astropt fev2011

10
primeiros olhares dos huma- nos curiosos. Num ano “pré-apocalíptico”, a ciência está, uma vez mais, de parabéns: 165 anos após a sua descoberta, o planeta benjamim perfaz um ano dos seus! Aproveitemos para cele- brar o incrível espírito huma- no, a sua ousadia, os grandes feitos e a ciência a verdadeira. Pedro Cotrim Em ano de “descobertas gran- diosas” (bactérias que sobre- vivem em ambientes tóxicos para os seres humanos, novos planetas, dois sóis no céu), a comemoração de uma desco- berta verdadeira está passar quase despercebida: Neptuno está de parabéns! Aos nossos olhos, completa um ano de vida. Uma órbita completa! O oitavo planeta do Sistema Solar foi “descoberto” em 1846. Foi localizado através do efeito do seu campo graví- tico sobre a órbita de Urano. Subitamente, o Sistema Solar deu um salto de quase 2 000 milhões de quilómetros (mais de dez vezes a distância da Terra ao Sol!!!). A aplicação da metodologia científica aos dados observa- dos e comprovados permiti- ram a notável descoberta. 3 astrónomos em 3 países dife- rentes tentaram perceber em que zona do céu se deveria encontrar o novo membro da distinta família solar. Com extrema paciência e persis- tência (e recorrendo a cálcu- los matemáti- cos comprovados e comple- xos), conseguiram localizar o planeta. Neptuno lá estava, quase no sítio previsto, pacientemente à espera dos Parabéns a você Pai vou para o espaço e já volto Uma actividade que vou fazer na Fábrica Ciência Viva para a malta mais nova. São vários os temas a explorar nos pró- ximos meses. José Matos astroPT magazine Fevereiro 2011 Volume 1, Edição 1 Pontos de interes- se especiais: TychePlaneta gigante nos confins do Sistema Solar Tamanho e mas- sas dos grandes planetas Última missão do Discovery Eu queria ser Astronauta Novas imagens da tempestade de Saturno Matéria exótica no interior das Estre- las de Neutrões Asteróide Vesta Nesta edição: Tyche... 2 Tamanho e massa... 3 Última missão... 4 … Astronauta 6 … Saturno 7 … Estrelas de Neu- trões 8 Vesta... 9

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AstroPT Magazine. Edição de Fevereiro de 2011. Revista mensal da astroPT.org

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Page 1: astroPT Fev2011

primeiros olhares dos huma-

nos curiosos.

Num ano “pré-apocalíptico”, a

ciência está, uma vez mais,

de parabéns: 165 anos após a

sua descoberta, o planeta

benjamim perfaz um ano dos

seus! Aproveitemos para cele-

brar o incrível espírito huma-

no, a sua ousadia, os grandes

feitos e a ciência –

a verdadeira.

Pedro Cotrim

Em ano de “descobertas gran-

diosas” (bactérias que sobre-

vivem em ambientes tóxicos

para os seres humanos, novos

planetas, dois sóis no céu), a

comemoração de uma desco-

berta verdadeira está passar

quase despercebida: Neptuno

está de parabéns! Aos nossos

olhos, completa um ano de

vida. Uma órbita completa!

O oitavo planeta do Sistema

Solar foi “descoberto” em

1846. Foi localizado através

do efeito do seu campo graví-

tico sobre a órbita de Urano.

Subitamente, o Sistema Solar

deu um salto de quase 2 000

milhões de quilómetros (mais

de dez vezes a distância da

Terra ao Sol!!!).

A aplicação da metodologia

científica aos dados observa-

dos e comprovados permiti-

ram a notável descoberta. 3

astrónomos em 3 países dife-

rentes tentaram perceber em

que zona do céu se deveria

encontrar o novo membro da

distinta família solar. Com

extrema paciência e persis-

tência (e recorrendo a cálcu-

los matemáti-

cos comprovados e comple-

xos), conseguiram localizar o

planeta. Neptuno lá estava,

quase no sítio previsto,

pacientemente à espera dos

Parabéns a você

Pai vou para o espaço e já volto

Uma actividade que

vou fazer na Fábrica

Ciência Viva para a

malta mais nova.

