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1 BAHÁ’Í BRASIL Página 6 Conselhos Regionais Assembleia Nacional nomeia novos membros Nº 35 - Janeiro/2013 Arrecadação de doações, embelezamento de ruas e limpeza de escolas estão entre as ações desenvolvidas Bahá’í Brasil Assessoria de Comunicação - Comunidade Bahá’í do Brasil Jornalista Responsável: Jordana Araújo (reg. 10116) | Colaboração: Gabriel Marques/ Simone Sá/ Luana Reis| Diagramação: Jordana Araújo / Mary Aune | Revisão: Daniella Hiche/ Ana Gerda Paz / Mary Aune Entidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal 7035 | CEP 71635-971 – Brasília-DF | Site: www.bahai.org.br | Contato: [email protected] Impressão: Kaco Gráfica e Editora | Tiragem: 2.500 exemplares Expediente Atos de Serviço mobilizam pré-jovens no Brasil Promoção da Igualdade Consciência da unidade racial é tema de debates em várias comunidades Página 6 Página 7 Página 3 Editora Bahá’í Conheça os novos kits de literatura básica Juventude Abertas novas turmas para os seminá- rios do ISGP Orientações sobre o uso de imagens da Fé na rede mundial de computadores Internet Página 9 Página 12

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Jornal da Comunidade Bahá'í Brasileira

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BAHÁ’Í BRASIL

Página 6

Conselhos RegionaisAssembleia Nacional nomeia novos membros

Nº 35 - Janeiro/2013

Arrecadação de doações, embelezamento de ruas e limpeza de escolas estão entre as ações desenvolvidas

Bahá’í BrasilAssessoria de Comunicação - Comunidade Bahá’í do Brasil Jornalista Responsável: Jordana Araújo (reg. 10116) | Colaboração: Gabriel Marques/ Simone Sá/ Luana Reis| Diagramação: Jordana Araújo / Mary Aune | Revisão: Daniella Hiche/ Ana Gerda Paz / Mary Aune Entidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal 7035 | CEP 71635-971 – Brasília-DF | Site: www.bahai.org.br | Contato: [email protected] Impressão: Kaco Gráfica e Editora | Tiragem: 2.500 exemplaresEx

pedi

ente

Atos de Serviço mobilizam pré-jovens no Brasil

Promoção da IgualdadeConsciência da unidade racial é tema de debates em várias comunidades

Página 6

Página 7

Página 3

Editora Bahá’íConheça os novos kits de literatura básica

JuventudeAbertas novas turmas para os seminá-rios do ISGP

Orientações sobre o uso de imagens da Fé na rede mundial de computadores

Internet

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Nº 35 - Janeiro/2013

O Dia da Consciência Negra tem sido crescentemente celebrado em nosso país - uma forma de reconhecimento do vasto legado de contribuições da população negra ao processo de formação da identidade brasileira, mas, sobretudo, como um grito de alerta às grandes disparidades sociais, especialmente aquelas construídas com base na discriminação da cor da pele e que, de modo quase imperceptível, continuam a corroer as relações essenciais da vida diária do povo brasileiro.

Em 20 de novembro celebra-se a figura de Zumbi, que no cume da Serra da Barriga, Alagoas, içou a bandeira da liberdade, fundando o mítico Quilombo dos Palmares. Longe do domínio e opressão escravagista do Brasil Império, construiu uma comunidade que melhor promovia e garantia os direitos de todos seus cidadãos. Resistiu às sucessivas investidas do exército imperial até sucumbir heroicamente em nome da liberdade de todo um povo oprimido.

Que o mundo tenha sido até agora governado pela força, não há controvérsias. Que mudanças nos modelos mentais e paradigmas sociais sejam processos lentos, igualmente não se questiona. É preciso indagar por que em um país que gradualmente reconhece o valor da diversidade ainda se permite a discriminação com base na cor da pele. É preciso indignar-se e se levantar de modo firme em defesa da igualdade e promoção da unidade racial. Ser observador passivo de uma realidade injusta e cruel não é aceitável.

Para os bahá’ís, celebrar Zumbi dos Palmares é recordar-se também de outros importantes nomes que labutaram e deram suas vidas na luta contra a discriminação e a favor da igualdade e unidade racial, incluindo-se vários irmãos de fé. Os passos dados no passado, cujas pegadas nos legaram rastros tão marcantes, apontam-nos a clara direção em relação ao futuro.

O racismo é um dos males sociais mais funestos e persistentes. E ainda continua fazendo vítimas. De um lado, segue impedindo aqueles de pele mais escura ou de um grupo ou etnia específica de se desenvolver e manifestar plenamente seu potencial; enquanto, de outro lado, impede a população inteira de se beneficiar das múltiplas contribuições e das potencialidades ilimitadas de suas próprias vítimas.

Por isso não se pode permitir descuidos ou fazer concessões. A continuada luta pela correção de distorções sociais tão graves - a cura do mal do racismo - requer o abandono de privilégios inaceitáveis e um novo olhar para a questão. A justiça e a aplicação do princípio da equidade exigem que se trate os desiguais com olhares diferenciados. Não se pode fechar os olhos ou desconhecer a realidade cruel das novas formas de exclusão – seja o racismo ambiental, cultural ou institucional.

O Brasil – país que abriga uma vasta diversidade humana, de invejável origem étnica e cultural, com destaque para suas matrizes indígenas e africanas pode se orgulhar de suas recentes políticas públicas inclusivas, pela busca da superação das desigualdades históricas, promovendo um ambiente socialmente mais justo, mais igualitário e, por assim dizer, mais humano, onde a diversidade se destaca como um valor intrínseco, como uma nova fonte de riqueza e poder nacional.A riqueza de uma nação, conforme anunciado por Bahá’u’lláh por volta de 1873, não consiste naquilo que se encontra em seu subsolo: “a riqueza de um país é seu povo”. Reconhecer e valorizar a riqueza da diversidade humana, tal como no Brasil, ainda representa um longo caminho a percorrer, mas já emergem aqui e acolá – cristalizando-se no campo das políticas públicas – algumas importantes vitórias, suplantando pouco a pouco os indizíveis horrores da escravidão e discriminação racial.

A criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (2003) e a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (2003), a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/ 2010) e a recente aprovação da Lei 12.711/2012 que garante a reserva de até 50% das vagas disponíveis nas universidades e institutos federais para alunos egressos de escolas públicas, com público grandemente formado por afrodescendentes e indígenas, são exemplos marcantes de avanços históricos. No decorrer de apenas uma década, são um indicativo de que o vento das mudanças tem soprado favoravelmente, varrendo velhos modelos de

Casa Universal de Justiça

Editorial

O Dia da Consciência Negra e os ventos da mudança no BrasilA trajetória rumo à igualdade e à superação do racismo

Casa de Justiça anuncia resignação de dois membrosTradução:

5 de novembro de 2012

A todas as Assembleias Espirituais NacionaisQueridos amigos, Em razão da pesada carga de trabalho incidindo sobre os membros da Casa Universal de Justiça, o Dr. Farzam Arbab e o Sr. Kiser Bar-nes, após dedicada consideração consoante os melhores interesses da Causa de Deus e em face à idade avançada de ambos, solicita-ram permissão para renunciar sua qualidade de membros da Casa Universal de Justiça conforme Artigo V.2.(c) de sua Constituição. É com profundo pesar que a Casa de Justiça aceitou o pedido de demis-são desses mui amados membros. O Dr. Arbab foi eleito para a Instituição pela primeira vez em 1993 e o Sr. Barnes em 2000, e continuarão a servir até a data da conclusão da eleição da Casa Universal de Justiça, na Décima Primeira Convenção Internacional Bahá’í, a se realizar no Ridván de 2013.

Com amorosas saudações bahá’ís,

[assina: A Casa Universal de Justiça]

Casa Universal de Justiça

pensamento e apontando para um mundo mais equiname e justo para todos, fazendo valer o bordão de Estado de “Brasil: um país de todos”. Importantes passos estão por vir no Brasil, tal como a lei que garante cotas no Serviço Público Federal, com o concomitante incentivo para que o setor privado emule tal decisão, numa mostra dos intrincados caminhos a serem percorridos e das destrezas a serem desenvolvidas para se superar os males do racismo.

