aprender a acolher a cruz como maria

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INTENÇÃO MENSAL DA MI APRENDERA ACOLHERA CRUZ COMO MARIA C ontemplando a mãe que acolhe o Filho, assumimos para a nossa vida interior uma espécie de acolhida radical da parte de Maria,a qual nós identificamos nas rias esferas que a qualificam como experiên- cia únicada nossa mãe e mestra, passível de ser prolongadaem nossa vida de fé. Escolhendo o Pai e a sua glória (cf. Jo 6,39), a consequência da liberdade de Jesus foi a morte pela redenção dos homens. A acolhida do evento dacruz por parte de Maria possui um signifi- cado maternal:em consequência da liberdade do Filho, a mãe estáem pé (cf. Jo 19,25-27) como sacrifício de amor, com disponibilidade e nenhuma consolação aparente. Movida pela naquele queerasinal de contradição (cf. Lc 2,34b-35), começa a acolher e pregustar o signi- ficado completo da cruz de Cristo. Esta deve ser a primeira esfera do nosso aprender a acolher a cruz como Maria. A acolhida maternal do sofrimento do Filho, emnosso caso, pode se resumir em aceitar a con- trariedade à nossa vontade e as consequências da liberdade de Deusem relação a nós, parti- cipando da nossa vida quotidiana e permitindo até o inesperado. o envolvimento total A segunda esfera do nosso aprender aaco- lher acruzcomo Maria se realiza neste silêncio aderente àvontade do Senhor de perdoar e salvar. Em geral quando sofremos, pensamos em nós como timas, mesmo que de maneira in- consciente. Recordemo-nos, pois, sem amargura, que a dor e a solidão, bem como a angústia e a morte, compõema condição do homem e participam desta esfera reclamando aquela maturidade es- piritual para erguer o homem da tristeza daquilo que o oprime. É a esperança que não nasce fora de situões de dor, pelo contrário, plenamente dentro. 094

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Intenção Mensal

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Page 1: Aprender a Acolher a Cruz como Maria

INTENÇÃO MENSAL DA MI

APRENDERA ACOLHERACRUZ COMO MARIA

Contemplando a mãe que acolhe o Filho,assumimos para a nossa vida interioruma espécie de acolhida radical da

parte de Maria, a qual nós identificamos nasvárias esferas que a qualificam como experiên-cia única da nossa mãe e mestra, passível de serprolongada em nossa vida de fé.

Escolhendo o Pai e a sua glória (cf. Jo 6,39),a consequência da liberdade de Jesus foi a mortepela redenção dos homens. A acolhida do eventoda cruz por parte de Maria possui um signifi-cado maternal: em consequência da liberdadedo Filho, a mãe está em pé (cf. Jo 19,25-27)como sacrifício de amor, com disponibilidadee nenhuma consolação aparente. Movida pelafé naquele que era sinal de contradição (cf. Lc2,34b-35), começa a acolher e pregustar o signi-ficado completo da cruz de Cristo. Esta deve sera primeira esfera do nosso aprender a acolher acruz como Maria.

A acolhida maternal do sofrimento do Filho,em nosso caso, pode se resumir em aceitar a con-trariedade à nossa vontade e as consequênciasda liberdade de Deus em relação a nós, parti-cipando da nossa vida quotidiana e permitindoaté o inesperado.

o envolvimento totalA segunda esfera do nosso aprender a aco-

lher a cruz como Maria se realiza neste silêncioaderente à vontade do Senhor de perdoar esalvar.

Em geral quando sofremos, pensamos emnós como vítimas, mesmo que de maneira in-consciente.

Recordemo-nos, pois, sem amargura, que ador e a solidão, bem como a angústia e a morte,

compõem a condição do homem e participamdesta esfera reclamando aquela maturidade es-piritual para erguer o homem da tristeza daquiloque o oprime. É a esperança que não nasce forade situações de dor, pelo contrário, plenamentedentro.

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Page 2: Aprender a Acolher a Cruz como Maria

Maria, em sua acolhida radical, assimilou amorte e a palavra do Mestre. Morrer na cruz paralibertar o homem das amarras do mal e proferira palavra de perdão completam o significado doamor de Cristo.

