astropt set2011

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astroPT magazine Setembro 2011 Volume 1, Edição 9 Elenin desaparece. Terra continua Neutrino: Apanha-me se puderes, fotão! Fragmentos do UARS cai no Pacífico

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AstroPT Magazine. Edição de setembro de 2011. Publicação mensal com os posts relevantes do sítio astropt.org Não perca neste número: Regresso às aulas; Planeta com duas estrelas; A queda de satélites; Neutrinos velozes.

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Page 1: astroPT Set2011

astroPT magazine

Setembro 2011 Volume 1, Edição 9

Elenin desaparece. Terra continua

Neutrino: Apanha-me se puderes, fotão!

Fragmentos do UARS cai no Pacífico

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A NASA acabou de criar uma ferramenta excelente. Chama-se “Eyes on the Solar System” e permite viajar pelo sistema solar sem sair da frente do computa-dor.

Cliquem aqui.

*E podem ver os vídeos no blog ou no nosso canal no YouTube.]

Carlos Oliveira

N.R.: Aproveitem esta ferramenta nas vossas aulas, especialmente no 7º ano, na Unidade “Nós e o Universo”, para despertar o interesse dos alu-nos na disciplina de Ciências Físico—Químicas.

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Setembro 2011 EDUCAÇÃO

Olhos no Sistema Olhos no Sistema

SolarSolar

Page 3: astroPT Set2011

Página 3

Volume 1, Edição 9

E screvi este artigo com 40 tecnologias que utilizamos constantemente e que foram

desenvolvidas ou melhoradas devido à

exploração espacial.

Vejam cerca de 50 exemplos: - telemóveis que precisam dos satélites. - melhores previsões meteorológicas após ima-gens de satélite. - GPS – Sistema de Posicionamento Global. - satélites permitem uma melhor gestão dos recursos naturais. - satélites salvam vidas, ao encontrar pessoas em perigo em zonas de desastres naturais. - observação das mudanças climáticas. - conhecimento do Buraco do Ozono - conhecimento de várias características natu-rais da Terra - maior rapidez na descoberta de coágulos san-guíneos (que provocam tromboses) de modo a salvar vidas. - tecnologia de imagem utilizada por satélites para monitorizar sistemas na Terra é agora utili-zada em hospitais para detectar doenças, tal como máquinas MRI e TAC. - tecnologia para montar carros. - óculos de sol com maior resistência aos riscos e que protegem mais eficazmente dos raios ultravioletas.

- novas ligas metálicas (mais fortes que o titânio e bastante maleáveis) para equipamentos médicos e desportivos. - desenvolvimento de técnicas de controlo de tráfego aéreo. - novos sistemas de leitura de códigos de barras. - desenvolvimento de software para detectar terra-motos - criação de medicamentos mais puros no espaço. - criação de mais e melhores alimentos em ambientes de micro-gravidade. - desenvolvimento de materiais para salvamento em acidentes de automóveis. - sinais de emergência e de “Saída” em grande parte dos edifícios públicos. - mecanismos utilizados para fazer crescer plantas no espaço são hoje utili-zados para combater o cancro, diminuir dores crónicas (como artrite e espasmos musculares), e aumentar a circula-ção sanguínea. - componentes de satélites são hoje uti-lizados em dispositi-vos para inserir insuli-na no corpo.

Vantagens da Vantagens da

Exploração Espacial Exploração Espacial

EDUCAÇÃO

PUB

AstroPT

alojado por: Grifin

http://www.grifin.pt/

A exploração espacial levou a incríveis avanços no conhecimento científico e a numero-sas aplicações práticas na nossa vida diária. O impacto da NASA na nossa vida diária é estrondoso! A exploração espacial contribuiu decisivamente para o progresso da ciência e da tecnologia que utilizamos no dia-a-dia.

Page 4: astroPT Set2011

- melhorias em aplicações utilizadas em casa como termómetros de infravermelhos. - melhorias no isolamento térmico. - roupa que regula a temperatura corporal. - desenvolvimento da fotografia digital. - material utilizado pela NASA para navegação e detecção de mísseis serve hoje para aparelhos de dentes transparentes. - ajuda nas operações de socorro, busca, e rega-te, após desastres naturais. - sistemas de tratamento e purificação de água mais eficientes - desenvolvimento de programação automática nas cozinhas. - material que aumenta a tracção diminuindo aci-dentes em estradas, passeios, e campos de jogos. - tecnologia para controlar a pressão do ar durante o mergulho e ao fazer montanhismo. - lubrificantes mais eficientes utilizados em auto-móveis, e em produtos caseiros e desportivos. - raquetes de ténis e skis mais eficientes. - etc.

As missões Apollo em particular levaram a várias

aplicações na nossa vida diária:

- fornos micro-ondas desenvolvidos para os astronautas.

- sapatilhas (da Nike, Adidas, etc) que utilizam

materiais que foram desenvolvidos para os fatos espaciais americanos e que reduzem a fadiga,

absorvem o impacto no solo, promovem a estabi-

lidade, e são bastante flexíveis. - estruturas (tal como o tecto de estádios de

futebol) que utilizam materiais desenvolvidos

para os fatos dos astronautas das missões Apollo. - lasers na medicina que vieram de um desenvol-

vimento para a medicina espacial.

- desenvolvimento de melhor equipamento car-díaco.

- computadores com menor massa, menor volu-

me, menor peso, maior mobilidade, maior capa-cidade, maior rapidez de processamento, e um

consumo mais eficaz foram desenvolvidos pela

NASA para as missões Apollo.

- sistemas de reciclagem de ar e água que deram origem a máquinas de diálise.

- ajuda no desenvolvimento de circuitos

integrados (que levaram ao microchip exis-tente nos computadores) com o objectivo

de levar os astronautas à Lua.

- as placas térmicas no módulo de comando das Missões Apollo permitiram criar mate-

riais que retardam e resistem ao fogo e que

são hoje instalados nas nossas casas e auto-móveis.

- pneus mais eficientes nos automóveis

actuais a partir dos carros lunares. - o software utilizado nas cápsulas espaciais é um

percursor das máquinas Multibanco existentes nas

lojas - os fatos utilizados pelos astronautas tinham com-

ponentes que hoje são utilizados nos fatos dos

bombeiros e de pilotos de carros de corrida (F1, NASCAR, Rali, e Todo-terreno) para proteger do

fogo, para reduzir a fadiga, e para aumentar a

mobilidade. - os métodos de esterilização das sondas e cápsulas

espaciais permitem agora detectar terrorismo bio-

lógico (por exemplo, detectam antrax). - a “comida de astronauta” levou ao desenvolvi-

mento de ingredientes nutricionais que são hoje

utilizados em produtos alimentares para bebés e crianças.

- desenvolvimento de máquinas de exercício físico

no espaço que são actualmente utilizadas em clíni-cas de reabilitação física.

- etc. Vejam aqui mais alguns exemplos de tecnologias do nosso dia-a-dia, que foram desenvolvidos para as missões Apollo.

Como diz a Visão História nº 5, na página 40:

“Muitos objectos que hoje são de uso corrente nas-

ceram das necessidades do programa espacial. A vida na Terra estaria bem menos facilitada se não

fosse tão complicada a sobrevivência lá em cima.

As rigorosas condições que enfrentavam os astro-

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Setembro 2011 EDUCAÇÃO

Page 5: astroPT Set2011

nautas da missão Apollo obrigaram ao desenvolvimento de equipamentos sofistica-

dos e inovadores. Ainda hoje, a exploração

espacial continua a ser um dos principais motores de inovação tecnológica.”

E não esquecer que a exploração espacial também contribuiu para o avanço natural no

conhecimento humano!

E para a exploração e curiosidade, que são caracteristicas que nos fazem humanos! Convido-vos a ler este artigo da Nancy Atkin-

son sobre quanto do espaço está ligado aos Jogos Olímpicos de Beijing: - sapatilhas. - fatos de natação (o LZR). - melhorias no Google Earth da área de Beijing. - etc.

Este site tem mais alguns exemplos sobre as Vanta-gens da Exploração Espacial no dia-a-dia.

Nesta página, vêem mais 8 tecnologias derivadas da exploração espacial.

Nesta página têm os spinoff da NASA.

Este site tem mais 13 exemplos: - detector de fumo. - a ferramenta eléctrica Black & Decker. - fato de natação. - aparelho dentário. - óculos de esqui. - termómetro. - canetas espaciais. - botas e luvas térmi-cas. - cameras de filmar por-táteis. - computadores peque-nos e calculadoras de bolso. - cartões Multibanco. - melhores guitarras. - aperfeiçoamento de perfumes.

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Volume 1, Edição 9

O site da NASA tem centenas de exemplos do quanto daquilo que temos em casa e na nossa cidade foi desenvolvido com base em descober-tas espaciais ou com o objectivo de ir ao espaço. Para quem diz que a exploração espacial é um desperdício de tempo e dinheiro, a resposta está no NASA@Home eNASA City. O impacto na nossa vida diária é estrondoso! Visitem o site, clicando aqui.

Leiam também estes artigos em inglês: NASA Library, essay, spinoffs, spaceplace.

Mesmo a série de ficção científica espacial Star Trek, ajudou a desenvolver várias tecnologias de ponta que utilizamos actualmente, como podem ler, clicando aqui.

E isto é só uma pequena parte de todas as vanta-

gens possíveis com a exploração espacial!

Mas ainda há quem não perceba essas vanta-gens, e só olhe para o umbigo terrestre… Carlos Oliveira [N.R.: Recomenda-se que visite o sítio da NASA sobre tecnologia desenvolvida pela NASA e que está presente nas nossas casas e cidades: NASA @ HOME AND CITY]

EDUCAÇÃO

Page 6: astroPT Set2011

Construir um Sistema Solar

Agora que vai iniciar-se um novo ano lectivo, e depois de viajarmos pelo Sistema Solar, fica aqui um pro-grama de simulação criado pela National Geographic.

Vejam o vídeo sobre as principais funções aqui.

Dois pontos que não aparecem no vídeo:

1) para afastar ou aproximar o planeta da estrela, clique com o botão esquerdo sobre o planeta e arraste;

2) para imprimir velocidade ao planeta, clique numa espécie de seta que está ao pé do planeta e arraste. Vamos lá ver quem consegue um Sistema Solar. José Gonçalves

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Setembro 2011 EDUCAÇÃO

Page 7: astroPT Set2011

Lua é mais jovem Lua é mais jovem

do que se pensava do que se pensava

Lua timeLua time--lapse lapse

Pensa-se que a Lua tem 4,57 mil milhões de

anos, e que se solidificou rapidamente (em

poucos milhões de anos). Mas uma análise mais completa às rochas

lunares mostrou que se cristalizaram à 4,36 mil

milhões de anos. Isto faz com que a superfície lunar pode ser

200 milhões de anos mais nova. Leiam aqui, aqui, e aqui. Carlos Oliveira

A New Scientist publicou recentemente um vídeo sobre o aspecto da Lua durante alguns meses de 2011. Criado por uma equipe de visualização científica do estúdio do Goddard Space Flight Center, é a primeira vez que se

obtém uma simulação de computador reprodu-zindo a lua em alta resolução. O vídeo foi criado recorrendo às imagens captadas pela Lunar Orbi-ter Laser Altimeter (LOLA) da Lunar Reconnais-sance Orbiter (LRO). (Vejam o vídeo aqui)

Não percam também de passar pelos seguintes posts:

Imagens dos locais de alunagem das mis-

sões Apollo;

Pólo Norte da Lua;

Sondas GRAIL;

A Terra já teve duas Luas?;

Fotografia Espectacular. José Gonçalves

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Volume 1, Edição 9 EDUCAÇÃO

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Setembro 2011 LITERACIA CIENTÍFICA

A BBC noticiou hoje que particulas subatómicas podem ter-se deslocado a uma velocidade superior à da velocidade da luz. Bem, para já não deite fora os livros de física. De facto, algo de estranho e sem precedentes está a acontecer no CERN, que poderá desfazer gran-de parte do Modelo Padrão, e não tem nada a ver com colisões de partículas no LHC ou com a partícula de Higgs. Ao realizar uma experiênica de rotina com neutrinos, entre Genebra (CERN HQ) e o laboratório de Gran Sasso, na Itália, a sensivelmente 732 quilóme-tros de distância, os cientistas descobriram que seus neutrinos parecem viajar mais rápido que a velocidade da luz.