Avanços extraordinários no campo racial têm ocorrido diante de nossos olhos, apesar das aguerridas controvérsias próprias de tempos de transição. Os desafios imediatamente à frente são múltiplos, dentre eles o de alcançar e incluir uma representação ainda maior da diversidade populacional brasileira dentro da própria ação social bahá’í; manter clareza quanto aos propósitos da Causa, isto é, a defesa dos espezinhados da terra, sua inclusão nos círculos de unidade, mantendo altaneiro o estandarte da guia divina, da visão de que um outro mundo é possível. A visão confiante de que adentrar o futuro significa a consciência de sermos cidadãos de um mesmo planeta, de possuírmos conjuntamente uma nacionalidade mundial que ultrapassa as linhas, fronteiras e divisões artificiais de países e mesmo das culturas, da cor de pele e de quaisquer outras barreiras de menor significado. Afinal, como proclamado por Bahá’u’lláh, de uma escura cela de prisão desde os confins da antiga Palestina: “a Terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos”!

Em memória

Enayatollah Vahdat, Porto Alegre (RS) 10 de outubro de 2012

“ ...Ó Senhor! Exalta-lhe a posição; abriga-o à sombra do pavilhão de Tua mercê suprema; faze-o adentrar teu glorioso paraíso e perpetua-lhe a existência em teu sublime jardim de rosas, a fim de que ele venha a se imergir no oceano da luz, no mundo dos mistérios...”

‘Abdu’l-Bahá

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BAHÁ’Í BRASIL

Casa de Justiça anuncia resignação de dois membros

Plano de Cinco Anos

Conselheiro indígena visita índios brasileirosBernardino Sanchez participa de encontros no Amazonas, Alagoas e Bahia

Mais de 85 agrupamentos na América Latina estão recebendo uma atenção especial do Corpo Conti-nental de Conselheiros e das respectivas Assem-bleias Espirituais Nacionais para que tenham um crescimento das atividades como aulas de edu-cação espiritual, grupos de empoderamento para pré-jovens, círculos de estudo e reuniões devocio-nais. Deste número de agrupamentos, 28 são indí-genas, dos quais três estão no Brasil: Munduruku (Amazonas), Kariri-Xocó (Alagoas) e Kiriri (Bahia).

“Pela primeira vez na história, as Escrituras Sagra-das de uma religião tratam diretamente da popu-lação indígena e importância dela,” ressalta um dosConselheiros Continentais residentes no Brasil, Pe-jman Samoori. Ele cita em seguida a afirmação de ‘Abdul-Bahá, o Centro do Convênio de Bahá’u’lláh, que diz: “se estes índios se educarem e forem guia-dos corretamente pelos Ensinamentos Divinos eles se tornarão tão esclarecidos que a Terra inteira será iluminada ”.

Em dezembro de 2012, as aldeias indígenas brasi-leiras receberam a visita de uma equipe que incluia Bernardino Sanchez, da comunidade Ngöbe Buglé e que atualmente serve no Corpo Continental de Conselheiros das Américas, vindo do Panamá para retribuir a participação de bahá’ís indígenas bra-sileiros na Conferência Indígena no Panamá que ocorreu em março do mesmo ano e já retratada na última edição do jornal Bahá’í Brasil. O propósito da visita também foi compartilhar experiências sobre as contribuições dos povos indígenas no caminho do serviço à comunidade.

Recebido calorosamente pelo povo Munduruku, o Conselheiro Bernardino reafirmou a importância do próprio idioma na preservação da identidade de um povo, “o maior poder de uma cultura está

em sua língua. Se um povo perde sua língua, condena a sua cultura a morte”. Ele destacou a importância da co-munidade local assumir a autonomia na realização das atividades do Instituto Ruhí.

De acordo com Pejman, “os índios têm percebido que os bahá’ís estão trazendo algo inovador dos outros movimentos que, em geral, exigem: ‘você tem que es-quecer sua língua, tem que falar apenas o português’. A

ideia é fortalecer a identidade e cultura das tribos com atividades que desenvolvem a capacidade questiona-dora”, disse. Pejman conta que a partir das atividades promovidas pela comunidade bahá’í os índios refletem sobre o próprio conceito de educação e percebem que, se existe uma escola que destrói o idioma nativo, des-valoriza a cultura local “essa não é a educação que eu quero”.

A visão bahá’í é a de que o indígena usufrui de todos os avanços da ciência, da própria tecnologia; indíge-nas que sistematizam o conhecimento, fazem ciência,

mas sem significar perder a sua própria identidade. “Isso significa estar conectado a todo o movimento mundial, não o indígena naquela visão antropoló-gica separado para preservação, para torná-lo um objeto de estudo ”, explica Pejman. Dessa forma, a comunidade bahá’í apoia o lema criado pelo índio Marcos Terena que diz “Eu posso ser quem você é sem deixar de ser quem eu sou”.

Seguindo a viagem, o Conselheiro Bernardino vi-sitou o povo Kariri-Xocó. No encontro com o pajé que, após lembrar-se das atividades bahá´ís, re-latou os desafios da aldeia que fica praticamente dentro da cidade e recebe contínua influência da sociedade “civilizada” movida pelo consumismo para atender aos interesses egocêntricos. Na con-versa com o pajé, Bernardino ressaltou sobre a im-portância do resgate cultural e do aprendizado de virtudes como o principal caminho para resistir às influências negativas que afetam a aldeia.

Os conselheiros e o membro do corpo auxiliar reu-niram-se com a comunidade para avaliar as ativida-des que já são realizadas e preparando-se para umimpulsionar a expansão na comunidade kariri-xo-có. A escola da aldeia também recebeu a visita do Conselheiro e o Instituto Ruhí foi apresentado.

Antes do encontro com os membros da Assem-bleia Nacional, em Brasília, no início de dezembro de 2012, Bernardino visitou a etnia dos Kiriris e, inclusive, foi entrevistado para a rádio comunitária da aldeia. “Lá, vários amigos realizam as atividades centrais com muita dedicação, fortalecendo a co-munidade com os valores que reforçam sua cul-tura e capacitam principalmente os jovens”, relata Pejman.

Conselheiros Bernardino Sanchez (à direita) e Pejman Samoori (à esquerda) com crianças Kariri-Xocó, em Alagoas.

Cresce o número de atos de serviço dos pré-jovensJovens são o principal apoio para o Programa de Empoderamento para Pré-Jovens

O Programa de Empoderamento Espiritual para Pré-jovens - faixa etária entre 12 e 15 anos - pro-movido pela Comunidade Bahá’í, vem ganhando espaço em bairros, escolas e organizações não--governamentais pela visão sobre quem são e qual o potencial dos pré-jovens brasileiros.

O Programa de Empoderamento Espiritual para Pré-jovens prepara os pré-jovens a entenderem a realidade na qual estão inseridos e a participarem, por meio de ações práticas chamadas atos de ser-viços, do desenvolvimento sustentável de sua lo-calidade. As habilidades intelectuais, espirituais e físicas de cada pré-jovem são reveladas ao longo dos três anos do Programa.

Os atos de serviço são ações planejadas pelos pró-prios pré-jovens, com a finalidade de beneficiar seu meio direto. De acordo com as estatísticas da Secretaria Nacional da Comunidade Bahá’í do Bra-sil, há em média 700 atos de serviço oferecidos pe-los pré-jovens brasileiros anualmente.

Em 2010 e 2011, o índice variava em torno de 500 atos de serviço. O aumento no número de atos de serviço foi consequência da atenção destinada aos monitores do Programa. Foram realizados semi-nários em diferentes regiões do país – Amazonas, Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Sul – voltados espe-cificamente para aperfeiçoar o trabalho dos moni-tores do Programa, jovens em sua grande maioria.

Os resultados são prova de que jovens e pré-jovens são, sem dúvida, protagonistas-chave na edificação da sociedade que herdarão:

São Sebastião (DF)

Os cinco participantes do Grupo de Pré-Jovens da cidade encontraram uma maneira criativa de cha-mar a atenção sobre a preservação do meio am-biente ao pintar postes de rua, em setembro, no bairro de Bela Vista. “O desejo de melhorar a reali-dade do bairro de Bela Vista contagiou todo mun-

do a prestar um ato de serviço”, conta Ediesley de Carvalho, de 12 anos. Ele conta que foi feita uma pesquisa com os moradores e após muita consulta, “surgiu a ideia de pintar os postes para que todos pudessem ver a transformação. Além disso, era uma chance de mobilizar outros pré-jovens a se engajarem na atividade social”.

Revitalização das ruas em São Sebastião (DF).