São vários os temas

a explorar nos pró-

ximos meses.

José Matos

astroPT magazine

Fevereiro 2011 Volume 1, Edição 1

Pontos de interes-

se especiais:

Tyche—Planeta

gigante nos confins

do Sistema Solar

Tamanho e mas-

sas dos grandes

planetas

Última missão do

Discovery

Eu queria ser

Astronauta

Novas imagens da

tempestade de

Saturno

Matéria exótica no

interior das Estre-

las de Neutrões

Asteróide Vesta

Nesta edição:

Tyche... 2

Tamanho e massa... 3

Última missão... 4

… Astronauta 6

… Saturno 7

… Estrelas de Neu-

trões

8

Vesta... 9

Page 2: astroPT Fev2011

Já temos expos-

to várias descobertas

do telescópio espa-

cial WISE. Ele entre-

tanto

“morreu” (acabou o

seu tempo de vida), e

daí que publiquei este

post a resumir o seu

elevado rendimento

científico.

Ora, como qualquer

telescópio, apesar de

“morto”, o WISE tem

ainda muita informa-

ção por analisar. Está

em computador, mas

os cientistas ainda não

tiveram hipótese de a

analisar em detalhe.

Não se sabe o que

está nessa informa-

ção.

O que acontece nor-

malmente é que não

está nada de

“anormal”, porque as

verdadeiras descober-

tas já foram anuncia-

das com “pompa e cir-

cunstância” pela

NASA. Daí que os

dados, após análise,

normalmente desti-

nam-se a coisas com

relevância para os

cientistas, mas sem

qualquer importância

para o público.

No entanto, numa

entrevista para o jor-

nal Britânico, The

Independent, o pro-

fessor Daniel Whitmi-

re, da Universidade da

Louisiana, decidiu

dizer

que acreditava poder

existir um planeta nos

confins do Sistema

Solar, e que esse pla-

neta pode ter sido

detectado pelo WISE,

mas está nos dados

que ainda não foram

analisados.

Note-se que as pala-

vras principais é que

isto não passa de

uma crença pessoal

do cientista, em que

propõe uma hipótese

(“pode“), e não tem

qualquer evidência

científica para isso

(“dados não analisa-

dos“).

Ou seja, cientifica-

mente falando, vale 0.

Vale tanto como eu

dizer

que acredito que pode

haver um planeta

como a Terra em

redor da estrela Sirius.

Não tenho qualquer

evidência, mas acredi-

to nisso.

Relevância científica =

0.

No entanto, provavel-

mente numa tentativa

de marketing em que

demonstra um péssi-

mo sentido de divulga-

ção/ensino científico,

este professor foi ain-

da mais longe: disse

que o planeta (o tal

que ele não tem qual-

quer evidência!) deve-

ria se chamar Tyche,

será 4 vezes maior

que Júpiter, será com-

posto de hidrogénio e

hélio, terá luas, anéis,

e uma atmosfera com

nuvens e tempestades

(!!!), terá uma tempe-

ratura de -73ºC, e

estará 15.000 vezes

mais afastado do Sol

que a Terra (375

vezes mais afastado

que Plutão) – o que

corresponde à zona da

Nuvem de Oort.

Além desta imagina-

ção puramente espe-

culativa, baseada em

crenças pessoais e

sem qualquer validade

científica, o certo é

que a “teoria” dele

também

tem problemas de

matemática.

Mas em termos cientí-

ficos, vejo outros pro-

blemas:

- a Nuvem de

Oort está 50.000

vezes mais afastada

do Sol que a Terra,

logo, ao contrário do

que ele diz, o planeta

ainda estaria muito

longe da Nuvem de

Oort.