Este resultado é potencialmen-te enorme. Mas, como mencio-

nado acima, ainda não é hora

de derrubar toda a física moderna e começar tudo de

novo. Concretamente eis o que

se passa: os físicos do CERN dispararam neutrinos – que

não interagem com a matéria

normal e, portanto, pode pas-sar direto através da terra – em

direção a um detetor na Itália.

O objetivo aqui era testar a fre-quência das oscilações, assim a

equipe de Genebra enviou um

feixe de neutrinos muônico para Gran Sasso, e no Gran

Sasso a equipe gravou quantos

destes acabaram por chegar como neutrinos tauônicos.

A estranheza residiu no facto

dos neutrinos do CERN apare-cerem no Gran Sasso alguns

bilionésimos mais cedo que o

previsto – em outras palavras, eles pareciam estar a deslocar-

se da Suíça para a Itália mais

rápido do que a luz seria capaz de percorrer essa mesma dis-

tância.

Esta não é uma anomalia isola-

da, mas já se arrasta há anos. A

equipe tem agora medido cer-ca de 15.000 lotes de neutrinos

vindo através dessa distância, e

eles dizem que já chegou a um ponto onde começa a ter gran-

de significado estatístico. Con-

tudo, por mais que tentem, não conseguem explicar o que

está a acontecer e é por isso

que os dados estão abertos ao escrutínio da comunidade cien-

tífica. Basta agora esperar e ver

se é possível reproduzir esses

mesmos resultados ou chegar a

algum tipo de explicação para os neutrinos que parecem

estar a violar uma lei física fun-

damental.

Ler mais aqui, aqui, aqui e aqui. Artigo no arXiv. Veja o vídeo da entrevista com o Porta-Voz Antonio Ereditato e o Investigador do CNRS, do OPERA, Dario Autiero em:

Mais Rápido que a Luz?

José Gonçalves

Mais Rápido que a Luz?

Page 9: astroPT Set2011

Relativida-de Especial

A velocidade

da luz repre-

senta a espi-nha dorsal da

teoria de Eins-

tein

(1905) da relatividade especial. Essa lei acaba

com o conceito de velocidade absoluta, e em vez disso diz que o movimento

é relativo. Exceto para a luz. Todos os observado-

res, independentemente da sua própria velocida-de, irão medir a velocidade da luz numa constan-

te de 299 792 458 metros por segundo. Esta velo-

cidade representa o mais rápido que qualquer coisa pode viajar, um limite máximo absolu-

to do movimento.

As novas descobertas ameaçam derrubar esta lei confiável. ”De acordo com a relatividade, é

preciso uma quantidade infinita de energia para

que algo se movimente mais rápido que a

luz”, disse o físi-

co Robert Plunkett do laborató-

rio Fermilab. ”Se estas

coisas estão a mover-se mais rápido que a luz,

então estas regras tem

de ser reescritas. ”

Inclusive, teorias que já foram descartadas teriam que ser reconsi-deradas.

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Volume 1, Edição 9

PU

BP

UB

LITERACIA CIENTÍFICA

Física “Desfeita”?! Cientistas anunciaram oficialmente nesta sexta-feira (a astroPT anunciou na quinta-feira, dia 22 de Setembro) que partículas subatómicas chama-das neutrinos podem ter passado o limite da velo-cidade máxima, a velocidade da luz. Mas, de acor-do com a teoria especial da relatividade de Eins-tein, nada pode ultrapassar essa barreira. Assim, ou as medições estão incorretas, ou então muita da Física terá que ser revista. Aqui estão as mais importantes (sejam polémicas ou não).

Efeitos de ser mais Efeitos de ser mais

rápido que a luz rápido que a luz

Multiwavelength X-ray, infrared, and optical compilation

image of Kepler's supernova remnant, SN 1604. Source:

Wikipedia

Albert Einstein during a lecture in Vienna

in 1921. Source: Wikipedia

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Setembro 2011 LITERACIA CIENTÍFICA

Viagens no Tempo A relatividade especial afirma que nada pode viajar mais rápi-do que a velocidade da luz. Se algo vier a exceder este limite,

seria retroceder no tempo (demonstrado que é impossível a pouco tempo por uma equipa de cientistas), de acordo com a teoria. A nova descoberta levanta todo tipo de pergun-tas espinhosas. Se os neutrinos estão realmente a viajar mais rápido que a luz, então devem ser viajantes do tempo. As partículas poderiam, teoricamente, chegar em algum lugar antes de partir.

Causa e Efeito A lei fundamen-tal da física, na verdade, de toda a ciência, é a cau-salidade: que toda a causa sem-

pre precede um efeito. Esta regra foi aceite na Física Clássica (Newton), e a teoria da relatividade especial teve o cuidado de preservar o Estado, apesar da relatividade do movimento de um obje-to. Mas se algo pode viajar mais rápido que a luz, pode viajar para trás no tempo, de acordo com a teoria. Neste caso, um “efeito” pode viajar de volta para um ponto antes de sua ”causa” ocorrer - por exemplo, um bebê balançando antes que ele recebe um empurrão. Tal resultado seria heresia científica, certamente exigindo algum apressado reescrever das leis para preser-

var a causalidade. “A maior parte da estrutura teórica que foi erguido no século 20 tem contado com esse conceito de que as coisas tem que são mais lentas que a velocidade da luz”, disse Plunkett. ”Pelo que entendi se tiver algo a viajar mais rápido que a velocidade da luz pode ter coisas aconte-cendo antes de suas causas.”

O Modelo Padrão

O Modelo Padrão é o nome da teoria reinante da física de partículas, que descreve todas as partícu-las subatómicas conhecidas que compõem o nos-so universo. Mas se a regra da velocidade da luz, e a teoria da relatividade são reescritas, este mode-lo também pode necessitar de ajuste. “Um dos fundamentos do Modelo Padrão é a relatividade especial”, disse Stephen Parke, dire-tor do departamento de física teórica no Fermi-lab. ”Se começar a abanar a fundação, terá que começar a abanar com a casa também no topo. ”

Theatrical release poster by

Drew Struzan, for the movie "Back to the Future", 1985.

Source: Wikipedia

A girl on a garden swing. Souce: Wiki-

pedia

Standard model of elementary particles: the 12 fundamental fer-

mions and 4 fundamental bosons. Please note that the masses of certain particles are subject to periodic reevaluation by the scien-tific community. The values currently reflected in this graphic are

as of 2008 and may have been adjusted since. Source: Wikipedia

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Volume 1, Edição 9 LITERACIA CIENTÍFICA

Teoria das Cordas

A teoria das cordas é a ideia de vanguarda de que todas as partículas fundamentais são realmente pequenas vibrações de laços de corda. Esta suposição acaba por ter implica-ções de grande alcance, incluindo a possibilidade de que nosso universo tem dimensões mais do que as conhecidas (três dimensões do espaço e uma de tempo). A teoria das cordas é incrivelmente difícil de tes-tar, e não há nenhuma prova de que está corre-ta. Mas, se as medições dos neutrinos estiverem corretas, alguns físicos revelam que a teoria das cordas pode oferecer a melhor explicação. Ou seja, os neutrinos não estão a viajar ao longo de uma linha reta, mas podem saltar numa das dimensões extra prevista pela teoria das cor-das, obtendo um atalho para o seu destino. Se eles viajaram numa distância mais curta no tem-po medido, então sua velocidade real pode não ter sido superior à da luz.

Neutrinos Talvez a nova descoberta não significa que qualquer coisa pode viajar mais rápido que a luz, mas apenas os neutrinos. Se for esse o caso,

então há definitivamente algo especial que os cientistas não sabiam sobre estas partículas. Os neutrinos são estranhos: são neu-tros; partículas com massa extremamente reduzi-da*; quase que raramente interagem com a matéria comum; há em vários tipos, chamada de sabores, e eles estranhamente parecem ser capazes de mudar de um sabor para outro. Então é possível que sua habilidade de ser mais rápida que a luz seja também uma característica única.

*Com efeito a massa dos neutrinos não podem ser medidos diretamente. Estima-se que seja, res-petivamente, <2,2 eV para o neutrino eletrónico, <170 keV para o neutrino muónico, e 15,5 MeV para o neutrino taónico (valores equivalentes para os seus pares anti-).

Taquiões Na década de 1960 os físi-cos sugeriram que podem exis-tir partículas que viagem mais rápi-do que a luz. Estas partícu-las, taquiões, só foram teorizadas, nun-ca detetadas. Por causa das pro-

PU

B

A sua revista mensal de astronáutica

[clica na imagem para saber mais]

This image appeared on the cover of the November 2007 issue

of en:Scientific American. Source: Wikipedia

Schematic description of the OPERA experiment. Credit: OPERA

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Setembro 2011 LITERACIA CIENTÍFICA

priedades controversas, incluindo a possibilidade de que violaria a regra da causalidade, muitos físi-cos consideraram os taquiões uma opção margi-nal. No entanto, se a nova descoberta é confirmada, os cientistas podem querer dar uma olha-da na teoria dos taquiões.

Supernova 1987A Uma das peças mais contraditórias de prova para as novas descober-tas vem a partir de observa-

ções da supernova SN1987A, que fica a cerca de 168.000 anos-luz da Terra, na Grande Nuvem de Maga-lhães. Observações, dessa estre-la morta, realizadas pelo experi-mento Kamiokande II, no Japão descobriu que a luz e os

neutrinos, que partiram da supernova chegaram à Terra com poucas horas de diferença. A diferença deveu-se, em primeiro lugar, porque os neutrinos formaram-se no colapso do núcleo da estrela e iniciaram a sua viagem nesse momento, atraves-sando a estrela quase sem interagirem com a matéria nas camadas exteriores. Por outro lado, a primeira luz proveniente da explosão só foi emiti-da algumas horas depois, quando a onda de cho-que gerada pelo colapso do núcleo, e que se pro-pagou pela estrela, atingiu a sua superfície. Na realidade, se os neutrinos viajam a uma velocida-de superior à da luz, deveriam ter chegado à Ter-

ra ainda mais cedo.

No entanto, as novas descobertas não estão de acordo com este resultado. Sugere-se, em vez dis-so, que os neutrinos realmente superam a velocidade da luz em 60 nanossegundos, ao per-correr pouco mais de 730 quilómetros. Parece que uma revisão, quer da medição da supernova, ou os resultados do s neutrinos, colocará tudo em ordem.

Evolução dos Primórdios do Universo~

Muitos outros aspetos da astrono-

mia também poderão ser afetados se a nova des-

coberta se mantiver. Algumas ideias importan-tes sobre a história do universo, na verdade,

são baseados em medições de neutrinos e teo-

rias. “Neutrinos são abundantes no início do univer-

so e se comportam de maneira diferente,

isso afeta os cálculos da evolução do universo pri-mordial, a nucleossíntese e as sementes de for-

mação de estrutura”, o astrónomo Derek Fox, da

Pennsylvania State University escreveu em um email enviado para LiveScience.

