os pré-requisitos para a operação dos mausespíritos?

Consideraremos alguns detalhes e conceitos errôneos que os cristãogeralmente aceitam.

Uma noção errada com respeito à morte juntamente com Cristo Gl. 2:20 fala danossa morte com Cristo. Alguns interpretam tais palavras como que indicando auto

anulação. O que eles consideram ser o ápice da vida espiritual é uma perda depersonalidade, ausência de vontade e de autocontrole. O argumento deles é: "Vistoque fui crucificado com Cristo, então o eu não mais existe. Já que o Eu morreu, entãoeu devo praticar a morte, isto é, não devo abrigar qualquer pensamento, desejo ousentimento. Porque Cristo está vivo dentro de mim, Ele pensará ou sentirá em meulugar". Infelizmente, estas pessoas ignoram o restante do versículo: "...a vida queagora Eu vivo na carne" .

Paulo, depois de ter passado pela cruz, ainda declara de si mesmo: "...agora9EU) vivo”!

A cruz não aniquila o nosso "Eu". O verdadeiro sentido da nossa aceitação damorte juntamente com Cristo é que estamos mortos para o pecado e que entregamosnossa vida da alma à morte. Deus nos convida a negar o desejo de viver pelo nossopoder natural e a viver por Ele, dependendo de Sua vitalidade momento a momento Tal andar com Deus requer o exercício diário da nossa vontade, de uma maneiraativa, consciente e em fé, para a negação da nossa própria energia natural e aapropriação da energia divina. As conseqüências do mau entendimento dessverdade são: (1) o crente pára de ser ativo, (2) Deus não pode usá-lo porque violouSeu princípio de operação e (3) os maus espíritos agarram a oportunidade parainvadi-lo, visto que, involuntariamente, preencheu os requisitos para sua operação

Quando dizemos que alguém deve estar "sem ego", queremos dizer sem qualqueatividade do ego, e não sem a existência do ego.

Existem vários conceitos errados relacionados com a vida espiritual. Eis alguns.

1 - falar - Mt.1 0:20 "Porque não sois vós quem haveis de falar, mas o Espíritode vosso Pai é quem fala através de vós". Alguns imaginam que enquanto estiverementregando uma mensagem numa reunião, não devem empregar sua mente e

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vontade, mas devem apenas oferecer suas bocas passivamente a Deus, deixando queEle fale através deles. Este texto não quer dizer isto.

2 - Direção - "E vossos ouvidos ouvirão uma voz atrás de vós, dizendo: Este é ocaminho; andai nele". (ls. 30:21). Os santos não percebem que este versículo serefere especificamente à experiência do povo terreno de Deus, os judeus, durante o

reino milenar, quando não haverá imitação satânica. Desconhecendo isso, eleentendem que a direção sobrenatural numa voz é a mais elevada forma de direçãoNão escutam sua consciência nem seguem sua intuição. Esperam simplesmente deuma forma passiva pela voz sobrenatural. Neste momento, os demônios acham umterreno fértil para agir.

3 - Memória - "Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meunome, ele vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenhodito" (Jo.14:26). Os cristãos não entendem que este versículo significa que Consolador iluminará suas mentes a fim de que possam lembrar aquilo que o Senho

falou. Eles, pelo contrário, pensam que a instrução é para que não usem suamemória, porque Deus trará todas as coisas à sua mente. .

4 - Amor - "O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo EspíritoSanto que nos foi dado". (Rm. 5:5). Os crentes entendem que eles mesmos nãodevem amar, mas sim deixar que o Espírito Santo dispense o amor de Deus a elesOram pedindo a Deus que ame através deles. Por isso, param de exercitar suafaculdade da afeição, permitindo que sua função afunde numa paralisia total. Osmaus espíritos, então, substituem o homem. E, uma vez que abandonou o uso da suavontade para controlar sua afeição, eles colocam no homem o amor falsificado delesDaí em diante, este homem se comporta como madeira ou pedra, frio e morto paratodas as afeições. Isso explica porque muitos cristãos são dificilmente acessíveis. Mc12:30 diz que devemos amar com todo o nosso ser. Nós (o Eu) devemos amar.

5 -  Humildade - "Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos comalguns, que se louvam a si mesmos". (2 Co. 10: 12). Os crentes entendem mal estetexto e pensam que é um convite para se ocultarem até serem deixados sem autoestima, coisa que Deus, inquestionavelmente, nos permite ter. Muitos exemplos deauto-humilhação são um disfarce para a passividade. Em conseqüência disso, (a) ocrente apaga a si mesmo; (b) Deus não o enche; e (c) os maus espíritos utilizam suapassividade para tomá-lo inútil.

6- Sofrimentos e fraquezas

O cristão entende que deve andar no caminho da cruz e sofrer por causa deCristo. Ele também está disposto a ser fraco e ser fortalecido pelo poder de DeusEstas são atitudes louváveis, mas que podem ser utilizadas pelo inimigo se não forembem compreendidas. Sofrer na mão do inimigo e ao mesmo tempo crer que seusofrimento procede de Deus, apenas concede ao inimigo o direito de prolongar o

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ataque. Ele pensa ser um mártir - por sofrer pela Igreja - mas na verdade é umavítima. Devemos checar a fonte do sofrimento. Não devemos aceitaautomaticamente todos os sofrimentos como sendo de Deus.

Quanto à fraqueza, Paulo estava apenas re]atando para nós a sua experiênciade como a graça de Deus o fortaleceu em sua fragilidade, visando a realização do

propósito de Deus. Não devemos entender que Paulo estivesse persuadindo umcrente forte a escolher propositadamente a fraqueza, a fim de que Deus possfortalecê-lo depois. Ele está simplesmente mostrando ao crente fraco o caminho paraa força.

Escolher a fraqueza e o sofrimento, sem os critérios necessários, é preencher ascondições para a operação dos maus espíritos.

O ponto vital

O princípio envolvido em todos os casos que citamos ou não, é que o diabo nãofalha em agir sempre que houver passividade da vontade ou o preenchimento das

suas condições de operação. Para se livrar dessa situação, todos os que tenham sidovítimas dos maus espíritos devem se perguntar: "preenchi as condições para aoperação dos maus espíritos?". Isto o livrará de muitos acontecimentos falsos esofrimentos desnecessários. Outra coisa que precisamos entender é que os mauespíritos se utilizam da verdade, por isso, devemos entender o princípio básico dequalquer ensinamento bíblico, para que o diabo não se utilize da própria palavradistorcendo-a, para nos confundir e aprisionar.

A VEREDA PARA A LIBERDADE

E possível que um crente consagrado seja enganado com respeito à passividadepor alguns anos, sem jamais ser despertado para sua perigosa condição. Aapresentação do verdadeiro significado da consagração a estes se torna dimportância vital. O conhecimento da verdade é vital para a libertação dpassividade.

O conhecimento da verdade

O primeiro passo para a liberdade é conhecer a verdade de todas as coisas: averdade com respeito à cooperação com Deus, a operação dos maus espíritos

consagração e manifestações sobrenaturais. O filho de Deus deve conhecer verdade quanto à fonte e à natureza das experiências que possa ter estado provando

Advertimos nossos leitores sobre o perigo da experiência sobrenatural. Nãoestamos dizendo que todas estas experiências são ruins e devem ser abandonadas nada disso, pois a Bíblia está cheia de experiências sobrenaturais. Nosso propósito élembrar que pode haver mais de uma fonte por detrás dos fenômenos sobrenaturaisSerá facilmente enganado, especialmente aquele crente que não morreu para sua

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vida emocional, mas busca ansiosamente acontecimentos sensacionais.

Preste atenção! Quando a experiência sobrenatural tem como autor o EspíritoSanto, suas mentes ainda estão em condições de tomarem parte. Não é exigido quesejam total ou parcialmente passivos, antes de obterem ta! experiência. Mas, se aexperiência tem como autor demônios, então, as vítimas devem ser levadas à

passividade, suas mentes esvaziadas e suas ações realizadas sob compulsão externaDevemos sempre lembrar que o espírito dos profetas estão sujeitos aos profetas. (Co. 14:32). Qualquer espírito que exige que o profeta se submeta a ele não é deDeus.

A aceitação da verdade é o primeiro passo para a liberdade. Pode severgonhoso para o crente reconhecer que foi usado e enganado pelos maus espíritosmas é necessário reconhecer a verdade. A dúvida é o prelúdio para a verdade. Issonão quer dizer duvidar do Espírito Santo, de Deus ou da Sua Palavra, mas sim daexperiência passada de alguém. Tal dúvida é tanto necessária quanto bíblica, poisDeus nos mandar "provar os espíritos" (I Jo. 4: 1).

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PARTE IV

O PLANODE REDENÇAO

A NOVA ALIANÇA

OS ANTECEDENTES DA NOVA ALIANÇA

Deus planejou colocar o homem na terra, a fim de que este fosse o seu reflexomanifestando sua vida, sua natureza de sua glória. Deus desejava que o homem Orecebesse como sua vida dentro de seu espírito. Deus diz em Gênesis 1 :26 "Façamos

o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança". E assim, o homem criado

por Deus andava na terra expressando a natureza de quem o criara para istoInfelizmente, este homem traiu o propósito de Deus, não o recebeu em seu espírito edeu ao Diabo a posse daquilo que lhe havia sido entregue. Deu a terra e a si mesmoVendeu-se à escravidão do pecado e tornou-se escravo do Diabo. Deus, entretantonão se deu por vencido, e estabeleceu um plano. Este plano divino é expresso emGênesis 3: 15, neste sentido:

"Tu fizeste uma aliança com o homem, diz 

Deus ao Diabo, e  pelo engano entraste na terra. Mas Eu te digo que usarei a

mulheres colocarei dentro dela a minha semente, não a semente do homem

 porquanto a semente do homem foi corrompida. Colocarei a minha semente dentro

da mulher e esta semente me fará vir à luz um homem, porque eu dei a terra aos

filhos dos homens. Essa semente fará uma aliança de sangue com o homem equebrará o teu poder.

Passam-se dois mil anos, Deus começa a por em andamento seu Plano que viráatravés de uma aliança de sangue Virá por um pacto, um testamento.

O primeiro sangue derramado na Bíblia foi no Éden. Foi Deus mesmo quemimolou o primeiro cordeiro e derramou o seu sangue sobre a terra. Essederramamento de sangue fez-se necessário porque entre Deus e Adão havia uma

aliança e, quando uma aliança é quebrada, a morte deve vir sobre a parte infiel. Ocordeiro morreu no lugar do homem e a sua pele cobriu a nudez deste. Por toda aBíblia, vemos este sangue. Só no livro de Apocalipse, por vinte e oito vezes Jesus échamado de Cordeiro de Deus, o cordeiro que verteu sangue.

O Que é Uma Aliança de Sangue?

A vida está no sangue e este é vida. Onde há derramamento de sangue, houve

morte, houve derramamento de vida. A aliança de sangue celebrada há muito tempo78

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pelos povos antigos nasceu no coração de Deus. É um contrato entre duas pessoastão sagrado, tão sério. que jamais poderá ser quebrado, sob pena de morte. Por estecontrato, togas as coisas se tornam em comum. O que é seu, torna-se meu, e o que éme..u, torna-se seu. Meus bens são seus, seus bens são meus, minhas dívidas sãosuas, suas dívidas são minhas. Eu não tenho mais que pedir, posso lançar mão de tuao que é seu como se fosse meu e você pode lançar mão de tudo que é meu comosendo seu. Todos os povos antigos conhecem a afiança de sangue. Ainda hoje, entreos africanos e os orientais, a aliança de sangue está presente. O Diabo sabe do podeque há atrás de uma aliança de sangue e, por isso mesmo a usa também. Oocultismo, a maçonaria e toda sorte de cultos satânicos a conhecem e a praticamEntretanto, a aliança de sangue nasceu de Deus. Várias eram as cerimônias em queos hebreus seguiam quando faziam uma aliança de sangue com alguém. Uma delaera a troca de túnica: A roupa simbolizava a vida e quando se tirava a túnica-e'a davaa alguém, isso significava que se estava dando a própria Vida. Outra cerimonia era atroca do cinto que servia para ajustar a arma. O cinto simboliza, nesse contexto

segurança. Quando se trocavam os cintos. Queria dizer: dou-te a minha segurança ea minha defesa. Quem luta contra mim.

Outro cerimônia era cortar o cordeiro em partes. Morto era o animal e umametade era colocada defronte da outra e ambos caminhavam por entre as parteformando a figura de um oito deitado, que significa o infinito. O significado é este: Eumorri, tu morreste, começamos uma nova vida como parceiros de aliança. Outracerimônia era o corte da mão ou do pulso. Após os cortes, juntavam-se estesignificando: Nossas vidas misturam-se, porque a vida está no sangue.

Ainda outra era o partir do pão juntos e o beber do cálice. Isso acontece até o

dia de hoje. Quando duas pessoas comem juntas, isto significa: Minha vida estáentretanto na tua, tua vida está entretanto na minha. Somos irmãos de aliançaOutro cerimonial era a troca de nomes. Eu passo a receber seu nome e você recebe omeu, significando: Tenho agora direito a tudo quanto seu nome tem direito e vocêtem direito a tudo quanto o meu nome tem direito. As vezes, plantavam uma árvorecomo memorial ou trocavam ovelhas para gerarem frutos com esse fim. Na presençado memorial, os termos da aliança eram escritos. Em todas elas havia bênçãodecorrentes da fidelidade à aliança, ou então maldições decorrentes da quebra daaliança.

Só Um Filho do Homem Pode Agir Legalmente na Terra

Quando Deus veio ao encontro do homem, Ele não veio pelo engano, comoSatanás, mas veio com a aliança de sangue. A palavra "aliança", no hebráico significacortar com derramamento de sangue e andar por entre as partes. O Novo Testamentotambém é uma aliança de sangue.

Deus tinha o plano de trazer a sua semente à terra, com o fim de retomar a

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terra das mãos do Diabo e derrotá-lo. Deus deu a terra aos filhos dos homensconforme o Salmo 115. Mas esse homem quebra a aliança e faz toda a terra e toda asua descendência culpada. Mas, por a terra é dos homens, somente um homempoderia ser instrumento legitimo de redenção. Entretanto todos os homens sobre aterra estavam desqualificados para se tornarem esse instrumento. Se um homem foinstrumento de queda, um homem deveria ser instrumento a;redenção. Não ddescendência de Abrão, porque a semente desta está contaminada pelo pecado ecomo cada semente produz de acordo com a sua espécie, toda a descendência deAdão é contaminada.

Deus, então, sem violar Sua palavra e sua aliança, concebe, então, um planopara entrar legalmente na terra. Se a terra era dos homens, só um homem na terrapoderia. ser instrumento e canal da ação de Deus no planeta. Deus, então, faz-sehomem e sem violar nada, entra pela porta. A porta é o nascimento de mulher. Em João, capítulo dez, Jesus fala de duas formas de se agir na terra: como o ladrão deovelhas que pula a cerca ou como pastor que entra pela porta. O aprisco é a terra, a

ovelhas são os filhos dos homens e a porta de entrada na terra, é o nascimento demulher. Satanás não nasceu aqui, ele não é homem, nem filho do homem, subiu ilegalmente, tomou emprestado o corpo da serpente.

A aliança do Novo Testamento começa com Abraão, e Deus, através dessaaliança, abre uma forma legal de agir na terra. Deus tem em vista sua semente; tudoquanto fizer terá em mente essa sua semente: O Cristo.

A Nova Aliança Procede da Aliança AbraâmicaNo capítulo doze de Gênesis, o Senhor diz a Abrão:

" Sai da tua terra e da tua parentela e vai para a terra que eu te mostrarei

Abençoarte-ei e tu serás uma bênção. Em ti serão benditas todas as famílias daterra",

Quando Deus chama Abrão, Ele não tem em vista a descendência física destemas tem em vista a sua própria semente que viria através da descendência de AbrãoÉ o que diz Gálatas 3: 15 e 16:

"... Uma aliança, uma vez confirmada, ainda que humana, ninguém lhe revoga

ou acrescenta coisa alguma, ora, as promessas foram feitas a Abrão e ao seudescendente. Não diz: e aos descendentes, como se falando de muitos, porém comode um só: e o teu descendente, que é Cristo ".

Quando Deus vê Abrão, Ele vê a sua semente. Ele vê o homem que esmagará acabeça da serpente. E, ao entrar em aliança com Abrão, Ele pratica todos os rituaique mencionei acima. Não dá a Abrão uma túnica, mas um escudo. O Senhor chega aAbrão e diz: " Eu sou o teu escudo" (Gn. 15: 1). Quem luta contra ti, luta contra mim

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tu estás oculto em mim. Quando chega a hora de partir os animais, Deus lhe pedeque tome três animais da terra e duas aves do céu (Gn. 15:9). Abrão não esperanenhum detalhe porque sabe que é uma aliança. Parte os animais ao meio e colocaas suas metades, uma defronte da outra, mas as aves não as parte. Não as parteporque são símbolos da Trindade do céu e Deus não pode morrer. Por que sãosomente duas aves? Porque a terceira, que é Jesus, desceria do céu, tomaria o lugado homem e morreria. Abrão então aguarda que Deus venha caminhar por entre aspartes. mas aves de rapina vêm sobre os animais imolados, tentando roubar-lhes ascarnes. É um símbolo de Satanás que quer destruir a aliança antes que ela aconteçaEntretanto, Deus fez cair pesado sono sobre Abrão (Gn. 15: 12 ) querendo dizer comisto que a aliança nada tinha a ver diretamente com o homem Abrão, e que este nãoconseguiria enxotar as aves de rapina. Enquanto Abrão dormia, Deus mesmo estavaestabelecendo a aliança e quando acorda, vê que caminhando por entre as parteestavam duas pessoas, um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo. O primeiro eraDeus Pai. Era assim que se apresentava no Sinai. O segundo é Jesus. Este toma o

lugar de Abrão para fazer uma aliança com Deus Pai. Deus não podia caminhar poentre as partes com Abrão,  porque numa aliança de sangue tudo se tor na comum aambos, e Abrão era pecador e Deus não pode misturar-se com o pecado. Entretantoo plano de Deus era trazer sua semente, que seria um homem. Assim, esta sementeo Cristo de Deus toma o lugar de Abrão e faz com que esta aliança seja entre Deus eo homem, ao mesmo tempo que é entre Deus e Deus. O Senhor determina que Abrãcircuncide-se na carne do seu prepúcio como sinal perpétuo de aliança entre Deus esuas gerações. A marca da aliança ficava no _órgão reprodutor porque a aliança eracom Abrão e a sua descendência, até<:negar a semente a quem as promessas foramfeitas e em quem todas as famílias-d.a terra seriam abençoadas.

O nome de Abrão foi mudado por Deus, que retirou parte do seu próprio nomecolocando-o no meio do nome de Abrão. No hebraico, o nome de Deus é compostopor quatro letras, é o impronunciável YHVH. "H" correspondente ao " H " do nossoalfabeto. tem um som forte e aspirado sem voz que equivale mais ou menos a umsopro. Diz respeito à vida que Deus tem em si mesmo. No Éden, Ele soprou de smesmo criando o espírito eterno do homem. Agora na aliança com Abrão Deus sopranovamente a si mesmo para dentro do nome de Abrão. No meio do nome de AbrãoDeus coloca o seu sopro, Seu Espírito, sua vida e seu próprio nome. Deus tambémacrescenta o nome de AbrHão ao Seu próprio nome passando a chamar-se "Deus de

AbrHão". Este é seu sobrenome, que pela aliança, significa: "Tudo o que é de AbrHãoé meu". E AbrHão significa: "Tudo o que é de Deus é meu". Esta é a aliança desangue. Na nossa tradução do hebraico a letra (Alef ) que tem som de "H" é traduzidacomo "A". Assim, Abrão torna-se Abraão.

Nada agora Deus pode negar a Abraão. Ambos são cabeça de aliança. OSenhor, finalmente, tem na terra uma boca e um corpo. Ele entra por legalidade naterra via aliança de sangue. Os filhos de Abraão serão filhos de Deus e, é a parti

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disto que os propósitos dele se desenrolaram sobre a terra. Deus tem homens noplaneta. É por isso que Deus, quando planeja destruir Sodoma, pergunta a si mesmo" posso ocultar o que vou fazer a Abraão? De modo algum! Nada faço na terra semfalar com meu parceiro de aliança. E foi Abraão quem traçou os limites, não foi Deus:

- Tu não destruirás o justo com o ímpio. Se houver cinqüenta justos?- Se houver cinqüenta justos, não destruirei a cidade.- Mas se faltar cinco? Se houver quarenta e cinco justos?- Ok, não destruirei.- Talvez quarenta ou trinta?- Não destruirei.- Só mais uma vez...dez!- Ok, por amor dos dez não destruirei Sodoma.

Quem estabeleceu os limites foi Abraão. Quando entendermos a realidade daaliança que Deus tem conosco e a nossa autoridade decorrente dela, não haverálimites para a intercessão.

Quando o Senhor decretou o juízo sobre Sodoma e Gomorra, a Bíblia diz"Lembrou-se de Abraão e tirou a Lá. l' Não foi por causa de Ló, foi por causa dohomem da aliança. Deus é fiel à sua .aliança.

Abraão terá tudo o que quiser de Deus, mas perant-? as cortes celestiaisperante Satanás, seus príncipes e potestades poderia levantar-se uma dúvidaSatanás poderia questionar a validade da aliança: Será que Deus teria tudo dAbraão? Se Deus não tivesse tudo do parceiro, essa aliança seria unilateral. Aí é quevem a tremenda prova da aliança em Gênesis 22. Deus vem a Abraão e faz umpedido. Ele dera ao seu servo um filho gerado de uma promessa, gerado pela palavra

A palavra é Espírito, é semente, é vida, a palavra produz exatamente o que dizQuando Sara, esposa de Abraão tinha 89 anos, e ele 99 anos,o útero dela estavaamortecido e envelhecido, veio o anjo com a palavra que é semente e disse:

"Dentro de um ano, tu darás à luz um filho". Essa palavra enviada por Deupenetrou no útero morto de Sara, e fê-lo reviver. A promessa cria vida e o filho vem: Éo filho único, amado. Tudo o que Deus faz tem em vista Sua semente. Um dia, elemandará um anjo a uma filha de Abraão. Seu útero será virgem, mas o anjo traráuma palavra e dirá: "Darás à luz um filho". Esta palavra entrará no útero da virgem evai fazê-lo conceber trazendo à terra o filho da promessa. A promessa se

materializará. A palavra far-se-á carne e habitará entre nós. Será a semente de Deuna terra, não de Abraão, porque a sua semente está corrompida. A aliança permitirá aDeus fazer isto de acordo com suas regras. Tudo será legal. Deus então diz: " Abraãodá-me TEU FILHO, TEU ÚNICO FILHO, a quem amas, em sacrifício. Ele não hesitaporque é homem de aliança e, por este pacto, seu parceiro Deus, não precisa pedirEle ordena e está feito. Há uma expectativa na terra, nas regiões celestiais. Anjos edemônios ficam em suspense, aguardam... Será a ratificação da aliança. Terá Deus doHomem tudo o que quiser?  82

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Abraão não hesita e toma seu filho, seu único filho e por TRÊS DIAS vai rumo aomonte do sacrifício. Por aqueles três dias Isaque, que é um tipo de Cristo, estavacomo morto, estava debaixo de um decreto de morte. Cada vez que Abraão o via, ovia morto no altar, imolado. Ao chegar ao pé do monte, Abraão diz aos seus servosficai aqui enquanto eu e o rapaz vamos adorar, e depois de adorarmos voltaremospara vós.Eu poderia perguntar a Abraão:

- Tu estás delirando? Estás mentindo? Vais imolar o teu filho? -Vou!- Como Voltará com ele?- Não sei, mas vou voltar. Deus disse: " Em [saque será chamada a tu

descendência". Morto não gera e Deus não pode mentir. O que Ele vai fazer nãotenho idéia, mas que volto com meu filho vivo, volto! Eu farei ó que Deus ordenou eEle fará o que me prometeu.

O autor dos Hebreus declara que quando Abraão foi posto à prova, não hesitouem dar o seu único filho, porque sabia que Deus era poderoso até para ressuscitá-lodentre os mortos, de onde o recobrou, embora não tivesse um único testemunho na

história de que um morto houvesse ressuscitado. A palavra diz sobre Abraão: "CreuAbraão em Deus e isso lhe foi imputado para  justiça". a sentido no original disso éAbraão entregou-se a Deus com tudo o que era e que viesse a ser.

No monte do sacrifício, ergueu a mão para imolar o filho e naquele momento demorte, doloroso e desesperador, antes de descer a faca no peito do seu único filhoeste lhe fez uma pergunta: " Onde está o cordeiro? .. Abraão ergue os olhos ao céu ecomo profeta, como cabeça de aliança, pode dizer agora o que ele quer de DeusAssim, ele decreta, declara, pede. e profetiza: "Deus proverá para si mesmo ocordeiro, meu filho ".  Ao dizer esta frase, estava tanto respondendo a pergunta de

Isaque, profeticamente, quanto dizendo que o cordeiro que Deus proveria para siseria também seu filho: Cristo Jesus.Soou a voz da terra até o trono de Deus. a homem da aliança decreta: Chegará

o momento em que Deus proverá seu próprio cordeiro, Filho de mulher, gerado pelasemente de Deus, pela palavra de Deus. a filho de Deus será o seu cordeiro. Estoudando o meu filho, Deus dará o seu. Abraão, então coloca o nome daquele monte Jeová Jiréh, o Senhor proverá. Proverá o quê? a cordeiro, Filho de Abraão e Filho dDeus. Ao descer a mão sobre o menino, brada a voz do céu: Abraão, não faça mal aomenino, porque agora sei que temes a Deus. No tribunal eterno, nas cortes celestiaisno reino do espírito, está comprovado: Deus tem tudo o que quiser de Abraão. Deus

tem tudo do homem: está consumado! A aliança está ratificada para sempre e nelaos propósitos de Deus estarão estabelecidos e os de Satanás irremediavelmentefrustrados.

Abraão olha e vê um carneiro. Não confunda este carneiro com o cordeiroAbraão teve um substituto para o seu filho, mas Deus não terá para o Seu. Bradousegunda vez a voz do Senhor e disse: "Jurei por mim mesmo, diz o Senhor..." Que éisso? a juramento da aliança. Em toda aliança há os termos da aliança, o

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participantes dela, o selo, as promessas e o juramento. a escritor dos Hebreudeclara: "Quando Deus quis confirmar  J  promessa com juramento, não havendo

ninguém superior a si por quem jurar, jurou por si mesmo". Que significa isto? Era odecreto de Deus: cumpro a aliança ou morro. Como Deus não pode morrer, a aliançanão pode ser quebrada.

Deus então diz em juramento a seu servo: " Porquanto não me legaste o teufilho, teu único filho, ouvindo a minha voz... " A palavra POR QUANTO quer dizer: emfunção do que fizera Abraão, Deus agora tinha o caminho livre para fazer o quequisesse. " Vou te abençoar, multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céue a areia do mar e o TEU DESCENDENTE possuirá a portado seu adversário" (Gn 13:14a 18; 17:68 e 24:60).

Deus tem em vista o Cristo e quando diz a tua descendência, a tua sementeestá vendo Cristo sendo gerado através da descendência de Abraao.

"Vou trazer a terra o meu filho, amado, teu descendente, gerado das tuasentranhas através de uma virgem que sairá dos teus lombos. Este meu filhoesmagará Satanás e se colocará à porta do inferno como Senhor da vida e da morte enEle todas as famílias da terra serão abençoadas porquanto tu, Abraão,ouviste aminha voz.

No decorrer da história dos filhos de Abraão, os profetas começam a anunciarhá um filho que vem. Deus usa os profetas para" falar a  palavra", porque nada oSenhor faz na terra sem que antes seja ordenado por um homem.

Isaías declara: "Este será o sinal: a virgem conceberá e dará à luz um filho e oseu nome será Emanuel, que significa" Deus conosco", o governo, o principado estarásobre os seus ombros. Ele vai reinar sobre a terra. Um filho nos nasceu, um meninose nos deu. Um homem há de vir. Os dias se passam, os profetas silenciam-se e, pocerca de 400 anos, não vemos mais ninguém. Entretanto, todos os anos, fielmente, o  judeus se reuniam para comemorar o cordeiro. Essa é a comemoração. do quchamamos páscoa.

Quando finalmente Jesus cumpre sua missão, ao levantar o cálice,diz: ".Este é omeu sangue, o sangue da Nova Aliança". Aleluia! Ele veio para estender a todos ohomens a possibilidade de entrarem em aliança de sangue com Deus. A Nova aliançaabre esta oportunidade para você e para mim.

A PLENA SALVAÇÃO DE DEUS 1 - O Plano de Deus

Nesta seção abordaremos sobre a plena salvação de Deus. Qual é o seusignificado? Por que precisamos ser salvos? Salvos de quê e para quê? Por que desejaDeus salvar-nos e como? O que devemos fazer para sermos salvos? Há uma longalista de questões a considerar. Procuraremos respondê-las aqui de forma sucinta paraque você possa conhecer mais sobre a salvação de Deus.

O Propósito Eterno de Deus

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O que é o propósito eterno de Deus? O propósito eterno de Deus é ter um grupode pessoas à Sua imagem e semelhança. Deus deseja que o homem seja enchidocom Ele mesmo como vida a fim de expressá-Lo e tenha o Seu domínio pararepresentá-Lo. Este é um propósito eterno porque fora planejado por Deus antes doinício do tempo e jamais mudará.

O Inimigo de DeusAntes, porém, que Deus pudesse realizar seu propósito, Satanás,o Seu inimigo, entrou em cena, enganou o homem e injetou nele a sua própria

natureza pecaminosa. Com isso, o homem caiu em uma situação lamentávepraticando atos pecaminosos e ainda possuindo uma natureza pecaminosa que oarruinou para o grande propósito de Deus.

A Salvação de Deus

 Todavia, Deus não pode ser derrotado! Apesar da queda do homem e do Se

plano ter sido frustrado, ele ainda o amava e não podia ser demovido do Seupropósito. Daí, Deus agiu para salvar o homem a fim de realizar o Seu propósitoeterno. Tal ação é a Sua plena salvação.

A Filiação

O alvo de Deus é a "filiação". Na Bíblia, esta palavra significa duas coisasprincipais: maturidade em Deus e a posição para herdar tudo o que Deus é e temNão significa somente ser filho. Uma criança tem a vida de seu pai, mas por não estatotalmente crescida, não pode herdar tudo o que seu pai tem para lhe dar. Ela estará

apta para receber a herança quando crescer e estiver madura. De semelhante modoDeus nos escolheu para sermos Seus. filhos, cheios de sua vida, crescidos e madurosVocê pode possuir a vida do Pai, que o toma Seu filho. Mas a vontade de Deus não épara ser apenas Seu filho, mas para ser Seu filho totalmente maduro. Somentenessas condições estará qualificado para herdar tudo que Ele é e fez por você.

Após a queda do homem, toda a raça humana se tomou pecadora, filhos dodiabo (João 8:44). Mas Deus nos escolheu para sermos Seus filhos. Que maravilhosoApesar de não parecermos tanto com Ele, a Sua escolha nos dá a confiança de queum dia seremos os muitos filhos de Deus totalmente crescidos, cheios da Sua vida

para expressá-Lo e cheios do Seu domínio para representá-Lo. Isto é a igreja hoje, oCorpo de Cristo, e será . a Nova Jerusalém no futuro.

2 - O Objetivo de Deus - A Igreja: O Corpo de Cristo Todos os filhos de Deus possuem a vida dele. Na verdade, a vida de Deus não é

uma coisa, senão uma Pessoa, o próprio Deus. Ter esta vida é ter uma Pessoa vivaem nós, o próprio Deus vivo. Quando esses muitos homens individuais são enchidopelo único Deus vivo, tomam-se em um único homem, um único corpo. Eles se

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tomam os muitos membros do Corpo de Cristo.Observe o seu próprio corpo. Ele possui uma única vida. Quando você vai para a

escola, todo o seu ser vai. Quando vai ao trabalho, toda a sua pessoa vai ao trabalho Tudo quanto fizer, você o faz em unidade porque em você não há duas pessoassenão uma única.

Com relação a Deus, Ele é um e o Seu propósito é expressado nesta unidadeQuando tantas pessoas individuais O recebem como vida, elas se tomam uma comDeus e são a igreja, o Corpo de Cristo. Na eternidade futura, tais pessoas comporão aNova Jerusalém.

Ao ler Efésios 3: 9-11, você perceberá que a igreja não é algo que aconteceusomente depois que muitos foram salvos. Não, a igreja fora planejada já neternidade passada. Foi visando a igreja que as pessoas foram salvas. Através danossa salvação em Cristo, a igreja veio à luz para expressar Deus. E ela continuarásendo o alvo eterno e o lugar de habitação de Deus pela eternidade, conformeApocalipse 21 e 22.

A igreja, portanto, é composta por pessoas que têm Deus como sua vida e estãosendo edificadas em Cristo. Elas são a expressão de Deus e representam Deus com aSua autoridade.

3 - A Base da Salvação - A Justiça de Deus

A base da nossa salvação é a justiça de Deus. Sem a justiça de Deus, nãoteremos uma base sólida para nos. achegarmos a Ele com ousadia a fim d

recebermos e desfrutarmos da Sua salvação.

A Justiça de Deus é Ele Próprio

A justiça de Deus é o que Deus é com relação à justiça e retidão (Rm 3:21-22; 117; 10;3; Fp 3:9). Deus é justo e reto. A justiça de Deus é uma Pessoa, nãosimplesmente um atributo divino. O próprio Cristo, como uma Pessoa, foi feito a justiça de Deus para nós (1 Co 1:30).

O Homem Condenado pela Justiça de Deus

Deus disse que se o homem comesse da árvore do conhecimento do bem e domal certamente morreria (Gn 2: 17). Mas o homem transgrediu a Sua palavra. Entãopor causa da Sua justiça, Ele não poderia deixar de condená-la, pois o Seu trono étrono de justiça. Deus deixaria de ser justo se não condenasse o homem, pois assimEle não teria mais autoridade para governar, e todo o universo desabaria.

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A Justiça de Cristo

Deus estava num dilema. Ele amava o homem, mas não podia deixar decondená-lo. Como poderia perdoar o homem que Ele amava, sem violar a Sua justiça?A resposta está na dupla justiça de Deus. Esta é a sabedoria de

Deus mostrada pela Sua salvação. .