- o planeta não pode

Tyche—Planeta gigante nos

confins do Sistema Solar

Página 2

“Nuvem de Oort”

Créditos: NASA / JPL

“Isto não passa de

uma crença pessoal

do cientista, em que

propõe uma

hipótese, e não tem

qualquer evidência

científica para isso”.

ser 4 vezes maior

que Júpiter. A razão é

simples: com mais de

3 vezes a massa de

Júpiter, os planetas

contraem-se e ficam

mais pequenos. Será

que um erro tão bási-

co, que se aprende

em Introdução à

Astronomia para não-

cientistas, foi dado

por este investiga-

dor? Não. Ao ler-se a

notícia original vê-se

que ele disse 4 vezes

a massa de Júpiter.

Os jornalistas poste-

Fevereiro 2011

Page 3: astroPT Fev2011

Tamanhos e massas dos grandes planetas

Como se vê na imagem

acima, objectos maio-

res e mais massivos

que Júpiter, tornam-se

anãs castanhas.

Um objecto que tenha

pelo menos 13 vezes

mais que a massa de

Júpiter tornar-se-à

uma anã castanha.

Os planetas gigantes

que se têm encontrado

em órbita de outras

estrelas, não

são muito maiores que

Júpiter.

O que se passa é que

objectos que atinjam 3

massas de Júpiter,

começam a contrair-se

(aliás, Júpiter também

está em contracção), o

que os torna mais

pequenos!

Alguns desses exoplane-

tas têm é massas muito

superiores a Júpiter (4,

5, 8,…). Mas isso não

quer dizer que sejam

maiores; pelo contrário,

o seu tamanho será

inferior ao de Júpiter.

Carlos Oliveira

Devido ao meu post

anterior, decidi colo-

car esta imagem que

especifica o tamanho

dos grandes planetas.

Muita gente, incluindo

jornalistas, não enten-

dem a diferença entre

massa e tamanho,

mas as diferenças são

enormes!

Um Buraco Negro, por

exemplo, tem uma

enorme massa e um

pequeno tamanho –

poderá ter somente 10

kms de diâmetro e

uma massa equivalen-

te a 10 sóis!

Já a Terra tem uma

massa diminuta, mas

é maior que um bura-

co negro.

Página 3

Volume 1, Edição 1

Créditos: space.com

“Objectos

maiores e mais

massivos que

Júpiter, tornam-

se anãs

castanhas.”

Créditos: nasa.gov

riores é que não sabem ler

(incluindo os da TV, que já

vi na CNN e MSNBC), e

dizem erradamente 4

vezes o tamanho de Júpi-

ter.

Ou seja, aos erros do cien-

tista ainda se juntam os

erros dos jornalistas.

Conclusão: notícia mais

disparatada era difícil

haver esta semana!

Carlos Oliveira

Page 4: astroPT Fev2011

O vaivém espacial OV-

103 Discovery partiu para a

sua 39ª e última missão

espacial com uma tripula-

ção constituída por seis

astronautas, todos vetera-

nos de anteriores missões

com o vaivém espacial. A

sua missão? Transportar o

último módulo norte-

americano para a ISS,

além de peças suplentes e

mantimentos.

O lançamento do Disco-

very teve lugar às 2153UTC

do dia 24 de Fevereiro de

2011 a partir do Complexo

de Lançamento LC-39A.

A tripulação do Discovery é

composta pelos astronau-

tas Steven Wayne Lindsey,

Comandante que realiza a

sua 5ª missão espacial;

Eric Allan Boe, Piloto na sua

2ª missão espacial, e pelos

Especialistas de Missão

Timothy Lennart Kopra, na

sua 2ª missão espacial;

Benjamin Alvin Drew, Jr.,

na sua 2ª missão espacial;

Michael Reed Barratt, na

sua 2ª missão espacial; e

Nicole Marie Passanno

Stott, na sua 2ª missão

espacial.

Quando a missão do Disco-

very foi originalmente pla-

neada, e tendo em conta o

plano inicial da Administra-

ção Bush, o voo do Disco-

very seria o último do pro-

grama. No entanto, e com

a revisão dos planos da

NASA, esta tornou-se numa

importante missão logística

à qual foram adicionadas

duas actividades extraveí-

culares que serão levadas a

cabo por Timothy L. Kopra

e B. Alvin Drew.