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Plano de Cinco Anos

Os monitores, Sara Spinassé e Lucas Santos, ambos de 19 anos, solicita-ram uma permissão no centro administrativo da cidade. Após a resposta positiva, os pré-jovens entraram em contato com o Instituto Metamorfose para aprender a técnica da pintura. A organização apoiou a parte artística do ato de serviço e doou tintas para a realização da atividade. Os postes foram coloridos em um único dia com desenhos representando a unidade do gênero humano, a beleza da natureza e da própria arte. A rua ganhou um novo aspecto ao concluírem o trabalho. “Ela ficou bem mais bonita e os moradores ficaram felizes com a nossa iniciativa”, afirmou Ediesley. João Pessoa (PB)

Cinco pré-jovens planejaram uma visita ao projeto Aldeias Infantis SOS, que atua com o fortalecimento familiar e comunitário e o acolhimento de crianças em diversas situações de violação de direitos humanos. Eles também tiveram a iniciativa de convidar crianças que conheciam para os acompanharem na visita.

“A nosssa intenção foi transmitir mais amor e afeto para as crianças da instituição”, explica Bruna Ahimed, de 14 anos. “Quem acabou recebendo mais carinho fomos nós. Aprendemos muito com a visita e voltamos para casa diferentes, muito melhores que antes”, confessa. A generosidade e o desprendimento estiveram presentes com a doação de roupas e brinque-dos ao local. A visita deu início a uma amizade entre as crianças.

De Jovens para Pré-jovens

“O Programa de Empoderamento para Pré-Jovens foi uma grande inspi-ração. Foi a partir dele que me envolvi em atos de serviço e tive minhas primeiras experiências de ação social; comecei a me sentir parte de algo muito maior e mais importante”, disse Camila de Quevedo, de Canoas (RS). “Hoje tenho o meu próprio grupo de pré-jovens e procuro sempre ajudá--los a desenvolver esse mesmo tipo de sentimento e reflexão”, completa a jovem de 17 anos.

É um projeto que se retroalimenta. Além dos pré-jovens que, alguns anos após passarem pelo Programa, tornam-se monitores, como é o caso de Ca-mila, muitas crianças que participam das aulas de educação espiritual para crianças também ingressam no Programa aos 12 anos de idade. Ao mesmo tempo, há pré-jovens que optam por servir como professores das aulas de educação espiritual para crianças.

É assim que, em novembro de 2012, na cidade de Viana (ES), foi realizado o II Encontro de Jovens do Sudeste. Um dos principais objetivos do evento foi um estudo aprofundado do Livro 5 do Instituto Ruhí, Liberando os Poderes dos Pré-Jovens, voltado para a preparação daqueles interessados em ser-vir como monitores do Programa de Empoderamento Espiritual para Pré--Jovens. Jovens do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro e até alguns de outros estados interessados no estudo e na oportunidade de trocas de experiências dos atos de serviço dos jovens, marcaram presença, demonstrando o senso de responsabilidade inter-geracional destes jovens.

Visita a organização de atenção à criança em João Pessoa (PB) .

Pintura de paredes em escola pública de Aracaju (SE).

Encontro de Jovens no Espirito Santo: foco no serviço, com capacitação para atuar junto aos pré-jovens.

Arrecadação de brinquedos para doação em Gurupi (TO).

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BAHÁ’Í BRASIL

Tradicionalmente realizadas em um formato na-cional, as Conferências de Unidade foram des-centralizadas em seis eventos regionais a partir de 2011, permitindo assim a participação de um maior número de pessoas1.

As conferências regionais de unidade, além de serem um espaço de confraternização, promo-vem melhor compreensão sobre o envolvimento dos indivíduos na vida comunitária de suas res-pectivas regiões, ou seja, o papel de cada um no

Plano de Cinco Anos2. “Elas ajudam a promover a criação de ‘um ambiente espiritualmente edi-ficante3’ para a vida comunitária bahá’í”, explica o Secretário Nacional da Comunidade Bahá’í do Brasil, Carlos Alberto Silva. “Os participantes são encorajados a se dedicarem às atividades cen-trais da fé”, completa.

As conferências do Sudeste e do Norte trabalha-ram o “serviço à humanidade” – um ensinamento essencial de Bahá’u’lláh para o advento da paz universal, que se materializa na medida em que as pessoas participam ativamente em ações so-ciais que fortalecem o núcleo comunitário a que pertencem, estando cada vez mais conscientes de seu papel social e de suas aptidões para con-tribuir para o bem-estar coletivo.

O incentivo aos jovens no serviço à Causa foi o enfoque da Conferência de Unidade do Norte, que ocorreu em julho em Teresina (PI), com a par-ticipação de mais de 50 pessoas de São Luiz do Maranhão (MA), Macapá (AP), Altamira (PA), Caru-aru (PE) e outras cidades. O papel da juventude é visto pelos bahá’ís como um elemento essencial para a transformação da sociedade, dadas sua

energia renovadora e consciência acerca das grandes questões que envolvem a humanidade.

Leonardo Lemos participou da Conferência do Norte e, melhor compreendendo seu papel so-cial e o que é espírito de serviço, decidiu atuar como professor de aulas de educação espiritual para crianças. “Quero ajudar a trans-

mitir os princípios de amor e igualdade entre todos os seres humanos na cidade de São Luiz do Maranhão (MA)”, comenta o jovem que recentemente se de-clarou bahá’í.

Em junho, Mogi Mirim (SP) recebeu 250 pessoas para a Conferência Regional do Su-deste, que puderam expandir a compreensão da guia da Casa

Universal de Justiça de 12 de dezembro de 2011 sobre como trilhar um caminho de serviço. “Um caminho pode ser percorrido e conhecido, não somente por uma ou duas pessoas, mas por mul-tidões após multidões; ele pertence à comunida-de”, afirma a Mensagem.

“Com o compartilhamento das experiências no campo de serviço de pessoas de diferen-tes lugares, percebemos que qualquer dificuldade pode ser superada”, disse Maria de Lima, integrante da Comuni-dade Bahá’í de Petrópolis. Ela atualmente apóia uma aula de educação espiritual para crian-ças e, ouvindo as experiências de pessoas de outros lugares,

se inspirou a promover outra aula de educação espiritual para crianças em sua cidade.

Porto Alegre (RS) sediou a Conferência Regional do Sul em outubro. Os 150 participantes tiveram a oportunidade de se aprofundar em temas re-lacionados ao potencial do indi-víduo para construir uma Nova Ordem Mundial, a importância da juventude e da família, o processo educacional voltado para sustentabilidade, o envol-vimento da Comunidade Bahá’í nas ações sociais e participação nos discursos predominantes da sociedade para então gerar uma reflexão coletiva sobre “Quem somos?” e “O que fazemos?”.

De acordo Cláudio Pinheiro, participante da Con-ferência do Sul, “a base da construção de uma nova sociedade ocorre na família, ensinar dia--a-dia aos jovens seus direitos e deveres nesta pequena sociedade é um exercício para relações externas saudáveis”. Para ele, tal educação deve ser sustentável, ou seja, “um processo que leva à autonomia individual e coletiva, libertando os indivíduos de amarras e preconceitos antigos, que não permitem uma emancipação de seu ser e suas ações”.

Jéssica Saberin, 25, também participante da Conferência do Sul, analisa que “a troca de expe-riências, o convívio e o conteúdo das palestras da Conferência permitem o revigoramento do espírito de cada indivíduo. É a força motriz para prosseguirmos no caminho do serviço”.

Para Jerome Muller, participante da Conferência Regional do Nordeste, em São Miguel dos Mila-gres (AL) em outubro, “o mais cativante foi escu-tar as experiências de amigos de outras cidades e perceber como cada um está conectado pelo mesmo propósito”. A Conferência tratou das ati-vidades centrais da Fé Bahá’í, a vida bahá’í, a im-portância da contribuição aos Fundos e o papel dos indígenas na construção de um novo mundo.

Independente do enfoque temático de cada Conferência Regional de Unidade, é nítido o aprimoramento do senso de propósito coletivo entre os participantes. Esta percepção espiritual certamente os impulsiona para atos de serviço cada vez mais coerentes com as necessidades de suas comunidades rumo à edificação de uma so-ciedade ciente da riqueza e diversidade de seus cidadãos.