Além disso, os neutrinos são produzidos nas rea-

ções de fusão nas estrelas, por isso, se essas partículas se comportam de maneira

diferente do que se pensava, os modelos dos

mecanismos relativamente às estrelas poderão

ter que ser revistos.

Traduzido e Adaptado de LiveScience, de várias ideias trocadas no mural da astroPT e de emails no facebook.

“And god said let there be neutrinos, but there were already neutrinos.” Tom Dykes José Gonçalves

Since a Tachyon moves faster than the speed of light, we cannot see

it approaching. After a tachyon has passed nearby, we would be able to see two images of it, appearing and departing in opposite direc-tions. The black line is the shock wave of Cherenkov radiation,

shown only in one moment of time. Source: Wikipedia

A time sequence of

Hubble Space Teles-cope images, taken in the 15 years from

1994 to 2009, sho-wing the collision of the expanding

supernova remnant with a ring of dense

material ejected by the progenitor star 20,000 years before

the supernova.

Prevailing model of the origin and expansion of spacetime and all

that it contains. Credit: NASA

Page 13: astroPT Set2011

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Volume 1, Edição 9 LITERACIA CIENTÍFICA

Note-se que esta “profecia” deve-se a que neste dia o cometa Elenin (que já nem existe) vai passar perto do Sol. Não vai passar pela frente do Sol, mas os vigaristas trocam tudo. E mesmo que passasse, era uma pulga a passar à fren-te de um elefante – nunca levaria a um eclipse do Sol! A verdade é que, na nossa linha de visão, o cometa (que já nem existe) não irá passar à frente do Sol. Logo, imaginar 3 dias de escuridão por uma pulga passar a quiló-metros de um elefante é uma total e completa parvoíce.

Os pseudos têm a memória tão curta que nem notam que isto é a mesma coisa que era dita em 1997. Supostamente, os extraterrestres tinham dito telepaticamente a Nostradamus que o cometa Hale-Bopp nos iria eclipsar, levando a 3 dias de escuridão. Daí as profecias de Nostradamus que supostamente provavam que o mundo iria acabar em 1997. Obviamente, nada disso se passou, tal como os cientistas tinham dito que isso era um disparate. Agora, os sites de conspirações dizem a mesma coisa, só mudando o ano, para continuar com as

mesmas histerias.

Alguns pseudos são tão parvos que continuam a imaginar que o minúsculo e desintegrado cometa Elenin é um planeta enorme que irá aparecer no céu “de repente”. Não notam sequer várias coisas básicas: - os planetas não aparecem de repente no céu, mas teriam que ser vistos com vários anos de antecedência. - esta estupidez é a mesma do que se diz todos os anos sobre Marte. - o Nibiru não existe. O planeta Nibiru foi uma invenção do Sitchin, que depois foi continuada pela Lieder, que diz que comunica telepaticamen-

3 dias de escuridão 3 dias de escuridão

O cometa Elenin desintegrou-se. Infelizmente, aos pseudos não lhes aconteceu o mesmo. Vai daí, a última novidade deles é de que o cometa Elenin é o Nibiru que vai provocar o efeito Bíblico de 3 dias de escuridão. Os dias do fim-do-mundo serão a 26, 27, e 28 de Setembro.

Crédito: Bob King, em astrobob

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Setembro 2011 LITERACIA CIENTÍFICA

te com extraterrestres, e que já profetizou o fim-do-mundo em 1995, 1997, e 2003, devido à coli-são com o Nibiru, ficando com isso rica à custa dos parolos dos crentes que continuam a acredi-tar nela. Lembremo-nos que já em 1997, ela dizia que o cometa Hale-Bopp era uma fraude dos cientistas (qualquer pessoa podia ver o cometa nos céus, mas para ela quem tinha razão eram os supostos extraterrestres). - se o Nibiru viesse aí, já teria enviado Saturno para outra órbita, o que não aconteceu – qual-quer pessoa pode ir lá fora e olhar para Saturno e ver que ele está onde deveria estar. - se o Nibiru estivesse assim tão perto, já o vería-mos por todo o céu há muito tempo.

Alguns pseudos dizem que o cometa Elenin vai bater na Terra hoje. Isto é pura idiotice, bastando para isso ver a órbita do Elenin, e percebe-se que está muito longe da Terra (assumindo que o cometa Elenin ainda existe, o que já nem parece ser o caso).

Mas a maior parte dos vigaristas dizem que nesta data vai haver um alinhamento da Terra com o Sol e com o cometa Elenin (que para eles, é o Nibiru – nem sequer percebem que um minúsculo cometa nunca poderia ser um enorme planeta). Para dizerem que existirá este alinhamento, baseiam-se nestas imagens (ver coluna ao lado). Supostamente, os pseudos utilizam a linha a ama-relo para “provar” esse alinhamento.

No entanto, qualquer pessoa com 2 olhos percebe que a linha amarela não atravessa os objectos em causa. 1 milímetro nessa imagem são muitas centenas de kms no espaço. Concluindo, a própria ima-gem utilizada pelos pseudos prova que os objectos NÃO estão alinhados.

Mesmo que existisse esse alinhamento (e não

existe!), não haveria qualquer problema. Existem dezenas de alinhamentos todos os anos

com diferentes planetas. Por vezes até existem 4

e 5 planetas alinhados.

Planetas são muito maiores que cometas, logo se

os alinhamentos fossem importantes, teríamos

problemas todos os anos. Mas o facto é que não morremos nos últimos 30

anos 50 vezes devido aos alinhamentos.

Os alinhamentos são absolutamente irrelevantes, independentemente do misticismo inerente a

eles.

Ou seja, não há qualquer alinhamento, mas mes-

Crédito: Bob King, em astrobob

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Volume 1, Edição 9 LITERACIA CIENTÍFICA

mo que houvesse, não haveria qualquer proble-ma.

Mas os pseudos ignoram o conhecimento. Daí que dizem que, devido ao alinhamento (o tal inexistente), o maior tremor de terra de toda a história será no dia 26 de Setembro – hoje -, e que levará a 3 dias de escuridão (não, nem é devi-do a vulcões, mas dizem os pseudos que o alinha-mento fará com que o Nibiru se coloque entre nós e o Sol). O maior terramoto de sempre foi no Chile, em 1960. Teve uma magnitude de 9.5 Sendo assim, o terramoto de hoje terá que ser superior a 9.5

Para que isto aconteça, os pseudos baseiam-se em profecias, no alinhamento da Terra com o cometa, no Mensur Omerbashich, e no Obama estar em Denver.

Vamos por partes: 1 – Profecias são puras mentiras utilizadas pelos pseudos para vigarizarem as pessoas. Só no últi-mo século foram profetizados milhares de fins-do-mundo pelos pseudos. TODAS as profecias eram mentira. As únicas profecias que se concretizam são as da ciência. E comprovamos essas “profecias” milha-res de vezes ao dia.

2 – Alinhamento não existe, mas mesmo que exis-

tisse não haveria qualquer problema. Todos os

anos estamos alinhados com várias coisas e nada acontece. Quem quiser saber mais, que estude a

gravidade. 3 – Obama vai estar em Denver. Isto é um Red Herring, porque nada tem a ver com o assunto, mas que os pseudos utilizam para confundir os crédulos. O presidente Obama está a tentar “vender” a sua lei do trabalho (para baixar o desemprego), por isso vai fazer um périplo por todos os EUA. No final da semana, por exemplo, já estará noutro lado. O facto de passar por Denver é normal, tal

como vai passar por outros lados. Mas para os pseudos, Denver é um enorme bun-ker para onde o Obama se irá esconder. Os pseudos ignoram que a agenda do Obama não tem nada de extraordinário: ontem esteve em Seattle, hoje estará na Califórnia, amanhã em Denver, e no dia 28 estará de volta a Washington, DC. Os pseudos ignoram os factos. Ignoram por exem-plo que já se sabe onde Obama estará dia 28, e não é em Denver nem em qualquer bunker. Igno-ram também que a própria Casa Branca tem um bunker, por isso o Obama não precisaria ir para Denver para isso. Ou seja, imaginar-se fins-do-mundo só por o Oba-ma ir a Denver, além de Red Herring, é uma per-feita estupidez. Eu estou em Washington DC neste momento (este post está agendado para sair agora, mas eu não estou na net). Será que os vigaristas vão dizer que por eu estar em Washington DC, quer isso dizer que me vou esconder do fim-do-mundo dentro da Casa Branca? Enfim…

4 – Terramotos acontecem todos os dias. E todos os dias há alguns terramotos fortes nalguma par-te do mundo. Ainda na semana passada houve um forte na Índia, e outro forte nos Açores. O facto é que todos os dias existem terramotos. Não têm nada a ver com alinhamentos ou come-tas. Quem tiver dúvidas, consulte regularmen-te este site. Daí que prever um terramoto para dia X, é como prever que o Sol irá nascer no dia X. Não é qual-quer previsão, porque é um facto que irá aconte-cer de certeza. O objectivo é simplesmente vigarizar as pessoas – fazê-las imaginar que se está a prever algo incrí-vel, quando a verdade é que é algo que acontece todos os dias.

5 – O Mensur Omerbashich é um conspirador. Afinal, só pode mesmo ser conspirador quem “profetiza” terramotos devidos a cometas… nem

Page 16: astroPT Set2011

Página 16

Setembro 2011 LITERACIA CIENTÍFICA

Cometa Elenin desaparece… Cometa Elenin desaparece…

Há 10 dias atrás, neste post, mostramos que o

cometa estaria a desintegrar-se. Como se vê nas

fotos, o cometa perde consideravelmente brilho:

As fotos mais recentes feitas pelo Michael Mat-

tiazzo mostram que o cometa praticamente desa-

pareceu.

Estas são as fotos dos dias 11 e 14 de Setembro:

Como sempre dissemos aqui no blog, o fim-do-

mundo vai ter que esperar… como sempre.

Os vigaristas vão ter que se entreter com outra

coisa, já que o cometa Elenin deixou-nos.

Carlos Oliveira

sequer sabendo que há dezenas de terramotos TODOS os dias, mesmo quando não há qualquer “alinhamento” ou cometa no céu. Já falei dele neste comentário, onde deixei a minha previsão: “Vou fazer como o Mensur: ama-nhã vai haver um terramoto na Califórnia, devido ao nariz do Rodolfo, a rena voadora do Pai Natal, estar alinhado com a estrela Vega.” Dois dias depois, fui ao site de terramotos, e per-cebi que no dia anterior tinham havido 52 terra-motos na Califórnia!!!!! A conclusão, usando a lógica dos vigaristas, só poderia ser que ficou pro-vado que o Pai Natal existe, e que Rodolfo, uma das renas do Pai Natal, passou pela Califórnia 52 vezes! O alinhamento do nariz do Rodolfo levou a todos esses terramotos! Como se percebe, sou muito melhor profeta do que alguma vez o Mensur será.

Concluindo: - o Elenin não é o Nibiru.

- não há qualquer alinhamento.

- alinhamentos não provocam terramotos. - onde o Obama vai estar é totalmente irrelevan-

te.

- o Mensur nunca acertou em nada.

Claro que cada um é livre de seguir aquilo que

quiser. Neste caso, os caminhos são claros:

- um caminho é a crença em vigaristas que igno-

ram o conhecimento e que fazem profecias que, invariavelmente, estão sempre erradas.

- o outro caminho é o do conhecimento científico,

que, invariavelmente, nos dá as previsões sempre correctas. Assinado: Carlos Oliveira, o verdadeiro profeta. Carlos Oliveira

Page 17: astroPT Set2011

23 de Setembro de 2011 parece ser um dia fatídi-

co – em que várias coisas vão acontecer.