Para que Deus pudesse perdoar-nos, Cristo, o Filho de Deus, tornou-se carneConforme registrado em Romanos 8:3, Deus enviou o Seu próprio filho emsemelhança da carne pecaminosa. Por meio da encarnação, o Senhor "vestiu-Se" dasemelhança da carne do pecado e, na carne, identificou-Se com os pecadores. Só queNele não havia pecado, somente a semelhança da carne do pecado. Por causa da justiça de Deus, o Senhor Jesus morreu na cruz. Ali na cruz, Ele foi feito pecado ponós (2 Co 5:21) e Deus condenou, na carne, o pecado (Rm 8:3). Ele morreu em nossofavor para realizar a redenção e satisfazer todas as exigências da justiça de DeusAgora Deus tem a posição justa para perdoar-nos. Na verdade, Ele não somente nos

pode perdoar, mas por causa da Sua justiça, Ele deve perdoar-nos. Antes de qualquecoisa, Deus nos perdoa não porque nos ama, mas por causa da Sua justiça.

A justiça de Deus nos condena, mas por causa da justiça de Cristo realizada naSua morte, somos justificados. Isso é maravilhoso! Ao mesmo tempo, a justiça deDeus é mantida e a boca de Satanás é calada. Agora Deus (tampouco Satanás) nãopode condenar aqueles que creram na morte justa de Cristo. Louvamos a Deus pelabase sólida da salvação. Pela Sua justiça dupla, vemos o Seu amor, a Sua justiça e aSua sabedoria.

04 . A RedençãoNeste ponto começaremos a abordar os cinco aspectos objetivos da plena

salvação de Deus que solucionou nossos problemas perante Ele. O primeiro item é aredenção realizada por Cristo pela Sua morte na cruz.

Leiamos Efésios 1: 7: "no qual temos a redenção pelo seu sangue, a remissãodos pecados, segundo a riqueza da sua graça".

O que é a redenção? A redenção é a forma nominal da palavra "redimir""Redimir" significa comprar de volta aquilo que originalmente era seu, mas que poqualquer motivo você havia perdido.

Nós originalmente pertencíamos ã Deus. Éramos a Sua propriedade. Todaviafomos perdidos. Deus, porém, não desistiu de nós. Ele pagou um alto preço para nosobter de volta, retomando a nossa posse a um grande custo (1 Co 6:20; 1 Pe 1:18-191 Tm 2:6). Isso é a redenção. Todavia, isso não era fácil para Deus, pois o homem seenvolvera com pecado e muitas outras coisas que eram contra a Sua justiçasantidade e glória. A nossa volta a Deus ficou condicionada sob tríplice exigência: aexigência da justiça de Deus, da santidade de Deus e da glória de Deus. Eraimpossível ao homem satisfazer todas essas exigências.~Q:preço era alto.

O PREÇO DE SANGUE.  87

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Mas Deus pagou o preço por nós, possuindo-nos a um custo altíssimo. Cristomorreu na cruz para realizar a eterna redenção por nós (GI3: 13; 1 Pe 2:24; 3: 18; 2Co 5:21; Hb 10: 12; 9:28). Com o Seu precioso sangue Ele cumpriu a maravilhosaredenção (Hb 9: 12,14; 1 Pe 1: 1819). Ele nos redimiu de volta a Deus e ao Seupropósito. O Seu sangue precioso foi o preço. Nós não podíamos pagar tal preço, Elepagou por nós, O nosso destino era morrer em pecado, mas agora podemos voltar aDeus. receber SeI} perdão, a Sua vida e ser enchidos por ele para expressá-Lo. Quepreciosa redenção!

05 - O Perdão e a Purificação dos Pecados

O Perdão dos Pecados

Após o homem ter pecado, ele necessitava do perdão de Deus e da purificaçãodos pecados. Por termos ofendido a Deus, precisamos do Seu perdão; entretanto, nãopodemos ser perdoados sem que a justiça de Deus seja satisfeita. E para satisfazê-la

devemos morrer. Porém, se morrermos, Deus não terá a quem dar a Sua vida para ocumprimento do Seu'propósito eterno. A solução perfeita para esse problema era queCristo viesse e morresse por nós. Baseado na Sua morte, a exigência da justiça deDeus seria satisfeita e poderíamos receber o Seu perdão.

Perdoar é Esquecer

De acordo com Jeremias 31:34, para Deus, perdoar os nossos pecados éesquecê-los também. Quando perdoamos alguém que nos ofendeu, dificilmenteesquecemos daquilo que ele nos fez. Todavia, Deus é diferente. Quando Ele perdoa os

nossos pecados, deles jamais se lembrará. Aleluia! Por causa da morte de Cristo e danossa fé Nele, podemos ser perdoados por Deus. Para Ele é como se jamaitivéssemos cometido pecado! Só pelo crer, somos perdoados!

A PurificaçãoQual é a diferença entre o perdão e a purificação? Para saber a resposta

precisamos primeiro conhecer a diferença entre pecados e injustiça. Pecadoreferem-se a ofensas, e injustiça é a mancha, a mácula na nossa conduta causadapela ofensa. Por exemplo, suponha que você efetuou uma compra de duamercadorias, mas só pagou uma. Com relação à pessoa de quem você comprou, você

cometeu uma ofensa. Mas com relação a você mesmo, na sua conduta há umamancha de injustiça. Por isso, você não será chamado de pecaminoso, mas de injusto

De semelhante modo, quando cometemos pecado diante de Deus, com relaçãoa Ele, aqueles pecados são ofensas. Mas para nós são manchas de injustiçaPrecisamos confessar os nossos pecados. Daí, por um lado, Deus perdoa os nossospecados, as nossas ofensas; por outro lado, Deus lava toda a mancha da nossainjustiça.

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"Se confessarmos 0$ nossos pecados, Ele é fiel e  justo para nos perdoar o pecados e nos purificar  de toda injustiça" (! Jo 1:9). Ver também Zacarias 13:1Hebreus 1:3; 9:14.

06 - A Justificação"Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificado

gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus: a quem

Deus propôs, no seu sangue, como propiciarão, mediante a fé, para manifestar a sua

 justiça, por ter Deus,na sua tolerância, deixado impunes os  pecados anteriormente

cometidos: tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele

mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus" (Romanos 3:23-26).

Pela FéA justificação é o ato de Deus aprovar as pessoas de acordo com o Seu padrão

de justiça. A sua justiça é o padrão, não a nossa. Não obstante quão justos no julgamos ser, a nossa justiça está muito longe do padrão da justiça de Deus. A Sua

 justiça é ilimitada! Você pode ter vivido todos estes anos sendo correto com todos pais, filhos e amigos - porém, a sua justiça jamais lhe justificará perante Deus. Aúnica forma de Deus nos justificar é pela fé.

A justificação pela fé significa sermos aprovados segundo o padrão da justiça deDeus.

Por quê? Porque esta justificação é baseada na redenção de Cristo. Sem aredenção de Cristo, Deus jamais poderia nos justificar. A base da justificação é aredenção. Por isso, a Bíblia nos diz que somos justificados pela fé em Cristo, e não poobras (Rm 3:28; 5: 1).

07 - A ReconciliaçãoChegamos ao último ponto objetivo da plena salvação de Deus reconciliação. A reconciliação é a ação de trazer de volta duas partes à unidade ouharmonia.

"Justificados, pois, mediante a fé, temos paz  com Deus, por meio de nosso

Senhor Jesus. Cristo... Porque se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus

mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos

 pela sua vida; e não isto apenas, mas também nos gloriamos em Deus por nosso

Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem acabamos agora de receber  a

reconciliação"(Rm5:1, 10-11).

Éramos Inimigos de Deus

Não éramos somente pecadores, mas também inimigos de Deus.Através da morte redentora de Cristo, Deus justificou-nos pecadores e ainda

reconciliou-nos Consigo mesmo, sendo nós Seus inimigos. Isso ocorreu quandocremos no Senhor Jesus. Recebemos a justificação e a reconciliação de Deus pela fé

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Dessa forma, abriu-se-nos um caminho para entrarmos na esfera da graça para ogozo de Deus.

Na queda, o homem não só pecou contra Deus, mas também tornou-se inimigoDele. Para o problema de pecados, o perdão é suficiente; todavia, para solucionar ainimizade, precisamos ser reconciliados com Deus. A reconciliação é baseada na

redenção de Cristo (Rm 5: 10-11) e foi realizada por meio da justificação de Deus (2Co 5: 18-19; Rm 5: 1, 11; Cl1 :20a, 22). Assim, a reconciliação é o resultado daredenção com a justificação,

O Resultado

Como resultado da reconciliação, hoje temos paz com Deus (Rm 5: 1), podemosnos gloriar em Deus (Rm 5: 11) e podemos ser salvos pela vida do Filho de Deus (Rm5: 10).

Deus nos reconciliou Consigo mesmo por meio de Cristo. Ele nos deu o

ministério da reconciliação, confiando-nos a palavra da reconciliação (2 Co 5: 18~19)Agora que fomos reconciliados, devemos ser fiéis ao nosso ministério confiado poDeus e devemos anunciar esta boa nova aos outros: que Deus reconciliou Consigo omundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e que ainda temos pacom Deus!

08 - RegeneraçãoA plena salvação de Deus tem cinco aspectos subjetivos. Nesta lição, veremos o

primeiro: a regeneração. Regeneração significa que além. da vida recebida ao nascer, recebemos outra 0da: a vida de Deus. Isto é o que

a Bíblia (Jo 3:5-7) quer dizer quando fala de nascer de novo. "Importa-vos nascer denovo". A regeneração é o centro da nossa experiência de salvação. É o ponto departida de nossa relação devida com Deus (1 Pe 1 :23).

A Intenção de Deus

.A intenção de Deus é ter um grupo de pessoas que O recebam como sua vidaa fim de que possa-Lo em - em sua imagem e representa-lo com Sua autoridade ( Gn1 :26). A desobediência de Adão fez com que ele caísse em pecado e perdesse tadireito de primogenitura. A morte de Cristo resolveu todos os problemas do homem

diante de Deus. Fomos trazidos de volta a Deus de maneira absoluta. Enquanto ohomem não contém Deus como vida para expressá-Lo, nem Deus nem o homempodem estar satisfeitos.

O passo seguinte de Deus na Sua plena salvação é entrar no homem

Rara colocar Sua VI a nele. s e e o passo mais crucial. Mesmo se o homem focompletamente perdoado e reconciliado, ele ainda não poderá expressar a Deus semreceber Sua vida.  90

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Nascido de DeusSer um cristão não é uma questão de ser aperfeiçoado. Ser um aperfeiçoado

Ser um cristão é nascer de Deus (Jo : 13), o que significa que, além de nossa vidahumana, recebemos a vida de Deus. Porque todos nascemos do pecado, somos todospecadores. Como um pecador pode parar de pecar? Isso não é possível. Como dizepara um cachorro parar de latir e começar a miar? O que você faz é regido pela suavida. Embora Deus tenha perdoado seus pecados, sua natureza pecaminosa fará vocêpecar novamente. Você precisa de uma outra vida, uma vida sem pecado. A únicavida que é sem pecado é a vida de Deus. A regeneração leva esta vida para dentro devocê. Esta é a vida que Adão desprezou quando voltou-se da árvore da vida para aárvore do conhecimento. Hoje, ao crer em Cristo, podemos nascer de Deus e recebêLo como vida! Louvado seja o Senhor!

após receber a vida de Deus, a natureza maligna dentro do homem é expulsagradativamente. Homens inferiores e pecaminosos como nós, agora podem cresce

na vida de Deus para tornar-se os filhos de Deus a fim de expressá-lo (2Co 3:18).

Três Coisas Maravilhosas

Ezequiel 36:26,27 diz que na regeneração, recebemos três coisas maravilhosasPrimeira, recebemos um "novo coração", um "coração de carne" para substituinosso velho" coração de pedra". Segunda, recebemos um "novo espírito". O nossovelho e mortificado espírito é renovado e vivificado pelo Espírito que dá vidaTerceira, recebemos o Espírito do próprio Deus para habitar em nós. Que salvaçãomaravilhosa recebemos por crermos no Senhor! A regeneração é o centro e o início

desta salvação.

09 - A SantificaçãoPor meio da regeneração, recebemos uma nova vida, um novo coração e um

novo espírito. Isto é, o nosso espírito amortecido por causa da queda do homem, foagora vivificado pelo Espírito que dá vida (1 Co 15:45). Esse foi o início da nossaexperiência subjetiva da plena salvação de Deus. Um novo começo maravilhoso!

 Todavia, há mais coisas para experienciarmos na plena salvação de Deus. Nestalição, falaremos sobre a santificação. A santificação é o sorver da nossa naturezapecaminosa pelo trabalhar da natureza santa de Deus em nós;

Na Bíblia, a palavra “santificação” significa principalmente “separação”, seseparado da quilo que é comum ( Lv 10:10). O primeiro aspecto da santificação éposicional. Significa ser separado de uma posição comum no mundo para umposição para Deus, conforme ilustrado em Mateus 23:17, 19. O ouro em qualquelugar no mundo é comum, mas, uma vez dentro do santuário, ele é santificado; assimcomo um animal no campo é comum, mas quando a sua posição é mudada, isto é, se

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ele for colocado sobre o altar, é santificado. Assim, somos santificados pela fé emCristo (At 26: 18) e estamos em Cristo (1Co 1:2), pelo sangue de Jesus ( hb 13:12) epor termos sido chamados (1 Co 1:2; Rm 1:7).

O outro aspecto da santificação é disposicional, isto é, está relacionado com onosso ser. A santificação posicional é objetiva, ao passo que a disposicional ésubjetiva. O espírito santificador está tornando santo cada parte do nosso ser, e issoocorre pelo trabalho de transformação, dia a dia (Rm 12:2; 2Co 3:18). Isso é um longoprocesso, começando pela regeneração (1 Pe 1:2,3; Tt 3:5), prossegue por toda a vidacristã (1 Ts 4:3; Hb 12: 14; Ef 5:26) e será completado na época do arrebatamento, namaturidade de vida (1 Ts 5:23).

Os Meios de, Santificação

Romanos 5: 10 revela-nos que após termos sido reconciliados, seremos salvospela Sua vida. Isso se refere à vida de Deus que transforma a nossa natureza caída

por meio de infundir a Sua natureza santa e divina em nós. Portanto, em primeirolugar, somos santificados pela vida santa de Deus. Em segundo lugarsomos santificados pela palavra santa (Jô 17:17) e pelo Espírito Santo (Rm1:16;lC06:11;2Ts2:13).

Quando nos achegamos à Palavra de Deus, com oração repetitiva tocamos noEspírito Santo, tocamos no próprio Senhor, e isso nos santifica. Se o fizermos todos osdias, permitiremos que o nosso Deus santo nos santifique com a Sua vida santaAssim, expressaremos plenamente a Sua santidade.

10 - TransformaçãoUma Mudança Interior

 Transformação é o resultado da santificação e está relacionada com a alma dohomem. Transformação significa que uma substância é mudada em sua natureza eforma. E uma mudança na natureza interior que causa uma mudança na forma. .

Um Processo de Metabolismo

Este tipo de mudança é uma mudança a metabólica. Não é simples mente uma

alteração exterior, mas uma mudança tanto na constituição interior quanto na formaexterna. Essa mudança se dá através do processo de m~o, um elemento orgânicocheio de vitaminas entra no nosso corpo e produz uma mudança química em nossoorganismo. Essa reação química muda a constituição do nosso ser. Isso étransformação.

Suponha que uma pessoa seja muito pálida e que alguém, desejando mudaseu aspecto, lhe aplique alguma maquilagem. Isso produz uma mudança exterior

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mas não é uma mudança orgânica em sua vida. Como, então, tal pessoa poderia teuma face corada? Alimentando-se diariamente de comida saudável com os elementoorgânicos necessários. Sendo seu corpo um organismo vivo, quando uma substânciaorgânica entra nele, um composto químico é formado organicamente pelo processode metabolismo. Gradualmente, este processo interior irá mudar a coloração de suaface. Esta mudança não é exterior; é algo que vem de dentro, o resultado de umprocesso metabólico.

Pela vida de Cristo

Qual é o novo elemento que produz essa mudança interior? É Cristo, o Deus Triúno, o Espírito Santo. Desde o momento em que fomos regenerados em nossoespírito, o Senhor deseja que essa vida continue se expandindo do nosso espírito paranossa alma. Assim, nossa mente, emoção e vontade podem ser transformadas. Nossoespírito é regenerado e mudado, mas nossa mente, emoção e vontade não são

transformadas, e ainda permanecem iguais. Temos Cristo como vida em nossespírito, mas não O temos em nossa alma. Se não O permitirmos expandir-se paranossa alma, nosso espírito se tomará uma prisão para Ele. Precisamos de Cristoexpanda-se continuamente do nos espírito para nossa alma até que cada parte sejatransformada a à Sua Imagem (Rm 12:2; 2 Co 3: 18). Então, pensaremos como Elepensa, amaremos como Ele ama e escolheremos como Ele escolhe. Teremos asemelhança do Senhor em nossa vida prática, porque nossa alma estará saturada desua vida.

11 - Conformação"Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para seremconformes à imagem de seu Filho, afim de que ele seja o  primogênito entre muitos

irmãos" (Rm 8:29).

Fomos predestinados por Deus para sermos conformados à imagem de Cristo. Cisto é o nosso moI e e devemos ser conformados ale. Filipenses 3:10 fala de sermosconformados com le na ua morte. A morte de Cristo é como um molde ao qual somoconformados, assim como um bolo é conformado à fôrma. Isso significa vivermos pelavida de Cristo, e esta vida é uma vida de crucificação, exatamente como a que Ele

viveu aqui na terra. Por meio da Sua vida dentro de nós, o nosso viver é conformadoao padrão do viver humano de Jesus. Somente por meio de tal vida o pode deressurreição é experienciado e expressado.

Conformados à Imagem de Cristo

Cada tipo de vida possui sua própria forma. A vida de cão possui aforma de cão, e a do pato a sua forma. O crescimento de uma certa vida produz

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a sua forma plena. Somos filhos de Deus, temos a Sua vida. Portanto, pelcrescimento de vida e transformação, somos conformados à imagem de Cristo. Opoder da vida de Deus está no nosso interior nos moldando à imagem do Filho deDeus. Não é pelo imitar exterior que tomamos a forma de Cristo, mas é pelo vivepela vida interior, pelo crescimento de vida e transformação.

O Padrão

O Filho primogênito de Deus é o protótipo é o nosso molde e o nosso padrãoPara que sejamos reproduzi os de acordo com tal molde  e, a necessidade de pressãoexterior. As vezes, o Senhor nos permite passar por sofrimento e provações comoque pelo fogo (1 Pe 1:6; 7: 4: 12, 13), para tomarmos mais a forma de CristoPortanto, há necessidade do trabalho interno do Espírito e também da pressão etemperatura externas.

De Glória em Glória

"E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, aglória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem

como pelo Senhor, o Espírito" (2 Co 3: 18).

Quanto mais somos transformados, mais somos conformados, e isso acontecede um nível de glória para outro nível de glória, porque o objetivo de Deus é nosglorificar (Rm 8:30). Quando todo o processo terminar, o nosso corpo de humilhaçãoserá conformado ao corpo da glória de Cristo (Fp 3:21).

12- Glorificação

Glorificação é o último estágio de nossa plena salvação. Ser glorificado é entraDa glória de Deus para experimentar e desfrutar sem medida a infinita e eterna vidade Deus em Cristo.

O Propósito de Deus

"Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória...

(1 Pe 5:1 O).

Aqui, vemos que o propósito do chamamento de Deus em Cristo é de dar-notoda a graça, é que desfrutemos a Sua glória eterna. Na eternidade passada, Ele nospredestinou segundo Seu pré-conhecimento e, no tempo, nos chamou e justificoupara que fôssemos glorificados (Rm 8:29,30). Isso ocorrerá na segunda vinda deCristo, quando seremos "manifestados com ele, em glória" (CI3:4) e desfrutaremos a"glória dos filhos de Deus" (Rm 8:21). Os nossos sofrimentos hoje não são dignos deserem comparados com "a glória por vir a ser revelada em nós" (Rm 8: 18), a qual é aprópria glória de

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Deus (1 Ts 2: 12). Tudo o que nos acontece é devidamente arranjado por Deu(Rm 8:28-30), com o fim de conduzir Seus muitos filhos à glória (Hb 2: 1 O).

A Esperança da Glória

Paulo djz que Cristo em nós é a esperança da glória (Cll:27b). Quandouvimos,;o evangelho e cremos, Cristo vem para dentro de nós como uma sementede vida. Esta semente é nossa esperança da glória no futuro. A metamorfose dalagarta em borboleta é uma ilustração disto. A lagarta não é instantaneamentetransformada em borboleta, mas a beleza da borboleta : está contida na vida dalagarta. Obedecendo à lei desta vida, a lagarta vai-se i gradualmente transformandoaté atingir seu estágio final, que é a sua "glorificação".

No mesmo princípio, Cristo está em nós para ser nossa esperança da glória. Eleaproveita cada oportunidade para expandir-se de dentro de nós. Um dia nosso seserá saturado com a glória divina e seremos, então, levados para dentro da glória de

uma maneira completa.

Nosso Desfrute

"Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então vós também sereimanifestados com ele, em glória" (CI3:4).

Quando Cristo for manifestado, seremos manifestados com Ele em Sua glóriapara a desfrutarmos. Na volta do Senhor, teremos, por um lado, Deus nos conduzindoà Sua glória e, por outro, teremos Cristo sendo manifestado a partir de nós, sendo Elemesmo a glória na qual entraremos. Isso será Cristo glorificado e admirado em Seussantos (2 Ts 1: 10). No futuro, nosso corpo será saturado da glória de Cristomanifestando-a e sendo conformado ao Seu corpo glorios6;-5eremos, então, libertodo cativeiro ao qual estamos sujeitos, bem como toda Çi criação para entrarmos naliberdade da glória dos filhos de Deus. Que maravilhoso é o fato de que nós, atravésda salvação de Deus, tomamo-nos Seus filhos, cheios de Sua vida e glória a fim deexpressá-Lo para eternidade!

13 – Conclusão

Na Eternidade Passada

Na eternidade passada, Deus estabeleceu um propósito de acordo com o bomprazer de Sua vontade. Este propósito é o de ter um grupo de pessoas que tivesse

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Sua vida, que O expressasse e que exercesse Sua autoridade sobre Satanás.

No TempoNo tempo, Deus criou o homem, que deveria recebê-Lo como vida. Mas Sataná

enganou o homem, levando-o a desobedecer a Deus, tomando-se um pecador sob acondenação de Deus. Com isso, aparentemente, o propósito de Deus fora frustradoMas Ele tomou-se um homem perfeito, Jesus Cristo foi à cruz como o Cordeiro deDeus (Jo 1:29), como a serpente de bronze (Jo 3: 14) e como o grão de trigo (Jo 12:24que precisava morrer para gerar muitos grãos com a Sua vida. Com Sua morte, todoos problemas objetivos entre o homem e Deus foram resolvidos. Em Sua ressurreiçãoo Senhor Jesus tomou-se o Espírito que dá vida (1 Co 15:45; 2 Co 3: 17) pararegenerar-nos em nosso espírito (o primeiro estágio da nossa salvação). Durantenossa vida cristã, Ele está salvando nossa alma por meio de Sua vida (Rm 12:2; Fp2:12; 1 Pe 1:9), santificando-nos e transformando-nos (o segundo estágio da plenasalvação de Deus). Por fim, em Sua volta, nossos corpos serão redimidos e serão

conformados ao Seu corpo glorioso (Rm 8: 29). Esta é a glorificação, o último estágioda salvação de Deus.

Na Eternidade Futura

Na eternidade futura, todos os escolhidos e redimidos de Deus, ao longo detodas as eras, serão a Nova Jerusalém. Ali, Deus habitará no homem e o homem emDeus para sempre. Este é o objetivo final e máximo de Deus, o cumprimento de Seupropósito, e Ele terminará toda a Sua obra, estará satisfeito e descansará pelaeternidade (cf. Gn 2:2, 3)!

Podemos assim resumir todo o plano da redenção por meio destes pontoabordados. Uma outra forma de compreendermos o plano de Deus é entendermos oque é a Nova Aliança. Vamos fazer então um breve esboço do plano de Deus e daNova Aliança.

Bibliografia

Compilado de: Valnice Milhomens - Transcrito de pregação ao vivo.

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PARTE V

DISCIPLINAS DO ESPÍRITO

A oração efetiva é a chave para o sucesso em cada área da vida. E o segredo davitória no trabalho de Deus e na vida pessoal. A oração verdadeira é a mais poderosaarma contra os poderes das trevas, é também a chave que abre os tesouros do céupara o homem. Fica, pois, claro que cada esforço no reino de Deus só terá sucesso, sefor gerado e sustentado pela oração. Todo sucesso na vida cristã é proporcional aotempo de oração. 10% de oração, 10% de sucesso; 50% de oração, 50% de sucesso100% de oração, 100%de sucesso. Lucas 18:1 fala do "Dever de orar sempre e nuncaesmorecer"; I Ts 5: 17 declara: "Orai sem cessar". Paulo recomenda: Orando em todotempo no espírito..." (Ef 6: 18). Como orar sempre?

1. Oração é um modo de viver.É uma comunicação entre o nosso espírito recriado e o Espírito deDeus. É a expressão que resulta de um relacionamento íntimo com o Senho

residente em nosso coração, pelo seu espírito. Nossa vida, pois, pode ser uma oração

2. Oração é comunhão com Deus.

Nossa vida inteira deve ser estabelecida sobre o funcionamento de umacomunhão pessoal, profunda e íntima com Deus. Uma ligação permanente (I Co 617). Oração é um encontro do Pai celeste com Seu filho, numa comunhão de amor.

3. Oração é comunicação com um Deus pessoal e digno de confiança.Deus é uma pessoa! Deus é digno de confiança! Ele é um Deus pessoal que se

relaciona conosco numa base pessoal. Nossos olhos de carne não vêem, mas Ele éreal e se comunica com Seus filhos. Concepções religiosas erradas O colocam comoum Deus inatingível, impessoal, distante, que pode ou não estar interessado emnossas vidas. Daí, surgem as orações que são meras expressões religiosasdestituídas de significado, sem nenhum valor prático.

4. Oração é comunhão com um Deus residente no cristão.

No Velho Testamento, Deus estava no meio do povo, era pelo povo, mas nãoestava no povo. No Novo Testamento, Deus não somente está em nosso meio, é ponós, como também está em nós, pelo Seu Espírito residente em nosso espírito.

5. Oração exige tempo com Deus.

O maior investimento que podemos fazer em nossa vida é o tempo com Deus eSua Palavra. A maior contribuição que podemos dar ao mundo é o tempo gasto em

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oração por ele. O maior bem que podemos fazer a uma pessoa é o tempo usado emoração genuína por ela. Os efeitos de uma vida de oração transcendem as realizaçõeshumanas.

6. Oração exige disciplina dos pensamentos.

 Tão logo alguém se consagra à oração, verá que a mente será atacada po

outros pensamentos. É aí que surge a tentação de desistir, deixar para outra hora quenunca aparece. É uma luta espiritual. Há que desenvolver o hábito de tomar ospensamentos cativos à obediência de Cristo (2 Co 10:5).

7. Oração é o primeiro passo para o conhecimento de Jesus.

"Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Rm 10: 13).O homem vai a Jesus pela oração e todo o seu andar com Ele é firmado nela.

8. Oração é reconhecer a presença de Deus.

É o meio de conhecê-Lo inteiramente e lançar mão de Suas promessas. É trazea alma sobre os joelhos, é o caminho para o homem entender o plano de Deus parasua vida.

9. Oração é dar a Deus acesso às nossas necessidades.

É a chave para o miraculoso; é a verdadeira respiração espiritual.Em suma, oração é um modo de vida em íntima ligação com Deus.

POR QUÊ ORAR?

1. Porque Deus insistentemente o ordena na Bíblia: Lc 18: 1; I Ts 5: 17; R4:6; Ef6:18-19; ITm 2:1; Mt 26:41; Cl4:3; ITs 5:25; IlTs 3:1; Hb 13:18.

2. Porque é o caminho indicado por Deus para o cristão receber coisas de queprecisa (Is 1: 5-8).

3.Porque a oração é o caminho que Deus aponta para que o cristão tenha aplenitude do gozo (Jo 16:24; Pv 10:20).

4. Porque a oração é a saída para os problemas, a cura para todo o cuidado eansiedade (Fp 4:6,7; SI 55:22).

5. Porque a oração respondida é o único argumento irrefutável contra o

ceticismo, a incredulidade, o modernismo e a infidelidade (Hb 11 :6; I Rs 18:36-38; J6: 12, 13; Ex 8: 19; Dn 2:47; At 13:6-12).

6. Porque a oração é o caminho para o poder do Espírito Santo no serviçocristão (Lc 11: 13; 1Cr 7: 14; Hc 3:2; At 1: 13, 14; 4:31; 8: 14-16; 9:9,11,17; 13: 1-4; Ef1: 15-19; 3: 14-19).

7. Porque "todo o que invocar o nome do Senhor será salvo" (Rm 10: 13).

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INIMIGOS DA ORAÇÃO"Para que não se interrompam as vossas orações" (I Pe 3: 7b).

"..Mas as vossas iniquidade fazem separação entre vós e o vosso Deus; e ovossos pecados encobrem o seu rosto de vós para que não vos ouça" (Is 59:2).

"Porque os olhos do Senhor repousam sobre os 'justos e os seus ouvidos estão

abertos às suas súplicas; mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticammales" (Pe 3: 12).

"Se eu no coração contem piara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido" (S

66: 18).

O propósito de Deus é ouvir todas as orações. Jesus disse: "Graças te douporque sempre me ouves" (Jo 11 :42). Mas há obstáculos, problemas, inimigos que seinfiltram na vida de oração e impedem a manifestação do poder de Deus. Veremoalguns deles.

1. Relacionamentos errados na família (I Pe 3: 1-7).O não cumprimento dos deveres dos cônjuges um para com o outro.A vida conjugal deve ser posta diante de Deus. As orações não estão sendo

respondidas, podem haver falhas no relacionamento.

2. Falta de perdão (Me 11:25).

Nossas orações são ouvidas na base de que nossos pecados estão perdoadosmas Deus não pode tratar conosco sobre tal base de perdão, enquanto nóguardamos o mal, com o espírito de animosidade ou de vingança contra aqueles que

nos ofenderam. Qualquer que guarda espírito de rancor ou mágoa contra alguémfecha os ouvidos de Deus para sua própria petição.

3. Contenda (Tg 3:16).

A contenda é simplesmente agir movido pela falta de perdão. Paulo declaraque, por causa de contendas, Satanás pode tornar cristãos prisioneiros de suavontade. A ausência de contendas é a chave para agastar a confusão e o mal. Dê aDeus oportunidade de criar um sistema de harmonia em volta de você e sua vida deoração começará a funcionar.

4. Motivação errada (Tg 4:3).

Um sério obstáculo à oração é pedir a Deus coisas que realmente nãonecessitamos, com o propósito de satisfazer desejos egoístas. Orar com umamotivação egoísta. "Quer comais; quer bebais, fazei tudo para a glória de Deus" (l Co10: 31). Podemos orar por coisas em linha com a vontade de Deus, mas se o motivofor errado, não haverá resposta. O propósito primeiro da oração deve ser a glória de

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Deus.5. Toda a forma de desobediência a Deus (Is 59:1,2).

Uma atitude de rebeldia ou de desobediência à palavra de Deus fecha os céupara nós. Qualquer pecado inconfessado toma-se inimigo da oração. Uma vida deobediência ao céu abre o caminho à resposta de Deus "E aquilo que pedimos, dele

recebemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos diante dele o quelhe é agradável" (Jo 3:22).

6. Ídolos no coração (Ez 14:3).

Ídolo é toda e qualquer pessoa ou coisa que toma o lugar de Deus na vida dealguém. É aquilo que se toma o objeto supremo da afeição. Aquilo que mais ocupanosso pensamento. Deus deve ser supremo em nossa vida.

7. Falta de generosidade para com os pobres (Pv 21:13).

A recusa de ajudar o que se encontra em necessidade, quando podemos fazela, impede a resposta às nossas orações.

8. Dúvida e incredulidade (Tg 1:5-7).

A Dúvida é a ladra da bênção de Deus. A dúvida vem da ignorância da Palavrade Deus. A incredulidade é quando alguém sabe que há um Deus que responde àsorações e, ainda assim, não crê em Sua Palavra. E não crer nas promessas é duvidado caráter de Deus.

9. Uma disposição de ler sobre oração e sobre a Bíblia, em vez deestudar e entrar na arena da oração.

A oração é a maior e mais santa das vocações. Saber sobre oração não garanta resposta, mas sim colocar a Palavra em operação para receber de Deus aquilo queEle prometeu.

10. Falta de entendimento da nossa posição em Cristo. Talvez esse seja o maior inimigo. Ignorância quanto aos privilégios e direitos de

redenção, daquilo que Cristo é em nós e do que somos nele. Um desconhecimento daextensão do que Ele fez por nós e direitos legais, outorgados em Graça, diante do Trono e o mal. Dê a Deus oportunidade de criar um sistema de harmonia em volta devocê e sua vida de oração começará a funcionar.

11. Uma confissão errada (Rm 10:9).

O Cristianismo é uma grande confissão. Confissão é o reconhecimento verbal do que Deus fez por nós em Cristo (Hb 3: 1; 4: 14).

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12. Depender da fé do outro.

"A cada crente, Deus deu uma medida de fé. Ele veio quando nos tomamosuma nova criação em Cristo e recebemos a natureza de Deus. Assim comdesenvolvemos nossas capacidades físicas e mentais pelo exercício, desenvolvemo

nossa fé pelo alimento da Palavra de Deus (Jo 15: 7).

TIPOS DE ORAÇAO

Há diversos tipos ou espécies de orações e cada um deles segue princípioclaros. Há regras estabelecidas na Palavra de Deus para esses diferentes tipos deoração. E é aqui onde há grande confusão. Costumamos definir nosso relacionamentocom Deus em uma palavra: Oração. Tudo o que lhe dizemos ou pedimos chamamos

"oração". Sim, tudo é oração. É preciso, contudo saber: Há diversos tipos de oração.Há orações que não buscam necessariamente alguma coisa de Deus. Outra

visam alterar uma circunstância em nossa vida e de outros. A todas elas Deus desejaouvir.

"Ó tu que escutas as orações, a ti virão todos os homens" (5/65:2),  pois, "Aoração dos retos é o seu contentamento" (PV 15: 8b).

Poderíamos classificar as orações em três níveis diferentes: Deus, Nós e o

Outros. Dentro de cada um desses níveis há tipos de oração.

DEUS COMO CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES

Há orações que são dirigidas a Deus, visando a Deus mesmo, o que Ele é, o queEle faz e o que Ele nos tem feito. Outra coisa não buscamos, senão apresentar-lhenossa gratidão, louvor e adoração. Dentro deste nível temos três tipos de oração:

1- Ações de graça - A expressão do nosso reconhecimento e gratidão a Deupelo que Ele nos tem feito. Basicamente é a oração que expressa gratidão a Deupelas bênçãos que Ele tem derramado sobre nós.

2 - Louvor - A oração de louvor é um passo além das ações de graça. Sãoexpressões de louvor a Deus pelo que Ele faz. Louvar é reunir todos os feitos de Deue expressá-los em palavras, numa atitude de gratidão.