Notícias Nacionais

1 A decisão da periodicidade das conferências fica a cargo dos respectivos Conselhos Regionais, conforme aprovado pela Assembleia Espiritual Nacional em dezembro de 2011, podendo ser anuais ou bianuais.2 As instituições bahá’ís desenvolvem planos e ações que englobam todos os indivíduos de sua comunidade, incluindo a comunidade de interesse. Os atos de serviço são tidos como a forma mais legítima de desenvolvimento espiritual na vida humana. Algumas dessas atividades são reuniões devocionais, aula bahá’í para crianças, grupo de pré-jovens e círculo de estudo, que são abertas ao público. Tais atividades são frequentemente relacionadas à prática do estudo das sequências do livro do Instituto Ruhi embora não obrigatória. Todas as comunidades bahá’ís se esforçam como meta ter todas essas atividades. 3 Conforme destacado pela Casa Universal de Justiça na mensagem do Ridván de 2010.

2ª edição das Conferências Regionais de UnidadeNorte, Nordeste, Sul e Sudeste trilhando um caminho de serviço

Fotos: Acima, à esquerda: Conferência de Unidade da Região Norte; à direita: Confe-rência de Unidade da Região Sudeste; abaixo, à esquerda: Conferência de Unidade da Região Nordeste; à esquerda: Conferência de Unidade da Região Sul.

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Notícias Nacionais

Nomeação dos Conselhos Regionais Bahá’ísOs membros dos seis Conselhos Regionais Bahá’ís brasileiros, nomeados pela Assembleia Espiritual Nacional, iniciaram suas tarefas no dia do Convê-nio, 26 de novembro de 2012.

A seleção dos Conselhos foi baseada no requisito ressaltado pela Casa Universal de Justiça: “... de-vem-se escolher homens e mulheres que, por meio de sua experiência comprovada nas atividades do Plano, sua capacidade de participar no processo de aprendizagem e seu caráter reto e atitudes cons-trutivas, possam auxiliar o processo de entrada em tropas...”. Os nomes foram consultados com Mem-bros do Corpo Auxiliar e das Assembleias Espiritu-ais Locais e com os Conselheiros Continentais resi-dentes no país.

Conselho Regional Bahá’í da Amazônia: Edimar Carneiro dos Santos, Frank Souza dos Reis, Maryam Assis dos Santos, Parnaz Imani e Paulo César Porto Ramos.

Conselho Regional Bahá’í do Centro-Oeste: An-dressa Amaziles A. de Carvalho, Anis Manuel Ca-ballero, Geraldo Faria Júnior, José Alves Garcia dos Santos Silva, Pedro Williams Martins dos Santos, Rosinete Dalmaschio e Sara Emília Lima Tolouei.

Conselho Regional Bahá’í do Nordeste: Adriana Almeida de Paiva Lacayo, Emilia Rahnemaye Kohl-man Rabbani, Faezeh Shaikhzadeh Santos, Flávio Rodrigues Cardoso, Jerome Muller, Jorge Villalo-bos Lacayo e Liese von Czékus.

Conselho Regional Bahá’í do Norte: Antônia Nadege Privado Mendes, Antônio José Sá Batista, Priscila Sousa Castro, Raimunda Moreira Batista e Vanessa Sousa Castro.

Conselho Regional Bahá’í do Sudeste: André Ro-berto Cillo, David Pourkhesaly, Gláucia Marize do Carmo Gomide, Henri Vahdat, Inaê Estrela Ribeiro Pinheiro, Luiz Eduardo Coltro e Marcos Tabacow.

Conselho Regional Bahá’í do Sul: Ângela Jun-queira Ferraz Paz, Felipe Umpierre Conter, Jeanne Bilhalva Laguna Soares, Kamran Khalili Nasrabadi, Maria Helena Zotto, Neda Monadjem Fatheazam e Shahla Maani Shaikhzadeh.

Em carta à comunidade nacional, a Assembleia Nacional expressou especial gratidão e apreço pelos esforços e valiosas contribuições despendi-das pelos amigos que serviram nos Conselhos Re-gionais Bahá’ís no período anterior e foram agora liberados: Conceição Viana da Silva Sudário, Diana Ayvazian Alcântara, Edison Augusto, Francisco das Chagas de Souza, Miguel Conceição Silva, Paula Henrinchsen de Carvalho Moraes, Rafael Amaral Shayani, Sadat Vieira da Silva e Zoraida Ione Santos Monadjemi.

Participando dos Discursos prevalecentes na sociedadeCurso abre inscrições para jovens universitários de todo o país para turmas de 2013

Jovens bahá’ís prestes a ingressar ou que acaba-ram de entrar na universidade são novamente convidados a refletirem e se engajarem na trans-formação social do mundo. Estão abertas as ins-crições para o curso Participando dos Discursos Prevalecentes da Sociedade, promovido pelo Instituto para Estudos em Prosperidade Global (ISGP, em inglês), organização sem fins lucrativos, dedicada à despertar o potencial de indivíduos, grupos e instituições nos discursos focados na melhora do mundo.

Durante o curso, jovens universitários, prove-nientes de várias partes do país, dedicam tempo ao estudo e reflexão sobre como contribuir para uma nova ordem mundial integrando seu pró-prio desenvolvimento intelectual e espiritual aos esforços coletivos para o avanço da sociedade.

O material utilizado reúne textos preparados pelo ISPG e outros documentos bahá’ís de refe-rência, como a mensagem da Casa Universal de Justiça aos Líderes Religiosos do Mundo, o livro “Criando Uma Nova Mentalidade”, de Paul Lam-ple, e o documento “Uma Fé em Comum”, do Centro Mundial Bahá’í. Com base neles, os jovens participam de consultas e reflexões sobre os três protagonistas do processo de transformação da sociedade – o indivíduo, as instituições e a comu-nidade.

“Os seminários me ajudaram a entender a impor-tância e a beleza de se engajar junto com a so-ciedade na busca pela transformação do mundo em que vivemos”, relata Vahid Vahdat, um dos 14 participantes da primeira turma a completar os 4 anos de seminários no Brasil, em julho deste ano. “Ao chegar ao final do curso, posso dizer que te-nho certeza de que tenho as ferramentas de que

preciso para seguir adiante e descobrir como posso contribuir cada vez mais para o progresso da sociedade e buscar meu próprio desenvolvi-mento”, acrescenta ele.

Para Eduardo Santos, coordenador dos seminá-rios no Brasil, a postura de “aprender a aprender”, é uma característica marcante da metodologia. Ele comenta que tal postura de aprendizagem tem se refletido diretamente no envolvimento de um número crescente de jovens nos cursos do ISGP. “Em 2009, o curso contava com apenas

um facilitador e 19 participantes. Agora, são mais de cem jovens envolvidos e uma equipe de mais de 15 colaboradores”, comemora o coordenador.

“Para 2013 temos a meta de abrir uma nova tur-ma com 25 universitários, além de receber no-vamente outros 30, que já estão trilhando este caminho de aprendizagem”, concluiu com expec-tativa.

“Estou ansioso para participar do primeiro ano”, comenta o piauiense Lucas Santos, estudante de artes cênicas da Universidade de Brasília. “Quero aprender as técnicas de como beneficiar toda a sociedade com os conhecimentos da minha área profissional. Preciso conhecer melhor o caminho, saber quais são os limites, entre outros fatores”, explica o jovem de 18 anos.

Andressa Pinesi, que também completou o curso este ano e foi convidada a servir como colabora-dora do processo no Brasil, incentiva os jovens a participarem. “O material que temos em mãos é um desafio até mesmo para mim, que já conclui o curso, uma vez que são intensos e repletos de co-nhecimentos de níveis inesgotáveis de entendi-mento”, observa. “Será muito bom poder retomar o material já visto e contribuir de alguma forma para a continuidade de algo tão enriquecedor para os nós jovens”, complementou Andressa.

As turmas acontecerão no período de 3 a 13 de janeiro de 2013, no Centro Educacional Bahá’í Soltanieh, em Mogi Mirim. Para mais informa-ções, envie uma mensagem para:

[email protected]

Jovens participantes dos seminários do ISGP: estudo e fortalecimento das amizades.

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BAHÁ’Í BRASIL

Notícias Nacionais

I Seminário da Consciência Negra em Aracaju

Inédito na cidade, o Seminário apresentou a palestra “A questão do racismo”, ministrada por Antônio Au-tran, representante do Movimento Negro Unificado, e Marcos Araújo, da Comunidade Bahá’í.