Nesse dia, entrará o Outono. Como os pseudos imaginam que

no fim de cada ciclo, o mundo

acaba, então nesse dia dar-se-à o fim do Verão, o que, obviamen-

te, provocará terramotos, tsuna-

mis, e demais parvoíces que os pseudos se lembrem de inven-

tar.

Nesse dia/noite irá haver a Noite Europeia dos Investigadores. Obviamente que os cientistas irão acabar com o mundo, com os seus teatros e experiências.

Nesse dia, o telescópio espacial SoHO tirará foto-grafias ao cometa Elenin.

O Elenin estará a desintegrar-se e até já terá “desaparecido“. No entanto, para os pseudos esse será o dia em

que se verá que o Elenin é uma nave extraterrestre, ou o Nibiru, ou uma anã castanha, ou o Pai Natal de pantufas.

Nesse dia, cairá um satélite na Terra. O UARS, um satélite de 6 tonela-das, irá cair na Terra. Ainda não se sabe onde cairá,

mas estima-se que deverá cair nesse dia. Concluindo: marquem esse dia no vosso calendá-rio, façam desde já as malas… e fujam!!! Antes de partirem, lembrem-se que no Além não precisam de $$. Por isso, transfiram imediata-mente o $$ para a nossa conta . :D Carlos Oliveira

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Volume 1, Edição 9 TERRA

23 de Setembro de 2011 23 de Setembro de 2011 –– o dia fatídico o dia fatídico

A NASA já confirmou, o satélite UARS despe-nhou-se sobre o Pacífico. O local e a hora exactas ainda não são conhecidos. Há ainda notícias no Twitter não confirmadas de que destroços poderão ter caído na cidade de Okotoks, uma cidade a sul de Calgary, no Canada. Poderão ler mais pormenores no site da BBC, aqui e aqui. Pedro Seixas *N.R.: vejam o vídeo aqui]

UARS caíu sobre o Pacífico UARS caíu sobre o Pacífico

Page 18: astroPT Set2011

Página 18

Setembro 2011 TERRA

Outro satélite a caminho: Outro satélite a caminho:

ROSAT ! ROSAT !

Todos os dias caem coisas do céu.

A maior parte dessas coisas são pequenas pedras, que se transformam

em bólides a rasgar os nossos céus.

A grande maioria das vezes nem vemos estes bólides, porque a Terra é muito

grande e os Humanos vivem aglomerados em pequenas partes do planeta.

Mas o facto de não vermos a maioria do planeta, não quer dizer que essas coi-

sas não aconteçam (bólides a cair do céu).

A partir do século XX, além de objectos naturais, passamos a ter objectos artifi-

ciais a cair do céu: os nossos satélites.

Actualmente, temos um grande problema no nos-

sos céus, chamado Lixo Espacial.

Esse lixo é devido a satélites e outros objectos

(luvas, chave de fendas, etc) que vamos deixando

ao redor da Terra.

Esse lixo eventualmente irá cair, e algum dele

poderá acertar em alguém.

Page 19: astroPT Set2011

Página 19

Volume 1, Edição 9 TERRA

A notícia

desta

semana

foi

o satélite

UARS.

O UARS

deixou de

funcionar

em 2005,

e finalmente caiu na Terra.

Este satélite tinha 6 toneladas, prevendo-se que

iria se partir em 26 grandes pedaços, com os

maiores tendo 150 kgs. A probabilidade deste

satélite atingir um ser humano era de 1 em 3.200.

Tal como outros no passado, caiu no Oceano Pací-

fico, longe de olhos

humanos, e não afec-

tou ninguém.

O perigo do UARS

acabou, mas já

há outro satélite peri-

goso.

O satélite alemão

Rosat estudou estre-

las, nebulosas e galá-

xias, entre 1990 e

1998.

O satélite tem 2.400 kgs.

Apesar de ser mais leve que o UARS, o certo é

que deverá resistir melhor à passagem pela

atmosfera, devido aos painéis solares.

Sendo assim, deverá ter pedaços de 400 kgs a

atingir a Terra (ou seja, pior que o UARS).

A probabilidade deste satélite atingir um ser

humano é de 1

em 2.000 (mais

provável que o

UARS).

Este satélite

deverá cair em

Novembro de

2011.

Carlos Oliveira

Page 20: astroPT Set2011

Página 20

Setembro 2011

Formação de Estruturas: Matéria Formação de Estruturas: Matéria

Escura Quente e Fria Escura Quente e Fria

COSMOLOGIA

Crescimento de Perturbações

Ao considerarmos um universo em expansão, a

competição entre efeitos de gravitação e pressão na evolução das perturbações anulam-se quando

o comprimento de

onda é igual ao com-primento de Jeans.

Quando o compri-

mento de onda é inferior ao compri-

mento de Jeans a

pressão domina. O resultado será uma

onda de compressão

em que a amplitude decresce devido à

expansão do univer-

so. Se o comprimento de onda é superior ao comprimento de Jean, então a gravitação

domina e a amplitude da perturbação aumenta.

Flutuações Primordiais

“Como as perturbações dos bariões só podem crescer após recombinação, o crescimento será

de factor 103”. As observações apontam para uma

fase não linear. Existe uma contradição entre a teoria e a observação das flutuações de tempera-

tura da radiação cósmica de fundo, que é da

ordem de 10-5. Contudo este é um problema que pode ser resol-vido ao inserir uma componente não bariónica nas equações para que a teoria seja correspoden-te às observações. Estou a referir-me à matéria escura e pode ser de dois tipos:

1 – Matéria Escura fria (CDM)

2 – Matéria Escura quente (HDM)

A distribuição destas duas componentes da maté-ria escura depende da massa das partículas. Para HDM a mas-sa deve ser muito menor que a temperatura do universo no momento do desacoplamento da partícula de massa – mp. Segundo Peebles, 1993, mpc2 << kTD.

Se ΩM for aproximadamente 1 e se a massa for apenas devida à

HDM, então temos partículas

com massa de 100 eV. Para ter uma ideia, o electrão tem uma massa de 511keV. Existe um candidato a ser esta partícula: o neutri-no. Os neutrinos formam um fundo semelhante à radiação cósmica de fundo. Hoje, a densidade de neutrinos é de 3×56 neutrinos/cm3 (sendo que o 3 deve-se às 3 famílias de neutrinos: electrão, muão e tau). O SNO sugere que o somatório das três famílias esteja entre os 0,05eV e 8,4eV, valo-res que contribuem para 0,001 a 0,18 da ΩM (SNO, 2001).

No caso da CDM, a massa terá de ser muito supe-rior à temperatura. Segundo Peebles, 1993, mpc2 >> kTD.

Dário S. Cardina Codinha

Page 21: astroPT Set2011

Uma página muito interessan-te na Super-Interessante: “A internet converteu Nibiru num fenómeno de massas: os milhões de seguidores deste planeta inexistente, nascido da fértil imaginação do escritor pseudo-científico Zecharia Sit-chin e suposto lar da poderosa raça alienígena dos Anunnaki, estão convencidos de que ele chocará com a Terra em 2012. O astrónomo David Morrison, do Instituto de Astrobiologia da NASA, estima que haja uns dois milhões de páginas da internet dedicadas quase exclusivamen-te a discutir este assunto. Todos os dias, ele próprio rece-be mais de cinco mensagens de correio electrónico com per-guntas diversas sobre o hipoté-tico e apoteótico fim do mun-do. Além de Sitchin, temos de agradecer a Nancy Lieder, uma mulher que diz estar em con-tacto com extraterrestres (os zetas), graças a implantes que aqueles lhe colocaram no cére-bro, e que anunciou a terrível notícia em 2004. Na realidade, a ideia nem sequer é muito original. Há umas décadas, o colombiano Joa­quín Amortegui Valbuena, mais conhecido como V.M. Rabolú, já sustentava que o enorme planeta Hercólubus (tão fictício como Nibiru) se aproximaria catastroficamente do nosso, com o objectivo de depurar a aura terrestre, seja lá isso o que for.” Neste post sobre o cometa Ele-nin, eu já tinha falado do Nibi-ru. Estas foram as minhas pala-vras: O chamado planeta Nibiru foi imaginado por Zecharia Sit-chin, que nada percebendo de ciência (incluindo astronomia), decidiu dizer que há um plane-ta gigante que passa por aqui periodicamente e que traz uma raça de extraterrestres chama-

da Anunnaki. Podia dizer que era o Pai Natal, mas decidiu simplesmente mudar o nome e chamou-lhe planeta Nibiru. A crença é a mesma, o disparate é o mes-mo, só muda o rótulo. Qualquer pessoa minimamente inteligente perceberia que esta pessoa, das duas uma: acredita naquilo que imagina e por isso deveria ser internado (como qualquer outra pessoa com problemas mentais e que ima-gina ser o Napoleão, etc), ou não acredita mas decide vigari-zar as pessoas de modo a fazer montes de dinheiro. Tendo em conta a quantidade de livros que ele vendeu, então penso que se percebe que ele sim-plesmente gosta de vigarizar os crentes que de forma acéfala aceitam qualquer conspiração disparatada que lhes seja apre-sentada. Note-se que para Sitchin, esse enorme planeta viria perto da Terra (sem afectar os outros planetas), mas não colidiria com o nosso. Daí que os supos-tos extraterrestres saltavam do planeta deles para o nosso. No entanto, em 1995, Nancy Lieder – mais uma pessoa com problemas psiquiátricos que só não está internada porque há outros muitos piores que ela que acreditam nela – disse que recebe comunicações telepáti-cas de extraterrestres de Zeta Reticuli, e estes disseram-lhe que o Nibiru vai colidir com a Terra. Em 1997, ela ficou famosa por dizer que os extraterrestres tinham-lhe dito que o cometa Hale-Bopp era afinal o planeta Nibiru que iria colidir com a Terra nesse ano. Muitos cren-tes acéfalos acreditaram nela e seguiam-na como se ela fosse uma profeta. No entanto, claro que ela só dizia disparates, e como se viu, o cometa Hale-Bopp era realmente um come-

ta, que veio e passou, e nada aconteceu – como sempre dis-seram os cientistas que iria acontecer. Como entretanto perdeu ade-rentes, em 2003 tornou a divul-gar a mesma mentira. Os extra-terrestres disseram-lhe que o Nibiru iria bater na Terra nesse ano e destruir a Huma-nidade. Mais uma vez, houve acéfalos que tornaram a cair na mesma mentira e acreditaram nela. Como nada aconteceu, mais uma vez ela foi tempora-riamente votada ao esqueci-mento. Mas as mentiras dão dinheiro. Daí que estes vigaristas não desistem, porque à conta disto, ficam ricos à custa dos crentes em conspirações. Por isso, cá anda ela novamen-te. Resolveu disseminar a ideia – que, segundo ela, lhe foi comunicada telepaticamente pelos extraterrestres – que o Nibiru vai bater na Terra em Dezembro de 2012, e que o Elenin é na verdade o Nibiru disfarçado. O facto de que o Elenin vai andar por estes lados em 2011 e não em 2012 não interessa para ela. O que interessa é dizer sempre os mesmos disparates de modo a vigarizar os crentes em conspirações. Sendo que estes disparates são periodicamente transmitidos por este tipo de pessoas – são sempre as mesmas vigarices, repetidas em anos diferentes -, então qualquer pessoa mini-mamente inteligente percebe que tudo isto é pura treta para enganar papalvos. Infelizmente, os crentes em conspirações não têm esse fil-tro, e por isso não conseguem separar factos de mentiras imaginadas por vigaristas. Carlos Oliveira

Fantasia planetária – Nibiru

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Volume 1, Edição 9 PSEUDOCIÊNCIA

Page 22: astroPT Set2011

A equipa científica da missão MESSENGER publicou ontem um conjunto de sete artigos numa secção especial da conceituada revista Science dedicada a Mercúrio. Os trabalhos reúnem análises detalhadas aos mais importantes dados obtidos pela missão durante os primeiros 6 meses na órbita do pequeno planeta, e incluem, entre outros aspectos, a observação de novas evidências da presença de actividade geológica recente na superfície mercuriana.

