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1 Apresentação Aluno Certamente você já leu alguma reportagem, mas às vezes, não se preocupou em observar o seu contexto. Neste módulo, você aprenderá um pouco sobre reportagem, inclusive estudando tempos verbais que podem aparecer nesse tipo de texto. Com isso, fará também a sua reportagem.

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Apresentação

Aluno Certamente você já leu alguma reportagem, mas às vezes, não se preocupou em observar o seu contexto. Neste módulo, você aprenderá um pouco sobre reportagem, inclusive estudando tempos verbais que podem aparecer nesse tipo de texto. Com isso, fará também a sua reportagem.

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Legenda

Exercício [faça no seu caderno]

Produção de texto [escreva no seu caderno]

Conceito [conceito importante que você deve gravar]

Aprenda mais [faça no seu caderno]

Ler é viver [leia e depois responda no seu caderno]

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Esse texto é uma reportagem.

Reportagem é o relato de um acontecimento feito pelo jornalista que esteve no local do fato ou tenha apurado informações relativas a ele.

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Interpretação do texto 1- Por que a exploração de cavernas submersas é um esporte arriscado? 2- O Brasil é um país que possibilita a prática desse esporte? Explique. 3- O que prova que as cavernas se formaram antes de ficarem cheias de água? 4- Você acredita que esse esporte tem condições de ser popular? Explique. 5- Além de ser um esporte, a exploração das cavernas traz contribuições científicas. O que foi encontrado no ano anterior ao da reportagem? Faça um comentário sobre o conteúdo da reportagem. 6- Na reportagem, qual é o sinal de pontuação usado para indicar a fala das pessoas entrevistadas? 7- O título “Mergulho radical” é adequado para o texto? Por quê?

Agora chegou sua vez de ser repórter. Faça uma pequena reportagem sobre um fato de seu conhecimento. Pode ser um fato de sua rua, de seu bairro, de seu grupo de amigos, de seu time, etc.

Como já fizemos com os outros modos verbais, vamos estudar o

modo subjuntivo. Ao empregarmos o subjuntivo, consideramos o fato como incerto, duvidoso ou mesmo irreal. É completamente diferente do indicativo que considera o fato como certo ou real.

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Compare: TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO Presente Afirmo que ela estuda Duvido que ela estude Imperfeito Afirmei que ela estudava Duvido que ela estudasse Veja os dois exemplos abaixo, extraídos da reportagem sobre cavernas submersas: 1- Se tudo isso não bastasse, um movimento brusco das nadadeiras é capaz de levantar do chão uma nuvem de areia. . . 2- Acredita-se que o animal tenha vivido na região há mais de 10.000

anos.

No primeiro exemplo, bastasse está indicando as possibilidades de perigos nas cavernas, os riscos que podem acontecer.

No segundo, tenha vivido indica a incerteza da existência de tal animal naquela região. Pode ter vivido ou não. Os tempos do subjuntivo são: 1- presente indica uma ação possível. Ex.: Espero que você estude bastante para a prova. 2- pretérito imperfeito indica uma ação possível no passado.

Ex.: Se você estudasse, não sofreria tanto. 3- futuro indica uma ação que poderá ocorrer no futuro. Ex.: Se você estudar, conseguirá boas notas.

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O subjuntivo, normalmente, indica que uma ação não realizada é subordinada, dependente de outra. Portanto, quase sempre, a frase vem com mais de uma oração. Ex.: Se vocês jogarem bem, ganharão o campeonato. Observe que ganhar o campeonato só é possível com um jogo bom. Agora você tem o modelo dos verbos conjugados no modo subjuntivo.

FORMAS NOMINAIS

Há ainda três formas que não expressam com exatidão o tempo ou modo em que acontece o fato. São as formas nominais.

1- Infinitivo apresenta o processo verbal em potência, isto é, a idéia de algo que pode acontecer. Ex.: “É preciso sempre recorrer a uma corda para marcar o caminho da saída.” O infinitivo tem a terminação em ar, er, e ir e pode ser flexionado como se vê no quadro da página seguinte. Exemplos: amar (1ª conjugação); vender (2ª conjugação); servir (3ª conjugação).

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2- Gerúndio apresenta o processo verbal em curso, isto é, a idéia de algo acontecendo. Ex.: Nossa secretária não pára um minuto: telefonando, agendando, anotando recados, correndo para lá e para cá. O gerúndio tem a terminação em ando, endo, e indo. 3- Particípio apresenta o resultado do processo verbal, isto é, a idéia de algo concluído. Ex.: “Ali vivem peixes como o cascudo albino e o bagre-cego, adaptados ao ambiente de eterna escuridão”. O particípio tem a terminação em ado e ido. Observação: as formas nominais aparecem freqüentemente nas locuções verbais. Ex.: Eu estou estudando. Eu tinha estudado. Eu vou estudar.

Veja o quadro das formas nominais:

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Calvin – Bill Waterson Cruzeiro do Sul – 24 de agosto 1999.