“Autran ressaltou o fato de ser neto de escravos e sentir na pele o flagelo duplo do preconceito racial e da miséria”, conta a participante Fátima Fontes. Se-gundo ela, a visão de esperança de um futuro no qual a humanidade reconheça a sua própria unicidade e, assim, possa conviver em paz e harmonia foi ressal-tada pela Comunidade Bahá’í com base em textos sagrados que orientam “...se encontrardes com aque-les de raça e cor diferente das vossas não desconfieis deles, retirando-vos para dentro de vossa casca de convencionalismo; antes, ficai alegre e mostrai-lhes bondade”.

Participantes do Programa de Empoderamento para Pré-jovens da cidade apresentaram uma música so-bre o poder da juventude na transformação do mun-do. Os quarenta participantes cantaram “O Coro das Raças” e “Roda da Unidade”, músicas de inspiração bahá’í que remetem a visão de futuro apresentada por Marcos em sua palestra.

Atividades com crianças e pré-jovens em Maceió

Em Maceió, as crianças assistiram um vídeo em que um coelho branco e uma coelha preta se casam e seus filhos são de todas as cores. “As crianças refle-tiram sobre o respeito as diferenças, a convivência com as diferentes raças e a valorização da diversida-de humana”, explica Walkíria Cardoso, uma das orga-nizadoras.

Os pré-jovens participaram de um debate sobre a causa e consequências da exclusão social. O Progra-ma de Empoderamento para Pré-Jovens trabalha a educação intelectual e espiritual não-dogmática e estimula o pró-ativismo nos assuntos comunitários dos participantes. “É dever de todos ajudar a promo-ver a inclusão dos negros na sociedade. Devemos re-fletir sobre os males do individualismo e do egoísmo e a importância de servir à humanidade”, comentou Juan Victor, de 13 anos.

Palestras no Rio de Janeiro

As contribuições dos negros africanos e brasileiros ganharam destaque nas palestras realizadas por Ma-rilucia Pinheiro e Isaias José Souza Neto, o Zazá, na Sede Bahá’í, em Copacabana. Marilucia narrou a his-tória dos negros no Brasil, destacando a vida e luta de Zumbi dos Palmares. Zazá contextualizou a história africana e seus avanços e contribuições nos campos dos saberes, da cultura, da religião, da espiritualidade e das ciências. Ele também buscou demonstrar, por meio dos escritos bahá’ís e pela ciência, que a huma-nidade é uma.

Orações em São Paulo

Bahá’ís e seguidores de outras religiões se reuniram na sede bahá’í de São Paulo para oferecer orações em lembrança a todos os negros e negras que con-tribuíram para a construção da sociedade brasileira. Segundo Roberto Paulo, um dos participantes, a co-memoração do Dia da Consciência Negra fomenta o intercâmbio e o conhecimento sobre as culturas e tradições negras que ajudaram a moldar nossa so-ciedade. “É este intercâmbio que fomenta o sentido de igualdade entre os brasileiros e ajuda a superar a

injustiça e a violência no país”, explicou Roberto.

Roda de conversa e desfile em Salvador

Segundo o IBGE, 80% da população de Salvador (BA) é composta por descendentes de africanos, e por este motivo a capital bahiana foi declarada a Cidade Afrodescendente das Américas. No bairro Fazenda Coutos, um foco de ação social bahá’í, uma roda de conversa promovida pela polícia militar sobre a importância de se valorizar a cultura negra com os participantes do grupo de Karatê, inte-grantes do Projeto de inspiração bahá’í “Educar é En-sinar a Viver”, um espaço compartilhado com várias organizações.

A Escola Municipal Bahá’í, administrada pelo Estado, realizou atividades com os alunos e pais, incluindo uma mostra da cultura negra e indígena. Os traba-lhos evidenciaram a cultura indígena e afro-brasileira desenvolvidos dentro e fora da escola - uma forma de valorizar sua história e manter viva esta cultura, meninos e meninas participaram inclusive de um desfile da Beleza Negra.

Moções da 52ª Convenção Nacional

Bahá’ís promovem ações pela igualdade racial Dia da Consciência Negra é destaque em várias cidades brasileiras

Em diversas cidades do país, bahá’ís participaram de celebrações pelo Dia da Consciência Negra, comemorada no dia 20 de novembro. Brasília (DF), Aracaju (SE), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Maceió (AL), São Paulo e Campinas (SP) promoveram atividades para fomentar a reflexão sobre a origem do preconcei-to e a importância do reconhecimento da igualdade entre os seres humanos.

Para os bahá’ís, a promoção da igualdade racial é um pré-requisito para a prosperidade dos povos. Os textos bahá’ís dizem que “Todos vós sois os frutos de uma só árvore, as folhas do mesmo ramo”, ilustrando que a pros-peridade dos povos se dará quando nos reconhecermos como partes de uma mesma unidade – reconheci-mento este que depende tanto da igualdade racial, como também da igualdade entre homens e mulheres.

As consultas dos delegados participantes da 52ª Convenção Nacional dos Bahá’ís do Brasil, rea-lizada no Centro Educacional Soltanieh, entre 28 de abril e 1 de maio de 2012, proporcionaram uma compreensão abrangente das diferentes áreas da atividade bahá’í em nosso país. Como re-sultado, ações foram sugeridas em formato de moções que visam contribuir de maneira efetiva com o desenvolvimento da Causa de Deus no Brasil. De posse do relatório recebido dos delegados, a Assembleia Nacional procedeu uma análise e direcionou moções específicas para instituições, departamentos e agências competentes. Por sua vez, cada uma dessas instâncias analisou e tomou decisões acerca dos variados assuntos. As moções que couberam à execução da própria Assembleia Nacional terão seus resultados divulgados à toda comunidade, sendo que diversos dos assuntos aprovados na Convenção en-contram-se ainda em andamento.

Para para ler as informações disponíveis até o momento acerca das moções apreciadas pela As-sembleia Nacional e de outras que ainda estão sendo consideradas, acesse este link:

http://bit.ly/VNz7tC

Atividades em Aracaju (à esquerda) e Maceió (centro e à direita) promovem consciência de adolescentes e crianças a respeito da igualdade racial.

Acima: participantes de palestra na Sede Bahá’í de Copacabana (RJ); abaixo: crianças participam de desfile de beleza negra em Salvador.

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O voto brasileiro

Como justificativa de sua abstenção, o governo brasileiro avaliou que a resolução falhou ao não reconhecer a abertura demonstrada pelo Irã ao se engajar em diálogos com comitês de tratados e no mecanismo de Revisão Periódica Universal (RPU) do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Ainda assim, o diplomata brasileiro que participou da votação declarou oficialmente que a “legitimidade da preocupação internacional” a respeito da situação de direitos hu-manos no Irã “é inegável”.

No entendimento da Comunidade Bahá’í, a abstenção brasileira po-deria ter sido evitada com um maior engajamento da delegação no processo de redação do projeto de resolução. “Pela explanação de voto, fica evidente que o Brasil vem acom-panhando a trajetória iraniana recente e que se preocupa com as graves violações de direitos humanos que ocorrem naquele país”, destaca Mary.

“O reconhecimento dos avanços é condizente com a linguagem utilizada pelas Nações Unidas em suas reso-luções, mas não se pode esquecer que o Irã ainda não deu sinais de implementação das recomendações que acatou voluntariamente após sua passagem pelo RPU”, reforça a representante bahá’í.

“Portanto, em oportunidades futuras, esperamos que o Brasil participe nas negociações de linguagem para que possa se sentir apto a declarar apoio a esse importante instrumento de monitoramento internacional dos direitos humanos que são as resoluções por países, condenando com mais veemência as violações que o pró-prio Brasil denunciou em sua intervenção oral”, declara.

O texto da resolução apresentada pelo Canadá e co-patrocinada por mais 42 países também apela ao Irã para cooperar com os mecanismos internacionais de monitoramento de direitos humanos, especificamente permi-tindo que relatores de direitos humanos façam visitas ao Irã - algo que também foi ressaltado pelo representan-te brasileiro. A resolução também pede ao Secretário-Geral da organização que apresente novo relatório, no próximo ano, acerca do progresso iraniano no cumprimento de suas obrigações de direitos humanos.

Internacional

Brasil ressalta situação de bahá’ís, advogados e população LGBT, mas mantém abstenção

ONU registra “profunda preocupação” com violações de direitos humanos no Irã

Em votação realizada no dia 27 de novembro, com o registro de 83 votos contra 31, os países mem-bros da Organização das Nações Unidas (ONU) condenaram as violações de direitos humanos no Irã durante sessão da Terceira Comissão da Assem-bleia Geral, em Nova Iorque.