Maria fez de sua condição materna umacondição criativa para servir a paixão do pró-prio Filho; se compadeceu profundamente.Maria acolhe o fato de Cristo que morre, e suamente e coração não permanecem indiferentes àpalavra que reclama somente amor: tenho sede(cf. Jo 19,28). Esta é a terceira esfera do nossoaprender a acolher a cruz como Maria. O tomaqui se eleva, pois nos abrimos ao outro, nossosemelhante.

Maria dilatava o próprio ânimo feminino-materno na misericórdia, e se compadecia com operdão do Filho impetrado ao Pai, enquanto faziamemória das palavras do Mestre ao longo de suamissão. Maria já não sofria somente a morte deseu menino, mas sofria a indiferença dos homensfrente ao "Filho do Altíssimo" (cf. Lc 1,32).

Maria sofria a morte do Filho e escutava:"Pai perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem"(Lc 23,34). Compadecer-se no perdão abremargem ao encontro entre dor e amor, pois osofrimento carece de um sentido que, sendomaior que ele, pode redimi-lo; tal sentido nóso encontramos somente no amor. Compadecer-se com o perdão tem a sua força em quemacolhe, pois este está disposto a perder algo, adescentralizar-se, a pessoa se abre e realiza umaviolência contra o próprio egoísmo, saindo de simesma a fim de deixar-se envolver pelo outro,sem medo ou defesa.

Diante da cruz, aquela do Senhor, O coraçãode quem é "doido", com a fé, adquire uma sen-sibilidade fraterna de modo que o sofrimento setorna gratuito e purificado em favor dos própriosirmãos, amigos e inimigos. Quando o nossosofrimento é pelos outros, é redentor.

Acolher a morte de Cristo convida a "mor-rer" como o grão de trigo caído em terra. Aqueleque, transformado em criatura nova, deseja darde si mesmo ao próximo, se encontra na condi-ção de Cristo com a palavra e a morte.

O olhar não-indiferente de Maria à morte doMestre é o nosso olhar não-indiferente à mortedos nossos irmãos, injustiçados nas estradas domundo.

Estar empé dianteda cruz éforma deacolhera cruz doMestre

Perguntas

1 A acolhidamaternal

de Maria,diante dosofrimentode seu Filho,nos ajuda aenfrentar asnossas dificul-dades? Como?

2 Qualamensa-

gemde fée esperançaque podemoscaptar da cenade Jesus cru-cificado e suamãe aos pésda cruz?

ÁREA DE

FORMAÇÃO

CONSAGRAÇÃO ANOSSA SENHORAVirgem Imaculada. Minha mãe Maria.

Eu renovo, hoje e sempre, a consagraçãode todo o meu ser, para que disponhaisde mim para o bem de todos. Somentepeço que eu possa, minha rainha e mãe

da Igreja, cooperar fielmente com a vossamissão de construir o reino do vosso FilhoJesus, no mundo. Para isso, vos ofereço

minhas orações, sacrifícios e ações.

"Para que acolhamos a cruz de Jesus comosinal de redenção, a teu exemplo, ó Virgem

das Dores, e dos santos mártires"

Ó Maria concebida sem pecado, rogai pornós que recorremos a vós e por todos

quantos não recorrem a vós, especialmentepelos inimigos da santa Igreja e por todos

quantos são a vós recomendados.

Estar em pé diante da cruz é forma de acolhera cruz do Mestre. E este estar em pé tem umadupla validade na acolhida radical de Maria: aprimeira é o significado maternal do sacrifício deamor sem consolação, é gratuidade; a segunda éa compaixão e, como efeito, é partilha da missãodo Filho, somente possível sofrendo junto o per-dão que Ele está oferecendo a cada pessoa comoconsequência máxima da sua escolha radicalpelo ser humano.

Enfim, com o coração que deseja amar oSenhor com generosidade e sem mediocridade,ao estilo, pois, de São Maximiliano Kolbe, pro-curemos neste tempo nos identificar uma vezmais com o sentir e pensar de Cristo Jesus, emcompanhia de Maria Imaculada.

ROBERTO MÁRIo BARBOSAMISSIONÁRIO DA1MACULADA-P ADRE KOLBE

CENTRO INTERNACIONAL DA MIROMA - ITÁLIA

SAIBA MAIS: www.miliciadaimaculda.org.brMILíCIA DA IMACULADAlESPIRITUALII>ADE