3 - Adoração - O tipo de oração que exalta Deus pelo que Ele é. É a entrada noSanto dos Santos para responder ao amor de Deus. Ali nada fala do homem, mas deDeus. É o reconhecimento do que Deus é. É a resposta do nosso amor ao amor divino

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NÓS MESMOS COMO O CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES

Aqui, vamos a Deus para apresentar necessidades pessoais. Embora falandocom Deus, o foco da atenção é a satisfação de nossas necessidades. Vamos a Deusem busca de uma resposta para a alteração de alguma circunstância em nossa vidaNesse nível temos também três tipos de oração:

4 - Petição- É "um pedido formal a um poder maior". É a apresentação a Deude um pedido, visando satisfazer uma necessidade pessoal, tendo como base umapromessa de Deus. Nesse tipo de oração já temos o conhecimento de qual é avontade de Deus, pelo que o pedido será feito em fé, com a certeza da reposta, antemesmo da sua manifestação, de acordo com Marcos 11: 24.

5 - Consagração ou Dedicação - É uma atitude de submissão à vontade deDeus. Essa oração é para as ocasiões em que a vontade de Deus é desconhecidaExige espera, consagração e inteira disposição de conhecer e seguir a vontade do Pai

6 - Entrega - É a transferência de um cuidado ou inquietação para Deus. Élançar o cuidado sobre o Senhor com um conseqüente descanso. Essa oração é feitaquando um cuidado, um problema ou inquietação nos batem à porta.

OS OUTROS COMO CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES

7 -  Intercessão - Aqui vamos a Deus como sacerdotes, como intercessoreslevando a necessidade de outra pessoa. Nosso primeiro motivo é ver circunstânciaalteradas na vida de outrem. Esta é a oração de intercessão. Interceder é colocar-seno lugar de outro e pleitear a sua causa.

1 - ORAÇÃO DE AÇÕES DE GRAÇA

"Entrai por Suas portas com ações de graça" (SI. 1 00:4).A gratidão é uma das virtudes que embelezam o caráter cristão e expressam

um coração caloroso e cheio de amor e das palavras do seu Deus. Paulo declara:

"Habite ricamente em vós a  palavra de Cristo; instruí-vos e aconselha i-vos

mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticoespirituais, com gratidão em vossos corações" (CI.3:l6).

"Sede agradecidos" (CI.3: 15) é um conselho a ser abraçado com alegria, pois agratidão tanto alegra o coração do Pai, como enriquece a nossa vida. Ações de graçaé basicamente o ato de expressar gratidão a Deus por bênção que Ele tem derramadosobre nós. Pode ser mental ou vocal. Ações de graça difere de louvor porque nolouvor é focalizado o que Deus faz, suas obras e realizações, enquanto as ações degraça focalizam o que Deus nos dá ou faz por nós. Poderíamos chamar de uma

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confissão de bênçãos.

Essa atitude estava presente na vida de Jesus (Jo 11:4 pela resposta à oraçãoMc 8:6, pelo pão; Mt 11 :25 pela revelação).

O primeiro princípio podemos ver em I Coríntios 10: 10. As ações de graças nosprotegem do destruidor. A Bíblia menciona o nome de muitos demônios como Legião

Apoliom, Devorador, etc. Mas aqui se menciona um demônio chamado destruidor queestá relacionado com a ingratidão e a murmuração. Muitos temem o demôniodevorador e, por isso, dão os seus dízimos, mas ainda se esquecem que um coraçãodescontente é uma porta para o destruidor.

Em segundo lugar, podemos ver o poder das ações de Graças para nos protegede influências malignas. Paulo Diz que a comida é santificada se comermos comações de graças. Veja, não há necessidade de repreendermos demônio algum, bastatermos um coração grato e assim seremos protegidos. Já pensou quanta doençapoderíamos evitar se apenas déssemos ações de graças pela comidaapropriadamente?

Em terceiro lugar, as ações de graças têm o poder de multiplicar as bênçãosQuando Jesus foi multiplicar os pães em João 6: 11, Ele não fez uma oração de petiçãoou de fé, Ele apenas deu graças ao Pai. Muitos não prosperam porque nãoaprenderam a agradecer a Deus pelos míseros cinco pães e os dois peixinhos. Seformos contentes com o pouco, o Senhor o multiplicará e veremos a abundância deDeus.

2. ORAÇÃO DE LOUVOR

"Louvarei ao Senhor em todo o tempo; o Seu louvor estará continuamente nminha boca" (5/34: 1).

Louvar é reunir todos os feitos que conhecemos de Deus e expressá-los empalavras, numa atitude de exaltação e glorificação ao Seu nome, que é digno de selouvado. E isso deve ser feito como um modo de vida (SI 145: 1-7).

O louvor é o sacrifício espiritual ordenado aos cristãos (Hb 13: 15). A Igrejaprimitiva estava sempre louvando (Lc 24:53), pois sabia que Deus habita nos louvoredo Seu povo (SI 22:3).

3. ORAÇÃO DE ADORAÇÃOO reconhecimento do que Deus é (Ap 4:8,11).A adoração é um dos principais temas da Bíblia. Há 270 referências à adoração

A adoração fala do nosso amor respondendo ao amor de Deus. Não é um imperativopois o amor não pode se impor, mas uma resposta voluntária a um estímulespiritual. E Jesus nos garante que esse amor que sentimos e o fluir do Espírito queexperimentamos encontrarão sua expressão e satisfação quando os liberamos devolta para Deus em adoração (Jo 4:23).  104

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Não há uma definição de adoração na Bíblia, pois amor não se define. A palavramais comum no hebraico é "shachah" (172), traduzida por "adoração", "curvar-se""prostrar-se". No grego, a mais comum é "prokeneo" (59 vezes). É composição deduas palavras: "pros", que significa "para", "em direção a", e "heneo", que significabeijar. Alguns eruditos dão o significado de "beijar a mão com admiração", outros"beijar os pés em homenagem".

Etimologicamente adoração é curvar-se, prostrar-se, beijar as mãos, pés oulábios, com um sentimento de temor e devoção, enquanto serve ao Senhor com todoo coração. É uma atitude expressa em ação. Infere profundamente de sentimento eproximidade dos parceiros e um relacionamento de aliança. Envolve moção eemoção, mas a verdadeira adoração é mais profunda que tudo isso e usasimplesmente esses canais para liberar o amor profundo e devoção que impele ocrente para a presença de um Deus de amor.

Atitudes de adoração

Lc 7: 37 ,38 revela a atitude de uma adoradora, atitude de um espectador e ade Jesus. Vejamos a da adoradora.

Quebrantamento - a contraste entre a presença santa e perfeita de Deus e anossa pequenez quebranta o coração. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espíritoquebrantado ("shabor"); coração compungido e contrito ("dakah") não desprezarás, óDeus. (SI 51: 17). "Shabot" - significa "temer, quebrar, em pedaços, ou reduzir""Dakah" - quer dizer "esmagar", quebrar, machucar, ferir, esmagar e humilhar"Contrito" - Usado para descrever o processo de fazer pó (talco). A adoração requequebrantamento. Muitos constroem em volta de si paredes de proteção e não deixam

que sejam liberados o amor, a ternura e a adoração.Humildade - Ela soltou os cabelos em lugar indevido, segundo o costume (I Co11: 15). Deixou sua reputação de lado para adorar do modo que ela sentia que Jesusdevia ser adorado. Usou os cabelos para enxugar seus pés empoeirados. Tomou suaglória (o cabelo) para lavar a lama (Ler Is 57: 15; I Pe 5:5). Adoração sem humildade écomo o amor sem compromisso.

 Amor - Sua atitude estava repassada de amor. "Ela muito amou".

Dádiva - Ela não se limitou à expressão de suas emoções; ela tam ém deu umaevidência tangível do seu amor, devoção e adoração. A dádiva está associada àadoração (Ex 23: 14; 34:20; Dt 16: 16; SI 96: 1-9).

A atitude de Jesus em resposta a essa adoração é: "A tua fé te salvou; vai-te em paz" (Lc 7 :49) - fé, libertação e paz.a objeto da adoração - Deus mesmo (Jo 4:20,21)

Só pelo Espírito Santo se pode adorar (Rm 8: 16).O lugar da adoração - No espírito do homem, onde o Espírito deDeus habita.A verdadeira adoração - "Em espírito e em verdade."

A verdadeira adoração deve fluir de um relacionamento genuíno com

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Deus. Um bom relacionamento com uma igreja pode produzir um bomtrabalhador, mas somente um relacionamento caloroso com Deus produz overdadeiro adorado r. Espíritos calorosos produzem corações adoradores. Amotivações também devem ser corretas na adoração verdadeira. O objetivo é dar aoSenhor e não adquirir d'Ele. A motivação pura para a adoração é o amor quetransborda do espírito do homem como correntes de água viva.

4 - PETIÇÃO E SÚPLICA"Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e

será a assim convosco. "(Mt21:22; Me 11:24).

"Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém sejam conhecidas

diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça.

(FI 4:6).

Deus é a fonte de toda a bênção e Ele tem a solução para todos os nossoproblemas. Ele tem recursos inesgotáveis para satisfazer cada uma das nossanecessidades. "O meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades" (FI 4: 19).

A Palavra de Deus nos encoraja a apresentar nossas petições ao Senhorsabendo que Ele está pronto a nos atender. Seguem-se alguns princípios que devemgovernar nossa oração, especialmente a de petição, para que alcancemos umaresposta favorável.

1. Forme uma imagem clara do seu desejo e expresse-o em palavras

objetivas. Defina o que você quer de Deus em termos claros.A Bíblia ensina que a oração deve ser específica, objetiva (Lc 11: 112; Tgl:5)

Exemplos de orações objetivas:Eliezer - Gn 24: 12-14;Elias - I Rs 17: 1 ;Eliseu - II Rs 2:9.Uma resposta definida exige um pedido definido (Lc 18:38,41-43).

O que está errado com a oração indefinida:

a) Freqüentemente é uma mera formalidade. As pessoas oram por coisas querealmente não desejam.

b) Muitas orações são feitas só para serem ouvidas pela congregação. Sãoindefinidas e insinceras. Nada esperam realmente de Deus e por essa razão nada têmem especial de Deus.

c) A oração indefinida revela que não há um clamor na alma, nem urgência nocoração, nenhum peso na oração ou desejo real.

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d) A oração formal, indefinida, geral, vaga, é resultado da falta de direção doEspírito Santo. Revela um desconhecimento da mente de Deus. Quem é guiado peloEspírito Santo, sabe o que quer, porque sabe o que Deus quer e sabe que Ele estádisposto a dar as coisas pedidas em oração.

Como ser definido:

a) Analise suas orações. Coloque de lado aquelas que são insinceras ou feitaspor mera obrigação. Separe as coisas que você realmente deseja e tem um peso deoração. Aquilo que está verdadeiramente em seu coração e para o que esperaresposta específica.

b) Espere na presença de Deus até ter na mente, de um modo claro, aquilo poque deve orar. Deixe que o Espírito lhe fale e coloque o desejo em seu coração. Vocêpoderá ser ousado no pedir.

Oração específica não é uma tentativa de você fazer Deus concordar com o se

desejo, mas é antes descobrir o desejo de Deus para você e orar de acordo com o queo Espírito coloca em seu coração.

c) Escreva seu desejo. Isso lhe ajudará a ser específico e prepara-sconvenientemente para apresentar sua petição, assistido pelo Espírito Santo, de tamodo que alcance a resposta específica. Isso poderá também ser feito emconcordância com outra ou outras pessoas. O registro das petições específicas a Deue das respostas ajuda a desenvolver a fé e a crescer na vida de oração bem sucedida

d) Busque na Bíblia textos que se referem ao que você deseja, quer empromessas ou em princípios. Uma vez identificada a necessidade, pesquise a Palavra

e selecione textos que se referem ao assunto.

2 . Toda a oração deve ser feita de acordo com a vontade de Deusrevelada na Palavra.

A Fé começa onde a vontade de Deus é conhecida. Sua vontade é revelada naPalavra escrita. Deus está preso à Sua Palavra. A Palavra expressa o que Deus é. Eleé absolutamente fiel ao que prometeu.

Você não tem interesse em desejar o que Deus não quer para a sua vidaPesquisando a Palavra, sob a direção do Espírito Santo, você descobrirá se seu desejo

deve ser abandonado ou se é digno de ser transformado em objeto de oração.Sem o fundamento da Palavra de Deus é impossível fazer uma oração de fé.Deus tem habilidade de cumprir aquilo que prometeu (Rm 4: 21; Jr 1: 12).

O conhecimento da vontade de Deus revelada em Sua Palavra dará a você acerteza de que sua petição será atendida (I Jo 5: 14).

O conhecimento das promessas de Deus relativas ao seu desejo, despertará ealimentará sua fé (Rm 10: 11).  107

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As promessas serão para você arma segura contra os ataques de Satanásenquanto espera a manifestação da resposta de Deus ao seu pedido (Lc 4:3-12).

Orações baseadas na Palavra de Deus.A Bíblia está cheia de pedidos a Deus firmados nas Suas promessas.

a) Davi ora por sua casa, de acordo com a Palavra do Senhor, de que lhe

edificarão casa estável. Natã lhe transmite as promessas do Pai e ele ora de acordo"Agora, ó Senhor, seja confirmada para sempre a Palavra que falaste acerca do teuservo, e acerca de sua casa, e faze como falaste... Agora, pois, ó Senhor, tu és Deus efalaste este bem acerca do teu servo, para que permaneça para sempre diante de tiporque Tu, Senhor, a abençoaste, ficará abençoada para sempre" (I Cr 17 :23,26,27).

b) Na dedicação do templo, Salomão apresenta suas petições de acordo com aspromessas de Deus (2 Cr 6: 14-17).

c)  Josafá se vê ameaçado por tropas inimigas e vai à casa do Senhor e clamade acordo com a promessa (2 Cr 20:6-12).

Exemplo de necessidades e as respectivas promessas de suasatisfação:

a) Necessidades de emprego - F14: 19.b) Prosperidade - Dt 28.c) Saúde - Is. 53:4; I Pe 2:24.Para cada pedido que fazemos a Deus devemos ter uma passagem na Bíblia

para sustentá-lo. Ninguém apresenta uma petição ou um caso em algum tribunal seminvocar o respaldo da Lei. Do mesmo modo, nossas petições diante do trono devemter o respaldo da Palavra de Deus escrita, a Bíblia, que é a constituição do Reino.

3. Creia firmemente com base na promessa da Palavra, que Deuatendeu sua petição e a manifestação da resposta já está a caminho.

A fé tem como fundamento a fidelidade de Deus e da Sua Palavra (Nm 23: 19).A fé é a precursora de toda oração respondida. É uma confiança ousada em

Deus. É uma certeza antecipada do milagre que virá (Mc 11: 2 324).A verdadeira fé é aquela que se apropria da promessa no reino do espírito

antes que ela se materialize diante dos olhos (Hb 11: 1; 11:6). A única oração queDeus ouve é aquela feita em fé.

O limite do que se consegue pela oração está na própria fé de cada pessoa. Avida de oração será tão forte quanto a fé que a pessoa tem em Deus

(Mt 17:20; Mc 9:23: Tg 5: 15). E como crescer numa fé mais forte?a) Lembre-se que cada um tem uma medida de fé (Rm 12:3).

b) Aprenda a Palavra de Deus (Rm 10: 17), porque a fé é baseada na108

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promessas de Deus: Ã medida que nos tornamos familiares com a natureza de Deusrevelada na Bíblia, a fé é desenvolvida (João 15: 7).

c) Submeta-se completamente à liderança do Espírito Santo e à vontade DeusÉ o Espírito quem interpreta a Palavra em nosso coração.

d) Aja de acordo com a medida da fé que você tem.

Alguns" nãos "a considerara) Não tente crer, simplesmente aja de acordo com a Palavra.

b) Não use uma confissão dupla de modo que num momento você confessa"Sim, Ele ouviu minha oração. Estou curado", ou "eu tenho o dinheiro", ou "recebi oemprego", e então começa a questionar como é que isso vai acontecer e o que vocêtem de fazer para consegui-lo. Sua última confissão destrói a primeira. Uma confissãoerrada destrói a oração e a fé.

c) Não confie na fé de outras pessoas - tenha a sua própria fé. Assim como você

tem sua própria roupa, tenha sua própria fé. Aja de acordo com a Palavra por smesmo.

d) Não converse incredulidade. Nunca admita que você é um "Toméduvidoso", pois isso é um insulto ao Pai.e) Não fale sobre doenças e problemas.

f) Nunca fale sobre fracasso. Fale sobre a Palavra, sua absolutaintegridade e sobre sua confiança nela. Fale de sua disposição de agir de

acordo com ela e ater-se à sua confissão de que ela é fiel.4. Tome cuidado para que sua conversa sobre o que você pediu a Deus

esteja em linha com sua fé de que Ele ouviu sua petição.Nossa fé ou incredulidade é determinada pela nossa confissão. Pouco

percebem o efeito da palavra falada sobre seu próprio coração e sobre o adversárioO inimigo ouve nossas conversas e, aparentemente, não as esquece enquanto nósdescemos ao nível da nossa confissão.

A Palavra só se torna real quando confessamos sua realidade. Hebreus 4: 14deve ser uma divisa para a vida: "Tendo, pois, a Jesus, o filho de Deus, como grandesumo sacerdote que penetrou os céus conservemos firmes a nossa confissão".

A fé é expressa pela confissão dos lábios (Rm 10:9-10). O que os lábios dizem

deve concordar com a fé do coração.Palavras contrárias à promessa destroem e neutralizam a oração. Palavras sãosementes, e palavras confessadas são sementes plantadas. Confissão repetida ésemente regada. Regue as sementes da fé com a confissão da promessa.

Sua confiança não é nas orações de outros, mas na imutável e indestrutívePalavra de Deus. Por isso você se recusa a permitir que seus lábios destruam aeficácia da Palavra no seu caso. Você se conservará firme à sua confissão, ainda quepareça, aos olhos humanos, que a sua oração não foi respondida.  109

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5. Rejeite toda a dúvida que assaltar sua mente quanto ao fato de queDeus já respondeu a sua oração.

Deixe que cada pensamento, cada imagem, e desejo afirmem que você tem oque pediu. Não olhe para as circunstâncias, para os sintomas, mas fixe-se na Palavra

e isso manterá a dúvida fora do seu território.Entre sua petição e a efetiva manifestação da resposta existe um tempo que

pode ser mais ou menos prolongado. Durante esse período, Satanás tentará lançadúvidas na sua mente. Torna-se necessário manter uma atitude firme para nãoaceitá-la, mas conservar a fé.

A dúvida é um ladrão que rouba a bênção de Deus. É o inimigo número um dafé. Exemplo da dúvida: Mt 14:24-31.

A dúvida impede a resposta à oração. Ela é mãe da derrota (T g 1: 6-8).

Quando duvidamos da Palavra de Deus é porque estamos crendo em algo

contrário àquela Palavra. E duvidar da Palavra é duvidar do próprio Deus.Qualquer substituto para a fé em Deus e Suas promessas destrói a vida de fé

destrói as orações e traz de volta o jugo. A dúvida e a fé não permanecem juntas. Seuma entra pela porta, a outra sai pela janela.

Como vencer a dúvidaMantenha controle sobre a sua mente. A dúvida opera no rei no da mente; a

Palavra de Deus opera no reino do espirito. A fé também opera no reino do espíritoHá, pois, que lançar mão das armas disponíveis para vencer os pensamentos da

dúvida (2 Co.1 0:3-5). Esteja pronto a recusar qualquer pensamento ou imagemcontrários à sua oração. Controle seus pensamentos de acordo com Filipenses 4:6-9.Use as promessas de Deus como arma contra os ataques de dúvida. A Palavra

de Deus confessada com autoridade e fé mantém o inimigo distante (Mt.4: 1-11).Concentre-se na fidelidade de Deus e de Sua Palavra. Isso fortalece a fé e põe a

dúvida fora do caminho. Nossa fé é firmada naquilo que Deus é (Rm.4: 19-21).É sua segurança na Palavra de Deus que garantirá a vitória contra os ataques

das dúvidas

6. Conserve-se numa atitude de louvor e gratidão a Deus até a plenamaterialização da resposta ao pedido.

Você não deve esperar a manifestação para poder agradecer.

Agradeça logo, pois a sua convicção é que Deus é fiel à Sua Palavra e amaterialização da resposta é apenas uma questão de tempo.

O louvor é uma expressão de fé em Deus, e se baseia na promessa d'Ele. Ele éfiel.  110

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O louvor deve acompanhar as orações (Fl4:6,7). Toda a petição deve semarcada pelas ações de graça.

O louvor fortalece a fé (Rm 4:20).

O louvor, pela resposta à oração, antes de ver sua manifestação, libera aoperação do poder de Deus. Jesus, diante do túmulo aberto de Lázaro: "Levantando

os olhos para o céu, disse, Pai, graças te dou porque me ouviste" (Jo 11 :41). E logoLázaro estava fora do túmulo, vivo.O coração agradecido que aguarda a manifestação física da resposta de Deus

com louvor e ações de graça entra no descanso da FÉ.

5 - CONSAGRAÇÃOSurgem ocasiões em nossa vida, quando temos de tomar algumas decisões, e

seguir por um determinado caminho sem que a vontade de Deus, naquela áreaesteja claramente revelada em Sua Palavra. É aí quando, em vez de começar a pedirdevemos buscar Sua face e esperar em Sua presença a fim de conhecermos o desejo

do Seu coração para aquela situação específica. Esse tipo de oração é mais umaatitude de submissão, dedicação, entrega e obediência a Deus do que petição. Umavez conhecida Sua vontade, é só segui-Ia.

Nesse tipo de oração há uma disposição de fazer ou aceitar qualquer que seja avontade de Deus naquela circunstância.

Este é o único tipo de oração onde se emprega o "se for da Tua vontade". Ela éfeita numa situação em que se busca o conhecimento da vontade de Deus ainda nãorevelada. Isso é feito com a mais profunda atitude de submissão a Deus.

A oração de dedicação é harmonizar nossa vontade com a vontade de Deus, a

fim de trazer sucesso numa determinada situação. A vontade de Deus é sempre paranosso benefício. Esse tipo de oração coloca-nos direcionados para o mesmo alvo. Jesus fez esta oração no Getsêmane (Lc 22:42): "Pai, se queres afasta de mim

este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a Tua".É mais uma atitude desubmissão e obediência do que palavras.Exige um tempo maior de busca, repetidavezes, até a convicção do plano divino.

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Requer a renúncia da vontade própria. A mente deve ser esvaziada dapreferências pessoais para aceitar o plano de Deus, não importando qual seja.

Uma vez conhecido o plano de Deus, não se trata de receber alguma coisa, mafaze-la de acordo com a direção recebida.

6 - ENTREGA

(I Pe 5: 7; Mt 6:25-27).A oração de entrega fala também de uma atitude do coração.

Quando os cuidados, inquietações e pesos nos batem à porta, transferimolopara o Senhor, que tem condições de levá-los e, então, devemos entrar no descansoda fé.

Podemos entregar nossos cuidados, preocupações e a nós mesmosa Deus e gozar Sua paz divina (SI 3 7: 5).

Deus é contra a preocupação. Ela nada produz senão stress, esgotamento emorte. Jesus pregou contra ela. Paulo pregou contra ela. A Bíblia é contra a

preocupação porque ela foi gerada por Satanás. Todo e qualquer cuidado deve ser erradicado de nossas vidas(FI 4:6, 7).

O Poder de Deus começa a operar quando lançamos nossoscuidados sobre Ele. As preocupações apenas bloqueiam essa operação.A entrega dos fardos a Deus traz o descanso (SI 37: 7).

7 - INTERCESSAODeus chamou o Corpo de Cristo para o ministério da intercessão por todos os

homens (I Tm 2: 1-4).

Deus está para trazer um grande derramamento do Seu Espírito nestes últimosdias, com grande demonstração de poder. A oração intercessória é o instrumento queo Espírito de Deus usará para trazer esse derramamento.

Somos chamados a interceder porque Deus nada faz na Terra sem acooperação do homem. Deus revela Seus propósitos e Seus servos falam na terra emlinha com eles e se tornam o instrumento para gerar e dar à luz, pela intercessãocada um deles. O homem ainda tem autoridade na terra. Deus o colocou nessaposição. Deus busca intercessores: Is 59; 16, 17; Jo 9:32,33; Nm 16:48; Is 64:7.

 Jesus, o Intercessor provido por Deus: Hb 7:25; Rm 8:34. Ele intercede no céu.

O Espírito Santo como Intercessor: Rm 8:26. Ele intercede, na Terra,de dentro de santuários humanos, redimidos pelo sangue do Cordeiro.

Deus precisa hoje de servos na "brecha" (Ez 22:30,31).Intercessão e as "dores de parto" (Jr 30:6; Is 66:8; C14: 19).

Elementos indispensáveis à intercessão

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a) Identificação: Interceder é tomar o lugar de outro e pleitear sua causa comose fosse sua (Ex 32:31,32).

b) Amor: Rm 5:5.c) Compaixão: Mt 9:36-38: 14-14; 15:32; 20:34.

ORAÇAO E JEJUM1. Por que jejuar e orar?

Por que motivo os cristãos devem algumas vezes deixar a comida, dormidaboas roupas, a vida em família ou outros confortos para se dedicarem somente àoração?

Homens e mulheres usados por Deus em toda a Bíblia, jejuaram: Moisés, DaviEsdras, Neemias, Daniel, Paulo...

 Jesus iniciou seu ministério com 40 dias de jejum.Não há uma ordem na Bíblia para se jejuar, mas Jesus deixa claro que jejum é

parte da vida do cristão, ao dizer:"Quando jejuardes..." (Mt 6: 16) "...naqueles dia jejuarão" (Lc 5:34,35).A Igreja primitiva conhecia a prática do jejum (At 13:2,3).

2. O que é o jejum e a oração?

Não é simplesmente abstinência de alimento ou de alguma coisa.Acima de tudo é colocar Deus no lugar supremo. É colocar a oração em primeiro

lugar.

Há momentos em que devemos comer e beber com alegria e gratidão (S

103:2,5); que devemos dormir (SI 127:2; 3:5); os prazeres da família devem segozados (Hb 13:4; Pv 18:22). Toda bênção vem de Deus (Tg 1: 7) e deve sedesfrutada, para que por elas Deus seja glorificado. Mas há momentos em quedevemos voltar as costas para tudo isso e buscar a face do Senhor por algum tempoPara tanto somos levados a voltar toda a nossa atenção e energia para o Senhororando e esperando em Sua presença.

A abstinência pode ser só de comida (Mt 4:2).

Há ocasiões em que o jejum é completo, sem água nem comida (Ester 4: 16).Há jejuns parciais, em que se come só o indispensável (Dn 10:2-3).

Às vezes há abstinência do relacionamento sexual entre marido e mulher(Ex 1914:15; 1 Co 7:5).

O espírito do jejum é um desejo ardente de estar com Deus em oração, poalguma razão específica, maior que qualquer desejo normal ou lícito.

 Jejum significa persistência em oração. Podemos orar freqüentemente, mas nãooramos muito. Separar um tempo para jejum e oração é dispor-se a um sério trabalhocom uma persistência que não aceitará a negação.

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A oração persistente, que deixa tudo mais e dá a Deus o devidolugar, freqüentemente, envolve o jejum. Jejum é uma deliberação dremover todo obstáculo à oração (Hb 12: 1 ,2). Jejuar é simplesmente

colocar de lado todo peso e todo emprego que impede nossas orações.

O jejum manifesta a intensidade de um desejo, a grandeza de umadeterminação e da fé. O jejum, pois, revela o fervor e a seriedade da busca daresposta à oração.

3. O jejum no Novo Testamento

Não há uma única ordem no Novo Testamento para a Igreja jejuar. Também nãohá normas estabelecidas. No entanto, parece que o jejum é algo que faz parte da vidanormal do povo. Os judeus já eram dados ao jejum semanal, e os fariseus jejuavam

duas vezes por semana. Jesus jejuou após o batismo (Mt 4:2; Lc 4:2). Ele passava noites em oração e, a

que parece, sem comer. Mas não praticava o tipo de jejum dos fariseus ou mesmo de João Batista. Ele deixou, contudo, ensinos sobre o jejum.

Lucas 5:33-35 diz que haveria um tempo, depois da Sua partida, em que odiscípulos jejuariam. Há tempos em que o jejum não se faz necessário. Ver aindaMateus 17: 21.

O jejum deve ser ao Senhor, sem a motivação de impressionar (Mt 6: 16-18)"Quando jejuardes". Está implícito que jejum era uma prática indiscutível. Talvez po

essa razão não haja nenhum mandamento para que se jejue.

4. O jejum no livro de Atos

Saulo jejuou após o encontro com Cristo, à caminho de Damasco (At 9:9)Motivo: espera em Deus e busca de revelação.

Cornélio jejuava quando o anjo lhe trouxe a mensagem de Deus (At 10:30)Motivo: exercício espiritual diante do Senhor.

Os profetas e mestres na igreja de Antioquia (At 13: 1-3). Motivo: ministrar aoSenhor, impor as mãos sobre os apóstolos e enviá-los à obra missionária.

Paulo para a separação dos presbíteros (At 41: 23).

As pessoas que viajavam com Paulo para Roma (At 27:9,33,34).Eram dias de grande perigo.

5. O jejum nas cartasPaulo era dado à prática do jejum (11 Co 6:4,5).

A única instrução sobre jejum e oração nas cartas é no que se refere o casal (

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Co 7:4,5).

5. Razões bíblicas para o crente jejuarO jejum põe a carne sob sujeição e ajuda na disciplina.

Mas ele nada altera a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois do meu

 jejum. O benefício do jejum é para mim, pois ajuda-me a estar mais sensível aEspírito de Deus.Quando uma necessidade de esperar mais em Deus surge, e o Espírito Santo

nos impele a jejuar, esse é o tempo para tal. O Novo Testamento não estabelece umprograma de jejum. O cristão é "guiado pelo Espírito" (Rm 8: 16) e é Ele quem vamostrar por que, como e quando jejuar. Jejuar fora da liderança do Espírito não passde auto-punição.

 Jejuar com o propósito de ministrar ao Senhor. Um tempo de comunhão semqualquer interrupção (At 13:2).

BibliografiaCompilado de:Valnice Milhomens Coelho - Ministério Palavra da Fé.

PARTE VIO CARÁTER DE CRISTO EM NÓS

O caminho para o caráter de Cristo é o caminho da operação da cruz em nósNão há outra maneira das marcas do caráter de Cristo serem formadas, a não sepela cruz. E a cruz é o quebrantamento da vontade e da força humana pela ação doSenhor. Deus prepara circunstâncias e situações que tratam com nossas vontadepara que possamos ser quebrantados. É através da lei da cruz (Mt. 16:24) que somoformados em nosso caráter.

. Esta lei opera em nós, moldando-nos e ensinando-nos a vida do Espírito. Nãohá como conter o processo dos tratamentos do Senhor para formar o caráter cristãoComo é bom vivermos e nos relacionarmos com pessoas quebrantadas e doces cujocorações foram tratados por Deus. A cruz é que opera em nós a beleza do Senhor. Acruz é o instrumento de Deus para moldar-nos à semelhança de Cristo. A cruz quenos capacita para termos o caráter que suporta o poder de Deus. Antes de Jesusubir, Ele desceu (Ef.4:8-9). Este é o princípio de Deus. Antes de conhecermos opoder e a glória temos que ser tratados pela cruz de Cristo. Quanto mais alto Deus fo

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nos levar significa que mais tratamentos precisamos ter em nosso caráter. Existe umprincípio aqui: as pressões e tentações aumentam à medida que subimos em DeusPor isso, mais base de caráter uma pessoa precisa ter na guerra contra o mundoespiritual e o pecado. Jesus passou tal pressão que suou gotas de sangue (Heb.12:4)O caráter do obreiro precisa ter sido formado pela cruz. A maturidade emocional eespiritual vêm pelos tratamentos da cruz de Cristo. Os homens de Deus precisam sehomens que vençam os ataques do inimigo em suas mentes e emoções, e isto vempelo quebrantamento. Não podem ser pessoas frágeis que cedem às pressõemalignas sobre a carne. O alicerce de uma casa é a parte mais delicada dconstrução. Da mesma forma, na Igreja, ter líderes fortes, tratados e preparados é aparte mais delicada e mais importante da construção. As pressões não vêm somentepelos ataques do inimigo mas também pelos princípios que envolvem busca de DeusÀs vezes. quanto mais buscamos ao Senhor, parece que tanto mais os céus sefecham e se tomam de bronze. É um princípio que precisamos saber: os que buscamao Senhor, que muitas vezes oram e jejuam sentem muita resistência e

aparentemente nada acontece, ou às vezes as pressões e problemas aumentam. Esteprincípio está ligado ao fato de que nos céus algo está sendo gerado e por issoestamos pagando o preço.Sempre, antes da visitação de Deus e dos avivamentos, ohomens usados sofrem, choram e gemem até que a mão do Senhor esteja livre paraoperar. Portanto, como obreiros de Deus, necessitamos conhecer estes caminhos, eestarmos preparados para enfrentá-los.

DEFINIÇÃO DE CARÁTERO caráter refletirá os traços da natureza pecaminosa (sendo influenciado pelo

mundo), ou os traços da natureza divina (sendo influenciado pela Palavra de Deus)Caráter é a soma total de todas as influências positivas ou negativas, aprendidas na

vida de uma pessoa. Se manifestará através dos seus valores, motivações, atitudessentimentos e ações.

Em Hb.1 :3, o escritor afirma que Cristo é o próprio caráter de Deus. Caráter écomo uma marca impressa que distingue a pessoa. O caráter de Deus que foimpresso em Jesus Cristo precisa ser impresso na Igreja, para que desta forma omundo creia em Deus. Nossa primeira decisão é crer. Devemos ter uma decisão deseguir a Jesus tomando-nos seus discípulos e; por fim, sermos feitos conforme Suaprópria imagem (Rom.8:29 e I Cor. 15:49); identificados, desta forma como cristãos.

Caráter no grego significa IMAGEM. "Heb.1 :3, Afirma que Cristo é o próprioCaráter de Deus, a própria estampa da natureza de Deus, aquele em que Deusestampou ou imprimiu Seu ser.

Caráter é o sinal identificador da natureza de qualquer ser ou coisa (dicionáriode Psicologia- Cabral e Nick).É o conjunto de aspectos que caracterizam o Ego. Ocaráter é formado pela aprendizagem. Todo ser humano a partir do seu nascimentocomeça a receber influências do meio ambiente onde se encontra. Estas influência

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são assimiladas e com o tempo passam a fazer parte do caráter. Esse processo deaprendizagem é feito por identificação, imitação, punição, e recompensa. O propósitoé que o homem se tome à imagem do seu filho, o Senhor Jesus Cristo, Deus-homemEste propósito não mudou. A queda do homem não mudou este plano e o propósitonão mudou. Desde Adão, passado por Jesus e pela Igreja o plano de Deus serásempre o mesmo.