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Setembro 2011

MESSENGER observa surpreendentes MESSENGER observa surpreendentes

evidências de actividade geológica recente evidências de actividade geológica recente

em Mercúrio em Mercúrio

SISTEMA SOLAR

Num dos artigos, a equipa relata a descoberta de grandes planícies vulcânicas na região do pólo norte de Mercúrio, que se estendem por uma área total superior a 6% da superfície do plane-ta! De acordo com os autores, as planícies foram formadas por espessos depósitos vulcânicos que cobriram crateras e outros acidentes geológicos, incluindo os locais de erupção. Os depósitos apa-rentam ser posteriores ao impacto que deu ori-gem à grande bacia de Caloris, o que demonstra que o vulcanismo esteve presente em Mercúrio enquanto processo geológico global, muito depois do “Grande Bombardeamento Tardio”.

Noutro artigo, membros da equipa dão a conhe-cer um conjunto de curiosas formações que denunciam a presença de processos geológicos anteriormente desconhecidos em Mercú-rio. Apelidadas de “cavidades”, estas estru-turas são depressões com dezenas de metros a alguns quilómetros de diâmetro, vulgarmente encontradas em grupo no interior de várias crateras por todo o plane-ta. Muitas apresentam interiores cobertos por depósitos muito brilhantes que aparen-temente não acumularam pequenas crate-ras de impacto, o que indicia uma forma-ção muito recente. Imagens em alta resolução obtidas pela sonda MESSENGER mostram que as “cavidades”

encontram-se associadas a rochas formadas em profundidade e expostas na superfície por violen-tos impactos, o que leva os autores do artigo a associar a sua génese à libertação de compostos voláteis através de diversos processos que pode-rão incluir vulcanismo piroclástico, sublimação ou violentas erupções gasosas. A estimativa da taxa de crescimento destas estruturas revela ainda outro aspecto surpreendente: muitas “cavidades” poderão estar ainda em actividade, o que sugere a presença de processos geológicos actuais em Mercúrio – uma imagem radicalmente diferente daquela que emergiu das passagens da sonda Mariner 10 pelo planeta nos anos 70.

Sérgio Paulino

A bacia de impacto Raditladi e o seu anel concêntrico brilhante (indicado com uma seta na imagem em cores falsas). Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Labora-

tory/Carnegie Institution of Washington.

Page 23: astroPT Set2011

Os cientistas estimaram nalguns locais das planícies vulcânicas uma espessura dos depósitos de lava superior a 1 km! Este valor

resultou da estimativa da altura das vertentes de crateras fantasma, crateras pré-existentes subterradas pelos depósitos. Podem

observar à direita uma estrutura circular com 90 km de diâmetro formada pelo fino contorno de uma dessas crateras. À esquerda

encontra-se a cratera Hokusai (114 km de diâmetro) com a sua estrutura conservada, o que permite a medição directa da altura

das suas vertentes.

Página 23

Volume 1, Edição 9 SISTEMA SOLAR

Ilustração do hemisfério norte de Mercúrio centrada no pólo norte. Estão representadas a vermelho a localização de crateras de

impacto com mais de 20 km de diâmetro. As extensas planícies vulcânicas descobertas pelos cientistas da missão encontram-se

delimitadas por uma linha preta, e cobrem o correspondente a 4,7 milhões de km2 de superfície. Reparem que o número de cra-

teras no interior das planícies é muito inferior ao das regiões envolventes, o que indica uma formação relativamente recente.

Crédito: Science/AAAS/ Brown University.

Imagens de porções do interior da bacia de impacto Raditladi mos-

trando “cavidades” nas montanhas do anel concêntrico (setas amare-

las) e no chão da depressão (setas brancas). Estas estruturas surgem

nas imagens com baixa resolução (em cima) como formações bri-

lhantes e relativamente azuladas em comparação com o terreno

envolvente.

Crédito: Science/AAAS/NASA.

Page 24: astroPT Set2011

A NASA divulgou há pouco imagens impressionantes dos locais de alunagem das missões Apollo 12, 14 e 17. As novas imagens foram obtidas durante o mês de Agosto pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter, a uma altitude média de apenas 21 quilómetros (cerca de metade da altitude habitual), o que permitiu uma melhoria considerável na resolução dos diversos artefactos deixados pelos astronautas há 40 anos. Cliquem nas figuras embaixo para as observarem na sua máxima resolução. Sérgio Paulino

Página 24

Setembro 2011

Novas imagens dos locais de alunagem das Novas imagens dos locais de alunagem das

missões Apollo missões Apollo

SISTEMA SOLAR

Artefactos no local de alunagem da Apollo 12 vistos pela LRO no passado mês de Agosto. São

visíveis os rastos de pegadas deixados pelos astronautas Pete Conrad e Alan Bean nas suas deambu-

lações entre o módulo lunar Intrepid, o conjunto de instrumentos científicos Apollo Lunar Surface

Experiment Package (ALSEP), a sonda Surveyor 3 e as quatro crateras Head, Surveyor, Bench e

Sharp.

Crédito: NASA/GSFC/ASU.

Page 25: astroPT Set2011

Página 25

Volume 1, Edição 9 SISTEMA SOLAR

O local de alunagem da Apollo 14

visto pela LRO no passado mês de

Agosto. Para além dos trilhos dei-

xados pelos astronautas americanos

Alan Shepard and Edgar Mitchell,

são visíveis a parte inferior do

módulo Antares e o conjunto de

instrumentos científicos ALSEP. Crédito: NASA/GSFC/ASU.

Crédito: NASA/Johns Hopkins Uni-

versity Applied Physics Laboratory/

Carnegie Institution of Washington.

Uma nova visão do local

de alunagem da última mis-

são Apollo na Lua. São

claramente visíveis na ima-

gem os rastos deixados

pelas rodas do lunar rover

(LRV) junto das pegadas

dos astronautas Eugene Cernan e Harrison Schmitt.

Crédito: NASA/GSFC/

ASU.

Page 26: astroPT Set2011

Página 26

Setembro 2011 ASTRONÁUTICA

Após se afirmar como a terceira potência mundial

no campo do voo espacial

tripulado com o lançamento das cápsulas Shenzhou e

com a realização de uma

actividade extraveícular, a China torna-se na terceira

nação a colocar em um

laboratório espacial em órbita terrestre. O TianGong

-1 representa mais uma

ambiciosa fase na carreira espacial da China que em

2020 pretende colocar em

órbita uma estação espacial modular semelhante à estação espacial russa Mir.

O lançamento do módulo TG-1 TianGong-1 teve

lugar às 1306:03,7UTC do dia 29 de Setembro de 2011 e foi levado a cabo por um foguetão CZ-2F/

G Chang Zheng-2F/G (T1) a partir da Plataforma

de Lançamento 921 (SLS-2) do Centro de Lança-mento de Satélites de Jiuquan.

O módulo espacial TG-1 TianGong-1 (天宫一号)

O módulo espacial TG-1 TianGong-1 (tiān gōng yí

hào) é um módulo espacial experimental que será

principalmente utilizado para a realização de ensaios de aproximação e acoplagem, bem como

para o aperfeiçoamento das tecnologias relacio-

nadas com o encontro e a acoplagem em órbita e para acumular experiência na construção, gestão

e operação de uma estação espacial.

O módulo tinha uma massa de 8.506 kg no lança-

mento e tem um comprimento de 10,40 metros.

É composto por dois módulos cilíndricos com um mecanismo de acoplagem na parte frontal. Os

dois módulos são o módulo experimental e o

módulo de serviço. O módulo experimental tem um diâmetro máximo de 3,35 metros e é compos-

to de uma secção frontal cónica, uma secção cilín-drica e uma secção cónica posterior que faz a liga-

ção com o módulo de servi-

ço. Na parte frontal do módulo existem um meca-

nismo de acoplagem com

uma escotilha de 0,8 metros de diâmetro, e

equipamento de medição e

de comunicações que será utilizado para apoiar as

manobras de encontro e

acoplagem.

É no módulo de serviço

onde os taikonautas irão viver e trabalhar, tendo um volume habitável de 15 m3. Esta secção está

também equipada com duas zonas para dormir

com sistemas de iluminação ajustáveis, equipa-mento de exercício, sistemas de entretenimento,

dispositivos de comunicação visual e sistemas de

controlo. Um esquema de cores irá auxiliar os tai-konautas a manterem a orientação. As paredes

interiores do módulo têm duas cores, sendo uma

comummente associada ao céu e outra à terra.

O módulo de serviço tem um diâmetro de 2,8

metros e tem como função fornecer a energia

necessária para o funcionamento do módulo espacial, contendo também dois painéis solares,

tanques de propolente, e outros sistemas.

Após um período de testes e verificações do Tian-

Gong-1, os especialistas espaciais chineses esta-

rão prontos para o lançamento da cápsula espa-cial não tripulada SZ-8 Shenzhou-8. O lançamento

será levado a cabo pelo foguetão CZ-2F Chang

Zheng-2F (Y8) e está previsto para o dia 1 de Novembro. A acoplagem terá lugar após a verifi-

cação dos sistemas dos dois veículos.

O TG-1 TianGong-1 deverá permanecer operacio-nal durante dois anos e deverá realizar manobras

China lança TianGongChina lança TianGong--1 1

Page 27: astroPT Set2011

Página 27

Volume 1, Edição 9 ASTRONÁUTICA

de encontro e acoplagem com três veículos. Para além da Shenzhou-8, o TianGong-1 irá acoplar

com a SZ-9 Shenzhou-9 e com a SZ-10 Shenzhou-

10 que realizarão missões similares e pelo menos um destes veículos irá transportar uma tripula-

ção. Os taikonautas deverão permanecer um

máximo de duas semanas a bordo do módulo, porém antes de ingressarem a bordo as condições

no interior do módulo experimental serão ajusta-

das para garantir que a tripulação possa viver num ambiente que contenha oxigénio suficiente,

além do nível seguro de humidade e de calor.

Após o lançamento, o TG-1 é colocado numa órbi-

ta quase circular com uma altitude média de 350

km após duas manobras orbitais. Antes do lança-mento da Shenzhou-8, a sua órbita será baixada

para os 343 km. Dois dias após o seu lançamento,

terá lugar a acoplagem entre os dois veículos. O TianGong-1 e a Shenzhou-8 permanecem acopla-

dos durante 12 dias, separando-se depois para

que possam repetir as manobras de aproximação e realizar uma segunda acoplagem. Após um novo

período de junção em órbita, os dois veículos

separam-se definitivamente e a cápsula não tripu-lada regressa à Terra após um curto voo autóno-

mo.

No futuro os módulos TianGong serão melhora-dos para se transformarem num veículo de carga

para a estação espacial da classe Mir. Entretanto,

a China deverá lançar o módulo TG-2 TianGong-2 em 2014 com o objectivo de desenvolver as tec-

nologias necessárias para a regeneração de água

e de oxigénio necessária para estadias de curta duração e para levar a cabo algumas experiências

científicas. No período de 2015 / 2016, será colo-

cado em órbita o laboratório TG-3 TianGong-3 que provavelmente será dotado de dois mecanis-

mos de acoplagem (sendo uma estação da classe

Salyut-6/7). Estes dois mecanismos poderão per-mitir uma ocupação permanente do laboratório

que será utilizado para o desenvolvimento das

tecnologias necessárias para estadias de médio e longo prazo em órbita e para a realização de

experiências científicas e pesquisas mais sofistica-das.