Esta missão transporta o

PMM Leonardo (Permanent

Multi-purpose Module) que

foi originalmente construído

para servir de contentor de

carga de e para a ISS,

estando temporariamente

acoplado à estação e trazi-

do de volta para a Terra no

final da cada missão. Com

o final dos voos dos vai-

véns espaciais, a NASA

decidiu levar a caboalgu-

mas modificações no

módulo aumentando a sua

protecção contra os detri-

tos orbitais e criando um

melhor sistema de ilumina-

ção, ventilação e de forne-

cimento de energia, trans-

formando-o num módulo

permanente. O Leonardo

tem um comprimento de

6,4 metros, um diâmetro

de 4,6 metros, 9.897 kg de

pesso, incluindo 2.557 kg

de equipamentos e manti-

mentos. Mais 711 kg de

carga encontram-se no

porão de carga do Disco-

very.

Entre o equipamento que é

transportado para a ISS

encontra-se um módulo de

experiências, um controla-

dor de temperatura para o

sistema de controlo de

temperatura e de húmida-

de, uma bomba suplente

para o sistema de arrefeci-

mento interno da ISS, um

grande ventilador, um tan-

que de armazenamento de

água processada, um tan-

que de águas residuais e

um robot experimental

designado Robonaut 2.

O Robonaut 2 tem um peso

de 136 kg e tem uma for-

ma humanóide, sendo ope-

rado de forma remota des-

de o solo. A sua altura é de

1,2 metros e a sua largura

máxima (entre ombros) é

de 0,9 metros. O Robonaut

2 é uma experiência para

demonstrar as tecnologias

que no futuro poderão ser

um auxiliar importante

para os astronautas em

órbita.

O Discovery também trans-

porta no seu porão de car-

ga uma plataforma de

armazenamento externa

com uma massa de 3.700

kg que transporta um con-

junto de radiadores arma-

zenados que servirão de

suplentes caso surja algum

problema com o sistema de

arrefecimento externo da

ISS. A estação espacial

possuí dois sistemas de

arrefecimento independen-

tes no qual circula amonía-

co através de grandes

radiadores para dissipar o

calor gerado pelos sistemas

electrónicos da ISS. Os

novos painéis suplentes

têm um peso de 1.123 kg e

estão montados num siste-

ma de suporte experior

denominado ELC-4. Os

astronautas Timothy Kopra

e Nicole Stott irão operar o

Canadarm2 para retirar o

ELC-2 do porão de carga do

Discovery algumas horas

após a acoplagem. O ELC-2

será entregue a Eric Boe

que estará a operar o

Canadarm do Discovery. O

Canadram2 será então

reposicionado e agarrará

de novo o ELC-2 que será

Última missão do Discovery

Página 4

Tripulação do último voo

do Discovery, missão

STS133. Crédito: NASA

Robonaut 2—Crédito: NASA

“O Robonaut 2 é

uma experiência

para demonstrar as

tecnologias que no

futuro poderão ser

um auxiliar

importante para os

astronautas em

órbita.”

Fevereiro 2011

Page 5: astroPT Fev2011

colocado no lado direito da

estrutura de fornecimento

de energia da ISS. No dia

seguinte Michael Barratt e

Nocole Stott usarão o

Canadarm2 para retirar o

mastro de inspecção do

escudo térmico do vaivém

do porão de carga do Fisco-

very antes de o entregar ao

Canadarm onde permane-

cerá para uma utilização

futura durante a missão.

Entretanto, no interior da

ISS os astronautas irão

iniciar os trabalhos de

reparação de um dos siste-

mas de remoção de dióxido

de carbono da secção norte

-americana da ISS.