Heb.2: 10 "Porque convinha que aquele, por cuja causa e  por quem todas acousas existem, conduzindo muitos filhos à Glória, aperfeiçoasse por  meio dsofrimentos o Autor da salvação deles. "

Se a igreja deve atingir esta meta, seus líderes devem mostrar o caminho edevem ir na frente. O caráter e a personalidade do Senhor Jesus Cristo devem sedesenvolvidos nos líderes da Igreja antes de ser formado no Seu povo.

Forma de Pensar

A forma de pensar de uma pessoa é percebida pela maneira como ela constrói asua escala de valores. O meu caráter é determinado em primeiro lugar pelo aspectomoral, ou seja, aquilo que eu considero correto, errado, permitido, proibido e assimpor diante. Se eu aprovo aquilo que definitivamente é errado, então se pode dizer queo meu caráter é defeituoso, um "Ma! Caráter" .

Quando nos convertemos, a primeira coisa que devemos fazer é renovar anossa mente. Renovar, nesse caso, significa mudar a minha maneira de perceber a

coisas e também a minha escala de valores. A vontade de Deus é que tenhamos ocaráter de Cristo, a sua mente (I Cor.2: 16).

Estilo de Vida

O estilo de vida de uma pessoa é determinado pelos seus alvos, hábitos ecostumes. Se o meu grande alvo na vida é ganhar dinheiro, eu devo desenvolver umestilo de vida compatível com esse alvo. Devo desenvolver os hábitos e costumescoerentes com o que quero alcançar. Se eu quero ser atleta e não treino, algo estáerrado. Se eu quero me desenvolver nos estudos, mas não me aplico a ler em casatambém há algo errado. O estilo de vida faz parte do nosso caráter. A prova disso éque, normalmente, pessoas de uma mesma profissão apresentam características decaráter semelhantes. Não é difícil percebermos isso em empresários, caminhoneirosprogramadores,etc.

Conduta

A conduta é o conjunto de comportamentos que aprendemos e que se firmam

dentro de nós. Conduta é tudo aquilo que fazemos, falamos, sentimos, esperamos e

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desejamos. A conduta se manifesta na minha relação com outras pessoas. O meucomportamento diante de outras pessoas manifesta o meu caráter, ou seja, a minhaforma de pensar e os motivos que vão dentro do coração.

Estes são os três elementos que compõem o nosso caráter. Com certeza, elenão podem ser observados separadamente. Em tudo aquilo que fazemos

manifestamos estes três aspectos ao mesmo tempo.Todos nós ao nos convertermo  já possuímos um caráter formado. Esse caráter foi formado por tudo aquilo qurecebemos do nosso meio ambiente. Muito daquilo que' aprendemos está corretomas existem partes da nossa forma de pensar, do nosso estilo de vida, e da nossaconduta que devem ser transformados.

 Todo o nosso crescimento espiritual é demonstrado pelo nosso caráter. Se como passar do tempo acumulamos muito conhecimento, mas não demonstramonenhuma mudança no caráter, isso mostra que o conhecimento foi em vão. Deus estáprofundamente interessado em nossa conduta. Jesus e os Apóstolos gastaram muito

espaço para tratar de frutos, de comportamento, de conduta, de coração, comovemos:

Mt. 5:48 - portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.

II Cor 13: 9 - porque nos regozijamos quando nós estamos fracos, e vós. fortes

e isto é o que pedimos, o vosso aperfeiçoamento.

GI. 4: 19 - Meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto, até ser Cristo

formado em vós;

Ef. 1:4 - Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para

sermos santos irrepreensíveis perante Ele;

IITm 3;17 -Afim de que o homem de Deus seja perfeito e  perfeitamente

habilitado para toda boa obra.

11 Pe. 1;3 - Visto como  pelo seu Divino poder nos tem sido doadas todas as

cousas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que

nos chamou para sua própria glória e virtude.

Em Rom. 8;29 vemos que o propósito eterno de Deus é ter muitos filhos, masnão apenas isso. Estes filhos devem ser semelhantes a Jesus. Deus quer filhos que

manifestem o caráter de Jesus. Quando o homem caiu, o propósito de Deus foapenas adiado, não foi mudado. A Igreja do Senhor deve atingir esta meta e os seulíderes devem mostrar o caminho, devem ir à frente do rebanho. O caráter de Senho Jesus deve ser desenvolvido nos. líderes da Igreja antes de ser formado no seu povo.

Não são poucos os escândalos que têm surgido entre lideres investidos deautoridade sem antes receberem aprovação no caráter. Um líder que apresentadeficiências sérias em seu caráter constitui-se em um grande obstáculo para queDeus possa atuar.

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As deficiências de caráter nas vidas dos membros da igreja se devem, emgrande parte aos próprios líderes. Em certo sentido, a igreja é o retrato da sualiderança. Líderes relapsos geram um povo relapso. Líderes preguiçosos geram umpovo igualmente preguiçoso. Se a liderança é imatura inevitavelmente também opovo' o será. Nunca será demais enfatizarmos o caráter do obreiro, pois istdetermina o sucesso no ministério. Somente um caráter formado e aprovado podesuportar as pressões da obra e as dificuldades do ministério.

CARÁTER E DONSExiste uma distorção que tem assolado a Igreja do Senhor durante os séculos: a

valorização dos dons em detrimento do caráter. Um dom é uma dádiva de Deus. Deuconcede a todos indistintamente. Os dons podem ser: naturais ou espirituais. Os donnaturais são aqueles com os quais nascemos como: inteligência, astúcia, memóriacapacidade de tocar, cantar, praticar determinados esportes, etc. Os dons espirituainos são concedidos pelo Espírito Santo como instrumentos na sua obra: I Cor. 12:7

10. Os dons são muito úteis mas são secundários. Deus coloca em primeiro lugar avida e o caráter. Todos podem achar que um determinado irmão que possui umagrande inteligência e capacidade extraordinária de memorização deverá se tomar umgrande pregador. Isto é um tremendo equívoco e não passa de mentalidademundana. A Igreja de Deus não é edificada com essas coisas. Se tal irmão possuivida de Deus e ainda não passou pelo processo da Cruz não será útil para Deusapesar do seu dom.

Outra pessoa pode ainda pensar que um irmão, por ter um dom de cura ediscernimento de espíritos, venha a ser uma coluna na casa de Deus. Isto também éum engano. Os dons são úteis, mas nunca podem ser a base da obra de edificação daIgreja.

Este é o motivo por que existem tantos escândalos: priorizamos mais o domque o caráter. Os dons, sejam espirituais, ou naturais devem passar pela Cruz antede serem úteis. O ministério é edificado sobre o caráter e não sobre os dons. Deunão vai enviar ninguém sem antes tratar com o seu caráter. Os dons atraem oshomens, mas o caráter atrai a Deus.

No livro de Êxodo, encontramos um exemplo clássico do equívoco de spriorizar os dons. A palavra do Senhor diz que o povo de Israel estava sendoescravizado por Faraó. Moisés era o homem que Deus havia escolhido para levar a

cabo o seu propósito. Moisés havia sido criado no palácio de Faraó e recebeu amelhor instrução da época, era um homem excepcionalmente talentoso. O próprioMoisés tinha algum entendimento desse fato e, em certo momento, se dispôs elemesmo a libertar o seu povo da escravidão ( ver Ex. 2: 11-15 ). Moisés se achavacapaz e perfeitamente habilitado porque possuía a instrução Egípcia. Deus, porémcoloca Moisés de molho por quarenta anos no deserto de Midiã até que o seu carátepudesse ser aprovado por Ele. Do ponto de vista natural Moisés já estava pronto aoquarenta anos quando matou o egípcio; mas, do ponto de vista de Deus, precisa de

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outros quarenta anos até o ponto de não mais confiar na sua força ou nos seustalentos. (Ver Ex. 3: 10).

Quanto mais um homem confiar em si mesmo, nos seus talentos naturais,menos utilidade terá para Deus.

O critério de Deus sempre é escolher o que se acha frágil, incapaz  e

desqualificado. A glória de Deus se toma manifesta quando pessoas a quem nãoreputávamos qualquer valor se levanta em poder e autoridade. Fica patente que Deusé quem faz e não é um simples uso de talentos especiais.

A FORMAÇÃO DO CARÁTER

"Porque é Deus quem efetua em vós tanto o querer como o realizar... " (ver FI

2: 13).

 Todos nós desejamos ter um caráter aprovado por Deus. Todos nós queremoagradar a Deus e, por isso ficamos apenas esperando saber as normas parcomeçarmos a praticá-las.

A vida cristã não é um mero cumprimento de normas e preceitos, pois nãoestamos mais debaixo de domínio da lei. A vida cristã se resume simplesmente em“Cristo em vós” ou seja, a vida cristã consiste, em poucas palavras, na dependênciacompleta do Espírito Santo que habita em nós. É Ele quem muda o nosso querer etambém é Ele quem nos capacita a fazer a sua vontade. Ele é tudo em todos. Jesus éa nossa bondade, a nossa mansidão, a nossa justiça, Ele na verdade é tudo o de que

necessitamos. Tudo o de que precisamos já está em nós na pessoa do Espírito SantoSeria muito fácil começarmos a nos esforçar para cumprir um conjunto de qualidadesnão é essa. porém, a nossa proposta. Desejamos que os irmãos tenham revelação dopleno suprimento de Deus para nossas vidas, pois, à medida que entendermos issoé}S qualidades de caráter naturalmente irão tomando forma. O pleno suprimento deDeus para nós é Cristo Jesus que habita em nós. Seja

Ele a nossa vida. Seja Ele tudo em todos..Não adianta falarmos de caráter e conduta, se nós ainda não nos apropriamo

do pleno suprimento de Deus para nós: A libertação do velho homem do poder dopecado, da nossa justificação e regeneração em Cristo, da dependência completa do

Espírito e o andar no Espírito. Precisamos nos apropriar destas grandes realidadeespirituais, mas não apenas isto, precisamos aprender a perceber a direção de Deuem nosso espírito, fazermos separação entre alma e espírito, e conhecermos a práticada renúncia diária do EU no princípio da Cruz. Todas essas experiências devem secompreendidas no espírito.

Quando enfatizamos muito as qualidades recomendáveis corremos o risco deestabelecermos um amontoado de regrinhas que não estão na Bíblia. Tais comocinco passos para vencer a ira, dez passos para vencer a lascívia. etc.

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Estas coisas não funcionam e nos desviam do centro da vida cristã. Cristo é a

nossa vida ( ver CI. 3:4). A vida do cristão é Cristo. Muitos pensam que podem sesantos se tão somente conseguirem vencer certos tipos de pecados. Outros pensamque sendo humildes e gentis são vitoriosos. Ainda alguns imaginam que orando maise lendo a Bíblia ,tendo cuidado para jejuar e vigiar, então alcançarão um caráteSanto. Outros concebem a idéia de que somente matando o Ego terão vitória. Todaestas fórmulas têm a aparência de piedade e sinceridade, mas tudo isso é vão. Nãopodemos viver a vida cristã usando mil e uma fórmulas para os mais variadoproblemas. Na prática não funciona. O que Deus deseja é que entendamos que Cristoé a nossa vida. O perfeito suprimento de Deus para todas as nossas necessidades.

Com este entendimento em vista vamos estudar alguns princípios fundamentaique aumentarão a compreensão de que Cristo é de fato a nossa vida.

A FORMAÇÃO DO CARÁTER ATRAVÉS DOS TRATAMENTOS DE DEUS

II Pe.1: 1-11- É a graça de Deus que me capacita a fazer as coisas certas diantede Deus. A leitura deste texto nos ajuda na compreensão do processo que Deus usapara desenvolver o caráter de um cristão. Deus, através de Jesus Cristo, nos provê aSua própria natureza. As promessas Divinas nos foram outorgadas (ver 11 Pe.1:4 ), eo poder de Deus é a nossa garantia de que Ele realizará em nós as mudançasnecessárias. (ver 11 Pe.1:3).

Somente através de uma atitude diligente podemos alcançar o aperfeiçoamentodo nosso caráter, precisamos ter a decisão de sermos semelhantes a Cristo, termoem nós a natureza Divina amadurecida (ver II Pe.1:10e 11).

A vida cristã é um processo. Precisamos vencê-la passo a passo, cada degraucorresponde a um novo nível alcançado e nova vitória em determinada área, atéalcançarmos o topo da escada.

A responsabilidade de Deus é prover a todo crente a própria natureza Divinaatravés do arrependimento do pecado e da fé em Jesus Cristo.

A responsabilidade do homem é aplicar e cumprir esta realidade em sua vida.

Deus tem dado por direito aos crentes tudo o que é necessário para uma vidasanta: autoridade e poder. O cristão tem o que precisa para desenvolver um carátemaduro, seguindo o Senhor Jesus.

DESCREVENDO O PROCESSO

 Todos nascemos em iniqüidades e fomos formados em pecado. Todos temopor nascimento uma natureza caída. que nos acompanhará ou não por toda a vida(ver Rm. 5: 12). A natureza caída do homem não está em harmonia com nenhumadas coisas do Senhor (ver C!. 5: 17.

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Deus colocou diante do cristão a meta da perfeição (ver I Pe. 1: 15, Gn. 17:1Mt. 5:48, Lc. 6:40). Maturidade espiritual é a meta Bíblica para todos os que estão emCristo Jesus.

Por vezes, a carnalidade do homem não permite que ?.Ie desenvolva secaráter como as Escrituras ordenam. Esta natureza humana é tratada definitivamente

pelo Poder da Cruz, mas o Ego é a principal razão pela qual o homem precisa dotratamento de Deus. Cada cristão precisa do tratamento de Deus para motivá-lo aprosseguir em direção à perfeição espiritual ( ver Hb. 6:1 e3).

O PROPÓSITO DO TRATAMENTO

O cristão necessita do tratamento de Deus em sua vida porque possui áreaescondidas em sua vida que devem ser reveladas, (ver I Jo. 1 :5-7). Deus desejarevelar estas áreas escondidas de pecados em nós, de maneira a nos ajudar acrescer. As Escrituras afirmam que é Deus quem revela tais secredos (ver! Co. 3: 13 e

Mt. 10:26 e 27).

Deus revela os nossos pecados ocultos para que não sejamos destruídos, nemos nossos ministérios. Deus revela estas áreas escuras, que estão presentes dentrode nós, para que renunciemos a elas. Para que isto aconteça, o cristão precisa dagraça de Deus porque humanamente a tendência é cobrir suas próprias falhas efraquezas. O homem deseja sempre defender-se e esconder os motivos do coração(ver Gn. 3;8).

Deus deu ao cristão o Seu Espírito Santo. É o Espírito quem revela anecessidades espirituais do homem, sondando o coração do cristão para revelar ospecados que devem ser abandonados (ver SI. 139:23 e Pv. 21:2).

A palavra "revelar" significa retirar a tampa, e a palavra "ocultar" significaesconder, cobrindo, cobrir a vista, ou encobrir o assunto. Deus tenta retirar acobertura de cima do homem, enquanto o homem faz tudo para retê-la.

Há vários homens nas Escrituras que ilustram o fato de pecados ocultos. Ocomeço de suas vidas contrastou drasticamente com o fim delas. Começaram bem eacabaram tragicamente.

Os homens podem começar bem. Mas, se tiverem pecados ocultos em suasvidas os quais não confessam e alimentam-se sem arrependimento, estarãodestruindo suas vidas e ministérios.

Em II Sm. 1: 19, Davi lamentando a morte de Saul e Jônatas, chama três vezes:Como caíram os valentes! " Nesta lamentação Davi descreve os "valentes" no inícioda vida ministerial como:

• Formosos (ver Vs. 19) . Poderosos (ver vs. 19)

• Amados e queridos (ver Vs. 23 )

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• Mais ligeiros do que as águas (ver Vs. 23)• Mais fortes fortes do que leões (ver Vs. 23)• Vestia como escarlata aos outros (ver Vs 24).• Capazes de colocar ornamentos de Deus nos outros (Vs.24).( Segundo a

versão Almeida).

 Todo líder precisa lembrar que o propósito dos tratamentos de Deus é revelaseu coração para que ele não caia. Alguns exemplos Bíblicos de homens quecomeçaram bem e terminaram em tragédias, por não entenderem os propósitos dotratamento de Deus em suas vidas.

PROPÓSITO DE DEUS NO TRATAMENTO1. Transformar o Crente à Imagem de Jesus CristoEste processo é relatado em II Cor. 3: 18.

“E todos nós com o rosto desvendando, contemplando, como por espelho, aglória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na sua própria imagemcomo Senhor”.

A palavra “ transforma” aqui, no Grego, “ metamorphos", significa: mudançacompleta de um formato em outro. É a raiz da palavra científica usada para descreveo processo de transformação de uma lagarta em borboleta. Este processo leva tempoe gasta energia. A lagarta muda de um formato para um outro completamentediferente.

O cristão também precisa passar por uma metamorfose a cada dia, o cristãoque segue ao Senhor e responde positivamente tem mais e mais, da sua natureza

restaurada e transformada à imagem do Senhor Jesus.

2.Limpar Toda Sujeira

Deus quer nos tomar puros. Ele está constantemente levando seu povo ao fogoatravés dos seus tratamentos. Em todo o mundo, está havendo muita pressão e calosobre o povo de Deus. Este calor está ordenado por Deus para purgar seu povo. Apalavra "purgar" significa refinar; tornar puro, mudar pelo calor.

O povo de Deus como o metal é preparado para uso. Toda a sujeira e sobraextras são trazidas à superfície para serem lançadas fora. Escória é aquilo que é

lançado fora, matéria que dobra, a parte não aproveitável. Deus está nestes diasremovendo todo o excesso e escória dos seus líderes. Ele quer o desenvolvimento docaráter em todos os seus líderes (Is 1 :22-25, Ez. 22:18-19, Mt. 3:12, II Tm 2:21).

3. Deus Quer Limpar As Nossas Vestes

O pisoeiro era um artesão que limpava todas as fibras de um pano, para que omaterial pudesse se tornar um lindo traje. Freqüentemente, ele estabelecia seunegócio perto de riachos e, depois de lavá-los várias vezes, os estendia sob pedras

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achatadas. Depois ele batia os panos crus com um bastão de pisoeiro. Este bastãoera enorme e tinha dentes de ferro que serviam para extrair sujeira dos panosConforme ele batia nos panos crus, todos os fragmentos e sujeira subiam a superfíciee a água os varria. Por este processo, o material era limpo. Após a limpeza, o materiaestava pronto para o artífice transformá-lo em um magnífico traje.

Malaquias 3: 1-3 diz que Jesus é como "o fogo do ourives e como a potassa doslavandeiros...” e Ele sabe como nos bater sem machucar. Deus tem um bastão queusa para extrair toda a sujeira da vida dos cristãos. Deus não usa seu bastãsimplesmente para ostentar o poder, mas usa-o para limpar as vestes dos seus filhos.

4. Deus Quer Produzir Frutos Em Nossas Vidas

Em João 15 temos a parábola da vinha e dos ramos. O agricultor que poda avinha deverá, às vezes, usar a tesoura de podar. Os galhos mortos devem secortados de maneira a não extrair a seiva necessária dos galhos vivos. Os galhos qu

não dão frutos são cortados. Mas as varas que dão frutos são podadas para dar maisfrutos. Deus irá podar purgar, refinar e cortar as varas que dão frutos parproduzirem mais frutos. O propósito de Deus é sempre positivo e redentor. Aquelesque desejarem mais frutos serão os mais podados.

5. Preparar Os Vasos Para Servi-lo

(II Tm 2: 19-20) A partir do momento em que o vaso é formado DO barro até omomento em que é retirado do forno, ele e submetido a um processo definido deformação. A aplicação das mãos do oleiro sobre o vaso às vezes é dura e firme. Aroda do oleiro, o forno e as mãos do oleiro são todas partes 'vitais na preparação dovaso. O propósito de Deus nessa situação é ter o vaso para sua honra ( ver Jer. 17: 110 ).

As criaturas indicam que Judas, o apóstolo caído e traidor de Jesus Cristoenforcou-se no campo do oleiro (ver Mt. 27: 1-10). Neste campo foi encontrado umvaso humano, rejeitado, corrompido e mutilado, vaso para desonra, como tantosoutros.

6. Deus Quer Trazer Crescimento às Nossas Vidas

Em Is. 54:2 o profeta proclama: "amplia o espaço de tua tenda" Figuradamenteisto pode significar que Deus quer ampliar a capacidade daqueles que estão sepreparando para liderar Sua Casa, a fim de que recebam mais do Senhor.

II Samue122:37 declara que o Senhor pode alargar os passos dos líderes. Is60:5 diz que o coração da pessoa pode ser dilatado a fim de que seu "depósitoespiritual" também aumente.

O propósito do tratamento de Deus é nos alargar de muitas maneiras. Deu

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deseja expandir o nosso ministério e a nossa função na casa do. Senhor, assim comoo nosso caráter.

Algumas áreas em nossas vidas que podemos dizer Deus quer alargar:

• Nossa Visão - I Cr.4: 1 O

• Nossos Passos - I Sm.22:37• Nossos Corações - Is.60:5• Nossas Fronteiras - Ex.34:24

• Nossa Força - I Sm.2: 1• Nossa Habitação - Ez.41:7, Pv.24:3-4, Is. 54:2• Nosso Ministério - II Co.6: 11 e 13,Il Co. 10: 15-16

7. Nos Levar a Uma Busca Intensa da Sua Pessoa

O Senhor trará as pressões e o calor sobre os líderes em períodos específicos

para motivá-los a buscá-Lo. A pressão não é para desviá-I os de Deus, mas paracolocá-los na direção Dele. Muitas vezes, os tempos difíceis e as circunstâncias durasão mal interpretados pelo líder em preparação. Todos estes tratamentos são paramotivar o homem a se voltar  para Deus como a sua única força. Um líder deveaprender a buscar a Deus em tempos defíceis para que aprenda a ajudar os outros afazerem o mesmo. Jesus aprendeu pelo que sofreu. É a experiência que nos capacitaa conduzir outros.

8. Deus Quer Mais do Seu Espírito Fluindo em Nossas Vidas

As Escrituras retratam o vinho como indicativo do Espírito de regozijo (Mt.9: 17At.2: 13-16; Ef.5: 18). O tempo da colheita era um tempo de alegria para todo o povoApós o longo período de espera, era finalmente hora da colheita. Neste tempo toda afamília se envolvia na sega.

As mulheres e as crianças colocavam nas cabeças as uvas colhidas. Levavamestas uvas para grandes tonéis de pedras onde pisadores aguardavam descalços auvas a serem esmagadas. Os pisadores então iniciavam o processo de andar por cimadas uvas maduras, apertando-as para a extração do suco. Enquanto o pisador faziaisto, ele se segurava na viga de madeira que estava ligada ao mastro no centro do

tonel. A maior parte do seu peso, descansava nesta viga, de maneira a não pisar comdemasiada força sobre as uvas. Se ele pisasse forte demais sobre as uvas, eleesmagaria a semente juntamente com a uva. Se isto acontecesse o vinho se tomariaamargo, prestando somente para dar aos animais.

A aplicação é maravilhosa. Deus é o pisador das uvas que somos nós. Eledeseja que o vinho do Seu Espírito flua das nossas vidas e ministério.

Ele nos aperta. Este é um processo duro, doloroso, mas Deus nunca esmagaránossos espíritos ( a semente da uva) para não nos tomar amargos. Uma vida amarga

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não é boa para ninguém. Deus não deseja líderes amargos. Ele quer que o vinho novoe fresco do Seu Espírito flua através de nossas vidas.

9. Através dos Tratamentos Deus Quer Nos Dar Nova Visão

Em II Co.4: 16-18, Paulo enfoca esta realidade. Todas as pressões, aflições e

provas que vêm sobre nós agora são para operar algo eterno. Não devemos olhaapenas para o presente, analisando aquele momento. Precisamos encarar o futuropensando no fruto eterno que será em nós e através de nós, na vida de outros. Donssão dados, mas o caráter é desenvolvido. O caráter tem valor eterno e irá conoscopara a Eternidade (I Co.13:8 e 13).

Nossa Atitude Diante do Tratamento de Deus

 Termos o caráter desenvolvido à semelhança do de Jesus Cristo é muito maiimportante do que as aflições que possamos viver nesta vida. Suportando estaaflições no presente teremos o caráter de Jesus Cristo sendo desenvolvido em nós.

Nossas atitudes ou reações diante das circunstâncias que Deus usa para trataconosco definem nossa aceitação do tratamento, ou não. Algumas atitudes quedevemos desenvolver quando passamos por provas:

• Oração-(Tg.5:13). .

• Contrição - (Pe.4: 19)'• Reflexão - (Hb.12:3)• Louvor-(SI.74;21•

Suportar as Circunstâncias - (Mt.10:22 e ICo.10: 13)• Gozo - (Mt.5: 12 e Rm.5:3 )• Disposição para Mudança - (II Sm.12: 13)

Resistir geralmente quer dizer "se segurar ou ser indiferente durante otratamentos". Em Jacó vemos uma atitude certa em resposta aos tratamentos deDeus.

Através das Escrituras Deus se identifica com três homens. Muitas vezes Deusdisse: " Eu sou o Deus de Abraão, de [saque e de Jacó ". Sendo o Deus de Abraão, nos

fala que é um Deus que guarda o concerto. Sendo o Deus de Isaque fala do Deus dosmilagres, mas quando a Escritura proclama que Ele é o Deus de Jacó, fala de Deuscomo sendo Deus de mudanças, pois mudou o nome de Jacó, e a sua natureza desuplantado r para Israel.

Diante do tratamento de Deus podemos ter duas atitudes:

• A de verme - Conforme o próprio jacó foi comprado ( ver Is.41: 14-16) eaté mesmo Jesus (ver SI.22:6).

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• A de serpente - Representando Satanás.

Estas duas atitudes se contradizem. Alguns líderes respondem a Deus como umverme, outros como uma serpente.

Nossa Atitude Como Resposta

Devemos aceitar o tratamento de Deus em nossa vida, crendo que " Todas as

coisas cooperam para o nosso bem ", visando um fiel proveito: O aperfeiçoamento( maturidade) do nosso caráter.

 Todos aqueles poderosos homens de Deus iniciaram seus ministérios com oesplendor do sucesso e terminaram derrotados. Possuíam qualidades positivas noinício de suas vidas e ministérios. Por exemplo: humildade. sabedoria, féconhecimento, unção, coração pronto para Deus. Apesar de todas as qualidadesólidas e fortes que porventura possuamos, devemos ter sensibilidade e obediênciaao Senhor, até mesmo durante os tratamentos em nossas vidas.

O CARÁTER CRISTÃO E O FRUTO DO ESPÍRITOO que queremos dizer com" caráter cristão"7 O caráter de Cristo é ilustrado na

Escrituras como sendo o fruto do Espírito:"O fruto do Espírito é o amor, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade

fidelidade, mansidão, e auto-controle... Já que vivemos pelo Espírito, andemotambém no espírito" (GI5:22,25 simplificado).

Estas lindas qualidades da natureza de Cristo retratam o Seu caráter. Elas sãaspectos específicos da Sua vida ou ser. É assim que Jesus é. E devemos nos tomasemelhantes a Ele em nossa vida e caminhar cristãos.

Onde quer que Jesus fosse, o fruto da Sua vida era uma bênção. O fruto do SeuEspírito será uma grande bênção para nós também - como para outras pessoas. Eacima de tudo, o fruto do Espírito será uma bênção para o nosso Próprio Pai Celestial.

Vamos rever uma vez mais o esboço dos frutos do Espírito:

A. Bênçãos Internas1. Amor - ser amoroso no interior2. Alegria - ser alegre no interior3. Paz - ser tranqüilo no interior

B. Bênçãos Externas1. Paciência - ser paciente com os outros2. Bondade - ser bom para com os outros3. Benignidade - ser benigno para com os outros

C. Bênçãos Verticais1. Fidelidade - ser fiel a Deus

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2. Mansidão - ser humilde diante de Deus3. Auto-controle - ser controlado por Deus

Podemos ver facilmente que estas "bênçãos" se entrelaçam entre si. Se formoscheios de amor em nosso interior, seremos amorosos para com os outros e para como Senhor. O fruto do Espírito geralmente se estende a todas as três direçõestrazendo grandes bênçãos.

A lista acima inclui muitas das características importantes da vida de Cristomas há outras também. Paulo nos dá estes nove frutos como exemplo parestudarmos. Observe estas outras passagens bíblicas que se referem a frutoespirituais: Romanos 5:3-5, Colossenses 3: 12-15; 1 Timóteo 6: 11; 2 Pedro 1:5-7.

ALGUMAS PALAVRAS FINAIS DO APÓSTOLO PAULO

O Apóstolo Paulo sumariza e faz o seu esboço do fruto do Espírito com aseguintes palavras, que são muito significativas:

"Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne com suas paixões edesejos. Já que estamos vivendo pelo poder do Espírito de Cristo, sigamos a direção

do Seu Espírito em todos os aspectos das nossas vidas. .

Porque o que semeia à carne, da carne ceifará a morte e a deterioração, mas oque semeia ao Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna" (GI5:24, 25

6:8simplificado).

BibliografiaCompilado de: Robert FrostRevista Atos. World Map 

PARTE VIIGUERRA ESPIRITUAL

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A EXISTÊNCIA DE DEMÔNIOSA existência de demônios amplamente é confirmada na Bíblia. Faz parte da

experiência de todos os povos, e é uma inegável realidade.

Quando Satanás caiu, levou consigo partes das hostes angelicais, e hoje ele

possui um verdadeiro exército organizado com os mais diversos escalões.Grande parte do ministério de Jesus foi devotada a expulsão de demônios(M1.12:22,29; 15;22-28; Mc.5: 1-16). Ele deu autoridade aos discípulos para fazerema mesma coisa (M1.l0: 1) e viu a vitória deles sobre Satanás (Lc. 10: 17-18). Ele falouem privado com Seus discípulos sobre o poder e a realidade de demônios (M1.17: 1420). Está claro que sua existência é um fato e precisamos saber como lidar com eles.

NOMES DE DEMÔNIOS NA BÍBLIA

No Velho Testamento

Há cinco palavras no hebraico que são traduzi das no grego para demônio(daimônion).

1- Shedhim - ( S1.106:37) - Palavra plural, dia de governadores ou senhoresFala de ídolos como senhores, uma vez que os hebreus consideravam as imagenscomo símbolos visíveis de demônios invisíveis.

2 -Seirim - (Lv.17:7; 2 Cr.ll:l5; 2Rs.22:8)3 - Elilim - (SI. 96:5) - Essa passagem identifica os demônios com ídolos.4 - Gad - (Is 65.11). A deusa fortuna era um demônio adorado na Babilônia. Essa

idolatria era chamada de o culto a Baal ou bel.5 - Qeter (S191 :6) A "mortandade" (qeter) que assola ao meio dia era tida

como um mau espírito.No Novo Testamento

1 - Daimon - (Mt 8:31), desta palavra é derivado o nome em portuguê"demônio". No Novo Testamento, todos os demônios são maus e trabalham comoagentes de Satanás.

2 - Daimônion - aparece sessenta e três vezes, sendo traduzido para demônio.3 - Pneumata - 43 vezes os demônios são identificados como "pneuma" ou

"pneumata" (espírito). O contexto mostra que esses espíritos são demônios.4-Anjos (Mt 25:41; Mt 12:24)

Há uma diferença entre demônios e anjos. Os demônios não têm mais seuscorpos angelicais, pois em Jd. 6 a Bíblia diz que eles deixaram suas habitação própria(no original seu corpo próprio) e assim se tornaram espíritos sem corpos, por isto eleestão sempre procurando corpos para entrar e possuir enquanto que os anjos têmcorpo próprio.

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A ORIGEM DOS DEMÔNIOS Todos os anjos foram criados perfeitos, como o foi Lúcifer (Jo.38:7; EZ.28: 15)

Na rebelião original de Satanás, ele arrastou um grande número de anjos consigo(Ez.28: 18; Ap.12:4). É assim que lemos do "diabo e seus anjos" (Mt.25:41).

Há duas classes de anjos que seguiam a Satanás: livres e presos.Quanto aos presos, há dois lugares de confirmação:

1- “No ‘Tartarus” palavra grega que é traduzida por "inferno" em 2 Pe.2:4. Háum grupo de anjos dotados de extrema maldade e poder que estão confinados até odia do julgamento final dos anjos caídos.

2 - No abismo (Lc.8:3l: Ap.9: 1- 3; 10). Alguns expulsos por Cristo pediram paranão irem para lá. Estes demônios serão soltos durante a grande tribulação e ainda deacordo com Ap. 20:3 este será o lugar onde o diabo ficará preso durante o milênio.

A DESCRIÇÃO DOS DEMÔNIOS

A personalidade dos demônios1- Pronomes pessoais (Lc.8:27-30).2 - Têm nome (Lc.8:30).3 - Falam (Lc.4:33-35,41;8:28,30)4 - Têm inteligência (Mc.1:23,24; Lc.4:34; 8.28; Atos 16: 16-17).Características dos Demônios1 - Seres espirituais

Demônios e anjos são chamados espíritos (Mt.8: 16; Lc 10: 17, 20;Ef 6: 12) nãocessarão de existir (Lc 20:36).

2 - Moralmente pervertidos

a) Em sua pessoa. São pervertidos e operam em trevas imorais(Ef.6:12) são chamados "espíritos imundos" (Mt 10: 1; Mc.l:23; Lc.11:24) ou

"espíritos malignos" (Lc 7 :21), ou ainda "forças espirituais da maldade" (Ef.6: 12)Alguns são piores que outros (Mt 12:45).

b) Em sua doutrina: Promovem um sistema de mentira (I Tm. 4: 13). Operam

em falsos mestres e seu caráter maligno se manifesta (2 Tm.3:6,8: 2Pe2:23,10,13,18). Espíritos imundos promovem ensino e mestres imundos.c) Em sua conduta: Introduzem falsos discípulos e confusão (Mt 13:3742)

transformam-se em anjos de luz (2Co 11: 13-15)3 - Invisíveis, mas capazes de manifestação.

Como os anjos se manifestam (Gn. 19: 15), também os demônios, a diferençaentre as manifestações é que os anjos se manifestam usando seus próprios corpoenquanto que os demônios por não terem corpos tomam a forma de outro corpo para

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poder se manifestar.Há referências de Satanás se manifestando (Gn.3: 1; Zc.3: 1; Mt.4:9-10). É pos

sível, pois, que demônios também apareçam tomando forma humana. A Bíbliadescreve suas aparições em forma pavorosa, como animais (Ap.9:7-10, 17; 16: 1316).