O foguetão CZ-2F/G Chang Zheng-2F/G

O módulo espacial TG-1 TianGong-1 utilizou o pri-meiro foguetão CZ-2F/G Chang Zheng-2F/G, uma

versão do foguetão lançador CZ-2F Chanf Zheng-

2F utilizado no programa espacial tripulado Shen-zhou (Projecto 921). Este lançador também pode

ser designado como CZ-2F Chang Zheng-2G ‘Fase

Um’.

Este lançador, desenvolvido pela Academia Chine-

sa de Tecnologia de Veículos Lançadores sobre coordenação da Corporação de Ciência e Tecnolo-

gia Aeroespacial da China, é diferente da versão

original Shenjian (Seta Mágica) que foi desenvol-vida a partir do foguetão CZ-2E Chang Zheng-2E

que por sua vez foi baseado na tecnologia matura

do lançador CZ-2C Chang Zheng-2C. O desenho conceptual do Chang Zheng-2E foi iniciado em

1986, com o veículo a ser colocado no mercado

mundial de lançadores após um voo de teste em Julho de 1990.

Para satisfazer os requisitos da missão de encon-

tro e acoplagem, o Chang Zheng-2F sofreu mais de 170 modificações e utilizou cinco novas tecno-

logias. O foguetão chegou a Jiuquan a 23 de Julho

e desde esse dia foi submetido a diferentes testes de preparação para o lançamento.

Este veículo será utilizado para o lançamento do TianGong-1 e dos futuros veículos de carga até

um lançador mais potente estar disponível, no

caso o CZ-7 Chang Zheng-7. Uma diferença subs-tancial no CZ-2F/G é a ausência do sistema de

emergência no topo do lançador, uma carenagem

mais larga e uma sequência de separação melho-rada. Outras características desta versão são o

facto de ser capaz de uma maior precisão na

inserção orbital. Isto é possível com a introdução de sistemas de navegação melhorados e comple-

xos sistemas de orientação com a obtenção de

dados em tempo real e utilização de dados de

Page 28: astroPT Set2011

Página 28

Setembro 2011 ASTRONÁUTICA

GPS nos parâmetros de correcção para se conse-guir uma dupla redundância. Por outro lado, mais

propolente é abastecido nos propulsores e no lan-

çador, aumentando assim o tempo de ignição.

Tal como o CZ-2F, o CZ-2F/G Chang Zheng-2F/G é

um lançador a dois estágios auxiliado por quatro propulsores laterais de combustível líquido

durante a ignição do primeiro estágio. O compri-

mento total do CZ-2F/G é de 52,0 metros com um estágio central de 3,35 metros de diâmetro e um

diâmetro máximo de 8,45 metros na base e con-

tando com os propulsores laterais. No lançamen-to a sua massa é de 493.000 kg, sendo capaz de

colocar numa órbita baixa uma carga de 8.600 kg.

No foguetão Chang Zheng-2F, os propulsores late-rais LB-40 têm um comprimento de 15,326

metros, 2,25 metros de diâmetro, um peso bruto

de 40.750 kg e uma massa de 3.000 kg sem pro-polente. Cada propulsor está equipado com um

motor YF-20B de escape fixo que consome

UDMH/N2O4 desenvolvendo uma força de 740,4 kN ao nível do mar. o seu tempo de queima é de

127,26 segundos (será de 137 segundos para o CZ

-2F/G).

O primeiro estágio L-180 tem um comprimento

de 28,465 metros, diâmetro de 3,35 metros, peso bruto de 198.830 kg e uma massa de 12.550 kg

sem propolentes. Está equipado com um motor

YF-21B composto de quatro motores YF-20B que desenvolvem 2.961,6 kN ao nível do mar. Os

motores consomem UDMH/N2O4. O seu tempo de

queima é de 160,00 segundos (poderá ser supe-rior na versão CZ-2F/G).

O segundo estágio L-90 tem 14,223 metros de

comprimento, 3,35 metros de diâmetro, uma massa bruta de 91.414 kg e uma massa de 4.955

kg sem propolente. Está equipado com um motor

YF-24B composto de um motor YF-22B de escape fixo e por quatro motores vernier de escape amo-

vível YF-23B. Os motores consomem UDMH/

N2O4desenvolvendo 738,4 kN (motor principal) e 47,04 kN (motores vernier) de força em vácuo. O

tempo total de queima é de 414,68 segundos (motor principal) e de 301,18 segundos (motores

vernier).

O lançamento do TG-1 TianGong-1 constituiu o

147º lançamento orbital bem sucedido da China,

sendo o 147º lançamento orbital bem sucedido da família de lançadores Chang Zheng, o 49º lan-

çamento orbital bem sucedido desde o Centro de

Lançamento de Satélites de Jiuquan e o 10º lança-mento bem sucedido por parte da China em

2011.

O Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan

Também conhecido como Shuang Cheng Tse, o

Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan foi

o primeiro local na China a partir do qual se pro-cedeu ao teste e lançamento de vários tipos de

mísseis e dos primeiros lançadores espaciais

Chang Zheng e Feng Bao.

O centro inclui um Centro Técnico, dois comple-

xos de lançamento, um Centro de Comando e

Controlo, um Centro de Controlo de Lançamento, sistemas de abastecimento, sistemas de previsão

meteorológica, e sistemas de suporte logístico.

Jiuquan foi originalmente utilizado para o lança-mento de satélites científicos e de satélites recu-

peráveis para órbitas terrestres baixas ou de

média altitude com altas inclinações.

O programa espacial tripulado utiliza a Plataforma

de Lançamento 921 situada no Complexo de Lan-çamento Sul. Este foi construído na segunda

metade dos anos 90 e mais tarde foi-lhe acres-

centada a Plataforma de Lançamento 603 para lançamentos não tripulados.

Para além das plataformas de lançamento, o com-

plexo de lançamento está dotado de um centro técnico onde decorrem os preparativos do fogue-

tão lançador e das suas cargas. O Centro Técnico

é composto de instalações de processamento e de montagem vertical do lançador, edifícios de

processamento de cargas, edifício de processa-

Page 29: astroPT Set2011

Japão lança satélite espião Japão lança satélite espião

O Japão levou a cabo o lançamento de um novo

satélite espião cuja principal função será a de

observar as actividades militares da Coreia do Norte. O lançamento teve lugar às 0436:50UTC do

dia 23 de Setembro de 2011 e foi levado a cabo

por um foguetão H-2A/202 a partir da Plataforma de Lançamento LP-1 do Complexo de Lançamento

Yoshinobu do Centro Espacial de Tanegashima. O satélite IGS-6A (Optical-4) terá uma resolução

de 0,60 metros. Em 2011 estará previsto o lançamento de um satélite radar. Rui Barbosa

Página 29

Volume 1, Edição 9 ASTRONÁUTICA

mento dos propulsores sólidos, edifício de arma-zenamento de propolentes hipergólicos e o cen-

tro de controlo de lançamento.

Para o lançamento do TianGong-1 o complexo foi

equipado com um centro computacional melho-

rado, sistemas de monitorização e comando, e uma capacidade aumentada para se adaptar às

alterações nas condições das missões, bem como

os recursos necessários para lidar com as tarefas do lançamento e de comando. Um sistema inte-

grado de treino para os lançamentos espaciais foi

também desenvolvido para esta missão. Os enge-nheiros também levaram a cabo uma verificação

técnica intensiva de dois meses no equipamento

entre Março e Maio de 2011. A segurança e a fia-bilidade dos instrumentos foram significativamen-

te melhoradas. Os lançamentos orbitais desde

Jiuquan são supervisionados desde o Centro de Comando e Controlo situada na cidade espacial

de Dongfeng, 60 km a sudoeste do centro de lan-

çamento.

A torre umbilical do complexo 921 é composta

por uma estrutura fixa e um par de seis platafor-

mas rotativas. Uma vez chagado à plataforma de lançamento, as plataformas rotativas são coloca-

das em torno do foguetão para permitir o seu

abastecimento e para que os técnicos tenham acesso às suas diferentes zonas para realizarem

os procedimentos finais de verificação. A torre umbilical também contém uma área protegida e

de ambiente controlado para permitir o acesso

dos taikonautas ao interior dos veículos. As plata-formas rotativas são removidas uma hora antes

do lançamento, enquanto que quatro braços

móveis proporcionam ligações para o fornecimen-to de electricidade, gases e fluidos para o lança-

dor. Estes braços são removidos minutos antes do

lançamento.

O foguetão lançador é transportado sobre uma

plataforma móvel de lançamento desde o edifício de integração vertical para a plataforma de lança-

mento. A plataforma móvel move-se num sistema

de carris separados 20 metros e atinge uma velo-cidade máxima de 25 metros/minuto. A platafor-

ma tem um comprimento de 24,4 metros, largura

de 21,7 metros e uma altura de 8,34 metros, ten-do um peso de 750.000 kg. A viagem entre o edifí-

cio de montagem e a plataforma de lançamento

demora 60 minutos estando afastados 1,5 km. O primeiro lançamento orbital desde Jiuquan teve lugar a 24 de Abril de 1970 quando um foguetão CZ-1 Chang Zheng-1 colocou em órbita o primeiro satélite artificial da China, o Dong Fang Hong-1 (04382 1970-034A). Rui Barbosa

Page 30: astroPT Set2011

Página 30

Setembro 2011

Dilúvio de Dilúvio de

Exoplanetas Exoplanetas

na ESS II na ESS II

EXOPLANETAS

O primeiro dia da conferência Extreme

Solar Systems II, a ter lugar em Jackson Hole, Wyoming, nos Estados Unidos, foi

simplesmente fantástico. O primeiro anúncio do

dia veio da equipa do Observatório de Genebra, liderada por Michel Mayor, e consistia na desco-

berta de 50 novos planetas em torno de algumas

das 376 estrelas do programa de observação GTO (Guaranteed Time Observations) do HARPS (High

Accuracy Radial velocity Planetary Search pro-

ject). Em conformidade com a notícia na página do ESO (European Southern Observatory) pare-

cem ter sido contabilizados os planetas descritos

nos seguintes artigos:

“The HARPS search for Earth-like planets in the

habitable zone, I — Very low-mass planets around HD20794, HD85512, HD192310” (Pepe et al.,

2011) (5 planetas)

“The HARPS search for southern extra-solar pla-nets XXXIV. Occurrence, mass distribution and

orbital properties of super-Earths and Neptune-

mass planets” (Mayor et al., 2011) (41 planetas)

“The HARPS search for southern extra-solar pla-

nets. XXX. Planetary systems around stars with solar-like magnetic cycles and short-term activity

variation” (Dumusque et al., 2011) (4 planetas) Digno de nota, a maoiria dos planetas agora anunciados são Super-Terras e Neptunos: 16 dos 50 planetas anunciados são Super-Terras e os res-tantes são quase todos Neptunos. A abundância destes planetas permitiu à equipa de Mayor determinar que 40% das estrelas do tipo solar (anãs de tipo espectral F tardio, G e K) têm pelo menos um planeta mais pequeno que Saturno. Os artigos estão repletos de sistemas muito interes-santes, vários deles duplos e triplos contendo Super-Terras e Neptunos. Destaco, por exemplo, o HD1461c que constitui a confirmação de uma segunda Super-Terra no sistema. A primeira, HD1461b, tinha sido descoberta pela equipa do AAPS (Anglo Australian Planet Search) em Dezem-bro de 2009 e na altura havia já indícios de mais dois planetas no sistema. Outro planeta impor-tante é, claro, o HD85512b, já aqui referido várias vezes no AstroPT. Finalmente, um outro favorito meu, 82 Eridani (HD20794), um sistema com 3 Super-Terras bem próximo de nós.