Leia com atenção os quadrinhos abaixo: 1- Para saber se você entendeu os modos verbais, responda às questões

abaixo sobre a tira de Calvin. a) Identifique dois verbos no gerúndio e dois no infinitivo. b) Chegar, no último quadrinho, parece infinitivo, mas é futuro do

subjuntivo. Copie a frase em que esse tempo aparece e explique o uso nesse texto. 2- No texto “Mergulho radical”, há muitos verbos no infinitivo. Só no primeiro parágrafo há oito. Identifique esses oito e explique o porquê do uso deles pelo autor. 3- Encontre, no texto “Mergulho radical”, dois exemplos de locução verbal com particípio.

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4- Leia o trecho abaixo. O infante! Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te e foste desvendando a espuma. (Fernando Pessoa) Agora identifique em que tempos e modos verbais estão os verbos sublinhados e o que eles indicam. O cabeça ou a cabeça? Observe: Várias gerações das melhores cabeças da técnica da informática foram influenciadas pelo que se costuma chamar filosofia hacking. A pancada foi muito forte e quebrou-lhe a cabeça. A polícia procura o cabeça da rebelião. Cabeça, como substantivo feminino, significa, entre outras coisas, parte do corpo, pessoa muito inteligente.

Cabeça, como substantivo masculino, quer dizer chefe, líder.

Copie as frases, completando-as com a palavra cabeça fazendo a concordância necessária: a) Acho que não sou ______ de nada. b) Ele é _______ do movimento. c) A melhor coisa que você faz é não esquentar ________. d) O acidente não me sai ________. e) O rapaz faz ________ da turma.

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ESCOLA DE BEM-TE-VIS

Muita gente já não acredita que existam pássaros, a não ser em gravuras ou empalhados nos museus o que é perfeitamente natural, dado o novo aspecto da terra, que, em lugar de árvores, produz com mais

abundância blocos de cimento armado. Mas ainda há pássaros, sim. Existem tantos, em redor da minha casa, que até agora não tive (nem creio que venha a ter) tempo de saber seus nomes, conhecer suas cores, entender sua linguagem. Porque evidentemente os pássaros falam. Há muitos, muitos anos, no meu primeiro livro de inglês se lia: “Dizem que o sultão Mamude, entendia a linguagem dos pássaros. . .” Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ciprestes, logo penso no sultão e nessa linguagem que ele entendia. Fico atenta, mas não consigo traduzir nada. No entanto, bem sei que os pássaros estão conversando.

O papagaio e a arara, esses aprendem o que lhes ensinam, e falam como doutores. E há o bem-te-vi, que fala português de nascença, mas infelizmente só diz o seu próprio nome, decerto sem saber que assim se chama.

Anos e anos a fio, os bem-te-vis do meu bairro nascem, crescem, brigam, falam.. . depois deixam de ser ouvidos: não sei se caem nas panelas dos sibaritas, se arranjam emprego, se viajam, se tiram férias, se fazem turismo. Não sei.

Mas, enquanto andam por aqui, são pacientemente instruídos por seus pais ou professores, e parece que, tão cedo começam a voar, já vão para as aulas, ao contrário de muitas crianças que antes de irem para as aulas já estão voando. Os pais e professores desses passarinhos devem ensinar-lhes muitas coisas: a discernir um homem de uma sombra, as sementes e frutas, os pássaros amigos e inimigos, os gatos ah! Principalmente os gatos . . . Mas essa instrução parece que é toda prática e silenciosa, quase sigilosa: uma espécie de iniciação. Quanto a ensino oral, parece que é mesmo só: “Bem-te-vi! Bem-te-vi!”, que uns dizem com voz rouca, outros com voz suave, e os garotinhos ainda meio hesitantes, sem fôlego para três sílabas. Antigamente era assim. Agora, porém, as coisas têm mudado. Certa vez, quando pai ou professor ensinava com a mais pura dicção: “Bem-te-vi!” o aluno, preguiçoso, relapso ou turbulento, respondeu apenas: “Te-vi!” Grande escândalo. Uma pausa, na verde escola aérea “Bem-te-vi! Bem-te-vi!”, tornou o instrutor, com uma animação que se ia tornando furiosa. Mas os maus exemplos são logo seguidos. E a classe toda achou graça naquela falta de respeito, naquela moda nova, naquela invenção maluca e foi um coro de “Te-vi! Te-vi” Te-vi!, que deixou o próprio eco muito desconfiado. Essa revolução durou algum tempo. A passarinhada vadia pulava de leste para oeste a zombar dos mais velhos. “Bem-te-vi!”, diziam estes, severos e puristas, tentando chamá-los à razão. “Te-vi! Te-vi!”, gritavam os outros, galhofeiros, revoltosos, endoidecidos.