PODERES DOS DEMÔNIOS

1 - Inteligência sobrenaturalConhecem a identidade de Cristo (Mc.1: 14,34) e o Seu grande poder (Mc.5:6

7). Sabem o lugar de sua prisão e seu futuro julgamento (Mt.8:28-29; Lc.8:31).Mascaram-se como anjos de luz (2Co.11:13-15). Sabem como corromper a sua

doutrina (I Tm.4: 1-3). Evidentemente, têm conhecimento de coisas futuras ou oculta(Atos 16: 16).

A fonte de seu conhecimento está no fato de serem criaturas de natureza

superior, com vasta experiência milenar, reunindo informações.Usam toda sua inteligência contra Deus e seus propósitos. Mas seu

conhecimento é limitado e seus planos são frustrados por Deus.

2 - Força sobrenaturala) Em controlar os homens (At.19:14-16; Mc.5:1-4; Mt.17:14-20).b) Em afligir os homens (Ap. 9: 1-19).

c) Em operar obras sobrenaturais (2Ts.9; Ap.13: 13, 15). Eles buscam imitar omilagres de Deus, mas há limites, como no caso dos mágicos egípcios (Ex.8:5-7, 19).

3 - Presença sobrenatural

Assim como os anjos se movem no espaço, rapidamente, também os demônio(Dn.9.21-23; 10:10-14) Só que os anjos se movem usando seus corpos angelicais quepossuem poder de velocidade extrema, já os demônio se utilizam de todo o tipo deenergia para se locomoverem já que não possuem mais seus corpos de anjos.

Como há muitos demônios, a influência de Satanás pode se fazer sentir emmuitos lugares ao mesmo tempo.

O TRABALHO DOS DEMÔNIOS

As atividades demoníacas podem ser diversas, mas estão sempre direcionadasno sentido de promoverem a injustiça e a destruição de tudo quanto é bom.

Promovem o programa de Satanás

Os demônios obedecem a Satanás e servem a seus propósitos. Ele e seu deus(Mt.12:24); Jo.12:31; Ap. 12: 7). Esses maus espíritos não cessam de promover o

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engano e a maldade satânica.

Satanás não é onipotente, nem onipresente, nem onisciente. Sua presençapoder e conhecimento são grandemente ampliados através dos seus demônios. Hácooperação demoníaca evidente através de várias Escrituras (Mt.12:26,45; Lc.8:30;  Tm.4: 1).

Os demônios transmitem a filosofia de Satanás em várias escalas:

1. Na vida dos indivíduos

O objetivo é levá-los a andarem de acordo com a filosofia deste mundo, dopríncipe da potestade do ar (Ef.2: 1-2). Promovem ainda desejos carnais e sensuaisorgulho, materialismo e toda sorte de impurezas na vida das pessoas (Jo.16: 11; Jo.2: 16).

2. Nos governos das nações

Satanás e seus demônios trabalham atrás de governos para influenciá-los emsua filosofia, programa e ações (Dn.10: 13,20). Oposição à divulgação do Evangelhoem todas as formas tem a ver com influências de demônios.

3. No sistema mundial

Num sistema espiritual que estende a influência de Satanás aos homensatravés dos demônios. Para controlar o mundo, os demônios se organizam emcombate sob a liderança de seu líder (Mt. 12:26; Jo.12:31; 14:30; 16:11; Ef.6:11-12IJo.5:19).

Opõem-se ao programa de Deus

1-Promovem rebelião (Gn.3, Ts.2:3-4;Ap.16:14; 9:20-21)

2 - Caluniando, acusando

Eles acusam Deus diante dos homens (Gn.3: 1-5; Rm.3:5-8; 6: 15; 9: 14, 19 Tg.l: 13) e os homens diante de Deus (Jo.l:9, 11; 2:4-5; Zc 3:1;

Ap.12: 10). Uma vez que os demônios são capazes de afetar os pensamentoseles podem também causar auto-condenação através de pensamentos incriminatórios, a resposta para qualquer acusação está em Jesus, nosso Advogado(IJo.2:1-2; 1:9)

3 - Promovendo idolatria(Lv.17: 7; Dt.32: 17: SI. 96:4-5; Is.65: 11; ICo.10:20; 12:2; Ap.13:4,15; 9:20).

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4 - Rejeitando a graça

Eles aborrecem a graça. Incapazes de arrependimento e salvação, nadentendem da graça e procuram impedir os homens de receberem-na. Eles torcem agraça de Deus com suas mentiras. (2 Co.4:3-4;3:67). Todos os seus ensinos são antiCristo, negando que Jesus, homem-Deus, é o genuíno sacrifício substituto pelo pecado

do homem (I Jo.2:22, 4: 1-4).

5 - Promovendo falsas religiões e seitasNas suas mentiras, Satanás e seus demônios tanto trabalham dentro, quanto

fora da verdadeira religião.O Novo Testamento nos adverte também contra heresias que torcem a verdad

enquanto conservam alguma coisa dela (2 Co.11: 13, 15, 22-23; GI.1 :6-8; C1.2: 1823; I Tm.4: 1-4).

6 - Oprimem a humanidade

Os demônios agem nos homens nas mais diversas formas de enganodegradação e destruição. Oprimem verdadeiramente a humanidade.

7 - Através das forças da natureza (Jo.l:12,16,19;2:7)

8 - Degradando a natureza humana(Ef.2:1-3; Rm.1:18-32).

9 - Desviando da verdade

Os demônios cegam os homens para a verdade (2 Co.4:3-4; I Tm.4: 1-4; I Jo.41-4).

Oposição aos Santos1 - Contra os crentes em geral (Ef 6:12).

Nem toda luta necessariamente é provocada por demônios. Muito vem dnatureza humana corrompida (Rm.7:21-24: Tg.1: 14-15). Mas reconhecemos qugrandes hostes malignas fazem guerra contra nós. A armadura de Deus nos preparapara tal batalha (Ef.6: 10).

2- Contra indivíduos

a) Atacando a confiança e dedicação. A Armadura de Deus reflete o tipo deataque que podemos esperar (Ef. 6: 14-18)

b) Tentado a pecar (I Cr.21: 1-8; I Co.5: 1-5; Ef.2:2-3; I Ts. 4:3-5; I Jo.2: 16).c) Infligindo enfermidades (Jo.2: 7-9).

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3 - Contra a IgrejaO plano de Deus para a Igreja inclui demonstrar às forças angélicasSua sabedoria através delas (Ef.4:3-6). Demônios procuram frustar esse plano:a)Criando divisões. O corpo deve estar unido (Ef.4:3-6). Demônios dividem e

derrotam planos de união na Igreja, quer local ou universalmente.Demônios promovem divisões doutrinárias. Eles falam através de falso

mestres. (I Tm.4: 1-3).b)Contra-atacando o ministério do Evangelho. Os demônios procuram ocultar a

mensagem do Evangelho dos pecadores. Assim, cegam suas mentes (2Co.4:3-4) epervertem o Evangelho (V. 13-15).

Eles procuram impedir o ministro do evangelho de executar suaresponsabilidades (2Ts.2: 17, 18).

c)Causando perseguições (Ap.2:8-10).

Limitados por Deus

Apesar das intenções de Satanás e de seus demônios, suas atividades sãocontroladas por Deus, e Ele muitas vezes as permite para um determinado propósitoExemplo:

1 - Em disciplinar o crenteNessa ação, Deus não está fazendo o mal para que venha o bem.Em vez disso, Ele permite que as pessoas moralmente responsáveis façam seu

desejo, ainda que mau. Mesmo assim, Sua sabedoria limita e controla seus efeitos

fazendo com que Seus propósitos sejam cumpridos, a despeito de tudo.Corrigindo erros (I Tm.1:19-20; I Cor.5:15). Criando discernimento (Jo.40: 1-342: 1-6). Cultivando a dependência (2 Co.12:7-9-10).

2 - Em derrotar o ímpio.Muitas vezes o ímpio não sofre o dano pelos seus pecados por um ato de

longaminidade de Deus, mas Deus pode resolver tratar com ímpio e nações diante detanta dureza de coração.

AS FORÇAS DE SATANÁS

Quando Lúcifer se rebelou contra Deus, levou consigo um grande número deanjos. Talvez um terço deles (Ez.28: 18; Ap.12:4). E assim que lemos do "diabo e seusanjos" (Mt.25:41). O certo é que Satanás não está sozinho. Suas legiões são descritaem Efésios 6:10-12.

'1inalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos darmadura de Deus, para poderdes resistir as insídias do diabo. Pois o nosso combate

não é contra o sangue nem contra a carne, mas contra os  principados, contra a

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autoridades contra os dominadores deste mundo de trevas, contra os espíritas domal, que povoam as regiões celestiais (Ef. 6: 1 0-12 na versão da Bíblia d Jerusalém).

Principados

1 - Arche " Magistrados, poderes, principados, começo". "Começo aqui se referao tempo ou ordem.

"Principados" refere-se aos espíritos poderosos do primeiro escalão que srevoltaram contra Deus. Eles hoje são os que formam o conselho governante deSatanás. Seria seu "Gabinete de Ministros". São chamados príncipes (Dn. 10:20).

Em Daniel 10 fica claro que nossas orações a Deus são ouvidas imediatamenteMas para que os anjos nos tragam a resposta, há lutas no caminho. Forçademoníacas podem se lhes opor nas regiões celestes.

A Bíblia fala de três céus:

O terceiro céu ou "paraíso" - (2Co.12:2-4). Ora, se há terceiro céu, há segundo ehá primeiro. Não sabemos se há quarto, quinto ou sexto.O primeiro céu é o firmamento na atmosfera da Terra (Gn.l:6-8).

Entre a atmosfera onde os homens habitam e o terceiro céu ondeDeus habita, definitivamente, existe o segundo céu. Para além da atmosfera d

terra há o espaço exterior. Ali o segundo céu. Davi chama-o de "céus" (SI. 8:3).

É neste segundo céu que Satanás e seus anjos caídos fazem sua morada. Elesse movem para o primeiro céu a fim de realizarem sua obra de engano, opressão edestruição nos homens. Satanás mesmo vai até o terceiro céu e acusa os santos

diante do trono de Deus (Jo.l :6-12; Ap.12: 10). No segundo céu é que agentesinimigos interceptam as respostas às nossas orações, procurando impedir quecheguem até nós.

Há guerra constante no meio espiritual e é lá que primeiro as guerras sãovencidas. A vitória da Igreja acontece quando aprendemos a conhecer e prevalecesobre os principados.

Para vermos um rompimento espiritual nas nações, nas vidas de nossafamílias, dos homens, e em nós mesmos. Precisamos reconhecer que os verdadeirosinimigos, contra os quais lutamos, são forças espirituais da maldade ao redor de nós.

Potestades"Poder delegado"

"Exousia" - "Autoridades que permitem ou impedem". Tem poderes executivosEsse grupo de governantes é a autoridade que delega o poder. A Palavra "exousiadenota não tanto a magistratura de uma corte, mas o poder que governa e ésinônimo de "arche" (autoridade, tronos, domínios ou governos). Em (I Co.15:24 eCo1.2: 15) refere-se a todas as autoridades e poderes malígnos que se opõem a Jesu

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Cristo.

Governos

"Kosmokrator".“Os senhores do mundo” - Vem de “Kosmos”, isto é, “mundo” e“Krator”, isto é, governos”. Fala do "sistema de governos". Eles são responsáveis po

lutarem contra a verdadeira luz e levar o povo às trevas, cegando-lhes os olhos eenviando trevas as almas dos homens.

Quando oramos por aqueles que estão dominados pela cegueira de Satanás eaqueles em religiões pagãs, estamos guerreando contra esse tipo de inimigo. Elegoverna sobre nações através do seu poder de cegar a mente dos homens. Exercemtambém autoridade sobre diferentes sistemas de governos no mundo.

Forças Espirituais do Mal

"Pneumatikós". Vem da raiz da palavra "Pneuma", que significa "ESPÍRITO"

"Poneria" significa "iniquidade", "depravação, "maligno", atividades de natureza má"Alguém que não somente é maligno, mas todas as suas obras são igualmente más Tudo quanto faz afeta os outros de um modo negativo".

"Forças espirituais do mal nas regiões celestes podem significar o mal em sique opera e inspira esses principados, autoridades e governadores das trevas. Assimcomo a paz, o amor, a bondade motiva o bem nos seres angélicos celestiais, tambémo sentido oposto é uma realidade. Esse terrível mal espiritual motiva e controla omundo espiritual de Satanás. Também fala da frente de batalha. São os soldados qu

executam as atividades malignas e demoníacas na vida dos homens. Na punição doEgito, Deus parece ter usado demônios (SI. 78:49). Demônios liderarão uma rebeliãode exércitos de homens contra Deus, na batalha do Armagedon, onde grande destruição os aguarda (Ap 16: 13-16).

Em demonstrar a justiça de Deus. O Justo Filho de Deus demonstrou Seu podesobre as forças malignas ao expulsar demônios, tanto pessoalmente, como atravésdos Seus discípulos.

O justo juízo de Deus ser demonstrado na derrota final dos demônios, quandoeles serão lançados no lago de fogo (Mt.25:41; Ap.20: 10). A Cruz de Cristo e o lago

do fogo indicam a permissão de Deus para sua existência e atividade. Através da suapunição, Deus demonstrara a futilidade do mal e a sua última derrota.

ENDEMONINHAMENTOO Novo Testamento deixa clara a possibilidade de demônios entrarem na

pessoas e se manifestarem. A expulsão de demônios por Cristo e os apóstolos é umaforte evidência de Sua idade e de que Ele é o Messias (Mt.12:22-23, 28-29; At.2:2210:38).

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Os apóstolos e os evangelistas substanciavam a verdade do Evangelho pelosmilagres que incluía a expulsão de demônios (At.5: 16; 8:7; 16: 1618; 19: 12).

1 - O termo Bíblico

A Bíblia não usa o termo "Possessão demoníaca". A palavra no grego"DAIMONIZOMAI" quer dizer "ter um demônio” ou "endemoninhado". A Bíblia fala depessoa possuindo um demônio e não um demônio possuindo a pessoa.

A EXPULSÃO DE DEMÔNIOS Jesus confiou à Igreja, com a autoridade do Seu nome e as armas providas po

Deus, a tarefa de libertar os cativos. O Ministério de libertação é responsabilidade daIgreja. Libertação é o processo pelo qual os seres humanos são libertos da influênciae do poder dos demônios. Jesus delegou autoridade à Sua Igreja sobre Satanás e suashostes (Lc.1 O: 19; Mt.18: 18, Mt.28:18; Mc.16: 17, Mt.10: 1, Mc.3:14,15).

1. Autoridade do nome de Jesus

A expulsão de demônios era uma parte importante do ministério de Jesus (  Jo.3:8). Libertar os oprimidos das mãos do diabo era parte integrante de suaatividades (At.1 O: 38). Lucas registra a reação das pessoas durante esse ministério.

"... Que palavra é esta, pois, com autoridade e  poder ordena aos espírito

imundos, e eles saem? (Lc.4:33-36)

 Jesus está na mais alta posição de autoridade, à direita do Pai. A Ele todo nomeestá sujeito

''Acima de todo o  principado e  potestade, e  poder, e domínio, não só no presente século, mas também no vindouro"(Ej.l:21)

" Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está

acima de todo o nome para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho, nos céus

na terra e debaixo da terra"(Fl.2:9, 10)

Sendo a Igreja Seu corpo e extensão aqui na Terra, Jesus lhe confere aautoridade do Seu nome. Por assim dizer, dá-lhe o poder de procuração. Em Nome de Jesus a igreja opera na Terra (Me. 16,17; Lc.9:49; At.16: 18).

Diante do Nome de Jesus, o poder do Espírito Santo e a Palavra de Deus é que aobra de libertação deve ser realizada. Muitas pessoas pensam que podem aumentaesse poder através de disciplinas espirituais como jejum, oração ou leitura da Bíblia Todas estas práticas são importantes e devem ser cultivadas, pois me tornará maisensível ao mundo espiritual, mais é importante ressaltar que Jesus quando mandouque fosse anunciado o evangelho em Mc. Cp. 16:17 ele não disse se jejuarem ouorarem os demônios sairão, mas

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Ele disse se crer estes sinais nos acompanhariam. Há muitas pessoas quecrêem mais no poder do seu jejum do que no nome de Jesus e há também as queoram e jejuam muito e não tem nenhuma autoridade sobre os demônios. Isto semfalar naqueles que só expulsam um demônio se fizerem uma campanha de oração e jejum primeiro.

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A ordem de Jesus é irmos, crermos em seu nome e usar a autoridade nosconferida desde a sua ressurreição, quando Ele mesmo disse que todo o poder eautoridade lhe foram dado no céu na terra e debaixo da terra.

QUAIS SÃO OS SINAIS DE UMA POSSESSÃO DEMONÍACA.Um demônio pode atormentar uma pessoa com problemas como insônia

pânico, depressão, enfermidades constantes, agressividade, dor de cabeça constantee sem causa, pesadelos, visão de vultos, vícios de todo o tipo e coisas semelhantesDurante uma ministração de libertação pode acontecer de uma pessoa sentir náuseatontura, calafrios por todo o corpo e estes são alguns dos sinais de uma açãdemoníaca.

A LIBERTAÇÃO DE DESCRENTESA libertação dos cativos de opressões demoníacas exige que a pessoa seja

levada a dar alguns passos.1 - Receber a Cristo como Senhor

Só com o novo nascimento a pessoa está em condições de enfrentar e venceos demônios. Primeiro, pois, a pessoa precisa ser liberta do pecado (Jo.3:3-7; Ef.1:1821; C1.1:13; 2:15; I Jo.3:4, 5,18).

2 - Confessar os pecados

 Todo o envolvimento com práticas espíritas ou ocultismo deve ser julgado comorebelião contra Deus e terrível pecado, colocando-se do lado de Satanás (I Co .11: 31I Jo.1: 9). A pecaminosidade do envolvimento familiar, descendo até quarta geração

(tetravôs) também deve ser confessada (Ex.20:3-5).

3 - Renunciar ao diabo e suas obras

Especialmente quando há aliança e envolvimento com o ocultismo é necessáriauma renúncia oficial a Satanás e suas reivindicações sobre a pessoa.

Um comando a Satanás e sua hostes a que se retirem, torna-se necessário. Issodeve ser feito em nome de Jesus e na dependência do Seu poder como os apóstolosfizeram (Mt.8: 16,32; At.16: 16-18).

4 - Desprezar todos os objetos de ocultismo e suas ligaçõesA presença de tais objetos é um convite aos poderes demoníacos par

concentrarem seus esforços na destruição dos donos desses objetos.

Contatos com líderes do ocultismo e relacionamento devem igualmente sequebrados (2 Rs. 14:2-5,23: 16-17; At.9: 17-20).

5 - Descanse em Cristo e resista ao diabo

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Cristo promete perdão aos que N'Ele confiam. Assumir a nova posição em Cristoé vital para descansar no Seu novo relacionamento (Cl.1: 13,2:9-15; Hb.2: 14-18). Énecessário igualmente assumir sua autoridade, resistindo ao diabo e às suas forças (Pe.5:8-9; T g.4: 7).

6 - Submeter-se a Cristo é Sua Palavra.

Um estudo sério da Bíblia deve logo tomar lugar para um fortalecimentespiritual. (Rm.12: 1-2; Tg.4:6-7; Jo.8:31,32).

7 - Receber o batismo no Espírito Santo (At.l: 8).

O enchimento do Espírito é o segredo de um andar em vitória (Ef.5: 18-33).

COMO MINISTRAR A LIBERTAÇÃO.

Não pretendemos aqui estabelecer uma regra para todo tipo de libertação, poicada caso é um caso e é o Espírito Santo que nos dará discernimento para sabermoo que devemos fazer. Mas existem alguns procedimentos que foram adquiridodurante algum tempo trabalhando neste ministério que queremos passar e que serãoúteis na prática de uma ministração de libertação.

Em primeiro lugar queremos dizer que não é preciso que um demônio semanifeste para que uma pessoa seja liberta. Nunca devemos ficar provocando odemônios para que eles se manifestem, pois os demônios quando manifestam

sempre causam sofrimentos no corpo da pessoa onde ele está alojado, além deadorarem dar espetáculo.

Em segundo lugar também queremos afirmar que não é preciso entrevistaum demônio para saber o seu nome, Rg, CPF para depois mandar ele saia de umapessoa. Não importa o nome que ele tem, o que é preciso saber é que ele tem quesair em o nome de Jesus.

PROCEDIMENTOS NORMALMENTE USADOS EM UMA LIBERTAÇÃO.

1. Ore pela pessoa impondo suas mãos sobre a cabeça dela e mantendo seuolhos sempre abertos para evitar qualquer ataque do diabo contra você.

2. Se o demônio se manifestar e ficar muito violento ordene aos anjos dSenhor Jesus que o amarrem com as mãos para trás.

3. Com voz de autoridade ordene que ele saia em o nome de Jesus e que vápara o abismo e não volte nunca mais.

4. Caso você ordene várias vezes e o demônio persiste em ficar isto podestá acontecendo devido ao fato da pessoa ainda ter algum vínculo com est

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demônio. Neste caso chame pelo nome da pessoa e diga ao demônio que você quefalar com a pessoa. Quando a pessoa voltar em si sendo capaz de ouvir e falar diga aela o que está acontecendo e a pergunte se existe algum pecado não confessado oualgum objeto que ainda não foi renunciado. Logo depois faça uma oração de renunciacom pessoa, a mandando renunciar a tudo e entregar sua vida ao Senhor Jesus. Èmuito importante que você tenha a cooperação da pessoa e que ela tenha condiçõesde orar com você caso contrário ela não será liberta.

5. Outro fato que acontece muito é o de você expulsar um demônio e logoutro se manifestar. Neste caso a pessoa possui vários demônios ou uma legiãodeles. Sendo assim procure saber quem é o demônio chefe que está comando ooutros e quando você souber ou ele se manifestar ordene que ele saia e que levetodos os seus comandados.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES.

• Procure ministrar a libertação sempre em um local reservado, para que seevite envergonhar a pessoa que está oprimida. Há muitas pessoas que adoram daespetáculo à custa de uma pessoa indefesa.

• Sempre que puder faça a ministração acompanhado de alguém, poienquanto você ministra o outro te ajudará na intercessão.

• Mais uma vez queremos lembrar que é imprescindível ter certeza se apessoa quer ser liberta mesmo e principalmente se ela já entregou sua vida aoSenhor Jesus, caso contrário todo o seu trabalho será em vão.

A AUTO-LIBERTAÇÃO

A auto-libertação é possível a todo cristão nascido de novo. Jesus nos deu aautoridade de usar o Seu nome. O poder do sangue de Jesus nos pertence. Odemônios obedecem a esse nome e respeitam o poder desse sangue.

Os passos a seguirem podem ser usados:

1 - Arrependa-se do pecado que abriu a porta para os demônios entrarem. Issoimplica no reconhecimento do pecado e na disposição de romper com ele.

2 - Confesse todos os pecados, tanto os próprios quanto os dos antepassadosque podem ter dado brechas para os demônios entrarem. Os pecados de contato comtodos as formas de envolvimento com o ocultismo deverão ser confessadoverbalmente.

3 - Peça o perdão do Senhor e a purificação pelo sangue de Jesus.Abrigue-se N'Ele, deixando as fortalezas do inimigo.

4 - Renuncie sua associação com o pecado, com o mal ou qualquer coisa

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impura. Diga ao inimigo que nada mais tem a ver com ele e que ele não tem mailugar na sua vida.

5 - Confesse o Senhorio de Cristo sobre o seu corpo em palavras, em ações eem pensamentos. Permaneça na verdade e vocês descobrirão que as trevas e oengano não terão lugar em sua vida.

6 - Ordene os espíritos malignos que deixem seu corpo, no Nome de Jesus, emfé.

CHAVES PARA A VITÓRIAComo alcançar vitória na batalha espiritual? Há certos pré-requisitos que o

exército de Jesus deve ter.1. Santidade: Separados para Deus (Jo. 7: 12, 13, 19-20).2. Fé: (Hb.11:6;IJo.5:4; Rm.10:17; Dn.ll:32b: Hb.ll:33-34).3. Oração e jejum: (Mt.17:21).4. Sacrifício: (2 Tm.2:3-4).5. Coragem: (Jo.1:5-9; Dt.20:1; At.4:29,31).6. Unidade: (Lv.26:8; Mt.18: 15-35).7. Perseverança: (Ef.6:10, 11, 13).8. Não poupar o inimigo (I Sm.15: 18-19, 26; I Rs.20:42; I Pe.2: 11).

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PARTE VIII

A PLENITUDE DO ESPÍRITO

O grande reavivamento espiritual, que está varrendo o mundo hoje, tem muitavezes sido chamado de "Reavivamento Carismático." Esta frase tem sido empregadapara descrever um aspecto extremamente importante deste reavivamento o qual é arestauração à Igreja das manifestações sobrenaturais que eram tão poderosamenteóbvias na Igreja Primitiva. Estas manifestações, ou dons do Espírito estiveramnotadamente ausentes da Igreja por muitos séculos. Nos últimos cinqüenta anosDeus tem restaurado estas características e o seu programa de restauração tem seacelerado grandemente nos últimos vinte anos. A Renovação Carismática invadiucada canto da Igreja Cristã, trazendo uma nova vida e poder ao Corpo de Cristo. A

restauração destas bênçãos cria uma grande necessidade de ensinamento sobreestes importantes assuntos.

Paulo disse à igreja de Corinto: "Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãosque sejais ignorantes" (1 Co 12: 1). Com certeza, Deus tampouco quer que os crenteshoje sejam ignorantes.

Há muitos dons carismáticos mencionados na Bíblia. As principais áreas dereferências são: Rm 12:3-8; 1 Co 12:8-10; 28-30; Ef 4: lI. Dentro do propósito destebreve estudo, nos limitaremos a uma consideração das nove manifestaçõeencontradas em 1 Coríntios 12:8-10. Para simplificar o nosso estudo desta

manifestações, vamos classificá-las em três categorias:

1. Dons Verbais

• Línguas• Interpretação de Línguas• Profecia

2. Dons de Revelação

• Palavra de Sabedoria

• Discernimento de Espíritos• Palavra de conhecimento

3. Dons de Habilidades

• Dons da Fé• Dons de Curas• Dons de Milagres

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A quem o Espírito pode usar na operação de tais dons?

1. Qualquer membro do Corpo pode ser usado (1 Co 12:7, 11; 14:26,31)Nenhum membro deveria Ter falta de qualquer dom (1 Co 1:7).

2. Deveríamos ser cheios com o Espírito (Ef 5: 18).

3. Temos que ter o desejo de sermos usados desta maneira (1 Co 12:31).4. Não deveríamos ser ignorantes com relação à operação dos dons (1 Co

12:31).5 . Temos que desejar os dons espirituais (1 Co 14: 1, 6).

6. Deveríamos ser motivados por um amor genuíno ao Corpo (1 Co 13) e umdesejo puro de edificar o Corpo (1 Co 14: 12).

7. Deveríamos buscar ser excelentes na operação dos dons (1 Co 14: 12).

1. O Dom de Línguas (1 Co 12:10) A operação dos dons verbaisEsta manifestação do Espírito tem duas funções. Em primeiro lugar, como

"línguas devocionais," o seu propósito é edificar a pessoa que a usa. Em segundolugar, como dom de línguas, o qual é usado juntamente com o dom de interpretaçãode línguas, é para edificação de toda a igreja e não somente do indivíduo.

Diretrizes para o uso de línguasEm uma Assembléia Pública:1. O seu uso deveria ser motivado pelo amor (1 Co 13: 1).

2. Deve ser sempre acompanhado por interpretação (1 Co 14:5, 13,28).

3. Deveria ser limitado a três expressões por reunião (1 Co 14:27).Qualquer crente que alguma vez já tenha falado em línguas é capaz de edifica

o Corpo através de uma expressão em línguas. Portanto, você deveria estapreparado para fazer isto a qualquer hora. Procure estar totalmente entregue aoEspírito. Esteja descansado em sua mente e seja aberto ao Espírito Santo. Desenvolvauma sensibilidade com relação ao que o Espírito está tentando fazer ou dizer emqualquer culto em particular. Quando o Espírito Santo quiser trazer uma expressãoem línguas através de você, geralmente, haverá uma conscientização interior distopor algum tempo antes que você fale de fato. Isto é geralmente uma sensação suave

no seu espírito, uma empolgação e antecipação crescentes. Isto se desenvolve numaconscientização profunda de que o Espírito trará uma expressão verbal e que estaexpressão está dentro de você. Você não tem que falar imediatamente. O espíritodentro do profeta está sujeito ao (controle do) profeta (1 Co 14:32). Você podeesperar silenciosamente pelo momento certo de falar. O Espírito Santo irá movê-loclaramente na hora certa. Ele não interromperá o que já está acontecendo no cultoEle nunca causará uma confusão, pois Ele não é o autor de confusão (1 Co 14:33)Permaneça calmo e descansado e, quando o Espírito Santo mover você, fale numa

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voz audível, normal, mas clara. Você não precisa gritar ou berrar. Você pode falanuma voz normal, com ritmo cadenciado, procurando sempre fluir silenciosamentecom o Espírito, o qual está lhe dando a expressão verbal. Quando a expressão verbaestiver completa, todos devem esperar em Deus pela interpretação. Geralmentealgum outro crente receberá a interpretação, mas quando isto não acontecer, então apessoa que falou em línguas deve orar silenciosamente para que ele também recebaa interpretação (1 Co 14: 13).

2. A Interpretação de Línguas (1 Co 12:10)

É o dom que acompanha o dom de línguas e são sempre usados juntos. É acapacitação sobrenatural, pelo Espírito Santo, de se interpretar uma expressão verbaem línguas na língua natural da congregação. Não é o dom de tradução. O intérpretenão entende a língua empregada na expressão verbal que foi dada. A interpretação étão sobrenatural quanto a expressão verbal. No entanto, pelo dom do Espírito, ocrente em questão é capaz de tornar a expressão verbal inteligível para que acongregação possa recebê-la e ser edificada por ela.

Quem Pode Usar Este Dom?

A interpretação de línguas é dada "como o Espírito quer" (1 Co 12: 11)Qualquer crente cheio do Espírito pode ser escolhido e ungido pelo Espírito paramanifestar este dom. Novamente, devemos buscar o desenvolvimento de umasensibilidade ao Espírito Santo. Enquanto você estiver adorando a Deus numa reuniãode crentes, mantenha a sua mente e espírito abertos ao Espírito SantoFrequentemente, você sentirá de antemão que haverá uma expressão verbal em

línguas e que Deus está dando a você sua interpretação. Quando a expressão verbavier, espere silenciosamente até que ela seja concluída. De início, talvez você tenhasomente a primeira sentença da interpretação e uma vaga idéia do que se seguiráquando você começar a falar. Como todos os outros dons do Espírito, este também éoperado pela fé. À medida que você começar a expressar o que o Espírito está danda você, fale numa voz audível, normal e clara. Tome cuidado de não falar "além damedida da sua fé" (Rm 12:6). Evite avidamente que quaisquer pensamentossentimentos ou idéias pessoais comecem a entrar na interpretação. Deixe que osseus próprios pensamentos estejam em descanso e que a sua mente seja um cana

limpo para que o Espírito Santo possa fluir através dela. Quando a interpretação secompletar e você sentir que o Espírito terminou tudo o que Ele queria falar, entãopare! Não tente interpretar a interpretação. Em outras palavras, não comece a dizer àcongregação o que você "pensa" que a interpretação significa. Deixe isto para aprópria congregação. Após ter feito a interpretação, permaneça em silêncio enquantoa expressão verbal estiver sendo julgada por aqueles em seu derredor. Se há muitoscrentes presentes que são comumente usados nos dons vocais, eles deveriam julgase as palavras são realmente de Deus. O padrão pelo qual podemos julgar

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semelhante ao que usaríamos para o julgamento de uma profecia que é a próximamanifestação que consideraremos.

3. O dom de Profecia (1 Co 12:10)

Simplesmente traduzida, a palavra profetizar significa" expressar palavra

inspiradas. " De acordo com 1 Coríntios 14: 31, todos os crentes podem exercitar estedom em determinadas ocasiões, como o Espírito quiser. Todos podem profetizar, umapós o outro, e não mais que três, em qualquer reunião (1 Co 14:29-33).

O propósito de tais expressões proféticas é:A. Edificar a igreja. Isto significa estabelecer, fortalecer os crentes. B. Exorta

aos crentes. Reavivá-los. Confrontá-los e desafiá-los. Consolá-los. Falar palavras deconsolo e encorajamento. Frequentemente, as profecias incluem estes trêelementos.

Três Mal-Entendidos sobre as Profecias1. Elas não devem ser confundidas com uma pregação.

Muitos, hoje em dia, insistem que o dom de profecia é a habilidade de se pregabem. No entanto, a pregação e o ensino são geralmente o resultado da meditação emoração da Palavra de Deus, e de uma preparação meticulosa de nossa mente eespírito, para que possamos ministrar um entendimento ao povo. Em contraste, odom de profecia não é o resultado de um estudo meticuloso. É uma expressão verbaespontânea pelo Espírito.

2. O Dom de Profecia não é para se predizer o futuroEste dom é para "clarificar e encorajar no presente" ao invés de "predizer o

futuro." O seu propósito é a Edificação, Exortação e Consolo e não a predição deeventos futuros. Sempre que há um elemento de predição numa profecia, em geral, éporque há um outro dom (palavra de conhecimento ou sabedoria) operand juntamente.

3. Este Dom não é para uma direção pessoal

Se estivermos em necessidade de uma direção pessoal, deveríamos pedir isto

ao próprio Jesus (Tiago 1: 5) . Também podemos buscar tal direção nas páginas daPalavra de Deus, a Bíblia. Se uma expressão profética vier a nós com instruções parao futuro, isto deveria apenas confirmar o que Deus já nos mostrou pessoalmente.

Ensinamento Bíblico sobre o Dom de Profecia

1. É para se falar sobrenaturalmente aos homens (1 Co 14:3). Isto transmite amente do Senhor à Igreja. O profeta está falando aos crentes, em nome de Deus, para

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sua edificação, exortação e consolo.

2. A profecia não requer nenhuma interpretação. O dom de línguas requer umintérprete, mas o de profecia não.

3. A profecia convence os indoutos (1 Co 14:24, 25). Através da operação dodom de profecia:

A. Eles serão de todos convencidos.B. Serão de todos julgados.C. Os segredos de seus corações serão manifestos.D. Eles se prostrarão diante de Deus com humildade.E. Reconhecerão que Deus está verdadeiramente entre nós. F. Adorarão a Deus4. A profecia funciona para que os crentes possam aprender (1 Co 14:31). Isto

não se refere ao ensinamento que normalmente vem da exposição da Palavra deDeus, através do ministério de um mestre. Ao invés, é o aprendizado de verdadesespirituais através da unção do Espírito. Tais ensinamentos deveriam ser testado

pela Palavra de Deus escrita, antes de serem digeridos.5. Todos deveriam desejar e procurar com zelo este Dom (1 Co 14:1, 39). Pois

desta maneira, podemos ser usados por Deus para o encorajamento do Seu povo.6. A pessoa que estiver operando este Dom é responsável pelo seu uso ou

abuso (1 Co 14:32). A profecia não é uma expressão vocal incontrolada. Nemtampouco está o profeta sob qualquer espécie de transe ou controle mental. Eletambém não está fazendo ou dizendo nada contra a sua vontade. O espírito deprofecia está sujeito ao profeta. É o profeta que está falando, em nome de Deus, e oprofeta tem controle, em todas as ocasiões, de tudo que ele ou ela estiver dizendo.