A comissão expressou “profunda preocupação” com “violações em curso e recorrentes” dos direi-tos humanos no Irã, listando uma série de abusos impostos pelo governo no território iraniano e exi-gindo a libertação dos prisioneiros de consciência.

A resolução aprovada destacou o uso excessivo por parte do Irã da pena de morte, a perseguição siste-mática de defensores de direitos humanos, jorna-listas e blogueiros e da “penetrante desigualdade de gênero e violência contra as mulheres”. Também expressou preocupação com a discriminação con-tínua contra as minorias, incluindo a perseguição aos bahá’ís iranianos.

“O fato da Terceira Comissão continuar aprovando resoluções sobre a situação dos direitos humanos no Irã após 25 anos consecutivos, desde 1985, é uma evidência de que a comunidade internacional segue alarmada diante da realidade a que os cida-dãos e cidadãs iranianos vêm sendo submetidos ao longo de todos esses anos”, analisa Mary Aune, re-presentante da Comunidade Bahá’í do Brasil.

“A atmosfera no Irã continua a piorar para todos os cidadãos iranianos”, afirma Mary. “Se o seu ponto de vista é diferente do regime autoritário do Irã, você está fundamentalmente em grave perigo. Para os bahá’ís, que são a maior minoria religiosa não-mu-çulmana do Irã, a perseguição é persistente e pior nas mãos do governo e de seus agentes”, diz ela.

“Essa perseguição é acompanhada pelo aumento da violência e uma intensificação deliberada da pressão com vistas a desestabilizar a vida comunitária bahá’í como um todo e acabar com a sua viabilidade”.

Atualmente, mais de 115 bahá’ís estão atrás das grades no Irã em função de sua crença religiosa e outras centenas aguardam decisões judiciais.

‘Abdu’l-Bahá

Entre 1910 e 1913, ‘Abdu’l-Bahá – o “servo de Bahá” - embarcou em uma série de viagens memoráveis pela América do Norte e Europa proclamando os ensinamentos essências de Seu Pai, Bahá’u’lláh, Fundador da Fé Bahá’í.

‘Abbás Effendí, reverenciado como “Mestre” por seu exemplo pessoal de dedicação à humanidade, partiu rumo ao Ocidente já aos 67 anos de idade, levando consigo a mensagem de paz e unidade da humanidade.

“O amor é a lei maior” que alicerça “a verdadeira civilização”, disse ele. “A necessidade suprema da humanidade é a cooperação e reciprocidade entre todos os seus povos”, afirmou. “Todos os povos têm uma crença fundamental em comum. Sendo una, a verdade não pode ser dividida e as diferenças que se evidenciam entre as nações resultam apenas do seu apego ao preconceito. Se os homens procuras-sem somente a verdade, encontrar-se-iam unidos”, declarou ‘Abdu’l-Bahá, em Paris, no ano de 1911.‘Abdu’l-Bahá interagia com amabilidade com os

diferentes segmentos da sociedade. Ele se reuniu com sindicatos de trabalhadores, com pobres e ricos, bem como líderes políticos e religiosos da época. Seu trabalho para promover a paz e a justi-ça, seu conhecimento e liderança à serviço das pes-soas levou-o ao reconhecimento de expoente de uma nova Fé tanto no Oriente como no Ocidente.

‘Abdu’l-Bahá nasceu na Pérsia, atual Irã, em 23 de maio de 1844, mesmo dia em que o Báb declarou Sua missão. Filho mais velho de Bahá’u’lláh, tinha 9 anos quando Seu pai foi encarcerado no calabouço em Teerã. Ainda criança, ‘Abdu’l-Bahá foi o primeiro a aceitar Seu Pai como Mensageiro de Deus. ‘Abdu’l--Bahá é o Centro do Convênio4 de Bahá’u’lláh e foi o intérprete oficial dos Seus ensinamentos.

A jornada de ‘Abdul-Bahá pelo Ocidente foi funda-mental para espalhar a mensagem de Bahá’u’lláh por toda parte. Atualmente, após 169 anos de origem, a Fé Bahá’í já é a segunda religião mais di-fundida no mundo, em termos geográficos, com 7 milhões de seguidores em 188 países e territórios.

A Jornada de ‘Abdu’l-BaháA mensagem de amor e unidade para os povos do Ocidente e Oriente

4 O instrumento para garantir que a Fé Bahá’í não fosse dividida em várias seitas. Bahá’u’lláh designou ‘Abdu’l-Bahá como o único intérprete autorizado dos ensinamentos bahá’ís e o dirigente da Fé após o Seu passamento.

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BAHÁ’Í BRASIL

A Assembleia Nacional recebeu recente-mente uma carta de um membro da co-munidade brasileira na qual perguntava sobre o uso de imagens relacionadas às Figuras Centrais da Fé Bahá’í em pá-ginas, blogs e redes sociais na Internet. Percebendo que um grande número de indivíduos tem realizado postagens con-tendo imagens desta natureza, sentimos que seria relevante compartilhar com os leitores do Bahá’í Brasil alguns trechos se-lecionados que auxiliam na compreensão da maneira correta de se fazer uso desses recursos visuais.

A Coordenação Bahá’í de Internet do Bra-sil – CBIB está à disposição para prover orientação a indivíduos e instituições que desejem se envolver em projetos relacio-nados à Internet. Para entrar em contato, escreva para [email protected].

“(...) as imagens de Bahá’u’lláh são muito preciosas para os bahá’ís. De acordo com uma carta escrita em nome da Casa Uni-versal de Justiça a uma Assembleia Espiri-tual Nacional, datada de 17 de novembro de 2004, essas imagens e fotografias ‘são apresentadas somente em raras oca-siões especiais, sagradas para os bahá’ís, tais como a peregrinação à Terra Santa, e mesmo nessas ocasiões, isso é feito com a máxima reverência. Portanto tanto, publi-car uma foto de Bahá’u’lláh num jornal [e com este efeito, em qualquer outro meio de comunicação em massa] destinado ao consumo público é inapropriado, uma vez que contraria o princípio da digni-dade e respeito a essas imagens observa-dos pela comunidade bahá’í, ofendendo o sentimento religioso dos bahá’ís em qualquer parte do mundo.’ Por conse-guinte, a orientação que a Assembleia Nacional tem dado aos amigos é de não acessarem sites ou links na internet que publicam a fotografia de Bahá’u’lláh, pois estes podem ser oriundos de rompedores do Convênio e ao visitá-los sua acessibili-dade aumenta e, consequentemente, sua difusão.” (Correspondência enviada em nome da Assembleia Espiritual Nacional

Orientações quanto ao uso de imagens da Fé Bahá’í na Internet Trechos de uma carta da Assembleia Nacional a um indivíduo

dos Bahá’ís do Brasil a um indivíduo, em 18 de outubro de 2012.)

“De modo geral, os indivíduos podem se sentir à vontade para fazer uso pessoal de fotografias de ‘Abdu’l-Bahá em seus lares, ou publicá-las adequadamente em livros.” Porém (...) “[a]o considerarmos a maneira de usar imagens de ‘Abdu’l-Bahá, devemos nos precaver para que nossa afeição a Ele não nos induza a um senso de familiaridade que se torne casual, in-advertidamente depreciando a santidade de Sua posição. É com espírito de reverên-cia que devemos decidir de que maneira compartilhar Sua imagem, seja impressa, para exposição, ou em qualquer formato eletrônico, tais como página da inter-net, blog, ou quaisquer sites de redes sociais.”(Correspondência enviada em nome da Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil a um indivíduo, em 18 de outubro de 2012.)

“De acordo com guias da Casa de Justiça, não é aceitável usar uma fotografia de ‘Abdu’l-Bahá na capa de um livro, nem representá-Lo como um personagem em apresentações teatrais. Adicionalmente, não é apropriado incluir Sua foto em fil-ipetas ou peças publicitárias, nem repro-

duzi-la em objetos, tais como canecas, chaveiros, postais, capas de CD, etc. De-senhos ou pinturas do Mestre não devem ser publicados online.”(Correspondência enviada em nome da Assembleia Espiri-tual Nacional dos Bahá’ís do Brasil a um indivíduo, em 18 de outubro de 2012.)