Tenho de confessar que sou um fã do HARPS. Tra-

A cúpula do telescópio de 3.6 metros do ESO, no Observa-

tório de La Silla, Chile.

Page 31: astroPT Set2011

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Volume 1, Edição 9 EXOPLANETAS

ta-se de um instrumento com uma performance

absolutamente impressionante, conseguindo

actualmente uma precisão de 0.5 m/s (1.8 km/h !)

na medição da velocidade radial de uma estrela. A

produtividade científica que originou é igualmen-

te digna de registo. Veja-se a seguinte lista de pla-

netas detectados pelo HARPS.

Nem todos estes planetas foram descobertos pelo

HARPS, alguns foram descobertos por outras

equipas. No entanto o HARPS desempenhou mes-

Os planetas detectados pelo HARPS no programa GTO e na sua sucessão. Adaptado de Mayor et al., 2011

Page 32: astroPT Set2011

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Setembro 2011 EXOPLANETAS

mo aí um papel

essencial em

ciência, o de

verificação inde-

pendente dos

resultados obti-

dos por outras

equipas e refina-

mento das órbi-

tas planetárias.

É por isso com

grande especta-

tiva que aguar-

do a primeira

luz, em 2012, do

HARPS-North,

uma versão

mais sofisticada

do HARPS que

será instalada no Telescopio Nazionale Galileo

(TNG), de 3.5 metros, no Observatório de Roque

los Muchachos, nas Canárias. Este “clone” do

HARPS será absolutamente fundamental para o

seguimento e caracterização dos planetas desco-

bertos pela missão Kepler.

Finalmente, a equipa de Genebra revelou tam-

bém que não conseguiu detectar os planetas Glie-se 581f e Gliese 581g, previamente detectados

pela equipa de Paul Butler e Stephen Vogt. A

detecção do planeta Gliese 581g era particular-mente relevante pois encontrar-se-ia na zona

habitável da estrela Gliese 581. Na altura o anún-

cio de Butler e Vogt gerou alguma polémica na comunidade.

Depois deste início arrasador do HARPS, seguiu-se a resposta da equipa da missão Kepler, com

menos dados concretos mas com algumas revela-

ções impressionantes. A análise das curvas de luz

obtidas pelo telescópio Kepler permitiu subir o

número de candidatos a planetas de uns prévios 1235 para 1781. Destes estão confirmados pela

velocidade radial apenas 27, mas existem vários

candidatos a serem observados que devem ser confirmados em breve. De referir que um estudo

recente mostrou que a frequência de falsos posi-

tivos nos dados do Kepler é baixa, na ordem dos 5%, portanto a grande maioria destes candidatos

são realmente planetas ! Outras estatísticas curio-

sas: dos 1781 candidatos, 123 têm um raio esti-mado inferior a 1.25 vezes o da Terra, 121 encon-

tram-se na zona habitável da sua estrela hospe-

deira e um quarto são Super-Terras ! O número de sistemas múltiplos é também excep-

cional com 218 sistemas com dois planetas detec-

tados, 73 com 3 planetas, 25 com 4, 8 com 5, e 2 com 6 !. Por falar em sistemas múltiplos, um dos

sistemas discutidos foi o KOI-730, um sistema

compacto com 4 Super-Terras com períodos de 7.4, 9.8, 14.8 e 19.7 dias e raios de 1.8, 2.1, 2.8 e

O telescópio de 3.6 metros do ESO.

Page 33: astroPT Set2011

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Volume 1, Edição 9 EXOPLANETAS

2.4, respectivamente (raio da Terra = 1). Este sis-tema é particularmente curioso pois apresenta

órbitas ressonantes, i.e. os períodos orbitais dos

planetas estão relacionados por factores inteiros (no caso, uma ressonância 3:4:6:8, i.e. 8*7.4 ~

6*9.8 ~ 4*14.8 ~ 3*19.7). Pensava-se que este

sistema tinha o primeiro exemplo de planetas em órbitas troianas, como noticiamos aqui. Houve

ainda tempo para referir a descoberta de um sis-

tema pouco usual, o KOI-254, uma anã vermelha, de tipo espectral M0V e rica em metais, com um

Júpiter Quente numa órbita de apenas 2.5 dias. A

estrela tem uma magnitude visual de 16.9 (!) o que exemplifica algumas das dificuldades no

seguimento dos candidatos planetários do Kepler.

Devido ao pequeno tamanho da estrela hospedei-ra, os trânsitos provocam uma diminuição signifi-

cativa, cerca de 3.6%, no brilho da estrela.

A equipa do projecto Eta-Earth anunciou também

a descoberta de mais uma Super-Terra próxima

do Sol que realiza trânsitos, a HD97658b. O plane-ta foi descoberto em 2010 pela equipa do projec-

to Eta-Earth liderado por Geoff Marcy e orbita

uma anã de tipo espectral K1V com um período de 9.5 dias. Observações pormenorizadas da velo-

cidade radial do sistema permitiram calcular com

precisão suficiente a data e hora em que o plane-ta poderia, se o alinhamento fosse adequado,

efectuar um trânsito. Observações fotométricas

realizadas nessas ocasiões permitiram detectar, com dificuldade, partes do trânsito do planeta. A

novidade principal nesta descoberta é o facto de

ter sido feita com fotometria obtida a partir da Terra para um planeta tão pequeno. A realidade

dos trânsitos irá certamente ser verificada com

observações realizadas a partir do espaço. Entre-tanto, uma análise preliminar dos dados permite

concluir que o planeta, com massa de 6.4Mt e

raio de 2.9Rt (Mt/Rt = massa/raio da Terra), tem uma densidade de 1.4 g/cm3, demasiado baixa

para uma Super-Terra. O planeta deverá ser antes

um “sub-Neptuno” com quantidades importantes de hidrogénio, hélio e vapor de água na atmosfe-

ra. O artigo é:

“Detection of a Transiting Low-Density Super-

Earth” (Henry et al., 2011)

Já hoje, a equipa do projecto Super-WASP não

quis ficar atrás e decidiu provocar sensação ao

anunciar a descoberta de 23 novos planetas:

WASP-20, WASP-42, WASP-47, WASP-49 e WASP-

52 até WASP-70. Todos Júpiteres Quentes.

Ontem foi realmente um dia notável para a astro-

nomia e para os entusiastas dos exoplanetas !

Luís Lopes

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Page 34: astroPT Set2011

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Setembro 2011

Planeta HD 85512b é Planeta HD 85512b é

habitável habitável

EXOPLANETAS

HD 85512 ou Gliese 370 é uma estrela que se encontra a 36 anos-luz de distância. Tem um tipo espectral K, por isso é um pouco menos luminosa, menos massiva, mais fria, um pouco mais velha, e

mais pequena que o Sol. É uma anã alaranjada. Foi encontrado um planeta à volta dessa estrela que é uma Super-Terra. O planeta orbita a estrela a 0.26 UA, ou seja 1/4 da distância da Terra ao Sol

Há 3 semanas atrás, o Luís Lopes já tinha dado a conhecer esta descoberta, neste post. Agora, 3 semanas depois, a descoberta está a chegar aos serviços noticiosos, mas ainda timidamente. Os jornais ainda nem falaram da descoberta. Ou seja, o astroPT foi o primeiro a falar desta descoberta, e agora voltamos a ela para sub-linhar os resultados.

Page 35: astroPT Set2011

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Volume 1, Edição 9 EXOPLANETAS

– mas como a estrela é mais pequena então em termos relativos ele está para a estrela-mãe como Vénus está para o Sol. Poderá estar na parte inte-rior da zona habitável da estrela. Outra informação rele-vante é que a órbita é quase circular, o que faz com que a temperatura esteja estabiliza-da. HD 85512b é 3,6 mais massivo que a Terra, deverá ser rochoso, e terá uma temperatu-ra à superfície de cerca de 25ºC. O planeta poderá ter uma atmosfera com vapor de água, dióxido de car-bono, e azoto (nitrogénio). Se o planeta tiver uma atmosfera com nuvens, então é provável que tenha água no estado líqui-do à superfície do planeta (lagos, rios, e oceanos). Ser habitável é diferente de ser habitado. Habita-do quer dizer que tem vida. Ser habitável quer

dizer que pode ter condições para ter vida tal como a conhe-cemos. É o exoplaneta menos massivo encontrado na

zona habitável, e é, neste momento, o melhor candidato para ter vida (juntamente com Gliese 581d).

Leiam o artigo científico, aqui e aqui.

No dia 12 de Setembro, este planeta foi anuncia-do na conferência internacional Extreme Solar Systems II, juntamente com a descoberta de 50 exoplanetas, 16 dos quais são super-terras. Leiam no astroPT, aqui. Carlos Oliveira

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Setembro 2011

Encontrado o planeta Encontrado o planeta

Tatooine, de Star Wars! Tatooine, de Star Wars!

EXOPLANETAS

Tatooine é um enorme planeta deserto que foi colonizado por mineiros e fazendeiros. É um planeta que orbita um sistema duplo de estrelas (“2 sóis”). É um planeta fictício, do universo de Star Wars (Guerra das Estrelas), e que é a casa de Luke Sky-walker. *N.R.: Veja o vídeo aqui]

O Luís Lopes já tinha profetizado que hoje na con-ferência de imprensa da NASA, talvez fosse divul-

gada a descoberta de um planeta deste género, já

que constava uma pessoa ligada a Star Wars.

Hoje, numa conferência simplesmente fenome-nal, essa descoberta foi revelada!

O planeta chama-se Kepler-16b , mas o apelido já está dado mundialmente: Tatooine!

Nunca ninguém tinha alguma vez visto um plane-

ta deste género (a orbitar e fazer trânsitos em

ambas as estrelas)… a não ser em Star Wars! Como disse o Alan Boss: “O que era ficção científi-ca, tornou-se realidade!”

O planeta encontra-se a 200 anos-luz de distância e orbita ambas as estrelas.

A órbita (ano) demora 229 dias, o que é similar a

Vénus (225 dias). O sistema é estável, pelo menos durante vários

milhares de milhões de anos. Vejam os gráficos, aqui.

O planeta tem massa e tamanho semelhantes a

Saturno e dista 104 milhões de kms das estrelas,

que são menos massivas (uma estrela tem 69% da massa do Sol, e a outra tem 20% da massa do

Sol), mais pequenas e mais frias que o nosso Sol,

por isso o planeta deve ser frio. Talvez com tem-peraturas de -100º C.

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Volume 1, Edição 9 EXOPLANETAS

É um planeta gasoso semelhante a Saturno.

Os cientistas dizem que é muito provável haver planetas rochosos nesse sistema, mas ainda não

foram detectados. Eles disseram inclusivé que a

Missão Kepler irá detectar esses planetas num futuro próximo.

Também referiram que, devido a orbitar 2 estre-

las, a ideia de zona habitável não é estática, mas tem um dinamismo que nunca se tinha visto

antes.

Os planetas rochosos terão uma maior probabili-dade de ter vida como a conhecemos, e se existi-

rem em órbita destas estrelas, então sem dúvida

que se terá descoberto uma nova classe de siste-mas planetários que poderão ter vida. E tendo em

conta que a maior parte das estrelas no Universo

são binárias (2 estrelas), então as oportunidades para haver vida aumentaram vertiginosamente.