7. Em razão de o elemento humano ser falível, as profecias devem ser julgadas(1 Co 14:29). (O Pastor Edward Miller tem um excelente artigo sobre profecias, o quapode ser obtido da Revista Atos através do seu pedido.)

8. Como julgaremos uma profecia? Uma profecia genuína, cheia do Espírito:A. Nunca contradirá a Palavra de Deus escrita.

Portanto, todas as expressões proféticas deveriam ser "testadas" pela Palavrade Deus. Deus nunca nos diria, por profecia, que fizéssemos algo que a Sua Palavraproíbe.

B. Sempre exaltará a Jesus Cristo e nunca O difamará.

C. Edificará, exortará e consolará aos crentes. Nunca deveria deixá-loconfusos, aflitos e inseguros.

D. Deveria"testificar" com a maioria dos crentes presentes. Especialmente omais maduros, os quais são eles próprios frequentemente usados na operação dodons vocais.

E. Não quebrará o espírito da reunião, ainda que ela possa mudar a sua direçãoF. Se tiver um aspecto de predição, este virá a se cumprir. G. É aprovada pelo

"Teste do Fruto" (Mt 7: 16).

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Falando sobre os falsos profetas, Jesus declarou: "Por seus frutos oconhecereis." Deveríamos rejeitar qualquer uma das assim chamadas profecias quevenham de alguém cuja vida e ações sejam um opróbrio à causa de Cristo.

Como Profetizar:-Descanse. Não fique tenso.-Espere silenciosamente no Senhor em seu espírito.

-Mantenha a sua mente aberta para a Sua voz. Quando você sentir o toque doEspírito, dentro do seu espírito, entregue-se a Deus novamente, como um canal poonde Ele possa fluir.

-Lembre-se de que esse dom é operado pela fé.-Comece a falar tudo o que Deus der a você. Continue com simplicidade.-Enquanto você estiver falando, esteja esperando n'Ele silenciosamente, para

obter o resto da mensagem.-Não profetize além da medida da sua fé (Rm 12:6).

-Discirna quando o Espírito acabou de falar e pare!

4. Palavra De Conhecimento (1 Co 12:8) Definição:

Uma Palavra de conhecimento é um fragmento ou pequena parte dconhecimento de Deus que é dado a uma pessoa pelo Espírito Santo.

Ela nos dá certos fatos e informações através da revelação sobrenatural doEspírito Santo. Estas informações eram anteriormente desconhecidas pela pessoa, e oconhecimento delas não poderia ter sido obtido de nenhuma forma natural. Ele étransmitido sobrenaturalmente. Exemplos das Escrituras:

1. No ministério de Jesus:

 João 1:47-50 - Jesus sabia de certos fatos sobre Natanael antes de conhecê-la.

  João 4: 16-20 - Novamente, Jesus sabia de muitos fatos sobre a mulher deSamaria, ainda que Ele nunca a tivesse visto anteriormente. Ela ficou maravilhadapela precisão do Seu conhecimento com relação à sua vida passada e presente. Oexercício desta Palavra de Conhecimento produziu posteriormente um grandereavivamento.

2. Na Igreja Primitiva:

Em Atos 9: 10-20, Ananias recebeu informações específicas, com muitodetalhes sobre Saulo, cuja pessoa ele nunca havia visto. Ele soube exatamente quaera a rua e a casa onde Saulo estava. Ele soube que Saulo estava orando naquelepresente momento e que, quando ele impusesse suas mãos sobre Saulo, elereceberia a sua visão.

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3. Exemplo do Antigo Testamento:

2 Samuel12: 1-14 - Deus revelou a Natã certos fatos e detalhes com relação àtransgressão de Davi.

Distinção: Uma Palavra de Conhecimento é diferente do conhecimento humanoobtido através de maneiras naturais.

Uma Palavra de Conhecimento não pode ser obtida por um aprendizadintelectual. Tal conhecimento não pode ser obtido pelo estudo de livros ou por umacarreira acadêmica de estudos numa faculdade ou universidade.

Ela não é tampouco a habilidade de se estudar, entender ou interpretar a Bíblia

O Seu Emprego nas Escrituras:1. Para revelar o pecado: 2 Sm 12: 1-10; At 5: 1-11. 2. Para trazer as pessoas a

Deus: Jo 1:47-50; 4: 18-20. 3. Para guiar e dirigir. At 9: 11.

4. Para ministrar um encorajamento em tempos de desânimo:1 Rs 19:9.5. Para transmitir um conhecimento sobre eventos futuros: Jo 11:11-14.6. Para revelar coisas escondidas: 1 Sm 10:22.

A Operação Deste Dom:

1. É sobrenatural quanto ao seu caráter - não é obtido por lógica, deduçãoraciocínio, etc e nem pelos sentidos naturais, mas pela revelação sobrenaturaatravés do Espírito Santo.

2. É operado pela fé - a pessoa que está recebendo a revelação faz isto pela fé.3. A revelação é recebida em nosso espírito - não no intelecto ou nas emoções.

4. Não é essencialmente um dom vocal (At 9: 11). Ele é recebido silenciosa einaudivelmente dentro do espírito da pessoa.

5. Ele pode se tornar vocal ao ser compartilhado com outros (Jo 1:47; 4: 18).6. Qualquer cristão cheio do Espírito e que esteja disposto a ouvir a Deus pode

experimentar o funcionamento deste dom.7. É uma ferramenta valiosa no ministério de aconselhamento.

8. Uma ação e resposta em obediência são essenciais para que est

manifestação continue funcionando em nosso ministério.

9. A Palavra de Sabedoria manifesta-se frequentemente junto com ele. Esta é asabedoria divinamente transmitida para que saibamos o que fazer com relação a umaPalavra de Conhecimento e como aplicá-la correta e sabiamente.

5. A Palavra de Sabedoria (1 Co 12:8)

Esse dom está no princípio da lista porque ele é muito importante. Ele no

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capacita a falarmos e agirmos com sabedoria divina e assim, assegura o uso eaplicação corretos de outros dons. Quando a Palavra de Sabedoria está ausente, ooutros dons podem ser usados de maneira errada, o que causa muita confusão.

Definição

A Palavra de Sabedoria é a sabedoria divina sobrenaturalmente transmitidapelo Espírito Santo. Ela nos fornece a sabedoria imediata para que saibamos o quedizer ou fazer numa dada situação.

Deus frequentemente a dá junto com a Palavra de Conhecimento para que oscrentes possam saber como aplicar esta Palavra de Conhecimento corretamenteDeus revelou a Ananias o paradeiro e a condição de Saulo, através de uma Palavra deConhecimento. Ele também lhe mostrou, pela Palavra de Sabedoria, o que ele deveriafazer nesta situação difícil.

Nota:É uma palavra (logos) de sabedoria, e não o dom de sabedoria. Ilustração:

Um homem entra em dificuldades legais e consulta o seu advoga do. Oadvogado não dá ao seu cliente toda a sabedoria e conhecimento que : ele tem. Eleextrai a palavra, ou a porção do seu conhecimento que se aplica às necessidades deseu cliente, e transmite esta palavra. Igualmente, Deus, que sabe todas as coisasextrai do seu estoque infinito de sabedoria, a porção de sabedoria em particular que énecessária para um de Seus filhos. Ele envia isso pelo Espírito.

Distinção:A Palavra de Sabedoria:• Não é uma sabedoria natural.• Não é a sabedoria obtida por realizações acadêmicas.• Não é a sabedoria obtida pela experiência.• Não é nem a sabedoria para se entender a Bíblia.• Ela é sobrenatural quanto às suas características.• Ela é dada como o Espírito Santo quiser (1 Co 12: 11)

• Ela é dada para uma necessidade ou situação específica.• Ela não é o dom de sabedoria, mas a palavra de sabedoria.

Alguns Exemplos bíblicos:

1. (Lucas 4: 1-13). Jesus tentado no deserto. As respostas que Jesus deu aSatanás foram palavras de sabedoria transmitidas pelo Espírito Santo.

2. (Lucas 20:22-26). Os escribas tentaram arma ruma cilada para Jesus, mas aPalavra de Sabedoria, dada pelo Espírito, confundiu a todos eles.( Lucas 20:22-26).

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3. (João 8:3-11). Novamente os escribas e fariseus tentaram armar uma ciladapara Jesus, mas as Suas palavras sábias e a maneira como Ele cuidou da situaçãoconfundiu Seus adversários.

4.( Atos 6: 1-5). Dando sabedoria na administração da igreja.5.( Atos 15:28). Resolvendo uma crise na igreja.6.( Atos 27 :23, 24). Deu a Paulo o controle da situação, o que resultou na

salvação de muitas vidas.

Nota:

A Palavra de Sabedoria foi prometida a todos os discípulos de Cristo:"Proponde pois em vossos corações não premeditar como haveis de responder

porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir nem contradizetodos quantos se vos opuserem" (Lc 21: 14, 15).

Observação:

A Palavra de Sabedoria não é essencialmente um dom vocal, mas sim, um domde revelação. Ela é recebida silenciosamente, dentro do nosso espírito. Ela sai quandoela é expressa verbalmente em aconselhamentos, pregações, profecias, ou quandoagimos baseados nela. .

6. Discernimento de espíritos (1 Co 12:10)

O discernimento de espíritos é um assunto mais importante do que geralmenteimaginamos. Se este dom espiritual fosse usado mais frequentemente com o seucomplemento, a expulsão de demônios, muitos dos problemas que enfrentamos hojeseriam minimizados.

O discernimento dos espíritos é o terceiro dos dons de revelação. A Palavra deSabedoria e a Palavra de Conhecimento são os outros dois. É um dom divintransmitido pelo Espírito Santo, para que possamos penetrar na esfera espiritual pardistinguirmos o espírito de Satanás (maus espíritos), o Espírito de Deus e o espíritohumano. Através dele podemos discernir a origem de certas ações, ensinamentos ecircunstâncias que foram inspirados por seres espirituais.

Este dom é mais limitado que os outros dois dons de revelação. A revelaçãodada neste caso é limitada à origem do comportamento em questão. No entanto, odiscernimento de espíritos é tão sobrenatural em sua operação quanto qualquer umdos outros oito dons. Ele fornece à igreja informações que não são disponíveis denenhuma outra maneira.

A. A função do dom

O dom do discernimento dos espíritos nos dá um entendimento sobrenatural danatureza e atividades dos espíritos. Ele nos capacita a distinguirmos se determinadaatividade espiritual tem uma origem divina, satânica ou humana e assim revela anatureza dos espíritos em questão.

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É fácil confundirmos as obras do espírito de Satanás com as do Espírito deDeus. Satanás sempre tenta falsificar as obras do Espírito Santo. Satanás é conhecidocomo o enganador, o pai das mentiras, e a serpente. Todos estes títulos significam afraudulência sutil e artificiosa que ele usa para produzir o mal sempre que possívelMuitas vezes, as suas falsificações são tão plausíveis que as pessoas podem seinteiramente enganadas, a menos que alguém que exercite o dom sobrenatural dediscernimento de espíritos esteja presente. Se as atividades demoníacas estivessemsempre, bem obviamente, exalando uma intenção perversa e repulsiva comtendemos a imaginar, não haveria nenhuma utilidade para este dom do Espírito.

Na narrativa da jovem com o espírito de adivinhação em Atos 16, Paulodesafiou o espírito que talvez pudesse ter enganado facilmente a outros servos deDeus. A jovem fez uma declaração perfeitamente verdadeira quando ela disse: "Estehomens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo,mas o espírito que estava falando era um mau espírito.

Por que um espírito mau faria propaganda dos apóstolos desta maneira? Porquenão era de nenhum crédito ou ajuda ao Evangelho ou seus ministros terem umapessoa assim seguindo-os e, sem dúvida, fazendo com que muitos pensassem queela fosse um deles.

B. A operação e necessidade deste dom hoje

O dom de discernimento de espíritos está experimentando o seu próprireavivamento em muitas partes do mundo hoje em dia. Ele pode ser visto em ação noministério de muitos homens de Deus na renovação atual. É absolutamente essenciaque este dom opere para que a Igreja possa realizar a sua missão por completo edestruir as obras do diabo. Há tantos demônios no mundo hoje quanto havia na épocaem que Jesus andou pela Terra e nos dias da Igreja Primitiva. O propósito deles édeclaradamente maligno. Este dom sobrenatural é especialmente necessário paramissionários e obreiros em terras pagãs onde o espiritismo, satanismo e ocultismosão abundantes.

C. Como o dom de discernimento de espíritos funciona

A primeira e mais óbvia função deste dom é revelar a presença de espíritomalignos na vida das pessoas ou igrejas. No entanto, ele também funciona para

avaliar a fonte de uma mensagem profética, de um ensinamento em particular, ou dealguma manifestação sobrenatural. A pessoa que exercita este dom será capaz dedizer se a fonte de uma mensagem ou ação é demoníaca, divina ou meramentehumana. Se for discernido que a fonte é demoníaca, a pessoa que exercita esse domgeralmente será capaz de revelar:

1. A natureza do demônio

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Isto se refere ao tipo da sua obra: mentiras, causando enfermidades (como poexemplo câncer, cegueira, surdez, etc.), um comportamento impuro e coisasemelhantes.

2. O nome do demônio

Isto é geralmente revelado com a natureza do demônio, ainda que não sejarealmente incomum ter-se a revelação do nome próprio do demônio.3. O número de demônios

Este é o caso da "legião," ou Maria, da qual Jesus expulsou sete demôniosRealmente não é incomum que uma pessoa seja possuída por mais de um espírito deuma só vez. Esta é uma parte das informações reveladas pelo dom de discernimentode espíritos.

4. A força de determinados demônios

Geralmente, durante um confronto com um espírito maligno, a pessoa queexercia o discernimento de espíritos sabe por revelação qual, dentre os váriodemônios, é o mais forte e tem a maior autoridade.

5. Com relação a obter informações

Muitas vezes, os próprios demônios dão muitas informações, verbalmente, àpessoa que eles sabem que discerniu sobrenaturalmente a presença deles e que temo poder de expulsá-los. No entanto, já que podemos esperar que os demônios vãomentir, é uma boa idéia tratarmos as informações que eles dão, com suspeitas, e

contarmos com as informações sobrenaturalmente dadas pelo Espírito Santo.

D. O discernimento de espíritos nem sempre envolve a fé para expulsaos demônios

Ainda que o dom de discernimento de espíritos seja essencial para umalibertação eficaz, ele não é suficiente por si mesmo. Ele precisa operar junto com osdons da fé e de operação de milagres. São os que exercitam estes dons que têm maiêxito na expulsão de demônios.

7. O Dom de Fé (1 Co 12:9)  Já que a fé lida com o futuro e com o invisível - as coisas não fisicament

experimentadas -, o dom de fé é a habilidade especial dada a alguém com o chamadode exercitar uma capacidade extraordinária de crer. Deus sobrenaturalmente esvaziaesta pessoa de qualquer dúvida e a enche com uma fé especial que a capacita arealizar o propósito de Deus, apesar de todas as circunstâncias contrárias da vida. Éuma dispensação especial de fé que Deus concede a um crente cheio do Espíritoquando a tarefa que Ele deu a este crente requer mais que uma fé ordinária ou geral.

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O dom de fé tem uma função vastamente superior àquela da fé geral, a quacresce da semente original da fé salvadora que Deus plantou em nossos coraçõe(veja Rm 1: 17). O grau da fé geral cresce com os estágios de desenvolvimento docrente ("pequena fé," "grande fé", etc.). A fé geral cresce como resultado de nosalimentarmos na Palavra, de sermos exercitados através das circunstâncias da vida, eassim por diante. Ela pode desenvolver-se até um nível muito elevado. Contudo, odom de fé tem uma função superior até mesmo ao mais alto nível de fé geral.

Alguns tradutores se referem ao dom de fé como uma fé especial. Isto indicauma fé concedida pelo Espírito Santo, para satisfazer as nossas necessidades emcircunstâncias especiais e extenuantes. Isto ainda sugere que o dom da fé não residepermanentemente em nenhum crente, mas sim que cada manifestação é um dom defé separado. Um episódio na vida de Elias ilustra isto quando ele declarou ao reAcabe que não haveria chuva até que ele falasse a palavra, e que depois haveriachuva novamente de acordo com sua palavra (1 Rs 17: 1). O seu dom de fé produziuo cumprimento miraculoso desta profecia.

Contrariamente, esta fé extraordinária estava faltando quando Elias se assentoudebaixo de um zimbro, temeroso, desanimado e querendo morrer porque não eranecessário naquele momento (1 Rs 19:4). Ele não havia perdido a sua fé em Deus ouem Sua Palavra. Sua própria fé foi fortalecida e o ensinou a crer em Deus e a sereanimar quando Deus lhe disse que Ele tinha outros sete mil seguidores fiéis emIsrael.

Deus quer que você saiba que você pode seguir adiante confiantementesabendo que, quando exigências especiais são colocadas sobre você, Ele lhe darásobrenaturalmente, uma fé especial para capacitá-lo a cumprir os Seus propósitos.

Como o dom de fé funciona?

Parece que o dom de fé funciona de uma maneira passiva, mas isto nemsempre é assim. A proteção de Daniel dos leões (uma ocasião passiva do dom de féparece contrastar com a ocasião em que Sansão matou o leão, o que é um exemplodo envolvimento ativo do homem na manifestação do poder de Deus. Este seria umexemplo da operação de milagres. Esta impressão de que o dom de fé funcionapassivamente é porque ele geralmente é operado em cooperação com dons maisdramáticos, por exemplo, a operação de milagres, os dons de curas, etc.

O dom de fé também funciona quando falamos a palavra de fé - "Cri, por issofalei" (2 Co 4: 13). Portanto, as palavras que um homem de Deus fala, ao seinspirado pelo Espírito, são confirmadas por Deus como se fossem Suas própriapalavras.

Os resultados nem sempre são imediatos, mas eles são certos. Este dom podefuncionar de várias maneiras, por exemplo, para abençoar, maldizer, criar, destruiretc.

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Há alguns exemplos notáveis do dom de fé funcionando através da palavrafalada:

 Josué ordenou que o sol e a lua parassem (Js 10: 12-14).

Elias controlou o tempo através de sua palavra: "... nestes anos nem orvalhonem chuva haverá senão segundo a minha palavra...," "... e, por três anos e seis

meses, não choveu sobre a terra" (1 Rs 17: 1; T g 5: 17).Paulo silenciou a Elimas: "... e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo" (A

13: 11).Pedro julgou a Ananias e Safira (At 5).

As Escrituras ensinam o princípio da palavra de fé: "... tudo o que disser lhe seráfeito" (Mc 11:23), com relação à injunção: "Tende fé em Deus" (Mc 11:22) e a Jo 22:28- "Deterinando tu algum negócio, ser-te-á firme..."

8. Dons de Curas (1 Co 12:9)

As três referências a este dom em 1 Corintios 12 estão nos versículos 9, 28 e30. Em cada uma delas, as palavras originais são: charismata e iamaton. Ambas apalavras estão no plural, o que faz com que a tradução correta desta frase seja donde curas.

Os dons de curas funcionam sobrenaturalmente para curarem doenças eenfermidades sem nenhuma espécie de meios naturais. É o poder do Espírito Santoque vem por sobre o corpo de uma pessoa, dissolvendo suas enfermidades e tirandosuas dores para curá-la.

O uso dos substantivos no plural enfatiza a abundância dos dons de cura de

Deus disponíveis aos homens que sofrem enfermidades. Isto também pode enfatizaque a cura de Jesus liberta de toda doença, fraqueza, praga, deformidade e afliçãoIsto também sugere que há uma grande variedade de manifestações deste dom (1 Co12:4-7).

O exercício dos dons de curas não dá à pessoa que o exercita a habilidade decurar todos os doentes em todo o tempo. Algumas pessoas não compreendem bemeste ponto e perguntam por que não entramos em hospitais e lugares semelhantes ecuramos a todos os que estão doentes. Até mesmo Jesus não fez isto. Ele apenas foi aum lugar que poderia corresponder a um hospital moderno uma vez, quando Ele fo

ao tanque de Betesda, onde havia multidões de doentes. Mesmo assim, Ele escolheuapenas um dentre todos eles e o curou. Muitas vezes, lemos a respeito de grandemultidões de doentes que vieram a Jesus e vemos que Ele" curou a todos." Umprincípio importante da cura divina é que a pessoa precisa vir a Jesus como umexercício de fé e cooperação.

O propósito dos dons de curas:

1. Libertar os Doentes e Aflitos e Destruir as Obras do Diabo em Corpo

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Humanos (1 Jo 3:8; At 10:38 e Lc 13: 16).

2. Provar a Asserção de Cristo de que Ele é o Filho de Deus (Jô 10:36-38).3. Confirmar a Palavra (Mc 16: 17-20, At 7:29-39,33).4. Atrair as Pessoas ao Som do Evangelho (Mt 4:23,25).5. Trazer Glória a Deus (Mc 2: 12; Lc 13: 13; 18:43; Jo 9:2,3).

O Espírito Santo dá dons de curas aos servos de Deus para que os transmitam aquem quer que o Senhor deseje curar para os Seus propósitos. Como todos os outrodons, os dons de curas não somente têm que ser dados, mas também têm que serecebidos. Assim como há um princípio de fé, com relação a como ministrar estedons, há também um princípio que trata com a maneira de recebê-los. Ezequias tevedificuldades em receber o dom de cura que Deus enviou a ele. A sua fé teve que seedificada de uma maneira especial, através do milagre registrado em 2 Rs 20:8-11(Veja também 2 Rs 5: 10-14). Naamã teve dificuldade em receber o dom de cura queDeus havia enviado a ele através de Eliseu. A cura em geral requer um duplo ato de

fé: fé para receber e fé para administrar o dom de cura.Ainda que haja exceções a esta regra, Deus sempre deseja curar. No entanto

às vezes, os canais normais, através dos quais o Seu poder de cura flui, não estãofuncionando muito bem. Isto pode requerer que Deus envie um dom de cura especialÀs vezes, Deus comunica os dons de curas através dos canais de curas normais; emoutras ocasiões, através de meios extraordinários, de acordo com a Sua vontade (poexemplo, a sombra de Pedro).

9. Operação de Milagres (1 Co 12:10)

Um milagre acontece quando Deus intervém no curso normal da natureza. Odom de operação de milagres acontece quando Deus nos capacita, com poder peloEspírito Santo, a fazermos algo completamente fora do campo das habilidadehumanas. Ele nos dá isso numa ocasião específica para um propósito especial.

 Todos os dons do Espírito são miraculosos, mas o uso da palavra "milagre,neste caso, se refere a atos de poder.

Os milagres dão uma prova inegável da Ressurreição.

Se Jesus não estivesse vivo, o Seu nome não teria nenhum poder para curar osdoentes e operar milagres (At 4:33). Pedro convenceu aos judeus incrédulos d

ressurreição de Jesus Cristo e de sua necessidade de arrependimento por força dofato de que o nome de Jesus ainda tinha poder para curar os doentes e operamilagres.

1. Isto deu ousadia aos crentes para que pregassem a Cristo (At 4:29,30). Aspessoas reconheceram que eles haviam estado com Jesus, o Operador de Milagres (A4: 13).

2. Isto fez com que os crentes tivessem mais fome por Deus (At 4:31). 3. Istconvenceu e condenou os homens por seus pecados (At 5:28, 33).

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4. Cinco mil pessoas se converteram, em um dia, através de um milagre (A4:4; 5: 14).

5. Todos os homens glorificavam a Deus pelo que foi feito (At4:21).6. Isto espalhou o Evangelho rapidamente (At 5: 14-16).

Antes que Jesus começasse a operar milagres, ninguém O seguia a nenhum

lugar. Ele deve ter pregado frequentemente na sinagoga, pois Lucas 4 diz que esteera o Seu costume. Mas, quando os milagres em Lucas 4:3335 aconteceram, "a suafama divulgou-se por todos os lugares em redor daquela comarca" (Lc 4:37). Daí emdiante as multidões se comprimiam ao Seu redor para ouvirem as Suas palavras epara verem os Seus milagres. "E grande multidão o seguia, porque via os sinais queoperava sobre os enfermos" (Jo 6:2).

Onde quer que os discípulos pregavam, curavam os doentes, expulsavam odemônios e operavam milagres, multidões se voltavam a Cristo.

A. Samaria prestou atenção a Filipe, porque viam e ouviam os sinais que ele

fazia (At 8:6).B.  Todos os habitantes de Sarona e Lida voltaram-se ao Senhor quando Pedr

disse a Enéias: "Jesus Cristo te dá saúde; levanta-te e faze a tua calma." E ele selevantou imediatamente (At 9:34).

C. Muitas pessoas em Jope creram quando Pedro ressuscitou a Dorcas (At 9:42)

D. O povo de Listra pensou que os deuses tivessem descido a eles quando elesviram o coxo andar e saltar por causa da palavra de Paulo (At 14:9-18).

"E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo, pelas mãos dos apóstolosE a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada

vez mais. De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os  punham emleitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse

cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos; os quais todos

eram curados" (At 5:12-16). 1

E. O Livro de Atos termina com milagres em força total (At 28:8, I 9). Quando as

pessoas viram a Públio curado, elas creram que se Deus podia curar uma pessoaentão Ele era capaz e queria curar a todos que tinham necessidades de cura. Quandas pessoas pensam e crêem corretamente com relação a Deus, então elas recebem oque Ele tanto deseja dar para elas.

A operação de milagres é a capacitação do Espírito Santo, dando ao crer ahabilidade de operar um milagre, em contraste com Deus operando milagres na vidade um crente. Assim sendo, muitos que nunca receberam o dom de operação demilagres têm, muitas vezes, experimentado milagres estupendos que Deus operou

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para eles.

Alguns Exemplos:

1. Milagres de libertação como o de Pedro em At 5: 17-20 e novamente em A12: 1-10. Também o de Paulo e Silas em At 16: 15-30.

2. Milagres de transladação: "... o Espírito do Senhor arrebatou aFilipe, e não o viu mais o eunuco" (At 8:39).

Estes e muitos outros exemplos são milagres operados por Deus nas vidas doscrentes, às vezes, até mesmo sem a cooperação dos crentes. Estes não são, portantoexemplos em que o dom de operação de milagres estava em funcionamento. Emcontraste, agora apresentamos três casos em que este dom estava funcionando:

1. Atos 19: 11: "E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. "2. Atos 9:40. Pedro ressuscitou a Dorcas.3. Atos 20:9-12. Paulo restaurou a vida de Eutico.

Operação Prática deste dom:

1. A unção do Espírito Santo para criar uma confiança e autoridade especiais.

2. Uma palavra de fé e autoridade. Elias disse que o Deus que respondesse pofogo seria o Senhor de Israel. O fogo que desceu foi um exemplo da operação demilagres.

3. Um ato ousado de fé.

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PARTE IX

O REINO E A VOLTA DE JESUS

Há uma coisa sobre a qual temos que ter clareza. Ter vida eterna é diferente deentrar no reino dos céus. O Senhor Jesus disse que e João Batista até agora, o reinodos céus é tomado a força (Mt 11: 12-IBB-Rev.) Os violentos o tomam. A lei e asprofecias dos profetas terminaram com João (11: 12, 13). Baseados nesta palavraalguns têm dito que precisamos ser violentos, isto é, devemos nos esforçar antes desermos salvos. Se não nos esforçarmos, não seremos salvos. Uma pessoa diz issoporque não pode ver a diferença entre o reino dos céus e a vida eterna. Existe umadiferença entre a vida eterna e o reino dos céus.

A DIFERENÇA ENTRE A VIDA ETERNA E O REINO1) A recompensa é para o milênio; a vida eterna não tem fim.

A primeira diferença entre ambos é quanto ao tempo. A vida eterna é para aeternidade, mas o reino não. Quando o novo céu e a nova terra vierem, o reino doscéus passará. O reino dos céus denota o governo de Deus. O período do governo deDeus é o período do reino dos céus. Que são os céus? O livro de Daniel fala sobre ogoverno dos céus (7 :27). Portanto, o reino dos céus é a esfera na qual os céusgovernam. Quando o Senhor Jesus vier reger sobre a Terra, aquele será o tempo em

que os céus governarão. Hoje, aquele que governa na Terra é o diabo, Satanás. Apolítica e a autoridade mundial de hoje são de Satanás. O Senhor Jesus não reinarásenão no período do reino dos céus. Mas o período no qual a autoridade dos céus éefetuada é muito curto. Em 1 Corintios 15:24 é dito:

"E então virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houve

destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. "

O reino será entregue a Deus Pai. Portanto, há um limite temporal para o reinoContudo, a vida eterna é para sempre. Todo o que lê 1 Coríntios 15 sabe que no iníciodo novo céu e da nova terra, isto é, na conclusão do milênio, o reino será entregue

Portanto, há uma diferença no tempo entre a vida eterna e o reino dos céus.

2) A vida Eterna é pela fé; a recompensa é pelas obras.

A segunda diferença reside no método pelo qual o homem entra no reino doscéus e na maneira que ele obtém a vida eterna. O recebimento da vida eterna é oassunto de todo o Evangelho de João. A maneira de ter a vida eterna é por meio docrer. Uma vez que cremos, a obtemos. Contudo, entrar no reino dos céus não é umaquestão simples. Todo o Evangelho de Mateus menciona o reino dos céus trinta e

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duas vezes. Nenhuma vez é dito que o reino dos céus é recebido pela fé. Como umhomem ganha o reino dos céus? Mateus 7: 21 diz:

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas

aquele que jaza vontade de meu Pai que está nos céus. "

Pode-se ver que a entrada no reino dos céus é uma questão de obra. Mateus

5:3 também nos diz: "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é oreino dos céus." Aqui não diz vida eterna, mas o reino dos céus. Para ter o reino doscéus, a pessoa precisa ser pobre no espírito. O Senhor também diz: "Bemaventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus(v.l0). Não precisa ser perseguido para receber a vida eterna, mas o reino é para osque têm sido perseguidos por causa da justiça. Mesmo se um homem tiver a vidaeterna, se ele não tem sido perseguido, por causa da justiça hoje e não for pobre noespírito, ele ainda pode não ter parte no reino.

3) Uma vez que recebemos a vida eterna não temos mais de buscá-laa recompensa precisa ser buscada.

Com relação à vida eterna, Deus nunca nos disse para procurarmos obtê-laPelo contrário, toda vez que é mencionada, Ele nos mostra que já a temosEntretanto, com relação ao reino, a palavra da Bíblia diz que devemos procurar obtêlo e buscá-lo, diligentemente. Hoje, em se tratando do reino, estamos no estágio debusca, ou seja, ainda não o obtivemos. Ainda temos de empregar o esforço paraalmejar e buscar o reino.

4) A vida eterna é de graça; a recompensa é por mérito

A quarta diferença reside na maneira como Deus trata o reino e a vida eternaDeus trata a vida eterna como um presente. Ela é dada a nós (Rm 6:23). A vidaeterna é uma graça gratuita; ela é dada por meio do Senhor Jesus para todos aqueleque crêem n'Ele. Não existe diferença entre alguém que busca e alguém que não estábuscando. Contudo, o mesmo não ocorre com o reino. Lembre-se da mãe dos doifilhos de Zebedeu vindo ao Senhor Jesus e querendo que o Senhor fizesse com queseus dois filhos se sentassem ao lado d'Ele em ambos os lados no reino (Mt 20:21)Mas o Senhor Jesus disse: "O assentar-se à minha direita e à minha esquerda não mecompete concedê-lo; e, porém, para aqueles a quem está preparado por meu Pai

(v.23). A graça é obtida uma vez que O invocamos. Mas o reino depende se alguémpode ser batizado em Seu batismo e pode beber o cálice que Ele bebeu. Ambos osdiscípulos disseram que podiam. Todavia, o Senhor disse que, apesar de teremprometido que o fariam, a questão não cabia a Ele decidir. a Pai é Aquele queconcede.

Além disso, o criminoso que foi crucificado juntamente com o Senhor disse-Lhe"Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino." (Le 23:42). a Senhor Jesuouviu sua oração? Sem dúvida que sim. Mas Ele não concedeu seu pedido. O

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criminoso pediu que o Senhor se lembrasse dele quando o Senhor recebesse o reinoO Senhor Jesus não lhe respondeu que ele estaria com Ele no reino. Pelo contrário, Elerespondeu-lhe: "Hoje estarás comigo no paraíso. "(v.43). O Senhor não lhe respondeusobre o reino. Mas Ele lhe deu uma resposta com relação ao paraíso. Uma vez que ainvoquemos, podemos ser salvos. Contudo, não é tão simples ir ao reino. Portanto, háuma grande diferença aqui. A atitude de Deus para com a vida eterna e o reino docéus é diferente: um é o presente de Deus, e o outro é a recompensa de Deus.

Com respeito à diferença entre o reino dos céus e à vida eterna, existem outrapassagens na Bíblia que são muito interessantes. Agora, chegamos à quintdiferença. Apocalipse 20 mostra-nos que os mártires recebem o reino, embora nãodigam que sejam os únicos a receberem o reino (v.4). A Bíblia, entretanto, nunca nomostra que o homem deva ser martirizado a fim de receber a vida eterna. Entretantoo reino é diferente. O reino requer esforço. Até mesmo requer o martírio para obtê-loPor exemplo, a pobreza é uma condição para o reino dos céus. Para obter o reino docéus, a pessoa precisa perder suas riquezas. A Bíblia nos mostra claramente que

nenhuma pessoa na Terra que seja rica segundo seus próprios meios pode entrar noreino dos céus. Não podemos dizer que nenhum rico possa ser salvo. Não podemosdizer que ninguém pode entrar na vida eterna se não quiser perder suas riquezasAssim como é difícil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, da mesma forma édifícil um rico entrar no reino dos céus (Mt 19:24). Graças ao Senhor, o pobre podeser salvo assim como o rico pode. O pobre pode herdar a vida eterna e o rico tambémpode. Contudo, entrar no reino dos céus é um problema para o rico. Se acumularmosriquezas na Terra, não seremos capazes de entrar no reino dos céus. É óbvio que issonão significa que alguém tenha de desistir de toda a sua riqueza hoje. Estou dizendoque a pessoa tem de entregar toda a sua riqueza ao Senhor. Somos apenas oadministradores. Não somos o dono da casa. A Bíblia nunca reconhece um cristãocomo o dono de seu dinheiro. Cada um é apenas um administrador do dinheiro que épara o Senhor. Todos nós somos apenas os administradores do Senhor. Existe estacondição para entrar no reino.