Timothy Kopra e Allan

Drew irão terminar o dia

entrando no módulo Quest

onde passarão a noite a

uma pressão reduzida de

10,2 psi. Isto é levado a

cabo para auxiliar na purga

de azoto da corrente san-

guínea dos dois homens

antes da realização das

actividades extraveículares

que utilizam os fatos espa-

ciais da NASA com uma

pressão de 5 psi.

A primeira acrividade

extraveícular, ou passeio

espacial, da missão terá

como objectivo a instalação

de um cabo com um com-

primento de 3 metros entre

o Quest e o módulo Har-

mony, passando pelo exte-

rior do módulo Unity. Este

cabo eléctrico, que poderá

ser necessário no futuro

caso o Harmony tenha de

ser separado para repara-

ções, não pode ser instala-

do após a acoplagem do

módulo PMM Leonardo no

porto de fixação do módulo

Unity voltado para a Terra.

Após a instalação do cabo

eléctrico, os dois astronau-

tas irão recolher um módu-

lo de bombagem de amo-

níaco que está avariado e

que foi deixado num local

de armazenamento tempo-

rario no sistema móvel do

Canadarm2 no mês de

Agosto de 2010. Após colo-

carem o módulo numa pla-

taforma de armazenamen-

to, Drew irá instalar uma

conduta de ventilação que

será utilizada na segunda

actividade extraveícular

para «despejar» 4,5 kg de

amoníaco residual.

Após estes dois trabalhos,

os dois astronautas deve-

rão levar a cabo uma série

de trabalhos no exterior

ajustando uma placa de

isolamento na parte supe-

rior da estrutura Z1, fixan-

do um poste de ferramen-

tas e movendo uma câmara

para não interferir com o

ELC-4. Mesmo antes de

terminar a saída para o

espaço os dois homens irão

abrir um contentor japonês

para o «encher» com o

vácuo espacial num projec-

to denominado “Mensagem

numa Garrafa”.

No dia seguinte, Kopra e

Barratt irão operar o Cana-

darm2 desde a Cupola para

retirar o PMM do porão de

carga do Discovery e aco-

pla-lo no módulo Unity. Na

tarde desse dia será levada

a cabo uma inspecção do

escudo térmico do vaivém

espacial caso sejam regis-

tados problemas durante o

dia do lançamento ou

durante a aproximação à

ISS. No final desse dia

Kopra e Drew voltarão a

dormir no módulo Quest.

A segunda actividade

extraveícular tem como

objectivo proceder-se à

descarga do amoníaco resi-

dual que se encontra no

módulo de bombagem ava-

riado, proceder à recolha

de uma experiência euro-

peia que se encontra no

exterior do móduo Colum-

bus, proceder à instalação

de protecções em lentes de

câmaras exteriores que

possam ser contaminadas

por veículos de carga em

aproximação e resolver

problemas com instrumen-

tação montada no exterior

e que possa ser necessária

em futuras reparações ou

substituições.

No interior da ISS os astro-

nautas irão finalizar os tra-

balhos no vestíbulo entre o

Unity e o PMM, abrindo a

escotilha e entrando no

novo módulo. Nos dois dias

seguintes os astronautas

terão alguns tempos livres, Página 5

Volume 1, Edição 1

Discovery launch—Crédito:

Spaceflightnow.com

participando em entrevistas e

na conferência de imprensa

conjunta. No final do nono dia

de voo os astronautas do Dis-

covery regressam ao vaivém e

irão proceder ao encerramen-

to das escotilhas, preparando

assim o último regresso à Ter-

ra do Discovery.

Não havendo problemas, o

12º dia será o último dia da

missão com o regresso ao

Centro Espacial Kennedy.

Rui Barbosa

PU

B

Page 6: astroPT Fev2011

Quantos de nós não gos-

taríamos de ser astro-

nautas (como diz a músi-

ca do Tim).

“Um astronauta (em

Inglês: astronaut)

ou cosmonauta (em

Russo: космонавт,

pron.: [kəsmɐˈnaft]) são

pessoas treinadas para

umaviagem espacial,

seja para comandar,

pilotar, servir como

membro da tripulaçãode

uma nave espacial ou

desempenhan-

do atividades extraveicu-

lares.