“(...)a imagem do Mestre não deve ser usada como ícone no Facebook ou em re-des sociais similares. Quanto ao uso dos videos de ‘Abdu’l-Bahá, estes devem ser reservados para momentos sagrados e de extrema reverência. O mesmo ocorre com relação a gravações de áudio com a voz do Mestre as quais devem ser reser-vadas para ocasiões especiais. Tais videos e gravações de áudio não devem ser veic-ulados na internet. Destaca-se um excerto de uma correspondência de Shoghi Effen-di, datada de 26 de novembro de 1923, a uma Assembleia Espiritual Nacional que diz ‘… solicitando aos amigos que ajam com restrição e cuidado no uso e distri-buição da gravação da voz do Mestre. No meu ponto de vista, esta somente deverá ser usada em ocasiões especiais e escuta-das com a máxima reverência. A digni-dade da Causa, estou certo, sofreria com o uso amplo e indiscriminado de uma das relíquias mais preciosas de nosso falecido Mestre’.” (Correspondência enviada em nome da Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil a um indivíduo, em 18 de outubro de 2012.)

“Com relação ao uso de imagens de Shoghi Effendi, a Assembleia Nacional nos solicitou informar que não foram en-contradas guias a este respeito; todavia, a Assembleia Nacional considera essencial agir com a mesma cautela e deferência [empregadas na divulgação de imagens de ‘Abdu’l-Bahá] quanto às imagens do amado Guardião da Fé Bahá’í.” (Corre-spondência enviada em nome da Assem-bleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil a um indivíduo, em 18 de outubro de 2012.)

Fé Bahá’í na Internet

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Huqúqu’lláh

Ordenamento crucial para o bem-estar da humanidadeO Direito de Deus

Entre as leis espirituais prescritas por Bahá’u’lláh no livro sacratíssimo, o Kitáb-i-Aqdas, está a ob-servância do Direito de Deus, na instituição do Huqúqu’lláh. O grau de importância conferida ao ordenamento de purificação das próprias riquezas e posses terrenas é apenas superado pelo reconhecimento do Deus Uno e Verdadeiro e o de ser constante em Sua Causa.

Embora o Huqúqu’lláh tenha sido revelado em 1873, somente após cinco anos os bahá’ís do Irã foram permitidos a cumprirem esse mandamen-to. A aplicação da lei tornou-se universal apenas em abril de 1992, quando a Casa Universal de Justiça anuciará na Mensagem de Ridván de 1991:

“Com humildade diante de nosso soberan-do Senhor, anunciamos agora que, a partir do Ridván de 1992, o início do Ano Santo, a Lei do Huqúqu’lláh, o Direito de Deus, se tornará uni-versalmente aplicável. Todos são amorosamente chamados a observá-la.”

Para que haja maior compreensão do sentido do cumprimento dessa lei espiritual profundamen-te particular de consciência, crucial para o bem--estar da humanidade, a Mão da Causa de Deus e Fiduciário do Huqúqu’lláh, Dr. ‘Alí Muhammad Varqá (1955 a 2007) descreveu seis característi-cas principais:

1 - É um sinal do nosso amor por Bahá’u’lláh.

2 - É uma demonstração do nosso anseio em obedecer os Seus mandamentos.

3 - É uma evidência de nosso desprendimento e integridade.

4 - É um caminho que nos guia para o cresci-mento interior, para a iluminação e uma maior habilidade para alcançar a perfeição pessoal.

5 - É um meio efetivo para harmonização e equi-líbrio dos nossos esforços, dos nossos desafios e de nossas vidas inteiras.

Vale ressaltar que existem diferenças significativas entre o pagamento do Direito de Deus e as contribui-ções aos Fundos da Fé Bahá’í. Veja abaixo:

Huqúqu’lláh Fundos Bahá’ís

6 - É um escudo que nos protege contra inclinações aos excessos da vida mate-rial, nos ajuda a adotar um estilo de vida mais moderado e nos guia a um maior refinamento no que tange aos nossos valores espirituais.

Cada seguidor que cumpre a injunção do Direito de Deus está promovendo a unidade, a justiça e os direitos humanos na Terra, pois a oferenda a Deus de uma parcela de 19% da riqueza material que excede os gastos com as neces-sidades básicas, auxilia diretamente, por meio do exercício da moderação, na redução dos extremos de riqueza e pobreza, contribuindo para a conscienti-zação da própria unicidade da família humana e, consequentemente, aproxi-mando o ser humano do Criador.

O Corpo de Fiduciários no Brasil, responsável pelo trabalho de conscientização da importância do cumprimento desta lei e pelo apoio aos bahá’ís que buscam cumpri-la, é composto por Bianca Pedemonte, Cybele Shayani, Manijeh Kiana, Marcos Fadel e Rolf von Czékus. Este Corpo oferece cursos para que os bahá’ís brasileiros aprendam mais sobre o Huqúqu’lláh e está disponível para sanar eventuais dúvidas. Para aprender mais sobre esta lei sagrada, envie uma men-sagem para [email protected].

“A lei do Huqúqu’lláh é um sinal de amor ao Criador.”Mão da Causa de Deus, Dr. ‘Alí Muhammad Varqá.

* O pagamento do direito de Deus – de acordo com textos revelados no Kitáb--i-Aqdas – é uma obrigação sujeita a ordenações específicas.

* O pagamento do Huqúqu’lláh tem prioridade sobre as contribuições aos Fundos, pois pertence a Deus.

* O valor do Huqúqu’lláh é determina-do com precisão, por meio de cálculos exatos.

* A destinação do Direito de Deus é deixada totalmente a critério da Autori-dade Central da Fé.

* No Kitáb-i-Aqdas, adverte-se que aquelas almas que são negligentes para com a relação ao Huqúqu’lláh serão ‘expostas na Corte de Justiça Divina’.

*

* As contribuições aos diversos Fundos da Fé não são enquadradas na categoria de leis, podendo ser consideradas um indicativo do grau de sacríficio, generosi-dade e desprendimento do indivíduo, ao auxiliar voluntariamente no suprimento das necessidades materias da Causa.

* As contribuições aos Fundos Bahá’ís são realizadas através do uso de recursos dos próprios amigos, e não do uso daqui-lo que, de direito, pertence a Deus.

* A contribuição aos Fundos da Fé não tem nenhuma regulamentação em termos de valores financeiros.

* A disposição das contribuições aos diversos Fundos Bahá’ís pode depender do desejo do contribuinte.

* As contribuições aos Fundos da Fé, por mais vitais e condizentes às confirma-ções divinas que sejam, são deixadas à discrição do indivíduo.

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BAHÁ’Í BRASIL

Fundos Bahá’ís

O Fundo Nacional

Fundo Internacional (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 10248-2)Fundo Continental (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 1220-3)Fundo Templo do Chile (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 9229-0)Fundo Dotações (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 16709-6)Fundo Novos Templos (B. Itaú: Agência: 0198 – c/c 04214-5)

A Tesouraria Nacional solicita aos amigos que sempre informem qualquer doação pelo email [email protected] (de preferência anexando cópia do depósito) ou pelo fax (61) 3364-3470 para que possa ser localizada a origem do depósito e emitido o respectivo recibo.

Fundo NacionalBanco do Brasil: Agência: 3129-1 – c/c: 9791-8Banco Itaú: Agência: 0198 – c/c 48809-0Banco Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 900-8

À Comunidade Bahá’í Brasileira

O ato voluntário de contribuir para o fundo é um privilégio e um compromis-so espiritual de cada bahá’í. Embora seja um ato físico, contribuir para o Fundo é um sinal de nosso amor pela Causa e parte integrante do nosso trabalho na edificação do Reino de Deus na Terra.

Sabemos que somente os bahá’ís têm o privilégio de contribuir para os Fun-dos Bahá’ís, pois as instituições bahá’ís que estamos construindo são o nosso presente para a humanidade. Por outro lado, a contribuição ao Fundo Bahá’í não é como uma caridade, pois geralmente damos à caridade o que nos so-bra. Dar o excesso não implica necessariamente em sacrifício. As contribui-ções para o Fundo devem ser feitas com sacrifício. Se não doarmos com sacri-fício, não estaremos cumprindo totalmente com a nossa obrigação espiritual.