Há outra coisa muito peculiar. Não se vê as questões de casamento e famíliaenvolvendo a questão da vida eterna. Mas o evangelho de Mateus diz que alguns nãse casam por causa do reino dos céus. Alguns até mesmo se fizeram eunucos pocausa do reino dos céus (Mt 19: 12). A fim de entrar no reino dos céus e ganhar umlugar no reino, eles escolheram permanecer virgens. Ninguém vê a vida eterna se

negada a uma pessoa casada.Vemos que a questão da vida eterna não está de forma alguma relacionada à

família e ao casamento, mas a questão do reino esta muitíssimo relacionada à famíliae ao casamento. Essa é a razão pela qual a Bíblia diz que aqueles que têm esposadevem ser como se não a tivessem. Os que se utilizam do mundo devem ser como sedele não utilizassem, e os que compram como se nada possuíssem (1 Co 7:29-31)Isso tem muito a ver com nossa posição no reino dos céus.

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5) A vida eterna é igual para todos, mas a recompensa varia para cadaum.

Finalmente, temos de mencionar outra diferença. No reino, há diversos níveisde graduação. Alguns receberão dez cidades, outros receberão cinco (Lc 19: 17-19)

Alguns receberão meramente uma recompensa,I mas outros receberão um galardão. Alguns ganharão uma rica entrada noreino (2 Pe 1: 11). Alguns entrarão no reino sem uma rica entrada. Portanto, existeuma diferença em graduação no reino. Mas nunca haverá uma questão de graduaçãcom relação à vida eterna. A vida eterna é a mesma para todos. Ninguém receberádez anos a mais do que o outro. Não existe diferença na vida eterna; todavia, no reinohá diferença.

Se alguém ponderar um pouco, perceberá que na Bíblia, o reino e a vida eternasão duas coisas absolutamente diferentes. A condição para a salvação é a fé no

Senhor. Além da fé, não há outra condição, pois todos os requisitos já foramcumpridos pelo Filho de Deus. A morte de Seu Filho satisfez todas as exigências deDeus. Mas entrar no reino dos céus é outra questão: requer obras. Hoje, um homem ésalvo pela justiça de Deus. Mas não podemos entrar no reino dos céus a menos quenossa justiça exceda a dos escribas e fariseus (Mt 5: 20). A justiça no viver e naconduta de uma pessoa deve ultrapassar a dos escribas e fariseus, antes que elapossa entrar no reino dos céus. Portanto, pode-se ver que a questão da vida eterna écompletamente baseada no Senhor Jesus. Contudo, a questão do reino está baseadanas obras do homem.

A RECOMPENSA E O DOM GRATUITO DE DEUSVamos continuar a ver a diferença entre recompensa e dom (ou presente de

Deus), em outras palavras, a diferença entre o reino e a vida eterna. Muitos pensamque o reino dos céus é a vida eterna e que a vida eterna é simplesmente o reino docéus. Eles confundiram a Palavra de Deus, tomando a condição para receber o reinocomo sendo a condição para a vida eterna. Eles tomam a perda do reino como sendoa perda da vida eterna. Entretanto, a distinção entre os dois é muito clara na BíbliaUma pessoa pode perder o reino dos céus, mas ela não perderá a vida eternaAlguém pode perder a recompensa, contudo, não perderá o dom (ou presente de

Deus).Então, o que é a recompensa e o que é o dom? Nós fomos salvos por causa do

dom gratuito de Deus. Deus nos deu o dom gratuitamente pela Sua graça; portantofomos salvos. A recompensa diz respeito ao nosso relacionamento com Deus apósermos salvos. Se alguém crê no Senhor Jesus como Salvador, aceitando-O comovida, ele é salvo diante de Deus. Após ser salvo, Deus imediatamente coloca essapessoa numa pista, de modo que ela corra a carreira e obtenha a recompensa postadiante dela. Um cristão é salvo por causa do Senhor Jesus. Após ser salvo, ele deve

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manifestar a vitória de Cristo pelo Espírito Santo dia a dia. Se fizer isso, então, no fimda carreira, ele obterá a glória celestial e a recompensa celestial de Deus.

Portanto, a salvação é o primeiro passo deste caminho, e a recompensa é oúltimo passo. Quando alguém crê em Cristo, recebe o presente. Quando alguémsegue Cristo, recebe a recompensa. O presente é obtido por meio da fé, e é para aspessoas do mundo. A recompensa é obtida por ser fiel e ter boas obras, e é para oscristãos.

Há um grande engano nas igrejas hoje. O homem pensa que a salvação é aúnica coisa e que não há nada além de ser salvo. Ele considera o reino dos céus e avida eterna como se fossem a mesma coisa. Ele considera que, uma vez que alguémé salvo quando crê, não tem de se preocupar com as obras. A Bíblia faz distinçãoentre a parte de Deus e a parte do homem. Uma parte é a salvação dada por Deus, ea outra parte é a glória do reino milenar. Ser salvo não tem absolutamente nada a vecom as obras da pessoa. Tão logo uma pessoa creia no Senhor Jesus, ela é salva. Masapós sua salvação, ela precisa começar a carreira para receber a glória vindoura, a

coroa e o trono. Deus coloca Seu trono, coroa, glória e recompensa diante doscrentes. Se uma pessoa for fiel, vai recebê-lo; se for infiel, vai perdê-lo.

As boas obras são inúteis no que se refere à salvação. O homem não pode sesalvo pelas suas boas obras, mas as boas obras são necessárias à questão drecompensa, da coroa, da glória e do trono. A boa obra é inútil quanto à questão dasalvação. Deus não pode permitir que o homem seja salvo pela sua obra. Ele tambémnão permitirá ao homem ser recompensado sem obras. Deus só pode decidir sobre asalvação ou perdição do homem por meio do seu crer ou não no Seu Filho. Se vocêtem ou não, Seu Filho em si, determina a questão da vida eterna ou da perdição. Sevocê tem ou não boas obras diante de Deus, determina a questão de receber a recompensa e a glória. Em outras palavras, Deus nunca salvará uma pessoa por ela teméritos, e Ele nunca recompensará alguém que não tenha mérito. O homem deve vidiante de Deus totalmente carente e sem mérito para que Deus o salve. Contudoapós a salvação, temos de ser fiéis, e temos de esforçar-nos para produzir boas obrapor meio de Seu Filho, Jesus Cristo, a fim de obtermos a recompensa.

O problema de hoje é que as pessoas não fazem distinção entre a salvação e oreino. Na Bíblia, há uma distinção clara entre a salvação e o reino e entre o dom e arecompensa. A salvação não é o último passo da experiência cristã, pelo contrário, asalvação é o seu primeiro passo. Após termos sido salvos, temos de correr e

perseguir a recompensa diante de nós. O problema é que pensamos que nossasalvação é a nossa recompensa. Muitos cristãos acham que a glória é simplesmente agraça da salvação, e assim tornam-se néscios em seu viver. Por favor, apliquem aobra somente à recompensa e a graça à salvação.

Através da salvação, Deus separa os salvos dos não salvos. Ele separa aqueleque têm a vida eterna daqueles que estão condenados. De igual modo, Deus tambémsepara Seus filhos em dois grupos pela Sua recompensa. Deus separa Seus filhos emobedientes e desobedientes. Para com as pessoas do mundo é uma questão de ter ou

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não ter fé. Para com os cristãos é uma questão de ser fiel ou não ser fiel. Para com aspessoas do mundo, é uma questão de ser salvo ou não ser salvo. Para com oscristãos, é uma questão de ter ou não ter a recompensa. O problema de hoje com osfilhos de Deus é que eles exaltam demais a salvação; tudo o que vêem é simplesmente a salvação. Que Deus seja misericordioso conosco para quecompreendamos que a questão da salvação já está resolvida. Ela não pode mais seabalada, pois ela já foi cumprida pelo Senhor Jesus. Ela está totalmente concretizadaHoje, devemos empenhar-nos é com a recompensa diante de nós. Haverá umagrande diferenciação no reino: alguns terão glória, e outros não.

A BASE DA RECOMPENSAAgora precisamos ver sobre que base a recompensa é dada. A Palavra de Deus

diz que a recompensa é dada por causa da obra. Assim como a Bíblia diz claramenteque a salvação é pela fé, da mesma forma, a Bíblia diz que a recompensa é pela obraA Bíblia revela-nos que a salvação é pela fé dos pecadores, e a recompensa é pela

obra dos cristãos. A fé está relacionada à salvação. A obra está relacionada àrecompensa. E isto está mais do que claro, e ninguém deve confundir as duas coisas.

Romanos 4:4 diz: "Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado comofavor, e, sim, como dívida. "Dar uma recompensa a alguém que trabalha não égraça, mas uma dívida. Em outras palavras, como alguém pode obter umarecompensa? A recompensa vem pelas obras, e não pela graça.

 Apocalipse 2:23 diz: "... Eu sou aquele que sonda mente e corações, e vos darea cada um, segundo as vossas obras."

Esse versículo diz que o Senhor fará todos conhecerem que Ele é Aquele quesonda as mentes e os corações, e dará a cada um segundo as suas obras. Em outraspalavras, Ele recompensará a cada um segundo as suas obras. Como Elerecompensa? É de acordo com nossa obra. É claro que essa obra não é nossa própriaobra, é quando o Espírito Santo vive Cristo em nós, daí, então, temos as obras de umcristão. Portanto, esse versículo nos mostra claramente a questão da recompensa. Aquestão da recompensa depende de um cristão ser digno ou não.

A Primeira Epístola aos Coríntios 3: 14 diz:"Se permanecer  a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse

receberá galardão. "

Aqui diz que se a sua obra permanecer, ele será recompensado. Não diz que sea sua fé permanecer, ele será recompensado. A questão da recompensa depende daobra da pessoa. A Bíblia distingue claramente salvação de galardão. Ela nuncaconfunde a salvação e o galardão, e nunca confunde a fé com a obra. Sem a fé, ohomem não pode ser salvo. Sem as boas obras, o homem não pode serecompensado. As obras de alguém devem resistir diante do trono do julgamento esobreviver ao exame minucioso dos olhos de chama, antes que haja a possibilidadede receber um galardão.

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Lucas 6 35 diz: "Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, semesperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão (.. .)".

A recompensa é inteiramente devida à obra de alguém. Emprestar dinheiro aalguém, sem esperar ser pago é sua obra, e amar seu inimigo é sua obra. Você temde fazer isso para obter a recompensa. Em nenhum lugar a Bíblia menciona que

alguém tenha de amar seus inimigos e fazer o bem, antes que possa ser salvo. Maexiste o versículo que diz que se você emprestar aos outros e fizer o bem aos outrosa sua recompensa no céu será grande. A recompensa é proveniente da obra e não dafé. A fé pode salvá-lo, mas a fé não pode ajudá-lo a obter a recompensa.

A Segunda Epístola a Timóteo 4: 14 diz: "Alexandre, o latoeiro, causou-memuitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras. "

Aqui é citado um exemplo. Um cristão estava tentando prejudicar Paulo; eletinha pecado contra Paulo. A pessoa mencionada aqui era um cristão. Ele não erauma pessoa do mundo. No futuro, os cristãos serão recompensados diante de Deus

segundo as suas obras.

A RECOMPENSA É O REINOMuitas pessoas sabem que existe uma diferença entre salvação e recompensa

Contudo, existe um bom número de pessoas que não vê o que é recompensa. Quandoo Senhor Jesus diz no evangelho de João que Ele dá a vida eterna para as Suaovelhas, Ele está falando a realidade e não algumas palavras vazias (João 10:28)Romanos 6 diz que o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (v23). Está tão claro que o dom de Deus é a vida eterna. Então, que é a recompensa? ABíblia mostra-nos claramente que a recompensa é a coroa, o trono, e o reino dos

céus. O reino dos céus é a recompensa. Na Bíblia, existem três aspectos para o reinodos céus.

a) No primeiro aspecto, o reino dos céus é a manifestação da autoridade deDeus hoje; é a manifestação da soberania de Deus. A Bíblia chama isso de reino docéus.

b) O segundo aspecto é a autoridade dos céus controlando e limitando ohomem. Isso também é chamado de reino dos céus.

c) Entretanto, há um terceiro aspecto do reino dos céus, que se refere àrecompensa.

O sermão do monte, em Mateus 5 a 7, fala do reino dos céus. Esteensinamentos do Senhor dizem-nos como o homem pode entrar no reino dos céusMateus 5 a 7 repetidamente fala sobre a questão da recompensa. Percebemos muitoclaramente que as palavras" o reino dos céus" e a palavra "recompensa" sãencontradas juntas muitas vezes. Nas bem-aventuranças lemos:

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"Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados omansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos; Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão aDeus; e também, bem-aventurados os que são perseguidos por causa da  justiça

 porque deles é o rei no dos céus".

O reino dos céus é mencionado duas vezes nessas poucas bemaventuranças. No final, o Senhor diz:

"Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos

 perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai

 porque é grande o vosso galardão nos céus (...)"(Mt 5: 11,12).

Aqui devemos admitir que a recompensa é o reino dos céus. O Senhor começadizendo que este tipo e aquele tipo de pessoa é bem-aventurada porque o reino docéus é dela. No final, Ele diz que essas pessoas são bem-aventuradas porque a

recompensa delas é grande nos céus. Essas sentenças mostram-nos que o reino doscéus é a recompensa de Deus. Não há diferença entre os dois.

No sermão do monte, o Senhor mencionou a questão da recompensa muitasvezes, pois esta porção diz respeito ao reino. Mateus 5:46 diz:

"Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes?" Mateus 6: 12diz: "Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes

vistos por eles; doutra sorte não tereis galardão junto de vosso Pai celeste. Quando

 pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas

sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo

que eles já receberam a recompensa. "O versículo 5 diz: "E, quando orardes, não sereis como os hipócritas (...) eles já

receberam a recompensa." O versículo 16 diz: "Quando jejuardes, não vos mostreiscontristados como os hipócritas (...) eles já receberam a recompensa." O versículo 4diz: "Para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai que vê em secreto, terecompensará." O versículo 6 diz:

"Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta orarás a teu

Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará. "

A parte final do versículo 18 diz: "E teu Pai, que vê em secreto, te

recompensará. "Todo leitor da Bíblia concorda que o assunto principal do sermão nomonte em Mateus 5 a 7 é o reino dos céus. Mas aqui, a questão da recompensa étambém mencionada repetidamente porque o reino dos céus é a recompensa.

Mateus 16:27-28 diz: "Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai

com os seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme as suas obras. "Deus recompensará ou disciplinará uma pessoa salva de acordo com as sua

obras." Em verdade vos digo que alguns aqui se encontram que de maneira nenhuma

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 passarão pela morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino."

Há três fatos aqui. Primeiro: o homem será recompensado de acordo com suaobras. A questão da recompensa é inteiramente baseada nas obras. Segundo: em quemomento a recompensa será distribuída? Ela será distribuída quando Cristo vier naglória de Seu Pai com Seus anjos. Quando Cristo vier na glória de Seu Pai com Seuanjos, aquele será o tempo em que Ele estabelecerá Seu reino sobre a TerraPortanto, somente quando o reino iniciar é que a recompensa virá.

Os versículos em Mateus 6, que acabamos de ler acerca da recompensa podar, por orar, e por jejuar, todos envolvem recompensa. Alguns pensam que arecompensa por orar é a resposta de Deus à nossa oração. Entretanto, esse não étodo o significado. O Senhor Jesus disse que devemos orar ao Pai que está emsecreto, e nosso Pai que vê em secreto nos recompensará. E possível interpretar issocomo o Pai respondendo nossa oração. Contudo, tanto na primeira parte quando oSenhor menciona o dar esmolas, quanto na segunda parte quando Ele menciona o jejum, Ele disse: "E teu Pai que vê em secreto te recompensará. " Essa recompensa

deve referir-se a algo no futuro. Além disso, o Senhor disse que devemos orar ao Paque vê em secreto. Não diz que o Pai ouve em secreto, mas Ele vê em secretoQuando Deus distribuir a recompensa no futuro, Ele dará de acordo com o que Ele vêDeus vê com Seus olhos. Portanto, a recompensa é no futuro.

Apocalipse 11: 15 diz:

"O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: Oreino do mundo se tornou de nosso Senhor  e do seu Cristo, e ele reinará pelos

séculos dos séculos." O versículo 18 diz: "Na verdade, as nações se enfureceram

chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos

 para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem oteu nome, assim aos pequenos como aos grandes (.. .). "Esse versículo mostra-nos claramente que quando o Senhor tomar-se o Rei, e o

reino do mundo tomar-se o reino de nosso Senhor e do Seu Cristo, aquele será otempo para se dar a recompensa aos santos, aos pequenos e aos grandes. Em outrapalavras, o tempo do reino é o tempo da recompensa. Quando o reino vier, arecompensa virá também.

Há um ponto adicional. A recompensa é a obtenção da coroa e a obtenção dotrono. Certa vez um missionário disse-me: "Se não posso ter a coroa pelo menosposso ter o reino." Você pode perguntar à rainha da Inglaterra se ela perder sua coroaainda terá o reino? O que é uma coroa? Não é simplesmente um chapéu esculpido emouro e enfeitado com diamantes. Esse tipo de coroa pode ser obtido com um poucode dinheiro. Uma coroa representa uma posição no reino. Ela também representaglória no reino. Se uma coroa for apenas um objeto, ela não significa muito. Sealguém tiver dinheiro, pode fazer uma de ouro. Se não tiver, pode fazer uma debronze ou de ferro. Mesmo alguém muito pobre, pode ainda confeccionar uma coroade pano. No futuro, não será uma questão de uma coroa ser maior do que a outra em

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tamanho, ou de uma ter mais diamantes do que a outra. Uma coroa representa algoQuando alguém perde a coroa, ele perde aquilo que a coroa representa. Temos quever que a coroa é o símbolo do reino.

O que é o trono? A Bíblia mostra-nos que os doze apóstolos sentar-se-ão emdoze tronos. A coroa é uma recompensa para os vencedores, e o trono também é

uma recompensa para os vencedores. Portanto, o trono também é um símbolo doreino. Ele representa uma posição no reino, autoridade no reino, e a glória no reinoNão existe algo como perder a coroa, mas ainda ter o reino. Semelhantementeninguém pode perder o trono e ainda ter o reino. Se alguém perder o trono, tambémperderá o reino. Assim também, se alguém perder a coroa, perderá o reino. O trono ea coroa em si mesmos não são significativos; eles existem apenas para representar oreino. Em outras palavras, a recompensa é o reino. A Bíblia mostra-nos claramenteque a recompensa é o reino.

QUALIFICAÇOES PARA ENTRAR NO REINO

Deixamos claro que o reino é o tempo primeiro em que Deus recompensará oscristãos conforme as suas obras. No reino, os crentes fiéis serão recompensados, e oinfiéis serão punidos. Muitas pessoas pensam que se um cristão for infiel, mesmo quepossa ter de ocupar uma posição inferior, ele, contudo, o fará dentro do reino. Muitoque não compreendem a Palavra de Deus e a obra de Deus, pensam que lhes estágarantida uma entrada no reino dos céus. Eles pensam que, quando o Senhor Jesuvier para reinar, haverá simplesmente uma distinção entre as mais altas e as maibaixas posições no reino e que ninguém perderá totalmente o reino dos céusEntretanto, no reino dos céus, haverá não somente distinção entre as posições mais

altas e mais baixas, como também distinção entre ser permitido entrar e ser deixadode fora. A Bíblia mostra-nos que há uma nítida diferença entre dez cidades e cincocidades, entre uma coroa grande e uma pequena, e entre uma glória maior e umamenor. Como uma estrela difere de outra, assim também são diferentes as posiçõesno reino. Não somente há diferença entre as mais baixas e as mais altas posições noreino; há também a distinção de estar apto ou não para entrar.

1) Fazer a vontade do Pai

A Bíblia revela-nos uma verdade muito séria. Apesar de uma pessoa ter a vidaeterna, ela ainda pode ser rejeitada no reino dos céus. Um versículo que fala disso éMateus 7: 21:

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas

aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. "Neste versículo, todas as pessoas referem-se ao Senhor como "Senhor". O

Senhor fará uma distinção entre os discípulos que podem entrar no reino dos céus eos que não podem. O Senhor mostra-nos claramente, aqui, que a condição paraentrar no reino dos céus é fazer a vontade de Deus. Embora alguns tenham sido

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salvos e tenham-No chamado de Senhor e, embora tenham realizado algumas obrassem fazer a vontade de Deus, não podem entrar no reino dos céus. Se alguém não fofiel enquanto viver na Terra, embora não vá perder a vida eterna perderá o reino docéus. Quando chegar o tempo de os céus reinarem, isto é, quando o Senhor Jesus viepela segunda vez, alguns não estarão aptos a entrar no reino, mas virão a perdê-lo.

Primeiramente, o Senhor mencionou esse assunto no versículo 21. A seguir, noversículos 22 e 23, Ele explicou-nos a questão em forma de profecia. Haverá muitosnão somente um ou dois, que não farão a vontade de Deus.

"Muitos, naquele dia hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos

nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu

nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos

conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. "Aqui o Senhor Jesus nos diz o que ocorrerá diante do trono de julgamento. Ele

diz: "Naquele dia". Portanto, isso não se refere ao presente, mas ao futuro. Há muitoque labutam, mas não vêem a luz de Deus em suas vidas. Quando o tempo do trono

do julgamento vier e quando Cristo começar a julgar, a partir da casa de Deus, essecristãos terão luz pela primeira vez. Eles verão que estão errados na sua posição e noseu viver.

Naquele dia muitos dirão perante o Senhor:

"Não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos

demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?"

Dentro de uma só frase, a expressão "em teu nome" é mencionada três vezesIsso prova que estas pessoas são do Senhor. O fato de dizerem: "Senhor, Senhor"prova que a posição delas é de um cristão. Elas não somente dizem que profetizam

expelem demônios e fazem milagres; elas fazem isso no nome do Senhor. A mençãode "em teu nome", por três vezes, mostra-nos o relacionamento delas com o Senhor.

Surpreendentemente, o Senhor lhes diz: " Então lhes direi explicitamente

Nunca vos conheci. " Muitos acham que tais pessoas certamente não são salvas. Mase elas não fossem salvas, então, a palavra do Senhor aqui não teria significadoMateus 7 é a conclusão do sermão no monte, dando seqüência à palavra do Senhoacerca das bem-aventuranças. Essas palavras no monte foram ditas pelo Senho  Jesus aos discípulos. Após o Senhor ter subido na montanha, Seus discípuloseguiram-No e, a partir do capitulo 5 até o capítulo 7, Ele abriu a boca e passou a

ensiná-los.O Senhor Jesus disse que eles não deveriam chamá-Lo de Senhor apenas com a

boca. Se eles O chamavam de Senhor, deveriam fazer a vontade do Pai. Mesmo quetivessem as obras exteriores de profetizar, expelir demônios e fazer milagres, essaobras não deveriam substituir a vontade do Pai. Fazer a vontade do Pai é uma coisaenquanto profetizar, expelir demônios e fazer milagres são outras totalmentediferentes. Algumas vezes, pode-se profetizar, expelir demônios e fazer milagres semfazer a vontade do Pai. Devemos lembrar-nos não somente de chamá-Lo de Senho

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com nossa boca, mas também de fazer a vontade do Pai em nosso andar. Se o Senhoestivesse falando acerca de pessoas não-salvas, essa palavra perderia totalmente osignificado, pois se essas pessoas fossem não-salvas, não importaria muito para osdiscípulos ouvirem ou não a Sua palavra.

O Senhor Jesus deve estar advertindo os salvos. Ele não pode estar advertindo

os salvos falando sobre os não-salvos. Suponha que uma pessoa tenha uma criada eduas filhas e suponha que essa pessoa dissesse para a filha mais jovem: "Você estávendo essa criada? Ela não nasceu de mim; estou despedindo-a. Você deve seobediente hoje. Se não for obediente, farei com você assim como estou fazendo comela." Essa palavra é coerente? Uma criada não nasceu na família. Se ela for desobediente, pode ser demitida. Mas a filha é da família, não é uma criada. Não pode seaplicar o mesmo tratamento a ambas. A mãe deveria dizer: "Na noite anteriocastiguei sua irmã, pois ela foi desobediente. Agora, se cuide. Se você não foobediente, vou castigá-Ia da mesma forma." A mãe deve tomar a irmã como umexemplo. Uma criada não pode ser usada para comparação. Não existe motivo para o

Senhor usar os não-salvos como exemplo para mostrar aos discípulos que eleprecisam fazer a vontade de Deus. Se Ele fizesse isso, os discípulos poderiamlevantar-se e dizer: "Eles são os não-salvos, mas nós somos os salvos." Se dissessemisso, ninguém poderia dizer mais nada.

O que o Senhor Jesus está dizendo é isto: "Muitas pessoas são filhos de DeusElas são salvas e são como você é. Elas chamam-Me de 'Senhor' e têm realizadomuitas obras. Mas, apesar disso, elas estão excluídas do reino. Por essa razão, vocêdeve ser cuidadoso. Você deve fazer a vontade de Deus." Somente dessa maneira osdiscípulos saberão que embora realizem muitas obras, se não fizerem a vontade de

Deus, receberão a mesma punição. O Senhor estava advertindo-nos de que somenteos que fazem a vontade de Deus podem entrar no reino. Se alguém confiar em suaprópria obra para se achegar diante de Deus, o Senhor Jesus lhe dirá: "Não conheçovocê."

Permitam que eu lhes dê outro exemplo. Suponham que o filho de um juiz dirijadescuidadamente e bata em outro carro. Ele é levado pela polícia até a corte parauma audiência. O juiz pergunta: "Jovem, qual é o seu nome? Quantos anos tem? Ondevocê mora?" Abatido, no tribunal, o filho pode pensar: "Você deve saber todas essacoisas melhor do que eu." Ele pode responder às poucas perguntas iniciais. Mas

depois de algum tempo pode gritar ao pai: "Pai, você não me conhece?" Então, quedeveria o juiz fazer? Ele poderia bater seu martelo e dizer: "Eu não o conheço. Emminha casa, eu o conheço, mas na corte nunca o conheci. " Se alguém vir a questãodo reino, perceberá que no reino a questão não é se uma pessoa é salva ou não enem se é um filho de Deus ou não. O que realmente conta é a sua obra depois detornar-se um crente.

Por que o Senhor disse: "Nunca vos conheci"? A próxima sentença explica"Aparta i-vos de mim, os que praticais a iniqüidade." Por favor, lembrem-se de que o

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Senhor não lhes disse para apartarem-se da vida eterna. No original grego osignificado de "os que praticais a iniqüidade" é de pessoas que não seguem regrasnão guardam a lei, ou não aceitam regulamentos. Aos olhos de Deus, fazer o mal nãosignifica apenas fazer coisas más. Não importa quanto uma pessoa tenha feito; umavez que ela não tenha prestado atenção à exigência de Deus, ao Seu julgamento, eao Seu arranjo soberano, isso é maligno aos olhos de Deus. O problema aqui não é dese fazer o mal, mas de não ter princípios. Que são os princípios? Os princípios são apalavra de Deus. Mas que é a palavra de Deus? A palavra de Deus é a vontade deDeus. Se você não estiver fazendo a vontade de Deus, não importa o que faça, oSenhor Jesus dirá que você é iníquo. Os que fazem as coisas segundo seu próprio egonão terão parte no reino dos céus.

Meu propósito ao dizer essas coisas é mostrar-lhes a importância das obras deum cristão. A Bíblia mostra-nos claramente que uma pessoa, após crer no Senhorembora nunca vá perder a vida eterna, ela pode perder seu lugar e glória no reino. Senão fizermos a vontade de Deus, mas, em vez disso, fizermos obras de acordo com

nossa própria vontade, seremos excluídos do reino. Nada pode substituir a vontadede Deus. Todos os que nunca aprenderam a não trabalhar para Deus, não são dignode trabalhar para Ele. Aqueles que não sabem como parar a sua própria obracertamente nada sabem sobre a vontade de Deus. Somente aqueles que conhecem avontade de Deus conseguem parar de trabalhar. Deus quer que primeiro obedeçamosà Sua vontade e, depois, que trabalhemos. Existe uma grande diferença entretrabalhar e fazer a vontade de Deus.

2) Esmurrar o corpo para agradar ao Senhor

Outra passagem que alguns interpretam mal, como se referisse à perdição, naverdade, refere-se também à perda do reino e à perda da recompensa. A PrimeiraEpístola aos Corintios 9:23-27 diz:

"Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador comele. Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas

um só leva o prêmio?Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo sedomina; aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível

Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no

ar. Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a

outros, não venha eu mesmo a . serdes qualificado. "Paulo temia que, tendo pregado a outros, ele mesmo fosse reprovado. AquiPaulo estava dizendo que ele também poderia ser reprovado. Qual é, aqui, osignificado de ser reprovado? E em que se está sendo reprovado?

No versículo 24, Paulo se compara a alguém que está participando de umacorrida na qual somente um levará o prêmio. Portanto, o problema aqui não é umaquestão de salvação, mas de receber o prêmio. Paulo está falando sobre como umapessoa salva pode receber o prêmio; ele não está falando de como alguém não-salvo

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pode ser salvo. Somente os filhos de Deus podem participar da corrida e perseguir oprêmio que Ele deseja que ganhemos. Se alguém não é filho de Deus, não estásequer qualificado para entrar na corrida. Em nenhum lugar na Bíblia é dito que asalvação é ganha por corrermos a carreira. A Bíblia nunca diz que se alguém focapaz de correr, então será salvo. Se assim fosse, poucos seriam salvos, e a salvaçãodependeria de obras. A Bíblia diz que o prêmio vem pelo correr; Deus colocou-nos emuma pista de corrida de modo a corrermos a carreira.

Qual é o prêmio? O versículo 25 diz: "Todo atleta em tudo se domina; aqueles

 para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível." Aqui é dito que oprêmio é uma coroa. Já mencionamos antes que a coroa representa a glória e o reinoPortanto, a palavra "desqualificado" não se refere à perda da salvação. A palavra"desqualificado", no versículo 27, significa fracassar em receber a coroa e o prêmioSe Paulo podia ser desqualificado, então todos nós temos possibilidade de o ser. SePaulo podia perder seu prêmio e sua coroa, então cada um de nós também tem apossibilidade de perder o prêmio e a coroa.

O versículo 26 indica o motivo de ser desqualificado:"Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo

golpes no ar”.

Paulo tinha um propósito e uma direção. Ele não desferia golpes no ar. O seualvo e direção era aquilo que ele disse em 2 Corintios 5: que ele anelava seagradável ao Senhor (v. 9). Quer vivesse ou morresse nesta terra, o seu desejo eraagradar ao Senhor. Como ele correu a carreira? Ele não a correu desleixadamenteEle tinha uma direção certa e um alvo definido. Ele não desferia golpes no ar. Ele nãofazia simplesmente o que outros diziam que fizesse. Tampouco fazia aipo apena

porque a necessidade estava presente. Nós não somos para a obra, mas para agradaao Senhor.

Se quisermos receber o prêmio, que devemos fazer? "Mas esmurro o meucorpo, e o reduzo à escravidão" (v. 27). Muitos estimam seu próprio corpo acima doprêmio. Entretanto, Paulo disse que dominava seu corpo; ele era capaz de controlá-loPaulo podia controlar a concupiscência de seu corpo, as exigências excessivas de seucorpo, e os desejos de seu corpo. Ele não permitia que seu corpo prevalecesse. Eledisse que esmurrava seu corpo e fazia dele seu escravo. Se um cristão pode ou nãoagradar ao Senhor, depende se ele pode ou não controlar seu corpo. Devemos ve

que todos os que não podem controlar seu próprio corpo perderão seu prêmio e suacoroa. Embora possam pregar o evangelho a outros, eles mesmos serãodesqualificados.

Nós, cristãos, somos salvos de uma vez por todas e jamais perderemos nossasalvação. Mas quando o Senhor Jesus voltar na Sua glória para governar a terra, Elenão dará coroas para todos. Alguns não estarão aptos para entrar no reino e nãoestarão aptos para receber uma coroa.

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A palavra do Senhor é muito clara acerca da salvação e da vida eterna: ambassão totalmente provenientes da graça. Além do mais, se alguém pode ou não entrano reino dos céus, depende de suas obras. Acabamos de ver que temos de fazer avontade de Deus. Aqui vemos que é necessário esmurrar nosso próprio corpoPodemos realizar muitas obras. exteriormente, mas enquanto não restringirmonosso corpo, não nos será permitido entrar no reino.

Na Bíblia parece haver um número fixo de coroas. Apocalipse 3: 11 diz:

"Venho logo. Segura com firmeza o que tens, para que ninguém tome a tua

coroa" (BJ).

Alguns que não compreendem a Bíblia não sabem qual a diferença entre umarecompensa e um dom, tampouco sabem a diferença entre a coroa e a salvação deDeus. Eles acham que a salvação pode ser tirada deles. A palavra "tome", aqui, nãose refere à salvação, mas à coroa. Alguém pode estar salvo e, no entanto, perder acoroa. Se você for frouxo, e não segurar com firmeza, perderá sua coroa. Algumaoutra pessoa poderá tirá-la de você.

Apocalipse 2: 10 tem uma palavra semelhante a essa:

" Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida."

Aqui não diz dar a vida, mas dar a coroa da vida. A vida é obtida pela fé; ela nãoé obtida pela fidelidade. Se uma pessoa não tiver fé, ela não poderá ter vida. Mas seuma pessoa for infiel depois de ter vida, ela perderá a coroa da vida. Portanto, se umcristão não tiver boas obras após ser salvo, embora não vá perder a vida, elecontudo, perderá a coroa.

3) Edificar com ouro, prata e pedras preciosas

A passagem mais clara na Bíblia acerca da recompensa é 1 Corintios 314-15:"Se permanecer  a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse

receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse

mesmo será salvo".

Isso nos mostra claramente o que um cristão não pode perder e o que ele podeperder. Uma vez que uma pessoa seja salva, certamente está salva para sempreContudo, se tal pessoa receberá ou não um galardão, não pode ser decidido hoje. A

salvação eterna de um cristão já está determinada. Mas a recompensa futura é umaquestão ainda pendente. Ela é decidida pela maneira como alguém edifica sobre ofundamento do Senhor Jesus. A nossa salvação independe de como edificamos. Eladepende apenas de como o Senhor edifica. Se a Sua obra é perfeita, certamenteestamos salvos. Entretanto, se receberemos ou não a recompensa, ou se sofreremoperda, depende da nossa própria obra de edificação. Se alguém edifica com ouroprata e pedras preciosas coisas com valor eterno sobre o fundamento do Senho Jesus, este certamente receberá um galardão. Contudo, se ele edifica com madeira

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feno e palha, não receberá um galardão diante de Deus. Ele pode ter muito diante dohomem, contudo, não terá muito diante de Deus. Isso nos mostra que é possível queum homem perca seu galardão e tenha sua obra queimada.