Tecnicamente considera-

se astronauta todo aque-

le que empreenda vôo

sub-orbital (vôo balístico,

sem entrar em órbita) ou

orbital de no mínimo

100 km de altitude

(considerado o limite

externo da atmosfera).”

in Wikipedia

O primeiro homem a

atingir o espaço foi o

russo Iuri Gagarin, lança-

do no dia 12 de abril

de 1961, a bordo

da Vostok I.

Alan Shepard foi o pri-

meiro americano e a

segunda pessoa a viajar

no espaço, em 5 de maio

de1961.

A primeira mulher ameri-

cana no espaço foi Sally

Ride, no dia 18 de Junho

de1983, a bordo

da Challenger.

A primeira missão para a

órbita da lua foi a Apollo

8, que incluiu William

Anders, nascido em Hong

Kong e naturalizado nor-

te-americano, em

1968. Em15 de Outubro

de 2003, o primeiro

astronauta chinês

foi Yang Liwei.

O checoslovaco Vladimir

Remek tornou-se o pri-

meiro europeu no domí-

nio espacial soviético em

1978, pelo foguete russo

Soyuz. Em 1980,

o cubano Arnaldo Tamay

o Méndez tornou-se a

primeira pessoa descen-

dente de africanos a voar

no espaço (o primeiro

africano no espaço

foi Patrick Baudry, em

1985). Abdul Ahad Moh-

mand tornou-se o pri-

meiro afegão a partir

fora da terra, foi lançado

a bordo da Soyuz TM-6 e

regressou à Terra a bor-

do da Soyuz TM-5, após

um regresso bem atribu-

lado, em 1988. Todos

eles, através

do Programa Intercos-

mos, da União Soviética.

Valentina Vladimirovna

Tereshkova foi a primeira

cosmonauta da história e

a primeira mulher a ir ao

espaço, em 16 de Junho

de 1963 a bordo da Vos-

tok 6.

O primeiro lusófono a

partir para uma tripula-

ção espacial foi

o brasileiro Marcos Pon-

tes, a bordo da “Missão

Centenário”, em 30 de

março de 2006, rumo

à Estação Espacial Inter-

nacional (ISS).

José Gonçalves

Eu queria ser astronauta

Página 6

Crédito: Satyam Malhotra

Crédito: NASA

“O Robonaut 2 é

uma experiência

para demonstrar as

tecnologias que no

futuro poderão ser

um auxiliar

importante para os

astronautas em

órbita.”

Fevereiro 2011

Page 7: astroPT Fev2011

Página 7

Volume 1, Edição 1

Na semana passada, a

sonda Cassini dedicou

toda a sua atenção a

Saturno e às nuvens

que se agitam na sua

violenta atmosfera.

Apesar de ter centrado

as suas câmaras nas

latitudes mais a sul do

hemisfério norte,

aCassini conseguiu

recolher magníficos

detalhes da cauda da

grande tempestade

que se encontra em

actividade desde

Dezembro passado.

A estrutura principal

da tempestade foi

fotografada à poucas

horas, pelo que deve-

rão estar disponíveis

hoje ou amanhã

no site da mis-

são novos pormenores

deste impressionante

fenómeno. Fiquem a

aguardar por mais

novidades!

Sérgio Paulino

Novas Imagens da Tempestade de Saturno

O planeta Saturno e a sua tempestade vistos pela Cassini a uma distância aproxima-da de 2,164 milhões de quilómetros. Composição em cores naturais obtida pela com-binação de 3 imagens captadas a 25 de Fevereiro de 2011 pela câmara de grande angular, através de filtros para o vermelho (648 nm), o verde (567 nm) e o azul