Com o avanço do atual Plano de Cinco Anos, ao mesmo tempo em que verifi-camos por todo o Brasil a necessidade de crescimento nas atividades centrais - em especial, do programa de empoderamento espiritual para pré-jovens, - testemunhamos o fortalecimento da nossa estrutura administrativa, descen-tralizando e agilizando os Conselhos Regionais Bahá’ís e suas agências como os Institutos Regionais e os Comitês de Ensino de Área. No campo de rela-ções com a sociedade e o governo, a Comunidade Bahá’í Brasileira teve forte presença na Conferência Mundial de Meio Ambiente, a Rio+20, promovida pelas Nações Unidas em junho último, bem como em diversas ações junto ao Congresso Nacional e seus parlamentares, tanto na defesa de nossos ir-mãos bahá’ís no Irã quanto na influência das políticas públicas do país, no campo dos direitos humanos, da promoção da mulher, da igualdade racial, do desenvolvimento sustentável, da educação, dentre outros. Para mantermos tais ações e sua crescente demanda de um modo contínuo, é necessário um fluxo estável de contribuições para o Fundo Nacional e para seus seis ramos regionais.

Durante os primeiros meses deste ano de 169 E.B., os gastos apenas do Fundo Nacional foram de R$ 170 mil mensais (cerca de 10% superior ao ano 168), enquanto que o nosso nível médio de contribuições ficou na média de R$ 105 mil mensais, também 10% acima do ano passado. Assim, a diferença entre a receita e a despesa continua sendo coberta com ajuda do Centro Mundial, em perto de 35% do nosso orçamento anual, principalmente para temas como o do instituto e de ações com a sociedade e o governo. Felizmente, observamos com apreço e alegria que o número regular de contribuintes a cada Festa de 19 Dias tem crescido nos últimos três anos, o que tem permitido à Assembleia Nacional atender a maior parte das demandas relativas às atividades de ex-pansão e consolidação em nosso país.

Tendo em vista este cenário, bem como os desafios e oportunidades à nossa frente, é que a Assembleia Nacional volta a convocar cada um dos bahá’ís no Brasil a responder ao chamado da participação universal, revisando o valor, a prioridade e a regularidade de suas contribuições ao Fundo Nacional e seus ramos regionais, utilizando os parâmetros de sacrifício, amor e unidade tão mencionados pelo amado Mestre, ‘Abdu’l-Bahá, os quais, como um imã, atrai-rão as confirmações de Bahá’u’lláh para a nossa comunidade. Somente atra-vés da ação de todos nós conjuntamente será possível alcançarmos nossa tão almejada autossuficiência de Fundos, auxiliando a Casa de Justiça a apoiar as necessidades de fundos em outros países muito mais necessitados do que o nosso.

Com amorosas saudações bahá’ís,

Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil

“No corpo humano, cada célula, cada órgão, cada nervo têm uma função a executar. Quando todos assim o fazem, o corpo está saudável, vigoroso, radiante, pronto para atender a qualquer chamado. Nenhuma célula, por mais humilde que seja, vive separada do corpo, seja para servi-lo ou ser servido.

Isto é certo no corpo da humanidade no qual Deus “dotou cada humilde ser com habilidade e talento” e está extremamente certo no corpo da comunidade mun-dial bahá’í, sendo que este corpo já é um organismo, unido em suas aspirações, unificado nos seus métodos, buscando ajuda e confirmação da mesma Fonte e iluminado com o conhecimento consciente de sua unidade.

Portanto, neste corpo orgânico divinamente guiado, abençoado e iluminado, a participação de cada crente é de extrema importância, e é uma fonte de poder e vitalidade ainda desconhecida por nós...”

A Casa Universal de Justiça, setembro de 1964

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Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do BrasilCaixa Postal 7035 – CEP 71635-971 – Brasília-DF

IMPRESSO

Editora Bahá’í

Novos Kits de Literatura Básica para crianças, jovens e adultosOficiais de Literatura Bahá’í facilitam acesso aos livros

A Editora Bahá’í do Brasil atualizou, em agosto de 2011, o Programa de Literatura Básica, cujo objetivo é criar um sistema eficiente de distribuição de livros considerados fundamentais para uma melhor com-preensão da Fé Bahá’í. No Brasil, o Programa foi lançado em 1998 e, desde 2007, uma rede de colabo-radores - os Oficiais de Literatura Bahá’í - tem como missão fomentar na comunidade o interesse pela literatura bahá’í.

Até 2011, a coleção era composta pelos principais títulos relacionados com os temas da Fé. Com a re-formulação, foi criado um kit literário para cada faixa etária, atendendo aos interesses específicos de crianças, jovens e adultos.

A seleção dos livros de cada kit é feita pelos Conselheiros do Corpo Continental residentes no Brasil e pela Assembleia Espiritual Nacional. Segundo estas instituições, as atualizações dos kits atendem às necessidades da comunidade nacional. Todos os livros da coleção Literatura Básica estão intimamente relacionados aos ensinamentos e princípios fundamentais da Causa, às atividades centrais e à vida co-munitária e individual.

“A renovação foi feita pelo entendimento de que a classificação de kits compostos por livros específicos para cada faixa etária facilita a identificação do público que busca o conhecimento”, disse a paulista Rosângela Barbosa, de Mogi Guaçu (SP). Ela é responsável pela coordenação dos Oficiais de Literatura Bahá’í. “Hoje contamos com 41 Oficiais de diversos estados”, informa.

“O principal objetivo dos Oficiais é facilitar o acesso das bases da comunidade à coleção Literatura Bá-sica e fomentar o interesse pela leitura”, explica Rosângela. Eles divulgam os livros da coleção Literatura Básica em atividades como Reuniões de Reflexão, Devocionais e Festas de Dezenove Dias e promovem ações de incentivo ao hábito da leitura, como estudos de aprofundamento nas comunidades. Para tal, os Oficiais recebem semanalmente da Editora Bahá’í materiais de apoio para este propósito. Alguns Oficiais criaram o “cantinho da leitura” para crianças e outros estão formando um clube de leitura. A jornalista Luana Reis é a Oficial de Literatura Bahá’í do agrupamento Falcão Real (DF) e afirma que, para a realização desta função, “basta ter em mente a importância desse serviço”.

Estes Oficiais exercem um papel louvável, pois auxiliam cada indivíduo em sua livre e independente busca da verdade. Por meio deles, os interessados em conhecer as orações, escritos sagrados, ensina-mentos bahá’ís, além de fatos históricos e biografias das figuras centrais da Fé podem adquirir os kits. “Nas cidades em que ainda não existe um oficial, a aquisição pode ser feita diretamente com a Editora”, informa Rosângela.

Cada kit é vendido a baixo custo pois a Editora, que não tem fins-lucrativos, recebe auxílio finan-ceiro do Centro Internacional de Ensino. “Con-cedemos desconto de 30% para as instituições bahá’ís e, mensalmente, são concedidos descon-tos de até 50% em diversos títulos para facilitar a aquisição por pessoas físicas e outros órgãos”, con-ta Rosângela.

O Programa de Literatura Básica também é desen-volvido em outros países, como Índia e Colômbia, mas o conjunto de livros para cada kit varia con-forme o perfil da população. No Brasil, os kits só existem em formato impresso. “Possivelmente, a versão virtual dos kits será uma realidade no futu-ro”, acredita Rosângela.

Para mais informações ou para adquirir o seu kit, visite o site www.editorabahaibrasil.com.br ou envie uma mensagem para:

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Kit Criança

*ABC Bahá’í, de Stella Nikobin

*Estórias para crianças, de Jacqueline Mehrabi

*Estrelas Brilhantes, de Lisete Stracke Marques

*Minhas Primeiras Preces - Compilação

*Coleção “Histórias de ‘Abdu’l-Bahá” (volume I)

Kit Pré-jovens

*Deus e Seus Mensageiros, de David Hofman

*Mona, de Pejman Samoori

*Coleção “Letras da Vida”, de Ceres Araújo e Lowell Johnson (4 volumes): -Homens do Invisível -Quddus -Táhirih -Mullá Husayn

Kit Adulto

*A Alma Humana - Compilação

*A Revelação Bahá’í - Compilação

*As Palavras Ocultas - Bahá’u’lláh

*Bahá’u’lláh e a Nova Era, de J. E. Esslemont

*Lembra-te de Meus Dias, de Lowell Johnson

*Ladrão na Noite, de William Sears

*O Novo Jardim, de Hooshmand Fatheazam

*Orações Bahá’ís - Compilação

*Padrão de Vida Bahá’í - Compilação

*Que Brilhe o Sol, de William Sears