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Passou-se o tempo necessário ao aparecimento de uma nova geração. E então foi sensacional! Os passarinhos mais recentes ouviam aquele fraseado clássico dos avós: “Bem-te-vi! Bem-te-vi!” e deviam achar aquilo uma língua morta: o latim e o sânscrito lá deles. Depois, ouviam a abreviatura dos pais: “Te-vi! Te-vi!” Mas acharam muito comprido ainda. (Que trambolho, a família!) E passaram a responder, por muito favor, “Vi! Vi!” Muito mais econômico. Afinal, pelos ares não voam mais anjos e sim aviões a jato . . . “Bem-te-vi!”, exclamam os anciãos, com sua dignidade ofendida. “Te-vi!”, respondem os filhos revoltosos. E os netos, meio chochos: “Vi! Vi!” Quanto aos bisnetos, vamos ver o que acontecerá. Talvez os professores mudem de método. Talvez mude o ministro. Talvez os tempos sejam outros, e a passarinhada volte a ser normal, ou deixe de falar, só de pirraça, ou invente quem sabe? uma expressão genial. E também pode ser que não haja mais bem-te-vis. Meireles, Cecília – Palavras e Idéias, Nicole, José De e Infante, Ulisses – 7ª S

Editora Scipione – p. 204.

Houve entre os bem-te-vis um conflito de gerações? Por quê?

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Gabarito p. 04 Interpretação do texto 1) Porque batidas no teto das grutas podem provocar danos nos tanques de oxigênio. O mergulhador também corre o risco de ficar entalado nas estalactites até o fim do suprimento de ar. 2) Sim, existem cerca de 200 grutas submersas. Resposta pessoal. 3) A prova disso é a presença de estalactites e estalagmites, esculpidas num ambiente seco, onde a água escorre por fendas na rocha e forma depósitos progressivos de calcário. 4) Resposta pessoal. 5) Fóssil de uma preguiça de 6 metros de comprimento numa gruta da Chapada Diamantina. Resposta pessoal. 6) Aspas. 7) Resposta pessoal. p. 04 Agora chegou sua vez de ser repórter. Resposta pessoal. p. 09 gerúndio = 1) a- fazendo, treinando. infinitivo = secar, tornar b- Quando chegar a adolescência você já sai na frente. Existe nessa frase uma idéia de uma ação que poderá ocorrer no futuro. 2) esgueirar, provocar, ficar, recorrer, suportar, levantar, acabar. Os verbos no infinitivo dão a idéia de algo que pode acontecer. 3) ficar entalado foram inundadas 4) fosse, unisse, separasse: pretérito imperfeito do modo subjuntivo – indica uma ação possível no passado. desvendando: gerúndio – apresenta a idéia de algo que está acontecendo. 5) Tivéssemos – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. p. 10

a- o cabeça b- o cabeça c- a cabeça d- da cabeça e- a cabeça

p.12 Resposta pessoal.

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Bibliografia

• O Texto: Da Teoria À Prática – Subsídios à Proposta Curricular para o Ensino de Língua Portuguesa – Ensino Fundamental – Secretaria de Estado da Educação – São Paulo – Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – 2ª ed. – São Paulo – 1998. • Parâmetros Curriculares Nacionais – Português e Apresentação dos Temas Transversais – Ministério da Educação e do Desporto – Secretaria de Educação Fundamental – Brasília – 1997. • Proposta Curricular para o ensino de Língua Portuguesa – Ensino Fundamental – Secretaria de Estado da Educação – São Paulo - Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas - 4ª ed. – São Paulo – 1998. ALMEIDA, Maria Aparecida e FERREIRA, Givan - Falando a Mesma Língua. São Paulo: FTD, 1994. BASSI, Cristina M. e LEITE, Márcia - Leitura e Expressão. Atual Editora, 1992. CARDOSO, Eloisa G. e DONADIO, Miriam G. - Português – Projeto Alternativo. Ed. do Brasil, 1989. CARVALHO, Carmen Silvia C. Torres de; PANACHÃO, Déborah; KUTNIKAS, Sarina Bacellar; SALMASO, Silvia Maria de Almeida - Construindo a escrita: Gramática/ ortografia. São Paulo: Ática, 1997. CARVALHO, Carmen Silvia C. Torres de; PANACHÃO, Déborah; KUTNIKAS, Sarina Bacellar; SALMASO, Silvia Maria de Almeida - Construindo a escrita: Leitura e interpretação de textos. São Paulo: Ática, 1997. COLEÇÃO “PARA GOSTAR DE LER” : Ed. Ática, 1994. CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley - Nova Gramática do Português Contemporâneo. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA DO BRASIL – Rio de Janeiro, 1997. FARACO, Carlos Emílio e MOURA, Francisco Marto de - Gramática Nova. São Paulo: Ática, 1992. FARACO, Carlos Emílio e MOURA, Francisco Marto de - Linguagem Nova. São Paulo: Ática, 1997. FÁVERO, Leonor L. - Coesão e coerência textuais. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1995.

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Equipe de Português • Antonia Gilmara Biazotto de Souza Rodrigues • Aparecida Ferreira Ladeira • Edna Gouvêa • Maria Alice Pacos Coordenação Cheila Fernanda Rodrigues Supervisão Terezinha Hashimoto Bertin Colaboração especial Neide Giamboni Lopes Direção Rita de Cássia Fraga Costa

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