(460 nm). Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

Estrutura intrincada das nuvens que marcam a fronteira entre a cauda da grande tempestade e as regiões mais calmas a sul. Mosaico composto por 7 imagens capta-das a 24 de Fevereiro de 2011 pela câmara de ângulo fechado da sonda Cassini, através de um filtro para o infravermelho próximo, banda média de absorção do

metano (727 nm). Reparem como o rápido movimento das nuvens dificultou o per-feito alinhamento das imagens no mosaico. Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/Sérgio Paulino. P

UB

Page 8: astroPT Fev2011

Duas equipas independen-

tes de cientistas, analisan-

do observações da estrela

de neutrões no centro do

remanescente de superno-

va Cassiopeia A, realizadas

com o telescópio espacial

Chandra, encontraram pro-

vas irrefutáveis de que a

matéria no interior da dita

estrela é um superfluído.

Cassiopeia A é o que resta

de uma estrela que explo-

diu há cerca de 11 mil anos

e cuja explosão poderá ter

sido vista brevemente por

volta do ano de 1680. É a

mais intensa fonte de rádio

fora do sistema solar e foi

descoberta em 1947 pelos

primeiros pioneiros da

radioastronomia. Em 1999,

as primeiras observações

realizadas em raios X com

o Chandra revelaram um

ponto luminoso aproxima-

damente no centro do

remanescente que estudos

posteriores demonstraram

ser uma estrela de neu-

trões. Desde então este

objecto tem sido observado

com regularidade.

Agora, as duas equipas

referidas em epígrafe anali-

saram as observações da

estrela de neutrões e con-

cluíram que a sua tempera-

tura diminuiu 4% ao longo

de 10 anos. Este ritmo de

arrefecimento é prodigioso

e só é possível, argumen-

tam os cientistas, se a

matéria no interior da

estrela se encontrar num

estado muito particular

designado de superfluído.

Num tal fluído a viscosida-

de (a sua resistência ao

movimento) desaparece e a

sua capacidade de transfe-

rir calor é virtualmente

ilimitada. Nos laboratórios

terrestres, este estado da

matéria é obtido regra

geral arrefecendo materiais

(e.g. Hélio) até temperatu-

ras muito próximas do zero

absoluto (-273.15 Celsius).

Na estrela de neutrões no

centro da Cassiopeia A o

cenário não podia ser mais

distinto: os modelos teóri-

cos são capazes de explicar

o arrefecimento observado

se a temperatura no inte-

Matéria Exótica no Interior das Estrelas de Neutrões

Página 8

Crédito: NASA

Fevereiro 2011

rior da estrela de neutrões se

situar entre os 1000 e os 1500

milhões de Kelvin.

Por outro lado, as camadas

mais exteriores de uma estre-

la de neutrões são constituí-

das por uma crosta sólida

extremamente rígida e lisa,

formada por iões, núcleos

atómicos e partículas elemen-

tares como o electrão. Calcula

-se que, devido ao poderoso

campo gravitacional, as maio-

res elevações desta superfície

não ultrapassam os 5mm. Os

ajustes ocasionais na estrutu-

ra interna da estrela provo-

cam rupturas nesta crosta,

verdadeiros sismos estelares,

que libertam uma quantidade

prodigiosa de energia e provo-

cam o abrandamento da rota-

ção da estrela. Este fenóme-

no, observado em pulsares, é

designado de glitch.

Luís Lopes

Crédito: science.psu.edu

Page 9: astroPT Fev2011

Página 9

Volume 1, Edição 1

O recente sucesso do flyby da sonda Stardust pelo

cometa Temple I e as ima-gens espectaculares que

produziu despertaram a minha curiosidade relativa-

mente a uma outra sonda,

a Dawn, que se aproxima rapidamente doasteróide

Vesta, em torno do qual entrará em órbita em

Julho. Depois de um ano a estudar o dito asteróide, a

sonda sairá da sua órbita rumo ao asteróide Ceres,

onde chegará em 2015.

Tendo em conta os aconte-

cimentos de Julho próximo,

O melhor de Vesta… está para vir

os quais certamente revolu-cionarão o nosso conheci-

mento de Vesta, procurei na Internet as melhores ima-

gens que temos actualmente do asteróide e encontrei o

seguinte vídeo criado a partir de 146 imagens obtidas com

a nova camara do Hubble, a

Wide Field Planetary Camera 3 (WFP3), entre 25 e 28 de

Fevereiro de 2010.