Por outro lado, apesar do Kepler-16b estar um

pouco fora da zona habitável, a equipa de cientis-tas mencionou que o planeta poderá ter luas… e

quiçá poderão ser como Europa ou Titã (que

estão fora da zona habitável, mas podem ter vida).

Os cientistas também disseram que se pode ver a

estrela com binóculos, e que os astrónomos ama-dores poderão seguir o transito do planeta em

2012. Por fim, a conferência de imprensa acabou, com o “apresentador” a dizer: May the Force be with

You

O Luís Lopes também escreveu sobre esta espan-

tosa descoberta:

As suspeitas confirmaram-se. A equipa da missão Kepler anunciou, há poucas horas, a descoberta

do primeiro planeta que orbita duas estrelas que

formam um sistema binário. O planeta, designado de Kepler-16b (o sistema Kepler-16 também tem

estas designações: KOI-1611, 2MASS

19161817+5145267), foi detectado pelo método dos trânsitos e situa-se a cerca de 200 anos-luz de

distância. Trata-se de um planeta com caracterís-

ticas físicas muito parecidas às de Saturno: 105 vezes a massa da Terra (um terço da massa de

Júpiter) e uma densidade de 0.96 g/cm3, portanto

idêntica à da água (considerando as margens de erro). Com esta densidade, deverá ser constituído

em partes iguais por rocha e gás. A arquitectura do sistema é muito interessante. As duas estrelas formam um sistema binário, isto é, orbitam um centro de massa comum, com um período de 41 dias. À distância, o Kepler-16b orbi-ta o referido centro de massa das estrelas com um período de 229 dias, semelhante ao período orbital de Vénus em torno do Sol (225 dias). As estrelas são ambas mais pequenas, menos maci-ças e menos luminosas que o Sol, mas mais acti-vas. A estrela primária tem 69% da massa e 65% do raio do Sol, ao passo que a secundária tem apenas 20% da massa e 22% do raio do Sol. Os tipos espectrais serão algo como K5V (uma anã laranja) e M5V (uma anã vermelha), respectiva-mente. Deste facto resulta que o Kepler-16b está para lá da Zona Habitável associada às duas estre-

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Setembro 2011 EXOPLANETAS

las e deverá portanto ser um mundo frio e inóspito. Podem ter uma ideia mais clara da estrutu-ra do sistema através da figura e vídeo seguintes. O sistema é espectacular tam-bém devido à forma como as duas estrelas e o planeta estão perfeitamente alinhados com a nossa linha de visão. De facto, o alinhamento é tal que o Kepler observa a estrela mais pequena a passar em frente da maior (eclipse primário), a estrela maior a passar em frente da estrela mais pequena (eclipse secundário). Se apenas existis-sem as estrelas, o sistema teria uma curva de luz semelhante à representada na figura seguinte.

Mas o Kepler viu mais. Viu os trânsitos do planeta pelo disco da estrela maior, pelo disco da estrela mais pequena e, em algumas ocasiões, simulta-neamente pelos discos de ambas. Esta última situação ocorre quando o trânsito do planeta coincide com o eclipse primário do sistema biná-rio. Esta complexa sucessão de eventos dá origem a uma curva de luz espectacular que podemos ver nas figuras seguintes (direita).

Os sistemas binários de estrelas são importantís-simos em astrofísica pois constituem das poucas

oportunidades que os astrónomos têm de medir

directamente a massa e a dimensão das estrelas, observando o seu movimento orbital e aplicando

a Terceira Lei de Kepler. Desta forma foi possível

calcular com grande precisão os ditos parâmetros

para as estrelas deste sistema. Para calcular a

massa do planeta, os astrónomos utilizaram um

efeito mais subtil. O movimento orbital do plane-ta provoca ligeiros atrasos ou avanços nos instan-

tes em que ocorrem os eclipses do sistema biná-

rio. A amplitude deste efeito, no caso pouco mais de 1 minuto (!), permitiu calcular a massa do pla-

neta, um belo exemplo de aplicação da técnica

designada de TTV (Transit Timming Variations).

Nas palavras de Bill Borucki, o investigador princi-

pal da missão, “Esta descoberta confirma a exs-

tência de uma nova classe de sistemas planetários que podem suportar vida. Dado que a maior parte

das estrelas na nossa galáxia fazem parte de siste-

mas binários, esta descoberta significa que as oportunidades para o desenvolvimento da vida

são muito maiores do que se os planetas se for-

massem apenas em torno de estrelas singulares. Esta descoberta demonstra finalmente que os

planetas podem formar-se em torno de estrelas

em sistemas binários, uma hipótese que os cien-tistas consideraram durante décadas.”

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Volume 1, Edição 9 EXOPLANETAS

A descoberta foi publicada na revista Science. Podem ver a notícia original aqui. Todas as ima-gens são crédito da missão Kepler. A tradução livre das palavras de Bill Borucki é da minha intei-ra responsabilidade.

Leiam aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, e aqui.

Que fantástica descoberta!!!! Carlos Oliveira

CoRoTCoRoT--20b, um Júpiter Quente com a Densidade do Cobre 20b, um Júpiter Quente com a Densidade do Cobre

Uma equipa de astrónomos liderada por Magali Deleuil, do Laboratoire d’Astrophysique de Mar-seille, disponibilizou um artigo em que descreve a descoberta do CoRoT-20b, um Júpiter Quente muito maciço e denso. A estrela hospedeira, CoRoT-20, situada a cerca de 4 mil anos-luz na direcção da constelação do Unicórnio, de tipo espectral G2V, é quase uma cópia do Sol no que diz respeito às suas características físicas, mas é muito mais jovem e activa, com uma idade esti-mada em apenas 100 milhões de anos. O período orbital do planeta é de apenas 9.24 dias. Ao contrário da maioria dos Júpiteres Quen-tes, que têm órbitas circulares ou quase, o CoRoT-20b tem uma órbita elíptica bastante alongada, com uma excentricidade de 0.56. Este facto faz com que, no seu ponto de maior aproximação à estrela (periastro), o planeta diste da estrela 5.9 milhões de quilómetros, ao passo que, no ponto de maior afastamento (apoastro), a distância é de 21.1 milhões de quilómetros. Esta variação perió-dica na distância do CoRoT-20b à estrela tem implicações na temperatura estimada do planeta que varia entre os 760 Kelvin, no apoastro, e os 1440 Kelvin, no periastro, em apenas 4.6 dias. Pla-netas com estas variações drásticas de tempera-tura têm atmosferas muito activas com tempesta-

des violentas de ventos supersónicos, como foi demonstrado espectacularmente para o HD80606b em 2009. As características físicas do planeta são também muito interessantes. O CoRoT-20b é muito maciço e denso. Com cerca de 4.2 vezes a massa e 0.8 vezes o raio de Júpiter, a sua densidade média de 8.8 g/cm3 é muito elevada, comparável à de metais como o Cobalto, o Cobre e o Níquel. Um planeta tão denso tem forçosamente de conter uma grande quantidade de “metais”, elementos mais pesados que o hidrogénio e o hélio. De fac-to, simulações preliminares levadas a cabo pelos autores apontam para um núcleo interno do pla-neta com uma massa incrível de cerca de 800 vezes a massa da Terra (2.5 vezes a massa de Júpiter) composto por elementos pesados. Podem ver o artigo aqui. Luís Lopes Imagem: Os trân-sitos do CoRoT-20b sobrepostos numa única figura. Crédito: Deleuil et al.

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Setembro 2011 EXOPLANETAS

A missão Kepler tem por objetivo descobrir

planetas extrassolares, e sua acuidade

permite observar planetas do tamanho da Terra. Antes da missão, só conseguíamos obser-

var planetas de tamanho e massa comparáveis aos de Júpiter. Kepler é um telescópio espacial,

que gira em torno do Sol em uma órbita quase

idêntica à da Terra. Em uma de suas descobertas mais interessantes, a missão revelou um planeta

orbitando um sistema duplo de estrelas.

Essa observação mostra que, de fato, é possível

planetas se formarem em torno de sistemas

duplo. E, como a maioria das estrelas em nossa galáxia pertencem a sistemas duplos, saber disso

é bastante animador na procura de possíveis pla-

netas habitados. O planeta, que recebeu o nome de catálo-go Kepler-16b, orbita o sistema Kepler-16, e está a cerca de 200 anos-luz de nós. A distância foi inferida por análise de magnitude da estrela mais

Kepler Mostra Planeta Orbitando Duas Estrelas Kepler Mostra Planeta Orbitando Duas Estrelas

Concepção artística do sistema Kepler-16, mostrando o planeta

Kepler-16b e o sistema binário que orbita.

Já era especulado e agora foi observado. Muita coisa é assim na Astronomia, primeiro especula-se a existência, com ou sem um apoio da matemática, e depois observa-se. Foi assim com a expansão do Universo e foi assim com a existência de planetas orbitando um sistema duplo de estrelas.

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Volume 1, Edição 9 EXOPLANETAS

brilhante.

A descoberta do planeta foi feita observando variações de brilho do sistema, num gráfico que chamamos de Curva de Luz, que mostra variação de brilho em função do tempo. Esse tipo de gráfi-co é extensamente usado na Astronomia. A figura abaixo mostra a curva de luz de Kepler-16. A estrela mais brilhante é a Estrela A, a menos bri-lhante é a Estrela B, e o planeta foi chamado de Planeta b – a diferença entre a estrela Kepler-16B e o planeta Kepler-16b é o “b” maiúsculo para a estrela e minúsculo para o planeta. O número 1 no eixo vertical dos gráficos indica o brilho do sistema sem nenhum eclipse ou trânsi-to. Clique na imagem para vê-la ampliada em outra janela ou aba (dependendo da configuração do seu navegador da internet) (imagem lado direito) Quando a Estrela B, passa na frente da Estrela A, o brilho do sistema diminui, caindo de 1 para cer-ca de 0,84, como mostra o primeiro gráfico da

parte de baixo da figu-ra. Quando ocorre o inverso, e a Estrela A passa na frente da Estrela B, o brilho cai menos, saindo de 1 para cerca de 0,985 como mostra o segun-do dos gráficos, em amarelo. Os trânsitos do planeta nas duas estrelas produzem variações de brilho ainda mais sutis, fazendo o brilho do sistema cair para cer-ca de 0,987 quando passa na frente da Estrela A, e para cerca de 0,999 quan-do passa na frente daEstrela B.

O Keple-16b completa uma volta em torno de suas duas estrelas em cer-

ca de 229 dias e é um pouco menor que Júpiter,

tendo massa parecida com a de Saturno.

Esse tamanho de planeta é bem superior ao

tamanho que a missão Kepler pode identificar, mas essa descoberta é importante por mostrar

que existem planetas ao redor de sistemas biná-

rios. Kepler-16b tem sido chamado informalmente

pelos astrônomos de Tatooine, o planeta onde

cresceu Luke Skywalker e onde nasceu Anakin Skywalker, personagens da saga Guerra nas Estre-

las. Num dos filmes da série, é mostrado

uma paisagem de Tatooine, durante o dia, com

duas grandes estrelas, como dois sóis, no céu.

Ficção científica e ciência andam sempre de mãos dadas! Leandro Guedes

Comparação entre o tamanho estimado de Kepler-16 e o Sol, e entre o tamanho estimado de

Kepler-16b, a Terra e Júpiter (editado de http://kepler.nasa.gov/Mission/discoveries/kepler16b/).

Page 42: astroPT Set2011

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Na APOD de 23 de setembro, esta foto foi feita no início deste mês. Em primeiro plano temos o Hidden Lake Territorial Park Parque Territorial Hidden Lake em Yellowknife, Canadá.

Conceição Monteiro

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