Permitam-me repetir isto: Graças a Deus que a questão da nossa salvaçãoeterna foi decidida há mais de mil e novecentos anos. Quando o Filho de Deus fo

levado à cruz, a nossa salvação foi decidida. Mas, se vamos receber ou não arecompensa, depende de como nos conduzimos. A verdade do evangelho é muitoequilibrada. A salvação depende totalmente do Senhor Jesus. A concessão dsalvação depende totalmente d'Ele. Entretanto, se alguém pode obter surecompensa ou não, depende da sua própria obra de edificação. O homem deve cree também trabalhar. Esse trabalho não é propriamente dele, mas é aquilo que oEspírito Santo tem trabalhado nele. Aqui vemos que é possível perder nosso galardãoe, igualmente possível sermos reprovados para o reino e privados da nossa coroa.

Participando da glória de Cristo

Gostaria de saber se vocês alguma vez pensaram no tipo de glória com queDeus recompensará Cristo no milênio, por aquilo que Ele sofreu há dois mil anos. Umarecompensa deve equiparar-se ao sofrimento. Se um homem for rebaixado à maiinferior posição, sua recompensa deverá ser a maior. Suponha que sua casa peguefogo ou que você se encontre em sério perigo, e um empregado seu se arrisque equase perde a vida tentando salvá-lo. Como você o recompensaria? Você diria: "Eu orecompenso com vinte centavos"? Ninguém faria isso. A recompensa tem dequiparar-se ao sofrimento. Cristo glorificou a Deus de tal maneira e sofreu tal mortena cruz. Como Deus recompensará Cristo no futuro? E como Ele glorificará Cristo?

O reino será o tempo no qual Cristo e os cristãos receberão a glória juntos. Oreino é o tempo no qual Deus recompensará Cristo. Naquele tempo, nós tambémteremos uma porção. Se vamos ser achados dignos de receber a glória do Senhordependerá totalmente do resultado do nosso andar e do nosso trabalho pessoal. Nãoexiste a questão de mérito no novo céu e na nova terra. Mas no reino somente os quetiverem mérito receberão a glória. O Senhor sofreu perseguição, dificuldades ehumilhação. Se hoje sofrermos perseguição, dificuldades e humilhação, da mesmaforma, nós partilharemos uma porção com Ele no reino vindouro.

A PARÁBOLA DO SERVO FIEL E PRUDENTENa parábola do servo fiel e prudente encontraremos a ênfase de servir a Deu

por meio de servir aos Seus filhos. Quanto mais crescidos, quanto maiexperimentarmos a maturidade espiritual, espontaneamente, desejaremos servir aoirmãos. O crescimento na vida espiritual nos levará a servir aos irmãos, e isso farácom que sintamos mais e mais necessidade de sermos maduros e também com quebusquemos mais crescimento. Isso se torna um ciclo de vida, que nos far

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vencedores.

Na parábola, o Senhor Jesus pergunta: "Quem é, pois, o servo fiel e prudente aquem o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?" (v

45).

A fidelidade está relacionada ao Senhor. Desde que fomos salvos, o Senho

espera que Lhe sejamos fiéis, não apenas tomando-O como único Senhor e Deus, mastambém fazendo toda a Sua vontade. Em contrapartida, a prudência refere-se aonosso relacionamento com as pessoas. Como cristãos, não podemos viver dqualquer maneira, agindo precipitadamente ou sem medir as conseqüências dnossos atos. Por vivermos pela vida de Deus, andamos neste mundo com prudênciapara que todo nosso viver expresse o Senhor. Como veremos, isso é especialmenteimportante no que diz respeito ao cuidado com os conservos.

Os conservos, no versículo 45, referem-se aos cristãos, servos de Deus comonós, que são os membros da família de Deus (Ef 2: 19), a igreja (1 T m 3: 15). Da

sustento a seu tempo significa alimentar os irmãos em Cristo, ministrando-lhes Palavra de Deus no tempo certo. Por um lado, devemos cuidar de nossa própria vidaespiritual, buscando crescimento e transformação, vivendo de maneira vigilante eaguardando a vinda do Senhor. Por outro, precisamos ser servos fiéis e prudentes aquem o Senhor confiou alguns membros de Sua família para cuidar. Há muitos filhosde Deus necessitando de nosso cuidado, do alimento espiritual que podemos darlhes, para que a igreja seja edificada. Evidentemente, esse cuidado exigirá de nósconsagração e disposição. Exigirá que deixemos nosso egoísmo e comodismo paravisitá-los,ouvi-los e para orar com eles, a fim de supri-los com a vida de DeusPrecisamos alimentar nossos conservos no devido tempo, ou seja, precisamos esta

atentos às suas necessidades e estarmos disponíveis para atendê-los quando fonecessário.

"Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo

assim. Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens" (Mt 24:46,47).

Quando o Senhor Jesus voltar, todos os reinos deste mundo serão Seus e Elegovernará sobre eles (Ap 11: 15). Estes são "todos os seus bens" a que o versículo serefere. Aos vencedores, aos cristãos maduros, o Senhor confiará todos os Seus bensou seja, dará a eles autoridade para reinar, tomando-se Seus co-reis no milênioDevemos, portanto, buscar constantemente o amadurecimento espiritual, bem como

suprir nossos irmãos com o alimento espiritual da Palavra. Se o fizermosreceberemos o galardão de governar juntamente com o Senhor por mil anos.

 Todavia, há cristãos que não buscam a maturidade em vida e que não spreocupam com os irmãos. Um cristão assim pensa: "Meu Senhor demora-se" e passaa espancar os seus companheiros, e a comer e beber com ébrios (Mt 24:48,49). Ummau servo, um cristão que vive de maneira desleixada, supõe que seu Senhor nãovoltará tão logo. Por isso, vive como se não tivesse de ajustar contas com Ele, e passa

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a espancar os companheiros. Isso significa maltratar os irmãos, desprezando-oscometendo injustiças contra eles e criticando-os, em vez de alimentá-los. Além dissopor não se preocupar com a volta do Senhor, passa a comer e a beber com ébrios, ouseja, vive em contato com as pessoas do mundo, tendo o mesmo viver dissoluto quelas têm.

"Virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera, e em hora que nãosabe, e castigálo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e range

de dentes" (vs. 50, 51).

O problema desse servo não é desconhecer que o Senhor virá, mas é nãoesperá-Lo. Ele não vive como alguém preparado para a volta do Senhorespecialmente no que se refere ao seu relacionamento com outros cristãos e com apessoas do mundo. Portanto, quando o Senhor voltar, esse cristão será colocado comos hipócritas. Isso não significa que ele irá para a perdição eterna ou para o lago defogo, pois uma vez salvo, é salvo para sempre, mas será cortado da glória vindourado Senhor. Isso equivale a ser excluído da recompensa do reino. O Senhor se refere aisso como ser lançado nas trevas exteriores onde haverá choro e ranger de dentespor mil anos. Ali ele lamentará por não ter sido fiel e prudente enquanto viveu na Terra.

Esperando e Apressando

Essas parábolas apresentam a disciplina que sofrerão os cristãos que nãoestiverem maduros à época da volta do Senhor. Mesmo não perdendo a salvação, osque não tiverem sido vigilantes, não tiverem buscado a maturidade espiritual e nãose tiverem se importado em cuidar de seus conservos sofrerão certo tipo de prejuízoO fato de a salvação ser eterna não significa que podemos viver de qualquer maneiracomo quem não tem de acertar contas com o Senhor. Se considerarmos comseriedade o que nos é apresentado nessas parábolas, veremos que haverá grandedano para quem não viver de acordo com a vontade do Senhor. Estas parábolasapresentam fatos muito simples e comuns - nossas ocupações seculares e nossorelacionamento com outros cristãos e com as pessoas do mundo que poderão decidise seremos ou não vencedores. Tudo dependerá de como vivemos e de como noportamos nessas situações.

Vale a pena empenhar-nos em viver de maneira vigilante, vale a pena abri

nosso coração e dispomos a servir aos irmãos. Se formos vencedores, ganharemos arecompensa de participar do milênio, como co-reis com Cristo. Se não formosperderemos o galardão, o gozo do reino. Por esse motivo, Paulo nos alerta em 2Corintios 5: 10:

"Importa que todos nós compareçamos  perante o tribunal de Cristo para que

cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo".

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"Ter feito o bem" corresponde a edificar com ouro, prata e pedras preciosas, aser vigilante e a alimentar os conservos; "ter feito o mal" corresponde a edificar commadeira, feno e palha, a andar despercebido e a espancar os conservos e andar compessoas dissolutas. O dia desse julgamento está muito próximo. Portanto, é tempo deavaliar nossa vida com Deus à luz de Sua Palavra. Se percebermos que ainda nãoestamos preparados para a vinda do Senhor, por vivermos excessivamentenvolvidos com o mundo, ansiosos com nossa subsistência, ou porque nossorelacionamento com os irmãos é frio e indiferente, precisamos nos arrepender. aSenhor tem tardado Sua volta esperando que nos arrependamos; por isso, devemosviver de maneira santa, esperando e apressando a vinda: do Senhor (2Pe 19-12).

A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS

No Evangelho de Mateus encontramos duas profecias em forma de parábolareferentes à volta do Senhor. Elas enfatizam dois aspectos diferentes da vida cristãem relação à segunda vinda de Cristo: estarmos vigilantes e cheios do azeite do

Espírito, e sermos fiéis e prudentes."O reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas

lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo" (25: 1).

Na Bíblia, dez significa a maior parte de doze (Gn 42:3,4; 1 Rs 11:30,31; M20:24); doze, por sua vez, relaciona-se à totalidade do povo de Deus, como vemospor exemplo, nas doze tribos de Israel. Assim, as dez virgens representam a maioparte dos cristãos. Em Mateus 24, os dois homens no campo ou as duas mulheres nomoinho representam os cristãos que estarão vivos até a volta do Senhor. Todavia, àépoca da volta do Senhor, a maioria dos cristãos, desde o início da igreja, obviamente

 já terá morrido. Esses são representados pelas dez virgens. Mesmo referindo-se aocristãos que descansaram no Senhor, há nessa parábola princípios espirituais importantes. Ninguém pode garantir que estará vivo quando o Senhor voltar, portanto, énecessário estarmos preparados para encontrá-Lo, quer vivos, quer n'Éledescansando.

Mateus 25:5 diz: "E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono, eadormeceram ".

Aos olhos de Deus, um cristão não morre, mas adormece (1 Ts 4: 13). Todos osque receberam a salvação em Jesus morreram com Ele na cruz, ou seja, não podem

morrer novamente; portanto, adormecem, descansam ou dormem no Senhor. Poesse motivo, podemos dizer que as dez virgens que foram tomadas de sono eadormeceram representam os salvos que morreram e os que terão morrido até avolta do Senhor.

É importante enfatizar que a palavra "virgens" refere-se a cristãos genuínos. Em2 Corintios 11: 2, Paulo disse aos cristãos coríntios que eles eram como virgem purapreparada para Cristo. Quando nos tomamos essas virgens aos olhos de Deus? Aocrer em Cristo. Quando cremos n'Ele, recebemos Sua vida. Durante o tempo em que

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esteve na Terra, Cristo foi absolutamente fiel ao Pai, vivendo de maneira santa, nãose contaminando com o pecado ou o mundo. Quando recebemos Sua vidarecebemos também Sua santidade e Sua fidelidade. Paulo, considerando issocomparou-nos a uma virgem pura. Todos os cristãos, homens ou mulheres, aos olhode Deus, são virgens sendo preparadas para o casamento com Cristo.

Tomar as Lâmpadas

As virgens, tomando suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo. Aslâmpadas representam o espírito humano (Pv 20:27). Quando somos salvosrecebemos a vida de Deus por meio do Espírito de Deus em nosso espírito. O EspíritoSanto, na Bíblia, é representado pelo azeite. O azeite era usado nas lâmpadas paramolhar um pavio que, aceso, gerava luz. Assim, as lâmpadas nessa parábolrepresentam nosso espírito unido com o Espírito Santo (d. Rm 8: 16; 1 Co 6: 17). OSenhor Jesus disse que os cristãos são a luz do mundo e que a sua luz deve brilhadiante dos homens (Mt 5: 14-16). Essa luz é, na verdade, a luz do Espírito de Deusbrilhando dentro do nosso espírito. Desse modo, podemos ser a luz do mundo, como

lâmpada que brilha nesta era de trevas (Fp 2: 15), e testemunhamos de Deus paraglorificá-Lo (Mt 5: 16). Mesmo quando a Bíblia fala de obras, a ênfase não está emfazermos coisas para Deus, mas em permitir que Deus trabalhe em nótransformando-nos e, desse modo, espontaneamente nossa vida O manifestarádiante das pessoas. Na parábola isso é representado pelo fato de as virgens nãocarregarem armas nem ferramentas para o trabalho. Isso demonstra que nossotestemunho diante das pessoas não está relacionado ao que fazemos, maespecialmente ao que somos. Por termos o Espírito Santo em nosso espírito, podemostestemunhar de Deus e brilhar por Ele.

Saíram a Encontrar-se com o Noivo

A parábola diz que as virgens saíram a encontrar-se com o noivo. Isso tambémindica que as virgens são os cristãos que morreram, saindo, assim, do mundo.

Nessa parábola, Cristo é apresentado como o noivo amado (Jo 3:29; Mt 9: 15)Aqui Ele não é um general a quem obedecemos por obrigação, mas é um noivo, aquem seguimos por amor. É por amá-Lo que fugimos do pecado, pois não queremosfazer nada que O desagrade ou Ofenda. É pôr amar ao Senhor que rejeitamos omundo e não nos deixamos envolver por ele, pois queremos amar exclusivamente ao

nosso Noivo. É por amá-Lo que negamos a nós mesmos, pois reconhecemos quenossa vontade é contrária à Sua, e nos deleitamos em fazer a Sua vontade. A todotempo, mesmo a cada instante, devemos sair de nós mesmos, sair do mundo, sair denossos pensamentos vãos para encontrarmos com o Noivo, nosso amado Jesus.

Cinco Virgens Néscias

Entre as dez virgens, cinco eram néscias, e cinco prudentes (Mt 25:2). Isso não

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significa que essa seja, necessariamente, a proporção entre cristãos néscios eprudentes. O número cinco, na Bíblia, indica responsabilidade. Podemos ver o motivodisso em nossa mão. É possível, com certa dificuldade, pegarmos qualquer coisa comapenas quatro dedos. Mas se quisermos pegar algo com firmeza, precisaremos doscinco. A divisão das virgens em dois grupos de cinco indica que todos os cristãosdevem assumir a responsabilidade de se encherem de azeite, que éo Espírito deDeus. O número cinco é composto de quatro mais um. Quatro na Bíblia, refere-se àcriação de Deus, especialmente ao homem; e um refere-se ao Criador, o único DeusIsso quer dizer que nós mesmos, como o número quatro, não somos suficientes paraarcar com a responsabilidade do testemunho de Deus - isso somente é possível peloadicionar da vida de Deus a nós. Por isso, o Senhor disse em João 15:5: "Sem mimnada podeis fazer".

As virgens néscias não são cristãos falsos como alguns afirmam. Todas as demulheres são virgens, implicando serem iguais em natureza diante de Deus. Alémdisso, todas elas tinham lâmpadas que brilhavam. A diferença entre elas é que a

néscias, ao tomarem suas lâmpadas não levaram azeite consigo (Mt 25:3). O azeiteou o óleo representa o Espírito de Deus (Is 61: 1; Hb 1: 9). Essas cinco virgens eramnéscias porque só tinham o óleo na lâmpada, mas não a porção extra de óleo nasvasilhas, ou seja, elas tinham o espírito regenerado pelo Espírito Santo, mas nãotinham sido enchidas do Espírito Santo.

Cinco Virgens Sábias

"No entanto, as prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas" (v

4).O homem é um vaso feito por Deus (Rm 9:21,23,24) e a personalidade do

homem está na sua alma. Portanto, as vasilhas aqui referem-se à alma dos cristãos.

O homem foi criado com três partes: espírito, alma e corpo (1 Ts 5:23). Nomomento em que recebemos o Senhor, o Espírito Santo entrou em nosso espíritoregenerando-o e trazendo para dentro de nós a vida de Deus. Por termos recebido avida eterna, estamos qualificados a participar da Nova Jerusalém. Esse é o primeiroestágio da nossa salvação, e foi realizado exclusivamente por Deus. Por outro lado, oprocesso da salvação deve desenvolver- e no estágio da transformação da alma, e

isso é absolutamente responsabilidade nossa. Qual é o resultado da transformaçãde nossa alma? Suas três partes: mente, vontade e emoção serão alcançadas pelavida de Deus. Nossa mente será renovada (Rm 122), nossa vontade será obedienteao Senhor (Jo 7: 17; T g 4: 7) fazendo Sua vontade (Lc 22:42; Fp 2: 13) e nossaemoção amará ao Senhor acima de todas as coisas (Mt 10:37-39). O resultado finadessa transformação será nossa maturidade espiritual e o galardão no reino milenar.

Por esse motivo, não podemos nos contentar apenas com a regeneração donosso espírito, mas precisamos buscar diariamente o enchimento do azeite d

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Espírito Santo, para que Ele permeie todas as partes da nossa alma, transformandonos de glória em glória, na própria imagem do Senhor, o Espírito (2 Co 3: 18). Sediariamente nos enchermos com Espírito Santo, Ele transbordará do nosso espírito alâmpada, e penetrará cada parte da nossa alma, que é a vasilha. Somente assimteremos a porção extra do azeite. Dessa forma, seremos virgens prudentes.

Tardando o Noivo

"E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono, e adormeceram" (Mt 25:5).

Quase dois mil anos se passaram desde a Sua ascensão, e o Senhor ainda nãoveio. Muitas pessoas pensam que isso não ocorrerá, podendo, portanto, viver dequalquer maneira, como se não tivessem de prestar contas a ninguém. Por nãoconhecerem o Senhor, é natural que pensem assim. Há muitos cristãos que nãocrêem na segunda vinda de Cristo ou se crêem, não vivem de acordo com isso. Nossoamado Noivo ainda não veio porque está nos dando 'Oportunidade para

arrependimento, para que deixemos de viver para nós mesmos e vivamoabsolutamente para Ele (2 Pe 19).

Desde a ascensão do Senhor, ao longo dos séculos, muitos cristãos morreram, eoutros morrerão até a Sua vinda. Esses são as virgens que adormeceram.

A Vinda do Noivo

À meia-noite, o grito avisa da chegada do noivo (Mateus 25:6) é a voz doarcanjo mencionada em 1 Tessalonicenses 4: 16.

Ao ouvir o grito, as virgens se levantaram e prepararam suas lâmpadas"Levantar-se" é a ressurreição predita em 1 Tessalonicenses 4: 14, 16 e em 1Coríntios 15:52. O fato de as virgens irem ao noivo com suas lâmpadas indicatambém que após a ressurreição, ainda teremos de responder pelos nossos atoenquanto vivemos na Terra. As néscias tentaram obter azeite das prudentes, poréma porção extra do Espírito não pode ser dada de um cristão para outro, mas cada umé responsável por obtê-la. Assim, elas saíram para comprar. A aplicação disso é quepara obter essa porção extra do Espírito Santo, temos de pagar um preço, tal comodeixar o mundo, negar o ego, buscar o Senhor e considerar tudo como perda pocausa de Cristo. A era da graça é o tempo apropriado para isso, mas se não

estivermos dispostos a pagar esse preço, hoje, ainda teremos de pagá-lo após aressurreição, por mil anos.

"E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas

entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta" (v. 10).

"Mais tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor, abre-nos

a  porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço" (Mt  2511,12).

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A expressão "não conhecer", em grego, pode ser melhor traduzida por nãoreconhecer, não aprovar (encontramos a mesma expressão com o mesmo significadem Lucas 13: 25 e em João 1: 26, 31; 8: 19). Isso demonstra que o Senhor não aprovaum viver cristão desleixado, sem busca espiritual, sem disposição de abandonar asexigências da alma e da carne para ter mais de Cristo. Enquanto viviam, essavirgens não pagaram o preço exigido para obter a porção extra do óleo perdendoassim, o direito de participar das bodas do Cordeiro. Depois que o Noivo vier, já serátarde. Elas perderam a recompensa, pois não foram aprovadas para as bodas. Mas épreciso repetir enfaticamente: elas não perderam a salvação.

Vigiai!"Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora' (Mt 25: 13). Ao dizer que

desconhecemos a hora e o dia em que virá, o Senhor Jesus estava destacando anecessidade de estarmos preparados. Se estivermos prontos, amadurecidos, stivermos deixado todas as coisas para ganhar mais da vida do Senhor, certamente

seremos arrebatados. Devemos viver uma vida vigilante e preparada para a volta doSenhor. Devemos ser vigilantes contra toda a ação de Satanás que tentará desviarnos do alvo de Deus. Devemos estar vigilantes para não satisfazer as concupiscênciada carne, a fim de não sermos achados em pecado quando o Senhor voltar. Essapalavra do Senhor deve nos encorajar a vigiar e a não vivermos descuidados. Nossoalvo é sermos virgens prudentes!

A PARÁBOLA DOS TALENTOSAntes de tratar da parábola dos talentos, é importante relembrar que na Bíblia

existe uma grande diferença entre a perdição eterna e a perda da recompensadurante o milênio. Falamos anteriormente que nossa salvação é eterna: uma vezsalvos, somos salvos para sempre (Jo 10:28). Todavia, isso não significa que após asalvação podemos viver de maneira desleixada, por termos a garantia de que não aperderemos. Deus é justo; Ele não pode tratar da mesma maneira um cristão queviveu absolutamente para Ele e o outro que após a salvação, continuou a viver noprazeres do pecado e do mundo. Por isso, haverá recompensa ou disciplina na eravindoura, o milênio. Os cristãos que tiverem amadurecido, os que permitiram que oEspírito Santo saturasse sua alma, serão recompensados com as bodas do Cordeiroenquanto os outros serão amadurecidos "à força", mas com choro e ranger de dentes

Após os mil anos, todos os cristãos de todos os tempos, ou seja, todas as pessoas detodas as épocas e lugares, que um dia genuinamente receberam a Jesus como seuSenhor e Salvador, participarão da Nova Jerusalém, do novo céu e da nova terra pelaeternidade.

Há muitos versículos na Bíblia referentes à disciplina no milênio que sãinterpretados como indicadores da possibilidade de perdermos a salvação. É precisoentender a diferença entre esses dois fatos, a fim de termos uma vida cristã vitoriosae segura. Portanto, mesmo que a distinção entre essas duas verdades sej

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"novidade" para muitos, pelo desconhecimento que há sobre elas, devemoconsiderar seriamente esse assunto em oração diante de Deus e conferi-I o com asEscrituras. Os judeus da cidade de Beréia foram considerados mais nobres que os de Tessalônica, pelo fato de conferir com as Escrituras tudo o que Paulo e Silas lheensinavam (At 17: 10, 11). O resultado foi que muitos deles creram (v. 12). Devemoproceder da mesma maneira. A autoridade última em relação às verdades divinas é aBíblia. Por isso, devemos examiná-la com atenção e oração, a fim de verificar que elaensina claramente a eternidade da salvação dos cristãos e a existência de umadisciplina para os que não amadurecerem até o final da era da graça.

Conhecer que nossa salvação é eterna e que poderemos ser recompensados oudisciplinados, de acordo com nossa maturidade espiritual, levarnos-à a uma vidacristã estável e vitoriosa, pois estaremos "correndo" para um alvo certo e definidoPaulo estava se referindo a isso quando disse:

"Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas

um só leva o  prêmio?Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo sedomina; aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível

Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes nar" (1 Co 9:24-26).

Como ele corria, nós devemos correr também, visando alcançar o grandprêmio que é o próprio Cristo.

Estudaremos agora, sucintamente, a parábola dos talentos (25:14-30).A parábola das dez virgens está relacionada à vida, e a dos talentos, ao serviço

No aspecto da vida, os cristãos são virgens, e a exigência é que sejam vigilantesQuanto ao serviço, somos servos, o que implica em sermos fiéis. Portanto, nãpodemos negligenciar nem o aspecto da vida (aspecto interior, subjetivo, dexperiência com Deus) nem o aspecto do serviço (aspecto exterior, objetivoresultado da comunhão com Ele). A parábola dos talentos, por sua vez, também estárelacionada ao serviço, mas especificamente ao adequado uso dos dons que de Deurecebemos.

Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos

e lhes confiou os seus bens" (v. 14).

O "homem" aqui refere-se a Cristo. Ele entregou Seus bens aos Seus servos. O

cristãos, ao mesmo tempo que são filhos de Deus, são servos ou escravos de Cristo (1Co 7:22,23; 2 Pe 1: 1; Tg 1: 1; Rm 1: 1). No aspecto da vida, somos virgens vivendounicamente para Cristo (2 Co 11: 2), e no aspecto do serviço, nós O servimos comoescravos comprados por Seu precioso sangue.

"A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua

 própria capacidade; então partiu" (Mt 25: 15).

Os talentos nessa parábola representam os dons espirituais (Ef 4: 7, 8; Rm 12:61 Co 12:4; 1 Pe 4: 10; 2 Tm 1: 6). Para servir ao Senhor, precisamos de dons. Muitas

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pessoas, ao tornarem-se cristãs, pensam usar para o Senhor seus talentos naturaissuas habilidades "de nascimento". Isso, no entanto, é abominável para Deus, pois taihabilidades pertencem ao homem caído, à velha criação e à natureza pecaminosa. Otalentos de que Deus necessita no serviço a Ele são dons espirituais, são dons quenos são dados por Ele após a nossa salvação. Somente com esses dons podemosservir ao Senhor como bons servos a fim de realizar Sua obra.

No momento em que recebemos a vida de Deus, por meio da regeneração, nostornamos membros do Corpo de Cristo e membros uns dos outros. Num corpo, nemtodos os membros têm a mesma função (Rm 12:4,5). Em nosso corpo físico, cadamembro sabe exatamente qual é sua função e sabe como agir em coordenação comos outros membros. No Corpo de Cristo, porém, precisamos descobrir a função decada membro e é especialmente necessário que aprendamos a servir junto comoutros irmãos.

Negociando com os Talentos

O que recebera cinco talentos negociou com eles e ganhou outros cinco. Assimtambém o que recebera dois ganhou outros dois(Mt25:16,17).

Devemos usar ao máximo os dons que recebemos do Senhor, sem desperdiçálos, pregando o evangelho, ministrando vida e verdade a outros, e pastoreando oque precisam de cuidado. O resultado disso será a edificação da igreja e amultiplicação de nossos talentos. Uma das mais importantes tarefas de um servo deDeus é suprir comida aos outros servos da casa de Deus (24:45). Devemos ministraa Palavra de Deus com as riquezas insondáveis de Cristo (Ef 3:8) a fim de nutrinossos conservos. Por meio desse serviço, as pessoas serão ricamente alimentadas e

os bens do Senhor se multiplicarão.

"Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu

senhor" (v. 18).

Há cristãos que receberam apenas um talento e, por isso, não o valorizamconsiderando-se sem importância e sem utilidade para Deus e para a igrejaNormalmente, são estes os que não multiplicam o talento que receberam, isto é"enterram" o dom dado pelo Senhor. Precisamos ser sábios: se recebemos apenas umtalento do Senhor, devemos, mais do que os outros, empenhar-nos em multiplicá-loSe nos consagrarmos ao Senhor, para servi-Lo de acordo com Sua vontade, nossosdons espirituais se multiplicarão e nos tomaremos mais e mais úteis para a edificaçãoda igreja.

Acerto de Contas

"Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas comeles" (v. 19). "Muito tempo" aqui refere-se à era da igreja e "voltou" refere-se à vindado Senhor nos ares (1 Ts 4: 16, 17); "ajustar contas" refere-se ao julgamento notribunal de Cristo (2 Co 5: 10; Rm 14: 10) nos ares, onde nossa vida, conduta e obra

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serão julgadas para recompensa ou punição (1 Co 4:5; Mt 16:27; Ap 22: 12; 1 Co 31315). Esse tempo está cada vez mais próximo, por isso precisamos consideraseriamente como temos usado os dons espirituais ganhos de Deus. Os donespirituais nos foram dados por Deus e a Ele prestaremos contas de seu uso - nada érealmente nosso, mas foi-nos entregue para administrarmos em nome de Deus e parao Seu propósito.

O que recebera cinco talentos entregou os outros cinco que ganhara. Disse-lhe

o senhor: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te

colocarei: entra no gozo do teu senhor" (Mt 25:21).

"Pouco" refere-se ao nosso serviço ao Senhor nesta era e "sobre o muito", àautoridade para governar no reino vindouro. O "gozo" do Senhor é o desfrute doSenhor na era vindoura, o milênio. A recompensa dos servos fiéis tem, portanto, doisaspectos: eles receberão autoridade para governar sobre as nações durante omilênio, e desfrutarão de maneira especial da Pessoa do Senhor Jesus.

O que recebera dois talentos entregou a seu amo os outros dois que ganhara. Olouvor e a recompensa do senhor a ele foram os mesmos dados ao de cinco talentosÉ interessante observar que ambos os servos, tanto o que recebera cinco como o querecebera dois, o senhor lhes disse que eles tinham sido fiéis "no pouco". Isso provaque sermos aprovados não depende do quanto fizemos para Deus, e, sim, de nossafidelidade em usar plenamente os dons que Ele nos deu. Não considere os irmãos decinco talentos como se fossem predestinados para serem vencedores e os de umtalento como marcados para as trevas exteriores. Isso é uma mentira diabólica, quevisa tão somente desanimar e paralisar muitos filhos de Deus. Se o que recebera umtalento tivesse sido fiel em multiplicá-lo, ele também seria colocado sobre o muito e

entraria no gozo do seu senhor.

"Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que éhomem severo, que ceifas onde não semeaste, e ajuntas onde não espalhaste

receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu "-(vs. 24, 25).

Esse que recebera um talento não é uma pessoa incrédula, não salva, comointerpretam alguns. Uma pessoa não salva não pode receber dons espirituais deDeus, tampouco será levada a julgamento no tribunal de Cristo.

Aparentemente, o Senhor é severo como disse o último servo, pois parece

exigir que trabalhemos para Ele a partir do nada. Na verdade, Ele mesmo nos suprecom toda a graça e a vida de que necessitamos para servi-Lo. Nossa responsabilidadeé trabalhar e multiplicar os dons que recebemos. Talvez para os de cinco e doitalentos seja mais fácil usá-los, talvez o de um talento seja mais tímido edespreparado. Todavia, isso não deve ser desculpa para negligenciarmos o uso dodom que recebemos. Se somos os de um talento, isso deve forçar-nos a exercitar a fémais do que os outros para usar mais diligentemente nosso dom. Se para nós é maisdifícil usar o espírito ou manter-nos separados para Deus, então, precisamos no

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esforçar mais que os outros. O que importa é que alcancemos o prêmio. Tenhamos acerteza de que o Senhor, ao nos dar os dons, sabe que somos capazes de multiplicálos. Ele está semeando e espera ceifar.

Esconder na terra o talento é envolver-se com as coisas terrenas, mundanas, enão com as espirituais, tornando-se assim inativo e infrutífero. Quanto mai

envolvidos com os cuidados e prazeres desta vida, menos interesse temos pelascoisas espirituais. Por exemplo, alguns cristãos nunca têm tempo para visitar ooutros a fim de ministrar-lhes cuidado, pois estão a todo tempo envolvidos com ascoisas do mundo. Outros se acham fracos demais para pastorear ou pregar oevangelho. Lembre-se, porém: por mais fraco que você seja, por mais inútil que vocêse considere, tenha a certeza de que sempre haverá pessoas ainda mais fracas quenecessitam do seu cuidado. Nunca devemos menosprezar os poucos dons querecebemos. Devemos ser fiéis no pouco que o Senhor nos deu e os dons smultiplicarão. Também não podemos argumentar que nos falta tempo para cuidar dosoutros. Se nosso coração estiver cheio de amor por Deus e por Sua igreja, por mai

ocupados que sejamos, sempre conseguiremos reservar algum tempo para usanossos dons a favor de Cristo e da igreja.

Choro e Ranger de Dentes

"Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente", (y. 26). Aquelesenhor foi ríspido e severo com seu servo, pois ele nem mesmo havia tentado investiseu talento para devolvê-lo ao senhor com juros (v. 27). O servo deveria ter entreguo dinheiro do seu senhor (o dinheiro, apesar de estar nas mãos do servo, ainda era deseu senhor) Isso confirma que os dons espirituais que o Senhor nos deu ainda são

d'Ele, e a nossa função é simplesmente administrá-los aos banqueiros. Issrepresenta o uso dos talentos na igreja.

Disse o senhor aos outros servos: "Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que temdez" (Mt 25:28). O dom do Senhor, no reino vindouro, será tirado daqueles que sãonegligentes. O uso dos dons é uma oportunidade que nos foi dada pelo Senhor a fimde que nesta era cresçamos em Sua vida e recebamos mais da Sua graça'. Portantoapós a era da graça, esses dons não terão mais razão de existir e serão tirados dosque não os multiplicaram.

E acrescentou o Senhor: "E o servo inútil lança-o para fora, nas trevas. A

haverá choro e ranger de dentes" (v. 30). "Ser lançado nas trevas" aqui não denota aperdição eterna de um falso cristão. Como já vimos, o fato desse homem sechamado de servo e a ele terem sido dados dons, prova que ele é um cristão genuínoDesse modo, as trevas aqui mencionadas referem-se à punição de cristãos genuínoque não foram fiéis. Há vários versículos em Mateus que falam de alguém ser lançadonas trevas exteriores (8:12; 22: 13; 24:51; 25:30). Uma vez mais reafirmamos: essaspassagens referem-se a cristãos genuínos, verdadeiramente regenerados pelEspírito Santo que, contudo, não foram vencedores. Esses santos não-vencedores não

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serão lançados no lago de fogo, mas nas trevas exteriores, o que significa ficar forada esfera da glória de Deus durante a era do reino vindouro.

Um Encorajamento.

Deus nos escolheu antes da fundação do mundo. De antemão, Ele nos conhecie sabia que, mesmo após O conhecermos, ainda Lhe seríamos infiéis muitas e muitavezes. Ele conhece nossa estrutura, sabe de nossas fraquezas, de nossas dificuldadespara prosseguirmos com Ele. Por isso, Deus nos dá o galardão do reino como umencorajamento, um estímulo adicional para O buscarmos.

Participar dessa festa, dessa comunhão íntima, dessa porção especial por manos não é algo pequeno e sem importância, mas é uma bênção indescritíveprometida para todos os cristãos. Há um preço a pagar, um caminho estreito a seguirmas os que aceitarem ser vencedores obterão uma recompensa que olhos humanos

nunca viram, cuja descrição nenhum ouvido jamais ouviu nem jamais foi possível aocoração do homem conceber (d. 1 Co 2:9). Entrar no gozo de nosso Senhor é umprêmio pelo qual vale a pena entregar toda a nossa vida e pagar o preço que fo