As imagens foram obtidas na região azul e ultravioleta do

espectro, pelo que as cores

aqui apresentadas não são reais. É clara a forma achata-

da do asteróide e imenso o detalhe na superfície mesmo

abaixo do limite de resolução. Apesar de Vesta não ter sido

classificado como um planeta anão devido à sua forma irre-

gular, muitos cientistas pla-netários crêem que Vesta

deverá ter sido aproximada-mente esférico num passado

distante. Há cerca de mil milhões de anos, um grande

impacto criou uma enorme

cratera visível na região polar, expondo o manto e

deformando de forma irrever-sível o asteróide. Alguns dos

fragmentos dessa colisão foram aparentemente ejecta-

dos da cintura de asteróides e acabaram por cair na Terra.

Pensa-se que estes meteori-

tos, designados de “Howardite-Eucrite-

Diogenite“, são originários de Vesta devido à sua caracte-

rística assinatura espectral e

propriedades físicas.

Podem ver um comentário

a este vídeo e mais ima-

gens neste post da Emily

Lakdawalla no blog da Pla-

netary Society.

Luís Lopes

PU

B

Este espaço

pode ser seu!

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Page 10: astroPT Fev2011

Endereço da actividade

Linha de endereço 2

Linha de endereço 3

Linha de endereço 4

Tel: 219-235-401

Fax: 219-235-401

Correio electrónico: [email protected]

astroPT magazine

telescópio (ou mais do que um), auto-

móvel e tenda (caso exista); estamos

a arranjar as infra-estruturas básicas

habituais nestes casos.

Sitio das observações. Vai ser dividido

em talhões para colocar o equipamen-

to.

Por outro lado, julgamos que este

Astroconvivo será um ótimo meio para

conhecer ou reencontrar muitos ami-

gos ligados as “lides astronómicas” ,

provenientes de todo o pais e para

um intenso intercâmbio de informa-

ção sobre astronomia num ambiente

informal e “familiar”.

A inscrição neste Astroconvivio é gra-

tuita, de qualquer modo é conveniente que os potencialmente interessa-

dos em comparecer efetuem uma pré-inscrição através do e-

mail [email protected] para ter-mos uma noção do numero de partici-

pantes, com alguma antecedência.

Este texto constitui o convite formal

para participarem activamente no 1º

Astroconvívio do Núcleo de Astrono-

mia de Viseu (um mero grupo informal

de adeptos da Astronomia), que

decorrerá no dia 28 de Maio de 2011

(Sábado), no Parque de Vale de Cava-

los (freguesia de Côta – Viseu) a partir

das 14 horas e prolongando-se até as

tantas …

O local escolhido para este evento é

simplesmente fantástico do ponto de

vista astronómico e paisagístico (como

poderão confirmar “in loco” …), Coor-

denadas GPS:

40°49’14.73″N 7°47’43.07″O

Este Astroconvivio destina-se princi-

palmente a pessoas que possuam

equipamento astronómico, pois haverá

locais previamente reservados para

cada participante colocar o respectivo

Este Astroconvivio não terá, neste 1º

ano, palestras formais mas apenas a

componente observacional (diurna e

noturna) e os participantes e as suas

famílias estão convidados a desfrutar

de todo o parque Vale dos Cavalos,

que na primavera tem uma natureza

(cores) maravilhosa, enquanto espe-

ram pelo cair da noite.

Paulo Almeida

1º AstroConvívio N.A.V. (Vale de Cavalos)

ESTAMOS NA WEB!

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Curiosidades José Gonçalves PUB

astroPT magazine, revista mensal da astroPT

Textos dos autores, Design: José Gonçalves

Stats—O brigado a todos os que visitam ou colaboram no astroPT, no

mês de Fevereiro foi ultrapassada as 100000 visualizações

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